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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS DE CÃES COM NEOPLASIAS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFCG Agrício Moreira Dantas Neto 2017

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS DE ......minha vida acadêmica e pessoal, em especial ao Prof. Gil, Melânia e Verônica. Ao meu grande irmão, Davi Emanuel, muito obrigado

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Page 1: ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS DE ......minha vida acadêmica e pessoal, em especial ao Prof. Gil, Melânia e Verônica. Ao meu grande irmão, Davi Emanuel, muito obrigado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS DE CÃES COM

NEOPLASIAS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFCG

Agrício Moreira Dantas Neto

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS DE CÃES COM

NEOPLASIAS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFCG

Agrício Moreira Dantas Neto

(Graduando)

Almir Pereira de Souza

(Orientador)

Patos, PB

Novembro, 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

AGRÍCIO MOREIRA DANTAS NETO

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Medicina Veterinária como requisito

parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

ENTREGUE EM 27/11/2017 NOTA GERAL: 10,0

BANCA EXAMINADORA NOTA

Examinador I: Prof. Dr. Almir Pereira de Souza 10,0

Examinador II: Prof. Dr. Antonio Fernando de Melo Vaz 10,0

Examinador III: Rosangela Maria Nunes da Silva 10,0

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Tudo tem o seu tempo determinado,

e há tempo para todo

o propósito debaixo do céu.

(Eclesiastes 3.1)

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AGRADECIMENTOS

Gratidão é a forma mais bonita de reconhecimento. Reconhecimento que na vida nada

se consegue sozinho. Talvez por isso essa seja uma das partes mais difíceis desse trabalho de

conclusão de curso. Não há no mundo sentimento mais bonito que a gratidão. De nada seria

válido partilhar e comemorar um momento como este sem as pessoas que nos ajudaram a chegar

até aqui. Primeiramente, agradeço a Deus, meu Pai, que me deu forças para chegar até aqui.

Toda honra e glória seja dada em teu nome, meu Deus.

Agradeço aos meus pilares. Minha família! Começo agradecendo a minha vó Maria, que

não está mais entre nós fisicamente, mas que sei que está sempre cuidando de mim. Aos meus

pais, Solange e Demócrito, que não mediram esforços para que eu chegasse até aqui, muito

obrigado por todo apoio e incentivo e aparato. Muito obrigado a vocês dois, que em meio a

tantas dificuldades, sempre fizeram o possível e o impossível para não me deixar faltar nada.

Muito obrigado pela educação que me foi dada e por sempre confiarem em mim.

Aos meus irmão, Victor e Karine, que juntamente com meus pais, são o meus bens mais

precioso. Muito obrigado por todo o apoio desses anos. Agradeço a minha vó Valdívia, a minha

tia Beth, minhas primas Aline, Carol e Camila, aos meus primos Diego e Henrique, aos meus

sobrinhos Lara e Pedrinho, aos meus amigos de Fortaleza, em especial ao Antônio Neto, que

mesmo de longe sempre me motivaram e fizeram-me sentir amado.

Ao meu orientador, Prof. Almir Pereira de Souza, por toda paciência e confiança. Muito

obrigado pela oportunidade de trabalhar com o senhor nesse projeto ao longo desses anos.

Obrigado por sempre me apoiar nas decisões durante a concretização desse sonho. Sem o senhor

esse sonho não estaria se tornando realidade!

Aos meus professores e grandes mestres Prof. Fernando Vaz e Profa. Rosangela, que

foram meus orientadores de monitoria, professores que fizeram que eu me apaixonasse ainda

mais pela vida acadêmica. Muito obrigado pelo apoio, incentivo e carinho que me foi dado

durante o curso. Meu muito obrigado aos outros professores que foram peças fundamentais na

minha vida acadêmica e pessoal, em especial ao Prof. Gil, Melânia e Verônica.

Ao meu grande irmão, Davi Emanuel, muito obrigado pela paciência e apoio desses 21

anos. Muito obrigado por me mostrar que posso contar com alguém mesmo com toda distância.

Obrigado pela irmandade e apoio que tem me deu durante toda essa trajetória. Sem você,

certamente, eu não teria chegado até aqui.

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A minha irmã da vida, Tuti, não tenho palavras para agradecer o que você já fez por

mim. Obrigado por se mostrar presente e paciente em todos os momentos da minha vida pessoal

e acadêmica.

Aos meus amigos da turma 2012.1, Taynara, Emílio, Peterson, Sandy, Tallison, muito

obrigado por todo apoio e carinho, que fizeram com que essa caminhada fosse mais fácil e leve.

Aos meus amigos da turma 2013.1, em especial, Ermano, Priscila, Nayadjala, Luana, Thércya,

Diana, Riquele, Thiago, Mateus, Gonzaga, Joel, Vinícius e Jardel, obrigado por me acolherem

tão bem na nova turma e pelo companheirismo dessa reta final. Aos meus outros amigos que

fiz nessa caminhada acadêmica que me ajudaram de alguma forma nessa caminhada, em

especial ao meu amigo Charles.

Obrigado ao meu braço direito da CMPA, Raquel Ximenes, pela paciência e

companheirismo. Obrigado por sempre se fazer presente!

Meu muito obrigado ao meu amigo Ismael, pelo apoio que me deu nesse último ano.

Muito obrigado pela paciência e por todos os ensinamentos.

Aos meus amigos do intercâmbio, que durante o período de um ano se tronaram uma

família, Thaynnã, Victor, Douglas Balbino, Isabela Cenci, Melina, Marina, Mariana, Rafa,

Bruna, Patricia, Thamara, Douglas Silva, Romário. Meu obrigado pelo apoio, carinho e força

que me foi dada durante aquele ano tão incrível das nossas vidas.

