ANÁLISE DE CUSTOS

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ANLISE DE CUSTO

REDE DE ENSINO FTCFaculdade de Tecnologia e CinciasWilliam OliveiraPresidente

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MATERIAL DIDTICO Produo AcadmicaMarcelo NeryDiretor Acadmico

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Caroline Fernandes PastanaCoordenao de Curso

Autoria

Caroline Fernandes Pastana Rodolfo Bello Exler

Produo TcnicaJoo JacomelCoordenao

Mrcio Magno Ribeiro de MeloReviso de Texto Editorao Ilustraes

Anibal Soares Anibal Soares Imagens Corbis/Image100/Imagemsourcecopyright FTC EAD Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. proibida a reproduo total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorizao prvia, por escrito, da FTC EAD - Faculdade de Tecnologia e Cincias - Educao a Distncia.

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SumrioA ANLISE DE CUSTOS E O PROCESSO DECISRIO

O CUSTO, O VOLUME E OS LUCROS E A ANLISE INCREMENTAL..................................... 7

A ANLISE DE CUSTO E O CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIO ANLISE DE CUSTO-VOLUME-LUCRO ALAVANCAGEM OPERACIONAL . . .

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INTRODUO ANLISE INCREMENTAL OU DIFERENCIAL ..

FORMAO DE PREO DE VENDA...............................................................................................25 ASPECTOS QUALITATIVOS DA FORMAO DO PREO.........................................................................25 TCNICAS DE FORMAO DE PREO: ASPECTOS QUANTITATIVOS.................................................30 APLICAO DE MARK-UP NA FORMAO DE PREO..........................................................................35

CUSTOS PARA CONTROLE E PLANEJAMENTO

O CONTROLE E O PROCESSO DECISRIO..................................................................................41 INTRODUO AO CUSTO PADRO............................................................................................................41 ESTUDO DAS VARIAES NO CUSTO PADRO......................................................................................44 VARIAES DE MATERIAIS DIRETOS E DE MO DE OBRA DIRETA..................................................50 TPICOS DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)....................................................................53

GESTO ESTRATGICA DE CUSTO..............................................................................................63 FUNDAMENTOS DA GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS....................................................................63 CUSTEIO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO............................................................................................65 NOES DE CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE.......................................................................................68

GLOSSRIO...................................................................................................................................................73 REFERNCIA................................................................................................................................................74

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Apresentao da DisciplinaCaro(a) Aluno(a), Dando prosseguimento sua formao, como Bacharel em Administrao, apresentamo-lhes este material, que servir de suporte e guia para o acompanhamento da disciplina Anlise de Custos, uma matria de extrema relevncia no contexto econmico atual, que demanda informaes pertinentes e tempestivas buscando reduzir o grau de incerteza no processo decisrio e driblar a concorrncia. Este material foi elaborado especialmente para voc com muito carinho, buscando cuidadosamente incluir todos os fatos relevantes para o seu aperfeioamento prossional e acadmico. Aqui voc encontrar assuntos ligados anlise de tomada de decises de curto prazo, como: anlise de margem de contribuio e anlise incremental. Ainda aqui esto presentes aspectos conceituais, prticos e estratgicos relacionados formao de preos, alm de custos para controle e planejamento. Tudo isso preparado com uma linguagem de fcil entendimento, mostrando a ligao com a prtica, leituras complementares, indicaes de leituras na internet e muito mais. Portanto, aproveite o mximo esse material, que muito rico e fundamental para voc lograr xito nessa disciplina e colocar mais um tijolinho na construo do seu conhecimento. Assim, convidamos voc a partir de agora a explorar todo o material e fazer bastante proveito do mesmo.

Bons Estudos!!!

Prof. Ktia Silene L. de S. Albuquerque

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A ANLISE DE CUSTOS E O PROCESSO DECISRIOO CUSTO, O VOLUME E OS LUCROS E A ANLISE DIFERENCIALA ANLISE DE CUSTOS E O CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIO Antes de comearmos a falar em margem de contribuio propriamente dita, vamos relembrar aspectos do custeio varivel ou direto, que aprendemos na disciplina gesto de custos. O Sistema de custo direto ou varivel fundamenta-se na separao dos gastos variveis e gastos xos, isto , gastos que oscilam proporcionalmente ao volume da produo/venda e gastos que se mantm estveis perante volumes de produo/venda oscilantes dentro de certos limites. (CREPALDI, 2008). Assim, o custeio direto ou varivel considera como custos de produo do perodo todos os gastos variveis (custos + despesas variveis) e os gastos xos (custos + despesas xas) so tidos como despesas do perodo. Dessa forma, ca o custeio direto ou varivel representado assim:

Percebe que o conceito de margem de contribuio se origina do custeio direto ou varivel? Ento, como est representada a margem de contribuio?

MC = PV CV DV Onde: MC = Margem de Contribuio PV = Preo de Venda CV = Custos Variveis DV = Despesas Variveis

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Como sabemos que custos e despesas so gastos, podemos simplicar essa frmula para:

Anlise de Custo

MC = PV GV Onde: MC = Margem de Contribuio PV = Preo de Venda GV = Gastos Variveis

Antes de prosseguirmos vamos relembrar alguns conceitos bsicos, lendo o quadro que segue: RELEMBRANDO CONCEITOS. Custos e Despesas Variveis So os gastos que variam diretamente com a produo. Se aumenta a quantidade produzida, os gastos variveis totais aumentam (variam) Exemplos: mo de obra direta, matria-prima e comisso de vendas. Tm as seguintes caractersticas: So apropriados com preciso aos proutos; Estes gastos variam no total em proporo direta ao volume de atividades, porm do ponto de vista unitrio permanecem constantes, mesmo que o volume de produo varie. importante car atento a esse segundo item. Pois o conceito de gastos variveis est atrelado ao total produzido, pois o gasto varivel unitrio xo. Como assim? Vamos ver um exemplo? A Movelaria MveisBelos, para produzir uma cadeira utiliza 2 metros de madeira, e 1 metro dessa madeira custa R$ 5,00. Ento deseja-se saber qual o custo total e unitrio da matria prima para produzir 1, 10, 20 e 100 cadeiras. Vamos calcular?

O que percebemos a? 1 Que o custo da matria prima varivel, pois o mesmo varia com a quantidade produzida. Para 1 cadeira R$ 10,00 e para 100 cadeiras R$ 1.000,00. 2 Que o custo varivel unitrio fixo, pois para qualquer quantidade produzida ele R$ 10,00. Ok? Agora vamos aos gastos xos.

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Custos e Despesas Fixas So os gastos, que no seu total, no variam diretamente com a quantidade produzida. Exemplos: aluguel de fbrica, salrios de gerentes, depreciao, etc. Possuem as seguintes caractersticas: Estes gastos permanecem xos no total dentro de certo volume de produo, no entanto, variam unitariamente medida que o volume de produo varia. Ento podemos armar que o gasto xo, s xo em relao ao seu total, e que o gasto xo unitrio varivel. Vamos ver um exemplo para compreendermos melhor? A Movelaria MveisBelos, tem uma despesa mensal de depreciao com seus mveis e imveis no valor de R$ 1.000,00. Calcule o gasto de depreciao para cada produto se a produo for de 1, 10, 20 e 100 cadeiras. Vamos calcular? importante salientar que o custo de depreciao vai ser de R$ 1.000 no seu total, se houver produo ou no, portanto no total teremos que a depreciao vai ser sempre R$ 1.000, portanto um gasto xo.

O que percebemos a? 1 Que o custo da depreciao xo, pois o mesmo no varia no seu total com a quantidade produzida. Para 1 cadeira R$ 1.000,00 e para 100 cadeiras R$ 1.000,00. 2 Que o custo xo unitrio varivel, pois se aumentarmos a quantidade produzida, teremos um custo da depreciao menor e vice-versa. Como vimos, a margem de contribuio vem do custeio direto e um instrumento gerencial utilizado para a tomada de deciso de curto prazo, utilizada amplamente pelos gerentes das organizaes. Com ela podemos determinar o melhor produto a ser vendido, identicamos tambm o valor agregado na venda de cada produto e muito mais! Para que possamos perceber melhor sua importncia, vamos prtica! Analisaremos uma fbrica de impressoras que produziu nos trs ltimos meses, 100, 200 e 300 unidades. A fbrica vendeu toda a sua produo, pelo preo de R$ 300 cada. Seus custos e despesas so: Matria prima R$ 80 por unidade MOD R$ 20 por unidade Aluguel do escritrio da administrao R$ 4.000 Depreciao das mquinas da fbrica R$ 1.000 Imposto sobre venda 10% da venda Gostaramos que voc analisasse a planilha abaixo acrescida de mais uma informao: o lucro por produto.

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Anlise de Custo

Observaes: a) O valor do Imposto sobre venda foi identicado aplicando-se a alquota de 10% sobre o preo de venda b) A depreciao e o aluguel foram encontrados dividindo seus valores pela quantidade vendida em cada ms. Perceba que o produto o mesmo, contudo o lucro diferente a cada ms. Observando a planilha com cuidado, voc observar que os causadores da alterao do lucro so os custos e as despesas xas. Observe bem! O preo o mesmo. Os custos variveis unitrios tambm no mudam. Quem foram os culpados pela alterao? Isso mesmo! Os custos e despesas xos unitrios. por esse e outros motivos que na anlise de custos utilizamos a MARGEM DE CONTRIBUIO para a tomada de decises de curto prazo. Assim, a margem de contribuio encontrada deduzindo-se o preo dos custos e despesa variveis, ou seja, dos seus gastos variveis, conforme vimos anteriormente. Sendo assim, voltando ao nosso exemplo, a margem de contribuio em cada impressora R$ 170,00, assim calculado: A margem de contribuio a parcela que cada produto est gerando para ajudar a cobrir os custos xos, possuindo as seguintes caractersticas: - no apresenta variaes em funo da quantidade vendida - elimina o problema da alocao dos custos xos Uma das caractersticas da margem de contribuio que ela no apresenta variaes em funo da quantidade vendida. Para entendermos essa caracterstica voltaremos ao nosso exemplo da fbrica de impressoras.

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Se fosse perguntado ao administrador dessa empresa qual o lucro que ele tem em cada impressora vendida, com certeza seria uma pergunta difcil de responder, visto que em cada ms o produto tem um lucro diferente, devido s oscilaes dos custos xos (unitrios) em relao quantidade produzida, pois como pode ser visto os custos variveis (unitrios) permanecem inalterados. No entanto, se apurarmos a margem de contribuio desse produto, por ms, poderemos saber quanto que ele contribui para cobrir os custos xos, que so custos que vo existir, independente de haver produo ou no. Vamos ver?

