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ALICE Os dois se completavam. Sem ter conhecido as delícias da paternidade, Antônio Sales concentrara em sua esposa todo o seu amor, todo o seu desve- lo , todas as suas preocupações. Durante o noivado, embevecido com tanta felicidade, esquecera de cola- borar nos jornais. Perguntaram-lhe se quebrara a lira. E no soneto Explicação, seis meses antes do casório, conclu (a: "Se faço versos, peço-lhe que os leia, e ela os lê ou, melhor, ela os gorjeia, e carinhosa os vai guardar depois. E assim prefiro a vê-los publicados, que eles fiquem de todos ignorados, -bidos só de Deus e de nós dois'� Confissão, De Branco, Presságios, Soneto Negativo, Em Caminho, De- pois do Ba i i e, Sweet Lave, Manhã de Maio, O Que Eu Sei, Sonhos Igua i s , M inha! Em Pleno Azul, Engano D'alma, Presente de Anos, Crepuscular e Coi- sas Passadas são sonetos em que o tema central é a sua Alice. Já se avizinhando a data do casamento, menos de um mês, Antônio Sales confessava no soneto Impaciente seu natural nervosismo de um noivo ansioso, as horas parecendo-lhe escoar preguiçosamente, devagarinho: ncomo deslizam lentamente os dias que faltam para o suspirado evento! . As horas já não pasm fugidias qual folhas soltas à mercê do vento". Finalmente, chegara o tão almejado 16 de junho de 1894. Para marcar uma união que iria durar quarenta e seis anos, o nosso poeta escrever ia o sone- to Enfim! 5 7

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ALICE

Os dois se completavam. Sem ter conhecido as delícias da paternidade,

Antônio Sales concentrara em sua esposa todo o seu amor, todo o seu desve­

lo, todas as suas preocupações.

Durante o noivado, embevecido com tanta felicidade, esquecera de cola­

borar nos jornais. Perguntaram-lhe se quebrara a lira. E no soneto Explicação,

seis meses antes do casório, conclu (a:

"Se faço versos, peço-lhe que os leia, e ela os lê ou, me lhor, ela os gorjeia,

e carinhosa os vai guardar depois.

E assim prefiro a vê-los publicados, que eles fiquem de todos ignorados, -sabidos só de Deus e de nós dois'�

Confissão, De Branco, Presságios, Soneto Negativo, Em Caminho, De­pois do Ba ii e, Sweet Lave, Manhã de Maio, O Que Eu Sei, Sonhos Iguais,

Minha! Em Pleno Azul, Engano D'alma, Presente de Anos, Crepuscular e Coi­sas Passadas são sonetos em que o tema central é a sua Alice.

Já se avizinhando a data do casamento, menos de um mês, Antônio Sales confessava no soneto Impaciente seu natural nervosismo de um noivo

ansioso, as horas parecendo-lhe escoar preguiçosamente, devagarinho:

ncomo deslizam lentamente os dias

que faltam para o suspirado evento! .

As horas já não passam fugidias qual folhas soltas à mercê do vento".

Finalmente, chegara o tão almejado 16 de junho de 1894. Para marcar

uma união que iria durar quarenta e seis anos, o nosso poeta escrever ia o sone­

to Enfim!

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"Eis-te afinal entre os meus braços! Cante

minh'alma os hinos róseos da ventura!

Pulsa de encontro ao meu teu peito estuante,

meu lábio ansioso o lábio teu procura!

Procura e encontra-o morno, palpitante,

enflorado de beijos que a ternura

faz desbrochar como um buquê flamante,

de uma olorosa e estranha calentura.

Nos ombros cai-te o véu em dobras finas:

a virginal capela alvinitente

diadema-te a fronte angelical ...

, . E como sons de etereas cavat1nas,

longos beijos ressoam docemente

no silêncio do quarto nupcial ... "

Monsenhor Hipólito Gomes Brasil uniu os dois pela lei sagrada e imutá­

vel de Deus.1 No ano seguinte, a 29 de setembro de 1895, ao festejar o sacer­

dote seu cinqüentenário de ordenação, o nosso poeta assim se exprimia pelas

colunas do órgão hebdomadário católico A Verdade em seu nono número: UE que me conceda a redaçaõ de A Verdade um cantinho de suas colunas onde eu me possa curvar para beijar as generosas mãos que tantos bens têm derramado, -as benfazejas mãos que abençoaram o meu consórcio".

Passaram a residir na rua Major Facundo, n. 4 e Antônio Sales em abril de 1895 lançava seu novo I ivro de poesias Trovas do Norte, cuja segunda parte intitulada Intimas ele a dedicava a sua querida companheira.

