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ANÁLISE EXPERIMENTAL DE TRELIÇAS MISTAS COM …‡ÃO... · Experimental results indicated failure in the shear connector, followed local yielding in the nodal joint and subsequent

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    ANLISE EXPERIMENTAL DE TRELIAS MISTAS

    COM PERFIS TUBULARES

    SINEVAL ESTEVES PEREIRA JUNIOR

    ORIENTADORA: Prof. Dr. Arlene Maria Sarmanho Freitas

    Dissertao apresentada ao Programa de

    Ps-graduao do Departamento de

    Engenharia Civil da Escola de Minas, da

    Universidade Federal de Ouro Preto, como

    parte integrante dos requisitos para

    obteno do ttulo de Mestre em

    Engenharia Civil, rea de concentrao:

    Construo Metlica.

    Ouro Preto-MG

    Dezembro, 2011

  • Catalogao: [email protected]

    P436a Pereira Junior, Sineval Esteves.

    Anlise experimental de trelias mistas com perfis tubulares

    [manuscrito] / Sineval Esteves Pereira Junior - 2011.

    xvii, 76f.: il. color.; graf.; tab.

    Orientadora: Prof Dr Arlene Maria Sarmanho Freitas.

    Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de

    Minas. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Ps-Graduao em

    Engenharia Civil.

    rea de concentrao: Construo Metlica.

    1. Estruturas metlicas - Teses. 2. Trelias (Construo civil) - Teses.

    3. Perfis tubulares - Teses. 4. Ligaes metlicas - Teses. 5. Vigas - Teses.

    I. Freitas, Arlene Maria Sarmanho. II. Universidade Federal de Ouro Preto.

    III. Ttulo.

    CDU: 624.014.2:624.072.22

    CDU: 669.162.16

    mailto:[email protected]

  • ii

  • iii

    Aos meus pais, Sineval

    e Martha, e minha

    noiva, Aline, pelo amor

    e cumplicidade.

  • iv

    Agradecimentos

    A JESUS, por ser meu caminho, minha verdade e minha vida.

    Aos meus pais pelo amor, afeto e pacincia.

    Ao meu irmo Rodrigo pelo carinho.

    Aline pelo amor, companheirismo e incentivo em todos os momentos.

    Aos funcionrios do laboratrio, Joo, Sr. Osvaldo e Dequinha pelo trabalho

    competente durante o ensaio experimental.

    A todos os funcionrios e colegas do PROPEC pelo auxlio e ateno.

    Ao professor Joel Donizete pela ajuda fundamental no desenvolvimento da pesquisa.

    professora Arlene pela orientao de todo trabalho realizado.

    Capes e V&M do Brasil pelo apoio e financiamento desta pesquisa.

  • v

    Resumo

    Este trabalho consiste na apresentao e na descrio de estudos do comportamento de

    vigas mistas treliadas fabricadas em perfis tubulares circulares nas diagonais e nos

    montantes e retangulares nos banzos superior e inferior. O desenvolvimento deste

    estudo baseia-se em uma anlise terica, fundamentada em prescries normativas,

    pesquisas na rea e em ensaio experimental com prottipo de uma viga mista treliada

    em escala real. O ensaio experimental foi realizado no Laboratrio de Estruturas Prof.

    Altamiro Tibiri Dias do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal

    de Ouro Preto. O programa experimental objetivou avaliar a influncia das ligaes

    entre os elementos da trelia no comportamento global do sistema misto, a eficincia

    dos perfis tubulares de seo circular/retangular, alm de monitorar o comportamento

    dos conectores de cisalhamento que garantem a ao conjunta entre o perfil de ao e o

    concreto. O modelo foi desenvolvido para avaliar o desempenho do sistema misto e

    determinar a resistncia ltima de cada estado limite comparando resultados

    encontrados na anlise terica com resultados experimentais. Os resultados

    experimentais indicaram falha no conector de cisalhamento, seguido de escoamento no

    n da ligao e posterior colapso do banzo tracionado. Assim, os conectores de

    cisalhamento, apresentando o primeiro modo de colapso, provocaram a perda de

    conexo entre a laje de concreto e o banzo superior, gerando elevados deslocamentos,

    caracterizando ruptura completa do sistema.

