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FACULDADE REDENTOR CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ADILSON JOSÉ RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR A QUALIDADE NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO PÃO FRANCÊS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DO NOROESTE FLUMINENSE Itaperuna 2013

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FACULDADE REDENTOR

CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ADILSON JOSÉ RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR

A QUALIDADE NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO PÃO FRANCÊS:

UM ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DO NOROESTE

FLUMINENSE

Itaperuna

2013

ADILSON JOSÉ RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR

A QUALIDADE NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO PÃO FRANCÊS:

UM ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DO NOROESTE

FLUMINENSE

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao programa de

graduação em Engenharia de

Produção da Faculdade Redentor

como requisito para obtenção do título

de Bacharel em Engenharia de

Produção.

Orientador: M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira

Itaperuna

2013

Júnior, Adilson Jose Rodrigues Ferreira. Qualidade no processo de produção do pão francês: um estudo de caso em uma panificadora do noroeste fluminense. Orientador: M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira.

FOLHA DE APROVAÇÃO

Autor (a): ADILSON JOSE RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR

Título: A QUALIDADE NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO PÃO FRANCÊS: UM

ESTUDO DE CASO EM UMA PANIFICADORA DO NOROESTE FLUMINENSE

Natureza: Trabalho de conclusão de curso (TCC)

Objetivo: Título de Bacharel em Engenharia de Produção

Instituição: Faculdade Redentor

Área de Concentração: Engenharia de Produção

Aprovada em:____/_____/______

Banca Examinadora:

___________________________________________

Prof. M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira

Instituição: Faculdade Redentor

___________________________________________

Prof.ª Ana Karina Mendonça Souza

Instituição: Faculdade Redentor

____________________________________________

Prof. Luiz Gustavo Borges

Instituição: Faculdade Redentor

DEDICATÒRIA

Dedico este trabalho a meus pais e meu irmão, que

confiaram em mim, e acreditaram na minha capacidade e

determinação.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ser o meu porto seguro, o centro de da minha

vida, por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo discernimento concedido

ao longo dessa jornada.

Aos meus pais Adriana e Adilson por tudo, pelos puxões de orelha, conselhos, pela

capacidade de acreditar em mim, investir no meu futuro, mesmo com todas as dificuldades

financeiras. Minha educação sempre foi à prioridade em nossa casa.

A minha mãe que nem palavras para disser o quanto seu amor, carinho, cuidado e

dedicação são importantes nessa caminhada e em toda minha vida, um exemplo de mãe e

mulher sempre tão batalhadora e honesta que tantas vezes se desfez de seus sonhos apenas

para realizar um simples capricho meu.

Ao meu Pai que é meu maior amor, meu maior orgulho que me amou de forma infinita

minha maior motivação pra chegar aonde cheguei, sendo meu amigo nas horas difíceis, me

ajudando sempre no que eu precisasse, seja no que for.

A minha Família, meus tios e tias, meus primos, avós, todos que confiaram na minha

capacidade e se orgulham em dizer que sou seu sobrinho, neto, primo. Em especial essa

conquista minha bisavó que nos deixou este ano, e que meu sonho seria entrar com ela em

minha formatura, mas sei que ela estará comigo de alguma forma. Agradeço também minha

namorada que confio em mim, acredito e foi compreensiva nas horas de ansiedade e

desespero.

Agradeço a todos da equipe Shop do Pão, pelo companheirismo, compreensão,

conselhos e dedicação de tempo, pela aprendizagem adquirida. Pela oportunidade de estágio,

onde em minha vida profissional será muito importante e sempre lembrado, devido ao

conhecimento adquirido.

Aos meus amigos, por não me chamarem pra sair na semana de prova, só essas!! Que

sempre me deram força e compreenderam meus momentos de ausência, e que nos momentos

de apreensão e dúvida me aconselharam e me compreenderam.

Aos meus colegas de classe, se eu for falar de cada um, vou gastar umas dez páginas,

agradeço a eles as noites de estudos viradas, as brigas e discussões, as festas, as cervejas

depois das provas pra esquecer o aperto passado. Em especial agradeço aos meus amigos Alex

e Marcelo, que por força do destino criamos um vínculo de amizade sincera e concreta, que

independente das dificuldades, esteve sempre junto, com brincadeiras e armações, sempre

sem perde o foco e a determinação.

Aos meus Professores pela convivência harmoniosa, pelas trocas de conhecimento e

experiências que foram tão importantes na minha vida acadêmica. E contribuíram para o meu

novo olhar profissional. E alguns em especial que sempre esclareceram minhas duvidas na

elaboração desse trabalho; Sandro, Lívison, Alber Neto, Ana Karina, Sérgio Araújo. Ao

coordenador do curso Luíz Gustavo, pela competência na liderança do curso.

Ao meu orientador Niander Aguiar Cerqueira, que sem ele não chegaria até aqui, que

num momento de total desespero soube nos estender a mão e me ajudar a conclui com êxito

esse trabalho.

A todos os meus colegas do curso de engenharia que de alguma maneira tornam minha

vida acadêmica cada dia mais desafiante e alegre. Peço a Deus que os abençoe grandemente,

preenchendo seus caminhos com muita paz, amor, saúde e prosperidade, e que em breve

chega a viver este momento que estou vivendo.

Uma mensagem de gratidão ao meu amigo que não está, mas entre a gente, mas que de

algum lugar está vendo essa conquista, Marcelo Franklin, meu companheiro de inicio de

faculdade, fundamos juntos o Diretório Acadêmico da Faculdade Redentor, Deus t ilumine

onde esteja meu amigo.

A todos vocês, peças importantíssimas, na elaboração desse projeto e na conclusão

desse curso, meu muito obrigado.

Adilson Jose Rodrigues Ferreira Júnior

Eu sou feliz. Serei plenamente feliz, talvez, se chegar com

sabedoria aos 60 anos. De qualquer forma, ainda tenho muita

vida pela frente.

Ayrton Senna

Ele (Deus) é o dono de tudo. Devo a Ele a oportunidade que tive

de chegar onde cheguei. Muitas pessoas têm essa capacidade,

mas não têm a oportunidade. Ele a deu prá mim, não sei

porque. Só sei que não posso desperdiçá-la.

Ayrton Senna

RESUMO

Para a realização do presente trabalho estabeleceu-se como objetivo geral mostrar a importância da

implementação de uma gestão da qualidade no processo de produção de pães, principalmente o pão

francês. Para que esse objetivo seja cumprido, foram estabelecidos objetivos específicos que são:

mostrar a transformação gradual e progressiva pela qual a indústria de panificação passou ao longo do

tempo; definir sistema produtivo e qualidade; demonstrar, através de um breve histórico, a evolução da

qualidade; mostrar as principais ferramentas da qualidade que podem trazer melhorias ao sistema

produtivo de panificação e ainda verificar de acordo com os padrões de qualidade nacional, a

qualidade do pão francês produzido na empresa em estudo. Além da abordagem sobre conceitos de

qualidade, sistema de produção e um destaque das principais ferramentas de qualidade que se

adequam a panificação, foi realizado uma pesquisa de satisfação para se identificar o principal aspecto

que influi na hora da compra, dentro da análise destaca-se a coloração do pão, sendo assim foram

coletadas amostras, e foi feito a avaliação de acordo com o padrão nacional de qualidade para a

verificação da qualidade do pão francês da empresa em estudo. Cerca de 50 % das amostras foram

vistas como ideais (nota 10), e não houve nenhuma não conformidade, onde conclui-se que a

panificadora têm um pão dentro do padrão nacional, ou seja tendo um pão francês de qualidade. Com

isso a empresa consegue estabelecer uma boa relação de fidelização com o cliente já que o mesmo é o

produto que representa sua maior quantidade de venda.

Palavras-chave: Panificadora, Pão Francês, Gestão da Qualidade, Qualidade.

ABSTRACT

For the realization of this work has established itself as a general objective to show the importance of

implementing a quality management in the production of bread, especially French bread. For this

objective to be fulfilled, which were established specific objectives are: to show the gradual

transformation and progressive in which the baking industry has over time, defining the production

system and quality; demonstrate, through a brief history of the evolution of quality , show the main

quality tools that can bring improvements to the productive system of bakery and even check in

accordance with the national quality standards, the quality of French bread produced in the company

under study. For it was a satisfaction survey conducted to identify the main aspect that influences the

time of purchase, the analysis highlights the color of bread , so samples were collected was done to

evaluate according to the national standard for quality checking the quality of French bread the

company under study . About 50% of the samples were regarded as optimum (note 10), and there was

no non-conformity, which concludes that have a bread bakery within the national standard, ie having a

French bread quality. With this, the company can establish a good relationship with the customer

loyalty since it is the product that represents the greatest amount of sales.

Keywords: Bakery. French bread. Quality Management. Quality.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: RECEITA DO PÃO FRANCÊS ............................................................................................... 18

FIGURA 2: PADRAO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO PÃO FRANCÊS ............................................ 20

FIGURA 3: CICLO PDCA ....................................................................................................................... 29

FIGURA 4: OS 5 SENSOS ....................................................................................................................... 31

FIGURA 5: PASSOS DO BRAINSTORMING............................................................................................. 35

FIGURA 6: MODELO CONCEITUAL 5W’S 2 H’S .................................................................................. 37

FIGURA 7: EXEMPLO DE APLICAÇÃO 5W’S 2H’S ............................................................................... 37

FIGURA 8: FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO PÃO FRANCÊS ..................................... 42

FIGURA 9: PESQUISA DE OPINIÃO ........................................................................................................ 42

FIGURA 10:GRÁFICO DE ANÁLISE DA PESQUISA DE OPINIÃO............................................................ 43

FIGURA 11:FÓRMULA PARA DEFINIÇÃO DA AMOSTRAGEM ............................................................. 43

FIGURA 12:CLASSIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS COLETADAS ................................................................ 44

FIGURA 13: ALGUMAS AMOSTRAS COLETADAS ................................................................................. 45

FIGURA 14: ANÁLISE COMPARATIVO DAS AMOSTRAS ..................................................................... 45

FIGURA 15: GRÁFICO DO ANÁLISE COMPARATIVO DAS AMOSTRAS ............................................... 46

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................... 9

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 10

INTRODUÇÃO ........................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

1 A TRANSFORMAÇÃO GRADUAL E PROGRESSIVA PELA QUAL A INDÚSTRIA DE

PANIFICAÇÃO PASSOU AO LONGO DO TEMPO ....... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

1.1 HISTÓRIA DO PÃO ............................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

1.2 O PÃO FRANCÊS ................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

1.3 QUALIDADE DO PÃO FRANCÊS .................................................................................. 23

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................................................... 26

2.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO ................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

2.2 QUALIDADE ..................................................... 28ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

2.3 BREVE HISTÓRICO SOBRE QUALIDADE .... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3 PRINCIPAIS FERRAMENTAS E MÉTODOS DA GESTÃO DA QUALIDADE ............ ERRO!

INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.1 O CICLO PDCA .................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.2 OS CINCO SENSOS – 5 S’S ................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.2.1 APLICAÇÃO DOS CINCO SENSOS .... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.3 BRAINSTORMING .............................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.4 ANÁLISE DE PARETO ........................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.5 5 W’S E 2 H’S ......................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3.6 CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO (CEP) ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4 A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE NO

PROCESSO PRODUTIVO DE UMA PANIFICADORA. . ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.1 EMPRESA EM ESTUDO ..................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.2 LINHA DE PRODUÇÃO ...................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.2.1 PESAGEM ............................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.44

4.2.2 MISTURA DOS INGREDIENTES ......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.2.3 DIVISÃO E MODELAGEM ................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.2.4 FERMENTAÇÃO..................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4.2.5 FORNEAMENTO ................................................................................................. 45

4.2.6 FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DO PÃO FRANCÊSERRO! INDICADOR

NÃO DEFINIDO.46

4.3 DEFINIÇÃO DO ASPECTO DE QUALIDADE A SER AVALIADO .......................... 46

4.4 DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DA AMOSTRAGEMERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO.

4.4.1 COLETA DAS AMOSTRAS .................................................................................................... 48

4.4.2 ANÁLISE COMPARATIVO DAS AMOSTRAS ............................................... 49

4.5 RESULTADOS E DISCURSÕES ..................................................................................... 50

CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 55

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INTRODUÇÃO

As mudanças nos cenários econômicos, a alta competitividade no mercado e ainda a

crescente exigência dos consumidores, obriga as indústrias de panificação a buscarem ações

diferenciadas, alternativas e novos conceitos objetivando o aperfeiçoamento na execução de

seus processos. Inseridos nesse cenário o setor de panificação tem buscado definir novos

rumos através de um planejamento para obterem resultados positivos.

Sempre que uma empresa possuiu engajamento e comprometimento com ações

vinculadas a qualidade como padronização de seus processos, busca constantemente da

qualificação para seus colaboradores e a satisfação de seus clientes percebe-se que ela possui

implementado um sistema de Gestão da Qualidade.

A gestão qualidade pode ser definida como sendo qualquer atividade

coordenada para dirigir e controlar uma organização no sentido de

possibilitar a melhoria de produtos/serviços com vistas a garantir a completa

satisfação das necessidades dos clientes relacionadas ao que está sendo

oferecido, ou ainda, a superação de suas expectativas (PALADINI, p. 32,

2009).

Dada a importância dessa busca em possuir um diferencial frente a sua concorrência e

ainda pode tornar-se um referencial dentro do seu ramo empresarial, foi que se optou por se

estudar a importância de um Sistema de Gestão da Qualidade na indústria de panificação

devido a sua grande aplicabilidade em qualquer indústria, independente do porte ou ramo,

conforme mostra Mello et al, (2009).

Empresas e organizações em todo o mundo estão implementando variados programas

de qualidade e estão obtendo resultados notáveis, pois reconhecem que o investimento em

qualidade é um dos mais lucrativos que elas podem fazer.

As empresas podem constituir e procurar obter certificação de reconhecimento do seu

Sistema de Gestão através da série da família ISO 9000, quando almeja ter um

reconhecimento de sua capacidade de produzir ou prestar serviços com qualidade – ISO 9001

ou ainda quando quer ter mecanismos de preservação do meio ambiente – ISO 14.001.

Quando a empresa busca garantir que há procedimentos para segurança e saúde no

trabalho incorpora os preceitos da OHAS 18.001 ou ainda demonstrar a sua responsabilidade

social no meio em que está inserida o faz através da SA 8000. Mas se ela optar em ter todos

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os requisitos acima expostos através de um único Sistema de Gestão, ela estará trazendo para

o seu interior o Sistema de Gestão Integradas.

As indústrias precisam ser lucrativas, pois uma organização não lucrativa pode falir. E

se fechar vai prejudicar não somente os funcionários da empresa, mas também as famílias

desses funcionários. Sem falar que prejudica também os clientes e a comunidade que

precisam da organização. Isso também se aplica a indústria de panificação, segundo Moller

(2004).

Os métodos básicos para administrar uma padaria não devem ser diferentes dos

praticados por um executivo. Definir metas e estabelecer como atingi-las e compartilhar isso

com todos que fazem parte da panificadora assim como identificar os recursos disponíveis e

implantar um plano de ação por meio de um gerenciamento claro e consistente são alguns dos

passos a serem tomados, segundo Mello et al (2009).

Para permanecerem de forma lucrativa no mercado e ainda possuírem um diferencial

frente aos seus concorrentes, os empresários do setor de panificação buscam através de ações

de qualidade a melhoria na transferência interna de conhecimentos e desenvolvimento de

competências, uma maior motivação das equipes, a redução dos custos com qualidade

(refugos e retrabalho), o aumento da competitividade, com custo mais baixo e principalmente

buscam o aumento na satisfação dos clientes, conforme Baumgarten (2009).

Para que realmente a indústria de panificação se fixe no cenário nacional ela deve

lançar mão das várias normas de qualidade disponíveis e buscar implementa-las com o

objetivo de melhorar, de maneira contínua, seus processos produtivos.

Para auxiliar nesse caminho, existem as ferramentas da qualidade que contribuem de

forma significativa para que realmente os objetivos estabelecidos sejam alcançados.

A importância das ferramentas para a qualidade está em sua efetiva utilização no

desenvolvimento das metodologias utilizadas para a identificação e a eliminação das falhas de

processos.

Estão disponíveis diversas ferramentas da qualidade e as mais simples, porém

altamente eficazes que podem auxiliar na resolução dos problemas que surgem na indústria de

panificação ou para auxilia-las a atingir os objetivos ou metas estabelecidos são, entre elas, o

Brainstorming, a Análise de Pareto e o Plano de Ação (5 W’s e 2H’s).

O setor de panificação pode ainda utilizar-se do Ciclo PDCA, que é um método de

gestão que representa o caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas sejam

atendidas. Para tanto, há necessidade do monitoramento do processo, seja ele qual for, desde o

seu planejamento e durante sua realização. Há necessidade da verificação sobre os resultados

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obtidos e caso estes estejam não conformes deve-se agir corretivamente para identificar a

causa do problema e estabelecer novas linhas de ações e ainda do Programa 5S, que quando

aplicado na organização prepara as pessoas para serem mais objetivas e diretas fazendo assim

que obtenham os resultados estabelecidos com maior eficácia, conforme mostram

Seleme&Stadler (2008).

Para a empresa que pensa em estabelecer um Sistema de Gestão da Qualidade o

Programa 5S é o primeiro passo a ser dado para se alcançar a qualidade.

Tendo em vista estas questões, o presente trabalho tem como objetivo geral mostra

aimportância da implementação de uma gestão da qualidade no processo produtivo de pães,

principalmente o pão francês.

Como objetivos específicos foram definidos os seguintes:

- mostrar a transformação gradual e progressiva pela qual a indústria de panificação passou

ao longo do tempo;

- definir sistema produtivo, qualidade e a evolução das questões referentes a mesma, através

de um breve histórico;

- mostrar as principais ferramentas e métodos da qualidade que podem trazer melhorias aos

sistemas produtivos de panificação.

- um estudo de caso, fazendo uma avaliação de acordo com o padrão nacional de qualidade do

pão francês, do produto da empresa em estudo.

Com base nas questões da pesquisa e nos objetivos desse trabalho, supõe-se que com o

resultado pode-se demonstrar e orientar gestores e funcionários do setor de panificação de

pautar suas ações na qualidade, objetivando assim ter uma panificadora sólida e em constante

busca da melhoria de seus processos. Outro fator é a verificação da qualidade do pão francês

da panificadora em estudo.

Na metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva, a partir de livros de

referências, artigos e websites que tratam desse tema os quais possibilitaram a obtenção de

informações referentes ao enfoque aqui trabalhado. A pesquisa realizada entre vários autores

sobre os temas sobre processo produtivo de panificação e ainda Gestão da Qualidade

subsidiou o estudo aqui transcrito e contribuíram profundamente para que este trabalho fosse

levado a termo. Também foi realizado um estudo de caso em uma panificação do noroeste

fluminense para a verificação da qualidade do pão francês.

O presente trabalho está estruturado em 4 capítulos. O capítulo primeiro trata da

transformação gradual e progressiva pela qual a indústria de panificação passou ao longo do

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tempo assim como mostra, de forma reduzida, o processo de fabricação do pão,

principalmente do pão francês.

No capítulo 2 são colocadas, para melhor entendimento desse trabalho, as definições

de sistema produtivo e de qualidade. Como subitem desse capítulo, é apresentado um breve

histórico da evolução das questões relacionadas à qualidade.

O capitulo 3 mostra as principais ferramentas e métodos da qualidade que são

concretamente aplicáveis no processo produtivo de panificação justamente pela facilidade de

aplicação e pelos importantes resultados que trazem aos problemas encontrados durante o

processo produtivo desse setor.

No capítulo 4, se faz um estudo de caso de uma panificadora do noroeste fluminense,

com intuito de verificar se a mesma obtém um pão francês com aspectos de qualidade de

acordo com o padrão nacional de avaliação da Associação Brasileira de Indústrias de

Panificação (ABIP), tem um foco direcionado ao aspecto de qualidade que desrespeita a

coloração do pão.

Na conclusão ou considerações finais serão expostos os resultados finais da pesquisa

empreendida sobre a importância da implementação de uma gestão da qualidade no processo

de produção de pães, principalmente na do pão francês, e ainda os resultados da análise da

coloração do produto final, para ver se a empresa em estudo obtém um produto de qualidade.

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1 A TRANSFORMAÇÃO GRADUAL E PROGRESSIVA PELA QUAL A

INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO PASSOU AO LONGO DO TEMPO.

1.1 A HISTÓRIA DO PÃO

A origem do pão se perde dentro da história humana, e data pelo menos dez mil anos

antes de Cristo e já no período mesolítico, os primitivos seres que habitavam a Terra

começaram a utilizar pedras para moer grãos, cujo resultado era torrado sobre pedras onde se

adicionava água e cozinhando essa mistura sobre brasas, produziam assim um alimento que se

pode dizer ser o precursor do pão como o entendemos hoje, segundo Baumgarten (2009).

No ano nove mil A.C., o Egito, Turquia, Síria, Iraque e Irã e ainda na China e no

México, segundo Baumgarten (2009), as pessoas iniciaram a busca por terras férteis e

produtivas, abandonando assim o nomadismo, formando os primeiros agrupamentos humanos

que originaram as primeiras práticas de agricultura, o que levaria ao desenvolvimento do pão

como alimento efetivo.

O primeiro registro oficial da origem do pão data de 8.000 A.C., quando a

civilização mesopotâmica partiu do cultivo intensivo de cereais para a

panificação que, mesmo de forma absolutamente incipiente, trazia já os

princípios que até hoje regem a produção desse sagrado alimento

(BAUMGARTEN, p. 94, 2009).