Vimos ento que a margem de contribuio permanece inabalada independente da quantidade produzida ou vendida. Gerando segurana para o gestor no momento de tomar decises. Veremos mais adiante decises tomadas com base em margem de contribuio. Outra caracterstica importante da margem de contribuio que ela elimina o problema da alocao dos custos xos. Um dos maiores problemas da gesto de custos diz respeito ao controle e a distribuio dos custos indiretos. Uma das formas empregadas para facilitar o processo de tomada de decises empregando dados de custos consiste na no-realizao de rateios dos custos indiretos. Em processos de tomada de deciso, muitas vezes, os custos xos rateados de forma imprecisa levam a decises inadequadas, como o corte de produtos lucrativos ou mesmo a manuteno de produtos decitrios. ANLISE DE CUSTO-VOLUME-LUCRO Abordamos anteriormente, no Contedo 1, sobre a alterao que pode haver nos custos do produto em decorrncia da variao no volume produzido. E, consequentemente, se temos uma variao no custo do produto, o lucro tambm vai ser alterado, visto que o lucro a diferena entre preo e custo. Ento fcil de perceber que o custo, o volume e o lucro esto relacionados entre si.

Veremos agora um exemplo ilustrativo para vericarmos como o custo, o volume e o lucro se relacionam. A Sorveteria LambeLambe Ltda., empresa que comercializa sorvetes a quilo em um grande shopping da cidade, gostaria de analisar o comportamento de seus custos e lucros para diferentes volumes mensais de vendas, predeterminados em 1.000 e 2.000 kg. Sabe-se que o sorvete costuma ser comercializado a $ 16,00 por kg. Seguem dados mensais da empresa

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Anlise de Custo

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Concluses: Os gastos xos totais e variveis unitrios no se alteram; Os gastos xos unitrios so reduzidos; como conseqncia, o gasto unitrio total reduzido e o lucro unitrio aumenta de $ 1,00 para $ 3,50, um aumento de 250%. A anlise custo volume lucro utilizada, entre outras situaes para calcular o ponto de equilbrio, a margem de segurana e a alavancagem operacional. Veremos a partir de agora como se faz essas anlises. Ponto de Equilbrio e Margem de segurana. Jiambalvo (2002) arma que uma das principais utilizaes de Custo Volume Lucro (CVL) calcular o ponto de equilbrio. O ponto de equilbrio tambm chamado de Ponto de Ruptura, do ingls Break-Even Point, o nmero de unidades que precisam ser vendidas para uma empresa atingir o equilbrio, isto , no ter lucro nem prejuzo. Nesse ponto, a receita de vendas se iguala ao custo total, gerando assim um lucro igual a zero. Ento, o Ponto de Equilbrio representa uma medida de quantos produtos ou servios, NO MNIMO, devero ser comercializados para que a empresa no incorra em prejuzos. A gura a seguir apresenta a representao grca do ponto de equilbrio contbil.

Observe que a medida tradicional representada pelo PONTO DE EQUILBRIO CONTBIL, sendo que essa medida pode ser calculada permitindo a incluso de anlises baseadas no custo de oportunidade do capital prprio (PONTO DE EQUILBRIO ECONMICO), e na cobertura do desembolso nanceiro (PONTO DE EQUILBRIO FINANCEIRO). Veremos a partir de agora cada um deles. Ponto de equilbrio Contbil.

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Anlise de Custo

O ponto de equilbrio contbil a representao do volume (em unidades ou R$) de vendas necessrio para cobrir todos os custos e despesas, que gera um lucro zero ou nulo. Em outras palavras, podemos armar que uma empresa alcana o ponto de equilbrio contbil quando o total da margem de contribuio corresponde ao total dos custos e despesas xas. O ponto de equilbrio contbil faz com que as receitas totais se igualem aos gastos totais.

A determinao do Ponto de equilbrio contbil feita atravs das seguintes frmulas: 1) Frmula do ponto de equilbrio (Q) Encontra a quantidade de equilbrio

Onde: MCunitria = Margem de contribuio unitria = Preo de venda unitrio Gastos variveis unitrios. 2) Frmula do ponto de equilbrio ($) Encontra a receita total no ponto de equilbrio. Essa receita vai ser igual aos custos. PEC$ = PREO X PECQ Vamos agora resolver um exemplo prtico para xar o contedo. A Hamburgueria Bom Apetite produz e vende somente o cheeseburguer da casa, que vendido a um preo de R$ 2,00, incorrendo nos seguintes gastos: Gastos Mensais: Depreciao: 120,00 Salrio dos funcionrios: $ 500,00 Encargos : $ 240,00 Outros: $ 700,00 Gastos Variveis: Po: 0,15 Carne: 0,25 Molho e outros: 0,30 Vamos calcular o ponto de equilbrio contbil? Primeiro iremos identica a margem de contribuio unitria MCunitria = Preo Gastos variveis MCunitria = 2,00 0,70 MCunitria = 1,30 Agora que j temos a margem de contribuio unitria, vamos encontrar a quantidade de equilbrio, atravs do ponto de equilbrio contbil.

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PECQ = 1.200 unidades Encontramos aqui a quantidade do ponto de equilbrio, ou seja, a quantidade que vai fazer com que o lucro seja nulo ou zero. Agora vamos calcular o PEC$. PEC$ = 2,00 X 1.200 PEC$ = 2.400,00 Encontramos aqui o valor que nos d o valor da receita total no ponto de equilbrio. Como nesse ponto o lucro zero, portanto, logicamente os custos e despesas devem ter esse mesmo valor e se no tiver est errado. Ponto de Equilbrio Econmico (PEE) O ponto de equilbrio econmico aquele em que as receitas totais so iguais aos custos, despesas e o lucro desejado pela empresa. O conceito de ponto de equilbrio econmico apresenta a quantidade de vendas que a empresa deveria obter para cobrir a remunerao mnima do capital prprio nela investido. Desta forma, o lucro obtido deveria ser igual REMUNERAO DO CAPITAL PRPRIO (RCP), tambm denominada CUSTO DE OPORTUNIDADE DO CAPITAL PRPRIO. Ponto de equilbrio econmico o que se precisa vender no mnimo para pagar os gastos fixos e remunerar o capital. A determinao do Ponto de equilbrio contbil feita atravs das seguintes frmulas: 1) Frmula do ponto de equilbrio econmico (Q) Encontra a quantidade de equilbrio

Onde: RCP = Remunerao do Capital Prprio MCunitria = Margem de contribuio unitria = Preo de venda unitrio Gastos variveis unitrios 2) Frmula do ponto de equilbrio econmico ($) Encontra a receita total no ponto de equilbrio. Essa receita vai ser igual aos custos.

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PEE$ = PREO X PEEQ

Anlise de Custo

Vamos ver um exemplo prtico para xar o contedo?

A EAD SA apresenta gastos xos iguais a $60.000,00 por ms e sabe-se que os proprietrios da empresa, que investiram 1.500.000, esperam remunerao mensal de 10% do capital investido. Sabendo que pratica um preo igual a $60,00 e gastos variveis unitrios de $40,00, calcule o PEEQ e PEE$ da empresa. Resolvendo... Precisamos saber qual a Remunerao do Capital Prprio. Ento vamos l. RCP = 1.500.000 * 10% RCP = 150.000,00 Encontrada a remunerao do capital prprio, vamos agora encontrar o PEEQ.

PEEQ = 10.500

Encontramos o PEE em quantidades, agora vamos encontrar o PEE$. PEE$ = 60 X 10.500 PEE$ = 630.000 Pontos de Equilbrio Financeiro (PEF) O ponto de equilbrio nanceiro corresponde quantidade que iguala a receita com a soma dos gastos que representam desembolso nanceiro para a empresa. Portanto, no clculo do ponto de equilibro nanceiro, no devem ser considerados gastos relativos a depreciaes, amortizaes ou exaustes pois estes no representam desembolsos para a empresa. Qual o mnimo que a empresa precisa vender para pagar os seus gastos desembolsveis.

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A determinao do Ponto de equilbrio nanceiro feita atravs da seguinte frmula:

Onde: MCunitria = Margem de contribuio unitria = Preo de venda unitrio Gastos variveis unitrios Vamos resolver um exemplo para xar o contedo. Dos $60.000,00 referentes aos gastos xos mensais da EAD SA, $8.000,00 era a soma de Depreciaes e Amortizaes. Sabendo que pratica um preo igual a $60,00 e gastos variveis unitrios de $40,00, calcule o PEFQ e PEF$ da empresa. Vamos resolver? Veja como simples. Resolve da mesma forma dos outros, com a diferena que subtrai as depreciaes e amortizaes. Ento vamos l.

PEFQ = 2.600 Margem de segurana Para melhor compreender o conceito da Margem de segurana vamos comparar o ponto de equilbrio com um penhasco. Um empresrio com um negcio em sua fase inicial almeja alcanar o ponto de equilbrio, mas quando ele chega neste ponto seu objetivo super-lo por que ali uma zona de risco. Uma empresa no ponto de equilbrio se vender 1 (uma) unidade a mais passar a ter lucro, mas em compensao se vender (uma) unidade a menos ter prejuzo. Por isso, podemos comparar o Ponto de Equilbrio com um penhasco. Uma empresa, no ponto de equilbrio, uma empresa na ponta de um penhasco, ela no est segura, mas tambm no caiu no penhasco. Basta um passo em falso e ela poder cair no penhasco ou no prejuzo. Por outro lado quanto mais distante ela estiver do penhasco ou do ponto de equilbrio, mas segura ela estar. Imagine uma pessoa que est a uma distancia de 5 metros do penhasco e uma outra com uma distncia de 1 metro. Qual delas tem uma margem de segurana maior? A primeira pessoa est mais segura, pois est mais distante da zona de risco. Assim acontece com uma empresa. Quanto mais distante ela estiver do ponto de equilbrio, maior a sua margem de segurana e tambm maior a sua lucratividade.

