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ACIDENTE DE TRABALHO REFLEXOS NO DIREITO DO TRABALHO JOÃO LUIZ BONELLI RODRIGUES 1

ACIDENTE DE TRABALHO REFLEXOS NO DIREITO DO … · 2017-04-19 · do trabalho, o empregado deve provar que a adquiriu e a desenvolveu em ... variáveis do caso concreto. ... independentemente

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ACIDENTE DE

TRABALHO

REFLEXOS NO DIREITO

DO TRABALHO

JOÃO LUIZ BONELLI RODRIGUES

1

Lei nº 8.213/91

ACIDENTE DE TRABALHO

“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercíciodo trabalho a serviço de empresa ou de empregadordoméstico ou pelo exercício do trabalho dos seguradosreferidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesãocorporal ou perturbação funcional que cause a morte ou aperda ou redução, permanente ou temporária, dacapacidade para o trabalho.” *

*Redação dada pela Lei complementar nº 150 de 20152

Lei nº 8.213/91

MOLÉSTIAS PROFISSIONAIS

"Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigoanterior, as seguintes entidades mórbidas:

I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada peloexercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante darespectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da PrevidênciaSocial;

II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada emfunção de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele serelacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I....§2º. Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída narelação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiaisem que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, aPrevidência Social deve considerá-la acidente do trabalho.” 3

Lei nº 8.213/91

DOENÇA PROFISSIONAL (ART. 20, I)

São doenças causadas como consequência natural de certasocupações (causadas “pelo exercício do trabalho peculiar adeterminada atividade”)

Exemplos:

1.SATURNISMO: INTOXICAÇÃO PROVOCADA PELO CHUMBO;

2.SILICOSE: DOENÇA RESPIRATÓRIA CAUSADA PELA ASPIRAÇÃO (INALAÇÃO) DE PÓ DESÍLICA;

3.SOLDADOR QUE DESENVOLVE CATARATA;

4.CÂNCER DE PELE: PESSOAS QUE TRABALHAM, POR EXEMPLO, EM LAVOURAS, TÊMGRANDES CHANCES DE DESENVOLVER O CÂNCER DE PELE DEVIDO À EXCESSIVAEXPOSIÇÃO AO SOL.

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Lei nº 8.213/91

DOENÇA DO TRABALHO (ART. 20, II)

Doenças que decorrem das condições em que o trabalho érealizado.

Exemplos:

PAIR / PAIRO (Perda Auditiva Induzida por Ruído)DISACUSIA (SURDEZ) EM RAZÃO DE EXPOSIÇÃO AO RUÍDO EXCESSIVO,QUE NORMALMENTE, MAS NÃO NECESSARIAMENTE, É BILATERAL.

LER/DORT (Lesão por Esforços Repetitivos / Distúrbio OsteomuscularRelacionado ao Trabalho)PROVOCADA POR MOVIMENTOS REPETITIVOS OU POR POSTURASINADEQUADAS, CHAMADAS DE POSTURAS ANTIERGONÔMICAS.

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EMENTA:

DOENÇA PROFISSIONAL OU DO TRABALHO. DISTINÇÃO. ART. 20 DA LEINº 8.213/91. De conformidade com o art. 20 da Lei nº 8.213/91, asdoenças ocupacionais são classificadas em doenças profissionais edoenças do trabalho. A doença profissional é aquela produzida oudesencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividadee constante de relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego(inciso I). A doença do trabalho, por sua vez, é aquela adquirida oudesencadeada em função de condições especiais em que o trabalho érealizado e com ele se relacione diretamente (inciso II), excluída a doençadegenerativa (§ 1º, "a"). A distinção entre ambas é fundamental, namedida em que, em se tratando de doença profissional, o nexoetiológico com o trabalho é presumido, bastando que a doença estejarelacionada no Anexo II do Decreto nº 3.048/99. Já no tocante à doençado trabalho, o empregado deve provar que a adquiriu e a desenvolveu emfunção do serviço executado perante seu empregador. Hipóteseconfigurada. Apelo não provido.

TRT 2ªR – 18ª Turma – Acórdão 20150658006 – DOE: 03/08/2015 6

ACIDENTE FORA DO LOCAL DE TRABALHO

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:...IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ouproporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por estadentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentementedo meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquerque seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação deoutras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado éconsiderado no exercício do trabalho.

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CONSEQUÊNCIAS JUNTO A PREVIDÊNCIA

1. AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO (incapacidade total e temporária):

De acordo com o artigo 59 o auxílio-doença será devido ao segurado que ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de15 (quinze) dias consecutivos, e o valor do benefício é de (91%) do salário debenefício (artigo 61).

2. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (ART. 42)

“considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.” (100%)

3. AUXÍLIO ACIDENTE (incapacidade parcial e permanente):

“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao seguradoquando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquernatureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para otrabalho que habitualmente exercia.” (50% até aposentar ou óbito)

4. PENSÃO POR MORTE (art.74 e ss)8

CONSEQUÊNCIAS NO CONTRATO DE TRABALHO

1. Durante o afastamento o contrato de trabalho está suspenso e são asseguradas, porocasião da sua volta, todas as vantagens atribuídas a sua categoria (Art. 471 da CLT).

2. No caso de afastamento por acidente de trabalho o FGTS deverá ser depositado (art.15, §5º da Lei 8036 /90 e art. 28, III do Dec.99.684 /90).

3. Estabilidade de 12 meses após a alta do INSS, conforme previsto no artigo 118 da Lei8.213/91, cabendo sempre a análise de Acordo Coletivo e Convenção Coletiva deTrabalho da Categoria.

4. De acordo com a súmula 378, II do TST, não é condição do direito à estabilidade oafastamento junto ao INSS e a percepção do auxílio doença acidentário, quando“constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidadecom a execução do contrato de emprego.”

5. Férias – Ver artigo 133 da CLT (inciso IV e §2º)

6. Manutenção de plano de saúde ou de assistência médica (súmula 440 do TST)

7. Suspensão do Contrato – fluência da prescrição Quinquenal (OJ 375 da SDI-1 do TST)9

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

RESPONSABILIDADE CIVIL (CC)

1. INDENIZAÇÃO CUMULADA* DECORRENTE DO DANO:

- DANO MORAL

- DANO ESTÉTICO

- DANO MATERIAL

* Cumulação: Súmulas 37 e 387 do STJ* Fundamentações: Artigo 5º, V e X da CF; Artigos 186, 187 e 927 do CC

DESPESAS COM TRATAMENTO (ART. 949,CC)LUCROS CESSANTES (ART. 949,CC)PENSÃO VITALÍCIA (ARTS. 950 E 951 CC)

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

RESPONSABILIDADE CIVIL (CC)

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará oofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim daconvalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer oseu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização,além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou,ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização sejaarbitrada e paga de uma só vez.

Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso deindenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, pornegligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe omal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

RESPONSABILIDADE CIVIL (CC)

2. OUTROS PEDIDOS:

2.1 - CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL OU INCLUSÃO NA FOLHA DEPAGAMENTO (ART. 533 DO NCPC)

2.2 - CONVÊNIO MÉDICO VITALÍCIO

2.3 - DANO INDIRETO / REFLEXO / RICOCHETE

2.4 - PENSÃO

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.1 - CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL OU INCLUSÃO NA FOLHA DE PAGAMENTO ???

“Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá aoexecutado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento dovalor mensal da pensão.

§1º O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveissuscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, seráinalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se empatrimônio de afetação.

§2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha depagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado,por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz..

“Súmula 313 do STJ - Em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária aconstituição de capital ou caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão,independentemente da situação financeira do demandado.”

“Art. 805. (NPC) Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover aexecução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.

Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicaroutros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos jádeterminados.” 13

CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL OU INCLUSÃO NA FOLHA DE PAGAMENTO

“[...] 5. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. O objetivo da constituição de capital prevista no caputdo art. 475-Q do CPC é garantir o cumprimento da decisão em que foi deferido o pagamentode prestações periódicas, acobertando o empregado de variações econômicas que podemocasionar a falência ou encerramento das atividades da empresa devedora. A pretensão dasempresas privadas de garantir a pensão pela simples inclusão na folha de pagamentomensal deve ser apreciada com bastante prudência e com análise cuidadosa de todas asvariáveis do caso concreto. Em primeiro lugar porque a determinação do juiz para que odevedor constitua capital, conforme previsto agora no artigo 475-Q do CPC, temfundamento jurídico inquestionável já sedimentado na jurisprudência, desde os revogadosartigos 911 e 912 do CPC de 1939. Por outro enfoque, ninguém desconhece que ocorremfalências inesperadas, mesmo em grandes corporações. Além disso, o pensionamento podeter duração prolongada por várias décadas, pelo que qualquer previsão sobre a solidezeconômica do devedor é arriscada e precária. Por causa de tais receios e das lições daexperiência, o entendimento no âmbito do STJ é o de que a constituição de capital para asempresas privadas não deve ser dispensada. Com a pacificação desse posicionamento, o STJ,em 2005, adotou a Súmula nº 313, com o seguinte enunciado: -Em ação de indenização,procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução fidejussória para agarantia de pagamento da pensão, independentemente da situação financeira dodemandado-. Diante do exposto, considero prudente a determinação de constituição decapital pelo Tribunal de origem. Recurso de Revista não conhecido. [...]” (g.n.)

(TST - RR - 44400-08.2007.5.15.0036, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/08/2012)

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.2 - CONVÊNIO MÉDICO

1. QUAL A BASE LEGAL PARA PLEITEAR ?- Artigos 949 e 950 do CC + Artigos 1º, III; 3º, I e IV; 5º, caput; 6º;170, caput e inciso III; 193 e 196, todos da CF/88- Princípio do restitutio in integrum

2. SERÁ SEMPRE DEVIDO ?- Faça prova da necessidade- Doenças que necessitam de tratamento

3. A EMPRESA DEVE CUSTEAR A INTEGRALIDADEDO VALOR ?

- Rcda = Analogicamente, pedir para que, casocondenada, que o reclamante custeie sua cota,como os demais empregados. 15

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.2 - CONVÊNIO MÉDICO

CÓDIGO CIVIL

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará oofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim daconvalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haversofrido.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possaexercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade detrabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucroscessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente àimportância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que elesofreu....

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.3 - REPARAÇÃO INDIRETA / RICOCHETE / REFLEXA

1 - PLEITEAR REPARAÇÃO INDIRETA POR DANOS MORAIS E MATERIAISTAMBÉM EM CASO DE MOLÉSTIA PROFISSIONAL E NÃO APENAS EMCASO DE FALECIMENTO.

2 - A JUSTIÇA DO TRABALHO TEM COMPETÊNCIA PARA JULGAR ESTASAÇÕES, AINDA QUE PROPOSTA PELOS DEPENDENTES OU SEUSSUCESSORES. (Súmula 392 do TST)

3 – POLO ATIVO: ESPÓLIO OU INDIVIDUAL (DEPENDE DO PEDIDO)

4 – PAGAR PENSÃO AOS DEPENDENTES

5 - CABE PEDIDO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS !?

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.3 - REPARAÇÃO INDIRETA / RICOCHETE / REFLEXA

PAGAR PENSÃO AOS DEPENDENTES

"RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LIMITAÇÃO DAPENSÃO MENSAL PARA OS FILHOS MENORES. MORTE DO EMPREGADODECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO. Extrai-se do art. 77, §1º, III, e 2º, doDecreto nº 300/99, que são considerados dependentes econômicos, os filhosaté vinte e um anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física oumentalmente para o trabalho e, que, no caso de estarem cursandoestabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau, areferida dependência se estende até os vinte e quatro anos, inclusive. Nestecontexto, a dependência econômica, conforme se depreende da lei fiscal, épresumida até a data que os filhos completem os 25 anos, idade em que pelaordem natural dos fatos da vida, já estariam aptos ao pleno exercício da vidaprofissional. Precedentes do STJ. Recurso de revista conhecido e não provido."(TST - RR - 648-83.2011.5.12.0050, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga. Data deJulgamento: 04/09/2013, 6ª Turma. Data de Publicação: DEJT 06/09/2013, g.n.).

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.3 - REPARAÇÃO INDIRETA / RICOCHETE / REFLEXA

PAGAR PENSÃO AOS DEPENDENTES

O artigo 1º, §1º, da Lei nº 6.858/80 permite a liberação imediata de cotas destinadasaos menores tendo em vista as despesas necessárias para a subsistência e a educaçãodo incapaz, assim redigido:

"Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contasindividuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, nãorecebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependenteshabilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis emilitares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial,independentemente de inventário ou arrolamento.

§1º - As quotas atribuídas a menores ficarão depositadas em caderneta de poupança, rendendojuros e correção monetária, e só serão disponíveis após o menor completar 18 (dezoito) anos,salvo autorização do juiz para aquisição de imóvel destinado à residência do menor e de suafamília ou para dispêndio necessário à subsistência e educação do menor." (grifo nosso).

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.3 - REPARAÇÃO INDIRETA / RICOCHETE / REFLEXA

CABE PEDIDO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS !?

[...] A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELOSRECLAMANTES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EMPREGADO FALECIDO EM DECORRÊNCIADE ACIDENTE DE TRABALHO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAISPROPOSTA POR SEUS GENITORES. Caracterizada a existência de dissenso pretoriano, dá-seprovimento ao agravo de instrumento para destrancar o recurso de revista. Agravo deinstrumento conhecido e provido. B) RECURSO DE REVISTA. 1. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. EMPREGADO FALECIDO EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTE DE TRABALHO.AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS PROPOSTA POR SEUSGENITORES. A hipótese em análise submete-se à parte final do art. 5º da InstruçãoNormativa nº 27 desta Corte, porquanto se trata de ação trabalhista na qual os genitoresdo empregado falecido postulam indenização por danos morais e materiais. Logo, apresente lide não é decorrente da relação de emprego mantida entre o empregado falecidoe a reclamada, apesar de o direito postulado dela se originar. São devidos, portanto, oshonorários advocatícios, não obstante o não preenchimento dos requisitos previstos nasSúmulas 219 e 329 do TST. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. [...] g.n.

