Adele Ashword - Romance Escandaloso

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  • 8/13/2019 Adele Ashword - Romance Escandaloso

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    2 da Trilogia Duque

    The original title: Duke of Scandal(2006)

    Pesquisa e disponibilizao: Leniria Santos.Traduo: Dani P.Reviso: Vania Gusmo

    or!a"ao: Manuela Souza

    Trilogia Duque

    1 - Doce Pecado2 - Ro!ance #scandaloso - !mante "ndiscreto

    $D#%# $S&'(RT&$D#%# $S&'(RT&)! Ro!ance #scandaloso)! Ro!ance #scandaloso

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    $R*)+#,T(-

    # escandalosamente atraente Samson$arlisle no % o &also no're ao (ue Lad)#l*+ia esta+a ,erseguindo... Mas sim oamante (ue &er+orosamente desea.

    uando %ad. (livia S/ea % a'andonadaem sua noite de n/,cias0 ura (ue ,erseguirseu marido e lhe eigir a heran3a (ue lhe

    rou'ou. 4o muito de,ois0 o encontra cara acara em um 'aile em Londres. S5 (ue ohomem a (uem ela desa&ia no % 6dmund$arlisle0 mas sim seu irmo g7meo0 Sa!son0arlisle1 Duque de Dur/a!.

    Samson mesmo tendo descon&ian3a das

    mulheres0 decide audar 8 'ela herdeira angla9 &rancesa a desco'rir o ,aradeiro de seuirmo. !ssim tra3am um ,lano: Samson se&ar ,assar ,or 6dmund e retornar com#li+ia a Paris0 onde a o+em % ,ro,rietria deuma loa de ,er&umes. 6ntretanto0 a +iagemestar cheia de ,erigos (ue ,odem destruir o

    crescente amor entre Samson e #li+ia.

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    PREFACIO

    Paris, Frana, janeiro de 1860.

    Lady Olivia Shea, que tinha casada pouco mais de doze horascom lorde Edmund arlisle, encontrava!se "rente a uma dasenormes #anelas com cortinados verdes de sua ele$ante ha%ita&'ono hotel rillon, situado na ra&a da onc*rdia, contemplando

    como o sol aparecia pelo horizonte e iluminava lentamente a capade $elo invernal que co%ria a parte leste do +ardim das uller-as.

    ermanecia im*vel enquanto o "le$o que escapava de seusl/%ios empanava o cristal com pequenos e previs-veis c-rculos.

    otava o corpo $elado, #/ que estava descal&a so%re o ch'o demadeira, mas sua mente era alheia a toda sensa&'o que n'o "ossema raiva e uma desesperada apatia.

    Seu marido e ela tinham che$ado ao hotel 1 noite antes para darcome&o a sua lua de mel, para come&ar sua nova vida #untos, ou aomenos isso tinha acreditado ela. Em%ar$ada pela "elicidade, Oliviase tinha posto a roupa de cama para a$uardar a consuma&'o de seuamor e seu compromisso, mas, por estranho que parecesse,Edmund tinha recordado de repente que devia encarre$ar!se de umassunto de ne$*cios antes de partir de rasse para uma estadia deum ms3 necessitava mais dinheiro para a via$em. 4urante as horasque se$uiram, enquanto esperava a que seu marido retornasse, ae5cita&'o e os medos t-picos de todas as vir$ens tinhamdesaparecido para ser su%stitu-dos primeiro pelo chateio que lhe

    provocava sua marcha, depois pelo pnico e "inalmente pelodesespero, so%re tudo quando come&ou a avaliar o que tinhaacontecido entre eles nos trs 7ltimos meses3 o encontro casual dedois aristocratas in$leses com muito em comum que vivia rodeadode e5trava$antes "ranceses8 o verti$inoso romance no que ele se

    comportou como o per"eito cavalheiro trans%ordante de encanto8 ocorte#o calculado e o empenho em umas %odas r/pidas... ordes$ra&a, pouco antes da alvorada che$ou 1 horr-vel e dilaceradoraconclus'o de que a rela&'o n'o tinha sido mais que uma "arsa e queseu "lame#ante marido a tinha tomado por tola.

    or que, Edmund9 or que eu9 O que tenho "eito eu9

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    :inda n'o tinha chorado. 'o lhe encontrava nenhum sentido a"az!lo, em%ora sou%esse que lo$o seria incapaz de conter a

    an$7stia e que as l/$rimas se derramariam por suas %ochechascomo um manancial ines$ot/vel nascido nas pro"undidades de seucora&'o.

    Edmund n'o a tinha a%andonado ante o altar, a n'o ser not/lamo nupcial. om um sorriso e uma mentira, tinha!a dei5adoentre os custosos len&*is per"umados, tinha!lhe dado um tenro

    %ei#o e se partiu sem o menor rastro de inquieta&'o ou remorso. Emsua opini'o, esse ato t'o desprez-vel tinha sido o pior dos en$anos.4epois do a"eto e a con"ian&a que tinha depositado nele, o 7ltimoadeus do Edmund tinha suposto a humilha&'o de"initiva.Suspeitava que a tivesse convencido com "alsas e en$enhosasartimanhas dos %ene"-cios de umas %odas r/pida com o 7nico "imde poder ter acesso a suas contas como seu marido, mas lhe tinharesultado muito mais sin$elo che$ar a essa conclus'o depois de

    passar toda a noite acompanhada t'o somente por seuspensamentos e a luz tnue do $;lido amanhecer.

    esse instante, enquanto o sol despertava a cidade que seestendia ante ela com seus edi"-cios cinza e a luz lhe pisquem dos7ltimos "ar*is, come&ou a idear um plano. Era certo que a maior

    parte da culpa era dela, #/ que tinha permitido que se apropriassemde sua heran&a, mas n'o era t'o in$nua como sem d7vidaacreditava Edmund. ossu-a recursos, determina&'o e ha%ilidadesque ele desconhecia. E so%re tudo, estava dotada de um intelecto

    %rilhante que estava muito disposta a utilizar.esse preciso instante, em%elezada ainda com a maravilhosa

    camisola tecida a m'o com seda importada e encai5e da

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    CAPITULO 01

    Londres, Inglaterra, finais de maro de 1860.

    inham passado quatro meses da 7ltima vez que tinha estadocom uma mulher, e talvez um ano desde que acariciasse a uma cu#onome recordasse. Essa noite, entretanto, tinha a inten&'o de

    procurar!se companhia "ossem quais "ossem as circunstncias.

    ecessitava um escarc;u entre os len&*is mais que nunca. ordes$ra&a, a circunstncia a superar era que na "esta de apresenta&'oem sociedade do @eatrice, uma prima lon$-nqua, s* havia damasde %om %er&o que "lertavam com dissimula&'o, riam pelo %ai5o ese pavoneavam "rente a ele em%elezadas com ricos vestidos emtodos os tons do arco -ris. Era uma dessas t-picas "estas 1s que sevia o%ri$ado a assistir, a primeira da temporada, e a o"erta de"meas dispostas a solucionar seu pro%lema era, mas %em escassa.

    : ausncia a%soluta de presen&a "eminina em sua vida de umtempo a essa parte era sem d7vida um pouco pat;tico, em especial

    para ele3 Samson arlisle, o distinto, li%ertino e escandaloso quartoduque de 4urham. Ou isso lhe havia dito. Os que pensariam osdescarados de seus ami$os se averi$uassem essa recentedespreocupa&'o pelo $nero "eminino9 inha uma reputa&'oin"ame que manter. A o%vio nin$u;m o conhecia em realidade t'o

    %em como acreditava. em sequer seus melhores ami$os. E assim

    devia ser.:poiado contra uma enorme coluna de m/rmore com volutas

    em %ronze e ouro que estava situada no e5tremo oposto ao daescada principal, Sam %e%ia com calma um u-sque %astante mauenquanto contemplava a derrota da pista de %aile. 4esde suaavanta#ada posi&'o podia apreciar a maior parte do sal'o de %aile e

    passar mais ou menos desperce%ido. :%orrecia as "estas. Em

    realidade desprezava tudo aquilo que o convertesse no centro deaten&'o, e ocorria que, dado que quase sempre era o indiv-duo como t-tulo de maior "ila em qualquer ato social e tam%;m o mais rico,estava acostumado a ter a muitas pessoas revoando a seu redor. Emal$umas ocasiBes resultava do mais *%vio, mas em outras n'o. Oscavalheiros queriam lhe "azer propostas de ne$*cios, as #ovens

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    inocentes riam como tolas enquanto suplicavam seu interesse como olhar e as damas casadas paqueravam de maneira sutil ou lhe

    "aziam descarados convites que ele sempre, sempre, recha&ava. Sehavia al$o que tinha aprendido %em a seus trinta e quatro anos eraque nunca, em nenhuma circunstncia, devia con"iar!se em umamulher casada. on"iar nos encantos e a e5perincia dessasmulheres podiam levar a um homem 1 ru-na. :l$o que tinha estadoa ponto de acontecer a ele.

    Sam $runhiu para si mesmo enquanto se per$untava por que suamente voltava sempre para passado em ocasiBes como aquela, porque rememorava coisas que n'o podia trocar e que n'o "aziam an'o ser desassosse$/!lo a muitos n-veis di"erentes. E estava claroque o desassosse$o, por m-nimo que "osse n'o o a#udaria a seduzira uma mulher em uma reuni'o intranscendente como aquela, e esseera seu 7nico o%#etivo essa noite. recisava trocar rapidamente deatitude se n'o queria voltar para casa sozinho.

    C S* outra vez, n;9

    Esse irnico coment/rio t'o similar a seus pensamentosprocedia de olin Damsey, um de seus melhores ami$os, um rivalocasional no que 1s mulheres se re"eria e o 7nico homem da "estaque o i$ualava em "ila. :l;m disso, n'o havia dois homens maisdistintos em toda a n$laterra.

    C or isso pude ver, n'o pode diz!lo mesmo de ti... Creplicou Sam com ar arro$ante sem sequer olh/!lo. C :creditoque estiveste com todas as damas presente esta noite.

    olin riu entre dentes.

    C Suponho que te re"ere a que estive com elas na pista de%aile...

    C ertamente.

    C ertamente... esse caso, sim, dancei com quase todas asdamas que "oram 1 "esta. C Soltou um $runhido. C 4oem!me os

    p;s.

    C rova a p!los em /$ua morna C murmurou Sam.

    C >/... C comentou olin imediatamente. C sso ; o que "azvoc depois de te passar toda a noite dan&ando a valsa9

    Sam reprimiu o impulso de soprar.

    C Sim, isso ; o que "a&o depois de me passar toda a noitedan&ando valsa.

    olin se ps a rir de novo enquanto contemplava os arredores eelevava a m'o para dar outro $ole 1 %e%ida.

    C >oc dan&ando uma valsa... Fuando se con$elar o in"ernoC acrescentou por cima do %eira da ta&a.

    Sam o dei5ou acontecer e deu um novo $ole de u-sque enquantose "i5ava o olhar na "ilha de Lady SGan, Edna, que tinha um

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    aspecto do mais rid-culo, com esse vestido de $aze rosa %olo cu#odecote %ai5o dei5ava ao desco%erto seu $rosso pesco&o.

    Entretanto, Edna, que n'o tinha dei5ado de olh/!lo e de sorrirenquanto dan&ava com lorde Hulano de al, n'o era de tudo "eia.alvez em um "uturo che$asse a consider/!la como uma poss-velesposa, #/ que procedia de uma %oa "am-lia, tinha um rostoaceit/vel, $ozava de %oa sa7de em $eral e possu-a uns quadrisarredondados aptas para dar a luz com "acilidade. 4epois de tudo, a7nica coisa que lhe e5i$ia o t-tulo era en$endrar um herdeiro. :l;mdisso, todas as mulheres in$lesas lhe pareciam i$uais em 7ltima

    instncia3 damas de e5press'o delicada, pele clara e ca%elocastanho... E a maioria delas o a%orrecia. Sa%ia que em al$ummomento teria que escolher a sua duquesa, antes de morrer porcausa de uma en"ermidade ou outra e de que sua "ortuna passasse1s m'os de seu irm'o. Estaria disposto a casar!se com o an#o damorte antes que permitir que isso ocorresse. ontudo, n'o era

    prov/vel que a escolhida "osse a doce e sin$ela Edna, e sem d7vidan'o tinha nenhuma pressa por entrar em "ormar parte das "ilas doscasados.

    C Sa%e que est/ apai5onada por ti, verdade9 C inquiriu olin,interrompendo seus pensamentos.