A todos os residentes que me ajudaram e me ensinaram durante esse período acadêmico,

meu muito obrigado. Aos funcionários do campus e do hospital veterinário, muito obrigado por

tudo!

A todos que de algum jeito passaram pela minha vida e me ajudaram durante minha

caminhada, meu muito obrigado! Se eu fosse citar todas as pessoas que me ajudaram durante

esses anos, seriam folhas e folhas. Então finalizo agradecendo, mais uma vez, a Deus. Por toda

bondade e amor em todos os momentos da minha vida. Por ter me dado força e renovado minha

fé sempre que pensava em fraquejar. Obrigado Senhor, por todo amor e misericórdia.

“Sou muito grato às adversidades que apareceram na minha vida, pois elas me ensinaram a

tolerância, a simpatia, o auto-controle, a perseverança e outras qualidades que, sem essas

adversidades, eu jamais conheceria.”

(Napoleon Hill)

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................

LISTA DE TABELAS ...........................................................................................

RESUMO ...............................................................................................................

ABSTRACT ...........................................................................................................

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................

09

10

11

12

13

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 14

2.1 Sindromes Paraneoplásicas ............................................................................... 14

2.2 Manifestações hematológicas de cães com neoplasias .......................................

2.2.1 Anemia ...........................................................................................................

14

14

2.2.2 Eritrocitose .....................................................................................................

2.2.3 Leucocitose .....................................................................................................

2.2.4 Leucopenia .....................................................................................................

15

15

16

2.2.5 Trombocitopenia ............................................................................................

2.3 Manifestações bioquímicas de cães com neoplasias ..........................................

2.3.1 Hiperproteinemia ............................................................................................

2.3.2 Hipoalbuminemia e hiperalbuminemia ...........................................................

2.3.3 Diminuição dos níveis de uréia .......................................................................

2.3.4 Diminuição dos níveis de creatinina ...............................................................

2.3.5 Diminuição dos níveis de ALT .......................................................................

2.3.6 Aumento dos níveis de FA ..............................................................................

16

16

16

17

17

18

18

19

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 21

5 CONCLUSÕES ..................................................................................................

REFERÊNCIAS ....................................................................................................

27

28

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LISTA DE GRÁFICOS

Página

Gráfico 1. Prevalência de neoplasias em cães de acordo com o sexo ....................... 20

Gráfico 2. Distribuição dos animais com neoplasias de acordo com idade .............. 21

Gráfico 3. Prevalência dos tipos de neoplasias em cães ...........................................

22

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Prevalência das raças de cães acometidos por neoplasias ........................ 20

Tabela 2. Prevalência das alterações hematológicas de cães com neoplasias ........

Tabela 3. Prevalência das alterações bioquímicas de cães com neoplasias ..............

22

24

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DANTAS NETO, AGRÍCIO MOREIRA. Alterações hematológicas e bioquímicas de cães

com neoplasias atendidos no Hospital Veterinário da UFCG. Patos, Universidade Federal

de Campina Grande. 2017. 30 p.

(Trabalho de conclusão de Curso de Medicina Veterinária)

RESUMO

As neoplasias induzem sinais clínicos diretamente relacionados aos tumores, seja por invasão,

destruição, obstrução ou interferência na funcionalidade normal de um órgão. Sinais e sintomas

induzidos indiretamente pelos tumores, distante do local da lesão primária, causados pela

produção e liberação de substâncias ativas biologicamente pelo tumor ou pelas células normais

estimuladas pelas células neoplásicas são denominados de síndromes paraneoplásicas. Os

pacientes oncológicos podem apresentar alterações clínicas, hematológicas e bioquímicas

relacionadas diretamente ao tumor ou podem estar associadas com alterações sistêmicas

distantes dos tumores. Assim objetivou-se com esse estudo caracterizar as principais alterações

hematológicas e bioquímicas hepáticas (alanima aminotransferase, fosfatase alcalina e

albumina) e renais (ureia e creatinina) em 45 cães com diagnostico de neoplasias na rotina da

Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de

Campina Grande, os quais foram confirmados através de citologia e histopatologia e divididos

de acordo com idade, sexo, e tipos de neoplasias. As principais alterações observadas no perfil

hematológico e bioquímicos dos cães foram anemia (46,7%), leucocitose (24,4%),

trombocitopenia (35,5%), hiperproteinemia (55,5%), hipoalbuminemia (33,3%),

hiperalbuminemia (26,7%), diminuição dos níveis de ureia (31,1%), diminuição dos níveis de

creatinina (17,8%) e diminuição dos níveis de ALT (20%). Conclui-se que o diagnóstico

precoce dessas alterações em cães com neoplasias são de grande importância para que se possa

aplicar um adequado protocolo terapêutico clínico e/ou cirúrgico, fazendo com que esses

animais possam ter uma boa resposta ao tratamento e, também, uma melhor recuperação desses

animais.

Palavras-chaves: cães; neoplasia; oncologia; hemograma; bioquímica.

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DANTAS NETO, AGRÍCIO MOREIRA. Hematological and biochemical alterations of

dogs with neoplasms treated at the UFCG Veterinary Hospital. Patos, Federal University

of Campina Grande. 2017. 30 p.