  • vi

    Abstract

    This work presents and describes studies of deportment beams composite of concrete

    slab and steel trusses made of circular hollow sections for the braces members, and

    rectangular hollow section at the chords. The development of this study is based on a

    comprehensive and detailed theoretical analysis, reasoned on standards codes

    prescriptive and studies by various researchers, and experimental study prototype of a

    beam truss at real scale. The research was conducted at the Laboratory of Structures

    "Prof. Altamiro Tibiri Dias" of the Department of Civil Engineering at the Federal

    University of Ouro Preto. The experimental program aimed at evaluating the influence

    of joints between elements of the truss in the global behavior of the composite system,

    the efficiency of the circular/rectangular hollow section, and monitor the behavior of

    shear connectors to ensure joint action between the steel beam and concrete slab. The

    model was developed to evaluate the performance of the composite system and

    determine the ultimate strength of each limit state analysis comparing the theoretical

    results with experimental results. Experimental results indicated failure in the shear

    connector, followed local yielding in the nodal joint and subsequent collapse of the

    tension bottom chord. Thus, the shear connectors, presenting the first failure mode,

    caused loss of connection between the concrete slab and the top chord, generating high

    displacements, featuring complete rupture of the system.

  • vii

    Sumrio

    1. INTRODUO ...................................................................................................... 1

    1.1. Consideraes iniciais ...................................................................................... 1

    1.2. Vigas Mistas Treliadas.................................................................................... 2

    1.3. Estudos bibliogrficos ...................................................................................... 3

    1.4. Objetivo ............................................................................................................ 8

    1.5. Justificativa ....................................................................................................... 8

    1.6. Descrio do trabalho ....................................................................................... 9

    2. ANLISE TERICA (PRESCRIES PARA DIMENSIONAMENTO DE

    TRELIAS MISTAS E DOS SEUS ELEMENTOS) ................................................ 10

    2.1. Ligaes .......................................................................................................... 10

    2.1.1. Excentricidade e afastamento ..................................................................... 12

    2.1.2. Modos de Falha .......................................................................................... 15

    2.1.3. Dimensionamento das ligaes .................................................................. 17

    2.1.3.1. Parmetros de dimensionamento ........................................................ 17

    2.1.3.2. Limitaes de dimensionamento ........................................................ 19

    2.1.3.3. Resistncia ltima .............................................................................. 20

    2.2. Elementos de barra ......................................................................................... 21

    2.2.1. Dimensionamento das barras ...................................................................... 22

    2.2.1.1. Barras submetidas fora axial de trao .......................................... 22

    2.2.1.2. Barras submetidas fora axial de compresso ................................. 22

    2.3. Laje de concreto.............................................................................................. 23

    2.3.1. Espessura da laje ......................................................................................... 23

    2.3.2. Resistncia do concreto .............................................................................. 24

    2.3.3. Controle de fissuras Armadura mnima de trao ................................... 25

    2.3.4. Resistncia ltima da laje de concreto ........................................................ 26

    2.4. Conectores de cisalhamento ........................................................................... 26

    2.4.1. Dimensionamento dos conectores .............................................................. 27

    2.5. Seo mista ..................................................................................................... 27

    2.5.1. Largura efetiva ............................................................................................ 28

    2.5.2. Resistncia ltima da seo mista .............................................................. 29

  • viii

    2.5.2.1. Interao completa .............................................................................. 29

    2.5.2.2. Deslocamentos verticais Anlise elstica ........................................ 30

    3. PROGRAMA EXPERIMENTAL ...................................................................... 32

    3.1. Introduo ....................................................................................................... 32

    3.2. Prottipo ensaiado .......................................................................................... 32

    3.2.1. Propriedades fsicas e geomtricas da trelia de ao .................................. 32

    3.2.2. Propriedades fsicas e geomtricas da laje de concreto .............................. 37

    3.3. Montagem Experimental ................................................................................ 39

    3.3.1. Sistema de apoio e conteno lateral do prottipo ..................................... 39

    3.3.2. Sistema de aplicao do carregamento ....................................................... 41

    3.4. Estudo qualitativo da distribuio de tenses ................................................. 42

    3.5. Instrumentao................................................................................................ 42

    3.5.1. Sistema de Aquisio de Dados ................................................................. 45

    3.6. Metodologia do ensaio ................................................................................... 45

    4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 47

    4.1. Consideraes iniciais .................................................................................... 47

    4.2. Apresentao e anlise dos resultados das diagonais mais solicitadas ........... 48

    4.3. Apresentao e anlise dos resultados na regio central do banzo superior .. 49

    4.4. Apresentao e anlise dos resultados na regio central do banzo inferior.....51

    4.5. Monitoramento na interface ao-concreto ...................................................... 52

    4.6. Apresentao e anlise dos resultados nas armaduras .................................... 53

    4.7. Apresentao e anlise dos resultados na laje de concreto ............................. 54

    4.8. Apresentao e anlise de tenses na placa de ligao do apoio.................... 55

    4.9. Apresentao e anlise dos resultados nas ligaes ....................................... 55

    4.10. Apresentao e anlise dos resultados no conector de cisalhamento ............. 57

    4.11. Monitoramento dos deslocamentos ................................................................ 58

    4.12. Anlise qualitativa dos resultados experimentais ........................................... 63

    5. ANLISE DA ESTRUTURA MISTA ................................................................ 64

    5.1. Introduo ....................................................................................................... 64

    5.2. Anlise de desempenho do sistema misto atravs dos conectores de

    cisalhamento ............................................................................................................... 64