    Sam o%servou a seu ami$o, t'o s* cinco cent-metros mais %ai5oque ele, que media um metro oitenta e sete cent-metros. olin, ques* se vestia com os melhores e mais custosos ornamentos e queessa noite levava um tra#e ne$ro e uma camisa %ranca de seda, n'o

    tinha a"astado o olhar da pista de %aile e, como de costume, pareciamuito cmodo so% o escrut-nio da alta sociedade. Sam esteve aponto de comentar seu chateio, #/ que desde que podia recordarsentia uma estranha mescla de ci7mes e admira&'o pela serenidade,o encanto, o aprumo e a perspic/cia que seu ami$o mostrava comas damas. Ele n'o tinha passado um momento rela5ado com umamulher em toda sua vida.

    C Est/ apai5onada com meu dinheiro C corri$iu!o.

    C Im reparo de que deveria te sentir muito or$ulhoso Cacrescentou olin.

    Sam n'o "ez coment/rio al$um a respeito.

    C Suponho que nela, voc n'o $oste de nada C assinalou seuami$o.

    C em o mais m-nimo.

    olin deu outro $ole 1 %e%ida.C Sei que sua "am-lia lhe tem entre sua lista direta de poss-veiscandidatos e que ela possui uma dote mais que consider/vel...

    C O que ; um maldito casamenteiro enviado por sua m'e9 Cnclinou a ca%e&a em dire&'o a Edna SGan. C >oc tampoucoest/ casado, assim corte#a!a.

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    C Eu tampouco necessito seu dote C replicou olin com ardespreocupado.

    Sam "icou calado uma vez mais, em%ora seu companheirotampouco esperasse uma resposta. hatearam!se o um ao outrodurante anos aproveitando qualquer motivo, uma parte de suarela&'o que Sam encontrava do mais divertida.

    C Santa m'e de 4eus, viu isso9

    Sam deu um coice, desconcertado pela e5clama&'o de assom%rode olin. Olhou a seu ami$o uma vez mais e notou que ele tinha a

    vista cravada no patamar da escada principal que havia #usto porcima da multid'o, cu#o o%#etivo n'o era outro que mostrar 1sdamas e a suas m'es em%elezadas com seus melhores ornamentos.

    C >er o que9 C per$untou, molesto.

    olin es%o&ou um sorriso torto.

    C Im an#o co%erto de ouro.

    Sam desviou a vista para a escada de m/rmore, mas somente viu

    duas mo&as normais e correntes que descendiam para a pista de%aile com seus vestidos em tons %olo. ada t'o passado de modacomo o dourado. Ou os vestidos dourados estavam de moda esseano9

    C 4evo entender que viu a uma dama com a que n'o teimportaria te casar9

    C Sim.

    Semelhante a"irma&'o o dei5ou a%solutamente atnito.C Sim9 C repetiu com as so%rancelhas arqueadas. C Sa%eque a palavra =matrimnio? implica toda uma vida decompromisso, verdade9 :l$o que at; a$ora te resististe a provar.

    olin n'o lhe "ez o menor caso, concentrado como estava namulher desaparecida que tinha provocado seu s7%ito amor.

    C A ma$n-"ica, mas a perdi que vista assim que %ai5ou aescada.

    Sam soltou um $runhido de satis"a&'o.

    C Fue l/stima. A prov/vel que n'o volte a v!la nunca.

    olin se ps a rir.

    C :sse$uro!te que vou v!la a de novo. O mais adequado ;que nos pressentem antes das %odas, n'o achas9

    :o parecer n'o era mais que uma per$unta ret*rica, #/ que olin

    entre$ou 1 ta&a vazia a um criado que passava perto e se a"astoupara dali se misturar na multid'o.

    C O mais prov/vel ; que #/ este#a casada C murmurou Sampara si mesmo, e essa a"irma&'o "ez que se sentisse um poucomelhor.

    :s mulheres mais lindas, as mulheres mais dese#/veis t'o dentro

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    como "ora da cama, sempre estavam casadas. E essa opini'o otinha acompanhado com o passar dos anos. Em%ora de vez em

    quando o tivesse salvado.Ima verdadeira l/stima.

    C E5celncia9

    Im tanto ve5ado, Sam desviou a vista para a direita ao dar!seconta de que Lady Damona reen"ield tinha situado suadescomunal "i$ura #unto a ele e o olhava com um sorriso deautntico prazer desenhada em sua enorme %oca de l/%ios "inos.

    C omo se encontra esta noite, Lady Damona9 C per$untou!lhe, lhe dando um marcado tom interro$ante a sua voz.

    S* podia haver uma raz'o para que essa mulher o %uscasse essanoite.

    C E5celncia C repetiu ela, que se inclinou em umareverncia quando ele se levou sua m'o aos l/%ios. C enhonot-cias interessantes para voc.

    Sam suspirou. :quela mulher vivia para servir de casamenteira.C ot-cias9 C "oi o 7nico que pde o"erecer como resposta.

    C Suponho que se trata, mas %em de uma oportunidade domais incomum. C aparou!se o ca%elo cinza com "in$ida vacila&'o.

    C ara "alar a verdade, e se me permite a insolncia, eu $ostariade lhe apresentar a al$u;m. Em%ora deva dizer que estaapresenta&'o poderia ser um pouco... ns*lita.

    : palavra =ins*lita? lhe "ez "ranzir o cenho. inha dado por"eito que a intromiss'o do Lady Damona estava relacionada com asenhorita Edna SGan, mas n'o conse$uia ima$inar!se a essa mo&at-mida e reservada lhe pedindo 1 dama que os apresentasse.

    C ontinue, por "avor C conse$uiu dizer8 tinha picado suacuriosidade.

    : mulher trocou de posi&'o com nervosismo e tirou comsuavidade do len&o de renda que continha nas m'os.

    C >er/ E5celncia, ao parecer h/ uma... C inclinou!se paraele e disse em um tom quase inaud-vel C "rancesa... : que$ostaria de conhec!lo.

    Sam "icou completamente im*vel. Sentiu um s7%ito n* nasv-sceras e sua m'o pareceu a"errar!se 1 ta&a por iniciativa pr*pria.

    Ima "rancesa. :l$o do mais estranho, tendo em conta seupassado... E al$o para o que n'o tinha nem pacincia nem tempo.

    Decha&/!la seria para ele o maior dos prazeres.4epois de dedicar ao Lady Damona a que ele considerava o

    mais encantador de seus sorrisos, replicou com uma leveinclina&'o de ca%e&a3

    C :$rade&o!lhe a oportunidade, minha senhora, mas acredito

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    que uma apresenta&'o seria do mais inapropriada nestes instantes.

    Era uma resposta arruda, e se deu conta disso no momento em

    que os l/%ios da mulher se separaram para dei5ar escapar umapequena e5clama&'o. ontudo, dado sua posi&'o, ela #amais seatreveria a questionar seu comportamento nem a coment/!lo entrea alta sociedade.

    Entretanto e para sua mais a%soluta surpresa, Lady Damona n'ose intimidou. : mulher se ru%orizou e se removeu comdescon"orto, mas a e5press'o decidida de seu sem%lante n'o se

    alterou nem um /pice.C Do$o!lhe que me desculpe E5celncia C disse em voz %ai5aao tempo que se inclinava para ele C mas esta "rancesa ;...4i"erente. Jostrou!se %astante insistente, e ; de uma naturezae5cepcional, se me permite diz!lo.

    Sam sups que a mulher n'o podia dizer outra coisa emsemelhantes circunstncias. Em%ora essa descri&'o tivesse avivadoseu interesse, e ela sa%ia.

    C 'o me di$a9 C per$untou com as so%rancelhas arqueadas.Lady Damona se er$ueu uma vez mais com um sorriso que

    revelava sem dis"arces o muito que a deleitava sua pr*priacapacidade de persuas'o.

    C Sim, E5celncia. E per$untou e5plicitamente por voc.

    sso sim que asse$urava uma apresenta&'o. Sam trocou de id;iaem um a%rir e "echar de olhos e decidiu que conhecer uma "rancesa

    =de uma natureza e5cepcional?, si$ni"icasse isso o quesi$ni"icasse, acrescentaria ao menos um ponto interessante 1, peloresto, insossa "esta.

    4epois de entre$ar a ta&a meio vazia a um de qu'o criadosentravam por ali, es%o&ou um sorriso irnico e lhe "ez umareverncia 1 dama.

    C esse caso, ser/ um prazer para mim me reunir com a dama

    para uma apresenta&'o "ormal.Lady Damona titu%eou durante um instante, em%ora a #ul$ar

    pela "orma em que elevava o quei5o, era *%vio que tinharecuperado o aprumo. arecia a ponto de acrescentar al$o quandooutra mulher corpulenta a que Sam n'o conhecia se situou entream%os, sussurrou!lhe al$o ao ouvido 1 dama e depois partiu.

    Lady Damona se inclinou em uma pequena cortesia.

    C Se me "izer o "avor de "icar aqui, E5celncia, retornarei emum instante.

    C Ent'o n'o me moverei daqui e a a$uardarei comimpacincia C replicou.

    : dama, que n'o sa%ia se o havia dito em tom sarc/stico nem sedevia responder, optou por n'o acrescentar nada. 4epois de

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    es%o&ar um sorriso inse$uro, deu!se a volta e desapareceu entre a$ente.

    Sam es"re$ou os olhos, presa uma vez mais da e5aspera&'o. Seuo%#etivo essa noite era seduzir uma mulher, n'o desiludir!se etornar! se impotente ao conhecer uma "rancesa, uma mulher aquem odiava por princ-pios e com a que #amais se deitaria semimportar qu'o $rande "ora seu atrativo se5ual. Jeter!se na camacom ela avivaria muitos lem%ran&as dolorosas so%re um passadoque levava muito tempo tratando de esquecer. Kavia ocasiBes nasque estar 1 altura do t-tulo resultava do mais e5austivo, al;m dealimentar sua m/ sorte com as mulheres. eria que aca%ar quantoantes com essa apresenta&'o a que tinha aceitarei a contra $osto edepois "ormular as desculpas de ri$or e partir em %usca de uma

    presa mais atrativa.

    Hoi nesse preciso instante quando viu o an#o dourado. 'o, n'oera um an#o, como olin a havia descrito, porque estava claro queera a mesma criatura que seu ami$o tinha visto minutos antes8 era

    uma deusa e5*tica de sin$ular %eleza e e5citantes olhos azuis.4evia ser o cintila&'o do resplandecente vestido o que chamousua aten&'o em primeiro lu$ar e atraiu seu olhar para a alta ecurvil-nea "i$ura "eminina, em%ora sem d7vida para isso tivessesido desenhada esse o%#eto. O rico tecido cintilava 1 luz das velas,convidando!o a admirarem a e5traordin/ria e distin$uida silhuetada dama (de pernas lon$as e es%eltas, quadris li$eiramentearredondados, cintura estreita e seios er$uidos que encheriam 1

    per"ei&'o as m'os de um homem) e esse rosto que somente podiadescrever!se como dourado e per"eito.

    Sam cravou o olhar nela, cativado, e por um momentointermin/vel "icou sem "ala.

    Ela deve ter perce%ido sua con"us'o, e o quanto chamava aaten&'o a sua %eleza sem m/cula, porque esse tipo de mulheressempre o notavam. 4e repente, enquanto se apro5imava dele, seus

    l/%ios cheios e rosados se curvaram em um sorriso sa$az, irnica esatis"eita. Estava claro que se mostraria muito se$ura de si mesmoem sua presen&a, quase desa"iante. 4epois de tudo, era "rancesa.Ima "eiticeira em%ria$adora disposta a utilizar todos seusencantos. E seus encantos eram mais que evidentes... Em%ora Samn'o quisesse sa%er nada deles.

    Ima vez recuperada a compostura, entrela&ou as m'os 1scostas, endireitou os om%ros e se er$ueu em toda sua estatura para

    eri$ir uma %arreira invis-vel entre eles. : mulher se deteve #ustodiante dele e ao lado do Lady Damona, quem parecia radiante de

    #7%ilo ao ver que todas as pessoas que os rodeavam tinham "i5adoa vista neles.

    or al$uma raz'o que desconhecia, Sam descon"iou dela

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    imediatamente, assim que Lady Damona come&ou com asapresenta&Bes e perce%eu o aroma a %aunilha e a canela que parecia

    emanar da "rancesa. C Jilord, permita que apresente lady Olivia Shea,

    anteriormente Elms%oro, residente em aris. Lady Olivia,apresenta a Sua E5celncia, o duque de 4urham.

