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SEGURANÇA ESCOLAR CULTURA Brigada controla milhares de alunos A Brigada de Segurança Escolar controla, em Luanda, 2.832 escolas, um conjunto correspondente a 1.937.922 alunos. No primeiro semestre deste ano, a instituição registou 56 ocorrências. p. 28-29 Miss e Mister Literatura Verónica Afonso e João Binge, de 18 e 25 anos, ostentam as faixas de vencedores da primeira edição do concurso Miss e Mister Literatura Angola - 2017. 16 de Outubro de 2017 Ano 0 • Número 9 • Fátima Manuel, 14 anos, sofreu um acidente no sábado, 23 de Setembro. Perdeu os dois braços. Agora, a batalha é por devolver alguma normalidade à sua vida. LIMPEZA POR ALPINISMO GANHAR A VIDA A ESCALAR PRÉDIOS Proissões há muitas e depende de cada um a que vai abraçar. Por isso, há os empregos mais comuns e os menos, estes só destinados aos mais corajosos. É o caso de quem tem a tarefa de escalar ediícios de até 30 andares, para a limpeza dos vidros. SAÚDE SERVIÇOS ESTÃO MAIS PRÓXIMOS DOS MUNICÍPIOS A Dezenas de novos médicos estão espalhados pelos município de Luanda. A intenção é fazê-los chegar ali onde carecem especialistas e ver estendidos os serviços de saúde a todos os municípios, de acordo com a vocação de cada unidade ou hospital de referencia. ALFABETIZAÇÃO MAIS PESSOAS A LER E ESCREVER Mais de um milhão de cidadãos foram alfabetizados em Luanda, no período de 2007 a 2017. De acordo com a Direcção Provincial da Educação, o processo é assegurado por dois mil alfabetizadores e decorreu em 1.150 pontos da provincia. p. 18-19 p. 3 p. 12-13 ACIDENTE DIFICULDADES O dramático caso da menina Fátima Manuel CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO O grito de socorro do Hospital Sanatório O Hospital Sanatório de Luanda vive dias difíceis. As carências vão da falta de medicamento à deficiente condição de atendimento. Mesmo assim, atende, diariamente, 35 pessoas e faz acompanhamento ambulatório de quatro mil outras. Com capacidade para internar 250 doentes, a unidade, especializada no tratamento da tuberculose, chega a acolher trezentos. p. 4-5 CORAGEM O trabalho de limpeza por alpinismo engaja, sobretudo, jovens MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO p. 31 GOVERNAÇÃO VENTOS DE MUDANÇA NA CAPITAL Novos ventos parecem encaminhar- se em direcção à província de Luanda, concretamente, na forma como passa a ser governada. Pelo menos, ficou a promessa nas palavras do novo governador, Adriano Mendes de Carvalho. Uma relação de proximidade, entre governante e governados, pode ajudar a resolver os problemas. p. 8-9 CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO p. 16-17

ACIDENTE MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO O ...imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/file59e475a36dd62... · conferiu uma nova imagem à orla da cidade. Mas eis que, num repente,

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SEGURANÇA ESCOLARCULTURA

Brigada controlamilhares de alunosA Brigada de Segurança Escolarcontrola, em Luanda, 2.832 escolas,um conjunto correspondente a1.937.922 alunos. No primeirosemestre deste ano, a instituiçãoregistou 56 ocorrências. p. 28-29

Miss e MisterLiteratura

Verónica Afonso e João Binge, de18 e 25 anos, ostentam as faixasde vencedores da primeira edição

do concurso Miss e MisterLiteratura Angola - 2017.

16 de Outubro de 2017 • Ano 0 • Número 9 •

Fátima Manuel, 14 anos, sofreu um acidenteno sábado, 23 de Setembro. Perdeu os doisbraços. Agora, a batalha é por devolver

alguma normalidade à sua vida.LIMPEZA POR ALPINISMO

GANHAR A VIDAA ESCALARPRÉDIOSProfissões há muitas e depende de cadaum a que vai abraçar. Por isso, há osempregos mais comuns e os menos,estes só destinados aos mais corajosos.É o caso de quem tem a tarefa deescalar edifícios de até 30 andares, paraa limpeza dos vidros.

SAÚDE

SERVIÇOS ESTÃOMAIS PRÓXIMOSDOS MUNICÍPIOS A Dezenas de novos médicos estãoespalhados pelos município deLuanda. A intenção é fazê-los chegarali onde carecem especialistas e verestendidos os serviços de saúde atodos os municípios, de acordo com avocação de cada unidade ou hospitalde referencia.

ALFABETIZAÇÃO

MAIS PESSOAS ALER E ESCREVERMais de um milhão de cidadãos foramalfabetizados em Luanda, no períodode 2007 a 2017. De acordo com aDirecção Provincial da Educação, oprocesso é assegurado por dois milalfabetizadores e decorreu em 1.150pontos da provincia.

p. 18-19

p. 3

p. 12-13

ACIDENTE

DIFICULDADES

O dramáticocaso da menina Fátima Manuel

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

O grito de socorro do HospitalSanatório

O Hospital Sanatório de Luanda vive diasdifíceis. As carências vão da falta de

medicamento à deficiente condição deatendimento. Mesmo assim, atende,

diariamente, 35 pessoas e fazacompanhamento ambulatório de quatromil outras. Com capacidade para internar250 doentes, a unidade, especializada no

tratamento da tuberculose, chega a acolhertrezentos. p. 4-5

CORAGEM O trabalho de limpeza poralpinismo engaja, sobretudo, jovens

MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO

p. 31

GOVERNAÇÃO

VENTOS DEMUDANÇANA CAPITALNovos ventos parecem encaminhar-se em direcção à província de Luanda,concretamente, na forma como passaa ser governada. Pelo menos, ficou apromessa nas palavras do novogovernador, Adriano Mendes deCarvalho. Uma relação deproximidade, entre governante egovernados, pode ajudar a resolver osproblemas. p. 8-9

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

p. 16-17

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Luandando

CAETANO JÚNIORDirector Executivo

NESTES TEMPOSDE CORRECÇÕESE DE MELHORIAS

Oaxioma que suportou a cam-panha eleitoral do candida-to e do partido vencedores

das eleições de 23 de Agosto últimotem legitimidade para ser colocadaem prática. Deve mesmo sê-lo, po-rém, com a contribuição efectiva daMedia, enquanto fiscalizadora ouavaliadora da acção de quem go-verna. Portanto, o papel do jorna-lista é crucial, nestes tempos que sepretendem de ruptura com atitudescontrárias à gestão inclusiva e trans-parente e aos interesses da maioria.

Onde quer que incidam, os ac-tos de quem governa devem ter porperto uma sentinela; uma figura tãoinfluente, que o faça sentir-se es-crutinado e vigiado, logo, na imi-nência de ser denunciado à míni-ma suspeita de contravenção. En-quanto porta-voz de quem elegeuaqueles que governam, o povo, edefensor dos direitos que lhe as-sistem, à Imprensa cabe, pois, de-nunciar actos lesivos ao bem-estarda população e ao Estado.

As páginas que se seguem tra-zem, à guisa de exemplos, situaçõesque devem merecer a atenção e apreocupação das autoridades, emLuanda. São realidades carentes decorrecção ou de melhorias. Mas asatribuições da Media não se cir-cunscrevem na acção de seguir aprestação dos governantes. É tam-bém parte do seu trabalho avaliara actuação dos cidadãos, geral-mente, mais propensos a exigir di-reitos do que a cumprir deveres.

Portanto, a iniciar este períodode corrigir ou melhorar, calha bemuma introspecção, de quem go-verna e de quem é governado.

ENDEA ENDE, em Luanda, deve mudar deatitude. Há situações em que o clien-te quer fazer o pagamento da ener-gia, mas não consegue, porque a co-brança ainda não está no sistema, co-mo dizem os funcionários. O clientevai e volta várias vezes, mas a situa-ção mantém-se. Dias depois, vemuma equipa da empresa cortar aenergia, por falta de pagamento. Semaviso prévio. Mas isso é organização?O cliente merece mais respeito.

Paulo Conceição Talatona

Recolha de lixoVenho, por este meio, agradecer, pe-la oportunidade que este jornal tem

dado aos leitores, para apresenta-rem as suas preocupações sobre oque gostariam de ver mudado nes-ta cidade. Hoje, escrevo para enalte-cer o belo trabalho que muitos fun-cionários das empresas de recolha delixo têm desenvolvido. Com muita hu-mildade, lá estão eles, todas as ma-nhãs e noites, mesmo em zonas on-de não existem contentores.

Abraão GracianoBenfica

Água a correrAlguns meses antes da campanha elei-toral, no meu bairro, começou a se fa-zer a canalização da EPAL. Pensei, er-radamente, que tudo não passava decampanha. Felizmente, eu estava en-ganado! Até hoje, no bairro do Chin-guar, no Benfica, as torneiras jorramágua, apesar de algumas falhas. To-das as semanas temos o precioso lí-quido nas torneiras. Espero que o mes-mo aconteça em toda a cidade.

Esmeralda ManuelChinguar

Postal da CidadeEscreva-nos por e-mail para: [email protected]

NOTA DO DIA

Directores Executivos: Caetano Júnior e Cristina da Silva

Director de Arte: Albino Camana

Sub-Editora: Rosalina Mateta

Jornalistas: Arcângela Rodrigues, Domiana N’Jila, Fula Martins, Helma Reis, João Pedro, Mazarino daCunha, Manuela Mateus, Nilsa Massango, Neusa de Menezes e Solange da Silva

Fotógrafos: Francisco Bernardo, Rogério Tuti, Contreiras Pipa, Domingos Cadência, João Gomes, M. Machangongo e Kindala Manuel

Designer: Irineu Caldeira

Morada: Rua Rainha Jinga 12/26 . Caixa Postal: 13 12

Telefone: 222 02 01 74/222 33 33 44 Fax: 222 33 60 73

Mail: [email protected]

Publicidade: (+244) 926 40 69 29/923 40 27 00 MAIL: [email protected]

Presidente do Conselho deAdministração: António José Ribeiro

Administradores Executivos: VictorManuel Branco Silva Carvalho, EduardoJoão Francisco Minvu, Mateus Franciscodos Santos Júnior, Catarina Vieira Dias daCunha, António Ferreira Gonçalves, CarlosAlberto da Costa Faro Molares D’Abril

Administradores não Executivos:Olímpio de Sousa e Silva, Engrácia ManuelaFrancisco Bernardo

2 OPINIÃO Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

MarginalUM VERDE SAUDÁVELAs críticas abundam em relação à fal-ta de espaços verdes na província deLuanda. É, na verdade, um reparo aoqual não se pode fugir. A escassa "ve-getação" que ainda elevava o orgu-lho do luandense acabou por desa-parecer. A Zona Verde (?) do Alvala-de é um exemplo prático. Uma dasjustificação mais óbvias para o "fe-nómeno" é a falta de água. Sim! Semo chamado "precioso líquido" não hájardim que resista.Há alguns meses, o castanho co-meçou a substituir, aos poucos, overde da Marginal de Luanda, ali noCalçadão, até quase aniquilá-lo. Mui-tas das dezenas de pessoas queusam o local para actividades de ma-

nutenção física queixavam-se da si-tuação. Parecia que o "espaço aglu-tinador" perderia, para sempre, a "flo-ra", que nasceu com o projecto queconferiu uma nova imagem à orlada cidade.Mas eis que, num repente, o quadromudou. O verde renasceu, qual pa-ciente saído de um coma profundo.É uma cor forte, carregada e bem tra-tada por homens e mulheres que, dia-riamente, se ocupam com a tarefade a manter viva. E a água lá está tam-bém, em abundância. Aquela zona da baixa da capital pul-sa, respira e oferece qualidade à vi-da de quem por lá passa ou decideficar, por instante, a apreciar a bele-za que a circunda.

MARIA AUGUSTA |EDIÇÕES NOVEMBRO

Sub-Editora

Mas as atribuições daMedia não se circuns-

crevem na acção de seguir os governantes

A palavra ao leitor

IMENSA DOR NA ALMA PELA MENINA FÁTIMA

No nosso labor, há dias em que a condição decomuns mortais nos refreia a ânsia de sermos osprimeiros a dar a notícia do “dia”. Há factos que nosfazem perder a noção de que o interesse público estáem primeiro lugar e que a nossa missão é informarcom rapidez e verdade.Que ânimo pode existir, quando se nos apresentamum facto que transcende o profissionalismo e afectao nosso ser; a alma? Há inércia. As ideias não fluem. Otexto não sai. A mente bloqueia, literalmente. Não hácondição para redigir qualquer texto. É isso mesmoque dá vontade de dizer ao chefe.Mas ninguém entenderá. Nem o próprio chefe, quesabe que o oficio também desperta emoções esomos tomados por elas. Assim, há que buscarestímulo na convicção de que o texto a produzirpode ser o ponto de partida para despertar asociedade para uma dada realidade.Assim o fiz para falar de Fátima Manuel! Uma ilustredesconhecida de 14 anos de idade. A Faty ficou semos dois braços, no passado dia 23 de Setembro. Foiatropelada por um imprudente automobilista.Dramático! Não podia dar-vos esta notícia cingindo-meà cartilha do jornalismo. As perguntas clássicasdeixaram de ter qualquer relevância, diante da durarealidade que a menina vivencia.Por inocência ou incredulidade, a Faty disse-me: “sóquero os meus braços de volta!” Dá para segurar aslágrimas? Fiquei em silêncio. Faltaram-me palavraspara, ao menos, consolá-la. Como ousaria, eu, dar-lhequalquer esperança, se, naquele instante, a minhanatural pequenez era já sufocada pelo seu sincero edesesperado desejo de continuar a estudar, logo, aescrever? Mas, com que mãos? Continuo sem vislumbrar um futuro “independente”para Faty, embora tenha conhecimento que a medicina,enquanto ciências, em determinados países do mundo,mostra avanços animadores e promissores para váriaspatologias ou traumas. Mas, a menina, apesar de crenteem Deus, é angolana. O nosso campo médico poucoou nada lhe oferecerá. A família, ciente disso, pensa quea solução está na Alemanha. Porém, não tem dinheiropara a viagem, tampouco para pagar o tratamento.A Faty tem fé em que aparecerão pessoas caridosas,individuais ou colectivas, para ajudá-la a ir à busca dostão almejados braços. Se calhar, não seria utopiapensar nuns membros superiores biônicos. Com amorao próximo, com certeza, todos conseguimos oferecer-lhes uns braços artificiais, cujas mãos tenham amobilidade necessária para que a menina volte aescrever o seu futuro. Ajudemos a Faty. Livremo-nosda culpa e da dor na alma.

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SAÚDE

CATARINA OATANHACACUACO TINHA

APENAS 12 MÉDICOSO município contava apenas com 12

médicos angolanos. Com a chegada demais 21, o número sobe para 32, que,adicionados aos 11 expatriados, vão

permitir o atendimento médio de três milcidadãos para cada profissional.

ASSISTÊNCIANOVOS QUADROS

ASSUMEM COMPROMISSO Os novos quadros comprometem-se atrabalhar em prol da profissão e na

assistência às pessoas. A malária, doençasdiarreicas e respiratórias agudas,

conjuntivite e cólera são as doenças maisfrequentes nessas localidades.

Dezenas de novos médicos estãoespalhados pelos município deLuanda. A intenção é fazê-los

chegar ali onde carecem especialistase ver estendidos os serviços de saúdea todos os municípios, de acordo coma vocação de cada unidade ou hospi-tal de referência.

O município de Cacuaco, na pro-víncia de Luanda, conta com 21 novosmédicos, que vão funcionar nos centrosde saúde da Barra do Bengo, Kicolo, Se-quele, ex-Leprosaria da Funda, CentroMaterno Infantil da Funda e no Hos-pital Municipal de Cacuaco. A par deIcolo e Bengo, foram também contem-plados com novos médicos os municí-pios de Cacuaco e da Quiçama.

Catarina Oatanha, directora da Saú-de de Cacuaco, lembrou que o municí-pio contava apenas com 12 médicos an-golanos. Com a chegada de mais 21, onúmero sobe para 32 profissionais, que,adicionados aos 11 expatriados, vão per-mitir um atendimento médio de trêsmil cidadãos para cada um.

A directora considerou insuficien-te o número de médicos, tendo em con-ta a população, estimada em mais deum milhão de habitantes. Catarina Oa-tanha explicou que o município dis-põe de 18 unidades sanitárias.

No quadro do Programa de Inves-timentos Públicos, estão em constru-ção os Centros de Saúde da Centrali-dade do Sequele, do bairro Belo Mon-te e a reabilitação da antiga Leprosariada Funda, acrescentou a responsável.A responsável admitiu que 80 por cen-to dos pacientes no município eramconsultados por enfermeiros.

ICOLO E BENGOOs seis médicos que agora exercemfunções no município do Icolo e Ben-go são formados em Cuba e na Uni-versidade Jean Paget, em Luanda e es-tão especializados em medicina in-terna-geral. Alexandrina GasparFernandes, directora municipal deSaúde de Icolo e Bengo, explicou que,do total de profissionais, quatro estãodistribuídos nos centros de saúde es-palhados pelo município, enquanto osoutros dois reforçam as equipas móveisavançadas. Com os profissionais que

se juntam aos nove médicos do mu-nícipio, o grupo perfaz um total de15 e passa a ser controlado pela Di-recção Municipal de Saúde.

Em Icolo e Bengo, o número de mé-dicos também não satisfaz a demandado município, que necessita de mais15 especialistas de diversas áreas, deacordo com a directora municipal. Osector da Saúde controla 30 unidadessanitárias, asseguradas por 220 pro-fissionais, entre médicos, enfermeiros,técnicos de diagnóstico, fisioterapeu-tas e pessoal de apoio hospitalar. A uni-dade de maior referência é o HospitalMunicipal. Os restantes são centros epostos de saúde, que estão nas aldeiase comunas do município, esclareceu.

Icolo e Bengo é atravessado pelaEstrada Nacional 220. Quando sur-gem acidentes de aviação, envolven-do camiões e autocarros, sobretudocom muitos passageiros, todos os mé-dicos são mobilizados. AlexandrinaGaspar Fernandes salientou o contri-buto do Instituto de Emergências Mé-dicas. “No caso de o paciente apre-sentar poli-traumatizado, é transferi-do para um hospital de referência, emLuanda”, disse.

Médicos cobrem municípiosCacuaco, Icolo e Bengo e Quiçama com serviços de saúde mais próximos

Fula Martins [email protected]

ATENDIMENTO

COBERTURA Profissionais da saúde vão agora estender o atendimento às zonas mais distantes dos municípios

SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

QUIÇAMA MELHOR SERVIDO

EDIÇÕES NOVEMBRO

Os novos médicos enqua-drados na Quiçama são es-pecialistas em clínica geral.Formados na República deCuba, os profissionais re-cém-admitidos, por con-curso público, juntam-seaos quatros existentes. Oobjectivo é atenuar a es-cassez no atendimento.