No ano 3.000 A.C., os egípcios desenvolveram o fermento, sendo o primeiro povo a

fabricar e consumir pão fermentado, tal como é conhecido hoje, segundo Baumgarten (2009)

Conforme Baumgarten (2009), foi na Grécia, no ano 250 A.C., que surgiram as

primeiras padarias como estabelecimentos comerciais. Para os gregos, o pão passa a ocupar o

lugar mais importante à mesa.

[...] no ano 1.200 A.C., foram encontradas gravuras que descrevem os

detalhes técnicos da fabricação do pão em larga escala. O fabrico do pão se

desenvolveu semelhante a um processo de industrialização tal como o

concebemos hoje, porque os trabalhadores egípcios recebiam seus salário

diário em pão e cerveja (BAUMGARTEN, p. 98, 2009).

19

Nessa época também, o Império Romano já dava grande importância ao pão, mas esse,

na grande maioria, era produzido pelas mulheres em suas casas para consumo próprio.

Quando ocorreu a queda do Império Romano e houve as invasões bárbaras, o pão passou um

período sendo visto como um alimento quase sem importância, sem prestígio porque era o

alimento mais procurado e o preferido da classe pobre, mas mesmo assim sua fabricação

continuou de forma artesanal, conforme mostra Baumgarten (2009).

Foi somente no século XII que o pão e as padarias ressurgiram nos burgos e

cidades medievais. A partir desta época e por um longo tempo, a França e a

Itália passam a ser os países mais importantes na produção de pães,

desenvolvendo processos, métodos e receitas inovadoras de pães

(BAUMGARTEN, p. 106, 2009).

Foi no século XVII que surgiram as inovações que mudaram radicalmente a produção

de pães. As mais importantes foram a invenção do moinho a vapor de sete andares, o fogão

cilíndrico de ferro e o forno de padaria com funcionamento contínuo. Foi nesse século que

Louis Pasteur descobriu a explicação científica para a fermentação do pão e o fermento como

se conhece hoje, conforme Araújo (2003).

É a França a principal responsável pelo maior desenvolvimento no processo produtivo

da panificação, pois elevou a manufatura de pães ao estado da arte, cujas receitas são copiadas

ainda nos dias de hoje, segundo Araújo (2003).

Conforme Araújo (2003), foi no ano de 1543, quando o Brasil estava dividido em

capitanias, que Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras sementes de trigo para cá, trigo

este totalmente desconhecido, pois aqui só se plantava cana-de-açúcar, milho, mandioca e

feijão.

No século XIX começaram no Brasil as grandes correntes migratórias que trouxeram

expressivo número de imigrantes europeus, entre eles os italianos, alemães e portugueses que

contribuíram de forma significativa com técnicas e conhecimentos mais esmerados para o

processo produtivo da panificação, fazendo com que o setor crescesse cada vez mais,

conforme mostra Araújo (2003).

“Foi no século XX que a panificação no Brasil atingiu status de negócio, gerando uma

classe comercial que iniciou um longo processo de reconhecimento do seu importante

trabalho” (BAUMGARTEN, p. 148, 2009).

A partir das décadas de 30 e 40, com a descoberta da fermentação industrial, foi que a

panificação passou por um processo importante e ascendente de desenvolvimento e

profissionalização, pois as técnicas de produção se aperfeiçoavam cada vez mais e o

20

maquinário se modernizava com enorme velocidade. Foi nessa época que o cilindro e a

misturadora deixaram de ser utilizadas com as mãos. Os fornos a lenha deram lugar para os

elétricos e outros equipamentos importantes foram desenvolvidos como as divisórias de

massa, as modeladoras, as batedeiras e câmaras de congelamento, conforme mostra Araújo

(2003).

Na década de oitenta outro fato importante aconteceu que modificou definitivamente a

indústria de panificação. Era a globalização que trouxe mudanças significativas ao mundo

civilizado. Assim, começaram a surgir as feiras nacionais e internacionais do segmento e os

empresários brasileiros do setor se abriram para as novas realidades, segundo Baumgarten

(2009).

Quando do estabelecimento das panificadoras no Brasil, estas não ocuparam o espaço

de maneira adequada. A grande maioria apresentava e apresentam ainda nos dias de hoje

deficiências nesse item, segundo Araújo (2003).

Quando se leva em consideração que o processo produtivo de panificação, em suas

várias etapas, têm exigências técnicas ambientais diferentes, percebe-se que seriam

necessários diferentes ambientes, e isso não ocorre na grande maioria das panificadoras

brasileiras.

Para Araújo (2003), uma padaria padrão é constituída, como norma geral, de

ambientes diferentes, ou seja, áreas industriais que deveriam ser separadas e planejadas para

uma finalidade específica:

1) Área de comercialização

2) Área de produção

3) Área de estocagem

4) Área de administração

5) Áreas gerais de serviços

Para Araújo (2003), a área de comercialização é o local onde estão dispostos os

balcões de exposição de produtos, os refrigerados, a caixa registradora, os frios e bebidas. Os

balcões expositores devem conter variados tipos de produtos para chamar a atenção do

consumidor, observando que todos contenham uma boa iluminação.

Seguindo ainda o mesmo autor, a área de produção deveser dividida em três setores:

1) Setor de preparo das massas (máquinas);

2) Setor de cozimento (fornos) e

3) Área de acabamento (embalagem e expedição).

21

Essa seria a divisão ideal, coisa que não ocorre ainda hoje na maioria das panificadoras,

pois geralmente englobam essas três divisões num único ambiente.

Na área de produção devem estar a misturadora (amassadora), cilindro,

divisora de massa (cortadora), modeladora (armadora, formadora) e os fornos

[...] e alguns acessórios básicos como balanças, formas, assadeiras,

medidores de água, batedeira, fogão a gás, forno para confeitaria [...]

(ARAUJO, P. 13, 2003).

Nessa área devem ficar todos os acessórios, e somente eles, que são utilizados durante

o processo produtivo da panificadora. Deve-se ainda nesse local se preocupar com a

ventilação, observando a livre circulação do ar, pois o ar aquecido, pela proximidade dos

fornos e a quantidade de pães pré-cozidos, deve ter livre saída para o ambiente externo.

A área de estocagem, conforme mostra Araújo (2003), deve ser obrigatória em toda a

panificadora, local este destinado para as matérias primas utilizadas durante o processo

produtivo e esse local deve seguir algumas condições de ambiente por estarem ali depositado

produtos perecíveis e com necessidade de diferentes tipos de armazenamento.

Para que o funcionamento da padaria e atendimento ao público chegue ao modo mais

perfeito possível, há a necessidade de se ter um local, podendo ser uma pequena sala, para o

tratamento dos assuntos administrativos, pois o fornecedor deve ser bem recebido e os

acordos firmados de maneira tranquila, sem a observação de pessoas alheia a esse assunto.

A administração de uma panificadora deve ser feita reservadamente, longe

dos clientes e sem misturar o constante esforço em vender, com os aspectos,

às vezes, difíceis, da administração geral de uma panificadora. Além disso, a

área reservada ao administrador proporciona maior conforto, privacidade e a

necessária reserva para tomadas de decisões (ARAUJO, p. 14-15, 2003).

As áreas gerais proporcionam aos funcionários comodidade. É onde devem estar

instalados os sanitários, vestiários e etc. É ainda onde devem ficar os instrumentos e matérias

de limpezas totalmente separados das demais áreas da panificação, seguindo Araújo (2003).

Para Baumgarten (2009), ao se resgatar a história da indústria de panificação no

Brasil, não se pode deixar de falar a importância dos congressos e as feiras de panificação que

trouxeram novas tendências, inovações tecnológicas e mostraram que qualidade deve estar

presente em todas as ações desse setor. Foram eles que sensibilizaram os empresários da

panificação para as questões de padronização e monitoramento dos processos de produção de

pães, da necessidade de se estabelecer indicadores para posterior medição do desempenho dos

22

processos produtivos e ainda a importância de se buscar cada vez mais satisfazer as

necessidades dos clientes. Tudo isso nada mais é do que gerenciar com qualidade.

Não se sabe ao certo quantos tipos de pães são produzidos e assados diariamente no

Brasil, mas sabe-se que são aproximadamente cem tipos de pães comuns, sem contar as

receitas especiais e sazonais, mas se tem certeza que o pão mais apreciado e consumido aqui é

o pão francês. Por isso a necessidade de se falar sobre esse importante tipo de pão.

1.2 O PÃO FRANCÊS

Até o fim do século XIX, o pão mais comum e consumido no Brasil era

completamente diferente do de hoje. Apresentava miolo e casca escuros.

O "pão francês" do Brasil é diferente do produzido na França, berço desse tipo de pão,

pois o produzido lá é um pão curto com miolo branco e casca dourada e chegou aqui através

da descrição de viajantes de famílias ricas que voltavam de lá sobre esse tipo de pão e os

produtores brasileiros tentavam então reproduzir a receita pela aparência, conforme

Baumgarten (2009).

O resultado foi a invenção do "pão francês" brasileiro, que difere de sua fonte de

inspiração europeia, sobretudo por levar um pouco de açúcar e gordura na massa antes de ir

ao forno, segundo Araújo (2003).

Quando os donos das panificadoras resolveram literalmente colocar a “mão na massa”

juntamente com seus funcionários é que as ideias começaram a brotar e surgiu a necessidade

de buscar saber quais os tipos de pães a clientela mais procurava. Perceberam então que o pão

francês era, de longe, o mais requisitado pelos clientes.

Para Baumgarten (2009), o pão francês apresentava um sabor especial e tinha um

tamanho adequado para o cálculo de consumo por pessoa, o que possibilitava que a compra

fosse sempre aproveitada, não havendo sobras, justamente por esse cálculo. Outra

característica que conquistou os brasileiros foi o aspecto do pão francês brasileiro – casca

dourada e miolo branco.

Na receita de pão francês, normalmente, as quantidades dos ingredientes (água, sal,

fermento biológico e melhorador de farinha) são calculadas a partir da quantidade de farinha

de trigo utilizada. Do total da massa (165%) a farinha corresponde com 100%, conforme

demonstrado na tabela 1 a seguir:

23

Ingredientes %

Farinha de Trigo 100 %

Agua + 60 %

Fermento Biológico 2 %

Sal 2 %

Melhorador de Farinha 1 %

TOTAL 165 %

Figura 1: Lista de ingredientes do Pão Francês, por porcentagem de Trigo. (Fonte: Própria)

Em algumas regiões no país o nome do pãozinho se difere, por poder levar um pouco

de açúcar e gordura em sua composição. Com o tempo, o novo pão foi ganhando apelidos em

locais diferentes, como pãozinho (São Paulo), pão massa grossa (Maranhão), cacetinho (Rio

Grande do Sul, Bahia), pão careca (Pará), média (Santos), filão ou pão jacó (Sergipe), pão

aguado (Paraíba), pão de trigo (Santa Catarina), pão de sal e pão d’água, ou pão

carioquinha (Ceará) e outras cidades do país (SEBRAE, 2012).

De acordo com a ABIP (2013), 46% do total de pães consumido no Brasil é o pão

Francês, estando bem à frente dos pães industrializados que representam uma venda no total

de 17%, por isso têm-se uma preocupação em manter a panificadora com um produto de

qualidade.

