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PARA MUDAR O FUTURO – Mudanças climáticas, políticas públicas e estratégias empresariais Jacques Marcovitch Editora Saraiva/EDUSP - 2006

PARA MUDAR O FUTURO – Mudanças climáticas, políticas ... · CIÊNCIA E CLIMA - ^ rise Universal ... Unidas para o Meio Ambiente ... - Em 2005 IPEA publica livro rasil: Estado

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PARA MUDAR O FUTURO – Mudanças climáticas, políticas públicas e estratégias empresariais

Jacques Marcovitch

Editora Saraiva/EDUSP - 2006

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INTRODUÇÃO: - Livro: -Visão brasileira dos problemas ambientais, no primeiro ano da vigência do Protocolo de

Kyoto.

- Após superação bipolaridade e riscos hecatombes nucleares, humanidade quer achar instrumentos para vencer perigo silencioso e mortífero = desastre ambiental

- A globalização da economia - tema dominante final do Século XX - Riscos ambientais, riscos econômicos e sócio-políticos – tema dominante início Século XXI

- Evitar desastre ambiental via entendimento = melhor meio sobrevivência homens e nações

- Perguntas importantes da questão ambiental: - 1) Como o aquecimento global afeta a saúde humana e a oferta de alimentos? - 2) Em que intensidade o uso de energias fósseis agrava a concentração de gases de efeito

estufa ( GEE)? - 3) Quais as alternativas para estabilizar este nível de concentração? - 4) Qual a probabilidade de elevação do níveis dos mares e oceanos e quais as áreas mais

vulneráveis? - 5) Como decisões de nível local, regional ou nacional resultam em mudanças climáticas globais? - 6) Como reduzir os impactos de hábitos de consumo insustentáveis sobre a natureza? - 7)Como a oferta de água potável poderá ser diminuída pelas mudanças climáticas?

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PARTE I – UM PANORAMA HISTÓRICO: CIÊNCIA E CLIMA - “Crise Universal do Futuro” – conjunto de questões ambientais não resolvidas, cujo

ônus incidirá sobre as próximas gerações.

- Conclusões que assustam: - 1) A última década (1995 -2005) foi a mais quente da história ( Fonte: OMM/ONU ). - 2) A temperatura média do planeta – normalmente 14°C, aumentou 0,44° em 2004. - 3) O século XX foi o mais quente do milênio e nos próximos 100 anos a temperatura

do planeta pode aumentar em até 3,5° centigrados. - 4) No Ártico a camada de gelo diminuía 1 metro por ano até 2001, agora já está

recuando 10 metros por ano.

- Uma das principais causas para isso é a emissão de dióxido de carbono ( CO² ) na atmosfera.

- O aquecimento faz surgir longas estiagem, nunca antes ocorridas, que traz a hipótese de ocorrências de guerras por água potável.

- Embora 70% da superfície terrestre seja coberta por água, apenas 1% dela é potável ( Rios e lençóis freáticos ).

- Brasil é privilegiado – detém 13,7% da água potável do mundo, maior parte na Amazônia.

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PARTE I – UM PANORAMA HISTÓRICO: CIÊNCIA E CLIMA - Vozes discordantes da comunidade científica: - 1) Nenhuma prova conclusiva – que poluição humana causa mudanças climáticas; - 2) Aquecimento global é golpe, aplicado por cientistas com interesses velados, visto que

variações climáticas e extremos são a regra, como apontam descobertas arqueológicas. - 3) Corrente tem apoio de várias entidades de representação empresarial.

- Porém em 2004, a Union of Concerned Scientists ( Reune 20 prêmios Nóbel e 19 Medalhas

Mérito Ciência USA , entre outros), acusou Governo Bush/USA de proteger fontes de poluição, divulgando documento mostrando que:

- 1) Desde o início do século XX a temperatura da superfície da terra aumentou em torno de 0,6°C.

- 2) Nos últimos 40 anos, a temperatura aumentou de 0,2 a 0,3°C. - 3) O aquecimento século XX é o maior dos últimos 400 a 600 anos. - 4) Sete dos dez anos mais quentes Séc. XX ocorreram anos 1990 e 1998 foi ano mais quente

desde que as medições começaram. - 5) Montanhas glaciais estão desaparecendo no mundo. - 6) O gelo flutuante do Ártico tem perdido 4% de sua espessura nas últimas 4 décadas. - 7) O nível do mar está aumentando 3 vezes mais rápido últimos 100 anos, comparado com os

últimos 3 mil anos anteriores. - 8) Número crescente de estudos mostram plantas e animais mudando variedades e

comportamentos em resposta às mudanças climáticas.

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PARTE I – UM PANORAMA HISTÓRICO: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O MEIO AMBIENTE - A Revolução industrial foi uma grande multiplicadora de gases de efeito estufa na atmosfera. - Porém marca definitivamente a história da modernidade com seus avanços na economia ,

educação e deslocamento da população do meio rural para aglomerados fabris/urbanos. - Em sua primeira fase surgiu a siderurgia ( 1856 ) e na segunda o dínamo ( 1873 ) e o motor de

combustão interna ( 1876 ). O ferro deu lugar ao aço, o petróleo e a eletricidade substituem em grande parte o vapor.

- Todo este cenário positivo teve impactos ambientais, pois a civilização agrícola usava fontes renováveis de energia: - O vento enfumava as velas, os rios moviam moinhos, as florestas, cortadas em pequena escala para abastecer cozinhas e lareiras, eram logo recompostas pela natureza. Mesmo a energia “muscular” – humana ou animal – era escravizada e facilmente substituível.

- A civilização industrial, pelo contrário, estruturou-se numa base de combustíveis fósseis e não renováveis: - gás, petróleo e carvão de pedra. Supondo ter reservas infinitas destas fontes e que não trariam quaisquer alterações climáticas e danos ambientais.

