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Algoritmos e Estruturas de Dados I – Recursão
Profa. Mercedes Gonzales Márquez
Recursão A solução de um problema é dita recursiva quando
ela é escrita em função de si própria para instancias menores do problema. Veja, por exemplo, o problema de calcular o fatorial de um número n. A solução iterativa pode ser facilmente implementado assim:
Função inteiro Fatorial (inteiro: n)inteiro: i;Início
result ← 1;para i de 2 até n repita
result ← result * i;Fim paraRetorne(result)
Implementação não Recursiva
Recursão A solução recursiva está diretamente ligada ao conceito
de indução matemática, no qual usa-se como hipótese que a solução de um problema de tamanho n pode ser obtida a partir da sua solução de tamanho menor, por exemplo, n-1. No caso do exemplo do fatorial teriamos:
Função inteiro Fatorial (inteiro: n)inteiro: i;InícioSe n=0 então
fatorial ← 1;Senão
fatorial ← n*fatorial(n-1)Fim seFim
Implementação Recursiva
RecursãoToda recursão é composta por:
● Caso base
– Uma ou mais instâncias do problema que podem ser solucionadas facilmente (solução trivial) Chamadas Recursivas
– O objeto define-se em termos de si próprio, procurando convergir para o caso base.
Por exemplo, o fatorial de um número n pode ser calculado a partir do fatorial do número n−1.
Recursão Esquematicamente, os algoritmos recursivos tem a seguinte forma:
Se <condição para o caso base> então
resolução direta para o caso base
Senão
uma ou mais chamadas recursivas
Fim se
Sem a condição de parada, expressa no caso base, uma recursão iria se repetir indefinidamente.
Recursão
Função inteiro fatorial (inteiro: n)inteiro: i;InícioSe n=0 então
retorne(1)Senão
retorne(n*fatorial(n-1))Fim seFim
Implementação Recursiva
Teste de mesa para n=4
Fatorial = 3 * (Fatorial(2))
Fatorial = 4 * (Fatorial(3))
Fatorial = 2 * (Fatorial(1))
Fatorial = 1 * (Fatorial(0))
Fatorial = 1
1 Fatorial = 1
1 Fatorial = 2
2 Fatorial = 6
6 Fatorial = 24
Sequência de Fibonacci – Definição Iterativa
0 1 1 2 3 5 8 13 …
Simulação:
Anterior = 0 atual = 1 seguinte = 1Anterior = 1 atual = 1 seguinte = 2Anterior = 1 atual = 2 seguinte = 3Anterior = 2 atual = 3 seguinte = 5Anterior = 3 atual = 5 seguinte = 8….
Função inteiro fib(inteiro: fibonacci)Inteiro: i, anterior, atual, seguinteInício
se (fibonacci = 1)retorne (0)
senão se (fibonacci = 2)retorne (1)
senão anterior ← 0
atual ← 1 para i de 3 até fibonacci repita
seguinte ← atual + anterioranterior ← atualatual ← seguinte
fim parafim se
fim seretorne (atual)
Fim
Sequência de Fibonacci – Definição Recursiva
fib(1) = 0 fib(2) = 1
fib(3) = fib(2) + fib(1)
fib(4) = fib(3) + fib(2)
Fib(n) = fib(n-1) + fib(n - 2)
Função inteiro fib_rec(inteiro: n)
inteiro: anterior, atual, seguinte
Início
se (fibonacci = 1)
retorne (0)
senão se (fibonacci = 2)
retorne (1)
senão
retorne fib_rec(fibonacci - 1) + fib_rec(fibonacci - 2)
fim se
fim se
Fim
RecursãoO que acontece na memória
Precisamos entender como é feito o controle sobre as variáveis locais em chamadas recursivas.A memória de um sistema computacional é dividida em três partes:Espaço Estático: Contém as variáveis globais e código do programa.Heap: Para alocação dinâmica de memória.Pilha: Para execução de funções.
RecursãoO que acontece na pilha:
Toda vez que uma função é invocada, suas variáveis locais são armazenadas no topo da pilha.Quando uma função termina a sua execução, suas variáveis locais são removidas da pilha. Considere o exemplo:
Função inteiro f1(inteiro: a, inteiro: b)Inteiro: cc←5retorne (c+a+b)Função inteiro f2(inteiro: a, inteiro: b)Inteiro: cc ← f1(b, a)retorne (c)/*Chamada */f2(2, 3)
RecursãoO que acontece na memória
Quando f2(2,3) é invocada, suas variáveis locais são alocadas no topo da pilha.