    C E5celncia C murmurou ela com uma reverncia ao tempoque estendia sua m'o enluvada.

    Sua voz encai5ava a per"ei&'o com seu aspecto3 uma mescla

    estranha e "ascinante de sensualidade, tra$;dia e intri$a, com t'osomente um pin$o de acento.

    Sam lhe rodeou os dedos com os seus e lhe apertou o su"icientepara lhe "azer entender que n'o era um homem com o que se podia#o$ar que era o mais "orte dos dois nesse pequeno encontro queLady Olivia Shea tinha plane#ado.

    :l;m de um leve cenho "ranzido, ela n'o deu mostra al$uma deter captado seu sinal de superioridade. Sam sentiu a calidez de sua

    pele atrav;s das luvas de cetim.: m7sica se deteve quando ele come&ou a "alar.

    C A um prazer, Lady Olivia.

    Lady Damona uniu as almas de suas m'os 1 altura do seio.

    C @em, a$ora os dei5o para que se conhe&am.

    Sam n'o olhou 1 mulher, mas assentiu com a ca%e&a.

    C Estou!lhe muito a$radecida, Lady Damona C disse LadyOlivia.

    : mulher maior vacilou um instante e depois se esclareceu$ar$anta para recordar a Sam que ainda su#eitava os dedos da lindadama. :quilo era umfauxpas social so% qualquer circunstncia, eera de esperar que uma das matronas do %aile considerasse suaresponsa%ilidade prote$er a reputa&'o do duque. Sam esteve a

    ponto de tornar!se a rir ante semelhante id;ia, mas em vez disso

    soltou a m'o da "rancesa tal e como devia hav!lo "eito se$undosantes. 4epois daquilo, Lady Damona "ez uma r/pida reverncia evoltou a concentrar!se na multid'o antes de saudar com a m'o aal$uma outra alma cndida.

    ome&ou a tocar uma valsa que Sam n'o reconheceu. Esperavade cora&'o que Lady Olivia n'o acreditasse que "ossem dan&ar.4etestava dan&ar. Em%ora a essas alturas n'o sou%esse muito %em

    o que dizer 1 dama.Ela se$uia olhando!o "i5amente enquanto retorcia o leque deouro e mar"im que su#eitava contra sua cintura.

    C :ca%ou!se a "u$a, carinho C sussurrou com tom arro$anteao tempo que se inclinava para ele com um sorriso. C 'o poder/escapar de mim a$ora que te encontrei.

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    =:$ora que te encontrei?9 :s "rancesas eram do mais atrevidasem suas propostas. Decordava!o por e5perincia pr*pria, e isso o

    es"riou um pouco.Sam es%o&ou um sorriso de desd;m e se meteu as m'os nos

    %olsos.

    C :credito que nenhuma dama tenha "eito esse tipo deinsinua&Bes lo$o de primeira C replicou, arrastando as palavras.

    ela primeira vez desde que se viram, Lady Olivia pareceuinse$ura. iscou com rapidez e se er$ueu um pouco antes de

    apa$ar o sorriso de seu rosto, mas imediatamente voltou a elevar oquei5o em um $esto desa"iante.

    C or que est/ #o$ando comi$o9 C per$untou com um tommais zan$ado. C 'o vais saudar!me9 anta importncia tem esta$ente para sua estelar reputa&'o9 em sequer parece surpreso.

    esse instante "oi Sam quem se sentiu con"uso, em%ora "izessetodo o poss-vel por ocult/!lo.

    C Surpreso9 :sse$uro!lhe, Lady Olivia, anteriormenteElms%oro, residente em aris, que h/ muito poucas coisas que mesurpreendam #/ das "rancesas. C @ai5ou a voz e inclinou a ca%e&a

    para ela. C E para que sai%a, "az #/ muito tempo que dei5ei os#o$uinhos.

    :s %ochechas da dama se ru%orizaram a luz das velas e seusolhos relampe#aram de raiva. Sam n'o sa%ia de que demnio "alavaessa mulher, mas o que mais o irritava era que dese#ava se$uir com

    a conversa. Sups que $ostava de olh/!la.C :rruinaste!me C murmurou ela com voz "uriosa.

    Sam "oi 1s nuvens assim que compreendeu do que estavam"alando. :pertou as m'os dentro dos %olsos e ps muito cuidadoem n'o atrair a aten&'o so%re eles mais do que ela #/ o "azia comsua simples presen&a.

    C Se acreditar que pode me tirar dinheiro com t'o a%surda

    reclama&'o C replicou com tom $;lido C devo lhe advertir quen'o conse$uir/ nada, por mais audazes que se#am suasassevera&Bes. Jinha reputa&'o tem #/ pouco que perder %ela dama,e possuo o dinheiro su"iciente para lutar contra voc at; a morte.

    Ela dese#ava lhe dar um soco. odia l!lo em seus olhos, na"orma em que o percorreu com o olhar em %usca do melhor lu$ar

    para $olpe/!lo, na tens'o patente em todos os m7sculos de seucorpo. 'o o%stante, uma mulher assim #amais "aria al$o

    semelhante em presen&a da elite da sociedade8 era muito re"inada.or estranho que parecesse, Sam encontrou essa id;ia do maise5citante, e isso o dei5ou perple5o.

    C >/ n'o parece surpreso9

    Sam voltou 1 ca%e&a de repente ao notar que olin estava de

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    novo a seu lado com outra monopoliza na m'o, passeando o olharentre um e outro. Lady Olivia deu um passo atr/s, tam%;m

    surpreendida e acalorada ao parecer, #/ que a%riu o leque ecome&ou a a$it/!lo "rente a seus seios.

    C A voc a dama mais linda de entre todas as presente ho#e Cdisse olin ao tempo que se inclinava ante ela. C omo ;

    poss-vel que me tenha perdido esta apresenta&'o9

    Lady Olivia tratou de es%o&ar um sorriso e lhe "ez uma pequenareverncia.

    C A voc muito am/vel senhor.olin tomou uma de suas m'os e lhe %ei#ou os dedos por cima

    da luva.

    C Sou olin Damsey, de eGar, em%ora ve#a que #/conheceu a meu ami$o... Os an#os devem estar chorando.

    Ela trocou de posi&'o e Sam se deu conta de que estava t'oalterada pela interrup&'o como ele8 n'o sa%ia o que dizer.

    4e repente, Sam se sentiu encerrado, incmodo e acalorado nosal'o de %aile, e dese#ou poder dar volta e partir dali sem mais.Jas essa mulher entrou em seu ordenado e a%orrecido mundo,com acusa&Bes e amea&as que o pertu%aram. : noite tinha dadouma reviravolta e para pior, e olin, em sua i$norncia, mostrava!se t'o encantado como sempre.

    C Lady Olivia Shea C $runhiu a modo de apresenta&'o Canteriormente Elms%oro, residente em aris.

    olin o olhou com e5press'o con"usa antes de voltar os olhospara a deusa dourada.

    C esse caso, considera!se voc "rancesa ou in$lesa9 Cinquiriu.

    C :m%as as coisas C respondeu ela com um $enu-no sorriso.C Jeu de"unto pai era in$ls, mas minha m'e nasceu em aris. CHranziu os l/%ios e cravou em Sam um olhar envenenado. C Jeu

    marido ; in$ls.or 4eus. Ima "rancesa casada a"irmando que a tinha

    arruinado. ontudo, possivelmente esquecera que o tinha acusadode certas impropriedades depois de conhecer olin, o solteiro maisco%i&ado e encantado de todo Londres. Em%ora dada sua sorte, eraimprov/vel que isso ocorresse.

    C Jarido9 C olin se deu uma palmada no seio. C Heriu!me

    voc, milady.Sam come&ou a sentir!se violento e dese#ou poder dizer a olinque aca%asse de uma vez e se lar$asse dali.

    Lady Olivia, entretanto, teve a decncia de ru%orizar!se ante orid-culo e "in$ido amor de seu ami$o. Ou isso pareceu a ele. odiaque a cor que tin$ia suas %ochechas n'o se devesse mais que ao

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    calor.

    C Est/ seu marido aqui esta noite9 C per$untou olin em tom

    #ovial. C Eu $ostaria de conhecer homem cu#a "ortuna est/ t'o porcima da minha.

    : "rancesa ps!se a rir %ai5o, um som melodioso que ressonouem seus ouvidos como uma composi&'o inocente e ale$re. E isso otirou de $onzo.

    4epois, em quest'o de um se$undo, Lady Olivia suspirou evoltou a concentrar!se nele para lhe diri$ir um olhar assassino,

    passando do timidez 1 altivez.C Em e"eito, Jilord C apressou!se a dizer com um sorriso

    pretensioso e um olhar penetrante. C Este ; meu marido. 'o lhe"alou de mim9 Estou casada com o Edmund.

    Entraram horas, ou isso lhe pareceu a Sam, at; que esseescandaloso e descarado coment/rio conse$uiu penetrar em suacalculadora e %em ordenada memoria8 horas at; que che$ou acompreender as palavras que ela tinha pronunciado e o si$ni"icadoque encerravam8 horas at; que se deu conta de que, em um simplesinstante, essa "rancesa =de uma natureza e5cepcional? que seencontrava ante ele tinha trocado o curso de sua vida.

    Edmund. Ela acreditava que era Edmund.

    O calor do sal'o de %aile se voltou su"ocante e opressivo8 am7sica se converteu em uma caco"onia ensurdecedora. Samcontrolou sua e5press'o e apertou a mand-%ula, decidido a manter!

    se impertur%/vel apesar de que lhe custava tra%alho respirar e deque seu cora&'o pulsava com "or&a por causa da s7%ita e sinistra iraque lhe %or%ulhava so% a pele.

    Ela acreditava que era Edmund. inha a"irmado conhecer irm'oque tinha estado a ponto de arruin/!lo socialmente, que lhe tinharou%ado 1 mulher que amava e que se partiu do pa-s dez anos atr/s

    para n'o retornar #amais.

    Essa "rancesa se casou com o Edmund. Ou isso dizia.Santa m'e de 4eus...

    Ela deve ter notado sua rea&'o, ou talvez sua "alta desta ante t'odescarada a"irma&'o, #/ que nesse momento deu um passo atr/s e oo%servou atentamente com os l/%ios apertados.

    C :chou que n'o o encontraria querido9 C inquiriu comarro$ncia ao tempo que er$uia os om%ros em um $esto indi$nado.

    C :chou que n'o teria recursos su"icientes para "az!lo9 Ou talvezassumisse que carecia do dinheiro necess/rio para sair da Hran&adepois de que me rou%asse isso9

    Se Sam n'o "icou mudo de assom%ro ao contemplar sua %elezapela primeira vez, nesses instantes sim que estava sem "ala. Kaviaum mont'o de per$untas revoando em sua mente. Juitas respostas

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    que teria que o%ter8 respostas que em realidade n'o queriaconhecer, em especial se estavam relacionadas com ela. 'o

    o%stante, 1 medida que "oram esclarecendo id;ias e lhere$ularizava o pulso, deu!se conta de que essa mulher era a chavepara encontrar ao Edmund, para desco%rir por "im o que tinha sidode seu perverso irm'o depois de partir "azia tantos anos.

    or sorte, olin "icou calado ao compreender o que tinhaocorrido, sem d7vida t'o con"undido como ele pelo coment/rio dadama. 'o o%stante, tinha um pequeno sorriso nos l/%ios, o queindicava que lhe divertia aquele a%surdo $iro dos acontecimentos.ontemplou!os a am%os enquanto dava um $ole ao u-sque.

    Sam passou os dedos pelo ca%elo e decidiu, sem muita m/inten&'o, lhe se$uir o #o$o. Se encarre$aria mais tarde queesclarecer!lhe tudo. esse instante queria levar as r;deas dasitua&'o, por diz!lo de al$um #eito.

    C arece que me encontraste sem pro%lemas, Olivia C dissearrastando as palavras ao tempo que es%o&ava um sorriso irnico.

    olin riu pelo %ai5o.C :h, que rede t'o emaranhada urdiu...

    Sam #o$ou uma r/pida olhada de advertncia. Em se$uida,depois de asse$urar!se de que nin$u;m nos arredores pareciainteressado no que "alavam, estendeu uma m'o para a"errar o %ra&oda "rancesa.

    C 4an&a comi$o C sussurrou.

    Ela pareceu um pouco surpreendida por sua insolncia, mases%o&ou um sorriso carente de humor.

