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1 FTL FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA Prof. Nilton Cesar Marcelino ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA INTRODUÇÃO “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” Efésios 4.11-16. Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus ao homem. Representa também enormes e pesadas responsabilidades, pois quem administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do dia-a- dia, mas, sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna. Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do rebanho para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em plano secundário. Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o lado humano, a organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem ser desprezados. Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas paralelas e têm necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração. Ou, ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao rebanho. Administração: Ato de ministrar. Presidir. (1Tm 3.4,5). A palavra administração possui um significado simples, porém está envolvido por diversificados fatores que corroboram para o sucesso de sua aplicação nas diversas áreas da sociedade. O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo. O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as definições existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização. Podemos definir a administração como processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos. O administrador - A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou “administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou “curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4). O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa grande (Isaias 22.19, 21; Lc 16.1-17).

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ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

INTRODUÇÃO “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” Efésios 4.11-16.

Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus

ao homem. Representa também enormes e pesadas responsabilidades, pois quem administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do dia-a-dia, mas, sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna.

Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do rebanho para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em plano secundário. Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o lado humano, a organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem ser desprezados. Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas paralelas e têm necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração. Ou, ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao rebanho. Administração: Ato de ministrar. Presidir. (1Tm 3.4,5). A palavra administração possui um significado simples, porém está envolvido por diversificados fatores que corroboram para o sucesso de sua aplicação nas diversas áreas da sociedade. O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo.

O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as definições existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização. Podemos definir a administração como processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos.

O administrador - A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou “administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou “curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4).

O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa grande (Isaias 22.19, 21; Lc 16.1-17).

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Administrar é distribuir, as tarefas fazendo que todos participem do trabalho. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se realizarem no trabalho. “O que nos realmente importa, não é o que fazemos no dia-a-dia, mas sim, aquilo que de fato conseguimos concluir”. O apostolo Paulo ressalta esse pensamento em Ef 5.15,16; Cl 4,5). O administrador de instituições evangélicas deve ter conhecimento de que a administração eclesiástica divide-se em duas partes muito importantes que deverão caminhar juntas, objetivando o mesmo fim, que são: Administração secular e Administração espiritual. Às vezes, para alguns pastores é muito frustrante pastorear uma Igreja em crescimento. O pastor é sempre pressionado, a aumentar o número de membros de membros da comunidade e a desenvolver a novos programas. Mas, se a Igreja cresce, ele normalmente fica frustrado porque não se sente capaz de liderá-la. O problema é que a maioria de nossos pastores não recebe preparo suficiente para administrarem uma instituição grande e em expansão. Embora a maioria dos pastores se sinta capaz de liderar a Igreja no campo espiritual, infelizmente, poucos se sentem aptos o bastante para administrá-la como instituição. Ao contrario das pessoas que exercem outras profissões, a equipe que administra uma igreja normalmente recebeu sua formação nos seminários ou faculdades teológicas, onde a grade curricular inclui disciplinas como Homilética, Escatologia, Tipologia, Hermenêutica (Exegese), etc., e o estudo dessas disciplinas é benéfico, ajudando o pastor a transmitir os ensinamentos doutrinários corretos. Porém, nenhuma delas prepara o pastor para administrar ou liderar uma instituição ou grupo.

Administração é trazer funcionalidade - Administração não é algo que se faz de maneira aleatória. Ela exige que haja uma estrutura formal e bem estabelecida, na qual sobressaem a um só tempo quatro palavras-chave: objetivo, organização, planejamento e comando. Sem essas premissas não se chega a lugar algum. Qualquer empreendimento, para cumprir suas finalidades, terá de ter, portanto, objetivos bem definidos, organização com seqüências lógicas, simples e precisas, planejamento que preveja todas as etapas do processo e comando capaz de gerir a administração.

Assim, administrar, em linhas gerais, é fazer com que as coisas funcionem. É tirá-las da inércia e torná-las eficientes e eficazes. É, portanto, exercer uma boa liderança à luz de princípios para que os propósitos da organização sejam alcançados, cumprindo assim a finalidade de sua existência. LIDERANÇA EFICAZ É SINÔNIMO DE ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE. As duas coisas caminham juntas. A má administração nem sempre indica incompetência, preguiça ou relaxamento do líder. Pode indicar apenas a falta de uma metodologia correta de trabalho e de se organizar administrativamente. A boa administração se faz necessária em todas as áreas da nossa vida. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA - Estes são dois conceitos muitos antigos, mas implacavelmente atuais. Principalmente nos dias de hoje não compreendê-los ou, o que é muito pior, confundi-los provoca, sem dúvida, grandes danos à performance e aos resultados. As diferenças entre esses dois conceitos podem até parecer sutis, mas realmente são extremamente importantes. EFICIÊNCIA é fazer certo as coisas, EFICÁCIA são as coisas certas. O resultado depende de “fazer certo as coisas certas”. Vejamos estes termos com maiores detalhes:

EFICIÊNCIA é: fazer certo; é o meio para se atingir um resultado; é a atividade, ou, aquilo que se faz;

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EFICÁCIA é: a coisa certa; é o resultado; o objetivo: é aquilo para que se faz, isto é, a sua Missão.

Qual a Missão da área de Treinamento? A resposta natural poderia ser: treinar pessoas; reciclar; desenvolver ou algo parecido. Certo? Não, errado! Percebam que as respostas estão representadas por verbos e dirige-se à ação, portanto refere-se a aquilo que se faz, ou à atividade ou o MEIO para se atingir o resultado. Este resultado, ou a chamada Missão poderia ser consignado como: PESSOAS APTAS às necessidades da organização! Este é o objetivo. A área de treinamento treina, ou desenvolve suas atividades para alcançar este resultado. Porém, na prática utiliza-se, com freqüência o indicador de “homens/horas/treinamento” para medir o resultado de treinamento quando se está medindo, apenas, o seu esforço, ou seja, a sua eficiência no desenvolvimento da ação, mas não a sua eficácia. Afinal, qual foi o resultado desse esforço em treinamento? Para ficar mais claro vamos a outro exemplo: Qual a Missão da área de manutenção de ar condicionado? Mais uma vez a resposta natural seria: consertar ar condicionado, que é uma resposta também errada. Consertar ar condicionado é o que a área de manutenção faz para alcançar a sua Missão que é: AR CONDICIONADO FUNCIONANDO! O que isto quer dizer? Isto quer dizer que se provoca um grande desvio na qualidade da contribuição das pessoas fortalecendo-se a atividade muitas vezes distanciada do objetivo. Freqüentemente a área de manutenção de ar condicionado é medida pelo tempo que gasta consertando ar condicionado quando deveria ser medida pelo tempo que não gasta consertando, ou seja, pelo tempo de funcionamento do equipamento. Esta é a medida da sua eficácia. Percebam então o enorme dano que esta situação causa nos resultado individuais e globais das organizações. Ao se privilegiar as medidas que acompanham o esforço da realização pode-se perder a relação com o resultado desse esforço. Em nome disso muitas realizações dentro das organizações são, o que costumamos chamar de olhar o próprio umbigo, perdendo-se a avaliação do nível de agregação de valor aos objetivos da organização. E o que conta, cada vez mais, é exatamente o nível de agregação de valor de cada profissional, de cada departamento, de cada organização. Para isso é fundamental trabalhar-se com indicadores! E este viés, infelizmente, ocorre em diversas áreas das empresas provocando um enorme desvio nos resultados e na agregação de valor dessas áreas e, das pessoas que se esforçam para atender as expectativas para o desenvolvimento dos negócios. Preciso reforçar que esta preocupação é função indelegável dos níveis de chefia das empresas! 1 A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange a sua função de líder ou administrador principal da igreja á que serve.

Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos, criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja função seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a ser atingido, um alvo para cumprir.

Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua

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natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos santos.

A missão da igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre todos os povos; pelo incansável testemunho cristão.

Diante da necessidade de crescimento do reino de Deus aqui na terra torna-se imprescindível a busca por métodos e estratégias que conduzam os cristãos a trilharem caminhos objetivos e com metas pré-determinadas, afinal, não podemos perder tempo, pois Cristo vem sem demora (Ap 3.11).

A administração eclesiástica, portanto, se insere na mesma definição. Só que sua concepção é divina para atuar na esfera humana. De um lado é um organismo vivo, que atua como agente do Reino de Deus, e de outro é uma organização que precisa dispor de todas as ferramentas humanas para a realização de seus objetivos.

Mas há uma diferença: como a Igreja tem propósitos não só para esta vida, mas também para a eternidade, exige, por isso mesmo, dedicação que muitas vezes foge aos parâmetros humanos.

A título de exemplo, numa organização secular quem negligencia suas tarefas e deixa de ser produtivo corre o risco de ser demitido na primeira oportunidade. Na igreja é diferente: toda a sua estrutura precisa estar voltada para restaurar o indivíduo e fazer com que ele retorne à mesma fé.

É óbvio que não se excluem medidas disciplinares, quando necessárias, mas mesmo neste caso o objetivo é sempre restaurar, nunca lançar no inferno. A igreja jamais pode dar motivo para que alguém, no juízo, alegue ter perdido a salvação por ter sido abandonado à beira da estrada.

Isto implica em afirmar que a finalidade básica da igreja, qualquer que seja o modelo administrativo, é aperfeiçoar os santos para a obra do ministério e levá-los à medida da estatura completa de Cristo. 1.2 A NECESSIDADE DE UMA BOA ADMINISTRAÇÃO

Qualquer que seja o processo de avaliação que você pense, Jesus, sem sombra de dúvida, foi o maior administrador de todos os tempos. Senão, vejamos: Longevidade? Mais de dois mil anos. Riquezas? Incalculáveis. Números? Impossível avaliar. Lealdade de seus membros? Muitos dão a vida por esta organização. Distribuição? No mundo inteiro. Diversificação? Integrada com grande sucesso em todo tipo de empreendimento.

Podemos concluir que Jesus reina supremo, sendo o maior administrador que o mundo já conheceu. Se você, meu irmão, realmente deseja ser bem-sucedido, estude, aprenda e aplique os princípios de Jesus. Uma empresa qualquer só será bem sucedida se tiver uma boa administração. O mesmo acontece com a igreja, com os nossos lares ou com outro empreendimento qualquer. Todos nós sabemos que a Igreja é um organismo vivo, sustentada e dirigida por nosso Senhor Jesus Cristo, o Cabeça da Igreja. No entanto, devemos lembrar que ela é também uma organização que funciona como qualquer empresa:

- Possui um estatuto; - Possui empregados remunerados; - Têm pessoas que dão ordem; têm pessoas que recebem ordens;

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- Têm metas a serem alcançadas; - Possui bens móveis e imóveis; - Possui secretaria; - Possui tesouraria; - É organizada em departamentos; - Presta relatórios estatísticos e contábeis, etc.

Temos na Bíblia exemplos de administração eficiente:

- Na criação do universo (Gn 1.1-31; 2.1,2); - No conselho de Jetro (Êx 18.19-27); - No conselho da congregação ao líder Esdras (Ed 10.10-14); - Na obra realizada por Neemias (Ne 2-7).

