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Pág. Rua Comandante Almiro, 211 - Centro - Feira de Santana-BA (75) 3221.7259 1 01. O trecho a seguir foi extraído de O Alienista, de Machado de Assis. Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágo- as; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção,— o recanto psíqui- co, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de “louros imarcescíveis”, — ex- pressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de in- timidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores. A respeito da obra O Alienista, é correto afirmar que se trata de obra de a) influência religiosa, na qual Simão Bacamarte constrói um centro de recuperação de pessoas carentes. b) cunho espiritualista na qual as personagens se ocupam de questões transcendentais. c) crítica ao cientificismo do século XIX, visto com pode- res para interferir na sociedade. d) teor filosófico, na qual o narrador desenvolve conceitos sobre as correntes da filosofia. e) finalidade moralista, escrita com o intuito de criar perso- nagens modelares de conduta. 02. No romance “Memórias de um sargento de milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, o que chama a atenção é um aspecto pouco comum nos romances românticos, ou seja, a visão social transmitida a partir da perspectiva: a) Mas classes dominantes e aristocráticas. b) Dos segmentos militares da sociedade. c) Do submundo do crime e da violência. d) Da população estudantil acadêmica. e) Das classes pobres e desfavorecidas. 03. Leia a tirinha a seguir QUINO. TODA MALFADA: da primeira á ultima tira. são paulo: Martins Fontes, 2001. A compreensão do Texto nos permite afirmar CORRETA- MENTE: a) De modo sarcástico e bem-humorado, o texto critica a programação da televisão, a qual incentiva maus hábi- tos nas crianças. b) Valendo-se do recurso da ironia, o texto defende que a felicidade pode ser encontrada em coisas simples do dia a dia, como passar desodorante ou comer salsicha. c) O texto faz uma crítica bem-humorada à relação de de- pendência entre felicidade e consumismo, incitada em demasia pela publicidade televisiva. d) Ao mostrar as dúvidas da criança quanto ao conteúdo veiculado na TV, o texto critica a omissão da televisão no que diz respeito à educação infantil. e) O texto consiste numa metáfora do homem contempo- râneo, que consegue lidar com uma gama variada de informações simultaneamente. 04. Leia a tirinha abaixo. Na expressão “dentes da Morte”, ocorre a figura de lingua- gem conhecida como: a) Pleonasmo. b) Paradoxo. c) Assíndeto. d) Comparação. e) Metáfora. 05. Quanto eu tiver setenta anos quando eu tiver setenta anos então vai acabar esta minha adolescência vou largar da vida louca e terminar minha livre docência vou fazer o que meu pai quer começar a vida com passo perfeito vou fazer o que minha mãe deseja aproveitar as oportunidades de virar um pilar da sociedade e terminar meu curso de direito então ver tudo em sã consciência quando acabar esta adolescência Paulo Leminski A respeito do poema acima, de autoria do escritor contem- porâneo Paulo Leminski, assinale a alternativa correta. Aluno(a): __________________________________________________________ Data: ___ /____/ 2019 Professor: Celso Silva Turma: Site Assunto: Linguagens ENEM

AMTA PROF CS SVA - acessoeducar.com.br · era escrever um poema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a escrever um poema sobre aquele café

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Pág.Rua Comandante Almiro, 211 - Centro - Feira de Santana-BA (75) 3221.7259 1

GRAMÁTICA - PROF. CELSO SILVA

01. O trecho a seguir foi extraído de O Alienista, de Machado de Assis.

Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágo-as; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção,— o recanto psíqui-co, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de “louros imarcescíveis”, — ex-pressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de in-timidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.A respeito da obra O Alienista, é correto afirmar que se trata de obra de

a) influência religiosa, na qual Simão Bacamarte constrói um centro de recuperação de pessoas carentes.

b) cunho espiritualista na qual as personagens se ocupam de questões transcendentais.

c) crítica ao cientificismo do século XIX, visto com pode-res para interferir na sociedade.

d) teor filosófico, na qual o narrador desenvolve conceitos sobre as correntes da filosofia.

e) finalidade moralista, escrita com o intuito de criar perso-nagens modelares de conduta.

02. No romance “Memórias de um sargento de milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, o que chama a atenção é um aspecto pouco comum nos romances românticos, ou seja, a visão social transmitida a partir da perspectiva:

a) Mas classes dominantes e aristocráticas.b) Dos segmentos militares da sociedade.c) Do submundo do crime e da violência.d) Da população estudantil acadêmica.e) Das classes pobres e desfavorecidas.

03. Leia a tirinha a seguir

QUINO. TODA MALFADA: da primeira á ultima tira. são paulo: Martins Fontes, 2001.