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Anlise de Custo

Margem de segurana a diferena entre o nvel esperado de receita e a receita obtida no ponto de equilbrio. Por exemplo, o ponto de equilbrio em receita mensal para o modelo DX375 de R$ 293.600. Se a administrao espera ter uma receita de R$ 350.000, a margem de segurana de 56.400 (isto , 350.000 293.600). (JIAMBALVO, 2002, p. 82)

A margem de segurana pode ser apurada em unidades, em valor e em percentagem, conforme frmulas a seguir. Frmula da Margem de Segurana em Quantidade (MSQ) MSQ = Vendas Atuais em Quantidade Ponto de Equilbrio em Quantidade Frmula da Margem de Segurana em Unidades Monetrias (MS$) MS$ = MSQ x Preo de Venda Frmula da Margem de Segurana em Percentual (MS%) MS% = MSQ / Vendas Atuais em Quantidade Vamos calcular a margem de segurana da Hamburgueria Bom Apetite, exemplo dado em ponto de equilbrio contbil. Sabendo que as vendas do ms forma 2.500 unidades de hamburger, e temos que o PECQ, conforme exerccio resolvido foi de 1.200 unidades, calcularemos as trs margens de segurana. MSQ = 2.500 1.200 MSQ = 1.300 unidades A quantidade encontrada representa quantas unidades a empresa vendeu, aps o seu ponto de equilbrio. MS$ = 1.300 x $ 2,00 MS$ = $ 2.600 O valor encontrado representa a receita obtida pela venda da quantidade ultrapassada do ponto de equilbrio. MS% = 1.300 / 2.500 MS% = 52% O valor encontrado representa o percentual das vendas na margem de segurana. ALAVANCAGEM OPERACIONAL O conceito de Alavancagem Operacional oriundo do conceito de alavanca. Fisicamente a alavanca til para levantar um peso muito grande empregando uma fora pequena no lado menor de seu brao.

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A alavancagem operacional demonstra o impacto gerado pela variao no volume de vendas sobre o lucro operacional. A idia que com um pequeno esforo aplicado o aumento das vendas possa gerar um crescimento maior no lucro operacional da empresa. Ento se voc tem uma variao no volume de vendas, essa variao vai causar uma variao tambn no lucro operacional. A nos perguntamos: Qual o impacto gerado? A alavancagem operacional vai demonstr-lo atravs da seguinte frmula:

A existncia da alavancagem operacional est atrelada diluio dos custos xos por um volume de vendas maior, j que o aumento das receitas no implicar aumento dos custos xos. Enquanto maiores forem os custos fixos, maior ser a alavancagem operacional. Uma variao nas vendas de 1% levar a uma variao superior a 1% nos

ANALISANDO O GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL

Se o GAO for igual a 1,0 = a alavancagem operacional ser considerada nula Se o GAO for maior que 1,0 = a alavancagem operacional ser considerada favorvel Se o GAO for menor que 1,0 = a alavancagem operacional ser considerada desfavorvel

O exemplo a seguir mostra na prtica como isso acontece. Vamos considerar que ocorreu uma variao nas vendas da fbrica de confeces Tiras e Retalhos Ltda como apresenta a planilha abaixo:

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A seguir esto apresentadas a Demonstrao do Resultado anterior e a atual para que possamos identicar a variao do resultado operacional.

Anlise de Custo

Aps identicar o lucro operacional ocorrido nos dois cenrios, possvel encontrar a alavancagem operacional da empresa Calculando a variao % do volume Total das vendas anterior = 250 unidades Total das vendas atual = 275 unidades Diferena das vendas = 275 unidades 250 unidades = 25 unidades Assim cou fcil encontrar a variao % do volume 25 unidades = x 100 = 0,10 = 10% 250 unidades Calculando a variao % do Lucro Operacional Total do Lucro Operacional anterior = R$ 625,00 Total do Lucro Operacional = R$ 1.037,50 Diferena do lucro operacional = R$ 1.037,50 R$ 625,00 = R$ 412,50 R$ 412,50 = 0,66 x 100 = 66% R$ 625 Calculando a alavancagem operacional Agora que j temos as variaes no volume de vendas e no lucro operacional, podemos encontrar a alavancagem operacional. Vamos ao clculo?

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INTRODUO ANLISE INCREMENTAL OU DIFERENCIAL Decidir um processo comum na vida das pessoas e das empresas. As decises tm o poder de mudar o curso da vida. Por isso, importante que antes de decidir analisemos muito bem as diversas alternativas. Um fator vital colher e fundamentar-se de informaes especcas sobre o problema ou oportunidade, pois o resultado econmico e nanceiro diretamente inuenciado pelas decises de seus gestores. Jiambalvo (2002, p. 141) diz que [...] muitas vezes, os gestores no possuem o conhecimento das informaes necessrias para as suas decises e cam limitados a relatrios gerenciais inadequados, que no transmitem as informaes apropriadas para o tipo de deciso a ser tomada. Acrescenta ainda que antes de tomar uma deciso, os gerentes precisam ter um entendimento profundo das informaes de custos que so relevantes. A Anlise de custos desenvolveu conceitos e instrumentos especcos para a tomada de deciso. Dentre deles destaca-se um conceito muito til para decises gerenciais: a anlise diferencial, que tambm chamada de anlise incremental.Essencialmente, a anlise incremental envolve o clculo da diferena em receita e da diferena em custo entre alternativas de deciso. A diferena em receita a receita incremental de uma alternativa em relao outra, enquanto que a diferena de custo o custo incremental de uma alternativa em relao outra. (JIAMBALVO, 2002, p. 6).

A gura a seguir contribui para o entendimento do conceito apresentado: Assim, o lucro incremental encontrado com a obteno da diferena entre o custo incremental e a receita incremental. E como fazemos a anlise incremental? Fcil!! Se a receita incremental de uma alternativa for maior que o seu custo incremental, isso signica que a alternativa vlida. Para facilitar o entendimento, veremos um exemplo simplicado com o comparativo entre duas alternativas de deciso.

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Anlise de Custo

Percebe que a alternativa dois a melhor opo, visto que gera receita incremental maior que o custo incremental, isso signica que ao escolher a alternativa dois em detrimento da um, teremos um lucro incremental e essa deve ser a alternativa a ser escolhida. Parece simples fazer a anlise incremental, porm a sua implementao pode ser uma tarefa rdua. Assim, no AVA ser mostrado na prtica como tomar as seguintes decises com base na anlise incremental. Deciso De Processamento Adicional Deciso de produzir ou comprar Aceitar um pedido adicional Abandono de uma linha de produo No momento da deciso importante separar os custos que realmente so relevantes. Elencar custos irrelevantes tende a decises erradas. Garrison e Noreen acrescentam:Somente os custos e os benefcios que se comportam de modo diferente nas alternativas interessam deciso. Se o custo permanecer o mesmo, independentemente da alternativa escolhida, a escolha no tem qualquer efeito sobre os custos e ele pode ser ignorado. (GARRISON e NOREEN, 2001, p. 432)

Para melhor anlise dos custos relevantes, a empresa deve realizar estimativas de custos diferenciais atravs de demonstraes que apresentaro qual das alternativas vai gerar resultado mais benco para a empresa. A partir do confronto entre as receitas incrementais e os custos incrementais de diversas alternativas que a empresa obter as respostas que inuenciaro suas decises. importante separar os custos relevantes para evitar que a ateno seja desviada. Garrison e Noreen (2001) comentam:[...] misturar custos relevantes e custos irrelevantes pode causar confuso e desviar a ateno dos assuntos realmente crticos. Alm disso, sempre existe o perigo da utilizao imprpria de um dado irrelevante, propiciando uma deciso incorreta. O melhor caminho ignorar os dados irrelevantes e basear a deciso inteiramente nos dados relevantes. (GARRISON e NOREEN, 2001, p. 435)

O quadro a seguir traz uma compilao de CORREA (2003) sobre os custos relevantes sob a tica de diversos estudiosos

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Anlise de Custo

Vimos aqui nesse material os aspectos tericos de anlise diferencial, no AVA trataremos de forma prtica esse assunto,apresentando situaes de deciso com a utilizao da anlise incremental. O que estamos esperando vamos para o AVA j.

Complementares

Atividades

1.

Discorra com suas palavras 2(duas) vantagens geradas pelo uso da Margem de contribuio. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

2.

O que so custos e receitas diferenciais?

____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

3.

Identique qual dos custos abaixo geralmente so custos diferenciais. Justique sua resposta. a. Custos xos b. Custos variveis c. Aluguel d. Custos irrecuperveis ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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FORMAO DE PREO DE VENDAASPECTOS QUALITATIVOS DA FORMAO DO PREO Caro aluno, iniciaremos o nosso segundo tema falando de formao de preos, um assunto bastante relevante para o sucesso das atividades empresariais e que a Anlise de Custos poder servir de subsdio para o auxlio para o seu desenvolvimento. Ento vamos comear. Para que uma organizao seja bem sucedida primordial bastante ateno com a formao do preo de venda, dada a sua importncia no contexto empresarial. preciso ter cuidado na denio e na determinao do preo dos produtos e servios ofertados ao mercado, para que no haja equvocos, pois o preo de um bem ou servio denido abaixo dos custos, despesas e tributos proporcionar prejuzos empresa. Um preo denido com um valor maior do que aquele que o consumidor esteja disposto a pagar por determinado bem ou servio tambm poder contribuir para que a empresa venha a ter prejuzos. Precisamos saber antes de tudo o que um preo. Poderamos dizer que o mesmo representa a expresso monetria do valor de um bem ou servio negociado no mercado. Por isso antes de prosseguir vamos ver algumas denies de preos feitas por alguns estudiosos do assunto: Preo contrapartida cobrada dos consumidores por aquilo que a empresa lhes oferece (URDAN; URDAN, 2006); a quantidade de dinheiro a ser cobrado em troca de um produto ou servio (KOTLER; ARMSTRONG, 1993); o item de maior importncia no mix de marketing, quanto produo de efeitos na lucratividade das companhias (FELDMAN, 2002); Dene as condies bsicas pelas quais o vendedor e o comprador esto dispostos a realizar a troca (ROCHA; CHRISTENSEN, 1999); Portanto, poderamos armar que sob a tica do vendedor, o preo a recompensa recebida por um produto ou servio que disponibilizado no mercado, j sob a perspectiva do comprador, o preo aquele valor monetrio que o mesmo est disposto a pagar pelo bem ou servio ofertado no mercado. O interesse aqui na determinao do preo, ento deve-se considerar os dois lados interessados, tanto o comprador, quanto o vendedor. O preo deve cobrir todos os custos e despesas que a empresa teve com determinado produto e ainda proporcionar o retorno desejado (lucro), mas tambm deve atender as expectativas de dispndio que o comprador pretende ter para obter este produto. Utilizando conceitos econmicos, em alguns momentos, os preos so formados considerando a lei da oferta e da procura. Porm no se deve esquecer dois aspectos que so preponderantes e anteriores anlise e discusso sobre os preos: custos e valores. (BRUNI, 2006, P. 31). Este mesmo autor arma que antes de pensar sobre o preo que ir formar e praticar a empresa deve denir o que vai ofertar, em quais gastos incorrer e como ser a percepo de valor pelo mercado.

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Produto em escassez, com custos otimizados e valores agregados certamente daria a empresa uma lucratividade maior.

