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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO I – Conceito : É o mecanismo de ajustamento ou correção de atos praticados por aqueles que estão no exercício da atividade administrativa. O Estado é uma coisa de todos, isso significa que sua administração deve ser sempre controlada e fiscalizada evitando assim imperfeições, falhas e abusos por parte de seus administradores”. (Fernanda Marinela). A ausência de controle gera desperdício e mau uso dos recursos públicos, facilitando, inclusive, a corrupção e os desvios, gerando altos custos os quais consequentemente são suportados pela sociedade. O controle administrativo é um importante instrumento democrático. II – Objetivo : Garantir o respeito aos direitos subjetivos do usuário e assegurar a observância das diretrizes constitucionais da administração. III – Princípios Fundamentais : Decreto 200/68, art. 60, V: Art. 6º - As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I – Planejamento II – Coordenação III – Descentralização

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

I – Conceito:

É o mecanismo de ajustamento ou correção de atos praticados por aqueles que estão no exercício da atividade administrativa.

“O Estado é uma coisa de todos, isso significa que sua administração deve ser sempre controlada e fiscalizada evitando assim imperfeições, falhas e abusos por parte de seus administradores”. (Fernanda Marinela).

A ausência de controle gera desperdício e mau uso dos recursos públicos, facilitando, inclusive, a corrupção e os desvios, gerando altos custos os quais consequentemente são suportados pela sociedade.

O controle administrativo é um importante instrumento democrático.

II – Objetivo:

Garantir o respeito aos direitos subjetivos do usuário e assegurar a observância das diretrizes constitucionais da administração.

III – Princípios Fundamentais:

Decreto 200/68, art. 60, V:

Art. 6º - As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:

I – Planejamento

II – Coordenação

III – Descentralização

IV – Delegação de Competência

V - Controle

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1. CONTROLE DO ESTADO:

a) Atividade Política – controle político do Estado.

O Controle político decorre de norma descrita na Constituição Federal, e são exemplos:

- declaração de estado de defesa ou de sítio;

- declaração de guerra;

- aprovação de orçamento;

- o estabelecido no art. 66, § 1º, da CF (que garante o poder de sanção e de veto ao Chefe do Poder Executivo). É uma espécie de controle de um Poder em face de outro Poder: Poder executivo veta projeto de lei elaborado pelo poder Legislativo;

- Poder de aprovar ou rejeitar contas dos Administradores Públicos de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);

- Ao Poder Legislativo a possibilidade de destituir o Presidente da República por meio de empreachment e de aprovar as leis orçamentárias;

- O Poder Executivo, por meio de seu chefe, é competente para nomear os integrantes da cúpula do Judicipario;

- O Judiciário controla os demais poderes por meio de análise de legalidade e constitucionalidade de leis.

Em fim, o foco do controle político são as instituições políticas.

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b) Atividade Administrativa – Controle administrativo do Estado.

O controle administrativo é direcionado às instituições administrativas, controla especificamente a função administrativa do Estado, como por exemplo:

- Fiscalização financeira e o controle finalísticos das pessoas jurídicas da Administração Direta e Indireta;

- Análise de legalidade e conveniência ou oportunidade dos atos administrativos;

- E vários outros.

# Na administração pública, ao administrador só é concedida a prática de toas em estrito acordo com a legislação. Ou seja, todo ato de administração pública deve estar pautado pelo princípio da legalidade.

# O controle administrativo abrange todas as esferas de todos os Poderes, pois todos eles exercem atividade administrativa.

O controle da administração é o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos para fiscalização e revisão de toda atividade administrativa.

É um poder-dever de:

Analisar

Fiscalizar

Revisar,

Validar ou não um ato administrativo.

O ato de fiscalizar a atividade administrativa é dever do Poder Público e direito do cidadão.

Obs.: Controle administrativo ≠ de controle de administração

Controle administrativo tem uma conotação interna, baseado no princípio da autotutela.

Controle de administração possui um conceito mais amplo, pois engloba também o controle dos demais Poderes.

