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CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT ARTHUR RISSONI VALENTIM CARLOS MENDONÇA NETO ELLEN MARIA DE ARAÚJO SOARES MAURÍCIO CAJAZEIRA NUNES VITOR SANTOS LIMA YURI DE AMORIM ABE ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO VASPS NO CAMPO DE MARIMBÁ, BACIA DE CAMPOS Santos 2014

Análise Da Eficiência Do VASPS no Campo de Marimbá, Bacia de Campos

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Esse trabalho visa estudar a eficiência de um tipo de separador submarino conhecido como VASPS utilizado no campo de Marimba, na bacia de Campos, através do funcionamento e operação além de uma análise gráfica da produção antes e depois da instalação do VASPS. Identificou-se nos gráficos uma clara e positiva influência na produção quando o VASPS estava em operação, demonstrando desta forma a importância deste equipamento como forma de otimizar o processo de separação primária.

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  • CENTRO UNIVERSITRIO MONTE SERRAT

    ARTHUR RISSONI VALENTIM CARLOS MENDONA NETO

    ELLEN MARIA DE ARAJO SOARES MAURCIO CAJAZEIRA NUNES

    VITOR SANTOS LIMA YURI DE AMORIM ABE

    ANLISE DA EFICINCIA DO VASPS NO CAMPO DE MARIMB, BACIA DE CAMPOS

    Santos 2014

  • ARTHUR RISSONI VALENTIM CARLOS MENDONA NETO

    ELLEN MARIA DE ARAJO SOARES MAURCIO CAJAZEIRA NUNES

    VITOR SANTOS LIMA YURI DE AMORIM ABE

    ANLISE DA EFICINCIA DO VASPS NO CAMPO DE MARIMB, BACIA DE CAMPOS

    Projeto Integrador V do curso de Engenharia de Petrleo e Gs apresentado ao Centro Universitrio Monte Serrat como requisito parcial para a concluso do semestre letivo. Orientadora: Prof. Me Ana Isabel Pasztor Moretti

    Santos 2014

  • ARTHUR RISSONI VALENTIM CARLOS MENDONA NETO

    ELLEN MARIA DE ARAJO SOARES MAURCIO CAJAZEIRA NUNES

    VITOR SANTOS LIMA YURI DE AMORIM ABE

    ANLISE DA EFICIENCIA DO VASPS NO CAMPO DE MARIMB, BACIA DE CAMPOS

    Projeto Integrador V do curso de Engenharia de Petrleo e Gs apresentado ao Centro Universitrio Monte Serrat como requisito parcial para a concluso do semestre letivo. Orientadora: Prof. Me Ana Isabel Pasztor Moretti

    BANCA EXAMINADORA: ___________________________________________________________________ Nome do examinador: Titulao: Instituio: ___________________________________________________________________ Nome do examinador: Titulao: Instituio:

    Local: Centro Universitrio Monte Serrat UNIMONTE Data da aprovao:

  • RESUMO

    O processamento primrio do Petrleo tem como objetivo a separao da mistura obtida do petrleo bruto produzido. Para realizar esse processo so utilizados vasos separadores bifsicos ou trifsicos que separam o gs, o leo e a agua antes de serem transferidos para uma determinada refinaria. Com esse tipo de separao, o volume de agua nos campos de produo tende a aumentar, por consequncia, diminuir a quantidade de leo e gs, gerando assim um alto gasto energtico. Muitas vezes, em campos maduros onde ocorre diminuio da produo, utilizado a tcnica de gas lift onde o gs extrado injetado no poo aumentando a recuperao da mistura. Esto sendo desenvolvidos separadores submarinos com o intuito de separar o petrleo no fundo do mar minimizando dessa forma gastos operacionais. Esse trabalho visa estudar a eficincia de um tipo de separador submarino conhecido como VASPS utilizado no campo de Marimba, na bacia de Campos, atravs do funcionamento e operao alm de uma anlise grfica da produo antes e depois da instalao do VASPS. Identificou-se nos grficos uma clara e positiva influncia na produo quando o VASPS estava em operao, demonstrando desta forma a importncia deste equipamento como forma de otimizar o processo de separao primria. Palavras chave: Processamento primrio. Vasos separadores. VASPS.