Quiçama tem uma re-de composta por 17 unida-des sanitárias, das quaisum hospital municipal, doiscentros de saúde e 14 pos-tos médicos. Entre os novosquadros, dois médicos es-tão no Hospital Municipal,na vila da Muxima, e um noCentro Materno Infantil doCabo Ledo. O director mu-nicipal da saúde, CaetanoJosé Miguel, realçou o em-penho das autoridades noreforço do corpo clínico eno consequente aumentoda capacidade de respos-ta médica à comunidade.

O responsável consi-derou bem-vindo o reforçomédico e anunciou a ela-boração de um calendárioque permita aos profissio-nais deslocar-se às comu-nas. “Os novos médicosvão realizar consultas nascomunas. As autoridadesmunicipais estão a trabalharna criação de condições deacomodação”, garantiu.Caetano Miguel realçou adisponibilização, recente-mente, de uma residênciado tipo T-4, na área do Lon-ga, para os enfermeiros.

Para garantir comodi-dade aos técnicos, estão aser apetrechadas as resi-dências na vila da Muxima.

O director de sáude daQuiçama disse tambémque, para a cobertura totalda população, o municípionecessita de mais 10 mé-dicos, nas especialidadesde clínica geral, ginecolo-gia e obstetrícia.

O responsável mani-festou ser necessário cons-truir um hospital ortopédi-co na comuna do CaboLedo, pois ajudaria a so-correr as vítimas dos aci-dentes que ocorrem, commuita frequência, na Estra-da Nacional 100.

PROFISSIONAISPROMETEMTRABALHOOs novos quadros com-prometem-se a trabalharem prol da profissão e naassistência às pessoas.Mariano António Soeiro,médico de clínica geral,comprometeu-se a dar oseu melhor. Recordou queestão distribuídos em vá-rias unidades hospitala-res do município, com oobjectivo de contribuir pa-ra um melhor atendi-mento. “O médico deveempenhar-se de forma amelhorar o atendimentosanitário nas unidadeshospitalares”, disse.

Os directores munici-pais de saúde de Cacuaco,Icolo e Bengo e Quiçamaapontaram a malária, doen-ças diarreicas e respiratóriasagudas, conjuntivite e cóleracomo as mais frequentesnessas localidades. A situa-ção deve-se à falta de sa-neamento Básico. FM

QUIÇAMA Caetano José Miguel, director da Saúde

3Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

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4 SAÚDE

Passava do meio-dia. Fazíamosuma visita “guiada” a lugarespreviamente estabelecidos do

Hospital Sanatório de Luanda (HSL).Estávamos expressamente proibidosde entrar na enfermaria dos doentescom tuberculose, cujas bactérias sãomulti-resistentes. Avisaram-nos tam-bém do estado deprimente do Bancode Urgências da unidade hospitalar.Ainda assim, tivemos a ousadia de ovisitar. Para variar, a objectiva do nos-so repórter fotográfico começou pordesconfortar os enfermeiros. O indi-víduo da empresa que protege o hos-pital queria-nos dali para fora.

Avançamos a espreitar os cantos doBanco, enquanto o nosso cicerone, Car-los Pedro (responsável pela comunica-ção), troca palavras com o “segurança“, que, mesmo depois de avisado que anossa presença tinha a anuência do di-rector geral, não baixou a guarda. Pou-co importava. Já estávamos lá dentro.Não nos escaparia um diagnóstico.

O estado lastimável dos doentes eas más condições da sala de triagemimpediram que passeássemos apenaspelo Banco. De imediato, fomos toma-dos pela introspecção. O débil estadode saúde dos homens que se achavamdeitados em colchões e um outro noluandu, provavelmente, levado pelosseus familiares, não nos deixaram in-diferentes. Rapidamente, concluimosque nada somos. Também tivemos a

certeza de que dificilmente daríamosao leitor a real dimensão do cenário. Équase fúnebre.

A definhar, mesmo cadavéricos, es-tão maioritariamente homens deitadosou sentados na área de triagem do Ban-co de Urgências. Os enfermeiros pas-sam por nós, apressados. Parecem mui-to engajados. Uma enfermeira parou,por alguns minutos, para nos informarque aquela azáfama era habitual. “Dia-riamente, são atendidas 35 pessoas, masnem todas ficam internadas”.

Neste mesmo instante, entra um ra-paz, com pouco mais de 20 anos. De tãodebilitado, não consegue andar. Está nu-ma cadeira de rodas. Acompanha-o a mãe.O jovem respira com muita dificuldade.Parece desfalecer. A mãe, com muita fé,tenta incentivá-lo a manter-se vivo. “ Ge-nilson (nome fictício) - “ o diabo não po-de te vencer. Clama por aquele Deus emquem sempre confiaste…”, dizia a se-nhora, crente num urgente milagre.

Já a enfermeira, que preparava amascara de oxigénio para Genilson, con-fiava mais na sua técnica e não tinhapressa alguma. Lentamente, manusea-va os meios que ajudariam o pacientea manter o sopro de vida. Os pulmõesdo rapaz recusavam-se a fazer o seu pa-pel. Melhor, o bacilo Koch, o causadorda tuberculose, não os deixavam.

Deixamos o Banco de Urgência, por-que a enfermeira que atendia Genilsonralhava com o nosso repórter de ima-gem, que teimava em fotografá-la. Des-conhecemos a sorte de Genilson. Na-quelo mesmo dia, ainda no período damanhã, morreu um indivíduo do sexo

masculino. Assistimos ao desesperode duas mulheres da família, que, aosgritos, abandonaram o Hospital Sa-natório de Luanda. Mais um óbito aingressar na alta de mortalidade da-quela unidade que de tudo carece.Até de uma reabilitação à infra-es-trutura, para que, ao menos, se tornemenos medonha.

ALERTA AOS FAMILIARESA tuberculose á uma doença infeccio-sa de fácil transmissão. Por esta razão,o director-geral do Hospital Sanatório

de Luanda, Alfredo Wete,alerta os familiares dos pa-cientes a terem muito cui-dado na relação diária comuma pessoa infectada.

“Registamos casos emque, para visitar um deter-minado doente, chegam aohospital dez ou mais mem-bros da família. Todos que-rem estar com o doente… Anossa população desconhe-ce a doença. O uso das mas-caras não os protege total-

mente do bacilo da tubercu-lose que está liberto no ar. Hávários tipos de tuberculose.Temos dificuldades de satis-fazer os familiares em termosde segurança”, Alertou.

Temendo por novas in-fecções, o doutor AlfredoWete sugere a imprensa quedivulgue programas edu-cativos. Concordamos. Pa-ra isso, o Ministério da Saú-de deverá ser o promotordesta campanha.

Hospital Sanatório"luta pela vida"

A unidade hospitalar clama por intervenção.Mesmo assim, diariamente, são atendidas

35 pessoas.

DIAGNÓSTICO

ALERTAPOPULAÇÃO DESCONHECE

OS PERIGOS DA DOENÇA“Registamos casos em que, para visitar

um paciente, chegam ao hospital dez ou maismembros da família. Todos querem estar com o

doente… A nossa população desconhece adoença. O uso das mascaras não protegetotalmente do bacilo da tuberculose”.

DEMANDAPACIENTES CHEGAM

DE OUTRAS PROVÍNCIAS“Recebemos, para internamentos, pacientes

em situação deplorável, vindos dasrestantes províncias do país. Uma pessoacom tuberculose em estado avançado

necessita de um acompanhamento clínicointenso, de pelo menos um mês”.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

AS DIFICULDADES E O CLAMOR DA DIRECÇÃO

O Hospital Sanatório de Luanda (HSL) care-ce de tudo: médicos para a demanda, medidasadequadas de bio-segurança, maqueiros, cata-logadoras, assistentes sociais, etc. A infra-estru-tura está bastante degradada. Não tem água cor-rente, nem esgotos funcionais. Todos os dias, com-pra-se cisternas de agua e tem-se à porta um car-ro limpa-fossas que vai recolher os dejectos.

Para os doentes, faltam camas. Existem250, mas o hospital chega a internar 300 pes-soas. A medicação nem sempre é cabal e a ali-mentação não é a mais recomendada. “Mas osdoentes internados têm todos os dias o pequeno-almoço, o almoço e o jantar”, garantiu o direc-tor-geral. Ele também sabe que, com todas es-tas carências, menos ou mais dificilmente se re-cuperarão os pacientes internados com tuber-culose, sendo que 30 por cento deles tambémtem VIH/SIDA.

O director-geral do HSL justifica que este es-tado das coisas tem a ver com a crise econó-mica. A dotação orçamental de que a unidadebeneficia tornou-se insuficiente. Diante de tan-tas carências, numa analogia entre o HSL e umpaciente, podemos diagnosticar que o primei-ro está em coma profundo.

REALIDADE A taxa de morte no Hospital Sanatório atinge cerca de 27 por cento mensalmente, como reflexo também das muitas dificuldades que a unidade atravessa.

JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO

Rosalina Matetajornal.luanda@ediçõesnovembro.co.ao

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

ADMNISTRAÇÃO Afonso Wete, director-geral

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VARIEDADESPULMONAR E MAISA tuberculose mais frequente entrenós é a pulmonar. Mas tambémexistem outras, consideradas extra-pulmonares. Entre elas, destacam-se:tuberculose cutânea, cerebral,ganglionar (afecta o sistemalinfático), óssea, urinária, etc.

INFECÇÃOPARA ENTENDERA TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença causadapela bactéria de nome Bacilo de Koch. Ela

afecta principalmente os pulmões,causando tosse prolongada, febre,

libertação desnecessária de suor, durantea noite, e perda de peso.

SAÚDE 5Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

Construído em 1967, pelo gover-no colonial, o Hospital Sanató-rio de Luanda viria a ser inau-

gurado quatro anos depois. Com ca-pacidade de internamento actual de250 pacientes, a unidade hospitalarapresenta-se em avançado estado dedegradação. A infra-estrutura não temágua corrente potável, a rede de esgo-to já não funciona e, para complicarainda mais o seu desempenho, sofreuum corte orçamental na ordem de 70por cento, devido à crise financeira queo país atravessa. Ainda assim, vai re-sistindo aos contratempos. Afonso We-te, director-geral, da unidade, faz umaradiografia da instituição que dirige.

Com um corte orçamental na ordemde 70%, como é possível ao hospitalinternar mais de 250 pacientes?Pior seria se o hospital não internas-se esses mais de 250 pacientes, em es-tado clínico crítico. Além dos inter-nados, fazemos seguimento ambula-tório a quatro mil pacientes. Estesnúmeros assustadores reduzem asnossas capacidades técnicas, huma-nas e constituem também um perigopara a Saúde Pública, caso estes pa-cientes sejam abandonados em suascasas. Não tem sido fácil garantir oseguimento regular dos fármacos eda alimentação para os pacientes. OHospital Sanatório de Luanda, comosabem, é o único na capital especia-lizado no tratamento da tuberculose.É difícil imaginar quanto sacrifício fa-zemos. Recebemos, para interna-mentos, pacientes em situação de-plorável, vindos das restantes pro-víncias do país. Uma pessoa comtuberculose em estado avançado ne-cessita de um acompanhamento clí-nico intenso, de pelo menos um mês.Logo, o corte de verba que sofreu aunidade afasta a possibilidade de dardignidade humana aos doentes e atémesmo aos funcionários.

Passados 50 anos, desde a sua cons-trução, como se encontra o estado fí-sico do hospital?À distância, é visível quão degra-dada está a estrutura física do Hos-pital Sanatório de Luanda. Qualquerum vê que a nossa unidade de es-pecialidade está muito mal e é ur-gente uma intervenção profunda ouaté mesmo a construção de um ou-tro sanatório à altura. Há dois anosque não se fazem intervenções pa-liativas, devido ao corte orçamen-tal. Nessa altura, o hospital não temágua corrente e potável, o sistemade esgoto não funciona. Essas de-bilidades põe em risco a saúde dostécnicos do hospital, agrava aindamais a situação clínica dos doentesinternados e, de forma geral, colo-ca em risco a Saúde Pública, dada aperigosidade da bactéria causadorada tuberculose.

O Hospital Sanatório de Luanda rece-be apenas doentes com tuberculose?Não. Seria bom se fossem apenas eles!A tuberculose é o rosto de outrasdoenças, com realce para o VIH-SI-DA. De acordo as estatísticas, em 10internados com tuberculose, três sãoseropositivos. A tuberculose está mui-to associada à SIDA, porque um doen-te com VIH-SIDA fica com o sistemaimunológico debilitado. Logo, é mui-to vulnerável a contrair tuberculose.Temos 30 por cento de pacientes comtuberculose e VIH/SIDA, sendo asmulheres as mais atingidas. Esse nú-mero não só preocupa os médicos eenfermeiros do Hospital Sanatório,como também a sociedade em geral.Assim, aconselhamos a população ac-tiva sexualmente a fazer o teste deforma regular, para saber do seu es-tado serológico.

Como são tratados clinicamente osdoentes e em que estado chegam?Desde que o doente não atinja a quar-ta fase do VIH-SIDA, é possível tra-tar clinicamente as duas enfermida-des com sucesso. Infelizmente, nú-

mero considerável desses doentes chega emestado clínico débil, o que dificulta o trata-mento. Temos de apelar aos infectados comVIH-SIDA para que não deixem que che-guem à última fase da doença. Lembramosque o combate à tuberculose não é uma ta-refa do Ministério da Saúde, mas sim umtrabalho multissectorial, passando pelacriação de condições sociais e económicas,como, por exemplo, a construção de casascondignas, a boa alimentação, as campa-nhas de sensibilização para a prevenção eoutras medidas.

Que fases clínicas têm os doentes com VIH-SIDA?De acordo com a Organização Mundial daSaúde (OMS), e para um melhor estudo, odoente infectado com o VIH-SIDA tem qua-tro fases distintas. A primeira fase é caracte-rizada por um período (pode ser mais de 10anos), em que não se regista qualquer sinto-ma. A pessoa infectada sente-se saudável. Asegunda é o período em que o doente estábem, mas começa a ter sintomas considera-dos banais, como cravos, caspas, alergias, en-tre outras, sem perda de peso. Na terceira fa-se, a pessoa começa a perder muito peso e ater febre tifóide, fraqueza regular, mau estar,etc. Por fim, a quarta fase, que é caracteriza-da pela invasão de infecções oportunistasnão convencionais (doenças com sintomas

fora do normal, associada a diarreias complica-das). Nessa fase tudo complica-se.

Qual é a taxa de morte no hospital?A taxa de morte na nossa unidade hospitalar éalta. Atinge cerca de 27 por cento mensalmente.Isso é reflexo também das muitas dificuldadesque o hospital atravessa. Esperemos que as con-dições físicas e humanas melhorem, assim comoas das famílias.

O hospital Sanatório só tem problemas de infra-estruturas e de fármacos?Claramente que não. O hospital tem 20 médicosangolanos e seis de nacionalidade cubana. O Nú-mero ainda é insuficiente para dar resposta a maisde três centenas de doentes internados, além dosque assistimos em consultas externas. Em relaçãoaos enfermeiros, temos o suficiente, mas não sãoremunerados pelo trabalho de risco que fazem. Ohospital tem disponíveis 216 enfermeiros. Um ou-tro grande problema que enfrenta o Sanatório é oenvelhecimento dos técnicos de Laboratório e Ra-diologia. Há também escassez para o pessoal deapoio à morgue, maqueiros, catalogadoras, assis-tentes sociais e vigilantes. Sem esses técnicos, ohospital não funciona como desejaria um qualquercidadão, tendo ou não um familiar aqui internado.Espero que a Comunicação Social tenha um papelcrucial na sensibilização para a prevenção da doen-ça e dos riscos da tuberculose e o do VIH-SIDA,que podem afectar a economia e o futuro do país.

ENTREVISTA

"É difícil imaginarquanto sacrifício

fazemos"

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

“Recebemos, para internamentos, pacientes em situaçãodeplorável, vindos das restantes províncias do país”, esclareceo director do Hospital Sanatório de Luanda, Afonso Wete.

Mazarino da [email protected]

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

ATENDIMENTO Além dos internados, a unidade hospitalar faz seguimento ambulatório a quatro mil pacientes

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6 PUBLICIDADE Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

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8 LUANDA

ROSA BESSA“UM HOMEM QUE

CONHECE A CASA”A directora do Gabinete da Saúde de Luanda,

Rosa Bessa, lembra que o governador conhecebem a casa e manifestou preocupação com a

humanização dos serviços de saúde e oatendimento nos hospitais.

JEREMIAS DUMBOUM DISCURSO QUECONGREGA TODOS

O discurso de Adriano Mendes de Carvalhocongrega todos, disse Jeremias Dumbo. Oadministrador de Viana acrescentou que o

Governo e os empresários estão a fazer a suaparte, ajudando na melhoria do saneamento

básico, educação e em outras áreas.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

No ar, paira a impressão deque novos ventos se enca-minham em direcção à pro-víncia de Luanda, concreta-

mente, na forma como passa a ser go-vernada. Pelo menos, neste sentidoseguiram as declarações do ministroda Administração e Ordenamento doTerritório, Adão de Almeida, e do re-cém-nomeado governador, AdrianoMendes de Carvalho.

"Chegou a vez e a era dos muni-cípios desempenharem o seu ver-dadeiro papel”, afirmou o ministroAdão de Almeida, em discurso pro-ferido no acto de apresentação donovo governador.

Pouco mais de um ano mais tarde,Luanda volta a ter um novo governa-dor, que, entre apelos, convocatórias,promessas e desejos, garantiu uma ac-ção baseada na capacidade de recusare combater as práticas negativas emtodas as suas manifestações.

Adriano Mendes de Carvalho apon-tou os vários problemas que a provín-cia enfrenta e mostrou a necessidadede os cidadãos, desde o zungueiro, fun-cionário público e privado ao pai e àmãe, cada um a seu nível, terem umaparticipação activa na resolução dosmesmos, sendo os executores e fiscaisdas acções do Governo.

Combater a corrupção, o lucro fá-cil, a falta de interesse no bem comume o espírito de “deixa andar” são ou-tras necessidades citadas pelo novo go-vernador de Luanda, que colocou o de-safio da elaboração de um pacto deconduta social que acolha todos osbons hábitos e costumes.

PROBLEMAS TÊM SOLUÇÃOO ministro da Administração e Or-denamento do Território, Adão de Al-meida, garantiu que “os problemasda província de Luanda têm solução”.Esta passa pela diminuição da inter-venção central e o reforço dos muni-cípios. O ministro referiu que a solu-ção foi apresentada pelo Presidenteda República, João Lourenço, na al-tura do empossamento dos governa-dores provinciais.

“Reforçar a intervenção dos muni-cípios, capacitando-os cada vez mais,nos diferentes domínios, para que res-pondam às diferentes questões que secolocam, é uma das linhas estratégicasda reforma do Estado, que terá de serdesenvolvida”, disse o ministro.