2 AS FORMAS (MODELOS) DE GOVERNO ECLESIÁSTICO Atualmente as igrejas são governadas de quatro formas básicas: Congregacionalista, Representativa, Episcopal e Estatal. Dentro destas formas políticas de governo da igreja são distribuídas as diferentes denominações religiosas como: a)Congregacionalista (também chamado Congregacional ou Independente) Nesta forma de governo destaca-se a autonomia da igreja local. Não há hierarquia entre pastores e bispos. Não há assembléias que governam por representação. Cada igreja local é a autoridade máxima para resolver seus assuntos prestando obediência a Cristo. Todos os membros têm direitos iguais e por isso é democrático. A oportunidade de expressão é garantida a todos. No livro Atos dos Apóstolos, fica bem claro momentos de plena liberdade de opinião e escolha. São regidos por esta forma de governo cristão. (At 15.6-15). Neste modelo sobressai o autogoverno, ou seja, cada igreja se administra mediante a voz da maioria de seus membros, como sucede entre os batistas, os congregacionais e alguns outros grupos evangélicos. A congregação local é considerada autônoma nas suas decisões, e o poder de mando reside em suas Assembléias locais. b)Representativo (também chamado Presbiteriano ou Oligárquico) Nesta forma de governo destaca-se a autonomia limitada da igreja local por causa dos líderes eleitos para representá-la. O seu governo é representativo. O povo elege os seus anciãos. Estes governam, através do presbitério, todas as igrejas locais. Nem o presbitério pode tomar decisões finais. Este direito cabe à Assembléia Geral, composta dos representantes dos sínodos. Esta forma de governo foi desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos individuais (forma de governo episcopal). Esta teoria de governo está fortemente associada com os movimentos da Reforma Protestante na Suíça e na Escócia (calvinistas), com as igrejas reformadas (luteranas) e mais particularmente com a Igreja Presbiteriana. O governo presbiteriano serviu e serve de inspirações a vários regimes democráticos ao redor do mundo, principalmente no que diz respeito às esferas de poder. A forma de governo consiste numa ordem crescente de conselhos. O menor de todos os conselhos é o Conselho da Igreja Local, formado pelos ministros docentes (pastores) e pelos ministros leigos (presbíteros). Acima dos conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros representantes de cada igreja de sua área de abrangência. Envolvendo os Presbitérios e formado por representantes dos mesmos, está o

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Sínodo, de autoridade máxima em sua circunscrição. Como estância máxima de apelação e decisões sobre a igreja está a Assembléia Geral ou Supremo Concílio, que toma todas as descisões sobre a Igreja e trata dos assuntos externos, ficando a cargo de exercer poder jurídico sobre decisões tomadas por conselhos inferiores. Semelhante forma de governo tembém é adotada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, caraterizada pela eleição de delegados, para voto em assembléias, para escolha dos dirigentes por um determinado período de tempo. c)Episcopal ou Prelático Nesta forma de governo constitui-se uma hierarquia inter-eclesiástica. Neste sistema, adotado pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, os ministros principais da Igreja são os bispos. Outros ministros são presbíteros e diáconos. Todos estes são mencionados no Novo Testamento. O Governo é centralizado na figura de um dirigente, responsável pelas decisões e destinos da igreja, mas que possui um grupo de subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela administração da gestão do sistema. Há também o modelo episcopal monárquico onde um só é vitalício e governa a igreja, eleito pelos cardeais, e é a autoridade máxima. Em resumo, no sistema episcopal o poder pertence aos bispos diocesanos e ao clero mais alto, como acontece nas igrejas romana, grega, anglicana e na maior parte das igrejas orientais. A forma episcopal de governo é considerada a mais antiga. Os que apóiam esta forma de governo acreditam que Cristo tenha confiado o controle de sua Igreja na terra a uma ordem de oficiais chamados bispos. Cada Igreja local é governada pelo seu bispo. d)Estatal Nesta forma de governo há o binômio Igreja-Estado onde o Estado tem voz ativa no governo da Igreja. Na Alemanha, o Estado paga os superintendentes das igrejas. Em outros países, o governo indica os bispos. A política luterana modifica-se em países como o Brasil, onde o Estado é Laico (leigo), mas favorece a cooperação entre Igreja e Estado. 3 AS FORMAS DE GOVERNO E O PADRÃO PRIMITIVO

Neste ponto surge uma pergunta: que modelo se adéqua aos princípios bíblicos para a Igreja? O modelo episcopal é o que mais se distancia do padrão primitivo, pois exclui a participação da Assembléia nas decisões e põe todo o peso no colegiado de bispos ou do líder supremo. O livro de Atos e as epístolas mostram, ao contrário, uma igreja participativa com ênfase para o governo local conduzido pelo pastor, bispo ou presbítero (são termos sinônimos), com o apoio da junta diaconal para as atividades temporais da igreja e tendo a Assembléia como o poder máximo de decisão.

Os principais historiadores são unânimes em reconhecer que esse era o modelo da igreja primitiva. Os líderes locais reuniam-se para o estudo prévio dos assuntos (At 15.6), mas qualquer decisão era tomada pela igreja (At 15.22).

As cartas do Apocalipse reforçam a tese. Perceba que elas não se destinam a um colegiado de bispos ou a um Sumo Pontífice, mas ao líder de cada igreja, o qual é severamente cobrado pelo Senhor quanto a sua árdua responsabilidade. Em nenhum momento há a suposição de um colegiado universal para decidir os rumos da Igreja sem a participação dos crentes.

Assim, o modelo bíblico privilegia a igreja local. Embora possa estar ligada a uma estrutura denominacional, à luz do Novo Testamento ela é soberana em sua constituição, ação e em seus atos disciplinares. É ela quem indica seus candidatos

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ao ministério e os submete aos critérios convencionais para a ordenação, e não o contrário. Ou seja, o modelo que mais se aproxima do padrão primitivo é o que conjuga os principais aspectos do modelo congregacional com alguns aspectos do modelo representativo (presbiteriano). 4 CONCEITO DE IGREJA Quando se fala em igreja, hoje em dia, logo se pensa em numa organização (Associação ou instituição com objetivos definidos) ou Instituição (Organização de caráter social, religioso, filantrópico, etc.). Mas no início do Novo Testamento a Igreja era conhecida como um organismo vivo e dinâmico. O significado do termo que a origina no grego (ekklesia) nos ajudam a compreender o dinamismo de sua existência. a) EKKLESIA - A palavra ekklesia (igreja) vem da expressão grega ek kaléo, que significa, literalmente, chamado para fora. A idéia é de uma assembléia de pessoas convocadas para saírem da rotina comum da vida para se dedicarem a sua atividade específica. Entre os gregos, a expressão era usada para designar a Assembléia Democrática dos atenienses, convocados para tomarem decisões sobre a administração da cidade. A idéia fundamental da palavra é a de uma reunião formada de pessoas convocadas. Quando os judeus foram dispersos pelo mundo, e por estarem longe de Jerusalém, onde estava o templo, criaram as sinagogas, onde se reuniam para cultuar a Deus, para se dedicarem ao ensino das Escrituras e para julgarem as pendências que surgiam entre os membros de suas comunidades. A comparação com o povo de Israel que foi chamado para fora do Egito é linda e extraordinária. Deus chamou-nos para fora do mundo, do poder do pecado. Se analisarmos o uso de Ekklesia na Septuaginta, observaremos que significa "congregação", "ajuntamento de pessoas", "multidão”. O salmo 22.25 declara: "De ti será meu louvor na grande Ekklesia, meus votos pagarei diante dos que o temem". Pode se entender que a palavra assinala a Congregação do Senhor, composta somente dos israelitas feitos idôneos por cumprir os deveres do povo do Senhor, a participar no culto do Santuário. Excluindo-se os incircuncisos, os imundos, e a multidão mesclada. Dentro do mundo cristão no Novo Testamento o uso de Ekklesia é assinalado 115 vezes e pode ser classificado como: 2 vezes se refere à congregação hebraica do Senhor; 3 vezes a assembléia grega; e 110 vezes à igreja cristã. Basicamente no Novo Testamento seu uso é para designar uma assembléia específica e local de cristãos organizados para a manutenção do culto, doutrinas, ordenanças e disciplinas do Evangelho. Unidos sob uma aliança especial com Cristo e entre si mesmos. Porém surge também uma conotação do corpo inteiro dos escolhidos nos céus e na terra. Ekklesia nesse segundo aspecto designa uma igreja invisível “universal” chamada assim porque não tem organização mundana ou visível. Embasada nas seguintes características: unidade, santidade, universalidade e perpetuidade. As duas palavras, assembléia e igreja, são equivalentes. Porém, Assembléia tem a vantagem de nos recordar constantemente o verdadeiro significado que a palavra Igreja perdeu através dos tempos que é de “Reunião de numerosas pessoas para determinado fim”. Além de que este último corre o risco de se prestar a equívocos, pois que ele é atribuído particularmente a denominações religiosas. A Igreja do Senhor pode ser vista sob duas perspectivas: Universal e Local.

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▪ Igreja Universal - É o conjunto de todos os salvos em todas as épocas e lugares, quer os que já estão na Gloria quer os que estão sobre a terra. A Igreja de Cristo independente de denominação (1Co 10.32). A Igreja Universal abrange todos os crentes verdadeiros, independente das diferenças geográficas, culturais ou denominacionais. São os que correspondem a Cristo com fé e obediência (Rm 12.5). ▪ Igreja local – Representa uma parte da Igreja Universal. É formada pelo conjunto de salvos por Cristo de um determinado local (cidade, distrito ou município). A Igreja Local deve ser uma pequena réplica da Igreja universal. Semelhantemente, a Igreja é também chamada "visível" e "invisível". Seria impossível entender a natureza e o caráter verdadeiros da Igreja sem reconhecer que ela, desde o seu início, tem recebido poder e orientação do Espírito Santo. A Igreja é um Organismo e uma Organização ao mesmo tempo. Deve ser considerada um organismo, algo que possui e gera vida, ou uma organização, caracterizada pela estrutura e pela forma. O exame da Igreja do Novo Testamento revelará certamente aspectos que favorecem o conceito de "organismo". Por outro lado, o mesmo exame revelará que a Igreja, desde o seu início, operava com certo grau de estrutura operacional. Os dois pontos se completam mutuamente. E o povo de Deus é organizado num tríplice aspecto:

- Aspecto espiritual; - Aspecto social e - Aspecto econômico.

Estes três aspectos, segundo a Bíblia Sagrada, devem caminhar paralelos a fim de atender à missão para a qual Deus a constituiu. 4.1 O PROPÓSITO DE DEUS PARA COM A IGREJA O propósito do Senhor não era que a Igreja apenas existisse como finalidade em si mesma. Pelo contrário, a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. A Bíblia Sagrada nos ensina que Deus elegeu a Igreja no Mundo com uma missão: 1 – Evangelização (testemunho). È anunciar o Evangelho e seu poder, aumentando, assim, o número de salvos (At 1.8; Mt 28.18-20; Lc 24-47). Todo bom trabalho de evangelização deve ter como primazia a preservação dos frutos e a transferência desses frutos em novos ganhadores de almas. A parte central das últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, antes da sua ascensão, foi a ordem de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). A Igreja é chamada a ser uma comunidade evangelizadora. 2 – Adoração (Glorificação ao nome de Deus). A Igreja também é chamada a ser uma comunidade que adora. Quando os crentes adoram a Deus são invariavelmente abençoados e espiritualmente fortalecidos. Todos os aspectos da nossa vida cristã devem caracterizar-se pelo desejo de exaltar e glorificar ao Senhor (1Co 10.31). A Igreja é um precioso tesouro de Deus na qual Ele se deleita. A adoração lhe é muito preciosa. Adorar e glorificar a Deus em espírito e em verdade – eis a missão da Igreja (Jo 3,23, 24; At 13.1-3). 3 – Edificação (aperfeiçoamento, fortalecimento, crescimento dos salvos). Um terceiro propósito da Igreja é ser uma comunidade edificante. Esta é uma missão qualitativa que a Igreja tem para consigo mesma. O ensino é a salva guarda dos que são ganhos para nosso Senhor Jesus Cristo. Atendendo às necessidades do mesmo e, desta maneira, fortalecendo e edificando a Igreja. (Ef 3.14-21; 4.11-16; Gl 4.19,20; Jo 17.15-23; 1Pe 3.15; 2Pe 3.18). Na evangelização, a Igreja focaliza o mundo; na adoração, volta-se para Deus; e, na edificação, atenta para si mesma (Ef 4.12-16).