  • ABSTRACT

    The primary processing of Petroleum aims separation of the mixture obtained from the produced crude oil. To perform this process are used biphasic or triphasic, which separate gas, oil and water before being transferred to a given refinery. With this type of separation, the volume of water in the production fields tends to increase, therefore decreasing the production of oil and gas, leading to a high-energy expenditure. Often in mature fields where production has declined, the gas lift is used. Gas is injected into the production tubing to increase the crude oil recovery. Submarine separators vessels are being developed in order to separate the oil at the bottom of the sea thereby reducing operating expenses. This work aims to study the effectiveness of a type of a submarine separator vessel known as VASPS used in Marimba's field, at Campos Basin, based on equipment operation and graphical analysis of production before and after the installation VASPS. It was identified on the graphs a clear and positive influence on production when VASPS was operating, thus demonstrating the importance of this equipment as a way to optimize the process of primary separation

    Keywords: Primary processing. Separator vessel. VASPS.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 01 Porcentagem de reservas e produo da Petrobras em 2004 ............... 11

    Figura 02 Diagrama esquemtico do sistema VASPS. .......................................... 12

    Figura 03 Carta estratigrfica da Bacia de Campos. .............................................. 14

    Figura 04 Esquema de utilizao do gas lift. .......................................................... 16

    Figura 05 Grfico da produo antes da implantao do VASPS. ......................... 18

    Figura 06 Grfico da produo com o sistema VASPS em operao. ................... 19

    Figura 07 Projeo da produo sem a instalao do VASPS............................... 20

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................... 7

    1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 8

    1.1.2 Objetivos especficos ................................................................................... 8

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................ 9

    2.1 Histrico das novas tecnologias de processamento submarino ............. 9

    2.2 Vertical Annular Separation and Pumping System (VASPS) .................. 11

    2.2.1 Histrico e introduo ao equipamento ........................................................ 11

    2.2.2 Funcionamento ............................................................................................. 12

    2.3 Aplicao do VASPS no Campo de Marimb na Bacia de Campos ....... 13

    2.3.1 Bacia de Campos ......................................................................................... 13

    2.3.2 Campo de Marimb ...................................................................................... 15

    2.3.3 Produo usando gas-lift .............................................................................. 15

    2.3.4 VASPS em operao .................................................................................... 16

    3 ANLISE GRFICA DA PRODUO DO POO MA-01 ANTES E DEPOS DA

    INSTALAO DO VASPS ....................................................................................... 17

    4 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................... 21

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 22

  • 7

    1 INTRODUO

    No processo de recuperao de um campo petrolfero offshore ocorre,

    geralmente, a produo de uma mistura de leo, gs, gua junto com impurezas. Tal

    mistura enviada para a plataforma ou para uma unidade flutuante de produo,

    armazenamento e transferncia (em ingls Floating Production Storage and

    Offloading, comumente abreviado como FPSO) para separao e tratamento de cada

    fase produzida.

    A separao ocorre atravs de um vaso separador bifsico que separa gua e

    leo, ou trifsico, que separa gua, leo e gs. O leo e o gs so tratados para

    poderem atingir condies pr-determinadas para que possa ser feita a transferncia,

    ou transporte, para terra (KUNERT, 2007).

    J a gua produzida pode ser tratada tanto para consumo na plataforma, onde

    usada no resfriamento de equipamentos, como para o descarte ou pode receber um

    tratamento menor e ser novamente injetada no campo para manter a presso de

    produo (THOMAS, 2004).

    Com o passar dos anos, os campos de produo vo naturalmente

    aumentando a quantidade de gua produzida e diminuindo a quantidade de leo e

    gs recuperada. Isso causa um grande gasto energtico, pois eleva a gua at a

    plataforma e posteriormente a injeta novamente no campo para aumentar a presso

    e a quantidade de leo e gs produzidos.

    Com o intuito de reduzir esse gasto energtico, esto sendo criados vasos

    separadores submarinos, que em alguns casos so acoplados a um sistema de

    tratamento de gua que separa a mistura recuperada no fundo do mar e trata a gua

    sem precisar elev-la plataforma injetando-a logo em sequncia no campo.

    A Petrobras em parceria com outras empresas desenvolveu e tem aplicado com

    sucesso no campo de Marimb, na Bacia de Campos, o Sistema de Separao

    Vertical Anular com Bombeamento, em ingls Vertical Annular Separation and

    Pumping System (VASPS).