(TST - ARR - 10779-58.2013.5.03.0031, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data deJulgamento: 08/04/2015, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/04/2015)

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.3 - REPARAÇÃO INDIRETA / RICOCHETE / REFLEXA

CABE PEDIDO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS !?

[...] HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ACIDENTE DE TRABALHO. AÇÃOPROPOSTA PELOS SUCESSORES DO EMPREGADO FALECIDO. Trata-se de açãopromovida pelos sucessores do empregado falecido que pleiteiamindenização por danos morais e materiais decorrentes do acidente fatal.Como a indenização é em nome próprio, não deriva de relação de empregomantida entre as partes, embora o direito postulado se origine do vínculo deemprego existente entre o de cujus e os reclamados. Nesse contexto, oshonorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência,independentemente dos requisitos do artigo 14 da Lei nº 5.584/70. Agravode instrumento a que se nega provimento. (TST - ARR - 410-64.2011.5.09.0659 ,Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: 22/03/2017, 2ª Turma, Datade Publicação: DEJT 31/03/2017)

Precedente: AÇÃO RESCISÓRIA - (TST - RO - 6926-30.2014.5.02.0000, Relator Ministro: Douglas AlencarRodrigues, Data de Julgamento: 28/03/2017, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data dePublicação: DEJT 31/03/2017)

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

- QUAL O VALOR DA PENSÃO ?

- SERÃO DEVIDAS PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS !

- PENSÃO EM UM ÚNICA PARCELA OU VITALÍCIA ?

- QUAL A DATA DE INÍCIO DA PENSÃO ?

- COMO SERÁ A CORREÇÃO DA PENSÃO ?

- E NO CASO DE INCAPACIDADE TEMPORÁRIA ?

TUDO ISTO DEVE CONSTAR DA SUA INICIAL E DA DEFESA !!22

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

QUAL O VALOR DA PENSÃO ?

SEMPRE QUESTIONAR SE O RECLAMANTE ESTÁ APTO PARA EXERCERO SEU OFÍCIO OU PROFISSÃO?

O artigo 950 do CC dispõe: "Se da ofensa resultar defeito pelo qual oofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhediminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesasdo tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirápensão correspondente à importância do trabalho para que seinabilitou, ou da depreciação que ele sofreu".

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

QUAL O VALOR DA PENSÃO ?

A regra colacionada estabelece duas possibilidades:

1) defeito que impede o exercício do mesmo ofício ou profissão; e

2) defeito que não impede o exercício do mesmo ofício ou profissão,mas acarreta dificuldade para o mesmo trabalho, daí a diminuiçãoda capacidade para o trabalho.

Sendo assim, se há impedimento para o mesmo ofício ou profissão(1), a pensão deve corresponder à importância deste trabalho, ouseja, ao valor de 100% do salário que recebia corrigido pelos índicesde sua categoria.

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“[...] RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE 1. ACIDENTE DOTRABALHO. PENSIONAMENTO. PERCENTUAL CORRESPONDENTE. INCAPACIDADETOTAL PARA A FUNÇÃO QUE EXERCIA NA ÉPOCA DO ACIDENTE. PROVIMENTO. Oparâmetro utilizado pela lei (artigo 950 do CC) para mensurar a incapacidadepermanente (seja total ou parcial) é a incapacidade para o trabalho que erarealizado na data do acidente do trabalho. Assim, ainda que possível a reabilitaçãopara outra função, mas desde que não possa mais exercer aquela atividadehabitualmente prestada, a indenização será fixada na integralidade daremuneração do trabalhador. A Corte Regional registrou que o autor ficouincapacitado totalmente para a função que exercia (plataformista), e ainda tevereduzida sua capacidade laborativa em 20%. Assim, o reclamante, tal comopreceitua o artigo 950 do Código Civil, está totalmente inabilitado para a funçãoque exercia. Logo, ao contrário do que concluiu o Tribunal Regional, a pensão devecorresponder à totalidade (100%) dos vencimentos da função para o qual seinabilitou e não apenas a 20% como restou consignado na decisão. Recurso derevista de que se conhece e a que se dá provimento. [...]”

(TST - ARR - 93400-19.2009.5.01.0481 , Relator Ministro: Guilherme AugustoCaputo Bastos, Data de Julgamento: 24/02/2016, 5ª TURMA, Data de Publicação:DEJT 04/03/2016)

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

- QUAL O VALOR DA PENSÃO ?

APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 86 DA LEI 8.213/91PENSÃO DE 50%

Considerando o disposto no artigo 8º da CLT e no artigo 140 doNCPC que permitem que se recorra à analogia, e tendo em vistaque o artigo 86 da Lei 8.213/91 trata exatamente de prestaçãopor acidente do trabalho no caso de seqüelas que impliquemredução da capacidade do trabalho que habitualmente oempregado exercia, razoável se aplicar o percentual de 50%previsto no artigo em comento.

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CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

- QUAL O VALOR DA PENSÃO ?

DA NÃO APLICAÇÃO DA TABELA DA SUSEP

Constata-se que a própria Tabela da Susep excluir como parâmetro da indenização poracidente pessoal os acidentes de trabalho.

“Art. 1º - O seguro tem por objetivo garantir o pagamento de uma indenização aosegurado ou a seus beneficiários, caso aquele venha a sofrer um acidente pessoal,observadas as condições contratuais....§3º - Não se incluem no conceito de acidente pessoal:I - as doenças (incluídas as profissionais), quaisquer que sejam suas causas, ainda queprovocadas, desencadeadas ou agravadas, direta ou indiretamente por acidente,ressalvadas as infecções, estados septicêmicos e embolias, resultantes de ferimentovisível;...” (grifo do autor)

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EMENTA:

“Pensão mensal vitalícia. Tabela da Susep.Impropriedade. No Direito do Trabalho a pensãomensal vitalícia por acidente ou doença do trabalho éarbitrada em face do grau da perda do potencial deempregabilidade ou ascensão profissional, enquantoque a tabela da Susep expressa a perda da capacidadefisiológica de caráter previdenciário.” (g.n.)

(TRT 2ªR, Acórdão 20160091009, 15ª Turma, Des.(a)Relatora Silvana Abramo, DOE: 08/03/2016).

