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Os Ditames da Consciência: "Consciência significa sem medida" Vol. V

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Os Ditames da Consciência encontra-se no seu 5º volume e, neste sentido, compartilho com o leitor a gratidão pelo cumprimento de um dever que entendo como sagrado, de todo Ser Humano, que é o de buscar favorecer reflexões voltadas para a compreensão de nós mesmos, como: o Ente Humano e sua Potência Latente – a Consciência, a partir dos seus Ditames, ou seja, daquilo que ela estabelece, a sua voz íntima, como denuncia os nossos ensinamentos.

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Maribel Oliveira Barreto

Os Ditames da Consciência

CONSCIÊNCIA SIGNIFICA SEM MEDIDA

Volume 5

Salvador, Bahia Sathyarte

2014

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Maribel Barreto Os Ditames da Consciência - Vol. 5

Projeto gráfico e editoração: Sathyarte - Arte e Mídia Ltda.

e-mail: [email protected]

Capa: Ana Paula Amorim

B26

BARRETO, Maribel. Os ditames da consciência: consciência significa

sem medida. / Maribel Barreto. Salvador: Sathyarte, 2014. 92p.

ISBN: 85-99225-05-2

1. Consciência - ditames. 2. Consciência – desenvolvimento. 3. Consciência - espiritualidade. 4. Consciência - educação. I. Título.

CDD: 989

1ª Edição - Salvador/Bahia, 2014. Direitos desta edição reservados à autora,

que permite e estimula a reprodução de parte do livro, desde que seja citada a fonte.

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Maribel Barreto Os Ditames da Consciência - Vol. 5

“À medida que a vida avança, a Consciência absoluta se manifesta,

e, ao mesmo tempo, permanece imanente a todas as direções, até que possa atingir sua natureza

e fim, qual seja manifestar-se como espírito”.

(HENRI BERGSON)

“A Consciência é o âmago do nosso ser

e está sempre presente, fora do espaço, do tempo, do corpo físico

ou mesmo da mente”.

(MENAS KAFATOS; THALIA KAFATOU)

“A Consciência é aquela forma sem forma que constrói,

vivifica e conduz todas as formas”.

(JAIR TÉRCIO COSTA)

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por nos fazer compreender nossa identidade com Ele; termos vindo Dele; e estarmos voltando para o Mesmo, a partir de nós mesmos.

Agradeço à Natureza por nos oferecer, concomitantemente, vestígios do paraíso material e sinais precursores do paraíso espiritual.

Agradeço a todos os Seres Humanos por nos impulsionar quanto ao processo que vai das trevas à Luz; da ignorância à Sabedoria; enfim, da obscuridade à Iluminação.

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PREFÁCIO

Este livro da Professora-Doutora Maribel Barreto culmina uma série luminosa de textos essenciais para a humanidade nesse início do Terceiro Milênio.

Trata-se do que ela, já no início dos Agradecimentos desse precioso livro, elucida: reconhecer de onde viemos e para onde vamos. Apesar de esse conhecimento ser básico para os iniciados, sabe-se que a difusão desse entendimento é o que deve propiciar uma mudança radical no sentido que se dá a vida em nosso planeta. Os Ditames da Consciência: “Consciência significa sem medida”, é uma ferramenta crucial para uma adequada difusão daquele entendimento.

Antes de tudo, há que se ter alguma ousadia para afirmar a impossibilidade de se medir a Consciência e mais: reconhecê-la como fator de superação dos limites que a vida material nos empurra o tempo todo fazendo crer que somos

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apenas aquilo que a vista alcança. A autora adverte que: “Não temos o direito de nos limitar ao até então conhecido. Até porque o desconhecido exige ser descoberto e nada existe de desconhecido que não possa e deva se tornar conhecido.”

Todo aquele que desenvolveu algum tipo de trabalho que propulsou o verdadeiro desenvolvimento da humanidade teve que ousar. Refiro-me aqui a ir contra a corrente massacrante e totalizante que quer nos fazer desconsiderar a essência divina da espécie humana.

Os volumes anteriores de Os Ditames da Consciência seguiram um ordenamento – como era de se esperar de uma autora reconhecida nessa área – que partindo dos conceitos, desperta o autoconhecimento e em seguida promove a autorrealização. Estas são fases necessárias para que se possa entender e sentir a interação do ser universal com o Todo, que esse livro propicia. A compreensão dessa interação com o Todo ilumina o ser humano, como reconhece Maribel Barreto, quando afirma que “A Consciência, compreendida como uma qualidade da matéria se divinizando, é, de fato, a única chave que nos possibilita o domínio sobre nós mesmos, em todos os ramos do nosso viver.”

Esse 5º volume de Os Ditames da Consciência é uma tarefa-missão que a autora se entrega de

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maneira obstinada resultando até aqui numa produção que agora completa dez livros!

Escrever um livro, na maioria das vezes, contém um ato de generosidade; de doação. Todavia, quando uma autora se entrega inteiramente, mediante uma produção consistente e permanente de um tema como esse, como faz Maribel Barreto, tem-se a completitude de uma missão de vida voltada para o bem da humanidade. Beber dessa fonte sem fim é imersão necessária para se decifrar o sentido da vida, sendo útil ao próximo e a si mesmo. Nesse sentido, a autora, com propriedade, explica que “Nossa experiência indica que sem Consciência, seguramente, nossa existência seria destituída de sentido, o viver possivelmente fútil e o dia a dia das nossas relações, banal.”

Todo o empenho da autora é fazer com que o seu leitor compreenda de fato a inexorável evolução – lei a que todos estão sujeitos – do cidadão universal cujo destino é: ... “buscar, achar e manter o que, em essência, somos.” Os dois capítulos que compõem esse livro dão conta dessa empreitada e, convenhamos, não é pouca coisa. Por isso, soa definitivo quando o texto afirma... “que cabe ao Ente Humano o desafio de viver buscando, cada vez mais, saber aquilo que se sente e sentir aquilo que se sabe, para assim poder buscar e achar, a partir de si

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mesmo, o novo, o absoluto, o real, a essência, o imutável, enfim, o atemporal, o desmedido”.

Finalmente, Maribel Barreto, como uma mestra que não se satisfaz apenas ensinando, apresenta um método, mediante 7 exercícios, para consolidar o aprendizado que sua obra traz.

Caminhar sabendo que ninguém está só e que a espécie humana pertence a uma família única no qual todos são Um é a lição sábia que essa luminosa obra nos possibilita.

Prof. Dr. Hélio Santos Presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Baobá Fundo para Equidade Racial www.baoba.org.br

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................. 13

1 O ENTE HUMANO ........................... 17

1.1 SER TRINO INDIVISÍVEL ................ 21

1.2 LIMITES DO CONHECIMENTO

NA CONSTRUÇÃO DO HUMANO .................. 44

1.3 O SER SEM MEDIDA NO TODO ..... 52

2 CONSCIÊNCIA SIGNIFICA SEM MEDIDA59

2.1 A CIÊNCIA QUER MEDIR ............... 61

2.2 A CONSCIÊNCIA SE PRATICANDO .. 69

2.3 MÉTODO PARA DESPERTAR A CONSCIÊNCIA ... 76

2.3.1 A centração através de 7 exercícios ........... 77

REFERÊNCIAS...................................................... 87

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O

APRESENTAÇÃO

s Ditames da Consciência encontra-se no seu 5º volume e, neste sentido, compartilho com o leitor a gratidão pelo

cumprimento de um dever que entendo como sagrado, de todo Ser Humano, que é o de buscar favorecer reflexões voltadas para a compreensão de nós mesmos, como: o Ente Humano e sua Potência Latente – a Consciência, a partir dos seus Ditames, ou seja, daquilo que ela estabelece, a sua voz íntima, como denuncia os nossos ensinamentos.

Todos os volumes tem sido dedicados ao estudo e reflexões, acerca da Consciência, nos aspectos de (1) conceituação, que se refere ao conhecimento acerca dela, seja científica, filosófica e religiosamente; (2) despertamento, construção e desenvolvimento da mesma, que favorece quanto ao autoconhecimento; e (3) autoConsciência, que promove o processo de autorrealização do Ente Humano.

Isto porque, o Ser Humano está, de fato, fadado à libertação!

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Este volume, especificamente, versa sobre a temática: Os Ditames da Consciência, cujo foco trata de: “Consciência, significa sem medida”. Estruturado em dois capítulos, ele tem como propósito oportunizar reflexões sobre o Ente Humano como Ser Trino indivisível, que no seu processo de evolução voluntária transita, a partir da sua Consciência, de Humano para Indiviso; e deste para Divino, com suas aprendizagens e sentimentos. Fase esta, a Divina, que caracteriza o Ser sem medida no Universo do qual é parte integrante.

Adentramos, em seguida, na temática da Consciência significa sem medida, partindo da compreensão de que a Consciência é a única capacidade que favorece ao Ser Humano, bem lidar com as questões da existência, buscando conhecer, até o desmedido, até conceber-se como em essência se é.

Para tal, evidencia o valor da prática de centração, como meio para o despertar da Consciência. É da interiorização que nasce aquele estado de ser, que basta em si; no qual nada mais falta; no qual nada se acrescenta e nada se retira. É de tal estado que surge o único caminho digno do nome e com ele aquela honesta espontaneidade e contentamento de se ser o que, em verdade, se é, ou pode ser; enfim, comum e comungado com o Divino,

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principalmente de si mesmo, que é atemporal, absoluto, real.

Consciência significa sem medida, portanto, nos convida para experimentar o novo, a essência, o imutável, enfim, o atemporal que é sem medida, existe e sempre vem; reconhecendo o conhecimento existente, mas valorando os novos meios, até porque, Ela, a Consciência, é porta; é ponte; é instrumento; é veículo; é trato; enfim, é a forma que toda forma deve usar para deixar de sê-lo.

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O ENTE HUMANO

“A maioria das pessoas vive, seja física, intelectual ou moralmente,

num círculo deveras restrito do seu ser potencial. Elas usam uma parcela ínfima da sua Consciência possível”.

(WILLIAM JAMES)

“Conhecer o homem é ser sábio. Conhecer a si mesmo é ser iluminado”.

(LAO-TSÉ)

“Quando o Ser Humano, esse Ser Trino indivisível, se eleva ao Nada, Deus, O Indivisível, O Um,

enfim, O Todo, o Encontra em sua grandiosidade”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

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O

Ente Humano, em seu processo de evolução voluntária, dia virá que ele buscará ter Consciência do que é, de onde veio e para

onde vai. Porém, não basta buscar. Inevitavelmente, buscará até achar, considerando que ele está fadado a achar aquilo que produz autointegração, libertação, enfim, iluminação, ou seja, aquilo que lhe é tanto intangível, quanto interior; portanto, aquilo que é sem medida.