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4- A responsabilidade social. A Igreja também é chamada a ser uma comunidade com solicitude e responsabilidade sociais (Tg 1.27; 1Jo 3.17,18). O propósito de Deus para com sua Igreja, esta alicerçada na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo e sua morte na Cruz do Calvário; porque a crucificação e morte de nosso Senhor Jesus Cristo é a essência e o fundamento do Plano divino da redenção da humanidade para formar a Igreja Universal (Lc 23.33; 1Co 1.18, 22, 23). A mensagem da Cruz não somente abrange a sabedoria e a verdade, mas também o poder de Deus, para salvar, curar, expulsar demônios e redimir as almas do poder do pecado (1Co 1.18). 4.2 A IGREJA NO PENSAMENTO DE JESUS É impossível falar de igreja sem falar de nosso Senhor Jesus Cristo. A igreja acha-se fortemente ligada ao seu fundador. E somente Ele em todo o Novo Testamento fala da igreja como "minha igreja" (Mt 16.18). A igreja é de nosso Senhor Jesus Cristo porque foi fundada por Ele. Ele é o cabeça, o noivo e o cordeiro que deu a sua vida por ela, entregando-se ao sacrifício para salvá-la. Dentro do pensamento de Jesus a igreja caracteriza-se por algumas marcas como: 1) Uma comunidade redentora = Esta comunidade possui a meta principal de alcançar outras pessoas com a mensagem de salvação. Dentro do sonho de Jesus a igreja surge como uma comunidade embalada duma missão sacerdotal. "Também eu os enviei ao mundo..." enviado é apóstolo e missionário. Os discípulos foram mandados como apóstolos. Mas todos nós somos missionários de Deus neste mundo sem Deus; envolvendo ainda o caráter ou fator multiplicador via testemunho, "pela sua palavra hão de crer em mim". Para a expansão do seu reino Deus usa o testemunho da igreja. Pois é a nossa palavra que leva a Palavra de Deus ao mundo. Uma comunidade que abrace a palavra da vida e encarne a missão profética proclamando altissonantemente a salvação. 2) Uma comunidade que vive o amor = "que vos ameis uns aos outros". A igreja de nosso Senhor Jesus Cristo é uma comunidade de amor. Ela é a igreja de Deus e Deus é amor. Nada, então, justifica a ausência de amor na igreja, entre os crentes salvos por Jesus Cristo. Deus quer que sejamos agentes de seu amor e não somente objetos do seu amor. Ele deseja que tenhamos o perdão como estilo de vida. 3) Uma comunidade de adoradores santificados para a adoração a Deus = "santifica-os na verdade". A igreja é chamada de comunidade dos santos no Novo Testamento e Jesus quer que sejamos santos. Tanto que pede ao Pai que opere em nós a real santificação. E esta só pode ser realizada por meio da Palavra de Deus e então a função principal da igreja que é a adoração poderá ser realizada. 4) Uma comunidade peregrina = A Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo foi instituída neste mundo a partir da relação que se estabelece entre homens e mulheres convertidos, transformados, com o seu Salvador. A nós foi prometida uma vida eterna, com sua plenitude no mundo vindouro. Entretanto, essa nova vida já teve seu início aqui desde o arrependimento de nossos pecados, a confiança em Cristo como salvador e a entrega a ele, como servos ao seu Senhor. Porém, somos peregrinos, e como tais, temos incumbências a cumprir, de modo que Deus de nós se agrade. Como uma comunidade peregrina à igreja deve seguir a vontade de Deus. Então a igreja deve obedecer e viver pela fé, ouvindo a voz divina e seguindo suas ordens, crendo absolutamente na fidelidade e bondade do seu Senhor. Deve aguardar a recompensa futura reconhecendo o cuidado de Deus. Deve render louvores a Deus e colocar em prática a beneficência e o amor ao próximo. Deve andar em santidade e testemunhar para os não crentes.

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4.3 A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO De conformidade com o conceito do Novo Testamento, uma Igreja Cristã é um grupo de pessoas devidamente chamadas e separadas do mundo, batizadas sob profissão de sua fé em Cristo, unidas sob o pacto para o culto e o serviço cristão, sob a suprema autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, cuja palavra é sua única lei e regra de vida em todas as questões de fé e pratica religiosa. No Novo Testamento, “a ekklesia” é um grupo de pessoas chamadas e separadas da multidão comum, em virtude de uma vocação divina, escolhidas para serem santas, investidas nos privilégios e incumbidas dos deveres de cidadania no reino de Cristo. A Igreja primitiva era: - Perseverante – (At 2.42). Esta perseverança era quádrupla. Ela perseverava na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, e nas orações. - Temente a Deus – (At 2.43). Por temerem a Deus foi que os primitivos cristãos não temeram o mundo contrario a idéia do reino de Deus, por ele anunciados e guardado. E em toda alma havia temor. - Carismática – (At 2.43). A vida cristã perseverante e temente a Deus dos cristãos primitivos chancelava e autenticava o ministério dos apóstolos dos primórdios. - Uma Igreja unida – (At 2.44). A primeira comunidade dos salvos era formada por pessoas que primavam por viver em união. “... era um coração e a alma da multidão dos que criam...” (At 4.32). - Uma igreja caritativa – (At 2.44,46). De acordo com o registro de Lucas no Livro de Atos dos Apóstolos, os cristãos primitivos tinham tudo em comum. De modo que entre eles não havia necessitado algum (At 4.34), e isto deveria ocorrer nos dias de hoje. 4.3.1 O CONTEÚDO DAS MENSAGENS O fervor espiritual que caracterizava os crentes, logo na fundação da Igreja, era algo sobrenatural que os impulsionava à realização de grande e sublime tarefa de ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo. Seguem abaixo alguns aspetos das mensagens que pregavam: 1 – Base Bíblica – Os Apóstolos e os demais não pregavam suas idéias e filosofias; porém baseavam todos os seus testemunhos nas Escrituras Sagradas, e nos ensinamentos recebido pelo Senhor Jesus Cristo. (At 1.16,20; 2.16,21). A palavra de Deus gera fé nos corações. (Rm 10.17). 2 – Arrependimento – Eles davam ênfase muito grande ao arrependimento, como condição para alcançar o perdão (At 3.19). Isto deveria ser uma atitude individual, como a salvação também o é (Jo 3.3,5; Mt 7.13,14; Ap 22.17). 3 – Batismo nas águas – Era o cumprimento de uma das ordenanças (ver AS ORDENANÇAS DA IGREJA) de nosso Senhor Jesus Cristo (Mc. 16.15,16). O Batismo exigia o seguinte:

Condição – deveriam ser pessoas arrependidas e que, de bom grado, tivessem recebido a Palavra e cresse em Jesus Cristo, como Salvador (At 8. 12,37).

Modo – os candidatos eram batizados em águas, ou seja, batismo feito por imersão, como ocorreu como Jesus e o Eunuco (Mt 3,16; At 8.38,39).

Idade – o candidato deveria ser adultos para ser batizados (Mc 15.15.16), o que não era possível a recém-nascidos;

Fórmula – eram batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Quando a Bíblia registra que batizavam “em nome de Jesus”, não

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se trava de qualquer contradição a esta fórmula, e, sim, que os discípulos eram autorizados por Cristo, pois tudo eles faziam em nome de dele (Cl 3.17): Pregavam - (Lc 24.47); Curavam – (At 3.6,16); Expulsavam demônios – Mt 16.17) e Disciplinavam – (1Co 8.9; 1Ts 3.6), em nome do Filho de Deus.

4 – Ênfase ao nome de Jesus – Os judeus reconheciam o Pai e o Espírito Santo, mas não o Filho. Ao enfatizarem este nome, visavam o reconhecimento de Jesus como o Messias, o Redentor (At 2.22,36), e a salvação única e exclusivamente neste nome (Lc 24.47; At 4.12). 5 – O Batismo com o Espírito Santo – A promessa do batismo, feita por Jesus (Lc 24.49; At 1.8), havia se concretizado era para todos os crentes em Jesus. O batismo com o Espírito Santo os havia tornado destemidos (At 2.14) e desejavam que todos os crentes também fossem. 6 – Santificação – O arrependimento implicava em abandonar a vida pecaminosa, a fim de produzirem frutos de arrependimento (Mt 3.8), para conduzi-los a salvação (Hb 12.14). 7 – Temor – (At 2.43). Todos tinham uma vida de temor, ou seja, viviam de modo a agradar o Senhor em tudo. Temor de Deus é ter medo do pecado Gn 39.9; é afastar-se do mal (Pv 3.7); e é guardar a Palavra de Deus (Ec 12.13). 8 – Perseverança – (At 2. 42, 46). Eles perseveravam: Na doutrina dos apóstolos, isto é, mantinham – se nos ensinamentos que tinham recebido de nosso Senhor Jesus Cristo como fundamento (Ef 2.20,21); Na comunhão uns com os outros, o que constitui uma condição para Deus abençoar a todos (Sl 133.1-3); No partir do pão, ou seja, na Ceia do Senhor, uma das ordenanças de Jesus Cristo (ver AS ORDENANÇAS DA IGREJA), para comemoração de sua vitória sobre a morte (1Co 11.26); Nas orações, para fortalecimento da comunhão com Deus; e juntos, no Templo todos os dias, para firmeza da fé e a comunhão de uns para com os outros. 9 – Adoração – Glorificando a Deus como Senhor que Ele é, e nas dos que recebiam salvação. O ensino da Bíblia Sagrada é: “Em tudo daí graças” (1Ts 5.18). 10 – Testemunho – Repartiam com os outros a s bênçãos recebidas, pois testificavam – lhes da salvação, conforme o mandamento do Senhor Jesus (Mc. 16. 15,16). 4.3.2 O MÉTODO DE EVANGELIZAÇÃO ● Pregava-se o evangelho nos países onde não era conhecido. ● Deixaram Jerusalém e Antioquia e saíram à Ásia e à Europa, pregando a judeus e gentios (2Co 8.1; 1Ts 2.14) ● Pregava-se ao Publico em geral. ● Serviam-se da casa de um novo crente, para iniciar uma igreja. ● Usavam uma Sinagoga (At 17.1). ● Com o passar dos tempos escolhiam anciões ou presbíteros, e diáconos, homens cheios do Espírito Santo para a direção, assim como os ministérios necessários ao rebanho, para levar acabo a obra de evangelização (1Ts 5.12; At 20.18-35). O Novo Testamento apresenta a Igreja como a comunidade do Reino de Deus, a comunidade que reconhece a Jesus como Senhor do universo, por meio da qual, numa antecipação do fim, o Reino se manifesta concretamente na história. 4.4 A IGREJA DURANTE A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO Durante a História do Cristianismo, a Igreja prosseguiu, na sua missão de anunciar a salvação. Vejamos resumidamente:

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1 – Era apostólica (até 100 d.C). Durante este período a mensagem do evangelho foi pregada em todo mundo da época (Cl. 1.6,23), e alcançou todo o Império Romano, como Israel, Síria, Chipre, Ásia, Ásia Menor, Macedônia, Acaia, Creta e Itália. 2 – Era pós-apostólica até Constantino (de 100 d.C. até 313 d.C.) Os Cristãos, representados por alguns missionários, bem como por comerciantes, soldados e escravos, se dispersaram por todos o Império e outras regiões, e levaram a mensagem da salvação, não obstante, sofreram oposições dos imperadores romanos. Assim, algumas regiões da França, Índia, África, Pérsia, Egito, Arábia e Armênia foram alcançadas. 3 – De Constantino a Lutero (de 313 d.C. até 1.517 d.C.). A mensagem continuou a ser divulgada pela Igreja, principalmente na Europa. Foram alcançadas algumas regiões da Romênia, Irlanda, Escócia, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça, Espanha, Suécia, Moravia, Boêmia, Inglaterra, Noruega, Islândia, Rússia e Groenlândia. 4 – De Lutero ao inicio do século XX (De 1.517 d.C. até 1.900 d.C.). É o período dos grandes reformadores e missionários que levaram a mensagem da salvação a Alemanha, Escócia, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça, França, Escócia, Índia, Birmânia, América Latina, Oceania e aos Estados Unidos. Durante esse período surgiram Igrejas Evangélicas de fé e ordem diferentes. 5 – De 1.900 d.C. até os nossos dias. Milhões de pessoas têm sido alcançadas pela mensagem do evangelho da salvação, neste período, em muitos países, entre eles o Brasil. Porem para Igreja cumprir o seu papel de evangelização mundial falta muito. Apenas ela tem parcialmente evangelizado. Portanto a missão da Igreja esta incompleta. 4.5 O FUNDAMENTO DA IGREJA I – Não é Pedro (Mt 16.15-18). O texto bíblico revela o diálogo entre Jesus e os discípulos, quanto este disseram que certas pessoas o consideravam como Batista ressurreto, ou Elias, ou Jeremias outro dos antigos profetas (Mt 14.1,2; Lc 9.7,8; Mc 6.14,15). “Então Simão Pedro, respondeu e disse: Tu és o Cristo Filho do Deus vivo”. Diante desta resposta Jesus disse: “... Pois Eu também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (Mt 16.18). O próprio Pedro declara que nosso Senhor Jesus Cristo é a “pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os edificadores rejeitaram” (1Pe 2.4, 6-7; At 4.11). II – A Pedra é Cristo. Na resposta de Jesus podemos ver que Ele próprio é a pedra sobre a qual a Igreja esta assentada (1Co 3.11). III – A edificação da Igreja. Em Mt 16.18, vemos a promessa da edificação da Igreja sobre o próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz esta condição, conforme lemos em (1Co 3.11; 10.14; Rm 9.33; Mt 21.42; Mc 12.20; Lc 20.17. Sem duvida pelo foi um dos lideres da Igreja primitiva, ao lado de Tiago e João (At 12.17; 15.13; Gl 2.9). Não base bíblica para afirmar que a Igreja teria Pedro com rocha sobre a qual ela seria edificada. IV – As chaves dadas a Pedro. Em resposta a Pedro, Jesus disse: "Eu te darei as chaves do Reino dos céus (Mt 16.19). As “chaves dos reinos dos céus” são melhor entendidas como o poder e a autoridade para transmitir a mensagem do Evangelho. No dia de Pentecoste Pedro foi usado para abrir a porta do Evangelho aos judeus (At 2.38-42) e aos gentios, na casa de Cornélio (At 10.34-36). Desde o momento de sua fundação histórica, no dia de Pentecoste, a Igreja se preocupou em anunciar, em todo o mundo, a mensagem do Evangelho, a