    5.3. Anlise de desempenho da trelia metlica atravs da resistncia do banzo

    inferior.........................................................................................................................66

  • ix

    5.4. Anlise da influncia das ligaes na resistncia da viga treliado ............... 67

    6. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................... 71

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................... 74

  • x

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1.1: Ponte Rodoferroviria, Rio Paran ............................................................ 1

    FIGURA 1.2: Tipos de vigamentos utilizados em estrutura mista: (a) Viga em alma

    cheia; (b) Viga treliada ................................................................................................... 2

    FIGURA 1.3: Vigas mistas treliadas com perfil tubular para piso ................................. 3

    FIGURA 2.1: Trelia compostas de perfis tubulares: (a) ligaes do tipo K, T e

    KT; (b) Propriedades geomtricas da seo transversal (MENDES, 2008) ............... 11

    FIGURA 2.2: Ligao tipo "K":(a) Ligao tipo "K" com gap; (b) Ligao tipo "K"

    com overlap; (c) Ligao tipo "K" com excentricidade nula .........................................12

    FIGURA 2.3: Modos de falha PN (2011).................................................................... 16

    FIGURA 2.4: Parmetros e convenes PN (2011) .................................................... 18

    FIGURA 2.5: Vigas metlicas com conectores de cisalhamento: (a) Conector com perfil

    U laminado; (b) Conector tipo stud bolt. ........................................................................ 27

    FIGURA 2.6.: Largura efetiva ........................................................................................ 28

    FIGURA 2.7: Distribuio de tenses em trelia mista com interao completa NBR

    8800(2008) ..................................................................................................................... 30

    FIGURA 3.1: Dimenses e caractersticas fsicas da trelia de ao: (a) Dimenses da

    placa de apoio; (b) Dimenses da base de apoio; (c) Dimenses dos conectores de

    cisalhamento ................................................................................................................... 35

    FIGURA 3.2: Posicionamento das chapas de reforos nodais: (a) Chapas de reforo 2;

    (b) Chapas de reforo 1 (extremidades) e chapas de reforo 3 (central) ........................ 36

    FIGURA 3.3: Viga treliada sobre apoios no laboratrio de estruturas Prof. Altamiro

    Tibiri Dias ................................................................................................................... 37

    FIGURA 3.4: Armao da laje de concreto ................................................................... 38

    FIGURA 3.5: Estrutura de escoramento da laje de concreto ......................................... 38

    FIGURA 3.6: Concretagem da laje no laboratrio de estruturas Prof. Altamiro Tibiri

    Dias: ............................................................................................................................... 39

    FIGURA 3.7: Sistema de apoio e contenes laterais da viga mista: (a) Aparelho de

    apoio; (b) Contenes laterais da viga metlica; (c) Contenes laterais da laje ........... 40

    FIGURA 3.8: Sistema de aplicao dos carregamento: (a) Atuadores hidrulicos sobre a

    laje; (b) Posicionamento dos atuadores hidrulicos ....................................................... 41

  • xi

    FIGURA 3.9: Frao do modelo da trelia mista em elementos finitos (MARTINS,

    2011) ............................................................................................................................... 42

    FIGURA 3.10: Mdulos de aquisio de dados Spider 8 .............................................. 45

    FIGURA 3.11: Esquema de aplicao de carga simultnea: (a) Atuadores manuais; (b)

    Aplicao simultnea de carregamento; (c) Equipamento de projeo de imagem; (d)

    Projeo dos dados ......................................................................................................... 46

    FIGURA 4.1.: Esquema de orientao para localizao dos pontos de instrumentao

    (a) Vista frontal de montagem experimental; (b) Esquema de orientao para

    localizao dos pontos de instrumentao ...................................................................... 48

    FIGURA 4.2: Grfico carga x deformao especfica das diagonais A e L ................... 49

    FIGURA 4.3: Grfico carga x deformao especfica do banzo superior - N 6 .......... 50