A busca de resposta à questão sobre o que é ser humano e tudo o que o envolve não é recente. Sócrates, por exemplo, nascido no ano de 469 a.C., foi uma dessas figuras imperecíveis da história que, acabou por ir além de sua vida terrena e erigir-se num símbolo. Criou, em torno de si, uma escola, no sentido intelectual, que acolhia, principalmente, os mais jovens atenienses que se interessavam pela busca do conhecimento filosófico, enfim, pela busca do conhecimento, inclusive, de si e do Todo que se faz parte. E isso é uma questão de sensibilidade!

Evocando a célebre frase do Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo” -, Sócrates buscou conhecer a humanidade, o que existia em comum a todo ser que nos torna diferentes, transformando o conhecimento em reconhecimento vivo. Com isto abriu campo para questionamentos infindáveis sobre o ser, a humanidade, o sentido da existência, que

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persistem até os dias atuais, conforme evidenciam os filósofos portugueses Henriques e Barros (2013):

Como reconheço no outro a humanidade? Haverá, entre nós e outros seres, uma diferença específica? Em que consiste? O que nos distingue dos animais? O que somos nós, criaturas inteligentes? O que nos caracteriza? A memória e a inteligência? Os afetos, a sensibilidade, a emoção? As escolhas e o livre-arbítrio? A capacidade criativa e a imaginação? A arte e a cultura? A vida em sociedade? A insatisfação? A invenção? O conhecimento? A angústia? Os valores? A capacidade de agir? A técnica? A ciência? A ida à Lua? A liberdade? A história? A tradição? (HENRIQUES; BARROS, 2013, p. 197-198)

Aqui enaltecemos o valor do questionar, indagar e investigar do Ente Humano, pois, assim lhe é facultado o discernimento, a produção de iniciativa e favorecimento da manifestação da inteligência para as reais realizações.

Ainda nesta perspectiva do valor significativo e real do questionar, Henriques e Barros compartilham conosco suas reflexões. Assim evidenciam:

Olhamos para o céu, percorremos a Terra, sentimos nosso próprio corpo, que é poeira das estrelas, e, a cada

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passo, surgem-nos questões sobre o Universo. A cosmologia é a procura e o estudo de modelos que descrevem a origem, a estrutura e a evolução do Universo. De onde viemos? Para onde vamos? Como se formou a matéria? Que relação existe entre nós, seres humanos, e as estrelas? De onde vêm as estrelas? Como se formam as galáxias? A cosmologia filosófica tenta responder e ligar a questão do princípio e do fim do universo. Utiliza o saber de outras ciências – física, química, biologia – para explicar a evolução do Universo. Usa a física das partículas, que é do domínio do microcosmos, e a astronomia, que se situa no domínio do macrocosmos. Hoje, sabemos que a maior parte dos átomos do nosso corpo vem do coração das estrelas e que, por isso, somos seres cósmicos. O cálcio ou o ferro do nosso corpo não são algo exclusivo dos nossos organismos. Afinal, as estrelas também são nossos antepassados. (HENRIQUES; BARROS, 2013, p. 93)

Tudo isso nos compõe e nos faz perceber, ainda que relativamente, o Todo que somos. Para tanto, importa-nos estarmos perceptivos sem mais nem menos, pois só assim podemos estar cônscios de nós mesmos, que concentramos a totalidade da existência em nós.

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1.1 SER TRINO INDIVISÍVEL

“O Ser Humano é constituído por um corpo e uma alma, sendo o corpo material e a alma espiritual,

forma substancial do corpo”. (ALFREDO DINIS)

“A Consciência individual é vista

como idêntica à Consciência universal”. (MENAS KAFATOS; THALIA KAFATOU)

“O objetivo dos mistérios humanos

é obter a Consciência Espiritual”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

Partimos, assim, do princípio de que o Ente Humano compreende a sua totalidade; e, assim como tudo no Universo, Ele, o Ente Humano, é um Ser Trino e indivisível. Tal abordagem encontra-se embasada, principalmente, nas Obras de Jair Tércio Costa, com destaque ao seu livro intitulado “As Três Potências Realizadoras do Universo” (COSTA, 2014).

É provadamente verdadeira a teoria de que como Ser Trino, ele é composto de Espírito, Alma e Corpo Físico, criado por Deus, através do Espírito, com a finalidade de auxiliar a si mesmo, ao seu semelhante e ao planeta, em sua natural evolução, bem como ao equilíbrio dinâmico do Universo, em sua eterna expansão.

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O espírito é energia, é centelha Divina; e ainda que criando a alma e o corpo físico e manifestando- se como numa trindade, não cessa o seu movimento. A alma é a forma de como a energia condensar-se-á sobre o planeta, para os devidos fins. A alma humana é formada pelos elementos do plano médio, de grau médio, da Natureza. Ela, a alma humana, é que, na trindade, cultua o Criador, o espírito. E o corpo físico é a energia condensada sobre o planeta. Ele, corpo físico, é formado de elementos do plano médio, de grau inferior, da Natureza; ele é o templo, na trindade, onde se cultua o Criador, o espírito.

Enaltecendo seu valor, isto é, do corpo físico, citamos Sayegh, a partir das ideias de Bergson, educador e pesquisador da temática da Consciência desde os idos de 1889:

Embora a subjetividade consista antes na individuação do princípio espiritual envolvida, o subjetivo só o é, efetivamente, porque inserido na corporeidade, caso contrário constituiria uma Consciência pura. O corpo, também uma imagem, tem seu papel, ao tornar possível o momento presente, este horizonte no qual a Consciência surge; ele é o mediador entre a Consciência e o mundo, entre o virtual e o atual. O próprio espírito cria seu representante físico, vital ou psíquico, segundo a

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qualidade virtual que o caracteriza e que, portanto encarna. Cria-se assim um instrumento não só de adaptação, mas de liberdade, uma matéria que oferece condições de se superar a própria matéria, uma mecânica que triunfa sobre o próprio mecanismo; desta forma a própria necessidade do corpo é que oferece passagem para que o Espírito reconquiste gradativamente a liberdade. (SAYEGH, 2010, p. 109)

Ele, o Ente Humano, composto que é de espírito, alma e corpo físico, está sempre em busca da sua dimensão original, isto é, a sagrada; dimensão esta de onde tudo sai e para onde tudo torna, também considerada pelo conhecimento religioso como o Reino do Céu. A palavra sagrado, derivada do latim sacer; e se constitui numa das dimensões fundamentais da vida religiosa, da qual manifesta um poder superior ao que conhece ou se possa conhecer.

No contato com o sagrado, o Ser Humano experimenta algo que o ultrapassa na forma de como até então conhece as coisas; portanto, que o transcende. Refere-se a uma revelação divina e, portanto, tomada como verdade (PASTORE, 2012). Refere-se à área em torno de um templo. Abbagnano (2000) cita compreensão de Heidegger sobre o

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sagrado identificando-o como raiz do destino dos homens e dos deuses. Aqui sintetizamos que o Ente Humano, ainda que negue, é “escravo” do Universal, do Sagrado, do Divino enfim, do que em essência ele é, e não do que pensa ser.

Certo, entretanto, que principalmente no Ser Humano, o Divino, não raro, se mostra como profano, também chamado como o Reino da Terra. Profano vem do latim profanum, que significa ante ou próximo de um templo. Mas ainda que se mostre como profano o Ente Humano labora para se demonstrar como Divino; para tanto, a inteligência, pois a inteligência, senão deve, pode lhe favorecer reconhecer a verdade que habita em si mesmo, a ponto de fazê-lo libertar-se do que pensa ser.

Neste sentido, é facultado, ao Ente Humano, distinguir entre a verdade e a mentira. A verdade faz parte do campo do sagrado e refere-se àquilo que é o bastante; ela é tudo que ela diz, mas não é só tudo que vemos, ouvimos, lemos ou falamos. Já a mentira, que é do campo do profano, diz respeito à verdade, isto é certo, porém, em estado relativo.

Ao lado da verdade, destacamos a espiritualidade e ao lado da mentira, relacionamos à materialidade. A espiritualidade nos remete à reflexão de que devemos investir mais na nossa espiritualidade do que em nossa materialidade,

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porquanto, nada há de tão duradouro na materialidade, quanto o que há na espiritualidade. Tudo busca latência.

Pensar na dimensão da materialidade, logo nos remete à qualidade de saber renunciar, pois isto significa ter não só a capacidade, mas também a habilidade de superar a materialidade, caracterizada pelos prazeres sensoriais e tudo que lhe são afeitos. Eis que o Ser Humano deve viver sem aversões e sem apegos.

Tais dimensões se processam em dois mundos que o Ente Humano tem, em si mesmo: o de causalidades e o de não causalidades. O primeiro é temporal; é racional, qual o intelecto explica. O segundo é atemporal; é não-racional, qual só a inteligência identifica, admira e celebra.

Considerando que no mundo de causalidades tudo é trino, o Ente Humano é, ao mesmo tempo, material, natural e espiritual. E é neste mundo de causalidades, onde toda causa tem um efeito idêntico correspondente; toda ação provoca uma reação igual e em sentido contrário; portanto, onde quem com ferro fere com ferro é ferido.

Nestas dimensões que o compõe, destacamos três, senão vejamos: a 1ª dimensão é o movimento; a 2ª dimensão é o tempo; e a 3ª dimensão é o espaço.

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Na 1ª dimensão, que é inclusive relativa ao corpo físico, destacamos três tipos de movimento: movimento uniforme, quando o objeto se desloca com uma velocidade constante; movimento uniformemente variado, consiste em um movimento onde há variação de velocidade, ou seja, o objeto sofre aceleração à medida que o tempo passa. Mas essa variação de velocidade é sempre igual, em intervalos de tempo iguais; e o movimento circular uniforme refere-se à trajetória de um corpo desde que descrita por um círculo com um "eixo de rotação" a uma distância R, e sua velocidade for constante, ou seja, a mesma em todos os pontos do percurso. (ZILIO; BAGNATO, 2014).

Já a dimensão do tempo não existe, senão na alma humana. Quando a alma reflete seus poderes sobre a mente e esta pensa, então o tempo vem. Se a alma não existiu em algum tempo é porque não havia tempo, consequentemente não se pode dizer que a alma existe no tempo, mas que o tempo existe na alma.

Para Sayegh (2010), em seus estudos sobre Bergson, o tempo se dá em uma duração sim, mas uma duração de natureza finita, que não pode ser simultaneamente, e que por isso tem necessidade de fases sucessivas para se realizar. “Efetivamente, a alma enquanto memória é o lugar universal do

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tempo - onde o passado cresce e diminui o futuro. A alma é a medida psicológica do cosmos”. (SAYEGH, 2010, p. 143).