- A queima cada vez maior de combustíveis fósseis veio desembocar no século XX, na intensificação do efeito estufa , efeito que é natural e torna a vida possível em nosso planeta ( Não fosse ele, a temperatura da Terra estaria entre 15 e 20°C abaixo de zero ), porém que está se intensificando pelas emissões artificiais de gases, resultantes de um desenvolvimento não sustentável. O desmatamento constitui outro fator de perigo ambiental, pois as árvores retiram CO² da atmosfera, o que pode reequilibrar o ciclo de aquecimento.

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PARTE I – UM PANORAMA HISTÓRICO: AS AÇÕES MULTILATERAIS - Da Revolução Industrial até os anos de 1970 – governos ocupados com guerras ( 1ª. e 2ª

Mundial ), Guerra Fria, conflitos regionais e corridas armamentistas e nuclear, entre outros, para dar atenção aos alertas de perigo ambiental dos cientistas – mudanças climáticas eram questões secundárias.

- Conferência de Estocolmo ( 1972 ) – primeiro fato internacional relevante em questões ambientais. Onde Ditadura Brasileira, afirmou por seu representante ( General ): “ –Um país subdesenvolvido não podia dar ao luxo de investir dinheiro em limpeza do meio ambiente.”

- Após este encontro, a causa ambiental refluiu por uma década.

- Convenção de Viena ( 1985 ) – marca o inicio de fato das ações multilaterais, com a reunião de 20 países, e no final do mesmo ano, na Comissão BRUNDTLAND da ONU, foi formulada a primeira agenda global sobre o tema.

- Na Convenção de Viena – primeira vez levantada a urgência de defesa da camada de ozônio, cujo afinamento é nocivo à saúde humana e animal, afeta o desenvolvimento da flora e apresenta riscos ao clima global.

- Protocolo de Montreal ( 1987 ) – recomendações específicas, tornando-se modelo para futuros acordos ambientais, pautando mudanças climáticas, biodiversidade e desertificação. Determinou o banimento gradual das substancias CFC – prejudiciais à camada de ozônio.

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PARTE I – UM PANORAMA HISTÓRICO: AS AÇÕES MULTILATERAIS - Assembleia Geral da ONU ( 1988 ) – inaugura a discussão em plenário dos problemas

ambientais. Criado nela pela Organização do Meio Ambiente ( OMM ) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ( PNUMA ) o Painel Intergovernamental sobre Mudanças de Clima ( IPCC ), que publicou seu primeiro relatório em 1990.

- Cúpula da Terra e Convenção do Clima ( Rio de Janeiro – 1992 ) – Foi o grande marco em toda a história da cooperação ambiental entre os povos, a Convenção foi praticamente subscrita por todos os países, exigindo providências para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, entrando em vigor em 1994.

- Conferência da ONU sobre Mudança de Clima de Kyoto ( COP-3 de 1997 ) – definidas as bases do acordo para reduzir à média de 5% das emissões de GEE abaixo dos níveis de 1990, nos países desenvolvidos, meta para ser atingida entre 2008 e 2012. Os Estados Unidos não aderiram ao acordo ( Responsáveis por 36% das emissões mundiais de GEE ).

- Em 2004 a Rússia aderiu ao Protocolo de Kyoto, permitindo sua implantação em fevereiro de 2005, uma vez que assim foi atingida a condição de que ao menos 55 países, responsáveis por ao menos 55% das emissões de gases de efeito estufa, aderissem ao protocolo.

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: POLÍTICAS PÚBLICAS - O BRASIL revela preocupação estratégica em relação ao desafio das mudanças climáticas

através das seguintes iniciativas: - 1) Continuidade e ampliação do uso do álcool combustível – maior programa mundial de

energia renovável. - 2) Predomínio do uso de usinas hidrelétricas na geração de eletricidade. - 3) Desenvolvimento e implantação do uso do biodiesel – determinada mistura de 2% ao diesel

comum. - Aprovação em 2006 pelo Congresso Nacional do Projeto Floras, estabelecendo três linhas na

gestão sustentável de florestas públicas: - a) Criação de unidades de conservação; 2) Destinação para uso comunitário; e 3) Concessões florestais pagas. Sendo que nenhum título de posse resultará da nova política florestal.

- Desenvolvimento do PROINFA ( Programa de Inventivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica ), viabilizando o 2º maior parque eólico do mundo no Brasil.

- O Brasil ocupando na época o 11º lugar entre as economias do mundo, estava em 36º lugar em atuação ambiental em 2006 ( Ranking das Univ. Columbia e Yale ), em grande parte por continuar a destruir florestas.

- Estudos oficiais levantam a suspeita de grilagem de 100 milhões de hectares do território brasileiro ( 125 da área do Brasil ) .

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O INVENTÁRIO BRASILEIRO - Na COP-10 em Buenos Aires ( 2004 ), o inventário brasileiro deduz que em 1994 o país ocupava

a sexta posição mundial na emissão de CO², respondendo por 3% das emissões globais. - Nas emissões de CO² no Brasil, 75% tem origem em queimadas e desmatamento e 25% na

queima de combustíveis fósseis em motores da indústria e de veiculos.

- Antes, em 1998, houve importante avanço legal, com a Lei 9.605 de 12/02/98 - Lei dos Crimes Ambientais, mudando o sistema de sanções ( Incluindo sanções penais e administrativas ), visto que até então só havia sanções pecuniárias para crimes contra a flora.

- O Brasil é bem servido em monitoramento florestal, existindo o PRODES ( Projeto de Estimativa de Desflorestamento Bruto da Amazônia ), o DETER ( Detecção de Desmatamento em Tempo Real ) , que opera com informações da NASA, e o SIAD ( Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento ), que identifica em que direção o desmatamento está se expandindo.