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1. Meios de Controle:

a) Fiscalização Hierárquica – órgãos superiores sobre os inferiores:

É exercido pelos órgãos superiores sobre os inferiores da mesma Administração, visando a ordenar, coordenar, orientar e corrigir suas atividade e agentes. Tem como fundamento o exercício do Poder Hierárquico, sendo a hierarquia inerente à organização administrativa.

b) Supervisão Ministerial :

É um meio atenuado de controle administrativo, tendo em vista que não há hierarquia entre a Administração Indireta e o Ministério a qual é vinculada, mas o que há é um controle no atendimento das finalidades, especificadas e definidas no momento de sua criação. O que existe é controle no atendimento dos objetivos para o qual a Administração Indireta foi criada, limitada aos aspectos da lei, não suprimindo a sua autonomia administrativa e financeira.

c) Exercício do Direito de Petição – art. 5º, XXXIV, CF :

Garantia constitucional conferida a todos e que consiste em conceder a toda e qualquer pessoa a possibilidade de formular uma petição direcionada a qualquer autoridade pública e dela obter uma resposta.

d) Processo Administrativo – Lei 9784/99 :

É um procedimento administrativo próprio, cujo objetivo é verificar a legalidade, validade e eficácia de um determinado ato administrativo.

e) Recursos Administrativos – art. 5º, LV, CF e reexame de decisão interna;

São todos os meios hábeis a propiciar à própria Administração ao reexame de decisão interna. É direcionado à autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou o ato.

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f) Arbitragem – solução de conflitos.

É uma forma de solução de conflitos em que duas partes elegem uma terceira (árbitro) para julgar uma determina lide. A Administração Pública pode se valer da arbitragem para solucionar conflitos e é perfeitamente aplicável nos contratos por ela celebrados, desde que envolvam direitos patrimoniais disponíveis.

2. Òrgãos Específicos de Controle:

a) Controladorias/Ouvidorias :

São Órgãos do Próprio Poder Executivo responsáveis por assistir direta e imediatamente o Chefe do Executivo quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder Executivo, seja relacionados à defesa do patrimônio público e à transparência da gestão, exercendo atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria.

b) CNJ – art. 103-B, CF :

É órgão do Poder Judiciário destinado ao controle e à transparência administrativa processual do Poder Judiciário. Foi criado em 2004, instituído em obediência ao determinado na Constituição Federal, nos termos do art. 103-B.

c) CNMP – art. 103-A, § 2º, CF:

Foi instituído com a atribuição de controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.

d) Controle externo dos Tribunais – art. 74, CF :

O artigo acima determina que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno. O CNJ determinou, por meio da Resolução nº 86, que todos os tribunais terão que criar núcleos de controle interno para avaliar todas as atividades administrativas do Poder Judiciário.

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- CONTROLE LEGISLATIVO:

É o exercido pelo Poder Legislativo em face dos demais Poderes do Estado e sobre sua própria administração. Realiza o controle político e o administrativo. Atua através dos instrumentos como o Tribunal de Contas da União, as Comissões Parlamentares de Inquéritos.

a) Controle Direto:

1. Controle das contas dos administradores públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário) – abrange o controle interno e o externo, incluindo os entes da Administração Indireta;

2. Controle das infrações político-administrativas do chefe do Poder Executivo;

3. CPI`s – atuação investigatória;

4. Convocação de autoridade para prestar informações;

5. Nos atos em que permite que o presidente declare guerra, celebre a paz ou que forças estrangeiras transitem pelo País.

b) Controle Indireto:

1. Sustação dos contratos;

2. Atividade fiscalizatória auxiliar desenvolvida pelos Tribunais de Contas;

Tribunais de Contas:

Auxiliam o Poder Legislativo no controle externo das atividades administrativas.

São órgãos da administração direta vinculados ao Poder Legislativo.

Atribuições: arts. 71 a 74 da CF e art. 161 da CF.

Os Tribunais de Contas julgam as contas de administradores públicos, sejam eles da Administração Direta ou Indireta e demais responsáveis por dinheiros,

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bens e valores públicos, bem como as contas de qualquer pessoa que der acua a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Todo aquele que direta ou indiretamente lide com recursos públicos está sob jurisdição de um dos Tribunais de Contas.