    A elaborao deste trabalho se justifica pela necessidade de maior

    conhecimento tcnico-cientfico desta nova tecnologia utilizada na Bacia de Campos.

    Desta forma, estudantes e profissionais que atuam na rea de petrleo e gs podero

    dispor de maiores informaes deste equipamento e assim se desenvolver no mbito

    profissional em que atuam ou em que atuaro.

  • 8

    Este Trabalho ao ser definido foi separado em 3 captulos distintos, usando-se

    ttulos e subttulos para descrev-los.

    No captulo um, foram traados o objetivo geral e os objetivos especficos do

    presente estudo. O captulo dois trata do desenvolvimento do trabalho, onde relata o

    histrico das novas tecnologias de processamento submarino, descreve o

    funcionamento do VASPS e sua aplicao no campo de marimba na Bacia de

    Campos, onde so descritos alm das caractersticas geolgicas da regio e do uso

    de gas lift para a elevao do leo, uma anlise grfica e de funcionamento do

    equipamento.

    O Captulo trs destinou-se as consideraes finais do trabalho

    1.1 Objetivos

    1.1.1 Objetivo geral

    O objetivo geral deste trabalho apresentar e caracterizar novos mtodos e

    tecnologias utilizados durante a separao primria do petrleo (vasos separadores

    submarinos) em campos petrolferos offshore, com foco no sistema VASPS.

    1.1.2 Objetivos especficos

    Os objetivos especficos desse trabalho so:

    a) Apresentar as principais caractersticas de funcionamento do VASPS;

    b) Exemplificar o ganho na produo ao utilizar o VASPS no poo MA-01

    em Marimb, na Bacia de Campos.

    c) Demonstrar graficamente a eficincia da produo com a utilizao do

    VASPS

  • 9

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Histrico das novas tecnologias de processamento submarino

    A recuperao submarina de gs e leo sempre foi um grande desafio para

    indstria de Petrleo no mundo. Desde 1943, quando o primeiro poo submarino foi

    completado nas guas rasas do Lake Erie, verificou-se a necessidade do

    desenvolvimento de equipamentos submarinos que facilitassem essa produo.

    Avanos nas tcnicas de instalao, monitoramento e manuteno destes

    equipamentos tambm ocorreram e se mostraram importantes neste perodo. Somado

    a isso, o ganho de knowhow que se obteve com o passar dos anos na realizao

    desta operao foi muito importante para que as indstrias petrolferas conseguissem

    produzir em reas (campos) cada vez mais profundas (CRUZ, 2005).

    Os testes de equipamentos de processamento submarino iniciaram-se nas

    dcadas de 1960 e1970, levando s primeiras instalaes comerciais durante as

    dcadas de 1980 e 1990. No final da dcada de 1990 e na dcada de 2000, o

    processamento submarino ganhou maior importncia em funo da necessidade das

    companhias de operarem campos localizados em guas mais profundas (TEIXEIRA,

    2013). A tabela 1, na pgina seguinte, traz os principais marcos no desenvolvimento

    dos equipamentos submarinos.

    Alm da necessidade de viabilizar o desenvolvimento das recentes

    descobertas, outro desafio das operadoras era incrementar a produo de campos

    maduros, que apresentavam declnio significativo de produo (TEIXEIRA, 2013).

    A maior parte dos campos de produo petrolfera no Brasil localiza-se em

    ambiente martimo e, por este motivo, foi criado um programa interno na Petrobras

    estimulando o desenvolvimento de tecnologias que seriam capazes de viabilizar a

    recuperao de leo e gs nesses campos (MORAIS, 2013).

  • 10

    Tabela 1 - Primeiros casos de processamento submarino

    Ano Operadora Lamina dgua (m)

