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ACÓRDÃON° 3S3 /2009-TCE-PLENO · Apostila de reajuste de preço da 13a a 31a medição final, relativa ao período de julho/2002 a ... Básico EIA/RJJVIAdoPólo de Fruticultura

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StüKt

Certifico e dou té que a presente

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINSGabinete da 6° Relatoria

\ ^"" Assinatura/Matricu\a

ACÓRDÃO N° 3S3 /2009 - TCE - PLENO

1. Processo n°:

2. Classe de Assunto:

3. Origem: da Infra-

Técnico

4.Tiesponsáveis:

5. Relator:

6. Representante do MP:

7. Advogado:

05673/2005 (02 volumes)

Apostilas ao Contrato n° 120/2001

Secretaria de Recursos Hídricos/Secretaria

Estrutura/DERTINS/Consórcio

ACL/ENGEPLUS/MAGNA

Anízio Costa Pedreira - Secretário/SRH - José Edmar Brito

Miranda - Secretário/SEINF

Conselheiro José Jamil Fernandes Martins

Procurador de Contas João Alberto Barreto Filho

Não Atuou

EMENTA: Apostila. Reajuste de Preço. Prazo Contratual Expirado.

Recurso Estadual. Ilegalidade.

Considera-se formalmente ilegal o termo de apostilamento de reajuste

preço cujo instrumento contratual originário se encontra com prazo de

vigência expirado.

8. DECISÃO: VISTOS, discutidos e relatados estes autos de n° 05673/2005 versando sobreApostila de reajuste de preço da 13a a 31a medição final, relativa ao período de julho/2002 a

janeiro/2004, ao Contrato n° 120/2001 (fls. 521/530), resultante do edital Concorrência Pública n°

048/2001, firmada entre a Secretaria de Recursos Hídricos, com a interveniência do

Departamento de Estradas e Rodagem do Tocantins - DERTINS e o CONSÓRCIO

TÉCNICO ACL/ENGEPLUS/MAGNA, no valor total de R$ 144.162,50 (cento e quarenta equatro mil, cento e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), que correrão por conta da dotação

orçamentária 3901.20.607.0057.1.184 - elemento de despesa 44.90.92 - Fonte 00.

Considerando que os recursos financeiros envolvidos são provenientes do Tesouro Estadual -

fonte 00, cuja aplicação fica sujeita a fiscalização exclusiva deste Tribunal de Contas, nos termos

da Lei Estadual n° 1.284/2001, do Regimento Interno desta Corte e da Instrução Normativa n°02/2008;

considerando que este TCE, por intermédio da Resolução n° 2720/2002, extraída dos autos n°

07011/2001, considerou legal referido contrato, determinou as anotações competentes em relação

ao Primeiro Aditivo, por meio da Resolução n° 755/2003, autos 01960/2003, bem como decidiu

pelo conhecimento do Segundo Termo Aditivo, por intermédio da Resolução n° 205/2005, autos05674/2003;

considerando que o responsável, visando efetivar o reajuste de preço e o respectivo pagamento da

13a a 31a medições formalizou uma única apostila englobando todos os reajustes;

considerando que as despesas em questão referem-se aos exercícios financeiros de 2002, 2003 e

2004 e que o efetivo pagamento ocorreu no exercício financeiro de 2006;

considerando que a Apostila não é o meio próprio e adequado para realizar pagamento de despesasde exercícios encerrados;

Z:\Departamentos\Relatorias\6Rdatoria\ASSESSORIA\AREA ESTADUAL 2005_2006\SECRETARIA DE RECURSOSHIDRÍCOS\APOSTILAMENTOWVR_05673_2005_AposlUamemo_ContJ20_fonte_OOJlegaI_RL doe

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TRIBUNAL DE CONTAS

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

Gabinete da 6a Relatoria

considerando que o termo de reconhecimento de dívida previsto no artigo 37 da Lei n° 4.320/64,

deve ser efetivado por meio de processo administrativo específico que identifique o quantum da

obrigação devida, os beneficiários do crédito, bem como os responsáveis que deram causa à

omissão do pagamento no tempo certo da obrigação assumida, observadas, ainda, a legalidade na

constituição da referida dívida;

considerando que o reajustamento de preço só tem lugar durante a vigência do contrato, o que não