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INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL. DOENÇA OCUPACIONAL (LER). PENSÃO MENSAL. PERDATOTAL DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO EXERCIDO NA RECLAMADA. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. PENSÃO MENSAL VITALÍCIA CORRESPONDENTE A 100% (CEM POR CENTO) DAMÉDIA REMUNERATÓRIA RECEBIDA À ÉPOCA DO DANO. No caso, a reclamante, emdecorrência das atividades desempenhadas na reclamada, foi vítima de doença ocupacional(LER), tendo sido aposentada por invalidez pelo INSS, em razão da citada doença ocupacional.Com efeito, a indenização por danos materiais deve corresponder à exata extensão do dano,nos termos do artigo 944 do Código Civil de 2002. Se o ato danoso ocasionou a perda total dacapacidade laborativa da reclamante, a indenização deve corresponder, objetivamente, aovalor que ela deixou de receber caso estivesse em atividade. Logo, por aplicação do princípioque assegura, em tais casos, a restitutio in integrum, a pensão mensal deve ser fixada combase nos valores referentes ao ofício ou à profissão anteriormente praticada e corresponder aovalor total da remuneração pelo trabalhador então percebida, de acordo com os limitestraçados no citado dispositivo. Assim, se o ato danoso ocasionou a perda total da capacidadelaborativa do reclamante, a indenização deve corresponder, objetivamente, a totalidade dovalor que ele deixou de receber caso estivesse em atividade, ou seja, 100% de sua capacidade,sendo inaplicável o cálculo da incapacidade pela Tabela da Susep, como decidiu o Regional.Dessa forma, o Tribunal a quo, ao fixar a pensão mensal no percentual de 35% da capacidadelaboral da reclamante sobre a remuneração percebida por ela, que se tornou totalmenteincapaz para o trabalho, tendo sido aposentada por invalidez, violou os limites e parâmetrostraçados no artigo 950 do Código Civil de 2002. Recurso de revista conhecido e provido. [...]”

(TST - RR - 57000-70.2007.5.09.0669, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento:21/05/2014, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/05/2014) 29

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

- SERÃO DEVIDAS PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS !- COMO SERÁ A CORREÇÃO DA PENSÃO ?- QUAL A DATA DE INÍCIO DA PENSÃO ?

Entende o reclamante, ser-lhe devida pensão mensal e vitalícia (arts.950 e 951 do CC) correspondente ao grau de redução de capacidadelaborativa sofrida de 100% com base no salário percebido pelo autor, ouno mínimo 50% (artigo 86 da Lei 8.213/91), incluindo-se o 13% salário,férias + 1/3 e FGTS, desde o seu primeiro afastamento da data doevento danoso (17/07/2013), ou outra data que entender de direito,além das parcelas vincendas.

Importante observar que as parcelas vencidas e vincendas deverão serreajustadas com os índices de sua categoria, ou pelos índices utilizadospara reajuste do salário mínimo, ou outro, como entender Vsa.Exa.,além de correção monetária e juros de mora. 30

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

- E NO CASO DE INCAPACIDADE TEMPORÁRIA ?

Subsidiariamente, caso seja constatada que a incapacidade étemporária, entende a reclamante ter direito a pensão mensal e aoconvênio médico até que venha a ter sua capacidade laborativarestabelecida, nos termos do artigo 950 do CC.

“Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ouprofissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas dotratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente àimportância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. ...” (grifodo autor)

Contudo, é evidente que a decisão, nestes moldes, comportaria acláusula rebus sic stantibus e, portanto, eventual revisão pelos meiosprocessuais adequados, no momento oportuno, caso a autora retomeplenamente sua capacidade de trabalho. 31

CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADOR

2.4 - PENSÃO

- E NO CASO DE FALECIMENTO DO RECLAMANTE ?

Em caso de falecimento da reclamante, pleiteia seja a pensão vitalíciatransferida aos dependentes habilitados juntos à Previdência Social naocasião, pois a reparação do prejuízo visa manter ao núcleo familiar omesmo padrão de vida que era assegurado, até então, pelosrendimentos da vítima.

No caso de existência de vários beneficiários da pensão, deverá haverrateio igualitário, sendo que o falecimento de um deles implicará areversão de sua quota em favor dos demais, conforme aplicaçãoanalógica do artigo 77, §1º da Lei 8.213/91, in verbis:

“Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateadaentre todos em parte iguais.Parágrafo primeiro. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo

direito à pensão cessar.” 32

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

REQUISITOS (3):

1. DANO / PREJUÍZO- INCAPACIDADE PARCIAL / TOTAL OU MORTE

2. ATO- AÇÃO OU OMISSÃO (ART. 186 DO CC)

- NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA OU IMPERÍCIA (ART. 187 DO CC)

3. NEXO INFOTUNÍSTICO- CAUSA OU CONCAUSA

Lei 8.213/91

“Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ouperda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atençãomédica para a sua recuperação;...” (+ ART.951 CC)

33

PRECISO PROVAR A CULPA OU DOLO ??

TEORIA SUBJETIVA

É NECESSÁRIO PROVAR A CULPA OU DOLO DO EMPREGADOR !!

BASE LEGAL: ARTIGO 7º, XXVII DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,além de outros que visem à melhoria de sua condiçãosocial:...XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo doempregador, sem excluir a indenização a que este estáobrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;...”

34

[...] II. RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ACIDENTEDE TRABALHO. ÔNUS DA PROVA. Ao decidir a controvérsia, o TRT asseverou que a Reclamantedeixou escorregar de suas mãos uma caixa plástica com frutas, o que provocou fratura no dedo do péesquerdo (escoriações, fraturas do 1º e 4º dedos, arrancamento de unha com lesões de tecidosmoles no 1º dedo), culminando com a realização de cirurgias. Entendeu incidir a teoria do risco,também refutando a conclusão pericial de que teria havido a queda da caixa de frutas sobre um dospés da trabalhadora, mas simples escorregão, fato contrariado pela própria expedição da CAT. Naforma legal, nos casos em que a atividade empresarial se desenvolve em um ambiente que impliquerisco diferenciado para direitos de outrem, cogitar-se-á da aplicação da teoria do risco (CC, art. 927,parágrafo único), o que não ocorre no caso dos autos. Aplicável, portanto, a responsabilidadesubjetiva, deve ser pontuado que a reparação civil capaz de ensejar indenização por dano moralnecessita da prova robusta dos requisitos previstos no art. 186 do Código Civil: i) ação ou omissão doempregador; ii) culpa ou dolo do agente e iii) relação de causalidade. Na hipótese dos autos, cabe,então, perquirir se houve culpa da Reclamada no acidente, sendo este ônus do Reclamante, uma vezque constitutivo do seu direito. A única circunstância revelada envolve o fato de o acidente terocorrido no local de trabalho, aspecto que, por si só, não é suficiente para aplicar a teoria do risco enão exime a trabalhadora, por conseguinte, do ônus de comprovar, por exemplo, alguma dascircunstâncias que poderiam ensejar a reparação pretendida, entre as quais a referida pelo juízoregional, embora em sentido contrário -- qual seja a de que o piso estava molhado ou de que osequipamentos manuseados (caixa para transporte de frutas) não reuniam condições adequadas. Porisso, ao imputar à empresa a prova do fato constitutivo, sem que existissem quaisquer outroselementos de convicção, a Corte Regional incorreu em violação do art. 818 da CLT e 333, I, doCPC/73. Recurso de revista conhecido e provido.