Anlise de CustoAssim, a formao do preo de venda pode ter duas direes: a partir dos gastos incorridos; e a partir do valor percebido pelo mercado. Esses dois processos interagem entre si, vamos ver como? Utilizando unicamente os gastos incorridos para formar o preo, a empresa incluiria todos os gastos incorridos para a obteno do bem ou servio, e acrescentando uma margem de lucro, teria assim o seu preo de venda. Exemplicando, assim teramos: A Indstria Enxovais & Cia para produzir e colocar no mercado os cobertores aconchegantes incorre nos seguintes dispndios para produzir uma unidade de cobertor:

A Enxovais & Cia pretende obter um lucro de 20% sobre os seus dispndios, ento o preo de venda do cobertor dever ser de R$ 36,00 ($ 30,00 + 20%). E se depois de ter incorrido nestes gastos e colocado o produto venda, o mercado no percebesse valor suciente no produto para que os consumidores estivessem dispostos a pagar os R$ 36,00 pelo mesmo. Por isso, antes de comear a produzir bom caminhar por outra direo, isto , saber qual o valor percebido pelo mercado para aquele produto, qual o seu nvel de aceitao e quanto os consumidores esto dispostos a pagar pelo mesmo. Assim, pode ser feita uma reengenharia nos custos de modo a propiciar a sua reduo, sem interferir na qualidade do produto para que se possa oferecer ao mercado um produto de qualidade, ao preo que o consumidor esteja disposto a pagar e obtendo o retorno desejado pelo vendedor. Percebe que na formao de preos necessrio observar tanto aspectos quantitativos (gastos), quanto qualitativos (valor percebido)? No se preocupe agora com os aspectos quantitativos, pois iremos tratar do mesmo no prximo contedo deste material e complementarmente no AVA. Diante do exposto extramos o seguinte: a) A formao de preos comumente baseada nos custos, no consumidor ou na concorrncia, ou na juno de ambos; b) Os componentes dos preos so: lucros, impostos, despesas e custos, pois a soma dos mesmos vai resultar no preo do produto; e c) A formao de preos est alicerada no trip: preos, custos e valores percebidos. A gura a seguir mostra a relao entre custo, preo e valor:

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A diferena entre o custo e o preo representa o resultado nanceiro obtido, portanto para que um produto seja lucrativo o ideal que o preo do mesmo seja superior aos gastos incorridos. Sendo que esse produto deve oferecer benefcios extras aos consumidores, de modo que o valor do produto percebido pelo cliente seja superior ao seu preo de venda. Vimos ento que custo e preo so atributivos tangveis, palpveis, enquanto valor algo abstrato, aquilo que faz com que a aquisio de determinado bem ou servio cause nas pessoas uma sensao de prazer e felicidade. Ento podemos dizer que uma agncia de viagens no vende passagens e estadias de hotel para Veneza, e sim, vende o sonho e o prazer da pessoa estar em Veneza. Como tambm no se compra um ingresso para ver a partida de futebol para ver o nosso jogar na deciso do campeonato, mas sim, a esperana e a felicidade de vermos o nosso time sagrando-se campeo. O valor associado a um produto um atributo que pode contribuir para que este tenha um preo mais elevado, pois o valor o que determina o quanto o cliente est disposto a pagar pelo produto.

PARA REFLETIR... Preos baixos podem ocasionar elevao e vendas e a no capacidade da manuteno de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega. Preos elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produo e de pessoal. Qual o preo praticar? Baixos ou elevados?

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Mtodos Genricos de Formao de Preos Os mtodos de formao de preos podem tomar por base os custos, o consumidor, e a concorrncia.

Anlise de Custo

a) Denio de preos baseados em custos Esse o modelo mais utilizado, e por esse critrio, as empresas apuram todos os custos que incorreram no bem ou servio, adiciona uma margem de lucro e obtm com essa soma o preo de venda, conforme exemplo visto anteriormente. Cabe ressaltar que os custos por si s no devem inuenciar o preo, mas exerce um papel relevante na formulao de uma estratgia de precicao, dessa forma importante que sejam levadas em considerao outras variveis, como: demanda e nveis de concorrncia. Como desvantagem ao modelos de preo baseado em custo, temos: O preo dependente da quantidade da produo, em razo dos custos xos. Isso signica que quanto maior a produo, menor ser o custo xo por unidade produzida; O caminho percorrido para a determinao do preo baseado em custo, um caminho de dentro da empresa para fora LEITURA COMPLEMENTAR Quando do lanamento das loes com protetor solar, na Inglaterra, um qumico, que trabalhava na rea de cosmticos, descobriu que o preo desses protetores lanados era muito grande, comparado ao custo e, aliado a investidores, lanou uma loo, segundo ele, com a mesma qualidade, mas muito mais barata. Foi um fracasso! Pesquisa feita aps esse lanamento descobriu o seguinte: as pessoas que compravam loo com protetor solar eram normalmente as que viajavam para o exterior, com bom nvel econmico. Na prateleira da farmcia ou do supermercado, frente aos dois produtos, o consumidor preferia o mais caro, pois no acreditava que um produto com o preo do mais barato poderia proteger sua pele. Ou seja, o valor para o consumidor para a proteo da sua pele era maior do que o preo do produto muito mais barato. O consumidor denitivamente no acreditou que algo naquele valor poderia proteger a sua pele ou, no mnimo, que sua pele merece algo melhor. Este um caso onde o custo, de dentro da empresa para fora, desvaloriza o produto, no captura o valor disponvel no mercado! Fonte: http://www.merkatus.com.br/11_artigos/PRE%C7OComoResolver.htm

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b) Denio de preos baseados no consumidor Por esse critrio, os preos so denidos de acordo com a percepo que os consumidores tm do valor do produto. vericado qual o preo mximo que o cliente estar disposto a pagar pelo bem ou servio, e ento a empresa monta a sua estratgia de custos com o objetivo de atingir no mximo o preo estipulado. Em alguns casos pode cobrar um preo um pouco menor para que o cliente obtenha uma vantagem comparativa. O preo que os consumidores esto dispostos a pagar pelo produto revelado atravs de pesquisas de mercado. Um exemplo deste modelo que um mesmo consumidor aceita pagar R$ 1,00 em um copo de gua mineral em um bar e R$ 3,00 pela mesma gua em um restaurante de luxo. Outro exemplo a formao de preos dos supermercados nos grandes centros. O mesmo produto mais caro nos bairros nobres do que nos bairros mais populares, isso se acontece devido ao poder aquisitivo dos moradores de tais bairros, repercutindo em uma maior sensibilidade ou no ao preo. c) Denio de preos baseados nos concorrentes Com a abertura comercial e a presena da internet na comercializao de bens e servios, houve um aumento signicativo na oferta de produtos no mercado, contribuindo dessa forma para um ambiente empresarial bastante competitivo e com muita concorrncia entre os bens e servios oferecidos aos consumidores. De acordo com esse modelo, a concorrncia que determina os preos a praticar. Porque se determinada empresa, em situao de igualdade, xar um preo de venda maior que aquele cobrado pela concorrncia, provavelmente ter os seus produtos sem mercado consumidor. De acordo com esses critrios, os preos podem ser: a) De oferta: quando a empresa cobra mais ou menos que seus concorrentes; e b) De proposta: quando a empresa determina seu preo segundo seu julgamento sobre como os concorrentes iro xar seus preos. Concorrncia derruba preo das passagens Nos prximos meses, as passagens de nibus interestaduais devero baixar em todo o pas. A concorrncia com as companhias areas, que esto travando uma verdadeira guerra pelo consumidor com a oferta de preos promocionais, e o decreto 2125 do Ministrio dos Transportes, que mudar as regras para o clculo das tarifas dos nibus de forma a baixar o preo, so as principais causas das mudanas no mercado das viagens de nibus. A concorrncia nas estradas j comeou. Algumas empresas rodovirias j esto se antecipando norma e comeam a oferecer promoes, como descontos para pessoas com mais de 65 anos, pacotes com passagens de ida e volta e parcelamento dos bilhetes. O objetivo principal evitar uma fuga em massa da clientela para o transporte areo. Fonte: http://www.dpnet.com.br/anteriores/1998/04/18/econo5_0.html

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TCNICAS DE FORMAO DE PREO: ASPECTOS QUANTITATIVOS At aqui vimos aspectos tericos e iniciais relacionados formao de preos. Agora veremos uma abordagem quantitativa da formao de preos. Portanto o nosso objetivo : a) apresentar as diferentes perspectivas quanto utilizao dos custos na formao de preos; e b) abordar a construo e aplicao de Mark-ups na formao de preos. Antes de comearmos a ver as tcnicas de formao de preos importante expor sucintamente os componentes dos preos, conforme ilustra a gura a seguir:

Anlise de Custo

O preo pode ser apresentado em funo de seus quatro componentes caracterizados na gura anterior: os custos (que correspondem aos gastos produtivos ou incorporados no produto), as despesas (que correspondem aos gastos no incorporados ao estoque dos produtos, representando gastos comerciais ou de vendas, administrativos ou nanceiros), os impostos (diversos so os tributos incidentes sobre o preo, como o Impostos sobre o Produto Industrializado IPI - , o Imposto sobre circulao de Mercadorias e Servios ICMS , o Programa de Integrao Social PIS , e a Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social COFINS) e o lucro (que representa a remunerao do empresrio).FONTE: BRUNI, 2006, P. 234

Vamos agora aprender as tcnicas de formao de preos?

Empregos dos Custos na Formao de Preos

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Embora a xao dos preos de venda dos produtos seja uma tarefa complexa, que leva em considerao fatores como as caractersticas da demanda do produto, a existncia ou no de concorrentes, haver ou no acordo entre os produtores, sem dvida o CUSTO de fabricao dos produtos uma varivel que desempenha um papel importante, principalmente pelo fato de que, a no ser em circunstncias muito especiais, a empresa no pode vender por um preo abaixo do custo. (CREPALDI, 2008, P. 337)

Por isso, importante considerar os custos na denio dos preos de venda, sendo que os principais mtodos aplicveis no processo de formao de preos com base nos custos costumam empregar os seguintes fatores: custo pleno; custo de transformao; custo marginal; e a taxa de retorno exigida sobre o capital investido. Preos com base no custo pleno (custeio por absoro) A caracterstica principal deste mtodo que os preos so xados com base nos gastos totais de produo (custos plenos ou integrais), determinado pelo custeio por absoro. Ou seja, os preos de venda so iguais ao custo total da produo mais um acrscimo porcentual para cobrir as despesas operacionais e proporcionar uma margem de lucro desejada. (CREPALDI, 2008) Assim, os custos totais de produo, acrescidos das despesas operacionais e da margem de lucro desejada forma o preo de venda, de acordo com esse mtodo, conforme pode ser sintetizado na seguinte frmula:

Preo = CP + Mg.Lucro Onde: CP = Custos plenos ou custos integrais; Mg.Lucro = Margem de lucro desejada.

