70
Ana Chies Santos [email protected] http://writing.galaxyzoo.org/

Ana Chies Santos - ufrgs.br · situava Andrômeda bem além dos limites da nossa Galáxia, que tem ... As galáxias espirais, quando vistas de frente, apresentam uma clara estrutura

Embed Size (px)

Citation preview

Credit: ESO/Z. Bardon

Anatomia da nossa Galaxia

halo: estrelas + matéria

escura

disco fino: gas e estrelasdisco espesso:

estrelas

bojo: estrelas

aglomerados globulares: estrelas

120mil anos luz

https://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Gaia/Gaia_creates_richest_star_map_of_our_Galaxy_and_beyond

1.7 bilhões de estrelas

OutlineO que é uma galáxia?

Anatomia de uma galáxia

Tipos "básicos" de Galáxias

História

Classificação Morfológica de Hubble

A bimodalidade dos tipos "básicos" Galáxias

Galáxias Anãs, Irregulares e ex. de Galáxias em Transformação

Evolução de Galáxias

Olhando para o futuro: Novos Telescópios

O que é uma galáxia?

http://www.cfht.hawaii.edu/en/news/EllGal/

Anatomia de uma galaxia genérica

estrelas: 10 milhões (galáxias anãs), 100 bilhões (Via Láctea), 100 trilhões (a maior conhecida)

gas, poeira: o material para a formação estelar

buraco negro central: 100 mil a 1 bilhão de massas do sol

halo de matéria escura: invisível porém a parte mais pesada da galáxia, 10 X mais massivo do que os

componentes visíveis

Existem ~100 bilhões de galáxias no Universo Observável

Tipos de Galáxias

Tipos de Galáxias "Grandes"

Early-Type Late-type★+ Azuis ★Disco ★Ricas em gás ★Estrelas Jovens

★+ Vermelhas ★+ redondinhas ★Pobres em gás ★Estrelas Velhas

História

Antiguidade, Hemisfério Sul: Provável observação a olho nu das Nuvens de Magalhães; Em 964, al-Sufi na Pérsia registra a Grande Nuvem de Magalhães. Registro histórico em 1519 por Fernando de Magalhães.

964 – Abd-al-Rahman al-Sufi, na Pérsia (903-986): Observação da “nebulosa” de Andrômeda – uma “pequena nuvem”. 1612 – Primeira observação de Andrômeda com telescópio por Simon Mayr.

1 6 5 0 – 1 7 5 0 : H o d i e r n a , Bu l l i a ldus, He ve l i us, Ha l l e y d i s c u t e m a n a t u re z a d a s “estrelas nebulosas” e começam a catalogá-las. 1781 – Catálogo de mais de 100 “nebulosas” de Charles Messier.

Durante a década de 1840, William Parson (Lord Rosse) construiu, na Irlanda, o que foi o maior telescópio do mundo por mais de meio século, com 1,83 metros de diâmetro. Assim, ele pôde pela primeira vez distinguir os braços espirais em algumas nebulosas.

Anna e Don York, 2011 Lord Rosse1800 -1867

J. Herschel 1833 Lord Rosse 1845 J. Chacornac 1862 Palomar 1985

M101 à

M51 é

1786/1802 – Catálogo de William Herschel e família; 1845 – Lord Rosse descobre a estrutura espiral de algumas

“nebulosas”.

�17

M101 à

M51 é

http://apod.nasa.gov/apod/

Kant (1755): hipótese dos "universos-ilha": a Via Láctea é apenas uma galáxia a mais em um um vasto universo cheio de galáxias.

O catálogo de objetos difusos de Messier (1758-1782)

A Descoberta das Galáxias

Até 1908, cerca de 15.000 nebulosas haviam sido catalogadas e descritas. Algumas haviam sido corretamente identificadas como aglomerados estelares, e outras como nebulosas gasosas. A maioria, porém, permanecia com natureza inexplicada.

Principal pergunta: qual a distância das nebulosas espirais?

Shapley e Curtis (1920): O grande debate: O que são as "nebulosas espirais" (Academia Nacional de Ciências - EUA)

Harlow Shapley: defendeu a hipótese nebular convencional: são objetos da nossa Galáxia .

Heber Curtis: defendeu a hipótese dos universos-ilha: são outras galáxias como a nossa.

Debate inconclusivo!