    FIGURA 4.4: Grfico carga x deformao especfica do banzo inferior N 7 ........... 51

    FIGURA 4.5: Grfico carga x deformao especfica no banzo superior - interface ao-

    concreto .......................................................................................................................... 52

    FIGURA 4.6: Grfico carga x deformao especfica das armaduras ........................... 53

    FIGURA 4.7: Grfico carga x deformao especfica da laje de concreto .................... 54

    Figura 4.8: Grfico carga x tenso de von Mises da placa de ligao do apoio ............ 55

    FIGURA 4.9: Grfico carga x tenso de von Mises na ligao 6 .................................. 56

    FIGURA 4.10: Grfico carga x deformao de von Mises na ligao 8 ........................ 57

    FIGURA 4.11: Grfico carga x deformao de von Mises do conector de cisalhamento

    ........................................................................................................................................ 58

    FIGURA 4.12: Grfico carga x deslocamento vertical .................................................. 59

    FIGURA 4.13: Grfico carga x deslocamento vertical da laje de concreto ................... 60

    FIGURA 4.14: Grfico carga x deslocamento horizontal da laje de concreto ............... 60

    FIGURA 4.15: Grfico carga x deslocamento da laje de concreto ................................ 61

    FIGURA 4.16: Efeitos do deslizamento da laje monitorado pelo DEF1: (a)

    Posicionameto do defletmetro DEF1; (b) Primeiros sinais do deslizamento da laje ... 62

    FIGURA 4.17: Grfico carga x deslocamento dos apoios ............................................. 62

    FIGURA 5.1: Descolamento entre a laje de concreto e a trelia metlica ..................... 65

    FIGURA 5.2: Flexo da viga treliada mista ................................................................. 67

    FIGURA 5.3: Representao em elementos finitos das tenses na ligao

    instrumentada da trelia de ao: (a) Vista geral; (b) vista da parede superior do banzo

    inferior (NUNES, 2011). ................................................................................................ 68

  • xii

    FIGURA 5.4: Representao dos resultados da ligao "K" em elementos finitos da

    carga de compresso da diagonal versus a deformao na parede do banzo (NUNES,

    2011). .............................................................................................................................. 69

    FIGURA 5.5: Chapas de reforo da ligao 9 ................................................................ 69

  • xiii

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 2.1: Correspondncia entre classe de agressividade e qualidade do concreto

    NBR 6118 (2004) ........................................................................................................... 24

    TABELA 2.2: Correspondncia entre classe de agressividade ambiental e recobrimento

    nominal para c = 10 mm NBR 6118 (2004) ............................................................. 24

    TABELA 3.1: Propriedades fsicas e geomtricas da trelia de ao .............................. 33

    TABELA 3.2: Instrumentao utilizada ......................................................................... 43

    TABELA 3.2: Instrumentao utilizada (continuao) .................................................. 44

    TABELA 4.1: Resultados das deformaes especficas mximas no banzo superior. .. 49

    TABELA 5.1: Limite terico e experimental das cargas aplicadas ............................... 66

  • xiv

    LISTA DE SMBOLOS

    a) Letras romanas maisculas

    A0 - rea da seo transversal do banzo

    Act rea efetiva da laje de concreto

    Ag - rea bruta da seo transversal

    As - rea de armadura

    AV - rea efetiva de cisalhamento no banzo

    Ccd fora resistente de clculo da espessura comprimida da laje de concreto

    E, Ea - mdulo de elasticidade do ao

    Ec - mdulo de elasticidade secante do concreto

    Et Mdulo tangente

    F Fora aplicada

    I - momento de inrcia da seo transversal

    K - coeficiente de flambagem de barras comprimidas

    Kn - fator de reduo da resistncia devido carga no banzo

    L - comprimento do elemento

    MRd - momento fletor resistente de clculo

    MSd - momento fletor solicitante de clculo

    M0,sd - Momento fletor solicitante de clculo da ligao

    N0,Rd - resistncia da fora axial devido ao cisalhamento na seo transversal do banzo

    na regio do afastamento

    N0,Sd - fora axial solicitante de clculo no banzo

    Nc,Rd - fora axial de compresso resistente de clculo

    Nc,Sd - fora axial de compresso solicitante de clculo

    Ne fora axial de flambagem elastica

    Ni,Rd - resistncia de escoamento levando em conta a plastificao do banzo a partir da