Adão de Almeida falou das par-ticularidades da província, que ofe-recem uma complexidade acrescidana sua governação. O governante ci-tou a densa urbanização, a alta e cres-cente demografia, o crescimento de-sordenado, sobretudo na periferia, aocupação ilegal de terrenos e algumafalta de sentimento de autoridade e

PROXIMIDADE

INTERACÇÃO Pouco mais de um ano mais tarde, Luanda volta a ter um novo governador, que quer trabalhar com o apoio da população

MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Governaçãoabre espaço

aos municípios

Nilza Massangojornal.luanda@ediçõesnovembro.co.ao

Solução para os problemas da capital passa peladiminuição da intervenção central e o reforço

dos municípios.

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CARLOS CAVUQUILAJUNTAR GOVERNANTE

E GOVERNADOÉ preciso implementar, cada vez mais,a aproximação entre governante egovernado, para que o processo dedesconcentração e descentralizaçãoseja efectivado, à medida que sereforça o papel do munícipe.

VICTOR NARCISOÉ PRECISO MAISENGAJAMENTO

Victor Narciso, que administra oCazenga, apontou, por seu lado, quedeve haver mais engajamento paraque se resolvam os problemas nosmunicípios, que admitiu serem

complexos.

LUANDA 9Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

SUGESTÕES E CRÍTICAS VÃO AJUDAR A MUDAR

Governação de proximidade, com crí-ticas e sugestões para a soluçãodos problemas, é uma das saídas pa-ra que se melhore a imagem da pro-víncia, como defendem administra-dores municipais.

De acordo com Carlos Cavuquila,administrador de Cacuado, é precisoimplementar, cada vez mais, a aproxi-mação entre governante e governado,para que o processo de desconcen-tração e descentralização seja efecti-vado, à medida que se reforça o papeldo munícipe.

Victor Narciso, que administra o Ca-zenga, apontou, por seu lado, que de-ve haver mais engajamento para quese resolvam os problemas nos muni-cípios, que admitiu serem complexos.O responsável apoiou-se na experiên-cia do novo governador, enquanto co-

nhecedor dos problemas da capital (ex-administrador de Icolo e Bengo), paraassinalar que Luanda poderá ser “agra-dável e boa para se viver”.

O discurso de Adriano Mendes deCarvalho congrega todos, começou pordizer Jeremias Dumbo, de Viana. Porisso, acrescentou, o governo e os em-presários estão a fazer a sua parte, aju-dando na melhoria do saneamento bá-sico, educação e em outras áreas.

O administrador de Belas, Mateusda Costa, acredita, por seu turno, quea população está preparada para astarefas que se aproximam. Já a direc-tora do Gabinete da Saúde de Luan-da, Rosa Bessa, lembra que o gover-nador conhece bem a casa e mani-festou preocupação com a humani-zação dos serviços de saúde e aten-dimento nos hospitais.

MUDANÇA Um cumprimento que sela a passagem de pasta

UMA MULHER NO QUADRODe 1976 até 2016, a província de Luanda teve 19 governadores, segundo o quadro de honra afixado numa das pare-des, logo à entrada da sede do Governo da Província de Luanda. Neste período, apenas uma mulher dirigiu os des-tinos da capital: Francisca do Espírito Santo (2008-2010). Adriano Mendes de Carvalho é o 20º governador.

Higino L. Carneiro2016/2017

Graciano Domingos2014/2016

Simão Mateus Paulo2002/2004

Job C. Capapinha2005/2008

Francisca E. Santo2008/2010

José Aníbal Rocha1997/2002

Justino J. Fernandes1994/97

Mariano da C. “Puku”1983/86

Cristóvão Francisco da Cunha 1986/88

Luís Gonzaga Wawiti 1988/91

Kundi Paihama1991/93

Rui Óscar de Carvalho 1993/94

Evaristo D. Kimba 1981/83

Franscico Romãode Oliveira (1980/81

Mendes de Carvalho1979/80

Afonso V. Mbinda1977/78

Pedro F. L. Manuel1976/77

Bento J. S. F. Bento2011/2014

QUEM GOVERNAAdriano Mendes de Car-valho é natural de Luanda.Nasceu a 16 de Setembrode 1959, no Bairro Marçal,distrito urbano do Rangel.É filho de Agostinho AndréMendes de Carvalho “Wa-nhenga Xitu”, que, curiosa-mente, também já foi go-vernador de Luanda, entre1979 a 1980. É casado comSofia Bendita SebastiãoMendes de Carvalho e é paide quatro (4) filhas.

De 1970 a 1974, fre-quentou o ensino secundá-rio na Província de Malange.Posteriormente, foi para Ha-vana (Cuba), onde concluiuo Ensino Médio. De regres-so a Angola, Adriano Men-des de Carvalho fez o cursosuperior de Engenharia Me-cânica, na Faculdade de En-genharia da UniversidadeAgostinho Neto (UAN).

O novo governador deLuanda já trabalhou naToyota de Angola, na An-gonave e TAAG, onde lec-cionou Matemática, no Cen-tro de Instrução 14 de Abril.Em 1984, deslocou-se a Var-sóvia (Polónia), onde con-cluiu a Licenciatura em Di-reito Internacional Públicoe fez mestrado em DireitoInternacional Marítimo, coma tese “Delimitação de Fron-teiras Marítimas”. Trabalhouno gabinete jurídico do Mi-

nistério das Pescas. De 1996 a 1998, exerceu

o cargo de director-geral daEdipesca. Em 2003, foi no-meado secretário-geral doMinistério das Pescas e, de-pois, passou a secretário-geral do Ministério das Pes-cas e Ambiente. Adriano deCarvalho foi ainda directorgeral do Instituto Nacionalde Apoio às Indústrias dePescas de Angola (INAIP).

Foi deputado à Assem-bleia Nacional, pela banca-da do MPLA; vice-governa-dor da Província de Luanda,para área dos Serviços Co-munitários e, posteriormente,vice-governador da provín-cia para área Política e Social.

Em Setembro de 2014,foi nomeado administra-dor municipal do Icolo eBengo, função que exer-ceu até à recente nomea-ção para governador daprovíncia de Luanda.

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

ORDEM O 20º a governar

de respeito pelas autoridades.“São muitos os desafios que a pro-

víncia apresenta e que o governadordeve enfrentar com competência egrande capacidade de resultados”. Ogovernante reafirmou o que disse oPresidente da República, sobre ca-pacitar, fortalecer e abrir espaços pa-ra que os municípios trabalhem di-rectamente com o cidadão na reso-lução dos problemas.

Adão de Almeida destacou a mu-nicipalização dos serviços, em geral,como o sentido principal da reformado Estado. “Precisa-se de municípioscada vez mais fortes e capazes de im-por mais disciplina e autoridade; quetrabalhem directamente com o cida-dão: ouvi-lo permanentemente e ob-ter da sua participação, o máximo deproveito possível. O novo paradigmaque se pretende para administraçãolocal é o de governar com o cidadão.O envolvimento e a participação dosmesmos são peças fundamentais, as-sim como o diálogo, para o sucessona resolução dos problemas”, realçou.

MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

José Maria dos Santos2010/2011

Adriano M. de Carvalho2017 ...

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10 PUBLICIDADE Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

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(JML - 043)

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12 EDUCAÇÃO

Um pouco de toda a cidade,chegam informações sobre lu-gares aos quais muitos cida-

dãos recorrem para exercitarem oaprendizado que leva à alfabetização.Com o apoio de organizações, igre-jas e instituições de ensino, são mi-lhares as pessoas que deixaram “omundo das trevas”. Dados divulgados pela Direcção

Provincial da Educação, referentes aoperíodo de 2007 a 2017, indicam que1.031.358 (um milhão, 31 mil e trezen-tos e cinquenta e oito) cidadãos foramalfabetizados em Luanda. O processo,assegurado por dois mil e nove facili-tadores, decorreu em 1.150 pontos dealfabetização espalhados pela provín-cia de Luanda.Adão Tavares, chefe da Secção do

Ensino de Adultos do Gabinete Pro-vincial da Educação de Luanda, disse,por outro lado, que, no presente anolectivo, na província de Luanda, fo-ram alfabetizados 117.402 cidadãos,entre eles 33.456 do sexo masculino e83.946 do feminino. Referiu que forammatriculados 117.402 alfabetizando,em duas fases. Na primeira, que ini-ciou em Fevereiro, foram inscritas55.717 pessoas. A segunda começouem Julho e fizeram a inscrição mais61.685 cidadãos.

O responsável considerou satisfa-tória a situação da alfabetização emLuanda, apesar da carência de mate-rial didáctico. Adão Tavares realçouque as salas são preenchidas, maio-ritariamente, por senhoras. "Os ho-mens sentem-se inibidos de frequen-tar as aulas".

MÓDULOS EMPREGUESO ensino de adultos emprega Mó-dulos ou métodos específicos noprocesso de aprendizagem, no qualexistem alunos desfasados entre aidade e a classe que frequentam noensino geral.Adão Tavares explicou que os alu-

nos com idade acima da classe, no en-sino Geral, fazem a aceleração escolar,na Alfabetização, utilizando módulos.O Módulo I corresponde à 1ª e a 2ª clas-ses e o Módulo II compensa a 3ª e a 4ª.O Módulo III corresponde à 5ª e a 6ª,sendo todos feitos em nove meses. Jáo Modulo IV, equivalente à 7ª, 8ª e 9ªclasses, é concluído em dois anos lec-tivos. O ensino da Alfabetização, se-gundo Adão Tavares, usa a Andrago-gia, a arte ou a ciência de orientar adul-tos a aprender. Dois programas são utilizados na

Alfabetização, segundo o responsável.O primeiro, denominado “Sim, Eu Pos-so”, é assessorado por técnicos de na-cionalidade cubana e executado porfacilitadores nacionais. O segundo, cha-mado “Módulo I”, é assessorado por

especialistas brasileiros e implemen-tado por profissionais angolanos.

EXPANSÃO DO PROCESSOA falta de dinheiro, para a aquisiçãode materiais didácticos e para a atri-buição de subsídios aos facilitadores,é a principal dificuldade que enfermaas acções desenvolvidas em torno daexpansão do processo de alfabetiza-ção em Luanda.Desde 2015 que o Ministério da

Educação não paga salários aos fa-cilitadores, lamentou Adão Tavares.Por isso, elogia o empenho, dedica-ção e compromisso das igrejas, em-presas e estudantes universitáriosno processo.Devido ao quadro económico e fi-

nanceiro que o país vive, são obrigadosa apelar ao patriotismo, ao espírito decidadania, ao voluntarismo e à criati-vidade para juntos vencerem as difi-culdades. Acrescentou ser pretensãodas autoridades da província intensi-ficar o processo de alfabetização, parase atingirem a meta fixada para 2025,que é a erradicação do analfabetismo.“Mas é preciso fazê-lo com a cons-

ciência de que estaremos a propor-cionar aos nossos concidadãos umvalioso instrumento que os vai aju-dar no seu desenvolvimento huma-no", finalizou.Questionado sobre como é coor-

denado o processo de alfabetizaçãofeito em igrejas, praças ou empresas,

Adão Tavares respondeuque, a nível dos municí-pios e distritos, existem res-ponsáveis que respondempelo ensino de adultos. Domesmo modo, há, nos pon-tos de alfabetização, oscoordenadores, que rece-bem apoio técnico e mate-rial das repartições de edu-cação dos municípios e dis-tritos urbanos.

“É nestas instituições on-de se faz a entrega das es-tatísticas, para depois seremcompiladas e enviadas aoGabinete Províncial”.

APOIOSO chefe da Secção do Ensi-no de Adultos do GabineteProvincial da Educação deLuanda lamentou a falta deapoio material por parte dasentidades singulares. AdãoTavares realçou que, de háum tempo a esta parte, tam-bém não recebem apoios emmateriais didácticos, porparte da Direcção Nacionalde Alfabetização.Novos centros de alfabe-

tização estão, entretanto, pre-vistos. Segundo Adão Tava-res, para tanto, contam comapoios de instituições comoigrejas, organizações juvenis,

unidades militares e para-militares, ONG e empresas.Mas há outra particulari-dade: devido ao êxodo po-pulacional que se regista naprovíncia de Luanda, há ne-cessidade de mais facilita-dores voluntários.“A província de Luanda

tem uma complexidade quea diferencia de outras, de-vido à densidade popula-cional. Logo, precisamossempre de novos facilitado-res voluntários”, apelou.

CENTRO “KUDILONGA”O Centro de Alfabetização“Kudilonga” é um pioneirono processo de erradicaçãodo analfabetismo. A escolaestá localizada no bairro doCampismo, distrito urbanodo Ngola Kiluanje, no mu-nicípio de Luanda.O centro abraçou o pro-

jecto de ensinar a ler e es-crever em 2004. Nsiona Ca-simiro Júnior, coordenadore mentor do projecto, disseque, de 2012 a 2017, foramalfabetizados mais de 600alunos. O espaço matricula,a cada início de ano, mais de200 pessoas, mulheres e ho-mens, com idades entre os18 e os 70 anos.

Acima de um milhãode alfabetizados

em dez anosO processo de ensino foi assegurado por dois mil e novefacilitadores e decorreu em 1.150 pontos de alfabetização

espalhados pela província de Luanda.

LUANDA

SALÁRIOSALFABETIZADORES

SEM RECEBERDesde 2015 que o Ministério da Educação nãopaga salários aos facilitadores, lamentou Adão

Tavares. Ainda assim, elogiou o empenho,dedicação e compromisso das igrejas,

empresas e estudantes universitários noprocesso.

ADÃO TAVARESPRECISAMOS SEMPRE

DE NOVOS FACILITADORES“A cidade de Luanda tem uma

complexidade que a diferencia de outras,devido à densidade populacional. Logo,

precisamos sempre de novos facilitadoresvoluntários”, disse.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO

Fula Martins jornal.luanda@ediçõesnovembro.co.ao

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NSIONA CASIMIROPIONEIRO NO ENSINOO centro Kudilonga abraçou o projectode ensinar em 2004. Nsiona CasimiroJúnior, coordenador e mentor, disse que,de 2012 a 2017, foram alfabetizados maisde 600 alunos. O espaço matricula, acada início de ano, mais de 200 pessoas,

entre os 18 e os 70 anos.

DESINIBIDASSALAS PREENCHIDAS

POR SENHORASAdão Tavares considera satisfatória a

situação da alfabetização em Luanda, apesarda carência de material didáctico. Realçouque as salas são preenchidas, por senhoras."Os homens sentem-se inibidos de frequentar

as aulas".

EDUCAÇÃO 13Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

A MISSÃO DE ENSINAR A LER E A ESCREVER

Francisco Carlos Mahinga, docentro de alfabetização “Kudi-longa” desde 2007, explica queser alfabetizador não basta estarmunido de enorme bagagemintelectual em diversas áreas doconhecimento. É preciso, além detudo, ter amor, comprometi-mento, dedicação e motivaçãopara ajudar aqueles que não sa-bem ler, nem escrever.

Sublinhou que esta é a mis-são de um professor, que secompromete a ensinar adultosa conhecer o universo à sua vol-ta e a preparar-se profissionale pessoalmente para os varia-dos desafios.

“Precisamos de ter o dom,humildade e o prazer de aju-dar a formar aquelas pessoasque não sabem ler, nem es-crever”, explica. Francisco Ma-hinga disse que se sente li-sonjeado com a sua profissão."Eu escolhi ser facilitador, por-que é uma das profissões maisgratificantes que existem. Éárdua, sem dúvida, mas de in-descritível satisfação".

Conhecer as alunas, trans-mitir e receber conhecimen-tos, criar laços e ver o desen-volvimento de cada um é ma-ravilhoso, disse. “Estes e muitosoutros foram motivos que meinfluenciaram a actuar na área

da alfabetização", rematou.Sobre a experiência, o alfa-

betizador esclareceu que cadaaluno vinha com a sua meta.“Uns só queriam aprender a lera bíblia, outros pela discrimina-ção com que eram tratadospor parte da família e dos vizi-nhos, por não saberem ler nemescrever”, contou.

Francisco Mahinga lamen-tou a fraca adesão dos jovensaos centros de alfabetização.Afirmou que a questão deve-se à discriminação. A falta devontade de sentar numa salade aula também contribui pa-ra a fraca adesão.

“Os jovens sentem-se dimi-nuídos por estarem sentados aolado de umas mamãs”, esclare-ceu. Quando foi convidado pelocoordenador do centro, o pro-fessor não hesitou. Em 2007,abraçou o projecto de ensinar assenhoras a ler e a escrever.

Disse que trabalha por amorao próximo. Está há dez anos en-volvido no projecto e não é as-salariado. "Saio de casa para tra-balhar, devido ao compromissoque tenho com as mamãs", ga-rantiu Francisco Mahinga.

Cesaltina Mateus, por seu la-do, é alfabetizadora na IgrejaMetodista Unida. Ela confessaque, a cada dia, sente-se realiza-

da com cada desafio. "Desdemuito jovem, eu adorava brincarde escolinha e sempre tive o de-sejo de ser professora. As minhasprofessoras foram as minhas ins-pirações. Eu admirava o modo de-las de ensinar e tratar os alunos,sempre muito amorosas e com-prometidas", contou.

Disse que, aos 16 anos, en-sinou os dois irmãos mais novosa ler e a escrever. O seu avô sem-pre dizia que ela seria profes-sora. Por isso, hoje, "sinto-me rea-lizada na sala de aula. Adoro li-dar com as mamãs. Todos osdias há uma novidade, um sor-riso, um olhar, uma alegria. En-fim, adoro o ambiente escolar.É um dos lugares onde eu mesinto feliz", disse.

A professora apelou as ma-mãs com vontade de aprendera procurarem centros de al-fabetização e a fazerem asinscrições. "É preciso colocaro preconceito e a discrimina-ção de parte. Aprender a lere a escrever é um dever de to-dos”, aconselhou.

A alfabetizadora lamenta, en-tretanto, a falta de materiais di-dácticos e gastáveis, o grande"handicap" para os centros e paraos alfabetizadores. "Num centrocom todos os materiais, o profes-sor fica atenuado”, explicou. ”. FMPROFESSOR Francisco Carlos Mahinga, do centro de alfabetização Kudilonga

ESTUDAR PARA AJUDAR OS NETOS

O sonho de Isabel Adão Ngo-la, 58 anos, é deixar de ven-der kissanguâ e ajudar os ne-tos nas lições de casa. Ela ex-plica que antes não sabia lernem escrever. Um dos moti-vos que a levaram a estudarfoi ter dificuldade, por exem-plo, de ler a bíblia.

"Eu não sabia assinar omeu nome, não conhecia asruas. Nem ler os capítulos dabíblia eu conseguia", lembrou.Os filhos incentivaram-na a es-tudar. Quando os meninos pe-diam a sua ajuda, para a reso-lução das tarefas de casa, a mãenão sabia o que fazer. "Eu ficavapreocupada, porque não con-seguia ajudá-los. Eles come-çavam a chorar", conta, com al-guma tristeza.