E a 3ª dimensão, que é o espaço, significa extensão sem fim; que se relaciona com o movimento, que é ação sem meio; e com o tempo, que é duração sem início.

E dentro dessas dimensões, o Ente Humano faz uso de três níveis de pensamento. Aqui tratamos do pensamento fixo, do pensamento flexível e do pensamento transcendente.

O pensamento fixo refere-se ao pensar, mas com o pensamento, sem a participação da inteligência, que lhe favorece a criação, implantação e manutenção do conflito, tanto individual, quanto social. Relaciona-se à faculdade da vontade.

O pensamento flexível refere-se ao pensar, mas com o pensamento, com a participação da inteligência, que lhe favorece administrar os conflitos em níveis aceitáveis de boa convivência. Relaciona-se à faculdade da Consciência, que tem a construção da razão como princípio.

E o pensamento transcendente, por sua vez, refere-se ao pensar, mas sem o pensamento, ou seja, o pensar com a inteligência. Neste nível, além de não mais criar conflitos, o Ente Humano, deixa de lhe dar

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guarida e sempre convive com o novo e distinto, embora nunca distante. Relaciona-se à faculdade da ciência.

Ainda tratando do valor da qualidade de nossos pensamentos, Garcia, especialista em estudos e práticas de meditação, (2013, p. 102) assim evidencia:

A qualidade de nossos pensamentos, se destrutivos, ou se construtivos, salutares ou não, faz toda diferença. Desejos sensoriais desequilibrados e perdidos na ignorância aplicam força decisiva no obscurecimento da nossa tomada de Consciência; sendo assim, torna-se impossível ver corretamente as coisas como elas realmente são.

Seguindo adiante, neste processo de compreender o Ente Humano, destacamos, além dos pensamentos, os seus atos e sentimentos. Lembramos que somos um composto de sentimentos, pensamentos e atos; mas são os nossos atos que nos sustentam.

Somos um aparelho gerador, transmissor e receptor de vibrações, enfim, de pensamentos, lembrando que um pensamento nada mais é do que um corpo formado do poder mental do Ser Humano e da matéria do plano médio, de grau médio, da Natureza.

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“Faz por ti que te ajudarei” (BÍBLIA SAGRADA).

E os sentimentos nada mais são, senão o resultado das experiências que o Ente Humano, não só passa e adquire, mas também que aprende e sente em suas experiências sucessivas, e que residem nele, Ente Humano, em estado de latência, aguardando apenas o momento em que surjam, diante de si, verdades que se combinem e lhes permitam ser despertados, conhecidos e expandidos, para os devidos fins.

O Ser Humano é um Ser que, para fins da Criação, sente, pensa e age, concomitantemente, numa só ação de integração.

Dentro deste contexto do todo que somos, fazemos análises, reflexões e temos intuições. A análise é instrumento do intelecto, que a tudo mede; contudo, é muito mais fácil, por exemplo, a fissão nuclear do que acabar um preconceito. No entanto, seu valor reside no fato de que é a análise dos fatos que pode eliminar toda confusão.

Quanto à reflexão, refere-se ao instrumento da Inteligência, que nada mede; ela tem por fim antecipar o novo; o que está por vir; enfim, aquilo que vai adiante. A reflexão antecipa, por exemplo, o lucro das perdas, as oportunidades das crises, bem como as benesses da dúvida.

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E no que respeita às intuições, ressaltamos que nosso grau de compreensão, de discernimento ou de intuição é diretamente proporcional ao grau de despertamento e/ou desenvolvimento da nossa inteligência. A intuição refere-se à manifestação dAquilo que é causa de Si Mesmo; dAquilo que é sem medida.

E no cotidiano das relações, o Ente Humano tem reações e ações. A reação é do intelecto, que a tudo mede; já a ação é da inteligência, que nada mede. Intelecto e inteligência diferem, mas não se distanciam um do outro, sem que se demonstrem iguais, embora diametralmente opostos. Nesta dimensão, a da reação, se revela a construção do ego; e na dimensão da ação se revela a construção do “Eu”.

Intelecto e Inteligência, portanto, fazem parte da nossa estrutura e assim definimos. É do intelecto analisar; é da inteligência refletir. É do intelecto raciocinar; é da inteligência intuir; É do intelecto revelar. É da inteligência olhar, cada vez mais, fundo; ela caminha compondo e decompondo o conhecimento que lhe serviu de teoria precípua, tantas vezes quanto for necessária para torná-lo de diverso, uno; e de uno, um. É da inteligência descobrir a Verdade. E, com ela, luz e não trevas.

Em certos momentos vivenciamos as trevas; em outros, a luz. As trevas nada mais são do que a

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limitação de nossa visão. E a luz é a ponte mais segura entre o Criador e o criado.

E um dos nossos maiores desafios refere-se ao agir, pensar e sentir num só ato de integração.

Assim como numa Lei existem o Centro de onde parte toda ação; o agir - ou a ação em si mesma; bem como o objeto que reflete a ação, também no Ser Humano existem, como vimos, o espírito, a alma e o corpo físico, enfim, as dimensões do sentimento, do pensamento e do ato. Eis que, tal ser não produzirá ordem, enquanto não despertar, conhecer e integrar seus sentimentos, pensamentos e atos, concomitantemente, numa só ação de integração.

Destacamos, aqui, a equação que versa sobre a ação integral: (AI) do ser humano. AI é igual ao S (sentir) mais o P (pensar) mais o A (agir) [ AI = S+P+A].

No que se refere ao pensar, é provadamente verdadeira a teoria de que, o Ser Humano foi projetado para buscar e achar, também, o que vai adiante. Para tanto, inclusive, pensa. E saber pensar é como o nascer do sol que irrompe no horizonte, aquecendo os seres, espargindo a luz e, por conseguinte, extinguindo as trevas conhecidas, possíveis e/ou existentes.

Na dimensão mais sutil, do Ser Humano, encontra-se o sentir. Daí a importância de se refletir

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acerca da verdade que encerra a citação de que o que nos eleva a Deus é o que se aprende e sente; aprender é mudar; e sentir é transformar; e o Ser Humano não carece só de mudanças, mas também de transformações.

Nesse contexto, podemos citar que estamos diante de um dos nossos maiores desafios, que é o de sentir, pensar e agir, concomitantemente, numa só ação de integração - bom que se rediga - tornando- nos permeáveis à vida; pois, quando integrados, nos possibilitam estar “presentes”, existindo momento a momento das relações conosco, com o outro e com o Todo, do qual, pode-se afirmar, somos partes integrantes relevantes.

Ainda referindo-se à trindade humana, temos que considerar que o Ente Humano tem seu psiquismo estruturado pelo id, o ego e o superego (FREUD, 1972).

O id representa a fonte da energia psíquica (libido). É formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Funciona segundo o princípio do prazer, ou seja, busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo.

O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado

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princípio da realidade. A principal função do Ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do Id e a realidade e, posteriormente, entre esses e as exigências do superego.

E o superego, por sua vez, é a parte moral da psique e representa os valores da sociedade. O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem a ser procurado; e a Consciência moral, que determina o mal a ser evitado.

Destacamos, também, que ele, o Ser Humano, é composto por experiências do inconsciente pessoal bem como do inconsciente coletivo (JUNG, 2002). O inconsciente pessoal refere-se à camada mais superficial, formada a partir de experiências pessoais, contendo sentimentos, percepções e recordações esquecidas ou reprimidas ao longo da vida do sujeito e, consequentemente, latentes à Consciência.

Já o inconsciente coletivo refere-se a uma área mais profunda da psique, em que a noção que surge como central é a de arquétipo. Para Jung (1981) o arquétipo é uma aptidão imaginária da psique, que reaviva imagens coletivas de significância biológica e histórica como ‘categorias herdadas’ há milhares de tempos. Representa o substrato psíquico comum a toda humanidade. A capacidade de possuir essas imagens é hereditária e é essa hereditariedade que explica a repetição de certos motivos de maneira

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idêntica em todo o mundo. Mas os arquétipos também representam a força ou a tendência de fazer com que essas repetições ocorram.

Segundo Jung (2002), a concentração de energia dos arquétipos pode estar a serviço de levar as pessoas a fazerem feitos coletivos.

Relacionando inconsciente e conhecimento Jung (1981) evidencia que o conhecimento é produzido à medida que aspectos do inconsciente ou da realidade existencial, antes desconhecidos, passam a fazer parte do sistema ego-Consciência, operando uma ampliação da Consciência, o que, em termos científicos, significa a produção de conhecimento, e para o indivíduo, o processo de individuação.

Jung define individuação como, em última análise, um processo religioso que exige atitude religiosa correspondente: a vontade do eu de submeter-se ao si mesmo. Em 15 de junho de 1955, escreve (JUNG, 2002, p. 432):

“Si-mesmo” é algo que podemos verificar psicologicamente. Nós experimentamos “símbolos do si- mesmo” que não se deixam distinguir dos “símbolos de Deus”. Não posso provar que o si-mesmo e Deus sejam idênticos, mesmo que na prática pareçam idênticos. Naturalmente,

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individuação é em última análise um processo religioso que exige uma atitude religiosa correspondente – a vontade do eu de submeter-se à vontade de Deus.

A meta da individuação, portanto, é a realização plena de sentido. Isso nos remete à união de opostos. Em diversos momentos, Jung (2002, 2003) refere-se à união de luz e sombra, sofrimento e alegria, masculino e feminino, entre tantos outros. O princípio da individuação é a conciliação suprema de opostos. E Deus é a imagem desta conciliação.

Diz ainda que a individuação é um processo de todos e que só ocorrerá se houver unidade entre a Consciência e o inconsciente. (JUNG, 2002)

O processo de individuação, isto é, tornar-se totalidade, inclui por definição o todo do fenômeno humano e o todo do enigma da natureza, cuja divisão em aspectos físicos e espirituais é mera discriminação que serve aos elevados interesses do conhecimento humano (JUNG, 2000, p. 312).

A possibilidade de acessar o mundo subjacente (inconsciente) repousa na hipótese de que este se expressa na realidade manifesta (consciente).

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Para Jung, o inconsciente não é passível de um contato direto; ele se dá a conhecer apenas por meio da Consciência, que constitui o ponto de partida de todo conhecimento em Psicologia.

