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AERO ESPAÇ Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA N O T Í C I A S - A n o 3 - n º 1 6 CHECK-IN DO AEROPORTO INTERNACIONAL TOM JOBIM - RJ

Aeroespaço 16

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Page 1: Aeroespaço 16

AERO

ESPAÇ

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

NO

TÍC

IAS - Ano 3 - n º 1 6

CHECK-IN DO AEROPORTO INTERNACIONAL TOM JOBIM - RJ

Page 2: Aeroespaço 16

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA,produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso VilarinhoAssessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)Telma Penteado (RJ 22794-JP)Diagramação & Capa:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)Fotografia:Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Home page: www.decea.gov.br - Intraer: www.decea.intraerE-mail: [email protected] ou [email protected]ço: Av. General Justo, 160 - Centro - 20021-130Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6585 - Fax: (21) 2262-1691Editado em maio/2006

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião do DECEA.

Tive uma grata surpresa ao ver no Saguão de Congonhas, na “Semana da Asa” - outubro/2005, uma demonstração real de como funciona a delicada missão de controle do nosso Espaço Aéreo. Fiquei fascinado pela tela imensa, onde pude observar tantos sinais, códigos e a intensa movimentação de nossas máquinas do ar. Tirei dúvidas, fiz perguntas, aprendi muito graças à boa vontade, educação e competência dos atenciosos e incansáveis monitores frente às “constelações flutuantes” das descendências de Santos-Dumont e ainda recebi um excelente e bem elaborado prospecto: “Você vai voar?” (algumas fases de um vôo).

Saí dessa valiosa exposição mais informado, confiante e, acima de tudo, ciente de que temos em nossa defesa elementos de extrema competência, dedicação e responsabilidade, abnegados e de verdadeira consciência profissional, o que faz nossa Aeronáutica respeitada em todo o mundo.

No início de fevereiro, fui à recepção do SRPV-SP tentar mais um exemplar do meu manual/cartão de embarque “Você vai voar?”. Chamou-me a atenção o modo atencioso como o militar atendente me recebeu: ouviu minha solicitação com extrema presteza e retornou rápido com o prospecto e as edições 13 e 14 desse excelente informativo Aeroespaço. Fiquei ainda mais bem informado e admirado com detalhes importantes, ações decisivas, eventos, inovações e atualizações tecnológicas, seriedade e grande competência desse soberano universo de nossa segurança aérea, onde batalham tantos Lacyrs e Flávios, desconhecidos dos milhões de leigos protegidos e assegurados.

Com profunda admiração, respeito e gratidão, parabenizo a todos pela nobre opção profissional de proteger vidas, confessando-me mais tranqüilo, seguro e confiante em próximas decolagens até a “parada total dos reatores”.

Parabenizo a todos os responsáveis pela alta qualidade e rico teor desse importante informativo Aeroespaço.

Sebastião da Silva Sales

Gostaria de parabenizar a equipe da ASCOM pelas excelentes matérias publicadas na revista Aeroespaço. A referida revista tem sido uma excelente ferramenta para divulgação dos eventos, missões e trabalhos desenvolvidos nas diversas Organizações Militares subordinadas ao DECEA. Gostaria, ainda, de informar uma situação extraída do Regulamento do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, ROCA 21-62, que estabelece a função de Chefe para os DTCEAs subordinados a CINDACTAs. Exemplo: Ten Adjailson assume a Chefia do DTCEA de Sinop.

Marcelo Braga LINHARES - Ten Esp MetChefe da Secretaria do Comando e da Comunicação Social do CINDACTA IV

Cartas dos Leitores

Editorial

Página 2• Índice / Expediente / Cartas dos LeitoresPágina 3• Editorial / Nossa CapaPáginas 4 e 5 • DECEA realiza evento histórico: passagem quádrupla de Comando

Página 6

• Artigo: Oficiais Especialistas - Que confusão é esta? Página 7• CERNAI tem novo Presidente Página 8• Atividades da EOM têm início no ICEA• Esquadrões Aranha e Profeta têm novos Comandantes• CCA-SJ implementa ILS em simuladores de vôoPágina 9• 18º aniversário do CINDACTA III é comemorado no Dia Meteorológico Mundial Página 10• Artigo: Segurança das Informações - Implantando Sistemas de Tecnologia da Informação

na InternetPágina 11• SDTI promove Workshop de Segurança em Sistemas de Tecnologia da InformaçãoPágina 12 • CCA-SJ comemora 16º aniversário• Oficiais da África do Sul visitam o ICEA• ICA promove palestra de conscientização sobre doação de medula ósseaPágina 13• Laboratório de Análises Clínicas do CINDACTA II recebe Certificado de Qualidade• Curso de Operador de Comunicações Aeronáuticas é iniciado no 1º/1º GCC• RECOSCEA I/2006 - DECEA reúne sua liderança no PAMEPáginas 14, 15, 16 e 17• Seção: Eu não sabia - A Tecnologia da Informação na FAB Páginas 18 e 19• Seção: Quem é? - 3S Reginaldo Páginas 20 e 21• Artigo: Cem anos de vitórias brasileirasPáginas 22 e 23• Seção: Conhecendo o DTCEA - Santa Cruz - RJPágina 24• 1º GCC reúne Comandantes de seus Esquadrões• DTCEA-BE promove encontro com militares da Guarnição de BelémPágina 25• CINDACTA IV recebe visita de delegação do Estado-Maior de Defesa do Paquistão e

comitiva do Colégio Interamericano de Defesa• Militar do CINDACTA III do Corpo Feminino alcança marca inédita no teste de aptidão físicaPágina 26• Qualidade na coordenação e pronta resposta do Sistema SAR Aeronáutico Brasileiro: bons

resultados em Operação SARPágina 27• 1ª Jornada de Meteorologia Aeronáutica - Parceria do DTCEA-GL & INFRAERO• CINDACTA I comemora Dia Meteorológico Mundial• A comemoração dos 18 anos do DTCEA-Tanabi

Índice

Nossa Capa

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Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso VilarinhoDiretor-Geral do DECEA

Editorial

CHECK-IN DO AEROPORTO INTERNACIONAL TOM JOBIM/RJMuito embora façamos parte - para a maioria dos usuários do transporte aéreo - de

um universo de coisas intangíveis (aquilo que não se pode tocar), é para eles que o nosso trabalho é feito.

Quando se inicia uma viagem de avião e fazemos o check-in, estamos, na verdade, acionando e mobilizando um sem número de tarefas conseqüentes e um enorme efetivo de pessoas destinadas a fazer o vôo transcorrer com segurança e rapidez.

Entre esses, estamos nós do SISCEAB e o fazemos com profissionalismo, entusiasmo e alegria.

Decidimos, assim, colocar em nossa capa uma imagem de um check-in onde o usuário é a grande estrela e nossa maior motivação.

Superamos, ainda há pouco, as transições de Comando dentro do DECEA, uma dinâmica que sempre impõe e incorpora adaptações, tanto para quem comanda como para quem é comandado. Seja como for, o DECEA segue sua marcha, mantendo o

ritmo de suas realizações cotidianas, até porque é aí, exatamente, onde reside nossa força, o trabalho sem tréguas.

Nesta edição da nossa revista, o leitor vai observar uma quantidade maior de matérias enfocando a área de Tecnologia da Informação (TI), um setor que mais recentemente passou a fazer parte do nosso cardápio de operacionalidades, passando o DECEA a ser o órgão central de Tecnologia da Informação no COMAER. Não há, no entanto, nenhum motivo particular para esta maior visibilidade da TI em nossa publicação. A AEROESPAÇO tem como um de seus objetivos noticiar o que ocorre no Sistema e os eventos de TI são o resultado natural de sua permeabilidade dentro de nossa estrutura que, em sendo assim, transformam-se em notícia.

Iniciamos recentemente as visitas de inspeção em nossos órgãos regionais e vamos pouco a pouco fazendo os ajustes que, no interesse do apuro operacional, se apresentem como necessários.

Nada mais restaria a dizer ao leitor que não fosse desfrutar da leitura da AEROESPAÇO NOTÍCIAS nº 16, preparada para informá-lo e entretê-lo.

NOTAS DA REDAÇÃO: ERRAMOS na edição 15, quando publicamos que o Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho presidiu a cerimônia de Passagem de Comando do CINDACTA II. Na verdade, o Diretor-Geral do DECEA esteve representado pelo Brig Ar Pohlmann, que externou a mensagem do Ten Brig Vilarinho aos presentes durante o evento.Esclarecemos, ainda, que, diferentemente do que foi divulgado na matéria “Novos Comandantes e Chefes” (pág 4) da AE 15, as datas publicadas como sendo de início da carreira militar dos oficiais correspondem às suas promoções ao posto de Aspirante. Confira as datas corretas a seguir: Cel Av Lúcio Nei Rivera (Praça de 03 de março de 1975, declarado Aspirante em 10 de dezembro de 1981); Cel Av Ayrton José Schultze (Praça de 10 de fevereiro de 1978, declarado Aspirante em 10 de dezembro de 1981); Ten Cel Av José Alves Candez Neto (Praça de 08 de março de 1976, declarado Aspirante em 10 de dezembro de 1982); Cel Av Eduardo Carcavallo Filho (Praça de 08 de março de 1976, declarado Aspirante em 09 de dezembro de 1982); Ten Cel Int Tomaz Gustavo Maciel de Lima (Praça de 08 de março de 1976, declarado Aspirante em 10 de dezembro de 1981); e Cel Av Ramão Galvarros Bueno (Praça de 05 de fevereiro de 1979, declarado Aspirante em 10 de dezembro de 1982).

Nossa Capa

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4AEROESPAÇO

DECEA realiza evento histórico:passagem quádrupla de ComandoNo dia 28 de março, o DECEA rea-

lizou, no Clube da Aeronáutica do Rio de Janeiro, um evento para ficar não só na memória daqueles que lá esti-veram, como também na história do SISCEAB.

Permeados por discursos tocantes, repletos de curiosidades e ineditismos, foram passados os seguintes cargos:

O Brig Ar Alvaro Luiz Pinheiro da Costa entregou o cargo de Presidente da Comissão de Implantação do Sis-tema de Controle do Espaço Aéreo e da Comissão para Coordenação do

Sistema de Vigilância da Amazônia (CISCEA/CCSIVAM) para o Brig Ar José Roberto Machado e Silva.

O Brig Pinheiro assumiu a Chefia do Subdepartamento Técnico (SDTE) do DECEA (antigo SDLO – Subdeparta-mento de Logística), transmitido pelo Brig Eng Rogério Ribeiro Machado.

A Vice-Diretoria (antiga Vice-Direto-ria Executiva e de Planejamento) do DECEA foi transmitida pelo Maj Brig Ar Luiz Paulo Moraes da Silveira ao Brig Ar Ailton dos Santos Pohlmann, que, por sua vez, transmitiu a Chefia

do Subdepartamento de Operações (SDOP) ao Brig Ar Ricardo da Silva Servan.

O primeiro discurso do evento foi proferido pelo Brig Eng Rogério, que, falando de improviso, tocou a todos com a emoção que sentiu e fez trans-parecer ao agradecer não aos Co-mandantes, pares e subordinados, mas, sim, a seus amigos de jornada. Brigadeiro Rogério, que ingressou na FAB em 1968 e agora está deixando o serviço ativo da Força Aérea Brasilei-ra, pontuou que não iria falar de gra-

Brig Pohlmann (à direita) assumiu a Vice-Direção do DECEA Ten Brig Vilarinho cumprimenta o Brig Pinheiro (novo SDLO)

Brig Servan (à direita), novo SDOP, recebe cumprimentos do DGCEA Brig Roberto (à direita) é o novo Presidente da CISCEA

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tidão por todos que o apoiaram, uma vez que ele mesmo é a figura que sim-boliza esta gratidão.

O Maj Brig Ar Silveira, que ingressou na FAB em 64 e também está deixan-do o serviço ativo, disse que “a vida, verdadeiramente, é feita de momentos e, alguns deles, inesquecíveis, porque, únicos, não se reproduzem”.

Prosseguindo, declarou: “vivo neste instante um desses momentos. Estou na iminência de deixar o serviço ativo da Força Aérea Brasileira e do Co-mando da Aeronáutica, após 41 anos de serviços prestados e, para a minha felicidade, este momento ocorre exatamente na organização para a qual e na qual dediquei a maior parcela da mi-nha carreira – o Sistema de Con-trole do Espaço Aéreo”.