(Work of conclusion of Veterinary Medicine Course)

ABSTRACT

Neoplasms induce clinical signs directly related to tumors, either by invasion, destruction,

obstruction or interference in the normal functionality of an organ. Signs and symptoms

indirectly induced by tumors, far from the site of the primary lesion, caused by the production

and release of biologically active substances by the tumor or the normal cells stimulated by

neoplastic cells are called paraneoplastic syndromes. Cancer patients may present clinical,

hematological, and biochemical changes directly related to the tumor or may be associated with

systemic changes distant from the tumors. The objective of this study was to characterize the

main hematological and biochemical alterations (alanine aminotransferase, alkaline

phosphatase and albumin) and renal (urea and creatinine) in 45 dogs diagnosed with neoplasias

in the routine of the Small Animal Medical Clinic of the Veterinary Hospital of the Federal

University of Campina Grande, which were confirmed by cytology and histopathology and

divided according to age, sex, and types of neoplasms. Anemia (46.7%), leukocytosis (24.4%),

thrombocytopenia (35.5%), hyperproteinemia (55.5%) and hypoalbuminemia (33.3%) were the

main changes observed in the hematological and biochemical profile of the dogs ),

hyperalbuminemia (26.7%), decreased urea levels (31.1%), decreased creatinine levels (17.8%)

and decreased ALT levels (20%). It is concluded that the early diagnosis of these alterations in

dogs with neoplasias is of great importance in order to apply an adequate clinical and / or

surgical therapeutic protocol, so that these animals can have a good response to the treatment

and, also, a better recovery of these animals.

Key words: dogs; neoplasia; oncology; blood count; biochemistry.

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1 INTRODUÇÃO 1

Com um maior avanço da Medicina Veterinária associada à uma maior preocupação por 2

parte dos proprietários para com seus animais de companhia que, muitas vezes, são 3

considerados como membros da família, percebe-se um maior cuidado relacionado a saúde dos 4

mesmos refletindo em uma maior expectativa de vida e predispondo ao desenvolvimento, por 5

exemplo, de afecções neoplásicas. Portanto, a área da oncologia veterinária deve ser mais 6

amplamente estudada, para que se possa dar uma maior atenção e acurácia no diagnóstico e 7

tratamento dessas enfermidades e, assim, oferecer uma melhor qualidade de vida a esses 8

animais. 9

As neoplasias são alterações importantes que acometem cães, e com muita frequência 10

são responsáveis por debilitação orgânica e grandes índices de mortalidade nesta espécie. Os 11

tumores podem produzir substâncias, como hormônios e citocinas, que são liberadas na 12

circulação e são responsáveis pelo aparecimento de sinais clínicos distantes da neoplasia 13

primária e sem relação com o seu tamanho. Essas alterações são denominadas de síndromes 14

paraneoplásicas e entre elas, destacam-se as hematológicas e bioquímicas séricas, parâmetros 15

estes que são fundamentais para uma melhor avaliação do estado geral do paciente. As 16

principais alterações encontradas no hemograma e perfil bioquímico de cães com neoplasias 17

são hipercalcemia, hiperproteinemia, anemia, trombocitopenia, leucocitose, eritrocitose, 18

hipergamaglobulinemia, hipoglicemia e coagulação intravascular disseminada. 19

Devido à alta incidência de cães com neoplasias atendidos na Clínica Médica de 20

Pequenos Animais, do Hospital Veterinário, da Universidade Federal de Campina Grande e da 21

gravidade desse tipo de patologia, dá-se a importância de um estudo mais específico das 22

alterações hematológicas e bioquímicas nesses animais afim de estabelecer tratamento e 23

prognósticos adequados. Assim objetivou-se caracterizar as principais alterações hematológicas 24

e bioquímicas hepáticas e renais de cães com neoplasias atendidos na Clínica Médica de 25

Pequenos Animais, do Hospital Veterinário, da UFCG. 26

27

28

29

30

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32

33

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2 REVISÃO DE LITERATURA 1

2.1 Síndromes Paraneoplásicas 2

De acordo com Ogilvie (2014), normalmente as neoplasias induzem sinais clínicos 3

diretamente relacionados aos tumores, seja por invasão, destruição, obstrução ou interferência 4

na funcionalidade normal de um órgão. Sinais e sintomas induzidos indiretamente pelos 5

tumores, distante do local da lesão primária, causados pela produção e liberação de substâncias 6

ativas biologicamente pelo tumor ou pelas células normais estimuladas pelas células 7

neoplásicas são denominados de síndromes paraneoplásicas (RAMOS et al., 2008; 8

MANGIERI, 2008; BERGMAN, 2013). 9

As síndromes paraneoplásicas podem ser classificadas em hematológicas, 10

dermatológicas, neurológicas, digestivas, osteomusculares e endrócrinas. As hematológicas são 11

as principais e consistem, por exemplo, em anemia, leucocitose, hipercalcemia ou 12

hiperproteinemia. Síndromes cutâneas incluem alopecia, dermatite esfoliativa e eritema cutâneo 13

multiforme. Exemplos de alterações neurológicas são a polineuropatia periférica e a miastenia 14

grave. Entre as gastrointestinais e osteomusculares, destaque para as úlceras gástricas e a 15

osteopatia hipertrófica, respectivamente (BERGMAN, 2013). 16

Para estabelecer se uma neoplasia específica é quem está acarretando alguma alteração, 17

é preciso analisar alguns critérios que devem ser seguidos. No caso da Medicina Veterinária, 18

deve-se analisar se as alterações vistas antes do tratamento e/ou remoção da neoplasia foi 19

normalizado. Outro critério que pode ser analisado é se o tumor in vitro continua sintetizando 20

e secretando os produtos que estavam alterados nos exames complementares antes da 21

intervenção cirúrgica (CULLEN et al., 2002). 22

23

2.2 Manifestações hematológicas de cães com neoplasias 24

2.2.1 Anemia 25

A anemia é uma das alterações hematológicas mais observadas em animais com 26

neoplasias (BERGMAN, 2013). É constatada quando se observa uma quantidade diminuída de 27

hemácias o que resulta em uma redução da oxigenação tecidual (THRALL, 2007). É descrita 28

em quatro formas: anemia hemolítica imunomediada, anemia hemorrágica, anemia hemolítica 29

microangiopática e anemia de doença crônica (ADC). Sendo essa última, a mais comumente 30

observada em pacientes oncológicos (BERGMAN, 2013). 31

Na maioria dos animais, a causa da anemia não é elucidada e então é feito o diagnóstico 32

de anemia por doença crônica (OGILVIE, 2014). Neste caso, pode ainda ocorrer que a 33

quantidade de ferro medular esteja dentro da normalidade ou até mesmo aumentada, mas é 34