    C :credito que n'o. >im para me en"rentar a ti, Edmund, n'opara dan&ar...

    C esse caso, en"rente a mim enquanto dan&amos C interveioSam, que a pu5ou dela antes que pudesse acrescentar um novo

    protesto.

    Estava claro que Olivia n'o queria dan&ar. inha o corpo r-$idopor causa da "7ria e as %ochechas ru%orizadas, em%ora n'o teriasa%ido dizer se isso se devia ao calor que reinava na estadia ou 1indi$na&'o.

    :rrastou!a at; o centro da pista e a $uiou a um ritmo suave,mesclando!se com a multid'o. Sups que "ormavam um casal

    %astante chamativo3 am%os altos e morenos8 ela com a pele clara eos olhos azuis que contrastavam com a cor quase ne$ro do ca%elo eo dourado resplandecente do vestido. 'o, Sam estava quasese$uro de que era essa mulher quem monopolizava todas asolhares. Ele tinha o aspecto de um no%re in$ls8 ela... Erama$n-"ica. Lady Olivia Shea era sem d7vida a mulher mais lindado %aile, e possivelmente a mais linda que tinha visto em muitos

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    anos. E acreditava que ele era Edmund. Im imprevisto do maisinconveniente, em todos os sentidos.

    C >e#o que praticaste C disse ela com um toque de ousadia,irritada a %om se$uro por ver!se o%ri$ada a dan&ar com ele.

    =:ssim que meu irm'o n'o perdeu sua ha%ilidade paraconquistar 1s deusas de l-n$ua a"iada...?, disse!se Sam para si

    pr*prio.

    C O que outra coisa poderia "azer um homem em minhaposi&'o, minha querida Olivia9 C inquiriu em resposta ao dar!se

    conta de que a mulher dan&ava %astante %em e o se$uia 1 per"ei&'o.C erto. 'o tinha a menor id;ia de que ; um homem de t'o

    alta "ila, =E5celncia? C espetou!lhe, "uriosa. C "oi muitopreparado ao me ocultar uma in"orma&'o t'o interessante.

    Sam tratou de conter a risada. or 4eus, essa mulher eradeslum%rante.

    C 'o o per$untou.

    Ela "icou com a %oca a%erta.C A desprez-vel.

    Essa vez sim que sorriu. 'o pde evit/!lo.

    C ara "alar a verdade, chamaram!me coisas piores, mas nuncauma mulher t'o %ela.

    :o parecer, essa suave con"iss'o, "ora sincera ou n'o, dei5ou!/desconcertada por um instante, #/ que a mulher enru$ou a testa e

    "icou calada. 4epois, %ai5ou a vista e o%servou 1s pessoas que osrodeavam.

    C 'o vim aqui para dan&ar C repetiu presa da raiva.

    Sam entrecerrou os olhos e es%o&ou um sorriso irnico.

    C sso #/ me disse, mas a verdade ; que dan&amaravilhosamente. Eu poderia passar o resto da noite dan&andoconti$o.

    Im tanto con"usa, Olivia titu%eou uma vez mais, a ponto dequase errar o passo. Entretanto, recuperou!se em se$uida e piscoucom rapidez para se$uir o %aile.

    Olhou!o nos olhos e lhe apertou com "or&a um om%ro com suam'o enluvada.

    C or que "az isto9 'o quero nem seu t-tulo, nem seuso%renome nem a ti. E so%re tudo, n'o quero que me di$a coisas

    romnticas que, como am%os sa%emos muito %em, n'o si$ni"icanada. unca si$ni"icou.

    Sam n'o respondeu a isso e se limitou a olh/!la.

    : m7sica se deteve e am%os dei5aram de mover!se pouco apouco.

    Olivia se a"astou dele como se seu contato a queimasse.

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    Elevou o quei5o e a"errou o delicado leque entre os dedos antesde cravar o olhar nele uma vez mais.

    C Fuero que me devolva meu dinheiro, Edmund C sussurrou.C E depois, a anula&'o de nosso matrimnio. : humilha&'oterminar/ aqui, porque se n'o, Eu te #uro por tudo que ; maissa$rado que aca%arei com voc.

    Em%ora Sam n'o tivesse levado amea&a a s;rio, sentiu!se emcerto modo preocupado por semelhante testemunho. Entretanto,n'o lhe surpreendia no mais m-nimo. Se de verdade essa mulher

    tinha conhecido ao Edmund, tudo o que havia dito essa noite podiaser certo. O Edmund que ele recordava n'o teria mostrado reparoal$um em arruinar a uma #ovem, lhe arre%atar sua "ortuna edesaparecer, mesmo que para isso tivesse que casar!se com ela

    primeiro. ontudo, "azia muito tempo que n'o sa%ia nada de seuirm'o desaparecido e, at; onde sa%ia, essa "rancesa podia "ormar

    parte de al$uma estrata$ema urdida com o "im de lhe tirar odinheiro... anto com a a#uda do Edmund como sem ela. Fualquer

    um poderia utilizar seu s*rdido passado e o de seu irm'o parachanta$a!lo, e Lady Olivia Shea, anteriormente Elms%oro,residente em aris, possu-a o talento necess/rio para "az!lo. 4issotinha tido provas su"icientes nos dez 7ltimos minutos.

    'o podia con"iar nela nem em nenhuma das palavras quetinham pronunciado esses %elos e e5u%erantes l/%ios, ao menos nomomento. sso estava claro. Entretanto, era a primeira pessoa emmuitos anos que a"irmava ter mantido uma rela&'o recente e -ntima

    com o Edmund, e essa in"orma&'o tinha para ele muito mais valorque um co"re cheio de diamantes.

    : m7sica come&ou a soar uma vez mais e am%os retornaram 1zona da coluna para evitar 1s pessoas que $irava a seu redor. olinse tinha "icado ali de p;, em%ora nesses momentos ria de %oavontade enquanto "alava e paquerava com trs de suas devotasdamas. ada tinha trocado. .. Salvo que nessa "esta Sam contava

    com a aten&'o da espantosa Lady Olivia.C Juito %em C disse com tom pr/tico enquanto a olhava aosolhos e enla&ava as m'os 1s costas. C osto que n'o tenha dese#oal$um de que aca%e comi$o, cumprirei com meu dever. C Hezuma pausa antes de acrescentar com tom de %rincadeira C Se voccumprir com o teu, Olivia.

    Ela piscou, surpreendida.

    C Jeu dever9 'o tenho que cumprir dever al$um nesta "arsa.

    Ele arqueou as so%rancelhas em um $esto inocente.

    C 'o9 esse caso me encarre$arei de te dar um.

    Olivia "icou aturdiada, com as %ochechas ru%orizadas de novo.Era *%vio que estava en"urecido, e Sam se per$untou se seu irm'otam%;m o tinha conse$uido8 sentiu uma estranha satis"a&'o ante

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    semelhante id;ia.

    C Jinha 7nica preocupa&'o ; a asa evam, e voc sa%e C

    sussurrou ela em um tom de voz apenas aud-vel por cima dam7sica. C :l;m disso, n'o h/ nada entre n*s, seu covarde.

    Sam se sentiu quase "erido. 'o tinha a menor id;ia do que era aasa evam, mas se ela n'o o tivesse tomado pelo Edmund, ocoment/rio lhe teria do-do muito.

    :l$u;m da pista de %aile se chocou com ela e a empurrouperi$osamente para perto dele. Olivia n'o se deu conta ou n'o lhe

    deu importncia, porque seu olhar penetrante n'o vacilou.C onha suas "inan&as em ordem C continuou muito deva$ar

    C e recorda uma coisa...

    C Fue coisa9 C per$untou ele com suavidade.

    :$arrou!lhe por um %ra&o com aud/cia em %usca de apoio.

    C +amais voltar/ a ter isto.

    ontinuando, no meio de centenas de pessoas, "icou nas pontas

    dos p;s e colocou seus quentes l/%ios so%re os dele para %ei#/!lodurante uns se$undos antes de percorrer seu l/%io superior com al-n$ua e a"astar!se dele.

    Sam tra$ou saliva8 sentia o corpo tenso e a mente a$itada porum repentino tumulto de sensa&Bes, nenhuma delas %oa.

    Itilizava a e5perincia das "rancesas para #o$ar com ele enesses momentos lhe sorria com um %rilho satis"eito nos olhos.

    Ele n'o se moveu, n'o rea$iu.C em uma semana, meu querido =marido?, antes que di$a a

    todo mundo o que me "ez.

    4epois de recolh!la saia, Lady Olivia Shea lhe deu as costas edesapareceu entre a multid'o.

    Sam permaneceu r-$ido e i$norou as risadas de olin e asolhares atnitas de outros enquanto se concentrava em um 7nico

    pensamento3 =Esta mulher ; peri$osa?.

    CAPITULO 02

    Olivia passeava pelo tapete vermelho %rilhante do anti$o sal'odo Lady :%ethnot com as m'os enla&adas 1s costas, contemplando

    as diminutas ma&'s vermelhas com o caule verde do papel dasparedes enquanto a$uardava com impacincia a che$ada deEdmund, tal e como lhe havia dito que "aria em uma nota que lhetinha enviado essa mesma manh'.

    inham passado trs dias da "esta. rs dias nos que tinha tidotempo para re"letir so%re a acalorada discuss'o que tinham mantido

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    no incmodo %aile e aquele %ei#o... 'o pouco convencional. Se ;que de verdade podia chamar!se %ei#o. Estremeceu!se ao recordar o

    calor dos l/%ios masculinos e a aud/cia que ela mesma tinhademonstrado ao dar!lhe em%ora tivesse sido al$o de tudoimprovisado.

    Seu marido tinha mudado muito nos 7ltimos meses, e n'o s*"isicamente. Era certo que nesse momento levava o ca%elo muitomais curto, que n'o estava t'o %ronzeado (em%ora isso se devessessem d7vida a que tinha trocado o sol da Hran&a pelo "rio deLondres), e que a$ora prescindia da colnia e das #*ias... Fue era oque mais a tinha de surpreendente. Entretanto, era al$o mais queisso. :tuava de uma maneira di"erente a de Edmund que elarecordava, e era o estranho comportamento que tinha mostrado trsdias atr/s o que a tinha con"undida, o que a tinha "eito parar e a

    pensar nele com aten&'o pela primeira vez desde que a%adonaraaris dois meses antes.

    ara "alar a verdade, n'o tinha che$ado a conhecer muito %em

    ao Edmund antes de casar!se. Jas se tinham a"ei&oado emse$uida, quase com imprudente a%andono, e naquela ;poca tinhapensado que che$ariam a conhecer!se muito melhor quandodes"rutassem das maravilhas da vida matrimonial. Fue in$nuatinha sidoM Edmund #amais a tinha amado, a n'o ser a seu dinheiro8em%ora isso somente o tivesse desco%erto ao ir ao %anco poucodepois dele lhes desse as costas a ela, a sua posi&'o social e a suacapacidade para diri$ir um di"-cil ne$ocio do que seu marido podia

    aproveitar!se mediante o rou%o. :pesar de sua inteli$ncia, tinham"icado ce$a pelo aspecto desse homem, suas maneiras suaves eele$antes e seus #uramentos de amor imperec-vel.

    unca mais. +amais voltaria a dei5ar!se en$anar pelo encanto deum homem. unca voltaria a permitir que um mentiroso

    pro"issional lhe rou%asse o c;re%ro e sua ha%ilidade comoempresaria. Sua m'e lhe tinha ensinado a utilizar muito %em osentido comum.

    'o tinha dei5ado de pensar em todo isso desde que aa%andonara na noite de n7pcias... :t; "azia trs noites, quandoencontrou a seu marido naquele %aile.

    4o momento em que posaram os olhos nele sentiu al$o maisque a dor e a humilha&'o que esperava. am%;m admitiuimediatamente que se sentia muito atra-da por ele "isicamente, al$oque #/ acreditava superado a essas alturas. Sa%ia que #/ n'o o

    amava, mas para sua des$ra&a era evidente que ainda a atra-a comohomem. E isso era o pior de tudo.

    Jesmo assim, as mudan&as que se produziram nele, em%orasutis, eram o que mais a desconcertavam. ornou!se muito maisreservado, quase retra-do8 inclusive tinha permanecido toda a noiteao lado da coluna, o%servando tudo em lu$ar de mesclar!se com a

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    $ente. O Edmund que ela conhecia teria dan&ado com todas e cadauma das mulheres presente, desde o come&o at; o "inal, e teria

    dei5ado escutar sua linda risada para en"eiti&/!las a todas... $ual atinha "eito com ela.