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fim de alcançá-lo plenamente (Cl 1.6.23). Durante a História do Cristianismo, ela passou por diversas fases difíceis: houve épocas de muitas provações, que não abateram a sua visão Evangelística; em diversas ocasiões, embora não houvesse perseguições tão acirradas, a Igreja continuou no papel de levar as boas novas de salvação. Nos nossos dias ainda faltam milhões de almas a serem evangelizadas, não obstante os esforços envidados pela Igreja. 4.5.1 O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES Uma das doutrinas mais importantes, ressaltadas durantes a Reforma Protestante, foi o sacerdócio de todos os crentes. O conceito de sacerdócio de todos os crentes certamente está fundamentada nas Escrituras (1 Pe 2.5,9; Ap 1.6; 5.10). A Igreja, ao contrário do Novo Testamento e no decurso dos séculos, sempre tendeu a dividir-se em duas categorias gerais: o clero (gr. Klêros, "porção") e o laicato (gr. Laos, "povo"). 4.5.2 AS ORDENANÇAS DA IGREJA A maioria dos grupos protestantes concorda entre si que Cristo deixou à Igreja duas observâncias: Batismo nas Águas e a Ceia do Senhor. Estes ritos históricos da fé cristã são normalmente chamados sacramentos ou ordenanças. O termo "sacramento" que provém de sacramentum, latim, é mais antigo e aparentemente de uso mais generalizado que o termo "ordenança". O termo "ordenança" também se deriva do latim “ordo”, uma ordem. Relacionada ao Batismo nas Águas e à Santa Ceia, a palavra "ordenança" sugere que essas cerimônias sagradas foram instruídas por mandamentos, ou ordem de Cristo. a)O Batismo nas Águas - A ordenança do Batismo nas Águas tem feito parte da prática cristã desde o início da Igreja. O modelo para o batismo está referendado em Cristo (Mt 3.13-17) e tem como propósito simbolizar a identificação do crente com Cristo e a Igreja. Historicamente, são três as formas principais de batismo: a Imersão, a Afusão e a Aspersão.

1. Imersão é o ato de imergir, mergulhar, fazer penetrar, afundar, banhar. 2. Afusão quer dizer derramamento. 3. Aspersão é o ato de aspergir, respingar, borrifar, orvalhar.

Encontra-se na Bíblia justificação para qualquer um dos três processos? Se o batismo é uma comemoração da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rm 6:3; Cl 2:12), apenas uma maneira pode representar com fidelidade esses aspectos da vida de nosso Salvador. A maneira bíblica de batizar foi apenas por imersão, e confirmam este processo o batismo de Cristo e o da igreja primitiva. A Bíblia de Jerusalém (tradução católica) traz a seguinte nota para Rm 6.3: “O „banho‟ por imersão na água (sentido etimológico de batizar) sepulta o pecador na morte de Cristo (Cl 2:12), de onde sai com ele pela ressurreição (Rm 8:22), como nova criatura (2Co 5:17), homem novo (Ef 2:15) ...” Atos 8:36 e 38 são passagens muito evidentes, na indicação do batismo por imersão. Se apenas um pouco de água é suficiente no batismo por aspersão, não haveria necessidade de Filipe e o eunuco procurarem um lugar de água abundante. No verso 38 lemos: “ambos desceram à água”. Há traduções que trazem – desceram para dentro da água. Que esta tradução é melhor confirma-se pelo verso 39, que diz “saíram da água”. Para sair da água é necessário primeiro nela entrar. Algumas igrejas administram o batismo por imersão escudadas nas seguintes premissas:

1. O verbo batizar no original grego – baptizo, significa imergir, mergulhar, submergir, como nos confirma a própria história.

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2. A narração dos batismos apresentados no Novo Testamento são evidências de que as pessoas eram imersas.

b)A Ceia do Senhor - Segundo as instruções dadas por Jesus, os cristãos participam da Ceia em "memória" d‟Ele (Lc 22.19,20; 1Co 11.24,25). Na Ceia, talvez possamos sugerir um tríplice sentido de lembrança: passado, presente e futuro. A Ceia representa comunhão com Deus e a Igreja. Os conceitos da Ceia são: Transubstanciação e Consubstanciação. i)Transubstanciação - É a crença católica-romana de que uma vez que um sacerdote ordenado abençoe o pão da Ceia do Senhor, este é transformado literalmente na carne de Cristo; e quando ele abençoa o vinho, este é transformado literalmente no sangue de Cristo. Baseiam-se em textos como: Jo 6:32-58; Mt 9.26:26; Lc 22:17-23; e 1Co 11:24-25. ii)Consubstanciação - É a crença na presença espiritual de Jesus nas espécies do pão e do vinho. E significa que Jesus se encontra presente COM a substância do pão e do vinho sem modificá-las / transformá-las. Na consubstanciação, o Corpo e o sangue, se juntam ao pão e vinho, porém a substância do pão permanece, juntamente com sua aparência. Qual é a crença correta? Bem, uma vez que o próprio Jesus se referiu à cerimônia da ceia como um memorial, “em memória de mim” (Lc 22.19). Cremos, portanto, que o mais correto é afirmarmos que os elementos da ceia são símbolos que apontam para realidades espirituais. O pão nem se transforma em carne nem tem presente em si o corpo real de Cristo. O pão representa o corpo de Cristo, assim como o vinho representa o sangue de Cristo. Quando Jesus disse que deveríamos comer sua carne e beber seu sangue (Jo 6.53), ele próprio disse que suas palavras eram espírito e vida (Jo 6.63), ou seja, estas palavras deveriam ser entendidas espiritualmente e não literalmente como os judeus entenderam e se escandalizaram. Jesus estava dizendo que, assim como o pão é essencialmente para ser comido e fazer parte da pessoa para que possa sustentá-la, assim também a pessoa deve se encher da pessoa de Cristo para que possa ter vida. Estudar acerca do pão não mata a fome de ninguém. A pessoa deve se encher de pão para matar a fome. Da mesma forma, ter certas informações acerca de Jesus não sacia a fome espiritual de ninguém. Devemos nos alimentar diariamente de Jesus. Isso é comer sua carne e beber seu sangue. 4.6 A IGREJA EVANGÉLICA Igreja Evangélica, segundo o aspecto histórico, é aquela que adota a prática religiosa da Reforma Protestante, notadamente os chamados Solas (sola significa doutrina em latim) da Reforma: Sola Scriptura (somente a Bíblia Sagrada), Soli Deo Gloria (a salvação é de Deus e é realizada por Deus), Solus Christus (somente Cristo), Sola Gratia et Fide (somente a graça mediante a fé), Sola Gratia (na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça e, os quais tem a Bíblia como único livro inspirado divinamente e como regra de fé; e segundo o conceito analítico, chamam-se evangélicas as igrejas que se originaram diretamente na Reforma ou se desdobraram dessas e não romperam com os ensinos bíblicos fundamentais protestantes, quanto à salvação da alma, reconhecendo, por essa razão, legitimidade desses ensinos. 4.7 A IGREJA E A SOCIEDADE A Igreja não foi instituída para ser influenciada pelo sistema social e sim para transformá-lo. “Para que sejam irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus e

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inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fl 2.15). A Igreja é um organismo espiritual e vivo, e ao mesmo tempo, esta organizada em um corpo social. Assim sendo, estes dois aspectos da Igreja devem estar coesos e bem visíveis dentro do prisma da revelação divina. Atualmente, ao analisarmos essas duas facetas da Igreja, verificamos a existência de grupos que tendem a se colocar em oposições extremas, desprezando o centro da verdade revelada na Bíblia Sagrada. Porém, como povo de Deus, devemos nortear nossa vida pelas Sagradas Escrituras. Somente ela é a nossa única regra de fé e conduta. Pois esta foi a bandeira de Martinho Lutero que, no século XVI, com a Reforma Protestante. Além de fazer parte da sociedade, a Igreja influencia a sociedade, seus membros são elementos sociáveis, sua estrutura é social, mas, há uma grande distinção entre Igreja e sociedade. Vivemos neste mundo, mas não pertencemos a este mundo. É o que apreendemos quando lemos a oração sacerdotal de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 17.9). Portanto, não podemos contaminar nossas vestes espirituais com as oferendas apresentadas por Satanás. Temos que mostrar ao mundo que a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo tem algo diferente. Pois somos a luz do mundo (Mt 5.14, 16). É dever da Igreja: revelar a Deus e Sua vontade a sociedade, sarar as feridas da sociedade, abençoar a sociedade. 4.8 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UMA IGREJA

A estrutura organizacional pode ser dividida em dois grandes grupos: ATOS CONSTITUTIVOS e ORGANOGRAMA FUNCIONAL. 4.8.1 OS ATOS CONSTITUTIVOS

Uma igreja, para constituir-se, precisa basicamente de três documentos: 1) Ata da Assembléia Constitutiva; 2)Estatuto, onde se determinam a natureza, os fins, as responsabilidades, a organização, a forma de governo, a competência, a administração e questões afins; 3)Regimento Interno, onde se particularizam as normas da instituição, que não podem jamais conflitar com o Estatuto. (ver A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA).

Uma coisa precisa ficar bastante clara nos atos constitutivos: como e porque a igreja foi constituída, bem como a denominação a que pertence, para que haja o seu reconhecimento segundo os critérios da convenção que abriga a denominação.

Só de posse desses documentos a igreja adquirirá personalidade jurídica e poderá cumprir perante a lei não só suas funções espirituais, mas suas atividades jurídicas e sociais, como, por exemplo, a aquisição e alienação de bens. 4.8.2 O ORGANOGRAMA FUNCIONAL

O organograma é o ordenamento funcional da estrutura eclesiástica. Há pequenas diferenças de uma para outra, dependendo das peculiaridades locais, mas basicamente as igrejas adotam o seguinte modelo estrutural: a)Assembléia

Compõe-se dos membros regulares e se constitui no poder máximo de discussão e decisão, cabendo aos órgãos da igreja cumprir o que for aprovado em Assembléia sob pena de prevaricação.

Há dois tipos de Assembléia: Ordinária e Extraordinária. A primeira trata dos assuntos do dia-a-dia. A segunda, dos assuntos que se constituem exceção, como:

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admissão ou exoneração do pastor, aquisição ou alienação de bens, aprovação ou reforma de Estatuto e aprovação ou reforma de Regimento Interno.

Em ambos os casos o Estatuto prevê o quorum necessário para que suas decisões sejam legitimas. b)Diretoria

Compõe-se normalmente de: a) Presidente; b) Dois vice-presidentes; c) Dois secretários e; d) Dois tesoureiros.

Estes têm a responsabilidade de conduzir a administração. O mandato costuma ser bienal (o mesmo para os coordenadores de departamentos), a exceção do presidente, que, por ser simultaneamente o pastor, na tradição assembleiana, permanece à frente da igreja enquanto bem servir ou até quando deixar o pastorado por transferência, jubilação ou em virtude de alguma decisão disciplinar. O "bem servir", aqui, às vezes é letra morta, mas levado em conta o seu verdadeiro sentido significa o direito de a Igreja decidir pela exoneração de seu pastor nos casos exaustivamente comprovados em que ele não mais esteja "bem servindo" à Igreja.