São órgãos colegiados e possuem autonomia. Tem como função auxiliar o Poder Legislativo no controle externo das atividades administrativas dos Poderes da República, de modo legítimo, em matéria contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

Os Tribunais de Contas são órgãos da Administração Direta afeitos ao Poder Legislativo, de controle externo e existem na esfera federal (Tribunal de Contas da União), estadual (Tribunais de Contas dos Estados), distrital (Tribunal de Contas do DF) e municipal (Tribunais de Contas dos Municípios – existentes somente nos municípios de São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ).

CONTROLE JUDICIAL:

O Poder Judiciário detém a competência para realizar, na sua atividade judicante e mediante provocação, o controle sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário quando este realiza atividade administrativa.

É um controle unicamente sobre o prisma da legalidade.

a) Meios de controle judicial :

O controle via Poder Judiciário é exercido mediante a provocação. Cabe ao Poder Judiciário julgar uma determinada pretensão a qual busca a correção, a invalidade, a modificação ou a anulação de determinado ato administrativo. E pode ser exercido por meio de:

1. Mandado de Segurança individual ou coletivo – art. 5º, LXI e LXX da CF:

É um mecanismo constitucional de proteção individual ou coletivo de pessoa física ou jurídica contra atos ou ameaça de atos ilegais ou arbitrários do Poder Público, desde que não estejam amparados por habeas corpus ou habeas data. É regido pela Lei 12016/2009.

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O mandado de segurança coletivo é aquele ajuizado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses e de seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída em funcionamento há, pelo menos, um ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades.

2. Ação Popular – art. 60, LXXIII da CF:

É o remédio constitucional por meio do qual se busca a anulação de qualquer ato lesivo: ao patrimônio público direito ou indireto; à moralidade administrativa; ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural. Não se destina a interesse particular da parte mas ao interesse da coletividade. Busca o controle preventivo ou repressivo de determinada atividade administrativa entendida como ilegal.

É regulamentada pela Lei 4.717/65.

Tem legitimidade ativa qualquer cidadão, pessoa física (não se admite pessoa jurídica), brasileiro em pleno gozo de seus direitos políticos, devendo inclusive comprovar que votou na eleição anterior ao ajuizamento da ação.

O MP participa como parte pública autônoma e, como fiscal da lei, pode tomar qualquer posição no processo, seja em defesa do autor ou em defesa do réu.

3. Ação Civil Pública (defesa da coletividade) – art. 129, III da CF:

É o meio de controle administrativo que visa à proteção dos interesses difusos e coletivos e, em alguns casos, de interesses individuais homogêneos, como, por exemplo, o direito do consumidor. É uma ação de rito especial.

É disciplinada pela Lei 7.347/85.

Tem legitimidade ativa: o Ministério Público, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; a autarquia, a empresa pública, a fundação ou a sociedade de economia mista e a associação que, concomitantemente: esteja constituída há pelo menos 1 ano; inclua entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou o patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

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4. Mandado de Injunção – art. 5º, LXXI da CF:

É o remédio constitucional destinado a viabilizar um direito constitucionalmente previsto em norma de eficácia limitada e que não pode ser exercido pela falta da norma regulamentadora.

Pode ser ajuizado por qualquer pessoa, natural ou jurídica, dependendo sempre dos seguintes pressupostos: a existência de direito subjetivo previsto constitucionalmente, mas inviabilizado em razão de omissão legislativa, integrado, marcado pela ausência de norma regulamentadora, o que inviabiliza o exercício do direito.

5. Habeas-Data – art. 5º ,LXXII da CF:

É um remédio constitucional que tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público. Tem como objetivo assegurar o direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, bem como à retificação desses dados.

- Lei 9.507/97

6. Ação Direta de Inconstitucionalidade – art. 102, I, “e” da CF.

É uma forma de controle pela qual se busca a anulação de determinada lei ou ato normativo federal ou estadual em virtude de sua afronta aos ditames constitucionais. Pode ser ajuizado tanto no STF, no caso de afronta à Constituição Federal, como nos Tribunais de Justiça dos Estados, nos casos de afronta às Constituições Estaduais.

Legitimados: art. 103 da CF.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO

1. Conceito :

É a sequência de documentação das providências necessárias para a obtenção de determinado ato final.

Instrumento indispensável ao exercício da atividade de administrar, tem como objetivo das sustentação à edição do ato administrativo, preparando-o, fundamentado-o, legitimando-lhe a conduta, uniformizando-o, enfim, possibilitando-lhe a documentação necessária para sua realização de forma válida.