(TST - RR - 228-94.2012.5.04.0461 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de Julgamento: 11/05/2016, 7ª Turma, Data dePublicação: DEJT 13/05/2016) 35

HÁ NECESSIDADE DA PROVA DA CULPA OU DOLO ??

TEORIA OBJETIVA (RISCO DA ATIVIDADE),NÃO É NECESSÁRIA A PROVA DA CULPA OU DOLO DO EMPREGADOR

BASE LEGAL: CÓDIGO CIVIL

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

“Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e asempresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postosem circulação.”

“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:...III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício dotrabalho que lhes competir, ou em razão dele;...”.

“Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa desua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.”

36

HÁ NECESSIDADE DA PROVA DA CULPA OU DOLO ??

TEORIA OBJETIVA (RISCO DA ATIVIDADE)

DESNECESSÁRIA A PROVA DA CULPA OU DOLO DO EMPREGADOR

BASE LEGAL: *ARTIGO 2º DA CLT*ENUNCIADOS 37, 38 e 41 da 1ª Jornada de Dir. Material e

Processual na Justiça do Trabalho (Anamatra e TST)

“Art. 2º - CONSIDERA-SE EMPREGADOR A EMPRESA, INDIVIDUAL OU COLETIVA, QUE, ASSUMINDO OS RISCOSDA ATIVIDADE ECONÔMICA, ADMITE, ASSALARIA E DIRIGE A PRESTAÇÃO PESSOAL DE SERVIÇO....”

37. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA NO ACIDENTE DE TRABALHO. ATIVIDADE DE RISCO. Aplica-se o art.927, parágrafo único, do Código Civil nos acidentes do trabalho. O art. 7º, XXVIII, da Constituição daRepública, não constitui óbice à aplicação desse dispositivo legal, visto que seu caput garante a inclusão deoutros direitos que visem à melhoria da condição social dos trabalhadores.

38. RESPONSABILIDADE CIVIL. DOENÇAS OCUPACIONAIS DECORRENTES DOS DANOS AO MEIO AMBIENTEDO TRABALHO. Nas doenças ocupacionais decorrentes dos danos ao meio ambiente do trabalho, aresponsabilidade do empregador é objetiva. Interpretação sistemática dos artigos 7º, XXVIII, 200, VIII, 225,§3º, da Constituição Federal e do art. 14, §1º, da Lei 6.938/81.

41. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. ÔNUS DA PROVA. Cabe a inversão do ônus daprova em favor da vítima nas ações indenizatórias por acidente do trabalho.

37

“[...] DANO MORAL. MOTORISTA DE CAMINHÃO. ENTREGADOR DE BEBIDAS. ASSALTOEM SERVIÇO POR DUAS VEZES. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 1. O novo Código CivilBrasileiro manteve, como regra, a teoria da responsabilidade civil subjetiva, calcada naculpa. Inovando, porém, em relação ao Código Civil de 1916, passou a prever,expressamente, a responsabilidade civil objetiva do empregador, com fundamento norisco gerado pela atividade empresarial (artigo 927, parágrafo único, do Código Civil). Talacréscimo apenas veio a coroar o entendimento de que os danos sofridos pelotrabalhador, em razão da execução do contrato de emprego, conduzem àresponsabilidade objetiva do empregador, quando a atividade laboral é considerada derisco. 2. A atividade de motorista de caminhão cuja tarefa consiste em efetuar a entregade bebidas a estabelecimentos comerciais, transportando-se certa quantidade denumerário, em face de sua natureza, configura-se como de risco, porquanto expõe otrabalhador à possibilidade de ocorrência de sinistros durante as viagens, como no casodos autos, em que o reclamante fora vítima de dois assaltos, diante da atual situação dasegurança pública. Em circunstâncias tais, deve o empregador responder de formaobjetiva na ocorrência de assalto, por se tratar de evento danoso ao direito dapersonalidade do trabalhador. Hipótese de incidência do parágrafo único do artigo 927do Código Civil. 3. Recurso de Revista conhecido e não provido. [...]”

(TST - RR - 1356-51.2011.5.04.0020 , Relator Desembargador Convocado: Marcelo LamegoPertence, Data de Julgamento: 08/06/2016, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/06/2016)

38

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

3. NEXO CAUSAL

- NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO (CNAE X CID)

A LEI 11.340/06 INTRODUZIU O ARTIGO 21-A À LEI 8.213/91:

“Art. 21-A. A PERÍCIA MÉDICA DO INSS CONSIDERARÁ CARACTERIZADA A NATUREZAACIDENTÁRIA DA INCAPACIDADE QUANDO CONSTATAR OCORRÊNCIA DE NEXO TÉCNICOEPIDEMIOLÓGICO ENTRE O TRABALHO E O AGRAVO, DECORRENTE DA RELAÇÃO ENTREA ATIVIDADE DA EMPRESA E A ENTIDADE MÓRBIDA MOTIVADORA DA INCAPACIDADEELENCADA NA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS - CID, EMCONFORMIDADE COM O QUE DISPUSER O REGULAMENTO.”

Na 1ª Jornada de Direito do Trabalho promovida pelo TST e aANAMATRA foi aprovado o Enunciado nº 42:

“PRESUME- SE A OCORRÊNCIA DE ACIDENTE DO TRABALHO, MESMO SEM A EMISSÃODA CAT – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO, QUANDO HOUVER NEXOTÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO CONFORME ART. 21-A DA LEI 8.213/1991.”

39

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

3. NEXO CAUSAL

- NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO (CNAE X CID)

DECRETO 3.048/99

“Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela períciamédica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo....§ 3o Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando severificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e aentidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na ClassificaçãoInternacional de Doenças - CID em conformidade com o disposto na Lista C doAnexo II deste Regulamento....”

40

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

“O NTEP, a partir do cruzamento das informações de código da ClassificaçãoInternacional de Doenças – CID-10 e do código da Classificação Nacional deAtividade Econômica – CNAE aponta a existência de uma relação entre a lesãoou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador. A indicação de NTEPestá embasada em estudos científicos alinhados com os fundamentos daestatística e epidemiologia. A partir dessa referência, a medicina pericial doINSS ganha mais uma importante ferramenta auxiliar em suas análises paraconclusão sobre a natureza da incapacidade ao trabalho apresentada, se denatureza previdenciária ou acidentária.

