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Anais do DUO VII - 2016 Dialogue Under Occupation Porto Alegre, RS, outubro de 2015 Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Dialogue Under Occupation 163 A CONSCIÊNCIA METALINGUÍSTICA EM CRIANÇAS BILÍNGUES Ellen Cristina Gerner Siqueira 1 Talita dos Santos Gonçalves 2 Introdução Este estudo encontra-se no espaço de interação entre estudos da Psicologia Cognitiva e da Psicolinguística, no que diz respeito ao bilinguismo infantil e à consciência metalinguística, inserindo-se no inventário de estudos que investigam possíveis vantagens advindas da experiência bilíngue. O bilinguismo é uma realidade do mundo, seja originado pelos movimentos migratórios, configurações familiares, negócios, necessidade acadêmica, interesse pessoal ou relações históricas, geográficas e políticas, entre tantos outros motivos que fazem com que uma pessoa ou comunidade viva uma experiência com duas ou mais línguas. Por envolver muitos aspectos, como idade de aquisição, status das línguas, nível de proficiência, contexto de aprendizagem das línguas, por exemplo, o bilinguismo é conceituado e classificado a partir de muitas perspectivas, gerando muitas discussões. Neste trabalho, entende-se por bilinguismo a capacidade que um indivíduo possui para funcionar em duas línguas ou dialetos de acordo com suas necessidades diárias (GROSJEAN, 2010). Nesse sentido, muitas pessoas se encaixam nessa perspectiva de bilinguismo, fazendo com que a população bilíngue e as circunstâncias do bilinguismo gerem muitos aspectos a serem investigados, como, por exemplo, as possíveis vantagens metalinguísticas no bilinguismo infantil. A consciência metalinguística refere-se à habilidade de segmentar e manipular a língua reflexivamente em seus diferentes níveis (GOMBERT, 1990; MALUF, 2003). Por volta dos dois anos de idade, a criança já apresenta comportamentos reflexivos sobre aspectos fonológicos (BARRERA; MALUF, 2003). Posteriormente, outros aspectos da 1 Licenciada em Comunicação Social, bolsista BPA (PUCRS). E-mail: [email protected] 2 Doutoranda em Letras, bolsista CAPES (PUCRS). E-mail: [email protected]

Anais do DUO VII - 2016 Dialogue Under Occupation · 1 Consciência metalinguística e bilinguismo infantil Para Bialystok e Barac (2012), a consciência metalinguística refere-se

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A CONSCIÊNCIA METALINGUÍSTICA EM CRIANÇAS BILÍNGUES

Ellen Cristina Gerner Siqueira1 Talita dos Santos Gonçalves2

Introdução

Este estudo encontra-se no espaço de interação entre estudos da Psicologia

Cognitiva e da Psicolinguística, no que diz respeito ao bilinguismo infantil e à

consciência metalinguística, inserindo-se no inventário de estudos que investigam

possíveis vantagens advindas da experiência bilíngue.

O bilinguismo é uma realidade do mundo, seja originado pelos movimentos

migratórios, configurações familiares, negócios, necessidade acadêmica, interesse

pessoal ou relações históricas, geográficas e políticas, entre tantos outros motivos que

fazem com que uma pessoa ou comunidade viva uma experiência com duas ou mais

línguas. Por envolver muitos aspectos, como idade de aquisição, status das línguas,

nível de proficiência, contexto de aprendizagem das línguas, por exemplo, o

bilinguismo é conceituado e classificado a partir de muitas perspectivas, gerando

muitas discussões.

Neste trabalho, entende-se por bilinguismo a capacidade que um indivíduo

possui para funcionar em duas línguas ou dialetos de acordo com suas necessidades

diárias (GROSJEAN, 2010). Nesse sentido, muitas pessoas se encaixam nessa

perspectiva de bilinguismo, fazendo com que a população bilíngue e as circunstâncias

do bilinguismo gerem muitos aspectos a serem investigados, como, por exemplo, as

possíveis vantagens metalinguísticas no bilinguismo infantil.