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15

observada uma redução na concentração sérica de ferro e da capacidade total de ligação deste 1

(CANÇADO; CHIATTONE, 2002). Segundo Mangieri (2008), a anemia no paciente 2

oncológico causa um grande impacto negativo, pois ela acarreta uma diminuição da qualidade 3

de vida, redução da resposta e tolerância ao tratamento e propicia a um maior progresso da lesão 4

neoplásica. 5

Outras causas menos prováveis de anemia induzidas pelo câncer incluem anemia 6

leucoeritroblástica, displasia hematopoiética, hiperesplenismo, eritrofagocitose, anemia 7

megloblástica e aplasia eritrocitária. Muitos dos mecanismos agem sozinhos ou em conjunto 8

para induzir a diminuição no número de hemácias (OGILVIE, 2014). 9

10

2.2.2 Eritrocitose 11

A eritrocitose pode ser classificada como absoluta ou relativa. A eritrocitose relativa 12

pode acontecer pela diminuição do volume plasmático ou da redistribuição eritrocitária (nos 13

casos de desidratação, por exemplo), desvios de fluidos corporais ou contração esplênica. Já a 14

eritrocitose absoluta, que é o aumento dos eritrócitos, pode ser primária ou secundária 15

(THRALL, 2014). 16

Os casos de eritrocitose paraneoplásica são mais comumente vistos em cães com 17

carcinoma nasal, fibrossarcoma nasal, neoplasias hepáticas, adenocarcinomas e tumor venéreo 18

transmissível (DUARTE et al., 2006). A eritrocitose estimulada por um tumor será diferenciada 19

de uma policitemia pela ausência de pancitose ou esplenomegalia e pela ausência de saturação 20

de oxigênio arterial reduzida. (OGILVIE, 2014). 21

22

2.2.3 Leucocitose 23

O aumento do número de leucócitos é denominado leucocitose (THRALL, 2014). Os 24

mecanismos de ação para que ocorra esse aumento de leucócitos secundários a neoplasia não 25

estão bem consolidados, no entanto, estudos apontam a superprodução do fator estimulante 26

granulocítico (G-CSF) ou fator de crescimento de colônia granulocítica macrofágica (GM-CSF) 27

(PETTERINO et al., 2011) como possíveis causas. 28

Além disso, pacientes oncológicos que apresentam leucocitose e neutrofilia extremas 29

têm altas taxas de mortalidade (DITTRICH et al., 2005). A leucocitose neutrofilica é 30

frequentemente observada em animais com carcinoma renal, carcinoma de glândulas salivares, 31

linfoma, fibrossarcoma metastático e pólipo adenomatoso retal. A leucocitose eosinofilica é 32

menos descrita e foi relatada em casos de adenocarcinoma mamário, fibrossarcoma e 33

mastocitoma (MANGIERI, 2008). 34

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16

É de grande importância reconhecer que as leucocitoses podem estar relacionadas a 1

focos sépticos e/ou inflamatórios no paciente oncológico, assim essa alteração não seria 2

secundária a neoplasia (MANGIERI, 2008). 3

4

2.2.4 Leucopenia 5

A leucopenia é a diminuição da quantidade de leucócitos circulantes e pode decorrer da 6

liberação de fatores supressores da medula, através das células neoplásicas e também por 7

diminuição da meia-vida dos leucócitos circulantes (NEIHAUS et al., 2010; CÁPUA et al., 8

2011; LANE & WYATT, 2012; BERGMAN, 2013). É diagnosticada leucopenia quando se 9

observa a contagem leucocitária total inferior a 4.000 células/mm³ (MANGIERI, 2008). 10

11

2.2.5 Trombocitopenia 12

A trombocitopenia é a redução na quantidade das plaquetas na circulação e resulta da 13

destruição plaquetária (imunomediada ou idiopática) ou de uma menor produção, sequestro ou 14

consumo de plaquetas. Pode ocorrer, também, sequente a intoxicação da medula óssea por 15

hiperestrogenismo, comumente observado em animais com sertolioma (BERGMAN, 2013). De 16

acordo com Ogilvie (2014), a redução no número de plaquetas está diretamente associada a 17

neoplasias malignas. 18

A trombocitopenia por consumo pode ser resultante de uma coagulação intravascular 19

disseminada, que é comumente observada em cães com hemangiossarcomas. Neoplasias 20

linfoproliferativas, carcinomas pulmonares e adenocarcinomas nasais também estão associadas 21

a essa síndrome (CHISHOLM-CHAIT, 2000). 22

As causas possíveis para essa enfermidade são uma menor produção plaquetária, por 23

liberação de citocinas inibidoras de unidades formadoras de colônias. Também pela destruição 24

e/ou utilização plaquetária por microangiopatia ou por alguma reação imunomediada, como por 25

exemplo, nos casos de linfoma e carcinoma inflamatório agudo (MANGIERI, 2008). 26

27

2.3 Manifestações bioquímicas de cães com neoplasias 28

2.3.1 Hiperproteinemia 29

A hiperproteínemia é o aumento da quantidade de proteínas plasmáticas. Esse tipo de 30

alteração pode ser vista associada a neoplasias que produzem altas quantidades de proteínas 31

monoclonais culminando na síndrome de hiperviscosidade, como nos casos de linfomas 32