1.3 QUALIDADE DO PÃO FRANCÊS

Para avaliar a qualidade do pão francês pode-se utilizar a metodologia do sistema de

pontuação global, mediante análise sensorial dos seguintes atributos: cor da crosta, forma e

simetria, característica da crosta, aspecto de quebra da crosta, cor do miolo e porosidade,

segundo Cascudo (2004).

Ainda segundo o mesmo autor, outros parâmetros, além da gestão da qualidade para o

processo produtivo, podem ser considerados como pilares para a avaliação da qualidade do

pão francês. Entre eles estão o peso, volume, volume específico, densidade e peso seco e os

aspectos físicos químicos devem ser considerados, como textura, aroma e sabor.

Na imagem abaixo é possível identificar alguns aspectos, que são considerados para

que se obtenha um pão Francês de qualidade, de acordo com o padrão nacional (SEBRAE,

2012).

24

Figura 2: Parâmetros de qualidade do pão francês. (Fonte:SEBRAE,2012)

Uma novidade para a panificação, aconteceu este ano no mês de julho na FIPAN

(Feira Internacional de panificação, confeitaria e varejo independente de alimento) que

aconteceu em São Paulo, teve o lançamento da ABNT NBR 16179:2013 – Panificação – Pão

tipo Francês, que é a norma regulamentadora que estabelece as normas de avaliação e

classificação do pão francês, de acordo com suas características: as externas, como tamanho

crosta e aparência; e internas, observando-se a cor e a textura do miolo. E ainda há aspectos

sensoriais, como aroma e sabor.

“O objetivo da norma Brasileira é elevar o padrão de qualidade do pãozinho, criando

também uma referência para o consumidor de qual é o produto ideal”, destacou Marcio

25

Rodrigues (2013). Além disso, ao atender os critérios pré-estabelecidos, as panificadoras

podem reduzir as perdas e desperdícios durante o processo de produção.

Entre os benefícios potenciais a serem obtidos através da utilização da norma destaca-

se a receptibilidades das características do produto, facilitando o aumento de sua produção e

otimizando a rentabilidade nos estabelecimentos de pequeno e médio portes. Vale ressaltar

que o Brasil é pioneiro no cenário mundial na elaboração de uma norma técnica que define as

diretrizes de qualidade de um produto final – o pão (ABIP, 2013).

26

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para que se possa entender melhor o conteúdo desse trabalho, é necessário colocar

algumas definições de termos importantes que fazem parte do assunto aqui estudado.

2.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO

No princípio a função produção, era entendida como a junção de atividades que

levam à transformação de um bem tangível em outro com maior utilidade, acompanha o

homem desde sua origem. Quando o homem pré- histórico polia a pedra a fim de transformá-

la em utensílio mais eficaz; ele estava executando uma atividade de produção.

No século XVIII, as tendências que o mercantilismo havia iniciado foram

impulsionadas pela Revolução Industrial, que foi produto de dois eventos: o surgimento das

fábricas e a invenção das máquinas a vapor. A Revolução Industrial revolucionou também a

produção e aplicação de conhecimentos administrativos. Na maior parte do tempo que a

antecedeu, a história da administração. “A partir do século XVIII, o desenvolvimento da

administração foi influenciado pelo surgimento de uma nova personagem social: a empresa

industrial” (Apud. MAXIMIANO, 2000, p. 147).

O século XX foi marcado por um avanço administrativo influenciado por dois nomes,

Taylor e Fayol, fundadores da escola da administração científica. A partir daí surgia o

conceito de sistematização da produção, isto é, a procura constante por melhores métodos de

trabalho e processos de produção, com o objetivo da obtenção de melhoria da produtividade

com o menor custo possível, o que ainda é hoje em dia o tema central nas maiorias das

empresas, mudando-se apenas as técnicas utilizadas (MARTINS, 2001, p. 2).

Os gerentes ou líderes de produção eram responsáveis para planejar e pensar o que e

como fazer, enquanto os outros colaboradores se importavam simplesmente em produzir.

Esses instrumentos do taylorismo consistiram em substituir definitivamente o saber fazer, da

produção artesanal, pelo fazer sem saber da produção em massa, ou seja, o planejamento era

separado da execução.

"Na década de 10 Henry Ford cria a linha de montagem seriada,

revolucionando os métodos e processos produtivos até então existentes.

Surge o conceito de produção em massa, caracterizada por grandes volumes

de produtos extremamente padronizados, isto é, baixíssima variação nos tipos

de produtos finais" (MARTINS, 2001, p. 2-4).

27

A produção em massa foi um fator de aumento rápido na produtividade e na

qualidade, onde foram obtidos produtos bem mais uniformes, em razão da padronização e da

aplicação de técnicas de controle estatístico da qualidade. Uma vez padronizados processos,

operações e ferramentas, tempos e custos de produção puderam ser reduzidos. A linha de

produção se tornara possível. Produção e vendas cresceram e, assim, a produtividade de todo

o sistema foi melhorada.

Stones (1995) ressalta que o sistema produtivo atua dentro do quadro mais amplo da

estratégia organizacional, devendo o plano estratégico da organização ser utilizado como

diretriz coerente para as políticas produtivas, especificando metas e objetivos que possam ser

atingidos pelo sistema produtivo. Desta forma, o sistema produtivo deve ser projetado de

modo compatível com as estratégias da organização e reciprocamente, as capacidades do

sistema produtivo devem ser consideradas na formulação da estratégia organizacional.

Conforme relaciona Harding (1992), o ciclo do sistema de produção é continuo,

constituído das seguintes etapas: formulação dos pianos de curto prazo e disponibilização dos

mesmos em operação; fabricação dos produtos; execução de controle nos setores de controle

de qualidade, controle de quantidade e controle de custos; execução das alterações necessárias

para viabilizar a consecução dos planos de curto prazo; desenvolvimento do aperfeiçoamento

ou alteração nos pianos de curto prazo; reanálise do planejamento estratégico em vista dos

resultados de curto prazo.

O planejamento e controle no sistema de produção baseiam-se na estimativa da

procura futura, envolvendo programação e controle dos empregados, de materiais e de

recursos de capital, objetivando produzir a quantidade e qualidade desejáveis de maneira

eficiente. Contudo, a viabilidade das estimativas pode ser afetada negativamente por

tendências inesperadas de mercado bem como, por inovações em produtos e outros fatores.

Os sistemas de produção levam em consideração: a) sistemas de entrada: estão

incluídos neste sistema os suprimentos de mão-de-obra e administração de pessoal, salários,

capital de giro e materiais; b) sistemas de saída: o principal subsistema de saída é a expedição,

pertencente ao sistema de distribuição, c) sistema de planejamento: inclui atividades relativas

ao planejamento de qualidade quantidade e tempos de programação; d) sistema de controle:

estão incluídos neste sistema a inspeção, manutenção de fábrica, custo padrão, controle de

processos e controle de estoques.

Nas indústrias de panificação têm de organizar a sua produção da forma mais eficiente

possível objetivando servir o cliente, aproveitar da melhor maneira os produtos que fazem

parte do seu produto final, reduzir custos e manter elevados níveis de qualidade na produção.

28

É importante que os empresários do setor saibam conduzir seu sistema produtivo para

que seu produto final realmente atenda aos requisitos dos clientes.

Segundo Costa Jr (2009), o processo produtivo é a combinação de fatores de produção

que proporciona a obtenção de um determinado produto final. Num processo produtivo são

incorporados fatores que, após a sua transformação, levam a um produto final ou acabado.

Nenhuma indústria, mesmo da panificação, pode planejar em detalhes todos os

aspectos de suas ações atuais ou futuras, mas todas necessitam entender seu sistema de

produção, podendo assim beneficiar-se ao saberem para onde estão direcionando seus

produtos.

O sistema de produção tem seu papel dentro do negócio e determina os objetivos de

desempenho e é ele que formula um conjunto de princípios gerais que guiarão as tomadas de

decisões necessárias para que os resultados sejam os melhores possíveis para a empresa,

conforme Slack et al (1996).

Em função do exposto percebe-se que também os gestores do setor de panificação

entenderam a importância do sistema produtivo do seu negócio, pois é através dele que os

mesmos podem alcançar suas metas e colocar no mercado um produto com qualidade e com

baixo custo.

2.2 QUALIDADE

O termo qualidade vem do latim qualitate, conceito desenvolvido por diversos

estudiosos e que tem origem na relação das organizações com o mercado.

A satisfação das necessidades das pessoas é a razão da existência da empresa, que,

portanto, deve suprir tais necessidades com produtos e serviços que atendam às expectativas

pelo cliente e pelo mercado, segundo Seleme&Stadler (2008).

Qualidade pode ser definido de várias formas, Juran(1988) define classicamente

que "Qualidade é adequação ao uso". Também em seu Handbook, quarta edição, vemos as

seguintes colocações: "Qualidade consiste nas características do produto que atendem as

necessidades dos clientes e assim fornecem a satisfação em relação ao produto", e "Qualidade

significa ausência de deficiências"

Já A. V. Feigenbaun(1983) define que "Qualidade significa o melhor para certas

condições do cliente. Estas condições são (a) o uso atual e (b) o preço de venda do produto".

29

Porém Teboul(1991) define como qualidade "a capacidade de satisfazer as

necessidades, tanto na hora de compra, quanto durante a utilização, ao melhor custo possível,

minimizando as perdas, e melhor do que os nossos concorrentes".

Robert Bly(1993) observa que "para o consumidor, qualidade de um produto é um

produto que é bom, excelente ou um dos melhores. Um produto de qualidade utiliza os

melhores ingredientes, os materiais mais caros, os componentes mais confiáveis. Um produto

de qualidade é elaborado por uma mão de obra com alta qualificação e suportada por um

excelente serviço. Qualidade, para muitos, simplesmente significa comprar o melhor, seja ele

um produto.

Enfim, qualidade sabe quem compra e no momento que compra. Podemos buscar uma

definição final na regra dos três B's, qual seja, "Qualidade é ser Bom, Bonito e Barato".

Toda essa preocupação com relação a entregar o produto certo, na hora certa e que

produza a satisfação do cliente também é aplicável no contexto da panificação.

Toda organização e não diferente com o setor de panificação, existem para satisfazer

as necessidades dos clientes. Isso significa entender todas as expectativas destes relativos aos

produtos, prazo de entrega, preço, confiabilidade e etc., conforme mostra Mello etal (2009).

Outro fator importante que o setor de panificação deve incorporar à sua cultura é

definir estratégias e políticas para a gestão do relacionamento com os clientes adequando

objetivos e metas às solicitações dos clientes. Isso é possível quando há a efetiva melhoria no

gerenciamento operacional e do potencial humano que fazem parte do setor produtivo da

panificação, conforme Taguchi, (2003).