    Observao

    1968 Exxon 610 1 Sistema de Produo Submerso (SPS)

    consistindo de um manifold controlando trs poos

    1970 BP 22 1 tentativa de separao submarina Campo de

    Zakum, Abu Dhabi

    1982 Exxon Nd 1 aplicao comercial do SPS Mar do Norte

    1988 Texaco 167 1 coletor submarino de golfadas Campo de

    Highlander Mar do Norte

    1992 Statoil eTotal

    Nd 1 bomba multifsica helico-axial Projeto

    Poseidon, Tunsia

    1994 AGIP 50 1 bomba multifsica de duplo-parafuso Campo

    de Prezioso, Itlia

    1998 Petrobras 1170 1 Bomba Centrfuga Submersa (BCS) Campo

    de Albacora Leste, Bacia de Campos

    2000 Petrobras 395 1 BCS instalada num separador Caisson

    Campo de Marimba, Bacia de Campos

    2001 Statoil 364

    1 piloto do sistema de submarino de separao, injeo e bombeamento Campo de Troll-C, Mar

    do Norte

    2006 CNR 146 1 bomba de duplo-parafuso instalada no Mar do

    Norte Campo de Lyell

    2007 BP 1700 1 bomba multifsica de duplo-parafuso instalada

    no Golfo do Mxico Campo de King

    2007 CNR 145 1 sistema de injeo submarino de gua do mar

    Campo de Columbia, Mardo no Norte

    2007 Statoil 200

    1 sistema submarino de separao, injeo e bombeamento comercial Campo de Tordis, Mar

    do Norte

    2007 Anadarko 1110 1 BCS instalada na base do riser no Golfo do

    Mxico Campo de Navajo

    Fonte: adaptado de Jansa e Dessenberger, 2010

    A figura a seguir demonstra a distribuio de campos onshore e offshore que a

    Petrobras opera.

  • 11

    Figura 01 Porcentagem de reservas e produo da Petrobras em 2004

    Fonte: Salies, 2005.

    2.2 Vertical Annular Separation and Pumping System (VASPS)

    O VASPS consiste em um separador de escoamento multifsico com duas

    linhas de fluxo, uma para o lquido, onde haver uma mistura gua-leo e uma linha

    de fluxo para o gs.

    2.2.1 Histrico e introduo ao equipamento

    O VASPS um tipo de separador submarino vertical bifsico (gs-lquido), que

    se associa a um sistema de bombeamento, desenvolvido pela Petrobras e por outras

    empresas e que se encontra em funcionamento no Campo de Marimb, na Bacia de

    Campos, desde 2001.

  • 12

    O desenvolvimento do VASPS se deu nas seguintes fases:

    Fase I Testes de laboratrio, de 1990 a 1991;

    Fase II Testes na Itlia feitos pela empresa AGIP, de 1993 a 1995;

    Fase III pr-subsea Testes feitos na Itlia pela Petrobras, de 1995 a

    1997;

    Fase atual Testes na Bacia de Campos, desde 1998.

    2.2.2 Funcionamento

    Segundo Melo (2008), o sistema VASPS constitudo de uma torre de

    aproximadamente 70 m de altura cuja estrutura interna contm um separador ciclnico

    dividido em trs estgios de separao e uma bomba centrifuga submarina (BCS).

    Este vaso de separao parcialmente enterrado em um poo falso e prximo base

    do riser de produo, integrando poos prximos atravs do uso de um manifold. A

    figura a seguir mostra o esquema do sistema.

    Figura 02 Diagrama esquemtico do sistema VASPS.

    Fonte: MELO, 2008.

  • 13

    O petrleo recuperado entra no anular onde enviado pelo condutor espiral

    para a parte inferior do separador, aumentando a separao atravs da fora

    centrfuga. O gs, separado do lquido, flui pelos furos na parede do tubo central do

    separador helicoidal. J o lquido, sem o gs, desce at o reservatrio do lquido. A

    partir da, ele entra no tubo de descarga de lquido e bombeado pela BCS at a

    superfcie pela linha de produo (flowline).

    2.3 Aplicao do VASPS no Campo de Marimb na Bacia de Campos

    2.3.1 Bacia de Campos

    Est localizada na poro marinha do estado do Rio de Janeiro, na Regio

    Sudeste, com aproximadamente 115.000 km de rea. A Bacia de Campos limita-se

    ao norte pelo Alto Vitria e ao sul pelo Alto de Cabo Frio, separando-a da Bacia do

    Esprito Santo e da Bacia de Santos respectivamente. Possui 39 campos petrolferos

    com 826 poos exploratrios, sendo 391 poos pioneiros, e produo diria de mais

    de um milho de barris (ANP, 2002).

    A Bacia de Campos teve sua formao durante a ruptura do Gondwana (incio

    do Cretceo Inferior). Dividida em duas partes pela falha de Campos, caracterizada

    por uma srie de domos salinos mais a leste e sedimentos pouco espessos do Perodo

    Tercirio que recobrem o embasamento em sua parte oeste, como podemos verificar

    na carta estratigrfica (figura 03) na pgina a seguir.