Ao presidente cabe: a) Convocar e dirigir todas as Assembléias, bem como as reuniões da

Diretoria e do Corpo Ministerial; b) Representar a igreja judicial e extrajudicialmente; c) Assinar, com o 1º secretário e o 1º tesoureiro, escrituras de compra e

venda, de hipoteca e de alienação de bens imóveis, sempre mediante autorização prévia e nos termos do Estatuto;

d) Assinar as atas das Assembléias da igreja, depois de aprovadas; e) Assinar, com o 1º tesoureiro, cheques e outros documentos de crédito em

conta conjunta; f) Autorizar, com o 1º tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os

recibos e demais documentos da tesouraria, de acordo com as decisões administrativas;

g) Velar pelo bom desempenho da igreja, observar e fazer cumprir o Estatuto, o Regimento Interno e as resoluções da Assembléia;

h) Representar, de fato, a igreja perante suas coirmãs e convenções. Na qualidade de pastor é também de sua responsabilidade a direção dos atos

de cultos e das reuniões solenes, bem como a orientação espiritual e doutrinária dos membros. 4.8.3 A IGREJA É CONSTITUÍDA DE: 1)Membros da Igreja – No sentido espiritual e universal, membros são todos os que crêem em nosso Senhor Jesus Cristo e passam a ser membro do corpo invisível da Igreja. Mas somente depois de passarem pelo Batismo nas Águas, em termos legais, passam a fazer parte do corpo visível de Cristo, que é a Igreja. 2) Corpo Ministerial - O Governo da Igreja – Como Organização a Igreja é administrada e regida por um corpo de ministros e oficiais que as Escrituras chamam de Ministério. Compõe-se dos pastores que servem à igreja, seja na sede, seja nas congregações, os quais se reúnem sob convocação do presidente para a discussão prévia dos assuntos que serão levados à ordem do dia para a apreciação da Assembléia. Dependendo do local pode haver indistinção entre a declaração de

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Pastor e Presbítero. Isto se deve pelo fato do termo presbítero geralmente ser uma aplicação dada ao pastor com função de supervisão e/ou superintendência. Eles trabalham juntamente com outros obreiros que ainda não tiveram uma ordenação formal, na orientação dos destinos espirituais dos cristãos e na administração do patrimônio da Igreja.

Os ministérios expressos na bíblia corroboram diretamente para o crescimento e administração da igreja. Eis as funções ministeriais divididas em duas partes: a) Ministros – ministérios superiores (Apóstolos, Profetas, Evangelista, Pastores, Doutores ou Mestres). Existem ainda hoje Apóstolos? Esta pergunta é constante no seio da cristandade. Com a morte dos Apóstolos, esse título, pelo que parece, foi imediatamente transferido para os pastores (At 20.28-29; Hb 13.7-8, 17, 24). A história da Igreja nos mostra que através dos tempos Deus tem levantado determinados homens que foram verdadeiros apóstolos. i)Apostolo significa: (Ef 4.11) “embaixador da parte de Deus” e no contexto da Igreja, “um enviado”. ii)Profeta significa: (Ef 4.11) “vidente” (1Sm 9.9) “este nome foi usado pela primeira vez pelo próprio Deus com relação a Abraão e o rei dos filisteus Abimeleque e Sara (Gn 20.6,7). iii)Evangelista significa: (Ef 4.11) “Missionário evangelizador”. Sua missão evangelizar, levar as boas novas de salvação (Mt 10.7,16; 2Tm 4.5). É uma pessoa dotada de capacidade especial para pregar o evangelho. Alguns usam esse título apenas em relação aos escritores dos quatro evangelhos. A Bíblia, no entanto, cita ainda Filipe e Timóteo como evangelistas (At 21:8; 2Tm 4:5). Todos os cristãos podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é capaz de fazer uma pregação propriamente dita. O evangelista é um pregador, e faz isso com maestria, habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente para esse fim. Evidentemente, nem todo pregador é evangelista. É bom frisarmos também que o trabalho do evangelista não se restringe à pregação, mas abrange também o evangelismo pessoal. iv)Pastores (O Anjo da Igreja) significado: É um termo bastante vasto no Antigo Testamento (Gn 49.24; Sl 23.1; 8.1; Is 40.11; Jr 31.10, etc.). No Novo Testamento (Jo 10. 11; Hb 13. 20; 1Pe 2.25; Jo 9.34). Voltando à origem do termo, um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de ovelhas. O ministério do pastor na igreja possui as atribuições de: alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir. Esse é um ministério lindo. Dos cinco ministérios de Efésios 4.11, o pastor é o que está mais próximo da ovelha, mais comprometido e mais atencioso para com ela. Vejamos algumas qualidades que um pastor temente a Deus precisa ter: ▪ A força de um boi; ▪ A tenacidade de um cão; ▪ A paciência de um asno; ▪ A versatilidade de um camaleão; ▪ A visão de uma águia; ▪ A mansidão de um cordeiro; ▪ A lealdade de um Apóstolo; ▪ A fé de um profeta; ▪ O fervor de um evangelista; ▪ A ternura de um pastor de ovelhas; ▪ A dedicação de um mestre; ▪ A moderação de um ancião; ▪ O dever de um diácono fiel. v)Doutores ou Mestres: São aqueles chamados por Deus para o Ministério do ensino. Mestre significa: (Ef 4.11) “aquele que ensina”. Na igreja todos são discípulos, mas nem todos são Mestres. b) Oficiais – ministérios inferiores (locais) - Presbíteros e Diáconos. A Igreja é descrita nas paginas das Escrituras como sendo a coluna da firmeza e da verdade. (1Tm 3.15), deste assunto há também uma referencia em (Pv 9.1-2; Ef 2.20-22;).

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i)Presbítero: A separação esta baseada em (1Tm 3.1-7). Essa classe de oficiais da igreja possui no Novo Testamento pelo menos três títulos: (ancião, presbítero e bispo) e são citados nas seguintes passagens bíblicas. ▪ Os Anciãos – (At 14.23; 15.2, 6, 22-23; 16.4; 20.17; 2Jo 1) ▪ Os Presbíteros – (1Tm 5.17,19; Tt 1.5; Tg 5.14; 1Pe 5.1; 3Jo 1). ▪ Os Bispos – (At 20.28; Fl 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7). Significa velho, ancião. Na primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé, na ida fizeram trabalho evangelístico e público; no retorno, em cada cidade por onde passaram reuniram os convertidos organizaram igreja se ordenaram presbíteros (At

14:21‐23). Deveriam ser homens de certa idade, firmes na fé, inabaláveis no amor e constantes na obra do Senhor. Eles foram eleitos pela igreja para desempenhar funções pastorais na palavra (em algumas igrejas são chamados de “Ministros da Palavra”), nos batismos, na celebração das ceias, etc. Os presbíteros recrutados entre os convertidos das igrejas deveriam ser homens de negócios e de trabalho. Alguns se dedicaram grandemente ao trabalho do Senhor e passaram a dar tempo integral ao ministério e o apóstolo Paulo mandou dar a esses homens, salários dobrados (1Tm 5:17). Sua responsabilidade e autoridade para supervisionar não iam além do rebanho local. Não há nenhuma base bíblica para presbíteros de um local supervisionarem uma igreja em outro local. É também interessante e importante observar que as passagens que falam de bispos, presbíteros ou pastores nunca falam de apenas um servindo numa congregação. O modelo do Novo Testamento é ter uma pluralidade de bispos numa igreja local (Fp 11). Deus não autorizou nenhum homem a supervisionar sozinho uma igreja local. ii)Diácono: Outro ministério que figura no Novo Testamento é o dos diáconos. Sua separação esta baseada em (1Tm 3.8-10). Sua primeira menção se encontra em Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, quando, devido às murmurações dos cristãos helenistas foram escolhidos sete homens para a direção do trabalho social da igreja de Jerusalém. Os diáconos foram instituídos com os seguintes objetivos:

(a) Deixar desembaraçados os ministros para se dedicarem à oração e ao estudo e ensino da palavra de Deus; (b) Promover a paz na igreja ao preencher uma carência que estava gerando conflitos; (c) Promover o bem estar dos crentes que seriam beneficiados com o seu serviço; (d) Reforçar a liderança da Igreja.

Suas qualificações são encontradas em 1Tm 3.8-12: "Quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, caso se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato... O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa." 3)Conselho Fiscal - Compõe-se normalmente de três membros, com a responsabilidade de auditar as contas da igreja e emitir parecer sobre o balancete a ser apreciado em Assembléia. 4)Departamentos:

Departamento de Administração: Como o próprio nome indica, esse departamento cuida das questões administrativas e responde pelas seguintes áreas: Serviços Gerais, Diaconia, Obras, Compras e Almoxarifado, Patrimônio, Transportes, Segurança e Finanças.

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Departamento de Evangelização e Missões: Estas são basicamente as suas áreas de atuação: Cruzadas Evangelísticas, Evangelismo Explosivo, Hospitais e Presídios, Casas de Recuperação, Grupos Alternativos, Missões Nacionais e Missões Transculturais.

Departamento de Educação Cristã: Estão sob sua responsabilidade as seguintes áreas: Escola Bíblica Dominical, Integração e Discipulado, Cursos Teológicos e Seminários de Formação e Reciclagem.

Departamento de Assistência Social: Compreende basicamente as seguintes tarefas: Atendimento Ambulatorial, Farmácia, Caixa Funerária, Cestas Básicas e Campanhas Sociais.

Departamento de Música: Cuida dos Grupos Musicais, Equipe de Louvor e Formação de Músicos e Adoradores.

Departamento de Comunicação: Resultam na captação, organização e divulgação de informações e notícias concernentes ao meio evangélico, primordialmente ligados a Igreja local. Departamento de Núcleos de Crescimento: Esta é outra área importante de sustentação do crescimento da igreja. Aqui estão os núcleos (ou grupos familiares), que dispõem de uma estrutura própria para o seu desenvolvimento assim estabelecido: coordenador geral, supervisores de áreas, dirigentes, vice-dirigentes e secretários de núcleos.

Departamento de Apoio Espiritual: O Departamento de Apoio Espiritual é de vital importância para a vida da igreja. Estão sob sua coordenação as seguintes áreas: Movimento de Oração, Visitação Doméstica, Apoio Pastoral e Aconselhamento.

Capelania: Visa a assistência às pessoas de mobilidade restrita ou por enfermidade (hospitais) ou por prisão (penitenciária). 5 A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA Para que uma Instituição religiosa possa existir é necessário fundamentalmente um ESTATUTO registrado nos órgãos competentes do Estado, constitutivo do grupo, pois nele constará o conjunto de normas que estabelecem a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo. O Novo Código Civil Brasileiro, em seus Artigos 44 – 60, estabelece que “nenhuma sociedade pode existir ou funcionar no território nacional sem ser juridicamente constituída”, prescreve as condições para a constituição jurídica de qualquer sociedade privada de natureza religiosa ou cultural, etc. Quando uma igreja se torna pessoa jurídica, pelo registro do seu Estatuto, adquire uma conceituação mais concreta, denominada Pessoa Jurídica, sem nenhum prejuízo para os fins espirituais. Uma igreja sem estatuto é como uma igreja fantasma, não existe juridicamente e está sujeita a muitos perigos. Uma das conseqüências mais graves da inexistência de estatuto é o conceito que os próprios membros farão da sua própria igreja. Uma igreja sem Estatuto registrado não pode ser representada juridicamente, não pode ser proprietária de nada, nem reclamar quaisquer direito em Juízo, ficará sempre na dependência de outras entidades para representá-la. Existe uma idéia errônea de que a igreja se não for registrada fica isenta INSS, estará a salvo de fiscalização. A falta de inscrição não isenta a igreja das obrigações sociais. Um estatuto bem elaborado é uma segurança para igreja. Sem estatuto, a igreja corre o perigo de desvios doutrinários, patrimoniais e fica sujeita a lideranças

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mal informadas ou mal intencionadas. O estatuto é a primeira coisa que uma igreja deve elaborar, aprovar e registrar. Só assim, passa existir como pessoa Jurídica. 5.1 FORMAÇÃO LEGAL DO ESTATUTO A seguir relacionaremos algumas denominações legais usuais na formação do Estatuto de uma Empresa ou Igreja:

● CONSTITUIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO – sem fins lucrativos. ● NOME – da instituição com a finalidade de defini-la. ● SEDE E FORO – onde terá sua atividade em caráter principal e onde serão exercidos os seus direitos. ● FINALIDADES – caracterizando as razões de sua existência, o que irá fazer, o que pretende, até que ponto terá penetração na vida social. ● DURAÇÃO – desde os prazos ilimitados aos determinados. ● MEMBROS – suas finalidade, direitos, deveres, condições para admissão, motivos para disciplina e exclusão. ● DIRETORIA – o órgão que vai gerir os negócios e interesses do grupo, ou o que representará. ● ASSEMBLÉIAS GERAIS – poderão ser ordinárias (aquelas realizadas em datas fixadas no estatuto) ou as extraordinárias (em datas diversas). Modo de convocação, competência e meios. ● QUORUM – numero de membros necessariamente presentes nas sessões para deliberar. ● ELEIÇÕES – processo, período, duração dos mandatos e maioria exigida para a eleição. ● PATRIMONIO – a fonte de recursos para sua manutenção. ● MODIFICAÇÕES ESTATUTARIAS – regras para evitarem modificações constantes – exigências de dois terços. ● DISPOSIÇÕES GERAIS – o que foi explicado anteriormente. Percebe – se que o estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter em estudos minuciosos. No momento em que os participantes de determinado grupo se reúnem para deliberar, suas normas de trabalho estarão estabelecidas Regimento Interno.

