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ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE TORRES METÁLICAS ESTAIADAS RENATO CÉSAR GAVAZZA MENIN DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL FACULDADE DE TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

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Page 1: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE TORRES

METÁLICAS ESTAIADAS

RENATO CÉSAR GAVAZZA MENIN

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

FACULDADE DE TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAFACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE TORRESMETÁLICAS ESTAIADAS

ENGo CIVIL RENATO CÉSAR GAVAZZA MENIN

ORIENTADOR: JOSÉ LUIS VITAL DE BRITOCOORIENTADOR: ATHAIL RANGEL PULINO FILHO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS ECONSTRUÇÃO CIVIL

PUBLICAÇÃO: E.DM–009A/2002

BRASÍLIA / DF: ABRIL DE 2002.

Page 3: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAFACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE TORRESMETÁLICAS ESTAIADAS

ENGo CIVIL RENATO CÉSAR GAVAZZA MENIN

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

CIVIL E AMBIENTAL DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE

BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO

GRAU DE MESTRE EM ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL.

APROVADA POR:

________________________________________________JOSÉ LUIS VITAL DE BRITO, Doutor (UnB)(ORIENTADOR)

________________________________________________ATHAIL RANGEL PULINO FILHO, Doutor (UnB)(COORIENTADOR)

________________________________________________LINEU JOSÉ PEDROSO, Dr.Ing (UnB)(EXAMINADOR INTERNO)

________________________________________________ACIR MÉRCIO LOREDO SOUZA, PhD (UFRGS)(EXAMINADOR EXTERNO)

DATA: BRASÍLIA/DF, 8 de Abril de 2002

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FICHA CATALOGRÁFICA.

MENIN, RENATO CÉSAR GAVAZZA

Análise Estática e Dinâmica de Torres Metálicas Estaiadas [Distrito Federal]2002.xx, 118 p., 297mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Estruturas, 2002).Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília.Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.

1. Torres Estaiadas 2. Análise Estrutural3. Análise Dinâmica 4. Não Linearidade.I. ENC/FT/UnB II. Título (série)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.

MENIN, R.C.G. (2002). Análise Estática e Dinâmica de Torres Metálicas Estaiadas,

Publicação E.DM–009A/2002, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade

de Brasília, Brasília, DF, xx, 118 p..

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Renato César Gavazza Menin

TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Análise Estática e Dinâmica de Torres

Metálicas Estaiadas

GRAU: Mestre em Estruturas e Construção Civil ANO: 2002

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação

de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e

científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação

de mestrado pode se reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

_______________________________________________

Renato César Gavazza MeninSHIN, QI 10, Conjunto 01, Casa 07 – Lago NorteCEP: 71525-010 – Brasília/DF, Brasil.

Page 5: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

iv

DEDICATÓRIA

Gostaria de dedicar este trabalho aos meus pais César e Sonia,

ao meu irmão Eduardo, à minha avó Antonia, à Karine e à Ilma,

que estiveram sempre ao meu lado nos bons e maus momentos,

me dando o apoio e compreensão necessários para que eu

pudesse chegar ao fim de mais uma difícil jornada.

Page 6: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

v

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente aos professores da Pós-Graduação em Estruturas da

UnB: Luciano Mendes Bezerra, Lineu José Pedroso, Paul Willian Partridge, Graciela Doz de

Carvalho, Willian Mathias Taylor e Eldon Londe Mello, que muito me incentivaram nesses

dois anos vividos na comunidade da UnB, despertando o meu interesse pela pesquisa.

Em especial gostaria de agradecer à dedicação, amizade e paciência demonstradas pelos

professores José Luis Vital de Brito e Athail Rangel Pulino Filho, que assumiram a orientação

deste trabalho, conduzindo-o de forma segura e tranqüila, mesmo nos momentos mais difíceis,

sendo de fundamental importância para a sua conclusão.

Finalmente, gostaria também de agradecer à amizade e compreensão dos meus colegas de

mestrado e doutorado: Jonathan, Neres, Nélvio, Márcio, Milton, Miguel, Andréia, Gustavo,

Ricardo, Glauceny, Jonas, Frederico, Carlos Magno, Cleyton, Ludimar, Patrícia, Danielle,

Donaldson, Nilo, Alessandro, Felipe, Sthefan, Alexandre, Diogo, Luiz Otávio, Aarão,

Arlindo, Carla, Renata, Patrícia, Gláucio, João Pedro, Nielsen, Petrúcio e Vladimir. Em

especial gostaria de agradecer ao Marlos José Ribeiro Guimarães, pela grande amizade e

ajuda, sempre dando conselhos construtivos para o melhor andamento e estruturação do

trabalho, bem como retirando uma grande quantidade de dúvidas de ordem prática à respeito

de torres em geral, além de disponibilizar uma grande quantidade de textos e materiais de

referência sobre o assunto.

Page 7: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

vi

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE TORRES

METÁLICAS ESTAIADAS

RESUMO

Este trabalho descreve um estudo do comportamento de torres metálicas estaiadas submetidas

à carregamentos de vento, considerando-se fatores construtivos e de estabilidade.

Inicialmente é feito um estudo estático do principal carregamento, representado pelo vento,

segundo o procedimento descrito na norma NBR 6123 (1988), utilizando-se modelos

matemáticos lineares e não lineares que permitem alongamentos nos elementos de cabo para a

introdução das forças de pré-tensionamento.

Na análise modal, as freqüências e os modos naturais de vibração da estrutura são

determinados a partir de uma expressão linearizada da equação de equilíbrio dinâmico,

admitindo-se pequenas oscilações em torno da posição de equilíbrio estático.

Completando o estudo, é empregado o método de simulação de Monte Carlo, para o

desenvolvimento de uma análise dinâmica do vento que permita computar o efeito da parcela

flutuante do vento (rajadas) e com isso obter uma avaliação mais realista do comportamento e

do desempenho estrutural.

Page 8: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

vii

STATIC AND DYNAMIC ANALYSIS

OF GUYED METALLIC TOWERS

ABSTRACT

The research described here considers the behavior of guyed metallic towers subjected to

wind loads, taking into consideration stability and constructive factors. Initially, a static

analysis of the wind load is carried out, according to the procedure described in the Brazilian

Wind Code - NBR 6123 (1988). The towers are modeled using linear and nonlinear

approaches, admiting stretching of cables to describe the initial tension.

In the modal analysis, the natural frequencies and modal shapes are calculated by linearization

of the dynamic equilibrium equation, admiting small oscilations around the static equilibrium

configuration.

Besides the static and modal analysis, a dynamic wind analysis is also performed, making use

of the simulation method of Monte Carlo, which permits the computation of the fluctuating

portion of the wind (gusts). This tecnique allows a more realistic evaluation of the structural

response of towers.

Page 9: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

viii

ÍNDICE

Capítulo Página

1. INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES 1

1.2 MOTIVAÇÃO 1

1.3 NATUREZA DO TRABALHO 2

1.4 OBJETIVOS 3

1.5 CONTEÚDO 3

2. TIPOLOGIA ESTRUTURAL

2.1 TIPOS DE TORRES DE SUSTENTAÇÃO 5

2.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS TORRES ESTAIADAS QUADRADAS 7

2.3 CABOS DE ESTAIS 12

2.4 TIPOS DE ANTENAS 14

3. MODELOS MATEMÁTICOS

3.1 ANÁLISE ESTÁTICA 15

3.1.1 Modelo Não Linear para Cabo Tensionado 16

3.1.1.1 Deformação Longitudinal 16

3.1.1.2 Energia Potencial Total 19

3.1.1.3 Gradiente da Energia Potencial Total 19

3.1.2 Modelo Linear para Cabo Tensionado 23

3.1.2.1 Deformação Longitudinal 23

3.1.2.2 Energia Potencial Total 24

3.1.2.3 Gradiente da Energia Potencial Total 24

3.1.3 Modelo Linear Clássico de Treliça Espacial 27

3.1.3.1 Energia Potencial Total 27

3.1.3.2 Gradiente da Energia Potencial Total 27

Page 10: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

ix

3.2 ANÁLISE MODAL 29

3.2.1 Equação de Equilíbrio Dinâmico 29

3.2.2 Problema de Autovalores e Autovetores 30

3.2.3 Matriz Hessiana do Elemento 32

3.2.4 Normalização dos Autovetores 36

3.3 ANÁLISE DINÂMICA 37

3.3.1 Integração da Equação de Movimento 37

3.3.2 Matriz de Amortecimento 39

3.3.3 Matriz de Massa Consistente 40

3.3.4 Esforços Internos 41

4. ANÁLISE ESTÁTICA DO VENTO SEGUNDO NBR 6123

4.1 FORÇA DE ARRASTO 42

4.2 PERFIL CONTÍNUO E DECOMPOSIÇÃO DA FORÇA DE ARRASTO 43

4.3 DETERMINAÇÃO DE FORÇAS ESTÁTICAS 48

4.4 TEORIA ELÁSTICA DE DIMENSIONAMENTO 48

4.5 DIMENSIONAMENTO DOS PERFIS 50

4.6 DIMENSIONAMENTO DOS CABOS 53

5. ANÁLISE DINÂMICA DO VENTO – MÉTODO DE MONTE CARLO

5.1 HISTÓRICO DO ESTUDO DOS EFEITOS DINÂMICOS DO VENTO 55

5.2 MÉTODO DE MONTE CARLO 57

5.2.1 Resumo do Processo 57

5.2.2 Vento Médio e Rajadas 58

5.2.3 Espectro de Velocidades Flutuantes 60

5.2.4 Espectro de Pressões Flutuantes 62

5.2.5 Decomposição da Pressão Flutuante 63

5.2.6 Correlação Espacial de Velocidades e Pressões Flutuantes 68

5.2.7 Análise no Tempo e Resposta Característica 70

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE EXTREMOS 71

Page 11: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

x

6. PROGRAMAS COMPUTACIONAIS

6.1 PROGRAMA GTEQ 73

6.2 PROGRAMA AETEQ 75

6.3 PROGRAMA FMVTEQ 79

6.4 PROGRAMA ADTEQ 81

6.5 PROGRAMA RAJADA 84

7. EXEMPLOS NUMÉRICOS

7.1 ANÁLISE ESTÁTICA 86

7.2 ANÁLISE MODAL 93

7.3 ANÁLISE DINÂMICA 95

8. CONCLUSÕES

8.1 CONCLUSÕES FINAIS 100

8.2 SUGESTÕES 102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 103

APÊNDICES:

A – BANCOS DE DADOS DE PERFIS E DE CABOS 105

B – BITOLAS DOS PERFIS 106

C – PRÉ-TENSIONAMENTOS NOS CABOS 108

D – ESFORÇOS NOS PERFIS ESTRUTURAIS 109

E – ESFORÇOS NOS ELEMENTOS DE CABO 114

F – REAÇÕES DE APOIO 115

G – RESULTADOS DA ANÁLISE MODAL 117

H – ANÁLISE DINÂMICA NA TORRE DE 10 METROS 118

Page 12: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

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LISTA DE TABELAS

Tabela Página

2.1 – Especificações das terminações com grampos 13

4.1 – Fatores de redução φf 54

7.1 – Características geométricas das torres 87

7.2 – Parâmetros de vento conforme NBR 6123 88

7.3 – Discretização da torre de 10 m para NEC = 1, 2 ou 4 88

7.4 – Cargas nos cabos (KN) para NEC = 1, 2 ou 4 88

7.5 – Número de iterações e tempo de processamento das torres 89

7.6 – Deslocamento médio do topo das torres (cm) 91

7.7 – Rotações na antena mais alta das torres (graus) 92

7.8 – Freqüências naturais das torres (Hz) 93

7.9 – Componentes harmônicas para analise dinâmica da torre de 10 metros 95

7.10 – Deslocamentos de referência máximos por bloco 97

7.11 – Parâmetros estatísticos utilizados na distribuição de Gumbel 97

A.1 – Banco de dados de perfis 105

A.2 – Banco de dados de cabos 105

B.1 – Bitolas dos perfis na torre de 10 metros 106

B.2 – Bitolas dos perfis na torre de 30 metros 106

B.3 – Bitolas dos perfis na torre de 50 metros 106

B.4 – Bitolas dos perfis na torre de 70 metros 107

B.5 – Bitolas dos perfis na torre de 90 metros 107

C.1 – Pré-tensionamentos nos cabos 108

D.1 – Esforços nos perfis da torre de 10 metros 109

D.2 – Esforços nos perfis da torre de 30 metros 110

D.3 – Esforços nos perfis da torre de 50 metros 111

D.4 – Esforços nos perfis da torre de 70 metros 112

D.5 – Esforços nos perfis da torre de 90 metros 113

Page 13: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

xii

E.1 – Esforços nos elementos de cabo 114

F.1 – Reações de apoio na torre de 10 metros 115

F.2 – Reações de apoio na torre de 30 metros 115

F.3 – Reações de apoio na torre de 50 metros 116

F.4 – Reações de apoio na torre de 70 metros 116

F.5 – Reações de apoio na torre de 90 metros 116

G.1 – Freqüências e períodos das torres 117

H.1 – Esforços nos elementos de cabo 118

H.2 – Esforços nos elementos de perfis 118

Page 14: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

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LISTA DE FIGURAS

Figura Página

2.1 – Torres de sustentação 5

2.2 – Torre metálica estaiada quadrada 7

2.3 – Disposição de barras em uma seção 8

2.4 – Dispositivo anti-torção e detalhe da extremidade 9

2.5 – Região de ancoragem de cabos na torre 10

2.6 – Ancoragem normal e em anti-torçor 11

2.7 – Cabo de aço de sete fios 12

2.8 – Terminação de cabo com laço, sapatilho e grampos 13

3.1 – Modelo não linear de elemento de cabo no espaço e sua representação vetorial 16

3.2 – Deslocamentos de um elemento de cabo no espaço 20

3.3 – Representação vetorial do modelo linear de elemento de cabo 23

4.1 – Decomposição horizontal da força de arrasto Fa 42

4.2 – Força de Arrasto à partir do perfil contínuo 43

4.3 – Decomposição vertical para as forças de arrasto 46

4.4 – Comprimento dos elementos para o cálculo do índice de esbeltez 53

5.1 – Espectro da velocidade longitudinal do vento (Van der Hoven) 59

5.2 – Equivalência entre vento horário e vento médio em t segundos 60

5.3 – Espectro de vento e espectro reduzido 62

5.4 – Decomposição espectral da pressão flutuante 64

5.5 – Perfil de pressões do vento 67

5.6 – Rajada equivalente (retangular e triangular) 69

5.7 – Coeficiente de decaimento linear da pressão flutuante (cdl) 70

6.1 – Fluxograma do programa GTEQ 73

6.2 – Fluxograma do programa AETEQ 76

6.3 – Fluxograma do programa FMVTEQ 79

6.4 – Fluxograma do programa ADTEQ 82

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xiv

6.5 – Fluxograma do método de Newmark 83

6.6 – Fluxograma do programa RAJADA 84

7.1 – Torres de 10 e 30 metros de altura 86

7.2 – Torres de 50, 70 e 90 metros de altura 86

7.3 – Análise comparativa do número de iterações e tempo de processamento 89

7.4 – Número de iterações em função do modelo matemático 90

7.5 – Análise comparativa no tempo de processamento das torres 90

7.6 – Deslocamento de topo 91

7.7 – Análise comparativa das rotações 92

7.8 – Freqüências naturais das torres (Hz) 94

7.9 – Número de varreduras no procedimento Jacobi Generalizado 94

7.10 – Deslocamento x Tempo na combinação característica 98

7.11 – Faixas de freqüências naturais e do Espectro de Potência 99

Page 16: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

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LISTA DE SÍMBOLOS

aij : Matriz dos autovetores do sistema não normalizados.

aj : Vetor modal j não normalizado.

Ag : Área bruta da seção transversal dos perfis estruturais.

An : Área líquida da seção transversal dos perfis estruturais.

b;Fr;p : Parâmetros meteorológicos conforme NBR 6123.

c : Vetor que representa o tensionamento do elemento de cabo.

C : Matriz de amortecimento do sistema.

Ca : Coeficiente de arrasto.

Car : Coeficiente aerodinâmico.

Cc : Índice de esbeltez limite entre flambagem elástica e inelástica - AISC.

Cdl : Coeficiente de decaimento linear usado no método de Monte Carlo.

Ck : Coeficiente de área da componente harmônica.

ck : Coeficiente de área relativo da componente harmônica.

Coh : Coeficiente de correlação espacial.

cos η : Cosseno diretor do elemento de cabo associado à direção X.

cos γ : Cosseno diretor do elemento de cabo associado à direção Y.

cos ξ : Cosseno diretor do elemento de cabo associado à direção Z.

d : Matriz dos modos de vibração da estrutura.

dn : Faixa de freqüência utilizada no método de Monte Carlo.

E : Módulo de elasticidade do material.

f : Vetor das forças nodais externas – análise estática.

Fa : Força de Arrasto.

Fai : Força de arrasto na extremidade inferior do módulo.

Fas : Força de arrasto na extremidade superior do módulo.

admF : Força admissível à compressão nos perfis estruturais.

1tadmF : Força admissível à tração – ruptura da seção líquida.

2tadmF : Força admissível à tração – escoamento da seção bruta.

FS : Fator de segurança utilizado no dimensionamento das peças.

Fu : Tensão última do material.

Fy : Tensão de escoamento do material.

Page 17: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

xvi

g(x) : Vetor gradiente da Energia Potencial Total do sistema.

LG ; : Matrizes auxiliares utilizadas no cálculo da matriz Hessiana.

H(x*) : Matriz Hessiana do sistema.

ha : Altura de aplicação da força de arrasto.

K : Parâmetro utilizado no cálculo do comprimento de flambagem.

K1;K2 : Parâmetros do perfil contínuo de vento.

Km : Matriz de rigidez do elemento de treliça em relação aos eixos de membro.

KS : Matriz de rigidez do elemento de treliça em relação aos eixos da estrutura.

l : Vetor que representa o comprimento inicial do elemento de cabo.

l’ : Vetor que representa a configuração deformada do elemento de cabo.

Lt : Comprimento do elemento de cabo com efeito térmico.

l1(z) : Largura da edificação na cota z.

m : Número de funções harmônicas utilizadas no método de Monte Carlo.

M : Matriz de massa consistente do sistema.

Mk : Momento de tombamento produzido pela força de arrasto de cada módulo k.

Mn : Matriz de massa modal.

ndf : Número de graus de liberdade total da estrutura.

p : Vetor que representa os deslocamentos nodais da extremidade inicial do cabo.

p3 : Pressão de pico em 3 segundos.

P600 : Pressão média do vento em 10 minutos.

)(' tp : Pressão flutuante ao longo de tempo;

)(' tp : Valor médio da pressão flutuante.

)('2 tp : Valor quadrado médio da pressão flutuante.

P : Vetor de forças variáveis ao longo do tempo na equação de movimento.

Ppf : Porcentagem da parcela flutuante do vento.

q : Vetor que representa os deslocamentos nodais da extremidade final do cabo.

q(z) : variação da pressão dinâmica do vento ao longo da altura da estrutura.

Qi : Função das forças generalizadas.

r : raio de giração do perfil estrutural.

rmín : raio de giração mínimo do perfil estrutural.

R : Matriz de rotação de eixos.

Sd : Capacidade resistente do cabo segundo o critério das tensões admissíveis.

Sn : Capacidade resistente nominal do cabo conforme informado pelo fabricante.

Page 18: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

xvii

S(n) : Densidade espectral de potência em função da freqüência n da excitação.

S1 : Fator topográfica segundo NBR 6123.

S2 : Fator que considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da

velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação.

S3 : Fator estatístico segundo NBR 6123.

T : Energia Cinética do sistema.

T1 : Tensão nos cabos devido a cargas permanentes e pré-tensionamento.

T2 : Tensão nos cabos devido a cargas permanentes, pré-tensionamento e cargas de vento.

tmáx : Intervalo de tempo utilizado na análise dinâmica.

u : Vetor dos cossenos diretores do elemento de cabo na configuração indeformada.

u* : Velocidade de fricção (função da rugosidade do terreno).

U0 : Velocidade média do vento no método de Monte Carlo.

Uz : Velocidade médio do vento na altura z.

V : Volume do elemento de cabo ou treliça.

V0 : Velocidade básica do vento

V3 : Velocidade de pico em 3 segundos.

V600 : Velocidade média do vento em 10 minutos.

Vk : Velocidade característica do vento.

W : Potência do espectro.

x : Vetor contendo os deslocamentos nodais do sistema.

xc : Valor característica da análise combinada.

x* : Vetor que representa um estado de equilíbrio estável da estrutura.

x : Moda – utilizado na distribuição de Gumbel (Tipo 1).

x& : Vetor contendo as velocidades das coordenadas nodais do sistema.

x&& : Vetor contendo as acelerações das coordenadas nodais do sistema.

Yi : Termo auxiliar utilizado no cálculo da matriz G .

z : Vetor auxiliar para o cálculo da deformação no elemento de cabo.

α : Coeficiente de dilatação térmica.

α~ : Medida da dispersão na distribuição de Gumbel (Tipo 1).

αc : Área da seção transversal do elemento de cabo.

β1;β2 : Coeficientes do método de Newmark.

δ : Vetor utilizado no cálculo da deformação no elemento de cabo.

Page 19: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

xviii

ε : Deformação longitudinal do elemento de cabo.

φ : Índice de área exposta.

φd : Fator de redução devido ao tipo de terminação do cabo.

φf : Fator de redução devido à utilização de defletores.

φij : Matriz dos autovetores normalizados.

γ : Constante de Euler.

γt : Efeito térmico (γt = α.∆T).

λ : Índice de esbeltez do perfis estrutural.

λc : Vetor que representa a distância entre nós na configuração indeformada do cabo

tensionado.

λt : Vetor que representa a configuração indeformada do cabo com efeito térmico.

µ : Módulo do vetor c.

µt : Módulo do vetor γt.l.

π : Energia de deformação do elemento de cabo ou treliça.

θk : Ângulo de defasagem ( 0 ≤ θk ≤ 2π ).

ρ : Massa específica do elemento.

σ : Desvio padrão.

σ2 : Variância.

σ(ε) : Tensão no elemento de cabo.

σadm : Tensão admissível - critério das tensões admissíveis.

σlim : Tensão limite para um determinado tipo de solicitação (σlim = σadm . FS).

σsolic : Tensão solicitante devida à cargas em serviço - critério das tensões admissíveis.

ω : freqüências naturais circulares (rad/seg).

ω2 : autovalores do sistema.

ζn : razão de amortecimento do modo n.

∆L : Variação real do comprimento do elemento no modelo linear de cabo.

∆t : Passo de tempo utilizado no método de Newmark.

∆T : Variação de Temperatura.

∆zok : Extensão da rajada triangular equivalente.

Γ : Vetor auxiliar para o cálculo da aceleração no instante t+∆t.

Π0 : Energia Potencial Inicial do sistema.

Π(x) : Energia Potencial Total do sistema.

Page 20: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

xix

ÁÁ ÁÁ : Denota norma do vetor.

∇ : Denota a primeira derivada em relação aos deslocamentos nodais.

( )’ : Denota a primeira derivada em relação aos deslocamentos nodais, assim como ∇.

( )” : Denota segunda derivada me relação aos deslocamentos nodais.

( )T : Denota a transposta do vetor.

( ¡ ) : Denota a primeira derivada em relação ao tempo.

( ¡ ¡ ) : Denota a segunda derivada em relação ao tempo.

ttt xxx &&& ;; : deslocamentos, velocidades e acelerações no tempo t.

tttttt xxx ∆+∆+∆+ &&& ;; : deslocamentos, velocidades e acelerações no tempo t+∆t.

ptt

ptt

ptt xxx ∆+∆+∆+ &&& ;; : deslocamentos, velocidades e acelerações preditos no tempo t+∆t.

Page 21: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

xx

LISTA DE ABREVIAÇÕES

A1 : Análise Estática 1 – sem vento.

A2 : Análise Estática 2 – com vento.

AT1 : Barras do dispositivo anti-torção situadas no plano horizontal.

AT2 : Barras do dispositivo anti-torção situadas no plano inclinado.

CRE-EHS : Carga de ruptura efetiva do cabo tipo Extra High Strength.

CRE-HS : Carga de ruptura efetiva do cabo tipo High Strength.

CRE-SM : Carga de ruptura efetiva do cabo tipo Siemens-Martins.

D : Barras diagonais na face da torre.

DAT : Número de dispositivos anti-torção da estrutura.

H : Barras horizontais na face da torre.

LMOD : Comprimento do módulo.

LT : Largura da seção transversal da torre no plano horizontal.

M : Barras dos montantes da torre.

M1 : Modelo matemático 1 – não linear de cabo e não linear de treliça (Pulino,

1991).

M2 : Modelo matemático 2 – linear de cabo e linear de treliça (Pulino, 1998).

M3 : Modelo matemático 3 – não linear de cabo (Pulino, 1991) e linear clássico de

treliça (Gere e Weaver, 1987).

NCE : Número de elementos de cabo da estrutura.

NEC : Número de elementos de cabo por estai.

NMOD : Número de módulos da estrutura.

NN : Número de nós da estrutura.

NS : Número de seções por módulo.

NTE : Número de elementos de treliça da estrutura.

T : Barras de travamento horizontais.

TEA : Torre Estaiada Classe A.

TEB : Torre Estaiada Classe B.

TEC : Torre Estaiada Classe C.

VLC : Vão livre entre cabos.

VLTT : Vão livre no topo da torre.

Page 22: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

1

1 - INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES

Nos últimos anos ocorreram grandes avanços na área de telecomunicações, acompanhados

por inúmeros investimentos feitos no setor por parte dos governos ou mesmo da iniciativa

privada, resultando em um aumento da utilização destes serviços e na ampliação da sua

velocidade de expansão, diversidade e alcance.

Entre os grandes avanços no setor pode-se destacar: a Internet, TV a cabo, a diversificação

dos sistemas de telefonia fixa, o sistema móvel celular, as transmissões via cabo ótico, as

rádios comunitárias, as transmissões via-satélite, dentre outros. Neste contexto, o presente

trabalho concentra as atenções nos sistemas de rádio difusão, em especial na área que

compreende as transmissões de rádio e televisão, no qual o Brasil recebeu grande destaque à

nível mundial no ano de 1998, devido à privatização da TELEBRAS.

Investimentos desta natureza implicam na expansão de sistemas existentes ou mesmo na

implantação de novos sistemas, que por sua vez, implicam no aparecimento de novos

produtos que se adaptem às exigências tecnológicas e necessidades de mercado, de modo a se

tornar um produto mais competitivo, que atenda critérios de segurança, durabilidade e

funcionalidade e que acima de tudo seja economicamente viável.

1.2 MOTIVAÇÃO

A expansão no sistema de telecomunicações, em especial os sistemas de rádio difusão, tem

levado à instalação de uma quantidade considerável de torres, desde as zonas pouco povoadas

até os grandes centros urbanos, aproveitando-se muitas vezes as coberturas dos edifícios como

base de sustentação.

A motivação deste trabalho vem do fato de ter sido observado que, embora o número de torres

tenha aumentado bastante, ainda existem enormes dificuldades na concepção, cálculo, projeto,

fabricação, instalação e reforço de torres e de elementos estruturais dos sistemas de radio

difusão, não existindo muitos textos em português disponíveis sobre o assunto.

Page 23: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

2

Este trabalho foi então desenvolvido no sentido de contribuir com o aperfeiçoamento do

projeto destas estruturas, quer por implementar uma análise que raramente é utilizada, ou

ainda por estudar tipologias e tendências de comportamentos, mostrando a dimensão e as

dificuldades em se manipular as variáveis relevantes ao se efetuar a análise proposta.

Vale ressaltar que, este estudo não tem o intuito de ser conclusivo a ponto de definir

parâmetros absolutos para reger a concepção dos modelos estruturais, nem mesmo de

questionar a eficácia das diretrizes ou normas técnicas existentes, buscando apenas conhecer

um pouco mais este tipo de estrutura e eventualmente servir como mais um material de

referência à técnicos e projetistas, os quais, mesmo não dispondo de bibliografia técnica

específica, têm a obrigação de estabelecer critérios seguros de projeto.

1.3 NATUREZA DO TRABALHO

Embora exista uma grande variedade de torres de sustentação de antenas, neste trabalho é

feito apenas o estudo de torres metálicas estaiadas, que recentemente têm sido largamente

empregadas em todo o território nacional.

Inicialmente é efetuada uma análise estática deste tipo de torre, submetendo-a ao

carregamento de vento proposto na NBR 6123 (1988), levando-se em conta fatores

construtivos e de estabilidade. Na discretização das estruturas são empregados elementos

finitos retos (cabos ou treliças), considerando-se apenas a rigidez axial e utilizando uma

formulação que admite alongamentos nos elementos de cabo para a introdução das forças de

pré-tensionamento, segundo três modelos matemáticos distintos:

• Modelo não linear de cabo e não linear de treliça (Pulino, 1991);

• Modelo linear de cabo e linear de treliça (Pulino, 1998);

• Modelo não linear de cabo (Pulino, 1991) e linear clássico de treliça (Gere e

Weaver, 1987).