Ao longo de suas palavras, metaforizou sua jornada tal qual um vôo. E, fina-lizando o discur-so, disse: “o vôo se encerra aqui neste ato solene e minhas últimas palavras seriam dirigidas a meus companheiros do DECEA, profis-sionais do mais alto gabarito que conduzem com critério e competência esta atividade complexa e plural, tão necessária e importante à vida social, econômica e política do Brasil. Sinto-me orgulhoso de ter feito parte des-ta equipe e feliz por te-los tido como companheiros de jornada”.

Por último, foi a vez do Diretor-Geral do DECEA, Ten Brig Ar Paulo Rober-to Cardoso Vilarinho – que presidiu a cerimônia – proferir suas palavras de agradecimento e apoio aos militares que assumiram postos e aos Brigadei-ros que deixam o serviço ativo.

Após as menções aos Brigadei-ros que assumiram novos cargos, o DGCEA dirigiu-se aos Maj Brig Ar

Silveira e Brig Eng Rogério, decla-rando que a cerimônia que marcava a transmissão de seus cargos dentro do DECEA (a Vice-Direção Executiva e o Subdepartamento de Logística, respectivamente), incluía, para cada um deles, praticamente, o último ato oficial de suas carreiras na FAB.

Ao falar dos serviços prestados pelo Brig Eng Rogério, ressaltou que ele foi “pioneiro na área de computação, ten-do seu nome permanentemente ligado à história do desenvolvimento desta importantíssima atividade no Coman-do da Aeronáutica”.

Num momento de descontração, o Diretor-Geral revelou mais um pionei-rismo, desta vez bem curioso: o do Brig Eng Rogério “ter sido o primeiro bebê a nascer no Hospital Central da Aeronáutica (HCA) que chegou ao generalato na FAB”. Mais adiante, ratificou o seu senso de responsabi-lidade e entrega pessoal, lembrando que, “tendo passado para a reserva, por duas vezes, voluntariamente, vol-tou ao nosso convívio, entendido que foi como necessário e importante para o Sistema e, em todas essas opor-tunidades, sua gestualística moral e profissional permaneceu inalterada,

numa demonstração cabal e precisa de firmeza de caráter, sobriedade e desprendimento”.

Homenageando o Maj Brig Silveira, o DGCEA abriu seu discurso declaran-do: “ocorreu-me pensar que por muito pouco não o perdemos para o Clube Atlético Mineiro. Aprovado em um tes-te no juvenil do Atlético, se não tives-se desistido, talvez tivesse chegado à Seleção Brasileira como lateral direito ou meio de campo e hoje, quem sabe, não seria treinador de futebol”.

Mais adiante, prosseguiu: “filho de Paulo Siqueira da Silveira, con-trolador de vôo civil da então Di-retoria de Rotas Aéreas (DR), fiel às suas origens e recordando-se de episódios de sua infância, você incentivou a ree-dição da área de Apoio ao Homem da extinta DR, criando a Divisão que recebeu o mesmo nome e que tantos bene-fícios tem trazido à nossa gente. Maj Brig Ar Silvei-

ra, em meu nome, da FAB, do Coman-do da Aeronáutica e do Brasil, agrade-cemos por seus valorosos serviços à nossa Pátria e desejamos que seus horizontes sejam sempre azuis e infi-nitos no vôo da tranqüilidade que você conquistou com louvor e que tanto me-rece, associando-nos a esta indizível alegria que deve estar assomando-se ao seu coração neste instante – ale-gria do cumprimento da missão”.

O evento contou com a presença do Ministro do Superior Tribunal Militar, Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencas-tre, de civis e militares do DECEA, de parentes e demais convidados.

5AEROESPAÇO

Maj Brig Ar Silveira (à esquerda) e Brig Eng Rogério (à direita) em seus discursos de despedida

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6AEROESPAÇO

O PDE é o documento básico, que define as atri-buições dos integrantes de cada Quadro de Oficiais e Graduados e é utilizado para se iniciar o processo de montagem de um curso de formação para profissionais destinados a exercer atividades nas mais diversas Orga-nizações do Comando da Aeronáutica (COMAER). Assim, a partir deste documento, elabora-se um Cur-rículo Mínimo (CM) para formação de Oficiais do Quadro de Aviadores, Intendentes, Especialistas etc.

Este documento básico poderá, também, ser mui-to útil para uma Organização Militar (OM) pois, de posse deste documento (PDE), o Comandante desta OM, poderá direcionar os recursos humanos, coloca-dos à sua disposição, aos setores da Organização que melhor se adeqüem àquele profissional.

Muito pode-se escrever a respeito dos diversos Qua-dros de Oficiais e Graduados, da ativa, pertencentes ao COMAER. No entanto, neste artigo, a intenção é abordar diferenças existentes entre os Padrões de Desempenho dos Quadros de Oficiais Especialistas da Aeronáutica (QOEA) e os Quadros de Oficiais Es-pecialistas em Comunicações (QOECOM), Tráfego Aéreo (QOECTA), Meteorologia (QOEMET), Avi-ões (QOEAV), Fotografia (QOEFOT), Armamento (QOEARM) e Suprimento Técnico (QOESUP).

Assim, visando esclarecer dúvidas referentes ao en-tendimento das atividades atribuídas a estes Quadros, será abordará, inicialmente, a forma como os gradu-ados do COMAER são selecionados para ingresso no Estágio de Adaptação de Oficiais da Aeronáutica (EAOF) destinado à adaptação de graduados que irão compor o QOEA, importante Quadro para as neces-

sidades administrativas do COMAER.Primeiramente, é importante salientar que o PDE

do QOEA é, na sua essência, diferente do PDE dos demais Quadros de Especialistas, abordados anterior-mente, com atribuições bem definidas.

No entanto, na prática, há uma certa confusão, quando vistos pelos integrantes dos demais Quadros, ocasionando, por vezes, uma utilização inadequada destes recursos humanos. Se analisarmos o PDE do QOEA, verificaremos que suas atribuições são, na verdade, todas de cunho administrativo, não havendo, praticamente, nenhuma atribuição de cunho especia-lizado ou seja, são atribuições que o habilitam a traba-lhar em qualquer setor administrativo de uma OM, independente da sua especialidade de origem como graduado, ao contrário do PDE dos demais Quadros de Especialistas, citados no início, os quais estão, pri-mordialmente, com atribuições técnicas gerenciais bem definidas.

Embora os integrantes do QOEA, QOECOM, QOECTA, QOEMET, QOEARM, QOEAV, QOEFOT e QOESUP tenham origens no Quadro de Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, suas atri-buições como Oficiais serão bem diferentes, conforme contido no PDE de cada Quadro.

Antes mesmo de realizarem os Cursos de Formação para ingresso no primeiro posto do Oficialato, o pro-cesso seletivo é diferente.

Algumas das exigências para o graduado candida-tar-se ao Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), realizado no Centro de Instrução e Adaptação da Ae-ronáutica (CIAAR), são as seguintes:

a) ser Suboficial ou 1º Sargento do grupamento básico ou de serviços;

b) possuir o curso médio completo;c) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Sargen-

tos (CAS); ed) submeter-se a exame de escolaridade (Português

e Regulamentos) e de especialidade.É importante comentar, neste momento, que estes

candidatos são selecionados por especialidade como graduado, atualmente em número de 28 (vinte e oito).

Após selecionado, o candidato realizará o EAOF em 15 (quinze) semanas, após o qual será nomeado Segundo Tenente.

Algumas das exigências para o graduado candida-tar-se ao Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE), também realizado no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), são as seguintes:

a) pertencer ao Corpo de Graduados da Aeronáuti-ca, do Grupamento básico;

b) possuir, no mínimo, 05 (cinco) anos de serviço como graduado;

c) possuir o curso superior completo; ed) submeter-se à exame de escolaridade e de espe-

cialidade.Após selecionado, o candidato realizará o CFOE

em 45 (quarenta e cinco) semanas, após o qual será nomeado Segundo Tenente.

Também é importante comentar, neste momento, que estes candidatos são selecionados por grupos de es-pecialidades de graduados, por exemplo: QOECOM (BET, BCO e BEI).

OFICIAIS ESPECIALISTASQue

confusãoé esta?

Sabe-se que o efetivo de Oficiais pertencentes ao Comando da Aeronáutica (COMAER) é composto de vários Quadros de Oficiais e Graduados que obedecem a padrões contidos em documentos elaborados pelo Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), denominados de “Padrão de Desempenho de Especialidade” (PDE).

Ten Cel Esp COM José Francisco de CAMPOS Filho É coordenador e instrutor da área especializada do Curso de Oficiais Especialistas em Comunicações (CFOECOM), tendo participado como

Presidente de Bancas Examinadoras para ingresso no CFOECOM e do Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), em vários concursos

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7AEROESPAÇO

Muito há o que se fazer para otimizar a utilização dos recursos humanos formados e colocados à disposição do COMAER, no entanto, voltando ao Quadro de Oficiais Especialistas da Aero-náutica (QOEA), pergunta-se:

Qual o motivo de se cobrar, na seleção, o exame de conhecimentos especializados, uma vez que essa cobrança é relativa a documentos didáticos utilizados para alunos graduados?

Na realidade, na prática, este Oficial não irá, necessariamente, exercer funções técnicas no verdadeiro sentido da atividade técnica, normalmente exercida pelos graduados, ou seja, este profissional não é mais graduado.

A seguir, alguns exemplos:1 - Um Oficial deste Quadro oriundo da especialidade de Meteorologia (QSS BAS MET)

poderá ser previsor ?Resposta: NÃO.2 - Um Oficial deste mesmo Quadro oriundo da especialidade de Controle de Tráfego Aéreo

(QSS BAS CTA) irá elaborar Procedimentos de Tráfego Aéreo?Resposta: NÃO.3 – Os Oficiais (citados nos dois exemplos anteriores) irão trabalhar em escala de serviço,

fazendo observações meteorológicas ou como controlador de tráfego aéreo ?Resposta: NÃO.As respostas negativas às perguntas efetuadas baseiam-se na comparação entre os PDEs de

cada Quadro de Oficiais citados. Assim, é importante observar que estes Oficiais poderão vir a exercer atividades administrativas dentro ou fora de sua especialidade de origem, trazendo um grande benefício para o COMAER. Isso não impede que o Oficial do QOEA exerça funções dentro de sua especialidade. A Administração decidirá qual o melhor setor para que este profis-sional exerça suas funções. Vai depender das necessidades administrativas do Comandante que o estiver recebendo.

Assim, acredita-se que o PDE é um documento que servirá como um importante auxílio para a Administração, no que toca a alocação deste profissional.

Por analogia, essa premissa poderá ser extrapolada para todas as outras especialidades do QOEA, salvo melhor juízo da autoridade competente.

Considerando o exposto, seria interessante atentar para a possibilidade de se rever o critério de seleção para ingresso no QOEA por especialidade, modificando-o para seleção dentro do Corpo de Graduados, independente da especialidade, ou seja, ao invés de distribuir 100 (cem) vagas, fracionando-a por especialidade de graduado, alocar as 100 (cem) vagas para todos os candidatos, independente de especialidade. Assim, este graduado selecionado, seja ele da especialidade que for, ao realizar o EAOF, ao ser nomeado Segundo Tenente e ao se apresentar na OM na qual foi classificado, esteja à disposição para exercer qualquer atividade, a critério do Comandante.

Mas como? Ora, o Comandante poderá até designá-lo para exercer atividades em um setor de trabalho, afeto à sua especialidade de origem ou para uma área administrativa carente de recursos humanos. Alguns diriam: “só vão passar no concurso graduados da especialidade de Administra-ção (SAD)”. Não necessariamente.

Poderão ser adotados, na seleção, critérios para que isso não aconteça, por exemplo: cobrar, no concurso, as disciplinas de Português e de Regulamentos Disciplinares e Administrativos com pesos diferenciados, eliminando-se a especialidade.

Para este Quadro, na minha opinião, o conhecimento da especialidade (já que os candidatos são Suboficiais e Primeiros Sargentos e que o exame de especialidade é baseado em conhecimen-tos adquiridos durante sua formação na Escola de Especialistas da Aeronáutica) está na experiên-cia adquirida ao longo de anos de serviço.

Atualmente, algumas especialidades são contempladas com 01, 02 ou 03, outras com 20, 30 ou 40 vagas, ocasionando insatisfação no Corpo de Graduados, sabendo-se que, na prática, nem todos, como Oficiais, irão exercer funções dentro da sua especialidade de origem enquanto graduado.