5.2 COMPLEMENTO LEGAL DO ESTATUTO O que deve constar no estatuto, para facilitar as atividades da igreja:

● Administração. ● Responsabilidade. ● Declaração formal de que a igreja não visa lucros. ● Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas. ● Destino da sociedade em caso de cisão. ● Definição genérica das atribuições da diretoria. ● Previsão de um Regimento Interno. ● Declaração do que cabe ao pastor a Presidência da Igreja. ● Quorum para as decisões vitais, como compra e venda de imóveis, eleição e demissão do pastor ou membros da diretoria e reforma do estatuto. O que não deve constar no estatuto pode fazer parte do regimento interno,

que não precisa ser registrado, mas que terá valor jurídico se for previsto no estatuto e aprovado pela igreja, constando das atas. 5.3 REGIMENTO INTERNO. O que deve constar no Regimento Interno.

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● Particularidades sobre o culto. ● Organização interna da igreja. ● Métodos de trabalho, inclusive de contribuição. ● Afirmações de caráter doutrinário. ● Especificações sobre o uso de propriedades, inclusive do tempo sede. ● Especificações sobre entidades filiadas a igreja (estas se necessário poderá reger-se por estatuto próprio). ● Especificação sobre o modo de exclusão e recebimento de membros.

5.4 COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA A Igreja é composta de Sede e Congregações, que tomarão o nome do lugar onde se encontrarem, com exceção a congregação em que funcionar a Sede da Igreja que dominar-se “Sede”. O Órgão dirigente da Igreja composta de: ● Diretoria. ● Assembléia Geral. A diretoria será composta de:

Presidente; Primeiro e Segundo Vice Presidente; Primeiro, Segundo e Terceiro Secretários; Primeiro e Segundo Tesoureiros.

5.5 A DIVISÃO ADMINISTRATIVA DA IGREJA A Igreja é administrativamente dividida em: A) Secretaria a) Instalação da Secretaria:

- Atribuição do Secretário (Diretoria); - Competência do Secretário; - Documentos que fazem parte de uma Secretaria:

▪ Rol de Membros da Igreja; (Fichário ou Sistema computadorizado) ▪ O Livro de Atas (ver Aspectos do Livro de Atas); ▪ O Livro de Presença; ▪ O Livro de Registro de Matrimônios; ▪ O Livro de Registro de Aniversariantes; ▪ O Livro de Registro de Nascimentos; ▪ O Cartão de Membros; ▪ Formulários Diversos; ▪ Correspondências Expedidas; ▪ Correspondências Recebidas; ▪ Arquivos e seu sistema. etc.

I – Sistema Alfabético; II – Método Nominal; III- Método Dicionário; e, V – Outros métodos (o que se adaptar melhor).

Aspectos do Livro de Atas: Formação das atas e seu registro - É nas Atas que se farão os registros de todas as ocorrências verificadas durante as reuniões, e, por terem valor legal, devem ser redigidas em livros próprios e jamais em folhas avulsas. Os registros são para o

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futuro, a base das jurisprudências, ou seja, das decisões adotadas pela presidência ou pelo grupo, em grau de recursos, mas somente nos casos em que os Estatutos e o Regimento Interno sejam lacunosos ou omissos. As Atas nestes casos servem como suplemento dos Estatutos ou Regimento Interno.

O Livro de Atas deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas;

Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas; Deve conter o Termo de Abertura e o Termo de Encerramento; O livro de atas deve ser do tamanho 22X33cm, sendo os textos

manuscritos (hoje pode ser digitado); Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para

depois consigná-las no Livro de Atas. a) Termo de abertura - O livro de Atas deve conter 50 ou 100 fls. (ou mais), tipograficamente numeradas e constar neste parêntese a rubrica de uso do Primeiro Secretário, as quais servirão para o registro das atas de sessões ordinárias (ou extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o número 01 (etc.) - Local e data - Assinatura e carimbo da igreja. b) Termo de encerramento - (ultima pagina). Repetir o mesmo na abertura alterando, somente a expressão “servirão” para “serviram”. c) Devem as atas conter o seguinte roteiro:

1) Cabeçalho; 2) Corpo; 3) E o fecho (encerramento).

d) Das Atas constarão necessariamente A natureza da reunião. A hora, dia, mês, ano e local da sua realização. O nome de quem a presidiu. Os membros presentes e ausentes, com justificativas. (em assembléia

Geral não) O expediente recebido e remetido. A síntese das resoluções tomadas. O resultado das votações. Se solicitado declaração de votos. Qualquer outro fato tratado na reunião.

B) Tesouraria

Como componente irrestrito da administração eclesiástica está o gerenciamento financeiro dos recursos adquiridos pela igreja por intermédio do depósito de ofertas e devolução de dízimos. Estes recursos precisam de uso racional para atender às necessidades da igreja local, vislumbrando sempre a multiforme participação da igreja: ação social, obra missionária, recuperação de pessoas sob ação de vícios, construção e reforma de templo.

Crie um Plano. Chega a ser assustador, mas poucas Igrejas têm um plano contábil/financeiro (plano diretor) pelo qual possam acompanhar seu desempenho e medir seu progresso.

São raros os pastores, tesoureiros e administradores, que tenham elaborado um plano para a Igreja, com objetivos a serem alcançados no curto, médio e longo prazos. Com preparo inadequado, obtemos resultados inadequados.

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Jesus tinha um plano e o seguiu fielmente. Essa foi a razão maior de seu sucesso. Sabia para onde ia e permanecia naquela direção. Mas, como saber gerenciar sem o relato de dados coletados em relatórios contábeis/financeiros?

Sem isso, você não tem para onde ir, não tem alvo para onde canalizar suas energias. Sem um plano contábil/financeiro, você agirá apenas em face das circunstâncias. Se dermos o enfoque celestial ao preparo de Jesus, veremos que não teve princípio, foi sempre eterno.

Mas, num enfoque temporal, Jesus preparou-se durante 30 anos, antes de dar início à execução de seu trabalho. Para assegurar a máxima eficácia e a completa realização de nossos planos, temos de nos preparar primeiramente.

E foi pela compreensão do Antigo Testamento que Jesus baseou muito de sua abordagem para executar Seu plano. Ele tinha uma base de conhecimento na qual fundamentava suas ações, e Ele as executou brilhantemente.

E, para sermos bem sucedidos em nossa administração, devemos fazer o mesmo. Quer você como pastor, tesoureiro ou administrador da Igreja, nada, mas nada mesmo, substitui o preparo.

Dê-lhe atenção e tempo necessários. Jesus assim o fez. Seu espantoso sucesso é um testemunho da importância do preparo. Quando da multiplicação dos pães, Jesus mandou contar a multidão, o que nada mais é que usar aspectos contábeis para a tomada de decisão.

O que Jesus nos ensina, e nos inspira, vai além das regras de como proceder na administração contábil/financeira da Igreja, ensina-nos a conduzir nossa vida desde que aceitemos as palavras encontradas na Bíblia.

A chave da administração contábil/financeira da Igreja está em saber que o tempo gasto na administração, significa administração de nós mesmos. C) Departamento de Missões D) Departamento Musical E) Departamentos da Mocidade, dos Adolescentes e das crianças F) Departamento do Circulo de Oração G) Departamento da Escola Dominical, e etc., podendo ser acrescentado ou diminuído. 6 AS PRERROGATIVAS DA IGREJA As prerrogativas da Igreja são: 1 – Poder de ligar e desligar. “... e tudo que ligares na terra será ligado nos céus e tudo que desligares na terra será desligado no céu” (Mt 16.19). Trata – se de autoridade dada por Cristo a Igreja. Esse poder não é absoluto, somente pode ser utilizado nos limites da Palavra de Deus. 2 – Autoridade para reconciliar. Há quatro passos importantes para reconciliação entre irmão que são: a) O ofendido deve procurar o irmão (Mt 18.15); b) Leva ainda contigo uns outros dois (Mt 18.16); c) Se não a escutar, dize-o a Igreja (Mt 18.17); d) E se também não escutar a igreja, considera-o como gentio e publicano (Mt 18.17).

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3 – Autoridade da concordância. a) “Se dois de vós concordarem na terra”. (Mt 18.19,29); b) “a cerca de qualquer coisa” (Jo 15.7) É importante lembrar que Deus nos atende se pedirmos algo de acordo com sua vontade (1Jo 5.14); c) “Isto será feito por meu Pai que esta nos céus”. Deus atende o crente que lhe pede algo em nome de Jesus seu Filho (Jo 14.13). d) “Dois ou três” (Mt 18.20). 7 IGREJA E SEU SISTEMA DISCIPLINAR São passiveis de disciplina os membros que infringirem a doutrina e costumes, preceituados pela Palavra de Deus e essa disciplina deverá ser dosada conforme as penalidades abaixo: São penas disciplinares:

I. Advertência (2Ts 3.14-15; Tt 3.10 e 1Ts 5.14) II. Repreensão (Mt 18.15-17; 2Tm 3.16; 2Tm 4.2 e Tt 1.13)

III. Suspensão por prazo determinado e IV. Desligamento do rol de membros (Mt 16.19; 18.19,20).

7.1 Disciplina na Igreja – A disciplina é uma benção e uma necessidade na Igreja (At 5.1-11; 2Ts 3.6-14; Rm 16.17-18; 1Co 5). Jesus falou sobre a disciplina (Mt 18.15-17). Deus é um Deus de ordem. Como um pai disciplina seus filhos na família (Hb 12. 5-11), assim deve haver disciplina na Igreja. Apesar de a Igreja não ter condições de obrigar a consciência do membro, ela tem de julgar sobre a observação dos ensinos bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem. a) Propósito da disciplina – Não se deve considerar a disciplina com caráter negativo, castigo por parte da Igreja. A disciplina tem caráter positivo: - Corrigir uma má situação (2Co 7.9). - Restaurar o caído (Gl 6.1; Mt 6.14-15). - Manter o bom testemunho da Igreja (1Tm 3.7; 2Tm 1.11). - Advertir os demais membros para que não se descuidem (1Co 5.6-7). - Apelar à consciência do ofensor para que pense sobre sua conduta. b) Motivos para disciplina. - Conduta desordenada ou desaprovada pela Igreja (2Ts 3.11-15). - Imoralidade (1Co 5) - Contenciosidade – espírito divisionista – (Rm 16.17-18; 2Co 13-1; 1Tm 3.15-20). - Propagação de falsas doutrinas (Tt 3.10-11). - Filiação a organizações ou Igrejas incompatíveis com o cristianismo. - outros. c) Categorias de ofensas. - Particulares; - Públicas. d) Método ou procedimento na disciplina (Jesus ensinou Mt 18.15-18). - Na medida do possível, deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas. - Duas ou três testemunhas. - Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso, tomar proporções e chegar ao conhecimento de muitos, deve ser levado à Igreja. - Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir perdão, deve o ofensor ser suspenso do rol de membros (Mt 18. 18; 2Ts 3.14; 1Co 5.11). Arrependendo-se, que seja perdoado, se a falta não for tal que exija suspensão imediata do rol de membros. - Se o caso for de flagrante escândalo para a Igreja, ao ser comprovado, deve ser imediatamente suspenso do rol de membros, tudo porem com justiça.