    diagonal/montante i

    Nt,Rd - fora axial de trao resistente de clculo

    Nt,Sd - fora axial de trao solicitante de clculo

    Q - fator de reduo total associado flambagem local

    R - Resistncia da ligao

  • xv

    Rd - Resistncia de clculo

    Sd - Esforo solicitante

    Tad fora resistente de clculo da regio tracionada da laje de concreto

    Vpl,Rd - resistncia ao cisalhamento de uma seo

    VSd - maior valor absoluto da fora transversal atuante no banzo

    W0 Mdulo de resistncia elstica da seo transversal do banzo

    b) Letras romanas minsculas

    a - espessura da regio comprimida da laje

    b largura efetiva da laje

    b0 - largura do tubo retangular do banzo

    beff - largura efetiva para o clculo da resistncia da barra

    be,p- largura efetiva para o clculo da resistncia do banzo ao cisalhamento

    bi - largura do tubo quadrado e retangular da barra i

    c - cobrimento da armadura em relao face do elemento

    d altura til; distncia; dimenso mxima do agregado grado

    di - dimetro externo da seo transversal do tubo i

    e - excentricidade das ligaes

    fck resistncia caracterstica do concreto compresso

    fcd resistncia de clculo do concreto compresso

    fct,ef resistncia mdia trao efetiva do concreto

    fu - tenso de ruptura trao do ao

    fy - tenso de escoamento do ao

    fy0 tenso de escoamento do ao que constitui o banzo

    fyd resistncia de clculo ao escoamento do ao

    fyi tenso de escoamento do ao que constitui as diagonais/montante

    fys resistncia ao escoamento do ao da armadura

    g - afastamento entre as barras secundrias na face do banzo para ligaes K e KT

    afastada

    ga - afastamento entre as barras secundrias na face do banzo menos duas vezes a

    espessura do p da solda, para ligaes K e KT afastada

    h0 - altura do tubo retangular do banzo

    i - ndice que indica o nmero da barra:

  • xvi

    i = 0representa o banzo

    i = 1representa a diagonal comprimida das ligaes

    i = 2representa a diagonal tracionada das ligaes

    i = 3representa o montante

    k - coeficiente

    l comprimento do vo

    n nmero (quantidade); parmetro

    t0 espessura parede do banzo

    tc espessura da laje de concreto

    tf espessura da mesa

    ti - espessura da parede do tubo i

    ts espessura da solda

    tw espessura da alma

    wk abertura caracterstica de fissuras

    y distncia

    c) Letras gregas maisculas

    - somatrio

    d) Letras gregas minsculas

    - coeficiente utilizado para determinar a rea efetiva de cisalhamento da barra

    principal;

    E relao entre o mdulo de elasticidade do ao e o mdulo de elasticidade do

    concreto

    - razo entre os dimetros dos membros e a largura do banzo

    - deformao

    - relao entre o dimetro ou largura da seo transversal da barra principal de uma

    ligao K e o dobro de sua espessura; coeficiente de ponderao da resistncia ou das

    aes

    M- coeficiente de minorao da resistncia

    s- coeficiente de majorao da fora aplicada

  • xvii

    - relao entre a altura da diagonal ou montante no plano da estrutura e a largura do

    banzo

    i - ngulo entre diagonal e banzo

    - dimetro

    0 ndice de esbeltez reduzido

    0,Sd - mxima tenso de compresso no banzo

    p,Sd - tenso de compresso no banzo descontando a contribuio dos membros

    fator de reduo associado compresso

  • 1

    CAPTULO 1

    1. INTRODUO

    1.1. Consideraes iniciais

    Os sistemas mistos ao-concreto tm ampla utilizao na construo metlica porque

    apresentam solues eficientes e econmicas em projetos estruturais. A associao de

    um perfil metlico com elementos de concreto amplia consideravelmente a resistncia

    do sistema estrutural, permitindo vencer grandes vos com economia de material.

    A viga mista treliada uma alternativa muito aplicada em obras de edifcios e pontes

    (FIGURA 1.1) por apresentar reduo do peso prprio da estrutura, acrscimo de

    resistncia e de rigidez e diminuio do consumo de material, propiciados pela

    combinao dos elementos de ao e de concreto. O trabalho em conjunto de um perfil

    metlico com a laje de concreto feito por meio de conectores de cisalhamento que iro

    absorver os esforos cisalhantes horizontais que se desenvolvem na interface da laje

    com o banzo superior da trelia.