é o caso;

considerando, por fim, o entendimento esposado pela Comissão de Análise de Apostilamento -

COMAP, no sentido de considerar a apostila em apreço meio impróprio e inadequado para o

pagamento reajuste de preço;

ACORDAM, os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, reunidos em Sessão

Plenária, com fundamento na legislação pertinente e na decisão constante no Acórdão n° 297/2009,

Autos 05061/2005, em:

8.1. Considerar formalmente ILEGAL a Apostila de reajuste de preço da 13a a 31a medição final,

relativa ao período de julho/2002 a janeiro/2004, ao Contrato n° 120/2001 (fls. 521/530), resultante

do edital Concorrência Pública n° 048/2001, firmada entre a Secretaria de Recursos Hídricos, com

a interveniência do Departamento de Estradas e Rodagem do Tocantins - DERTINS e o

CONSÓRCIO TÉCNICO ACL/ENGEPLUS/MAGNA, no valor total de R$ 144.162,50 (cento equarenta e quatro mil, cento e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), que correrão por conta da

dotação orçamentária 3901.20.607.0057.1.184 - elemento de despesa 44.90.92 - Fonte 00.

8.2. Aplicar, nos termos do artigo 39, II, da Lei n° 1.284, c/c art. 159, II, do Regimento Interno,

multa individual de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) aos senhores Anízio Costa Pedreira - Secretário

de Recursos Hídricos e José Edmar Brito Miranda - Secretário da Infra-Estrutura, tendo em vista

a formalização de apostila fora do prazo de vigência do contrato, em desconformidade como o

artigo 65, § 8o, da Lei 8.666/93 e com demais legislação pertinente.

8.3. Autorizar desde já a cobrança judicial da multa, nos termos do art. 96, II, da Lei 1.284/2001,

de 17 de dezembro de 2001, caso não seja paga no prazo de 30 dias, intimando-se o representante

do Ministério Público Especial.

8.4. Determinar a remessa de cópia da presente decisão, acompanhada do respectivo relatório e

voto que a consubstancia, à Controladoria Geral do Estado, para conhecimento e providências que

se fizerem necessárias.

8.5. Determinar que seja anexada cópia da decisão ao processo de prestação de contas do gestor

responsável exercício financeiro 2005, visando fornecer elementos para o julgamento ou emissão de

parecer prévio, conforme determina o artigo 23 da Instrução Normativa n° 02/2008.

8.6. Determinar que seja comunicado ao Responsável pelo órgão contratante, bem como ao

Responsável pelo órgão licitante/interveniente, do teor da presente decisão.

8.7. Recomendar aos responsáveis que nos procedimentos futuros adéqüem os Apostilamentos e

termos de reconhecimentos de dívidas aos imperativos legais.

Z:\Decartameiilos\Relatorias\6Relatoria\ASSESSORIA\ÁREA ESTADUAL 2005_2006\SECRETARIA DE RECURSOSHIDRfCOS\APOSTILAMENTO\RVR_05673_2005_ApostUamento_Cont_120_fonte_00_Uegal_RL.doc

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TRIBUNAL DE CONTAS

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINSGabinete da 6a Relatoria

8.8. Determinar a intimação pessoal do representante do Ministério Público Especial junto aoTribunal de Contas, que atuou nos presentes autos, para conhecimento.

8.9. Determinar a publicação desta decisão no Boletim Oficial deste Tribunal, para que surta osefeitos legais.

8.10. Determinar o encaminhamento dos autos à Diretoria-Geral de Controle Externo para asprovidências, registros e anotações cabíveis, em seguida à Coordenadoria do Cartório de Contaspara acompanhamento do prazo recursal.

Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, Sala das Sessões Plenárias, em Palmas, Capitaldo Estado, aos /S dias do mês de jJUdAjjr' f de 2.009.

Conselheiro Severianojo:

PresidiConselheiroJoséJamL

RELA"\s Martins

Z:\De|Hrtamentos\Re1atorias\6Relatoria\ASSESSORIA\ÁREA ESTADUAL 20O5_20O6\SECRETARIA DE RECURSOS

HIDRICOS\APOSTILAMENTO\RVR_05673_2005_Apostilainento_CoDt_120_fon(e_00_iiegal_RL.doc

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TCE - TO

Fls.