A psicologia como ciência relaciona-se, em primeiro lugar, com a Consciência; a seguir, ela trata dos produtos do que chamamos psique inconsciente, que não pode ser diretamente explorada, por estar a um nível desconhecido, ao qual não temos acesso. O único meio de que dispomos, neste caso, é tratar os produtos conscientes de uma realidade, que supomos originários do campo inconsciente, esse campo de ‘representações obscuras' ao qual Kant, em sua Antropologia, se refere como sendo um mundo pela metade. Tudo que conhecemos a respeito do inconsciente foi-nos transmitido pelo próprio consciente. A psique inconsciente, cuja natureza é completamente desconhecida, sempre se exprime através de elementos conscientes. Não se pode ir além desse ponto. (Jung, 1935/1981, p. 3)

Quão vasto é o conhecimento acerca de nós mesmos e do Todo que nos estrutura. Seguindo adiante e trazendo as contribuições de Wilber (2000)

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para as nossas reflexões sobre o Ente Humano, esse Ser Trino Indivisível, citamos que para ele, o desenvolvimento humano se dá em estágios, a saber: do pré-pessoal (pré-consciente), passando pelo pessoal (consciente), até o transpessoal (supraconsciente). Tudo isso ocorrendo dentro de um processo de transcendência e inclusão, ou seja, cada estágio superior alcançado no desenvolvimento supera o inferior, ao mesmo tempo em que o integra na estrutura atual, donde se conclui que o estágio mais elevado do desenvolvimento é resultado da superação e integração de todos os anteriores.

Com Wilber (2000), assumimos que o ser humano: (1) se desenvolve individual e coletivamente num processo dialético de interação entre essas duas perspectivas; (2) ao se desenvolver, transita e toma posse de diversos níveis de Consciência, que são níveis de percepção e vivências da realidade; (3) que esses níveis de percepção se manifestam horizontalmente em quatro dimensões – “Eu subjetivo”, “Nós comunitário”, “Eu objetivo” e “Nós objetivo sistêmico” – e verticalmente nos níveis “sensório”, “mente” e “espírito”.

Sendo que as quatro dimensões podem reduzir- se a três: Eu (a estética, espiritualidade), Nós (ética, valores, comunidade) e Ele (ciência do individual e do coletivo). Deste modo, teríamos um conhecimento

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que se realiza introspectivamente (Eu), um que se realiza na convivência comunitária (o ethos); e, um que se realiza através da percepção e compreensão dos fatos e das relações entre eles (a ciência).

Citamos ainda, a partir de Wilber (1980, 2000), os três olhos de conhecimento, que nos compõem, segundo o filósofo São Boaventura: o olho da carne, pelo qual percebemos o mundo exterior do espaço, do tempo e dos objetos, expressa o conhecimento no nível sensório, empírico, comprovado experimentalmente; o olho da razão, mediante o qual conhecemos a filosofia e a lógica, expressa o conhecimento no nível intelectivo, que opera com a construção mental; e o olho do espírito, que nos permite alcançar o conhecimento das realidades transcendentes, expressa o conhecimento no nível unitivo, que opera no contexto das experiências mais profundas do ser humano.

Assim, torna-se, cada vez mais, evidente que não basta conhecer, faz-se necessário autoconhecer, a ponto de se ver participando do processo de autorrealizar; enfim, de identificar-se com a Divindade; sem distância, sem intermediário, portanto, sem medida. Afinal, fomos projetados para buscar e achar o que vai adiante; para buscar e achar o que não pode ser medido, por ser imensurável.

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Conhecer muito importa, mas não é o bastante, pois conhecer, senão a nós mesmos, refere-se a adquirir, cada vez mais, poder, mas nem só de poder vive o Ser Humano. Autoconhecer faz-nos avançar, aprofundar, tempo em que indica que viver significa conhecer a Deus. E autorrealizar nos remete ao existir como sendo a nossa maior recompensa; e viver bem, a ponto de autorrealizar é provar-se grato.

Daí não basta ser aprendiz. Deve-se avançar para ser mestre de si próprio. Dentre nós, o melhor aprendiz não é quem demonstra a sua força, mas quem educa sua sensibilidade; é quem sabe aprender; e o mestre significa ter estado na masmorra mais pestilenta, onde a maioria dos Seres Humanos se encontra e por ter conseguido escapar, agora necessita ajudar a outros na mesma façanha.

Assim, podemos acessar o Portal de entrada para o Sagrado. Aos aprendizes buscando saber bater à porta de tal realidade e ela abrir-se-vos-á; em seguida, pedi e ela dar-se-vos-á; e por fim, uma vez dentro do seu templo ele deve buscar, pois achará, mas como criancinhas, porque só destas é o Reino do Céu.

Transitar do profano para o sagrado é, portanto, a busca de todo Ente Humano, em seu processo de evolução, inclusive, abreviada e consciente. Nesta busca, que possamos empreender movimento, tempo e espaço, até o desmedido, a fim de

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construirmos liga suficiente para sermos atraídos, pelo sentido de ligação conosco próprios, para o campo do sagrado, e achar o sagrado é o portal.

Tal busca perpassa pela dimensão interior do ser humano. Pelo caminho de dentro, pelo universo orgânico individual, que na sua medida subatômica, ou microcósmica, é imensurável e possibilita a compreensão da dimensão exterior, macrocósmica, ou seja, o universo orgânico total, em sua eterna expansão.

Lembramos as considerações de Sayegh (2010, p. 204) ao tratar das relações do interior com o exterior. Assim expressa: “Conhecer por dentro é experimentar, perceber interiormente, auscultar espiritualmente o objeto nele mesmo, por uma identificação com o seu Ser”.

Aqui consideramos que a Consciência humana é parte da Consciência Universal, demonstrando a Totalidade Indivisa que nos inclui. Assim, como nos indica Kafatos e Kafatou (1994), doutores que integram em seus estudos a teoria quântica e a cosmologia, podemos olhar através de nossos telescópios os recessos mais longínquos do espaço ou, através de nossos microscópios, o mais ínfimo dos átomos. Ou podemos fechar os olhos e experimentar o vasto Universo dentro de nós, como um grão de areia pode ser sentido em nossas mãos.

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O Universo constitui, portanto, o Macrocosmo, o Todo, o Amplo, em justaposição com o pequeno, o quantum individual. Tanto o microcosmo do quantum, quanto o macrocosmo do Universo, constituem os limites de que podemos perceber. Eles destacam, entretanto, que entre esses dois pólos encontra-se o confortável mundo ‘cotidiano’ da experiência humana, qual devemos, de acordo com nossa experiência, investigar, questionar e explorar, de dentro para fora.

Destacamos ainda de suas reflexões a correlação existente entre a busca pela descoberta, acerca de quem somos e a própria origem do cosmo.

A razão pela qual buscamos as origens do cosmo encontra-se no fato de estarmos realmente buscando descobrir o que somos. A busca pelo externo não é diferente da busca pela realidade interior. A visão interior e a visão exterior são, em última análise, dois lados do mesmo processo. É aqui que o antigo apelo filosófico ‘Conhece- te a Ti mesmo’ adquire seu verdadeiro significado.” (KAFATOS; KAFATOU, 1994, p.17-18)

Referendando esta ideia nos reportamos a Dinis (2011), que trata da humanidade à procura de si, no universo. Assim releva: “a humanidade olha para as

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distâncias intergalácticas e as profundidades cósmicas à procura de novos conhecimentos, de outros seres inteligentes - no fundo, à procura de si mesma.” (DINIS, 2011, p.91).

Assim, destacamos o valor do conhecimento de si, por parte do Ente Humano, através da interiorização como atividade que faculta ao mesmo saber buscar deslocar-se do mundo exterior para o mundo interior; portanto, autoconhecer, ao ponto de se perceber, autointegrando, e assim integrando-se com o Todo do qual se é parte integrante, em equilíbrio dinâmico.

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Figura 1 - Ser Humano Trino Fonte: COSTA, 2014

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1.2 LIMITES DO CONHECIMENTO NA CONSTRUÇÃO DO HUMANO

“Necessitamos, pois, não de uma síntese, mas de uma dinâmica interação

entre intuição mística e análise científica”. (FRITJOF CAPRA)

“Experiências transpessoais

envolvem uma expansão da Consciência, para além das fronteiras costumeiras do ego;

e, para além das limitações comuns de tempo e de espaço”. (STANISLAV GROF)

“O conhecimento é o primeiro passo

para viajarmos à nossa Origem Causal; o autoconhecimento, o próximo;

e a autorrealização, o último”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

Nesse processo de interioridade, em equilíbrio dinâmico com a exterioridade, o Ente Humano vem se construindo. Porém, o conhecimento atual ainda não vem favorecendo a dimensão da construção humana, indivisa até divina, que é base essencial, fundamental e transcendental do ser.

A relatividade do conhecimento humano diante da infinitude do inconsciente coletivo, a busca de interação dos opostos sem anular as diferenças, a aceitação de paradoxos e contradições inerentes à diversidade e

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complexidade da natureza humana são alguns dos aspectos do paradigma junguiano afinados com as características da ciência pós-moderna. (VERGUEIRO, 2008, p. 104).

Atualmente acredita-se que as ciências naturais possuem a chave de todos os mistérios do Universo. Contudo, “as ciências são um produto bastante recente do intelecto humano. Há apenas quatrocentos anos, a metodologia científica estava em sua infância.” (KAFATOS; KAFATOU, 1994, p.19).

Assim enriquecem a abordagem dos limites da ciência atual ao afirmarem a demanda de ampliação desse horizonte de compreensão da totalidade que somos e que nos compõe:

[...] A totalidade está implícita, com bastante evidência, na Ciência física, mas, ao mesmo tempo, a totalidade não pode, por definição, ser compreendida por meios puramente científicos. O dilema pode ser expresso de um modo bastante simples: uma visão holística do Universo deve, necessariamente, incluir os atos conscientes dos observadores; assim, a totalidade implica a inclusão da Consciência no nível mais fundamental; mas uma vez que a Consciência é indivisa e não pode

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jamais ser examinada como um objeto de investigação, ocorre que a Ciência pode dizer muito pouco sobre a totalidade e a Consciência, além, é claro, de reconhecer que ambas existem. [...] (KAFATOS; KAFATOU, 1994, p. 211).

Portanto, ele, o conhecimento, já deu mostras cabais de que não tem condições de explicar o todo do segredo da Criação, pois se apega a uma parte como se ela não contivesse o Todo; e como parte vai parcialmente compreendendo o ser humano, sua Consciência e o Todo que o compõe.