    FIGURA 1.1: Ponte Rodoferroviria, Rio Paran

    Disponvel em:

    Acesso em: 27 dez. 2010

  • 2

    1.2. Vigas Mistas Treliadas

    Viga mista a associao de um perfil metlico com a laje de concreto. Essa

    combinao busca utilizar as melhores caractersticas de cada material, como elevada

    resistncia compresso do concreto e alta resistncia trao do ao. A utilizao

    desse sistema, no Brasil, vem crescendo de forma considervel em virtude de suas

    variadas solues, tima viabilidade econmica e eficientes resultados de segurana

    estrutural.

    As vigas mistas treliadas compostas por perfis de seo transversal tubular

    (FIGURA 1.2b) apresentam algumas vantagens em relao ao perfil em alma cheia

    (FIGURA 1.2a), como maior rigidez com menor peso prprio, possibilidade de vencer

    vos maiores, alternativa para acomodar a passagem de dutos de vrias instalaes e

    grande resistncia dos perfis tubulares ao esforo normal. Destaca-se que a trelia mista

    representada na Figura 1.2b tem a configurao da que ser avaliada neste trabalho.

    (a) Viga em alma cheia

    (b) Viga treliada

    FIGURA 1.2: Tipos de vigamentos utilizados em estrutura mista

    O vigamento em trelias mistas possibilita vencer vos elevados entre 10m e 15m sem a

    necessidade de pilares intermedirios. mais econmico do que o sistema que utiliza

    perfis laminados ou soldados (QUEIROZ, 2001) por apresentar maior momento de

    inrcia, diminuindo os valores de flecha. O perfil tubular, em funo da geometria da

    seo transversal, possui grande resistncia aos esforos axiais, sendo eficiente na sua

    utilizao em sistemas treliados. A eficincia deve-se ao fato de que as trelias so

    predominantemente submetidas a esforos normais. Tais perfis so ideais para serem

    utilizados nesses elementos.

  • 3

    Na viga mista treliada, o momento fletor provoca tenses de compresso na laje de

    concreto e de trao no banzo inferior da trelia. Os conectores de cisalhamento so

    importantes dispositivos mecnicos responsveis por garantir o trabalho em conjunto

    dos elementos de ao e concreto. Soldado no banzo superior da trelia, o conector deve

    absorver os esforos cisalhantes longitudinais que se originam na interface ao-

    concreto. Vrios tipos de conectores vm sendo desenvolvidos segundo critrios de

    segurana e economia para atender a diversas necessidades construtivas. No Brasil, os

    mais utilizados so o Stud bolt (conector tipo pino com cabea) e o conector em perfil

    de seo transversal U laminado.

    A aplicao de trelias mistas planas em vigamentos para piso (FIGURA 1.3) tem se

    tornado mais usual na construo civil. O desenvolvimento de novos estudos propicia

    uma evoluo tecnolgica cada vez mais especfica na utilizao de sistemas treliados

    para piso. Neste trabalho, foi analisado o comportamento global de vigas planas

    treliadas mistas confeccionadas em perfis tubulares circulares nas diagonais e nos

    montantes e retangulares nos banzos, observando a influncia dos efeitos localizados

    causados pelos carregamentos.

    FIGURA 1.3: Vigas mistas treliadas com perfil tubular para piso

    1.3. Estudos bibliogrficos

    A crescente utilizao de sistemas mistos na construo civil tem motivado o

    surgimento de vrias pesquisas. Estudos complexos foram desenvolvidos para anlise e

    dimensionamento de elementos estruturais metlicos ou de concreto, trabalhando de

    forma isolada ou conjunta em um sistema misto para determinar o comportamento da

    ao conjunta do perfil de ao e o concreto. Entre os diversos estudos realizados at o

  • 4

    momento, pode-se destacar a seguir alguns trabalhos e prescries normativas que

    foram utilizadas nesta pesquisa:

    AISC American Institute of Steel Construction: Hollow structural section connections

    (2010) - Guia normativo que determina condies de projeto para ligaes de elementos

    das estruturas de seo transversal tubular.

    ASCE American Society of Civil Engineers: Task Committee on design criteria for

    composite structures in steel and concrete (2004) - Apresenta especificaes para o

    dimensionamento de trelias mistas, tanto para os estados limites ltimos como para os

    estados limites de utilizao, incluindo exemplos prticos de dimensionamento.

    CAN/CSA S16-01 Canadian Standard Association: Limit States Design of Steel

    Structures (2003) - Estabelece critrios e requisitos para concepo, fabricao e

    montagem de estruturas de ao. A norma baseada no mtodo dos estados limites e

    determina critrios de dimensionamento de componentes de ao estrutural e apresenta

    critrios de dimensionamento da seo mista.