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINSGabinete da 6a Relatoria

1. Processo n°: 05673/2005 (02 Volumes)

2. Classe de Assunto: Apostilas ao Contrato n° 120/2001

3. Origem: Secretaria de Recursos Hídricos/Secretaria da Infra-Estrutura/DERTINS/CONSÓRCIO TÉCNICOACL/ENGEPLUS/MAGNA

4. Responsáveis: Anízio Costa Pedreira - Secretário/SRH - José Edmar BritoMiranda - Secretário/SEINF

5. Relator: Conselheiro José Jamil Fernandes Martins

6. Representante do MP: Procurador de Contas João Alberto Barreto Filho7. Advogado: Não Atuou

8. RELATÓRIO N° 0160/2009

8.1. Cuidam-se os autos sobre Apostila de reajuste de preço da 13a a 31a medição final,

relativa a julho/2002 a janeiro/2004, ao Contrato n° 120/2001 (fls. 521/530), firmada entre a

Secretaria de Recursos Hídricos, com a interveniência do Departamento de Estradas eRodagem do Tocantins - DERTINS e o CONSÓRCIO TÉCNICO

ACL/ENGEPLUS/MAGNA, no valor total de R$ 144.162,50 (cento e quarenta e quatro mil,cento e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), que correrão por conta da dotação

orçamentária 3901.20.607.0057.1.184 - elemento de despesa 44.90.92 - Fonte 00.

8.2. Aludido contrato tem por objeto a prestação de serviços de supervisão das obras, Projeto

Básico EIA/RJJVIA do Pólo de Fruticultura Irrigada e Projeto Executivo PBA - Plano Básico

Ambiental da Barragem Eixo - 3, no Rio Manuel Alves, em Dianópolis - TO, a seguirrelacionados:

PARTE A: Detalhamento do Projeto Básico de Engenharia da Barragem do Rio Manuel

Alves (Eixo 3); Elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA) relativo a Implantação das

Obras do Rio Manuel Alves (Eixo 3); Elaboração do Projeto de Irrigação da Área Piloto de

5.000 ha e Elaboração dos Estudos e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA relativo aoProjeto de Irrigação da Área Piloto de 5.000 ha.

PARTE B: Gerenciamento, Assessoria Técnica, Supervisão e Fiscalização durante aImplantação das Obras da Barragem do Rio Manuel Alves (Eixo 3).

8.3. O valor total do Contrato, a preços iniciais, é de R$ 4.247.817,54 (quatro milhões,

duzentos e quarenta e sete mil, oitocentos e dezessete reais e cinqüenta e quatro centavos),

que correrão por conta da dotação orçamentária 3301.20.607.0039.1040 - elemento dedespesa 44.90.51 - fontes 00 e 25.

8.4. A fl. 391, consta informação no sentido de que este Tribunal, por intermédio daResolução n° 2720/2002, extraída dos autos n° 07011/2001, considerou legal referido

contrato, determinou as anotações competentes em relação ao Primeiro aditivo, por meio da

Resolução n° 755/2003, autos 01960/2003, bem como decidiu pelo conhecimento do Segundo

Termo Aditivo, por intermédio da Resolução n° 205/2005, autos 05674/2003.

8.5. Por intermédio da Portaria n° 399/2008, de 18.06.2008, da Presidência desta Corte, foi

constituída a Comissão de Análise de Processo de Apostilamento - COMAP, composta por

01 Auditor, 01 Advogado, 01 Engenheiro e 01 Contador, para proceder acurado estudo e

emitir parecer conclusivo em todos os Termos de Apostilamento e Aditivos em trâmite nesteTribunal.Z:\Departanrentos\Relalorias\6Relatoria\ASSESSORIA\AREA ESTADUAL 20O5_20O6\SECRETARIA DE RECURSOS

HIDRfCOSW>OSTILAMENTO\RVR.05673.2003_Apostilamenio_Com.l20_fbnte.OOJlegaLRL.doc 1

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TCE - TO

Fls.