O NTEP foi implementado nos sistemas informatizados do INSS, paraconcessão de benefícios, em abril de 2007 e de imediato provocou umamudança radical no perfil da concessão de auxílios-doença de naturezaacidentária: houve um incremento da ordem de 148%. Este valor permiteconsiderar a hipótese que havia um mascaramento na notificação de acidentese doenças do trabalho.” (http://www.mtps.gov.br/)

41

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO (CNAE X CID)

TEM QUE EXISTIR UMA CORRELAÇÃO ENTRE:

A MOLÉSTIA (CID-10) X ATIVIDADE ECONÔMICA DAEMPRESA (CNAE)

CNAE = CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICASCID = CADASTRO INTERNACIONAL DOENÇAS

- COMO DESCOBRIR O CNAE DA EMPRESA ?- COMO DESCOBRIR O CID DA DOENÇA ?- COMO EU FAÇO ESTE CONFRONTO ?

VER RELAÇÃO ELABORADA NO DECRETO 3.048/99 - “LISTA A e C”

42

43

44

VER TAMBÉM NO ANEXO V do Decreto nº 3.048/99 45

MEU CLIENTE FOI DIAGNOSTICADO COM AS SEGUINTES MOLÉSTIAS:

SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR (CID M75.1);

TENDINITE NO PUNHO (CID M75); e

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (CID G56)

SERÁ QUE ESTAS MOLÉSTIAS SÃO COMUNSNOS EMPREGADOS DESTA EMPRESA ??

46

EXEMPLO: É SÓ FAZER O CONFRONTO !!

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ESTÁ ENQUADRADO NO CNAE (CLASSIFICAÇÃO NACIONALDE ATIVIDADE ECONÔMICAS) SOB O N.º 6423

MOLÉSTIAS PROFISSIONAIS RELACIONADAS A LER/DORT: SÍNDROME DO MANGUITOROTADOR (CID M75.1); TENDINITE PUNHO DIREITO (CID M75) E SÍNDROME DO TÚNELDO CARPO (CID G56).

VEJAMOS O QUADRO PREVISTO NO DECRETO 3.048/99 - ANEXO II - LISTA C :

INTERVALO CID-10

G50-G59

CNAE0155 1011 1012 1013 1062 1093 1095 1313 1351 1411 14121421 1529 1531 1532 1533 1539 1540 2063 2123 2211 22222223 2229 2349 2542 2593 2640 2710 2759 2944 2945 32403250 4711 5611 5612 5620 6110 6120 6130 6141 6142 61436190 6422 6423 8121 8122 8129 8610

INTERVALO CID-10

M60-M79

CNAE3812 3821 3822 3839 3900 4221 4632 4634 4711 4713 49125111 5120 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5320 5612 56206021 6022 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6209 63116399 6422 6423 6431 6550 7410 7490 7719 7733 8121 81228129 8211 8219 8220 8230 8291 8292 8299 8610 9420 9601

47

QUAL A CONSEQUÊNCIA PARA OPROCESSO SE FICAR CARACTERIZADOO NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICONO CASO DO MEU CLIENTE ?

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO (CNAE X CID)

48

EMENTA 1

“PRESENÇA DO NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO ENTREATIVIDADE DA RÉ E DOENÇA OCUPACIONAL DARECLAMANTE. PRESUNÇÃO DO NEXO CAUSAL E DAATIVIDADE DE RISCO. ÔNUS DA PROVA DA EMPREGADORADE DESBASTAR AS PRESUNÇÕES EM QUESTÃO. Aconstatação da presença do nexo técnico epidemiológicoentre as atividades da empresa e a doença ocupacional dotrabalhador faz presumir não apenas a existência do nexocausal entre a atividade e a doença, como, também, aatividade de risco, configurando-se, então, o ônus da prova acargo do empregador.”

TRT 2ª Região – 4ª Turma – Acórdão 20140690780 – DOE: 29/08/2014

49

EMENTA 2

“1. NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO. DOENÇA DOTRABALHO. O Nexo Técnico Epidemiológico é umametodologia que identifica quais doenças e acidentes estãorelacionados com a prática de uma determinada atividadeprofissional. Assim, quando o trabalhador contrair umaenfermidade diretamente relacionada ao labor ficacaracterizado o acidente de trabalho. Nesta senda, aempresa deverá provar que a doença não foi causada pelotrabalho, ou seja, o ônus da prova passa a ser doempregador e não mais do empregado. [...].”

TRT 2ª Região – 5ª Turma – Acórdão 20160212175 – DOE: 15/04/2016

50

EMENTA 3 – Reformou a sentença primária

“DOENÇA OCUPACIONAL. PRESENÇA DE NTEP. LOMBALGIA EPROFISSÃO DE MOTORISTA. Embora o respeitável laudo de fls.124/136 tenha considerado que as protusões discais queacometem o reclamante (que trabalhou 11 anos na reclamadacomo motorista e se encontra, atualmente, aposentado porinvalidez) tenham apenas natureza degenerativa, a literaturaespecializada discrepa do Louvado, indicando grandecoincidência entre a doença em questão e a atividadeprofissional desenvolvida pelo autor. Tanto assim é que, noscaso específico dos autos, verificou-se, inclusive, a presença doNTEP entre a doença do reclamante e a atividade da empresa.Dá-se provimento ao recurso, pois, para reconhecer a presençade nexo causal entre a atividade do obreiro e a doença,deferindo, ainda, os pedidos de indenizações.”

TRT 2ª Região – 4ª Turma – Acórdão 20150133531 – DOE: 06/03/201551

“[...] DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO TÉCNICOEPIDEMIOLÓGICO. 1. Comparando-se as doenças citadas no acórdão recorrido e sua respectivaClassificação Internacional de Doenças - CID com a atividade econômica da empresa e a Lista C doAnexo II do Decreto nº 3.048/99, constata-se que a classe da Classificação Nacional de AtividadesEconômicas - CNAE indicada para os intervalos CID M40-54, corresponde à atividade econômica dareclamada, tal seja o transporte rodoviário de passageiros, regular, intermunicipal. 2. Dessarte,considerando que a atividade econômica da empresa se enquadra perfeitamente na descrição dosfatores de risco de natureza ocupacional, tem-se que ficou demonstrado o nexo entre o trabalho e adoença, nos moldes do § 3º do artigo 337 do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, que aprova oRegulamento da Previdência Social e dá outras providências, com a redação que lhe foi dada peloDecreto 6.042/2007. 3. Sendo assim, é ônus da reclamada provar que não se aplica ao caso o nexotécnico epidemiológico, como disposto no §7º do mesmo dispositivo, conforme o qual a empresapoderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso concretomediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o agravo. 4.Recurso de revista conhecido e provido. [...]”

(TST - RR - 141500-27.2004.5.05.0462 , Relator Desembargador Convocado: José Maria Quadros deAlencar, Data de Julgamento: 17/12/2013, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/01/2014)

Outros:

(TST - RR - 1266-91.2010.5.04.0662, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data deJulgamento: 15/06/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/06/2016)

(TST - AIRR - 1018-89.2014.5.11.0016, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data deJulgamento: 11/05/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/05/2016)

52

NOVO CPCMAIOR APTIDÃO PARA A PROVA

Diante de todo o exposto, entende o reclamante ser, nahipótese, viável a inversão do ônus probatório, diante da maioraptidão para a prova ser da reclamada, nos exatos termos doartigo 373, §1º do NCPC:

“Art. 373. O ônus da prova incumbe:

...