O grande debate

As galáxias são objetos exteriores à Via Láctea

Andrômeda M31 Relação Período-Luminosidade

Em 1923 Edwin Powell Hubble (1889-1953) proporcionou a evidência definitiva para considerar as "nebulosas espirais" como galáxias independentes;Ao identificar variáveis Cefeidas na "nebulosa" de Andrômeda (M31) Hubble mediu a distância de 2,2 milhões de anos-luz até ela. Isso situava Andrômeda bem além dos limites da nossa Galáxia, que tem ~100 mil anos-luz de diâmetro.

http://coolcosmos.ipac.caltech.edu/cosmic_classroom/multiwavelength_astronomy/multiwavelength_museum/m31.html

Andromeda (M31)

Esquema de classificação

de Edwin Hubble 1926

Elípticas

Espirais Irregulares

Tipos de Galáxias "Grandes"

Early-Type Late-type★+ Azuis ★Disco ★Ricas em gás ★Estrelas Jovens

★+ Vermelhas ★+ redondinhas ★Pobres em gás ★Estrelas Velhas

EspiraisAs galáxias espirais, quando vistas de frente, apresentam uma clara estrutura espiral. Andrômeda (M31) e a nossa própria Galáxia são espirais típicas. Elas possuem um núcleo, um disco, um halo, e braços espirais.

Todas as espirais têm duas componentes morfológicas 1) disco composto de estrelas, gás e poeira. No disco encontra-se a estrutura espiral2) Esferoide de estrelas, com pouco gás e pouca poeira: núcleo, bojo e halo.- classificam-se de acordo com a tamanho do bojo e grau de enrolamento dos braços espirais.

Espirais OrdináriasOs braços espirais partem do núcleoSa núcleo maior, braços pequenos e bem enroladosSb núcleo e braços intermediáriosSc núcleo menor, braços grandes e mais abertos

Espirais BarradasEspirais barradas: os braços espirais partem de uma barra formada de estrelasSBa, SBb e SBc

➡fusões entre galaxias espirais podem criar galáxias esferoidais

Massa de Galáxias Espirais

M87

Aparência de uma esfera achatada, sem estruturas notáveis. Estão tão distantes que não podemos distinguir as estrelas individualmente.

Elípticas

NGC 3379 – E0 NGC 2768 – E6

a

b n = 10⋅(1 – b/a) E n

• Por exemplo, se a=1 e b=0,5 ➔ n = 10⋅(1 – 0,5/1) => E5

So possuem componente esferoidal

Classificadas segundo o grau de achatamento: E0 aparência esférica a E7 as mais achatadas.

Elípticas

SDSSSDSS

ElípticasGaláxias sem estruturas aparentes.

Quase não observamos galáxias elípticas mais achatadas do que E7 —> Dinamicamente instáveis e extremamente raras.

As mais brilhantes apresentam pouca ou nenhuma rotação.

Órbitas das estrelascom direçõesaleatórias.

Imagem do telescópio CFHT

Classificação morfológicaEm analogia com a nomenclatura da classificação estelar:

- galáxias elípticas e lenticulares foram chamadas por Hubble de "tipo precoce" (em inglês, early type);

- galáxias espirais e irregulares são de "tipo tardio" (em inglês late type).

Elípticas

Espirais Normais

Espirais barradasLenticulares Irregulares

galáxias são mais azuis

razão massa do disco/massa do bojomais gás e mais poeira

galáxias tipo precoces

galáxias tipo tardias

Morfologia e propriedades integradas

Aumenta taxa de formação estelar

Aumenta momento angular específico

galáxias tipo precoces

galáxias tipo tardias

Morfologia e propriedades integradas

galáxias tipo tardias

galáxias tipo precoces

No início, alguns astrônomos interpretaram a sequência de Hubble como uma evolução de tipo precoce para tipo tardio.Hoje entendemos que esta evolução não ocorre. Contudo, a terminologia continua a ser usada.

Morfologia e propriedades integradas

Reflexão I: classificação morfológica

Primeiro passo de uma ciência empírica é a procura por padrões e então tentar entender a física por detrás

O esquema proposto por Hubble tem sido refinado desde então

Atualmente procuramos definir famílias de galáxias através de suas propriedades físicas e correlações fundamentais — que refletem suas histórias de formação e evolução

Procuramos por propriedades de subsistemas dentro das galáxias (disco/halo/bojo) e deduzimos suas origens e evolução

+ azul+massiva + luminosa

-massiva -luminosa

+ vermelhaRed Sequence

Blue cloud

????

+ azul+massiva + luminosa

-massiva -luminosa

+ vermelhaRed Sequence

Blue cloud

Green Valley

Reflexão II: classificação morfológica

Morfologia e outras propriedades refletem as diferentes histórias de formação e evolução

Não envolvemos nesta descrição a matéria escura (que é a componente dominante)

Interpretação das diferentes morfologias —> diferenças nos históricos de formação estelar

Elípticas — > formaram a maior parte de suas estrelas cedo (usaram seu gás e têm estrelas velhas/mais vermelhas)

Espirais —> possuem formação estelar substancial acontecendo, não formaram tantas estrelas no início (ainda possuem muito gás)

+ vermelha+ azul

Fig.: David Hogg, SDSS

Baseada no óptico (banda B ou V).Galáxias brilhantes.Galáxias ~próximas.