Os filhos tiveram a ideiade levar a mãe para o centrode alfabetização “Kudilonga”,no bairro do Campismo, e fi-

zeram a matrícula. Por isso,Isabel Ngola agradece tam-bém aos filhos.

"Graças a Deus eles me in-centivaram a vir para escola, por-que eu não sabia nem assinaro meu nome. Estou a aprenderum mundo novo", reconhece.

A senhora frequenta o Mó-dulo II, que corresponde à 5ªe 6ª classes, em companhia deoutras colegas, com idades en-tre 36 e 70 anos. Isabel Ngolaconfessa que já sabe ler e es-crever.”Hoje já consigo escrevero meu nome, ler a bíblia, jornale outras publicações”, garante.

Francisco Carlos Mahinga,professor de Isabel Adão Ngo-la, diz que, além de ser bastan-te curiosa, ela tem um espíritode liderança como ninguém. "Elaé cheia de opiniões e convicções.Às vezes é até meio difícil, por-que ela quer que prevaleça a opi-nião dela", disse. FM

APOIO MORALO coordenador do centro Kudi-longa reconheceu o apoio mo-ral que tem recebido da Briga-da Hoji ya Henda e do Fórum deMulheres Jornalistas para Igual-dade no Género. Nsiona Casi-miro Júnior assegurou que a sus-tentabilidade do projecto de-pende, em grande medida, doseu próprio salário.

“O apoio que tenho vem deDeus, que me inspirou a abraçareste projecto”, disse. Confessouque se debate com falta de ma-terial didáctico, além de giz, qua-dros, apagadores e carteiras.FM

PERSISTÊNCIA A senhora Isabel Adão Ngola, 58 anos, frequenta o Módulo II

JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO

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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO

COORDENADOR N. Júnior

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14 MUNICÍPIO Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

SITUAÇÃO DIFÍCILMORADORES DESABAFAM

Num desabafo colectivo, os residentes no Morro daLuz disseram que sempre viveram a acarretar águae pagar 100 Kwanzas por uma banheira. Ao longo

de uma vala, no interior do bairro e nos becos, estãomuitos tubos que transportam a água até aos

tanques de 10, 20 e 30 mil litros, construídos nosquintais do “garimpo”.

RASTEIODETECTADAS CONDUTAS

A administração do Distrito Urbano daMaianga realizou uma operação, nos bairrosPrenda e Rocha Pinto, por meio da qual fezapenas constatações, para, posteriormente,destruir as ligações ilegais ou anárquicas nascondutas da EPAL. Da incursão não resultou

qualquer detenção.

Oproblema do garimpo deágua, nas condutas da Em-presa Pública de Águas deLuanda (EPAL), continua a

ser uma realidade e um drama viven-ciado em muitos bairros da cidade ca-pital. Feliciana Domingos, uma mora-dora da zona do Morro da Luz, Maian-ga, admitiu, em público, que, em suacasa, passa uma mangueira de água,que abastece o garimpo naquela zona.

“Eu tenho água do garimpo em ca-sa e a condição para tê-la, sem pagar,foi aceitar a passagem do tubo pelo meuquintal. Mas os outros moradores pa-gam”, referiu a senhora.

A administração do Distrito Urba-no da Maianga realizou, na quinta-fei-ra, uma operação nos bairros Prenda eRocha Pinto, por meio da qual fez ape-nas constatações para, posteriormente,destruir as ligações ilegais ou anárqui-cas nas condutas da EPAL. Nesta ope-

ração, não houve qualquer detenção.Na zona do Morro da Luz, são visí-

veis os tubos de água que vão directa-mente aos quintais. A área nunca bene-ficiou de água canalizada. O desafio pa-ra as autoridades do distrito, nesse caso,a Fiscalização, é descobrir o centro daspossíveis ligações ilegais, que distribuipara os quintais. A conduta, de ondevem a água, já está identificada.

“Detectamos que, além da possívelexistência de garimpo de água, há li-gações anárquicas nas condutas daEPAL. Vamos proceder a algumas me-didas e verificar se há indivíduos en-volvidos e, se os houver, levá-los a tri-bunal”, disse o administrador distritalda Maianga para área Técnica, PedroCalunga. O responsável apelou os ci-dadãos ao respeito pelo bem público.

No Morro da Luz, os morado-res, apesar de sobreviverem daágua do garimpo, denunciaram aprática. Manifestaram-se agastadoscom a situação, por pagarem mui-to caro pelo líquido. Eles acreditamque, se não denunciarem o “roubo”,

nunca terão água canalizada.Num desabafo colectivo, os resi-

dentes no Morro da Luz disseram quesempre viveram a acarretar água e pa-gar 100 Kwanzas por uma banheira. Aolongo de uma vala, no interior do bair-ro e nos becos, estão muitos tubos quetransportam a água até aos tanques de10, 20 e 30 mil litros, construídos nosquintais do “garimpo”.

RAZÕES PARA A FALTA DE ÁGUAO administrador para Área Técnica,Pedro Calunga, esclareceu que algu-mas zonas onde falta água, no distri-to da Maianga, constam do programadas “700 mil ligações”, previstas paraa província de Luanda. O responsávelreferiu ainda que o distrito que ad-ministra está contemplado com 94 milligações domiciliares, das quais 56 es-tão concluídas.

“Como a zona do sector B do Mor-ro da Luz tem um projecto de requali-ficação, serão instalados fontenáriosem 19 pontos já identificados”, disseo administrador.

OPERAÇÃO

IRREGULARIDADE Moradora admite ter água do garimpo em casa e a condição para obtê-la sem pagar, foi aceitar a passagem da instalação pelo seu quintal.

No encalço do “garimpo” de água

O Centro de Saúde Ale-gria, localizado no bairro Ro-cha Pinto, distrito urbano daMaianga, nunca teve águacanalizada, desde a inau-guração, em 2014. A uni-dade sanitária, que tem osserviços de Pediatria, Gi-necologia, Ortopedia e ou-tros, beneficia apenas deágua de uma cisterna daAdministração Distrital daMaianga. Quinzenalmen-te, o camião abastece o tan-que de 30 mil litros.

Em face disso, o admi-nistrador distrital da Maian-ga para área Técnica, PedroCalunga, disse que o cen-tro vai ter água nos próxi-mos tempo.

"A zona está contem-plada no projecto das '700mil ligações domiciliares”,esclareceu.

CENTRO DE SAÚDE SEM ÁGUA CANALIZADA

CONTREIRAS PIPA|EDIÇÕES NOVEMBRO

Moradores dos bairros Prenda e Rocha Pinto denunciam prática ilegal e queixam-se dos altos valores pagos para ter olíquido. Na zona do Morro da Luz, são visíveis os tubos de água que vão directamente aos quintais.

Nilza [email protected]

CONTREIRAS PIPA|EDIÇÕES NOVEMBRO

ÁREA TÉCNICA PedroCalunga, administrador.

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Mais uma clínica privada refor-ça os serviços de saúde do dis-trito urbano da Samba, desde

a última quinta-feira. Com capacidadepara atender mais de cem pacientes, pordia, a unidade hospitalar, denominadaMaria Ricardina, responde pelas espe-cialidades de Medicina Geral, Gineco-logia, Fisioterapia, Radiologia, Pedia-tria e Ortopedia.

A instituição hospitalar, que reúnemais de 50 funcionários, foi aberta, for-malmente, pelo governador provin-cial de Luanda, Adriano Mendes deCarvalho. O governante fez, a seguir,uma visita às diferentes áreas da uni-dade, como o Laboratório, Banco deUrgência, Raio-X, Pediatria, Radiolo-gia e Fisioterapia.

Na ocasião, Adriano Mendes de Car-valho realçou ser necessário, para ad-ministrar a província de Luanda, o

apoio de toda sociedade. Neste sen-tido, avaliou que a clínica vai pres-tar um serviço de grande qualidade,tendo em conta o investimento feitoem termos de equipamento, que é dealta tecnologia.

“ Os moradores do distrito da Sam-ba e da cidade de Luanda é que saema ganhar. Aqui, vão encontrar um ser-viço de saúde de qualidade”, disse. Ogovernador elogiou os investidores, di-zendo que, mesmo em tempo de crisefinanceira, ainda existem empresáriosprontos a apostar no ramo da saúde.

Adriano Mendes de Carvalho con-sidera que o Governo não pode fazertudo e atribui alguma iniciativa ao ci-dadão. "Se, de forma activa, souber co-laborar, ao limpar a rua ou criar um em-preendimento que dê emprego a outrosjovens, vamos fazer crescer a cidade deLuanda", assegurou.

VACINAÇÃOA clínica vai ajudar na melhoria da co-bertura da vacinação em Luanda, dis-

se Rosa Bessa, directora provincial dasaúde. A responsável confirmou que aunidade está bem equipada e pode serde grande valia.

O programa de imunização é umaprioridade do Executivo angolano etem como finalidade vacinar as crian-ças menores de um ano. Rosa Bessagarantiu que a vacinação será gratui-ta e passará, obrigatoriamente, a serplaneada, em conjunto, pelas redes deserviços de saúde.

"Vamos aproveitar esta nova clínicae entregar as vacinas. Aqui já temos pro-fissionais capacitados", assegurou

A política da clínica é servir o pró-ximo e não fazer do utente uma me-ra mercadoria, pois a vida humanaestá em primeiro lugar, garantiu, porseu lado, o proprietário, ArménioAlexandre Lopes.

“ Os nossos trabalhadores estarãosempre sujeitos à actualização, para po-dermos ter um serviço humanizado,que garanta segurança e confiança aosnossos pacientes”, disse.

Clínica reforça serviços de saúde na Samba

Mulheres impõem-secom autoridade

Nova unidade pode atender mais de cem pacientes por dia e vai ajudar na campanha de vacinação

MAIS OPÇÕES POLÍCIA

VISITA Governador conheceu as diferentes áreas da unidade hospitalar e ouviu explicações sobre os serviços que oferece

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A igualdade de género nosdiversos órgãos de soberaniatem sido vista, nos últimostempos, como a verdadeiraemancipação da sociedadeangolana. A Polícia, tradi-cionalmente um lugar de ho-mens, tem registado a en-trada de muitas mulheres,que dão o seu contributo àgarantia da segurança e daordem pública.

A inserção da mulher naPolícia Nacional foi tema deum encontro que, a 11 de Ou-tubro, juntou, no anfiteatrodo Instituto Médio Comer-cial de Luanda (IML), anti-gas e novas agentes. O ob-jectivo foi promover maiorinteracção entre elas.

A Superintendente-chefeEngrácia da Costa, directorado Gabinete de Comunica-ção Institucional do Coman-do Provincial de Luanda, re-velou que, actualmente, acorporação conta com maiornúmero de mulheres polí-cias, que trabalham em vá-rias especialidades.

A autoridade referiu queuma série de palestras e se-minários de refrescamentofoi programada, para que asmulheres não percam tudoo que aprenderam ao longoda preparação para se tor-narem polícias. Assim, nosencontros, foram discutidostemas como o “ O Papel dasMulheres na Corporação Po-licial”, “A Prevenção da Cri-minalidade” e “ Sinistrali-dade Rodoviárias”.

Engrácia da Costa exor-tou as mulheres polícias acumprirem e desenvolverem

as suas funções com brio, vi-sando assegurar a ordem ea tranquilidade públicas,bem como garantir a inte-gridade territorial.

Janeth Paiva, agente de1ª classe, colocada no Co-mando do Sambizanga, ex-pressou que ser agente da Po-lícia Nacional “ é ser segu-rança do cidadão. A mulherpolícia é aquela que está diae noite com o cidadão” .

A agente convidou asmulheres a fazerem partedas fileiras da Polícia. “A ac-tividade policial não é ape-nas para os homens. As mu-lheres também podem exer-cer-la com responsabilidadee competência”.

Para a agente, é “tabu”considerar o trabalho de po-lícia exclusivo para homens.“É uma actividade que asmulheres podem fazer. Re-quer coragem, determina-ção e respeito pelos supe-riores hierárquicos. Isso asmulheres fazem tão bemquanto os homens”. FM

SUPERINTENDENTE-CHEFE Engrácia da Costa, do CPL

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CUIDADOSUNIDADE ATENDE

VÁRIAS ESPECIALIDADES A unidade sanitária, que reúne mais de 50funcionários, foi aberta, formalmente, pelogovernador provincial de Luanda, AdrianoMendes de Carvalho. O governante fez umavisita às diferentes áreas de atendimentoàs especialidades e aos vários serviços.

ELVIRA DOS SANTOSMUITO À VONTADE

A SERVIR A CORPORAÇÃOA agente Elvira dos Santos afirmou que temsabido conciliar o trabalho com a lida de casa

e que teve sempre o apoio das colegas.Colocada no Gabinete de Comunicação, elaacredita que, na condição de mulher, sente-se bem, prestando serviço na corporação.

MUNICÍPIO 15Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

João [email protected]

AGENTE Janeth Paiva

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16 VIDAS

REALIDADE DURAMENINA FÁTIMA FICOU

INCONSOLÁVELFátima ficou inconsolável, depois que

acordou de uma cirurgia e compreendeuque já não tinha os braços. Perdeu-os numacidente que nem mesmo ela conseguiu

perceber. Era sábado. A irmã mais velha foiatropelada com ela.

DESESPEROMÃE QUER ALIVIAR

O SOFRIMENTOLurdes Manuel é mãe de Fátima. A senhoraaparenta estar muito mais arrasada que avítima. Ela não vê solução para aliviar o

sofrimento da filha. Em casa, esperam-na maiscinco filhos, inclusive a primeira filha, de 16

anos, que também foi atropela.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

DRAMA

A menina que só quer

os braços de volta

Aos 14 anos, Fátima Manuel, aluna da6ª classe, já não pode escrever. Ela foiatropelada e perdeu os dois membros

superiores.

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NA COMARCAO INFRACTOR ESTÁ DETIDO

Logo que atropelou as meninas, ojovem fugiu sem prestar ajuda,

acusam os familiares da vítima. Foiencontrado no dia seguinte,

domingo. Neste momento, estápreso na Comarca de Luanda.

TRATAMENTOTIA VÊ A A LEMANHA

COMO SOLUÇÃO“Só pedimos ajuda para chegar ate àAlemanha. Disseram-nos que é o paíscerto para lhe colocarem as próteses.A Fany tem muitos sonhos; é uma

menina dinâmica, gosta de cuidar desi e quer continuar a estudar ”.

VIDAS 17Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

Fátima está a viver o dramada vida real. Sua família acre-dita que, no estrangeiro, po-de encontrar uma soluçãoque venha restituir-lhe a in-dependência, a par dos so-nhos a realizar.

À partida, o desejo de le-var Fátima a procurar poruma solução médica, fora deAngola, esbarra nas dificulda-des financeiras. Lúcia Manuel,tia e madrinha de Fátima, de-posita todas as esperanças pa-ra a reabilitação da afilhada nacaridade das pessoas.

“Só pedimos ajuda parachegar ate à Alemanha. Dis-seram-nos que é o país cer-to para lhe colocarem as pró-teses dos braços. A Fany temmuitos sonhos; é uma me-nina dinâmica, gosta de cui-dar de si e quer continuar aestudar ”, apelou.

Lurdes Manuel é mãede Fátima Manuel. A se-nhora aparenta estar mui-to mais arrasada que a ví-tima. Pessoalmente, não vis-lumbra qualquer soluçãopara aliviar o sofrimentoda filha. Em casa, esperam-na mais cinco filhos, inclu-sive a primeira filha, de 16anos, que também foi atro-pela e ainda se queixa de

dores na cabeça e no peito.Lurdes contou que o ma-

rido está transtornado. Nomomento em que falávamos,estava a cuidar, com a Polícia,da questão do atropelamen-to das filhas. A intenção da fa-mília era fazer com que o in-fractor fosse solto, para quearcasse com os custos do tra-tamento da Fátima, princi-palmente. Porém, Lurdes, por-que não sabe até que pontoservirá a ajuda do acusado,prefere recorrer à sociedade.

“O meu desejo é de quea Fany consiga viajar… nós,aqui, não podemos fazernada. Ajudem-nos, por fa-vor; falem da minha filha”,pediu-nos, com os olhosmarejados de lágrimas.

MOBILIZAÇÃO SOCIALUm dos nossos papéis é a mo-bilização da sociedade paracausas dignas de merece-rem apoio. Por isso, decidimosdeixar aqui estas linhas, que,naturalmente, serão ofuscadaspelas fotografias que espe-lham o resultado da impru-dência, o drama de Fátima eo desespero de uma família.Também entramos na cor-rente que pede ajuda paraa menina Fany.

Até à altura em que escrevemos este texto, o jovem queatropelou Fátima Manuel continuava detido na Comarcade Viana. De 19 anos, o rapaz também estava a ser acu-sado, pela família da vítima, de ter estado embriagado,conduzido desencartado e fugido depois do acidente. "Logo que atropelou as meninas, o jovem fugiu sem pres-tar ajuda. Foi encontrado no dia seguinte, domingo, pelotio da Fany, que o entregou à Policia”, contou Lúcia Ma-teus, tia de Fátima Manuel.

O Pai do acusado, Joaquim Rodrigues, contraria Lú-cia Mateus e afirma que ele mesmo, no dia seguinte, le-vou o seu filho à esquadra, porque reprovava a sua ati-tude. Contrariando outros argumentos, que define comoespeculação, o progenitor do infractor afirmou: “ O meufilho tem, sim, carta de condução. A carrinha é dele. Fuieu quem a comprou e ofereci-lhe”.

Joaquim Rodrigues mostrou-se sensibilizado com aactual condição de Fátima. “ Vamos ajudar na medida dopossível. O carro tem seguro e a empresa de seguro vaicomparticipar nas despesas. Há documentos que o meufilho tem de assinar, mas, preso, nada poderemos fazer.Já paguei a caução de 62 mil Kwanzas, para que ele saía.Só assim o processo na seguradora vai correr…”, detalhou.

FAMÍLIA SOLICITA AJUDA DA SOCIEDADE

PAI DO INFRACTORSENSIBILIZADO

SOLIDÁRIA Lúcia Manuel, tia e madrinha da menina CRENÇA Fátima aguarda por saída para o seu problema

SOFRIMENTO Lurdes Manuel, a mãe, está desesperada

Fátima ficou inconsolável, de-pois que acordou de uma ci-rurgia e compreendeu que jánão tinha os braços. Perdeu-

os num acidente que nem mesmo elaconseguiu perceber. Era sábado, fimdo dia 23 de Setembro. Em companhiada irmã mais velha, do irmão e de umvizinho, regressava do ensaio do coralda igreja a que pertence.