A adoção dessas medidas, unificando as vagas, proporcionaria aos graduados igualdade nas chances de ascensão ao oficialato, o que traria uma maior satisfação e motivação àqueles mili-tares.

Um candidato (oriundo de uma especialidade que possua somente uma vaga) concorrendo com outros 100 (cem) candidatos teria que ser o primeiro colocado, tarefa considerada quase impossível, no entender deste candidato.

Digamos que, neste exemplo, o 2º colocado tenha conseguido um grau 9,5 (nove vírgula cinco), contudo estaria eliminado. Ao passo que um candidato de outra especialidade con-correndo para 30 (trinta) vagas com 200 (duzentos) candidatos, ao conseguir grau 6,5 (seis vírgula cinco), por exemplo, e classificado em 30º (trigésimo) lugar, seria selecionado.

Pergunta: este é melhor Oficial que o do primeiro exemplo, para exercer as atividades administrativas, comentadas anteriormente, e necessárias à Organização?

É para se pensar. Certamente, é uma indagação que ocupa as mentes dos integrantes das mais diversas Organizações do COMAER. Finalmente, acredita-se que o enfoque do tema abordado, tenha contribuído para o entendimento das atribuições de cada Quadro de Oficiais, objeto deste artigo.

CERNAItem novo

PresidenteA Comissão de

Estudos Relativos à Navegação Aérea In-ternacional (CERNAI) celebrou, no dia 03 de abril, às 16h, no Salão Nobre do Pré-dio do COMAER no Rio de Janeiro, a Passagem de Co-mando do Presidente e a despedida do Brig Ar Eliezer Negri, que deixa o serviço ativo da Força Aérea Brasileira, após 38 anos.

Em cerimônia presidida pelo Diretor-Geral do De-partamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, o Brig Ar Negri transmitiu o cargo de Presidente da CERNAI ao Brig Ar Rafael Rodrigues Filho.

As palavras de despedida do Brig Negri foram de agradecimento e apoio ao seu substituto, Brig Rodri-gues Filho, como declarou, “amigo de muitas jorna-das”.

Em seu discurso de felicitação ao Brig Ar Negri, o DGCEA ressaltou as passagens mais marcantes de sua carreira militar, enfatizando que a reputação por ele conquistada o qualificou para ser indicado a assumir a área internacional da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

O atual Presidente da CERNAI, Brig Ar Rodrigues Filho, ingressou na FAB em março de 1971 e atingiu o posto de Brigadeiro do Ar em novembro de 2005. É Piloto Operacional de Transporte de Tropa, tendo mais de cinco mil horas de vôo em sete diferentes tipos de aeronave. Foi condecorado com a Ordem do Mérito Aeronáutico – Grau de Oficial; Medalha Militar de Ouro; Medalha Mérito Santos-Dumont; Medalha da Vitória e Medalha Santos-Dumont do Governo do Estado de Minas Gerais.

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Atividades da EOM têm início no ICEANo dia 07 de março, teve início o Curso Teórico

de Controle de Tráfego Aéreo militar – OPM001, nas novas instalações da Subdivisão de Operações Milita-res (EOM) do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).

Uma nova fase na instrução para os cursos de Ope-rações Militares do DECEA, este curso é o primeiro de uma série de outros que a partir de agora serão ministra-dos nesta nova Unidade Escola, a EOM.

O primeiro curso do ano foi iniciado com as boas-vindas aos alunos CTAM, proferidas pelo Diretor do ICEA, Cel Av Pacheco, seguido pela apresentação da EOM, pelo Maj Av Bublitz, chefe da EOM, e por uma palestra proferida pelo Ten Cel Av Drummond, da AGINT-SP, e pelo Maj Av Nakamura, do Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER).

8AEROESPAÇO

Esquadrões Aranha e Profeta têm novos ComandantesFoi realizada no dia 11 de janeiro de 2006, na Base

Aérea de Canoas, a passagem de comando do Esqua-drão Aranha, o Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC).

No Esquadrão Aranha, o Maj Av Luiz Augusto Esteves Kubrak passou o comando ao seu Oficial de Operações, o Maj Av André Luís Maia Baruffaldi, que pertence ao efetivo do 2º/1º GCC desde 1999.

As autoridades e convidados puderam, ao final da cerimônia, visitar o novo shelter operacional, totalmen-te modernizado pelo PAME-RJ, que estava montado próximo ao local da formatura, junto ao Sistema Radar MARS-402, chamado de Pluto.

No Esquadrão Profeta, o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC), o Maj Av Ricardo José Freire de Campos passou o comando ao Maj Av José Augusto Peçanha Camilo, que pertencia ao efetivo do 1º GCC, no dia 26 de ja-neiro, na Base Aérea de Santa Cruz.

CCA-SJ implementa ILS em simuladores de vôoO Centro de Computação de Aeronáutica de São

José dos Campos (CCA-SJ) deu mais um importante passo na melhoria da qualidade do treinamento dos pilotos de caça da FAB ao implementar, no dia 2 de março, um ILS virtual nos simuladores de vôo da aero-nave A-29 instalado no Segundo Esquadrão do Quin-to Grupo de Aviação (2º/5º GAv), em Natal(RN).

Como o aeroporto de Natal ainda não dispõe deste

sistema, os pilotos poderão treinar os procedimentos de pouso por instrumento no simulador, com o auxí-lio do ILS, utilizando o aeroporto “virtual” de Natal, também desenvolvido pelo CCA-SJ no Simulador de vôo.

Com isso, vai ser reduzido o número de missões reais que o Esquadrão realizava para esse tipo de trei-namento, pois o 2º/5º GAv, normalmente, deslocava

suas equipagens até Recife, aeródromo mais próximo de Natal, com o Sistema ILS em operação, para treinar o uso do sistema.

Como conseqüência, além de haver uma dimi-nuição dos riscos inerentes a esse tipo de operação, o trabalho do CCA-SJ proporcionará uma significativa economia de recursos financeiros e horas de vôo ao 2º/5º GAv.

Em destaque, as boas-vindas do Cel Pacheco, Diretor do ICEA, aos alunos da CTAM.

Na foto menor, o Chefe da EOM, Maj Bublitz,apresenta o Maj Nakamura

Maj Camilo (à direita) assume o Comando do Esquadrão Profeta

Maj Baruffaldi (à esquerda) é o novoComandante do Esquadrão Aranha

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O dia 23 de março foi repleto de alegria e festa para o Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), quando foi comemorado o 18º aniversário de criação da OM e o Dia Meteorológico Mundial.

Para celebrar os 18 anos, foi realizada uma expo-sição estática no saguão do Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife (PE), inaugurada no dia 17. Uma console X-4000 também foi montada, per-mitindo que os visitantes conhecessem algumas das atividades realizadas no CINDACTA III.

Na manhã do dia 20, ainda em clima de celebra-ção, o Ministro do Superior Tribunal Militar, Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencastre, abriu o ciclo de palestras que tratou de temas relacionados à adminis-tração pública, com a presença das mais altas autori-dades jurídicas da região. As palestras incentivaram a cultura jurídica no efetivo do CINDACTA III, além de proporcionar uma interação entre o Centro e as Organizações do Judiciário no estado de Pernambu-co, tais como a Justiça Federal, o Tribunal Regional Federal, o Tribunal de Contas e a Advocacia-Geral da União. Outro tema igualmente abordado no evento foi a navegação aérea do futuro, contan-do com a participação de empresas especializadas como ATECH, Team Sistemas, Saipher ATC e a TAM linhas aéreas.

As comemorações foram encerradas com a solenidade militar alusiva ao 18º aniversário do CINDACTA III e Dia Meteorológico Mun-dial, presidida pelo Comandante do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), Maj Brig Ar Gilberto Antônio Saboya Burnier, que foi acompanhado pelo Brig Eng Rogério Ribei-ro Machado, então Chefe do Subdepartamento de Logística do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (SDLO – DECEA), que repre-sentou o Diretor-Geral, Ten Brig Ar Paulo Ro-berto Cardoso Vilarinho, e do Comandante do CINDACTA III, Ten Cel Av José Alves Candez Neto.

Logo no início da cerimônia, foi entregue ao De-putado Estadual Sérgio José Leite de Melo o título de “Amigo do CINDACTA III”, concedido por ter, no exercício de sua função parlamentar, enaltecido, em seção solene na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, a função do CINDACTA III de Coor-denação de Busca e Salvamento de Recife, destacan-do e valorizando sua missão de salvar vidas.

Prosseguindo as homenagens, foram apresentados os Operadores Meteorologistas Padrões de 2005. Fo-

ram eles: o 1S BMT André Luis da Silva Meireles (DTCEA-RF); o 2S BMT Cidney Silvestre da Silva, (Centro Meteorológico de Vigilância do Recife) e o 3S BMT João Luiz Miguel Elias Júnior (Rede de Es-tações Meteorológicas de Superfície).

Em seguida, foram entregues as Medalhas Milita-res. Receberam as de 30 anos de serviços prestados o Ten Cel Int Luiz Carlos Santos da Silveira e o Cap QOEA CTA Ivan França de Oliveira. Pelos vinte anos de serviços, foi homenageado o Maj Av Cesar

Faria Guimarães. Homenageado pelos mais de dez anos de serviço o 2S BCT Stênio José Cola-ço Barros, recebeu a medalha de bronze.

Foi lida, também, a Ordem do Dia do DGCEA, em homenagem ao Dia Meteorológi-co Mundial. Na sequência, a palavra foi pas-sada ao Comandante do CINDACTA III, Ten Cel Av Candez, que, para homenagear o 18º aniversário da OM, escolheu duas grandes per-sonalidades da história: Dom Felipe Camarão e Marechal do Ar Eduardo Gomes.

Abrindo seu discurso, o Ten Cel Candez fez um breve histórico de cada personalidade e jus-tificou a escolha dos dois heróis brasileiros: “o primeiro porque que deu sua vida para a garan-tia deste solo e o segundo, o orgulho da nossa profissão – para comemorarmos o nosso 18º

aniversário. Parabéns DECEA, que nasceu com um passado heróico. Parabéns ao CINDACTA III, por ter um berço de heróis. Um parabéns especial a você, meteorologista aeronáutico, ... pois desde os primór-dios da aviação, tem sido vital para a segurança das operações aéreas”.

Encerrando suas palavras, o Comandante con-cluiu: “meus amigos: ‘se há um desejo ardente e disposição para realizá-lo, o universo certamente irá conspirar a favor’. Senta a Pua! Brasil!”

9AEROESPAÇO

Uma exposição foi montada no aeroporto de Recife

O Ten Cel Candez, em seu discurso, parabenizou o CINDACTA III por ter um berço de heróis

18º aniversário do CINDACTA IIIé comemorado no

Dia Meteorológico Mundial

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Implantando Sistemasde Tecnologia daInformação naINTERNET

Os Novos DesafiosO ano de 2005, entre outras novidades, trouxe para os

profissionais do Sistema de Tecnologia da Informação (STI) que servem no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o desafio de disponibilizar, com segurança, infor-mações da área operacional na Internet. Sistemas de Infor-mação tais como o AIS-WEB, que oferece o acesso on line a Boletins de Informações Aeronáuticas, já em operação na INTRAER, deveriam permitir consultas de usuários conec-tados via Internet. Além disso, compromissos internacionais determinavam que informações da área SAR (de salvamen-to) armazenadas nos computadores do BRMCC (Centro de Controle de Missão Brasileiro - pertence ao sistema mundial para atividades de busca e salvamento, que utiliza informa-ções do sistema baseado em satélite COSPAS-SARSAT), no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), fossem compartilhadas com outros Centros do mesmo tipo localizados em outros países, utilizando como meio de comunicação a Internet. No-vamente, um dos requisitos essenciais para essa troca de informações seria a garantia de um nível adequado de segu-rança, apesar de a rede a ser utilizada, a Internet, ser reco-nhecidamente insegura e a principal porta de entrada para os ataques dos famosos hackers. Portanto, seria necessário estabelecer soluções técnicas que garantissem a segurança dessas informações disponibilizadas na Internet.

O Que é Segurança da Informação?O conceito de Segurança da Informação (SI) é bem amplo,

mas no nosso caso pode ser definida como a segurança das informações armazenadas nas bases de dados e nos pro-gramas que constituem os Sistemas de TI. Muitas vezes a SI é confundida com a Segurança das Comunicações, cujo responsável no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER) é o Centro de Instrução Especializada da Aero-náutica (CIAER), antiga Secretaria de Inteligência da Aero-náutica (SECINT). A SI também pode receber outras deno-

minações como, por exemplo, Segurança das Informações Digitais (terminologia utilizada pela Marinha do Brasil).