(COUTO, 2015). Essa síndrome pode resultar em sinais como ataxia, convulsões e distúrbios 33

de coagulação (BERGMAN, 2013). 34

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17

Linfócitos B neoplásicos podem gerar grandes quantidades de imunoglobulinas. As 1

proteínas produzidas por neoplasias de linfócitos B são denominadas de proteínas M 2

(relacionadas a proteínas monoclonais), que é uma imunoglobulina intacta que consiste de duas 3

cadeias pesadas da mesma classe e subclasse, e duas cadeias leves do mesmo tipo. Essas 4

proteínas se acumulam no plasma, na urina e em outros tecidos (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 5

6

2.3.2 Hiperalbuminemia e hipoalbuminemia 7

A albumina é a proteína mais abundante no plasma, somando cerca de 50% da 8

quantidade total de proteínas. Essa proteína é sintetizada no fígado e contribui na osmolaridade 9

do plasma sanguíneo, constituindo também uma reserva protéica, no transporte de ácidos graxos 10

livres, hormônios e cálcio. A albumina também tem uma importante função na regulação do 11

pH sanguíneo, onde atua como ânion (GONZÁLEZ; SCHEFFER, 2003). 12

A principal razão para que ocorra a hiperalbuminemia (aumento da quantidade de 13

albumina sérica) é a hemoconcentração, presumindo a ocorrência de hiperproteinemia 14

concomitante e eritrocitose. Também pode estar associada com a utilização de alguns fármacos, 15

como por exemplo, os quimioterápicos (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 16

O fígado produz praticamente toda a albumina do organismo. A diminuição da albumina 17

plasmática pode ser decorrente de diminuição da síntese hepática, o que ocorre geralmente nas 18

doenças hepáticas crônicas. Porém, a hipoalbuminemia ocorre em inúmeras outras doenças de 19

origem não hepáticas, portanto não é especifica para este órgão (SILVA, 2017). Níveis de 20

albumina diminuídos, juntamente com diminuição de ureia, indicam deficiência proteica. 21

Quando se observa níveis de albumina diminuído com níveis de ureia normais ou elevados, 22

acompanhados de aumento dos níveis de enzimas hepáticas são indicadores de falha hepática 23

(GONZÁLEZ; SCHEFFER, 2003). Geralmente não se observa hipoalbuminemia até que 24

ocorra perda de 60% a 80% da função hepática (THRALL, 2014). 25

As hipoalbuminemias podem ser síndromes paraneoplásicas de neoplasias de linfócitos 26

B e estão relacionadas com citocinas inflamatórias, resposta a aumento da pressão 27

coloidosmótica (oncótica) causada por hiperglobulinemia ou lesões teciduais no fígado, 28

intestinos e rins (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 29

30

2.3.3 Diminuição dos níveis de ureia 31

A ureia é sintetizada no fígado a partir da amônia e grande parte da mesma vem do 32

catabolismo protéico (BUSH, 2004). Entre os distúrbios que causam uma síntese diminuída de 33

ureia, pode-se citar a insuficiência hepática e deficiências enzimáticas do ciclo da ureia, que 34

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podem estar relacionados às alterações secundárias a neoplasias (STOCKMAM; SCOTT, 1

2011). 2

Animais com câncer podem desenvolver complicações renais importantes. A maioria é 3

de forma iatrogênica e inclui toxicidade relacionada à quimioterapia, antibióticos, e nefropatias 4

relacionadas ao contraste. Além disso, neoplasias infiltrativas como o linfoma, por exemplo, 5

podem ter consequências renais. As alterações bioquímicas que podem resultar em 6

nefrotoxidade incluem precipitações tubulares secundárias a hipercalcemia, matrizes de 7

proteínas, glomerulopatias por amiloidose, glomerulopatias membranosa e distúrbios devido à 8

hipercalcemia, hiponatremia e síndrome da lise tumoral aguda (BERGMAN, 2013). 9

10

2.3.4 Diminuição dos níveis de creatinina 11

A creatinina plasmática é derivada do catabolismo da creatinina presente no tecido 12

muscular. A excreção de creatinina só se realiza por via renal, uma vez que ela não é reabsorvida 13

nem reaproveitada pelo organismo. Por isso, seus níveis plasmáticos refletem a taxa de filtração 14

renal, de forma que níveis altos de creatinina indicam uma deficiência na funcionalidade renal 15

e a diminuição dos níveis dessa enzima pode está relacionada com diversos fatores, dentre eles, 16

insuficiência hepática, super hidratação e miopatias (GONZÁLEZ; SCHEFFER, 2003). 17

A creatinina sérica diminuída não é clinicamente identificada ou clinicamente 18

significativa. Animais com massa muscular diminuída tendem a ter os níveis de creatinina 19

reduzidos. Outro fator que pode esta relacionada a diminuição dos níveis de creatinina é a 20

presença de hipoproteinemia (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 21

22

2.3.5 Aumento e diminuição dos níveis de Alanima Animotransferase 23

A alanina aminotransferase (ALT) é uma enzima citoplasmática de extravasamento que 24

está livre no citoplasma dos hepatócitos, sendo essencialmente hepatoespecífica para cães e 25

gatos. Catalisa uma reação reversível envolvida na desanimação da alanina para formar o 26

piruvato, que pode entrar na via da gliconeogênese ou no ciclo de Krebs (STOCKMAM; 27

