3
Anagnórise Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes , o que compromete sua credibilidade (desde Agosto de 2011). Por favor, adicione referências einsira-as corretamente no texto ou no rodapé . Conteúdo sem fontes poderá serremovido . Encontre fontes: Google (notícias , livros e acadêmico ) A anagnórise (do grego antígo "ἀναγνώρισις", reconhecimento) é um recurso narrativo que consiste no descobrimento por parte de uma personagem de dados essenciais de sua identidade, de entes queridos ou do entorno, ocultos para ele até então. A revelação altera a conduta da personagem e obriga-a a formar uma idéia mais exata de si mesma e do que a rodeia. O termo foi usado pela primeira vez por Aristóteles em sua Poética . Ainda que a anagnórise seja um recurso frequente em muitos gêneros, Aristóteles descreveu-a em relação à tragédia clássica, com a qual está associada de modo especial. De acordo com Aristóteles, o momento ideal para a anagnórise trágica é a peripeteia (giro da fortuna): em um momento crucial, tudo se revela e fica claro ao protagonista, com efeitos quase sempre demolidores. Por exemplo, o descobrimento por parte do herói trágico de alguma verdade sobre si mesmo, outras pessoas ou de algumas ações que significam que, agora que as sabe, toda a trama muda de direção como resultado de sua reação às notícias. A revelação dessa verdade (que já era fato, mas que o protagonista ignorava) muda a perspectiva e reação do herói, que se adapta e se acomoda aceitando seu destino, em consequência ajudando a que este ocorra. Um exemplo clássico de anagnórise na tragédia grega se acha no Édipo Rei de Sófocles , quando Édipo se inteira de que a pessoa que havia matado era seu pai e que sua esposa é sua mãe. Um caso especialmente emotivo é o de Agave , ao final de As Bacantes de Eurípedes , que chega a Tebas com o que crê ser a cabeça de uma fera em suas mãos. À medida que o deus vai se retirando de seu ser, compreende que se trata de seu próprio filho, Penteu , a que ela e as demais bacantes despedaçaram em uma orgia de sangue. Na comédia a anagnórise é também um recurso frequente: nas obras de Menandro e seus imitadores latinos, abundam personagens que são abandonados em pequenos e criados como membros de uma classe social inferior. Ao estabelecer relação com uma personagem nobre, sua extração humilde pressupõe um estorvo; ao final da obra, se

Anagnórise

  • Upload
    rita

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Anagnórise.

Citation preview

Page 1: Anagnórise

AnagnóriseOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes, o que compromete sua credibilidade (desde Agosto de 2011). Por favor, adicione referências einsira-as corretamente no texto ou no rodapé. Conteúdo sem fontes poderá serremovido.—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

A anagnórise (do grego antígo "ἀναγνώρισις", reconhecimento) é um recurso narrativo que consiste no descobrimento por parte de uma personagem de dados essenciais de sua identidade, de entes queridos ou do entorno, ocultos para ele até então. A revelação altera a conduta da personagem e obriga-a a formar uma idéia mais exata de si mesma e do que a rodeia.

O termo foi usado pela primeira vez por Aristóteles em sua Poética. Ainda que a anagnórise seja um recurso frequente em muitos gêneros, Aristóteles descreveu-a em relação à tragédia clássica, com a qual está associada de modo especial.

De acordo com Aristóteles, o momento ideal para a anagnórise trágica é a peripeteia (giro da fortuna): em um momento crucial, tudo se revela e fica claro ao protagonista, com efeitos quase sempre demolidores. Por exemplo, o descobrimento por parte do herói trágico de alguma verdade sobre si mesmo, outras pessoas ou de algumas ações que significam que, agora que as sabe, toda a trama muda de direção como resultado de sua reação às notícias. A revelação dessa verdade (que já era fato, mas que o protagonista ignorava) muda a perspectiva e reação do herói, que se adapta e se acomoda aceitando seu destino, em consequência ajudando a que este ocorra.

Um exemplo clássico de anagnórise na tragédia grega se acha no Édipo Rei de Sófocles, quando Édipo se inteira de que a pessoa que havia matado era seu pai e que sua esposa é sua mãe. Um caso especialmente emotivo é o de Agave, ao final de As Bacantes de Eurípedes, que chega a Tebas com o que crê ser a cabeça de uma fera em suas mãos. À medida que o deus vai se retirando de seu ser, compreende que se trata de seu próprio filho, Penteu, a que ela e as demais bacantes despedaçaram em uma orgia de sangue.

Na comédia a anagnórise é também um recurso frequente: nas obras de Menandro e seus imitadores latinos, abundam personagens que são abandonados em pequenos e criados como membros de uma classe social inferior. Ao estabelecer relação com uma personagem nobre, sua extração humilde pressupõe um estorvo; ao final da obra, se descobre por algum indício (uma marca de nascença, um objeto pessoal que a mãe deixou junto ao bebê) sua verdadeira identidade, e o casal pode unir-se em matrimônio.

Na épica grega temos um bom exemplo de anagnórise nos últimos cantos da Odisseia, quando Ulisses volta à sua pátria e vários personagens o vão reconhecendo (seu velho cão Argos sua velha ama Euricléia, seu filho Telêmaco, seu paiLaerte, etc...), em uma gradação que termina quando sua esposa Penélope, a mais desconfiada em aceitar a revelação, submete-o a uma última prova para confirmar sua identidade.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ignacio Barrabino, Fedeico suarez (1999). Diccionario de términos literarios. Madrid: Alianza. ISBN 84-206-8581-X.

Homero . A Odisseia. São Paulo: Edusp, 2000. Aristóteles. A poética clássica. São Paulo: Cultrix, 2005. Sófocles. Édipo rei. Porto Alegre: LPM, 2002.

Page 2: Anagnórise

 Portal da literatura

Categoria: 

Conceitos literários

Menu de navegação Criar uma conta

Entrar

Artigo

Discussão

Ler

Editar

Editar código-fonte

Ver histórico

Página principal

Conteúdo destacado

Eventos atuais

Esplanada

Página aleatória

Portais

Informar um erro Colaboração

Boas-vindas

Ajuda

Página de testes

Portal comunitário

Mudanças recentes

Manutenção

Criar página

Páginas novas

Contato

Donativos Imprimir/exportar

Criar um livro

Descarregar como PDF

Versão para impressão Ferramentas

Páginas afluentes

Alterações relacionadas

Carregar ficheiro

Páginas especiais

Ligação permanente

Informações da página

Item no Wikidata

Citar esta página Noutros idiomas

Català

Deutsch

English

Ir

Page 3: Anagnórise

Español

Français

Galego

Interlingua

Íslenska

Italiano

Latina

Русский

Srpskohrvatski / српскохрватски

Українська

中文 Editar ligações

Esta página foi modificada pela última vez à(s) 03h52min de 17 de abril de

2015.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons -

Atribuição - Compartilha Igual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar

sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as Condições de

Uso.