RecursãoO que acontece na memória
A função f2 invoca a função f1(b,a) e as variáveis locais desta são alocadas no topo da pilha sobre as de f2.
RecursãoO que acontece na memória
A função f1 termina, devolvendo 10. As variáveis locais de f1 são removidas da pilha.
RecursãoO que acontece na memória
Finalmente f2 termina a sua execução devolvendo 10. Suas variáveis locais são removidas da pilha.
RecursãoExemplo 3. Soma de elementos de um vetor : Faça um algoritmo que preencha por leitura um vetor de 10 elementos inteiros, imprima o seu conteúdo, e o resultado do somatório dos seus elementos, calculado por uma função recursiva.
Função inteiro soma(inteiro: n)
Início
se (n = 1)
retorne (v[n])
senão
retorne (v[n]+soma(n-1))
Fim
Recursão
Exemplo 4. Escreva uma função recursiva que recebe como parâmetros um número real X e um inteiro n e retorna o valor de Xn. Obs.:n pode ser negativo.Função Real Potencia(real: X,inteiro: n)
Início
Se ( n ==0 ) então retorne (1)
Senão
se ( n <0 ) então
retorne (1 / (X* Potencia(X, abs(N)-1))
senão retorne (X* Potencia(X, N -1))
Fim se
Fim se
Fim
RecursãoExemplo 5. Reescreva a função abaixo tornando-a recursiva. Esta função conta o número de algarismos (dígitos) que possui um número inteiro n.
Função inteiro digitos(inteiro: n)
Inteiro: cont
Início
cont ← 1;
enquanto (abs(n )>9) faça
n = div(n,10)
cont ← cont+1
Fim enquanto
retorne (cont)
Fim
Recursão
Função inteiro digitos(inteiro: n)
Início
Se (abs( n )<10) então
retorne (1)
Senão
retorne (1+ digitos(div(n,10))
Fim se
Fim
RecursãoExemplo 6. Escreva uma função recursiva que calcule a soma dos dígitos de um inteiro positivo n. A soma dos dígitos de 132, por exemplo, é 6.
Função inteiro somadigitos(inteiro: n)
Início
Se (n <10) então
retorne (n)
Senão
retorne (mod(n,10)+ somadigitos(div(n,10))
Fim se
Fim
RecursãoExemplo 7. Escreva uma função recursiva que determine o inverso de um número inteiro positivo n, dado o número de dígitos de n. O inverso é obtido pela inversão dos dígitos do número. O inverso do 132, por exemplo, é 231.
Função inteiro inverso(inteiro: n, inteiro: ndig)
Início
Se (n <10) então
retorne (n)
Senão
retorne (mod(n,10)*10**(ndig-1)+ inverso(div(n,10),ndig-1)
Fim se
Fim
RecursãoExemplo 8. Verificar se um número é capicua utilizando uma função recursiva que considere como entrada o número inteiro positivo n e o número de algarismos de n. Um número capicua é aquele número que coincide com seu inverso, de acordo a definição do exemplo 7.
Função lógico capicua(inteiro: n, inteiro: ndig)
Início
Se (n <10) então
retorne (1)
Senão
se (mod(n,10)<>div(n,10**(ndig-1))
retorne (0)
fim se
capicua((div(mod(n,10**(ndig-1))),10),ndig-2)
Fim se
Fim
RecursãoExemplo 9. Seja uma linguagem hipotética na qual não existem operadores para adição, nem subtração. Sabe-se que nesta linguagem, existe uma função prox(n) que dá o sucessor do número n, e existe também uma função ant(n) que dá o predecessor de um número n. Usando apenas essas funções (prox e ant), defina a função recursiva som(x,y), que toma como argumento os números naturais x e y, e retorna sua soma.
Recursão
Função inteiro som(inteiro: x,y)
Início
Se (x=0) então
retorne (y)
Senão
se (y=0) então
retorne (x)
senão
retorne (som(ant(x),prox(y))
Fim se
Fim
Exemplo 10- Faça um algoritmo que realize uma busca
em um vetor ordenado de elementos.
Pode-se realizar a busca de duas formas:– Busca Sequencial: os elementos são pesquisados
fazendo a varredura completa do vetor (ineficiente). O pior caso ocorrerá quando o elemento estiver no último índice do vetor.