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8.6. Numa análise conjunta destes vários processos, aludida Comissão, após judicioso estudo

acerca do tema, emitiu o Relatório de Análise n° 397/2008, fls. 553/579, firmando o seu

posicionamento no sentido de que, no caso em pauta, a apostila não coaduna com os preceitos

legais que regem a matéria, aduzindo, em suas considerações finais, o seguinte:

(...) "Nesse contexto, consideramos que a documentação apresentada é

insuficiente frente à relevância, dimensão e complexidade da formalização do

ato administrativo objeto do processo, principalmente os procedimentos

levados a efeito pelo gestor no tocante aos aspectos formais, gerenciais,

orçamentários e financeiros, ou seja, não estão presentes os pressupostos

necessários para estabelecer o reajustamento de preços.

Além disso, elencamos as seguintes irregularidades:

1. Conforme documento de fls. 262, 264, 266, 268, 270, 272, 324 a

375, houve reconhecimento de dívida, quando as formalidades legais não

foram atendidas, para tal, a administração pública por ação própria ou por

provocação de terceiros interessados deve realizar o reconhecimento de dívida

por meio de abertura de procedimento administrativo específico que

identifiquem o quantum da obrigação devida, os beneficiários do crédito, bem

como os responsáveis que deram causa á omissão do pagamento no tempo

certo da obrigação assumida, observadas, ainda, a legalidade na constituição

da referida dívida.

2. Constata-se que os autos que deu origem aos processos não

revelam fatos nem tampouco justificativas plausíveis para atualização

monetária.

Portanto, se o gestor acobertado pelo princípio da legalidade, praticar

um ato não observando o interesse público, o princípio da moralidade, da

impessoalidade, dentre outros princípio, esse ato estará viciado.

3. O ato de gestão intitulado TERMO DEAPOSTILAMENTO para

regularizar o reajustamento de preços, fls. 382 e 383, objeto do processo em

análise, traz vício de ilegalidade vez que foi realizado por instrumento

inadequado e impróprio, quando a medida adequada seria a restauração de

processo de administrativo próprio, afim de proceder ao pagamento, referente

ao reajustamento de preços devido quando da vigência do contrato."

8.7. O representante do Ministério Público Especial assim se manifesta:

(...) "Nesse sentido, a Administração Pública pode e deve proceder ao

pagamento de faturas ou parcelas em atraso de seus instrumentos contratuais,

mediante o reconhecimento de dívida, observando os ditames do art. 37, da Lei

4.320/64 e art. 22 do Decreto n° 93.872/86.

A correção monetária ocorre em virtude do processo inflacionário e da

desvalorização da moeda, independentemente de estar prevista no contrato, queZ:\Departamnuos\Relatorias\6ReUtoria\ASSESSORIA\AREA ESTADUAL 2005_2006\SECRETARIA DE RECURSOS

HIDRÍCOS\APOSTILAMENTO\RVR_05673_2005_Apostüamento_Cont_ 120_fbnte_00Jlegal_RL.doc 2

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TCE-TO

Fls.

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Gabinete da 6a Relatoria

deverá, no entanto, expressar qual fator de correção será utilizado, observando a

periodicidade anual estabelecida pelo art. 28 da Lei n° 9.069/95.

Assim resta prejudicada a análise do apostilamento em exame, visto que a

situação constante dos autos enquadra-se como reconhecimento de dívida, a qual

deverá ser analisada nas respectivas prestações de contas.

De qualquer maneira, o Corpo Instrutivo deste Sodalício não apontou a

ocorrência de perda, extravio ou outras irregularidades que resultassem prejuízo ao

erário público.

Se a douta Auditoria ao analisar os autos não apurou nenhum fato sob o

aspecto financeiro que comprovasse dano à Administração Pública, não há

justificativas para julgar ilegal o apostilamento, quando na realidade este se

materializa como mera confissão de dívida.

Por todo o exposto, o Ministério Público de Contas, opina conclusivamente

para que o TCE/TO tome conhecimento do apostilamento e não havendo indícios de

prejuízo ao erário devolva o mesmo ao Órgão de origem para a devida adequação,

alertando os responsáveis para que não reincidam na utilização do instrumento

impróprio."

É o relatório.