A escassos metros de casa, em Via-na, bairro do Mirú, Fátima viu umacarrinha desgovernada a atropelar ummotociclista. Instintivamente, pôs-sea correr em direcção a um portão emferro, de uma casa que, pensou, podiaservir-lhe de protecção. Estava enga-nada. Não sabe como. Apenas sentiuque fora colhida pelo veículo e aper-tada contra o portão. Foi vitimada pe-la carrinha de que fugira, que a apa-nhou já fora da estrada.

Não refeita do susto, correu portãoadentro, em busca de ajuda. As pes-

Rosalina [email protected]

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soas que se encontravam no interiordo quintal, horrorizadas com seu es-tado, puseram-se aos gritos. Só assimFátima se deu conta de que estava semo braço esquerdo e que, do direito, res-tava apenas a mão, presa em algunstendões. Ela transformou-se na ima-gem perfeita de um personagem saí-do de um filme de terror.

Nos instantes a seguir, a meninacaiu em si. Entrou em pânico. Lembra-se de ouvir a irmã mais velha, que tam-bém fora atropelada, a clamar para quea socorressem.

Os primeiros socorros foram pres-tados pelo hospital do Kapalanca, on-de ambas deram entrada. Pela gra-vidade, Fátima foi logo transferidapara o Hospital Américo Boavida.Foi prontamente encaminhada parao bloco operatório, para a cirurgiaque se impunha.

O COMEÇO DE UM LONGO PESADELOPassado o efeito do anestésico, Fátimaacordou e confirmou que não mais ti-nha qualquer parte do outro braço. Lú-

cia Mateus, sua tia, contou que a miú-da entrou em transe e chorou, deses-peradamente. Entendeu que a réstiade esperança que a sua mão, presaem nervos, lhe tinha dado era falsa.Fátima Manuel entrava assim para aestatística das vítimas de acidentesde viação e de mutiladas dos mem-bros superiores.

Aos 14 anos, Fátima Manuel, alu-na da 6ª classe, já não pode escrever,fazer algumas brincadeiras ou cuidarde coisas mais básicas do quotidiano.

CONFIANÇA EM DEUSDÁ-LHE ESPERANÇANo dia 4 de Outubro, quando fomosao encontro de Fátima, no hospitalAmérico Boavida, encontramo-laaparentemente serena, mas com oolhar distante.

Narrou-nos a sua triste história.Demonstrou que tinha fé em Deus.Acreditava que o seu quadro podiaser invertido. Secamente, ela expres-sou: “ só quero os meus braços de vol-ta”. Não ousamos desfazer a espe-rança da menina.

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18 QUOTIDIANO

ALÍPIO MARTINHO“GOSTO DO QUE FAÇO”

“Hoje, trabalho de forma natural, gosto do quefaço e sinto-me bem. Tenho seguro contra

acidentes no trabalho e, de seis em seis meses,faço testes de rotina para saber da minha

saúde”, garantiu. Alípio Martinho é alpinista háseis anos. Agora está numa segunda empresa

do ramo.

HÉLDER DA SILVAO TRABALHO COMPENSAHélder da Silva, director executivo de umaempresa ligada ao ramo, afirma que o

trabalho em Angola está a ser compensado.Garante que os seus "funcionários têm seguro

contra acidentes de trabalho e,semestralmente, fazem exames médicos”.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

Às vezes, chegam a ser figu-ras minúsculas lá em cima,presas aos vidros de edifícios,vistas de baixo. São supor-

tadas por cordas agarradas à dispositi-vos fixos na roupa. As pessoas mais sen-síveis preferem nem vê-las, lá nas altu-ras, num lugar que poucos conseguemalcançar e muito menos ainda tentar.São os limpadores por alpinismo. Elesescalam prédios que podem chegar aos104 metros de altura ou 30 andares. Éverdade! Eles escolheram ganhar "o pãonosso de cada dia" lá nas alturas.

Muitas são as questões à volta doshomens que fazem a limpeza de vidrosem prédios. Uma delas é o aparenterisco que estes trabalhadores correm,ao ficarem pendurados a uma corda,enquanto limpam nas alturas. De háum tempo a esta parte, na Baixa luan-dense, os cidadãos têm observado, commuita frequência, jovens, devidamen-te uniformizados, a fazer este trabalho.Por isso, há quem questione se eles re-ceberam treinos específicos.

Para saber desta e de outras questõesinerentes ao ofício, uma equipa do Luan-da, Jornal Metropolitano, saiu à rua e“escalou” pessoas entendidas na maté-ria. É o dia-a-dia de trabalhadores quedeixaram falar mais alto a necessidadede ganhar o pão com dignidade. Para ascostas, atiraram o medo das alturas.

Severino Baptista trabalha como“alpinista” há oito anos. Ele lembra quefoi de um simples telefonema que tu-do começou. Hoje, aos 26 anos de ida-de, é chefe de equipa, com o nível decategoria 2. Está habilitado a orientaraqueles que ainda lutam para ganharexperiência, num ramo “muito difícil,mas bonito”, como considera.

Severino faz parte de um grupo res-trito de jovens que presta serviço emalgumas empresas de limpeza por al-pinismo em Luanda. Encontramo-lo jáuniformizado e a auxiliar os seus com-panheiros de equipa. De olhos postosno serviço, que requer a máxima aten-ção, ele emitia gritos de alerta a umcompanheiro, para que fizesse o tra-balho como deve ser. O jovem alpinistatirou um tempo para falar connosco,

mas continuou atento ao serviço dosdemais. Enquanto conversávamos, osseus companheiros desciam do topode um alto edifício. O trabalho que exe-cutavam, de acordo com o especialis-ta, podia durar 15 dias para ser entre-gue ao cliente.

“Para mim, o mais importante é man-ter a segurança no trabalho”, disse o jo-vem, habituado a limpar grandes edifí-cios da capital. O alpinista destaca a im-portância da formação e conta que, antesde começar a trabalhar, fez um treinointensivo de seis meses. Actualmente, acada seis meses recebe refrescamentos.

Severino Baptista garante que osacidentes no trabalho estão segurados.“Temos seguro contra acidentes de tra-balho. Mas só isso não basta. Estamosa pôr as nossas vidas em risco. Preci-samos de ter disciplina no trabalho eseguir à risca as instruções para quenada de mal aconteça”, referiu.

ESCALAR 30 ANDARESA boa disposição também faz parte dolabor de Severino Baptista. Por isso, écom um sorriso que nos fala do prédiomais alto que já limpou.

“Tinha cerca de 104 metros de altu-ra. Era um prédio de 30 andares. Foi umdesafio muito bom. Tivemos que pôrem prática tudo que aprendemos du-rante a formação e tirar o medo, que éo nosso inimigo no trabalho”, explicou.

Hilário Boaventura é um dos ge-rentes da empresa onde Severino Bap-tista trabalha. Cuida do Departamen-to de Alpinismo e conta que o mais di-fícil foi começar e angariar clientes fiéis.Porém, fruto do trabalho e da disci-plina, hoje vê futuro em algo que co-meçou com muitas incertezas.

“Damos formação aos nossos tra-balhadores e todos têm seguro. O maisimportante para nós é a segurança e aformação do trabalhador. Com isso, ga-rantimos a satisfação do cliente”, re-feriu Hilário Boaventura. Disse ter umaequipa experiente, da qual espera quecontinue a responder com qualidadeàs necessidades do mercado.

CRISE ECONÓMICA "VERSUS"OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOSHélder da Silva, director executivo deoutra empresa ligada ao ramo do al-pinismo, afirma que a crise económi-

LIMPEZA POR ALPINISMO

CORAGEM Alpinistas chegam a permanecer horas presos por fios e cabos, enquanto limpam edifícios

Ganhar o pãonas alturas

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Eles escalam prédios que podem chegar aos 104metros de altura ou 30 andares. É desta forma, nas

alturas, que eles decidiram ganhar o pão.

Domiana N´[email protected]

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ENSINOPODIA SER MELHOR“O nosso ensino não está mal. Mas já foi melhore, ao longo do tempo, está a degradar-se. Hámuita disparidade entre o ensino público e oprivado, o que não é normal e nem é bom. Seo país é nosso, devemos ter todos o mesmonível de ensino”, afirmou Marinela Guilherme.

HILÁRIO BOAVENTURAMAIS DIFÍCIL

FOI O COMEÇOHilário Boaventura é gerente numa empresa,onde cuida do Alpinismo. Ele conta que o mais

difícil foi começar e angariar clientes fiéis.Porém, fruto do trabalho, vê o futuro em algo

que começou com muitas incertezas.

QUOTIDIANO 19Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

EDIÇÕES NOVEMBRO

Marinela, a inventoraMarinela Rossana Capeta Guilherme, a estudante da 12ª clas-se que, com outra colega, inventou um detector de substân-cias ilícitas nas bebidas, vai ao Brasil representar Angola naFeira Internacional Estudantil, pela Fundação Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística. Ela pede apoios para conti-nuar a aprofundar o estudo das substâncias contidas nas be-bidas. A estudante diz que o detector que inventou mede onível de droga nas bebidas. Marinela Guilherme é de opiniãoque a existência de muitas escolas privadas e o recurso a es-colas internacionais prejudicam o ensino nacional. SS

EU SOU O FUTURO

OCUPAÇÃO “Gosto de ver desenhos animados e de ler”

Nome?Marinela RossanaCapeta Guilherme.

Idade? 18 Anos.

Classe? 12ª.

O que faz? Estudo.

Local de nascimento?Usaka, Japão

Frase? Nunca desista dosseus sonhos.

O que inventaram? Umdetector de substânciasilícitas. Procuramos umaprofessora universitária, daFaculdade de Engenhariada Universidade AgostinhoNeto. Conseguimosconstatar que o nossodetector, quando sedepara com substânciasilícitas na bebida, ficatotalmente escuro e criacristais.

Futuro? Ser médica.

Como concretizar?Estudar bastante. Ir atrásdos meus objectivos;aprender com as pessoasformadas nesta área. Einvestigar muito.

Qual foi o incentivo paraseguir esta área? O

nosso continente tem umgrande índice demortalidade infantil e euquero ajudar a combatera estatística; queroespecializar-me emobstetrícia., a ciência queestuda a reproduçãohumana.

O que já conquistou?Nos últimos anos, sempreestive no quadro dehonra da escola. Este anoganhei o segundo lugarna Feira de Ciências,daqui da escola. EmNovembro, iremos aoBrasil, na feiraInternacional Estudantil.

Vai aprofundar estudossobre obstetrícia? Sim,pretendo. Há umadoença em especial cujoconhecimento queromuito aprofundar que é aHidrocefalia. AHidrocefalia é umadoença que ocorrequando há um bloqueiono sistema ventricular docérebro, que impede queo líquido cefalorraquidia-no flua normalmente pelocérebro e pela medulaespinhal. E há muitascrianças com este tipo dedoenças. Pretendoaprofundar e combater.

QUEM EU SOU...

ca que Angola atravessa deve ser vis-ta como ponte de oportunidades paraquem quer fazer a diferença. Ele é op-timista e garante que o esforço nos trêsanos de labor em Angola estão a sercompensados. Os seus "funcionáriostêm seguro contra acidentes de traba-lho e, semestralmente, fazem examesmédicos de controlo”.

O empresário assegurou que a ins-tituição que dirige está licenciada pa-ra exercer o trabalho que faz e que temum vasto leque de trabalhadores com-petentes, que actuam no alpinismo eem outras áreas. “São todos bem for-mados. Até 2018, pretendemos incor-porar mulheres no seio dos nossos 12valiosos alpinistas”.

DA FUGA À PAIXÃO PELO ALPINISMOAlípio Martinho é alpinista há seisanos. Agora está numa segunda em-presa do ramo. Contou-nos, de formadescontraída, que os seis anos como

profissional de alpinismo têm muitoque se lhes diga. A oportunidade pa-ra trabalhar nas alturas surgiu do con-vite de um amigo, que já o fazia e queacreditou no seu potencial para fazero mesmo e ganhar dinheiro com dig-nidade. Mas quando Alípio Martinhopercebeu que o convite era para ser al-pinista ... fugiu. "Mas o meu amigo in-sistiu e disse-me que já não ficaria atrabalhar como alpinista, mas como su-pervisor”, contou.

No decurso do trabalho, com o an-dar do tempo, ganhou curiosidade ese questionou: “se os outros podem,por quê é que eu também não possofazer este trabalho?”. Contou que de-pois só precisou de confirmar que es-tavam todas as condições de seguran-ça criadas. “Hoje, trabalho de formanatural, gosto do que faço e sinto-mebem. Tenho seguro contra acidentesno trabalho e, de seis em seis meses,faço testes de rotina para saber da mi-nha saúde”, garantiu.

Neste ramo, a segurança é a chavede ouro. Por isso, antes de iniciar a suaactividade laboral, Alípio Martinho exa-mina o equipamento individual e o co-lectivo. “Temos também a rotina de la-var, mensalmente, o material para nãoestragar. Um dos piores inimigos é apoeira. Ela estraga as cordas. Se não fo-rem lavadas com frequência, com o tem-po, perdem força e é um perigo paranós”, explicou. Ser alpinista é trabalharem equipa; é necessário estar em sin-tonia com os outros, para que tudo cor-ra bem. “É um trabalho muito delica-do, daí que temos que nos relacionarbem. Dissipar dúvidas e males enten-didos é fundamental”, esclareceu.

Alípio Martinho sabe que o alpi-nismo é uma profissão com tempo deexercício limitado. Por isso, já pensano futuro. A advocacia é o ramo quequer seguir. “Temos um tempo limitede trabalho. Quero estudar direito, poissei que o que faço terá fim. Prevejo ofuturo assim, defendendo pessoas”.

O Alpinismo é uma activi-dade relacionada com altu-ras acima de 2.500 metros.Geralmente, tem carácterdesportivo. A prática exigeboa forma física, equipa-mentos próprios e técnicade progressão que lhe sãocaracterísticas. Para prati-car o alpinismo, é necessá-rio ter formação para a sal-vaguarda da vida.

Chama-se alpinista àque-le que pratica esse desportoou actividade. No nosso país,esta prática é recente e está

mais virada à limpeza de ex-teriores de edifícios vidrados.

O alpinismo está reser-vado a outras áreas, não so-mente à limpeza de vidros.As empresas que prestam es-tes serviços são obrigadas ater o mínimo de condiçõescomo segurança no trabalhoe certificados de exercício daactividade exigidos pelos Mi-nistérios do Ambiente e daSaúde. A formação nestaárea deve ser rigorosamen-te cumprida, para se evitaremacidentes. DN

O QUE É O ALPINISMOCONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

ACTIVIDADE No País, a prática está mais virada à limpeza

SEGURANÇA Preparação para a subida é cuidadosa

1. Pano2. Crole3. Patins4. Id-5. Cordas de regaço e de serviço6. Capacete7. Ascensores8. Arneis9. Ventosas (ajuda a aderir ao vidro)10. Peluche11. Líquido limpa vidro12.Mosquetões13. Joelheiras

ALÉM DA LIMPEZA DE EXTERIORESO alpinismo pode ser usadoem outros serviços especia-

lizados, como a limpeza me-cânica e manual de condu-tas de ar condicionado, hi-gienização de espaços inte-riores e controlo da qualida-de do ar interior.

Trabalhos verticais commétodos de alpinismo, lim-peza e desinfestação detanques de água, limpezade tanques de combustível,limpeza e desentupimentoe manutenção de fossassépticas, esgotos colecto-res e tubagens, controlo depestes, restauro e poli-mento de pisos tambémestão entre as actividadesnas quais se pode usar oalpinismo. DN

ACESSÓRIOS PARA A PRÁTICA MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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20 PUBLICIDADE Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

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PUBLICIDADE 21Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

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22 REPORTAGEM

JUVENTUDEOPORTUNIDADE PARA

PROGRESSÃO INTERNANo espaço de trabalho, estão jovens de vários

escalões e estratos sociais. Na Ucall, apromoção é frequente. Só no ano passado,

perto de 500 colaboradores tiveramoportunidades de progressão interna, ao

mudarem de função e de projecto.

SEBASTIANA CASTRO“TENHO EQUILÍBRIO

NAS SITUAÇÕES” Quando entrou para a empresa, Sebastiana Castronão possuía conhecimento algum do ramo. Hoje,

domina a área e as técnicas de trabalho sãomuitas vezes utilizadas. "Consigo intermediar um

conflito, tudo porque tenho equilíbrio nassituações que me ocorrem", contou.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

Oserviço de “Call Center” ou"Central de Atendimento" é,actualmente, uma das solu-ções adoptadas por muitas

empresas para interacção com os seusclientes. Tem como objectivo fazer aponte entre o cliente e uma determina-da empresa, que funcione como suportetécnico na solução de alguns problemas.A partir de um “Call Center”, os clien-tes podem também comprar alguns ser-viços, como bilhetes de passagens, pa-gar a energia eléctrica ou água.

Na rua onde funcionam, actual-mente, alguns ministérios, em Talato-na, está localizada uma das maiores em-presas prestadora de serviço de aten-dimento ao cliente do país: a Ucall. Aexigência do mercado transformou-anuma "Central de Atendimento", dadaa abrangência dos serviços prestados,que vão desde o recrutamento, consul-toria, formação e estudos de mercadoao negócio inteligente.

O acesso ao edifício só é possívelcom a autorização do segurança em ser-viço. De imediato, assiste-se a um en-tra e sai de jovens. Alguns são colabo-radores directos da empresa; outros as-pirantes à condição. Entre uns e outros,estão ainda aqueles que tentam inscre-ver-se na página de Internet da empresa,

para um possível recrutamento. Para oefeito, está, logo à entrada do edifício,um computador disponível a todos in-teressados, que são auxiliados por umassistente.

Na porta do edifício está montadoum balcão de venda de produtos de te-lecomunicações. São recargas electró-nicas e em cartão. No "hall", no rés-do-chão, um grupo de pessoas aguarda pe-la hora de entrar para a área de serviço.São, na maioria, jovens que trabalhampor turnos, que vão de seis a oito ho-ras/dia, incluindo domingos e feriados.A área é o Piso Zero, onde funciona a"Central de Atendimento" de uma gran-de operadora telefónica nacional, quetambém é o maior cliente da Ucall.

Já no interior do Piso Zero, o mo-vimento é frenético. Mais de 50 pes-soas interagem com os clientes, atra-vés do telefone. As operações aconte-cem com recurso a computadores,equipamentos de telecomunicação quepermitem receber um grande númerode ligações em simultâneo. Apesar dobarulho, por causa do número de ope-radores em serviço, a Ucall utiliza tec-nologias que permitem a integraçãodo telefone ao computador, o geren-ciamento das ligações e a distribuiçãodas mesmas, através das operações, eo encaminhamento para os atendentesespecializados. O cliente nem se aper-cebe do movimento na sala. Nesta área,as operações variam entre Geral, Da-

dos, Empresarial, Agentes e Inglês.No Atendimento Geral, o operador

possui limitações na tentativa de solu-cinar alguns problemas. As questõesde ordem técnica, por exemplo, tais co-mo a falta de rede, não são da sua al-çada. A chamada é de imediato trans-ferida para uma área de tratamento es-pecifico, dominada por técnicos ligadosà empresa à qual a Ucall presta serviço.