– Busca Binária
Recursão
Busca Sequencial
A C E H L M P R T V
Procurar por R
-8 Comparações!-Se estivermos procurando o item V, o número de comparações seria a quantidade de elementos no vetor-O ideal seria dividir o vetor pela metade para então procurar (Busca Binária)
Busca Binária
Divide seu vetor em duas metades Três condições
1. Se o item for igual ao item que está na metade do vetor, o item foi encontrado
2. Se for menor, procure na primeira metade
3. Se for maior procure na segunda metade
Busca Binária
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A C E H L M P R T V
Procurar por R
I FX I FX
-2 Comparações!-Casos piores: quando os itens estiverem no início do vetor. Nesse caso, seria melhor utilizar busca seqüencial. Mas como saber quando o ítem está no início do vetor?
Procedimento Busca_Binária(inteiro: x,Inicio, Fim);Inteiro: meioInício
meio ← div((inicio + fim), 2)Se fim < inicio então
escreva (‘Elemento Não Encontrado’)Senão se (v[meio]) = x então
escreva (‘Elemento está na posição ’,meio)senão
se v[meio] < x então
inicio ← meio +1;Busca_Binaria (x, inicio, fim);
senão
fim ← meio - 1;Busca_Bin9aria (x, inicio, fim);
fim sefim se
fim seFim
Busca Binária
Exemplo 11-Problema da Torre de HanóiO problema ou quebra-cabeça conhecido como torre de Hanói consiste em transferir, com o menor número de movimentos, a torre composta por N discos do pino A(origem) para o pino C (destino), utilizando o pino B como auxiliar. Somente um disco pode sermovimentado de cada vez e um disco não pode ser colocado sobre outro disco de menor diâmetro.
Recursão
Solução: Transferir a torre com N-1 discos de A para B, mover o maior disco de A para C e transferir a torre com N-1 de B para C. Embora não seja possível transferir a torre com N-1 de uma só vez, o problema torna-se mais simples: mover um disco e transferir duas torres com N-2 discos. Assim, cadatransferência de torre implica em mover um disco e transferir de duas torres com um disco a menos e isso deve ser feito até que torre consista de um único disco.
Recursão
procedimento MoveTorre(inteiro:n, literal: Orig, Dest, Aux)início
se n = 1 entãoMoveDisco(Orig, Dest)
senãoMoveTorre(n - 1, Orig, Aux, Dest)MoveDisco(Orig, Dest)MoveTorre(n - 1, Aux, Dest, Orig)
fim sefimprocedimento MoveDisco(literal:Orig, Dest)inícioEscreva(“Movimento: ”, Orig, “ -> ”, Dest)fim
Recursão
Uma chamada a MoveTorre(3, ‘A’, ‘C’, ‘B’) teria a seguinte saída:Movimento: A -> CMovimento: A -> BMovimento: C -> BMovimento: A -> CMovimento: B -> AMovimento: B -> CMovimento: A -> C
Recursão
Exemplo 12- A recursividade pode ser utilizada para gerar todas as possíveis permutações de um conjunto de símbolos. Por exemplo, existem seis permutações no conjunto de símbolos A, B e C: ABC, ACB, BAC, BCA, CBA e CAB.
Recursão
O conjunto de permutações de N símbolos é gerado tomando-se cada símbolo por vez e prefixando-o a todas as permutações que resultam dos (N - 1) símbolos restantes. Consequentemente, permutações num conjunto de símbolos podem ser especificadas em termos de permutações num conjunto menor de símbolos. Formule um algoritmo recursivo para este problema.
Solução: O número total de permutações de n objetos é dado por P(n) = n!. Ou seja: para 3 objetos P(3) = 3! = 3 x 2 x 1 = 6 permutações. Para 4 objetos temos: P(4) = 4! = 4 x 3 x 2 x 1 = 24 permutações. O recurso básico para a elaboração do algoritmo consiste em montar uma árvore de recursão para uma “instância” de solução para o problema, por exemplo 3 objetos.
Recursão
procedimento PermutaRecursiva(literal: str[], inteiro: k) inteiro: i,nInicio
n ← tamanho(str) se (k = n) então
escreve (str)senão
para i de k até n repita TroqueCarateres( str, k, i) PermutaRecursiva(str, k + 1)
TroqueCarateres( str, i, k)fim para
fim seFim
/* Chamada */PermutaRecursiva(str,1)
Recursão