  • 14

    Figura 03 Carta estratigrfica da Bacia de Campos. Fonte: Winter, et. al., 2007.

    1) Rift: formada a partir de sedimentos lacustres do Cretceo Inferior,

    embasada por basaltos do Neocomiano. Um fato marcante a variao de

    ambientes de deposio influenciadas pela tectnica de rift, dentre elas

    leques aluviais e bancos carbonticos. Esta sequncia inclui folhelhos e

    carbonatos compostos, predominantemente, por moluscos bivalves

    formando uma espessa camada de conchas denominadas barra de

    coquinas. Devido porosidade e o fato de terem sido depositadas em um

    ambiente de alta hidrodinmica se constituem em reservatrios de petrleo.

    Nesta fase tambm encontrado o folhelho Juqui, a mais importante rocha

    geradora da bacia. (WINTER et al., 2007)

    2) Ps rift: ocorrido em um perodo de baixa atividade tectnica no Aptiano,

    representa o estgio inicial da fase drift da bacia. Em sua sequncia inferior

    composta, principalmente, por conglomerados, arenitos, margas e em sua

    sequncia superior constituda por halita e anidrita. (GUARDADO et al.,

    1989)

  • 15

    3) Drift: compreende carbonatos de gua rasa e margas base, depositados no

    Cretceo Superior ao Paleoceno, do topo ao fundo marinho formadas por

    folhelhos, margas e, sobretudo arenitos turbidticos que so os maiores

    produtores de petrleo da Bacia de Campos. Na sequncia uma deposio

    siliclstica progradacional caracteriza os sedimentos do Negeno.

    (GUARDADO et al., 1989)

    2.3.2 Campo de Marimb

    O Campo de Marimb descoberto em 1984 se compararmos com os campos

    pioneiros, tem seu reservatrio localizado em guas rasas entre 350 a 650 metros

    acima da camada de sal com volume recuperado de petrleo que pode chegar aos 25

    milhes de barris, petrleo com 29 graus API, um leo considerado leve, apesar de

    ser um campo novo e tem seus poos interligados plataforma P-08 e plataforma

    P-15, sendo a ltima interligada tambm com o Campo de Pirana (Petrobras, 2014).

    Com 18 poos produzindo cerca de 54 mil barris dia de leo e 745 mil m dia

    de gs o Campo de Marimb ocupava a ltima posio no ranking dos 20 maiores

    produtores de leo do Brasil em 2013 (Petrobras, 2014).

    2.3.3 Produo usando gas-lift

    Para que um petrleo produzido possa chegar a plataforma necessria uma

    determinada presso, que varia de acordo com as propriedades fsicas do petrleo,

    no reservatrio. Com o passar do tempo a presso natural do reservatrio diminui

    tornando-se necessrios mtodos auxiliares para elevar o petrleo produzido.

    Segundo Rizzo Filho (2011) o gas lift um mtodo muito utilizado em poos

    com vazo de entre 1 e 1700 m/d e consiste na injeo de gs natural na coluna de

    produo para diminuir a densidade do petrleo. A figura a seguir mostra um esquema

    simplificado da utilizao desse mtodo.

  • 16

    Figura 04 Esquema de utilizao do gas lift. FONTE: Conto, 2006.

    Segundo do Vale (2003) o poo MA-01 no Campo de Marimb injetava cerca

    de 100.000 m/d e produzia cerca de 750 m/d.

    O VASPS foi instalado a 395 metros de profundidade, 550 metros de distncia

    do poo MA-01 e 1050 metros de distncia do P-8, onde os fluxos de gs e leo so

    enviados.

    2.3.4 VASPS em operao

    Aps a instalao do VASPS foram feitos vrios testes para saber qual a melhor

    configurao para utilizao do equipamento: controlado por um operador ou se

    controlado automaticamente por um computador.

    O primeiro teste conduzido foi para avaliar a produo do MA-01 com e sem a

    assistncia do gas lift enquanto o VASPS operava. Os resultados mostraram apenas

    um pequeno aumento de produo usando o gas lift. Ento, a injeo de gas lift foi

    interrompido e o poo MA-01 continuou a produo apenas com VASPS em

    funcionamento (VALE, 2003).