SCOTT, 2011). Essa enzima é chamada de enzima de extravasamento, pois o aumento da 28

atividade sérica dessa enzima está associada ao aumento da permeabilidade ou à destruição da 29

membrana celular do hepatócito. Por esse motivo é considerada enzima marcadora de necrose 30

hepática (SILVA, 2017). 31

O aumento da atividade sérica dessa enzima indica uma lesão celular liberando-a para a 32

circulação. Aumentos discretos da sua atividade não têm relevância, pois o grau da lesão 33

hepática é responsável pelo aumento da atividade da ALT. Há lesões que permitem a passagem 34

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da enzima através da membrana sem perda de função celular; por exemplo, hipóxia decorrente 1

de choque. Assim como há lesões, com perda total da função celular nos casos de necrose de 2

hepatócitos. A ALT é uma enzima que tem curso de elevação agudo, mas sua elevação é 3

proporcional à lesão encontrada, tendo seu pico de liberação detectado de 3 a 4 dias após a 4

lesão, mas com retorno basal em até 14 dias (GONZALEZ e SILVA, 2006). Entre os testes de 5

função hepática é considerado o de melhor detecção para lesão hepática (THRALL, 2014). 6

Alguns distúrbios ou condições predispõem o aumento da atividade da ALT; entre estes 7

cita-se, a ocorrência de neoplasias como linfoma, neoplasias metastáticas em geral e carcinomas 8

hepatocelular (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 9

10

2.3.6 Aumento e diminuição dos níveis de Fosfatase Alcalina 11

A fosfatase alcalina (FA) é uma enzima de indução sintetizada no fígado, nos 12

osteoblastos, nos epitélio intestinal e renal e na placenta. Em cães, a meia-vida da FA intestinal, 13

renal e placentária é de aproximadamente seis minutos. O aumento da produção e de sua 14

atividade sérica pode ser notado em casos de maior atividade osteoblástica, colestase, indução 15

por drogas como corticóides e fenobarbital e várias doenças crônicas, inclusive neoplásicas 16

(THRALL, 2014). 17

Alguns distúrbios ou condições predispõem o aumento da atividade da FA, como por 18

exemplo, a ocorrência de neoplasias como linfomas, carcinomas pancreáticos e de ducto biliar 19

e neoplasias mamárias benignas e malignas (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 20

21

22

23

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26

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3 MATERIAL E MÉTODOS 1

Foram selecionados 45 cães atendidos na rotina da Clínica Médica de Pequenos 2

Animais, do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande 3

(CMPA/HV/UFCG) no Centro de Saúde e Tecnologia Rural – Campus Patos, com diagnóstico 4

clínico e confirmação histopatológica de quaisquer tipos de neoplasias, através de citologia e 5

biopsia, realizado pelo Laboratório de Patologia Animal (LPA/HV/UFCG). 6

Foram analisados os dados epidemiológicos (raça, sexo e idade), clínicos (histórico e 7

sinais clínicos), achados hematológicos e bioquímicos séricos hepática e renal (ALT, FA, 8

albumina, ureia e creatinina). Os dados foram analisados através de estatística simples e os 9

dados numéricos obtidos foram tratados de forma descritiva. 10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 1

Dos 45 cães diagnosticados com neoplasias 75,5% eram fêmeas (34/45) e 24,5% 2

machos (11/45), como demonstra o Gráfico 1. Estes achado estão de acordo com o estudo feito 3

por De Nardi et al (2002) e Vascellari et al. (2009), e estão associados ao fato que neoplasias 4

mamárias foram preponderante e observadas apenas nas fêmeas, com uma prevalência de 5

69,66% da casuística no seu estudo (DE NARDI et al, 2002). 6

7

8

9

Em relação à raça verificou-se que 46,7% dos animais não tinham raça definida (21/45) 10

e 53,3% eram puros (24/45), com maior ocorrência em Poodle, Pinscher e Cocker Spaniel 11

(Tabela 1), raças que também tiveram prevalência no estudo feito por De Nardi et al (2002). 12

Segundo Meuten (2002), o Poodle tem uma predisposição genética para o desenvolvimento de 13

neoplasias. Porém, Cavalcanti (2006) descreveu que não há uma prevalência racial e a maior 14

incidência em cães da raça poodle, por exemplo, se dá pelo motivo dessa ser uma raça mais 15

difundida. Fato que também pode ser sugerido para as outras raças que tiveram maior 16

prevalência neste estudo, pois as raças Cocker Spaniel, Pincsher e Daschound são bem 17

difundidas entre criadores de cães na região do sertão paraibano. 18

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Fêmeas (75,5%) Machos (24,5%)

Gráfico 1. Prevalência de neoplasias em cães de acordo com o sexo, atendidos

no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Campina Grande (CMPA/HV/UFCG).

Fêmeas Machos

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Tabela 1. Prevalência das raças de cães acometidos por neoplasias, atendidos no setor de 1

Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de 2

Campina Grande (CMPA/HV/UFCG). 3

Raça Número de Animais Porcentagem

Sem raça definida

Poodle

21

10

46,7%

22,2%

Cocker Spaniel 5 11,1%

Pincsher 5 11,1%

Dachshund 2 4,5%

Beagle 1 2,2%

Lhasa Apso 1 2,2%

No tocante a idade, os animais apresentavam entre 1 e 16 anos, sendo 22,2% entre 1 e 5 4

anos (10/45), 51,1% entre 6 e 10 anos (23/45) e 26,7% entre 11 e 16 anos (12/45), como 5

representado no Gráfico 1. A prevalência das neoplasias de acordo com a idade dos animais 6

também está de acordo com o estudo feito por De Nardi et al (2002), onde foi observado uma 7

prevalência de tumores em cães com idade entre 6 e 12 anos. De acordo com Morrison (1998) 8

e Cavalcanti (2006), essa alta prevalência de acordo com a idade, se dá pela longevidade desses 9

animais, sendo assim, a idade é um fator predisponente às afecções oncológicas. O que pode-10

se confirmar com os resultados dessa pesquisa, onde não se foi observada neoplasias em 11

animais com poucos meses de idade. 12

22,20%

51,10%

26,70%

Gráfico 2. Distriubuição dos animais com neoplasias de acordo com

idade, atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais, do

Hospital Veterinário, da Universidade Federal de Campina Grande

(CMPA/HV/UFCG).