Estes modelos descrevem basicamente a obtenção da função Energia Potencial Total do

sistema, sendo a posição de equilíbrio estático estável obtida minimizando-se esta função

através de um algoritmo Quasi-Newton.

Page 24: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

3

Em seguida, as freqüências e os modos naturais de vibração da estrutura são determinados a

partir de uma expressão linearizada da equação de equilíbrio dinâmico, admitindo-se

pequenas oscilações em torno da configuração de equilíbrio estático, e utilizando-se um

algoritmo do tipo Jacobi Generalizado.

Por último é feita a análise dinâmica da estrutura sob a ação do vento com o método de Monte

Carlo, utilizado por Franco (1993) e Guimarães (2000), no qual o vento é subdividido em

duas parcelas, sendo uma constante (vento médio) e a outra variável ao longo do tempo

(rajadas). A resposta dinâmica da estrutura é obtida pela integração explícita da equação de

equilíbrio dinâmico ao longo do tempo através do método de Newmark (1959).

1.4 OBJETIVOS

Os principais objetivos deste trabalho são:

• Estudar o comportamento de torres metálicas estaiadas submetidas ao carregamento

estático de vento proposto na NBR 6123, segundo cada um dos três modelos

matemáticos comentados anteriormente;

• Determinar as freqüências e os modos naturais de vibração das torres estudadas na

análise estática;

• Avaliar a resposta destas estruturas na direção do vento, submetidas à carregamentos

flutuantes (rajadas) com as pressões flutuantes obtidas a partir do espectro de vento

local por meio dos métodos de simulação de Monte Carlo.

1.5 CONTEÚDO

Nesta seção, descreve-se de maneira geral o conteúdo de cada um dos capítulos que compõem

o restante deste trabalho.

No Capítulo 2 comenta-se sobre os principais tipos de torres de sustentação de antenas

utilizados no mercado, centrando a atenção nas torres metálicas estaiadas com seção

transversal quadrada, descrevendo-se as principais características dos mastros centrais, cabos

e antenas.

Page 25: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

4

O Capítulo 3 é destinado a explicar de forma detalhada os modelos matemáticos utilizados.

Inicialmente é descrito cada um dos modelos matemáticos utilizados na análise estática e em

seguida são apresentadas as formulações para as análises modal e dinâmica.

O carregamento estático do vento conforme a NBR 6123 (1988) é comentado no Capítulo 4,

juntamente com o dimensionamento dos cabos e o critério das tensões admissíveis utilizado

para o dimensionamento dos perfis.

O método de Monte Carlo é descrito no Capítulo 5, iniciando-se com um histórico do estudo

dos efeitos dinâmicos do vento e em seguida entrando na apresentação do método

propriamente dito. No final do capítulo é dada uma breve explicação sobre os parâmetros

estatísticos utilizados na distribuição de Gumbel (Tipo 1).

No capítulo 6 são apresentados cada um dos programas computacionais desenvolvidos para se

fazer as análises propostas. Os programas são apresentados individualmente na forma de

fluxogramas, acompanhados de explicações dos principais blocos que os constituem.

Os exemplos numéricos estudados são descritos no Capítulo 7, subdividindo-os em função do

tipo de análise (estática, modal ou dinâmica), sendo acompanhados por explicações e gráficos

comparativos dos resultados, indicando-se as semelhanças ou diferenças observadas.

No capítulo 8 são apresentadas as conclusões finais e sugestões para trabalhos futuros. No

final do trabalho existem ainda vários apêndices, apresentados na forma de tabelas, contendo

informações necessárias para a realização das análises, bem como mostrando os principais

resultados das analises efetuadas.

Page 26: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

5

2 - TIPOLOGIA ESTRUTURAL

2.1 TIPOS DE TORRES DE SUSTENTAÇÃO

As torres utilizadas para a sustentação de antenas variam principalmente quanto à geometria,

ao modelo e ao material utilizado, porém, de uma forma geral, pode-se constatar sete formas

básicas: Torres Estaiadas Quadradas, Torres Estaiadas Triangulares, Torres Autoportantes

Quadradas, Torres Autoportantes Triangulares, Postes de Concreto ou Metálicos e Torres

Tubulares (Concreto).

a) b) c) d)

Figura 2.1 – Torres de sustentação

As torres estaiadas (Figura 2.1-a) são constituídas por um corpo metálico esbelto e modulado,

chamado de mastro, fixo por estais ao longo de sua extensão. Este corpo metálico é formado

por módulos com cerca de 5 m cada, contendo montantes, diagonais, horizontais e barras de

travamentos, com ligações aparafusadas ou soldadas, possuindo seção transversal quadrada ou

triangular. Os estais são constituídos por cordoalhas de aço fixadas ao longo do mastro da

estrutura e às fundações laterais de ancoragem. Estas torres são as mais econômicas e fáceis

de montar, porém, exigem um terreno relativamente grande para sua instalação, na ordem de

dez vezes a área daquele utilizado em uma estrutura autoportante de mesma altura.

Page 27: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

6

As torres autoportantes (Figura 2.1-b) se compõem de um corpo metálico formado por uma

parte reta superior destinada a fixar as antenas e uma parte inferior tronco-piramidal. São

formadas por módulos e compostas por montantes, diagonais, horizontais, barras de

contraventamento e travamento. As ligações são aparafusadas e feitas por meio de chapas de

ligação. Podem ter seções transversais quadradas ou triangulares e possuir os seguintes

acessórios: tubulões de topo, plataformas de topo, plataformas externa e interna (de trabalho

ou descanso), escada, suportes de antena, etc. Podem ser constituídas por perfis laminados

e/ou chapa dobrada.

Os postes metálicos e de concreto (Figura 2.1-c) são pré-fabricados e largamente utilizados

até alturas de cerca de 40 m. Os módulos são ligados através de flanges, permitindo que sua

montagem se dê de forma extremamente rápida. Possuem seções circulares ou hexagonais,

com diâmetros máximos de cerca de 50 cm.

As torres tubulares de concreto (Figura 2.1-d) são estruturas com seção transversal em forma

de anel circular, com diâmetros externos acima de 4 m e paredes com cerca de 15 cm de

espessura. Possuem escada helicoidal e patamares internos. Utilizam o sistema de formas

deslizantes. Sua instalação é um pouco trabalhosa e é utilizada quando se requer uma rigidez

elevada para a estrutura.

Neste trabalho, concentra-se o estudo nas torres metálicas estaiadas de seção transversal

quadrada, constituídas por perfis laminados com ligações aparafusadas. Este tipo de estrutura

vem sendo largamente utilizado tanto em regiões pouco urbanizadas como em centros

densamente povoados, com as instalações feitas no próprio terreno (solo ou rocha) ou no alto

de edificações já existentes.

A Figura 2.2 apresenta a tipologia básica destas estruturas, sendo mostrada uma torre estaiada

com mastro central constituído por quatro módulos numerados de cima para baixo, contendo

dez seções cada, ao qual são ancorados os cabos ou estais. Próximo ao topo da estrutura

existe um conjunto de barras que se projetam para fora, chamado de dispositivo anti-torção.

Entre o dispositivo anti-torção e o topo da estrutura existe uma região sem pontos de

ancoragem de cabos, destinada a colocação de antenas e sendo conhecida por vão livre no

topo da torre. Nesta figura, é mostrado também o vão livre entre cabos, correspondendo à

distância vertical ao longo da torre entre dois pontos de ancoragem sucessivos.

Page 28: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

7

Estais

Vão livre

Anti-Torção

Mód

ulo

1M

ódul

o 2

Mód

ulo

3M

ódul

o 4

entre cabos

Vão livre notopo da torre

Mastro

Figura 2.2 – Torre metálica estaiada quadrada

2.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS TORRES ESTAIADAS QUADRADAS:

Não existe um material único de referência para caracterizar ou mesmo padronizar todos os

elementos e modelos de torres metálicas estaiadas, até mesmo pelo fato destas torres serem

projetadas, inúmeras vezes, de modo a atender necessidades específicas. As características

das torres metálicas estaiadas de seção transversal quadrada descritas neste capítulo foram

baseadas em: experiência prática de projetistas; catálogos comerciais de fabricantes de torres;

procedimento do sistema Telebrás 240-410-600 Padrão (1996); norma canadense de torres

CSA S37-94; e norma americana de cabos estruturais – ASCE 19-96.

O mastro central das torres estaiadas é constituído de módulos, com comprimentos que, em

geral, variam de cinco a seis metros, com exceção de torres com altura inferior à dez metros,

para os quais se utilizam módulos com menor comprimento. Estes módulos são montados

individualmente na fábrica e no local da instalação é feita apenas a união dos mesmos através

de chapas de aço aparafusadas nas extremidades dos montantes. Os módulos, por sua vez, são

subdivididos em seções compostas por barras (perfis estruturais) com ligações aparafusadas

que, de acordo com o seu posicionamento e função são chamadas de: montantes, horizontais,

diagonais e barras de travamento interno. Existem algumas configurações mais usuais para o

posicionamento das barras principais, sendo uma delas apresentada na Figura 2.3:

Page 29: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

8

Figura 2.3 – Disposição de barras em um seção

Na Figura 2.3, não são mostradas as barras de travamento interno, uma vez que as mesmas

são colocadas apenas nas extremidades de módulo em forma de “X”, em um plano horizontal

em relação à torre e portanto não podem ser vistas na figura acima que mostra uma visão

frontal de uma das faces da torre.

Os perfis estruturais mais comumente utilizados são as cantoneiras simples com abas iguais

de aço ASTM A36, conhecido comercialmente no Brasil como MR250, com tensão de

escoamento de 250 MPa, tensão de ruptura entre 400 e 500 MPa e módulo de elasticidade de

aproximadamente 201000 MPa.

É importante ressaltar que, conforme comentado anteriormente, as barras de um mesmo

módulo são classificadas conforme o tipo e posicionamento em: montantes, horizontais,

diagonais e travamentos internos, sendo que cada um destes constitui o que se convencionou

chamar de “site” das barras. Portanto, todas as barras horizontais de um mesmo módulo

constituem um primeiro site, os montantes constituem um segundo site e assim por diante, de

modo que cada módulo possuirá quatro sites distintos, à não ser que ele possua dispositivo

anti-torção, para o qual serão incluídos dois sites extras, conforme será comentado

posteriormente. Na etapa de dimensionamento, determina-se o maior esforço de tração e de

compressão por site, sendo todas as barras de um mesmo site dimensionadas para estes

esforços solicitantes. Consequentemente, todas as barras pertencentes ao mesmo módulo e de

um mesmo site possuirão a mesma seção transversal.

Page 30: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

9

Em torres metálicas estaiadas, deve-se instalar próximo ao topo da estrutura um dispositivo

especial que através da utilização de cabos adicionais num mesmo nível e afastados dos

montantes formando braços de alavancas adequados, absorvam os esforços de torção, sendo

portanto conhecidos por dispositivos anti-torção. No caso de torres com mais de 60 metros de

altura é recomendado a utilização de dois dispositivos anti-torção, sendo um próximo ao topo

e o outro à meia altura da estrutura.

O dispositivo anti-torção é usualmente constituído por um conjunto de quatro barras por face

da torre, sendo duas delas em posição horizontal e absorvendo esforços de tração e as duas

outras em posição inclinada sendo submetidas à esforços de compressão, o que justifica a

adoção de dois sites distintos conforme comentado anteriormente. Na Figura 2.4 é mostrado

um dispositivo anti-torção acompanhado de um detalhe da sua extremidade.

Figura 2.4 – Dispositivo anti-torção e detalhe da extremidade

Na Figura 2.4, não são mostradas as duas barras em posição inclinada, por se tratar de uma

vista em planta, sendo estas barras encobertas pelas barras horizontais do anti-torçor. Estas

barras inclinadas são aparafusadas nas barras horizontais do anti-torçor na extremidade

superior e nos montantes na extremidade inferior. A ligação da extremidade do dispositivo é

geralmente feita com uma barra de aço soldada nas cantoneiras horizontais do anti-torçor.

Page 31: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

10

Entre o topo da estrutura e o dispositivo anti-torção, existe uma região sem pontos de

ancoragem de cabos, cujo comprimento varia de 50 cm à 300 cm. Este é o chamado vão livre

no topo da estrutura, sendo destinado à colocação das antenas. Abaixo desta região, os cabos

são ancorados ao longo do mastro da torre, sendo recomendado que o vão livre na vertical

entre dois pontos de ancoragem sucessivos esteja entre 8 e 12 metros, com exceção de torres

com altura inferior à 10 metros, para as quais é utilizada uma distância menor.

Nas regiões onde ocorrem pontos de ancoragem de cabos, as barras horizontais apresentam

prolongamentos conhecidos vulgarmente como “orelhas” para que possa ser colocado um

pino de fixação do sapatilho que permita o encaixe do cabo. Na Figura 2.5 é mostrada a

região de ancoragem de cabos na torre.

Figura 2.5 – Região de ancoragem de cabos na torre

Pela Figura 2.5, pode-se ver que em cada altura de ancoragem chegam quatro cabos distintos

em direções inclinadas de 45 graus em relação às faces da torre sendo os mesmos ancorados

nas “orelhas” das barras horizontais na extremidade superior e em pontos de fundações

laterais na extremidade inferior. No caso da existência de dispositivos anti-torção no ponto de

ancoragem (ver Figura 2.4), existem oito cabos e não apenas quatro como descrito

anteriormente. Neste caso, em cada extremidade do anti-torçor são ancorados dois cabos. A

Figura 2.6 apresentada à seguir, mostra uma vista em planta de uma torre metálica estaiada,

sendo indicados separadamente os cabos ancorados em dispositivos anti-torção (8 cabos) e em

ancoragens normais (4 cabos).

Page 32: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

11

Cabo 2 Cabo 3

Cabo 4

Cabo

5Cabo 6Cabo 7Cabo 8

Cabo 1

Cabo 1

Cabo 2

Cabo 3

Cabo 4

Mastro da Torre

Face 1

Face 2

Face 3

Face 4

Ancoragem em Anti-Torçor Ancoragem Normal

Ponto deFundação

Figura 2.6 – Ancoragem normal e em anti-torçor

Não existe uma regra para a determinação do número de pontos de fundação lateral

destinados à ancoragem de cabos em nenhuma das normas e procedimentos comentados

anteriormente. Porém, existe uma recomendação prática que sugere, que não se use mais de

três pontos de fundação lateral por montante, e que sejam ancorados até três cabos por ponto

de fundação ou no máximo quatro quando se tratar de cabos de dispositivo anti-torção. Esta

recomendação é baseada na experiência em torres já projetadas, além de possibilitar a redução

de custos financeiros com as fundações.

A distância do ponto de fundação mais afastado da torre é determinada em função da altura da

torre, de modo que o ângulo entre o cabo e o plano horizontal que representa o terreno seja de

aproximadamente 60 graus. Os demais pontos de fundação são determinados dividindo-se a

distância do ponto de fundação mais afastado em intervalos iguais.

Uma vez determinado o número de pontos de ancoragem ao longo da torre e o número de

fundações laterais, os cabos são distribuídos entre os pontos de fundação, iniciando-se com os

cabos ancorados nas alturas mais baixas e com os pontos de fundação mais próximos da torre.

As fundações laterais de ancoragens de cabos e as fundações do mastro da torre devem ter a

sua superfície superior projetada acima do terreno no mínimo 20 centímetros, devendo ser

inclinada e desempenada a fim de evitar o acúmulo de água na base, conforme recomendação

do procedimento Telebrás.

Page 33: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

12

2.3 CABOS DE ESTAIS

O procedimento Telebrás e os catálogos de fabricantes recomendam a utilização de cabos de

aço de sete fios (1+6) com alma de aço e protegidos contra corrosão com capa protetora de

zinco. Os cabos devem ser do tipo HS (High Strength) ou EHS (Extra High Strength) com

diâmetro máximo de 16 mm. A Figura 2.7 mostra a seção transversal destes cabos:

7 fios(1 + 6)

Alma deAço

Figura 2.7 – Cabo de aço de sete fios

Os cabos de aço estão sujeitos à dois tipos de deformação longitudinal: a elástica e a

estrutural. A deformação elástica é diretamente proporcional à carga aplicada e ao

comprimento do cabo de aço e inversamente proporcional ao seu módulo de elasticidade e

área metálica, ocorrendo também nos perfis estruturais. A deformação estrutural, por sua vez,

ocorre apenas nos cabos, sendo permanente e começando logo que é aplicada uma carga no

cabo. Esta deformação é causada pelo ajustamento dos fios do cabo, ou seja, pelo

acomodamento das pernas em relação à alma do mesmo.

A maior parte da deformação estrutural ocorre nos primeiros dias ou semanas de serviço do

cabo, dependendo da carga aplicada e pode ser quase totalmente removida por uma operação

que se convencionou chamar de pré-estiramento que consiste em submeter o cabo à uma força

de tração de acordo com um programa de carregamento pré-determinado. A norma americana

de cabos ASCE 19-96 especifica que todos os cabos estruturais devem ser submetidos à uma

força de pré-estiramento não inferior à 50% da capacidade resistente nominal do cabo.

Além do pré-estiramento do cabo que é feito no local de fabricação do mesmo, os cabos de

estais são submetidos à uma força de pré-tensionamento no local onde será implantada a torre.

Page 34: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

13

De acordo com a norma canadense de torres CSA S37-94, o pré-tensionamento dos cabos na

região da ancoragem na fundação lateral é normalmente definido como sendo em torno de

10% da capacidade resistente nominal do cabo, admitindo-se pré-tensionamentos entre os

limites de 8 e 15%.

Nos pontos de ancoragens de cabos nas torres e nas fundações laterais, devem-se utilizar as

“terminações de cabos”, que são dispositivos fixados nas extremidades dos mesmos, de modo

a transferir a tensão do cabo para o ponto de ancoragem. Existem vários tipos de terminação

utilizados no mercado, tais como: soquetes, terminais prensados, laços com sapatilho fixos

por grampos, etc.

No caso do presente trabalho, o tipo de terminação utilizado foi o laço feito com o próprio

cabo ao redor do sapatilho e fixo com grampos. Os sapatilhos são peças metálicas utilizadas

para evitar a deformação e o desgaste excessivo do cabo na região dos olhais onde é feito o

laço. Os grampos (clips) são peças feitas de aço e fixadas ao longo do cabo de modo a evitar

que o laço se abra. A Figura 2.8 mostra este tipo de terminação:

Figura 2.8 – Terminação de cabo com laço, sapatilho e grampos

No tipo de terminação mostrado na Figura 2.8, o número de grampos, o espaçamento entre

eles ao longo do cabo e o torque aplicado nos mesmos é determinado em função da bitola do

cabo, seguindo-se as recomendações dos fabricantes conforme apresentado na Tabela 2.1:

Tabela 2.1 – Especificações das terminações com grampos

Bitola do Cabo No de Grampos Espaçamento (mm) Torque (N.m)3/16" 2 29 8.01/4" 2 38 20.0

5/16" 2 48 40.03/8" 2 57 40.0

7/16" 2 67 75.01/2" 3 76 75.0

9/16" 3 95 115.0

Page 35: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

14

2.4 TIPOS DE ANTENAS

As antenas utilizadas em torres metálicas estaiadas apresentam uma grande variação quanto à

geometria, posições na estrutura, parâmetros aerodinâmicos, estruturas de apoio, etc.

Geralmente são definidas quanto ao tipo, cota de instalação e direcionamento, com base em

seu diagrama de irradiação que pode ser encontrado nos catálogos comerciais de fabricantes.

Nestes catálogos são apresentadas as especificações de carregamento a considerar para uma

determinada direção de vento, as dimensões e a forma de fixação das antenas e dos suportes,

os elementos componentes e o peso do conjunto (antena e suporte).

O procedimento Telebrás classifica as torres estaiadas em três categorias da seguinte forma:

1-Torre Estaiada Classe A (TEA) – Para suporte de antenas na freqüência SHF; 2-Torre

Estaiada Classe B (TEB) – Para suporte de antenas na freqüência UHF; e 3-Torre Estaiada

Classe C (TEC) – Para suporte de antenas na freqüência VHF.

Na classificação acima, SHF é a faixa de freqüência que vai de 3000 à 30000 MHz e utiliza as

antenas parabólicas cheias, UHF é a faixa de freqüência que varia de 300 à 3000 MHz e

utiliza as antenas helicoidais, log-periódicas, parabólicas vazadas e yagi, e VHF é a faixa de

freqüência que varia de 30 à 300 MHz utilizando as antenas yagi e log-periódicas.

No presente trabalho, foi admitido que as torres apresentavam antenas do tipo yagi, uma vez

que este é o tipo mais utilizado no mercado para o caso de torres estaiadas, além de permitir a

transmissão de sinais nas freqüências UHF e VHF. Na determinação da área exposta de

antenas para cálculo da força de vento, foi admitido que as antenas se encontram no primeiro

módulo (módulo do topo da torre), com área exposta igual à 7.5% da área de contorno do

módulo e coeficiente aerodinâmico igual a 1.2.

O procedimento Telebrás especifica limites para a rotação no plano horizontal e para a

deflexão em relação ao eixo vertical (medida como sendo o ângulo entre a vertical e a

tangente à posição deformada da estrutura), na altura da antena mais alta, conforme a

categoria da torre. Estes valores limites são de 1o 40’ 00’ para torres do tipo TEB e 4o 00’ 00”

para torres do tipo TEC. Neste trabalho foi admitido que a antena mais alta se encontra

sempre na extremidade superior da terceira seção à partir do topo da estrutura.

Page 36: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

15

3 - MODELOS MATEMÁTICOS

3.1 ANÁLISE ESTÁTICA

No presente capítulo serão apresentados os modelos matemáticos utilizados na análise estática

de torres metálicas estaiadas quando submetidas à ações externas devidas ao vento. Na

discretização das estruturas foram empregados elementos finitos de dois nós (cabos ou

treliças), sendo considerada apenas a rigidez axial. Os elementos são considerados retos entre

coordenadas nodais e as forças externas atuam somente nos nós da estrutura. Para fazer as

análises foram utilizadas combinações dos três modelos matemáticos descritos abaixo:

• Modelo não linear de elemento de cabo tensionado no espaço (Pulino, 1991);

• Modelo linear de elemento de cabo tensionado no espaço (Pulino, 1998);

• Modelo linear clássico de elemento de treliça no espaço (Gere e Weaver, 1987).

As duas primeiras formulações admitem alongamentos nos elementos de cabo para a

introdução das forças de tensionamento, podendo também ser usadas para modelar os

elementos de treliça (cantoneiras simples que compõem o corpo da torre), bastando definir o

tensionamento do elemento como sendo nulo. Estes dois modelos também permitem

considerar o efeito térmico causado por um aumento ou diminuição de temperatura (∆T). O

terceiro modelo deve ser utilizado apenas para os elementos de treliça que compõem o corpo

da torre uma vez que não permite o pré-tensionamento necessário na modelagem dos cabos.

Os modelos matemáticos comentados acima descrevem basicamente, a obtenção da função

Energia Potencial Total para um arranjo de cabos ou treliças utilizados na discretização das

torres. As configurações que representam uma posição de equilíbrio estático estável são

obtidas como pontos de mínimo local da função Energia Potencial Total, utilizando-se um

algoritmo do tipo Quasi-Newton.

Nas seções subsequentes serão apresentados individualmente cada um dos três modelos

matemáticos comentados acima.

Page 37: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

16

3.1.1 Modelo Não Linear para Cabo Tensionado

No presente capítulo será apresentado um modelo não linear que admite deslocamentos e

deformações finitas para discretizar elementos de cabos tensionados. Nesta formulação são

assumidas as seguintes considerações básicas:

• Os elementos de cabos são considerados retos entre coordenadas nodais.

• As forças externas atuam somente nos nós dos cabos.

• Só é considerada a rigidez axial dos elementos.

• O material dos cabos será considerado de comportamento linear.

3.1.1.1 Deformação Longitudinal

A Figura 3.1 mostra um elemento de cabo no espaço com sua respectiva representação

vetorial. Nesta figura a configuração indeformada do elemento é representada pelo segmento

AB, o tensionamento pelo segmento BC e o efeito térmico por BD, de modo que o cabo

indeformado após sofrer o efeito térmico é representado pelo segmento AD. Já a

configuração deformada do elemento, ou seja, após sofrer o efeito dos carregamentos nodais

externos, é representada pelo segmento A’C’. Os deslocamentos nodais AA’ e CC’ são

indicados pelos vetores p e q respectivamente.

A

D

B

C

A'

C '

ElementoDeformado

Tensionamentodo Cabo

EfeitoTérmico

Elemento Indeformadocom efeito térmico

-γt.l

λt

c

q

p

l'

X

Z

Y

Figura 3.1 – Modelo não linear de elemento de cabo no espaço e sua representação vetorial

Page 38: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

17

Sendo:

λc : vetor que representa a distância entre nós (segmento AC);

l : vetor que representa o comprimento inicial do cabo (segmento AB);

γt.l = α.∆T.l : efeito térmico, sendo α o coeficiente de dilatação térmica;

λt : vetor que representa a configuração indeformada com efeito térmico;

l’ : vetor com a configuração deformada;

p,q : deslocamentos nodais nas extremidades inicial e final;

µ = c : módulo do vetor c;

µt = lt .γ : módulo do vetor γt.l.

Pode-se verificar a partir da Figura 3.1 que:

p + l’ = λ t - γtl + c + q (3.1)

l’ = λ t - γtl + c + q - p (3.2)

Fazendo:

z = q - p + c - γtl (3.3)

Tem-se:

l’ = λ t + z (3.4)

A deformação longitudinal do elemento pode então ser dada por:

ε = t

tlλ

λ−' (3.5)

Lembrando que:

).()(' zzl tT

t ++= λλ (3.6)

Sendo:

λt = (λc-c+γtl) = Ltu ⇒ tttt LuLuL ===λ (3.7)

Onde: u = vetor dos cossenos diretores do elemento de cabo na configuração indeformada.

Lt = comprimento do elemento de cabo com efeito térmico.

Page 39: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

18

Portanto, substituindo-se (3.7) em (3.6):

).()(' zuLzuLl tT

t ++=

zzuLzzuLuuLl Tt

TTt

Tt +++= 2' (3.8)

Sabendo que:

u = (cosη,cosγ,cosξ) (3.9)

Então:

uTu = cos2η + cos2γ + cos2ξ = 1 e LtuTz = zTLtu (3.10)

Substituindo (3.10) em (3.8):

zzuzLLl TTtt ++= .2' 2 (3.11)

Substituindo-se (3.7) e (3.11) em (3.5):

ε = t

tTT

tt

LLzzuzLL −++ .22

ε = 1)2(1 11 −++ −− zLuzL tT

t (3.12)

Fazendo:

δ = )2( 11 zLuzL tT

t−− + (3.13)

Tem-se que a deformação longitudinal de um elemento de cabo será:

ε = 11 −+δ (3.14)

Page 40: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

19

3.1.1.2 Energia Potencial Total

A energia de deformação de um elemento de cabo com deformação constante é dada por:

π = dVdV∫ ∫

ε

εεσ0

).( (3.15)

onde:

εεσ .)( E= : tensão no elemento de cabo;

E : modulo de elasticidade do material;

ε : deformação longitudinal;

V : volume do elemento de cabo.

Para um cabo com seção constante (αc) e comprimento Lt:

π = Lt. αc ∫ε

εεσ0

)( d (3.16)

A Energia Potencial Total para um conjunto de “n” elementos de cabo será então:

∑=

Π+−=Πn

i

T xfx1

0)( π (3.17)

sendo:

π : energia de deformação de cada elemento de cabo;

f : vetor que contém as forças nodais externas;

x : vetor com deslocamentos nodais livres do sistema;

0Π : Energia Potencial Inicial do sistema.

3.1.1.3 Gradiente da Energia Potencial Total

Uma vez escrita a Energia Potencial Total do sistema como função dos deslocamentos livres,

as possíveis configurações de equilíbrio estático podem ser encontradas através de técnicas de

otimização, uma vez que estas posições correspondem a pontos de mínimo local da função

)(xΠ .