A consciência metalinguística refere-se à habilidade de segmentar e manipular

a língua reflexivamente em seus diferentes níveis (GOMBERT, 1990; MALUF, 2003). Por

volta dos dois anos de idade, a criança já apresenta comportamentos reflexivos sobre

aspectos fonológicos (BARRERA; MALUF, 2003). Posteriormente, outros aspectos da

1 Licenciada em Comunicação Social, bolsista BPA (PUCRS).

E-mail: [email protected] 2 Doutoranda em Letras, bolsista CAPES (PUCRS).

E-mail: [email protected]

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língua serão objeto do pensamento, como a morfologia, a sintaxe, a semântica, a

pragmática e o texto. O objetivo deste estudo foi discutir evidências de vantagens no

desenvolvimento metalinguístico de crianças bilíngues em comparação com crianças

monolíngues.

Este artigo é uma revisão bibliográfica e está estruturado em seções.

Apresentam-se considerações sobre consciência metalinguística e bilinguismo infantil

na parte teórica. Na sequência, expõe-se o método adotado para esta investigação e,

posteriormente, os resultados e as discussões. Ao final, são levantadas algumas

reflexões sobre esta investigação.

1 Consciência metalinguística e bilinguismo infantil

Para Bialystok e Barac (2012), a consciência metalinguística refere-se ao

conhecimento explícito da estrutura linguística e à capacidade de acessar esse

conhecimento intencionalmente. Esse conhecimento é crucial no desenvolvimento das

crianças para os usos complexos da linguagem e da alfabetização. Assim, a consciência

metalinguística permite que as crianças separem a estrutura subjacente da língua do

significado e possam fazer julgamentos semânticos, sintáticos, fonológicos e aspectos

morfológicos da língua. Com essa habilidade, as crianças analisam representações

linguísticas para extrair regras gerais da gramática e torná-las explícitas para

diferenciar aspectos das sentenças ou palavras.

A habilidade fonológica refere-se à capacidade de identificar e manipular os

fonemas das unidades linguísticas (GOMBERT, 1992), enquanto que a habilidade

morfológica consiste na capacidade de reflexão sobre os morfemas das unidades

linguísticas (SPINILLO et al., 2010). No nível sintático, essa consciência corresponde à

habilidade de reflexão consciente sobre os aspectos sintáticos da linguagem e o

controle do uso das regras gramaticais. Já a consciência semântica é atribuída tanto à

capacidade de reconhecer o sistema linguístico como um código arbitrário e

convencional quanto à habilidade de manipular, automaticamente, as palavras sem

que seus significados sejam afetados (GOMBERT, 1992). A consciência pragmática

revela-se na capacidade do indivíduo de refletir sobre os aspectos contextuais que

determinam o uso da língua, bem como de manipular informações advindas dessa

relação. Por fim, a consciência textual diz respeito à capacidade de pensar sobre a

estrutura do texto, suas partes, convenções e marcadores linguísticos que constituem

o texto como uma unidade.

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A criança é capaz de usar a língua como instrumento para comunicar-se, antes

mesmo da alfabetização, pois durante a interação social vai adquirindo os mecanismos

que lhe permitem expressar seu pensamento ao mundo. Além disso, antes de

qualquer instrução formal, a criança é capaz de analisar deliberadamente os aspectos

formais da língua. Em geral, a criança é capaz de usar tanto o conhecimento sobre

línguas como usar a língua.

Estudos do início da década de 60 lançaram a hipótese da vantagem bilíngue

ancorada na conclusão de Peal e Lambert (1962) de que crianças bilíngues teriam uma

flexibilidade cognitiva superior em relação a seus pares monolíngues. Essa conclusão

foi explicada através da alternância entre os dois códigos linguísticos que o bilíngue

utiliza durante suas interações verbais. Após essa investigação de Peal e Lambert, as

pesquisas sobre bilinguismo focaram no desempenho linguístico e metalinguístico,

evidenciando um desenvolvimento metalinguístico mais precoce em crianças bilíngues

(BIALYSTOK, 2001).

Galambos e Hakuta (1988) indicam que as primeiras evidências do efeito

benéfico do bilinguismo surgiram de estudos da consciência metalinguística de

crianças. A vantagem metalinguística de bilíngues manifesta-se, principalmente, no

desempenho de tarefas de funções executivas3 que incluem conflitos e requerem

controle (BIALYSTOK, 1986), apontado para uma capacidade cognitiva mais

especializada em bilíngues. Piantá (2011) aponta que crianças bilíngues possuem

habilidade de refletir sobre a natureza e as funções da linguagem diferentemente das

crianças monolíngues.