    4ei5ou de passear!se imediatamente. Detirou um pouco ascortinas de veludo para olhar atrav;s das #anelas salpicadas pelachuva e contemplar a som%ria escurid'o de "inais da tarde. e$ouuma almo"ada de cetim do so"/ que havia a sua direita e come&ou aretorc!lo entre os dedos sem dar!se conta, a%sorta em suasre"le5Bes.

    'o era seu marido.

    Ji7da idiotice... A o%vio que o era.

    Entretanto, em al$um estranho sentido... 'o o era. 'o detudo. 'o era a%solutamente o que ela recordava. odia trocartanto uma pessoa em quest'o de meses9 :l;m disso, ele #amaistinha mencionado que "ora duque. elo amor de 4eus, casou!secom um mem%ro da alta aristocracia e ele nem sequer o havia dito.

    Em seu lu$ar, tinha optado por lhe rou%ar a heran&a.='o ; o Edmund com quem me casei...?

    4eu um coice ao escutar os $olpes na porta do sal'o. Semesperar uma resposta, Lady :%ethnot entrou na sala com as

    %ochechas avermelhadas, acompanhada do "ru"ru das saias corrosa.

    C Olivia C disse com um a$rad/vel sorriso nos l/%ios C tem

    uma visita. Sua E5celncia, o duque de 4urham.Lady :%ethnot "ez um $esto com o %ra&o e o homem passou a

    seu lado para entrar na estadia, alto e ele$ante, muito arrumadocom seu tra#e de colete marrom escuro. ada em seu rosto delatavao que sentia, 1 e5ce&'o de seus olhos, que a o%servavam com ae5press'o ardente de al$u;m disposto a en"rentar!se com odemnio.

    C Jilady... C murmurou.Hez!lhe uma reverncia.

    C E5celncia.

    C @em C interveio Lady :%ethnot com um ruidoso suspiro.C 4ei5ar!lhes!ei um momento a s*s.

    C O%ri$ado C disse Olivia a sua an"itri' com um sorriso.

    : dama lhe devolveu o $esto.

    C Estarei na ha%ita&'o do lado se quiserem al$o para %e%er,hame!me se me necessitar.

    E atr/s disso partiu da estadia, em%ora dei5asse uma "restaa%erta na porta, tal e como ditava o decoro.

    O homem nem sequer notou a sa-da de Lady :%ethnot.

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    Limitava!se a olh/!la com $esto s;rio. Esse #eito dele n'o era seumarido. Em nenhum sentido.

    Olivia conteve a inapropriada $ar$alhada que amea&ava%rotando de seus l/%ios diante do a%surdo da situa&'o. orquenesse preciso instante teve a certeza de que esse homem, que eraidntico ao Edmund em aspecto "-sico, n'o era o homem comquem se casou.

    Em uma rea&'o instintiva, arro#ou!lhe a almo"ada antes que elepudesse dizer nada. O homem o apanhou com uma m'o e depois o

    #o$ou no canap; que havia #untado a ele.C Fuem ; voc9 C per$untou!lhe com amar$ura, rompendo osilncio.

    C Sou Samson arlisle, duque de 4urham C respondeuimediatamente com toda sinceridade. C Edmund ; meu irm'o.

    Olivia conse$uiu ocultar sua surpresa entrela&ando as m'os nascostas.

    C Seu irm'o $meo.C Sim.

    sso o e5plicava tudo.

    O duque a percorreu de cima a%ai5o com o olhar sem nenhummotivo aparente e ela se estremeceu por dentro ante semelhanteescrut-nio. Era sem d7vida muito mais arro$ante que Edmund, e

    por um instante lhe pareceu que seu atrativo era tam%;m muitomais devastador.

    C Jas ; *%vio que ; voc o mais velho C a"irmou ao tempoque o estudava com aten&'o.

    Ele arqueou uma so%rancelha ao escutar o coment/rio.

    C S* trs minutos mais velho, para ser preciso.

    Olivia se ps a rir ante o tom o"endido de sua voz e inclinou aca%e&a para um lado.

    C 'o pretendia o"end!lo, E5celncia. or idnticos quepare&am, ; voc quem leva o t-tulo.

    O duque es%o&ou um sorriso torto.

    C sso mesmo me h/ dito meu irm'o em numerosas ocasiBes.

    C :h... +/ ve#o.

    :$ora o compreendia tudo. O ci7mes do Edmund eram o n7cleodo pro%lema. or isso sa%ia de seu marido, isso n'o sentiu

    saudades no mais m-nimo.Hez!se o silncio durante um par de minutos, e Olivia come&ou

    a sentir!se um pouco violenta. :t; certo ponto, esse homem asurpreendia. 'o paquerava com ela, n'o se tinha sentado e nemsequer lhe tinha #o$ado uma olhada a ele$ante decora&'o do sal'o.Limitava!se a olh/!la com um rosto ine5pressivo. E ela n'o sa%ia

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    muito %em o que "azer.

    C Suponho que a$ora sou sua cunhada C comentou em uma

    tentativa por que%rar o $elo.C sso diz voc C replicou ele imediatamente.

    Esse insulto a desconcertou.

    C sso me diz. C Essa vez "oi ela quem o olhou de cimaa%ai5o. C Sempre ; voc t'o desa$rad/vel Jilord9

    O duque #o$ou a ca%e&a para tr/s, claramente aturdido por suaaud/cia.

    C Em $eral, sim C respondeu sem mais. C 'o me pare&ocom o Edmund em nada.

    C sso quer dizer o %randamente C disse ela com um$runhido.

    O homem entrecerrou os olhos e se levou as m'os 1s costas.

    C E estou aqui, milady C disse com tom s;rio C porque seique n'o me pare&o em nada ao Edmund.

    4e al$um estranho modo, esse coment/rio, que sem d7vidapretendia resultar lhe intimidar, comoveu!a8 entretanto, #amaismostraria uma de%ilidade semelhante ante uma declara&'o t'o

    prosaica, nem com $estos nem com palavras.

    om um sorriso satis"eito, %ai5ou a vista para o so"/ e acariciouo encosto acolchoado com a ponta dos dedos.

    C parece!se muito a ele C a admitiu com tom a$rad/vel C

    em%ora tenha demorado ao redor de dez minutos em me dar contade qu'o distintas s'o suas personalidades.

    or "im, o duque adentrou uns quantos passos na estadia.

    C 'o sa%eria lhe dizer. 'o vi ao Edmund nem "alei com eleh/ quase dez anos.

    Olivia a"o$ou uma e5clama&'o. Levantou a ca%e&a de repentepara olh/!lo aos olhos.

    C Suponho que essa ; a raz'o pela que #amais me mencionouque tinha um irm'o $meo. ma$ino que vocs dois tiveram al$umtipo de desaven&a.

    O homem n'o respondeu imediatamente, em%ora dei5asse deolh/!la pela primeira vez desde que entrasse em casa do Lady:%ethnot.

    C Fuando o conheceu9 C resmun$ou enquanto se$uia

    apro5imando!se dela.Olivia n'o passou por cima da tentativa de desviar a conversa. A

    o%vio, queria (necessitava, em realidade) sa%er o que tinhaocorrido anos atr/s, averi$uar o que era o que tinha convertido adois irm'os em inimi$os amar$os. Jas manteve a raia suacuriosidade no momento. al e como estavam 1s coisas, havia

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    assuntos mais importantes a ter em conta. Esse homem n'o era seumarido, e tinha sido Edmund quem lhe rou%asse seu dinheiro. o

    dia anterior acreditava ter respostas8 essa tarde tinha compreendidoque podia estar mais lon$e que nunca de recuperar sua "ortuna, ouao menos de conse$uir um pouco de #usti&a. E a$ora, al;m disso,devia en"rentar!se a esse homem. Ji7do pesadelo.

    Sentiu um s7%ito estremecimento de inquieta&'o quando viu quese apro5imava mais. Em lu$ar de responder, per$untou a sua vez3

    C por que me mentiu a respeito de sua identidade no %aile9

    O duque riu pelo %ai5o, o primeiro sinal de al$o remotamenteparecido ao senso de humor.

    C orque resultava do mais divertido ver como me amea&avaacreditando que era Edmund.

    Huriosa, Olivia n'o pde encontrar uma r;plica razo/vel a essecoment/rio. Detrocedeu um pouco quando ele deu um passo mais

    para ela. esses momentos estavam quase #untos, t'o perto que apre$a das saias rosas ro&ava seus %rilhantes sapatos ne$ros. 'oo%stante, manteve!se em seu lu$ar, decidida a n'o lhe dei5ar ver omuito que a desconcertava sua simples presen&a. inha aimpress'o de que esse homem utilizava a prop*sito sua incr-velaltura e sua "orte constitui&'o para intimid/!la. Edmund #amaistinha "eito um pouco parecido, em%ora seu marido conse$uisse oque queria mediante o "lerte, n'o com a intimida&'o. 4e repente se

    per$untou se esse homem tinha paquerado com uma mulher

    al$uma vez em sua vida.C Fuando conheceu meu irm'o9 C inquiriu o duque uma vezmais, em%ora de "orma mais insistente.

    Ela piscou antes de entr/!las almas das m'os pela rodeadacintura do suti'.

    C 'o seria melhor que se sentasse para "alar disto9

    O duque "ranziu o cenho durante um instante, o que revelava

    que nem sequer tinha considerado a id;ia de sentar!se.C Est/ %em C disse com tom seco ao tempo que se voltavapara diri$ir!se ao canap; C mas meu tempo ; ouro, Lady Olivia.

    C am%;m o meu, E5celncia C replicou ela imediatamentecom um tom que dava claras amostras da crescente impacinciaque a consumia. C Sou consciente de que n'o "icar/ aqui nem umminuto mais do necess/rio.

    :o parecer, "ez!lhe $ra&a a elei&'o de palavras. Olivia sou%epela e5press'o que atravessou seu rosto enquanto se dei5ava cairso%re o canap; esto"ado de vermelho, em%ora o homem n'o "izessecoment/rio al$um. Ela se sentou com ele$ncia em uma pequenacadeira que havia #untado 1 #anela para en"rentar!se a ele do outrolado da mesinha de ch/.

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    O duque a$uardou a que ela come&asse a "alar, e Olivia n'oes%an#ou seu tempo.

    C onheci seu irm'o em uma velada que cele%rava oanivers/rio de nossa ilustre imperatriz Eu$enia. ertamente, elan'o estava presente, mas dado que era em sua honra, todo mundoimportante estava ali.

    C aturalmente C comentou!o com apatia.

    Olivia se deu conta de que corria o peri$o de ir!se pelos ramos8os nervos a "aziam parecer 1 t-pica #ovenzinha "r-vola, e n'o uma

    dama inteli$ente educada para utilizar o c;re%ro. rocou deposi&'o no assento para adotar uma postura mais solene e enla&ouas m'os so%re seu re$a&o, disposta a ir ao $r'o.

    C Edmund ; um homem com %astante encanto, E5celncia, econse$uiu me enrolar. onsta!me que est/ voc a par de seutalento e sua reputa&'o de li%ertino. omo poder/ supor, eual%er$ava certas d7vidas so%re sua suposta adora&'o, mas tam%;m

    parecia "ascinado por meu tra%alho na empresa, e isso sim que me

    impressionava... C Hascinado por seu tra%alho na empresa9 C interveio o

    duque, que cruzou as pernas e estendeu os %ra&os so%re o encostodo so"/.

    Olivia "ez um supremo es"or&o por evitar "i5ar!se nos m7sculosde seu peito, que se tencionaram e imediatamente o tecido %rancode sua camisa delineou os seus musculos. Esse homem tinha... Im

    "-sico do mais saud/vel. Ou isso lhe parecia. e$ava!se a o%serv/!lo atentamente para asse$urar!se.

    C Sim C respondeu depois de esclareceu a $ar$anta. CSuponho que esse "oi o motivo pelo que... :pai5onei!me t'o r/pidodele.

    C Fue tipo de tra%alho leva voc a ca%o, Lady Olivia9 Cper$untou com um tom no que se mesclavam o humor e acuriosidade.