Os profissionais de SI procuram estabelecer procedimen-tos e soluções técnicas visando garantir níveis adequados de confidencialidade, de integridade e de disponibilidade das informações armazenadas nas bases de dados e nos pro-gramas que constituem os Sistemas de TI. Resumidamente, podemos dizer que SI significa garantir que as informações dos Sistemas de TI deverão estar corretas (integridade) e sem problemas de acesso (disponibilidade) para todos os usuários devidamente autorizados, sendo negado aos de-mais (confidencialidade).

O responsável pela SI no âmbito do COMAER é o DECEA, Órgão Central do Sistema de Tecnologia da Informação.

Figura 1 – Soluções Técnicas de SI

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Roberto de ALMEIDA Alves – Ten Cel EngChefe da Divisão de Infra-estrutura de Sistemas do Subdepartamento de Tecnologia da Informação do DECEA

Segurança das Informações

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Sistemas de TI SegurosComo garantir segurança para os sistemas de TI que dis-

ponibilizam informações da área operacional na Internet? A solução técnica concebida pelo SDTI envolveu o trabalho conjunto do Centro de Computação de Aeronáutica de Bra-sília (CCA-BR) e do CINDACTA I. Em ambos os sistemas, AIS-WEB e Informações do BRMCC, as bases de dados permaneceram instaladas em servidores localizados nas de-pendências do CINDACTA I e foram disponibilizadas na In-ternet utilizando o acesso seguro à Internet provido na área de Brasília pelo CCA-BR.

Os técnicos do CCA-BR e do CINDACTA I estabeleceram caminhos seguros no trecho da INTRAER que interliga as duas OM, utilizando o conceito de Virtual Private Network (VPN – Rede Privada Virtual), de modo a permitir que os da-dos dos sistemas pudessem trafegar, de modo seguro, des-de a base de dados no CINDACTA até a saída segura para a Internet no CCA. Uma VPN utiliza criptografia entre as extre-midades do canal de comunicação garantindo a integridade e a confidencialidade da informação que está trafegando.

Dessa forma, as informações aeronáuticas e as de busca e salvamento podem ser disponibilizadas via Internet sem que as respectivas bases de dados possam sofrer ataques de hackers e, ainda, mantendo o restante da INTRAER iso-lado do tráfego de dados desses sistemas.

Figura 2 - Estrutura de uma VPN

Um outro aspecto interessante é que, em ambos os ca-sos, foi possível manter as bases de dados dos sistemas no CINDACTA I, junto às equipes de técnicos que as mantém atualizadas.

Aplicações FuturasO mesmo tipo de solução pode ser utilizado em outros sis-

temas do DECEA que necessitem disponibilizar, de modo seguro, suas informações na Internet como, por exemplo, a Rede de Dados de Meteorologia (REDEMET), utilizando os recursos existentes no CCA-BR e no Centro de Computação de Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ).

11AEROESPAÇO

SDTI promove Workshop de Segurança em Sistemas de Tecnologia da Informação

No último dia 03 de abril, foi realizado o Workshop de Segurança em Sistemas de Tecnologia da Informação, promovido pelo Subdepartamento de Tecnologia da Infor-mação (SDTI) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

O objetivo do workshop foi conscientizar a todos sobre a importância da segurança em Sistemas de TI, enfatizan-do, por exemplo, a responsabilidade de cada usuário no acesso à Internet, os cuidados com a sua estação de tra-balho e com as informações (arquivos de computador) sob sua responsabilidade.

O evento, realizado no Auditório do Prédio SDTI, reuniu 60 participantes, representantes do setor de Tecnologia da Informação (TI) das Organizações Militares do COMAER sediadas no Rio de Janeiro e contou com a participação de empresas de reconhecida atuação na área de segu-rança da informações: Trend Micro, Safeboot do Brasil e CISCO Networks.

As palavras iniciais foram proferidas pelo Brig Eng Ro-berto Souza de Oliveira, Chefe do SubDepartamento de Tecnologia da Informação do DECEA e o encerramento pelo Ten Cel Eng Roberto de Almeida Alves, Chefe da Di-visão de Infra-Estrutura de Sistemas (D-IES) do SDTI.

Foram realizadas cinco palestras, com os respectivos te-mas: “Vírus, Trojan e outros Softwares Maliciosos” - Trend Micro; “Segurança das Aplicações” - Centro de Compu-tação Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ); “Mobilidade e Segurança” - Safeboot do Brasil; “Internet Segura no COMAER” - SDTI; e “Segurança em Rede Wi-reless” - CISCO Networks. Ao final, depois do intervalo da tarde, foram abertos os debates.

O conteúdo das palestras está disponível na Intraer do DECEA/SDTI: http://www.decea.intraer/SDTI/index.htm e há, ainda, um link para que os participantes – e so-mente eles – possam avaliar o workshop através de uma enquete.

Ten Cel Almeida (D-IES) enfatizou a responsabilidade do usuário no acesso à Internet

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O Centro de Computação da Ae-ronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) comemorou, no dia 13 de março, 16 anos de criação.

Um culto ecumênico, com a pre-sença do Major Capelão Luis Hideo Tajima e do Pastor Carlito Paes da Primeira Igreja Batista de São José dos Campos, deu início às festivi-dades.

Na solenidade militar, foram en-tregues as premiações para a equipe campeã do Torneio Interno de Fute-bol de Salão e para os três primeiros colocados na Instrução de Tiro. O Ten QCOA Est (Estatística) Fabia-no dos Santos Lourenço, o SD João Paulo Nascimento, o Ten Cel Av

César Augusto Laboissiere e o Cap Av Paulo Sério Porto (representado pelo Sg Josias Rêgo Sampaio) foram os premiados.

Os civis e militares com mais de dez anos de serviço prestados tam-bém foram homenageados pela Chefia do CCA-SJ.

Atualmente, o CCA-SJ é a Uni-dade responsável pelo desenvolvi-mento dos Sistemas de Comando e Controle (C2), Ópera, Comu-nicador On Line Exército, Mari-nha e Aeronáutica (COLMEA), SISODONTO (instalados no CTA, Brasília e Santos-Dumont) e Proje-to Marte (primeiro módulo testado na Operação Azuver de 2005).

CCA-SJ comemora16º aniversário

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Oficiais da África do Sul visitam o ICEAO Instituto de Controle do Espa-

ço Aéreo (ICEA) recebeu em visita, dia 21 de fevereiro, o Comandante da Escola de Comando e Contro-le da Força Aérea da África do Sul, Brigadeiro Leslie Lombard e três oficiais daquela escola, acompanha-dos pelo Adido Militar.

A visita proporcionou à comiti-va conhecimento sobre as ativida-des desenvolvidas pelo Instituto e intercâmbio de informações sobre metodologia de ensino, capacitação e treinamentos desenvolvidos no âmbito do DECEA e do Comando da Aeronáutica.

ICA promove palestrade conscientizaçãosobre doação demedula óssea

No último dia 20 de março, foi realiza-da, no auditório do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), a palestra: Sensibiliza-ção para Doação de Medula Óssea, profe-rida pela assistente social Regina Lacerda e assistida por todo o efetivo do Instituto.

Foi ressaltada a urgência do Instituto Es-tadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (HEMORIO) em encontrar

doadores de medula óssea para a feitura de um cadastro a ser acessado prontamente em casos de transplante, bem como desmitifi-car aspectos relacionados à coleta de mate-rial para doação.

O público foi informado que, no tocan-te ao material para doação, a medula óssea não é a medula espinhal; que não há risco de se contrair doenças sexualmente trans-

missíveis (DST) nesse caso; e ainda, que o doador não corre o risco de ficar debilitado, pois nada será retirado através da coluna espinhal.

Quem se interessar em fazer a doação de medula óssea, ligue para o Disque Sangue da HEMORIO: 0800 282-0708 e agende a sua doação, de segunda a domingo, das 7h às 18h.

Brig Roberto (SDTI), à esquerda,prestigiou o

evento

O Chefe do CCA-SJ (à direita), Cel Ferreira Gomes,homenageou os militares da OM

O Diretor do ICEA, à direita, Cel Pacheco, ao lado doBrig Leslie Lombard

Cel Rodrigues (Diretor do ICA), ao lado de Regina Lacerda (HEMORIO)

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13AEROESPAÇO

O Laboratório de Análises Clíni-cas da Subdivisão de Saúde do CINDACTA II recebeu o Certificado de Excelência Laboratorial Catego-ria Prata, por ter permanecido du-rante cinco anos no excelente de-sempenho no Programa Nacional de Controle de Qualidade da Socie-

dade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC).

O programa consiste no envio mensal de amostras de materiais biológicos para serem testados, como se fossem de pacientes, com resultados esperados desconheci-dos para o realizador.

Cabe aos laboratórios participan-tes realizar as análises e enviar os resultados para a avaliação. Somen-te os que apresentam o desempenho necessário durante os 12 meses do ano recebem o Certificado de Exce-lência, com abrangência anual.

No dia 13 de março, o Primeiro Es-quadrão do Primeiro Grupo de Comu-nicações e Controle (1º/1º GCC) deu início ao Curso de Operador de Tele-comunicações Aerotáticas.

O Comandante do Esquadrão Pro-feta proferiu algumas palavras aos alu-

nos do curso, ressaltando a missão e a importância da OM que, subordinada ao 1º GCC, representa o DECEA no trato das comunicações no cenário aerotático.

O Curso teve duas etapas, teórica e prática, e foi encerrado no dia 07 de

abril, quando todos compreenderam que instalar, operar e manter as co-municações e os auxílios a navegação aérea em locais desprovidos desses meios, com vistas a suprir as necessi-dades da FAB em um contesto Aerotá-tico é a missão do Esquadrão Profeta.

RECOSCEA I/2006 - DECEA reúne sua liderança no PAMEO Parque de Material de

Eletrônica (PAME-RJ) recep-cionou os oficiais do DECEA que participaram da primeira Reunião de Comandantes do Sistema de Controle do Espaço Aéreo de 2006 (RECOSCEA I/2006), ocor-rida nos dias 28 e 29 de março, quando foi apresen-tada a Diretriz de Comando do Diretor-Geral do DECEA, Ten Brig Ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, que abriu a reunião transmitindo o Pro-grama de Trabalho de 2006.

Na ocasião, o DGCEA comentou que “...mandar é fácil, comandar é uma arte e necessita muito em-penho para que tudo dê certo... se você for bonzinho não cumprirá sua

missão, se você for um carrasco não obterá a confiança e o apoio de seu pessoal, portanto estejam atentos ao equilíbrio que o cargo de todos vocês exige.”

Participaram da reunião o Vice-Di-

retor e os Chefes dos Subdeparta-mentos do DECEA, o Presidente da CISCEA, e os Comandantes, Che-fes e Diretores das OM subordina-das, que apresentaram os objetivos a serem alcançados.

Curso de Operador de Comunicações Aerotáticas é iniciado no 1º/1º GCC

Laboratório de Análises Clínicas do CINDACTA II recebeCertificado de Qualidade

A equipe foi reconhecida pela excelência

Os participantes da RECOSCEA I/2006: motivados para alcançar novos objetivos em 2006

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A HistóriaDesde a década de 60, alguns ofi-

ciais da Força, em missão no exterior, tomaram conhecimento dos com-putadores, trazendo conhecimen-tos sobre estes novos equipamentos para o Brasil e, em sua bagagem, um grande entusiasmo pela possibi-lidade de empregar essa nova tecno-logia na FAB.

Era de interesse da Força que seus oficiais começassem a desvendar os segredos dessa nova área, partici-pando de treinamentos nas lingua-gens de programação e nos sistemas operacionais desses computadores, a fim de poder avaliar os programas de computador já existentes e, em futuro próximo, desenvolverem pro-jetos específicos de processamento de dados1 que atendessem às neces-sidades da FAB.

Seguindo essa linha de pensamen-to, já em 1970, os cadetes intenden-tes do 4º ano da recém-criada Aca-demia da Força Aérea (AFA) realiza-ram um estágio, obtido pela então Diretoria de Ensino da Aeronáutica junto à Pontifícia Universidade Cató-lica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), aon-de vieram a conhecer o IBM 1130, um dos primeiros computadores uti-lizados no Brasil.

Em 1972, foram concluídas as ins-talações do Centro de Computação da Aeronáutica (CCA), criado em 1º de agosto de 1966, nas dependên-cias do prédio do Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, subordi-nado diretamente ao Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER).