Bergson assim nos alerta quanto aos limites da ciência no sentido de não nos iludirmos com a frieza do pensamento puramente cientificista, qual oferece apenas um progresso horizontal à humanidade. Assim nos faz um convite, conforme expressa Sayegh:

[...] descubramos a emoção original, que há de traçar dos rumos da ciência, de trazer o sentido maior da existência; emoção espiritual que há de ser a forma a mais autêntica de nutrir o espírito em sua sede de verdade, em sua busca do manancial inexaurível que, em verdade, encontra-se dentro de si mesmo. (SAYEGH, 2010, p. 248)

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Neste sentido de compreender a vastidão que nos compõe e compõe o Todo, Espinoza (1997) nos remete, por exemplo, à medida que usamos para percebermos o tempo e o espaço. A medida é usada para explicarmos as coisas. Ele evidencia, entretanto, que a realidade é uma coisa muito mais vasta do que as categorias humanas de entendimento podem conhecer. Isso porque existe a essência, que não tem medida.

Aqui citamos Kafatos e Kafatou (1994) ao afirmarem que a Consciência constitui o percebimento dos objetos exterior e da visão (visão exterior) ou dos estados internos de existência (análise interior). Destacam:

É mister que quaisquer sistemas de conhecimento que busquem uma compreensão do Universo envolvam a Consciência de modo fundamental. [...] uma vez compreendida, forma a união do indivíduo com a realidade subjacente a todos os fenômenos: a totalidade indivisa - a união da visão interior e da visão exterior. (KAFATOS; KAFATOU, 1994, p.11).

Entretanto, os mesmos pensadores anunciam suas preocupações com a visão atual ainda limitada da ciência, pela divisão sujeito-objeto, enquanto a

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Consciência é fundamentalmente indivisível. “[...] qualquer ciência ou sistema de conhecimento que seja baseado na divisão entre objeto e sujeito não poderá provar a totalidade.” (KAFATOS; KAFATOU, 1994, p.11).

Sobre isto compartilhamos interessante afirmação de Saranam (2008, p. 271):

A humanidade agora se posiciona no limiar desta nova era, com séculos de verdades aceitas que pulsam dentro de nós como padrões incontestados de Consciência limitadora. Ao expô-los, um por um, à luz do conhecimento, sacrificamos tudo o que nos mantêm limitados, porque o eu não pode se agarrar por muito tempo a qualquer coisa considerada irreal. Dia a dia, renunciamos a qualquer outra coisa - uma crença encerrada há muito tempo, um consumo corporativo ou aliança de comunidade, um pequeno fragmento de contribuição sensorial - até que tudo tenha se tornado tão real como nossa respiração [...].

É provadamente certo que o conhecimento existente muito importa, mas faz-se necessário valorar novos meios. E o papel da ciência é, no mínimo, ampliar as fronteiras do conhecimento,

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inclusive e principalmente, dela mesma, para os devidos fins. Hoje, ainda, é notório, limita-se, através das instituições de ensino e pesquisa, ao mensurável, ao medível, ao mutável.

Desta forma demonstramos que subestimamos o potencial do ser humano, lastreados pelas reflexões de Walsh e Vaughan, quando na década de 80, já citavam:

Nos últimos anos, evidenciou-se que as nossas suposições e o nosso pensamento tradicional acerca de quem e do que somos e do que podemos nos tornar podem não ter sido suficientemente generosos. As evidências de uma ampla gama de disciplinas-psicológicas e não psicológicas, tradicionais e não tradicionais, ocidentais e não ocidentais - sugerem que talvez tenhamos subestimado o potencial humano para o crescimento e o bem-estar psicológico. (WALSH; VAUGHAN, 1980, p. 17)

Com isso, acaba por valorar, prioritariamente, as conquistas externas; em detrimento das verdadeiras conquistas, que são as internas, em face da razão de existir do Ente Humano.

Válido ressaltar que essa é uma tarefa, tanto da ciência, quanto da filosofia, como da religião, que

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integradas e em sinergia de propósito, primaram por compreender o universo e sua Causa Absoluta, a partir do Ser Humano.

Quanto a isto, assim expressam Kafatos e Kafatou (1994, p.18):

É nossa crença mais profunda que tanto a Ciência quanto a Filosofia, tanto a Física quanto a metafísica, tanto as experiências cotidianas quanto as transcendentais são essenciais à nossa busca pela verdade sobre nós mesmos e nosso lugar neste vasto, belo Cosmo.

Há, portanto, uma conexão entre todas as coisas. A própria matéria em seu contínuo vir-a-ser é dotada de movimento, o qual somente se explica pela atuação de uma força interna que a mobilize.

Se tudo é movimento, afirma Bergson, já há uma atividade imanente, espontânea, mesmo nos ínfimos corpúsculos da matéria. Não se trata de um movimento que lhe advém do exterior, mas de uma pulsação interna, a qual já consiste em uma manifestação do princípio espiritual (SAYEGH, 2010, p. 73).

Nesta mesma linha de abordagem nos convida a renovar nosso modo de ser e de “representar” o mundo buscando “perceber” e “vivenciar” a verdade

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substancial do Espírito, que paira em um plano, em um nível ontológico acima do próprio intelecto.

[...] se faz necessário elevar-se acima de si mesmo; inteligir é captar o objeto da busca para o si, porém intuir é ver em si mesmo independentemente do eu como um modo particular da substância. Aí sim nos perceberemos também como absolutos, como afirma o notável pensador dos “tempos” em renovação, apreenderemos a verdade não mais sob determinado ponto de vista, mas perceberemos a Consciência original “presente” em todos os ramos do saber. (SAYEGH, 2010, p. 249)

Essa abordagem inclui o reconhecimento de que somos ativos e co-criadores do nosso sentido de eu e da nossa percepção da realidade, verdadeiros deuses em nosso próprio universo. Assim, muito importa penetrarmos em nossa “essência”, pois, como corroborado por muitos, somente de lá surge aquela sensação de que somos sem medida; somos Deus; vivemos nEle; e ao Mesmo estamos como que voltando. Afinal, a fase humana não é a última da evolução do Ente Humano. E por isso a razão não se recusa aceitar a ideia de que, ele, o Ente Humano, evolui de humano para indiviso; e deste para Divino.

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1.3 O SER SEM MEDIDA NO TODO

“A potencialidade humana não tem limites”. (WILLIS HARMAN)

“Tudo parte do Uno,

e se enquanto tal tudo permanece em si, tudo passa a coexistir no todo”.

(ASTRID SAYEGH)

“O Ser Humano deve buscar despertar,

construir e/ou desenvolver sua Consciência, a ponto de enxergar o máximo do Todo,

para facilitar sua compreensão acerca de tal realidade”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

É preciso compreender, nesta dimensão de

totalidade, que cabe ao Ente Humano o desafio de viver buscando, cada vez mais, saber aquilo que se sente e sentir aquilo que se sabe, para assim poder buscar e achar, a partir de si mesmo, o novo, o absoluto, o real, a essência, o imutável, enfim, o atemporal, o desmedido.

É verificável o fato de que, quanto mais elevado o sujeito, mais facilmente consegue perceber objetos de conhecimento de natureza, cada vez mais elevados e sutis. De acordo com Sayegh (2010, p.

205) “não se pode, pois, dissociar o conhecimento absoluto, notadamente dos princípios ou substância, da condição moral do sujeito, da qualidade interior

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que há de se identificar com o Espírito em si e gerar o próprio conhecimento”. Há, aqui, demonstração da conexão primordial entre o Ente Humano e o Espírito na busca e apreensão de conhecimentos, inclusive, de si mesmo.

Segundo Torrence (2002, p. 14), “somos orientados por uma estranha força que vem de todos os lugares e vai individualmente para todos os seres vivos. Chamo-a de voz da Consciência”. Para ela, é a Consciência que nos liga à inteligência criadora, e, ligados, estaremos unidos eternamente, sempre voltados para a evolução.

Espinoza (1997), numa visão complementar, admite a existência de um único Ser, mas duas naturezas realmente distintas: a natureza divina é constituída pelos atributos e é absolutamente simples e imutável; a natureza criada é constituída por modos, isto é, por realidades que não podem existir em si, os quais nos seus graus inferiores são finitos, múltiplos e mutáveis; constituem as coisas particulares.

E quanto mais compreender o todo que és, tanto mais poderá ser e estar em condições indubitáveis, a partir de si mesmo, de viver em equilíbrio dinâmico com o todo que faz parte, sem medida, demonstrando que a Consciência é uma

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qualidade da matéria em evolução e dia virá que se divinizará – questão de Consciência!

A visão da totalidade, portanto, torna-se premente para o Ente Humano e refere-se ao momento em que, diante da realidade, ele não mais percebe a existência objetiva externa como separada da experiência subjetiva individual. A própria Consciência é totalidade e só pode ser vivenciada como tal quando cessam de existir todas as fronteiras entre o sujeito que percebe e os objetos que são percebidos. Isso forma o alicerce da experiência mística. (KAFATOS; KAFATOU, 1994).

Essa visão de totalidade também é de forma profunda expressa por Schrödinger:

Por isso essa sua vida, que você está vivendo, não é somente uma peça da existência total, mas é, em certo sentido, o todo: apenas esse todo não é constituído de modo a poder ser examinado com um simples olhar. Isso, como sabemos, é o que os Brahmins expressam naquela fórmula mística, sagrada, que é na verdade tão simples e tão clara: ‘Tat tvam asi’, isto é você. Ou, ainda, em tais palavras como: ‘Estou no Oriente e no Ocidente, estou abaixo e acima’, ‘Eu sou este mundo todo’. (Schrödinger apud Wilber, 1984, p. 65).

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Espinoza (1997) queria que víssemos as coisas sob o ponto de vista da eternidade. A eternidade transcende o tempo, é verdade eterna sem começo nem fim. Para ele, Deus é eterno, incausado e tem muitas leis que estão acima do intelecto humano, e quando esse as vê, parecem milagres. Deus é a Natureza, com todas as suas Leis inexoráveis e Está acima dela, Natureza, percebida pela razão.

Não é demais afirmar-se que a mente humana é uma parte do intelecto infinito de Deus. Conhecer Deus Eterno e Infinito, a partir de nós próprios, nos ensina a nos conduzirmos perante o dinheiro, coisas fora de nós, suportar a vida, não desprezar, não expor ninguém ao ridículo, não odiar (ESPINOZA, 1997). Diz ainda que as coisas singulares são manifestações da potência de Deus. A alma é causa do corpo, que é proporcional à ela, ou seja, estão unidos e mantém relação.

Nesta visão de totalidade do Ente Humano, Bergson (apud SAYEGH, 2010, p. 231) reforça que a vida interior é o campo transcendental, o domínio das potencialidades infinitas, a qual participa do princípio espiritual de todas as coisas. Somente esse campo da essência criadora, transcende, evolui qualitativamente em meio ao ciclo fechado da condição natural.