    :ssim n'o sa%ia... E isso si$ni"icava que n'o se incomodou eminvesti$ar seu passado depois do encontro no %aile. or unsse$undos, Olivia se sentiu um tanto o"endida ao sa%er que n'o lhetinham preocupado muito as amea&as veladas que tinha "ormuladotrs dias antes, mas para "alar a verdade n'o havia muitas pessoasem Londres que sou%essem que se criou na Hran&a e que vivia ali.ontudo, produzia!lhe uma estranha satis"a&'o lhe in"ormar de que

    =seu tra%alho? n'o estava relacionado com os tra%alhos dom;sticasnem e5ercendo de volunt/ria em al$uma das causas humanit/riasda Eu$enia. O certo era que adorava ver como se insti$avam oscavalheiros quando lhes dizia que diri$ia um ne$*cio comercial, eal;m com %astante 5ito.

    C Sou a propriet/ria da companhia de meu de"unto padrasto.

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    Em essncia, sou a diretora da asa evam de aris.

    Olivia n'o demorou mais que um instante em dar!se conta de

    que o duque n'o sa%ia do que lhe estava "alando. Decordou que anoite do %aile ele tinha permanecido ine5pressivo quandomencionou evam. esse instante sou%e por que.

    om um suspiro, rela5ou!se um pouco no assento e se disps ae5plicar!se.

    C : asa eva ; uma companhia de per"umes, E5celncia, ese considera uma das melhores de toda a Hran&a. am%;m

    "a%ricamos sa%Bes per"umados, essncias e sai arom/tica, ee5portamos nossos produtos a todo mundo civilizado h/ mais dequarenta anos.

    Se essa in"orma&'o o tinha surpreso, mostrou!se t'o reservado arespeito como ela or$ulhosa. Hranziu li$eiramente o cenho e a

    percorreu de novo com o olhar, em%ora essa vez com umae5press'o calculadora. Olivia sentiu uma que%ra de onda de calorso% o vestido de seda e se ru%orizou, mas decidiu acontec!lo por

    alto com a esperan&a de que suas %ochechas n'o estivessem muitoru%orizadas.

    :o "inal, o duque tomou uma lar$a e pro"unda %a"orada de ar.

    C assim, suponho que voc, ou sua "/%rica, ela%orou umper"ume para a imperatriz Eu$enia, n'o ; assim9

    C :ssim ; C replicou ela. C Servimos a elite "rancesa, #untoa outras trs ou quatro casas de per"umes importantes. 'o

    o%stante, a que "reqNenta a imperatriz se considera sempre a maisele$ante, em%ora em realidade n'o o se#a. :t; recentemente,sempre escolhia seu per"ume em evam8 "oi!nos "iel h/ quase umad;cada. E quando come&ou a acudir e5clusivamente a nossoesta%elecimento, trou5e consi$o um $rande n7mero de clientesimportantes. Ela ; muito livre, ; o%vio, de ir a qualquer outroesta%elecimento no momento em que o dese#e se um deles cria umaessncia que se#a mais de seu $osto, assim tra%alhamos com

    es"or&o para ser competitivos. ra&as a seu irm'o, E5celncia,minha empresa perdeu por completo essa capacidade competitiva.

    C inclinou!se um pouco para diante e o olhou aos olhos. C Equero recuper/!la.

    O duque trocou de posi&'o no so"/ para rela5ar!se enquanto aestudava.

    C Estou impressionado C disse por "im.

    Olivia piscou, sem sa%er muito %em se o havia dito a s;rio nemo que tinha sido com e5atid'o o que o tinha impressionado. 'o

    parecia interessado a%solutamente na arte de criar "ra$rncias, masa o%servava com aten&'o, como se esperasse que ela a%ordasse deuma vez a medula da quest'o.

    Os dedos masculinos come&aram a tam%orilar so%re a parte

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    superior do so"/.

    C 4evo supor que Edmund rou%ou o dinheiro destinado a

    conservar o interesse da imperatriz em suas "ra$rncias9Olivia cruzou os %ra&os 1 altura do seio.

    C sso seria dizer o de uma maneira um tanto simplista. Jassim, rou%ou $rande parte do dinheiro que eu tinha reservado para ainvesti$a&'o depois da morte de minha m'e, "az dois anos. Se n'o

    pa$ar o dinheiro necess/rio para manter a empresa em marcha,verei!me o%ri$ada a "echar evam. C Hez uma pausa antes de

    elevar o quei5o para adicionar com amar$ura C :credito queEdmund me utilizou com esse prop*sito, e que o plane#ou desdedia em que me conheceu.

    O duque de 4urham permaneceu em silencio durante compridomomento, o%servando!a com uma e5press'o especulativo em seusolhos escuros. 4epois se tornou para diante, apoiou os cotovelosnos #oelhos e enla&ou as m'os por diante.

    C E como conse$uiu meu irm'o lhe rou%ar seu dinheiro9

    Olivia o olhou como se "ora tolo.

    C asou!se comi$o.

    O homem riu pelo %ai5o.

    C Sim, isso parece, mas n'o consi$o compreender como ;poss-vel que uma mulher t'o inteli$ente como voc, com tanto...tino para os ne$*cios limitasse!se a lhe entre$ar o dinheiro quandoele o pediu. Eu $ostaria de sa%er como o conse$uiu meu irm'o.

    anto suas palavras como seu tom denotavam sinceridade, eOlivia se sentiu a$radecida no mais "undo do seu cora&'o porsemelhante elo$io, em%ora se cuidasse muito de ocult/!lo e de n'osorrir de orelha a orelha. enhum homem, al;m de seu pai, havia!lhe dito #amais que ela era inteli$ente.

    C Edmund pe$ou al$umas copia de nossos documentosmatrimoniais e retirou o dinheiro de meu %anco como s* poderia

    "az!lo meu marido, com a a#uda de meu %anqueiro, ; o%vio.C Entendo C comentou!o sem e5press'o al$uma. C :l$o do

    mais conveniente.

    Olivia n'o tinha claro se esse coment/rio a tinha incomodado oun'o.

    C K/ al$uma raz'o para que n'o me crie9

    Ele respirou "undo de novo e se tornou para tr/s.

    C 'o tenho raz'o al$uma para n'o acredit/!la, Lady Olivia,porque conhe&o o Edmund. Eu #amais rou%aria o dinheiro a minhaesposa para a%andon/!la depois, mas ele... O irm'o quelem%ran&a... 'o duvidaria em "az!lo. omo #/ lhe hei dito antes,Edmund e eu somos muito di"erentes. ossas personalidades s'o

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    t'o distintas como parecido ; nosso aspecto.

    Olivia n'o tinha nada que dizer a respeito. 'o sa%ia se

    conse$uiria di"erenci/!los se estivessem o um #unto ao outro.C >oc n'o usa per"ume C disse ela em voz alta sem pens/!lo

    enquanto o o%servava.

    Ele pareceu %astante surpreso ante um coment/rio t'oinesperado.

    C re"iro me %anhar. 4etesto as colnias.

    C a sociedade moderna atual C replicou ela com um sorriso

    C a $ente #/ n'o "ica per"ume para ocultar os aromas que possamresultar o"ensivos, E5celncia. : elei&'o de um per"ume por partede um homem diz muito a respeito de sua personalidade e de seuestilo, e o cavalheiro usa esse per"ume para e5pressar essa parte desi mesmo.

    O duque soltou um $runhido ao escut/!la.

    C :caso insinua que care&o de estilo e de personalidade,

    milady9C A o%vio que n'o C asse$urou!lhe ela. C O que ocorre ;

    que ainda n'o encontrou a "ra$rncia que encai5a com voc.

    ela primeira vez, o duque de 4urham lhe sorriu de verdade, eseu aspecto, t'o incrivelmente arrumado e encantador, esteve a

    ponto de o%ter que se derretesse na cadeira.

    C >oc encontrou a sua9

    Olivia sentiu que o suor lhe co%ria o pesco&o e o l/%io superior,e lutou contra o impulso de secar!lhe por que demnios essehomem parecia t'o... Hresco9

    C Itilizo muitas "ra$rncias C replicou com tom neutro. Celo $eral uso uma ou outra se$undo meu estado de nimo.

    C Sim, isso eu perce%i.

    C >oc perce%eu9 C repetiu incapaz de idear uma r;plica

    mais adequada.Ele se encolheu de om%ros, como se o coment/rio n'osi$ni"icasse nada.

    C Ko#e cheira di"erente. C Sua e5press'o se voltou s;ria umavez mais quando acrescentou C Sou muito perceptivo quando ;necess/rio, Lady Olivia.

    Essa advertncia causou um silencio s7%ito e incomodo. O

    4uque manteve a vista cravada nela durante uns instantes, mas porsorte Olivia n'o perdeu a compostura8 manteve o olhar altivo edireto, em%ora se ru%orizasse at; as so%rancelhas ao desco%rir queele sa%ia como cheirava. Somente esperava que o duque n'onotasse tam%;m seu a%a"ado... :t; no caso de que "ora t'o

    perceptivo como a"irmava ser.

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    Hinalmente, o homem se es"re$ou o quei5o com seus lar$osdedos e "icou em p; uma vez mais. Ela o imitou com tanta

    delicadeza como pde em semelhantes circunstncias.C reciso ver as c*pias de seus documentos matrimoniais C

    disse.

    C A o%vio8 as trarei.

    O sem%lante masculino re"letiu sua surpresa, e Olivia teve quereprimir um sorriso satis"eito enquanto se recolhia as saias e

    passava a seu lado para diri$ir!se ao pequeno escrivaninha de

    carvalho que havia #untado 1 #anela.C Encarre$uei!me de que realizassem c*pias. Edmund tem

    uma delas. Jas este ; o documento ori$inal, e necessito se#adeveolvido.

    Levantou a vista para olh/!lo e viu que sorria com ironia.

    C arece que voc pensou em tudo, Lady Olivia.

    C laro que sim C replicou ela imediatamente ao tempo que

    lhe o"erecia uma pluma. C am%;m necessito de sua assinatura,caso voc decida n'o me devolver isso.

    O duque deu uns passos para apro5imar!se dela. Em%ora sene$asse a a"astar o olhar do dele, Olivia n'o pde evitar de dar um

    passo atr/s nessa ocasi'o, intimidada por sua impressionanteestatura e sua pose autorit/ria.

    C ertamente, Lady Olivia C "alou com voz $rave e sinceraenquanto estudava seu rosto ru%orizado.

    Olivia tentou dei5a!lo perce%er as suas m'os ao lhe entre$ar apluma.

    C er/ notado que a "olha de papel superior indica que lhe"a&o entre$a de meu certi"icado de matrimnio e que me devedevolver isso depois do tempo que estime necess/rio parae5amin/!lo.

    O homem %ai5ou a vista por "im para os pap;is. ontinuando,

    pe$ou a pluma que ela sustentava entre os dedos, a"undou!a natinta e assinou o documento.

    C O%ri$ado, E5celncia C disse Olivia uma vez que elevoltou a colocar a pluma no tinteiro.

    C "oi um prazer satis"azer sua peti&'o, milady C replicou elecom voz ln$uida, er$uido em toda sua estatura uma vez mais esem dei5ar de olh/!la aos olhos.

    Olivia n'o podia suportar mais o cansativo calor do sal'o doLady :%ethnot, ou possivelmente "ora 1 su"ocante presencia doduque. 'o importava3 por esse dia, tinha terminado com ele.

    :pressou!se a recolher o documento e lhe entre$ou ocerti"icado.

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    C O%ri$ado, Jilord, pela rapidez com a que atendeu esteassunto C disse com cordialidade.

    C 'o "oi nada C disse ele, sem acrescentar nada mais.4urante um desconcertante momento, nenhum deles realizou o

    menor movimento. 4epois, Samson arlisle inclinou a ca%e&a aum lado e per$untou3

    C omo se considera Lady Olivia, in$lesa ou "rancesa9

    Ela deu um passo para tr/s, surpreendida, e enla&ou os dedos 1scostas.

    C :m%as as coisas.Ele a olhou aos olhos por uns se$undos antes de assentir

    levemente.

    C A o%vio.

    Olivia n'o sa%ia muito %em como tomar!se isso, e ele n'o lheo"ereceu mais e5plica&Bes.

    roduziu!se outro incmodo instante de silncio antes que o

    homem se a"astasse um pouco dela e inclinasse a ca%e&a uma 7nicavez.

    C Entrarei em contato com voc dentro de poucos dias,milady, e discutiremos o que vamos "azer com minha incorri$-velirm'o.

    C Juito o%ri$ado, E5celncia.

    ercorreu!a com o olhar uma 7ltima vez, em%ora, em opini'o de

    Olivia, deteve!se durante muito tempo em seus seios. Ela n'o semoveu.