9. VOTO

9.1. Inicialmente importa mencionar que o Contrato n° 120/2001, foi considerado legal por

este Tribunal de Contas, nos termos da Resolução n° 2720/2002, extraída dos Autos

07011/2001, em que pese os recursos sejam oriundos de Convênio firmado entre o Estado doTocantins e a União, com contrapartida do Tesouro Estadual.

9.2. No caso vertente, o pagamento do reajuste em exame será custeado com recursos de

origem exclusiva do Tesouro do Estado, provenientes da fonte 00 ex-cota e não resultante

da contrapartida devida pelo Estado do Tocantins em cumprimento as disposições do

Convênio firmado com o Governo Federal e da cláusula sétima do instrumentocontratual.

9.3. Pois bem. A Lei de Licitações e Contratos Administrativos prevê a possibilidade de

readequar a equação econômico-financeira por intermédio do reajuste oü do reajustamento de

preço, previsto no inciso XI do artigo 40, inciso III, do artigo 55 e inciso II, 'd' e § 8o do

artigo 65. Esses dispositivos estipulam que:

'Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da

repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção

de que será regida por esta lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem

como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

(...)

Z:\DepartanKntos\Rektorias\6Relatoria\ASSESSORIA\AREA ESTADUAL 2005_2006\SECRETARJA DE RECURSOS

HroRÍCOS\APOSTILAMENTO\RVR_05673_2005_Apostilamemo_Cont_120_fbnte_00_UegaLRL.doc 3

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TCE-TO

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XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação daproposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

(...)

m - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade doreajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento dasobrigações e a do efetivo pagamento.

Art. 65. Os contratos regidos por esta lei poderão ser alterados, com as devidasjustificativas, nos seguintes casos:

(...)

II - por acordo das partes:

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargosdo contratado e a atribuição da Administração para a justa remuneração da obra, serviço oufornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, nahipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis,retardadoras ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito oufato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

§ 8°- A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto nopróprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condiçõesde pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até olimite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simplesapostila, dispensando a celebração de aditamento.'

9.4. O reajustamento de preços pode ser entendido como o realinhamento do valor contratualem razão da elevação do custo de produção no curso normal da economia, tendo por base

índices ou critérios previamente fixados em edital, a fim de preservar a contratada do processoinflacionário .

9.5. Para o jurista Marcai Justen Filho "o reajuste de preços é uma solução desenvolvida a partirda prática contratual pátria. Convivendo em regime de permanente inflação, verificou-se aimpossibilidade e a inconveniência da prática de preços normais fixos. Com o passar do tempo,generalizou-se a prática da indexação em todos os campos. A indexação foi encampada também nascontratações administrativas. A Administração passou a prever, desde logo, a variação dos preços

contratuais segundo a variação de índices (predeterminados ou não). Essa prática é identificada

como •reajuste' de preço. Trata-se da alteração dos preços para compensar (exclusivamente) osefeitos das variações inflacionárias. (...)'

9.6. No entanto, de acordo com o § Io do artigo 28 da Lei 9.069/952 é nula de pleno direito enão surtirá nenhum efeito cláusula de correção monetária cuja periodicidade seja inferior a umano.

Acórdão 1563/2004 - Plenário - TCU - Processo 001.912/2004-8

Art. 28. Nos contratos celebrados ou convertidos em REAL com cláusula de correção monetária por índices de preço ou por índice quereflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, a periodicidade de aplicação dessas cláusulas será anual.

! ,£ E nUla de plen° direito e não SUItirá nenhum efeit0 cláusula de correção monetária cuja periodicidade seja inferior a um anoZ:\Departamentos\Relatorias\6Relatoria\ASSESSORIA\AREAESTADUAL2005_200eiSECRETARlADERECURSOS

HlDRlCOSWK)STE.AMENTO\RVR_05673.2005_Alx>stilamento_Cont_120_fbnte_00_UegaJ_RL.doc 4

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TCE - TO

Fls.

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Gabinete da 6a Relatoría

9.7. In casu, os órgãos técnicos e jurídicos desta Corte não apontaram nenhuma irregularidade

relacionada à violação dos dispositivos legais acima transcritos, em relação ao mérito, tais

como: admissibilidade do reajuste, correção dos cálculos, observância a periodicidade anualetc.