Em nossa vizinhança, 1 - 2bilhões de anos-luz temos:

~70% Espirais; ~14% Lenticulares;~10% Elípticas; ~6% Irregulares.

A grande maioria das galáxias são anãs.

Galáxias Anãs, Irregulares e Galáxias em Transformação

Anãs

Ultra compactas

Liu et al. 2015

Anãs Eferoidais

Credit:NASA, ESA, S. Larsen (Radboud University, the Netherlands)

Fornax dSph

Apresentam estrutura irregular, caótica.

Foto das galáxias irregulares Grande Nuvem de Magalhães (esq) e Pequena Nuvem de Magalhães (direita), AAO

Irregulares

LMC -14Kpc 15ox13o

SMC -8Kpc 7ox4o

galáxias se movendo através do meio intra-aglomerado (gas quente) experimentam "um vento" pode ser forte o suficiente para remover o reservatório de gás frio resulta em caudas de maré de gas e poeira, pode acarretar em formação estelar lugar onde mais ocorre: partes mais internas de aglomerados de galáxias (quando existe um reservatório de gás quente)

“JellyFish Galaxies”

Galáxias Ultra-difusas

Beasley & Trujillo 2016

Ruiz-Lara 2018

Evolução de galáxias

Não podemos observar como uma galáxia evolui individualmente

Mas podemos observar diferentes galáxias em vários estágios de sua evolução

Estrelas Evoluem: elas nascem no meio interestelar, evoluem e morrem (ejetam seus envelopes de gás ou explodem)… enriquecem o meio interestelar…mais estrelas nascem

Estruturas Evoluem: Flutuações de densidade colapsam e se fundem de maneira hierárquica

Evidências observacionais de propriedades das galáxias vistas nos estágios iniciais do Universo

GN-z11 —> de um tempo que o Universo tinha apenas 3% de sua idade atual; é 25 x menor que a Via Láctea e tem apenas 1% da massa estelar da Via Láctea

Tempo

★Thomas et al.

Galáxias mais massivas tendem a ter surtos de formação estelar quando o Universo era mais jovem

Galáxias menos massivas formam estrelas de forma mais contínua

O começo da formação estelar depende do ambiente que a galáxia reside

Evolução de galáxias

Tempo

★Whitaker et al.

A sequencia principal da formação estelar das galáxias varia com o redshift

Evolução de galáxias

História Cosmica da Formação Estelar

★Dickenson & MadauTempo

Formação de galáxias massivas em 2-fases

Oser+10

2a fase: acreções z<3

in situ 1st phase

z>2

in situ 1a fase

z>2

Evolução de galáxias Elípticas

Huang et al. (2016)

…?

http://www.cfht.hawaii.edu/en/news/EllGal/

Van der Wel et al. 2011

Red Nuggets

NGC 1277

Beasley et al. (2018)

z ~ 2

Evoluíram passivamente

Propriedades análogas às Red Nuggets do Universo primordial:

★ Compactas (Re ~ 1 kpc)

★ População estelar velha ( T > 8 bilhões de anos)

★ Massivas (~1011 M☉)

Galáxias “relíquias”

Evolução dos tamanhos de galáxias massivas -- Buitrago+08

Ta, mas e ai? Como que podemos juntar tudo isso para criar um cenário consistente

de Formação (e evolução) de galáxias?

Como fazer uma galáxia? flutuações iniciais

novos discos podem se formar e crescer ao

redor de um esferóide se o gás fica mais frio

formação de

estruturas

discos formados nesses halos de

matéria escura de gas em processo de

esfriamento

fusões entre galáxias discos formam galaxias de esferoidais

‘rede cosmica’ de halos de matéria escura em rotação

mais fusões podem ocorrer

★By Steven Bamford

➡ Simulação de materia escura mostrando a formação de estruturas resultante da gravidade “atraindo” a materia para os picos de mais alta densidade

★Millenium Simulation

➡ A maior parte da matéria está em halos de diferentes tamanhos ➡ Os halos começam pequenos e então se fundem para criar estruturas cada vez maiores.

★Millenium Simulation

Gas torna tudo mais complicado —> muitas perguntas em aberto!★Illustris Simulation

Considerações FinaisGaláxias são os blocos fundamentais do Universo observável

???Como que as galáxias construíram sua massa??? —> matéria escura é dominante e não pode ser observada diretamente

???Como o gás é convertido em estrelas e vice versa??? —> processos são observados mas difíceis de modelar

Fronteiras atuais: sondagens fotometria + espectroscópicas aliadas a simulações numéricas cosmológicas

Perspectivas com novos Telescópios

JWST TMT

GMTELT LSST

2021

2022

2027

2024

2019

http://writing.galaxyzoo.org/