1 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 16 anos

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Os tipos de neoplasias diagnosticadas nos cães através da histopatologia apresentaram 1

a seguinte prevalência, 48,9% carcinoma (22/45), 11,1% hemangiossarcoma (5/45), 6,7% 2

carcinossarcoma (3/45), 6,7% adenoma hepatóide (3/45), 4,5% melanoma (2/45), 4,5% 3

mastocitoma (2/45), 2,2% epulide ossificante (1/45), 2,2% carcinoma de células escamosas 4

(1/45), 2,2% fibrolipoma (1/45), 2,2% adenoma sebáceo (1/45), 2,2% linfoma (1/45), 2,2% 5

lipoma (1/45), 2,2% plasmocitoma (1/45) e 2,2% tricolemoma (1/45), como demonstra o 6

Gráfico 2. A prevalência de carcinomas (48,9%) e hemangiossarcomas (11,1%) descritas nesta 7

pesquisa, também foram descritas por Andrade et al. (2012), que relatou que esses foram os 8

neoplasmas cutâneos mais prevalentes em cães e gatos. A maior incidência de carcinomas 9

também foi descrita por Cavalcanti (2006), em um dos seus estudos sobre neoplasias mamárias. 10

11

12

Uma das principais alterações hematológicas observada foi anemia, que estava presente 13

em 46,7% dos animais (21/45). Nesses casos, a alteração hematológica pode estar atrelada 14

doença crônica, hemólise, perda de sangue por sequestro celular, distúrbios no metabolismo do 15

ferro, redução da meia-vida eritrocitária e uma baixa resposta da medula óssea (THRALL, 16

2007). Em pacientes oncológicos essa alteração se dá pela ação da IL-1 e o fator de necrose 17

46,70%

11,10%

6,70%

6,70%

4,50%

2,20%

2,20%

2,20%

2,20%

2,20%

2,20%

2,20%2,20% 2,20% 2,20%

Gráfico 3. Prevalência dos tipos de neoplasias em cães, atendidos no

setor de Clínica Médica de Pequenos Animais, do Hospital Veterinário,

da Universidade Federal de Campina Grande (CMPA/HV/UFCG).

Carcinoma

Hemangiossarcoma

Carcinossarcoma

Adenoma hepatóide

Melanoma

Matocitoma

Epulide ossificante

Hiperplasia nodular esplênica

CCE

Fibrolipoma

Adenoma sebáceo

Linfoma

Lipoma

Plasmocitoma

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tumoral alfa (TNF-alfa), são os principais fatores liberados pelos tumores que ocasionam o 1

sequestro do ferro, a IL-1 ainda age diminuindo a meia-vida dos eritrócitos, e a IL-6 e a TNF 2

agem reduzindo a secreção de eritropoietina (MANGIERI, 2008). 3

A leucocitose foi observada em 24,4% dos cães (11/45) do presente estudo, como 4

representado na Tabela 2. Essa alteração nos casos de pacientes com neoplasias, pode estar 5

associada à necrose tecidual ou inflamação associada ao tumor, podendo também estar 6

relacionada com o nível de stress do animal (CHILDRESS, 2012). Já a leucopenia foi 7

constatada em 13,3% (6/45) dos animais. Essa alteração pode ser secundária a alguma neoplasia 8

e está relacionada a mielossupressão provocado por fatores liberados pelos tumores e também 9

pela diminuição da meia vida dos leucócitos circulantes em pacientes oncológicos 10

(BERGMAN, 2013). Em 35,5% dos animais (16/45) foi observada trombocitopenia. Segundo 11

Bergman (2013), esse tipo de alteração deve ser secundário a quimioterapia e na ausência desse 12

protocolo, deve-se atribuir essa alteração ao aumento de destruição, sequestro, consumo de 13

plaquetas ou a diminuição da produção dessas. Esse tipo de anormalidade diminui a resposta 14

ao tratamentos quimioterápicos e inviabiliza os procedimentos cirúrgicos, caso sejam 15

necessários (OGILVIE, 2014). 16

A trombocitopenia por consumo é comum em 50% a 90% de cães com 17

hemangiossarcomas. Os tumores que apresentam grande proporção de trombocitopenia são os 18

linfoproliferativos, variando de 35% a 50% dos casos. Além desses tumores, os estudos com 19

cães revelam que aproximadamente 50% dos pacientes com hemangiossarcoma; 37% com 20

linfoma, 25% com carcinoma pulmonar e 19% com adenocarcinoma nasal apresentam 21

trombocitopenia (CHISHOLM-CHAIT, 2000). Achados estes similares com os encontrados 22

nesta pesquisa, onde 50% dos cães (3/6) com hemangiossarcoma ou linfoma apresentaram 23

trombocitopenia, dados representados na Tabela 2. 24

Tabela 2. Prevalência das alterações hematológicas de cães com neoplasias, atendidos no setor 25

de Clínica Médica de Pequenos Animais, do Hospital Veterinário, da Universidade Federal de 26