§1º. Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades

da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva

dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à

maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário,

poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,

desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que

deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do

ônus que lhe foi atribuído.

...”53

OUTROS PONTOS RELEVANTES

1. QUAL A PRESCRIÇÃO A SER APLICADA (CÍVEL OU TRABALHISTA) ?

2. QUAL O TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO NOS CASOS DEMOLÉSTIA PROFISSIONAL ? (actio nata)

3. O PAGAMENTO DA PENSÃO VITALÍCIA EM UMA ÚNICAPARCELA É OPÇÃO DO PREJUDICADO ?

4. É POSSÍVEL O EMPREGADO OU EMPREGADOR PROPOR AÇÃOPARA REVISÃO ou CESSAÇÃO DA PENSÃO ?

5. É POSSÍVEL A CUMULAÇÃO DA PENSÃO VITALÍCIA PAGA PELOEMPREGADOR COM OUTRO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ?

6. A PENSÃO SERÁ DEVIDA QUANDO O EMPREGO FORREINTEGRADO NA MESMA FUNÇÃO ?

OUTROS PONTOS RELEVANTES

1. QUAL A PRESCRIÇÃO A SER APLICADA (CÍVEL OU TRABALHISTA) ?

CÓDIGO CIVIL DE 1916 = 20 ANOS (Art. 177)CÓDIGO CIVIL DE 2002 = 03 ANOS (Art. 206, §3º, V)CÓDIGO CIVIL DE 2002 = 10 ANOS (Art. 205)TRABALHISTA = ART. 7º, XXIX DA CF

REGRAS DE TRANSIÇÃO (ARTIGO 2.028 CC)

• SE EM 11/01/2003 JÁ TERIA PASSADO MAIS DA METADE DO PRAZO PRESCRICIONALANTERIOR, OU SEJA, METADE 20 ANOS, APLICA-SE A REGRA ANTIGA.

• SE A LESÃO OCORREU HÁ MENOS DE 10 ANOS DA VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO (11/01/2003)APLICA-SE A NOVA REGRA DE 3 ANOS DA DATA DA VIGÊNCIA, OU SEJA, ATÉ 11/01/2006.

PARA AS LESÕES POSTERIORES A EMENDA 45/2004 (31/12/2004) APLICA-SEA REGRA TRABALHISTA.

PARA O TST DEVE-SE DEFINIR A DATA DA CIÊNCIA INEQUÍVOCA.

OUTROS PONTOS RELEVANTES

2. QUAL O TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO NOS CASOS DEMOLÉSTIA PROFISSIONAL ? (actio nata)

SÚMULA 278 DO STJO termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em queo segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

SÚMULA 230 DO STFA prescrição da ação de acidente do trabalho conta-se do exame pericial quecomprovar a enfermidade ou verificar a natureza da incapacidade.

LER/DORT - Processo: AIRR - 146400-72.2008.5.15.0094 Data de Julgamento: 15/06/2016, Relator

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/06/2016.

AMPUTAÇÃO - Processo: AIRR - 1078-87.2010.5.02.0231 Data de Julgamento: 22/02/2017,

Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/02/2017.

3. O PAGAMENTO DA PENSÃO VITALÍCIA EM UMA ÚNICAPARCELA É OPÇÃO DO PREJUDICADO ?

[...] PENSÃO MENSAL. VALOR ARBITRADO. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA.ART. 950, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC. No tocante ao valor arbitrado à pensãomensal, verifica-se da decisão recorrida que o reclamante teve umaredução deaproximadamente 25% do movimento de flexão com redução parcialdacapacidade para o trabalho, razão pela qual não se vislumbra ofensa aosartigos 186, 927, 402 e 950 do Código Civil, na medida em que o parâmetronecessário ao balizamento do pensionamento mensal está diretamente ligadoà extensão do dano e à gravidade da lesão, observados pelo Regional. Quantoà forma de pagamento, nos termos do entendimento do órgão uniformizadorde jurisprudência interna corporis desta Corte Superior, a SDI-1, conquanto oart. 950, parágrafo único, do CC aluda à escolha do prejudicado, o juiz é quemdetém a prerrogativa de decidir sobre o pagamento único ou mensal dapensão estipulada. Recurso de revista não conhecido. [...]

(TST - ARR - 1963-70.2013.5.09.0015, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa,Data de Julgamento: 25/11/2015, 8ªTurma, Publicação: DEJT 27/11/2015)

OUTROS PONTOS RELEVANTES

4. É POSSÍVEL O EMPREGADO OU EMPREGADOR PROPOR AÇÃOPARA REVISÃO ou CESSAÇÃO DA PENSÃO MENSAL?

“[...] DOENÇA PROFISSIONAL. INCAPACIDADE TOTAL PARA A FUNÇÃOEXERCIDA. PENSÃO MENSAL VITALÍCIA. BASE DE CÁLCULO. VALORCORRESPONDENTE À ÚLTIMA REMUNERAÇÃO PERCEBIDA. LIMITAÇÃOTEMPORAL INDEVIDA. 1. Ficou consignado no acórdão o entendimento daCorte Regional de que "para casos de redução permanente da capacidadelaborativa, [...] não há limitação de idade do trabalhador para a percepção dobenefício." 2. A decisão recorrida encontra-se em harmonia com o princípio darestituição integral e em plena consonância com a jurisprudência atual epacífica deste Tribunal Superior do Trabalho. 3. Acresça-se que, na eventualhipótese de o trabalhador recuperar a capacidade para o trabalho, poderá areclamada postular a revisão ou a supressão do pensionamento deferido napresente reclamação, mediante o ajuizamento de ação revisional. 4. Eventualdivergência jurisprudencial superada pelo entendimento desta Corte Superior,aplicável o artigo 896, § 4º (atual §7º), da CLT. Recurso de revista nãoconhecido. [...]” (TST - RR - 9956700-89.2006.5.09.0013, Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª

Turma, Data de Publicação: DEJT 28/08/2015)

OUTROS PONTOS RELEVANTES

4. É POSSÍVEL O EMPREGADO OU EMPREGADOR PROPORAÇÃO PARA REVISÃO ou CESSAÇÃO DA PENSÃO MENSAL?

NCPC

“Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questõesjá decididas relativas à mesma lide, salvo:I - se, tratando-se de relação jurídica de tratocontinuado, sobreveio modificação no estado de fato oude direito, caso em que poderá a parte pedir a revisãodo que foi estatuído na sentença;...”

OUTROS PONTOS RELEVANTES

5. É POSSÍVEL A CUMULAÇÃO DA PENSÃO VITALÍCIA PAGA PELOEMPREGADOR COM OUTRO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ?