- O aperfeiçoamento da inspeção via satélite é eficiente, porém com imagens transparentes expostas na internet, por vezes madeireiros e grileiros se aproveitam delas para planejar suas invasões.

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: OS DESAFIOS DA AMAZÔNIA REAL - Em 2005 IPEA publica livro “Brasil: Estado de uma nação” de Fernando Rezende e Paulo

Tafner, que atualiza vários problemas fundamentais da região. Nele o espaço amazônico é apresentado em três dimensões econômicas básicas: 1)” Mercado do Ar”, abrangendo o sequestro de carbono; 2)”O Mercado da Vida”, centrado na biodiversidade , e o 3)”Mercado da Água”.

- A desorganização fundiária na Amazônia aponta existir 40 a 47% de terras públicas não tituladas, 20% de propriedades privadas e 33% entre terras indígenas e unidades de conservação. No Pará 72% do território estadual pertence à União ( Neste vasto domínio os grileiros se estabelecem, alegando posterior expectativa de direito ).

- Existem 3 focos em torno do reordenamento territorial da Amazônia: - 1) Visão de Segurança Nacional – concretizada no SIVAM ( Sistema de Vigilância da Amazônia ),

cuja inauguração do 1º. Centro de Vigilância ocorreu em 2002. - 2) Desenvolvimento Regional Sustentável , a partir de demandas locais. - 3) Demandas globais por um mundo mais limpo – nenhuma região do mundo foi objeto de

tanta preocupação ambiental como a Amazônia Sul-americana , devido aos seus estoques incomparáveis de biodiversidade, recursos naturais inexplorados e potencialidade no campo da investigação científica.

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: OS DESAFIOS DA AMAZÔNIA REAL - Alguns números da Região Amazônica: - A ) 6 milhões de quilômetros quadrados, ocupando 2/5 da superfície do Continente; - B ) Reservas de água doce que correspondem a 1/5 da disponibilidade mundial; - C ) Possui 30% de toda a fauna e flora do planeta; - D ) Em 2006 possuía população em torno de 35 milhões de pessoas. - E ) 69% do território brasileiro está na Amazônia, correspondendo a 4,2 milhões de

quilômetros quadrados, sendo que 95% desta área é espaço florestado. - F ) Somente 1/5 das matas nativas do mundo são virgens, deste total 1/3 está na Amazônia.

- Quanto a desmatamento apurado pelo Governo Federal, em sua campanha contra as

práticas, em 2004 foi de 27.200 Km², reduzindo-se para 18.900 Km² em 2005.

- Os países de América do Sul que tem a Floresta Amazônica em seu território , para elaborar uma agenda comum, criaram por volta de vinte anos atrás o Tratado de Cooperação Amazônica, e neste contexto o “Plano Trienal da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia”, porém as inciativas não tem apresentado grandes resultados.

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O CERRADO E A MATA ATLÂNTICA - Cerrado ocupa 19% do território nacional ( 1,5 milhões de Kms² ); - Sua área nuclear é situada nos estados de GO, TO, MT, MS, parte de MG, BA e DF; - Depois da Amazônia é o segundo maior bioma brasileiro; - De sua cobertura original, restam apenas 22%; - Projeções dão somente mais 25 anos de vida ao Cerrado, se continuar como agora, será um

deserto irrecuperável em 2030; - Em seu bioma convivem preservação ambiental e produção agrícola; - Problema: desmatamento do solo para pastagens e produção agrícola; - Iniciativas sustentáveis: recomendar alternância entre lavoura e pastagens ( Est. APDC ).

- A Mata Atlântica viu sua cobertura reduzida a 7,3% do que possuía quando o Brasil foi descoberto;

- Além de ciclos econômicos ( Ouro, Cana de açúcar e café ), também urbanização continua desmata a área, visto 55% dos municípios brasileiros estalaram –se em sua área original;

- Tais municípios somavam 108 milhões de habitantes em 2006; - Maior impacto vem se dando nas áreas litorâneas, com desenfreada ocupação imobiliária; - SOS Mata Atlântica – ONG – realiza programas próprios, atuando nos 3 níveis de governo,

para implementar meios de manutenção e conservação da área.

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: AMBIENTALISMO E SOCIEDADE - Ambientalismo durante muito tempo = causa de utópicos e rebeldes; - Mas cientistas no silêncio dos laboratórios, continuavam pesquisas par o entendimento da

natureza; - Em 1992, Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, conscientizou mais o Planeta;

- O Brasil se torna a partir do final dos anos 80, um dos países mais ambientalmente conscientes do mundo;

- Nossa legislação ambiental reparte-se na Agenda Azul ( Recurso Hídricos ), vista como uma das mais completas do mundo; Agenda Marrom ( Resíduos Sólidos ), não tal desenvolvida, porém inciativas municipais elevam o País a patamares promissores; e Agenda Verde ( Florestas, Estações Ecológicas, Reservas Extrativistas e Parques Nacionais ), tendo seu ponto alto no Sistema Legal de Unidades de Conservação;

- Ponto importante de preservação ambiental = Lei dos crimes ambientais; - Dois níveis de expressão da consciência ambiental nacional: 1) De natureza formal,

traduzido por leis e políticas de estado – estamos bem no quesito; e 2) Atitudes da população, tem melhorado no decorrer dos anos, principalmente após a Rio-92 ter acontecido no Brasil;

- - Pesquisa 2003 = brasileiro médio, noção apenas generosa dos problemas ambientais ( Quer proteger a natureza, sua fauna e flora ), porém outra pesquisa mesma época = 81% brasileiros preferem produtos fabricantes obedecem regras ambientais.

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: AS NOVAS TECNOLOGIAS

- Para fazer a revolução ambiental, a tecnologia terá força decisiva, caso contrário todos os

tratados serão meras esperanças; - Brasil dá exemplo, como no caso do álcool, da energia eólica e do biodiesel.