Page 41: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

20

O gradiente da função Energia Potencial Total de um arranjo de cabos tensionados é dado

pela derivada em relação aos xi deslocamentos livres do sistema como:

∑=

−∇=∂Π∂=Π∇

n

ii

fx

xx1

)()( π (3.18)

Precisa-se, então, calcular o gradiente da energia de deformação de um elemento de cabo:

∫∇=∇ε

εεσαπ0

)(. dLtc

εεσαπ ∇=∇ ).(.tc L (3.19)

Para estabelecer o gradiente da energia de deformação da Equação (3.19), será necessário

determinar o gradiente da deformação ( ε∇ ) de um elemento de cabo. Como cada elemento

de cabo tem no máximo seis graus de liberdade (três translações por nó), conforme pode ser

visto na Figura 3.2, a deformação longitudinal será função desses seis deslocamentos (xk, k =

1,2,..,6).

x1

x2

x3

x4x6

x5

nó inicial

nó final

Figura 3.2 – Deslocamentos de um elemento de cabo no espaço

Conforme demostrado na equação (3.14):

ε = 11 −+δ

Page 42: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

21

Consequentemente:

KK xx ∂

∂+=∂∂=∇ − δδεε .)1(

21 2/1 (3.20)

Lembrando das equações (3.13), (3.3) e (3.9) que:

δ= zzLuzLzLuzL Tt

Ttt

Tt

2111 2)2( −−−− +=+

z = q - p + c - γtl = [ (x4-x1+(µ-µt)cosη) , (x5-x2+(µ-µt)cosγ) , (x6-x3+(µ-µt)cosξ) ]

u = (cosη , cosγ , cosξ )

Fazendo k = 1:

)(.)(..21

2

1

1

1

zzx

Luzx

Lx

Tt

Tt ∂

∂+∂∂=

∂∂ −−δ (3.21)

Mas:

zTu = (x4-x1+(µ-µt)cosη)cosη + (x5-x2+(µ-µt)cosγ)cosγ + (x6-x3+(µ-µt)cosξ) cosξ

zTz = (x4-x1+(µ-µt)cosη)2 + (x5-x2+(µ-µt)cosγ)2 + (x6-x3+(µ-µt)cosξ)2

Portanto:

ηcos)(1

−=∂∂ uzx

T (3.22)

)cos)((2)( 141

ηµµ tT xxzz

x−+−−=

∂∂ (3.23)

Substituindo as Equações (3.22) e (3.23) na Equação (3.21):

]cos)(.([cos.2 1411

1

ηµµηδttt xxLL

x−+−+−=

∂∂ −− (3.24)

Page 43: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

22

Logo:

)]cos)(.([cos)1( 1412/11

1

ηµµηδεttt xxLL

x−+−++−=

∂∂ −−− (3.25)

Procedendo de forma análoga para k = 2,3,4,5 e 6:

)]cos)(.([cos)1( 2512/11

2

γµµγδεttt xxLL

x−+−++−=

∂∂ −−− (3.26)

)]cos)(.([cos)1( 3612/11

3

ξµµξδεttt xxLL

x−+−++−=

∂∂ −−− (3.27)

14 xx ∂

∂−=∂∂ εε (3.28)

25 xx ∂

∂−=∂∂ εε (3.29)

36 xx ∂

∂−=∂∂ εε (3.30)

O gradiente da energia de deformação será:

)]cos)(.([cos)1( 1412/1

1

ηµµηδεαπttc xxLE

x−+−++−=

∂∂ −− (3.31)

)]cos)(.([cos)1( 2512/1

2

γµµγδεαπttc xxLE

x−+−++−=

∂∂ −− (3.32)

)]cos)(.([cos)1( 3612/1

3

ξµµξδεαπttc xxLE

x−+−++−=

∂∂ −− (3.33)

Page 44: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

23

14 xx ∂

∂−=∂∂ ππ (3.34)

25 xx ∂

∂−=∂∂ ππ (3.35)

36 xx ∂

∂−=∂∂ ππ (3.36)

3.1.2 Modelo Linear para Cabo Tensionado

Será apresentado agora um modelo linear para discretizar elementos de cabos tensionados,

admitindo-se deslocamentos e deformações infinitesimais. Nesta formulação são assumidas as

mesmas quatro considerações básicas do modelo não linear descrito anteriormente.

3.1.2.1 Deformação Longitudinal

Conforme visto na Figura 3.1 e nas equações (3.3) e (3.4) para o modelo não linear:

l’ = λ t + z e z = q - p + c - γtl

Estas relações podem ser mostradas através da Figura 3.3:

l'

c

-γt.l

λt

q

-p

z

λt

l'

z

δ ∆L

YX

Z

Figura 3.3 – Representação vetorial do modelo linear de elemento de cabo

Page 45: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

24

A deformação longitudinal do elemento pode ser representada por:

tLL∆=ε (3.37)

onde:

L∆ : variação do comprimento no cabo;

tL : comprimento indeformado do cabo com efeito térmico.

Por se tratar de deslocamentos e deformações infinitesimais, a variação no comprimento do

cabo ( L∆ ) pode ser aproximada pela projeção (δ) do vetor z na direção do cabo na

configuração indeformada ( tλ ). Logo:

uz T=δ (3.38)

Consequentemente:

tt LL

L δε =∆= (3.39)

3.1.2.2 Energia Potencial Total

Para um cabo com seção constante (αc) e comprimento (Lt), a energia potencial pode ser

representada da mesma maneira que no modelo não linear, ou seja, pela equação (3.16):

π = Lt. αc ∫ε

εεσ0

)( d

3.1.2.3 Gradiente da Energia Potencial Total

Para a determinação de um ponto de mínima energia potencial total é necessário calcular o

gradiente desta função em relação aos deslocamentos livres.

Page 46: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

25

Pela equação (3.19):

εεσαπ ∇=∇ ).(.tc L

Admitindo que :

tL

δε =

Então ε∇ pode ser dado por:

ktk xLx ∂

∂=∂∂=∇ δεε .1 (3.40)

Porém, como da Equação (3.38):

uz T=δ

sendo:

z = q - p + c - γtl = [ (x4-x1+(µ-µt)cosη) , (x5-x2+(µ-µt)cos γ) , (x6-x3+(µ-µt)cosξ) ]

u = (cosη , cos γ, cosξ )

Então:

zTu = (x4-x1+(µ-µt)cosη) cosη + (x5-x2+(µ-µt)cos γ) cos γ + (x6-x3+(µ-µt)cosξ) cosξ

Fazendo k = 1:

ηδ cos)(11

−=∂∂=

∂∂ uz

xxT (3.41)

Substituindo (3.41) em (3.40) no caso de k =1:

ηε cos1

1 tLx−=

∂∂ (3.42)

Page 47: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

26

De forma análoga para k = 2,3,4,5 e 6:

γε cos1

2 tLx−=

∂∂ (3.43)

ξε cos1

3 tLx−=

∂∂ (3.44)

14 xx ∂

∂−=∂∂ εε (3.45)

25 xx ∂

∂−=∂∂ εε (3.46)

36 xx ∂

∂−=∂∂ εε (3.47)

O gradiente da energia potencial de deformação será então:

ηεαπ cos1

Ex c−=

∂∂ (3.48)

γεαπ cos2

Ex c−=

∂∂ (3.49)

ξεαπ cos3

Ex c−=

∂∂ (3.50)

14 xx ∂

∂−=∂∂ ππ (3.51)

25 xx ∂

∂−=∂∂ ππ (3.52)

36 xx ∂

∂−=∂∂ ππ (3.53)

Page 48: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

27

3.1.3 Modelo Linear Clássico de Treliça Espacial:

Será apresentado agora um modelo linear clássico para discretizar elementos de treliça no

espaço, admitindo-se deslocamentos e deformações infinitesimais. Nesta formulação são

assumidas as mesmas quatro considerações básicas do modelo não linear para cabo

tensionado descrito anteriormente.

3.1.3.1 Energia Potencial Total

A energia de deformação de um elemento de treliça é dado por:

π = xKx ST

21 (3.54)

onde:

π : energia de deformação de um elemento de treliça;

x : vetor com deslocamentos nodais livres do sistema;

SK : matriz de rigidez do elemento de treliça em relação aos eixos da estrutura.

A Energia Potencial Total para um conjunto de “n” elementos de treliça será então:

∑=

Π+−=Πn

i

T xfx1

0)( π (3.55)

sendo:

π : energia de deformação de cada elemento de treliça;

f : vetor que contém as forças nodais externas;

x : vetor com deslocamentos nodais livres do sistema;

0Π : Energia Potencial Inicial do sistema.

3.1.3.2 Gradiente da Energia Potencial Total

O gradiente da função Energia Potencial Total de um conjunto de “n” elementos de treliça é

dado pela derivada em relação aos xi deslocamentos livres do sistema como:

∑=

−∇=∂Π∂=Π∇

n

ii

fx

xx1

)()( π (3.56)

Page 49: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

28

O gradiente da energia de deformação de um elemento de treliça espacial, em função dos seis

deslocamentos nodais, será calculado à partir de (3.54):

xKx

xS

i

=∂

∂ )(π (3.57)

A matriz de rigidez do elemento de treliça em relação aos eixos da estrutura é obtida

rotacionando-se a matriz de rigidez em relação aos eixos do membro de modo que:

RKRK mT

S = (3.58)

−−−−−−−−−

−−−−−−−−−

=

22

22

22

22

22

22

.

CzCyCzCxCzCzCyCzCxCzCzCyCyCxCyCzCyCyCxCyCzCxCyCxCxCzCxCyCxCx

CzCyCzCxCzCzCyCzCxCzCzCyCyCxCyCzCyCyCxCyCzCxCyCxCxCzCxCyCxCx

LAEK S (3.59)

onde:

E : módulo de elasticidade do material;

A : área da seção transversal;

L : comprimento do elemento de treliça;

R : matriz de rotação para transformar de eixos de membro para eixos da estrutura;

Km : matriz de rigidez em relação aos eixos de membro;

Cx,Cy,Cz : cossenos diretores

Page 50: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

29

3.2 ANÁLISE MODAL

Descreve-se um modelo matemático para o cálculo de freqüências e modos naturais de

vibração de torres metálicas estaiadas. O cálculo do problema de autovalores e autovetores é

desenvolvido para um estado de pequenas oscilações em torno de uma configuração de

equilíbrio estático estável da estrutura.

O problema de autovalores e autovetores é resolvido pela linearização, na equação de

movimento, do vetor gradiente da Energia Potencial Total através do truncamento da

expansão em série de Taylor. Nesta formulação, o gradiente da Energia Potencial Total é

determinado utilizando-se o modelo não linear para cabos tensionados comentado

anteriormente.

3.2.1 Equação de Equilíbrio Dinâmico

A equação de Lagrange que descreve o equilíbrio dinâmico de um sistema com “n”

deslocamentos nodais livres é dada, segundo Clough e Penzien (1993), por:

iiii

Qxx

TxT

dtd =

∂∏∂+

∂∂−

∂∂!

(3.60)

onde:

T : Energia Cinética do Sistema;

∏ : Energia Potencial Total do Sistema;

Qi : Função das forças generalizadas que contém as forças não conservativas e de

amortecimento.

No caso de sistemas submetidos a oscilações de pequena amplitude, os termos da equação de

Lagrange podem ser escritos como:

T = 21 xMxT !! (3.61)

0=∂∂

ixT (3.62)

Page 51: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

30

xMxT

dtd

i

!!!

=

∂∂ (3.63)

)(xgxi

=∏∇=∂∏∂ (3.64)

Qi = Pi - C ix! (3.65)

Substituindo-se as equações (3.62), (3.63), (3.64) e (3.65) na equação (3.60) obtém-se a

equação (3.66). Esta equação é não-linear, fundamentalmente devido às características do

vetor gradiente g(x) da Energia Potencial Total da estrutura:

PxgxCxM =++ )(!!! (3.66)

onde:

M : matriz de massa consistente do sistema;

C : matriz de amortecimento do sistema;

g(x) : vetor gradiente da Energia Potencial Total da estrutura;

P : vetor das forças nodais externas;

x!! : vetor das acelerações das coordenadas livres da estrutura;

x! : vetor das velocidades das coordenadas livres da estrutura.

3.2.2 Problema de Autovalores e Autovetores

A equação de equilíbrio dinâmico (3.66) na ausência de amortecimento (C) e de forças

externas (P), pode ser escrita como:

0)( =+ xgxM !! (3.67)

O vetor gradiente g(x), que é uma função não linear dos deslocamentos nodais “x”, pode ser

expandido em série de Taylor no intervalo de convergência x* - y < x < x* + y , sendo y > 0 e

x* o vetor que representa um estado de equilíbrio estável da estrutura.

Page 52: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

31

g(x) = ( ) ...)(!2

)(")(!1

)(' 2**

**

* +−+−+ xxxgxxxgxg (3.68)

Como g(x) é a primeira derivada da Energia Potencial Total em relação aos deslocamentos

livres da estrutura, o valor de g(x*) na expansão em série de Taylor é g(x*) = 0, uma vez que

x* é um vetor que representa um ponto de equilíbrio estável da estrutura. Logo a equação

(3.68) resulta em:

g(x) = ...)(!2

)(")(!1

)(' 2**

**

+−+− xxxgxxxg

ou, fazendo uma mudança de notação:

[ ] ...)(2

)()()()( 2*** +−

∏∇∇∇+−∏∇∇=∏∇ xxxxxxx (3.69)

Truncando-se os termos superiores da série de Taylor a partir do segundo termo da equação

acima (admitindo-se pequenas oscilações em torno do equilíbrio estático), a equação pode ser

escrita como:

[ ]( )** )()( xxxx −∏∇∇≅∏∇ (3.70)

O lado direito da equação (3.70) nada mais é do que a segunda derivada da Energia Potencial

Total em relação aos deslocamentos livres da estrutura. Substituindo-se as equações (3.18) e

(3.19) na equação (3.70) obtêm-se:

[ ] )()()( *xxfLx ctc −−∇∇≅∏∇ ∑ εεσα (3.71)

O gradiente dos termos entre colchetes corresponde a segunda derivada da Energia Potencial

Total do sistema, sendo representada pela matriz Hessiana – H(x*). Então:

∇Π (x) ≅ [ H(x*) ] (x – x*) (3.72)

Page 53: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

32

Chamando:

d = x – x* (3.73a)

xd !! = (3.73b)

xd !!!! = (3.73c)

e substituindo-se as equações acima na equação (3.67) obtêm-se :

[ ] 0)( * =+ dxHdM !! (3.74)

A equação diferencial (3.74) é um problema típico de autovalores e autovetores com solução

da forma:

ω2 Md = [ H(x*) ] d (3.75)

onde:

ω2 : autovalores do sistema;

ω : freqüências naturais de vibração da estrutura (rad/seg);

d : modos de vibração da estrutura.

3.2.3 Matriz Hessiana do Elemento

A matriz Hessiana H(x*), utilizada na equação (3.75), é dada por:

[ ]TxxH )()( ** ∏∇∇= (3.76)

Substituindo-se as equações (3.18) e (3.19) do gradiente da Energia Potencial Total na

equação (3.76), têm-se:

[ ]TfxH −∇∇= ∑ π)( * (3.77a)

ou

( )[ ] [ ]{ }TTtc LxH εεσεεσα ∇∇+∇∇= )()()( * (3.77b)

Page 54: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

33

considerando-se o comportamento linear do material , a equação (3.77b) resulta em:

[ ] [ ]{ }TTtc EELxH εεεεα ∇∇+∇∇= .)()( * (3.78)

Portanto, a equação geral da matriz Hessiana para um elemento de cabo ou treliça, será:

[ ]{ }TTtc ELxH εεεεα ∇∇+∇∇= .)()( * (3.79)

Chamando de G e L as matrizes:

TG )( εε ∇∇= (3.80)

[ ]TL ε∇∇= (3.81)

A equação (3.79) da matriz Hessiana para o elemento de cabo ou treliça será:

{ }LGELxH tc ..)( * εα += (3.82)

Nas equações (3.80) e (3.81) as matrizes G e L são quadradas e estão em função dos 6 (seis)

deslocamentos nodais livres do elemento. Estas matrizes estão definidas por:

Matriz G :

Chamando:

i

i x∂∂=Υ ε (i = a,b,c) (3.83)

a matriz G toma a forma:

G =

ΥΥΥΥΥΥ−ΥΥ−ΥΥ−ΥΥΥΥΥΥΥ−Υ−ΥΥ−ΥΥΥΥΥΥΥ−ΥΥ−Υ−Υ−ΥΥ−ΥΥ−ΥΥΥΥΥΥΥ−Υ−ΥΥ−ΥΥΥΥΥΥΥ−ΥΥ−Υ−ΥΥΥΥΥ

22

22

22

22

22

22

ccbcaccbca

cbbbacbbba

cabaacabaa

ccbcaccbca

cbbbacbbba

cabaacabaa

(3.84)

Page 55: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

34

podendo ser facilmente calculada pela multiplicação das derivadas da energia de deformação

de cada elemento à partir das equações (3.25) à (3.30).

Matriz L :

[ ]TL ε∇∇= =

∂∂

∂∂∂∂

6

2

1

:

x

x

x

∂∂

∂∂

∂∂

621

..xxxεεε (3.85)

Utilizando-se as equações (3.25) à (3.30) e chamando:

lij =

∂∂

∂∂

ji xxε ( i = 1...6 ; j = 1...6 ) (3.86)

a matriz L da equação (3.85) resulta quadrada e simétrica da forma:

L =

665646362616

565545352515

464544342414

363534332313

26252423222

161514131211

llllllllllllllllllllllllllllllllllll

l

(3.87)

Os termos da matriz L são definidos por:

( ) ( )( )[ ] ( )( )2

2/1

141

1

2/3

111coscos)1(

21

ttt

t LxxL

xLl

−−

− ++−+−+∂∂+= δηµµηδδ (3.88)

( ) ( )( )[ ] ( )( )2

2/1

251

2

2/3

221coscos)1(

21

ttt

t LxxL

xLl

−−

− ++−+−+∂∂+= δγµµγδδ (3.89)

( ) ( )( )[ ] ( )( )2

2/1

361

3

2/3

331coscos)1(

21

ttt

t LxxL

xLl

−−

− ++−+−+∂∂+= δξµµξδδ (3.90)

Page 56: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

35

( ) ( )( )[ ] ( )( )2

2/1

141

4

2/3

441coscos)1(

21

ttt

t LxxL

xLl

−−

− ++−+−+∂∂+−= δηµµηδδ (3.91)

( ) ( )( )[ ] ( )( )2

2/1

251

5

2/3

551coscos)1(

21

ttt

t LxxL

xLl

−−

− ++−+−+∂∂+−= δγµµγδδ (3.92)

( ) ( )( )[ ] ( )( )2

2/1

361

6

2/3

661coscos)1(

21

ttt

t LxxL

xLl

−−

− ++−+−+∂∂+−= δξµµξδδ (3.93)

( ) ( )( )[ ]γµµγδδ coscos)1(21

251

1

2/3

12 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+= −

(3.94)

( ) ( )( )[ ]ξµµξδδ coscos)1(21

361

1

2/3

13 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+= −

(3.95)

( ) ( )( )[ ]ξµµξδδ coscos)1(21

361

2

2/3

23 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+= −

(3.96)

( ) ( )( )[ ]ηµµηδδ coscos)1(21

141

2

2/3

24 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+−= −

(3.97)

( ) ( )( )[ ]ηµµηδδ coscos)1(21

141

3

2/3

34 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+−= −

(3.98)

( ) ( )( )[ ]γµµγδδ coscos)1(21

251

3

2/3

35 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+−= −

(3.99)

( ) ( )( )[ ]γµµγδδ coscos)1(21

251

4

2/3

45 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+−= −

(3.100)

( ) ( )( )[ ]ξµµξδδ coscos)1(21

361

4

2/3

46 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+−= −

(3.101)

Page 57: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

36

( ) ( )( )[ ]ξµµξδδ coscos)1(21

361

5

2/3

56 ttt

xxLxL

l −+−+∂∂+−= −

(3.102)

1114 ll −= 2225 ll −= 3336 ll −= (3.103)

1215 ll −= 1316 ll −= 2326 ll −= (3.104)

As derivadas de δ podem ser expressas por:

( ) ( ) ( )( )[ ]ηµµηδ coscos2 1411

1ttt xxLL

x−+−+−=

∂∂ −− (3.105)

( ) ( ) ( )( )[ ]γµµγδ coscos2 2511

2ttt xxLL

x−+−+−=

∂∂ −− (3.106)

( ) ( ) ( )( )[ ]ξµµξδ coscos2 3611

3ttt xxLL

x−+−+−=

∂∂ −− (3.107)

14 xx ∂

∂−=∂∂ δδ

25 xx ∂∂−=

∂∂ δδ

36 xx ∂∂−=

∂∂ δδ (3.108)

3.2.4 Normalização dos Autovetores

A normalização dos autovetores da estrutura está baseado na proposta feita por Paz

(1997) da forma:

j

Tj

ijij

Maa

a=φ (3.109)

onde:

aij : matriz dos autovetores não normalizados;

φij : matriz dos autovetores normalizados;

aj : vetor modal j não normalizado;

M : matriz de massa consistente da estrutura.

Page 58: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

37

3.3 ANÁLISE DINÂMICA

Este capítulo descreve um modelo matemático para a análise dinâmica de torres metálicas

estaiadas sujeitas à vibrações forçadas provocadas por carregamentos de vento. Esta

formulação é baseada na integração, na variável tempo, da equação de equilíbrio dinâmico,

utilizando um algoritmo do tipo Newmark.

3.3.1 Integração da Equação de Movimento

A equação de equilíbrio dinâmico (3.66)

PxgxCxM =++ )(&&&

com condições iniciais conhecidas para ( )0x , ( )0x& e ( )0x&& é integrada no tempo utilizando-se

um algoritmo preditor-corretor baseado no método de Newmark (1959).

Segundo o método de Newmark, as expressões para o deslocamento e velocidade no tempo

t+∆t são expressas por:

+

−∆+∆+= ∆+∆+ ttttttt xxtxtxx &&&&& 11

2

21 ββ (3.110)

( )[ ]tttttt xxtxx ∆+∆+ +−∆+= &&&&&& 221 ββ (3.111)

O algoritmo preditor-corretor de integração pode ser montado a partir da equação de

equilíbrio dinâmico, no tempo t+∆t, da seguinte forma:

)( ttPgxCxM ptt

ptttt ∆+=++ ∆+∆+∆+ &&& (3.112)

sendo pttg ∆+ o gradiente, no tempo t+∆t, da Energia Potencial Total calculado com

deslocamentos px preditos. De forma similar, as forças de amortecimento no tempo t+∆t são

calculadas com um vetor de velocidades px& também predito.

Page 59: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

38

Os valores preditos para os deslocamentos e velocidades no tempo t+∆t são expressos por:

−∆+∆+=∆+ ttt

ptt xtxtxx &&& 1

2

21 β (3.113)

( )[ ]ttp

tt xtxx &&&& 21 β−∆+=∆+ (3.114)

Após o cálculo dos deslocamentos e velocidades preditos, a aceleração no tempo t+∆t pode

então ser determinada através da equação (3.112) e em seguida corrigem-se os valores dos

deslocamentos e velocidades através das equações (3.110) e (3.111). Com os valores dos

deslocamentos e velocidades corrigidos pode-se então calcular a aceleração corrigida através

da equação (3.112) novamente.

Neste modelo foram adotados os valores =2β ½ conforme recomendação de Newmark

(1959) e =1β ¼ o que representa uma aceleração constante no intervalo de tempo ∆t igual à

média entre a aceleração no tempo inicial e no tempo final. O intervalo de tempo ∆t utilizado

neste algoritmo em geral deve ser pequeno, a fim de garantir a estabilidade numérica do

método, sendo aconselhável utilizar ∆t ≤ Tn/5 sendo Tn o menor período de vibração natural

da estrutura (Bathe e Wilson, 1976; Newmark, 1959).

A descrição do algoritmo utilizado na análise dinâmica de torres metálicas estaiadas via

integração no tempo é apresentada a seguir:

Passo1: Com os valores iniciais conhecidos de ( )0x , ( )0x& e ( )0P no tempo t = 0,

calcula-se a aceleração inicial:

( ) ( ) ( ) ( )[ ]01 000 xgxCPMx −−= − &&& (3.115)

Passo2: Cálculo dos valores dos deslocamentos e velocidades preditos no tempo t+∆t,

conforme equações (3.113) e (3.114):

−∆+∆+=∆+ ttt

ptt xtxtxx &&& 1

2

21 β

( )[ ]ttp

tt xtxx &&&& 21 β−∆+=∆+

Page 60: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

39

Passo3: Cálculo da aceleração no tempo t+∆t com os valores preditos de deslocamentos

e velocidades:

[ ])()(1 ptt

ptttt xgxCttPMx ∆+∆+

−∆+ −−∆+= &&& (3.116)

Passo4: Determinação dos valores corrigidos para os deslocamentos e velocidades no

tempo t+∆t:

ttp

tttt xtxx ∆+∆+∆+ ∆+= &&12 β (3.117)

ttp

tttt xtxx ∆+∆+∆+ ∆+= &&& 2β (3.118)

Passo5: Determinação da aceleração no tempo t+∆t com os valores corrigidos de

deslocamentos e velocidades:

[ ])()(1tttttt xgxCttPMx ∆+∆+

−∆+ −−∆+= &&& (3.119)

Passo6: Comparação dos valores das acelerações obtidas nos Passos 3 e 5. Se for maior

que um determinado valor estipulado, volta-se ao passo 4 com os valores de

aceleração encontrados no Passo 5. Caso contrário começa-se um novo passo

de tempo.

3.3.2 Matriz de Amortecimento

O amortecimento considerado neste trabalho baseou-se na formulação apresentada por

Clough e Penzien (1993), na qual a contribuição de cada modo de vibração, na matriz de

amortecimento do sistema, é proporcional à razão de amortecimento crítico. A matriz de

amortecimento “C” da estrutura é dada por:

MM

MCN

n

Tnn

n

nn

= ∑

=1

2φφ

ωζ (3.120)

Page 61: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

40

onde:

C : matriz de amortecimento da estrutura;

M : matriz de massa consistente da estrutura;

Mn = φnTMφn : matriz de massa modal;

ωn : freqüência natural do modo “n” (rad/seg);

ζn : razão de amortecimento do modo “n”;

φn : vetor modal “n” normalizado.

A matriz de massa modal Mn é igual a 1 quando os modos de vibração da estrutura estão

normalizados de acordo com a equação (3.109) e portanto:

Mn = φnTMφn = 1 (3.121)

A razão de amortecimento foi adotada como sendo igual 0.008 para todos os modos de

vibração, conforme recomendado na NBR 6123 (1988) para o caso de torres e chaminés de

aço com seção uniforme.

3.3.3 Matriz de Massa Consistente

A matriz de massa consistente de um elemento de cabo ou treliça no espaço foi baseada na

formulação apresentada por Pulino (1991) e Prado (1996), sendo expressa por:

=

200100

020010

002001

100200

010020

001002

6AL

M elemento ρ (3.122)

onde:elementoM : matriz de massa consistente do elemento;

ρ : massa específica do elemento;

A : área da seção transversal;

L : comprimento do elemento.

Page 62: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

41

Uma vez determinadas as matrizes de massa consistentes de cada elemento, a matriz de massa

consistente da estrutura pode ser obtida simplesmente adicionando as contribuições das

matrizes de massa de elemento nos locais apropriados na matriz de massa da estrutura.

3.3.4 Esforços Internos

Após a determinação dos deslocamentos, velocidades e acelerações nodais pode-se calcular os

esforços internos em cada elemento de cabo ou treliça. No caso específico dos elementos de

cabo, os esforços axiais foram calculados tomando o cuidado de assegurar que durante a

análise dinâmica nenhum elemento de cabo suporte forças de compressão. Caso ocorra a

situação em que a deformação no elemento de cabo seja de compressão (ε < 0), desconsidera-

se a sua contribuição (ε = 0) na função Energia Potencial Total.

As tensões podem então ser calculadas em função da deformação longitudinal do elemento,

obtida em cada instante de tempo por intermédio da relação εσ .E= .

Page 63: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

42

4 - ANÁLISE ESTÁTICA DO VENTO SEGUNDO NBR 6123

4.1 FORÇA DE ARRASTO:

As forças que aparecem em uma estrutura decorrentes da incidência do vento, comumente

conhecidas por forças aerodinâmicas, produzirão uma componente na direção do vento

chamada Força de Arrasto – Fa, que de uma forma geral pode ser expressa por: Fa = Ca.q.A,

onde estão presentes um parâmetro aerodinâmico (Ca), um parâmetro meteorológico (q) e um

parâmetro geométrico (A).

Para a determinação do Coeficiente de Arrasto (Ca) em torres reticuladas, a norma NBR 6123

(1988) apresenta um gráfico, no qual este coeficiente varia de acordo com o Índice de Área

Exposta - φ. Este índice é definido como sendo a razão entre a área frontal efetiva de uma

das faces do reticulado e a superfície limitada pelo contorno do mesmo.

O parâmetro meteorológico (q), representa a variação da pressão dinâmica devida ao vento

com a altura em relação ao terreno, sendo obtido a partir do perfil de velocidades médias e

que para o presente trabalho será feito utilizando-se o perfil contínuo, conforme apresentado

por Blessmann (1988).