Vamos resolver um caso prtico para xar o contedo. A Cia. Tudo Macio fabrica e comercializa almofadas artesanais. Sabe-se que os custos para produzir cada almofada so:

Sabendo que as despesas operacionais representam 35% dos custos da Cia. Tudo Macio e que ela deseja obter um lucro antes dos impostos de 40%, determine o preo de venda com base no custo pleno. Obtendo o preo de venda:

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Anlise de Custo

Preos com base no custo de transformao. Esse mtodo utiliza para a formao do preo apenas os custos de transformao, assim no consideram o custo dos materiais diretos. A justicativa dos proponentes deste mtodo que os custos de transformao representam um esforo produtivo mais intenso da empresa, visto que esses so os maiores custos dos produtos atualmente. Na formao dos preos com base neste mtodo, a margem de lucro calculada sobre os custos de transformao. Tomando por base, o caso resolvido anteriormente, qual seria o preo de venda calculado com base no custo de transformao? Veremos...

Preos com base no custo marginal.

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Similar ao custeio direto (custeio varivel), apenas os custos incrementais so considerados na formao de preos. Neste mtodo, a margem de lucro calculada sobre a soma dos custos com as despesas variveis e no sobre a soma do total de custos com o total de despesas, como ocorre com o custo pleno (CREPALDI, 2008, P. 352) Vamos resolver um caso para compreendermos melhor o assunto. A Cia. Tudo Macio produz almofadas artesanais. No ltimo ano, produziu 1.000 unidades com os seguintes gastos:

Sabendo que a Companhia tem uma capacidade produtiva de 2.500 unidades, e que a mesma pratica no mercado interno um preo de venda de R$ 25,00, est analisando uma proposta de uma empresa no exterior que deseja comprar 500 almofadas por R$ 11,00 cada uma. Pergunta-se: Se voc fosse formar o preo baseado no custeio varivel para pedidos adicionais, a partir de que valor a companhia no ter prejuzo, para aceitar pedidos adicionais, com a estrutura de gastos atuais? A Cia Tudo Macio pode aceitar esta proposta e o preo oferecido por unidade trar benefcios para a empresa? Justique. Respondendo: Para responder o item a devemos saber quais so os custos e despesas variveis por unidade de produto, conforme apresentados a seguir:

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Ento respondendo o item a: Para que a empresa no venha a incorrer em prejuzos em caso de aceitar pedidos adicionais, o novo preo de venda dever ser pelo menos igual aos seus custos e despesas variveis, conforme voc viu anteriormente, Anlise quando tratamos de margem de contribuio. E para ter lucro qualquer valor de Custo acima dos gastos variveis. Portanto, nesse caso, ao praticar um preo de venda no valor de R$ 8,05, a Cia. Tudo Macio no incorrer em prejuzo, e qualquer preo superior a R$ 8,05 resultar em incremento de lucro para a mesma. Para responder o item b, precisamos fazer duas anlises: Primeiro, a empresa tem capacidade produtiva ociosa para aceitar o pedido extra? Veremos... Voltando ao enunciado da questo vimos que a empresa possui uma capacidade produtiva de 2.500 unidades e produziu 1.000 unidades, portanto tem uma capacidade ociosa de 1.500 unidades. Como o pedido de 500 unidades, ela pode aceitar. Segundo, vericaremos se o preo da proposta trar benefcios empresa. Como vimos na resposta do item a, qualquer valor superior a R$ 8,05 proporcionar incremento de lucro e a proposta de preo da importadora foi de R$ 11,00, portanto um valor superior em R$ 2,95 aos gastos variveis. Isso signica que para cada unidade vendida a Cia. Tudo Macio ter um incremento no lucro de R$ 2,95, e como sero negociadas 500 unidades o benefcio nanceiro do negcio R$ 1.475,00 (R$ 2,95 X 500 unidades) Obs.: Idntica anlise da margem de contribuio unitria (MCun = 11,00 8,05 = 2,95), se positiva e existe ociosidade, a proposta deve ser aceita.

Preos com base na taxa de retorno exigida sobre o capital investido Trata-se de uma variante do mtodo com base no custo pleno, no qual em vez de se xar uma margem de lucro sobre as vendas, esta margem determinada como porcentagem do capital empregado pela empresa. (CREPALDI, 2008, p. 353) Uma peculiaridade deste mtodo que ele permite estimar o preo com base em uma taxa de lucro predeterminada sobre o capital investido. Frmulas diversas poderiam ser utilizadas para calcular o preo de venda. Segue uma das mais simples: Preo = (CT + (R% x CI)) / V Onde: CT = Custos plenos ou custos integrais; R% = Lucro percentual desejado sobre o capital investido; CI = Capital investido; V = Volume de vendas.

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Vamos agora resolver um caso para xar o contedo apresentado: Para abrir uma pequena padaria, o Sr. Joaquim necessita investir $ 50.000,00 em mquinas, equipamentos, aquisio e reforma de imvel e capital de giro. Estimativas indicam que o capital investido no negcio deveria apresentar uma taxa de retorno anual igual a, no mnimo, 20%. Os custos anuais da empresa esto apresentados na tabela a seguir. Sabendo que a empresa dever fabricar e vender cerca de 800.000 pezinhos de 50g por ano. Estime o preo mnimo a ser cobrado por pozinho, de forma que o negcio seja lucrativo.

Para responder essa questo necessrio identicar os componentes da frmula e aplicar. No fcil? Ento vamos l! Preo = (CT + (R% x CI)) / V CT = R$ 70.000,00 R% = 20% CI = R$ 50.000,00 V = 800.000 Unidades Agora s aplicar a frmula: Resposta: Preo = (70.000 + (20% x 50.000))/ 800.000 $ 0,10

APLICAO DE MARK-UP NA FORMAO DE PREO O Mark-up ou taxa de marcao como tambm conhecido, um multiplicador aplicado sobre os gastos de um bem ou servio para a formao do preo de venda. A taxa de marcao pode ser empregada de diferentes formas: Sobre o custo varivel ou direto; Sobre os gastos variveis; e Sobre os gastos integrais. MARK-UP = TAXA DE MARCAO Esse multiplicador obtido atravs de uma frmula que considera os quatro componentes do preo vistos no incio do Contedo 2 deste Tema, que so: custos, despesas, impostos e lucros. um ndice muito utilizado para precicao, sendo mais comum a sua utilizao em operaes comerciais.

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Anlise de Custo

O processo envolvido na aplicao das taxas de marcao inicia-se com a denio de uma base que ser empregada na formao dos preos. Esta base costuma ser representada pelos custos diretos. Os outros componentes do preo, como os custos indiretos, as despesas e os imposto e lucros so incorporados na taxa de marcao. (BRUNI, 2006)

A Figura a seguir apresenta a composio do Mark-up.

Como pode ser visto, a taxa de marcao um multiplicador aplicado a uma base, que neste caso so os custos diretos, que possibilita a obteno do preo de venda. Caso a base fosse composta pelos custos totais (Custos diretos e indiretos), na taxa de marcao s estariam inseridos o lucro, os impostos e as despesas, conforme mostra a gura a seguir:

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Os componentes que no estiverem inseridos na base devem ser apresentados na forma de percentuais sobre os preos.

Portanto, podemos encontrar o preo utilizando a seguinte frmula:

Sendo a composio da soma demonstrada na gura a seguir:

Portanto, caso queira calcular apenas a taxa de marcao ou Mark-up s utilizar a parte azul da frmula:

Para xar o preo com base no mark-up s multiplicar a taxa encontrada pela base, ou seja utilizar a frmula completa. Calculando o Mark-up e o preo de venda.

Veremos agora um exemplo resolvido de clculo do Mark-up: Um loja de perfumes deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%, comisso igual a 2%, despesas iguais a 25% e margem de lucro igual a 15%. Qual o valor da taxa de marcao que ela deve usar?

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Vamos encontrar a resposta? Primeiro, vamos encontrar as somas dos percentuais do impostos, lucros e despesas. Soma % = 18% + 2% + 25% + 15% Anlise Soma % = 60% de Custo Agora aplicaremos a parte da frmula do Mark-Up = 1 / (1 Soma %). Ento teremos: Mark-Up = 1/(1-60%) Mark-Up = 2,50 Continuao do exemplo Se os custos diretos para a fabricao de determinado produto somam R$ 20,00, aplicando essa taxa de macaco, qual ser o preo de venda do mesmo? Preo = Base x Mark-up Preo = R$ 20,00 x 2,50 Preo = R$ 50,00 Viu como fcil a aplicao do mark-up para calcular preo? Mark-up sobre o custo varivel ou direto. Esta a base mais comumente utilizada, onde o Mark-up tem a nalidade de cobrir contas no consideradas no custo: impostos sobre vendas; taxas variveis sobre vendas; despesas administrativas xas; despesas de vendas xas; custos indiretos xos; e o lucro desejado pela empresa. Preo = Custo Varivel x Mark-up O exemplo resolvido a seguir lhe ajudar a xar o contedo: A Faz Perfumes Cheirosos Ltda costuma comprar e revender essncias para fabricar perfumes. Sabendo-se que a empresa desejaria obter um lucro igual a 20% do preo de venda, qual seria o preo praticado?

Para obter a resposta do preo praticado s substituir os valores na frmula apresentada anteriormente. Assim teremos:

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Complementares

Atividades

1.

Faa uma anlise crtica dos mtodos genricos de formao de preos.

____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

2.

A mineradora Tquet S/a, que extrai e comercializa pedras brutas e lapidadas de diamante, pensa em formar preos com base nos custos plenos. Sabendo que so vendidos 8.000kg de diamantes brutos e 6.500kg de diamantes lapidados ao ano e que a empresa pensa em obter um lucro anual de R$ 750.000,00 (R$ 400.000 para pedras lapidadas e R$ 300.000 para pedras brutas), qual deveria ser o preo praticado pela empresa? Considere-a isenta de impostos. Seguem dados nanceiros:

____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

3.