9.8. O entendimento esposado pela Comissão de Análise de Processo de Apostilamento -

COMAP é no sentido de que, no presente caso, 'os atos de gestão intitulados TERMO DE

APOSTILAMENTO para regularizar o reaiustamento de preços, fls. 382 e 383 objeto do

processo em análise, traz vício de ilegalidade vez que foi realizado por instrumento

inadequado e impróprio, quando a medida adequada seria a instauração de processo

administrativo próprio, a fim de proceder ao pagamento, referente ao reajustamento de preços

devido quando da vigência do contrato'.

9.9. O posicionamento adotado pelo Ministério Público Especial é no sentido que o

pagamento deve ser realizado por intermédio de termo de reconhecimento de dívida, com

fundamento no art. 373, da Lei 4.320/64 e art. 224 do Decreto n° 93.872/86.

9.10. Todavia, considerando a inexistência de indícios de prejuízo ao erário propõe a

devolução dos autos ao Órgão de origem para a devida adequação, alertando os responsáveispara que não reincidam na utilização do instrumento impróprio.

9.11. Compulsando os autos, observo que os responsáveis procederam da seguinte forma para

efetivar o pagamento do reajuste em apreço: primeiro reconheceu a dívida formalizando um

termo de reconhecimento de dívida para cada uma das medições de reajustamento, fls.

262/375 e, ato contínuo, formalizou uma única Apostila englobando o valor total de R$

144.162,50 (cento e quarenta e quatro reais, cento e sessenta e dois reais e cinqüenta e cinco

centavos).

9.12. Ocorre, porém que, os responsáveis se equivocaram ao efetivar o pagamento de

despesas de exercícios encerrados por meio de Apostila, vez que este não é o instrumento

próprio e adequado para tal fim.

9.13. Conforme dito pela COMAP o termo de reconhecimento dívida deve ser formalizado de

por meio de um procedimento administrativo específico, como determina o artigo 37 da Lei n°

4.320/64, e não dentro de um processo que tem por finalidade o apostilar o contrato.

9.14. Vejo também que a Apostila foi celebrada fora do prazo de vigência contratual, o que se

constitui em vício de ilegalidade insanável. Vejamos:

Assinatura do Contrato: 23.07.2001

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para os quais orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para

atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos

reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento,discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para os quais orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente paraatendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissosreconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas deexercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei n° 4.320/64)

§ 1°. O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa.

Z:\Departamentos\Relatorias\6ReUtoria\ASSESSORIA\AREA ESTADUAL 2005_2006\SECRETARIA DE RECURSOS

HD3RÍCOS\APOSTILAMENTO\RVR_05673_2fX)5_Apostilamento_Cont_120_fonle_00_Uegal_RL.doc 5

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TCE-TO

Fls.

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINSGabinete da 6a Relataria

Vigência: 720 dias

Ordem de Serviços: 23.07.2001

Término da Obra: 28.02.2004

Termo de Recebimento da Obra: 22.09.2004

Apostila: 07.07.2005

9.15. Ressalta-se o Primeiro Termo Aditivo, fls. 533/534, ratifica o prazo contratual previstopara o dia 13 de julho de 2003, não deixando nenhuma dúvida e mais clara àextemporaneidade da Apostila, bem como da ilegalidade praticada, vejamos:

"A apostila de reajustamento contratual terá que ser efetivada durante a

vigência do contrato porque esta é ato jurídico acessório em relação àquele, sendo

assim não será possível se reajustar o que já está extinto. Neste sentido a doutrina de

Lucas Rocha Furtado, Procurador Geral do Ministério Público junto ao Tribunal deContas da União:

'Outra hipótese de extinção do contrato ocorre com a expiração de seu prazo

de vigência. A Lei 8.666/93, em seu art. 57, § 3o, veda a celebração de contrato com

prazo de vigência indeterminado. Ademais, o caput do art. 57fixa a regra em matéria

de vigência de contrato, in verbis: "a duração dos contratos regidos por esta Lei

ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários." Somente nashipóteses indicadas nos incisos do art. 57 poderão ser celebrados contratos comprazos superiores ao do exercício financeiro. Nesses termos, expirado o prazo de

vigência do contrato, caso não ocorra a sua renovação, ocorrerá sua extinção". '5

9.16. Por fim, convém registrar que em consulta ao SIAFEM foi possível constatar que ospagamentos realizados são compatíveis com as notas de empenhos e respectivas autorizações

e que os cálculos estão de acordo com a cláusula quinta do contrato e com os índices

fornecidos pela Fundação Getúlio Vargas para a coluna 39, conforme documento fl. 377.