A forma de decomposição horizontal da Força de Arrasto – Fa é apresentada na NBR 6123

(1988), sendo esquematizada na Figura 4.1, no caso de torres metálicas com seção transversal

quadrada submetidas à um carregamento de vento incidindo à 90 graus em uma das faces:

Vento na Face

0,25 0,25

0,25

yx

0,25

Fa

Figura 4.1 – Decomposição horizontal da força de arrasto Fa

Page 64: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

43

4.2 PERFIL CONTÍNUO E DECOMPOSIÇÃO DA FORÇA DE ARRASTO

Neste caso, a Força de Arrasto – Fa é calculada para um diferencial do perfil contínuo df e

integrada dentro do limite desejado. Admite-se inicialmente na dedução, uma edificação com

área toda cheia sendo finalmente corrigida em função do Índice de Área Exposta - φ.

Conforme a Figura 4.2 apresentada a seguir, a força de arrasto para uma faixa de largura l1(z)

e altura dz é dada por:

dfa = Ca.q(z).l1(z).dz (4.1)

e para a região situada entre o topo da edificação h e a altura hi, a força Fa será dada por:

Fa = ∫h

hi

dfa (4.2)

hiq(z)

df dfa

ha

Fa

Ma

c1

c2

θ θ

1l (z)dz

zh

Figura 4.2 – Força de arrasto à partir do perfil contínuo

Substituindo (4.1) em (4.2) obtém-se:

Fa = Ca . ∫h

hi

dzzlzq ).().( 1 (4.3)

Pelo Teorema de Varignon:

Fa.ha = ∫h

hi

dfaz. (4.4)

Page 65: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

44

Isolando ha e considerando o valor de Fa expresso pela equação (4.3) determina-se:

ha =

∫∫== h

h

h

hh

ha

h

ha

h

h

i

i

i

ii

dzzlzq

dzzzlzq

dzzlzqC

dzzzlzqC

Fa

dfaz

).().(

.).().(

).().(.

.).().(..

1

1

1

1

(4.5)

O momento de tombamento para a altura hi será:

Mai = Fa.(ha – hi) (4.6)

Para edificações não paralelepipédicas, l1(z) pode ser escrita como:

l1(z) = c1 – 2.z.tgθ (4.7)

Segundo a NBR 6123 (1988) e considerando-se a velocidade média do vento como uma

velocidade característica – Vk, a função q(z) em kgf/m2 pode ser obtida por:

q(z) = ( ) ( )

16...

16...

16

22

2310

23210

2 SSSVSSSVVk == (4.8)

sendo que o fator topográfico S1 leva em consideração as variações no relevo do terreno, S2

representa uma velocidade adimensional normalizada em V0 e varia de acordo com uma lei

potencial e o fator estatístico S3 considera o grau de segurança requerido e a vida útil da

estrutura. A velocidade básica do vento V0 é definida como sendo a velocidade de uma

rajada de três segundos, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do

terreno, em campo aberto e plano (Categoria II).

Fazendo:

K1 = (V0.S1.S3)2 / 16 (4.9)

e sabendo-se que numa altura z dada em metros, a norma de vento define S2 por:

S2 = b. Fr. (z/10)p (4.10)

Page 66: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

45

sendo os valores dos parâmetros b, Fr e p para diversos intervalos de tempo e para as cinco

categorias de rugosidade do terreno utilizados conforme tabela extraída da própria norma.

Substituindo-se as equações (4.9) e (4.10) na equação (4.8) obtém-se:

q(z) = K1 . 2

2S = K1 . pp zFrb 2

2

.10.

(4.11)

Introduzindo o parâmetro K2 como sendo:

K2 = K1 . 2

10.

p

Frb (4.12)

Pode-se obter q(z) como:

q(z) = K2 . z2p (4.13)

Substituindo as equações (4.7) e (4.13) na equação (4.3), tem-se:

Fa = K2.Ca .

+−−

+++++ ).(

2.2.2).(

1.2222212121 p

ipp

ip hh

ptghh

pc θ (4.14)

Agora, substituindo as equações (4.7) e (4.13) na equação (4.5) resulta:

ha = ( ) ( )( ) ( )222212121

323222221

22.2

12

32.2

22++++

++++

−+

−−+

−+

−−+

pi

ppi

p

pi

ppi

p

hhptghh

pc

hhptghh

pc

θ

θ

(4.15)

As equações (4.15), (4.14) e (4.6) resolvem o problema da relação entre o perfil vertical de

velocidades médias e o carregamento da estrutura na direção do vento. Adequando a força de

arrasto – Fa para o caso de torres metálicas quadradas (reticulado espacial), onde a área

frontal efetiva do reticulado é sempre menor que a área frontal da superfície de contorno o

que será considerado por seção da torre, deve-se multiplicar o valor de Fa pelo Índice de Área

Exposta φ. Assim, a equação (4.14) para torres reticuladas espaciais resulta:

Fa = K2.Ca .

+−−

+++++ ).(

2.2.2).(

1.2222212121 p

ipp

ip hh

ptghh

pc θ .φ (4.16)

Page 67: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

46

Como a altura “ha” de incidência de “Fa” não coincide com as cotas dos módulos das torres,

deve-se decompor as forças “Fa” de cada módulo, afim de obter a parcela do carregamento

nodal para cada seção da estrutura. O procedimento apresentado a seguir foi também

utilizado por Guimarães (2000).

Seja i um índice das seções variando de 1 até o número de seções NS. As Forças de Arrasto

Fai com as respectivas alturas hai e os momentos de tombamento Mai foram calculados

seguindo a formulação apresentada acima. Considerando hii com sendo o valor da cota

inferior de cada módulo da torre, conforme Figura 4.3 (onde está exemplificada uma torre

com 5 seções), temos:

Mak = ( )∑=

−k

ikii hihaFa

1

(4.17)

e

Mk = Fak.(hak – hik) (4.18)

Sendo Mk um momento de tombamento produzido somente pela força de arrasto de cada

módulo k. Este valor é utilizado na decomposição da respectiva força, em uma parcela

atuando na parte superior Fais e outra na parte inferior Faii do respectivo módulo.

Sec 2

Sec 1

hi2h3

h2

h1

hi1

Ma2

Ma1

Ma3

Ma4

hi3h4

h5hi4

Sec 3

Sec 4

Sec 5hi5

Ma5

Fa1

Fa3sM2Fa2i

Fa2s Fa2

M1

F3

F2

F1

Fa1i

Fa1s

Fa4sM3Fa3iF4

Fa5s

M4Fa4iF5

M5Fa5i

Fb

Fa3

Fa4

Fa5

ha1

ha2

ha3

ha4

ha5

Figura 4.3 – Decomposição vertical para as forças de arrasto

Page 68: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

47

Assim, fazendo o equilíbrio estático de momentos deste módulo, tem-se:

∑ =−−−⇒= 0).().(0)( iiiiiii hihaFahihsFahiM (4.19)

que nos fornece:

Fais = ii

iii

hihhihaFa

−− )(

(4.20)

e no plano horizontal inferior de cada módulo:

∑ =+⇒= iii FasFaiFaF 0 (4.21)

que fornecerá:

Faii = Fai - Fais (4.22)

possibilitando assim, a decomposição vertical das forças de arrasto.

Finalmente, a força no topo de um módulo i será dada pela soma das parcelas correspondentes

à força superior do respectivo módulo Fais e a força no nível inferior do módulo posicionado

acima Fai-1i.

Fi = Fais + Fai-1i (4.23)

Após a determinação da força de arrasto no topo de cada módulo através da decomposição

vertical do perfil contínuo conforme apresentado na equação (4.23), esta força será dividida

em quatro partes e cada uma destas parcelas será aplicada nos 4 nós da extremidade superior

do módulo conforme esquematizado na Figura 4.1.

É importante ressaltar que o coeficiente de arrasto Ca não é constante ao longo da torre, sendo

o seu valor calculado individualmente para cada um dos módulos em função do índice de área

exposto (φ) do respectivo módulo.

Page 69: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

48

4.3 DETERMINAÇÃO DE FORÇAS ESTÁTICAS

A norma brasileira de vento apresenta o gráfico das Isopletas da velocidade básica do vento

V0 em todo o território nacional, com intervalos de 5 m/s. Portanto, na determinação de

esforços provenientes da ação do vento, deve-se primeiramente conhecer onde será instalada a

estrutura, possibilitando assim a determinação da velocidade básica do vento ao qual a

estrutura vai ser submetida.

Posteriormente, é definida a geometria para a estrutura (altura total, número de módulos,

pontos de ancoragem e inclinação de cabos e a quantidade e posições de dispositivos anti-

torção); as geometrias para os módulos, através da definição do número de seções por

módulo, posições e bitolas dos perfis (montantes, diagonais, etc) e as bitolas e pré-

tensionamentos dos cabos; e finalmente, o carregamento e os acessórios a considerar.

Assim, é possível a determinação das pressões causadas pelo vento ao longo da estrutura a

partir do perfil contínuo de vento e, portanto, o cálculo das forças de arrasto resultantes por

módulo da torre, determinando suas distribuições e pontos de aplicação. Obtém-se então as

cargas nodais e, finalmente, é possível analisar a estrutura através da obtenção de

deslocamentos, reações de apoio e ações de extremidade de membros.

No presente trabalho, a velocidade básica do vento foi considerada igual a 45 m/s, o fator

topográfico S1 igual a 1.0 que corresponde a um terreno plano ou levemente acidentado e o

fator estatístico S3 igual a 1.1 relativo às edificações cuja ruína total ou parcial podem afetar a

segurança ou a possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva.

4.4 TEORIA ELÁSTICA DE DIMENSIONAMENTO

A Teoria Elástica de Dimensionamento considera o limite de escoamento como início de

ruptura do material e a segurança é garantida utilizando-se no cálculo tensões admissíveis

obtidas dividindo-se tensões limites dos materiais por coeficientes de segurança adequados.

Esta teoria é chamada elástica porque todos os cálculos se fazem dentro do regime elástico,

sendo caracterizada por quatro pontos:

Page 70: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

49

• O estado limite de resistência é o início da plastificação da seção, no ponto de

maior tensão;

• O cálculo dos esforços solicitantes é feito em regime elástico, não sendo

considerada a redistribuição de esforços causados pela plastificação de uma ou

mais seções na estrutura;

• As cargas atuantes são consideradas com seus valores reais sem majoração (cargas

em serviço);

• A margem de segurança da estrutura fica embutida na tensão admissível adotada

para cada tipo de solicitação.

O dimensionamento de cada elemento estrutural é considerado satisfatório quando a tensão

solicitante causada por cargas em serviço é inferior à tensão admissível obtida dividindo-se a

tensão limite do material para um determinado tipo de solicitação pelo coeficiente de

segurança adequado, conforme equação (4.24):

FSadmsoliclimσ

σσ =< (4.24)

Esta tensão limite que aparece na equação acima representa um limite de desempenho do

elemento estrutural para uma determinada solicitação. Por exemplo, a tensão admissível no

caso de peças tracionadas será o menor valor entre: 0.60.Fy (escoamento da seção bruta, FS =

1/0.6 = 1.667) e 0.5.Fu (ruptura da seção líquida, FS = 1/0.5 = 2.0), sendo Fy e Fu as tensões

de escoamento e última do material.

Embora a Teoria Plástica de Dimensionamento (Estado Limite Último) seja mais utilizada na

prática, neste trabalho foi adotado o critério das tensões admissíveis porque um dos modelos

matemáticos utilizados na análise estática é baseado em uma formulação não linear que

permite grandes deslocamentos e deformações. O motivo para tal escolha é devido ao fato

que ao se multiplicar o carregamento “P” por um certo número (fator de majoração de

carregamento), o novo ponto de equilíbrio pode estar muito longe do ponto de equilíbrio

obtido com as cargas em serviço, podendo inclusive mudar de sinal, por exemplo, de tração

para compressão ou vice-versa. Portanto a idéia de multiplicar o carregamento, só pode estar

associada implicitamente, com a análise linear de estruturas, onde multiplicando-se o

carregamento por um certo número, os esforços são multiplicados por esse mesmo número.

Page 71: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

50

4.5 DIMENSIONAMENTO DOS PERFIS

O dimensionamento dos perfis (cantoneiras simples) que compõem o mastro central da torre

baseou-se no critério das tensões admissíveis conforme norma do AISC: Manual of Steel

Construction - Allowable Stress Design (1989).

Como é próprio do modelo de treliça espacial, onde cada nó possui apenas três graus de

liberdade, sendo estes as translações em relação aos eixos ortogonais, na fase da resolução da

estrutura submetida à carregamentos nodais, surgem apenas esforços axiais no elemento. Se

forem consideradas as cargas de peso próprio distribuídas primeiro nos elementos antes de

transferidas aos nós, aparecerão esforços cisalhantes e momentos fletores nas barras, sendo

interessante verificá-las quando possuírem grandes comprimentos.

Considerando apenas os esforços axiais que são predominantes nas barras de torres, o critério

das tensões admissíveis recomenda que no dimensionamento à tração, seja verificada uma

peça quanto à ruptura da seção líquida que pode ocasionar o colapso da peça e quanto ao

escoamento da seção bruta que pode implicar em deformações exageradas, conforme

equações (4.25) e (4.26) respectivamente:

nut

adm AFF 50.01 = (4.25)

gyt

adm AFF 60.02 = (4.26)

sendo:

uF : tensão última do material;

yF : tensão de escoamento do material;

nA : área líquida da seção transversal (descontando-se as áreas de furos);

gA : área bruta da seção transversal.

O esforço resistente à tração admissível é considerado como sendo o menor dos dois valores

obtidos através das equações (4.25) e (4.26). No presente trabalho considerou-se a área

líquida como sendo igual à 75% da área bruta, ou seja, 25% para furos de parafusos.

Page 72: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

51

Nas peças tracionadas, o índice de esbeltez, que é definido como sendo a relação entre o

comprimento da peça e o raio de giração da seção transversal, não tem importância

fundamental, uma vez que o esforço tende a retificar as hastes. As normas porém fixam

limites superiores para estes índices, visando reduzir efeitos vibratórios provocados por

impactos, ventos, etc. Segundo o critério das tensões admissíveis apresentado na norma do

AISC comentada acima, o índice de esbeltez em peças tracionadas não deve ultrapassar 300.

No caso de peças submetidas à esforços de compressão, o critério das tensões admissíveis

determina que a capacidade resistente à compressão seja definida por:

No caso de cCrKl ≤/ :

( )

3

3

2

2

2

8//

83

35

2)/(1

cc

gyc

adm

CrKl

CrKl

AFC

rKlQF

+

= (4.27)

No caso de cCrKl >/ :

2

2

)/(23.12rKlAE

F gadm

π= (4.28)

Sendo:

Kl/r : índice de esbeltez máximo da peça;

E : módulo de elasticidade do material;

yF : tensão de escoamento do material;

gA : área bruta da seção transversal;

Q : fator de redução para levar em conta a flambagem local da peça;

Cc : índice de esbeltez limite entre flambagem elástica e inelástica.

y

c FQEC

.2 2π= (4.29)

Page 73: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

52

O fator de redução “Q” para levar em conta a flambagem local da peça será igual a 1 no caso

de cantoneiras simples que atendam a seguinte relação:

yFtb /76/ ≤ (4.30)

sendo:

b : comprimento total da aba na cantoneira;

t : espessura da cantoneira;

yF : tensão de escoamento do material em ksi.

No caso específico deste trabalho foi empregado o aço ASTM A36 com tensão de escoamento

igual a 36 ksi e todos os perfis utilizados atendem a relação apresentada na equação (4.30).

Portanto o fator de redução “Q” pode ser considerado igual a 1.

Ao contrário dos esforços de tração, os esforços de compressão tendem a aumentar os efeitos

de curvaturas iniciais e numa situação extrema, podem levar à perda da estabilidade.

Consequentemente, as normas fixam limites superiores para o índice de esbeltez com a

finalidade de evitar a grande flexibilidade das peças excessivamente esbeltas. No caso

específico da norma do AISC, este limite é fixado em 200.

Porém, no presente trabalho, foram adotados os limites de índice de esbeltez recomendados na

norma canadense de torres CSA-S37 (1994), cujos valores são apresentados abaixo:

a) Peças Comprimidas:

• Montantes: 120;

• Demais peças principais (horizontais, diagonais e travamentos): 200;

• Peças secundárias: 240.

b) Peças Tracionadas: 300.

Os índices de esbeltez das peças neste trabalho foram calculados utilizando-se a fórmula

(4.31) conforme recomendação da própria norma canadense de torres CSA-S37 (1994):

mínr

KL=λ (4.31)

Page 74: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

53

sendo:

K = 1.0 : parâmetro que define o comprimento efetivo de flambagem;

L : comprimento do membro conforme Figura 4.4;

rmín : raio de giração mínimo da peça.

Figura 4.4 – Comprimento dos elementos para cálculo do índice de esbeltez

4.6 DIMENSIONAMENTO DOS CABOS

O dimensionamento dos cabos ou estais que compõem a torre foi feito conforme a norma

americana para cabos estruturais: ASCE 19-96 – Structural Applications of Steel Cables for

Buildings. Segundo esta norma, as tensões nos cabos devem ser verificadas para as seguintes

combinações de cargas:

2.2T1 (4.32)

2.0T2 (4.33)

sendo:

T1 : tensão nos cabos devido a cargas permanentes e pré-tensionamento dos cabos;

T2 : tensão nos cabos devido a cargas permanentes, pré-tensionamento dos cabos e

cargas de vento.

A capacidade resistente dos cabos é determinada pelo menor dos dois valores calculados pela

equação (4.34) apresentada à seguir:

Sd = Sn.φf ou Sd = Sn.φd (4.34)

Page 75: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

54

sendo:

Sd : capacidade resistente do cabo;

Sn : capacidade resistente nominal do cabo (conforme informado pelo fabricante);

φf : fator de redução devido ao tipo de terminação do cabo;

φd : fator de redução devido à utilização de defletores.

Segundo a norma ASCE 19-96, o coeficiente φd deve ser considerado igual a 1.0 no caso de

não existirem defletores. Os defletores são peças metálicas encaixadas nos cabos e utilizadas

para fazer uma mudança na direção do cabo, sendo também conhecidos como selas. No caso

de torres metálicas estaiadas, os cabos não sofrem nenhuma mudança de direção ao longo de

seu comprimento e portanto não são utilizados defletores. Consequentemente, a capacidade

resistente dos cabos em torres metálicas estaiadas depende apenas do tipo de terminação

utilizado no cabo.

A terminação do cabo é um dispositivo fixado à extremidade do mesmo, utilizado para

transferir a tensão do cabo para os seus pontos de ancoragem. Os fatores de redução da

resistência devido ao tipo de terminação (φf) são apresentados para alguns tipos de terminação

mais usuais na Tabela 4.1:

Tabela 4.1 – Fatores de redução φf

φφφφf1,00

Soquete Forjado (swaged socket) 1,00Soquete de Cunha (wedge socket) 0,75

0,80

Tipo de Terminação do CaboSoquete Corrido (poured socket)

Grampos (clips)

O dimensionamento de cabos estruturais apresentado na norma ASCE 19-96 não pode ser

enquadrado como Critério das Tensões Admissíveis nem como Estado Limite Último. Os

fatores aplicados à tensões nos cabos podem ser considerados como fatores de segurança em

relação a capacidade resistente dos cabos e de certa forma eles são análogos ao fator de

majoração da carga (γf) e o fator de minoração da resistência (φ) encontrados no

dimensionamento através do Estado Limite Último. Entretanto, devido ao fato da curva

tensão-deformação de cabos não apresentar um patamar de escoamento como as de aços

estruturais, os fatores de majoração de esforços e minoração da resistência estão relacionados

com a capacidade resistente (muito próximo da resistência última) do cabo em contraste ao

Estado Limite Último no qual eles estão relacionados com a tensão de escoamento.

Page 76: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

55

5 - ANÁLISE DINÂMICA DO VENTO – MÉTODO DE MONTE CARLO

5.1 HISTÓRICO DO ESTUDO DOS EFEITOS DINÂMICOS DO VENTO:

Vários métodos foram desenvolvidos anteriormente ao Método de Monte Carlo, aplicado

neste trabalho, na tentativa de analisar estruturas submetidas a carregamentos induzidos pelo

vento. Um dos primeiros métodos desenvolvidos para determinar os efeitos dinâmicos dos

carregamentos de vento foi apresentado por Rausch (1933), sendo incorporado à norma alemã

da época (década de 1930). Posteriormente, foi apresentado um método probabilístico por

Davenport (1963), onde inclusive se baseou o método proposto pela norma brasileira de

ventos NBR 6123 (1988).

Rausch propôs um gráfico representativo da variação da pressão dinâmica do vento ao longo

do tempo, baseado nos poucos registros de rajadas de vento existentes na época. Conforme

Rausch, quando surge uma rajada de vento, a pressão dinâmica média cresce subitamente,

permanece constante num pequeno intervalo de tempo e volta, em seguida, ao valor médio

inicial, o que ocorrerá também com outras rajadas ao longo do tempo. Rausch afirma que o

vento não pode ser considerado como originando uma força periódica capaz de causar

ressonância, tratando-se porém, de uma série de cargas e descargas, com valores e durações

variáveis, separadas por intervalos de tempo desiguais.

Rausch estuda primeiramente os efeitos de uma única rajada, baseando-se no caso

fundamental de vibração harmônica do sistema massa-mola-amortecedor, onde constata-se

que quanto mais rígida for uma estrutura, menor será o efeito dinâmico causado por uma

rajada. Posteriormente, são estudadas as incidências de outras rajadas e a forma de

superposição dos efeitos destas, considerando-se rajadas senoidais sucessivas. Nessa época, o

problema de vibrações excessivas causadas pelo vento por várias rajadas era abordado num

regime supostamente periódico, pensando somente num fenômeno determinístico e não

aleatório.

Na década de 60, Davenport (1963) introduziu na engenharia estrutural um método

probabilístico, baseado nos conceitos de admitância mecânica e espectro de energia, já

utilizados na engenharia mecânica, elétrica e de comunicações.

Page 77: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

56

Davenport estudou os turbilhões que produzem cargas para uma determinada freqüência,

partindo de três hipóteses para chegar à resposta da estrutura: 1- a estrutura é elástica e a

resposta pode ser expressa conforme a equação de equilíbrio dinâmico; 2- a força média é a

mesma para escoamento turbulento e suave com mesma velocidade média; 3- flutuações na

velocidade e na força estão ligadas por uma transformação linear. Havendo uma relação linear

entre velocidade, força e resposta, e sendo gaussiana a distribuição de velocidades, segue que

também as distribuições da força e da resposta serão gaussianas e os espectros de resposta

poderão ser obtidos por meio de duas funções de admitância, que são funções que relacionam

as dimensões da construção e a dos turbilhões incidentes (admitância aerodinâmica) e a razão

entre a resposta permanente e a excitação (admitância mecânica).

Mais recentemente, outros autores também têm se dedicado ao estudo dos carregamentos

induzidos pelo vento. Por exemplo: Simiu (1974) propõe expressões para a variação do

espectro de vento com a altura; Solari (1982) estudou a resposta na direção do vento para

forças induzidas pela turbulência atmosférica; Ahmad et al (1984) estudaram analítica e

experimentalmente torres autoportantes de aço e de concreto por meio de ensaios em túnel de

vento; Solari (1986) propõe fórmulas para o espectro de potência a partir dos estudos de

turbulência atmosférica; Reed (1987) estudou vários parâmetros envolvidos nos projetos

relativos aos efeitos do vento; Solari (1988) estudou as flutuações de velocidade estimando as

respostas dinâmicas das estruturas na direção do vento através da técnica do espectro de

resposta; etc.

A norma brasileira, ainda que baseada no processo de Davenport, difere dele na determinação

dos parâmetros que definem a ação estática do vento, além de destacar que a vibração da

estrutura, em seus modos naturais, dá-se em torno da posição deformada definida pelas

pressões causadas pela componente estática do vento (velocidade média). Admitem-se as

seguintes hipóteses fundamentais: 1) as componentes da velocidade do vento são processos

estacionários com média zero; 2) na determinação da resposta estrutural na direção da

velocidade média do vento, só é considerada a influência da componente flutuante nesta

direção; 3) a estrutura é discretizada em várias partes sendo que, em um dado instante, a ação

total do vento, na direção da velocidade média em cada parte é composta de duas parcelas de

ações: uma média e uma flutuante. Maiores detalhes podem ser vistos em Blessmann (1998).

Page 78: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

57

Situações como a presença de obstáculos naturais de grande porte nas imediações à barlavento

de uma estrutura influenciando o espectro de energia de rajadas incidentes, ou ainda a indução

de perturbações importantes no escoamento causadas pelas dimensões e/ou formas da

edificação, podem requerer uma avaliação mais precisa o que pode ser conseguido em um

ensaio no túnel de vento. Neste caso, o modelo deve ser representativo quanto às suas

características geométricas, estruturais, condições de relevo e ser submetido a um escoamento

semelhante à situação real.

5.2 MÉTODO DE MONTE CARLO

5.2.1 Resumo do Processo

O método de Monte Carlo está relacionado com o ramo da matemática que diz respeito aos

experimentos com números aleatórios. A simulação do fenômeno de interesse é obtida

submetendo seqüências de números aleatórios disponíveis a transformações apropriadas. As

novas seqüências assim determinadas podem ser vistas como dados, isto é, como amostras do

processo aleatório as quais são representativas das propriedades estatísticas do fenômeno

envolvido.

Esta técnica foi utilizada por Franco (1993) e Guimarães (2000) e consiste basicamente na

simulação computacional das pressões flutuantes do vento que atuam em uma determinada

estrutura.

Partindo de um dado espectro do vento, a pressão flutuante é decomposta em m funções

harmônicas, sendo uma delas ressonante. Um modelo aproximado é proposto para representar

as correlações espaciais vertical e horizontal para as pressões flutuantes em função das

freqüências das rajadas utilizando-se o conceito de dimensão de rajada.

É gerado um número de registros em função do tempo pela variação aleatória dos ângulos de

fase das m funções. A análise estatística da resposta é realizada e a resposta característica,

correspondente a uma probabilidade de 95% de ocorrência, associada a uma coordenada

relevante é calculada.

Page 79: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

58

Finalmente, a estrutura é excitada pela combinação aleatória das forças harmônicas cuja

resposta máxima é a mais próxima da resposta característica. Obtém-se assim, com boa

aproximação, os valores característicos para todos os deslocamentos e forças nos elementos.

A análise por simulação pelo método de Monte Carlo foi escolhida por se constituir em uma

ferramenta eficiente, como mostrou Franco em sua aplicação no projeto do edifício Centro

Empresarial Nações Unidas em São Paulo-SP (Marginal Pinheiros/Brooklin), além de

possibilitar o estudo de problemas não lineares, como os que ocorrem, por exemplo, em

estruturas muito flexíveis.

5.2.2 Vento Médio e Rajadas

O Espectro de Potência, também chamado de Densidade Espectral de Potência ou Densidade

Espectral de Variância, indica uma distribuição da energia nas diversas freqüências, ou ainda,

da densidade de energia contida num processo aleatório. A densidade espectral para uma

determinada freqüência “n” é designada por S(n) sendo que a integral S(n)dn no intervalo de

“-∞” a “+∞” é numericamente igual à variância 2σ :

∫+∞

∞−

= dnnS )(2σ (5.1)

A densidade espectral Si(n) numa direção “i” tem por unidade [velocidade2]/freqüência e um

gráfico com o aspecto da Figura 5.1 que mostra o já clássico espectro de potência da

componente longitudinal da velocidade do vento, que foi determinado a 100 metros de altura

por Van der Hoven, em Brookhaven (Long Island – USA) e apresenta duas regiões bem

distintas.

A primeira região, à esquerda, é a macrometeorológica, na qual os períodos das flutuações são

superiores a uma hora, possuindo um pico anual, um pico centrado em torno de quatro dias

que corresponde ao movimento dos grandes sistemas de pressão e um pico atenuado

correspondendo às variações diárias e semi-diárias. Já a segunda região, à direita, é a região

micrometeorológica, onde estão as variações correspondentes às rajadas de vento, sendo que

Page 80: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

59

as mais importantes estão situadas entre dez minutos e um segundo, apresentando um pico

num período de aproximadamente um minuto.

Figura 5.1 – Espectro da velocidade longitudinal do vento (Van der Hoven)

Esta separação do espectro permite tratar o vento como sendo composto de duas partes: vento

médio na região macrometeorológica e rajadas na região micrometeorológica.

Entre estas duas regiões, estende-se uma zona de pouca energia centrada em cerca de meia

hora que permite a distinção nítida entre o vento médio e as rajadas. Esta região intermediária

de pouca energia, justifica a adoção de um intervalo de tempo que varia entre 10 minutos e 1

hora para a determinação da velocidade média usada para fins de projeto estrutural.

Entretanto, em alguns países, dentre os quais está o Brasil, as condições de leitura e registro

tornam mais conveniente adotar como referência, intervalos de tempo muito curtos (2 à 5

segundos). Nestes intervalos de 3 segundos são definidos os valores de pico da velocidade na

NBR 6123 (1988).