    C Fue tenha um %om dia, Lady Olivia C disse sem mais antesde dar a volta e sair da estadia.

    Olivia sentia ainda o cora&'o palpitando, muito depois deescutar que Lady :%ethnot "echava a porta principal. 4epois sedei5ou cair no so"/ sem pensar nas poss-veis ru$as que

    apareceriam na saia de seu vestido e se dedicou a contemplar achuva que ca-a ao outro lado da #anela com um 7nico pensamentoem mente3 Este homem pode che$ar a ser muito mais peri$osoque Edmund...P.

    CAPITULO 03

    Amas as !oisas."Ela havia dito esta "rase tam%;m a noite do %aile, em%ora

    daquela vez Sam o tivesse considerado rid-culo. omo era poss-velser in$ls e "rancs ao mesmo tempo9 Era certo que al$u;m podiaser am%as as coisas por nascimento, como no caso do Lady Olivia,que tinha pai in$ls e m'e "rancesa. Entretanto, n'o conse$uia

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    entender como al$u;m podia decantar!se por am%as asnacionalidades. : $ente podia ser "rancs ou in$ls. Jas n'o as

    duas coisas. Era uma mulher do mais irritante, e em mais sentidosdos que podia nomear8 possu-a um intelecto %rilhante para ser umain$lesa de ori$em aristocr/tica e um corpo e um rosto que "oramal;m de toda descri&'o. E isso era o que mais o chateava.

    'o deveria ser assim, repreendeu!se ao tempo que trocava deposi&'o no assento da carrua$em que o levava pelo Ipper DhineStreet para a casa que olin tinha na cidade. O "ato de que se$uisse

    parecendo 1 deusa "rancesa que tinha visto a noite do %aile n'o eraculpa dela. inha esperado que "ora menos atrativa so% a luzreveladora da tarde, mas n'o havia nada nela nem em seu vestu/rioque pudesse considerar!se ordin/rio. ara "alar a verdade, esse diase ps um tra#e muito mais "ormal. Im vestido de dia... :zul9 'oo recordava. ontudo, era evidente que tinha um aspectoe5traordin/rio tanto com roupa como sem ela, e isso tinha "eito quelhe resultasse e5tremamente di"-cil concentrar!se no que dizia. Edetestava admitir que se sentisse atra-do por ela... Era a mulher deseu irm'o, pelo amor de 4eusM udo aquilo podia aca%arconvertendo!se em um pesadelo.

    : manh' tinha amanhecido tormentosa, cinza e taciturna, mas achuva tinha diminu-do um pouco con"orme anoitecia, o que lhe

    permitiu descender da carrua$em "rente 1 porta principal do lar deolin sem aca%ar empapado. :pro5imou!se a toda pressa at; aenorme porta ne$ra e chamou um par de vezes, com "or&a. 4epois

    de um %om momento, um mordomo de ca%elo prateado ao quenunca tinha visto a%riu 1 porta e se a"astou imediatamente para lhepermitir passar. Sam reprimiu uma $ar$alhada. olin trocava deempre$ados com tanta "reqNncia como de cal&Bes. +amais tinhavisto os mesmos serventes duas vezes, e cada vez que o visitava se

    per$untava se seu ami$o su%stitu-a com tanta "reqNncia a seuscriados devido a seu tra%alho enco%erto para a oroa. 4e qualquer"orma, n'o era assunto dele e #amais se e5ps per$untar!lhe esses

    momentos tinha coisas mais importantes na ca%e&a.4epois de atravessar rapidamente a sala de estar e o corredor,

    lon$o e pouco iluminado, chamou duas vezes 1 porta do amploestudo de seu ami$o, onde lhe haviam dito que este o a$uardava, ea a%riu sem a$uardar uma resposta. O calor do "o$o que ardia nachamin; o assaltou imediatamente, assim como o "orte aroma da"uma&a do ta%aco que envolvia a ca%e&a de olin, sentado depoisda enorme escrivaninha de carvalho.

    Sir Qalter Stemmons, da Scotland Rard, um homem "orte deom%ros amplos com um rosto marcado pela var-ola e uns olhossa$azes aos que n'o lhes escapava nada, estava ao lado de seuami$o, o%servando um documento no que am%os estavam a%sortos.Hoi nesse instante quando olin levantou a vista e es%o&ou um

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    sorriso irnico.

    Sam soltou um $runhido e entrou na estadia antes de "echar a

    porta. Sa%ia o que ia ocorrer.C @em, a rapari$a conse$uiu te dar o la&o9 C per$untou seu

    ami$o com um $esto da ca%e&a.

    C Em sentido literal ou "i$urado9 C inquiriu ele a sua vezcom tom despreocupado enquanto se apro5imava de uma poltronaesto"ada em couro ne$ro que havia #untado 1 chamin;.

    Sir Qalter riu pelo %ai5o e se er$ueu antes de come&ar a %ai5ar

    as man$as da camisa.C Se minha esposa sou%esse de que coisas "alam os solteiros...

    C o tm amarrado9 C interrompeu!o Sam.

    C Juito temo que sim, a verdade C admitiu sir Qalter comum $esto a"irmativo da ca%e&a e um sorriso torto que dava a seusras$os um aspecto do mais #uvenil, em que pese a que #/ tinhasessenta anos. C olin me e5plicou seu peculiar pro%lema,

    E5celncia. Ser/ um prazer para a#ud/!lo no que possa, ; o%vio.Sam assentiu para dar as $ra&as ao homem antes de sentar!se na

    poltrona, inclinar!se li$eiramente a um lado e estirar a pernacontr/ria para diante.

    C emo!me que este assunto poderia complicar!se %astante.'o quero a"ast/!lo muito tempo de seu tra%alho no Scotland Rard.

    Sir Qalter recha&ou a possi%ilidade com um $esto da m'o e

    apoiou o quadril so%re o %eirada da escrivaninha.C >irtualmente, #/ estou quase retirado C asse$urou!lhe comvoz or$ulhosa. C : maior parte de meu tempo me pertence e issosi$ni"ica que posso aceitar os casos que $oste8 para "alar a verdade,qualquer poss-vel amea&a 1 no%reza ; meu assunto.

    Sam n'o sa%ia se podia considerar!se a Olivia Shea como umaamea&a 1 no%reza, a menos que se tivesse em conta sua incr-vel

    %eleza.

    =Jaldita se#aM?, e5clamou para si pr*prio.

    C 'o me parece uma amea&a C disse olin com tom "r-volo.

    Sam soltou um %u"o e tratou de aliviar o cansa&o de seus olhoses"re$ando!os com o dedo indicador e o pole$ar.

    C :"irma que Edmund se casou com ela e depois desapareceu,levando!se sua "ortuna com ele.

    Sir Qalter resmun$ou pelo %ai5o. olin dei5ou escapar um$rave asso%io antes de murmurar3

    C ncr-vel.

    Sam levantou a vista para o%servar aos dois homens.

    C >oc cr9 'o me parece isso. Decorda que estamos "alandodo Edmund. 4ei5aria!me surpreso se ele tivesse casado com uma

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    $arota caseira e a tivesse en$anado. Jas no m-nimo, n'o se podedizer que Olivia se#a caseira .

    C ertamente que n'o C conveio olin com um sorriso.nclinou!se para diante e apoiou os ante%ra&os so%re os pap;is e asnotas que enchiam a escrivaninha. C O que me trou5e9

    C Sua licen&a matrimonial.

    Sam sacudiu o papel que tinha entre as m'os, mas se$uiusentado, #/ que dese#ava "alar da situa&'o antes de entre$ar odocumento a seu ami$o para que o e5aminasse.

    olin arqueou as so%rancelhas.C S;rio9 O ori$inal9 Ela con"ia em ti o su"iciente para lhe dar

    isso.

    Sam apertou os l/%ios em um $esto irritado.

    C Hez!me assinar um documento no que constava que me tinhaentre$ado isso.

    Sir Qalter e olin puseram!se a rir, e Sam sentiu que o calor do

    a%a"ado su%ia por seu pesco&o.C arece que pensou em tudo, verdade9 C assinalou olin.

    Sam entrecerrou os olhos.

    C arece ; al$o assim como uma per"umista, e diri$e umne$*cio chamado asa evam, em aris.

    Sir Qalter permaneceu calado, es"re$ando!a quei5o com osdedos enquanto assimilava a in"orma&'o, tal e como o "aria

    qualquer %om detetive.C Hascinante C disse olin se$undos depois, a%sorto. C E

    deduzo que veio aqui procurando a esse incorri$-vel li%ertino quetem por marido e encontrou a ti.

    Sam decidiu n'o responder a isso.

    C O que pensa dela9 C per$untou em seu lu$ar.

    olin se encolheu de om%ros.

    C A assom%rosa3 "ala %em, viu %em e tem um aspectoe5traordin/rio.

    Sam suspirou.

    C 'o "alava de seu "-sico.

    : cadeira de olin ran$eu quando seu ami$o se reclinou noencosto e se rela5ou uma vez mais.

    C 'o sei.

    C sso n'o me a#uda muito C disse Sam com um %u"o. Creciso sa%er al$o mais da primeira impress'o que te causou essamulher... Os pensamentos, as id;ias que lhe passaram pelaca%e&a... :l$o, por insi$ni"icante que te pare&a.

    C A uma mulher... nteli$ente C comentou olin depois de

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    medit/!lo com seriedade durante um %om momento C e semd7vida "o$osa. Ima mulher apai5onada, em%ora isso, con"orme

    tenho entendido, ; %astante t-pico das "rancesas.Juito certo, pensou Sam, em todos os sentidos. E isso o

    preocupava so%remaneira.

    C as circunstncias adequadas C acrescentou olin Cpoderia resultar uma ami$a do mais interessante8 parece muitor/pida com as palavras e... @astante so"isticada, certamente devidoao muito que via#ou e a sua %oa educa&'o. 'o o%stante, tudo isso

    n'o s'o mais que impressione depois de "alar um instante com ela,Sam.

    C osso su$erir que tam%;m ; e5tremamente or$anizada9 Ccomentou Sir Qalter. :"astou!se da escrivaninha e "icou de novoem p; antes de cruzar os %ra&os e come&ar a passear!se ao redor,com a vista cravada no ch'o de madeira. C Sei que nunca a vi,mas se "or certo que diri$e uma pr*spera ind7stria de per"umes (edi$o pr*spera porque se Edmund lhe rou%ou seu dinheiro, devia ter

    o %astante para que ele es%an#asse seu tempo tramando toda esta"arsa), est/ claro que sa%e como plane#ar e e5ecutar um plano. A*%vio que ; o %astante decidida e independente para via#ar an$laterra sem companhia com a inten&'o de procurar a seu maridodesaparecido. maioria das damas nem sequer lhes ocorreria "azeral$o assim.

    C Or$anizada, decidida e independente. J/s qualidades parauma mulher C disse Sam, que se es"re$ou o rosto com uma m'oem um "also $esto de dor.

    Sir Qalter soltou uma $ar$alhada.

    C onsta!me que as h/ piores.

    C : estupidez, por e5emplo C interveio olin com uma vozque soou muito s;ria para o tom da conversa. C 'o ter/ queesquecer que se de verdade se casou com seu irm'o, Sam, n'odemonstrou ser muito inteli$ente. 'o me pareceu a%solutamente

    est7pida, e tampouco t-mida. Est/ claro que ; uma mulher sensual,mas nada "r-vola no sentido romntico, assim vete, ou se#a, o quelhe disse Edmund, como conse$uiu aquec!la para que se casassecom ele. C Despirou "undo e soltou o ar lentamente. C am%;me5iste a possi%ilidade de que tenha sido ela quem h/ plane#ado todaesta "arsa depois de conhecer o Edmund e desco%rir que seu irm'o$meo ; um mem%ro rico da no%reza %ritnica. :credito que ; o

    %astante preparada para "azer al$o assim.

    Sam tam%;m acreditava.

    C am%;m ; poss-vel que Edmund e ela se#am amantes, tantose est'o casados como se n'o, e que tra%alhem #untos para tentarme tirar dinheiro apelando 1 compai5'o que me inspira umamulher a%andonada e ao desprezo que sinto por meu irm'o C

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    acrescentou antes de olhar aos outros dois homens de relance. CSua apari&'o no %aile de "az trs noites poderia ter sido o primeiro

    ato de uma lar$a o%ra de sa$acidade, #o$uinhos e arrevesadascon#eturas. 'o a conhe&o, mas creio que Edmund ; capaz de al$o.E, al;m disso, ela ; meio "rancesa.