    Aps a implantao do sistema, operando em modo automtico, houve uma

    produo de aproximadamente 1000 m dia sem a necessidade do sistema de gas lift,

    demonstrando assim um aumento de 250 m dia de fludo produzido (VALE, 2003).

  • 17

    3 ANLISE GRFICA DA PRODUO DO POO MA-01 ANTES E DEPOS DA

    INSTALAO DO VASPS

    Com base nos dados apresentados por Vale (2008) sobre o rendimento do

    VASPS no campo MA-01, pode-se determinar uma linearizao das curvas de

    produo leo, gs e gas lift. Desta forma possvel ter uma visualizao mais clara

    do aumento na produo do campo aps a implantao do equipamento e a reduo

    gradativa do gas lift.

    Os grficos apresentados a seguir, mostram a produo mdia do poo por

    nove meses antes da instalao do VASPS e pelos primeiros 5 meses em que o

    sistema ficou ativo, antes de ser temporariamente desativado por problemas tcnicos.

    A figura 05 apresenta o grfico com a produo aproximada do poo MA-01

    antes da implantao do equipamento.

    Pode-se notar a partir da equao da reta linearizada da produo do leo

    Y=-0,27X+34,8, que o poo est depletando, mesmo com a utilizao de um mtodo

    de elevao artificial como o gas lift a produo se demonstrou decrescente em

    contrapartida o grfico da injeo de gs mostrou-se crescente seguindo a equao

    Y= 80X+5000.

    Conclui-se que por mais que o gas lift seja um excelente mtodo de

    recuperao secundria, em algum momento no futuro sua utilizao ficar invivel

    devido baixa produo e aos altos custo com a injeo do gs, como mostra o grfico

    a seguir.

    Aps a implantao do VASPS nota-se o aumento de aproximadamente 33%

    na produo de leo e a reduo da utilizao do gas lift, como pode-se visualizar na

    figura 06.

    A tendncia da equao da reta do leo claramente crescente, deixando

    explicito a eficcia da implantao do VASPS, onde anteriormente tinha-se um poo

    com probabilidade de baixa viabilidade na sua operao, posteriormente notou-se no

    s um aumento significativo, como a reduo dos custos de injeo de gs.

  • Figura 05 Grfico da produo antes da implantao do VASPS.

    Fonte: adaptado de Vale, 2008.

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    Tempo (meses)FLUDO PRODUZIDO GS PRODUZIDO GAS LIFT INJETADO

  • Figura 06 Grfico da produo com o sistema VASPS em operao. Fonte: adaptado de Vale, 2008.

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    FLUDO PRODUZIDO GS PRODUZIDO GAS LIFT INJETADO

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  • Figura 07 Projeo da produo sem a instalao do VASPS. Fonte: Autoria Prpria.

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    do

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    du

    zid

    o (

    m/

    h)

    Tempo (meses)

    FLUDO PRODUZIDO GS PRODUZIDO GAS LIFT INJETADO

    20

  • 21

    4 CONSIDERAES FINAIS

    Este trabalho teve como principal intuito avaliar o funcionamento e a eficincia

    do Vertical Annular Separation and Pumping System (VASPS) utilizado na plataforma

    offshore MA-01 localizada no campo de Marimba que situa-se na Bacia de Campos.

    Constatou-se que desde 1967 at os dias de hoje, uma evoluo constante tem

    tomado conta do cenrio petrolfero mundial. Evoluo essa, demonstrada com

    aumento da extrao diria de leo e diminuio do seu custo.

    Durante o processo de desenvolvimento e instalao do VASPS, o uso do gs

    lift foi utilizado como uma tentativa auxiliar de melhora na recuperao do leo do

    campo de Marimb, como foi demonstrado por do Vale (2008) no artigo cientfico que

    norteou este trabalho.

    Realizaram-se grficos analticos das informaes obtidas antes e aps a

    implantao do VASPS, projees do possvel cenrio sem a implantao do

    equipamento e a comprovao da eficincia do mesmo.

    Portanto, verificou-se desta forma, que a utilizao do VASPS em plataformas

    off-shore localizada em campos maduros e com um elevado nvel de queda de

    produo uma excelente opo como forma de maximizar a recuperao e a

    separao primria do leo e minimizar os custos de operao.

  • 22

    REFERNCIAS

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