Partindo destes valores que são praticamente instantâneos, é possível determinar a velocidade

média avaliada em um intervalo de tempo de, por exemplo, 10 minutos, conforme o gráfico

da Figura 5.2. Assim, é possível obter-se uma razão entre a pressão de pico e a pressão média,

ou em outras palavras, calcular a porcentagem entre a pressão média e a pressão máxima

flutuante para o pico total de pressão. Nesses termos, a razão entre pressão média

(considerada quando t=10 minutos) e de pico (t=3 segundos) será dada por:

Page 81: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

60

( ) 48,069,0)2/1()2/1( 2

2

3

6002

3

2600

23

2600

3

600 ==

===

VV

VV

VV

pp

ρρ (5.2)

significando que 48% da pressão total é constante e, portanto, 52% representam rajadas

(pressões flutuantes).

1.0 10.0 100.0 1000.0 10000.0t (s)

1.01.11.21.31.41.51.61.7

U3600

TU

Figura 5.2 – Equivalência entre vento horário e vento médio em t segundos

5.2.3 Espectro de Velocidades Flutuantes

Os primeiros autores que mediram espectros de potência de vento, não consideravam sua

dependência com a altura z. Várias expressões empíricas foram propostas para o espectro de

potência reduzido como uma função da freqüência e da velocidade média do vento Uo em

uma cota de 10 m em terreno aberto e plano. Citam-se algumas expressões propostas que

representam razoavelmente os dados experimentais disponíveis:

Davenport:

0

3/42

2

2*

1200;

)1(4

)(U

nxxx

unSn

=+

= (5.3)

Lumley and Panowsky:

0

3/52*

990;

14)(

Unx

xx

unnS =

+= (5.4)

Page 82: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

61

Harris:

0

6/522*

1800;

)2(4)(

Unx

xx

unnS =

+= (5.5)

Posteriormente, outros autores verificaram que o espectro de velocidades depende da altura z.

Kaimal et al (1972), propuseram a seguinte expressão:

ZUznf

ff

unznS =

+= ;

)501(200),(

3/52*

(5.6)

Comparando a expressão de Kaimal com a de Davenport para vários valores de z, pode ser

visto que na faixa de freqüência acima de 0,1 Hz, onde se situa a freqüência natural das

edificações usualmente encontradas, a expressão de Davenport produz maiores valores

espectrais que a de Kaimal para alturas até a ordem de 100 metros. Com o propósito de

simplificar e trabalhar a favor da segurança, foi adotado o espectro proposto pelo National

Building Code of Canada (1985), que consiste na expressão de Davenport ligeiramente

modificada. Assim adota-se a seguinte expressão para o espectro de potência:

0

3/42

2

2*

1220;

)1(4)(

Unx

xx

unnS =

+= (5.7)

A potência elementar dW, conforme esquematizada na Figura 5.3, associada com um

intervalo elementar de freqüência dn é dada por:

dnnzSdW ),(= (5.8)

Quando da utilização de uma escala logarítmica, é mais conveniente trabalhar com o espectro

reduzido Sr(z,n), sendo *u a chamada velocidade de fricção (função da rugosidade do

terreno):

2*

2*

1),()(ln),(

udWdn

nunzSnndnzSr == (5.9)

Page 83: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

62

S(z,n) Sr(z,n)

dW

dn d(ln(n))ln(n)

dW/(u*)2

n

Figura 5.3 - Espectro de vento e espectro reduzido

5.2.4 Espectro de Pressões Flutuantes

A hipótese usual, também adotada por Davenport (1963) e Simiu (1974), válida para baixa

intensidade de turbulência, admite que o espectro de pressões flutuantes ),(' nzS p pode ser

escrito em função do espectro de velocidades:

),()(),( 2' nzSUcnzS zarp ρ= (5.10)

sendo ρ a densidade do ar, arc o coeficiente aerodinâmico no ponto considerado e Uz a

velocidade média na altura z.

Consequentemente pode-se dizer com suficiente precisão que:

2' )()];,([),( zp cUPnzSPnzS ρ== (5.11)

significando que em todos os pontos da estrutura, o espectro de pressões flutuantes ),(' nzS p

pode ser considerado como sendo proporcional ao espectro de velocidades ),( nzS .

Page 84: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

63

5.2.5 Decomposição da Pressão Flutuante

Segundo hipóteses adotadas no método de simulação de Monte Carlo, a pressão flutuante p’(t)

em todos os pontos da estrutura corresponde a 52% da pressão total, constituindo um processo

aleatório, estacionário, ergódico e gaussiano com média zero, podendo ser representado

através de uma integral de Fourier:

∫+∞

∞−

−= dnntnnCtp )](2cos[)()(' θπ (5.12)

com

)()()( 22 nBnAnC += (5.13)

)()(tan)( 1

nAnBn −=θ (5.14)

∫∞

∞−

= ntdttpnA π2cos)(')( (5.15)

∫∞

∞−

= ntdtsinnpnB π2)(')( (5.16)

Considerando que o processo seja ergódico, pode-se definir entre outros os seguintes

parâmetros estatísticos:

Valor Médio da Pressão Flutuante:

∫∞→=T

T dttpT

tp0

)('1lim)(' (5.17)

Valor Quadrado Médio da Pressão Flutuante:

[ ]∫∞→=T

T dttpT

tp0

22 )('1lim)(' (5.18)

Variância da Pressão Flutuante:

[ ]∫ −= ∞→

T

T dttptpT 0

22 )(')('1limσ (5.19)

Page 85: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

64

Como o processo tem média zero, então:

0)(' =tp (5.20)

Consequentemente, a variância 2σ será igual ao valor quadrado médio )('2 tp :

[ ]∫ −= ∞→

T

T dttpT 0

22 0)('1limσ

[ ]∫ == ∞→

T

T tpdttpT 0

222 )(')('1limσ (5.21)

Ao invés de utilizar um número infinito de funções harmônicas para representar p’(t)

conforme a equação (5.12), pode-se representar p’(t) de forma aproximada por um número

finito de m funções harmônicas convenientemente escolhidas de forma que seus períodos se

distribuam uniformemente sobre o intervalo de tempo de interesse, que vai de 600 a 0.5

segundos ou menos.

Franco (1993) propõe o uso de no mínimo 11 funções harmônicas (m≥11) sendo o período de

uma delas coincidente com o período fundamental da estrutura e as outras terão períodos que

serão múltiplos e submúltiplos do período fundamental. Em escala logarítmica, isso resulta

em espaçamentos iguais entre as componentes, conforme pode ser visto na Figura 5.4:

S (n)

r = T /T

r

k k128 64 32 16 8 4 2 1 0.5 0.25 0.1251234567891011 k

Res

sonâ

ncia

(m)

Figura 5.4 – Decomposição espectral da pressão flutuante

Page 86: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

65

Portanto, a equação (5.12) pode ser representada de forma adequada por:

∑=

−≅m

KKKK tnCtp

1

)2cos(.)(' θπ (5.22)

ou mudando-se a notação:

∑=

−≅m

KK

KrK t

rTCtp

1)2cos(.)(' θπ (5.23)

rkkr −= 2 (5.24)

O valor quadrado médio de p’(t) mostrado na equação (5.21) definido em um intervalo de

tempo T suficientemente longo pode ser representado por:

[ ]∫+

=2/

2/

22 )('1)('T

T

dttpT

tp (5.25)

Substituindo-se a equação (5.22) na equação (5.25) obtém-se:

∫ ∑+

− =

−=

2/

2/

2

1

2 )2cos(.1)('T

T

m

KKKK dttnC

Ttp θπ

Lembrando que:

π

ω2

KKn = ⇒ KK nπω 2=

Então:

[ ]∫+

+−+−=2/

2/

2222111

2 ...)cos()cos(1)('T

T

dttCtCT

tp θωθω

[ ]∫+

+−+−−+−=2/

2/22

22222112111

221

2 ...)(cos)cos()cos(2)(cos1)('T

T

dttCttCCtCT

tp θωθωθωθω

Page 87: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

66

Como a integral: ∫ = 0cos.cos btat para a ≠ b em um intervalo simétrico, a equação

anterior pode ser representada por:

[ ]∫+

+−+−=2/

2/22

22211

221

2 ...)(cos)(cos1)('T

T

dttCtCT

tp θωθω

Lembrando que:

2

)2cos(1).(cos2 tt ωω +=

Pode-se escrever:

∫+

+

−++

−+=

2/

2/

2222

1121

2 ...2

)2cos(12

)2cos(11)('T

T

dttCtCT

tp θωθω

( )

+

−+

=

+

+

...12sen41

211)('

2/

2/1

1

2/

2/

21

2T

T

T

T

ttCT

tp θωω

+

++

+= ...

221)(' 2

221

21

2 constTCconstTCT

tp

Lembrando que T é um intervalo suficientemente longo, a equação acima resulta em:

∑=

=++=m

K

KCCCtp

1

222

212

2...

22)(' (5.26)

Como o valor quadrado médio é igual a variância pode-se igualar as equações (5.26) e (5.1),

obtendo-se:

∫∑+∞

∞−=

= dnnSCm

K

K )(21

2

(5.27)

onde S(n) é a função de densidade espectral de p’(t) e S(n)dn representa a contribuição

elementar associada com o intervalo de freqüência dn.

Page 88: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

67

Portanto:

∫=K

K dnnSC )(2 (5.28)

sendo os valores de Ck calculados por integração da função de densidade espectral de

potência sobre os m intervalos de freqüência escolhidos. Isto pode ser feito usando o espectro

natural S(n) e a escala de freqüência natural como na equação (5.28). Contudo o espectro

reduzido Sr(n) associado a uma escala logarítmica de freqüências produzirá os mesmos

resultados, a menos de uma constante.

As amplitudes das m funções harmônicas de p’(t) podem ser expressas pela equação:

''

1

' pcpC

Cp Km

KK

KK ==

∑=

(5.29)

Os ângulos de fase são indeterminados e as m funções harmônicas serão superpostas de

acordo com combinações aleatórias destes ângulos. A decomposição da pressão flutuante

conforme a formulação acima pode ser vista na Figura 5.5:

Vento Médio (48%) Rajadas (52%)

Ressonância

Figura 5.5 – Perfil de pressões do vento

Page 89: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

68

5.2.6 Correlação Espacial de Velocidades e Pressões Flutuantes

Considere-se dois pontos 1 e 2 da superfície exposta da estrutura, com coordenadas verticais

z1 e z2 e coordenadas horizontais y1 e y2, a distância r entre eles será dada por:

212

212 )()( zzyyr −+−= (5.30)

sendo que quanto maior for o valor de r, menor será a correlação das flutuações de

velocidade entre os pontos 1 e 2. Uma medida dessa correlação é o coeficiente de correlação

cruzada de banda estreita Coh(r,nk), também chamado coeficiente de coerência, o qual é

função da freqüência nk da flutuação considerada e da distância r, cuja expressão é dada por:

−+−−=

0

212

2212

2 )()(exp),(

UyyCzzCn

nrCoh YZKK

(5.31)

Em aplicações práticas, Cz varia de 7 a 10 e Cy de 12 a 16, sendo recomendados os valores

Cz=7 e Cy=12. Em estruturas predominantemente verticais, como as torres, é suficiente

considerar apenas a correlação vertical, resultando deste modo (com z2-z1 = r =∆z):

∆−=∆

0

7exp),(

Unz

nzCoh kk (5.32)

onde pode ser observado que o coeficiente de correlação varia de 1 (∆z=0) a 0 (∆z→∞). Sua

representação gráfica (Figura 5.6) sugere o conceito de dimensão da rajada, ou dos turbilhões,

que significa uma dimensão de uma rajada perfeitamente correlacionada que induz o mesmo

efeito sobre a estrutura. Essa equivalência é obtida com boa aproximação equacionando as

resultantes das pressões p’, cujo coeficiente de correlação é:

∆−=

∆−=∆

0

2

0

14exp

7exp),)('(

Unz

Unz

nzpCoh kkk (5.33)

Page 90: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

69

sendo a altura ∆z0k da rajada equivalente dada por:

k

kk n

Uzd

Unz

z7

)(14

exp2 0

000 =∆

∆−=∆ ∫

(5.34)

Estas considerações mostram que a rajada de freqüência nk cujos coeficientes de correlação

são representados pela dupla curva exponencial como mostra a Figura 5.6, podem ser

aproximados pela rajada equivalente de altura ∆zok = Uo/7nk, ou como é utilizado no presente

trabalho, pela rajada definida por dois triângulos que implicam em uma correlação linear

decrescente de 1 a 0 em uma zona de comprimento total de 2∆zok = 2Uo/7nk. Portanto, quanto

menor for a freqüência da componente de pressão flutuante, maior será a altura da sua zona.

Figura 5.6 - Rajada equivalente (retangular e triangular)

Nas aplicações do conceito de rajada equivalente, seu centro de rajada deve ser definido

deterministicamente. Isto pode ser feito, a princípio, admitindo que as rajadas são

estacionárias e calculando para cada uma das m funções, a posição que maximiza a resposta

relevante na estrutura (deslocamento, velocidade, aceleração ou ações de extremidade). Na

prática contudo, é suficiente supor que todas as rajadas elementares têm o mesmo centro e

determinar a posição mais desfavorável do centro de rajada ressonante. Neste trabalho adota-

se o centro de rajadas como estando inicialmente entre 75% e 85% da altura da estrutura,

tomando posteriormente, a cota superior da seção onde este valor incide.

Uo/7

n kCentro deRajada

∆z

∆z

2Uo/7

n k

1

Page 91: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

70

As pressões flutuantes obtidas conforme a Figura 5.5 devem ser multiplicadas pelo coeficiente

de decaimento linear da rajada conforme está esquematizado na Figura 5.7, cujo valor varia

de 1 a 0.

Centro deRajada

k =1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 111 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

cdl =

Figura 5.7 – Coeficiente de decaimento linear da pressão flutuante (cdl)

5.2.7 Análise no Tempo e Resposta Característica

Até aqui, foi mostrado que no centro da rajada supostamente estacionária a pressão máxima é

a soma da componente constante P que corresponde ao vento médio e da componente

flutuante p’. Esta última pode ser decomposta em m funções cossenoidais de amplitudes (ck .

p’), onde a soma dos coeficientes ck é 1. Esta aproximação poderá ser aperfeiçoada pelo

aumento de m observando-se as seguintes condições: a) m ≥ 11; b) o período de uma das m

funções deve coincidir com o período fundamental da estrutura; c) os períodos das outras

funções devem ser múltiplos e submúltiplos do período fundamental.

Em pontos situados acima ou abaixo do centro de rajada as amplitudes das m funções

harmônicas decrescem linearmente e eventualmente desaparecem. A natureza aleatória do

processo fica caracterizada pela combinação aleatória dos ângulos de fase o que determinará a

Page 92: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

71

defasagem entre as m funções harmônicas ocorrendo simultaneamente. Consequentemente, a

força devida à pressão flutuante em um determinado ponto será dado por:

( )( )∑=

−=m

KKKKpfa tccdlPFtp

1

cos....)(' θω (5.35)

sendo:

aF : força de arrasto determinada na análise estática;

pfP : porcentagem da parcela flutuante (0.52);

cdl : coeficiente de decaimento linear no ponto (0 ≤ cdl ≤1).

É agora possível excitar a estrutura simultaneamente pelas m funções com ângulos de fase

aleatórios. Para cada combinação de valores de θk haverá uma análise no tempo

correspondente à duração da rajada que se supõe ser da ordem de 400 a 600 segundos. O valor

máximo da coordenada generalizada relevante (que no caso do presente trabalho será o

deslocamento do topo da estrutura na direção do vento) será determinado em cada caso. O

valor característico da resposta associada com esta coordenada será avaliado por meio de uma

análise estatística assumindo a distribuição de extremos do Tipo I (Gumbel) com 5% de

possibilidade de ser superada. Neste trabalho foram realizadas 20 análises no domínio do

tempo.

Finalmente é necessário encontrar os valores característicos da resposta relevante. Para este

propósito, é suficiente escolher entre as combinações de carga aleatórias aquela cuja resposta

é a mais próxima da resposta característica encontrada na análise estatística. Excitando a

estrutura com este carregamento característico, encontram-se os valores característicos de

resposta para toda a estrutura completando-se a análise dinâmica com excelente precisão.

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE EXTREMOS

Uma vez obtidos os resultados para a análise dinâmica no domínio do tempo para cada bloco

de números aleatórios, correspondentes aos ângulos de fase das rajadas, necessita-se

determinar um valor que corresponderá a um determinado índice de probabilidade de

ocorrência, sendo este índice de 95%, o qual limita em apenas 5% a probabilidade deste valor

Page 93: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

72

ser superado. Neste trabalho utilizou-se a distribuição de Gumbel, que segue aqui

devidamente ordenada, onde p corresponde ao índice 0.95.

Na distribuição de extremos de Gumbel, também denominada de Tipo I (máximos), admite-se

uma curva exponencial dupla para a distribuição de probabilidades, de onde vem a expressão:

))pln(ln(−−=w (5.36)

Esta distribuição é caracterizada pela medida de dispersão α~ e pela moda x , sendo γ, µ e σ

respectivamente a constante de Euler, a média e o desvio padrão. Assim:

6

~σπα = (5.37)

5772157,0;~ =−= γαγµx (5.38)

O valor característico desejado xc pode então ser encontrado, após definida uma probabilidade

p de ocorrência (0,95) pela seguinte equação:

α~wxxc += (5.39)

Page 94: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

73

6 - PROGRAMAS COMPUTACIONAIS

Para fazer as análises estática, modal e dinâmica de torres metálicas estaiadas foram

desenvolvidos quatro programas computacionais em linguagem Pascal utilizando o

compilador Free-Pascal, além de usar um programa em linguagem Fortran desenvolvido por

Guimarães (2000) para o cálculo das forças provocadas por cada uma das funções harmônicas

que constituem a parcela flutuante do vento. Serão apresentados à seguir cada um destes

programas na forma de fluxogramas acompanhados de explicações referentes à cada um dos

blocos que os constituem.

6.1 PROGRAMA GTEQ

O programa GTEQ – Gerador de Torres Estaiadas Quadradas é responsável pela geração da

geometria de torres estaiadas com seção transversal quadrada, fornecendo automaticamente os

nós (joints), conectividades dos elementos, restrições, bitolas, tensionamentos nos elementos

de cabo, assim como propriedades mecânicas e parâmetros de vento em formato compatível

com o programa de análise estática (AETEQ). Este programa também gera um arquivo do

tipo “script” para visualização da estrutura no AutoCad. A Figura 6.1 apresenta o fluxograma

referente ao programa GTEQ:

ENTRADA DE DADOS

GERAÇÃO DE NÓS

GERAÇÃO DE ELEMENTOS

BITOLAS

TENSIONAMENTO DOS CABOS

IMPRESSÃO

INÍCIO

FIM

Figura 6.1 – Fluxograma do programa GTEQ

Page 95: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

74

ENTRADA DE DADOS: Neste bloco é feito a leitura do arquivo de entrada de dados e a

inicialização dos arquivos de saída de resultados do programa, preparando-se as variáveis para

o processo. Os dados de entrada lidos de um arquivo texto contém basicamente parâmetros

geométricos necessários para a geração da torre, tais como: número de nós, vão livre no topo

da torre e entre pontos de ancoragem de cabos, número de módulos e de seções, etc.

GERAÇÃO DE NÓS: Inicialmente, são gerados os nós pertencentes ao mastro da torre

partindo-se dos nós do topo e gerando-se os demais de cima para baixo e por seção. Logo

após, são gerados os nós dos dispositivos anti-torção, seguidos pelos nós das fundações

laterais de ancoragem de cabos. Nesta etapa também é feita a associação do cabo com os seus

pontos de ancoragem na torre e na fundação lateral seguindo as recomendações de ordem

prática comentadas no Capítulo 2.

GERAÇÃO DE ELEMENTOS: A geração de elementos é iniciada com as barras do mastro

da torre, de cima para baixo e por seção, na seguinte ordem: travamentos internos (somente

nas extremidades de módulo), horizontais, montantes e por último as diagonais. Terminado a

geração destes elementos é feita a geração das barras do dispositivo anti-torção e no final, são

gerados os elementos de cabo, lembrando que em pontos de ancoragem comuns são gerados

quatro cabos e nas ancoragens em dispositivos anti-torção geram-se oito elementos de cabo.

Neste programa, cada cabo é discretizado por um único elemento que vai do ponto de

ancoragem na torre ao ponto de ancoragem na fundação.

BITOLAS: Nesta etapa é sugerido um pré-dimensionamento das bitolas dos perfis e dos

cabos em função da altura da torre, do tipo de elemento e do módulo onde ele se encontra.

Este pré-dimensionamento é baseado em recomendações práticas e nos resultados obtidos nas

torres analisadas com o programa de análise estática (AETEQ). É importante ressaltar que em

uma mesma torre, todos os elementos de cabo tem a mesma bitola.

TENSIONAMENTO DOS CABOS: O tensionamento dos elementos de cabo, dado pelo

vetor c da Figura 3.1 é determinado de forma aproximada neste bloco em função das bitolas

sugeridas na etapa anterior, conforme a altura da torre e o ponto de ancoragem do cabo, de

modo a atender o critério da norma canadense de torres CSA S37-94, segundo o qual a força

de pré-tensionamento deve estar em torno de 10% da capacidade nominal do cabo. O

tensionamento final só será determinado de forma definitiva após a análise estática.

Page 96: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

75

IMPRESSÃO: Neste bloco são gerados dois arquivos de saída, sendo o primeiro do tipo

“script” para a visualização gráfica da estrutura no AutoCad e o segundo do tipo “texto”

contendo as características geométricas da torre, propriedades mecânicas dos materiais e

alguns parâmetros de vento, já em formato compatível para ser utilizado como arquivo de

entrada de dados no programa de análise estática (AETEQ).

À partir do programa GTEQ, foi desenvolvido o programa GTEQM – Gerador de Torres

Estaiadas Quadradas Modificado que permite a discretização dos estais com mais de um

elemento por cabo. O fluxograma deste programa é semelhante ao do GTEQ, diferindo do

primeiro apenas pelo fato de serem gerados nós intermediários ao longo dos cabos e do cabo

ser discretizado por mais de um elemento, conforme uma variável denominada NEC que é

lida na entrada de dados e define o número de elementos no qual o cabo vai ser discretizado.

No programa GTEQM, o tensionamento do cabo deverá ser dado somente no elemento

situado na extremidade inferior do mesmo e mantido nulo nos demais elementos.

6.2 PROGRAMA AETEQ

O programa AETEQ – Análise Estática de Torres Estaiadas Quadradas permite a realização

de dois tipos de análise:

1 – Análise Estática sem Vento: utilizada para determinar as forças de pré-

tensionamento dos cabos, que devem ser de aproximadamente 10% da capacidade resistente

nominal do cabo, sendo admitido valores entre os limites de 8 e 15%, conforme a norma

canadense de torres CSA S37-94.

2 – Análise Estática com Vento: utilizada para determinar as tensões, deformações e

deslocamentos nos elementos de cabo ou barra que compõem a torre, quando a mesma é

submetida ao carregamento de vento proposto na NBR-6123.

Este programa permite a utilização de três modelos matemáticos distintos para discretizar os

elementos de cabo ou barra que compõem a torre: 1 – Modelo não linear de cabo e não linear

de treliça (Pulino, 1991); 2 – Modelo linear de cabo e linear de treliça (Pulino, 1998); ou 3 –

Modelo não linear de cabo (Pulino, 1991) e linear clássico de treliça (Gere e Weaver, 1987).

Page 97: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

76

O programa determina a posição de equilíbrio estático da estrutura através da minimização da

Energia Potencial Total do sistema, utilizando um algoritmo do tipo Quasi-Newton e em

seguida verifica a capacidade resistente dos elementos de treliça conforme critério das

Tensões Admissíveis – AISC e dos elementos de cabo conforme a norma americana de cabos

estruturais do ASCE. O programa lê as propriedades geométricas e mecânicas dos elementos

de cabo e de treliça diretamente de um banco de dados de cabos (Cabo.aco) e de um banco de

dados de perfis (Perfil.aco). Por último, é feito a verificação da rotação limite da antena mais

alta conforme definido no procedimento Telebrás.

Em seguida, será apresentado o fluxograma do programa AETEQ na Figura 6.2,

acompanhado de explicações dos blocos que o compõem:

QUASI-NEWTON

VENTO (ANÁLISE 2)

PESO PRÓPRIO

PROGRAMA PRINCIPAL

SETUP

INÍCIO

ROTATION (ANÁLISE 2)

IMPRESSÃO

REACTION

CABLE DESIGN

TRUSS DESIGN

FIM

Figura 6.2 – Fluxograma do programa AETEQ

PROGRAMA PRINCIPAL: Neste bloco é feito a leitura dos nomes dos arquivos de entrada

de dados e de saída de resultados do programa, a escolha do tipo de análise estática à ser

realizado (1 – análise sem vento ou 2 – análise com vento) e o modelo matemático utilizado

na discretização da estrutura (1 – não linear de cabo e treliça, 2 – linear de cabo e treliça, ou 3

– não linear de cabo e linear clássico de treliça), conforme descrito anteriormente. Além disso,

preparam-se as variáveis para a leitura e processamento de dados.

Page 98: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

77

SETUP: Inicialmente, é feito a leitura do banco de dados de cabos (Cabo.aco) e do banco de

dados de perfis (Perfil.aco), para a obtenção das propriedades geométricas e mecânicas dos

elementos utilizados na discretização da torre. Em seguida, abre-se o arquivo de entrada de

dados, gerado pelo programa GTEQ, que contém os dados necessários para a análise da

estrutura, tais como: número de nós e de elementos, coordenadas nodais, conectividades,

carregamentos nodais, parâmetros de vento, etc. Por último, é feito a reordenação dos graus

de liberdade da estrutura, começando com os graus de liberdade livres (1,2,...,n) seguidos

pelos restringidos (n+1,n+2,...,ndf), sendo n e ndf o número de graus de liberdade livres e o

número de graus de liberdade total da estrutura respectivamente.

PESO PRÓPRIO: O peso por unidade de comprimento de cada elemento lido do banco de

dados é multiplicado pelo comprimento do mesmo, obtendo-se o peso total do elemento e em

seguida este peso é dividido em duas partes iguais, sendo cada uma delas aplicada nos dois

nós de extremidade na direção vertical.

VENTO: Este bloco calcula a carga de vento por módulo da torre em função da classe do

trecho analisado (A, B, ou C), conforme recomendado na norma NBR- 6123 e depois

subdivide esta força em duas parcelas, sendo uma na extremidade superior e a outra na

extremidade inferior do módulo de acordo com o procedimento usado por Guimarães (2000).

No caso de análise estática sem vento, este bloco não será utilizado.

QUASI-NEWTON: As configurações de equilíbrio estático podem ser obtidas através de

técnicas de otimização (programação matemática), uma vez que essas configurações

representam pontos de mínimo local da função Energia Potencial Total. Neste programa, foi

utilizado um algoritmo do tipo Quasi-Newton, onde uma aproximação para a inversa da

matriz Hessiana é construída com base no comportamento da função Energia Potencial Total

e de seu gradiente, calculados conforme o modelo matemático (1, 2, ou 3) escolhido no

primeiro bloco.

TRUSS DESIGN: Calcula os máximos esforços de tração e de compressão por site e em

seguida determina as capacidades resistentes à tração e compressão por site com base no

critério das Tensões Admissíveis – AISC, além de verificar os índices de esbeltez limites

propostos na norma canadense de torres CSA S37-94.

Page 99: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

78

CABLE DESIGN: Calcula os máximos esforços atuantes nos elementos de cabo por site,

sendo o site definido como o conjunto de cabos com mesma altura de ancoragem ao longo do

mastro da torre. Uma vez determinados estes esforços máximos, os mesmos são multiplicados

pelos fatores de segurança (2.0 ou 2.2), conforme se trate de análise com ou sem vento

respectivamente e em seguida comparam-se estes valores com a capacidade resistente por site,

calculada conforme a norma americana de cabos estruturais ASCE 19-96.

ROTATION: A deflexão vertical da antena mais alta é calculada e em seguida comparada

com os limites propostos no procedimento Telebrás para torres das classes TEB e TEC. Neste

bloco é admitido que a antena mais alta se encontra sempre na extremidade superior da

terceira seção à partir do topo da estrutura. No caso de análise estática sem vento este bloco

não será utilizado.

REACTION: Calcula as reações de apoio no mastro central da torre e nas fundações laterais

de ancoragem de cabos. É importante ressaltar que, ao se utilizar uma formulação matemática

via energia de deformação dos elementos que constituem a estrutura, a reação de apoio para

um nó com grau de liberdade restringido em uma determinada direção no espaço

corresponderá ao valor do gradiente da Energia Potencial Total nesta direção.