    C 'o si$ni"ica isso que tam%;m ; meio in$lesa9 C per$untousir Qalter com muito tato.

    Sam optou por n'o responder, #/ que sa%ia que n'o era sen'ouma per$unta ret*rica. anto olin como uns quantos homens do

    Scotland Rard, entre os que se contava Sir Qalter, conheciam suaanti$a rela&'o com uma "rancesa em particular. :l$uns escndalosnunca desapareciam de tudo, por mais que um se empenhasse emesquec!los ou que os ami$os tratassem de lhe dar uma luz positivaa todo o assunto.

    olin tam%orilou com os dedos so%re uma $rosa pilha dedocumentos.

    C O "ato de que se#a t'o linda n'o ; de $rande a#uda, verdade9

    C 'o, n'o a#uda a%solutamente C replicou Sam em voz%ai5a, com os dentes apertados.

    Hez!se o silncio durante uns se$undos.

    C Je dei5e ver esse documento C disse olin "inalmente.

    Sam "icou em p; a contra $osto e se apro5imou da escrivaninhacom a licen&a matrimonial em uma m'o.

    olin estirou um %ra&o para recolh!la e, depois de acender oa%a#ur de seu escrit*rio, colocou o papel so% a luz e come&ou ae5amin/!lo cent-metro a cent-metro.

    Sir Qalter se situou detr/s de seu ami$o para o%servar a licen&acom o cenho "ranzido. Sam esperou t'o pacientemente como pde,dadas as circunstncias, e tratou de n'o "azer per$untas a olinantes que este terminasse sua avalia&'o. olin $anhava a vida comisso e era possivelmente o melhor "alsi"icador (e o melhor detector

    de documentos "alsi"icados) que #amais tivesse conhecido an$laterra. inham!no apanhado aos vinte e quatro anos e o tinhamsentenciado a tra%alhar para a oroa, e isso levava "icando mais dedoze anos. Entretanto, muito poucas pessoas conheciam seutra%alho. ara todo aquele que n'o pertencia a seu reduzido c-rculode ami$os e cole$as, olin n'o era mais que o impetuoso e"ol$az'o duque de eGar, que es%an#ava seu tempo assistindo a"estas e paquerando com as damas. Era muito importante para o

    $overno que seu tra%alho permanecesse em se$redo.olin come&ou a rir e levantou a ca%e&a.

    C sto ; maravilhoso...

    Sam "ranziu o cenho e se inclinou so%re a escrivaninha.

    C O que9

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    Seu ami$o se apoiou so%re o %ra&o da cadeira de %alan&o e deuuns $olpes ao documento.

    C A uma "alsi"ica&'o e5celente. @om... 'o ; e5atamente uma"alsi"ica&'o, mas tampouco ; um certi"icado le$al de matrimnio.

    C E isso o que si$ni"ica9 C per$untou sir Qalter antes deapro5imar!se para v!lo melhor.

    C O documento ; autntico, mas "oi modi"icado. Olhem isto.

    Sam #o$ou a ca%e&a a um lado para ter uma vista melhor daparte in"erior do documento, a zona do selo que olin percorria

    com a ponta do pole$ar.C O documento em si ; autntico, o que si$ni"ica que ; o

    certi"icado $enu-no que se utiliza para re$istrar os matrimnioscivis em todas as par*quias "rancesas. C e$ou uma velha lupa dea&o e e5aminou a esquina in"erior direita. C 'o o%stante, o seloest/ descon#urado, "oi estampado muito alto. am%;m h/ um parde entalhes na parte in"erior que n'o s'o ha%ituais.

    C >iu su"icientes certi"icados matrimoniais para sa%!lo9 Cper$untou Sam.

    olin elevou o olhar imediatamente, perple5o.

    C A o%vio.

    Sam n'o tinha nada que dizer a isso.

    C :l;m disso, quando se o%serva o documento com a lupa Cacrescentou seu ami$o C vem!se letras impressas que n'o est'o

    centradas, com uma separa&'o da horizontal de ao redor de ummil-metro. >!o9

    Sam entrecerrou os olhos e se "i5ou na zona "alsi"icada queolin percorria com o dedo, mas n'o viu nada que n'o parecesse

    per"eito.

    C 'o, n'o ve#o nada.

    Seu ami$o n'o o"ereceu elucida&'o al$uma. Em seu lu$ar,sacudiu o papel um par de vezes e depois repetiu o movimento. Emse$uida pe$ou a lupa de novo e se$uiu muito deva$ar a %eira dodocumento antes de en"ocar a parte impressa, se$uindo as linhasuma por uma com todo parada.

    nstantes depois se er$ueu uma vez mais e arro#ou o certi"icado"also so%re a pilha de documentos que tinha em cima daescrivaninha.

    C eria que ver uma assinatura recente do Edmund para sa%er

    se realmente assinou isto. Jas, al;m disso, o documento ; $enu-noe "oi modi"icado, o que o converte em uma "alsi"ica&'o... E uma"alsi"ica&'o muito cara. 4isso estou se$uro.

    roduziu!se um lon$o momento de silncio antes que Sam"alasse por "im.

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    C sso si$ni"ica que al$u;m $astou um mont'o de dinheiropara realizar esta "raude. onhece al$u;m que possa realizar este

    tipo de tra%alho9C essoalmente9 C olin "ranziu o cenho e sacudiu a ca%e&a.

    C 'o, a$ora n'o me ocorre nin$u;m. 'o o%stante, pensareinisso e "alarei com al$uns de meus contatos, se quiser. oderia melevar al$um tempo.

    or des$ra&a, o tempo era um lu5o que Sam n'o podia permitir!se. assou!se uma m'o pelo ca%elo em um $esto %rusco.

    C Haz o que possa. oderia servir de a#uda.C @em C interveio Sir Qalter, que lhes deu as costas e rodeou

    a escrivaninha para diri$ir!se para a #anela com as m'osentrela&adas 1s costas C ent'o est'o casados ou n'o9 Ou se$uiriasendo um matrimnio le$al se levou a ca%o ante os olhos da $re#a,independentemente da autenticidade do documento assinado9 Eudiria que sim.

    Sam sentiu de repente uma incmoda opress'o no estma$o8essa era a per$unta que ele n'o se decidiu a "ormular ainda.

    olin o meditou durante um instante.

    C reio que sim, mas depende de quem o"iciasse a cerimnia.O nome que aparece neste documento n'o si$ni"ica nada. Cinclinou!se para diante para ler o certi"icado. C +ean ierreSavant. enho a certeza de que ; um nome %astante corrente naHran&a, e poderia ser inventado.

    C Ou le$-timo C acrescentou Sam.C Sim C conveio olin. C o caso de que "ora a assinatura

    de um mem%ro do clero ordenado para poder o"iciar matrimnios,estariam le$almente casados, sem ter em conta o documento8 aomenos, aos olhos da $re#a. E n'o esque&a que sempre ter/ quecontar com testemunhas.

    C ontudo, dever-amos recordar C disse sir Qalter, que se

    voltou para lhes "alar C que os atores e tam%;m as testemunhaspodem comprar. Est/!se casada com o Edmund, em%ora somentese#a aos olhos da $re#a, seu dinheiro tam%;m ; o dele. E nessecaso, o tipo n'o seria culpado mais que de a%andon/!la.

    Sam soltou um $runhido e se es"re$ou os olhos uma vez mais.

    C O que a converteria em minha responsa%ilidade.

    Sir Qalter dei5ou escapar um lon$o e ruidoso suspiro antes de

    meter as m'os nos %olsos. C A muito prov/vel. :o menos, at; que se conse$uisse aanula&'o. Essa mulher tem "am-lia9

    Sam "ez um $esto ne$ativo com a ca%e&a.

    C 'o tenho nem id;ia. Em%ora suponha que se houver al$o

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    positivo em tudo isto ; que n'o h/ "ilhos de por meio.

    C 4isso n'o pode estar se$uro C assinalou olin com muito

    tato.Sam o pensou uns instantes. 4epois, a"astou!se da escrivaninha

    para diri$ir!se 1 chamin; e contemplar as %rasas.

    C 'o acredito. Ela n'o mencionou a nenhum "ilho, em%ora"osse um ar$umento de muit-ssimo peso para reclamar minhaa#uda, tanto "inanceira como de qualquer outro tipo. C Jeneou aca%e&a muito deva$ar e uniu as m'os depois das costas. C

    4esconhe&o quanto tempo tinham casados antes que meu irm'o aa%andonasse, mas acredito que se tivesse al$um "ilho me haveriaisso dito, em%ora somente "osse para apelar a minha simpatia. CHez uma pausa antes de acrescentar C :l;m disso, ; muito...Es%elta.

    C Es%elta... C repetiu olin com ar a%sorto, C eincrivelmente %em proporcionada, acrescentaria eu.

    Sam passou por cima o coment/rio e "echou os olhos duranteum instante para repreender!se a si mesmo. 'o deveria termencionado sua "i$ura. Seu aspecto era irrelevante, ao menos paraele. Ou assim deveria ser.

    4epois de respirar "undo, voltou!se para eles uma vez mais comuma pose autorit/ria e uma e5press'o s;ria.

    C al e a meu ver, cavalheiros C re"letiu C temos duaspossi%ilidades. Ou ela est/ dizendo a verdade, ao menos tal e como

    a conhece, e meu irm'o se casou com ela com "alsos prete5tos paraescapar com a "ortuna conse$uida com os per"umes, ou mentiu eveio aqui a tentar conse$uir parte de minha "ortuna. :$ora %em, sedisser a verdade e Edmund lhe rou%ou o dinheiro, pode ser queeste#am casados e pode ser que n'o. Em qualquer dos casos, se elan'o mentiu com respeito ao Edmund, ; prov/vel que crie que omatrimnio ; v/lido. : 7nica outra possi%ilidade ; que Edmund eela ha#am plane#ado tudo isto #untos, em cu#o caso eu poderia

    che$ar a me converter no est7pido da hist*ria.Em%ora a simples id;ia o pusesse doente, tam%;m notou que

    n'o o surpreendia a%solutamente. :s destrezas do Edmund tinhamdei5ado de surpreend!lo "azia muitos anos.

    Sir Qalter pi$arreou.

    C @em, o mais inteli$ente ; pecar de prudente, ; o%vio. :t;que sai%a al$o mais so%re a situa&'o e so%re ela, n'o pode con"iar

    mais que no que lhe di$a, e tomar!lhe tal qual.Sam assentiu para mostrar seu acordo. Fu'o 7ltimo queria "azer

    era mostrar ao Olivia suas cartas, por mais que "ora de %le"e.

    C Fuer que "a&a uma c*pia do certi"icado matrimonial9 Co"ereceu ! se olin, tirando o de suas re"le5Bes.

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    C oderia "az!lo r/pido9 C per$untou a sua vez ao tempoque se apro5imava de novo aos dois homens.

    olin pe$ou uma vez mais a "alsi"ica&'o e lhe #o$ou umaolhada, tanto por diante como por detr/s.

    C Suponho que poderia te "azer uma %oa c*pia em um par dedias.

    C sso servir/ C replicou Sam, a$radecido. C onvidarei!apara #antar ou al$o assim dentro de poucos dias. sso deveria lhedar tempo para per$untar!se o que vou "azer com respeito a sua

    amea&a.C 'o con"ia nela, verdade9 C inquiriu olin, em%ora em

    realidade "osse mais uma a"irma&'o que uma per$unta.

    C em o mais m-nimo C respondeu Sam imediatamente C epor razBes que n'o tm nada que ver com o "ato de que se#a"rancesa. C ome&ou a passear!se por diante da escrivaninha e sedeu conta pela primeira vez de que olin tinha decorado as paredesde seu est7dio com um espantoso tom marrom. Em%ora issocarecesses de importncia, ; o%vio. C onhamos o desta maneira

    C acrescentou com voz "irme 1 medida que suas id;ias so%re asitua&'o come&avam a ordenar!se C se "or sincera e acreditaseriamente que est/ le$almente casada com o Edmund, tenho avanta$em de sa%er que "oi en$anada por meu irm'o. Se n'o o "or,

    per$untar/!se at; onde me tra$uei sua hist*ria e se acreditar ou n'oal$o do que me h/ dito.

    C A muito prov/vel que se per$unte isso de qualquer "orma Cassinalou sir Qalter.

    C erto C reconheceu Sam. 4ei5ou de passear!se e olhoupela #anela que tinha 1 esquerda. C O que si$ni"ica que meu pla