Campina Grande (CMPA/HV/UFCG). 27

Alteração Número de Animais Porcentagem

Anemia 21 46,7%

Leucocitose 11 24,4%

Leucopenia 6 13,3%

Trombocitopenia 16 35,5%

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Foi observado que 55,5% dos cães (25/45) apresentavam hiperproteinemia, conforme 1

demonstra a tabela 3. De acordo com Bergman (2013) o aumento das proteínas plasmáticas 2

podem ser secundárias a produção exacerbada de proteínas através dos linfócitos, resultando 3

em uma hiperviscosidade do sangue, que culmina em ataxia, convulsões, hipóxia e distúrbios 4

de coagulação, assim, diminuindo a qualidade de vida do animal. 5

A hiperalbumenia foi observada em 26,7% (12/45) dos animais. Relata-se que uma das 6

principais razões para que ocorra a hiperalbuminemia é a hemoconcentração, presumindo a 7

ocorrência de hiperproteinemia concomitante. De acordo com Stockman e Scott (2011), 8

pacientes oncológicos em tratamento apresentam um aumento nos níveis de albumina 9

secundária a utilização de alguns quimioterápicos. 10

Já a hipoalbuminemia foi observada em 33,3% dos animais (15/45). Estudos relatam 11

que níveis de albumina diminuídos, juntamente com diminuição de ureia, indicam deficiência 12

protéica, o que foi observado em 20% dos animais (9/45). Quando se observa hipoalbuminemia 13

com níveis de ureia normais ou elevados, pode-se relacionar com falha hepática (GONZÁLEZ; 14

SCHEFFER, 2003), situação que foi observada em 11,1% dos animais (5/45). Ainda de acordo 15

com estes autores, essa anormalidade é preocupante pois a diminuição dos níveis de albumina 16

pode afetar o metabolismo de outras substâncias devido ao papel da albumina como 17

transportador e também pode causar diminuição da pressão osmótica do plasma e levar a ascite. 18

A diminuição dos níveis de ureia foi observada em 31,1% dos animais (14/45) 19

estudados, como demonstra a tabela 3. Pacientes oncológicos podem apresentar redução dos 20

níveis de ureia secundariamente a insuficiência hepática e deficiências enzimáticas que são 21

anormalidades observadas em alguns casos de cães com neoplasias (STOCKMAM; SCOTT, 22

2011). A prevalência dos distúrbios renais em pacientes veterinários com câncer é 23

desconhecida, no entanto, a glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos já foi descrita 24

em alguns casos de cães com neoplasias, como por exemplo, a leucemia linfocítica. 25

Aproximadamente 6% a 10% de pacientes humanos com câncer apresentam alguma lesão renal, 26

mais comumente a glomerulonefrite com perda de proteína na urina está presente nesses casos 27

(BERGMAN, 2013). 28

Em relação a creatinina foi observada uma diminuição no seu nível sérico em 17,8% 29

dos animais (8/45) e apenas 2,2% (1/45) apresentaram aumento dessa enzima. De acordo com 30

Stockmam e Scott (2011) um dos fatores que pode está relacionado com a diminuição dos níveis 31

de creatinina é a presença de hipoproteinemia, o que está em discordância com os achados deste 32

estudo, pois os oito cães que apresentavam redução dos níveis de creatinina estavam com níveis 33

proteicos normais. 34

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A ALT se demonstrou diminuída em 20% dos animais (9/45) e aumentada em apenas 1

8,9% dos animais (4/45). A ALT é uma enzima citoplasmática de extravasamento, sendo 2

hepatoespecífica para pequenos animais. De acordo com Stockmam e Scott (2011), a ocorrência 3

de neoplasias como linfoma, neoplasias metastáticas em geral e carcinomas predispõem o 4

aumento da atividade dessa enzima. Alguns transtornos podem estar associados ao aumento 5

desta, como por exemplo hipóxia, inflamações e doenças bacterianas e virais e este aumento da 6

atividade sérica é um indicio de necrose hepática. Aumentos marcantes ocorrem nos casos de 7

hepatites agudas ou neoplasias hepáticas primárias (SILVA, 2017). 8

Foi observado a elevação nos níveis de fosfatase alcalina (FA) em 13,3% dos casos 9

(6/45) e uma diminuição dessa enzima em 11,1% dos cães (5/45) com neoplasias estudados. De 10

acordo com Ganzález e Silva (2006), deve-se levar em consideração a elevação da atividade da 11

FA com distúrbios de origem hepática. O aumento da atividade sérica da FA ocorre em quadros 12

de colestase intra ou extra-hepática, inflamação das vias biliares e doenças infiltrativas do 13

fígado, como por exemplo neoplasias metastáticas (SILVA, 2017). Algumas neoplasias podem 14

acarretar no aumento dos níveis de FA, como por exemplo, a ocorrência de linfomas, 15

carcinomas, neoplasias mamárias benignas e malignas, mesmo na ausência de metástases 16

hepáticas (STOCKMAM; SCOTT, 2011). 17

18

Tabela 3. Prevalência das alterações bioquímicas de cães com neoplasias, atendidos no setor 19

de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de 20

Campina Grande (CMPA/HV/UFCG). 21

Alteração Número de Animais Porcentagem

Hiperproteinemia 25 55,5%

Hipoalbuminemia

Diminuição dos níveis de

Ureia

Hiperalbuminemia

15

14

12

33,3%

31,1%

26,7%

Diminuição nos níveis de

Creatinina

8 17,8%

Diminuição nos níveis de

ALT

9 20%

Aumento nos níveis de FA 6 13,3%

22

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5 CONCLUSÃO 1

Com os resultados obtidos, conclui-se que cães com neoplasias apresentam 2

frequentemente alterações hematológicas e bioquímicas hepáticas e renais. Assim é importante 3

que todos os cães oncológicos realizem exames hepáticos e renais e tenham uma identificação 4

precoce dessas alterações para um adequado protocolo terapêutico e determinação do 5

prognóstico desses animais e, também, uma reavaliação após o tratamento cirúrgico ou 6

quimioterápico da neoplasia. 7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

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27

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