Sempre juntos, imensamente felizes, cruel lhes seria a primeira separa­ção. Antônio Sales embarcava, num sábado de 9 de maio de 1896, no vapor Brasil, com destino ao Rio a fim de lá conseguir sua transferência para os qua­dros do Ministério da Fazenda.2 Mas deixaria no soneto Partindo3 as suas despedidas:

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"Vo·u partir, minha amiga, vou deixar-te, a longas plagas leva-me o destino,· vejo lágrimas tristes a inundar-te as covinhas do rosto peregrino.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • , O mar! As tuas grandes vagas loucas vão separar em breve as nossas bocas ,

mas nunca, nunca os nossos corações!"

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Passou por Salvador. Chegou ao Rio e escreveu o soneto A Que Ficou,

em 25 de maio .4 Recebe notícias de sua amada e traduz sua alegria no soneto

A Tua Carta, em 6 de junho. 5 Comemorou sozinho a passagem de seu aniver­

sário. Viu passar distante dela o 16 de junho, segundo aniversário de seu casa-

mento. Cantou neste sonetoS sua saudade: ·

#Hoje dois anos há que as nossas vidas

se prenderam num doce e terno laço, e desde então, estreitamente unidas, seguem da vida o tormentoso traço".

Mas a ausência foi só por pouco tempo. Menos de dois meses, que os

pombinhos não podiam ficar um longe do outro. E já no dia 2 de julho deixa­va Antônio Sales o Rio pelo paquete São Salvador. Até que no último dia e último més do ano de 1896 deixaram os dois as terras cearenses por melhores

dias na Metrópole. Dias que se converteram em quinze anos. E lá quando co­

memoravam quinze anos de casados, o enamorado oferecia a Alice o seu retra­

to com a seguinte dedicatória em versos:

"Aqui tens o meu retrato. A pessoa a mais sagaz,

de olhar mais agudo e exato,

naõ lhe vê nada de mais.

Mas tu, que tens o condão

de ver o que n'alma oculto,

nele verás o teu vulto

na altura do coração'�

Em agosto de 1918, agora residindo em Fortaleza, Antônio Sales dedi­

cava à sua querida aniversariante um outro soneto onde afirmava que ambos se unificavam num mesmo ser, ele "'o lado tormentoso e escuro", ela "o lado

plácido e fulgente'� 7

''É hoje o dia em que nasceu aquela

que veio perfazer minha unidade,

que é a metade do meu eu, metade melhor, na essência, e, na feição, mais bela".

• •

Ao completarem trinta anos de feliz união, isso em 1924, o nosso. poeta

confessava que a vida em comum não fora um mar de rosas mas que

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nos nossos pés fazem o mesmo passo, •

sem sabermos quem um ao outro gu1a,

e em nossos corações não vemos traço de indiferença ou de melancolia". 8

No 1 ivro póstumo Águas Passadas seu poemeto Oblata é uma enterneci­

da louvação a sua eterna apaixonada:

uNão sei que gênio bom te trouxe um dia

e a tua mão entrelaçou com a minha

para fazermos esta travessia que já da última etapa se avizinha''.

Seguiram envelhecendo com dignidade e nada escureceu aquele céu azul

de compreensão e de respeito. Quando Alice encontrava o seu prt'ncipe mer­

gulhado em suas leituras, abraçado ao seu amigo predileto - o I ivro - após ,

um dia de estafante labuta, sentia do livro uma pontinha de ciúmes. E isso o

que nos dá a entender o poemeto O Melhor Livro:

uMas de outras vezes a reserva rompes e em tua meiga voz trai-se um queixume ... Bem sei porque a leitura me interrompes:

o livro te faz ciúme!''

Com a morte de Antônio Sales em novembro de 1940, Alice sentiu que um pedaço dela também se desprendia. Martinz de Aguiar afirmava que tal

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encantadora que realizou a dourada história-de-trancoso da sua vida". Presen­te também aos funerais, Soares Bulcão, naquele transe doloroso contemplava

Alice: nBeijei-lhe as mãos mirradas e trêmulas, e fugi para lhe não perturbar o sereno hero(smo daquele sofrimento, com as lágrimas da minha tristeza".

Compreenderam-se. Amaram-se. Completaram-se. Vivendo para o lar,

Antônio Sales professava o ardente culto da fam!'lia. Não tiveram filhos. Da(

o desvelo excessivo com que ele cercara sua Alice, ��que ele amava como um noivo, numa casa cheia de trepadeiras e de livros".

Ela guardou carinhosa e egoisticamente por muitos anos todos os arti­

gos por ele escritos e publicados e por ela mesma pacientemente recortados e

colados.9

Quando as quatro edições especiais do Unitário, em julho de 195 1 fo­

calizaram a figura de Antônio Sales, Alice agradeceu em carta, aos Diários

Associados, a homenagem prestada.