- AS NOVAS GERAÇÕES

- A questão ambiental tem sido bem tratada pela universidade brasileira, somente a USP em

levantamento do ano 2.000, identificou mais de 400 ações dentro do tema; - Com entrada em vigor Protocolo kyoto ( Fev/2005 ), mais profissionais respondem

expectativas das indústrias ligadas ao Projeto MDL ( Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ), requisitados também por ONGs. , empresas e entidades financiadoras, principalmente nos seguintes pontos:

- 1) Vulnerabilidades decorrentes de mudanças climáticas, - 2) Inventários de emissões e modelagens previsionais; - 3) Políticas públicas para redução dos gases de efeito estufa ( GEE ); - 4) Desenvolvimento e transferência de tecnologias limpas; - 5) Planejamento e gestão de projetos nas áreas de energias renováveis, produção limpa,

florestamento/reflorestamento, aterros sanitários e outros. - 6) Esquemas de comércio de emissões e sua avaliação; - 7) Estruturação financeira para sustentabilidade ambiental, incluindo recursos obtidos

através do mercado de carbono; - 8) Aspectos contábeis relacionados a projetos com recursos do MDL;

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PARTE II – O BRASIL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: - AS NOVAS GERAÇÕES

- 9) Aspectos jurídicos , e o marco regulador, correspondentes ao financiamento de projetos de

interesse ambiental; - 10) Iniciativas de empresas como Toyota ( Carro híbrido ) , BASF ( Química ), Holim ( Cimento )

e Alcam ( Alumínio ), entre outras; - 11) Iniciativas de âmbito regional ou nacional: Holanda, Japão, União Europeia, Reino Unido,

Suíça, e iniciativas estaduais nos E.U.A. ( Califórnia, New York, New Hampshire, etc... ).

- A política do biodiesel, adotada com prioridade pelo Governo Brasileiro, tem nas universidades sua base de apoio indispensável, como o campus da USP em Ribeirão Preto.

- Faculdade de Medicina da USP = estudos como a poluição de combustíveis fósseis afetam o ritmo cardíaco e provocam problemas pulmonares.

- USP = pesquisas sobre a Amazônia e problemas ambientais. - 2006 = POLI-USP forma a primeira turma de Engenharia Ambiental. - Estudos das atribuições das causas, liderado Instituto de Estudos Avançados, que toca o Projeto

BASIC ( Brasil, África do Sul, Índia e China ), para levar à Conferência das Partes uma proposta conjunta.

- Desde 1990 USP mantém o PENSA ( Programa de Estudos de Negócios do Sistema Agroindustrial ) – campus SP e RP, desenvolvendo estudos sobre plantações comerciais de florestas no Brasil e o papel econômico e ambiental da certificação.

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PARTE III – EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL: - O SONHO POSSÍVEL

- Em 2005 entrou em vigor o Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável ( MDL ) , que

permite negócios com créditos de carbono, sendo o Brasil um dos países mais habilitados para a disputa do mercado de créditos de carbono.

- UM OBSERVATÓRIO EM LONDRES

- Em Londres – o Carbon Disclusive Project ( CDP ) trabalha com inventário de emissões de gases, fornecidos por empresas escolhidas entre as 500 maiores do mundo, objetivando que as decisões de investimentos priorizem empresas limpas, que contribuem para reduzir as mudanças climáticas.

- AS FLORESTAS PÚBLICAS

- O Projeto Flonas (Florestas Nacionais ) foi criado unindo esforços do Estado e da livre inciativa, marcando de forma legal, as diferenças entre empresariado agrícola moderno e o ruralismo atrasado, cartorial, aliado a madeireiros clandestinos.

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PARTE III – EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL: - UM NOVO AMBIENTALISMO

- Apesar da desconfiança de grupos “verdes”, um ambientalíssimo de mercado chegou para

ficar. São várias inciativas, como o investimento da Toyota em carros híbridos, com tecnologia limpa.

- COMBUSTÍVEIS DO SÉCULO XXI

- Estudo da UFRJ = cidade de São Paulo iguala-se ao primeiro mundo em matéria da emissão de poluentes , devido ao transporte urbano ( Emissões de CO² ). Segundo lugar poluição SP, são emissões de gás metano pelos lixões municipais.

- Setor automobilístico tem desenvolvido esforços tecnológicos p/ diminuição poluição, como catalizadores e produção de veículos flex.

- GESTÃO AMBIENTAL

- Gestão ambiental não implica rol de severas proibições, abstinências e castigos, por exemplo , pode-se manter consumo peixes e madeira no mundo, com correta administração da pesca e manejos florestais.

- Indústrias brasileiras, associando iniciativas particulares e públicas, na maioria tem adotado medidas antipoluidoras, destacando-se em 1997 criação do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável ( CEBDS ), que mobiliza 30% do PIB nacional.

- Sistema financeiro mostra preocupação ambiental, em 2005 a BOVESPA cria o Índice de Sustentabilidade Empresarial ( ISE ), relacionado à preservação do meio ambiente.

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PARTE III – EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL: - RESPONSABILIDADE SOCIAL

- Setores metalurgia e mineração, tidos como grandes poluidores, redobram esforços para

mudar quadro, usando tecnologias modernas e investindo em programas ambientais. Exemplo: - Companhia Siderúrgica de Tubarão ( CST ) está retirando 96% de seu consumo de água do mar, após dessalinização e os restantes 4% de água doce, são reusados.

- Vale do Rio Doce ( 3ª. Mineradora do Mundo ), destaca-se evolução tecnológica, como processos adequados para disposição de resíduos, passando a integrar a partir de 1998 o Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável ( WBCSD ).