A explicação mais comum é de que as duas línguas estão sempre ativas nos

bilíngues, fazendo com que as funções executivas atuem sobre o processamento

linguístico, focando atenção em uma dessas línguas. Dessa maneira, o bilinguismo

“treina” as funções executivas através da seleção constante de um dos idiomas,

tornando-as mais desenvolvidas. Ou seja, a vantagem metalinguística dos bilíngues

residiria muito mais na sua capacidade cognitiva do que no processamento linguístico

em si (BIALYSTOK, 2015). A partir disso, vale ressaltar o que se entende por bilinguismo

infantil.

Do ponto de vista da aquisição da linguagem, o bilinguismo infantil apresenta

duas formas de classificação: o simultâneo e o sucessivo. Segundo Yip (2013), a linha

3 Conforme Diamond (2013), essas funções são responsáveis pelo jogo mental que o indivíduo realiza

com suas ideias, tornando possível o pensamento antes da ação, o enfrentamento de desafios imprevistos, a resistência a tentações e a conservação do foco. Para a autora, dentre as principais funções executivas encontram-se a inibição, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva.

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que divide os dois tipos de bilinguismo é arbitrária, uma vez que diferentes estudiosos

do tema discordam sobre a idade que definiria se a aquisição das línguas é simultânea

ou sucessiva. Baseada em Grosjean (2008), a autora define o bilinguismo simultâneo

como aquele em que a criança está exposta às duas línguas desde o nascimento,

fazendo uso de ambas regularmente durante a primeira infância, antes mesmo de

ingressar na pré-escola. Assim, a autora exclui da definição de bilinguismo simultâneo

as crianças expostas a duas línguas, mas que produzem apenas em uma delas.

Em termos de nomenclatura, os teóricos também divergem sobre as

classificações das línguas. Uma vez simultâneas, não poderiam ser definidas,

tradicionalmente, como L1 e L2, ou língua materna e segunda língua. Assim, tem-se

utilizado terminologia como Língua A e Língua B ou, ainda, Língua A e Língua α.

Já o conceito de bilinguismo sucessivo está presente nas teorias de aquisição de

linguagem relacionada a diversas idades, não somente à infância. Segundo Li (2013),

enquanto os termos “primeira língua” (L1) e “segunda língua” (L2) não são bem aceitos

no bilinguismo simultâneo, dada sua natureza sincrônica, nos estudos sobre

bilinguismo sucessivo os impasses surgem em relação à aquisição da segunda língua,

principalmente no que diz respeito à idade de aquisição e no impacto que isso traz à

produção do falante. No bilinguismo infantil sucessivo, segundo Wei (2000), o período

sensível para aquisição da segunda língua gira em torno dos cinco anos de idade.

O estudo da consciência metalinguística relacionada ao bilinguismo infantil é de

grande relevância, pois a literatura indica que processos metalinguísticos parecem

desenvolver-se precocemente em crianças bilíngues (BIALYSTOK, 1986, 1993). Essa

hipótese poderia ser explicada pelo uso de dois códigos linguísticos. A criança bilíngue

teria uma noção antecipada sobre a arbitrariedade da língua, porque entenderia que

um objeto do mundo teria uma representação em cada língua. Após essas

considerações breves sobre o tema, apresenta-se o método e, logo após, os resultados

e discussões.

2 Método

Este trabalho apresenta uma discussão sobre o desenvolvimento

metalinguístico no bilinguismo a partir de uma revisão bibliográfica e abrangeu

publicações indexadas nas bases de dados eletrônicas: Apa Psycnet, Directory of Open

Access Journals, ProQuest Central New Platform, EBSCOhost Academic Search Premier,

Elsevier ScienceDirect Journals, PUBMED e Scielo. Os artigos foram publicados em

inglês, entre os anos de 2000 e 2015. Os indexadores empregados foram “children

AND metalinguistic awareness AND bilingualism” e “crianças AND consciência

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metalinguística AND bilinguismo”. Além desses indexadores, foram utilizadas as

combinações “children AND metalinguistic awareness” e “crianças AND consciência

metalinguística”. Foram selecionados artigos experimentais, revisados por pares.