# Procedimento: Se desenvolve dentro de um ato administrativo; equivale a rito, a forma de proceder. É o modo como se desenvolve o processo.

# Objetivo: Fiscalização e controle; fundamentar e legitimar as ações da administração pública.

2. Fontes:

Para fundamentar o processo administrativo, algumas normas servem como fonte. A primeira e mais importante é a CF. Há também leis federais específicas como a Lei 8.112/90; atos normativos; práticas administrativas; os princípios do direito e os princípios próprios do Direito Administrativo.

3. Princípios do Processo Administrativo:

a) Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º LIV da CF):

O devido processo legal representa um norteador de todo o ordenamento jurídico. É um direito fundamental previsto no art. 5º, LIV da CF: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.O processo é feito de acordo com a lei, e previne contra arbitrariedades, permitindo a participação igualitária. O Estado está adstrito ao devido processo legal, sendo este um dever, uma regra imperativa.

b) Princípio do Contraditório (art. 5º, LV, CF):

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É garantia constitucional a todo cidadão litigante, em processo judicial ou administrativo, de utilizar de todos os meios de defesa em Direito admitidos. O contraditório é inerente ao direito de defesa, é fundamental para a constituição da relação jurídica processual. É a democracia no processo, que consiste no direito à participação, no conhecimento de todos os fatos que venham a ocorrer durante o curso do processo, dando à parte interessada o direito de se manifesta sobre tais fatos e acontecimentos. Permite interferir no convencimento do julgador bem como a paridade entre as partes.

c) Princípio da Ampla Defesa (art. 5º LIV, CF):

É uma exigência indispensável para um Estado Democrático. É inerente ao direito de ação, a garantia à tutela jurisdicional, uma consequência do devido processo legal. Garante à parte o direito à informação, possibilitando-lhe o conhecimento do conteúdo do processo, de seus documentos, decisões e provas.

Direito ao recurso (art. 5º, XXXIX, “a” da CF), o que possibilita a revisão de uma decisão, buscando a correção de qualquer injustiça ou abuso praticado pela autoridade julgadora.

Direito de defesa técnica (Súmula Vinculante 05), é uma faculdade garantida de ser assistido por advogado no processo administrativo.

d) Princípio da Legalidade (art. 5º, II, CF):

O administrador público só pode fazer o que a lei autoriza ou determina, é o alicerce na construção de diversos processos administrativos. Garante que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei. Toda a eficácia da atividade administrativa fica condicionada à lei, estando o administrador, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.

e) Princípio da Autotutela (Súmula 473 do STF):

Por esse princípio a administração tem a possibilidade de rever os seus próprios atos, sejam quando eivados de vícios, utilizando-se da anulação, ou em razão de inconveniência e inoportunidade, via revogação de atos.

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4. Aspectos Gerais

- Lei 9.784/99

a) Proteção dos direitos dos administrados:

O administrado tem o direito de ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações, além da ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, com a possibilidade de vista dos autos, obtenção de cópias de documentos neles contidos e o conhecimento das decisões proferidas. É reconhecido o direito de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente e de fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação por força de lei.

b) Cumprimento dos fins da administração

c) Publicidade: Divulgação oficial dos Atos administrativos

Os processos administrativos são públicos estando seus atos sujeitos à divulgação oficial, ressalvado sigilo previsto em lei, conforme previsão do art. 5º, LX da CF.

d) Despesas Processuais (proibição): ressalvadas as legais.

O art. 2º, XI da Lei 9.784/99 proíbe a cobrança de despesas processuais, permitindo somente as previstas em lei.

e) Provas ilícias : são inadmissíveis.

f) Prazos: não suspendem, exceto por força maior.

Devem ser contados da mesma maneira que na via judicial, portanto, exclui-se o dia do começa e inclui-se o do final. Não começam e nem terminam em dias não úteis.

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g) Forma, lugar e tempo dos atos.

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, ressalvadas as hipóteses em que a lei expressamente a exigir, devendo ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. A realização deve ser preferencialmente na sede do órgão, cientificando o interessado se outro for o local de realização. A lei exige que sejam praticados nos dias de funcionamento normal da repartição, isto é, em dias úteis, observando-se o horário normal de funcionamento do órgão, só sendo concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à administração.

h) Intimação: 3 dias antes da data do comparecimento.