Do grupo pioneiro de analistas e programadores faziam parte, dentre outros: os Capitães Pádua (Cel Av

R1), Amorim (Ten Cel Esp Sup Tec R1), Sidnei (Ten Cel Esp Sup Tec R1), Relvas (Cap Esp Sup Tec R1), Góes (Cel Int R1) e os Tenentes Kraemer (Cel Int R1), Benincasa (Cel Int R1), Gonçalves (Brig Int R1), Bitton (Ten Cel Int R1), Roberto (Brig Eng), Ro-gério (Brig Eng R1), Barbosa (Ten Cel Int R1) e Bonel (Ten Cel Int R1).

Rapidamente, essa primeira turma de oficiais compreendeu e dominou aquele processo e tudo deixou de ser um mistério. Vale ressaltar que o en-tão representante da IBM na Amé-rica Latina, quando vinha ao Brasil, fazia questão de ir ao CCA para tro-car idéias e conhecer os progressos obtidos pela equipe da Aeronáutica. Nós desbravávamos o mundo miste-rioso da computação eletrônica.

O CCA possuía, na época, um “poderoso” computador IBM/360

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Colaboração: Brig Eng Roberto Souza de OliveiraChefe do Subdepartamento de Tecnologia da Informação (SDTI)

do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)

Eu não sabia!

A Tecnologia daInformação na FAB

1 - Termo amplamente utilizado à época para referir-se ao emprego de computadores eletrônicos.

O emprego das técnicas de tratamento da informação no apoio ao cumprimento da missão da Força Aérea Brasileira (FAB) remonta aos primeiros anos da década de 70. Nestes mais de 34 anos de aplicação efetiva, esta atividade desenvolveu-se, expandiu sua atuação a todas as áreas de interesse da Força, passou de processamento de dados à informática, assumiu uma postura sistêmica, deixou de ser apenas um domínio constituído de computadores e programas e, recentemente, recebeu sua denominação de Tecnologia da Informação, incorporando outros itens, além da informática, constituindo, no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER), o Sistema de Tecnologia da Informação (STI), cujo Órgão Central é o DECEA.

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modelo 40, com “extensos” 256 kbytes2 de memória principal. Hoje, qualquer microcomputador pode possuir uma memória principal de 1 Gbyte3. E pensar que fazíamos todo o processamento de dados da FAB naquela máquina!

No início, nosso método de traba-lho era bastante simples: o CCA ten-do recebido os programas de com-putador desenvolvidos na IBM, os analisava e os alterava para atender aos novos requisitos estabelecidos, tomando por base as orientações recebidas do EMAER. Estes progra-mas de computador, escritos, em sua maioria, na linguagem COBOL, constituíram os primeiros sistemas de interesse da Aeronáutica.

Entre nossos maiores usuários na-quele momento estavam a Diretoria de Material da Aeronáutica (DIRMA), com o Projeto 300, a Diretoria de In-tendência (DIRINT), com o Pagamen-to de Pessoal e o Departamento de Aviação Civil (DAC), com o Projeto Tarifas Aeroportuárias.

As atividades desenvolvidas na dé-cada de 70 foram se aprofundando significativamente e, em 1979, foi instituído o Sistema de Informática4 da Aeronáutica (SIMAER), subordi-nado à Vice-Chefia do EMAER.

Na década de 80, com o advento do microcomputador, o universo da Informática se popularizou de vez. Todos podiam comprar suas máqui-nas tanto para seus escritórios quan-to para suas casas. Num só tempo, esse movimento teve duas facetas. Por um lado, a atividade se tornou bastante conhecida e respeitada, mas por outro, muita gente passou a se achar conhecedora do assunto.

Em 1983, o EMAER se afastou da condução direta da informática na Aeronáutica, sendo criado, em Bra-sília, o Centro de Informática e Esta-tística (CINFE), subordinado direta-mente ao Comando-Geral de Apoio (COMGAP). Concomitantemente, o CCA mudou sua designação para CCA-RJ, sendo criados outros dois Centros de Computação da Aero-náutica, um em Brasília (CCA-BR) e, mais tarde, em 1990, outro em São José dos Campos (CCA-SJ).

Em novembro de 1988, foi criada a Diretoria de Informática e Estatísti-ca (DIRINFE), Órgão Central do SIMAER, subordinada ao COMGAP, com a missão de elaborar uma po-lítica para o setor de informática, gerenciar os recursos orçamentários e os de pessoal técnico da área de in-formática.

A DIRINFE caracterizou-se por uma administração centralizada dos recur-sos de informática, visando conter o emprego desordenado desses mes-mos recursos por parte de iniciativas isoladas de diversas Organizações Mi-litares (OM). No entanto, a difusão da microinformática, aliada à escassez de recursos, não permitiu que este objetivo fosse atingido plenamente.

Dentro de sua missão, a DIRINFE deixou, como grande contribuição para a informática da Aeronáutica, dentre outras, a elaboração do pri-meiro Plano Diretor de Informática (PDI) de uma Organização da Ae-ronáutica, para atender a então Di-retoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV), entre 1989-1990.

Competia à DIRINFE, ainda, dar início à implantação da Rede de Co-municação de Dados do Ministério da Aeronáutica (RCDMA), atual INTRAER. A DIRINFE implantou os três primeiros equipamentos do tipo “nó de rede” pertencentes à RCDMA (no Rio de Janeiro, em Brasília e em São José dos Campos). No final do ano de 1993, a competência pela implantação da RCDMA passou para a DEPV, que concluiu a sua implan-tação.

Nos anos 90, iniciou-se a chamada “Era das Redes”, que vem se desen-volvendo fortemente até os nossos dias, culminando no advento da Internet. E, novamente, a DEPV foi pioneira, sendo a primeira organiza-ção a ter acesso à Internet.

Em dezembro de 1999, a DIRINFE é extinta e as suas atribuições, rela-tivas à informática, são absorvidas

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2 - 256 kbytes – 256 x 1024 bytes. 3 - 1 Gbyte – 1 x 1.073.741.824 bytes.4 - Ainda na década de 70, os franceses introduziram um novo conceito: a Informática – Ciência que trata da Informação.

Parte da equipe do SDTI, tendo, na mesa (ao centro), o Brig Eng Roberto (Chefe do SDTI)

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pela DEPV, sendo criada a Subdire-toria de Informática (SDI) para tratar dessas atividades. Com a desativação da DEPV, em dezembro de 2001, e a criação do Departamento de Con-trole do Espaço Aéreo (DECEA), a SDI passou ao nível de Subdeparta-mento de Tecnologia da Informação (SDTI), com as mesmas atribuições da antiga Subdiretoria.

O Panorama AtualA evolução dinâmica do conheci-

mento humano, especialmente no que tange à ciência da computação, ocasionou mudanças de paradigma, que fizeram com que o Processa-mento de Dados dos anos 60 e 70, transformado na Informática das dé-cadas de 80 e 90, viesse a se tornar a Tecnologia da Informação dos dias atuais, onde a maior relevância en-contra-se na informação, que deve ser tratada e veiculada de modo efi-caz, eficiente e seguro. A necessida-de de garantir a disponibilidade da informação em locais cada vez mais distantes do computador onde ela está armazenada provocou um de-senvolvimento acelerado das redes de comunicação de dados e uma acentuada convergência das tecno-logias de informática (programas e computadores) e de telecomunica-ções (redes digitais de voz e dados).

Em junho de 2003, o Ex.mo Sr. Co-mandante da Aeronáutica Ten Brig do Ar Luis Carlos da Silva Bueno de-terminou que se procedesse a uma reestruturação na Tecnologia da In-formação do Comando da Aeronáu-tica. Esta determinação originou o Aviso do CMTAER 12/GC3/18, de 20 out 2003.

Como um dos resultados do Gru-

po de Trabalho, formado por repre-sentantes do EMAER e do DECEA, a fim de fazer cumprir a determina-ção do Comandante da Aeronáutica (CMTAER), foi emitida a Portaria do CMTAER 1241/GC3, de 19 de de-zembro de 2003, que extinguiu o SIMAER e criou o Sistema de Tecnolo-gia da Informação (STI) do COMAER, cabendo ao EMAER o planejamento estratégico da área de Tecnologia da Informação e ao DECEA a função de Órgão Central do STI.

Em 06 de dezembro de 2004, foi aprovada pelo Ex.mo Sr. CMTAER a NSCA 7-7 ESTRUTURA E COMPETÊN-CIAS DO SISTEMA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO COMANDO DA AERONÁUTICA (STI), que estabe-lece as competências de cada uma das Organizações do COMAER no novo Sistema. Esta Norma apresen-ta os principais fundamentos do STI, que são:

- a existência de processos e ativi-dades que produzam informações de interesse para o COMAER;

- a eficiência na utilização dos meios, a ser conseguida pela busca permanente da melhor relação cus-to/benefício, no desenvolvimento e na operação dos recursos de TI e na utilização dos resultados por ele produzidos;

- a busca da padronização, visando à interoperabilidade e à complemen-taridade das atividades da TI ;

- a busca da segurança, compreen-dendo a integridade, a confidencia-lidade, a disponibilidade e a irretra-tabilidade das informações proces-sadas; e

- a contribuição, por meio da ati-vidade de TI, para o incremento da efetividade operacional da FAB.

A Composição do STIO STI é composto de um Órgão

Central e de Elos.O Órgão Central é o próprio DECEA,

que gerencia as atividades de TI do COMAER, por intermédio do SDTI. Dentre suas atribuições estão:

- planejar, normalizar, implantar, integrar, coordenar e controlar os projetos e atividades de TI do STI;

- assessorar o EMAER na proposi-ção da Política e das Diretrizes Espe-cíficas de TI do COMAER;

- propor ações pertinentes à for-mação, ao treinamento e à atualiza-ção em TI dos recursos humanos de interesse do STI;

- coordenar o apoio técnico junto aos Elos do STI; e

- planejar, normalizar e coordenar as atividades de Internet e INTRAER no âmbito COMAER.

Já os Elos são classificados em qua-tro tipos:

Elos de Coordenação: são se-tores pertencentes aos Órgãos de Direção-Geral e de Direção Setorial (ODGS) e ao GABAER, responsáveis pela coordenação de suas atividades de TI junto ao Órgão Central. Esses setores têm a sua constituição esta-

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belecida nos Regulamentos e/ou Re-gimentos Internos das OM a que es-tão subordinados. Estes Elos de Co-ordenação têm entre suas funções mais específicas as de assessorar o ODGS na identificação e na formali-zação de necessidades operacionais referentes aos projetos de impor-tância estratégica que requeiram aplicação significativa de TI; elaborar o planejamento de TI do ODGS, de acordo com as normas do Sistema; e supervisionar, no âmbito de seus Elos subordinados, o cumprimento das normas e das atividades de TI de interesse do STI. No DECEA, este Elo de Coordenação é a Divisão de Siste-mas de Informação de Controle do Espaço Aéreo (D-SIC).

Elos Especializados: são aqueles que, por atribuições regimentais ou por terem sido instituídos em ato específico, executam atividades ou serviços especializados em TI de in-teresse do COMAER. Estas atividades são coordenadas pelo Órgão Central ou, por delegação deste, por um Elo de Coordenação. Os três CCAs são Elos Especializados de TI.

Elos de Serviço: são setores de TI das OM que executam atividades ro-

tineiras de manutenção de TI, repor-tando-se aos seus respectivos Elos de Coordenação. A Seção de Redes Locais do GABCEA é um Elo de Ser-viço do STI.

Elos Usuários: são todos os mili-tares e servidores civis que utilizam as ferramentas disponibilizadas pelo STI, nos seus locais de trabalho ou nas operações, para o tratamen-to das informações de interesse do Comando. Os Elos Usuários, assim como os demais, também possuem competências próprias. Entre elas podemos destacar a busca de co-nhecimento quanto às questões de segurança, privacidade e procedi-mentos de utilização de recursos de computação no âmbito de sua OM; a utilização correta dos mecanismos de proteção autorizados e o comba-te à prática de abusos que venham a corromper a viabilidade de todos os sistemas no seu local de trabalho; e, por fim, disponibilizar as informa-ções solicitadas pelos administrado-res de sistemas do seu Elo de Serviço quanto à utilização dos recursos de TI.

A mais recente orientação supe-rior quanto à missão dos Elos do STI veio quando, em 2005, o Ex.mo Sr. Diretor-Geral do DECEA (DGCEA) emitiu uma Diretriz sobre a atuação dos Centros de Computação da Ae-ronáutica.