A gestão da qualidade requer que o responsável pela indústria, quer o proprietário, o

gestor ou a alta direção estabeleçam os propósitos e o rumo da mesma, possibilitando um

ambiente interno que envolva e faça com que os colaboradores se comprometam a cumprirem

esses propósitos. Assim, o gestor pode entender as necessidades de todas as partes envolvidas

e interessadas provendo liberdade e os recursos exigidos para que as pessoas trabalhem com

responsabilidade, segundo Taguchi, (2003).

Outra significativa contribuição que um sistema de gestão da qualidade traz para a

empresa, aqui incluída a panificação, é a abordagem de processo onde o resultado esperado só

será atingido se o processo produtivo estiver claramente definido. É através dessa abordagem

que se tem como identificar e mensurar as entradas e saídas do processo e ainda observar as

interfaces do processo produtivo, pois assim a capacidade desse processo sendo conhecida

será possível criar objetivos e metas desafiadoras que se alcançadas fará com que essa

30

indústria de panificação obtenha um diferencial frente aos seus concorrentes, conforme

mostra Taguchi (2003).

Como já citado anteriormente nesse trabalho, estão disponíveis várias normas oficiais

e internacionais que podem conduzir uma empresa a estabelecer um sistema de gestão da

qualidade. A mais utilizada, quando a organização busca padronizar, monitorar e melhorar

continuamente seu processo produtivo buscando assim satisfazer as necessidades do seu

cliente, é a NBR ISO 9001- – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos, versão 2008.

A série de normas ISO 9000 é um conjunto de normas e diretrizes

internacionais para sistemas de Gestão da Qualidade. Desde sua primeira

publicação, em 1987, ela tem obtido reputação mundial como a base para o

estabelecimento de Sistema de Gestão da Qualidade (MELLO et al, 2009,

p.2).

Essa norma fornece a empresa um modelo a ser seguido para preparar e operar um

sistema de gestão da qualidade. Ela incorpora as características necessárias para que uma

organização seja reconhecida pela qualidade do seu produto final.

Uma empresa do setor de panificação que implementa um sistema de gestão da

qualidade baseado na NBR ISO 9001 terá contemplado as necessidades e expectativas de

todas as partes interessadas e a satisfação de seus cliente, por meio da melhoria contínua e

sistemática do desempenho da sua empresa.

2.3 BREVE HISTÓRICO SOBRE A QUALIDADE

Para Lobos (2003), nos primórdios da qualidade essa era entendida como uma

atividade de inspeção, onde através de uma verificação visual e por comparação entre os

produtos acabados é que se definia se o produto tinha ou não qualidade suficiente para ser

colocado no mercado, já que quase tudo era produzido de forma artesanal e as profissões

existentes de então eram ensinadas e passadas de pai para filho sem qualquer qualificação.

Com o passar do tempo surgiram as produções em massa que requeria um controle

mais preciso do que era produzido. Foi nesse cenário, segundo Lobos (2003) que a qualidade

passa a significar controle estatístico que apesar de trazer melhorias sensíveis na época ainda

não era suficiente para atestar o nível de qualidade de um produto final. Em função disso,

após vários estudos, percebeu-se que havia a necessidade de se controlar o processo, mas não

somente sob o prisma estatístico, mas também no que se referia a acompanhar todo o processo

e através de amostragem ter-se a percepção sobre a real qualidade do produto.

31

Com a Segunda Guerra Mundial, num primeiro momento os Estados Unidos e logo

após o Japão, perceberam que a indústria tinha necessidade de colocar em prática ações que

realmente fizessem com que o seu produto final fosse aquilo que se havia projetado, sem um

número enorme de produtos com defeitos e em função destas ações não tivessem desperdício

de tempo e de materiais.

No início do século XX, qualidade passou a ser entendida como um sistema

administrativo onde a necessidade de desenvolver novos produtos e a concorrência obrigaram

as empresas a repensar e buscar um desenvolvimento melhor de seus produtos, conforme

Seleme&Atadler (2008).

Após a Segunda Guerra Mundial, segundo Seleme&Atadler (2008), o Japão se

encontrava em total estado de destruição e buscando a reestruturação da sua economia,

buscou auxilio junto aos Estados Unidos, que naquele momento tinham o apoio de alguns dos

maiores gurus da qualidade, como Deming, Juran e Feigenbaum.

Essa troca de informações possibilitou que todos percebessem a importância de

relacionar fator técnico – que é o produto final, com o fator humano. Assim, foram criados os

grupos chamados de Círculos de Controle da Qualidade – CCQ, conforme mostram

Seleme&Atadler (2008).

Com todos esses conceitos e práticas, as empresas começam a ter uma nova visão e os

gestores das empresas começaram a perceber a importância da qualidade para o seu negócio e

assim buscam trazê-las para dentro das mesmas.

Para Moller (2004), a atual percepção que se tem sobre qualidade não substitui as

ideias tradicionais sobre o assunto.

O novo modo de pensar sobre qualidade completa e amplia o antigo,

acrescentando novas dimensões à ideia de desenvolvimento da qualidade:

melhorar as relações humanas, fortalecer a comunicação, monitorar

totalmente – no início, durante e ao final-, o processo produtivo, formar

espírito de equipe e manter padrões éticos elevados (MOLLER, p.5, 2004).

Outro fator importante trazido pela qualidade é a consciência do valor dos recursos

humanos que atuam na empresa.

Antigamente, funcionários eram considerados como um acessório necessário para a

realização do negócio da empresa, não importando sua qualificação, capacidade e

comportamento.

O chefe era sempre o que tinha razão e devia ser obedecido sem contestações.

32

Atualmente, para evidenciar a importâncias das pessoas, a qualidade trouxe nova

nomenclatura para defini-las, como por exemplo: funcionário passa a ser o colaborador e o

chefe é o gestor. Tanto colaborador quanto gestor sugerem a ideia de trabalho em conjunto,

onde um colabora, não somente através do serviço braçal mas também com ideias e ações e o

gestor é visto como aquele que faz a gestão e para haver gestão há de ter compartilhamento de

responsabilidades, segundo Mello et al (2009).

Hoje, qualidade está associada à lucratividade, definindo-a de acordo com as

expectativas dos clientes e deixa de ser uma tarefa de alguns passando a ser de todos, onde o

comprometimento e o envolvimento de todos que fazem parte da empresa são primordiais

para que a mesma obtenha uma maior produtividade com lucratividade e que o seu cliente se

satisfaça com o produto apresentado, conforme Mello et al (2009).

33

3 PRINCIPAIS FERRAMENTAS E MÉTODOS DA GESTÃO DA

QUALIDADE

3.1 O CICLO PDCA

Uma das primeiras ferramentas gerenciais que surgiu dentro da qualidade foi o Ciclo

PDCA, também conhecida como “Ciclo de Deming”

O PDCA é um método de controle eficaz e confiável das atividades e processos de

uma empresa, conhecido e utilizado em todo do mundo e se constitui em quatro fases:

Plan = Planejar, DO= Fazer, Check=Checar e Action= Agir.

Ciclo PDCA

AGIR PLANEJAR

VERIFICAR EXECUTAR

Figura 3:Fases do Ciclo PDCA. AGUIAR, p. 132, 2006.

Para melhor entendimento, é importante conhecer as fases desse ciclo. Segundo

Aguiar (2006) as mesmas são assim entendidas:

- Planejar (Plan)

Etapa em que o planejamento se torna o principal foco e na qual se define ideias,

metas e modelos para melhor iniciar o processo produtivo. Algumas atividades devem ser

realizadas para a eficácia dessa etapa como: levantamento de fatos e dados, elaboração do

processo e estabelecimento de itens de controle, e a definição dos objetivos a serem atingidos.

MELHORIA

CONTINUA

34

- Fazer (Do)

É nesta fase que coloca em prática tudo o que foi planejado na fase anterior.

- Checar / Verificar (Check)

Nessa fase, se verifica se os procedimentos realizados estão corretos e se avalia o que

ainda pode ser melhorado.

- Agir (Action)

Aqui se atua de forma corretiva para se identificar os problemas surgidos e se busca a

causa geradora do mesmo para que não haja a reincidência do problema.

O PDCA é um ciclo e, portanto, deve acontecer de forma continua. Para que isso se

realize de forma que traga os resultados positivos esperados, todas as fases devem acontecer.

A não realização de qualquer uma das fases afeta o processo como um todo.

Ao implementar o Ciclo PDCA deve-se evitar: realizar ações sem planejar, não iniciar

o processo sem que as metas estejam definidas e necessariamente dispor de pessoas

devidamente qualificadas para o realização do mesmo.

O Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) é composto das seguintes etapas:

1. Planejamento (P) que consiste em estabelecer metas e o método para

alcançá-las.

2. Execução (D) – executar as tarefas exatamente como previsto na etapa de

planejamento e coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de

verificação do processo. Na etapa de execução são essenciais a educação e o

treinamento no trabalho.

3. Verificação (C) – A partir dos dados coletados na execução, comparar o

resultado alcançado com a meta planejada.

4. Ação (A) – Esta etapa consiste em atuar no processo em função dos

resultados obtidos. Existem duas formas de atuação possíveis: adotar como

padrão o plano proposto, caso a meta tenha sido alcançada ou agir sobre as

causas do não-atingimento da meta, caso o plano não tenha sido efetivo.”

(WERKEMA, 2004, P.19-20)

O Ciclo PDCA é um método de gestão que representa o caminho a ser seguido para

que as metas estabelecidas sejam atendidas. Para tanto, há necessidade do monitoramento do

processo, seja ele qual for, desde o seu planejamento, durante sua realização e até o final.

A verificação sobre os resultados obtidos é necessária porque caso estes estejam fora

do estabelecido deve-se agir corretivamente para identificar a causa do problema e estabelecer

ações corretivas e/ou preventivas.

35

Através do Ciclo PDCA pode-se executar, monitorar e avaliar todo o processo

produtivo da panificação, independentemente do tamanho da mesma porque é de simples

aplicação e de fácil controle. Quando realizado de maneira correta traz para os gestores do

processo produtivo desse setor resultados excelentes que fortalecerão a empresa para a

conquista de colocar disponível no mercado produtos de alta qualidade.

3.2 CINCO SENSOS – 5 S’s

Os cinco sensos, ou 5 S’s é uma das mais importantes ferramentas que a qualidade

disponibiliza para que a empresa como um todo tenha resultados satisfatórios.

“Trata-se de uma ferramenta revestida de um fator de grande importância que, além de

implementar a ordem organizacional, eleva a capacidade de discernimento do indivíduo”

(OSADA, p.36. 2004).

De origem japonesa, os cinco sensos foram traduzidos para a língua portuguesa para

que essa ferramenta fosse aplicada nas fábricas, nos escritórios e nos outros sistemas

produtivos.

Com a vinda dessa ferramenta e sua incorporação no dia a dia da empresa mudou

radicalmente a percepção de que as empresas ou os locais de produção poderiam ser sujos,

bagunçados e desorganizados, segundo Osada (2004).