Os artigos identificados pela estratégia de busca inicial foram avaliados

conforme os seguintes critérios de inclusão: (1) os participantes das pesquisas foram

crianças bilíngues, (2) foram revisados por pares, (3) foram escritos em inglês,

português ou espanhol, (4) foram disponibilizados na íntegra, (5) avaliam ao menos

uma habilidade metalinguística (6) os participantes apresentam processamento típico;

e (7) os participantes fazem parte do contexto formal de ensino. Os artigos de revisão

ou aqueles que não atenderam aos critérios estipulados foram excluídos.

3 Resultados e discussão

Foram encontrados na primeira estratégia de busca (children AND

metalinguistic awareness AND bilingualism) nove artigos, todos em inglês e revisados

por pares. Na segunda estratégia (crianças AND consciência metalinguística AND

bilinguismo), nenhum artigo foi encontrado. Na terceira estratégia, retornaram 81

resultados, 26 deles revisados por pares. Na última estratégia, apenas um artigo em

língua portuguesa foi encontrado, mas já havia aparecido na busca anterior. Outros

dois artigos apareceram entre a primeira e a terceira busca. Excluindo-se esses artigos

repetidos, a revisão bibliográfica organizou-se, então, em torno dos 33 artigos

revisados por pares.

Após a leitura do resumo, 24 artigos foram excluídos – alguns eram de revisão

bibliográfica, outros tiveram adultos jovens como participantes, e ainda outros não

avaliaram nenhuma habilidade metalinguística ou investigaram crianças monolíngues,

como foi o caso do único artigo publicado em língua portuguesa. Ao final, nove artigos

atenderam aos critérios propostos. O Quadro 1 apresenta as principais informações

dos artigos selecionados.

Quadro 1 – Informações dos artigos selecionados

Autor/ano Idade/n Línguas Tarefas Tipo de consciência

Laurent; Martinot (2010)

8-10 anos/N = 110 Francês Francês/Provençal

Apagamento de sílaba e de fonema Permuta de sílabas e fonemas

Fonológica

Cheung et al. (2010)

5-9 anos/ N=141

Chinês /Inglês

Inteligência verbal Memória de curta duração verbal Leitura de palavras Produção e apagamento de rima Apagamento de fonema; Vocabulário Percepção da fala

Morfológica Fonológica

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Quadro 1 (continuação) – Informações dos artigos selecionados

Autor/ano Idade/n Línguas Tarefas Tipo de consciência

Francis (2002)

7-13 anos/ N=45

Espanhol/Náuatle

Tarefa de edição e correção Análise de categorias; Correção ortográfica ao nível da palavra Morfossintaxe/semântica ao nível da sentença; Narrativa oral; Reconto Leitura; Escrita; Efetividade de correção/edição

Considera as habilidades como uma unidade.

Serratrice et al. (2009)

6-10 anos/N=167 Inglês/Italiano Italiano/Espanhol

Julgamento gramatical de sentenças Sintática

Kang (2010)

5-6 anos/ N=126

Inglês/Coreano

Correspondência de fonema inicial Correspondência de rima PAL-RW Teste de rima estranha Teste de sílaba estranha Peabody Picture VocabularyTasks-III Identificação de palavras Partes A e B do PAL Bateria de leitura e escrita (PAL-RW)

Fonológica

Bialystok; Mcbride-Chang; Luk; (2005)

5-6 anos /N= 200

Inglês Inglês/Cantonês

Peabody Picture Vocabulary Tasks Apagamento de sílaba Apagamento de sílaba onset Contagem de fonema Decodificação de palavra

Fonológica

Bialystok; Barac (2011)

E1 8 anos /N=100 E2 7-10 anos /N=80

E1 – Inglês/Hebreu E2 – Inglês/Francês

Tarefas de conhecimento linguístico - Questionário sobre o uso de cada língua Peabody Picture Vocabulary Test KBIT-2; Tarefas metalinguísticas - Wug task e Julgamento gramatical

Morfológica

Davidson; Raschke; Pervez (2010)

E1 5-6 anos/ N=20 E2 3- 6 anos/N=72

Inglês Urdu/Inglês

Peabody Picture Vocabulary Test Julgamento sintático

Sintática

Chen et al. (2012)