Segundo a observação do nosso Diretor-Geral, cada Centro de Com-putação vem, ao longo de sua exis-tência, destacando-se em uma área de atuação específica no universo de atividades de TI, da seguinte forma:

- o CCA-RJ, no suporte técnico a todas as atividades baseadas em computação de grande porte, na

segurança e gerência de redes e na manutenção da sala-cofre, que abri-ga os principais sistemas corporati-vos do COMAER;

- o CCA-BR, no desenvolvimento de sistemas de apoio à decisão da alta administração da Força e no de-senvolvimento e implantação da In-fra-estrutura de Chaves Públicas5 do COMAER; e

- o CCA-SJ, no desenvolvimento de sistemas voltados para a atividade-fim da Força, bem como no empre-go de tecnologias de ponta, o que é facilitado pela proximidade e inter-câmbio permanente com o Coman-do-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA).

Com essa Diretriz, o DECEA pre-tende otimizar o emprego de recur-sos de TI, principalmente no que diz respeito ao pessoal técnico-especia-lizado da área, concentrando meios nos CCAs de acordo com a sua atual capacidade de atuação.

Finalmente, cumpre ressaltar a crescente atuação dos CCAs, nos últimos quatro anos, como braços tecnológicos do DECEA no apoio de TI à realização de exercícios de cam-panha.

Os Próximos PassosComo uma visão para o futuro pró-

ximo, pode-se prever uma melhor integração entre os Elos do STI, prin-cipalmente dos Elos de Coordenação com os seus Elos subordinados e, também, avanços em diversas áreas da TI, ainda pouco desenvolvidas no COMAER como, por exemplo, o em-prego dos recursos de canalização da Internet no interesse da Força e o estabelecimento de níveis adequa-dos de segurança da informação nos Sistemas de TI do COMAER.

5 - Refere-se à infra-estrutura necessária para a adoção de uma solução do COMAER, a fim de permitir o uso de certificação digital.

O CCA-RJ destaca-se nosuporte técnico de todas

as atividades baseadas emcomputação de grande porte

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Características como empenho, capacida-de, qualidade, sagacidade, tenacidade, entre-ga e persistência – entre tantas outras – têm sido destacadas em todos os personagens que por esta coluna, “Quem É?”, passaram.

E tais quesitos, como vimos mostrando, não afloram somente no ambiente profissio-nal. Estas pessoas, que aqui trazemos como exemplos de alguns dos nossos incontáveis companheiros de serviço que, com elas, compartilham o patamar da excelente qua-lidade, refletem suas aptidões igualmente em suas vidas pessoais.

Detalhamos suas vidas, dando ênfase, muitas vezes, ao trabalho desenvolvido ao longo da carreira destes militares aqui divul-gados. Desta vez, no entanto, enfatizaremos o antes, a gênese de um homem que, ao fazer suas escolhas e ao optar por aceitar as opor-tunidades a ele oferecidas, chegou até aqui. E vai mais além.

Respeitado por seus familiares e por seus colegas de trabalho, o Terceiro Sargento BCO Reginaldo Ferreira do Nascimento, que nunca teve quaisquer cadeia e/ou deten-ção e tem Medalhas de Bronze e Prata por tempo de serviço, hoje trabalha na Divisão de Telecomunicações (D-TEL) do DECEA e tem uma história de vida peculiar e inu-

sitada. E tudo começa mesmo, sendo bem redundante, no início.

Ao fazer as primeiras perguntas para a re-dação da matéria, já veio a tona o cerne de sua essência: “Quando você nasceu?” – silên-cio. Uma breve pausa, a mão no queixo... e a resposta: “Bem... não sei precisar... Na mi-nha certidão (feita somente em 1968), colo-caram que eu nasci no dia oito de agosto de 1960. Mas é uma data simbólica. A senhora que cuidava de mim à época, supôs que eu tivesse uns oito anos de idade. Por isso, não sei te dizer ao certo que idade tenho hoje. Posso ter 45, 47...”.

E foi justamente esta imprecisão que, iro-nicamente, serviu de alicerce para a educa-ção sólida e regrada que hoje ele transmite aos seus dois filhos.

Voltando no tempo difuso que ele ainda guarda na memória, Reginaldo acha que nasceu em uma cidade pequena no interior de Recife, chamada Santa Teresa. Era uma usina de açúcar. Ele não se lembra de seus pais biológicos, mas diz que por volta dos seus cinco anos, uma família, que já tinha um casal de filhos, o acolheu e o trouxe para o Rio de Janeiro. A viagem foi de ônibus, incluindo a travessia de balsa pelo Rio São Francisco.

Tempos depois – que ele também não pode precisar – Reginaldo fugiu de casa e foi morar nas ruas do Rio. Na vida de menino de rua ele teve que se adequar à realidade de dormir em folhas de jornal, fugir da “kombi branca” (que recolhia menores de rua para a já extinta Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor – FUNABEM), e pedir comida em padarias e restaurantes.

Reginaldo, que apesar das companhias diversas, nunca assaltou, foi trabalhar, por volta dos seus seis anos, no Mercado São Se-bastião. Lá ele carregava caixotes de frutas, varria galpões e fazia outros serviços em troca de comida.

Foi nesta época que ele conheceu o Seu Nélson, um senhor que o convidou para morar em sua casa. O tempo passou, e sua estadia não era mais tão boa. Sofrendo maus-tratos da esposa do Seu Nelson, que descon-fiava que ele era filho de uma suposta amante de seu marido, Reginaldo fugiu de casa mais uma vez.

Vendo a problemática do menino, a irmã do Seu Nelson, Aninha, resolveu fazer al-guma coisa para ajudá-lo. Levou-o para a extinta TV Tupi, no programa do Flávio Cavalcanti, para tentar uma vaga em seu in-ternato. Infelizmente, não conseguiu.

Quem é?

3S Reginaldo

18AEROESPAÇO

“Meu ingresso na FAB foi um grande aprendizado”

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Foi então que Ana teve a idéia de falar com uma senhora conhecida, Dona Maria Edwiges do Nascimento – que, ao acolhê-lo em 1960, foi ao Cartório registrá-lo como Reginaldo Ferreira do Nascimento. O nome escolhido foi uma homenagem ao cantor Re-ginaldo Rossi, que já fazia sucesso naquela época.

Dona Maria, que era parteira e morava em Jardim Primavera (bairro de Duque de Caxias), já tinha uma filha adotiva, chamada Maria de Lourdes. Ainda as-sim, tinha o desejo de acolher mais uma criança e quando conheceu Reginaldo, disse “é o filho que pedi a Deus!”.

Por muito tempo, apesar da educação rígida de D. Maria, Reginaldo viveu momentos de grande felicidade em sua casa. O quintal, com aproximada-mente mil metros quadrados, tinha diversas árvores frutíferas, galinhas e porcos. Ele ajudava nas tarefas domésticas, como varrer o quintal e alimentar os bichos.

Mas, acostumado à liber-dade de um menino de rua que queria brincar de bola de gude, correr e soltar pipa, vol-ta e meia dava sua escapulida. Com medo de apanhar de sua “vó Maria”, ele chegou até a dormir em cima da árvore do quintal!

Por volta dos doze anos, Reginaldo ainda não sabia ler e escrever. Foi então que D. Maria o colocou no Movimen-to Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL. Foi uma grande alegria para ele poder ler os gibis que tanto o encantavam com as figuras. Até hoje ele se recorda de sua professora, D. Marina, que dava aulas em sua casa.

Aos treze, trabalhou como ajudante de pa-deiro e, com seu salário, contribuía com as despesas de casa.

Aos quinze anos, afastado de sua “vó Maria”, já estava dividindo seu dia entre o trabalho num armazém (onde fazia entrega de compras com uma bicicleta) com os estudos à noite. Foi então que estreitou os laços com o dono do armazém, Seu José Moreira da Rocha e com sua esposa, Dona Joseli, que o acolheram em sua casa e o colocaram na escola.

Dona Joseli e um amigo da família, Seu Régio, batizaram Reginaldo e acompanha-ram sua vida escolar como bons padrinhos. Ele concluiu seu supletivo como auxiliar ad-ministrativo.

Em 1978, estava cursando o Segundo Grau no Instituto Tinoco, mas abandonou os estudos por se sentir desmotivado.

Aos dezoito, um sargento, amigo do Sr. Moreira, resolveu alistá-lo na Aeronáutica. De fato, coincidentemente, desde menino

ele tinha o sonho de servir à Força Aérea.Em 17 de julho de 1979 foi selecionado

e recrutado no Esquadrão de Polícia da Ae-ronáutica de Manguinhos (EPA – III), for-mando-se Soldado.

Em 1980 foi trabalhar na Tesouraria do já extinto Serviço Regional de Proteção ao Vôo do Rio de Janeiro (SRPV-RJ), sob a chefia do então Cap Mário Antônio da Silva. O passo seguinte foi prestar concurso para Cabo.

Nesta época, Reginaldo ainda morava com

os Moreira e desejava ter sua própria casa, construir sua família. Então, em 1982, ca-sou-se com Lucineia Santos Carvalho do Nascimento, mãe de seus filhos Raphael (que hoje tem 21 anos e formou-se em Téc-nico em Edificações pelo Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET e em Me-cânica Aeronáutica, pela Escola de Aperfei-çoamento e Preparação da Aeronáutica Civil – EAPAC) e Dayane (que tem 16 anos e cur-sa o segundo ano do segundo grau no Colé-

gio Brigadeiro Newton Braga, da Aeronáutica).

Em 83 foi transferido para a Base Aérea de Santa Cruz, ocu-pando uma das sete vagas para Básico em Comunicações. Lá chegando, apresentou-se com uma mensagem-rádio enviada pelo então Cap Mário e en-dossada pelo então Chefe do SRPV-RJ, Cel Pfaltzgraft.

Especializou-se em Central Telefônica e, sob a chefia do então Ten Ciezko, trabalhou em manutenção da rede telefô-nica da Base até 1996.

Por conta da longa distância entre o trabalho e sua casa, em Jardim Primavera (percurso de 63km), pediu transferência para a já extinta Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV), atual DECEA, onde prosseguiu seu trabalho em Central de Telefonia sob a che-fia do Cel Rivaldo.

Em 1º de abril de 2003 foi promovido a Sargento e hoje trabalha na Divisão de Tele-comunicações (D-TEL) do DECEA, sob a chefia do Cel Eng Anselmo Duarte Ferreira.

Depois desta longa e árdua trajetória, Reginaldo tem a FAB como sua segunda casa. “Meu ingresso na Força Aérea foi um grande aprendizado”,

declarou emocionado. “Só tenho a agrade-cer”, concluiu.

Todo o aprendizado de Reginaldo culmi-nou em sólidos valores que ele aplica em sua vida profissional e pessoal. Ainda com todo sofrimento e com toda violência doméstica pela qual passou, Reginaldo acha que “pan-cada não resolve nada. Só se educa com amor e diálogo”. Para ele, “uma família tem que ter uma base, tem que ser bem estruturada. Se não existir amor, não há estrutura”.

19AEROESPAÇO

Na vida de menino de rua ele teve que se adequar à realidade de dormir em folhas de jornal e pedir comida em padarias e restaurantes.

Todo o seu aprendizado na vida culminou em sólidos valores, que hoje ele aplica em sua vida profissional e pessoal.

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20AEROESPAÇO

1º Ato: “O inventor brasileiro provou que a máquina de voar podia mesmo voar (...) Às 16h45min do dia 23 de Outubro, com a presença do Comitê de Aviação seu aeroplano deixou o chão suavemente e sem trancos. A multidão a tudo assis-tiu, como se estivesse em transe, e como se testemunhasse um milagre. Todos per-maneceram mudos e pasmos; mas ime-diatamente após, no momento da descida houve aclamação e entusiasmo geral, e o aviador foi carregado em triunfo nos om-bros dos assistentes“1.

ALEXANDRE Silva Pinto – 2S BFTO autor é professor de História e trabalhacomo fotógrafo no GAB 3.1 do DECEA

Cemanosdevitóriasbrasileiras

1 - Capitão Feber comentando o feito de Alberto Santos-Dumont em 23 de outubro de 1906, quando com seu 14-Bis elevou-se à altura aproximada de três metros e percorreu uma distância de aproximadamente 60 metros. Fora o primeiro vôo de um mais-pesado-que-o-ar. Citado por: WYKEHAM, Petter. O Retrato de uma Obsessão. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966.2 - Tenente Coronel Marcos César Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ir ao Espaço, momentos antes da decolagem. Citado por: “O Globo” de 30 de março de 2006.