SIGNIFICADOS DOS 5 S’s

SENSO SIGNIFICADO

1º seiri Senso de descarte ou liberação das áreas; Senso de ordenação

2º seiton Senso de organização

3º seiso Senso da limpeza

4º seiketsu Senso da higiene, arrumação, padrão

5º shitsuke Senso de ordem ou disciplina

Figura 4: Cinco sensos (OSADA, p. 37. 2004)

O primeiro S (seiri) determina que sejam fornecidos aos colaboradores da empresa os

conhecimentos necessários para que tenham o discernimento entre o que é útil ao seu trabalho

e o que não é. Isso quer dizer: retirar do ambiente de trabalho móveis, ferramentas, utensílios,

36

papéis e documentos dispensáveis à execução normal das atividades, conforme mostra Osada

(2004).

A vantagem da aplicação desse senso é, por exemplo, que um colaborador não precise

desviar de uma cadeira ou de uma máquina que não deveria estar lá assim como perca tempo

procurando uma ferramenta entre tantas que ele não utiliza no seu dia a dia.

“Desse modo, há efetivamente, uma clareza de pensamentos e ações, voltados para os

elementos constantes no trabalho e do trabalho, evitando assim, desperdícios e desgastes

desnecessários” (OSADA, p. 37. 2004).

O segundo S (seiton) implica que, além de serem úteis, os elementos e as ações devem

estar em locais apropriados. Se então o colaborador necessita de uma determinada ferramenta

para a execução de uma ação, não deve precisar procurá-la no local de trabalho. Assim as

ações advindas desse senso possibilitam ao colaborador formar um pensamento ordenado e

estruturado em direção à prática de suas atividades. “Quando isso acontece, ocorre menor

gasto de tempo, pois não há ações paralelas à execução da atividade”. (OSADA, p. 37. 2004).

O terceiro S (seiso) é o senso da limpeza e traduz a primeira condição visível nos

setores produtivos atuais. Além da organização tradicional do local de trabalho, esse senso

permite que sejam monitorados elementos que, ao se mostrarem sujos, indicam problemas,

como no caso de equipamentos com vazamentos e quantidade de sobra de material além do

normal. “Esse senso traz na sua aplicação uma consideração educativa: a limpeza deve ser

também um estado de espírito, sendo que o funcionário, ao vir trabalhar, deve estar com a

mente clara e livre de problemas”. (OSADA, p. 37-38. 2004).

O quarto S (seiketsu) concretiza as ações que não basta somente organização e

limpeza. Esse senso implica na busca da melhor organização e da mais eficiente limpeza, nos

dois sentidos descritos nos S’s anteriores. “Isso significa que é necessário tomar os recursos

disponíveis e com eles executar o melhor, ou seja, trata-se da integração dos recursos/ações

para a obtenção do melhor resultado” (OSADA, p. 38. 2004).

O quinto S (shitsuke) vai além das ações já realizadas, fazendo com que os

colaboradores agora transfiram para si próprios a postura do cotidiano de trabalho obtida com

os quatro S’s anteriores. “Esse senso é aquele que consolida os outros quatro, propiciando,

assim, um ganho permanente à organização, já que o pensamento bem ordenado e bem

estruturado está a favor da organização” (OSADA, p. 38. 2004).

Para que efetivamente o programa 5’s seja implementado de maneira eficiente, o

colaborador deve ser devidamente treinado para entender que estes devem ser incorporados

no cotidiano da sua vida privada o aprendizado obtido sobre os Cinco Sensos.

37

3.2.1 Aplicação dos Cinco Sensos

As etapas para a realização dos S’s deve seguir a ordem acima apresentada e podem

ser implementados no setor produtivo de panificação.

As ações para a implementação do seiri– 1º S - reportam-se a retirar do local objetos

que não são utilizados rotineiramente no desempenho de uma determinada ação. “Deve-se

conhecer todas as peças, ferramentas e os instrumentos para a realização do trabalho e manter

somente esses elementos” (OSADA, p. 38. 2004).

Ao se pensar no sistema produtivo de panificação pode-se aplicá-lo retirando do local

de trabalho onde se inicia a mistura dos ingredientes para a produção do pão. Lá devem estar

somente os utensílios e os ingredientes necessários para a elaboração dessa tarefa. Dessa

maneira, formas, papéis e outros não devem estar presentes, devendo portanto, a forma estar

no ambiente em que o pão é assado.

Para a efetivação do seiton, - 2º S - deve-se observar os objetos, ferramentas e

equipamentos restantes do primeiro S, que não são necessários naquele local, sendo todos

disponibilizados pela empresa aos os outros setores onde poderão ser úteis.

É durante a aplicação desse senso que os colaboradores do setor de produção de

panificação certificam-se como estão dispostos os equipamentos, máquinas e utensílios de

trabalho, devendo organizá-los numa ordem lógica e sequencial, segundo as atividades que

irão realizar, com o objetivo de ter “à mão” todos os elementos necessários para a sua

realização.

Durante a aplicação do seiso, - 3º S - todos que participam do processo de panificação

devem se preocupar coma a manutenção dos pisos, bancadas, máquinas e utensílios, pois

assim poderão, além da localização rápida dos elementos do trabalho, identificar as situações

de não conformidades. “Locais com manchas, entulhos e outras inadequações devem ser

limpos e monitorados” (OSADA, p. 39. 2004).

Para o seiketsu, - 4º S - a verificação das três ações anteriores serve de alerta para o

colaborador, que deve manter o estado ideal e o padrão estabelecido.

Não é diferente quando o seiketsu é aplicado na produção de panificação. Todos os

envolvidos com o processo produtivo devem depois de incorporar as três etapas anteriores,

buscar manter o ambiente limpo e organizado. “Essa ação de auxílio ao colaborador deve ser

executada pelo superior imediato já devidamente treinado nos sensos” (OSADA, p. 39. 2004).

Para o último (5º) S (shitsuke) é necessário que os colaboradores aceitem e pratiquem

verdadeiras melhorias no seu trabalho. “Assim, um plano de incentivos em direção à busca

38

dessas melhorias pode trazer bons resultados à organização e ao ambiente de trabalho”

(OSADA, p. 39. 2004).

Indiscutivelmente os Cinco Sensos ou 5 S’s são importantes itens da qualidade que

podem auxiliar o setor da panificação a iniciar uma organização interna buscando

efetivamente produzir com qualidade.

É importante salientar que os cinco sensos desempenham um papel fundamental nas

empresas, mas não somente nelas. Podem ser aplicados em escritórios, ambientes prestadores

de serviços que trabalham com o público, sistemas logísticos de transportes e distribuição,

hospitais.

O sucesso na implementação dos cinco sensos depende de um programa de

manutenção das ações propostas, por isso não devem ser realizados somente

uma única vez, sob pena de se perderem no tempo. [...] outro fator importante

é que o programa seja apoiado e incentivado pelas instâncias superiores como

parte de uma abordagem estratégica implantada pela organização (OSADA,

p. 39. 2004).

Por essa gama de ramos pode-se dizer que também pode ser facilmente implementado

no setor de panificação, porque sua aplicação transforma e educa o colaborador não somente

para o trabalho, mas também para sua vida pessoal.

3.3 BRAINSTORMING

O Brainstorming é uma ferramenta utilizada em reuniões nas quais os integrantes têm

liberdade total de expor suas ideias, por mais absurdas que pareçam, sem se preocuparem uns

com os outros e muito menos se preocupar em parecer ridículo, pois após análise uma ideia

que pode ser assim considerada passa a ser estratégica para a solução de um problema.

Na utilização do brainstorming, consideramos três fases distintas. A primeira

é aquela em que as ideias são geradas, a segunda é destinada a realização dos

esclarecimentos relativos ao processo, e a terceira presta-se à avaliação das

ideias propostas. [...] e essa ferramenta pode ser empregada para identificar

ideias que possam melhorar produtos ou induzir a inovadoras soluções de

problemas (SELEME & STADLER, p. 57. 2008).

39

BRAINSTORMING

FASE PASSO DESCRIÇÃO

1

1 Escolhe-se um facilitador para o processo que definirá o objetivo.

2 Formam-se grupos de até dez pessoas.

3 Escolhe-se um lugar estimulante para a geração de ideias.

4 Os participantes terão um prazo de até dez minutos para fornecer suas

ideias, que não devem ser censuradas.

2 5 As ideias deverão ser consideradas e revisadas, disseminando-se entre os

participantes.

6 O facilitador deverá registrar as ideias em local visível (quadro, cartaz,

etc.) esclarecendo novamente o propósito.

3 7 Deverão ser eliminadas as ideias duplicadas.

8 Deverão ser eliminadas as ideias fora do propósito delimitado.

9 Das ideias restantes devem ser selecionadas aquelas mais viáveis, se

possível por consenso entre os participantes.

Figura 5:Passos do Brainstorming. (SELEME & STADLER, p. 56, 2008).

A fácil compreensão e execução dessa ferramenta faz com que seja compatível com as

ações realizadas durante o processo produtivo de panificação. Assim, seguindo os passos

acima definidos, os gestores do setor de panificação podem utiliza-la para buscar novas ideias

ou soluções para os problemas encontrados durante o mesmo.

3.4 ANÁLISE DE PARETO

A Análise ou Diagrama de Pareto é uma ferramenta desenvolvida a partir de

análise dos seguintes dados: foi estabelecida uma relação de 20/80 (lê-se

“vinte para oitenta”), traduzida pelo seguinte exemplo: de todos os valores

depositados em bancos, 80% deles são de propriedade de apenas 20% dos

clientes desses bancos. Assim [...] estabeleceu-se uma classificação dos

problemas de qualidade, dividindo-os em poucos vitais e muitos triviais, ou

seja, a maior quantidade dos defeitos se refere a poucas causas. (SELEME &

STADLER, p. 88, 2008).

Assim, pode-se dizer que o Diagrama de Pareto é uma poderosa ferramenta de

construção, assemelhando-se aos histogramas que permitem o reconhecimento de padrões de

uma determinada amostra que é representativa de toda a população, segundo Oliveira (2005).

40

Essa análise permite que sejam identificados e classificados os problemas de maior

importância e que devem ser corrigidos primeiramente. Ao solucionar o primeiro problema,

um segundo se torna mais importante, permitindo que os participantes dediquem maiores

esforços na resolução dos problemas realmente considerados os mais importantes, o que trará

como resultado para a empresa um adequado uso de seus recursos em busca da melhoria da

qualidade do processo e do produto, conforme Oliveira (2005).

Quando da aplicação dessa ferramenta, deve-se associar-se as categorias aos seus

custos, pois assim as probabilidades de enganos serão mínimas.

Nem sempre a causa que provoca grande quantidade de não conformidades,

mas cujo custo de reparo seja pequeno, será aquela a ser priorizada, pois

numa análise mais abrangente é possível identificar causas cujo efeito se

traduzem em poucas não conformidades, mas de custo altíssimo, associadas a

danos, risco ou reparos (OLIVEIRA, p. 63. 2005).

O Diagrama de Pareto pode ser aplicado nas seguintes situações, entre outras,

conforme mostra Oliveira (2005):

- quando para definição de projetos de melhoria:

Identificação das principais fontes de custos;

Identificação das principais causas que afetam um processo;

Escolha do projeto de melhoria a ser desenvolvido na empresa, em função do número

de não conformidades geradas no processo produtivo.