E1 8-12 anos/N= 337 E2 7-8 anos/N=62 E3 6-8 anos/N=90

Mandarim Dialetos Minnan, Puxian e Mindong

E1- Julgamento de rima e onset E2-Teste de QI - Raven’s Standard Progressive Matrices, Julgamento de rima e onset E3 -Teste de consciência de sílaba e tom

Fonológica

E – Experimento; KBIT-2 - The Kaufman Brief Intelligence Test, Second Edition; PAL - Process Assessment

of the Learner; RW- Reading and Writing

Através do Quadro 1, observou-se que a maioria dos artigos investiga a

consciência fonológica, há dois que pesquisam a consciência morfológica e outros dois

a consciência sintática. Entre os artigos, encontrou-se um que avalia a consciência

metalinguística como uma habilidade única. As habilidades investigadas,

principalmente a habilidade fonológica, são desenvolvidas e requisitadas

principalmente na infância, durante a alfabetização. Os participantes têm idade entre

três e treze anos de idade e foram recrutados em ambientes formais de ensino.

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Entre as línguas estudadas, o inglês é a língua predominante, principalmente

em relação a alguma língua asiática. O francês e o chinês parecem em duas

investigações cada. Uma das pesquisas estuda o bilinguismo provocado pelo uso do

mandarim e dialetos regionais chineses. Além desses dialetos chineses, algumas

línguas minoritárias são investigadas, como o náuatle, o cantonês e o provençal.

Dentre os estudos, quatro envolvem alguma língua de origem latina, mas nenhum a

língua portuguesa.

O estudo de Laurent e Martinot (2010) buscou determinar se a experiência

bilíngue aumenta o desenvolvimento da consciência fonológica em leitores bilíngues

iniciantes (de escolas bilíngues) comparados a seus pares monolíngues (de escolas

monolíngues). Os resultados da pesquisa sugerem que os alunos de escola bilíngue

apresentam uma consciência fonológica mais desenvolvida que seus pares

monolíngues.

Cheung et al. (2010) examinaram as correlações entre a percepção da fala, a

consciência metalinguística (fonológica e morfológica), a leitura de palavras e o

vocabulário em uma primeira língua (L1) e uma segunda língua (L2). Os resultados

dessa investigação indicam que, primeiro, a percepção da fala foi mais preditiva da

leitura e do vocabulário na L1 do que L2. Segundo, enquanto a consciência morfológica

foi preditiva da leitura e do vocabulário em ambas as línguas, a consciência fonológica

desempenhou um papel depois que a consciência morfológica foi controlada na L2

(inglês). A percepção da fala em L1 e a consciência metalinguística predisseram a

leitura de palavras em L2, mas não o vocabulário. Por fim, as diferenças de

desempenho nas tarefas são atribuídas às variações nas propriedades e aos contextos

de aprendizagem de cada língua.

O trabalho de Francis (2002) examinou a relação entre fatores envolvidos na

proficiência bilíngue, na alfabetização e no desenvolvimento da consciência

metalinguística. A investigação teve três objetivos: (1) descrever as tendências que

emergem de um inventário de correções e revisões de amostras de uma primeira

produção escrita de crianças de séries iniciais; (2) comparar essas tendências com

descobertas de estudos anteriores em que as amostras foram tomadas a partir de

reflexões metalinguísticas de participantes focados em aspectos do conhecimento de

suas duas línguas; e (3) propor um quadro para pesquisas futuras na relação entre o

bilinguismo e a consciência metalinguística. Em geral, Francis observou que a

capacidade de mudança nos textos aumentou da segunda para a sexta série, crianças

mais velhas são mais propensas a focar sua atenção sobre os níveis de processamento

da linguagem para além do nível mais local de correções ortográficas. O

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desenvolvimento da proficiência linguística bilíngue implica em uma capacidade de

começar a refletir conscientemente sobre padrões que envolvem sequências de textos

mais longos sucessivamente.