    CIDECT 3 Design guide for rectangular hollow section (RHS) joinst under

    predominantly static loading (2009) - Publicao baseada no resultado de vrios

    programas de pesquisas tericas e experimentais, prescreve orientaes de projetos de

    estruturas metlicas tubulares, observando a influncia da variao de vrios

    parmetros.

    EUROCODE 3 Design of steel structures (2005) - Dimensionamento de estruturas

    metlicas apresentando mtodos de anlises estruturais, que so considerados os efeitos

    das deformaes geomtricas e materiais de comportamento no linear.

    EUROCODE 4 Design of composite steel and concrete structures (2004) Determina

    prescries e critrios para projetos de estruturas mistas em ao e concreto.

    NBR 6118 Projetos de estruturas de concreto (2004) - Estabelece os requisitos e

    procedimentos gerais a serem atendidos para projeto de estruturas de concreto.

    NBR 8800 Projeto de estruturas de ao e de estruturas mistas de ao e concreto de

    edifcios (2008) - Apresenta prescrio normativa para elaborao de projetos de

    estruturas de ao e estruturas mistas. Com base no mtodo dos estados limites, fornece

  • 5

    um conjunto de orientaes para dimensionamento, desenhos, especificaes de

    fabricao e de montagem de estruturas de ao e mistas.

    PN Tubos (2011) Projeto de norma elaborado pela comisso de estruturas de ao do

    Comit Brasileiro de Construo Civil, o qual define os princpios que regem o projeto

    de estruturas de ao e mistas de ao e concreto utilizando perfis tubulares.

    Chien e Ritchie (1984) desenvolvem estudos de sistemas treliados mistos observando a

    contribuio da laje de concreto na resistncia aos esforos cisalhantes. Durante o

    estudo, foi proposto um modelo simplificado para anlise estrutural de trelias mistas

    com ns rotulados, desconsiderando as excentricidades das ligaes. Considerou-se a

    transformao da rea efetiva da laje de concreto numa rea equivalente de ao,

    configurando uma anlise de prtico plano para a viga mista.

    Uma proposta de dimensionamento de uma trelia mista com uma laje de concreto com

    uma forma metlica incorporada baseada em critrios estabelecidos pela British

    Standard BS 5950 apresentada em Merrill(1992), dando sugestes de anlises da

    transformao da rea efetiva da laje de concreto numa rea equivalente de ao.

    Maurer e Kennedy (1994) possuem estudos experimentais para determinao da

    capacidade resistente ao momento fletor de vigas mistas treliadas, analisando e

    comparando os resultados com mtodos tericos e prescries da norma canadense CSA

    Standard S16-94. A pesquisa tem relevantes detalhes do programa experimental, assim

    como os resultados obtidos e as recomendaes para dimensionamento e

    desenvolvimento de novos estudos.

    Queiroz (2001) apresenta informaes e conceitos bsicos para projetos de estruturas

    mistas e descreve caractersticas de vrios sistemas estruturais aplicveis aos projetos de

    estruturas mistas ao-concreto. Os autores detalham princpios de dimensionamento e

    utilizao prtica construtiva de todos os elementos utilizados nas estruturas mistas.

    Wardenier (2001) expe aplicaes e caractersticas gerais das estruturas de seo

    transversal tubular, mostrando as principais propriedades fsicas e geomtricas.

    Apresenta tambm, estudos tericos realizados por meio do Comit International pour

    le Dveloppementet l'Etude de la Construction Tubulaire CIDECT, que demonstra

    exemplos de dimensionamento de ligaes entre elementos de trelias tubulares.

  • 6

    Em Samuelson (2002), tem-se um estudo avaliando as vantagens do sistema misto, com

    casos histricos de projetos que utilizaram estruturas mistas e tiveram eficientes

    resultados de segurana e grande viabilidade econmica.

    Packer e Henderson (2007) apresentam vrios mtodos de dimensionamento de trelias

    com uso de perfis tubulares, os modos de falha existentes nas ligaes e expe medidas

    para aumentar a resistncia e combater o colapso. Packer e Henderson afirmam que,

    para anlise estrutural, os ns das trelias devem ser rotulados sem transmisso de

    momento fletor para as diagonais, quando forem atendidos certos limites de

    excentricidade entre os elementos que compem os ns da trelia.