CRESCIMENTO NUMA EMPRESACOM DOIS MIL TRABALAHADORESNo espaço de trabalho, estão jovens devários escalões e estratos sociais. NaUcall, a promoção é frequente. Só noano passado, perto de 500 colaborado-res tiveram oportunidades de progres-são interna, ao mudarem de função ede projecto.

Allen Kaputu faz parte deste pro-cesso. A jovem, que começou como as-sistente de “Contact Center”, em 2008,ascendeu de forma progressiva aos car-gos de supervisora, coordenadora e ges-tora. Actualmente é a directora da em-presa. A responsável atribui o méritoao empenho e dedicação demonstradosao logo dos anos, a par da aposta na for-mação contínua, um programa existentedentro da empresa.

Neste momento, a empresas contacom dois mil trabalhadores, distribuí-dos em diferentes áreas. A "Central deAtendimento" é a maior geradora deemprego, pois representa 90 por cento

do total dos colaboradores.O crescimento no merca-

do nacional fez com que aempresa criasse uma estra-tégia de formação para osseus colaboradores. Por ac-tuar em vários sectores daeconomia, todos eles passampor testes que incluem os as-pectos comportamentais etécnicos. Nestas sessões deformação, os colaboradoressão preparados para escutaactiva, simpatia no atendi-mento, empatia, gestão declientes insatisfeitos, pro-ac-tividade na resolução de pro-blemas e técnicas no softwa-re de gestão de atendimento.

Sebastiana Castro é ou-tro exemplo dentro da em-presa. A sua altura médianão esconde a "garra" quetem no atendimento ao clien-te. Ela faz parte dos opera-dores de “Call Center”. Osseis anos de casa já lhe vale-ram muitos prémios, umadas políticas de incentivo edinamização da empresa.Ela ganhou, em Setembro,um tratamento de beleza,por ter sido a melhor ven-dedora do mês.

Quando entrou para aUcall, Sebastiana Castro não

possuía conhecimento al-gum do ramo. Hoje, dominaa área e as técnicas de traba-lho são muitas vezes utili-zadas para outras situações."Hoje, consigo intermediarum conflito, tudo porque te-nho equilíbrio nas situaçõesque me ocorrem", contou.

Entretanto, os níveis deviolência doméstica que seregistam em todo o territórionacional fizeram com que aUcall criasse uma linha deatendimento para estes casos.

A simpatia e a facilidadena interacção com os colegasvaleram a Sebastiana Ci-priano a responsabilidade dalinha “Violência Doméstica”.

Em média, são atendidas1.500 chamadas por mês,com as mais variadas quei-xas. Muitas denúncias re-sultam de agressões físicase violações sexuais. Os re-gistos são, depois, encami-nhados para o Ministério daAcção Social, Família e Pro-moção da Mulher. Tímida,Sebastiana Cipriano, apesarde uma das mais velhas dogrupo de atendimento aocliente, não gosta que lhechamem "tia". "Não sou tia",retorquiu.

“CALL CENTERS”

Um serviçoque vai

além daschamadas

Cristina da [email protected]

Na segunda e última parte da reportagem à voltados serviços de atendimento aos clientes, são

destacadas outras vantagens. Por exemplo, há quemfaça a compra do bilhete de passagens, pague a

energia eléctrica ou a água por esta via.

MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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QUEIXASUMA LINHA PARA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICAOs níveis de violência doméstica

fizeram com que a Ucall criasse umalinha de atendimento para estes casos.

Em média, são atendidas 1.500chamadas por mês, com as mais

variadas queixas.

CHAMADASCUSTOS DEPENDEM

DAS EMPRESAS As organizações que lançam as linhasde apoio definem se suportam os

encargos com as chamadas ou se sãoos cidadãos/consumidores a suportar

este encargo. A Ucall não teminfluência nesta decisão.

REPORTAGEM 23Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

OPORTUNIDADES

O maior geradorde emprego

MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Na prestação de serviços, a Ucall atende áreas como as deTelecomunicações, Energia e Água, entre outras.

Carreira Directora-geral da Ucall, Ellen Kaputu entrou para a empresa, na qual progrediu, chegando ao mais alto cargo de direcção

AUcall emprega cerca de 2.000pessoas, divididas em dife-rentes áreas de serviços. O"Contact Center" é o maior

gerador de emprego, ao representar 90por cento do total dos colaboradores daempresa, que presta serviços nas áreasde Telecomunicação, Energia e Água,entre outras. A directora-geral da Ucall,Ellen Kaputu, respondeu a um ques-tionário, para abordar aspectos ineren-tes ao quotidiano da empresa.

Qual é a natureza ou a especificidadedo vosso trabalho?Somos uma empresa líder em serviçosde "Contact Center" e "Experiência deCliente". Simultaneamente, temos vas-ta experiência nas áreas de Estudos deMercado e Capital Humano, nomeada-mente, em segmentos como "BussinessIntelligence", "Consultoria de RecursosHumanos", "Formação e Recrutamento"e "Outsourcing de Profissionais".

Como fazem a selecção dos recursoshumanos? Que critérios estabelecempara seleccionar os trabalhadores?O recrutamento e selecção é feito poruma equipa centrada em colocar apessoa certa no lugar certo, ou seja,identificar e seleccionar as pessoascom as melhores características parao sucesso de um cliente específico.Procuramos jovens que incorporemos nossos valores (responsabilidade,paixão, compromisso, energia, ino-vação, ambição).

A contratação é periódica ou aconte-ce quando se impõe, por exemplo, fa-ce a desistências?Tipicamente, as vagas de recruta-mento ocorrem quando alargamosserviços. A nossa equipa de recruta-mento e selecção e a Academia de For-mação estão preparadas para traba-lhar de acordo com as necessidadesdos nossos clientes.

Têm registado desistência de funcio-nários. Por que razão isso acontece?Na Ucall, a maior parte dos comunica-dores são estudantes universitários. Écomum acontecer que, após à conclu-são dos seus estudos, alguns colegasabracem novas oportunidades nas suasáreas de formação. E têm o nosso apoio.Contudo, registámos um índice de re-torno muito abaixo do mercado.

A Ucall atende vários sectores, das Te-lecomunicações à Electricidade e Ser-viços. Como é feita a formação dosprofissionais?Sim! A Ucall actua em vários sectores daeconomia. Todos os colaboradores pas-sam por uma acção de formação inicial,comportamental e técnica. Nestas sessõesde formação, os colaboradores são pre-parados para escuta activa, simpatia noatendimento, empatia para com o clien-te, gestão de clientes insatisfeitos, pró-ac-tividade na resolução de problemas e téc-nicas no software de gestão de atendi-mento. Estas competências dão maisrobustez a uma candidatura para pro-jectos específicos, dentro da Ucall, nes-tes sectores. Como temos muitos cola-boradores, encontramos colegas que têmou estão a realizar o ensino superior emáreas específicas, como a saúde, teleco-municações, serviços financeiros e en-genharias electrotécnicas.

Como são divididos os turnos? De quedepende esta variação?Para responder às necessidades dosnossos Clientes, a Ucall funciona 24/24horas,todos os dias da semana, in-cluindo sábados, domingos e feriados.Dependendo do número de horas con-tratadas pelos nossos clientes, os tur-nos variam entre seis, sete e oito horasde trabalho. Visto que a maior partedos nossos colaboradores é estudanteuniversitário, os turnos estão distri-buídos entre manhã, tarde e noite, ofe-recendo assim uma maior flexibilida-de para que possam continuar os es-tudos. Os turnos são divididos combase nas regras consolidadas na Lei Ge-

ral do Trabalho e previamente aprova-das pela Inspecção-Geral do Trabalho.

Qual é a média de chamadas por dia?Recebemos e gerimos cerca de 70.000interacções por dia, entre chamadas,emails e outros. Muito perto de 50 porcento destas chamadas são da provín-cia de Luanda.

Devido à natureza do trabalho, os ope-radores são submetidos a exames mé-dicos periódicos?Sim, com a realização de exames mé-dicos ocupacionais, não só devido ànatureza do trabalho, mas também porser obrigatório por lei.

Têm acautelado eventuais problemasde saúde, sobretudo, os de audição?Sim! Os exames médicos ocupacionaissão fundamentais para avaliação doestado de saúde dos trabalhadores, as-segurando a compatibilidade da fun-ção com o seu estado físico. Tambémpara prevenir situações futuras, quepossam perigar o estado de saúde dotrabalhador. Destes exames, é emitidoum Atestado de Saúde Ocupacional(ASO), que irá apontar se o funcionárioestá apto (com ou sem reservas) ou não,do ponto de vista clínico, para continuara exercer a sua função. Na avaliação, po-dem ser identificados problemas de saú-de. Assim, após a análise dos resultados

Cristina da [email protected]

com bastante atenção, é ur-gente cumprir as recomen-dações e restrições dadas pe-lo(a) médico(a). Criámosuma área com quatro profis-sionais, todos eles creden-ciados pelo MAPTESS, queacompanham e supervisio-nam os exames realizados oua realizar. Caso seja identifi-cado uma doença ocupacio-nal, a empresa tem o segurode acidente de trabalho edoenças profissionais.

Quais as exigências que aUcall faz às empresas paraas quais presta serviços?Desenvolvimento customi-zado do projecto; equipa de-dicada; disponibilização dosoftware de atendimento;gestão e suporte técnico dasplataformas tecnológicas;formação e acompanha-mento contínuo.

Quem custeia o tempo quedura as chamadas? O cliente,a Ucall ou as empresas àsquais presta serviços?As empresas às quais presta-mos serviços são quem defi-ni a estratégia a este nível. Asorganizações que lançam aslinhas de apoio definem se su-portam os encargos com aschamadas ou se são os cida-dãos/consumidores a supor-tar este encargo. A Ucall nãotem influência nesta decisão.

Para quando a inclusão doatendimento em línguas na-cionais nos vossos serviços?Se for identificada esta ne-cessidade, estamos prepa-rados para atender, assim co-mo fazemos com línguas es-trangeiras.Têm projectos na área so-cial. Pode descrevê-los?Sim! Em 2011, iniciámos o

nosso projecto de responsa-bilidade Social “Juntos Da-mos o Nosso Melhor”. Esteano, revitalizámos as insta-lações de um Lar de Aco-lhimento. Realizámos umadas primeiras acções de re-colha alimentar. Retomámosum projecto, no âmbito daprevenção da malária. Asequipas de voluntários daUcall, organizadas em bri-gadas, partem de novo pa-ra as comunidades, bairros,escolas, para palestras sobrea prevenção da malária. Rea-lizámos, o UcolorRun, asnossas festas de aniversário.Têm sempre uma compo-nente social catalisadora. Nacorrida das cores, realizadaem Fevereiro deste ano, ovalor das inscrições foi natotalidade entregue ao Hos-pital Pediátrico de Luanda.Na nossa última festa deaniversário, em Dezembro,todos os colaboradores econvidados contribuíramcom material escolar, quefoi entregue a três institui-ções da cidade. Temos par-ticipado também em cam-panhas de vacinação, doa-ção de sangue.

Quais as motivações inter-na criadas para os colabo-radores?Bónus de qualidade e pre-sença, premiação do "Me-lhor Assistente", entre ou-tros. Este dinamismo ca-racterístico da Ucall temna sua base uma cultura dereconhecimento e merito-cracia que premeia o exce-lente desempenho e quepromove oportunidadesinternas de mobilidade eprogressão que constituium factor de motivação al-tamente valorizado.

“Procuramos jovensque incorporem os

nossos valores(responsabilidade,

paixão, compromisso,energia, inovação,ambição).com asnecessidades dosnossos clientes.”

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24 REPORTAGEM

WILTON FERREIRAUM JOVEM REALIZADOWilton Mutei é, actualmente, director

de projectos da Ucall. O jovem, que aspira a novas responsabilidades, sente-se realizado,por estar incluído num grupo de trabalhadores

que faz carreira dentro da instituição. Ofuncionário entrou para a Ucall com 19 anos.

Agora tem oito de casa.

APOIO AO CLIENTERETORNO DE CHAMADAS“Para melhorarmos os nossos serviços,colocamos à disposição o serviço “CallBack”. A partir do monitoramento dasfilas de espera, é possível, ao sistema,voltar a ligar para o cliente, caso a

linha caia”, explicou o director-adjunto,João Barbosa.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

Os clientes de Luanda que usamos serviços de “Call Center”são mais exigentes que os dasrestantes províncias. Das 70

mil chamadas recebidas diariamente, pe-lo centro de atendimento da Ucall, 35mil são da capital. As reclamações vãodesde a demora no atendimento à faltade solução para alguns problemas, co-mo os de saldos de dados e de voz oude reformatação dos aplicativos em apa-relhos novos.

Jaime Ambrósio é um dos utiliza-dores do serviço de atendimento daUcall. Diz que muitas vezes sente-se frus-trado, por não ver solucionado o seu pro-blema. Conta que, em alguns casos, a li-gação cai a meio da conversa com os ope-radores e não tem tido retorno.

"O que chateia é que, quando reto-mo a chamada, atende-me já outro ope-rador, que me obriga a explicar o que jáhavia começado com outra pessoa. Coma agravante deste também não me so-lucionar o problema", desabafou.

Jaime é muito crítico. Ele opina queos "Call Centers” devem ter capacidadede solucionar os problemas dos clientes,que são quase sempre os mesmos. "Omais desencorajador nestes serviços, éque, quando ligamos para apresentaruma reclamação, o primeiro impasse éo imenso tempo de espera. O cliente fi-ca muito tempo a ouvir publicidade, atégastarmos todo o saldo. E isso é mesmofrustrante”, observou.

Diferente de Jaime, Ana Clementemostra-se mais optimista em relação aosserviços de atendimento ao cliente. A jo-vem trabalhadora entende que, na di-nâmica actual, os “call centers” são im-portantes para a soluções de problemaspontuais. “Não tenho muito o que re-clamar. Das vezes que liguei para um“Call Center” e apresentei problemas,eles resolvem de forma rápida”, exem-plificou Ana, satisfeita.

“CALL BACK”, OUTRO SERVIÇOO “Call Back”, ou seja, "Ligar de Volta",é um novo sistema de ajuda aos clientesque procuram apoio no Centro de Aten-dimento da Ucall. Este serviço permiteque os operadores retomem a chamada

para os clientes que tenham estado emlinha à espera ou que, a meio da con-versa, tenham perdido a ligação. O sis-tema, que funciona de forma automáti-ca, oferece ao cliente, por meio de umamensagem de voz, a opção de desligare aguardar, em poucos minutos, o re-torno da chamada.

O director-geral adjunto da Ucall,João Barbosa, considera o novo servi-ço, o “call back”, inovador na empre-sa e no país, sobretudo, por ser umasolução na redução do tempo de es-pera dos clientes.

João Barbosa disse que a empresaque administra recebe chamada de to-do o tipo de clientes, desde os satisfei-tos aos mais insatisfeitos, e que tudo temfeito para prestar as informações maisclaras e precisas.

“A nossa maior obrigação é satisfa-zer a vontade dos nossos clientes e so-lucionar todos os problemas apresenta-dos. Por isso, para melhorarmos os ser-viços, colocamos à disposição o serviço“Call Back”. A partir do monitoramentodas filas de espera, é possível, ao siste-ma, voltar a ligar para o cliente, caso alinha caia”, explicou o director.

RECLAMAÇÕES

Os clientes de Luanda sãoa maioria e mais exigentes

Muitos são os jovens que en-contram nos “Call centers” asua primeira oportunidadede emprego. Na “Ucall”, exi-ge-se o ensino médio. Tra-balha-se por turnos, o quepossibilita a um jovem re-cém-enquadrado dar conti-nuidade aos estudos.

Wilton Mutei é, ac-tualmente, director deprojectos da Ucall. O jo-vem, que aspira a novasresponsabilidades, sente-se realizado, por estar in-cluído num grupo de tra-balhadores que faz car-reira dentro da institui-ção. O funcionário entroupara a Ucall com 19 anos.Agora tem oito de casa. Aagilidade nas tarefas quelhe eram incumbidas per-mitiu que ganhasse a

confiança da direcção.“É gratificante saber

que estamos na linha aajudar as pessoas e voltarpara casa com a satisfaçãodo dever cumprido”, disse.Wilton Mutei considera queo trabalho” não é nada fá-cil, mas é possível fazê-lo”.As formações na área deatendimento ao cliente,que os operadores rece-bem no período de estágiosão as maiores ferramen-tas para o garante de umtrabalho de excelência."Muitas vezes, os nossosclientes ficam irados,quando não damos solu-ção a um problema. Osmais difíceis são os que li-gam somente para faltarao respeito aos operado-res", lamentou. SS

PRIMEIRO EMPREGO

Alguns clientes queixam-se da falta de solução dos problemas, enquanto operadores lamentam situações de falta de respeito

Solange da Silva [email protected]

OCUPAÇÃO Muitos são os jovens que encontram nos “Call centers” a primeira oportunidade de emprego, chegando, em muitos casos, a fazer carreira.

MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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CASA DA MÚSICA YURI DA CUNHA CANTA

COM JOÃO SERIAO cantor Yuri da Cunha apresenta-se nosdias 27 e 28 próximos, na Casa da Música,no Talatona. Nos espectáculos, que iniciamàs 22.30, o angolano vai fazer parelha como são-tomense João Seria, que integrou a já

dissolvida banda África Negra.

BIOGRAFIAPERCURSO DO CANTOR

BANGÃO EM LIVROA vida e obra do músico Bangão, falecido em 2015,está transcrita no livro intitulado “Bangão - A Lendado Semba”. A obra, da autoria do angolano DanielVieira, traz depoimentos de figuras ligadas às artes,como Elias dya Kimuezo e a investigadora Rosa Cruz

e Silva, antiga Ministra da Cultura.

Paulo e Ricardo com os amigos

do Mix Fm

DAVIDO EM LUANDA O músico e produtor nigeriano Davido vai desfilar,em Dezembro, no palco do Angola InternacionalFashion Show, evento que mostra a qualidade damoda angolana. O nigeriano, que vai pisar o soloangolano pela primeira vez, colecciona váriosseguidores, pelos sucessos musicais como "Fall", "If","Tchelete" entre outros.

NOVELASEVENTOS

SUCESSO Músicas do nigeriano são muito apreciadas

CRIADORES NACIONAIS NOCENTRO BRASIL-ANGOLA

O Centro Cultural Brasil-Angola acolhe a 5ª ediçãoda Maratona dos Artistas, espectáculo que reúnejovens pintores, escultores, artesãos, músicos,dançarino e de grupos de teatro. O certame vai até21 do corrente e prevê homenagear figuras quecontribuem para a cultura nacional.