Serratrice et al. (2009) investigaram se a capacidade de julgar a gramaticalidade

de uma sentença em uma língua é afetada pelo conhecimento da construção

correspondente na outra língua. Embora o desempenho em inglês tenha sido em geral

pobre, não houve diferenças significativas entre os bilíngues inglês/italiano e seus

pares monolíngues. Em contrapartida, verificou-se que o conhecimento de inglês

afetou a capacidade dos bilíngues de discriminação entre as sentenças gramaticais e

agramaticais em italiano. Os bilíngues inglês/italiano foram significativamente menos

precisos que os monolíngues e os bilíngues espanhol-italiano. A língua da comunidade

e a idade também desempenharam um papel significativo na acurácia das crianças.

A investigação de Kang (2010) examinou se há vantagens bilíngues em termos

de consciência fonológica em crianças que estão adquirindo duas línguas alfabéticas

diferentes fonológica e ortograficamente, além de investigar fatores da alfabetização

que explicam as variâncias na consciência fonológica, em comparação com crianças

monolíngues. Os resultados indicam que crianças bilíngues tiveram vantagens em

tarefas de consciência fonológica tanto na L1 como na L2, existiu transferência

linguística no processamento da consciência fonológica da L1 e da L2 e a consciência

fonológica dos dois grupos foi explicada por diferentes fatores. Esses resultados são

discutidos de acordo com as características específicas da L1 e os efeitos das

diferenças de instrução na língua.

Bialystok, McBride-Chang e Luk (2005) examinaram o efeito do bilinguismo na

aprendizagem de leitura em duas línguas que não compartilham o mesmo sistema de

escrita. Os autores apontaram para a importância de avaliar as características de cada

língua e o contexto de instrução em que as crianças tornam-se alfabetizadas, pois o

bilinguismo exerce efeito sobre a alfabetização.

O objetivo da investigação de Bialystok e Barac (2011) foi examinar crianças

que estavam em processo de tornarem-se bilíngues, avaliando o nível de proficiência e

o tempo no programa de imersão. Segundo os autores (2011), os resultados avançam

a compreensão da relação entre o bilinguismo e o desempenho metalinguístico. Ao

contrário do controle executivo, as vantagens metalinguísticas foram relatadas em

níveis modestos de bilinguismo, mostrando que o que fez as crianças progredirem no

desenvolvimento metalinguístico não foi o bilinguismo, mas a proficiência linguística.

Davidson, Raschke e Pervez (2010) compararam o desempenho de crianças

bilíngues e monolíngues em tarefas de julgamento gramatical. Nos dois experimentos

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apresentados, observou-se que bilíngues de 5 e 6 anos de idade superam seus pares

monolíngues em tarefas que avaliam a consciência sintática. Além disso, a investigação

mostra que crianças bilíngues superam monolíngues em pelo menos algumas medidas

de capacidade metalinguística.

O estudo de Chen et al. (2013) investigou o efeito da experiência com os

dialetos min na consciência fonológica do mandarim de crianças chinesas. Os

resultados indicam que a experiência dialetal interfere na consciência fonológica do

mandarim de crianças chinesas de 1ª e 2ª série, mas o efeito desaparece quando as

crianças avançam as séries. Essa experiência com dois dialetos afeta de maneira mais

efetiva a consciência fonológica do mandarim, mas de uma forma semelhante à

experiência com um dialeto.

Entre os nove estudos apresentados, seis apresentam alguma vantagem

metalinguística de crianças bilíngues sobre seus pares monolíngues (LAURENT,

MARTINOT, 2010; FRANCIS, 2002; SERRATRICE et al., 2009; KANG, 2010; BIALYSTOK,

MCBRIDE-CHANG, LUK, 2005; DAVIDSON, RASCHKE, PERVEZ, 2010). A vantagem

refere-se ao desenvolvimento e ao progresso da consciência fonológica e sintática, que

parecem ser mais ampliadas em crianças bilíngues. Essas habilidades são evidenciadas,

geralmente, nas duas línguas da criança e melhoram durante a alfabetização.

Além disso, essa revisão bibliográfica mostra que o conhecimento

metalinguístico de uma língua, no caso o inglês, impacta na capacidade de julgamento

gramatical na outra língua (italiano) (SERRATRICE et al., 2009) e implica na reflexão

deliberada sobre padrões sintáticos (FRANCIS, 2002). Em geral, os estudos

apresentados mostram que crianças bilíngues superam monolíngues em algumas

medidas de capacidade metalinguística e que o bilinguismo exerce efeito positivo na

alfabetização.