Determinada empresa gostaria de vender seus produtos com uma margem de lucro igual a 10%. Sabe-se que o custo varivel da empresa igual a R$ 540,00 por unidade. As demais taxas associadas ao preo so iguais a 40%, incluindo custos xos, demais despesas e impostos. Pede-se calcular: (a) O mark-up correspondente (b) O preo que deveria ser praticado. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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Anlise de Custo

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CUSTOS PARA CONTROLE E PLANEJAMENTOO CONTROLE E O PROCESSO DECISRIOINTRODUO AO CUSTO PADRO: UMA INTRODUO Se pararmos para pensar, iremos perceber que na maioria dos eventos nos deparamos com situaes que envolvam padres. E os padres podem vir na forma de metas de desempenho. Como exemplo pode ser citado o padro de desempenho estabelecido em sala de aula, que geralmente mede o desempenho do aluno atravs da notas. Do mesmo modo as empresas tambm estabelecem padres para avaliar o desempenho dos seus gerentes no que diz respeito a planos e objetivos, como meta de vendas, meta de eliminao de desperdcio, meta de crescimento, entre outras metas que cada responsvel dever tentar perseguir. Neste contexto o custo padro assume uma posio relevante na busca de analisar as variaes ocorridos entre o que foi denido como padro para a empresa e o que foi realizado efetivamente na prtica. E o que vem a ser custo padro? Veremos a seguir alguns conceitos elaborados por estudiosos do assunto que nos ajudar a entender melhor. qu aj CONCEITOS DE CUSTO PADRO O custo padro um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricao, levando-se em considerao as caractersticas tecnolgicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preos dos insumos necessrios para a produo e o respectivo volume desta. (CREPALDI, 2008) O termo custo padro refere-se ao custo que a administrao acredita que se deva incorrer para fabricar um produto ou prestar um servio, em determinadas condies previstas (JIAMBALVO, 2002)

Um custo cuidadosamente pr-determinado, utilizado como base para o desempenho efetivo. O custo padro no dever reetir o custo de laboratrio ideal, inatingvel, e sim o custo difcil de ser atingido, mas no impossvel. (REINALDO GUERREIRO) Os conceitos apresentados remetem aos tipos de custo padro, e agora veremos ip como estes so tipicados. Tipos de custo padro

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Estabelecer padres , ao mesmo tempo arte e cincia. O processo de estabelecer padres, normalmente, requer o esforo conjunto de contadores, engenheiros e outras pessoas da gerncia. (WARREN, REEVES E FESS, 2002) Anlise Assim, percebemos que estabelecer padres no signica apenas de Custo determin-los, mas sim depende de estudos de engenharia, procedimentos administrativos e contbeis, alm de outros fatores. Por exemplo, ao fabricar um produto a empresa aciona os seus engenheiros para determinar quais materiais sero utilizados, e em que quantidade, o tempo necessrio de mo de obra, atravs de estudos de tempos e movimentos. Estimar a quantidade de energia gasta nas mquinas, entre outros. O contador tambm solicitado para estudar como esses custos sero expressos em unidades monetrias e o formato das informaes. E como so determinados esses custos? Estudando os tipos de custo padro iniciaremos a nossa compreenso sobre o assunto. Existem diversas formas de tipicar o custo padro, porm as mais utilizadas e a que ns vamos estudar so: Ideal; Estimado; e Corrente. O Custo padro ideal aquele estabelecido, imaginando uma situao idealizada, onde seriam utilizados os melhores materiais possveis, sem falhas de entrega do fornecedor. A mo de obra seria aquela mais eciente, sem perda de rendimentos ao longo do dia. A empresa no teria nenhum imprevisto na produo, s considerando as paradas programadas. Ento como o nome j diz seria estabelecido um custo ideal que s pode ser atingido se tudo funcionar perfeitamente. Sabemos que praticamente impossvel atingir um custo assim, porm os defensores desse tipo de custo padro argumentam que estimulam mudanas e aprimoramentos. SITUAO REAL A Mohawk Forest Products utiliza o custo-padro normal de $ 2.900 por tonelada para o papel especial, enquanto o custo ideal era de $ 1.342 por tonelada. A empresa utilizou o padro ideal para motivar melhoria nos custos. O resultado das melhorias permitiu empresa reduzir o custo-padro normal para $ 1.738 por tonelada. (WARREN, REEVES E FEES, 2008) O Custo padro estimado, de acordo com Crepaldi (2008), aquele determinado simplesmente atravs de uma projeo, para o futuro de uma mdia de custos observados no passado, sem qualquer preocupao de se preocupar se ocorreram inecincias na produo. Uma crtica a esse tipo de custo padro que apesar de os padres frequentemente ter como contrapartida operaes passadas, eles no devem ser uma extenso do passado. Deve-se analisar as inecincias e mudanas que os custos tero no futuro. O Custo padro corrente o tipo mais utilizado, situando-se entre o ideal e o estimado. Diferencia-se do estimado, pois o seu estabelecimento feito tendo como base estudos, buscando avaliar a ecincia da produo. Outra caracterstica desse tipo de custo padro que, diferentemente do custo ideal, ele leva em considerao as possveis inecincias e imprevistos que venham a ocorrer na

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produo. Considerando que a mo de obra perde rendimento ao longo do dia, algum lote de materiais pode vir danicado, as mquinas da produo podem vir a dar um problema inesperado, entre outras contingncias. O padro corrente est mais prximo da realidade, por isso que a possibilidade de atingi-lo maior que o custo ideal, porm no estabelecido com base em padres muito folgados, sem critrios, para no desmotivar os funcionrios a melhorar o seu desempenho Um bom exemplo para xarmos o conceito de padro corrente e ideal em relao uma competio. O padro corrente representado pelo melhor da pessoa, e o padro ideal, o recorde mundial. Martins (2003) diferencia o padro corrente do ideal em diversos pontos, conforme podemos visualizar no quadro a seguir:

FONTE: ELABORAO PRPRIA, COM BASE NO TEXTO DE MARTINS (2003)

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Anlise de Custo

LEITURA COMPLEMENTAR Alguns contadores usam o termo custo orado e custo padro como sinnimos. No entanto, o termo custo padro normalmente refere-se ao custo de uma unidade, enquanto o termo custo orado refere-se ao custo total. As informaes de custo contidas nos oramentos precisam ser condizentes com os custos padro. Por exemplo, suponha que o custo padro de uma unidade produzida seja o seguinte:

Se o oramento de material direto prev a compra de 5.000 kg de matrias primas, consequentemente ele deve prever tambm um custo de $25.000 (isto , 5.000 kg ao preo padro de $5/kg). Do mesmo modo, se o oramento de mo de obra direta foi elaborado para um nvel de produo de 1.000 unidades, ele deve indicar 3.000 horas de mo de obra custando $30.000.FONTE: JIAMBALVO, 2002.

ESTUDO DAS VARIAES NO CUSTO PADRO Acabamos de estudar que o custo padro consiste em tcnica de xar previamente preos unitrios para cada produto que a empresa fabrica. A utilizao do custo padro consiste em duas principais razes, que so: no uso gerencial das informaes; ou como forma de agilizar os processos de encerramentos mensais. Dessa forma, as nalidades do custo padro so: Avaliar a ecincia operacional; Favorecer decises corretivas; Fortalecer o controle interno; Atuar como elemento motivador; e Comparar os custos reais com os padres. Sendo que um dos principais motivos de estudar o custo padro a anlise das suas variaes. E como que analisamos tais variaes? Isso simples. Lembra que falamos que as empresas xam padro para os custos dos seus produtos a serem perseguidos pelos funcionrios. Ento quando comea a produo

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desse produto, tais custos so realmente efetivados, e so chamados de custos reais. Estes custos reais muito dicilmente sero exatamente aqueles previstos como custo padro. Portanto, a diferena entre o custo real e o custo padro chamada de variao no custo padro. E o exame dessa variao denominado de anlise de variaes. Assim, as empresas que utilizam o sistema de custeio padro, analisam a diferena entre custo real e padro, buscando analisar os motivos para as variaes. A anlise das razes das diferenas entre custo real e custo padro a parte mais importante do uso do custo padro para fins de CONTROLE... ...Esta comparao que vai permitir empresa controlar seus custos e detectar eventuais ineficincias na produo. (CREPALDI, 2008) A variao do custo padro pode ser tanto favorvel quanto desfavorvel. Variao favorvel: REAL < PADRO Variao desfavorvel: REAL > PADRO

Um exemplo genrico vai ajudar a voc compreender melhor as variaes: favorvel e desfavorvel. Exemplo: Determinada empresa apresentou os seguintes dados aps a produo do seu principal produto. Vamos analisar se as variaes foram favorveis ou desfavorveis.

Perceba que no caso do material direto o custo real foi menor que o padro, proporcionando assim uma economia de custos, neste caso a variao foi favorvel; o contrrio ocorreu com mo de obra direta que teve um custo real maior que o padro, resultando em uma variao desfavorvel. No custo indireto de fabricao no houve variaes. Analisando conjuntamente temos uma variao favorvel de $1.000,00, resultado da anlise conjunta da variao favorvel de $ 2.000,00 no material direto e da variao desfavorvel de $1.000,00 Fcil no vericar se existem variaes favorveis e desfavorveis. Vamos ento prosseguindo o nosso assunto. Outro detalhe importante que devemos saber em relao s variaes no custo padro que elas podem ser em relao a padres fsicos e monetrios. As variaes em padres fsicos esto relacionadas quelas com material direto, mo-de-obra direta, consumo de energia, etc. J as variaes em padres monetrios esto relacionadas aos custos em unidades monetrias dos recursos necessrios.

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De modo geral, as variaes podem ser de preo, quantidade e conjunta.

Anlise de Custo

Vamos ver cada uma delas, e em seguida, resolveremos um exemplo prtico, que aborda a todas.

Variao do Preo:

- Analisa somente o efeito da diferena entre o preo padro e o preo real; - Supe a manuteno da quantidade-padro. - A frmula utilizada para efetuar o seu clculo a seguinte: PREO = (PREO PADRO PREO REAL) X QUANTIDADE PADRO

Variao da Quantidade: - Analisa somente o efeito da diferena entre o consumo padro previsto e o consumo real verificado; - Supe a manuteno do preo-padro. - A frmula utilizada para efetuar o seu clculo a seguinte: QUANTIDADE = (QUANT PADRO QUANT REAL) X PREO PADRO . .

Variao Conjunta:

- Analisa os efeitos mistos das variaes de preos e quantidades; - Equivale ao produto das diferenas. - A frmula utilizada para efetuar o seu clculo a seguinte: CONJUNTA = (PREO PADRO PREO REAL) X (QUANT. PADRO QUANT. REAL)

Vimos teoricamente que existe variao de preo, quantidade e conjunta. Agora vamos a um exemplo resolvido, que ajudar em um melhor entendimento desse assunto.

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Exemplo Didtico A Empresa Didtica apresenta a seguir os dados relevantes para a fabricao do seu principal produto, durante um determinado perodo. Analise as variaes de Preo, Quantidade e Conjunta do Material 1.

Dados adicionais: Quantidade produzida (padro) = 7.800 produtos; Quantidade real = 8.100 produtos.

Vamos agora resolver o nosso exemplo passo a passo.