IMPRESSÃO: Neste bloco são impressos dois arquivos de saída de dados. O primeiro com o

nome “desloc.dat”, contendo somente os deslocamentos nodais da estrutura, já em formato

compatível para ser utilizado nos programas de análise modal (FMVTEQ) e dinâmica

(ADTEQ). O segundo arquivo corresponde ao memorial de cálculo da estrutura, onde são

apresentados os resultados mais importantes da análise estática como: deslocamentos nodais,

coordenadas da estrutura deformada, tensões e deformações nos elementos de cabo e de

treliça, cargas nodais decorrentes da atuação do vento, esforços de compressão e de tração

máximos e capacidade resistente nos elementos de treliça por site e os esforços máximos e

capacidade resistente em elementos de cabo por site, reações de apoio e verificação da rotação

da antena mais alta conforme procedimento Telebrás.

O programa de análise estática AETEQ trabalha com eixos ortogonais X, Y e Z pré-definidos,

de modo que o eixo Y será sempre o eixo vertical da estrutura enquanto os eixos X e Z

definem o plano horizontal no qual se situam as barras horizontais e de travamento interno. O

vento é definido como sendo frontal e atuando sempre na direção positiva de Z.

Page 100: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

79

6.3 PROGRAMA FMVTEQ

O programa FMVTEQ – Freqüências e Modos de Vibração de Torres Estaiadas Quadradas é

utilizado para calcular os autovalores e os autovetores da estrutura e com isso possibilitar a

determinação das freqüências naturais de vibração de torres estaiadas, assim como os modos

de vibração associados a cada uma destas freqüências. O cálculo é desenvolvido para um

estado de pequenas oscilações em torno de uma configuração de equilíbrio estático estável da

estrutura.

No programa é utilizado o modelo não linear de cabo e não linear de treliça (Pulino, 1991), no

qual a segunda derivada da função Energia Potencial Total é descrita pela matriz Hessiana.

As propriedades geométricas e mecânicas dos elementos de cabo e de treliça são obtidas

diretamente de um banco de dados de cabos (Cabo.aco) e de um banco de dados de perfis

(Perfil.aco). O problema de autovalores e autovetores é resolvido utilizando-se um algoritmo

do tipo Jacobi Generalizado.

No final do programa é calculada a matriz de amortecimento da estrutura que será impressa

no arquivo “mdamp.tmp” para ser utilizada posteriormente no programa de análise dinâmica

(ADTEQ). À seguir, será apresentado o fluxograma do programa FMVTEQ na Figura 6.3,

acompanhado de explicações dos blocos que o compõem.

JACOBI

MONTAGEM

PROGRAMA PRINCIPAL

ENTRADA DE DADOS

INÍCIO

IMPRESSÃO

AMORTECIMENTO

ORDENAÇÃO

NORMALIZAÇÃO

FIM

Figura 6.3 – Fluxograma do programa FMVTEQ

Page 101: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

80

PROGRAMA PRINCIPAL: Neste bloco é feito a leitura dos nomes dos arquivos de entrada

de dados e de saída de resultados e a inicialização dos mesmos, preparando-se as variáveis

para a leitura e processamento de dados.

ENTRADA DE DADOS: Inicialmente, é feito a leitura do banco de dados de cabos

(Cabo.aco) e do banco de dados de perfis (Perfil.aco), para a obtenção das propriedades

geométricas e mecânicas dos elementos utilizados na discretização da torre. Em seguida,

abre-se o arquivo de entrada de dados contendo informações necessárias para a análise da

estrutura, tais como: número de nós e de elementos, coordenadas nodais, conectividades,

restrições, etc. Por último, é feito a reordenação dos graus de liberdade da estrutura,

começando com os graus de liberdade livres (1,2,...,n) seguidos pelos restringidos

(n+1,n+2,...,ndf), sendo n e ndf o número de graus de liberdade livres e o número de graus de

liberdade total da estrutura respectivamente. Neste mesmo bloco também é feito a leitura do

arquivo gerado pelo programa de análise estática (AETEQ), contendo os deslocamentos

nodais da estrutura.

MONTAGEM: Montam-se as matrizes de massa consistente conforme a equação (3.122) e

hessiana conforme a equação (3.82) para cada um dos elementos de cabo ou treliça que

compõem a torre. Uma vez determinadas estas matrizes, as matrizes de massa consistente e

hessiana da estrutura são obtidas simplesmente adicionando os coeficientes das matrizes do

elemento nos locais apropriados nas respectivas matrizes da estrutura.

JACOBI: Este bloco utiliza o método de Jacobi Generalizado para a determinação dos

autovalores e os autovetores do sistema, no qual a matriz de transformação é determinada de

modo a zerar simultaneamente os elementos situados fora das diagonais principais nas

matrizes de massa e hessiana da estrutura. Vale lembrar que as matrizes hessiana e de massa

do sistema são simétricas e positivas definidas e, portanto, neste procedimento são usados

apenas os elementos situados na diagonal principal e os acima da diagonal principal. Este

algoritmo é baseado no procedimento proposto por Bathe e Wilson (1976).

NORMALIZAÇÃO: Os autovetores do sistema são normalizados conforme a equação

(3.109), de modo que a matriz de massa modal Mn tenha um valor unitário e facilite os

cálculos utilizados na determinação da matriz da amortecimento do sistema.

Page 102: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

81

ORDENAÇÃO: Neste bloco é feito a ordenação dos autovalores em ordem crescente e o

cálculo das freqüências circulares da estrutura (rad/seg), à partir dos autovalores, lembrando

que estas freqüências correspondem à raiz quadrada do autovalor.

IMPRESSÃO: Gera um arquivo de saída de dados contendo as freqüências circulares

(rad/seg), as freqüências naturais (Hz), os períodos (seg) e os modos de vibração das torres

metálicas estaiadas analisadas.

AMORTECIMENTO: Calcula a matriz de amortecimento do sistema conforme a equação

(3.120) e imprime a mesma no arquivo “mdamp.tmp” para ser utilizada no programa de

análise dinâmica (ADTEQ). É importante ressaltar que esta matriz não é usada por nenhum

bloco deste programa.

6.4 PROGRAMA ADTEQ

O programa ADTEQ – Análise Dinâmica de Torres Estaiadas Quadradas faz a análise

dinâmica do vento atuante em torres metálicas estaiadas com seção transversal quadrada,

através do método de Monte Carlo, sendo a parcela estática do vento determinada

previamente pelo programa de análise estática (AETEQ) e as parcelas flutuantes do vento

obtidas com o programa "RAJADA", desenvolvido por Guimarães (2000). Neste programa,

a equação de movimento é integrada explicitamente ao longo do tempo utilizando o método

proposto por Newmark (1959), admitindo-se aceleração constante no intervalo de tempo

analisado (∆t), igual a média entre a aceleração no tempo inicial e no tempo final.

O programa RAJADA calcula apenas as amplitudes das forças decorrentes das parcelas

flutuantes do vento, sendo as suas variações ao longo do tempo determinadas no próprio

programa ADTEQ, em função dos ângulos de defasagem e das freqüências circulares de cada

uma das funções harmônicas que compõem as rajadas.

Neste programa, foi utilizado o modelo matemático não linear de cabo e não linear de treliça

(Pulino, 1991) na discretização dos elementos que compõem a estrutura. Em seguida será

apresentado o fluxograma do programa ADTEQ na Figura 6.4 e explicações referentes aos

blocos que o compõem:

Page 103: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

82

DECOMPOSIÇÃO

AMORTECIMENTO

PESO PRÓPRIO

PROGRAMA PRINCIPAL

SETUP

INÍCIO

CABLEMAXCARGA

IMPRESSÃO

TRUSSMAXCARGA

NEWMARK

FIM

Figura 6.4 – Fluxograma do programa ADTEQ

PROGRAMA PRINCIPAL: Neste bloco é feito a leitura dos nomes dos arquivos de entrada

de dados e de saída de resultados e a inicialização dos mesmos, preparando-se as variáveis

para a leitura e processamento de dados.

SETUP: Faz a leitura do banco de dados de cabos (Cabo.aco) e do banco de dados de perfis

(Perfil.aco), para a obtenção das propriedades geométricas e mecânicas dos elementos

utilizados na discretização da torre. Em seguida, são feitas as leituras do arquivo de entrada

de dados e do arquivo contendo os deslocamentos nodais da estrutura, sendo este último

gerado pelo programa de análise estática (AETEQ). Posteriormente, é feito a reordenação dos

graus de liberdade da estrutura, começando com os graus de liberdade livres (1,2,...,n)

seguidos pelos restringidos (n+1,n+2,...,ndf), sendo n e ndf o número de graus de liberdade

livres e o número de graus de liberdade total da estrutura respectivamente. Neste bloco

também é feito o cálculo da matriz de massa do sistema da mesma maneira descrita no

programa FMVTEQ.

PESO PRÓPRIO: O peso por unidade de comprimento de cada elemento lido do banco de

dados é multiplicado pelo comprimento do mesmo, obtendo-se o peso total do elemento e em

seguida este peso é dividido em duas partes iguais, sendo cada uma delas aplicada nos dois

nós de extremidade na direção vertical.

Page 104: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

83

AMORTECIMENTO: Neste bloco é feito a leitura do arquivo contendo a matriz de

amortecimento do sistema, gerado pelo programa de análise modal (FMVTEQ).

DECOMPOSIÇÃO: A Matriz de massa da estrutura é decomposta na forma M = L * U, para

ser utilizada no cálculo das acelerações nodais, sendo L uma matriz triangular inferior e U

uma matriz triangular superior. Nesta etapa, ainda é feito a verificação se a matriz de massa é

positiva definida. Em caso negativo, o programa imprime na tela do computador uma

mensagem mostrando que a matriz não é positiva definida e automaticamente interrompe a

execução.

NEWMARK: Esta rotina faz a integração da equação de movimento ao longo do tempo de

interesse, utilizando um esquema preditor-corretor conforme sugerido por Newmark (1959).

Este esquema é feito seguindo-se os passos 1 a 6 comentados no Capítulo 3.3, sendo mostrado

na forma de fluxograma na Figura 6.5.

PREDITOR

GRADIENT

FORCET

VECDAMP

ACELERAÇÃO PREDITA

ACELERAÇÃO CORRIGIDA

CORRETOR

VECDAMP

GRADIENT

ACEL < ERRO

PASSO DE TEMPO

NÃO SIM

Figura 6.5 – Fluxograma do método de Newmark

TRUSSMAXCARGA: Calcula para cada passo de tempo (∆t) as máximas cargas de tração e

de compressão nos elementos de treliça por site e em seguida armazena em vetores extras as

máximas cargas de tração e de compressão por site ao longo de todo o tempo analisado (tmáx).

Page 105: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

84

CABLEMAXCARGA: Calcula para cada passo de tempo (∆t) as máximas cargas atuantes

nos elementos de cabo por site e em seguida, de maneira similar ao bloco anterior, armazena

em um vetor extra as máximas cargas por site ao longo de todo o tempo analisado (tmáx).

IMPRESSÃO: Nesta etapa são impressos os deslocamentos, velocidades e acelerações nodais

da estrutura, assim como os máximos esforços atuantes nos elementos de cabo e treliça por

site e o valor máximo do deslocamento de referência, utilizado para fazer a análise

combinatória dos 20 blocos de carregamentos e determinar qual deles representa a

combinação característica.

6.5 PROGRAMA RAJADA

O programa RAJADA, desenvolvido por Guimarães (2000), realiza todos os cálculos

necessários para determinar a amplitude dos carregamentos nodais provenientes das

componentes flutuantes do vento, denominadas rajadas, de acordo com o procedimento para

análise dinâmica apresentado no método de Monte Carlo. O fluxograma do programa é

apresentado na Figura 6.6, acompanhado de explicações dos blocos que o compõem.

IMPRESSÃO

ANÁLISE DINÂMICA

PROGRAMA PRINCIPAL

ENTRADA DE DADOS

INÍCIO

BLOCOS ALEATÓRIOS

FATOR DE RAJADA

ESPECTRO

PERÍODOS

FIM

ANÁLISE DINÂMICA:

FORÇA FLUTUANTE

Figura 6.6 – Fluxograma do programa RAJADA

PROGRAMA PRINCIPAL: Neste bloco é feito a leitura dos nomes dos arquivos de entrada

de dados e de saída de resultados e a inicialização dos mesmos, preparando-se as variáveis

para a leitura e processamento de dados.

Page 106: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

85

ENTRADA DE DADOS: Faz a leitura de dados necessários para a determinação da parcela

flutuante do vento, tais como: velocidade básica do vento, altura do centro da rajada,

parâmetros da expressão de Davenport, período fundamental da estrutura, forças de arrasto

por módulo da torre, etc.

ANÁLISE DINÂMICA: Este bloco é o responsável pela obtenção da parcela flutuante do

vento, podendo ser dividido em 5 partes distintas conforme esquematizado na Figura 6.6:

1. PERÍODOS: Nesta etapa, o programa toma o período fundamental da estrutura e calcula

os múltiplos e submúltiplos de um fator 2, conforme o item 5.2.5, lembrando que os

submúltiplos devem ir até o limite inferior especificado e os múltiplos devem alcançar o

limite superior. Caso o número m de funções harmônicas seja menor que 11, o programa

toma um submúltiplo aquém do menor valor e um múltiplo além do maior valor

encontrado inicialmente, até que o número m seja maior ou igual a 11.

2. ESPECTRO: Fornece as ordenadas do espectro e calcula as áreas de cada intervalo.

Estas áreas são determinadas pela Regra de Simpson e são tomadas com os intervalos

médios com centro nas ordenadas do espectro já calculadas. Com base nestas áreas,

também são calculados os coeficientes de área para cada uma das funções harmônicas

conforme a equação (5.28).

3. BLOCOS ALEATÓRIOS: Nesta fase, são gerados 20 conjuntos de números aleatórios,

lembrando que cada conjunto contém m números aleatórios (θk) situados entre 0 e 2π.

4. FATOR DE RAJADA: Calcula os coeficientes de decaimento linear supondo uma rajada

equivalente triangular conforme esquematizada na Figura 5.6.

5. FORÇA FLUTUANTE: Calcula os carregamento nodais aplicados na estrutura, através

da multiplicação dos seguintes termos: as forças de arrasto; a porcentagem de pressões

flutuantes (52%); os coeficientes de área (ck); e finalmente, o coeficiente de decaimento

linear.

IMPRESSÃO: Neste bloco é feito a impressão das forças devidas à parcela flutuante do

vento por função harmônica, já em formato compatível com o programa ADTEQ.

Page 107: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

86

7 - EXEMPLOS NUMÉRICOS

7.1 ANÁLISE ESTÁTICA

Na análise estática foram estudadas cinco torres metálicas estaiadas com alturas de 10, 30, 50,

70 e 90 metros, sendo cada uma destas torres analisadas inicialmente sem carregamento de

vento, para a determinação das forças de pré-tensionamento dos cabos e posteriormente com o

carregamento estático de vento proposto na norma NBR 6123, segundo cada um dos três

modelos matemáticos descritos anteriormente. Na Figura 7.1, são mostradas as torres de 10 e

30 metros de altura e na Figura 7.2, as torres de 50, 70 e 90 metros. As torres foram

apresentadas em duas figuras distintas devido à grande diferença de altura entre as mesmas, o

que tornou inadequado a representação de todas em uma mesma escala.

Torre: 10 metros Torre: 30 metros

Figura 7.1 – Torres de 10 e 30 metros de altura

Torre: 70 metrosTorre: 50 metros Torre: 90 metros

Figura 7.2 – Torres de 50, 70 e 90 metros de altura

Page 108: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

87

Nas Figuras 7.1 e 7.2, os mastros centrais foram representados com regiões em preto ou em

vermelho, de modo a facilitar a visualização dos diferentes módulos que constituem as

estruturas. As principais características geométricas das torres serão apresentadas na Tabela

7.1, à seguir:

Tabela 7.1 – Características geométricas das torres

Torre 10 Torre 30 Torre 50 Torre 70 Torre 90NN 172 252 416 584 624

NTE 504 748 1236 1740 1862NCE 16 16 28 40 44DAT 1 1 1 2 2

LMOD (m) 2.50 5.00 5.00 5.00 6.00VLTT (m) 0.75 1.50 1.50 1.50 1.80VLC (m) 3.00 8.50 8.00 8.50 9.60LT (m) 0.40 0.50 0.50 0.70 0.70NMOD 4 6 10 14 15

NS 10 10 10 10 10Cabo (φ) 1/4" 5/16" 5/16" 3/8" 7/16"

Nesta tabela, NN, NTE, NCE e DAT representam respectivamente o número de nós, de

elementos de treliça, de elementos de cabo e de dispositivos anti-torção. Já LMOD, VLTT,

VLC e LT fornecem os comprimentos medidos em metros, do módulo da torre, do vão livre

no topo da torre, do vão livre entre cabos e da seção transversal na horizontal. O número de

módulos e o número de seções por módulo são indicados por NMOD e NS. Na última linha

são apresentadas as bitolas dos cabos em polegadas.

Todas estas torres foram dimensionadas utilizando-se cantoneiras simples de abas iguais

constituídas de aço ASTM A36 e cabos de aço pré-estirados de 7 fios do tipo EHS, cujas

propriedades mecânicas e geométricas podem ser obtidas do banco de dados de perfis

(Perfil.aço) e do banco de dados de cabos (Cabo.aco), apresentados no Apêndice A.

As bitolas dos perfis utilizados nos mastros centrais das torres são apresentadas, em função do

módulo e do tipo de peça (travamentos, horizontais, montantes, diagonais e anti-torção), para

cada uma das torres no Apêndice B. Já as características relacionadas com o pré-

tensionamento dos cabos, obtidas através da análise estática sem vento, tais como: o

comprimento de tensionamento (vetor c da Figura 3.1), a força de pré-tensão inicial e a

porcentagem desta força em relação à capacidade resistente do cabo, serão mostradas no

Apêndice C, juntamente com as alturas de ancoragem de cada um dos sites.

Page 109: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

88

Nas torres estudadas, não foram consideradas variações térmicas (∆T= 0) e nas análises foram

admitidos os parâmetros de vento especificados na Tabela 7.2:

Tabela 7.2 – Parâmetros de vento conforme NBR 6123

Velocidade Básica do Vento (V0) 45 m/sFator Topográfico (S1) 1.0Fator Estatístico (S3) 1.1Categoria do Terreno II

A primeira análise realizada, baseou-se no estudo da torre de 10 metros de altura,

discretizando-a inicialmente com um único elemento por cabo (NEC = 1), sendo gerada pelo

programa GTEQ e em seguida com mais de um elemento por cabo (NEC = 2 ou 4), obtidas

através do programa GTEQM. A tabela 7.3 apresenta algumas características destas torres,

bem como alguns resultados relacionados ao número de iterações do procedimento Quasi-

Newton e tempo de processamento em minutos e segundos, utilizando-se um processador

Pentium-III 450 MHz.

Tabela 7.3 – Discretização da torre de 10 m para NEC = 1,2 ou 4

NEC NN NCE Iteracões Tempo Iterações Tempo1 172 16 201 00' : 25" 337 00' : 41"2 188 32 571 01' : 27" 627 01' : 35"4 220 64 832 02' : 51" 849 02' : 55"

Análise 1 Análise 2

Na tabela acima, foram apresentados resultados para a análise sem vento (Análise 1) e para a

análise com vento (Análise 2). Já na Tabela 7.4, são mostradas as cargas atuantes nos cabos

por site para cada uma das análises comentadas anteriormente

Tabela 7.4 – Cargas nos cabos (KN) para NEC = 1, 2 ou 4

Site NEC = 1 NEC = 2 NEC = 4 NEC = 1 NEC = 2 NEC = 41 3.08 3.07 - 3.08 3.07 - 3.08 3.63 3.63 - 3.64 3.63 - 3.642 3.07 3.07 3.07 - 3.08 3.86 3.86 - 3.87 3.86 - 3.873 2.96 2.96 2.95 - 2.96 3.59 3.59 3.59 - 3.60

Análise 1 Análise 2

À partir da Tabela 7.3, foi construído o gráfico da Figura 7.3, no qual é feito uma análise

comparativa do número de iterações e tempo de processamento, tomando como referência os

resultados obtidos para a torre discretizada com apenas um elemento por cabo (NEC = 1):

Page 110: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

89

1.00 1.00 1.00 1.00

2.841.86

3.482.32

4.142.52

6.84

4.27

0.001.002.003.004.005.006.007.008.00

IteraçõesA1

IteraçõesA2

Tempo A1 Tempo A2

NEC = 1 NEC = 2 NEC = 4

Figura 7.3 – Análise comparativa do número de iterações e tempo de processamento

Com base no número de iterações e tempo de processamento apresentados na Figura 7.3 e nas

cargas atuantes nos cabos indicadas na Tabela 7.4, pode-se ver claramente que a discretização

com mais de um elemento por cabo não traz nenhum benefício, servindo apenas para

confirmar a validade dos resultados obtidos com NEC = 1. Portanto, as demais torres com

alturas de 30, 50, 70 e 90 metros estudadas no presente trabalho foram discretizadas com

apenas um único elemento por cabo.

À seguir, serão descritos alguns dos principais resultados da análise estática das torres para

cada um dos três modelos matemáticos utilizados, procurando-se sempre que possível

apresentar gráficos comparativos entre cada um dos modelos, bem como indicando as

semelhanças ou diferenças entre os resultados obtidos para as diversas alturas de torres.

Inicia-se a apresentação dos resultados com o número de iterações realizadas pelo

procedimento Quasi-Newton para encontrar a posição de equilíbrio estático estável, e o tempo

de processamento (minutos e segundos), conforme descritos na Tabela 7.5.

Tabela 7.5 – Número de iterações e tempo de processamento das torres

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3Análise 1 201 209 209 00' : 25" 00' : 25" 00' : 28"Análise 2 307 338 333 00' : 43" 00' : 43" 00' : 47"Análise 1 322 322 321 01' : 27" 01' : 26" 01' : 35"Análise 2 640 636 632 02' : 55" 02' : 52" 03' : 11"Análise 1 545 566 566 06' : 36" 06' : 47" 07' : 27"Análise 2 1048 1165 1124 12' : 48" 14' : 04" 15' : 01"Análise 1 730 741 739 17' : 37" 17' : 55" 21' : 05"Análise 2 1596 1602 1619 38' : 59" 46' : 03" 46' : 44"Análise 1 810 816 812 22' : 39" 22' : 42" 23' : 45"Análise 2 1641 1641 1628 46' : 03" 54' : 03" 59' : 44"

Número de Iterações Tempo de ProcessamentoTipo de Análise

Torre 90

Torre 10

Torre 30

Torre 50

Torre 70

Page 111: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

90

Com os resultados apresentadas na Tabela 7.5, montou-se o gráfico da Figura 7.4, onde se

pode ver claramente que o número de iterações sofreu uma variação bastante reduzida entre

os diversos modelos matemáticos. Nesta mesma figura também se pode verificar o grande

aumento do número de iterações na Análise 2 (com vento) ao ser comparado com a Análise 1

(sem vento), chegando mesmo a dobrar de valor. Ocorre também um grande aumento no

número de iterações com o aumento da altura da torre.

Número de Iterações

0

500

1000

1500

2000

Torre 10 Torre 30 Torre 50 Torre 70 Torre 90

Análise 1 - M1

Análise 2 - M1

Análise 1 - M2

Análise 2 - M2

Análise 1 - M3

Análise 2 - M3

Figura 7.4 – Número de Iterações em função do modelo matemático

Embora o número de iterações tenha sofrido pequenas variações entre os diversos modelos

matemáticos, o mesmo não aconteceu com o tempo de processamento, que chegou a sofrer

variações de até 30%. Na Figura 7.5 é apresentado um gráfico comparativo do tempo de

processamento entre os diversos modelos, tomando como referência o modelo 1 (não linear -

Pulino, 1991). Neste gráfico, os termos A1 e A2 referem-se a análise sem vento e análise

com vento respectivamente.

Tempo de Processamento

0.000.200.400.600.801.001.201.40

T10 A1

T30 A1

T50 A1

T70 A1

T90 A1

T10 A2

T30 A2

T50 A2

T70 A2

T90 A2

Modelo 1

Modelo 2

Modelo 3

Figura 7.5 – Análise comparativa no tempo de processamento das torres

Page 112: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

91

Na Figura 7.5, verifica-se que o tempo de processamento para os modelos 2 e 3 sofre um

aumento mais intenso à medida que se aumenta a altura da torre e que o modelo matemático 3

foi o que, em geral, apresentou o maior tempo de processamento.

Um outro resultado da análise estática que será apresentado é o deslocamento médio dos

quatro nós do topo da torre, na direção do vento. Estes deslocamentos são apresentados na

Tabela 7.6, em função da altura da torre e do modelo matemático empregado.

Tabela 7.6 – Deslocamento médio do topo das torres (cm)

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3Torre 10 0.437 0.438 0.436Torre 30 2.651 2.686 2.665Torre 50 5.161 5.316 5.265Torre 70 9.194 9.437 9.352Torre 90 9.211 9.499 9.428

Na Figura 7.6, é apresentado um gráfico com os deslocamentos de topo para as diversas torres

analisadas, podendo-se constatar o grande aumento no deslocamento com o aumento da altura

da torre, o que já era esperado. A variação dos deslocamentos entre os modelos matemáticos

foi muito reduzida, ficando sempre inferior à 3%, podendo-se observar que o modelo 2

apresentou maiores resultados em todos os casos analisados.

Deslocamento de Topo

0.000

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

Torre 10 Torre 30 Torre 50 Torre 70 Torre 90

Des

loca

men

tos

(cm

)

Modelo 1

Modelo 2

Modelo 3

Figura 7.6 – Deslocamento de topo

As rotações verticais calculadas de acordo com o Procedimento Telebrás, cujos limites estão

especificados na seção 2.4, admitindo-se que a antena mais alta se encontra na extremidade

superior da terceira seção, conforme descrito anteriormente, são indicadas na Tabela 7.7:

Page 113: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

92

Tabela 7.7 – Rotações na antena mais alta das torres (graus)

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3Torre 10 0.004 0.004 0.004Torre 30 0.129 0.123 0.123Torre 50 0.250 0.234 0.234Torre 70 0.403 0.377 0.376Torre 90 0.420 0.393 0.392

Na Figura 7.7 é mostrada uma análise comparativa das rotações, tomando-se como referência

o modelo 1, sendo verificado que os modelos 2 e 3, em geral, apresentam rotações menores

que o modelo 1, e que esta diferença é maior para as torres mais altas. O modelo 3, foi o que

apresentou os menores resultados, com reduções de até 7% quando comparado ao modelo 1.

Rotações - Procedimento Telebrás

0.880

0.9000.920

0.940

0.960

0.9801.000

1.020

Torre 10 Torre 30 Torre 50 Torre 70 Torre 90

Modelo 1

Modelo 2

Modelo 3

Figura 7.7 – Análise comparativa das rotações

Os esforços atuantes nos perfis estruturais que constituem o mastro central das torres são

apresentados em forma de tabelas no Apêndice D, em função da altura da torre e do modelo

matemático utilizado. De maneira geral, pode-se observar que a variação entre os modelos

matemáticos foi muito reduzida, porém se tornou maior com o aumento da altura da torre,

chegando a atingir valores da ordem de 1.5% para a torre de 10 metros, 3% para a torre de 30

metros, 5% para a torre de 50 metros e 6% para as torres de 70 e 90 metros. Em todas as

torres analisadas, constatou-se que o modelo 1 foi o que apresentou os maiores resultados e os

modelos 2 e 3 apresentaram valores muito próximos um do outro.

No Apêndice E, são mostrados os esforços atuantes no elementos de cabo, na forma de tabela,

em função da altura da torre, do modelo matemático utilizado e do site dos cabos, sendo

constatado que a diferença entre os modelos matemáticos foi sempre inferior à 1%.

Page 114: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

93

Os últimos resultados da análise estática das torres descritos neste trabalho, serão as reações

de apoio nos montantes do mastro central e nas fundações laterais de ancoragem de cabos,

sendo apresentados no Apêndice F. Observa-se que a variação dos resultados entre os

modelos matemáticos é sempre inferior à 2% e que estas diferenças são maiores para as torres

mais altas. Também pode ser constatado que ocorre um aumento das reações verticais nos

montantes situados à sotavento e uma diminuição nos montantes à barlavento.

7.2 ANÁLISE MODAL

A análise modal se baseou no estudo das mesmas cinco torres analisadas na parte estática,

com alturas de 10, 30, 50, 70 e 90 metros, utilizando-se o modelo não linear de cabo e não

linear de treliça (Pulino, 1991), conforme comentado no Capítulo 3.2. Os autovalores e os

autovetores foram determinados através de um algoritmo Jacobi Generalizado, sendo as

primeiras freqüências e períodos naturais apresentados no Apêndice G e de uma forma mais

resumida na Tabela 7.8, em função da altura da torre.