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A vivência interior, a qual participa da duração, ou de todas as durações, consiste no autêntico acesso ao conhecimento metafísico, pois a totalidade da essência divina está em tudo: as forças que trabalham em todas as coisas as sentimos em nós; seja qual for a essência íntima do que é e do que se faz, nós fazemos parte dela. Efetivamente, sob o olhar intuitivo, o mundo objetivo não mais se opõe ao espírito subjetivo, mas ambos se encontram na unidade da substância imanente a tudo. Por outro lado, o objeto colocado como exterior é que deu acesso ao espírito o conhecimento de sua essência. Do mesmo modo, o conhecimento da forma é que deu acesso à essência em geral. (SAYEGH, 2010, p. 231).

Desta forma, para onde quer que olhemos na natureza, não vemos senão totalidades (SMUTS, 1996). E não apenas totalidades, mas totalidades hierárquicas: cada uma delas é parte de um todo maior, que também é parte de um todo ainda mais amplo e organizado.

O Ente Humano, portanto, é a medida do Universo em si próprio; ele concentra a Totalidade da Criação, que é imensurável e exige ser compreendida. Assim, a totalidade da Consciência só

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se manifesta quando o nosso raciocinar está voltado para a Totalidade, o Imensurável, o Atemporal, ou seja, aquilo que é sem tempo e sem espaço, ainda que com movimento, portanto, sem medida.

O acesso a esta Totalidade, que é Divina, está sempre à nossa porta; abrir-lhe a porta é uma questão de Consciência e não de conhecimento; é uma questão de contemplação e não de comparação, pois ele é sem forma; é sem medida.

Devemos, assim, nos aprontar para, de pronto, descobrir e demonstrar que a Consciência é a chave para abrir a porta do Divino, do Sagrado, do Imensurável, a partir de nós mesmos.

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CONSCIÊNCIA SIGNIFICA

SEM MEDIDA

“[...] quanto mais aptos formos a tornar consciente o que é inconsciente e o que é mito,

maior parcela de vida integraremos." (CARL GUSTAV JUNG)

“Um estado de Consciência é um sistema

de grande complexidade, formado por componentes

como atenção/percepção e identidade”. (FRITJOF CAPRA)

“A Consciência é o maior termo para a Bem-aventurança,

Iluminação, enfim, Imutabilização do gênero humano”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

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60

A

Consciência, compreendida como uma qualidade da matéria se divinizando, é, de fato, a única chave que nos possibilita o

domínio sobre nós mesmos, em todos os ramos do nosso viver.

Quando falamos de Consciência, estamos, pois, tratando de uma qualidade da matéria do Ente Humano, que em seu processo de evolução se inicia como humano; se desenvolve como indiviso e se finda como divino. Bom redizer!

Quando na passagem de humano para indiviso, ele se torna cada vez menos fragmentado e cada vez mais criativo; e se prova pela paciência, persistência e inteligência de suas buscas; pela clareza, precisão e intensidade dos seus motivos; bem como pela originalidade, simplicidade e ineditismo de suas teorias; bem como pela objetividade, sensibilidade e exequibilidade de suas criações; coisas que lhe facilitam enfrentar, vencer e suplantar todos os obstáculos que porventura se lhe deparem.

E quando na passagem de indiviso para divino ele faz tudo divinamente, afinal, é o próprio Ser, numa dimensão além da razão, que se identifica com o Eu (identidade), portanto, ilumina.

Temos exemplos de Entes Humanos que revelam essa evolução, a saber (dentre outros):

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Nelson Mandela, Gandhi, Confúcio, Jair Tércio, Krishna, Moisés, Brahma, Mahavira, Zoroastro, Buda, Jesus Cristo, Maomé. Todos eles se envolveram com o processo de interiorização, espiritualização, divinização. E quanto mais o Ser Humano se espiritualiza, mais demonstra a Consciência, qual sua conduta denuncia, segundo a sabedoria, força e beleza de suas ações.

A Consciência tem relação, pois, com o que é bom para o bem comum e a partir dela, então, é possível fazer uma novidade, avançar, ir adiante, não estagnar, sem medida.

2.1 A CIÊNCIA QUER MEDIR

“A Ciência contemporânea pouco diz a respeito da Consciência,

ela que é a causa do Universo, bem como a única Existência após tudo o mais ter sido dissolvido”.

(MENAS KAFATOS; THALIA KAFATOU)

“O eterno não tem referenciais de espaço e de tempo”.

(MENDO HENRIQUES; NAZARÉ BARROS)

“Conhecimento algum tem ou está em condições

de explicar todo segredo da Criação”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

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Até recentemente, a ciência ignorou em larga medida o estudo da Consciência. Segundo Capra (1980, p. 79): “A Consciência não era um tópico apropriado para os instrumentos e a filosofia da ciência ocidental, concebidos para observar e medir fenômenos materiais objetivos”. Ciência e Consciência carentes de diálogo, talvez pelo desconhecimento de que fazer ciência sem Consciência mais do que mutila nossos corpos, macula nossas almas, embora não possa obstar nossos espíritos.

Por outro lado, o próprio Capra (1980) revela que nos últimos anos tem se tornado um assunto de investigação respeitável.

Como evidenciam Walsh e Vaughan (1980), o estudo da Consciência tem ocupado o lugar central das preocupações de várias culturas orientais há milênios, diferentemente da realidade da cultura ocidental, caracterizada por uma ênfase no materialismo, fonte de busca para respostas às perguntas e às soluções referentes aos problemas da vida.

Entretanto, corroborando com Capra (1980), a partir da década de 80 começaram a perceber um interesse crescente pela dimensão além da materialidade.

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Podemos estar testemunhando um aumento e um aprofundamento do interesse pelos domínios não-materiais da experiência e da Consciência. Se esse interesse for, em parte, uma reação à excessiva preocupação com o materialismo, talvez ele seja parte de um processo dialético e podemos imaginar como será a síntese. (WALSH; VAUGHAN, 1980, p. 289)

Anunciam, assim, a possibilidade de integração entre algumas disciplinas e áreas de estudo antes consideradas sem nenhuma relação entre si, dando bases para novos paradigmas, inclusive, científicos, tais como a física quântica, a Consciência, o biofeedback, a pesquisa da meditação e muitas outras que começaram a se unir numa rede interconectora de conceitos e descobertas. “Isso indica a possibilidade de quem e do que somos, da natureza fundamental do universo e da nossa relação com ele” (WALSH; VAUGHAN, 1980, p. 289).

Assim, somos mobilizados para a compreensão da Consciência como principal constituinte da realidade e, portanto, como meio específico para se atingir a meta humana mais elevada, que é o caminho para a iluminação, através da meditação, ioga (CAPRA, 1980).

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Neste contexto de busca da compreensão da realidade com um Todo, a partir de nós mesmos, parece-nos claro, não temos o direito de ensinar apenas o português, matemática, física, química etc. Faz-se necessário ensinar as virtudes, quais sejam: fortaleza, temperança, prudência, perseverança, esperança, caridade, fé, enfim, estudar o que está dentro do ser humano, na sua dimensão essencial, original, que se refere ao todo das virtudes, investindo quanto ao autoconhecimento, para além do conhecimento, com vistas ao autorrealizar, que é sem medida.

É preciso considerar que, como descobriram os físicos, não existe apenas o conhecimento dualista, simbólico, inferencial ou cartográfico, mas também, e principalmente, o conhecimento não dual, direto ou íntimo. (WILBER, 1980). E em se tratando desta modalidade de conhecimento íntimo, ressaltamos de modo assertivo de que o único conhecimento que o Ser Humano, decididamente, não pode, tampouco deve desprezar, é o conhecimento de si mesmo.

Isto tudo, como base, para o ser humano vencer o mundo; pois com virtudes tudo; sem virtudes nada. E ainda que a individualidade não possa ser transformada, deve ser, pelo mesmo, adornada de virtudes capitais. Uma questão de Consciência; esta que envolve a capacidade de adquiri-las.

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Virtuosidade, felicidade e liberdade são, portanto, sinônimas. Ser virtuoso é ser feliz, é ser livre; e vice versa. Um Ser Humano é tão feliz e livre, quanto é virtuoso; é tão virtuoso quanto autoconhece; e tão autoconhece quanto dedica às suas reações psicológicas, atenção plena, percepção inabalável e/ou vigilância constante no seu dia a dia de relações, sem medidas, portanto, sem esforço; ou, se assim podemos dizer, com esforço desmedido.

Há, neste sentido, de fato, uma correlação estreita entre virtuosidade, felicidade, liberdade e Consciência. O caminho da liberdade, que anda de mãos dadas com a Consciência, é o desapego dos velhos hábitos do ego. Pouco a pouco, se chega a uma integração nova e mais profunda de suas experiências, numa estrutura do universo mais desenvolvida. Isto é, vai-se além das fronteiras do ego; até que, por fim, se funde com o universo. “Nesse ponto, já se terá ido além do ego. Até lá, deve destruir velhas estruturas, desenvolver estruturas mais amplas, destrui-las e construir estruturas ainda mais amplas” (DAAS, 1980, p. 155).

Neste caso, trata-se da transmutação de vícios em virtudes. E transformar vícios em virtudes não é uma opção, mas sim condição para que o Ente Humano inicie-se na senda do sagrado que existe nele mesmo.

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Assim, é, cada vez mais, válido ressaltar que quanto mais nos envolvemos com a Consciência mais ela nos ampara, orienta e serve de valores, cada vez mais, belos, ricos e significativos, que nos induz à conquista da plena liberdade.

Certo que hoje não temos mais Jesus Cristo e Buda, fisicamente entre nós, por exemplo, mas temos avanços significativos na ciência, tais como podemos citar na área da física quântica, qual envolve a compreensão do mundo subatômico, o microcosmo da matéria:

• possibilitou o desenvolvimento das tecnologias mais avançadas, que vai desde os raios lasers à nanotecnologia;

• permitiu que se tornassem realidade alguns milagres eletrônicos que nos levaram à Era da informação;

• possibilitou o desenvolvimento dos televisores, dos computadores, da tomografia computadorizada, do laser, dos foguetes espaciais, do telemóvel;

• possibilitou o desenvolvimento das tecnologias utilizadas na área da saúde como a ressonância magnética e tomografia computadorizada, favorecendo cada vez maior precisão nas imagens;

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• tem viabilizado o desenvolvimento de pesquisas sobre a fusão nuclear. Cientistas avançam rumo à geração

ilimitada de energia. Pesquisadores conseguiram extrair mais energia de uma reação de fusão nuclear controlada do que empregaram para provocar a própria reação. O feito inédito é um marco simbólico na busca pela fruição desta fonte de energia - a mesma que alimenta as estrelas -, e foi possível devido ao uso do mais poderoso feixe de raios laser do mundo, instalado na National Ignition Facility (NIF), parte do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia. (GOMES, 2014).