A compreensão do Texto nos permite afirmar CORRETA-MENTE:

a) De modo sarcástico e bem-humorado, o texto critica a programação da televisão, a qual incentiva maus hábi-tos nas crianças.

b) Valendo-se do recurso da ironia, o texto defende que a felicidade pode ser encontrada em coisas simples do dia a dia, como passar desodorante ou comer salsicha.

c) O texto faz uma crítica bem-humorada à relação de de-pendência entre felicidade e consumismo, incitada em demasia pela publicidade televisiva.

d) Ao mostrar as dúvidas da criança quanto ao conteúdo veiculado na TV, o texto critica a omissão da televisão no que diz respeito à educação infantil.

e) O texto consiste numa metáfora do homem contempo-râneo, que consegue lidar com uma gama variada de informações simultaneamente.

04. Leia a tirinha abaixo.

Na expressão “dentes da Morte”, ocorre a figura de lingua-gem conhecida como:

a) Pleonasmo.b) Paradoxo.c) Assíndeto.d) Comparação.e) Metáfora.

05. Quanto eu tiver setenta anos quando eu tiver setenta anosentão vai acabar esta minha adolescência vou largar da vida loucae terminar minha livre docência vou fazer o que meu pai quercomeçar a vida com passo perfeitovou fazer o que minha mãe desejaaproveitar as oportunidadesde virar um pilar da sociedadee terminar meu curso de direito então ver tudo em sã consciênciaquando acabar esta adolescênciaPaulo Leminski

A respeito do poema acima, de autoria do escritor contem-porâneo Paulo Leminski, assinale a alternativa correta.

Aluno(a): __________________________________________________________ Data: ___ /____/ 2019Professor: Celso Silva Turma: Site Assunto: Linguagens ENEM

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Rua Comandante Almiro, 211 - Centro - Feira de Santana-BA (75) 3221.72592

GRAMÁTICA - PROF. CELSO SILVA

Pág.

a) a ligação estabelecida entre as palavras “hábito” e “hemocentro”, explorando a ideia de frequência.

b) a relação entre uma palavra específica , a imagem das pessoas com uma ação relacionada à palavra e a um gesto com o leitor.

c) o emprego da expressão “Um grande ato”, desper-tando a consciência das pessoas para o sentimento de solidariedade.

d) a apresentação da imagem de pessoas saudáveis, estratégia adequada ao público-alvo da campanha.

e) a associação entre o grande número de pessoas no cartaz e o número de pessoas que precisam rece-ber sangue em nosso país.

09. “Vou-me embora para Pregressa porque lá sou amigo do rei.” (Manuel Bandeira)

Embora(em+boa+hora): processo de formação de pala-vras a que chamamos:

a) Derivação prefixal.b) Derivação sufixal.c) Composição por justaposição. d) Composição por aglutinação.e) Derivação regressiva.

10. “Os programas infantis têm baixo nível. Seria preciso dotar os programas infantis de uma função pedagógica. Quem produz os programas infantis, em nossa terra, não leva os programas infantis a sério”.Evitam-se as abusivas repetições do trecho acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectiva-mente, por:

a) Os dotar – Quem produz eles – a eles não levab) Dotar a eles – Quem lhes produz – não os leva.c) Dotar-lhes – Quem os produz – não leva-os.d) Dotá-los – Quem produz a eles – não lhes leva.e) Dotá-los – Quem os produz – não os leva.

11. Estudamos que o aspecto verbal é a categoria que expressa o significado que o verbo vai assumir den-tro do contexto. Assim, assinale a alternativa em que o comentário sobre o aspecto verbal – dos verbos em destaque – não está de acordo com o contexto da frase apresentada.

a) Sabiam exatamente as marcas de relógio que que-riam; coisa fina, nada de despertadores baratos. (In-dica uma ação habitual ou de frequência.)

a) O poema faz uma exortação moral para que os seus leito-res tomem o rumo correto na vida.

b) O poema possui a típica estrutura formal de um soneto camoniano.

c) O título do poema evidencia o seu tom nostálgico. d) O verso “vou fazer o que meu pai quer” não possui ne-

nhum sentido de ironia. e) O eu lírico enxerga com ironia as concepções de “maturi-

dade” e “virar um pilar da sociedade”.