5. Fases do Processo (procedimento):

a) Instauração:

Apresentação escrita dos fatos e indicação que enseja o processo. Pode ocorrer por ato da própria administração, denominada instauração de ofício, por meio de portaria, auto de infração, representação ou despacho inicial da autoridade competente.Todavia, também é possível a provocação de um processo administrativo por solicitação do interessado, podendo ser formulado por requerimento ou petição.O requerimento ou petição deve conter o órgão ou autoridade a que se dirige, a identificação do interessado ou de quem o represente; domicílio do requerente; formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; data e assinatura.

b) Instrução:

Nesta fase serão produzidas as provas, tomada de depoimentos, juntada de documentos, pareceres, requisição de perícias.

c) Defesa:

10 dias, além da garantia genérica do contraditório por toda a fase do processo, acompanhando a produção de provas, direito de vista do processo, de certidões e cópias.

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d) Relatório:

Resumo pela pessoa ou comissão, propondo uma solução e resultado para o feito. Trata-se de uma relatório conclusivo que deverá ser encaminhado à autoridade superior.

e) Decisão:

Encerrada a instrução, recebida a defesa e relatado o processo, a autoridade competente tem o dever de decidir sobre o processo administrativo, pelo prazo de 30 dias, sendo possível prorrogação por igual período, desde que devidamente justificada. A decisão deve ser obrigatoriamente fundamentada, de forma explícita, clara e coerente.Às vezes é necessária a homologação.

f) Pedido de Reconsideração:

Pode o interessado pedir, se tiver argumentos, reconsideração da decisão a qual é dirigida à autoridade julgadora.

g) Recurso:

- Como exercício da ampla defesa, as partes tem o direito de apresentar recurso da decisão proferida, encaminhado à autoridade hierarquicamente superior;

- Deve ser praticado no prazo de 10 dias;

- Podem discutir razões de legalidade e de mérito;

- Geralmente o recurso não goza de efeito suspensivo, prosseguindo o feito normalmente, entretanto, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, conceder efeito suspensivo ao recurso.

- Todos os recursos tem efeito devolutivo, ou seja, devolve para a administração a reapreciação da matéria.

- No recurso, a autoridade poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

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# Revisão:Mesmo após a coisa julgada administrativamente, processos que resultem sanção, poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetívies de justificar a inadequação da sanção aplicada. Para o julgamento da revisão é vedada a reformatio in pejus, ou seja, não pode resultar em agravamento da sanção.A revisão é permitida diretamente na própria administração julgadora ou através de Mandado de Segurança na justiça.

LER OS TRES PRIMEIROS ARTIGOS DA LEI.Rever finalidade dos atos administrativos.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

(Lei 8.112/90 – art. 143 e seguintes)

Instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor(funcionário público em sentido amplo) por infração praticada no exercício de suas atribuições. É composto por um conjunto de atos que servem de instrumento para apuração de ilícitos administrativos com a consequente punição de faltas graves praticadas por servidores públicos.

1. Obrigação da autoridade (art. 149) e MS 11974 do STJ.

2. Denúcia:

- Arquivamento (art. 144, parágrafo único)- Infração disciplinar;- Ilícito penal.

3. Afastamento Preventivo (art. 147).

- 60 dias (permitida uma prorrogação);- sem prejuízo da remuneração.

4. Modalidades:

- Sindicância contraditória;- Sanções mais brandas.

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5. Procedimento Propriamente Dito:

- demissão;- Destituição do cargo em comissão ou função de confiança;- Cassação da aposentadoria;- Pena de suspensão superior a 30 dias.

6. Procedimento Sumário:

- Acumulação ilegal (art. 133);- Abandono de cargo e inassiduidade habitual (art. 133 c/c art. 140).

7. Fases do PAD

a) Instauração (Portaria) – art. 151, I.

Comissão composta por 3 servidores estáveis.

b) Inquérito Administrativo – art. 151, II e 155 e seguintes)

- Instrução (arts. 157 e 158).- Defesa escrita/revelia- Relatório.

c) Julgamento – art. 151, III