Último Ato: “Quando aquela bandeira do Brasil que está pintada no foguete es-tiver decolando, gostaria que as pessoas vissem não só a bandeira, mas também, o orgulho de ser brasileiro”2.

Santos-Dumont iniciou o processo mais bem-sucedido da aventura humana: a conquista do espaço. Marcos Pontes coroou com orgulho a tradição brasileira na aviação mundial

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Cem anos decorreram entre o primeiro e o último ato. Cem anos num mundo de intensas trans-formações tecnológicas, como o mundo em que vivemos, é uma eternidade, nesse tempo é pro-vável que poucos sobrevivam na memória, ou com que nada mais de semelhante reste entre dois mo-mentos distintos. Mas algumas coisas permaneceram inalteradas entre esses dois Atos: a vontade de voar, a vontade de conquistar, a co-ragem, a dedicação e a presteza de dois brasileiros apaixonados pelo que fazem.

Sabemos que o sonho de voar acompanha a humanidade desde tempos imemoriais. Seja na tragé-dia grega de Ícaro, seja com Ala-dim e seu tapete mágico nas mil e uma noites de Bagdá, nos textos bíblicos com os vôos dos anjos, ou na Passalora3 do padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão, fato é, que o imaginário humano sempre foi permeado pelo sonho de voar.

Assim, com o 1º Ato, Santos- Dumont não apenas transformou em realidade o maior sonho da hu-manidade, mas também, iniciou o processo da mais bem-sucedida aventura humana: a conquista do

espaço. É verdade que o século de Dumont foi o mais maravilhoso em termos de avanços em todas as áreas. O Século por excelência da Biologia, da Física Quântica, da Química-Fina, da automação do processo produtivo, da Robótica, das Telecomunicações, da Infor-mática, mas nada, repito: nada, foi mais prodigioso que a aviação.

Em apenas cem anos após o 14-Bis alçar aos céus, o homem já atravessou a barreira do som, saiu diversas vezes da órbita terrestre, pousou na Lua, instalou satélites que permitiram o grande boom das telecomunicações, interligou com o avião os pontos mais remotos do planeta, e não menos importante, criou o meio de transporte mais se-guro do planeta. Todos esses avan-ços se devem ao aprimoramento do avião e das tecnologias de controle do espaço aéreo.

Com o último ato o Ten Cel Marcos Pontes não encerra a histó-ria, mas coroa com orgulho a tradi-ção brasileira na Aviação Mundial.

A junção do desejo ontológico do homem de voar e a habilidade de brasileiros ilustres formou o ca-samento perfeito. O fruto desse casamento surgiu há alguns anos, seu filho único, e extremamente

talentoso, a Força Aérea Brasileira completou 65 anos em janeiro pas-sado4. Embora jovem, em termos institucionais, a FAB é uma das ins-tituições mais sólidas da República e continuará dar exemplos como o do Ten Cel Marcos Pontes.

Para terminar, deixo a frase, na verdade o desabafo, de Dona Fáti-ma, esposa do astronauta brasilei-ro, no momento de maior emoção, quando da ascensão da Soyuz, em 29 de março de 2006. Frase essa que resume bem o espírito dos dois atos citados acima e que poderia ter sido proferida pelo nosso astro-nauta, ou por Santos-Dumont, ou por qualquer um de nós da Força Aérea Brasileira: Viva o Brasil!

21AEROESPAÇO

3 - Desenho apresentado pela Coroa Portuguesa em 1784 para comprovar a primazia de Bartolomeu de Gusmão como inventor do aerostato.4 - Decreto-Lei n° 2.961, de 20 de janeiro de 1941, criou o Ministério da Aeronáutica e a Força Aérea Brasileira com a junção da Aviação MilitĐ

Passarola

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22

Histórico do DTCEA-SCO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santa Cruz

(DTCEA-SC), subordinado desde 30 de setembro de 2005 ao Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), foi criado pelo decreto nº. 77.459, de 19 de abril de 1976, aprovado pela Portaria nº. 423/GM3, de 20 de abril de 1978, ativado pela Portaria nº. 1351/GM3, de 30 de outubro de 1979 e elevado à “Categoria Especial” através da Portaria nº. 094/GM3, de 24 de Janeiro de 1985.

O DTCEA-SC está inserido no maior complexo aerotático da América Latina - a Base Aérea de Santa Cruz (BASC), que abriga unidades de ponta no contexto da aviação militar brasileira.

A missão do DTCEA-SC é “operar e manter os equipamentos de auxílio à navegação aérea com o objetivo de proporcionar um vôo seguro às aeronaves durante a realização de suas missões, conservando em elevado nível o espírito da proteção ao vôo”.

Algumas Unidades Aéreas são apoiados pelo Destacamento, como o Quarto Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (4º/7º GAv), o Pri-meiro Esquadrão do Décimo Sexto Grupo de Aviação (1º/16º GAv) e o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa). Orgulhosamente, o DTCEA-SC contribui para que as missões dessas unidades transcor-ram com segurança e eficiência.

O ChefeO Maj Av Luiz MARQUES de Lima ingressou

na Força Aérea Brasileira em 1984 e dedicou-se à área operacional, como piloto de asas rotativas, tendo voado as aeronaves T-25, T-27, U-7, U-42, KA-32A, UH-50, UH-1H, H-34 e VH-34, acu-mulando cerca de 3.000 horas de vôo.

Foi promovido ao atual posto em agosto de 2004, tendo assumido, em janeiro de 2005, a Chefia do DTCEA-SC.

Natural do Rio de Janeiro, é casado com Bárbara Sobral Neiva Mar-ques e possui dois filhos: Rodrigo, de onze anos, e Rafael, de dois.

O EfetivoO Destacamento conta, atualmente, com um efetivo de 120 mi-

litares e cinco civis, atuando nas mais diferentes áreas: controle de tráfego aéreo, meteorologia, comunicações, informações aeronáuticas, eletrônica, eletromecânica e administração. A maioria do efetivo fixou residência nos bairros mais próximos à BASC, ou seja, Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, uma região caracterizada pela simplicidade dos habitantes, tranqüilidade dos bairros e forte calor.

Os militares do Destacamento de Santa Cruz contam com assistên-cia médica e odontológica fornecida pela Base Aérea de Santa Cruz. Os casos mais especializados são atendidos pelo Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG) e Hospital Central da Aeronáutica (HCA).

A Prefeitura de Aeronáutica de Santa Cruz conta com 417 unidades de próprios nacionais, sendo que 205 são destinados aos suboficiais e sargentos e o restante divididos entre oficiais, cabos e taifeiros.

Existe um plano de expansão da capacidade de próprios na-cionais para uso de suboficiais e sargentos em Santa Cruz que, se aprovado, deverá aumentar em três blocos de apartamentos com 18 unidades no total.

Conhecendo o DTCEA

Santa Cruz - RJ

AEROESPAÇO

A vila habitacional de Santa Cruz deverá ser ampliada em breve

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A Sala AIS, a Meteorologia e as ComunicaçõesO Destacamento de Santa Cruz presta atendimento de qualidade

e efetivo a todas as Unidades Aéreas sediadas na Base Aérea de Santa Cruz, além de fornecer apoio a todo setor administrativo e operacio-nal da BASC no envio e recebimento de radiogramas.

Para as unidades aéreas, o DTCEA-SC, através da Seção de Me-teorologia (CMM), disponibiliza o acesso a diversas informações meteorológicas, em tempo real, através da rede da BASC, além de fornecer briefings diários aos pilotos destas unidades. O CMM está sempre pronto, com escala pré-definida, para prestar apoio às missões, operações e treinamentos das unidades.

A sala AIS do Destacamento opera 24 horas e não se limita ao aten-dimento local às tripulações: através da rede interna, põe à disposi-ção dos pilotos uma gama de informações aeronáuticas, entre elas os NOTAM e publicações afins.

São disponibilizados na sala AIS os serviços de internet, recebimen-to de planos de vôo pelo telefone e ligações interurbanas em casos de emergências.

Todo o trâmite de radiogramas administrativos e operacionais da BASC é feito através da Estação Rádio do DTCEA-SC, a qual presta um excelente serviço.

A Equipe TécnicaO DTCEA-SC conta com uma equipe de homens dedicados, res-

ponsáveis e capazes que, embora com efetivo reduzido, mantém os equipamentos de auxílio à navegação aérea com um nível de opera-cionalidade elevado.

O Destacamento possui três auxílios meteorológicos, que compõem a SH-90 (uma estação de superfície), um VOR (modelo 585A), dois NDB, um conjunto de lâmpadas que fornece a rampa de planeio para as aeronaves no procedimento de pouso, em ambas as cabeceiras, de-nominado PAPIS, o sistema de energia elétrica, que inclui geradores, USCAS e UPS, o sistema de comunicação VHF e telefonia.

Os técnicos de telefonia, além de suas funções neste Destacamen-to, apóiam diretamente à SCOAM e aos Esquadrões Operacionais, no que tange a rede de telefonia: TF-1, TF-2, TF-3 e TF-5, RTCAer (rede comando) e SISCOMIS. O DTCEA-SC possui um total de cinco redes de telefonia e uma central telefônica.

A cobertura radar é feita pelo equipamento TA10M (primário) e RSM970 (secundário), este recém instalado. Os equipamentos for-necem visualização tanto para o Controle de Aproximação de Santa Cruz (APP-SC), quanto para o Controle de Aproximação do Rio de Janeiro (APP-RJ). Além disto, o DTCEA-SC também possui um equipamento radar de aproximação de precisão (PAR 2000), capaz de trazer a aeronave ao solo em perfeita segurança, mesmo nas condições mais adversas de tempo.

Os Controladores de VôoCriando as condições seguras dentro da área de Santa Cruz para os

pilotos das Unidades Aéreas, os controladores da Torre e os do Con-trole de Aproximação de Santa Cruz - os famosos “índios” (codinome dado para os controladores do radar de aproximação de precisão) - têm seu trabalho voltado ao longo do ano para as operações de defesa aérea, patrulha marítima e uma infinidade de missões ligadas à segu-rança nacional.

Buscam conciliar os vôos militares com as diversas áreas de tiro real do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, localizados nas proximi-

dades da Base. Todos necessitam treinar, praticar e manter-se pron-tos para as necessidades operacionais de cada uma das Forças e cabe ao efetivo de controladores fornecer segurança no espaço aéreo para que todos realizem seus treinamentos com segurança e agilidade.

Nos meses de verão, o tráfego muda nas regiões ao redor da Base. Além dos caças velozes, surgem em grande quantidade os ultra-leves e helicópteros nos cruzamentos entre Jacarepaguá e a Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, famosa por sua beleza que une em perfeita harmonia o mar e as montanhas. Aumenta a variedade de aeronaves, mas não se altera a voz segura dos controladores do DTCEA-SC, sempre firme e atenta, conduzindo os tráfegos - militares ou não - em perfeita segurança pelo espaço aéreo de Santa Cruz.

A ComemoraçãoAo completar 30 anos de existência, no dia 19 de abril de 2006,

o DTCEA-SC comemorou os bons resultados colhidos ao longo de sua jornada e vê, na dedicação e camaradagem do seu efetivo, a promessa de uma melhoria constante nos serviços prestados.

A Sala AIS é reconhecida pela qualidade no atendimento

23AEROESPAÇO

O DTCEA-SC opera e mantém os equipamentos de navegação aérea

Os controladores de vôo conduzem os tráfegos em perfeita segurança

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No período de 06 a 08 de março, o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) realizou a 1ª RECOM (Reunião de Comandan-tes do ano de 2006), em sua sede, na Ilha do Governador, Rio de Ja-neiro, RJ.

A RECOM é uma poderosa fer-ramenta gerencial de que dispõe o Comandante do Grupo para o exer-cício de sua liderança, uma vez que, reunido com seus Comandantes de Esquadrões, discute assuntos rela-tivos à vida operacional e adminis-trativa da OM, além de questões doutrinárias diversas.

Despontaram como itens de gran-de interesse da agenda da reunião, a avaliação do status das metas do Plano de Trabalho Anual do Grupo

(item a item), no que diz respei-to ao cumprimento das mesmas nos prazos estabelecidos, além do planejamento sobre a participação do 1º GCC na Operação CRUZEX III, onde a estrutura do Comando Combinado (países participantes) será totalmente estabelecida em

ambiente de Campanha, na maior estrutura deste tipo já montada.