- Empresas cosméticos Natura e Boticário também destaques iniciativas ambientais, somando USIMINAS e indústrias químicas filiadas à ABIQUIM.

- Inventário sobre GEE derrubou mito que a indústria era principal fonte de poluição, pois responde apenas por 15,4% das emissões, cabendo 9,2% ao transporte e 75,4% ao desmatamento e queima de florestas.

- OS “NÓS” DA MADEIRA

- Independentemente MDL, indústria brasileira já vinha atuando reciclagem de materiais há vários anos. Klabin foi primeira a receber o selo FSC ( Forest Stewardship Council ), para papéis de embalagens.

- Com tecnologia desenvolvida no Brasil, foi inaugurada em Piracicaba a 1ª. Usina recuperação integral embalagens longa vida, separando camadas papel, alumínio e plástico.

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PARTE III – EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL: - OS “NÓS” DA MADEIRA

- Indústria de plásticos, através de sua ONG – PLASTIVIDA – informa Brasil recicla cerca de 18%

plástico consumido ( Na União Europeia percentual não passa de 12% ). - Pesquisa do IMAZON ( Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia ) aponta principal

destino madeira da Amazônia é o Estado de São Paulo, derrubando mito que seria majoritariamente exportada; na verdade 86% dela é comercializada no Brasil e 14% exportada.

- Porém, só 5% da madeira amazônica tem certificação florestal. - Mas calcula-se que 60% da madeira industrializada no Brasil é madeira reconstituída, por

processos menos danosos ao meio ambiente.

- SISTEMA DE AÇÃO AMBIENTAL

- No plano mundial, maturidade empresarial inovadora e de preocupação ambiental evoluiu de tal modo, que cerca de 2.000 grandes companhias publicam anualmente relatórios específicos sobre ações de sustentabilidade.

- Desde 2009 existe o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, sendo que as ações de empresas listadas neste Índice, valem 20% mais do que as constantes no Dow Jones tradicional.

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PARTE IV – ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS : - UM SURVEY ENTRE INOVADORAS

- Oito empresas brasileiras expõem a seguir suas estratégias visando a redução de gases do

efeito estufa ( GEE ):

- 1) SADIA – grande produtora de alimentos ( Carnes ) e exportadora, tem 11 fabricas e 40 mil funcionários, tendo parceria com 10 mil granjas de aves e suínos.

- Implantou o programa voluntário de sustentabilidade em suas granjas de suínos, visando melhoria no sistema de gerenciamento de resíduos, a redução de emissões de GEE e ao melhoramento das condições e vida dos produtores.

- Criou o Comitê Estratégico de Sustentabilidade, composto por executivos da Alta Administração da Empresa e de técnicos envolvidos diretamente com os projetos.

- Em 2004 cria também o Instituto Sadia de Sustentabilidade.

- 2) COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO ( CST ) – Terceira maior produtora brasileira de aço ( 14% do volume total ) , em 2005 possuía 4.000 funcionários.

- Desenvolve inciativas como a cogeração de energia elétrica a partir de gases gerados no processo produtivo ( GEE ), a utilização de escórias siderúrgicas na indústria cimenteira, substituindo o “clínquer” – altamente gerador de CO² e transporte de produtos siderúrgicos por via fluvial, em vez de rodoviária, mais gerador de GEE.

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PARTE IV – ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS : - UM SURVEY ENTRE INOVADORAS

- 3) VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL – possui 4 unidades fabris e 4 florestais, sendo a maior

reflorestadora do Estado de São Paulo. - Desenvolve projetos como o gerenciamento de resíduos, redução de emissões de GEE através

da mudança da matriz energética de operação, criação de novas bases florestais e manutenção dos atuais projetos florestais , entre outros.

- 4) COMPANHIA ENERGÉTICA SANTA ELISA – Uma das maiores do setor sucroalcooleiro ( Sertãozinho-SP), tem 5 mil funcionários.

- Seu projeto é a expansão da capacidade de cogeração de energia do bagaço da cana, visando as necessidades energéticas internas e vender o excedente à rede elétrica. Durante toda a safra, cogera excedente para iluminar uma cidade de 60 mil habitantes, vendendo este excedente para a CPFL, em um período que as hidrelétricas tem mais dificuldade de atender a demanda.

- 5) PETROBRAS – Possui 98 plataformas marítimas, 16 refinarias, distribuindo por 30.318 Kms. de dutos e 120 navios petroleiros, contando também com 6.154 postos revendedores de seus produtos e duas fabricas de fertilizantes ( Amônia e ureia ).

- Como parte de seu Plano Estratégico, prevê que em 4 anos ( 2010 ) 10% de energia elétrica consumida em toda companhia, seja obtida de fontes renováveis.

- Pretende atuar nos mercados de energias renováveis ( Eólica, solar, biodiesel, biogás, etc... ). - Lidera o Programa Nacional da Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e Gás Natural

( CONPET ), que objetiva a redução do consumo de tais produtos, através dos projetos ECONOMIZAR e TRANSPORTAR .

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PARTE IV – ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS : - UM SURVEY ENTRE INOVADORAS

- 6) ONYX SASA – É Divisão do Grupo Veolia Environnement, que cuida especificamente de

serviços e soluções ligadas a resíduos urbanos e industriais. A ONYX está presente em 35 países, contando com quase 80.000 colaboradores.

- No Brasil, opera unidade especializada no tratamento e disposição final de resíduos industriais , domiciliares, comerciais e coleta pública no município de Tremembé.

- Desde 2001 a empresa recupera o biogás ( Metano ) gerado no seu aterro sanitário, como fonte energética para evaporação do chorume, também produzido no aterro da empresa.

- 7) PLANTAR REFLORESTAMENTO – A empresa desempenha atividades de siderurgia, reflorestamento e produção de carvão vegetal, possuindo 7.500 funcionários.