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e) Como tratar a pessoa sob disciplina. - Não tratá-lo como inimigo (2Ts 3.15). - Em vez disso, devemos ganhá-lo de novo (Tg 5.19-20). - Esta é uma tarefa para pessoas espirituais (Gl 6.1). - O disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele realmente arrependido. f) Casos especiais de disciplina aplicada por muitos. Casos de perdão para pessoas que exercem cargos na Igreja ou liderança. - É preciso limitar os direitos destas pessoas, para dar tempo a que o publico e a Igreja vejam o arrependimento e restabeleçam a confiança de antes. Ex. regente de coral ao se arrepender deve voltar logo à função? - É necessário um tempo de prova, no qual a pessoa tem de demonstrar o arrependimento. Há Igrejas que dão logo a reconciliação, mas suspendem da Santa Ceia do Senhor por determinado tempo. - É preciso estar seguro da medida tomada e também nunca se deve facilitar tanto a ponto de se pensar que o pecado é coisa tão simples que a Igreja nem sequer se incomoda. g) Casos de defesa extra-bíblica. - Advogado. - Justiça comum. h) Publicidade na disciplina. - Não deve ser aplicado em secreto. - Toda a Igreja deve decidir. - Sendo publico, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua conduta. - Ao voltar, tudo deve ficar sanado; ninguém tem o direito de trazer à memória os fatos perdoados. i) Atitude do pastor frente ao procedimento de disciplina do membro: - Deve ministrá-la com espírito de humildade e de amor (Gl 6.1) - A disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar o membro. - Tudo o que tem espírito de represália ou revanche é carnal e dificulta a submissão da pessoa. - O bom pastor dá a vida... e deve estar ansioso pela volta da ovelha que se perdeu, mesmo que seja em outra igreja. - A disciplina deve ser aplicada imparcialmente. - A disciplina nunca deve se transformar em arma nas mãos do pastor ou do dirigente, como meio de impor a sua própria vontade: Nada há mais reprovável que amedrontar membros com disciplina para colocá-los na linha. Além do mais, pastor não é ditador. É, sim, um guia e exemplo do redil (1Pe 5.1-3) 8 O RECEBIMENTO DE NOVOS MEMBROS

O crescimento da igreja é um alvo a ser constantemente buscado. Ele se dá em três direções:

1) Crescimento vertical (para com Deus); 2) Crescimento horizontal (uns para com os outros), e; 3) Crescimento quantitativo (a inclusão de novos membros). Os dois primeiros podem ser denominados de crescimento qualitativo. Eles

representam os três primeiros objetivos da Declaração de Propósitos de Rick Warren: celebrar a Deus, ministrar ao próximo e ensinar a obediência. O crescimento quantitativo corresponde aos dois últimos objetivos da mesma declaração: batizar e fazer discípulos. Uma igreja que cresce em qualidade o

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resultado será o crescimento quantitativo. Uma coisa chama a outra. Assim, há três maneiras de se receberem novos membros na igreja: a) Pelo batismo - Os que se convertem devem ser preparados e levados ao batismo depois de assinarem a Declaração de Propósitos da igreja, tomando assim conhecimento de seus deveres e privilégios como membros do Corpo de Cristo. b) Por carta de transferência - Aqui se refere àqueles que vêm com carta de transferência de outras igrejas. É conveniente que essas pessoas conheçam primeiro a Igreja para a qual estão se transferindo, leiam e assinem a Declaração de Propósitos para então se tornarem membros. c) Recebimento de desviados - Neste caso, há duas considerações a fazer: se ele foi membro da mesma igreja e agora está de retorno, precisa renovar seus compromissos para ser recebido e dar claro testemunho de sua decisão. Mas se sua origem é diferente, é recomendável informar a sua nova condição à igreja de onde se desviou para que então possa ser livremente recebido após assinar a Declaração de Propósitos. 9 FUNÇÕES ESSENCIAIS DA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA A Administração Secular tem como base administrativa, três grandes ramos que são: ▪Gerencia de Pessoal – que cuida das pessoas que se compõe a firma, preocupando com a situação disciplinar, integração, o treinamento, a produtividade, a administração, a demissão, as férias, a substituição, etc. de pessoal. ▪Gerencia Financeira – Analisa a receita e programa as despesas. ▪Organização de Métodos – estuda e pesquisa a maneira da empresa operar, estabelecendo a seqüência mais lógica e o tempo preciso para realização de um trabalho. Isso acima mencionado é empregado a uma empresa secular; porém para uma Igreja (uma organização cristã) é necessário acrescentar mais um item: (obedecer à direção do Espírito Santo de Deus).

Como já afirmamos anteriormente, Administração é o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”. Veremos agora, quatro aspectos do processo da administração secular e que são também importantes na vida da igreja: 9.1 Planejar: Preparar-se para o futuro, com necessária antecedência através de um programa de ação. É predeterminar um curso de ação. O próprio Senhor Jesus Cristo que é melhor construir sobre uma rocha que sobre a areia (Mt 7.24-27). Significa estabelecer os objetivos da igreja, especificando a forma como eles serão alcançados. Parte de uma sondagem do presente, passado e futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir os objetivos traçados. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. Ao fazer o planejamento perguntamos: o que queremos, quais são os nossos objetivos, qual nossa missão; que recursos dispomos e quais deveremos buscar; quem nos irá ajudar nesta tarefa, etc.

i. Conheça o seu grupo – não podemos realizar qualquer atividade se não reconhecermos primeiramente o que dispomos para a execução. É importante sabermos quanto membros temos, conhecermos a ocupação dos mesmos, qual a formação profissional e eclesiástica, se houver. Verifique as habilidades e talentos nato de sua equipe, e qual a perspectiva que eles têm para a edificação da obra de Deus neste lugar. Tudo isto fará com que você evite colocar como porteiro da congregação alguém que trabalha como vigia noturno, ou como líder do louvor alguém que é tímido e desafinado. Poderá

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ainda evitar que um gago seja o leitor oficial de um culto de domingo. Por isso, não se pode planejar sem conhecer primeiro o grupo de está diante de sua vista.

ii. Distinga as qualidades fortes e fracas – nem todos são iguais. Isto é notório no cotidiano de qualquer pessoa. Paulo destaca isto muito bem ao relatar a igreja como um corpo humano que é composto por diversos membros diferentes com funcionalidades diferentes (1Co 12.27; Ef 5.23). Dessa forma, não há nenhum membro do corpo que segure objetos tão bem quanto faz a mão, ou que nos possibilite andar com elegância como faz os pés. Por isso, busque descobrir quais as qualidades mais hábeis para dos seus liderados e então explore-as, pois terás um avanço significativo do grupo que está diante de você. Já as habilidades fracas devem ser tratadas para serem ou transformadas em potencialidade ou substituídas por outras ações que garantam a eficácia do grupo.

iii. Estabeleça os objetivos – os objetivos permitem-nos orientar nossas ações dentro de um grupo. Tenha foco, pense com clareza naquilo que quer alcançar ou realizar; caso esteja trabalhando em equipe, apresente a todas suas idéias estando sempre aberto para receber comentários, críticas e as sugestões. Documente a sua idéia, pois você não possui um HD em sua cabeça. Transfira os seus sonhos e suas idéias da cabeça para o papel. Escreva-as de forma simples e completa. Transforme suas idéias em números, estabeleça parâmetros e números de referência ou ainda índices e percentuais. Não se esqueça de estabelecer prazo para o alcance desses objetivos. É importante que durante e após o estabelecimento dos objetivos seja feito os devidos ajustes para alinhar-se continuamente ao seu alvo. Defina as etapas, e tenha claro todos os passos que você deve dar para, no final, alcançar a concretização do seu alvo. As etapas nada mais são do que metas intermediárias sem as quais o alcance dos objetivos será quase impossível.

iv. Liste as suas estratégias - As estratégias são aplicadas, quando encontradas situações não ideais ou que indiquem inviabilidades. As estratégias permitem que o objetivo seja alcançado por meios distintos.

v. Lembre-se de “repartir o pão” – Jesus, sendo Deus e humano aqui na terra, escolheu doze homens, aos quais chamou apóstolo, para auxiliarem no seu ministério aqui na terra. Vemos em João 4 quando Jesus e seus discípulos chegaram ao poço de Jacó, foram os discípulos buscar alimento enquanto o Mestre repousava um pouco. Na entrada triunfal em Jerusalém os discípulos buscam o jumentinho para que Jesus entrasse montado nele. Não existe um líder, sob a ótica humana, capaz de resolver tudo sozinho! É preciso “repartir o pão” ou se preferir as obrigações. Distribuía ações entre seus líderes para que todos cooperem com a obra de Deus e não fiques sobrecarregado.

9.2 Organizar: É a forma de coordenar todos os recursos da igreja, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido. Uma casa desorganizada jamais subsistirá nas mãos de um administrador (Lc 15.8). É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos racionalmente de tal forma harmonizados que possam funcionar como um todo. É comandar e determinar as providências, a fim de que toda a organização funcione de acordo com o planejado.

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9.3 Dirigir ou liderar: Forme líderes que administrem a igreja. Guardada as devidas proporções, é como um jogo de futebol, que em cada jogo (obstáculo) tenha que ser vencido para que se ganhe o campeonato (planejamento). Motivar e incentivar a equipe. Delegue autoridade e responsabilidade e cobre resultados. Elogie, premie, e comemore. Lidere a equipe motivada e satisfeita para que o time alcance os objetivos. O trabalho em equipe é que leva a igreja a ter sucesso, pois acabou a era do “eu sozinho”. Na administração participativa as equipes envolvidas nos processos eleitos para se atingir os objetivos do planejamento buscam juntas as soluções. 9.4 Controle ou Coordenação: O que não é medido é difícil de ser avaliado. O que não é cobrado não é feito. Controlar ou coordenar é manter o organismo em funcionamento homogêneo e integrado em suas diversas atividades. É proporcionar o desenvolvimento de cada órgão, procurando manter o equilíbrio do sistema operacional. Dessa forma, evitar-se-ão atritos, perda de tempo e complicações indesejáveis. Esta atividade é que nos permite dirigir e corrigir os trabalhos que não estão sendo feitos dentro do nosso planejamento. É avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado, estabelecendo os critérios pelos quais se avalizarão os métodos e os resultados. Com o controle, o líder pode premiar as equipes que atingirem os objetivos. 10 QUALIDADES NO EXERCÍCIO DA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA Todos nós temos alguma capacidade de liderança e exercemos algum tipo de influência. Mas nem todos têm perfil para o exercício da liderança formal. Em se tratando da liderança eclesiástica, aí o funil se torna mais estreito. Em primeiro lugar, descobre-se em Efésios 4.11-16 que Deus é quem estabelece a liderança eclesiástica – não o homem. Em segundo lugar, as qualificações de 1Tm 3.1-7 para os líderes exigem um elevado padrão de excelência. A sua forma de conduta tem de estar acima da média. Tudo o que os bons livros de liderança propõem para os bons líderes encontra-se na Bíblia. Eles apenas traduzem em linguagem contemporânea aquilo que já está descrito na Palavra de Deus. Vejamos algumas qualificações da liderança eclesiástica: 1) Convicção – É preciso acreditar naquilo que prega. 2) Caráter – (Diferença entre temperamento, caráter e reputação). 3) Poder de agregação – Em sentido figurado, o líder é um “vendedor” de idéias. 4) Poder de articulação – Uma idéia só terá funcionalidade se o grupo estiver articulado para esse fim. 5) Clareza de propósitos – “De onde eu vim, o que eu estou fazendo aqui e para onde eu vou”. 6) Visão da coletividade – Em outras palavras, conhecer os seus liderados. 7) Capacidade de ser igual – O líder não está acima, ele é um com os demais. A única coisa que o distingue é o fato de ser um ponto de aglutinação. Ele não faz todas as tarefas sozinho. 8) Capacidade de ser imitado – Ele é um exemplo para os que o cercam. 9) Capacidade estratégica – As estratégias são vitais para o exercício da liderança. 10) Capacidade de ouvir – Quem pouco ouve, muito erra. 11) Capacidade de dialogar – O diálogo esclarece e unifica a linguagem. 12) Capacidade de decidir – Há tempo para todas as coisas, inclusive para decidir.