"Pela primeira vez obtivemos mais energia no combustível que a que injetamos" ao usar esta técnica, afirmou Hurricane em declarações ao jornal "The Wall Street Journal" (NAIK, 2014).

Este feito de terem conseguido produzir energia pela primeira vez em um laboratório por meio da fusão nuclear alimenta a esperança que o processo sirva para gerar energia sem limites no futuro. Uma vez obtida essa energia, ela poderá

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solucionar os problemas climáticos, econômicos e terá impacto profundo na política externa.

A energia nuclear é muito criticada, mas ao contrário da fissão nuclear que produz lixo radioativo, a fusão pode um dia gerar um suplemento ilimitado de energia limpa.

• tem ainda possibilitado a busca da construção de uma Teoria de Tudo, que integre as três forças do Universo: fusão nuclear, eletromagnetismo e gravitação universal.

A referida Teoria de Tudo representa, inclusive, prova cabal de que o Ente Humano busca identificação com o Todo e nos permite afirmar que a Consciência refere-se à unidade dessas três forças supracitadas.

Tudo busca latência!

Tudo isso, por sua vez, tem evidenciado os avanços significativos, quanto ao conhecimento já existente, novas descobertas e o que está por vir: coisas da Consciência, que revelam que essa matéria vem se divinizando, ou seja, tornando-se desmedida.

Isso mostra a compreensão do universo como um todo que já temos. Muito tem sido descoberto, mas existe muito do campo do desconhecido a ser desvelado, a partir da nossa Consciência.

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Não temos o direito de nos limitar ao até então conhecido. Até porque o desconhecido exige ser descoberto e nada existe de desconhecido que não possa e deva se tornar conhecido.

2.2 A CONSCIÊNCIA SE PRATICANDO

“Somente estando conscientes e atentos é que podemos mudar aquilo que precisamos mudar em nós;

somente com a percepção consciente é que realmente e de fato podemos nos tornar seres humanos melhores”.

(MARCELO CSERMAK GARCIA)

“Ao examinar as estéticas criadas ao longo da história da filosofia,

Kant notou uma característica comum a todas: a voz da Consciência que nos comunica de modo imperioso

o que devemos fazer é como uma bússola da vida moral”. (MENDO HENRIQUES; NAZARÉ BARROS)

“Na medida em que o nível de conhecimento aumenta,

o nível de Consciência aumenta”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

Foi em busca do conhecimento de mim mesma, de forma desmedida, que há 26 anos iniciei, nesta existência, junto ao mestre Jair Tércio, meu envolvimento direto, a partir da Bahia, com essa ideia divina que o Ser Humano, na medida em que se auto observa, se autoconhece tende se tornar um novo

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ser, quando se espiritualizando, mostrando que essas criaturas melhoraram a si e a sociedade, através da Consciência.

Construímos a Ananda – Escola e Centro de Estudos, há 18 anos – uma escola de educação infantil e ensino fundamental (www.anandaescola.com.br); o Instituto Ananda, há 09 anos – voltado para o ensino médio (www.institutoanandaensinomedio.com.br); e o Instituto Superior de Educação Ocidemnte - ISEO, há

07 anos, uma faculdade que meus familiares vem mantendo e expandindo (www.iseo.com.br).

Todas essas instituições educativas tem como lema: “o marco da nova humanidade” e se propõem a contribuir com um processo de educação verdadeira, voltada para a formação integral do ser humano, a partir da integração do seu sentir, pensar e agir, através das diversas áreas de construção de conhecimento, bem como através do estudo sistemático da Consciência.

- Na educação infantil e no ensino fundamental - criamos a disciplina: Iniciação à Consciência.

• Objeto: Estudo de valores relativos às Leis Naturais.

• Objetivo: Propiciar o conhecimento acerca do fato insofismável de que no Universo tudo são Leis Naturais que o regem.

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São trabalhadas 42 Leis, uma por semana letiva, dentre elas: Lei de Solidaridade, Lei de Amizade, Lei de Equilíbrio, Lei de Causa e Efeito, Lei de Humanidade, Lei de Sociedade, Lei de Necessidade [...]. Dissemos que no universo tudo são Leis; que nada existe isolado neste mesmo universo. Então devemos denunciar no nosso comportamento e, por exemplo, não proliferar o bélico como até então, ainda fazermos.

- No ensino médio - criamos a disciplina: Consciência.

• Objeto: Estudo e desvendamento de valores relativos às Leis Naturais.

• Objetivo: Conhecer e desvendar as Leis Naturais que o regem o Universo.

os adolescentes aprofundam o pensamento, acerca de cada uma das Leis, pelo exercício do saber pensar, segundo os fundamentos da metodologia científica.

- No ensino superior - criamos a disciplina: Conscienciologia, coadjuvada pela disciplina: Autoconhecimento, onde estudamos a Consciência em si e o conhecimento de si

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mesmo, como base para qualquer outro conhecimento.

Quanto à Conscienciologia:

• Objeto: Estudo da Consciência como a dimensão humana onde repousam as Leis Naturais que regem o Universo.

• Objetivo: Construção do Ser Humano como a maior representação consciente das Leis Naturais que regem o Universo.

Quanto ao autoconhecimento:

• Objeto: Construção, bem como execução, ou seja, prática para evolução pelo sentimento, do conhecimento teórico/prático acerca do Ser Humano no que se refere ao autoconhecimento.

• Objetivo: Auxiliar ao Ser Humano no que se refere ao seu autoconhecimento, com o fim da sua autotransformação, autointegração, individual, social, bem como Universal.

Estamos, ainda, de forma pioneira, dedicados à criação de um Programa de Mestrado em Educação e Autoconhecimento no ISEO, a fim de implantarmos algo novo na formação de docentes da educação básica, em prol do seu processo de educação integral, a partir do seu autoconhecimento, com

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vistas à sustentabilidade social, o que envolve a busca de um novo trato social.

Em paralelo, estamos em fase de implantação de um Projeto Piloto referente à Criação de um Núcleo de Estudos Avançados da Consciência, em Escolas, possivelmente, da Rede Pública Municipal de Salvador, como base de formação dos educadores quanto à temática da Consciência e, a partir disto, poderem ser protagonistas de uma nova abordagem na educação dos educandos, com a inclusão da disciplina Iniciação à Consciência, como demanda, fruto de estudo, auto- observação e experimentação direta.

É dela, a Consciência, indubitavelmente, abrir o horizonte com novas abordagens, sempre buscando o novo, sem medida. Para tal, autoconhecimento, senão, é certo que o futuro será duvidoso.

No âmbito de demais políticas públicas, estamos propondo, ainda, a Criação, Implantação e Manutenção do Dia Municipal da Consciência Humana, 10 de setembro, em tramitação junto à Câmara Municipal de Vereadores de Salvador. Tal movimento objetiva incentivar o despertamento, construção e desenvolvimento da Consciência do Ser Humano, a partir de ações educativas, culturais e sociais no Município.

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Neste dia, serão desenvolvidas palestras/vivências e debates que versarão acerca da Consciência, do autoconhecimento e da autointegração.

Durante as palestras são abordados os seguintes assuntos: (1) Os conflitos sociais e como eles se manifestam no ser humano, se instalam na sociedade e se propagam no mundo; (2) A Consciência como recurso humano mais necessário em prol do equilíbrio, para se chegar a Paz; (3) Os níveis do pensar; e (4) Autoconhecimento e autointegração.

Em todas as escolas serão fixados quadros cronológicos de estatísticas da educação, da violência, da corrupção e da volúpia, bem como haverá divulgação na internet, através das redes sociais (abusos sexuais, número de abortos, gravidez na adolescência). Estes quadros deverão ser preenchidos periodicamente, e assim poderá ser identificado o índice de Consciência no local e novas ações poderão ser implementadas com fins de conter, minimizar e/ou extinguir os índices de corrupção, violência e volúpia, na sociedade.

Todas as ações serão amplamente divulgadas em outdoors, busdoors, cartazes, folders, a fim de que a sociedade, em geral, participe deste movimento em prol da Consciência.

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Entendemos que, com a Consciência, mais espiritualizados, mais demonstramos um viver baseado em Leis Divinas, Leis Universais, enfim, em Leis Naturais que regem o Universo, por conseguinte, segundo a imutabilidade, isto é, a Moralidade do Universo, que a conduta dos corpos celestes denuncia.

Ressaltamos, entretanto, que tal perspectiva não é um trilho, é sim uma trilha, que precisa ser melhorada, aperfeiçoada e transformada sempre que a necessidade exigir, a razão justificar e o sentimento ditar, tal como revela a Consciência, mas tal como ela é.

É ela, a Consciência, que nos leva a conquistar novas dimensões do nosso Ser e nos faz buscar, achar e manter o que, em essência, somos. Até porque, somos eterna, plena e intensamente estimulados pelo cosmo, a partir de nós mesmos, pela Consciência ao encontro da nossa capacidade de sentir Deus, contudo, como reagir a isso é uma questão de individualidade. Mãos à obra!

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2.3 MÉTODO PARA DESPERTAR A CONSCIÊNCIA

“A proposição experimental básica é a de que o homem pode, sob certas condições,

alcançar uma percepção superior, uma “Consciência cósmica”.

(WILLIS HARMAN)

“Ao aprofundarmos a percepção da Consciência,

chegamos à profunda interioridade das coisas, aos níveis ocultos e sutis da vida.

A descoberta disto é através da meditação e a sua culminância é sabedoria”.

(RADHA BURNIER)

“Vivemos evoluíndo no mundo da causalidade,

mas nos dirigindo para o mundo da não causalidade; para tanto, Consciência em grau cada vez mais significativo,

bem como exercícios de conectividade, até porque Ser Humano algum pode evitar o que é,

o que possa ser ou o que deva ser”. (JAIR TÉRCIO COSTA)

Nossa experiência indica que sem Consciência, seguramente, nossa existência seria destituída de sentido, o viver possivelmente fútil e o dia a dia das nossas relações, banal.

A Consciência, segundo o que sentimos, é como luz; quanto mais a intensificamos mais iluminamos nosso lar, a partir de nós mesmos; e quanto mais iluminamos o nosso lar mais nos apressamos e

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menos tropeçamos, trombamos e caímos, na realização de nosso destino individual e social.

Assim, muito importa nos importarmos com a Consciência, pois quanto mais focamos nossa Consciência em nós mesmos, em nosso centro, mais os possíveis conflitos são evitados e os existentes são extintos, pois ela nos mostra, hoje, aqui e agora, as consequências da desordem e da Ordem.