Tabela 7.8 – Freqüências naturais das torres (Hz)

Modo Torre 10 Torre 30 Torre 50 Torre 70 Torre 901 14.756 5.221 3.4315 2.5181 2.43632 14.756 5.221 3.4315 2.5181 2.43633 26.6863 7.2172 4.1884 3.3067 3.00954 26.6863 7.2172 4.1884 3.3067 3.00955 29.0143 9.8356 5.8881 4.0074 3.46296 53.9047 10.7578 5.8881 4.0074 3.46297 53.9047 10.7578 5.9619 5.0747 4.40828 67.6175 17.7726 8.4812 5.8535 4.4082

As freqüências indicadas na Tabela 7.8, são também apresentadas de forma gráfica na Figura

7.8, onde pode-se constatar claramente a diminuição das freqüências com o aumento da altura

da torre, evidenciando, conforme já era esperado, a redução da rigidez com o aumento da

altura. Pode também ser observado que as primeiras freqüências ocorrem geralmente, em

pares de valores praticamente iguais, sendo estes resultados causados pelo fato das torres

apresentarem dois eixos horizontais de simetria (eixos X e Z). Este fato fica claro ao se

observar os modos de vibração, sendo verificado que eles estão associados aos deslocamentos

horizontais, que ocorrem hora predominantemente na direção X e hora predominantemente na

direção Z.

Page 115: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

94

Análise Modal

0

10

20

30

40

50

60

70

1 2 3 4 5 6 7 8

Torre 10

Torre 30

Torre 50

Torre 70

Torre 90

Figura 7.8 – Freqüências naturais das torres (Hz)

No procedimento Jacobi Generalizado, os elementos situados acima da diagonal principal das

matrizes hessiana e de massa foram testados linha a linha, sendo a matriz de transformação de

Jacobi aplicada às duas matrizes no caso do termo analisado de pelo menos uma das matrizes

ser maior que uma determinada tolerância. Uma vez testados todos os elementos acima da

diagonal principal, completa-se um ciclo ou varredura. O procedimento é então reiniciado e

testam-se os termos novamente, fazendo-se tantas varreduras quanto forem necessárias para

que todos os termos de ambas as matrizes atendam a tolerância especificada. Na Figura 7.9 é

indicado o número de varreduras realizadas pelo programa FMVTEQ em cada uma das torres

analisadas.

Número de Varreduras - Jacobi Generalizado

26 2429 28 28

05

101520253035

Torre 10 Torre 30 Torre 50 Torre 70 Torre 90

Figura 7.9 – Número de varreduras no procedimento Jacobi Generalizado

Page 116: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

95

7.3 ANÁLISE DINÂMICA

Na análise dinâmica de torres metálicas estaiadas foi estudado o efeito causado pelas rajadas

de vento na torre de 10 metros de altura, submetendo-a ao carregamento de vento proposto no

método de Monte Carlo e integrando a equação de movimento ao longo do tempo através do

algoritmo descrito por Newmark (1959).

A parcela flutuante do vento foi decomposta em 15 funções harmônicas (m=15),

convenientemente escolhidas de modo que seus períodos se distribuíssem uniformemente ao

longo do intervalo de 600 à 0.5 segundos, de acordo com a recomendação de Franco (1993),

sendo que uma delas deve possuir um período Tr igual ao período fundamental da estrutura e

as demais com períodos múltiplos e submúltiplos de Tr por um fator 2, conforme pode ser

visto na Tabela 7.9.

Nesta mesma tabela, também são mostradas as freqüências circulares e naturais associadas à

cada uma das funções harmônicas obtidas a partir do espectro de potência proposto no

National Building Code of Canada (1985), bem como outros parâmetros gerados pelo

programa RAJADA, para a determinação da amplitude das forças provocadas pela parcela

flutuante do vento, tais como: a área do espectro associada à cada intervalo, os coeficientes de

área e a extensão da rajada triangular equivalente.

Tabela 7.9 – Componentes harmônicas para análise dinâmica da torre de 10 metros

m T (s) ω (rad/s) f (Hz) Área Ck ck ∆zok (cm)1 0.0678 92.6724 14.7493 0.03869 0.2782 0.0247 30.07412 0.1356 46.3362 7.3746 0.06142 0.3505 0.0311 60.14833 0.2712 23.1681 3.6873 0.09750 0.4416 0.0392 120.29664 0.5424 11.5840 1.8437 0.15474 0.5563 0.0494 240.59315 1.0848 5.7920 0.9218 0.24544 0.7006 0.0622 481.18636 2.1696 2.8960 0.4609 0.38842 0.8814 0.0783 962.37267 4.3392 1.4480 0.2305 0.60909 1.1037 0.0980 1924.74518 8.6784 0.7240 0.1152 0.92207 1.3580 0.1206 3849.49039 17.3568 0.3620 0.0576 1.23425 1.5711 0.1395 7698.980610 34.7136 0.1810 0.0288 1.18962 1.5425 0.1370 15397.961111 69.4272 0.0905 0.0144 0.67056 1.1581 0.1028 30795.922312 138.8544 0.0453 0.0072 0.23485 0.6854 0.0609 61591.844613 277.7088 0.0226 0.0036 0.06511 0.3609 0.0320 123183.689114 555.4176 0.0113 0.0018 0.01673 0.1829 0.0162 246367.378315 1110.8352 0.0057 0.0009 0.00421 0.0918 0.0081 492734.7566Σ - - - 5.93272 11.2629 1.0000 -

Page 117: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

96

Na integração da equação de movimento, foi utilizado um passo de tempo (∆t) igual a

0.00004 segundos, de modo a atender a recomendação proposta por Newmark (1959), que

sugere a utilização de um incremento de tempo menor ou igual à Tn/5, à fim de garantir a

estabilidade numérica do método, sendo Tn o menor período natural de vibração da estrutura.

O período Tn da torre de 10 metros de altura foi obtido através do programa FMVTEQ e vale

0.00020 segundos.

Seguindo-se as recomendações de Newmark (1959) de utilizar um passo de tempo ∆t ≤ Tn/5,

o algoritmo convergiu normalmente, precisando fazer de 3 à 8 iterações por passo de tempo.

Utilizando-se um passo de tempo menor, o número de iterações em um mesmo passo de

tempo diminui, porém o tempo total de análise aumenta bastante. Por outro lado, ao se

utilizar um passo de tempo maior, ocorre um aumento no número de iterações por passo de

tempo e um aumento do tempo total de processamento ou mesmo a não convergência do

algoritmo. Portanto, o algoritmo empregado no programa AETEQ funcionou exatamente da

maneira prevista por Newmark, sendo adotado o passo de tempo que conduziu à uma

minimização do tempo total de processamento.

Em virtude deste passo de tempo extremamente reduzido e da necessidade de realizar pelo

menos 20 análises na simulação de Monte Carlo, definidas pelos blocos de defasagens

gerados aleatoriamente, a análise dinâmica foi efetuada para um intervalo de tempo (tmáx) de

2.0 segundos, não atendendo à recomendação de Franco (1993) que propõe a utilização de um

tempo de análise da ordem de 400 à 600 segundos. Este intervalo de tempo de apenas 2.0

segundos, foi definido em função do tempo necessário para o processamento da análise,

verificando-se que para este intervalo de tempo, cada uma das análises levou em média 3

horas e 15 minutos em um processador Pentium III – 800 MHz.

Após a geração dos 20 conjuntos de blocos aleatórios contendo 15 ângulos de fase (φk) por

conjunto e admitindo que o centro da rajada estava situado à 75% da altura da torre, procedeu-

se a análise dinâmica submetendo-se a torre simultaneamente ao vento médio (48% das cargas

definidas na fase estática) e ao carregamento devido às rajadas. O deslocamento de referência

escolhido foi o deslocamento horizontal na direção Z do nó 1, situado no topo da estrutura,

sendo apresentado na Tabela 7.10 os maiores valores deste deslocamento ao longo do tempo,

bem como o tempo quando o mesmo ocorreu para cada um dos blocos de números aleatórios.

Page 118: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

97

Tabela 7.10 – Deslocamentos de referência máximos por bloco

Bloco Desloc (mm) Tempo (seg)1 4.105 1.982642 3.970 1.880763 3.456 1.976804 3.159 1.899485 3.746 1.818646 3.308 1.717167 3.791 1.291408 4.034 1.849729 3.310 1.9172410 3.368 1.9008011 3.851 1.9768812 3.508 1.4390813 3.352 1.8491214 4.097 1.6439615 3.672 1.2193216 3.851 1.4579617 4.042 1.6638018 3.359 1.1328419 4.036 1.8439620 3.904 1.99920

Com base nos deslocamentos apresentados na Tabela 7.10, foi possível realizar uma análise

estatística buscando um valor mais provável para uma probabilidade de ocorrência de 95%,

utilizando-se a curva de distribuição de Gumbel (Tipo 1), cujos parâmetros estatísticos são

mostrados na Tabela 7.11:

Tabela 7.11 – Parâmetros estatísticos utilizados na distribuição de Gumbel

média (µ) 3.696desvio padrão (σ) 0.314probabilidade (p) 0.950

w 2.970dispersão 4.081

moda 3.555valor caract. (xc) 4.282

Sendo o valor característico aproximadamente 4.282 mm, a resposta do bloco 1, cujo valor é

4.105, é aquela dentre as respostas máximas da estrutura, a que mais se aproxima deste valor,

sendo tomada então como combinação característica das rajadas. Uma vez determinada a

combinação característica para um tempo de análise de 2.0 segundos, a estrutura foi então

excitada com os carregamentos desta combinação, porem o tempo de análise foi estendido

para tmáx = 10 seg, de modo a obter uma melhor caracterização do comportamento estrutural.

Page 119: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

98

Na Figura 7.10 é mostrado a variação do deslocamento de topo ao longo dos 10.0 segundos de

análise referentes ao bloco 1, constatando-se que durante este intervalo o deslocamento

máximo foi de 4.652 mm, ocorrendo no instante de tempo de 3.13516 segundos.

-1.00

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00

Tempo (seg)

Des

loca

men

tos

(mm

)

Figura 7.10 – Deslocamento x Tempo na combinação característica

No Apêndice H, são apresentados os esforços máximos ao longo do tempo, tanto nos

elementos de perfis quanto nos elementos de cabo, em função do site ao qual eles pertencem,

considerando-se o tempo de análise tmáx = 10.0 segundos.

Neste mesmo apêndice, são também mostrados os esforços obtidos através do modelo

matemático não linear de cabo e não linear de treliça realizado na análise estática, podendo-se

observar que no caso dos elementos de cabo, a análise dinâmica levou a esforços até 3%

menores que os obtidos na análise estática. Já nos elementos de perfis, esta redução chegou à

ser de até 6.30% nos sites com esforços atuantes mais elevados, representados pelos

montantes, ao passo que nos sites submetidos à menores esforços, houveram aumentos de até

8% em alguns sites e reduções de até 51% em outros sites.

No caso dos elementos de perfis submetidos à menores esforços, embora esta diferença em

termos percentuais pareça elevada, é mostrado nas últimas duas colunas da Tabela H.2 que

esta diferença é sempre inferior à 0.225 KN ou aproximadamente 23 Kgf, sendo este valor

bastante pequeno ao ser comparado com os esforços atuantes nos montantes que chegaram a

atingir 13.22 KN.

Page 120: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

99

No presente trabalho, foi constatado que ao contrário dos exemplos analisados por Franco

(1993) e Guimarães (2000), nos quais a freqüência natural das estruturas se encontrava

próxima ao meio do espectro de potência, no caso específico desta torre analisada, a sua

freqüência natural se encontra na extremidade do espectro (m = 1), conforme pode ser visto na

Figura 7.11, de modo que as componentes de freqüência do espectro devido às rajadas se

encontram fora da faixa de freqüências naturais da estrutura.

f1 = f2 = 14.75 Hz

m 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

f3 = f4 = 26.68 Hz

f5 = 29.01 Hz

freqüências (Hz)

Faixa de freqüências das rajadas Faixa de freqüências naturais

Sr(z,n)

Figura 7.11 – Faixas de freqüências naturais e do Espectro de Potência

Este comportamento comentado no parágrafo anterior e mostrado na Figura 7.11, pode

resultar em uma resposta da torre ao carregamento dinâmico, similar à um carregamento

estático, sendo provável que os deslocamentos e esforços que seriam obtidos ao se efetuar a

análise dinâmica para um intervalo de tempo de até 600 segundos, conforme recomenda

Franco (1993), não sofreriam muitas alterações em relação aos obtidos para a análise

dinâmica efetuada neste trabalho que foi de apenas 10.0 segundos.

Page 121: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

100

8 - CONCLUSÕES

8.1 CONCLUSÕES FINAIS

Na análise estática, verificou-se que não há necessidade de discretização dos estais com mais

de um elemento ao longo do seu comprimento, já que isto acarreta um aumento no número de

iterações de até quatro vezes e um aumento no tempo de processamento de até 6 vezes, sendo

os esforços resultantes nos cabos praticamente os mesmos.

O número de iterações sofreu uma pequena variação entre os três modelos matemáticos,

ocorrendo um grande aumento neste número na análise com o carregamento de vento

proposto na NBR 6123 (1988), ao ser comparado com a análise sem vento, utilizada apenas

para determinar as forças de pré-tensionamento iniciais nos cabos. Constatou-se também que

o número de iterações aumentou bastante nas torres mais altas, devido provavelmente à

diminuição da rigidez da estrutura e ao aumento no número de graus de liberdade do sistema.

O tempo de processamento, ao contrário do número de iterações, apresentou variações de até

30% entre os modelos matemáticos, e de maneira geral, o modelo não linear de cabo e não

linear de treliça apresentou os menores tempos, ao passo que, a utilização do modelo não

linear de cabo e linear clássico de treliça resultou nos maiores tempos de processamento.

As rotações na antena mais alta, conforme descrito no procedimento Telebrás, sofreram

variações de até 7% entre os modelos, verificando-se que os maiores valores foram obtidos

para o modelo não linear de cabo e não linear de treliça e os menores valores foram obtidos

para o modelo não linear de cabo e linear clássico de treliça. Em todos os casos as rotações

não ultrapassaram os limites especificados para as torres classe TEB ou TEC.

As variações nos deslocamentos, reações de apoio e esforços nos elementos de cabo ou treliça

também foram pequenas, ficando sempre inferiores à 6%. No caso específico dos esforços

nos elementos de perfis, observa-se que o modelo não linear de cabo e não linear de treliça

apresentou resultados quase sempre superiores aos outros dois modelos e que esta diferença

cresceu com o aumento da altura da torre.

Page 122: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

101

Pode-se então concluir da análise estática que os modelos lineares e não lineares, de maneira

geral, conduzem a resultados muito próximos e portanto a formulação não linear não se

mostrou necessariamente obrigatória no estudo das torres estaiadas analisadas neste trabalho,

uma vez que os deslocamentos não são tão expressivos à ponto de exigir que as equações de

equilíbrio estático tenham que ser obtidas a partir da geometria da estrutura deformada (não

linearidade geométrica), como acontece em outros tipos de estruturas que utilizam cabos, tais

como: cabos-treliça, redes de cabos tensionados e tensoestruturas em geral. Este

comportamento das torres se deve, em grande parte, às elevadas forças de pré-tensionamento

iniciais exigidas para evitar o afrouxamento dos elementos de cabos.

O algoritmo proposto por Newmark para a integração da equação de movimento ao longo do

tempo não se mostrou muito adequado para o estudo das torres metálicas estaiadas analisadas

neste trabalho devido às suas restrições no passo de tempo, tornando o seu processamento

muito demorado para o tempo de análise exigido na simulação de Monte Carlo. No caso de

torres mais elevadas e flexíveis, deve-se utilizar outros métodos, cujas limitações no passo de

tempo não sejam tão rigorosas quanto às exigidas por Newmark.

Em relação à analise dinâmica, no caso específico da torre analisada neste trabalho, as

componentes de freqüências da parcela flutuante do vento se encontram fora da faixa de

freqüências naturais da estrutura, sendo provável que isto provoque uma resposta estrutural

similar à que seria obtida para um carregamento estático. Portanto, é bastante provável que os

deslocamentos e esforços não sofram alterações grandes em relação aos obtidos para a análise

com tmáx = 10.0 segundos, ao se efetuar a análise para o intervalo de tempo da ordem de 400 à

600 segundos, conforme recomendação de Franco (1993).

Embora tenha ocorrido um aumento no deslocamento de topo de aproximadamente 6.8 % em

relação ao obtido na análise estática, de maneira geral, a análise dinâmica resultou em

esforços menores que os obtidos na fase estática. Esta redução foi mais significativa nos

montantes, nos quais os esforços sofreram diminuições de até 6.30%, ao passo que nos

demais sites onde os esforços atuantes são relativamente pequenos, ocorreram aumentos de

até 8% em alguns sites e reduções de até 51% em outros. Embora esta diferença em termos

percentuais pareça alta, a variação dos esforços atuantes foi sempre inferior à 0.225 KN, valor

que pode ser considerado pequeno ao ser comparado com os esforços nos elementos mais

carregados como é o caso dos montantes, nos quais as solicitações atingem valores de até

Page 123: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

102

13.22 KN. Já nos elementos de cabo, a análise dinâmica apresentou esforços até 3% menores

que os obtidos na análise estática.

8.2 SUGESTÕES

Apresentam-se algumas sugestões para trabalhos futuros a fim de abordar aspectos não

estudados no presente trabalho.

1) Análise das estruturas em chapas dobradas e seções tubulares.

2) Busca de uma distribuição de pontos de ancoragem de cabos e disposição de barras

nas seções que levem à uma estrutura mais econômica e rígida.

3) Estudar o efeito dinâmico do vento em torres metálicas estaiadas mais elevadas,

não abordadas no presente trabalho devido à limitações do tempo de

processamento em função do passo de tempo extremamente reduzido no método

de Newmark. Para efetuar estes estudos, sugere-se desenvolver um algoritmo

utilizando outros métodos, como é o caso do método da superposição modal, ou

mesmo usando programas comerciais como SAP ou ANSYS.

4) Aplicações dos tipos de análise feitos neste trabalho às torres estaiadas com seção

transversal triangular, torres autoportantes (triangulares ou quadradas), postes

(metálicos ou de concreto) e torres autoportantes tubulares de concreto.

5) Construção de protótipos e modelos experimentais a fim de verificar os

coeficientes de amortecimento adotados e aferir os resultados numéricos obtidos

com os modelos utilizados.

6) Tentar melhorar a estruturação do algoritmo Quasi-Newton para minimização da

Energia Potencial Total, induzindo um adequado controle matemático ou

numérico, à fim de melhorar a sua estabilidade e redução do tempo de

processamento.

7) Comparar os resultados das análise estática e dinâmica obtidos neste trabalho com

os da análise dinâmica devida à turbulência atmosférica - modelo discreto,

proposto pela norma brasileira de ventos, ou usar metodologias mais recentes, que

incorporem os efeitos dinâmicos do vento de maneira mais precisa, tal como a

apresentada por Davenport (1995).

Page 124: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

103

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 125: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

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Page 126: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

105

A – BANCOS DE DADOS DE PERFIS E DE CABOS

Neste apêndice será apresentado o banco de dados de perfis (Perfil.aco) na Tabela A.1 e o

banco de dados de cabos (Cabo.aco) na Tabela A.2:

Tabela A.1 – Banco de dados de perfis

BIT PERFIL ABA(cm)

ESPESSURA(cm)

ÁREA(cm2)

PESO(KN/cm)

Rmín(cm)

1 5/8x5/8x1/8 1.60 0.31750 0.96 6.96E-05 0.302 7/8x7/8x1/8 2.20 0.31750 1.35 1.02E-04 0.483 1.1/4x1.1/4x1/8 3.20 0.31750 1.93 1.47E-04 0.634 1.1/2x1.1/2x1/8 3.80 0.31750 2.32 1.79E-04 0.765 1.1/2x1.1/2x3/16 3.80 0.47625 3.42 2.63E-04 0.736 1.1/2x1.1/2x1/4 3.80 0.63500 4.45 3.41E-04 0.737 1.3/4x1.3/4x1/4 4.40 0.63500 5.22 4.04E-04 0.868 2x2x1/4 5.10 0.63500 6.06 4.66E-04 0.999 2x2x5/16 5.10 0.79375 7.41 5.71E-04 0.99

10 2x2x3/8 5.10 0.95250 8.77 6.85E-04 0.9911 2.1/2x2.1/2x5/16 6.40 0.79375 9.48 7.25E-04 1.2412 2.1/2x2.1/2x3/8 6.40 0.95250 11.16 8.62E-04 1.2213 3x3x5/16 7.60 0.79375 11.48 8.92E-04 1.5014 3x3x3/8 7.60 0.95250 13.61 1.05E-03 1.4715 3x3x7/16 7.60 1.11125 15.68 1.22E-03 1.4716 3x3x1/2 7.60 1.27000 17.74 1.37E-03 1.4717 4x4x3/8 10.20 0.95250 18.45 1.43E-03 2.0018 4x4x7/16 10.20 1.11125 21.35 1.65E-03 1.9819 5x5x3/8 12.70 0.95250 23.29 1.79E-03 2.5120 5x5x1/2 12.70 1.27000 30.65 2.36E-03 2.4921 6x6x3/8 15.20 1.95250 28.13 2.18E-03 3.0222 6x6x7/16 15.20 1.11125 32.65 2.51E-03 3.0223 6x6x1/2 15.20 1.27000 37.10 2.86E-03 3.0024 6x6x9/16 15.20 1.42875 41.48 3.19E-03 3.0025 6x6x5/8 15.20 1.58750 45.87 3.53E-03 2.9726 6x6x11/16 15.20 1.74625 50.19 3.86E-03 2.9727 6x6x13/16 15.20 2.06375 58.65 4.52E-03 2.9728 6x6x7/8 15.20 2.22250 62.77 4.83E-03 2.9729 8x8x11/16 20.30 1.74625 67.94 5.22E-03 4.0130 8x8x13/16 20.30 2.06375 79.61 6.13E-03 3.9931 8x8x15/16 20.30 2.38125 91.10 7.02E-03 3.9632 8x8x1 20.30 2.54000 96.77 7.44E-03 3.96

Tabela A.2 – Banco de dados de cabos

BIT CORDOALHA PESO (KN/cm)

ÁREA (cm2)

CRE-SM (KN)

CRE-HS (KN)

CRE-EHS (KN)

1 Cordoalha 3/16" 1.058E-05 0.1352 8.448 12.691 17.7382 Cordoalha 1/4" 1.764E-05 0.2403 14.004 21.119 29.5673 Cordoalha 5/16" 2.989E-05 0.3755 23.785 35.564 49.7944 Cordoalha 3/8" 3.979E-05 0.5407 30.899 48.010 68.4635 Cordoalha 7/16" 5.811E-05 0.7360 41.562 64.455 92.4636 Cordoalha 1/2" 7.536E-05 0.9613 53.792 83.574 119.5807 Cordoalha 9/16" 9.780E-05 1.2166 69.786 108.907 155.585

Page 127: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

106

B – BITOLAS DOS PERFIS

As bitolas dos perfis utilizados no mastro central das torres são mostradas por módulo e em

função do tipo de peça (T– Travamentos, H– Horizontais, M– Montantes, D– Diagonais, e

AT– Anti-Torção).

Nas tabelas apresentadas à seguir, as barras do dispositivo anti-torção são indicadas por AT1 e

AT2. As barras AT1 representam as barras do anti-torçor situadas no plano horizontal e as

barras AT2 representam as barras do anti-torçor situadas no plano inclinado, conforme

comentado no Capítulo 2.

As bitolas dos perfis apresentadas nas tabelas abaixo correspondem às bitolas indicadas no

banco de dados de perfis (Tabela A.1).

Tabela B.1 – Bitolas dos perfis na torre de 10 metrosModulo T H M D AT1 AT2

1 1 1 3 1 1 22 1 1 3 13 1 1 3 14 1 1 3 1

Tabela B.2 – Bitolas dos perfis na torre de 30 metrosModulo T H M D AT1 AT2

1 2 2 5 2 2 32 2 2 5 23 2 2 5 24 2 2 5 25 2 2 5 26 2 2 5 2

Tabela B.3 – Bitolas dos perfis na torre de 50 metrosModulo T H M D AT1 AT2

1 2 2 6 2 2 32 2 2 6 23 2 2 6 24 2 2 6 25 2 2 6 26 2 2 6 27 2 2 6 28 2 2 6 29 2 2 6 210 2 2 7 2

Page 128: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

107

Tabela B.4 – Bitolas dos perfis na torre de 70 metrosModulo T H M D AT1 AT2

1 2 3 7 4 3 62 2 3 7 33 2 3 7 34 2 3 7 35 2 3 7 36 2 3 7 37 2 3 8 38 2 3 9 4 3 69 2 3 9 310 2 3 9 311 2 3 9 312 2 3 9 313 2 3 10 314 2 3 10 3

Tabela B.5 – Bitolas dos perfis na torre de 90 metrosModulo T H M D AT1 AT2

1 2 3 7 5 3 62 2 3 7 33 2 3 7 34 2 3 7 35 2 3 7 36 2 3 7 37 2 3 9 5 3 68 2 3 9 39 2 3 10 310 2 3 10 311 2 3 10 312 2 3 11 313 2 3 11 314 2 3 12 315 2 3 12 3

Page 129: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

108

C – PRÉ-TENSIONAMENTOS NOS CABOS

Na Tabela C.1 serão apresentados: as alturas de ancoragem dos cabos, o comprimento de

tensionamento (vetor c da Figura 3.1), as forças de pré-tensão iniciais e as porcentagens

destas forças em relação à carga de ruptura nominal do cabo.

Tabela C.1 – Pré-tensionamento nos cabos

Site Altura (m) Tensionamento (cm) Carga (KN) PCR (%)

1 9.25 1.10 3.077 10.392 6.25 0.80 3.067 10.383 3.25 0.55 2.960 10.00

1 28.50 4.00 5.899 11.852 20.00 3.10 5.939 11.933 11.50 2.20 5.713 11.47

1 48.50 8.50 7.262 14.602 40.50 7.50 7.340 14.743 32.50 6.50 7.389 14.854 24.50 4.40 7.125 14.305 16.50 3.30 7.252 14.576 8.50 2.20 6.978 14.02

1 68.50 11.00 9.104 13.302 60.00 10.00 9.173 13.403 51.50 8.40 9.202 13.434 43.00 7.30 9.280 13.555 34.50 6.10 9.075 13.266 26.00 4.35 9.153 13.377 17.50 3.15 9.261 13.538 9.00 1.90 8.536 12.47

1 88.20 12.50 10.309 11.152 78.60 11.50 10.378 11.223 69.00 10.80 10.848 11.734 59.40 8.90 10.672 11.545 49.80 7.75 10.702 11.576 40.20 6.50 10.702 11.577 30.60 4.65 10.682 11.558 21.00 3.40 10.770 11.659 11.40 2.20 10.368 11.22

Torre: 90 metros

Torre: 10 metros

Torre: 30 metros

Torre: 50 metros

Torre: 70 metros

Page 130: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

109

D – ESFORÇOS NOS PERFIS ESTRUTURAIS

Neste apêndice, serão apresentados os esforços nos perfis estruturais que constituem o mastro

central das torres, segundo cada um dos modelos matemáticos descritos anteriormente.

Os esforços são mostrados na forma de tabelas, sendo indicadas as máximas forças de tração e

de compressão para cada um dos sites, acompanhadas de uma identificação do site que inclui

o módulo onde ele está localizado e o tipo de peça.