- Implantou projetos de redução de emissões de GEE, como remoção de CO² por meio de novas florestas plantadas ( Sequestro de carbono ), uso de carvão vegetal de origem renovável e sustentável para a produção de ferro-gusa, em lugar de carvão mineral, e outras inciativas.

- 8) NOVA GERAR ENERGIA S.A. – Projeto da S.A. Paulista, que atua em diversos segmentos da construção civil pesada. Em 2001 a empresa passou a gerir a Central de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu-RJ ( CTR ), quando foi constituído o projeto “Nova Gerar” no CTR, que foi o primeiro do mundo a obter o registro do Comitê Executivo do MDL, destinando-se ao aproveitamento energético do biogás gerado pela decomposição da matéria orgânica do lixo e minimização das emissões de GEE.

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PARTE V – O HORIZONTE DE 2012 : - AS PRINCIPAIS EXPECTATIVAS

- Com a vigência do Protocolo de Kyoto até 2012, atores sociais passaram a insistir na urgência

de discussões sobre o regime pós-2012. - Governos com peso político ( EUA, União Europeia entre outros ) enfatizam a necessidade de

que países em desenvolvimento, que não foram obrigados a metas no Prot. Kyoto, passem a tê-las na segunda década do século XXI.

- Países em desenvolvimento contestam, alegando que não foram responsáveis pela situação existente no ano base de 1990.

- Esperar-se para o pós-2012 a adesão dos EUA, desistido de sua estratégia de enfraquecer e cindir a unidade obtida em 2004.

- O Fundo Global para o Meio Ambiente ( WWF ) criado em 1991 e alimentado por doações de 32 países ricos, destinado a incentivar o cumprimento de convenções voltadas para o combate às mudanças climáticas, desertificação, poluição e diversidade biológica, tem sofrido pressões dos EUA, para que os beneficiários da ajuda seguissem padrões de boa governança , porém outras nações discordam, achando que os recursos destinam-se a melhoria do meio ambiente em todos os países, seja qual for sua política interna.

- DECISÕES DE GLENEAGLES

- Os EUA, Japão e países da Comunidade Europeia, responsáveis por 65% das emissões globais acumuladas e 45% das emissões correntes, tem elevado ainda mais suas emissões anuais e, mantido o atual ritmo, não cumprirão as metas estabelecidas, de redução de 5% até 2012, sobre uma base do ano de 1990.

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PARTE V – O HORIZONTE DE 2012 : - DECISÕES DE GLENEAGLES

- Em adição, a Academia Nacional de Ciência dos EUA nega eficácia de médio prazo às medidas

aprovadas em Kyoto, e esta contestação encoraja o discurso do Governo Bush contra o estabelecimento de metas.

- Na Reunião do G-8 em Gleneagles, os 8 países mais ricos do mundo ( Totalizando 65% do PIB Mundial e 47% das emissões globais de GEE ), reconheceram o impasse com os EUA em relação à questão ambiental, porém devido a ataque terrorista à Londres, houve comprometimento da Reunião, avançando muito pouco a pauta ambiental.

- Com seus reflexos globais, as mudanças climáticas exigem três leituras simultâneas , de tempos distintos e valores próprios:

- 1) A leitura científica – de ciclo longo, é movida pela lógica do conhecimento e tem um caráter universalista em horizonte de longo prazo;

- 2) A leitura política - de ciclo médio, é movida pela lógica do poder, dá prioridades a interesses locais e regionais;

- 3) A leitura empresarial – de ciclo curto, é movida pela lógica dos resultados e consequentemente pelos interesses imediatos dos acionistas. No entanto investidores institucionais, como fundos de pensão, privilegiam empresas voltados para políticas de sustentabilidade.

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PARTE V – O HORIZONTE DE 2012 : - COMPLEMENTARIEDADE OU CONFRONTO?

- O segundo semestre de 2015, trouxe novidades preocupantes na pauta ambiental, pois os EUA

mostraram claramente seu interesse de aprofundar divergências com a ONU na questão; convocando reunião no LAOS ( Vientiane ), com delegados da Austrália, China, Índia. Japão e Coréia do Sul, além dele, onde firmaram aliança para ampliar o suporte global às teses contra o Protocolo de Kyoto defendidas pelo Governo Bush, desafiando desta forma a ONU.

- Apesar do número minúsculo de adesões, é muito grande quando se observa o volume de emissões de GEE produzido pelas seis nações: - Cerca de 50% das emissões globais de carbono.

- CENÁRIOS PLAUSÍVEIS

- O futuro das mudanças climáticas é a grande pauta que mobiliza a comunidade internacional, prevendo-se por diversas fontes, um aquecimento na Terra no Séc. XXI de 1,5 a 3,0° celsius.

- Espera-se que o Brasil reveja sua matriz energética para a década de 2010, abandonando as usinas nucleares Angra I e II e a construção de Angra III, optando pelo potencial hidroelétrico ( Somente usado em ¼ ), ou outras formas de energia, visto que Alemanha e Itália desativaram todas suas usinas nucleares e há 2 décadas que o EUA não constrói uma única usina nuclear nova.

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PARTE V – O HORIZONTE DE 2012 : - SINAIS DE ALERTA

- Muitos países emitem sinais de alerta sobre as questões ambientais, que se relacionam

diretamente com o futuro. - O Grupo Millennium Ecosystem Assessment, reunindo 1.360 especialistas de 95 nações,

apresentou relatório, prevendo que as mudanças climáticas intensivas respondem pela maioria das calamidades previstas, relatando as seguintes situações, que merecem atenção imediata:

- 1) As chamadas regiões áridas, com apenas 8% de suprimento de água, já ocupam 41% da superfície terrestre;

- 2) O consumo de água potável excede de 5 a 25% a reposição proporcionada pelos rios e lençóis subterrâneos;

- 3) Estão degradados pelo menos 15 dos 24 serviços reguladores do clima oferecidos pela natureza;

- 4) O desmatamento nos próximos 50 anos, pode afetar de 10 a 20% das florestas; e - 5) O fluxo de nitrogênio de fertilizantes nos rios crescerá de 10 a 20% na primeira metade do

Séc. XXI, generalizando a matança de peixes nas regiões costeiras.