- quando da análise de custos de projetos

Identificação e distribuição de recursos por projeto;

Identificação de áreas prioritárias para investimento.

É importante falar que o Diagrama de Pareto pode ser utilizado para a obtenção de

dois tipos de resultados:

- Diagrama de Pareto por causas, cujo objetivo é identificar a maior causa do problema, em

qualquer situação.

- Diagrama de Pareto por efeitos, cujo objetivo é identificar o maior problema, que é obtido a

partir dos efeitos indesejados apresentados no processo.

Pela explicação acima, percebe-se que essa também é uma poderosa ferramenta que os

gestores da panificação podem utilizar durante o seu processo produtivo, seja para identificar

a causa do problema surgido durante a realização do mesmo objetivando evitar sua

reincidência, seja para identificar o maior de todos os problemas para que ações corretivas

sejam definidas para regularizar o processo.

41

3. 5W’s e 2H’s

A ferramenta 5W’s e 2H’s se utiliza de perguntas (elaboradas na língua inglesa) por

isso se iniciam com W e H, que podem ser compreendidas no quadro abaixo. É também

conhecida como a técnica dos porquês e as perguntas têm por objetivos desencadear respostas

que mostrem o problema a ser resolvido.

Essa ferramenta permite que num processo em execução seja dividido em etapas,

estruturadas a partir das perguntas, com o objetivo de serem encontradas falhas que impedem

o término adequado do processo. O resultado da sua aplicação é a exposição da falha que

interrompeu o processo e a possibilidade de uma análise mais apurada para sana-la e com isso

possibilitar que o processo continue conforme o planejado.

5W’s e 2H’s

Pergunta Significado Pergunta instigadora Direcionador

WHAT? O quê? O que deve ser feito? O objeto

WHO? Quem? Quem é o responsável? O sujeito

WHERE? Onde? Onde deve ser feito? O local

WHEN? Quando? Quando deve ser feito? O tempo

WHY? Por quê? Por que é necessário fazer? A razão/motivo

HOW? Como? Como será feito? O método

HOW MUCH? Quanto custa? Quanto vai custar? O valor

Figura 6 -Modelo Conceitual dos 5W’s e 2H’s (SELEME & STADLER, p. 40, 2008).

Esta ferramenta é utilizada quando se faz uma análise do problema encontrado com o

objetivo de identificar a causa do mesmo.

Dentro do cenário da panificação, se propõe um exemplo específico desse setor, para

um melhor entendimento da aplicação dessa ferramenta.

PROBLEMA: Por que o pão não cresceu conforme o planejado?

Pergunta Resposta encontrada

Por que o pão não cresceu? Porque o fermento não estava bom.

42

Por que o fermento não estava de acordo? Porque o fermento ou não estava

devidamente acondicionado ou estava com a

data de validade vencida.

Por que não foi feito uma verificação do

estado/validade do fermento?

Porque houve falha da equipe de produção.

Por que a equipe não realizou o que estava

definido?

Porque faltou treinamento para os

componentes da mesma.

Figura 7: Exemplo do modelo 5W’s e 2H’s (Fonte: Própria).

Percebe-se que é uma ferramenta bem fácil de aplicar onde as perguntas buscam

esclarecer a causa do problema. Após o esclarecimento do ocorrido as demais perguntas

devem ser feitas, pois assim, para o estabelecimento da ação corretiva, se definirão quem fará,

por que será feito, como e quanto vai custar.

Achar a verdadeira causa para o problema se torna simples, pois através dessa

ferramenta estrutura-se o pensamento, permitindo assim o direcionamento para a ação que

efetivamente encontrará a causa e solucionará o problema.

3.6 CONTROLE ESTATÍSTICO PROCESSO (CEP)

O embasamento da teoria básica do CEP está relacionado ao fato de que

inevitavelmente existirão variações das características de um produto para outro, em função

da variabilidade do processo. De acordo com Costa et al. (2009), a expressão variabilidade do

processo refere-se às diferenças existentes entre as unidades produzidas. A diferença será tão

maior, quanto maior for a variabilidade do processo.

Segundo Costa et al. (2009), as explicações de Shewhart para a variabilidade dos

processos são aceitas até hoje, pois mostram que por mais bem projetado e controlado que

seja o processo, este possui em sua variabilidade um componente impossível de ser

eliminado.

Ou seja, sempre existirão diferenças entre dois produtos em função do que se chama

de variabilidade natural do processo, resultante de diversas perturbações (causas aleatórias)

que são muito pouco passíveis de interferências e mudanças. A variabilidade natural é

resultante de um efeito cumulativo de diversas pequenas causas, inerentes ao processo em

questão, cuja distribuição produzida é estável e repetitiva ao longo do tempo.

43

Quando um processo apresenta somente variabilidade natural, tendo, portanto, causas

aleatórias interferindo na produção, diz-se que o processo encontra-se no estado de controle

estatístico. Todavia, outros tipos de variabilidade podem interferir no processo, oriundos de

máquinas desajustadas ou descontroladas, matéria-prima fora das especificações ou erro de

operação.

Para Costa et. al (2009), todo processo sofre perturbações maiores, denominadas

causas especiais, as quais são capazes de deslocar a distribuição da variável aleatória X e/ou

aumentar a dispersão da mesma.

Segundo Montgomery (2004), as fontes de variabilidade que não são aleatórias podem

ser classificadas como “causas atribuíveis”, e apresentam-se muito maiores do que as causas

aleatórias, caracterizando um nível inaceitável do desempenho do processo.

A detecção rápida de mudanças no processo decorrentes de causas especiais pode ser

proporcionada com o emprego do controle estatístico do processo, de maneira que seja

possível verificar alterações antes que seja produzida uma grande quantidade de unidades fora

dos padrões especificados, o que reduz custos, evita retrabalho, diminui as perdas e garante

maior qualidade ao consumidor.

Os gráficos de controle permitem visualizar o comportamento do processo de forma

fácil e objetiva, retratando a variabilidade e permitindo ações que evitem maiores problemas e

possibilitando a melhoria do processo.

44

4 – A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DA

QUALIDADE EM UMA PANIFICADORA

4.1 – EMPRESA EM ESTUDO

A empresa em estudo foi fundada 1992, e ao longo de sua jornada ela vem crescendo cada dia

mais, mantendo a tradição, a competitividade no mercado com novos produtos, investindo em

tecnologias, objetivando melhorias no processo produtivo, tendo hoje a disposição do

consumidor uma grande variedade de produtos dentre os ramos de panificação, confeitaria,

chocolataria, cafeteria e restaurante.

A empresa é localizada na cidade de Itaperuna, ao noroeste do estado do Rio de Janeiro, conta

hoje com aproximadamente 75 colaboradores, divididos em diversos setores e funções, e esse

número aumenta com a proximidade de datas festivas, como natal e ano novo.

Na produção da panificadora, existem 2 equipes de 4 pessoas cada, onde há 1 gestor máster e

mais 2 agregados para o controle e planejamento da produção. A produção consome cerca de

400 quilos de farinha por dia, divididas em pães variados, entre eles a linha de pães light e

integral, pães doces e o pão francês, que toma maior proporção dessa produção.

4.2- LINHA DE PRODUÇÃO

As etapas de produção do pão francês pode ser dividida em 5 etapas, sendo elas: Pesagem,

Mistura dos ingredientes, divisão e modelagem, fermentação e forneamento.

4.2.1 Pesagem

Umas das etapas que é umas das principais para a exclusão de perdas e desperdícios no setor

de produção, ou seja, na maioria das vezes é o próprio padeiro quem faz a marcação da massa,

sendo assim ele perde tempo de produção, por estar parado pesando os produtos, e ainda se

não houver uma supervisão dessa pesagem, pode haver alternância desses pesos, mais

detalhadamente pode-se passar 5 ou 10 gramas, por matéria prima, resultando numa grande

perda no fim de um processo se for medida. Afinal como essa produção acontece todos os

45

dias e mais de uma vez por dia, essas variações podem resultar em um montante de valor bem

representativo ao final de um período.

4.2.2 – Mistura dos Ingredientes

São adicionados todos os ingredientes a masseira e os mesmos são misturados até

atingir um ponto homogêneo, onde no ramo da panificação se diz que “até que se atinja um

ponto de véu”.

De acordo com a panificadora existem ordens para esse adicionamento, um deles é

adicionar primeiramente o fermento e a farinha, para que se misturem antes do restante dos

ingredientes. Logo depois adiciona-se o restante dos ingredientes.

4.2.3 – Divisão e modelagem

Ao retirar a massa da amassadeira, ela é passada no cilindro para que se chegue ao

ponto ideal de modelagem. Após a divisão da massa, na panificadora em estudo, o pão ideal

se encontra com 60 gramas após assado, assim a massa é dividida em pesos de 2.100 kg, onde

é colocada esses pesos em uma divisora, que dividi em 30 unidades de iguais tamanhos,

depois é passado na modeladora onde os pães são modelados automaticamente.

4.2.4 – Fermentação

O pão é colocados em formas e posicionado nos carrinhos para fermentação, senda

está em média de 3 a 5 horas, dependendo diretamente da quantidade de fermento adicionada.

É a parte do processo de produção onde o pão ganha tamanho, e onde pode variar na forma,

ou seja, dependendo se for mal posicionado na forma, ou c as formas estiverem em mal

condições, isso pode prejudicar a fermentação, fazendo com que o pão fique informal ao

esperado.

4.2.5 – Forneamento

O pão é retirado dos carrinhos de fermentação, é feito no produto a hachura com o auxílio de

lima gilete, e em seguida colocado no forno, à uma temperatura média de 170º à 200º Cº. Um

fator importante para essa etapa é a colocação de vapor no forneamento, onde para pão

46

francês é essencial, pois ela interfere diretamente na cor da casca e na abertura da pestana do

pão.

4.2.6 – Fluxograma de produção

Figura 8: Fluxograma de produção do pão Francês (Fonte: Própria).

4.3 DEFINIÇÃO DO ASPECTO DE QUALIDADE A SER AVALIADO

Foi realizado uma pesquisa de opinião sobre a qualidade do pão francês aplicando-se o

questionário apresentado no quadro abaixo (Figura 7), com cerca de 120 clientes da

panificação no horário de 9 às 3, que é o horário de pico de vendas, durante o período de 5

dias.

Pesquisa de OPinião

Dentre os fatores de avaliação de qualidade do Pão Francês, como você classifica,

de acordo com o seu grau de importância na hora da compra, de 0 a 5?

Fatores de Avaliação 0 a 1 2 a 3 4 a 5

Cor da casca

Textura da casca

Cor do miolo

Abertura da Pestana

Tamanho (volume)

Figura 9: pesquisa de opinião (Fonte: Própria).