A performance ao vivo de Djs renomados, como Pauloe Ricardo Alvez, a cantora Nsoky, o saxofonista Nanu-to, bem como o percussionista Dalú Roger, marcaramos 10 anos do Programa Mix Fm, da Rádio RFM, 96.5,que emite para Luanda. A festa dos 10 anos de programa aconteceu sábado, dia 7,no recinto do Brisa Café, do Diana Spa, na Marginal deLuanda. A festa contou ainda com a participação dos DjsDorivaldo Mix e Wal-Gee. Anabela Aya, Dicklas One e osThe Groove fizeram-se, igualmente, ouvir.Mais de mil pessoas, vindas de diferentes lugares, inclu-sive de fora da capital, testemunharam a noite especial.Foi o render de homenagem a um programa que se tor-nou pioneiro na dinamização da música house em Angola.

Bastante emocionado, Paulo Alves não escondeu a satis-fação pela adesão do público que acompanha o progra-ma emitido de segunda a sexta, das 17h00 às 18, e sába-do, das 16h00 às 18. Aos domingos, a emissão acontecedas 17h00 às 19 horas. Paulo Alves disse, na ocasião, que o programa Mix Fmnão é só um programa de estúdio, dada repercussão queatingiu. "Com o sucesso do programa emitido na rádio,procuramos realizar actividades extra, que são produzi-das por nós e com transmissão em directo", referiu.Num evento marcado pela animação, a música "ÁfricaUnite", de Nsoky e do Dj Paulo Alves, levou o público aodelírio. Os the Grove, bem ao seu estilo, e o cantor Dick-las One também animaram os convidados do Mix Fm.

APOGEU Kudurista vive bom momento da carreira

CELEBRAÇÃO

SOCIAL 25Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

NERU AMERICANO LANÇA DISCO "O ADOÇO"O cantor Neru Americano apresenta, nos dias 04 e 05de Novembro, o seu primeiro trabalho discográfico,intitulado "O Adoço". Sucessos como "Andamento doGato", "Mão de Cabra" e "Andamento Gilipô", sucessosnas redes sociais e pistas de dança, vão constar dotrabalho do jovem, natural da Luanda Sul.

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? Cinema

T E S T E

26 LazeR Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

Horizontais1 - António Agostinho (...), em 1975 tornou-se noprimeiro Presidente de Angola (até 1979). 5- Reu-nir para um fim comum. 12 - Querido. 14 - Carro.15 - Alternativa. 16 - A parte superior das árvores. 18 - Parte daperna cujo esqueleto é formado pelo fémur. 20 - Qualquer máquina. 23 - Irritar. 25 - Atmosfera. 26 - Víscera dupla. 27- Gesto para chamar a aten-ção. 28 - Compact Disc. 29 - Malvada. 30- Los Angeles (abreviatura). 31- Aguentar. 33 - Nome feminino. 36 - Deixei de ter. 37 - Estende ao comprido. 39- Que causa erosão.43 - Ruído. 44 - Que está por cozinhar. 45 - Argola.47 - Terceira nota musical. 48 - Sétima nota musi-cal. 49- Sistema que não é sólido nem líquido. 51 - Capital da Grécia. 54 - Suster a queda de. 56 - Aquele que faz versos. 57 - Selar ou fecharcom lacre. 58 - Porção de um todo.

Verticais1- Camada gordurosa que se forma à superfíciedo leite. 2 - Preposição que indica lugar. 3- Dartacada. 4 - Cheiro. 6 - Senhor (abreviatura). 7-Sumo. 8 - Vazio. 9 - Local de nascimento deAgostinho Neto. 10 - Angola (domínio de Inter-net). 11 - Muito vermelho. 13 - Trabalhador defábrica. 17- Naquele lugar. 19- Centésima partedo hectare. 21 - Doutor da Igreja. 22 - Símbolode hectómetro. 24 - Espaço de 12 meses.27 - Com asas. 28 - Cobertura. 29 - Levantar-secedo. 32 - Acreditar. 34 - Suspiros. 35 - Peça devestuário. 38 - Fruto do tomateiro. 40 - Traba-lhar. 41 - Caminhar para lá. 42 - Desloca-se noar. 44- A parte mais elevada. 46 - Texto ou con-teúdo de um escrito. 48 - Cloreto de sódio. 50 - Época. 52 - Televisão Pública de Angola. 53 - Diminutivo de Internet. 55- ComputadorPessoal.

1 - Selo postal é um papel adesivoque prova o pagamento de uma taxapor serviços postais. É um pequenorectângulo anexado a um envelope. O primeiro foi o Penny Black, surgidona Inglaterra. Em que ano?...

2 - A fibra óptica foi inventada pordois cientistas britânicos, chamadosCharles Kao e George Hockham,que trabalhavam para uma empresabritânica de telecomunicações“Standard”. Em que ano foi inventada?

3- A Civilização Fenícia foi umaimportante civilização da Antigui-dade e foi a inventora do alfabeto.Uma civilização cujo epicentro selocalizava no norte da antiga…...

4- Uíge é uma província da Repú-blica de Angola, situada no ex-tremo Norte. Tinha como capital, àépoca colonial, a cidade de Car-mona. Em que ano aconteceuesta designação?

Desafio:1 - A- 1840.2 -C - 1966.3 -D - Canaã.4 -D - 1955.

Palavras CruzadasHorizontais1- NETO. 5- ASSOCIAR. 12- AMADO. 14- RUCA.15- OU. 16- COPA. 18- COXA. 20- APARELHO.23- IRAR. 25- AR. 26- RIM. 27- ACENO. 28- CD.29- MÁ. 30- LA. 31- ARCAR. 33- ANA. 36- PERDI.37- DEITA. 39- EROSIVO. 43- SOM. 44- CRU. 45- ARO. 47- MI. 48- SI. 49- GEL. 51- ATENAS. 54- AMPARAR. 56- POETA. 57- LACRAR. 58- PARTE.

Verticais1- NATA. 2- EM. 3- TACAR. 4- ODOR. 6- SR. 7- SUCO. 8- OCO. 9- CAXICANE. 10- AO. 11- RUBRO. 13- OPERÁRIO. 17- ALI. 19- ARE. 21- PADRE. 22- HM. 24- ANO. 27- ALADO. 28- CAPA. 29- MADRUGAR. 32- CRER. 34- AIS.35- CAMISA. 38- TOMATE. 40- SALAR. 41- IR. 42- VOA. 44- CIMA. 46- TEOR. 48- SAL. 50- ERA.52- TPA. 53- NET. 55- PC.

Desafio

Insônia e classificação

Curiosidades

palavras Cruzadas

A insônia (do latim, in sem +somnus sono) é uma dissonia ca-racterizada pela dificuldade eminiciar e/ou manter o sono e pelasensação de não ter um sono re-parador, causando prejuízo sig-nificativo em áreas importantesda vida do indivíduo. Do pontode vista polissonográfico, é acom-panhada de alterações na indu-ção, na continuidade e na estrutu-ra do sono. Geralmente, acontececom os adultos jovens, é mais fre-quente na mulher e tem um de-senvolvimento crónico.

É o transtorno de sono mais co-mum, respondendo por cerca de25% das buscas em clínicas espe-cializadas em tratamento de pro-blemas do sono. Cerca de metadedos pacientes com insônia tam-bém tem depressão maior.

Segundo o dicionário de saú-de mental (DSM IV), a insôniapode ser classificada como pri-mária ou secundária. Primária équando ela é a principal doença,e secundária quando é sintomade outra doença ou efeito cola-teral de uma droga. A insônia,como sintoma de outro transtor-no, é duas vezes mais comumque a primária.

Além disso, deve-se levar emconta a principal queixa:

Dificuldade em iniciar o sono:- Pode ser causada por distúrbiosdo ciclo circadiano, consumo deestimulantes, eventos stressantes,doenças neurológicas ou transtor-nos de ansiedade. Em crianças, is-so pode se manifestar como difi-culdade em iniciar o sono sem aintervenção do cuidador.

Dificuldade em mantê-lo: - Caracterizada por desperta-

res frequentes. No caso de regu-larmente despertar por pesade-los, passa a ser classificado comoterror noturno. Pode ser causa-do por drogas, como álcool e ni-cotina, por dor crónica ou porproblemas respiratórios, comoasma e apneia do sono.

Em crianças, a dificuldadeem voltar ao sono pode estarassociada à intervenção docuidador.

Dificuldade para voltar adormir: É mais comum emidosos. Ao despertar muito ce-do, o sono pode voltar duran-te a tarde. Pode ser um efeitocolateral, um transtorno endó-crino ou estar associado à de-pressão maior.

Cartoon Armando Pululo

A - 1840 B - 1950 C - 1570 D - 2000

A - 1866 B - 1567 C - 1966 D - 1986

Respostas

A - Galileia B - Jerusalém C - Belém D - Canaã

A - 1855 B - 1996 C - 1769 D - 1955

ZAP CinemasSemana: 13 a 19 de Outubro• Título: Blade Runner: 2049

( IMAX )• Género: Acção.• Sessões:13h10/ 16h30/ 20h50/ 00h15(Sexta,sábado e véspera de feriado)

• Título: Um susto de Família• Género: Aventura.• Sessões:10h40(Sáb,Dom e fer)

13h00/ 15h15/ 17h30

• Título: O Estrangeiro• Género: Acção• Sessões:12h50/16h00/ 18h30/ 21h00/23h40 (sexta, sábado evéspera feriados)

• Título: Era uma vez em Los Angeles• Género:Acção

CINEMAX /KilambaSemana: 13 a 19 deOutubro• Título: Feliz Dia Para Morrer*• Género: Acção. (sala Vip)• Sessões:15h50/ 16h00/ 18h1020h00/ 22h30

• Título: Um susto de família• Género: Animação. (sala 1)• Sessões:14h00/16h10/ 18h20

• Título: Linha Mortal*• Género: Acção.• Sessões: 20h30 / 22h50

• Título: Lego Ninjago: O Filme 3D

• Género: Aventura. (sala 2)• Sessões:13h00/ 15h20

(Excepto 17 de Outubro)

• Título: Blade Runner 2049 3D• Género: Acção. (sala 2)

17h40/ 21h00 (Excepto 17 de Outubro)

• Título: Kingsman: O Círculo Dourado

• Género: Acção. (sala 3)13h00/ 15h50/ 18h40/ 21h30

•Título:Assassino Americano*• Género: Acção. (sala 4)

13h30/15h40/18h00/20h10/22h20

•Título:O Estrangeiro • Género: Acção. (sala 5)

13h00/15h50/18h40/ 21h30

* Apenas dias 13 e 14 de Setembro.

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PUBLICIDADE 27Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

(JML-

(JML - 045)

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SEGURANÇA

PROTECÇÃO Situações delituosas em escolas reduziram substancialmente com a presença da Polícia

Brigada Escolarcontrola quase trêsmilhões de alunos

MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

MENORESCONFLITOSCOM A LEI

O estudante menor de idade quecomete crime numa das escolas deLuanda é encaminhados ao Gabinete deAconselhamento e Apoio à PrevençãoCriminal, para aconselhamento. Estegabinete funciona no interior doComando da BSE e é composto porespecialistas em Psicologia e Sociologia,que atendem alunos nesta condição. O Gabinete é chefiado pela intendenteBernardete Francisco André e recebetodos os menores em conflito com à leie que apresentam comportamentodesviante. O estudante é ouvido napresença dos encarregados deeducação, que é colocado a par do seucomportamento.

ATITUDEDUPLA PERSONALIDADE

Segundo Bernardete André, alguns paisjá não se surpreendem com a atitudedos filhos, por apresentarem o mesmocomportamento em casa. Já outrosmostram-se, entretanto, espantados,uma vez que, normalmente, apresentaum comportamento diferente, ou seja,tem dupla personalidade. Em caso dereincidência, o menor é levado para oDepartamento de Delinquência Juvenildo Serviço de Investigação Criminal edaí para o Julgado de Menores. “Quando o Julgado de Menor devolve acriança para os pais, é enviada umanota para a Brigada de SegurançaEscolar, para acompanhamento,através do Gabinete deaconselhamento”, disse a autoridade.Acrescentou que a maior parte dosestudantes que passaram por essegabinete acabaram por mudar decomportamento e os paisagradeceram o trabalho feito.

POLICIAMENTO

SEGURANÇA SEM LIMITES

Se ocorrer uma situação noZango 4 ou mais distante, explicao comandante, para uma respostarápida, é importante haver umConselho Comunitário deSegurança Escolar. No dizer do comandante, opoliciamento nas instituições deensino não tem limites. Acobertura é feita ao nível dosnove municípios. Revela que, em2008, foi a que mais crimesregistou, no quesito de roubos eofensas corporais. Na altura,existiam, em Luanda, 136 escolas,com uma população estudantil naordem dos 76.152 estudantes. Aonda de criminalidade nasescolas, acrescentou, teve sempreresposta adequada dos efectivos.Hoje, passados 14 anos, desde acriação da unidade, regista-seuma evolução significativa nonúmero de escolas que cobre ena quantidade de efectivos, quedobrou, o que, em certa medida,satisfaz as necessidades deresposta aos acasos ocorridos nasescolas, avaliou o comandante.

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS A BSE trabalha em parceria como Gabinete Provincial deEducação de Luanda, UNICEF,Departamento Nacional deDelinquência Juvenil Junto daDNIC, Julgado de Menores eInstituto Nacional da Criança.A parceria com o GabineteProvincial de Educação deLuanda, fundamentalmente naárea de Segurança e Auto-Protecção, tem sido de extremaimportância, para a solução devários problemas relacionadoscom a segurança escolar,esclareceu o superintendente-chefe António Domingos dosSantos. Um plano operacionalconjunto é realizado com oDepartamento Nacional deDelinquência Juvenil do Serviço deInvestigação Criminal, com vista aprevenção de crimes nosestabelecimentos de ensino. Emrelação ao UNICEF, a parceria visao apoio na reprodução de cartilhasde segurança escolar e outrosfolhetos que possam ser usadosnos programas de sensibilizaçãoda comunidade estudantil, bemcomo no domínio da formaçãodo efectivo.

DESDE 2003RESPOSTA A QUEIXAS

LIGADAS À INSEGURANÇAA BSE foi criada a 13 de Setembro de

2003, para responder a queixas ligadas àinsegurança, que se fazia sentir em

instituições escolares. Os casos referiam-se ao casco urbano, como as zonas da

Ingombota, Maianga, Vila Alice e Miramar.

SALA DE AULASFURTOS E BULIYNGNo primeiro semestre deste ano, ainstituição registou 56 casosrelacionados com furtos em sala de aulas,casos de bulliyng entre alunos eprofessores e vice-versa e roubo decarteiras, telefones, lanches e ofensascorporais praticado por estudantes.

Em Luanda, as escolas têm regis-tado situações delituosas. Parainibi-las e controlá-las, foi criada

a Brigada de Segurança Escolar (BSE),que controla 2.832 escolas, numadensidade estudantil é na odem de1.937.922 alunos.

A BSE é um órgão autónomo do Co-mando Provincial de Luanda da PolíciaNacional. Os seus efectivos estão distri-buídos em todos os municípios de Luan-da e realizam trabalho de patrulhamen-to de proximidade nas escolas e arredo-res. O objectivo é garantir a segurançaaos alunos, responsáveis escolares e fun-cionários. Na capital, a unidade contro-la 2.832 escolas, numa densidade estu-dantil na ordem de 1.937.922 alunos.

No primeiro semestre deste ano, ainstituição registou 56 casos relaciona-dos com furtos em sala de aulas, casosde bulliyng entre aluno e professor evice-versa e roubo de carteiras, telefo-nes, lanches e ofensas corporais prati-cado por estudantes.

De acordo com o supe-rintendente-chefe AntónioDomingos dos Santos, o co-mandante, a BSE foi criadaa 13 de Setembro de 2003, pa-ra responder às diversasqueixas relacionadas à inse-gurança que se fazia sentirem instituições escolares. Oscasos referiam-se, funda-mentalmente, ao casco ur-bano, como as zonas da In-gombota, Maianga, Vila Ali-ce e Miramar. Nesse ano, oscrimes mais frequentes fo-ram as violações no interiordos recintos escolares, o quecriava um sentimento de in-segurança aos alunos e cor-po docente. Os roubos tam-bém eram muito comuns, co-mo explica o comandante.

Os actos criminosos quese registavam nas escolas,naquele ano de 2003, des-pertaram as autoridades go-vernamentais. Estas criaram,então, a referida Brigada, pa-ra dar resposta às questões

de segurança e incivilidade nacomunidade estudantil.

Desde a sua criação, a BSEtrabalhou sempre na preven-ção da criminalidade. Os efec-tivos desdobravam-se para de-terminadas escolas, no sentidode manter a ordem e a tran-quilidade públicas. O patru-lhamento às instituições esco-lares era feito de forma apeada,de motorizada e de viatura,uma vez que, na altura, osmeios eram suficientes paracontrapor o crime. Com o pas-sar do tempo, segundo o co-mandante, as preocupações fo-ram aumentando, assim comocresceram os números de ins-tituições de ensino e de efecti-vos. A Brigada cobre hoje os no-ve municípios de Luanda, dis-tribuída em sub-unidades. Osuperintendente-chefe garanteque o trabalho de prevenção docrime têm sido realizado comêxito, devido à colaboração di-recta dos responsáveis das es-colas e dos alunos.

OcorrênciasBreves

André da Costa [email protected]

INTENDENTE Bernardete Andréchefia a área de aconselhamento

28 PLANTÃO Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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A Brigada de Segurança Escolar criou, em al-guns estabelecimentos de ensino, os ConselhosComunitário da Brigada de Segurança Escolar. Es-tes órgãos funcionam, sobretudo, nas escolas queficam muito distantes das sedes provinciais. O ob-jectivo é melhorar a circulação da informação en-tre a comunidade escolar e os efectivos. São in-tegrados pelos directores das Escolas, professo-res, alunos, representantes dos pais e encarregadosde educação, corpo de segurança e um repre-sentante da Brigada de Segurança Escolar. Se-gundo explicações do comandante, nas escolas

onde não existem efectivos da Brigada, esseconselho faz-lhe chegar todas as informaçõesrelacionada à segurança pública, para poste-rior intervenção e reposição da segurançapor parte daquela. “O Conselho Comunitário da Brigada de Se-

gurança Escolar é uma das armas secretas pa-ra se fazer maior cobertura nas escolas, em ter-mos de patrulhamento, e joga um importantepapel na sociedade estudantil, na vinculação rá-pida da informação relacionada aos estabele-cimentos de ensino”, disse. AC

COMUNITÁRIOSCONSELHOS AJUDAM

NA SEGURANÇAA BSE criou, em alguns estabelecimentosde ensino, os Conselhos Comunitário daBrigada de Segurança Escolar. Estes

órgãos funcionam, sobretudo, nas escolasque ficam muito distantes das sedes

provinciais.