9.17. Por todo o exposto, acolhendo parcialmente as manifestações da COMAP e dorepresentante do Ministério Público Especial, Voto no sentido de que este Tribunal adote asseguintes providências:

9.18. Considere formalmente ILEGAL a Apostila de reajuste de preço da 13a a 31a mediçãofinal, relativa ao período de julho/2002 a janeiro/2004, ao Contrato n° 120/2001 (fls.521/530), decorrente do edital Concorrência Pública n° 048/2001, firmada entre a Secretariade Recursos Hídricos, com a interveniência do Departamento de Estradas e Rodagem doTocantins - DERTDVS e o CONSÓRCIO TÉCNICO ACL/ENGEPLUS/MAGNA, novalor total de R$ 144.162,50 (cento e quarenta e quatro mil, cento e sessenta e dois reais ecinqüenta centavos), que correrão por conta da dotação orçamentária 3901.20.607.0057.1.184- elemento de despesa 44.90.92 - Fonte 00.

9.19. Aplique, nos termos do artigo 39, II, da Lei n° 1.284, c/c art. 159, II, do RegimentoInterno, multa individual de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) aos senhores Anízio CostaPedreira - Secretário de Recursos Hídricos e José Edmar Brito Miranda - Secretário daInfra-Estrutura, tendo em vista a formalização de apostila fora do prazo de vigência do

Antônio Flávio de Oliveira, Reajustamento de preços e prorrogação, Editora Fórum Ltda. - Sistema de Gerenciamento do ConteúdoZ:\Departamentos\Relatoras\6Relatom\ASSESSORIA\AREA ESTADUAL 2005_2006\SECRETARIA DE RECURSOS

HIDRÍCOSW»OSTILAMENTO\RVR_05673.2005_Apostilamento.Cont.l20_fbnte.00_Uegal_RL.doc 6

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TCE - TO

Fls.

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINSGabinete da 6a Relatoria

contrato, visando o pagamento de dívida de exercício encerrado, em desconformidade como oartigo 65, § 8o, da Lei 8.666/93 e com demais legislação pertinente.

9.20. Autorize desde já a cobrança judicial da multa, nos termos do art. 96, II, da Lei1.284/2001, de 17 de dezembro de 2001, caso não seja paga no prazo de 30 dias, intimando-seo representante do Ministério Público Especial.

9.21. Determine a remessa de cópia da presente decisão, acompanhada do respectivo relatórioe voto que a consubstancia, à Controladoria Geral do Estado, para conhecimento eprovidências que se fizerem necessárias.

9.22. Determine que seja anexada cópia da decisão ao processo de prestação de contas dogestor responsável no exercício financeiro 2005, visando fornecer elementos para o

julgamento ou emissão de parecer prévio, conforme determina o artigo 23 da InstruçãoNormativa n° 02/2008.

9.23. Determine que seja comunicado ao Responsável pelo órgão contratante, bem como aoResponsável pelo órgão licitante/interveniente, do teor da presente decisão.

9.24. Recomende aos responsáveis que nos procedimentos futuros adéqüem osApostilamentos e termos de reconhecimentos de dívidas aos ditames legais.

9.25. Determine a intimação pessoal do representante do Ministério Público Especial junto aoTribunal de Contas, que atuou nos presentes autos, para conhecimento.

9.26. Determine a publicação desta decisão no Boletim Oficial deste Tribunal, para que surtaos efeitos legais.

9.27. Determine o encaminhamento dos autos à Diretoria-Geral de Controle Externo para asprovidências, registros e anotações cabíveis, em seguida à Coordenadoria do Cartório deContas para acompanhamento do prazo recursal.

SALA DAS SESSÕES, em Palmas, CapitaTíiq E/t|üo do Tocantins^aeT /^ dias do mêsde -jmíáxT de 2009.

JOSÉ JAMIL FERNANDES MARTINS

Conselheifo/Relator.

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