Tabela D.1 – Esforços nos perfis da torre de 10 metros

Site Mod Tipo Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

1 1 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0002 1 H 3.234 -2.528 3.234 -2.528 3.234 -2.5283 1 M 0.588 -7.575 0.588 -7.556 0.588 -7.5564 1 D 1.264 -1.078 1.264 -1.068 1.264 -1.0685 2 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0006 2 H 1.774 -0.461 1.774 -0.461 1.774 -0.4617 2 M 0.000 -9.418 0.000 -9.408 0.000 -9.4088 2 D 0.657 -0.657 0.657 -0.657 0.657 -0.6579 3 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000

10 3 H 2.166 -0.382 2.166 -0.382 2.166 -0.38211 3 M 0.000 -10.280 0.000 -10.270 0.000 -10.27012 3 D 0.706 -0.696 0.696 -0.696 0.696 -0.69613 4 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.00014 4 H 0.343 -0.343 0.343 -0.343 0.343 -0.34315 4 M 0.000 -13.220 0.000 -13.230 0.000 -13.22016 4 D 0.598 -0.598 0.598 -0.598 0.598 -0.59817 1 AT1 6.772 0.000 6.772 0.000 6.772 0.00018 1 AT2 0.000 -6.331 0.000 -6.331 0.000 -6.331

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Identificação

Page 131: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

110

Tabela D.2 – Esforços nos perfis da torre de 30 metros

Site Mod Tipo Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

1 1 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0002 1 H 5.106 -3.626 5.116 -3.606 5.106 -3.6063 1 M 2.587 -22.344 2.587 -22.119 2.587 -22.0994 1 D 3.636 -3.352 3.646 -3.361 3.626 -3.3325 2 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.0006 2 H 1.245 -1.264 1.245 -1.245 1.245 -1.2457 2 M 1.068 -22.364 0.843 -22.148 0.823 -22.1288 2 D 1.460 -1.450 1.421 -1.421 1.421 -1.4219 3 T 1.558 0.000 1.558 0.000 1.568 0.000

10 3 H 3.214 -0.098 3.205 -0.078 3.195 -0.06911 3 M 0.000 -21.550 0.000 -21.413 0.000 -21.42312 3 D 0.245 -0.225 0.206 -0.206 0.206 -0.20613 4 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00014 4 H 5.302 -1.039 5.292 -1.029 5.282 -1.02915 4 M 0.000 -24.980 0.000 -24.863 0.000 -24.84316 4 D 2.940 -2.911 2.901 -2.901 2.901 -2.90117 5 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00018 5 H 0.980 -1.000 0.980 -0.980 0.980 -0.98019 5 M 0.000 -20.786 0.000 -20.835 0.000 -20.84520 5 D 0.147 -0.118 0.118 -0.118 0.118 -0.11821 6 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00022 6 H 0.882 -0.892 0.882 -0.882 0.882 -0.88223 6 M 0.000 -35.192 0.000 -35.290 0.000 -35.28024 6 D 2.401 -2.372 2.372 -2.372 2.372 -2.37225 1 AT1 10.143 0.000 10.163 0.000 10.153 0.00026 1 AT2 0.000 -10.133 0.000 -10.143 0.000 -10.133

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Identificação

Page 132: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

111

Tabela D.3 – Esforços nos perfis da torre de 50 metros

Site Mod Tipo Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

1 1 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0002 1 H 6.262 -4.439 6.282 -4.410 6.282 -4.4103 1 M 2.842 -27.695 2.852 -27.391 2.852 -27.3524 1 D 4.410 -4.047 4.469 -4.106 4.439 -4.0675 2 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.0006 2 H 4.518 -1.401 4.479 -1.372 4.488 -1.3727 2 M 1.499 -30.939 1.166 -30.468 1.127 -30.4298 2 D 3.058 -3.067 2.960 -2.989 2.960 -2.9999 3 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.000

10 3 H 1.205 -1.225 1.196 -1.196 1.196 -1.19611 3 M 0.000 -31.007 0.000 -30.517 0.000 -30.48812 3 D 0.500 -0.480 0.441 -0.441 0.431 -0.43113 4 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00014 4 H 5.645 -1.196 5.586 -1.176 5.596 -1.17615 4 M 0.000 -32.987 0.000 -32.634 0.000 -32.62416 4 D 3.861 -3.832 3.753 -3.753 3.744 -3.75317 5 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00018 5 H 1.147 -1.166 1.137 -1.137 1.137 -1.13719 5 M 0.000 -33.046 0.000 -32.693 0.000 -32.68320 5 D 0.911 -0.872 0.833 -0.833 0.833 -0.83321 6 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00022 6 H 4.028 -1.127 4.008 -1.107 4.028 -1.10723 6 M 0.000 -36.838 0.000 -36.779 0.000 -36.77924 6 D 4.057 -3.979 3.959 -3.920 3.959 -3.92025 7 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00026 7 H 5.194 -1.098 5.194 -1.068 5.204 -1.06827 7 M 0.000 -44.374 0.000 -44.080 0.000 -44.08028 7 D 2.822 -2.754 2.695 -2.695 2.685 -2.68529 8 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00030 8 H 1.019 -1.058 1.029 -1.029 1.029 -1.02931 8 M 0.000 -41.180 0.000 -40.954 0.000 -40.92532 8 D 0.353 -0.255 0.294 -0.294 0.284 -0.28433 9 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00034 9 H 5.625 -1.009 5.664 -0.980 5.664 -0.98035 9 M 0.000 -50.000 0.000 -49.804 0.000 -49.76436 9 D 3.126 -3.018 3.067 -3.067 3.067 -3.06737 10 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00038 10 H 0.872 -0.921 0.892 -0.892 0.892 -0.89239 10 M 0.000 -55.135 0.000 -55.811 0.000 -55.80140 10 D 1.539 -1.431 1.509 -1.509 1.509 -1.50941 1 AT1 12.466 0.000 12.524 0.000 12.505 0.00042 1 AT2 0.000 -12.417 0.000 -12.456 0.000 -12.436

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Identificação

Page 133: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

112

Tabela D.4 – Esforços nos perfis da torre de 70 metros

Site Mod Tipo Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

1 1 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0002 1 H 10.937 -8.212 11.005 -8.154 10.986 -8.1543 1 M 5.606 -38.779 5.116 -38.396 5.027 -38.3284 1 D 8.359 -7.683 8.536 -7.850 8.467 -7.7815 2 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.0006 2 H 2.097 -2.127 2.097 -2.087 2.097 -2.0877 2 M 5.557 -38.828 5.067 -38.436 4.988 -38.3578 2 D 0.921 -0.902 0.970 -0.970 0.960 -0.9609 3 T 1.676 0.000 1.676 0.000 1.676 0.000

10 3 H 4.929 -0.167 4.910 -0.137 4.900 -0.11811 3 M 2.881 -53.410 1.039 -51.675 0.911 -51.57712 3 D 1.049 -1.049 0.833 -0.833 0.833 -0.83313 4 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00014 4 H 5.263 -1.823 5.204 -1.774 5.233 -1.77415 4 M 2.842 -57.261 0.990 -55.693 0.872 -55.58616 4 D 3.655 -3.655 3.528 -3.528 3.528 -3.52817 5 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00018 5 H 1.764 -1.813 1.754 -1.754 1.754 -1.75419 5 M 0.000 -57.291 0.000 -55.733 0.000 -55.62520 5 D 2.607 -2.558 2.342 -2.342 2.323 -2.32321 6 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00022 6 H 6.076 -1.793 6.047 -1.754 6.066 -1.75423 6 M 0.000 -45.658 0.000 -45.109 0.000 -45.11924 6 D 6.968 -6.929 6.654 -6.654 6.635 -6.63525 7 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00026 7 H 1.744 -1.774 1.744 -1.744 1.744 -1.74427 7 M 0.000 -73.157 0.000 -71.795 0.000 -71.68728 7 D 4.743 -4.704 4.518 -4.518 4.498 -4.49829 8 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00030 8 H 15.807 -8.379 15.817 -8.310 15.778 -8.27131 8 M 0.000 -78.126 0.000 -76.763 0.000 -76.64632 8 D 10.084 -14.533 9.957 -14.396 9.859 -14.29833 9 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00034 9 H 4.616 -1.852 4.626 -1.803 4.645 -1.80335 9 M 0.000 -75.117 0.000 -75.137 0.000 -75.14636 9 D 3.842 -3.753 3.636 -3.636 3.646 -3.64637 10 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00038 10 H 1.656 -1.715 1.646 -1.646 1.646 -1.64639 10 M 0.000 -75.225 0.000 -75.195 0.000 -75.20540 10 D 0.490 -0.372 0.431 -0.431 0.421 -0.42141 11 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00042 11 H 6.468 -1.646 6.478 -1.588 6.488 -1.58843 11 M 0.000 -78.890 0.000 -78.851 0.000 -78.92944 11 D 4.449 -4.341 4.332 -4.332 4.322 -4.32245 12 T 0.000 -0.029 0.000 0.000 0.000 0.00046 12 H 1.519 -1.597 1.529 -1.529 1.529 -1.52947 12 M 0.000 -84.466 0.000 -84.319 0.000 -84.28048 12 D 2.009 -1.872 1.872 -1.872 1.862 -1.86249 13 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00050 13 H 7.321 -1.509 7.350 -1.470 7.350 -1.47051 13 M 0.000 -93.619 0.000 -93.414 0.000 -93.37452 13 D 5.586 -5.468 5.478 -5.478 5.478 -5.47853 14 T 0.000 -0.029 0.000 0.000 0.000 0.00054 14 H 1.284 -1.352 1.313 -1.313 1.313 -1.31355 14 M 0.000 -108.672 0.000 -109.280 0.000 -109.28056 14 D 2.901 -2.764 2.901 -2.901 2.901 -2.90157 1 AT1 21.570 0.000 21.746 0.000 21.717 0.00058 1 AT2 0.000 -20.502 0.000 -20.609 0.000 -20.59059 8 AT1 26.225 0.000 26.195 0.000 26.137 0.00060 8 AT2 0.000 -23.451 0.000 -23.461 0.000 -23.412

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Identificação

Page 134: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

113

Tabela D.5 – Esforços nos perfis da torre de 90 metros

Site Mod Tipo Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

1 1 T 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0002 1 H 10.917 -7.791 10.976 -7.722 10.966 -7.7223 1 M 6.762 -44.894 6.096 -44.335 6.037 -44.2764 1 D 8.889 -8.065 9.065 -8.222 9.006 -8.1635 2 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.0006 2 H 6.811 -2.577 6.703 -2.528 6.723 -2.5287 2 M 6.674 -52.459 6.017 -51.254 5.949 -51.1958 2 D 5.380 -5.370 5.135 -5.155 5.145 -5.1559 3 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.000

10 3 H 2.185 -2.234 2.176 -2.176 2.176 -2.17611 3 M 0.000 -52.538 0.000 -51.313 0.000 -51.24412 3 D 0.676 -0.647 0.588 -0.588 0.588 -0.58813 4 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00014 4 H 8.212 -2.195 8.124 -2.136 8.144 -2.13615 4 M 0.000 -55.429 0.000 -54.272 0.000 -54.25316 4 D 6.429 -6.390 6.233 -6.233 6.223 -6.22317 5 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00018 5 H 2.117 -2.166 2.107 -2.107 2.107 -2.10719 5 M 0.000 -55.488 0.000 -54.331 0.000 -54.31220 5 D 2.626 -2.558 2.372 -2.372 2.372 -2.37221 6 T 0.000 -0.010 0.000 0.000 0.000 0.00022 6 H 6.282 -2.097 6.272 -2.068 6.292 -2.06823 6 M 0.000 -55.262 0.000 -54.214 0.000 -54.20424 6 D 8.105 -8.026 7.811 -7.801 7.811 -7.79125 7 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00026 7 H 16.219 -7.791 16.278 -7.722 16.258 -7.69327 7 M 0.000 -86.260 0.000 -84.770 0.000 -84.70128 7 D 10.525 -19.326 10.486 -19.277 10.408 -19.19829 8 T 0.000 -0.029 0.000 0.000 0.000 0.00030 8 H 2.176 -2.244 2.195 -2.205 2.195 -2.19531 8 M 0.000 -76.685 0.000 -75.235 0.000 -75.26432 8 D 1.009 -0.882 0.774 -0.774 0.784 -0.78433 9 T 0.000 -0.020 0.000 0.000 0.000 0.00034 9 H 8.114 -2.146 8.105 -2.087 8.114 -2.08735 9 M 0.000 -88.739 0.000 -88.200 0.000 -88.22036 9 D 4.694 -4.557 4.763 -4.763 4.753 -4.75337 10 T 0.000 -0.029 0.000 0.000 0.000 0.00038 10 H 6.047 -2.127 6.027 -2.029 6.056 -2.02939 10 M 0.000 -98.931 0.000 -97.961 0.000 -97.93140 10 D 4.841 -4.724 4.606 -4.645 4.616 -4.65541 11 T 0.000 -0.039 0.000 0.000 0.000 0.00042 11 H 1.970 -2.078 1.970 -1.970 1.970 -1.97043 11 M 0.000 -99.117 0.000 -98.098 0.000 -98.06944 11 D 0.823 -0.637 0.578 -0.578 0.568 -0.56845 12 T 0.000 -0.039 0.000 0.000 0.000 0.00046 12 H 8.124 -2.038 8.085 -1.940 8.095 -1.94047 12 M 0.000 -102.508 0.000 -102.518 0.000 -102.54748 12 D 6.047 -5.851 5.694 -5.694 5.684 -5.68449 13 T 0.000 -0.039 0.000 0.000 0.000 0.00050 13 H 1.950 -2.068 1.970 -1.970 1.970 -1.97051 13 M 0.000 -108.613 0.000 -108.055 0.000 -108.01652 13 D 2.421 -2.185 2.195 -2.195 2.185 -2.18553 14 T 0.000 -0.039 0.000 0.000 0.000 0.00054 14 H 9.094 -1.950 9.114 -1.882 9.114 -1.88255 14 M 0.000 -116.189 0.000 -115.591 0.000 -115.56256 14 D 7.330 -7.105 7.154 -7.105 7.144 -7.09557 15 T 0.000 -0.039 0.000 0.000 0.000 0.00058 15 H 1.646 -1.764 1.686 -1.686 1.686 -1.68659 15 M 0.000 -134.397 0.000 -135.603 0.000 -135.58360 15 D 3.675 -3.420 3.616 -3.616 3.616 -3.61661 1 AT1 21.364 0.000 21.521 0.000 21.501 0.00062 1 AT2 0.000 -20.551 0.000 -20.639 0.000 -20.61963 7 AT1 26.078 0.000 26.176 0.000 26.146 0.00064 7 AT2 0.000 -24.598 0.000 -24.686 0.000 -24.657

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Identificação

Page 135: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

114

E – ESFORÇOS NOS ELEMENTOS DE CABO

Na Tabela E.1, são mostradas as cargas máximas atuantes em cada um dos sites de cabos,

quando submetidos ao carregamento estático do vento segundo a NBR 6123, em função do

modelo matemático utilizado. Nesta tabela, são descritas as cargas atuantes, bem como as

cargas com fator de segurança, sendo FS = 2.0 conforme comentado no Capítulo 4. Na

identificação de cada um dos sites, é mostrado a altura de ancoragem dos cabos e o tipo de

elemento (C), indicando se tratar de elemento de cabo.

Tabela E.1 – Esforços nos elementos de cabo

Site Tipo Altura (m)

Carga (KN)

Carga FS (KN)

Carga (KN)

Carga FS (KN)

Carga (KN)

Carga FS (KN)

1 C 9.25 3.626 7.262 3.626 7.262 3.626 7.2622 C 6.25 3.861 7.722 3.861 7.722 3.861 7.7133 C 3.25 3.587 7.174 3.587 7.174 3.587 7.174

1 C 28.50 7.771 15.553 7.791 15.582 7.781 15.5622 C 20.00 9.624 19.247 9.594 19.179 9.584 19.1593 C 11.50 9.153 18.306 9.124 18.257 9.124 18.238

1 C 48.50 9.388 18.787 9.447 18.894 9.428 18.8652 C 40.50 11.162 22.324 11.133 22.266 11.113 22.2363 C 32.50 12.191 24.382 12.113 24.216 12.083 24.1774 C 24.50 11.495 23.001 11.427 22.854 11.407 22.8145 C 16.50 11.368 22.736 11.358 22.707 11.339 22.6776 C 8.50 9.310 18.630 9.369 18.738 9.359 18.728

1 C 68.50 12.907 25.813 13.005 25.999 12.975 25.9412 C 60.00 15.729 31.468 15.670 31.331 15.631 31.2723 C 51.50 16.297 32.595 16.141 32.291 16.121 32.2424 C 43.00 16.474 32.938 16.356 32.712 16.327 32.6445 C 34.50 15.239 30.468 15.249 30.488 15.210 30.4196 C 26.00 14.445 28.890 14.465 28.930 14.445 28.8907 C 17.50 15.200 30.400 15.219 30.429 15.190 30.3808 C 9.00 12.524 25.059 12.583 25.166 12.573 25.137

1 C 88.20 14.426 28.851 14.533 29.067 14.514 29.0282 C 78.60 17.522 35.035 17.444 34.878 17.415 34.8293 C 69.00 19.531 39.063 19.355 38.710 19.326 38.6514 C 59.40 17.963 35.927 17.875 35.760 17.856 35.7115 C 49.80 17.042 34.075 17.101 34.192 17.072 34.1436 C 40.20 17.728 35.447 17.767 35.525 17.728 35.4667 C 30.60 17.660 35.309 17.581 35.162 17.562 35.1238 C 21.00 18.267 36.534 18.189 36.378 18.169 36.3299 C 11.40 15.474 30.948 15.523 31.046 15.513 31.027

Torre 50

Torre 70

Torre 90

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Identificação

Torre 10

Torre 30

Page 136: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

115

F – REAÇÕES DE APOIO

Neste apêndice, serão apresentadas as reações de apoio nos montantes do mastro central da

torre e nas fundações laterais de ancoragem de cabos. As reações são apresentadas em

tabelas, indicando-se os nós onde existem restrições e os valores destas reações nas direções

X, Y e Z para cada um dos modelos matemáticos, lembrando que a direção Y corresponde ao

eixo vertical da torre.

Nestas tabelas, os quatro primeiros nós correspondem sempre aos nós da extremidade inferior

dos montantes, à partir da face 1 da torre e girando-se em sentido anti-horário (ver Figura

2.6). Os demais nós correspondem aos nós das fundações laterais de ancoragem de cabos,

iniciando-se com as fundações mais afastadas da torre e girando-se em sentido anti-horário.

Tabela F.1 – Reações de apoio na torre de 10 metros

Nó Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN)161 0.000 6.105 0.000 0.000 6.096 0.000 0.000 6.105 0.000162 0.000 6.115 -0.500 0.000 6.115 -0.510 0.000 6.115 -0.510163 0.010 13.220 0.000 0.000 13.230 0.000 0.000 13.220 0.000164 0.000 13.210 -0.490 0.000 13.210 -0.500 0.000 13.210 -0.500169 -6.409 -11.005 -6.419 -6.399 -11.005 -6.409 -6.399 -10.996 -6.409170 6.399 -11.005 -6.419 6.399 -11.005 -6.409 6.399 -10.996 -6.409171 4.234 -7.428 4.224 4.243 -7.428 4.234 4.243 -7.438 4.234172 -4.243 -7.428 4.224 -4.243 -7.428 4.234 -4.243 -7.438 4.234

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Tabela F.2 – Reações de apoio na torre de 30 metros

Nó Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN)241 0.010 4.479 0.000 0.000 4.390 0.000 0.000 4.400 0.000242 0.000 4.469 -1.617 0.000 4.371 -1.676 0.000 4.390 -1.676243 0.020 35.153 0.020 0.000 35.290 0.000 0.000 35.280 0.000244 -0.020 35.182 -1.597 0.000 35.309 -1.676 0.000 35.300 -1.676249 -14.916 -25.774 -14.965 -14.906 -25.784 -14.916 -14.886 -25.745 -14.925250 14.906 -25.774 -14.955 14.906 -25.784 -14.916 14.876 -25.745 -14.925251 5.302 -10.398 5.282 5.321 -10.417 5.312 5.351 -10.466 5.331252 -5.312 -10.398 5.282 -5.331 -10.417 5.321 -5.361 -10.466 5.331

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Page 137: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

116

Tabela F.3 – Reações de apoio na torre de 50 metros

Nó Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN)401 0.020 30.821 -0.010 0.020 30.194 0.000 0.020 30.223 0.000402 0.010 30.850 -0.902 0.000 30.223 -1.039 0.000 30.253 -1.039403 0.000 55.105 0.039 -0.010 55.821 0.000 -0.010 55.811 0.000404 -0.029 55.076 -0.921 0.000 55.791 -1.068 0.000 55.782 -1.068409 -16.562 -34.320 -16.631 -16.562 -34.359 -16.572 -16.533 -34.271 -16.591410 16.562 -34.320 -16.631 16.562 -34.359 -16.572 16.533 -34.280 -16.591411 6.370 -14.112 6.341 6.390 -14.132 6.390 6.439 -14.230 6.409412 -6.370 -14.102 6.341 -6.390 -14.132 6.390 -6.439 -14.230 6.409413 -14.857 -23.461 -14.906 -14.867 -23.442 -14.867 -14.847 -23.393 -14.886414 14.857 -23.461 -14.906 14.867 -23.432 -14.867 14.837 -23.383 -14.886415 5.204 -7.183 5.194 5.204 -7.232 5.204 5.243 -7.301 5.223416 -5.214 -7.193 5.194 -5.214 -7.242 5.214 -5.243 -7.301 5.233

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Tabela F.4 – Reações de apoio na torre de 70 metros

Nó Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN)561 -0.010 56.017 -0.010 0.000 55.184 0.000 0.000 55.292 0.000562 0.010 55.978 -2.097 0.000 55.154 -2.362 0.000 55.262 -2.362563 0.049 108.604 0.069 0.010 109.662 0.000 0.010 109.633 0.000564 -0.049 108.643 -2.029 0.000 109.701 -2.352 0.000 109.672 -2.352573 -14.876 -34.721 -14.955 -14.935 -34.888 -14.945 -14.906 -34.790 -14.984574 14.886 -34.731 -14.965 14.945 -34.898 -14.955 14.906 -34.800 -14.984575 5.027 -12.044 4.998 5.018 -12.015 5.008 5.067 -12.132 5.037576 -5.027 -12.034 4.988 -5.018 -12.015 4.998 -5.067 -12.123 5.037577 -24.284 -52.714 -24.422 -24.206 -52.528 -24.216 -24.147 -52.381 -24.284578 24.284 -52.704 -24.422 24.206 -52.518 -24.206 24.147 -52.371 -24.275579 3.979 -8.359 3.949 4.067 -8.614 4.067 4.165 -8.810 4.145580 -3.979 -8.369 3.959 -4.077 -8.624 4.077 -4.165 -8.820 4.145581 -18.395 -32.066 -18.453 -18.444 -32.154 -18.444 -18.414 -32.075 -18.473582 18.395 -32.056 -18.453 18.444 -32.144 -18.444 18.414 -32.075 -18.473583 5.312 -8.673 5.292 5.263 -8.604 5.263 5.312 -8.693 5.292584 -5.312 -8.673 5.302 -5.263 -8.614 5.263 -5.312 -8.693 5.292

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Tabela F.5 – Reações de apoio na torre de 90 metros

Nó Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN) Rx (KN) Ry (KN) Rz (KN)601 0.010 76.087 -0.010 0.020 75.039 0.000 0.020 75.117 0.000602 0.029 76.126 -2.401 0.000 75.058 -2.715 0.000 75.146 -2.715603 0.039 134.299 0.088 -0.010 135.612 0.000 -0.010 135.593 0.000604 -0.069 134.270 -2.362 0.000 135.583 -2.744 0.000 135.573 -2.744613 -24.755 -54.576 -24.863 -24.745 -54.635 -24.755 -24.706 -54.508 -24.804614 24.755 -54.586 -24.863 24.755 -54.635 -24.765 24.706 -54.517 -24.814615 6.801 -15.886 6.772 6.860 -15.984 6.850 6.929 -16.131 6.899616 -6.801 -15.876 6.762 -6.860 -15.984 6.850 -6.929 -16.131 6.899617 -27.852 -57.252 -27.959 -27.891 -57.330 -27.891 -27.832 -57.193 -27.940618 27.852 -57.242 -27.950 27.881 -57.320 -27.881 27.832 -57.183 -27.930619 6.350 -13.014 6.321 6.321 -12.995 6.321 6.409 -13.161 6.380620 -6.350 -13.024 6.331 -6.331 -13.005 6.331 -6.409 -13.171 6.390621 -23.255 -38.249 -23.324 -23.226 -38.181 -23.226 -23.197 -38.102 -23.265622 23.246 -38.240 -23.314 23.226 -38.171 -23.226 23.197 -38.102 -23.265623 5.831 -8.732 5.811 5.860 -8.840 5.860 5.909 -8.928 5.890624 -5.831 -8.742 5.821 -5.860 -8.840 5.860 -5.909 -8.928 5.900

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Page 138: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

117

G – RESULTADOS DA ANÁLISE MODAL

Neste apêndice são apresentados as freqüências circulares (rad/seg), as freqüências naturais

(Hz) e os períodos (seg) para os dez primeiros modos de vibração das torres analisadas.

Tabela G.1 – Freqüências e períodos das torresModo w(rad/s) f(Hz) T(s)

1 92.7146 14.7560 0.06782 92.7146 14.7560 0.06783 167.6750 26.6863 0.03754 167.6750 26.6863 0.03755 182.3021 29.0143 0.03456 338.6930 53.9047 0.01867 338.6930 53.9047 0.01868 424.8534 67.6175 0.01489 479.1232 76.2548 0.013110 569.8491 90.6943 0.0110

1 32.8045 5.2210 0.19152 32.8045 5.2210 0.19153 45.3472 7.2172 0.13864 45.3472 7.2172 0.13865 61.7986 9.8356 0.10176 67.5932 10.7578 0.09307 67.5932 10.7578 0.09308 111.6686 17.7726 0.05639 111.6686 17.7726 0.056310 133.7118 21.2809 0.0470

1 21.5606 3.4315 0.29142 21.5606 3.4315 0.29143 26.3164 4.1884 0.23884 26.3164 4.1884 0.23885 36.9961 5.8881 0.16986 36.9961 5.8881 0.16987 37.4599 5.9619 0.16778 53.2892 8.4812 0.11799 53.2892 8.4812 0.117910 76.6582 12.2005 0.0820

1 15.8218 2.5181 0.39712 15.8218 2.5181 0.39713 20.7768 3.3067 0.30244 20.7768 3.3067 0.30245 25.1790 4.0074 0.24956 25.1790 4.0074 0.24957 31.8854 5.0747 0.19718 36.7784 5.8535 0.17089 36.7784 5.8535 0.170810 51.3927 8.1794 0.1223

1 15.3080 2.4363 0.41052 15.3080 2.4363 0.41053 18.9093 3.0095 0.33234 18.9093 3.0095 0.33235 21.7577 3.4629 0.28886 21.7577 3.4629 0.28887 27.6976 4.4082 0.22688 27.6976 4.4082 0.22689 28.3651 4.5144 0.221510 36.5775 5.8215 0.1718

Torre 90

Torre 10

Torre 30

Torre 50

Torre 70

Page 139: Análise estática e dinâmica de torres metálicas estaiadas

118

H – ANÁLISE DINÂMICA NA TORRE DE 10 METROS

Neste apêndice são apresentados os esforços atuantes na torre de 10 metros de altura, quando

submetida ao carregamento dinâmico do vento proposto no método de Monte Carlo,

juntamente com os resultados obtidos previamente através do modelo não linear de cabo e não

linear de treliça (M1) durante a análise estática. Inicialmente, é mostrado na Tabela H.1 as

cargas atuantes nos elementos de cabo segundo cada uma das análises e a diferença em termos

percentuais entre os resultados.

Tabela H.1 – Esforços nos elementos de cabo

Site Carga (KN)

Carga FS (KN)

Carga (KN)

Carga FS (KN)

Diferença (%)

1 3.626 7.262 3.655 7.891 0.812 3.861 7.722 3.822 8.193 -1.023 3.587 7.174 3.479 7.524 -3.01

Análise Estática - M1 Análise Dinâmica

Na tabela H.2, são mostrados os esforços de tração e de compressão máximos nos elementos

de perfis, segundo cada uma das duas análises comentadas anteriormente, acompanhadas das

diferenças entre os resultados. A diferença em termos percentuais foi indicada com um

símbolo ‘-‘, nos sites onde uma dos esforços é nulo.

Tabela H.2 – Esforços nos elementos de perfis

Site Mod Tipo Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (KN)

Compr. (KN)

Tração (%)

Compr (%)

Tração (KN)

Compr (KN)

1 1 T 0.000 0.000 0.010 -0.049 - - 0.010 0.0492 1 H 3.234 -2.528 3.263 -2.597 0.91 2.71 0.029 0.0693 1 M 0.588 -7.575 0.461 -7.301 -21.67 -3.62 -0.127 -0.2744 1 D 1.264 -1.078 1.362 -1.166 7.75 8.18 0.098 0.0885 2 T 0.000 0.000 0.029 -0.147 - - 0.029 0.1476 2 H 1.774 -0.461 1.754 -0.568 -1.10 23.40 -0.020 0.1087 2 M 0.000 -9.418 0.000 -8.869 0.00 -5.83 0.000 -0.5498 2 D 0.657 -0.657 0.686 -0.686 4.48 4.48 0.029 0.0299 3 T 0.000 0.000 0.020 -0.118 - - 0.020 0.11810 3 H 2.166 -0.382 2.107 -0.431 -2.71 12.82 -0.059 0.04911 3 M 0.000 -10.280 0.000 -10.545 0.00 2.57 0.000 0.26512 3 D 0.706 -0.696 0.608 -0.608 -13.89 -12.68 -0.098 -0.08813 4 T 0.000 0.000 0.020 -0.098 - - 0.020 0.09814 4 H 0.343 -0.343 0.167 -0.372 -51.43 8.57 -0.176 0.02915 4 M 0.000 -13.220 0.000 -12.387 0.00 -6.30 0.000 -0.83316 4 D 0.598 -0.598 0.372 -0.372 -37.70 -37.70 -0.225 -0.22517 1 AT1 6.772 0.000 6.831 0.000 0.87 0.00 0.059 0.00018 1 AT2 0.000 -6.331 0.000 -6.399 0.00 1.08 0.000 0.069

Análise Estática - M1 Diferenças nos ResultadosIdentificação Análise Dinâmica