Quatro artigos apontaram para a importância da análise das especificidades das

línguas dos bilíngues, pois suas características exercem papel fundamental no

desempenho linguístico das crianças. Além disso, alguns artigos mencionam o contexto

de aprendizagem dessas línguas, incluindo a idade e o tipo de instrução recebida pela

criança, como fatores significativos para a performance das crianças bilíngues.

Dois artigos apontam para uma influência menos significativa do bilinguismo

em relação à consciência metalinguística. Por exemplo, no estudo de Serratrice el al.

(2009), os bilíngues inglês/italiano apresentaram uma acurácia menor que os

monolíngues e os bilíngues espanhol-italiano em tarefas de julgamento gramatical.

Talvez o segundo grupo de bilíngues tenha sido favorecido pela proximidade entre as

línguas. Já no estudo de Bialystok e Barac (2011), o progresso no desenvolvimento

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metalinguístico sofreu maior impacto da proficiência linguística do que do bilinguismo

em si.

A partir desses resultados, observa-se que a vantagem bilíngue em tarefas

metalinguísticas surge na maioria dos estudos elencados, porém seria inapropriado

afirmar categoricamente que essa vantagem é uma característica do bilinguismo, já

que alguns estudos indicam a inexistência de diferenças de desempenho entre crianças

mono e bilíngues. Após a apresentação e discussão dos dados encontrados, passa-se às

palavras finais.

Considerações finais

A consciência metalinguística tem sido extensivamente estudada em

populações bilíngues. Segundo Bialystok (2001), as pesquisas com tarefas

metalinguísticas direcionam-se para a hipótese de que o bilinguismo melhora o

desempenho do sistema de funções executivas tanto em processamento verbal

quanto não verbal. Essas investigações citadas pela autora e aquelas apresentadas

neste trabalho mostram que a experiência de falar duas línguas diariamente provoca

algumas consequências na maneira como os processos cognitivos operam, resultando

em um desenvolvimento na capacidade de inibição e atenção. Contudo, nem todos os

estudos apontam para uma superioridade bilíngue em relação aos monolíngues em

tarefas de metalinguagem.

Dentre as diferentes habilidades metalinguísticas, a consciência fonológica tem

recebido maior destaque, pois é um dos componentes-chave para o progresso da

alfabetização, assim como as habilidades morfológica e sintática. Essas duas

habilidades também são importantes para a aprendizagem da leitura e da escrita, por

isso são recorrentes nos estudos com crianças bilíngues, ao contrário do que ocorre

com as habilidades semântica, pragmática e textual, que são menos estudadas.

Nesta revisão, verificou-se que alguns estudos que avaliaram a consciência

fonológica evidenciaram que a similaridade entre as línguas e a regularidade da

estrutura fonética pode facilitar o acesso à consciência fonológica de uma língua para a

outra. Além disso, em relação à consciência sintática, crianças bilíngues superam seus

pares monolíngues quando julgam a gramaticalidade de sentenças que contêm erros

semânticos, assim elas têm uma demanda adicional para ignorar o significado, porém

o desempenho entre bilíngues e monolíngues não difere quando a sentença é

semanticamente adequada. Essa vantagem também é evidenciada no desempenho de

tarefas que avaliam a consciência morfológica (DAVIDSON et al., 2010).

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Através deste estudo, percebeu-se que não há artigos revisados por pares que

investiguem bilíngues falantes de português brasileiro ou línguas nativas do Brasil,

embora haja estudos desse tema, principalmente no sul do país. Tampouco se

verificaram investigações sul-americanas, sugerindo uma lacuna a ser preenchida por

estudos futuros com as diferentes línguas dessa região e as habilidades

metalinguísticas menos destacadas.

Estudos sobre metalinguagem, sob a perspectiva psicolinguística, são

necessários para identificar as habilidades que são afetadas pelo bilinguismo, pois isso

tem importante implicação na compreensão teórica da estrutura cognitiva e em uma

melhor aplicação prática das duas línguas do bilíngue em programas educacionais. A

partir desta revisão de estudos, espera-se contribuir com a discussão sobre a cognição

bilíngue na infância, com ênfase na questão da existência ou não da vantagem bilíngue

em termos da metalinguagem.

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