A manutenção do alto grau de profissionalismo de seu pessoal, a eficiência e a eficácia de seus Es-quadrões nas operações militares, o preparo para o correto emprego de seus meios e o sucesso conti-nuado no cumprimento da missão do Grupo foram os principais pon-tos que nortearam a participação dos Comandantes presentes à 1ª RECOM.

Ao final da reunião, os participan-tes tiveram a certeza de que o 1º GCC segue a passos firmes e for-tes em sua gloriosa missão de bem representar o DECEA, como o seu “Braço Armado”, no apoio aos gran-des Comandos Operacionais.

24AEROESPAÇO

Ten Cel Xavier (sentado), ladeado pelos comandantes dos Esquadrões do GCC

1º GCC reúne Comandantes de seus Esquadrões

DTCEA-BE promoveencontro com militares da

Guarnição de Belém

O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Belém (DTCEA-BE) promoveu, entre os dias 6 e 10 de

março, o Primeiro Encon-tro de Estudos de Normas e Procedimentos do Servi-ço de Tráfego Aéreo.

O evento teve como ob-jetivo atualizar os Oficiais Aviadores que servem nas diversas Organizações Militares da Guarnição de Belém, tendo em vista as constantes modificações das normas de Tráfego Aéreo, Meteorologia e In-formações Aeronáuticas

nos últimos cinco anos. A atualização das normas de Servi-

ço de Tráfego Aéreo foi um dos temas

mais abordados nas palestras. Além disso, os participantes assistiram também a um briefing da Organização Militar, em que foram apresentadas as diversas atribuições e responsa-bilidade do DTCEA-BE, na jurisdição do Quarto Centro Integrado de Defe-sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV).

O Encontro serviu, também, como elo de interação entre as unidades locais e a proteção ao vôo, onde se percebeu uma vasta troca de experi-ências entre aviadores, controladores e todos os profissionais de tráfego aéreo.

O encontro foi elo de interação entre as unidades locais e a proteção ao vôo

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Durante a formatura do dia 24 de fevereiro, uma homenagem do Tercei-ro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA III) à 2S BET Wilma Barbosa de Souza, emocionou a militar.

Wilma recebeu o Certificado da Co-missão de Desportos da Aeronáutica por obter o melhor índice no Teste de Avaliação do Condicionamento Físico (TACF 2/2005), na faixa etária feminina de 20 a 29 anos, dentre todas as mili-tares do Comando da Aeronáutica, al-cançando o grau final igual a 98.

Representado pelo Comandante, Ten Cel Candez, o CINDACTA III parabeni-zou a militar por seu desempenho na realização do teste e desejou que sua dedicação e profissionalismo sejam co-roados com muitas realizações.

Uma delegação do Paquistão, pre-sidida pelo Tenente-General Shahid Siddiq Tirmizey, Vice-Chefe do Estado-Maior de Defesa do Paquistão, esteve no Quarto Centro Integrado de Defe-sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) no dia 24 de fevereiro.

Os visitantes foram recebidos pelo Cel Av Eduardo Antonio Carcavallo Filho, Comandante do CINDACTA IV, e assistiram a uma palestra sobre

as atividades exercidas pela Organi-zação Militar e a sua integração com o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). Além disso, os visitantes co-nheceram o Centro de Controle de Área Amazônico (ACC-AZ), o Centro Meteorológico de Vigilância Amazôni-co (CMV-AZ), o Centro de Operações Militares (COpM4) e a Sala de Monito-ração dos equipamentos.

No mês seguinte, no dia 10 de mar-

ço, uma comitiva do Curso Superior de Defesa e Segurança Hemisférica do Colégio Interamericano de Defesa (CID), presidida pelo Contra-Almirante Guillermo Iglesias, Vice-Presidente da Junta Interamericana de Defesa (JID) também conheceu o CINDACTA IV e teve a mesma atenção do Coman-dante, recebendo palestra e visitando os órgãos operacionais.

CINDACTA IV recebe visita dedelegação do Estado-Maior de Defesa do Paquistão e comitiva do Colégio Interamericano de Defesa

25AEROESPAÇO

2S BET Wilma: exemplo deprofissionalismo e dedicação

Militar do CINDACTA IIIdo Corpo Feminino alcança marcainédita no teste deaptidão física

A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo aprovou o requerimento do Deputado Estadual Edson Vargas, inserindo em seus Anais votos de congratula-ções ao povo Espiritossan-tense, e em especial ao De-partamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e ao Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (CINDACTA I), enaltecendo as atividades desenvolvidas no Destaca-mento de Controle do Es-paço Aéreo de Santa Teresa (DTCEA-STA).

DTCEA-STA

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26AEROESPAÇO

A qualidade na coordenação de uma missão de salvamento é im-prescindível para o seu sucesso. A pronta resposta dos órgãos envol-vidos na missão também. E isso foi comprovado na missão SAR PT-JUM, ocorrida entre as aldeias Pontal e Cururuzinho, na região Noroeste de Alta Floresta (MT), no último dia 21 de março, quando o PT-JUM, aeronave de pequeno porte, transportava um enfermeiro e três índios.

Por não ter recebido nenhuma in-formação a respeito da posição da aeronave, dentro do prazo estimado para término do vôo, Francisco, o explorador da aeronave, resolveu re-alizar buscas preliminares, utilizando meios próprios, alocando outras ae-ronaves de sua propriedade.

Infelizmente, somente na tarde do dia seguinte, após não ter obtido êxito, optou por acionar o SALVAERO, por intermédio do Centro de Coorde-nação de Salvamento Brasília (RCC BS) que, de imediato, alertou o Cen-tro de Coordenação de Salvamento Amazônico (RCC AZ),órgão respon-sável por coordenar as operações de busca e salvamento naquela região. O Coordenador da Missão SAR (SMC), de sobreaviso no RCC AZ, acionou O Centro de Operações Aéreas (COA 2), da Segunda Força Aérea (FAE II), facili-dade SAR em permanente estado de alerta que, de imediato, engajou uma aeronave Bandeirante do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Avia-ção (2º/10º GAv), sediado em Campo Grande (MS), com observadores e pára-quedistas de resgate a bordo

para atender o Plano de Busca e Sal-vamento.

O coordenador da Missão SAR de-signou o administrador do Aeroporto de Alta Floresta para atuar como coordenador na Cena de Ação (OSC), até a chegada dos profissionais de Coordenação SAR do SALVAERO.

O Plano de Busca e Salvamento, elaborado pelo RCC AZ, considerava o estabelecimento de um Subcentro de Salvamento em Alta Floresta. Em função disso, o Coordenador da Mis-são passou a noite coordenando com o Sétimo Comando Aéreo Regional o transporte de pessoal e material, do RCC AZ para o RSC Alta Floresta, além do acionamento dos helicópteros e tripulações que se encontravam em Manaus e Cachimbo.

Pela manhã do dia seguinte já es-tavam sendo realizadas, pelas aero-naves SAR da Força Aérea Brasileira, as buscas ao PT-JUM. Logo à tarde, foram localizados os sobreviventes que, emocionados, acenavam para os tripulantes da aeronave SAR.

A PT-JUM havia se acidentado em local de difícil acesso, após um pouso forçado, mas todos os seus ocupantes aparentavam estar bem fisicamente.

A aeronave designada para efetuar o resgate (SAR 8691) decolou de Alta Floresta, aproximadamente, às 14h local, mas, ao chegar ao local do sinistro, constatou que os tripulantes já haviam sido resgatados por uma embarcação ribeirinha, da região, que ajudava nas buscas, após ouvir o alerta emitido pelo RCC AZ, desde o

início da operação SAR, por intermé-dio da rede de freqüências em HF.

Os tripulantes e passageiros da ae-ronave acidentada foram conduzidos para a aldeia Pontal, sãos e salvos. Para certificar-se do real estado dos sobreviventes e do encerramento da missão de salvamento, o FAB 8691 pernoitou na aldeia Pontal e se deslocou para Alta Floresta no dia seguinte, tendo sido desengajado e retornado à sua base, assim como o SAR 6544, do 2º/10º GAv.

Mais uma vez, a pronta resposta do Sistema SAR Aeronáutico Brasileiro contribuiu para manter elevado o lema SAR: “... Para que outros pos-sam viver!”

O bom resultado da missão fez com que o então Chefe do Subdepar-tamento de Operações, Brig Ar Ailton dos Santos Pohlmann, parabenizasse e agradecesse a todos pelo sucesso: “Os que trabalharam, por atingirem com maestria os seus objetivos, e nós, por podermos contar com pes-soas de tal gabarito. Muito obrigado”, declarou o Brig Pohlmann.

O Chefe da Divisão de Busca e Salvamento (DSAR) do DECEA, Ten Cel Ferraz, chamou a atenção para a qualidade atingida pelo SISSAR na Operação, principalmente no que diz respeito aos procedimentos da Coor-denação. “Exemplar, tanto na desig-nação dos elos de Coordenação SAR, como também nos acionamento e emprego dos elos de Facilidades SAR do Comando da Aeronáutica, inte-grando a todos os elos afins daquela população local”, finalizou Ferraz.

Qualidade na coordenação e pronta resposta do Sistema SAR Aeronáutico Brasileiro: BONS RESULTADOS EMOPERAÇÃO SAR

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1ª Jornada de Meteorologia AeronáuticaParceria do DTCEA-GL & INFRAERO

Em comemoração ao Dia Meteoroló-gico Mundial, foi realizada, no dia 23 de março de 2006, a Primeira Jornada de Meteorologia Aeronáutica, nas depen-dências do Auditório Engenheiro Shi-buya, da Empresa Brasileira de Infra-es-trutura Aeroportuária (INFRAERO), e contou com a participação de diversos representantes da Meteorologia Aero-náutica que exercem suas funções no Rio de Janeiro.

A Jornada proporcionou diversas pa-lestras sobre o tema (vide tabela).

O evento, idealizado pelo Destaca-mento de Controle do Espaço Aéreo do Galeão (DTCEA-GL) e pela INFRAERO, reforçou a interação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo

Brasileiro (SISCEAB) com a Comuni-dade Científica da Meteorologia.

A Superintendente Regional do Les-te da INFRAERO (AIRJ) encerrou a Jornada com um pronunciamento, enfo-

cando as principais catástrofes naturais ocorridas no ano passado, e defendeu o aperfeiçoamento desse ramo da ciência para o benefício das atividades aéreas em todas as fases do vôo.

Meteorologia Aeronáutica:ontem, hoje e amanhã

Modelos Numéricos – previsão de secas ou inundações,favorecendo as tomadas de decisões na área de defesa civil

Sensoriamento remoto – desenvolvimento de técnicas e modelos de observação dos parâmetros atmosféricos e das

superfícies continentais marítimasAplicação da Meteorologia na missão do

Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA)

Divisão de Meteorologia do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (D-MET/DECEA)

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(CPTEC/INPE)

Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ)

Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA)

Cap MetDaniel Martins Neiva Filho

Dra. Shou Sim Sham

Prof. José Ricardode Almeida França

1S BMT João Batista Couto

CINDACTA I comemoraDia Meteorológico Mundial

O Primeiro Centro Integrado de De-fesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) realizou, no dia 23 de março de 2006, palestra, ministrada pelo Ten Cel Esp Met R/1 Carlos Edi-son Carvalho Gomes (DECEA), e so-lenidade militar comemorativas do Dia Meteorológico Mundial.

Presidida pelo Comandante do CINDACTA I, Cel Av Lúcio Nei Rive-ra da Silva, a cerimônia militar constou de canto do Hino Nacional, leitura da Ordem do Dia do Diretor-Geral do

Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), alusiva à data, apre-sentação de militares recém-transferi-dos para a Unidade, entrega de diplo-ma de destaque operacional aos mete-orologistas que mais se destacaram em suas atividades e despedida de oficial e graduados transferidos para a reserva remunerada.

No encerramento, a tropa desfilou em continência ao Comandante do CINDACTA I.

A comemoraçãodos 18 anos do

DTCEA-TANABIEm solenidade realizada no dia 10 de março de

2006, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tanabi (DTCEA-TNB) comemorou seu 18º ani-versário.

A cerimônia militar foi presidida pelo Cel Av Lúcio Nei Rivera da Silva, Comandante do CINDACTA I, e contou com a presença do Prefeito Municipal de Tanabi, do Presidente da Câmara Municipal e de ou-tras autoridades.

Houve, ainda, entrega de distintivos de curso, prê-mio graduado-padrão e medalha militar e, após o en-cerramento da solenidade, foi realizada uma confra-ternização nas dependências do Destacamento.

A jornada reforçou a interação do SISCEAB com a comunidade científica de Meteorologia

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