- O Ministro do Meio Ambiente da China em entrevista à Revista alemã “Der Spiegel”, disse ter enorme preocupação com o crescimento econômico da China, que segundo ele terá custo ambiental inaceitável. Entre outras, que enquanto a população dobrou nos últimos 50 anos, para 1,3 bilhão,a quantidade de terras habitáveis/utilizáveis caiu pela metade nos últimos anos. Afirmou ainda: - “ A chuva acida cai sobre 1/3 do território chinês, metade das águas de nossos 7 maiores rios estão completamente inutilizáveis e ¼ da população não em acesso a água potável. 1/3 da população urbana respira ar poluído e menos de 20% do lixo urbano é tratado.”

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PARTE V – O HORIZONTE DE 2012 : - SINAIS DE ALERTA

- Nos Estados Unidos, dos 50 Estados, 28 deles estão adotando políticas ambientais mais

avançadas do que as previstas no Protocolo de Kyoto, indo contra o Governo Federal. - Também nos EUA, uma instituição privada e apartidária, a Pew Center on Global Climate

Change, credenciou-se como a mais prestigiado centro de referência em políticas ambientais.

PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- UM FORUM PLURAL

- Este capítulo aborda um conjunto de intervenções de respeitáveis estudiosos brasileiros, com olhos postos no amanhã, sobre a questão ambiental.

- JOSÉ GOLDEMBERG – Secretário do Meio Ambiente do Est. SP, ex-ministro Meio Ambiente, ex-reitor da USP, ex-presidente da SBPC e uma das vozes mais respeitadas do debate ambiental.

- “ A produção brasileira de álcool de 250 mil barris/dia, ou seja, 3% da produção de petróleo da Arábia Saudita ( 8 milhões barris/dia ) é pouca em escala mundial, contudo se aumentar e atingir 1 milhão barris/dia, poderá exportar e se tornar o líder da produção no mundo, exercendo influência. Quanto à energia nuclear, não acredito no seu renascimento, pois é substancialmente cara, e existe o problema do que se fazer com o “lixo radiativo”.”

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PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- UM FORUM PLURAL

- WASHINGTON NOVAES – Jornalista estudioso de questões ambientais, colunista do jornal “O Estado de São Paulo” e “O Popular” ( Goiânia ), dirigindo também o programa “Repórter Eco” da TV Cultura.

- Acredita que apesar do Protocolo de Kyoto, a tendência de emissões de GEE e o aumento na temperatura da Terra é de agravar-se e não de reversão. As emissões desde 1990 já aumentaram em 13% e a demanda por combustíveis fósseis continua crescendo. Se a 1ª. Fase do Prot. Kyoto for bem cumprida, levará redução de menos de 3% nas emissões, quando o IPCC sugere redução de 60%. Afirma que não há dúvidas que o desmatamento continua crescendo na Amazônia brasileira, prevalecendo a lógica econômica; afirma também que continuamos praticamente no zero em matéria de política nacional de resíduos sólidos.

- VAHAN AGOPYAN– Diretor-superintendente do IPT ( Instituto de Pesquisas Tecnológicas ) do Est. SP e Professor Titular de Materiais e Componentes de Construção Civil na Escola Politécnica da USP, da qual foi Diretor ( 2002 a 2006 ).

- Afirma que a construção civil no País e no Mundo, não estava preocupada com os aspectos ambientais, até recentemente, pois a própria sociedade não reclamava ação concreta; talvez porque os resíduos dela são mais inócuos, não exalam odores ou gases tóxicos, nem radiação, portanto não nocivos a principio. Porém como ela é a mais consumidora de matéria prima para produzir materiais e componentes de construção, é a maior consumidora de energia, tanto pra a produção quanto para a manutenção de edificações, gerando muitos resíduos, chega-se a conclusão que é a indústria que mais interage e afeta o meio ambiente.

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PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- UM FORUM PLURAL

- PEDRO LEITE DA SILVA – PHD em Ciências Atmosféricas na CSU/USA e professor do IAG/USP desde 1975, membro do IPCC da ONU e coordena a área de Ciências Ambientais no IEA/USP e o Laboratório Master da IAG.

- Com relação ao ceticismo dos cientistas que negam a relação entre mudanças climáticas e aquecimento global, considera salutar o fato de haver opiniões discordantes, porém parece cada vez mais difícil negar a relação, os padrões espaciais são contundentes. Evidências científicas corroboram a teoria de que há uma relação causal entre o potencial aquecimento e as emissões de gases de feito estufa pelos homens.

- Os programas de ensino de meteorologia nas universidades brasileiras estão consolidados, destacando-se UFPEL, USP, UFRJ, UFAL, UFCG, UFPA e UNB.

- Do ponto de vista do tema “Mudanças Climáticas”, os programas existentes limitam-se às questões básicas dos processos associados ao tema. A modelagem da mudanças climáticas só é conduzida no CPTEC, única instituição brasileira que dispõe dos recursos computacionais exigidos neste tipo de trabalho.

- MARCO ANTONIO FUJIHARA– Diretor do Instituto Totum de Desenv. e Gestão Empresarial e ex-diretor de Sustentabilidade da PriceWaterhouse Coppers no Brasil. Com mais de 20 anos de experiência no setor florestal, ele desenvolve projetos de qualificação empresarial, nos parâmetros preconizados por Kyoto, para vários setores empresariais.