Pesagem dos ingredientes

Mistura dos ingredientes na

masseiraDivisão da massa

Modelagem da massa

Arrumação dos pães nas grades

Fermentação

(3 à 5 horas)

Corte da pestana do pão

Forneamento, com acionamento de vapor

(15 min à aprox 200°C )

Arrumação na área de Vendas

47

0

20

40

60

80

100

120

Cor da casca Textura dacasca

Abertura daPestana

Tamanho(volume)

0 a 1 21

2 a 3 23 32 38 39

4 a 5 112 49 32 45

Pesquisa de Opinião

0 a 1 2 a 3 4 a 5

Os resultados são apresentados no gráfico da figura 8:

Figura10: Gráfico do resultado da pesquisa de opinião (Fonte: Própria).

O resultado da pesquisa indica que o principal aspecto de qualidade que é levado em

consideração na hora da compra é a coloração da casca e em seguida a abertura da pestana.

Com base nisso, será realizado uma análise, com o auxílio do controle estatístico de

qualidade, tendo como base o padrão nacional de avaliação de qualidade do pão francês, para

a verificação da qualidade do pão francês da padaria em estudo, quanto a coloração da casca.

4.4 DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DA AMOSTRAGEM

Para determinação da quantidade de amostras foi feito um cálculo com base na

quantidade de pães produzido diariamente, foi usada a seguinte fórmula:

Figura 11: fórmula de cálculo de amostragem (fonte: Costa, 2009).

Onde:

Z é o nível de confiabilidade;

d é o nível de erro amostral;

n = Z² . ^p . ^q . N .

d².(N-1) + Z². ^p . ^q

48

^p e ^q são a estimativa da verdadeira proporção, sendo ^p: 60% e ^q: 40%

N é a produção diária de pães, que foi estabelecida em 4000/dia

O nível de significância foi estabelecido em 90%, ou seja, α = 0,1. O erro máximo de

estimação (ε) é a diferença máxima que se admite obter entre o valor estimado (amostra) e o

valor real (população), considerando o nível de significância adotado. Esse erro é fixado antes

de se iniciar a pesquisa e incide diretamente no tamanho final de amostra, isto é, quanto maior

a precisão desejada (menor o erro aceitável) maior será o tamanho de amostra.

De acordo com o cálculo a número de amostras foi definido em 244 unidades, onde

seria o ideal para a verificação, porém para uma melhor análise ficou estabelecido a coleta de

250 amostras.

4.4.1 Coleta de amostras

As amostras foram coletadas no período de 01 à 15 de outubro, ao decorrer da semana,

de acordo com os horários de forneamento, que variam de acordo com a venda. No total

foram coletadas 250 amostras de acordo com o cálculo de verificação feito.

As amostras foram analisadas e comparadas com o padrão de qualidade da ABIP

citado no item 1.3 de acordo com a classificação na figura 10.

Figura 12: Classificação das amostras coletadas. (Fonte: Própria)

Na figura 13 pode-se ver algumas das amostras coletadas, e já classificadas para um melhor

entendimento:

Classificação das amostras

Tipo Cor Padrão Nacional

1

Ideal (10)

2

Mediano (7)

3

Não conforme (5)

49

Figura 13: Algumas amostras coletadas. (Fonte: Própria)

4.4.2 Análise Comparativo das amostras

Com base no padrão de qualidade da ABIP, foi realizado uma análise comparativa

com das amostras com a tabela de classificação (figura10), através disso se obteve os

seguintes resultados que são representados na figura 11:

Análise da amostragem

Total de amostras Classificação Quantidade %

250

1 (Ideal) 118 57

2 (Mediana) 73 32

3 (Aceitável) 60 11 Figura 14: Análise comparativo das amostras. (Fonte: Própria)

O análise Comparativo é representado graficamente na figura 12, onde podemos

analisar com mais clareza:

50

Figura 15: Gráfico de análise comparativo das amostras. Fonte (Própria)

4.5 RESULTADOS E DISCURSÕES

Com base nos resultados, verifica-se que aproximadamente 50 % das amostras estão

no ponto ideal (nota 10), de acordo com o padrão nacional de avaliação citado no item 1.3 na

figura 1, porém 29% se enquadram na média (nota 7) e 24 % das amostras foram aceitáveis

(nota 5), por também se enquadrarem dentro dos padrões.

Não se foi necessário o uso do controle estatístico de processo pelo fato de não ter

ocorrido não conformidades, que seria o caso de os pães saírem muito brancos, ou crus, e

outro fator é passar do ponto, no caso queimar. Como não houve nenhuma das situações

citadas, todas as amostras estão aptas para venda, se enquadrando dentro dos aspectos de cor

desejado.

Segundo PROPAN (2011), as possíveis causas de falta de coloração no pão são as

seguintes:

1. Tempo irregular de forneamento, onde o ideal seria de 15 min, em um forno à

temperatura de 180º, com o acionamento de vapor.

2. Falta de açúcar; pois o açúcar influencia diretamente na coloração da massa, devido a

suas características químicas, onde são liberados enzimas através do processo de

fermentação.

1 (Ideal); 118; 47%

2 ( Mediana); 73; 29%

3 (Aceitável); 60; 24%

ANÁLISE COMPARATIVO

51

3. Pouco vapor, o vapor influencia na cor do pão pelo fato de umedecer e dar brilho, para

não deixar que a massa resseque.

O treinamento e acompanhamento dos colaboradores dentro da empresa, é fundamental

para qualquer que seja a medida a ser tomada, pois quando se tem a equipe toda envolvida no

processo com o intuito de melhoria, se consegue chegar ao resultado esperado com mais

velocidade.

A padronização do receituário, a instalação de uma pré-pesagem é essencial para a

eliminação de desperdícios de matérias primas, pois com uma estação de pré-pesagem, uma

pessoa fica responsável por montar os kits de produtos, com isso evita as perdas no transporte

e também a variação de peso de material. Outro fator é o ganho de tempo de produtividade,

porquê evita que o padeiro fique pesando os ingredientes da massa, tendo o kit já preparado, é

só colocar na amassadeira e misturar.

O mapeamento para monitoramento do forneamento, é outro ponto importante para a

redução dessas falhas de coloração. Em algumas situações quando se tem uma produção em

grande escala e poucas opções de forno, tem que se haver um entendimento dentro da

produção para assar os produtos, pois nem sempre a temperatura e o tempo de forneamento é

o mesmo para todos os produtos, podendo assim ocasionar falhas no produto final.

52

CONCLUSÃO

Ao se analisar o setor de panificação, percebe-se que de modo geral todas fazem um

pão de sal, dentro dos padrões e pesos nacionais, como o francês, mas, também, produzem

especialidades locais, produzem juntamente com massas doces, pães especiais, bolos, tortas,

torradas e etc. Mas para que panificadoras que compõem esse setor permaneçam no mercado,

com produto de qualidade e com grande produtividade e lucro há a necessidade de se definir o

planejamento e o controle do processo produtivo do setor, pois esses dois elementos são de

grande relevância para que o setor disponibilize produtos de qualidade para os clientes. A

ausência de controle na maioria dos casos leva a decisões inadequadas, levando a empresa a

sérios prejuízos.

Quando os gestores do setor de panificação percebem a importância de estabelecer

ações voltadas para a qualidade do seu produto final, é possível observar com maior clareza

quais itens produzidos trazem os lucros mais expressivos, assim como quais dos itens podem

causar prejuízos.

A implantação e implementação de uma Gestão da Qualidade no processo produtivo

de panificação representa uma estratégia concreta para o início do processo de mudança da

cultura organizacional.

Quando se observa a estrutura tradicional de uma panificadora percebe-se que os

clientes são colocados como agentes passivos quando do recebimento de um pão ou produto

por ela produzido ou ainda são taxados como os que reclamam, tumultuam o andamento da

panificadora.

Quando se opta por um Sistema de Gestão da Qualidade o cliente passa a ser o

principal foco da empresa. Vê-se ainda que aparece a figura do cliente interno sendo as

pessoas que efetivamente prestam serviços à empresa e do externo que é aquele pelo qual a

organização trabalha e busca a melhoria continua para melhor atende-lo e com isto buscar sua

fidelidade.

A gestão pela qualidade assegura a satisfação de todos os que fazem parte dos diversos

processos da empresa: clientes externos e internos, diretos e indiretos, parceiros e

empregados.

O papel dos gestores do setor de panificação é primordial para a real efetivação da

Gestão da Qualidade, pois são eles que demonstram o comprometimento, a confiança,

promovem o alinhamento e convergência de ações dentro do setor. É através deles, com

53

parceria com os demais, que é estabelecido um propósito desafiador buscando resultados reais

e positivos.

Quando, no processo produtivo de panificação, as ações são definidas e seguidas

baseadas num Sistema de Gestão da Qualidade, percebe-se que existe um elo entre os gestores

e seus colaboradores para que todos estejam envolvidos com as ações da qualidade com o

objetivo de obterem juntos o sucesso almejado.

A Gestão da Qualidade possibilita para o processo produtivo de panificação,

mecanismos de vendas objetivando além da sobrevivência, o lucro, estabelecendo uma

integração adequada entre pedidos, estoques, crédito, atendimento, embalagem e entrega. Se

um dos processos falhar, todos os outros também falharão e consequentemente haverá

insatisfação tanto do cliente interno como do externo.

O uso adequado das ferramentas de qualidade pode fazer uma boa diferença no

resultado final do produto, como é o caso do PDCA, onde se identifica as possíveis falhas

através do gráfico de Pareto, daí se usa o PDCA, fazendo um planejamento para a correção

dessa falha e em seguida bota-se esse plano em ação e o monitora para a verificação se está ou

não resolvendo a situação estabelecida.

Muitas panificadoras gastam em torno de 20 a 30% do seu faturamento na produção e

no reparo de trabalhos mal feitos, corrigindo defeitos, sucateando produtos não conformes e

lidando com reclamações dos seus clientes. Para buscar sanar esses conflitos existem as

ferramentas da qualidade.

Quando se implementa no processo produtivo de panificação as ferramentas da

qualidade para solucionar seus problemas e falhas que podem ocorrem no início, durante e ao

final do processo, se tem por objetivo acabar com os mesmo visando assim a melhoria

contínua necessária para o seu êxito no mercado.

Pode-se afirmar que a organização que tem suas ações efetivadas através da Gestão da

Qualidade, além de conhecer a organização como um todo, que utilizam as ferramentas

necessárias, que dão importância as pessoas que fazem parte da empresa sabendo que elas são

primordiais para o sucesso da empresa, a estarão conduzindo para o sucesso e para a

durabilidade dos negócios através dessa gestão.

Conclui-se, portanto, que analisando o contexto industrial onde as padarias encontram-

se inseridas e ainda o mercado globalizado onde somente se perpetuam em virtude de sua

competitividade a Gestão da Qualidade é de suma importância para a sua sobrevivência e

lucratividade de qualquer panificadora, independente do seu tamanho ou localização.

54

Conclui-se ainda, através do estudo de caso realizado, que a panificadora em estudo

obtém um pão francês de acordo com o padrão de qualidade nacional, dentro do padrão

avaliado que foi a coloração da casca. Cerca de metade das amostras detectaram um pão de

ótima de qualidade e o restante, todos se adequaram as exigências, sendo assim não havendo

não conformidades no processo.

55

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