ARTIGO 7º, XXVIII da CF/88 + ARTIGO 121 da Lei 8.213/91

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros quevisem à melhoria de sua condição social:...XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, semexcluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ouculpa;...”.

“Art. 121. O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidentedo trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.”

5. É POSSÍVEL A CUMULAÇÃO DA PENSÃO VITALÍCIA PAGA PELOEMPREGADOR COM OUTRO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ?

“[...] II - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014- DESCABIMENTO. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL DOENÇA OCUPACIONAL.LUCROS CESSANTES. CUMULAÇÃO COM O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.Conforme conta da literalidade do art. 950, "caput", do CC, "se da ofensaresultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ouprofissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além dasdespesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirápensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou dadepreciação que ele sofreu". Assim, devida a indenização também nos casos deincapacidade parcial. Ademais, a indenização por danos materiais e o benefícioprevidenciário não se confundem e possuem naturezas distintas, estando acargo de titulares diversos. Não há óbice à sua cumulação. Recurso de revistaconhecido e provido.”

(TST - RR - 40100-64.2012.5.21.0002, Ministro: Alberto Luiz Bresciani de FontanPereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/11/2015)

OUTROS PONTOS RELEVANTES

6. A PENSÃO SERÁ DEVIDA QUANDO O EMPREGO FORREINTEGRADO NA MESMA FUNÇÃO ?

“[...] RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. REDUÇÃO

DA CAPACIDADE LABORAL. PENSÃO MENSAL DEVIDA CONCOMITANTEMENTECOM A REINTEGRAÇÃO. 1. O art. 950 do Código Civil preceitua que, se daofensa resultar defeito pelo qual a vítima não possa exercer o seu ofício ouprofissão, ou que lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização incluirápensão correspondente à importância do trabalho para o qual se inabilitou ouà depreciação que sofreu. 2. Na hipótese, diante da incontroversa redução dacapacidade laborativa, subsiste o direito ao pensionamento mensal naproporção da inabilitação para o trabalho, mesmo quando assegurado o direitoà reintegração, com as mesmas vantagens salariais anteriores. 3. Recurso derevista de que se conhece e a que se dá provimento.”

(TST - RR - 859-26.2010.5.15.0130, Relatora Desembargadora Convocada:Rosalie Michaele Bacila Batista, 4ª Turma, Publicação: DEJT 06/03/2015)

OUTROS PONTOS RELEVANTES

6. A PENSÃO SERÁ DEVIDA QUANDO O EMPREGO FORREINTEGRADO NA MESMA FUNÇÃO ?

"RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE NO TRABALHO. DIREITO COMUM. REDUÇÃO DACAPACIDADE LABORATIVA. PERDA DE DEDOS DA MÃO ESQUERDA. RETORNO ÀSATIVIDADES PROFISSIONAIS. IRRELEVÂNCIA. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL.

- Ainda que tenha retornado o obreiro às mesmas funções, o desempenho do trabalhocom maiores sacrifícios e a dificuldade natural de obter melhores condições no futurojustificam o pagamento de pensão ressarcitória, independentemente de ter havido ounão perda financeira concretamente apurada (REsps ns. 402.833-SP e 588.649-RS).

- 'Em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária a constituição de capitalou caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentementeda situação financeira do demandado' (Súmula n. 313-STJ). Recurso especial conhecidoe provido parcialmente."

(REsp 536.140/RS, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em14/2/2006, DJ 17/4/2006, p. 199) (g.n.)

PÉRÍCIA

QUESITOS:

01. Queira o Sr. Perito descrever detalhadamente quais as atividades ligadas àfunção do reclamante?

02. Queira o Sr. Perito descrever os locais de trabalho do reclamante e os seusgraus de riscos.

03. O reclamante é portador de moléstias? Caso seja positiva a resposta, favordescrever quais são as moléstias e as suas classificações (CID-10)? Favorespecificar uma a uma, sendo a moléstia incapacitante ou não.

04. Quando da sua admissão na reclamada, era o reclamante portador dosmales que hoje lhe acometem?

05. Quando da sua demissão na reclamada, era o reclamante portador dosmales que hoje lhe acometem?

06. Existem passagens do reclamante pelo departamento médico da reclamadaem decorrência das moléstias descritas na inicial?

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07. O contido nas fichas médicas indicam queixas dos males noticiados na inicial?(Problemas nos ombros, na coluna lombar e cervical, bursite, tendinite e etc) ?

08. O reclamante foi transferido ou readaptado em razão de suas moléstias?

09. De acordo com os exames carreados aos autos (ID eb65c16) o reclamante possuiINSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA CRÔNICA (CID J96.1)?

.... fazer isso para todas as moléstias

10. De acordo com a documentação dos autos – CNIS (ID 82e8218) quando do seuafastamento junto ao INSS foi reconhecido o nexo causal?

11. No laudo elaborado pelo Expert da Justiça Comum - Dr. xxxxx, restoucomprovado o nexo causal?

12. O Decreto 3.048/99, traz a relação dos Agentes Patogênicos Causadores deDoenças Profissionais ou do Trabalho, conforme previsto no artigo 20 da Lei8213/91. Entre eles encontram-se as doenças diagnosticadas pelo Sr.Expert?

13. Está caracterizado o Nexo Técnico Epidemiológico em razão da atividade daempresa (CNAE – ver doc. 14 de fls. 39) e as moléstias incapacitantes relacionadasna Classificação Internacional de Doenças – CID? 65

14. O reclamante é obrigado a tomar medicamento constantemente em razão desuas moléstias? Quais ?

15. O reclamante é obrigado a realizar exames e fisioterapia constantemente?

16. Podemos afirmar que as atividades do obreiro deram causa as moléstias quehoje lhe acometem e\ou contribuíram para agravá-las?

17. O reclamante pode exercer suas atividades habituais sem qualquer tipo derestrição?

18. Caso o reclamante volte a exercer suas atividades habituais há possibilidade deagravamento da moléstia ? O reclamante deve ser readaptado ?

19. O reclamante possui incapacidade (parcial ou total)?

20. Sua incapacidade é temporária ou permanente? Se temporária, é possíveldefinir o tempo ? Justifique.

Ver inicial da Elaine

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HONORÁRIOS PERICIAIS

Art. 790-B CLT. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da partesucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita.

Súmula nº 457 do TST - HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA.RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO. RESOLUÇÃO Nº 66/2010 DO CSJT.OBSERVÂNCIA.A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente noobjeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o procedimentodisposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010 do Conselho Superior da Justiça doTrabalho – CSJT.

Súmula nº 341 do TST - HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICOA indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivoshonorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.

OJ 98 DA SDI-2 DO TST. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR EXIGÊNCIA DEDEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAISÉ ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada aincompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando àrealização da perícia, independentemente do depósito.

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ACIDENTE DE TRABALHO

REFLEXOS NO DIREITO DO

TRABALHO

MUITO OBRIGADO !!

João Luiz Bonelli [email protected]

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