- Afirma que o setor produtivo nacional,na sua maioria,ainda não se apercebeu dos problemas das mudanças climáticas e como isto de fato pode afetar seu direcionamento estratégico.

- Afirma desconhecer alguma experiência de cooperação entre empresas privadas e a universidade para formulação de seus projetos de sustentabilidade, no Brasil.

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PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- UM FORUM PLURAL

- JOSÉ DOMINGOS GONZALEZ MIGUEZ– Presidente do Conselho Executivo do MDL, secretário executivo da Comissão Interamericana de Mudança Global do Clima e coordenador geral de Mudanças Globais do Ministério da Ciência e Tecnologia. Coordenou a elaboração do inventário brasileiro de emissões antrópicas de GEE apresentado na COP-10 Buenos Aires.

- Esclarece que a atuação do Ministério da Ciência e Tecnologia, como estratégia brasileira para enfrentamento dos problemas das mudanças climáticas, tem três frentes principais:

- 1) Elaboração e atualização periódica do inventário brasileiro de emissões antrópicas de GEE não controlados pelo Protocolo de Montreal.

- 2) Desenvolvimento e aprovação de atividades de projetos que visem reduzir as emissões de GEE ou absorver gás carbônico por meio de reflorestamento no âmbito do MDL.

- 3) Acompanhar, no ambito científico, os relatórios que estão sendo desenvolvidos pelo IPCC.

- MARCELO THEOTO ROCHA – Pesquisador do Cetro de Estudos Avançados da ESALQ-USP e sócio da Fabrica Ethica Brasil – Consultoria de Sustentabilidade. É membro do Comitê de Especialistas da Det Noyske Veritas ( DNV ) e revisor dos Inventários de emissão de GEE na Convenção Quadro da ONU sobre Mudança de Clima. Além de ter participado da delegação do Brasil nas conferências de negociações do Protocolo de Kyoto.

- Afirma que o controle do desmatamento no Brasil tem-se mostrado extremamente complexo e de difícil solução, as taxas de desmatamento tem crescido e aparentemente não existem modelos capazes de reverter tal situação a curto prazo.

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PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- UM FORUM PLURAL

- GUILHERME ARY PLONSKI– Docente da POLI-USP e FEA-USP, onde exerceu por 4 anos a direção da Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e Atividades Especiais ( CECAE ), Também foi de 2001 a 2006 diretor-superintendente do IPT do Estado de São Paulo.

- Afirma que o IPT tem contribuído com a produção industrial mais limpa, destacando-se nos últimos 25 anos a implantação dos programas de conservação de energia, processos de gaseificação de biomassa, desenvolvimento de plásticos biodegradáveis, desenvolvimento de bioinseticidas, tecnologias de prevenção de emissões em combustão industrial e reciclagem de areias de fundição para empresas de pequeno porte, via unidade móvel.

- LUCAS ASSUNÇÃO – Coordenador da Iniciativa Mudanças Climáticas e Biocomércio da CNUCED – Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento. Desde a década de 80 trabalha para várias agências da ONU e foi um dos organizadores da RIO-92.

- Afirma que os padrões de consumo atuais precisam ser revistos para se cumprir o desenvolvimento sustentável, pois a indústria de bens de consumo em vários setores ( Transporte, energia, agricultura, entre outras ) negligência seu impacto sobre o meio ambiente ou a taxa elevada de utilização de recursos não renováveis.

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PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- UM FORUM PLURAL

- EVERTON VIEIRA VARGAS – Embaixador e diplomata de carreira, ex-diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do MRE, integrou a RIO-92 e várias delegações do Brasil na ONU em eventos sobre o meio ambiente e foi o principal negociador do País para questões de clima, entre 2001 e 2005.

- Acredita que mesmo com a saída do Presidente Bush dos EUA em 2008 e mesmo que o Partido Democrata ganhe o pleito, não mudará a posição norte-americana de boicote ao Protocolo de Kyoto, pois o modelo de produção e consumo vigente nos EUA decorre do uso extensivo e sem limites dos combustíveis fósseis.

- Lembra que dez anos após a entrada em vigor da Convenção sobre Mudanças de Clima da ONU ( UNFCCC ), os países desenvolvidos detentores de tecnologia, demonstraram pouca vontade política em transferi-las aos países em desenvolvimento ou pobres, como determina o artigo 4.5 da Convenção. Sob argumento de que a maior parte das tecnologias ambientais saudáveis é de propriedade particular e está sob a proteção de direito de patente, os países desenvolvidos argumentam que a maneira mais eficaz de receber tais tecnologias, consiste na atração de investimentos estrangeiros diretos, que no entanto foge da lógica de mitigar a poluição ambiental como primeiro fator, imperando o interesse econômico em primeiro lugar.

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PARTE VI – ENCONTRO DE IDÉIAS :

- A CONSTRUÇÃO DO FUTURO

- O autor afirma que o Protocolo de Kyoto com impactos na economia e nas relações ente países, além de contar com suporte da comunidade científica internacional, mudou os rumos de uma discussão inclinada, até 2004, perigosamente, para o limbo dos impasses que sempre travaram a pauta mundial.

- Porém que mesmo que todos os acordos para reduzir as emissões de GEE tenham êxito, restara por 50 anos além, o fantasma do buraco na camada de ozônio, com todos os seus riscos, sendo que a Organização Meteorológica Mundial-ONU declarou que levaremos ainda várias décadas para que as substâncias lançadas pelo homem na atmosfera comecem a desaparecer.

- A Convenção do Clima e o Protocolo de Kyoto refundaram a diplomacia ambiental, apesar da posição contrária norte-americana.

- No caso do meio ambiente, é também essencial, para mudar o futuro, que a sociedade aprimore constantemente os seus valores e noções de convívio.