06. Leia o texto.

A tira trata de modo bem-humorado aspectos relativos à ado-lescência. Quanto à linguagem utilizada:

a) A partir da sequência de quadros, a tira usa da conação para mostrar um kit básico de frases para sobreviver.

b) Há a predominância da intertextualidade nas 3 tirinhas. c) As 3 situações expõem um forte sarcasmo com situações

constrangedoras com as quais um adolescente convive diariamente.

d) A linguagem despojada é uma marca desses tipos de tex-to, normalmente associada a uma referência prazenteira .

e) As ironias são reforçadas por um contexto metalinguístico.

07. Leia a tirinha abaixo.

Na situação retratada pela tira, os personagens interagem entre si através da comunicação, provocando reações um no outro. O humor da tira está

a) no emprego da linguagem informal quando o personagem faz uso do termo “tá”.

b) na explicação que o vendedor dá sobre o que seria “filoso-fia barata”.

c) na indignação da mulher demonstrada pela expressão “conversa fiada”.

d) na atitude do vendedor em atribuir novo sentido à expres-são indignada da mulher.

e) na complacência do vendedor ante a estupefação da mulher.

08. As propagandas fazem uso de diferentes recursos para ga-rantir o efeito apelativo, isto é, o convencimento do público em relação ao que apresentam. O cartaz da campanha promovida pelo Ministério da Saúde utiliza vários recursos, verbais e não verbais, como estratégia persuasiva, dentre os quais se des-taca

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GRAMÁTICA - PROF. CELSO SILVA

b) Levem tudo, mas nos respeitem. (Denota a ideia de ordem.)

c) Dupla assalta joalheria e escolhe marcas de relógio para levar. (Expressa fatos passados, conferindo-lhes atualidade.)

d) A vendedora-chefe pediu licença, foi até o escritório e voltou com um documento escrito em inglês. (Exprime fatos concluídos no passado.)

e) (…) ligou para o dono, que aliás morava ali perto, pediu que viesse para atender “dois clientes muito importan-tes”. (Informa uma ação passada, duradoura e certa.)

12. Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e

ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedan-te, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não to-lerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência.

(ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) (fragmento).

Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreen-de-se a predominância de uma das funções da

a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito es-sencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e de-finições.

b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.

c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de esta-belecimento de conexão com o leitor, por isso o empre-go dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.

d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras no-vas, necessária para textos em prosa, por isso o em-prego de “hipotrélico”.

e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”.

13. Lusofonia - rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentadano café, em frente da chávena de café, enquantoalisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever estepoema sobre essa rapariga porque, no Brasil, a palavrarapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então,terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,a menina do café, para que a reputação da pobre raparigaque alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, nãofique estragada para sempre quando este poema atravessar oatlântico para desembarcar no Rio de Janeiro. E isto tudosem pensar em África, porque aí lá tereide escrever sobre a moça do café, paraevitar o tom demasiado continental da rapariga, que éuma palavra que já me está a pôr com doresde cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queriaera escrever um poema sobre a rapariga docafé. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me aescrever um poema sobre aquele café onde nenhumarapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.

JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poéti-ca. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela

a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.

b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, tí-pico do século XX.

c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.

d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.

e) valorização do efeito de estranhamento causado no pú-blico, o que faz a obra ser reconhecida.

14. Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador

e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida.Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, sal-va por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”

(Fábulas completas, 2013.)

A moral mais apropriada para fechar a fábula seria:

a) Esta fábula pode ser dita a propósito de homens des-venturados que, quando estão em situações embara-çosas, rezam para encontrar uma saída, mas assim que encontram procuram evitá-las.

b) Desta fábula pode servir – de um paradoxo entre mag-nanimidade e ignóbil.

c) Esta fábula mostra que os homens desatentos prestam atenção nas coisas de que esperam tirar proveito, mas permanecem apáticos em relação àquelas que não lhes agradam.

d) Assim, alguns homens se entregam a tarefas arrisca-das, na esperança de obter ganhos, mas se arruínam antes mesmo de chegar perto do que almejam.

e) Desta fábula pode servir-se uma pessoa a propósito de um homem frouxo que reclama de ínfimas desgraças, enquanto ela própria suporta, sem dificuldade, desgra-ças enormes.

15. A língua portuguesa é repleta de palavras com sentidos, grafias e até pronúncias iguais ou semelhantes. Dessa for-ma, assinale a alternativa correta, considerando que à di-reita de cada palavra deve estar um sinônimo equivalente.

a) Emergir = vir à tona; sobrenadar; submergir. b) Emigrar = sair; egresso; homiziar-se. c) Delatar = achacar; descriminar; acusar. d) Deferir = aceder; acreditar; abnegar. e) Despensa = cômodo; ucharia; isenção.

GABARITO:

01. C02. E03. C04. E05. E 06. D

07. D08. B 09. D10. E11. A12. A

13. D14. B15. B