SEM LIMITEFORTE POLICIAMENTOO policiamento nas instituições de ensinonão tem limites. A cobertura é feita ao níveldos nove municípios. Em 2008, foi a quemais crimes registou, no quesito de roubose ofensas corporais. Na altura, existiam, emLuanda, 136 escolas, com uma populaçãoestudantil na ordem dos 76.152 estudantes.

PLANTÃO 29Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

COLÉGIOS PRIVADOS E ESCOLAS PÚBLICAS

O trabalho de prevenção decrimes realizado pelos efecti-vos da Brigada de SegurançaEscolar é extensivo aos colé-gios privados, segundo o co-mandante António Domingosdos Santos.Aos colégios que funcio-

nam em áreas distantes dasede provincial, o trabalho deprevenção criminal é feito atra-vés do Conselho Comunitáriode Segurança Escolar, à se-melhança dos que ocorre comas escolas públicas.

A BSE estendeu, igual-mente, o raio de acção às insti-tuições do ensino superior daprovíncia de Luanda. Nestasescolas, funciona também oConselho Comunitário. A van-dalização de viaturas estacio-nadas no lado exterior é o cri-

me mais frequente nas univer-sidades. A acção é muitas vezesinibida com a presença dosagentes da Polícia Nacional. Para António Domingos, é

difícil velar pela segurança dasinstituições de ensino, pelo fac-to de se estar a lidar com crian-ças, menores, inimputáveis emrazão da idade. “ Mas temos sa-bido lidar com essa franja dasociedade e, na medida dopossível, com respostas ade-quadas", assegurou.

CONTRIBUIÇÃO PARA A PRÓPRIA SEGURANÇAOs estudantes das escolas pú-blicas e privadas de Luanda jácontribuem para a sua própriasegurança dentro dos esta-belecimentos de ensino. Quan-do ocorre um caso, existe a

preocupação de participá-loaos seguranças ou à direcçãoda escola, visando a tomadade medidas.O comandante António Do-

mingos afirma que as condi-ções de trabalho vão ao en-contro da conjuntura nacional,o que tem permitido desenvol-ver o trabalho sem constrangi-mentos, apesar de pretenderum pouco mais.Os desafios da Brigada de

Segurança Escolar passam pe-la criação de um sistema elec-trónico, que sirva de alerta pa-ra a ocorrência de crimes, paraonde os efectivos seriam cha-mados a intervir, numa espéciede terminal 113. Assim, poder-se-ia contribuir para a redução donúmero de efectivos nas insti-tuições de ensino. AC COMANDANTE DA BSE Superintendente-chefe António Domingos dos Santos

PREVENÇÃO E RESSOCIALIZAÇÃO

O Gabinete de aconselhamento da BSEvisa prevenir conflitos a nível das insti-tuições de ensino, ajudando, igualmen-te, na sua ressocialização, fundamen-talmente, daqueles com mentes des-viadas. Pelo gabinete já passaram cen-tenas de estudantes com comporta-mentos desviantes. Mas, pela acção dosespecialistas, acabaram por alterar a con-duta e o modo de proceder. Hoje, mui-tos deles frequentam a universidade.

Casos de alcoolismo têm sido re-gistados nas escolas, havendo tambémsituações de violência sexual, emboracom pouca frequência. BernardeteAndré considera gratificante o traba-lho que faz, mas lamenta a falta de co-laboração de encarregados de edu-cação. O gabinete tem realizado pa-lestras sobre temas diversos, que con-corram para a prevenção da crimina-lidade nas escolas. AC

TRANQUILIDADE Presença de agentes ajuda a diminuir insegurança

CONSELHOS COMUNITÁRIOS AJUDAM A MANTER A SEGURANÇA

INCLUSÃOO trabalho da Brigada de Segurança Escolar é extensivo aos colégios privados

MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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30 PUBLICIDADE Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

(JML-024)

(JML - 041)

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LUANDA.COMOBRAS ATRAEMAMANTES DA ARTESDezenas de pessoas apreciaram jáas obras à disposição na Galeria doCentro Cultural Português, noâmbito da exposição Luanda.com. Oevento, que decorre até dia 27próximo, junta quarenta e três peçasde artes de diversos pintores e nasceda ideia de homenagem à capital e oskalús, os luandenses. A mostra surge, igualmente, dopensamento de se tirar partido da visãode cada um dos artistas, imbuídos dosmais variados conceitos de fazer arte. Ainter-relação do homem com o espaço,a consciência ecológica e oreaproveitamento da matéria sãoelementos, entre os vários trabalhosexpostos. As obras são aindarepresentativas de várias técnicas ematérias, com destaque para osreciclados, óleo sobre tela, panos, latas,ferro, barro, palhas e plásticos.Entre os expositores, contam-se ÁlvaroMacieira, Ana Paula Sanches, PauloAmaral, Binelde Hyrcan, Caetano Tomás,Pedro Pinto, Cristiano Mangova, Horácioda Mesquita, Kidá, Marcela Costa, OlgaMedeiro, Grácia Ferreira e Raúl Rosário..

ENTRONIZAÇÃOSENHORA DA MUXIMAPOSA EM NOVA IORQUE

A réplica da imagem da Nossa Senhorada Muxima foi entronizada na Igreja daNossa Senhora de Fátima, em NovaIorque, Estados Unidos da América.A cerimónia de entronização contoucom a presença da directora do InstitutoNacional para os Assuntos Religiosos,Ruth Mixinge.A delegação angolana integrou vinteperegrinos e foi chefiada por DomAntónio Francisco Jaka, bispo de Caxito. Segundo uma nota do Ministério daCultura, o ponto mais alto da actividadedecorreu na Igreja da Nossa Senhora deFátima, em Yonkers, Nova Iorque, comuma celebração eucarística, onde foientronizada a réplica da imagem daNossa Senhora da Muxima.A peregrinação, para além do valorespiritual, teve também um valorcultural, no qual os peregrinos tiverama oportunidade de demonstrar epartilhar a cultura angolana através decânticos e danças.

NSOKIA MELHOR ARTISTA

DA ÁFRICA CENTRALNsoki, cantora angolana, conquistou as

categorias de "Artista Revelação" e "MelhorArtista da África Central", nos prémios

Afrimma. A cantora concorreu, igualmente,nas categoria de "Melhor Artista Feminina

Lusófona".

AFRIMMAC4 PEDRO CANTA

VITÓRIA EM DALLASO músico C4 Pedro venceu os galardõesde "Melhor Artista da África Central",

"Melhor Artista da Lusofonia" e "MelhorArtista Além-Fronteiras", na gala dosprémios Afrimma, anunciados há umasemana, em Dallas, Estados Unidos.

CULTURA 31Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017

CONCURSO

VENCEDORES Verónica Afonso e João Binge dizem que agora conhecem melhor a vida e a obra do primeiro Presidente de Angola

Miss e Mister Literatura

EDIÇÕES NOVEMBRO

PAULINO DAMIÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Verónica Afonso e João Binge, de 18 e 25 anos, foram consagrados vencedores da primeira edição do concurso Miss e Mister Literatura Angola

Breves

Verónica Afonso e JoãoBinge, de 18 e 25 anos,ostentam as faixas devencedores da primei-

ra edição do concurso Miss e Mis-ter Literatura Angola - 2017. Oevento teve como objectivo pro-mover, no seio da juventude, ogosto e o hábito pela literatura orale escrita.

Qualquer dos dois ficou a sa-ber do concurso através das redessociais. João Binge, natural do Uí-je, disse que alguns amigos infor-maram-no do evento, por meio deuma publicação. Chamou-lhe aten-ção o facto de o concurso interli-gar beleza e inteligência. Portan-to, participou do casting, porquea literatura era parte primordial

da competição. O jovem, que, além de estu-

dante, é modelo, sempre teve pai-xão pela literatura, mas nunca en-controu alguém que o incentivas-se a dedicar-se à leitura. Assim,viu no concurso uma porta aber-ta para continuar a investigar, so-bretudo, a literatura angolana.

Por sua vez, Verónica Afonso,natural do Kwanza-Sul, alimen-tou sempre o sonho de se tornar"miss", mas a idade ainda não lhepermitia. Ela reconhece que os con-correntes tinham todos muitos co-nhecimentos sobre Agostinho Ne-to e que qualquer um podia ga-nhar o concurso. Além de que, aolongo dos preparativos, tiverama oportunidade de adquirir bas-tante informações sobre a litera-tura angolana.

“Depois de participar nestaprimeira edição do concurso, au-

mentei os meus conhecimentos so-bre o Dr. António Agostinho Ne-to. Acho que posso partilhar estasinformações com outras pessoas.O que mais me admira em Netofoi a capacidade e a determinaçãode lutar pelo seu povo”, disse Ve-rónica Afonso, estudante da 11ªclasse, do curso de Ciências Físi-cas e Biológicas.

O Mister Literatura, que fre-quenta o 5º ano de EngenhariaElectrónica e Telecomunicações,afirmou que, durante dois meses,todos tiveram a oportunidade departicipar no curso sobre a Obrae a Vida de António Agostinho Ne-to. Visitaram, várias vezes, o Me-morial em sua homenagem, o quelhes deu a oportunidade de au-mentar o conhecimento e tirar to-das as dúvidas.

João Binge deu ênfase ao fac-to de todos os participantes terem

João [email protected]

crescido bastante. “Eu não sabiadeclamar um poema, mas agorasei. Neste momento, posso dizerque tenho conhecimento suficientesobre Neto”, garantiu o jovem.

Questionado sobre o que masadmira no primeiro presidente An-golano, João Binge disse que a ca-pacidade que ele teve de não de-sistir. "Apesar de muitos impassesna vida, conseguiu atingir o quepretendia. Mesmo já formado emmedicina, ainda se tornou umgrande escritor", disse

A primeira edição do concur-so Miss e Mister Literatura Angola- 2017 homenageou a figura do pri-meiro Presidente da República deAngola, Dr. António AgostinhoNeto. A organização escolheu oemblemático edifício do Memo-rial Dr. António Agostinho Neto,localizado na Marginal de Luan-da, para a final do concurso.

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Os minimercadosde Luanda têm ago-ra uma associação que os congrega,com vista a objectivos como a unifor-mização de preços, das infra-estrutu-ras, higiene e segurança, a regulariza-ção de pagamento de impostos e a fa-cilitação na aquisição de mercadorias.

Associação dos Minimercados deLuanda (AML), como é designada ainstituição, foi, formalmente, instituí-da em Maio último, com a publicação,em Diário da República, dos seus es-tatutos. A organização pretende pro-porcionar, aos mais de nove mil mini-mercados existentes na província, umambiente de negócio capaz de benefi-ciar os empreendedores nacionais epropiciar a arrecadação de receitas aoMinistério das Finanças.

O presidente da AML, DimitrovPaulo, esclareceu que a agremiação nãotem fins lucrativos e junta 50 associa-dos. Até finais do ano, prevê atingir osmil. A adesão de membros é feita li-vremente, tendo como requisito serproprietário de uma loja de comércioprecário ou um minimercado. A insti-tuição está, igualmente, aberta a pes-soas que pretendam entrar na referidaactividade. Os membros vão beneficiarde assessoria jurídica grátis, prestada

ORGANIZAÇÃO Dimitrov Paulo, Presidente da Associação de Minimercados

TRAVESSIA Mais uma ponte pedonalé construída na Avenida 21 de Janeiro

pela associação, para a normalizaçãodos respectivos alvarás e em outros as-pectos ligados à actividade, acrescen-tou Dimitrov Paulo. As dimensões dasinfra-estruturas usadas como mini-mercados são de menos de 100 metrosquadrados, os chamados “ComércioPrecário”, e acima de 100 metros, osdesignados minimercados, esclareceu.

Para concretizar os objectivos pre-conizados, AML vai contar com a par-ceria do Banco Sol, da AdministraçãoGeral Tributária (AGT), do InstitutoNacional de Apoio às Micro, Pequenase Médias Empresas (INAPEM) e doMinistério do Comércio.

A parceria com o Banco Sol, deacordo com o responsável, vai per-mitir financiar, para os associados, aaquisição de mercadorias a baixo pre-ço. Por sua vez, a AGT é parceira pe-la arrecadação de impostos, enquan-to o INAPEM reforça o mecanismonormativo e garante a formação dosassociados. Já o ministério do Co-mércio, através do Inspecção-Geral,vai garantir o controlo e o funciona-mento normal dos minimercados.Aassociação funciona na rua da Guar-da Passagem, bairro Caop B, muni-cípio de Viana. MC

Já fui várias vezes procurado porcantores da nova geração,

interessados em interpretar as minhasmúsicas. De portas abertas, acolhi-os.

Mas, quando fazem sucesso, nemsequer voltam para agradecer .

PRADO PAIM

CANTOR

FUTEBOLD’AGOSTO-INTER

O 1º de Agosto recebe, amanhã, no 11de Novembro, o Interclube, para a

segunda mão dos quartos-de-final daTaça de Angola. Na primeira partida, omarcador registou igualdade a umabola. No outro jogo entre luandenses,o Kabuscorp defronta o Progresso.

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2017Número 9 • Ano 0

Resenha da SemanaPor fim...

MILITAR DE LUANDA

NOVO COMANDANTE NA REGIÃOA Região Militar Luanda tem um novo comandante, aquem, o chefe de Estado Maior General das ForçasArmadas Angolanas (FAA) apelou a manter prontidãopara a defesa da cidade capital. O novo comandante, Luís Manuel “Pitéu”, foiapresentado às tropas, pelo chefe de Estado-MaiorGeneral das Forças Armadas Angolanas (FAA), GeraldoSachipengo Nunda. Na ocasião, este referiu-se aocomando da Região Militar Luanda como áreacomplexa, acrescentando que o cumprimento dasmissões exige muito trabalho, colaboração e humildade. Luís Manuel “Pitéu” já foi comandante da Região MilitarCabinda e vem substituir Simão Carlitos “Wala”.

CALUMBO

MORADORES PEDEM BANCOOs moradores da comuna de Calumbo, no municípiode Viana, têm enfrentado várias dificuldades pararealizar operações financeiras. A falta de um bancoobriga a que percorram longas distâncias. Por estarazão, apelam às diversas instituições financeiras dopaís que abram agências na localidade.A circunscrição, de natureza agrícola, piscatória eturística, tem cerca de 54 mil habitantes, que sentem anecessidade de pelo menos uma agênciabancária.“Temos filiados que já foram assaltados ao irdepositar ou levantar dinheiro noutras zonas de Viana,quando podiam resolver tudo aqui, em segurança”,disse o presidente da Cooperativa de Pescadores eAquicultores da União do Baixo Kwanza (com sede emCalumbo), Francisco Ventura.

PROJECTO

KILAMBA KIAXA MUDA A IMAGEMO Kilamba Kiaxi tem procurado melhorar a própriaimagem. Nesta perspectiva, criou um projecto de em-belezamento, que teve inicio no separador central daavenida Pedro de Castro Van-Dúnem e deve estender-se ao Calemba II, nas ruas 28 de Agosto e Coman-dante Evady.Segundo a Angop, um jardim está a ser feito no refe-rido separador, desde o campo polivalente da DivinaProvidencia até ao Golfe II. As espécies a plantar nãorequerem muita água, como os cactos, para responde-rem às condições climatéricas do município.

FESTIVAL

HAMBURGUERS NA DIVERSIDADEA Fortaleza de São Miguel, em Luanda, acolheu, entreos dias 4 e 8 deste mês, o Hamburgola by Coca-Cola,um evento que apresentou ao público 10 versões outipos de hambúrgueres. O evento juntou dezenas de pessoas, que tiveram aoportunidade de provar o tradicional hambúrguer devaca e as mais inovadoras opções, desde atum, frangoe peixe, adicionadas a vários tipos de pão, com diver-sos acompanhantes, como a batata-doce, a mandiocae aros de cebola. O Hamburgola by Coca-Cola é umevento que acontece em vários países do mundo. Em Luanda, foi a primeira edição. Os hambúrgueresgoumert foram criados especialmente para oevento e feitos por cinco restaurantes prestigiadosda cidade capital.

Directora Executiva

A APOSTA A FAVOR DAS CRIANÇASAs escolas continuam a ser o lugar onde sepromovem as boas práticas e os bonscostumes. Além de os pequenosaprenderem a ler e a escrever, elesassimilam o Hino Nacional, compreendema conservação do meio ambiente e apreservação dos meios disponíveis dentroda instituição em que se encontram. Estácomprovado que, quando se aprende depequeno, mais responsáveis nos tornamosna idade adulta. Em 2011, no V Fórum sobre a Criança, foidefendida a criação, em todo o país, doprograma integrados de boas práticasdirigidos às crianças. Estes programas, queviriam a ser realizado com base narealidade de cada província, envolveactividades desportivas, educação musical,boas maneiras e aulas de civilidade.Passados seis anos, assistimos, em Luanda,alguns movimentos preocupados com aintegração social das crianças, jovens eadolescentes. São programas variados, quevão desde o desporto, música, dança àactividade intelectual. A criação do Torneiode futsal infanto-juvenil, denominado "TopCraques da Escola", desenvolvido pelaempresa Hattrick, do ex-internacionalangolano Carlos Alonso "Kali" é umainiciativa de louvar. Participam mais de1.400 crianças, de instituições de ensino dacapital, com idades compreendidas entreos 12 e os 15 anos. Os jogos acontecemtodos os finais de semana, desde 15 deJulho, e se estendem até 20 do corrente. Asequipas foram obrigadas a inscrever duasmeninas, perfazendo um total de 288,distribuídas por 144 formações. As mesmas,são alinhadas em todas as partidas, comomandam as regras.Um outro projecto louvável é o "SolidárioUnplugged" ou "Solidário Desconhecido", acargo da cantora Irina Vasconcelos. Oprograma oferece momentos de alegria,com actividades desportivas, música,dança e oferta de bens alimentares. Destaactividade, que aconteceu defronte à BaseNaval de Luanda, há duas semanas,participaram, na sua maioria, meninos derua. Estes projectos, e muitos outros a quenão nos referimos e que têm sidodesenvolvido um pouco por toda a capital,produzem uma diferença na vida e no bem-estar das crianças, sobretudo, daquelas que,ao longo do seu desenvolvimento, nuncaviveram de forma integrada.

Minimercados de Luandaestão associados

Mais uma ponte pedonal está, desdeo início do mês, em construção na ave-nida 21 de Janeiro. Os trabalhos as-sentam na montagem da estrutura me-tálica, que compreenderá 7,5 metrosde altura, 2,5 metros de largura e 62metros de comprimento, e a constru-ção de fundações de betão armado, pa-ra suportar a infra-estrutura. A pedonal está a ser instalada nas ime-diações do supermercado Maxi, numaárea considerada, por muitos cidadãos,perigosa para a travessia.

Mais passagens superiores para peões

DOMBELE BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO

EDIÇÕES NOVEMBRO

COMÉRCIO

21 DE JANEIRO