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11 A MÁ ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 11.1 CAUSAS DE UMA MÁ ADMINISTRAÇÃO Está diretamente relacionada com o seu líder. Dentre muitas causas existentes, apontaremos apenas duas: 11.1.1 Líder exclusivista – "Por que te assentas só?" (v 14) A pergunta feita pelo sogro de Moisés é óbvia: a) Moisés andava tão ocupado que não tinha tempo nem para a sua família que deixara aos cuidados do sogro (Ex 18.1-7); b) No meio de uma congregação de milhares de homens capacitados, Moisés assentou-se só para resolver todas as questões. (Ex 18.14); c) Filas enormes (como as que temos visto nas repartições públicas), e o povo sem atendimento. (Ex 18.13) Moisés era exclusivista. Achava ser o único que Deus podia usar. Era o único capaz. 11.1.2 Líder centralizador – "É porque este povo vem a mim para consultar a Deus". (v 15) Moisés era o culpado desta grande desordem e ineficiência no atendimento às pessoas, pois centralizou todas as causas, grandes e pequenas, em torno de si. "É porque este povo vem a mim." O povo não tinha outra alternativa. 11.2 EVIDÊNCIAS DE UMA MÁ ADMINISTRAÇÃO Muitas vezes criticamos o Governo pela má administração do país. Cobramos das repartições públicas, maior agilidade no atendimento. No entanto, nos esquecemos de melhorar nossa própria administração dentro das igrejas. Jetro pôde detectar a causa básica do problema na forma como Moisés conduzia a congregação: 11.2.1. Morosidade – "O povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde." (v 13) Por vezes temos tecido comentários a respeito deste ou daquele líder de igreja ou congregação dizendo: "É um obreiro muito esforçado. Veja como trabalha, não tem tempo nem para a sua família. Ele é um líder muito envolvido com a obra. Que dedicação." Mas a boa administração nos ensina que trabalhando menos, podemos produzir mais. Apesar de Moisés estar atolado no serviço e de não ter tempo nem para a família, o povo estava sem atendimento. Centenas de pessoas, com problemas urgentes, tinham que aguardar durante o dia todo, a sua vez de ser atendido. Com certeza, muitos casos graves eram adiados para o dia seguinte, ou quem sabe, semanas depois. Morosidade, lentidão, ineficiência no serviço, são indícios de uma má administração. 11.3 RESULTADOS DE UMA MÁ ADMINISTRAÇÃO 11.3.1 Sobrecarga – "Totalmente desfalecerás" (v 18) Os resultados são sempre os mais desastrosos possíveis: Irmãos que acabam indo para outra igreja, ou até mesmo se desviando, porque nunca foram visitados pelo pastor ou por um de seus representantes. Falta aconselhamento, as viúvas são desprezadas no ministério quotidiano (At 6.1). E apesar de tudo isto, o líder não tem tempo para descansar, está estressado, sua família não sabe o que é

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ter um pai e um esposo. A obra não cresce. Os problemas amontoam-se até explodirem em murmurações, contendas e divisões. Uma igreja nestas condições, não possui dinamismo e muitos dos seus líderes partiram cedo demais, porque contraíram doenças graves, resultantes deste "desfalecimento". 12 A BOA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA Ficamos impressionados quando lemos: "Vendo pois a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, e a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e os vestidos deles, e os seus copeiros..." (1Rs 10.4,5), mas esquecemos que podemos tirar deste texto um ótimo exemplo de administração. Salomão recebeu de Deus, sabedoria para conduzir (presidir, administrar) o povo de Israel, conforme pediu. (1Rs 3.9) Conhece-se um líder, se é bom administrador, observando a sua igreja. É importante que o líder saiba antes de tudo qual é o seu papel diante da igreja e quais são as suas atribuições. 12.1 O líder deve assumir a sua posição Por não saber administrar, por desconfiar da capacidade dos seus liderados, por falta de visão, por presunção, alguns líderes absorvem todo o trabalho da congregação, esquecendo-se das suas verdadeiras atribuições: a) Intercessor – "Sê tu pelo povo diante de Deus e leva tu as coisas a Deus." (v 19). É necessário ser homem de oração. Após tomar conhecimento dos problemas, levá-los a Deus. Seu tempo não deve ser gasto fazendo aquilo que outros podem fazê-lo. Seu tempo deve usado na oração intercessora e na meditação bíblica. (1Sm 12.23) b) Instrutor – "Faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer". (v 20). Jesus Cristo soube fazer bem esta distinção. Ele exigia dos discípulos que fizessem suas tarefas (Mc 6.37, 39-41), e deixassem com Ele, aquilo que outro não poderia fazer. (Mc 6.34,41a) Os apóstolos elegeram diáconos para fazerem o trabalho auxiliar, afim de que pudessem permanecer na oração e na ministração da palavra. (At 6.4) Jetro aconselhou Moisés a se libertar da carga excessiva e se ocupar em ensinar ao povo o caminho e mostrar (a cada um) o que deve fazer. A instrução religiosa e a doutrina bíblica são atribuições do líder. At 20.26-32; 2Tm 4.2. 12.2. O líder deve dividir a carga Ninguém é insubstituível. A obra não para quando seu líder morre. Logo Deus levanta outro para dar continuidade. A nossa capacidade vem de Deus, e Ele capacita a quem quer e como quer. O obreiro não é um super-homem. Ele tem necessidades como outro ser humano qualquer. Ele se cansa e precisa de momentos de descontração, e a única maneira de dirimir o problema sem prejudicar a obra, é repartindo com cada membro da igreja, uma parcela do trabalho a ser realizado. Deve-se tomar as seguintes providências: A) PROCURAR AUXILIARES NO MEIO DO POVO – "E TU, DENTRE O POVO, PROCURA HOMENS CAPAZES, TEMENTES A DEUS, HOMENS DE VERDADE, QUE ABORREÇAM A AVAREZA." (V 21) É papel do líder, procurar auxiliares para que o ajudem no desempenho da tarefa. Por isso ele precisa da visão celestial, a fim de reconhecer aqueles a quem Deus tem capacitado para a obra. Escolhendo as pessoas erradas, ele cairá no

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mesmo fracasso, pois nunca poderá contar com nenhum dos seus auxiliares, visto que não têm capacidade e não querem fazer nada. Esta é, sem dúvida, a explicação por que as igrejas estão cheias de "obreiros" infrutíferos. É importante frisar que os cooperadores devem ser procurados "dentre todo o povo". No seio da Igreja. Quais são as suas características, de acordo com Êxodo 18.21 e At 6.3? 1) – Capazes – Homens qualificados espiritualmente, dotados de capacidade de liderança e conhecimento das coisas de Deus. (2Tm 2.2) Por vezes imaginamos que esta capacidade esteja apenas no intelecto, ou seja, na formação teológica do obreiro, mas as qualidades a seguir nos mostrarão que um leigo pode ser capacitado pelo Senhor como foram Pedro e Tiago, sendo simples pescadores. No Antigo Testamento encontramos o exemplo de Amós, um vaqueiro sem formação intelectual, mas designado para profeta de Deus. (Am 1.1; 7.14,15) A nossa capacidade vem de Deus (2Co 3.4-6) 2) – Tementes a Deus – É uma grande virtude do líder ou cooperador, fazer tudo no temor de Deus. No Livro de Jó 28.28; está escrito: "E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento." Ninguém pode fazer um ministério profícuo sem reconhecer a santidade de Deus e procurar viver de acordo com ela. 3) – Verazes – Qualidade fundamental para o servo de Deus, especialmente para aquele que está imbuído na obra. Ser verdadeiro ainda que com prejuízo próprio e nunca faltar com a verdade é condição preponderante para o sucesso espiritual, pois a mentira é filha do diabo e não pode fazer parceria com os servos do Senhor. Haverá momentos em que impasses de grandes proporções só poderão ser resolvidos por homens capazes de dizer a verdade a qualquer preço. (Sl 15.1-4) 4) – Sem avareza – Em Ex 20.17, temos uma ordem de Deus contra a avareza, que esta não deve ser praticada pelo seu povo, especialmente por homens que têm compromisso com o seu serviço, pois o avarento nunca vai buscar o interesse da obra, ou de outro irmão e sim, o seu próprio. (Sl 15.5) Leia também (At 20.33-36) 5) – De boa reputação – Não sejam "mascarados" e que andem em dia com os seus negócios. Deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher, honesto. (1Tm 3.2,8) Alguém, que seja respeitado no seio da congregação. 6) – Cheios do Espírito Santo – Isto é mais que ser batizado com o Espírito Santo. É necessário demonstrar na vida prática, nas pregações, nas orações, na comunicação, no amor, no equilíbrio, resultados convincentes. (Gl 5.22-26) 7) – Cheio de sabedoria – Refere-se a sabedoria de Deus (1Co 1.18-31; 2.1-16), e não a sabedoria terrena, animal e diabólica (Tg 3.15). Isto não significa que devemos desprezar o conhecimento secular. 8) Legando autoridade – "Põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez". (v 21) A expressão: "Põe-nos sobre eles", equivale a dizer: "Dê-lhes autoridade sobre o povo". Qualquer um que tentar desenvolver alguma atividade na igreja, sem que seja primeiramente autorizado pelo líder, será tachado de presunçoso e atrevido. Será visto como alguém que quer passar "o carro na frente dos bois". Por isso é necessário que o líder autorize a tais cooperadores exercer cargos e atividades de liderança sobre outros. 9) Atribuindo responsabilidades – "Todo negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem". (v 22). Neste momento é importante lembrar da parábola dos talentos em Mateus 25.14,15, onde Jesus deixa claro que

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as pessoas chamadas tinham capacidades diferentes. Por isso, foram-lhes dadas atribuições diferenciadas. A um mais, a outro menos. O conselho de Jetro é coerente com este ensino de Jesus Cristo. Ele diz para Moisés distribuir cargos de lideranças de maneira diferenciada: "Maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez". Em tudo que foi dito, o mais importante é lembrar que administrar bem, é repartir a carga com outros cooperadores, de maneira que a obra seja realizada satisfatoriamente. Vejamos o conceito de alguns personagens bíblicos, em relação à obra de Deus: a) Jetro – "Negócio mui difícil" (Ex 18.18); b) Neemias – "Uma grande obra". (Ne 6.3); c) Apóstolos – "Importante negócio". (At 6.3); d) Paulo – "Excelente obra". (1Tm 3.1). 12.3 RESULTADOS DE UMA BOA ADMINISTRAÇÃO São inúmeros os resultados benéficos, emergentes de uma boa administração. Além de promover maior dinamismo na obra, os membros se sentem mais confiantes na liderança, pois vêem suas reivindicações atendidas no tempo certo. E por último: a)O líder fica mais aliviado – "A ti mesmo te aliviarás da carga". (v 22) - Um líder aliviado das pressões dos grandes problemas, que são comuns às grandes obras, tem mais tempo para refletir, para orar, para meditar na palavra de Deus, conseqüentemente, melhorará as suas pregações e os seus ensinos bíblicos, acarretando em maior aprendizado para todos. Os grandes problemas serão trazidos pelos cooperadores ao líder e os problemas menores eles mesmos solucionarão. b)Os liderados tornam-se mais participantes – "Eles a levarão contigo". (v 22) - "A união faz a força". Três pedreiros trabalhando juntos levantarão com maior eficiência, menos esforço e em tampo mais reduzido uma casa, do que um só pedreiro, por mais habilidoso e capaz que seja. Uma igreja bem administrada torna-se uma igreja operosa (1Ts 1.3), pois todos têm a oportunidade de participar. O dinamismo e o sucesso são garantidos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Igreja, em sua concepção divina, rege-se pelos princípios maiores das Escrituras Sagradas. Em sua caminhada terrena, como comunidade local, submete-se às leis para que o seu funcionamento seja legitimamente reconhecido. Todavia, sempre que houver colisão entre as leis humanas e as leis de Deus estas continuarão sendo o nosso padrão absoluto de referência para o nosso viver eclesiástico. Esperamos que esta introdução ao assunto da Administração Eclesiástica possa atender as necessidades imediatas de instrução e adestramento dos participantes deste curso.

“Liderar, servir, amar o próximo, este é um princípio

bíblico. A pessoa apropriada para assumir a liderança

manifesta seu amor agindo, naturalmente, como

facilitadora do processo de comprometimento e

cumprimento com e da missão. Em outras palavras:

não visa apenas aos resultados. O foco do líder deve

estar nas pessoas que fazem o resultado acontecer, os

membros. Todo líder deve refletir: “A quem sirvo?”e

“Com que objetivo?”. Observe o exemplo do maior

líder de todas as épocas, Cristo Jesus. Faça d’Ele o

seu modelo e permita que Sua Palavra norteie sua

vida, missão, administração/liderança e tudo o mais.”

LEMBRE-SE:

“CONHECIMENTO É A CAPACIDADE DE TRANSFORMAR

INFORMAÇÃO EM ESTRATÉGIA”.

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