2.3.1 A centração através de 7 exercícios

“Para todos os que exploraram os domínios transpessoais, de maneira profunda,

é evidente que a compreensão intelectual requer uma base na experiência”.

(ROGER WALSH; FRANCES VAUGHAN)

“O nosso próprio crescimento e a nossa própria criatividade,

bem como a nossa participação no processo evolutivo, são vistos dirigindo-se para o alvo final de um centro superior -

Atman, a Supra-Alma, o ‘verdadeiro Eu’”. (WILLIS HARMAN)

“O nosso grau de conectividade

é diretamente proporcional ao nosso grau de Consciência”.

(JAIR TÉRCIO COSTA)

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Há 12 anos, quando aprendemos exercícios psíquicos específicos para o despertar, construir e desenvolver da nossa Consciência, na Chapada Diamantina Baiana, quando das caminhadas com o Mestre Jair Tércio, isto passou a fazer parte do nosso viver cotidiano como o maior presente.

Interessante ressaltar que a Consciência é justamente aquele estado de ser advindo do viver o presente como movimento único, mas somente os que se envolvem de maneira ininterrupta, íntima e intensa, podem testemunhar o seu valor.

Com a prática dos exercícios somos conduzidos pela nossa Consciência, daqui para aqui, de maneira a cada vez mais intensificar, aprofundar, portanto, elevar.

Assim, podemos alcançar níveis cada vez mais elevados de Consciência, de interiorização, enfim, de penetração daquilo que é, em nós mesmos, ao mesmo tempo: vasto, simples e profundo; sutil, intangível e sublime, bem como Belo, Rico e Significativo ou pelo menos o conhecimento, tão exato, quanto gradual, de outras dimensões da vida, inclusive e principalmente de nós mesmos.

Neste sentido, quem contempla, por exemplo, têm Consciência que existe e sabe o que é existir, a partir de si mesmo. E sugere que, quando ela, a

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Consciência, chega em seu ápice, então conhece e sente o mistério da Existência, a ponto de realizá-la. Para tanto, saber, prática e disciplina.

A partir então das citadas experiências, foi em 2010 que sistematizamos as práticas aprendidas, experimentadas e sentidas através da realização do Workshop: “Ditames da Consciência”, cada ano com um lema central, em um ambiente com as condições necessárias para os objetivos almejados e respectiva vivência: “O Despertar da Consciência”, na Chapada Diamantina Baiana. Estes eventos tem uma periodicidade anual e implicam, ainda, na produção de livro, com o lema correlato ao do Workshop, em cada ano respectivo.

Em ambas as oportunidades, repletas de plenitude, singularidade e ciência somos convidados a testemunhar as benesses da Consciência, através da realização de 7 exercícios específicos voltados para o desenvolvimento da nossa Consciência, a partir de bons exemplos de animais, a saber (BARRETO, 2013, p. 79-96):

(1) A Concentração do Leão;

(2) A Reflexão da Leoa;

(3) Testemunhar da Garça;

(4) Olhar do Mangusto;

(5) A Introspeção da Crisálida;

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(6) A Auto-observação da Borboleta;

(7) Giro do Elefante.

Tais exercícios de conectividade possibilita-nos caminhar do mundo da causalidade para o da não causalidade; transitando da periferia para o centro de nós mesmos; da superficialidade para a profundidade; enfim, na dimensão da materialidade para a da espiritualidade.

A ciência da Consciência, portanto, é rever o nosso centro, pois é de lá que tudo sai, e para onde tudo torna. Ela refere-se à evidência da presença de Deus em nós e quando ela vem, no Ente Humano, a Iluminação, para este, se mostra, se rende e se revela, para os devidos fins; afinal, ela, a Consciência, é muito mais do que o que ela faz, sem medida.

A prática dos referidos exercícios, portanto, oportuniza o penetrar nesta dimensão que é sem medida; que é realidade e não ilusão; que envolve atenção plena, sem aceitação ou rejeição, simplesmente com observação; que envolve o amor, sem sim e sem não, simplesmente amando tudo, então.

Wilber (1980), nesta direção, nos convida a despertar para o mundo real, indo além das ilusões que o conhecimento fornece. Segundo Wilber (1980,

p. 268), “como esse mundo real como um todo não tem oposto, não se trata de algo passível de definição

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nem de apreensão, pois todos os símbolos só têm sentido em termos dos seus opostos, enquanto o mundo real não tem nenhum”.

Assim, ele nomenclatura o mundo real como o chamado Vácuo, Sunyata, Vazio, Agnoia - o que significa apenas serem inválidos e vazios todos os pensamentos e proposições acerca da realidade. O mundo real, nesta perspectiva, também “está privado de coisas ‘separadas’, visto serem as coisas produto do pensamento, e não da realidade” (WILBER, 1980, p. 268). E ainda referindo-se à realidade, assim expressa:

Chamar a Realidade de Brahman, Deus, Tao, Dharma Kaya, Vácuo ou de outra coisa qualquer pouco importa, pois todos esses termos indicam estado da Mente não dual em que o universo não é dividido entre sujeito que vê e objeto que é visto. Mas esse nível de Consciência não é difícil de descobrir, nem está enterrado nas profundezas da nossa Consciência. Ele está, em vez disso, bem perto de nós e sempre presente. (WILBER, 1980, p. 269)

Ele sustenta, especificamente, haver estados de Consciência superiores ao nosso estado comum, que permitem uma profunda percepção da natureza da realidade e da Consciência. Cada nível tem associado

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consigo um sentido de experiência e de identidade, que chega a alcançar a experiência designada como Identidade Suprema, Estado de Buda, Consciência crítica, Consciência cósmica, ou grande Mente.

Nos seus últimos anos, Maslow sustentava que, além da autorrealização, estava a necessidade de autotranscendência (TART, 1980). Ele via aí um impulso para os reinos transpessoais. Para ele, de modo geral, os indivíduos mais saudáveis pareciam ser mais motivados pelas chamadas necessidades superiores.

Tratando de demais técnicas que favorecem o acesso aos reinos transpessoais; à dimensão desmedida da Consciência, destacamos a meditação, citada por Dass (1980).

Podemos descrever meditação, em termos essenciais, como toda disciplina voltada para o aumento da percepção por meio do direcionamento consciente da atenção. A atenção pode ser focalizada num objeto específico como ocorre na meditação de concentração, ou manter-se aberta, numa percepção inespecífica de toda experiência. É ampla a gama de técnicas específicas. Em algumas práticas, a pessoa apenas se senta e procura ficar atenta ao fluxo permanente da experiência. Outras

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envolvem a concentração da atenção em objetos particulares, como a respiração, as sensações, sons ou imagens visuais. Em outras, ainda, são geradas e vivenciadas emoções específicas como o amor ou a compaixão. É um processo que gera profundas transformações, visto que, quando praticadas com intensidade, as disciplinas de meditação, levam quase sempre ao domínio transpessoal da experiência. (DASS, 1980, p. 150)

Ainda de acordo com Dass (1980), praticantes avançados relatam estados de Consciência, níveis de sensibilidade perceptiva e de clareza, e graus de discernimento, de calma, de júbilo e de amor que excedem em muito os experimentados pela maioria das pessoas na vida diária. “Pode sobrevir uma sequência progressiva de estados alterados de Consciência passível de resultar numa mudança radical e permanente da Consciência conhecida por iluminação ou liberação”. (DASS, 1980, p. 150)

Ainda tratando do valor da meditação Daas (1980) anuncia que a meditação favorece ficarmos livres para dirigir nossa percepção para onde quisermos. Em vez de tê-la atraída, empurrada e puxada por toda impressão sensória ou por todo pensamento. A meditação liberta a sua percepção.

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No que se refere às possíveis respostas à práticas de meditação, Walsh (1980, p. 175) as dividiu em 3 variáveis: psicológicas, fisiológicas e químicas.

Variáveis psicológicas:

O quadro geral que emerge sugere que a meditação pode aumentar o bem-estar psicológico e a sensibilidade de percepção. Muitos estudos têm relatado que ela reduz a ansiedade e alguns até notaram um incremento da confiança, da autoestima, autorrealização e do desempenho escolar.

Variáveis fisiológicas:

Com a maioria das práticas de meditação, os padrões de EGG (eletroencefalógrafo) diminuíram de frequência e exibiram maior sincronia, com o predomínio de ondas alfa (8-13 ciclos por segundo). Com praticantes mais avançados, pode-se perceber uma redução ainda mais pronunciada, podendo ocorrer padrões teta (4-7 ciclos).

Variáveis químicas:

Wallace relatou marcadas reduções da taxa metabólica, comprovada pela redução do consumo de oxigênio, da produção de dióxido de carbono e dos níveis de lactato sanguíneo, sugerindo que a meditação transcendental levava a um estado hipometabólico peculiar.

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Inegável o valor de tais práticas para o desenvolvimento da Consciência, qual alcança a sua dimensão original que é sem medida.

Quanto a tal perspectiva do valor real e significativo de exercícios específicos para desenvolver da Consciência, nos reportamos a Kornfield (1980, p. 169) e encerramos nossas reflexões preliminares ao afirmar que “a iluminação não se importa com o modo como você chegou até ela”. Todo método que cultive essas qualidades mentais e as equilibre é bom.

Qualquer técnica, dizia ele, que nos leve à imobilidade, à clareza e à abertura promoverá uma compreensão direta das verdades espirituais básicas. A verdadeira natureza de nós mesmos está ao alcance da nossa visão, caso desenvolvamos a capacidade de ver e, neste caso, podemos ver nossa existência como uma interação no campo de energia formado pelo mundo inteiro.

Concluímos assim, a partir dessa interação do Ente Humano com o Todo, que para aqueles que já despertaram, construíram e/ou desenvolveram sua Consciência, em grau significativo o bastante, há dádivas do Todo, desmedidamente. Coisas da Consciência!

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REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 2.ed., São Paulo: Mestre Jou.

BARRETO, Maribel Oliveira. Os ditames da consciência: a consciência em busca de si mesma. Salvador: Sathyarte, 2013.

BERGSON, H. Evolução criadora. Rio de Janeiro. Zahar, 1979.

BIBLIA. Português.1993. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. 2.ed.rev.e atual.no Brasil. São Paulo: Sociedade Bíblica no Brasil, 1993.

BURNIER, Radha. O papel da Consciência na meditação. Disponível em http://www.sociedadeteosofica.org.br/artigos.asp?item=789&idio ma Acesso em 01 mai. 2014.

CAPRA, Fritjof. Física Moderna e Misticismo Oriental. In: WALSH, Roger; VAUGHAN, Frances (orgs.) Além do ego: dimensões transpessoais em psicologia. São Paulo: Cultrix, 1980, 70-78.

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