E aos noventa e um anos de idade falecia aquela que fora a sua com­

panheira das horas tristes e dos momentos alegres, seu 'piedoso escudo con­

tra os golpes mortlferos da vida".

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Antônio Safes e sua Alice, quando o poeta completava seus setenta anos de idade.

(Do arquivo de Nirez).

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Alice o chamava, carinhosamente, por toda a existência, de Meu Poeta.

Unidos como as Estrelas Duplas ele assim comparou sua vida com Alice às estrelas que gravitam pelo universo:

noizem os sábios que é bem rara a estrela

que não esteja a outra tão ligada,

que só com o telescópio se revela duas haver, em vez de uma isolada.

De estrelas duplas a celeste umbela está profundamente cheia, e cada sol aos seus raios, luminosa e bela, traz uma companheira entrelaçada.

A lei do amor, que os seres aproxima, também exerce o seu poder lá em cima,

nos infinitos mundos estelares.

Sim: na amplidão das siderais alturas, também os astros, como as criaturas, amam-se e vivem, como nós, aos pares".

Alice sempre fora uma figura interessant(ssima. Nascida em Zurique,

quando de uma das viagens de seus pais à Europa, falava um português cuida­

do. Espirituosa, inteligente, sempre de muito bom humor, bondosa, interessa­

da nas boas leituras, chegou mesmo a aprender datilografia com o fito de aju­

dar o seu poeta na apresentação de seus trabalhos I iterá rios.

Nunca sa(a sozinha de casa e já mesmo idosa, jamais fizera uso de ócu­

los. Rezava muito e cuidava com desvelo da dieta leve, muito frugal, de Antô­

nio Sales.

Depois da morte do esposo, nunca mais se desfez do luto. 1 O Ainda fi­cou residindo entre nós durante vinte anos, seguindo em 1960 para a compa­

nhia de Maria Augusta de Lu na Albano, 11 no Rio. E lá, aos noventa e um

anos de idade, num apartamento da avenida Princesa Isabel, no dia 4 de setembro de 1966, entregava a alma ao Criador. Cinco anos depois, seus des­

pojos seriam transferidos para aqui e depositados junto aos do seu eterno ena­

morado.

NÓTULAS

1 Monsenhor Hipólito Gomes Brasil. Ordenou-se aos vinte e dois anos de idade. Segun­

do vigário geral do Bispado. Diretor do Liceu e Vice-presidente da Província. Faleceu

em Fortaleza a 22 de outubro de 1899.

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2 Pelo Diário do Ceará as despedidas do poeta: "Resolvendo à última hora efetuar ama­

nhã a viagem que projetava fazer à Capital Federal, despeço-me pela imprensa dos •

meus amigos em geral e desta ilustre redação em particular. A todos ofereço meus ser-

viços naquela capital, onde será curta a minha demora".

3 Partindo, soneto (Obra Poética, página 203) 4 A que ficou, soneto (Obra Poética, página 202)

5 A Tua Carta, soneto (Obra Poética, página 196) 6 16 de Junho, soneto (Obra Poética, página 202) 7 À Alice, soneto (Obra Poética, página 321) 8 À Alice, soneto (Obra Poética, página 322) 9

Alice Nava, atendendo à feliz iniciativa da Associação Cearense de Imprensa, no senti­

do da criação de uma Hemeroteca, doou àquele grêmio jornalístico um exemplar de

O Meirinho de 24 de junho de 1883 e uma rar(ssima poliantéia Libertador-Quermes­

se, dedicada à memória do General Tibúrcio, do ano de 1887. 10 M

Ainda há poucos meses, indo lá em companhia do poeta Cruz Filho, outro de seus

amigos fiéis, fomos encontrá-la, um livro no regaço, a confessar-nos, num sorriso toca·

do de infinita melancolia, que à nossa chegada, estava relendo justamente os versos do

seu poeta, o que faz agora todos os dias, enquanto não lhe foge de todo a luz dos

olhos, donde no entanto, não se apagará jamais a imagem do passado inefável". (Uma

Roda do Meu Tempo, Herman Lima)

11 Para o aniversário de Maria Augusta, em 1940, Antônio Sales rabiscava:

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"Sempre foi o teu natal

um grande acontecimento,

pois deste um novo ornamento

para este mundo banal.

Vindo ao mundo tu trazias

contigo a doce missão

de espalhar luz e alegrias

nas sombras do coração.

E vieste, vida a fora,

por ordem da divindade,

trazendo a fel i c idade

a esta gente que te adora".

Maria Augusta faleceu no Rio, em março de 1982, aos sessenta e um anos de idade,

vítima de insidiosa moléstia .

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Alice, viúva de Antônio Safes, num apartamento de Copacabana, entlo residindo sm companhia de Maria Augusta de L una Albano, a Duduta.