1 Passo: Encontrar a quantidade de componentes de produo utilizada para a produo de UMA UNIDADE produto.

Os valores unitrios acima foram encontratos 2 Passo: Analisar as variaes de Preo, Quantidade e Conjunta:

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Anlise de Custo

3 Passo Analisar as variaes de Preo, Quantidade e Conjunta do Material 1. Com essa nalidade so aplicadas as frmulas apresentadas anteriormente: Variao da Quantidade = (0,24 0,25) x 82,54 = ($0,83) Variao do Preo = (82,54 81,49) x 0,24 = $0,25 Variao Conjunta = (81,49 82,54) x (0,25 0,24) = $0,01

Como podemos analisar esse resultado? Das variaes que houveram do custo real em relao ao padro, repercutiram em uma variao desfavorvel de $0,83 na quantidade, e variaes favorveis no preo e no conjunto que somam ($0,26). Se quisermos saber quanto foi a variao total s somar tudo, a teremos uma variao desfavorvel de ($0,57) (0,83 + 0,25 + 0,01) Perceba que tivemos variao no preo e na quantidade, mas tambm tivemos uma variao conjunta, e o que isso signica? Signica que no uma variao isolada de preo e de quantidade, mas sim um misto da variao de ambas. O grco a seguir ilustra muito bem essa situao.

Leia a seguir o texto extrado do livro do prof. Eliseu Martins, que explica direitinho essa variao e o grco apresentado anteriormente. VARIAO MISTA A rea do retngulo interno representa o Custo-padro, j que representa Quantidade-padro vezes Preo padro. A do retngulo externo representa o Custo Real, por se tratar de Quantidade Real vezes Preo Real. A Variao de Quantidade, fruto da multiplicao da diferena entre Quantidade-padro e Real pelo Preo-padro, compe-se da rea hachurada. E a Variao de Preo, originada pela multiplicao da diferena entre Preos-padro e Real pela Quantidade-padro, aparece na forma de rea sombreada. Mas as duas no formam a Variao Total, j que est faltando a incluso da rea em branco representada pela multiplicao da diferena de Quantidade pela diferena de Preo; esta a Variao Mista

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Essa Variao Mista de difcil entendimento, causando, s vezes, algumas diculdades para efeito de anlise. Suponhamos que estivssemos atribuindo toda a Variao de Quantidade ao homem responsvel pela produo, e a de Preo ao homem responsvel pelas compras. Aquele provavelmente aceitaria uma responsabilidade, j que de fato consumiu 3 kg a mais do que o Padro, mas dicilmente admitiria que se avaliasse cada um desses kg por um valor diferente do padro de $4,00, pois acharia que qualquer diferena em funo do preo de responsabilidade das compras. Por outro lado, o homem de compras admitiria uma responsabilidade de $0,20/kg, mas at o limite dos 16 kg, dizendo que o consumo excedente no problema dele. No teramos, assim, condio de, com absoluta preciso e lgica, atribuir os $0,60 de Variao Mista a um ou a outro. A Variao Mista fruto da existncia das outras duas; alis, caso no existisse a de Preo ou a de quantidade, no existiria tambm essa Mista. Mas no h condies de uma distribuio justa a uma e outra. Poderia parecer primeira vista que bastaria, por algum critrio de proporcionalidade, rate-Ia. Mas e quando uma das duas, ou a V.Q. ou a V.P., fosse Favorvel? Como faramos ento a distribuio? Por outro lado, ela normalmente pequena, imaterial quando comparada com as outras; aliado isso ao fato de ser de difcil entendimento, costuma-se, na prtica, inclu-la, mesmo que arbitrariamente, junto a uma das outras duas. Como muito mais comum admitir-se que a Variao de Preo difcil de ser controlada pela empresa, bem como difcil atribuir-se sua responsabilidade a algum, j que tende a depender mais de origens externas, costuma-se ento englobar a Variao Mista a ela. Teramos, ento, outra conceituao para a Variao de Preo: V.P. = Diferena de Preo x Quantidade Real (e no Padro, como antes), ou seja, PREO = (PREO REAL PREO PADRO) X QUANTIDADE REAL (DESTACAR FRMULA ACIMA) Nada impede, todavia, que sejam usadas as trs Variaes.(FONTE: MARTINS, 2003)

A partir de agora quando considerarmos a variao padro devemos considerar as seguintes frmulas:

PREO = (PREO PADRO PREO REAL) X QUANTIDADE REAL

QUANTIDADE = (QUANT. PADRO QUANT. REAL) X PREO PADRO

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VARIAES DE MATERIAIS DIRETOS E DE MO DE OBRA DIRETA As variaes do custo padro podem ser aplicadas aos diversos elementos de custos, por isso podem ser aplicadas em: Materiais diretos Mo de obra direta Custos indiretos de fabricao

Anlise de Custo

Variaes de Materiais Diretos.

SITUAO REAL A maioria dos restaurantes utiliza padres para controlar a quantidade de comida servida aos clientes. Por exemplo, o Darden Restaurants Inc., operador da cadeia Rob Loster, estabeleceu padres para a quantidade de camares, vieiras e moluscos, servida em um prato de frutos do mar. Da mesma forma, a Keystone Foods Inc., maior fornecedora do McDonalds, utiliza padres para controlar, cuidadosamente, o tamanho e o peso dos nuggets de frango.FONTE: WARREN, REEVE E FESS, 2008

Atravs dessa situao real, percebemos como as variaes de materiais diretos so utilizados na prtica. Essas variaes so obtidas a partir da diferena entre o custo padro e o custo real, subdividida em duas variaes: de preo e de quantidade. A variao de preo igual diferena entre o preo unitrio padro (PP) e o preo unitrio real (PR) dos materiais diretos multiplicada pela quantidade real de materiais comprados (QR). De acordo com esse conceito temos a seguinte frmula para encontrar a variao de preos dos materiais diretos; PREO DE MATERIAIS = (PR PP) X QR Vamos calcular essa variao para a EAD AS. Suponha que a empresa tenha comprado 10.000 kg de material e pago $ 4,80, em vez do padro de $ 5,00, anteriormente predeterminado. Vamos Calcular?

Na anlise, verificamos que os materiais custaram $0,20 a menos por quilo e que essa economia foi obtida na compra de 10.000 quilos, por isso que a variao do preo do material favorvel, porque o preo real do quilo foi menor que o preo padro. Voc deve entender a anlise porque tem livros que vem com as frmulas invertidas e o que favorvel aparece negativo.

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Para no esquecer!!!! Preos ou quantidades reais maiores que o padro so desfavorveis; Preos ou quantidades reais menores que o padro so favorveis. A variao de quantidade a diferena entre a quantidade padro de materiais esperada para o nmero de unidades produzidas (QP) e a quantidade real de materiais usados (QR), multiplicada pelo preo padro dos materiais. A variao de quantidade de material tambm conhecida como variao de consumo e variao de uso.

Exemplo: Vamos calcular essa variao para a EAD SA, que para a produo de uma unidade de produto, estabeleceu os seguintes padres: Quantidade da matria prima utilizada........................ 12 litros Custo por litro................................................................ $3,50 A empresa conseguiu produzir 2.000 unidades usando 25.200 litros, ao custo de $ 3,00 por litro

Para o clculo da variao da quantidade do material direto, utilizaremos a seguinte frmula: (QP QR) X PP. No temos a QP (Quantidade padro), mas temos que o padro estabelecido foi de 12 litros por unidade e a empresa produziu 2.000 unidades, ento a QP = 12 X 2.000 QP = 24.000 litros. Temos a QR (Quantidade real), que 25.200 litros e o preo padro que $3,50. Agora cou fcil de calcular. Vamos l?

Percebe por que a variao desfavorvel? Veja bem, a quantidade real do material direto para elaborao de 12.000 unidades do produto foi de $ 25.200. Se fossem produzidas essas 12.000 unidades ao consumo estabelecido no padro sido utilizados 24.000 litros, portanto o padro estabelecia um consumo menor do que o que foi efetivamente realizado, por isso desfavorvel a variao com a quantidade de material. Vamos aproveitar esse exemplo e calcular a variao do preo do material direto?

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Perceba agora que a variao favorvel. O preo real foi menor que o estabelecido no padro para cada litro do material direto. Viu como fcil analisar os nmeros, s prestar bastante ateno, que no tem como errar. O que podemos analisar mais dessa situao completa? Anlise Tivemos uma variao desfavorvel na variao da quantidade do de Custo material no valor de $4.200,00, no entanto tivemos uma variao favorvel no preo do material de $12.600,00. Sendo a variao favorvel maior que a desfavorvel, teremos uma variao lquida favorvel de $8.400,00 ($12.600,00 $4.200,00). Esta a chamada variao total de materiais e pode ser calculada diretamente com a seguinte frmula: VARIAO TOTAL MATERIAIS = (QP X PP) (QR X PR) Vamos agora aplicar essa frmula para ver se encontramos os $ 8.400,00, encontrada como variao total de materiais anteriormente. TOTAL MATERIAIS = (24.000 X 3,50) (25.200 X 3,00) TOTAL MATERIAIS = 84.000 75.600 TOTAL MATERIAIS = $8.400,00 Vimos que calculamos inicialmente a variao da quantidade e encontramos uma variao desfavorvel, o oposto ocorreu quando calculamos a variao de preos, a qual apresentou um resultado favorvel maior que o primeiro que deu um resultado no total favorvel. Portanto, nunca analise uma situao isoladamente, analise sempre em conjunto. Outro detalhe importante que devemos analisar todos os resultados, independente de serem favorveis ou desfavorveis. Temos que saber tanto como melhorar a inecincia, quanto conservar a ecincia. No caso do nosso exemplo anterior, a variao desfavorvel pode no ter sido causada por inecincia, pode ter sido a qualidade do material mais barato comprado, que consumia mais no processo produtivo. Por isso antes de chegar a qualquer concluso devemos analisar todos os aspectos. Variaes de Mo de Obra Direta A variao da mo de obra direta analisada de forma semelhante de materiais diretos que acabamos de ver, o que difere que a variao de preo denominada Variao de Taxa; e a de quantidade chamada de variao de ecincia ou de uso. A variao de Taxa (Preo) diferena entre a taxa de remunerao padro de mo de obra (TP) e a taxa de remunerao real (TR), multiplicada pelo nmero real de horas trabalhadas (HR), de acordo com a frmula a seguir: VARIAO DE TAXA DE MO DE OBRA = (TP TR) X HR A variao de Ecincia (Quantidade) diferena entre as horas padro de mo de obra necessrias para o nmeros e unidades produzidas (HP) e a diferena entre o nmero real de horas trabalhadas (HR) multiplicada pela taxa de remunerao padro de mo de obra (TP), de acordo com a frmula a seguir:

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VARIAO DE EFICINCIA DE MO DE OBRA = (HP HR) X TP Agora vamos resolver um exerccio, envolvendo as duas variaes de mo de obra: taxa e ecincia. EXEMPLO PRTICO Na Cia. TudoFrio, a quantidade padro de mo de obra de 20 horas por unidade de refrigerao. A taxa de remunerao padro de $25. Em julho, a empresa produziu 40 unidades, e incorreu em 820 horas de mo de obra cujo custo foi de $21.320. Pede-se: Calcule a variao de taxa de mo de obra e a variao de ecincia de mo de obra. Indique se as variaes so favorveis ou desfavorveis. J vimos que os nmeros das anlises encontramos a partir das frmulas. Ento vamos identicar no nosso exemplo os nmeros que precisamos saber para aplicar nas frmulas. No exemplo j vem explcito a taxa padro e as horas reais. A taxa real e as horas padro encontraremos calculando com os nmeros fornecidos no exemplo, conforme segue: TP (Taxa Padro) = $25,00 HR (Horas Reais) = 820 TR (Taxa Real) = $21.320 / 820 horas = $26,00 HP (Horas padro) = 20 horas X 40 unidades = 800 Agora aplicaremos nas frmulas e encontraremos as variaes. TAXA DE MO DE OBRA = (TP TR) X HR TAXA MO DE OBRA = ($25 - $26) X 820 TAXA MO DE OBRA = (820) DESFAVORVEL EFICINCIA DE MO DE OBRA = (HP HR) X TP EFICINCIA DE MO DE OBRA = (800 820) X $25 EFICINCIA DE MO DE OBRA = (500) DESFAVORVEL TPICOS DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) Apresentamos nesse contedo tpicos em geral de custeio baseado em atividades. Denies Custos so transferidos de acordo com atividades executadas. uma metodologia de alocao de custos indiretos aos produtos que tem por base: - Foco no conceito de atividade e - Utilizao de direcionadores de custos.

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Anlise de Custo

Problemas dos custeios tradicionais

Geram distores ao alocarem os custos indiretos utilizando critrios de rateio geralmente arbitrrios e um nmero limitado de bases de apropriao, tais como horas de mo-de-obra direta e horas de produo. (horas-mquina); reduo da MOD; Reforam a fragmentao das organizaes; Impreciso elevada devido arbitrariedade do rateio; No mensuram os custos da no-qualidade, provocados por falhas internas e externas; Os custos indiretos vm crescendo, aumentando a distoro na apurao do custo total; Os sistemas tradicionais de custeio no permitem a identicao de atividades que no adicionam valor ao usurio; Atendem produo em massa e no sua diversicao; No permitem a identicao e a eliminao de atividades que no adicionam valor ao produto ou servio; Os sistemas tradicionais concentram-se nos custos correntes de produo em detrimento da anlise do impacto do custo no ciclo de vida dos produtos. Incentivos ao ABC

O avano tecnolgico e a crescente complexidade dos sistemas de produo, ocasionando um aumento constante dos custos indiretos e reduo dos custos com mo-de-obra; O crescimento da diversidade de produtos e modelos fabricados na mesma planta, o que requer uma melhoria da preciso dos critrios de custeio.

Principais benefcios do ABC

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Identica as reais fontes geradoras de custos em funo dos direcionadores de custos, podendo, desta forma, identicar exatamente quais e onde os recursos vm sendo consumidos; Identica o grau de valor agregado que cada atividade atribui ao negcio; Identica o custo efetivo dos produtos e processos em funo da eliminao das distores propiciadas pelos atuais sistemas de rateio, atribuindo aos objetos de custeio os custos efetivamente incorridos; Permite a gesto do portflio de produtos, analisando a rentabilidade individual de cada produto e sua contribuio para o negcio. a base para determinao de remunerao, preos e tarifas; Incentiva a integrao entre as reas envolvidas nos processos e atividades, maximizando os esforos para a resoluo de problemas e aumento da qualidade; Permite realizar benchmarking com outras empresas do mesmo setor, comparando os custos unitrios dos direcionadores de custo, permitindo uma anlise comparativa com as melhores prticas do mercado.

ATIVIDADE

- Consiste numa combinao de recursos humanos, materiais, tecnolgicos e nanceiros para se produzirem bens ou servios. - Uma atividade composta por um conjunto de tarefas necessrias ao seu desempenho, sendo fundamental para a concretizao de um processo, cadeia de atividades correlatas, inter-relacionadas. Grupo de atividades

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Direcionadores de custos Cost drivers

Anlise de Custo

Das atividades executadas decorrem os direcionadores de custos: fatores que determinam a ocorrncia de uma atividade. J que as atividades necessitam de recursos para sua realizao, deduz-se que o direcionador a verdadeira causa dos custos. O que distingue o Mtodo ABC dos sistemas tradicionais de custeio a maneira como ele atribui os custos aos produtos/ resultados. Portanto, o grande desao para a sua implementao est na adequada escolha dos direcionadores de custos. A alocao por meio do Mtodo ABC substitui o tradicional rateio pelo rastreamento dos custos, que utiliza o direcionador para estabelecer a exata proporo do consumo dos recursos pelas atividades e das atividades pelos produtos/servios.

Direcionadores de custos de recursos So fatores que permitem identicar a intensidade com que as atividades se utilizam dos recursos. Utilizados para calcular o custo das atividades. Exemplos:

Direcionadores de custos de atividades So fatores que determinam o custo das atividades e que permitem identicar a intensidade com que os produtos se utilizam das atividades. Utilizados para calcular o custo dos produtos.

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Exemplos: Nmero de inspees, Nmero de recebimentos, Nmero de lotes, tamanho de lotes, Nmero de movimentos, Nmero de trocas de ferramentas, nmero de setups, tempo de setup, Tempo de processamento, Tempo de armazenamento em conjunto com quantidade armazenada, Nmero de pedidos de clientes, nmero de chamadas telefnicas, Nmero de peas para montar, nmero de mudanas na engenharia, Nmero de unidades boas ou ruins produzidas, Propores igualmente distribudas e muitos outros.

Etapas do custeio baseado em atividades PRIMEIRO ESTGIO: O Custeio das Atividades Identicao das atividades; Identicao dos custos a serem rastreados; Seleo dos Direcionadores de Primeiro Estgio ou Direcionadores de Recursos; Clculo dos Custos das Atividades. SEGUNDO ESTGIO: O Custeio dos Objetos de Custos Denio dos Objetos de Custos: - Produtos, linhas de produtos; - Clientes, Grupos de Clientes; - Servios, Linhas de servios; Os Grupos de Custos de Atividades; Seleo dos Direcionadores de Segundo Estgio ou Direcionadores de Atividades; Clculo dos custos dos Objetos de Custos.

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Aplicao prtica do ABC: Indstria Pano e Trapo Ltda.

Anlise de Custo

Produtos produzidos: tecidos de algodo e tecidos de linho; Qtd. Produzida: - tecidos de algodo: 100.000 m2 - tecidos de linho: 130.000 m2 Custos diretos:

Custos indiretos:

PRIMEIRO ESTGIO: O Custeio das Atividades Identicao das atividades

Identicao dos custos a serem rastreados: - Salrios e encargos; - Materiais indiretos; e - Depreciao.

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Seleo dos Direcionadores de Primeiro Estgio ou Direcionadores de Recursos

Clculo dos Custos das Atividades.

SEGUNDO ESTGIO: O Custeio dos Objetos de Custos Denio dos Objetos de Custos - Tecidos de algodo; e - Tecidos de linho. Os Grupos de Custos de Atividades - Receber materiais; - Movimentar materiais; - Programar produo; - Controlar produo; e - Produzir.

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Seleo dos Direcionadores de Segundo Estgio ou Direcionadores de Atividades

Anlise de Custo

Clculo dos custos dos Objetos de Custos.

Custos por produto

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Complementares

Atividades

1.

Qual a diferena entre o custo padro ideal e corrente?

_____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

2.

Os gerentes devem investigar apenas variaes desfavorveis? Justique a sua resposta.

_____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

3.

Uma empresa elaborou o plano operacional de produo abaixo para determinado perodo (Custeio Padro).

Passado o perodo, a Contabilidade de Custos reportou os seguintes dados reais:

Pede-se calcular: (a) O mark-up correspondente (b) O preo que deveria ser praticado. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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4.Anlise de Custo

A EAD SA controla suas operaes usando o mtodo do custo-padro. Seus estoques so registrados a custo padro. Foram estabelecidos os seguintes padres para a empresa:

No ms de janeiro ocorreram as seguintes transaes: A empresa adquiriu 500 kg de matrias-primas ao custo total de $5.100. O custo da MO no ms atingiu $390.625 dos quais 80% relativo MOD aplicada na produo. Foram consumidos 223.000 kg de matrias-primas e foram trabalhadas 25.000 horas. A produo do ms foi de 15.000 unidades. Pede-se calcular: a) A variao de preo de matria prima b) A variao de quantidade de matria prima c) A variao da taxa de MOD d) A variao da ecincia da MOD ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Descreva os estgios do Custeio Basead? _ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

5.

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GESTO ESTRATGICA DE CUSTOSFUNDAMENTOS DA GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS O ambiente tecnologicamente moderno das manufaturas, a busca da qualidade total e os modernos artefatos de gesto das empresas, trouxeram novas necessidades de informaes gerenciais. Neste contexto, os modelos de gesto e de custeio tradicionais perderam a relevncia, requerendo ferramentas gerenciais mais adequadas. As empresas no competem mais com base nos custos, mas sim com base na qualidade e exibilidade. Por isso os custos produtivos no devem ser de dentro para fora da organizao, de acordo com os modelos tradicionais, faz-se necessrio que os gestores saibam as necessidades dos consumidores para gerenciar os seus custos de forma estratgica e proativa. E assim, surgem novos instrumentos de gesto para suportar esse novo ambiente empresarial. Na Gesto Estratgica de Custos o mais importante utilizar as informaes relevantes de custos, enquanto que nos sistemas arcaicos e ultrapassados a nfase recai sobre como calcular os custos dos produtos e servios. Em Ingls o termo CMS (Costs Management System), foi traduzido como gesto estratgica de custos, que implica na apresentao de uma nova viso da contabilidade gerencial, baseada na premissa que a contabilidade gerencial deve considerar explicitamente temas e preocupaes estratgicas. Segundo Nakagawa (1993), a gesto estratgica de custos pode ser denida como um sistema de planejamento e controle com os seguintes objetivos: Identicar os custos dos recursos consumidos para desempenhar atividades relevantes da empresa (modelos contbeis). Determinar a ecincia e eccia das atividades desempenhadas (mensurao e desempenho). Identicar e avaliar as novas atividades que possam contribuir