    Machacek e Cudejko (2008) tm um trabalho experimental sobre a distribuio

    longitudinal de esforos entre conectores ao longo de uma trelia plana em perfis

    tubulares retangulares de ao associado laje de concreto. Nesse estudo, verifica-se

    uma solicitao no uniforme entre os conectores de cisalhamento, sendo observada

    uma concentrao de tenses elevada na regio dos ns da trelia. Durante as anlises

    dos modelos numricos, utilizando o software ANSYS 11.0 (2009), calibrados com o

    modelo experimental, foram verificadas numericamente mais de 30 variedades de

    conectores, obtendo picos distintos de fluxos cisalhantes na interface ao-concreto

    acima dos ns. Ao final do estudo, os autores concluram que os resultados

    experimentais deram boa relao com os critrios prescritos pelo Eurocode 4 (2004) na

    fase elstica, sendo considerado mais conservador no regime plstico. Observaram uma

    concentrao de tenses cisalhantes transmitidas pelas diagonais aos ns superiores da

    trelia.

    Mendes (2008) desenvolve pesquisa terico-experimental de ligaes planas formadas

    por perfis tubulares de ao, que incluram ensaios em laboratrio para determinao da

    distribuio de tenses residuais no tubo retangular formado a frio componente do

    banzo, alm da gerao de modelos numricos calibrados com resultados dos modelos

    experimentais. Mendes concluiu que os valores das tenses residuais foram inferiores a

    30% da tenso de escoamento do ao do perfil retangular, sugerindo que o ao do perfil

    ensaiado havia sido submetido a tratamento trmico. Considerando os modos de falha, o

    autor observou que, para ligaes que possuem o montante KT e T, em que

    aplicando uma carga de 75% da carga aplicada nas diagonais; a plastificao do ao

    ocorreu devido puno do montante no banzo, concluindo que a resistncia da ligao

  • 7

    est condicionada carga no montante. Para a ligao K, os resultados obtidos por

    Mendes no foram satisfatrios, e os resultados para ligao do tipo KT no foram

    conclusivos.

    Mayor (2010) apresenta um estudo de ligaes soldadas do tipo K e KT formadas

    por perfis tubulares sem costura, com banzos retangulares e diagonais e montantes

    circulares. Com o objetivo de variar alguns parmetros geomtricos das ligaes K e

    KT, em relao a estudos anteriores realizados por Mendes (2008), houve mudanas

    na configurao geomtrica das peas a fim de obter uma nova sequncia de ensaios

    dentro das prescries normativas do Eurocode 3 (2005). Mayor verificou uma boa

    aproximao entre os modelos numricos e experimentais para as ligaes estudadas.

    As ligaes tiveram como modo de ruptura a plastificao da face superior do banzo,

    prximo s diagonais e s montantes, utilizando uma carga de 15% da carga aplicada

    nas diagonais, no montante; o que demonstra que quanto maior a carga no montante,

    menor a resistncia da ligao.

    Martins e Freitas (2010) expem estudos numricos com trelias mistas compostas por

    perfis metlicos tubulares, associadas a uma laje de concreto macia. O trabalho

    consiste na anlise em elementos finitos de dois modelos numricos utilizando dois

    mtodos de anlise estrutural. No primeiro modelo, Martins e Freitas usam elementos

    de barra para discretizao dos elementos dos elementos estruturais. No segundo,

    empregado um elemento finito tridimensional para modelagem da laje, que melhor

    representava a no-linearidade do concreto, considerando efeitos como a fissurao e o

    esmagamento na regio comprimida. Os autores concluram que os modelos

    apresentaram bons resultados, principalmente a segunda modelagem que forneceu

    resultados definidos e confiveis simulando de forma mais eficiente a perda de

    estabilidade da estrutura por plastificao da parede do banzo inferior.

    Lima, Freitas e Vellasco (2011) utilizam os resultados de modelos experimentais

    realizados por Mayor (2010) com prottipos do tipo KT para desenvolver trabalhos

    de calibrao de modelos numricos, empregando o programa de elementos finitos

    ANSYS (2010). Com base na calibrao desses modelos, foi possvel realizar uma

    anlise paramtrica de perfis tubulares disponveis no mercado e verificar o estado

    limite ltimo das ligaes em funo das prescries fornecidas pelo Eurocode 3

    (2003).

  • 8

    1.4. Objetivo

    O objetivo deste trabalho avaliar o comportamento experimental de vigas mistas

    treliadas planas confeccionadas em perfis laminados tubulares circulares nas diagonais

    e montantes e retangulares no banzo superior e inferior com laje de concreto armado

    convencional e conectores de cisalhamento laminados tipo U. A pesquisa envolve

    uma anlise experimental cujos resultados so analisados considerando os estados

    limites previstos em normas de projeto. Os estudos avaliaram a influncia das ligaes

    entre os elementos da trelia no comportamento global do sistema misto, a eficincia

    dos perfis tubulares de seo circular e retangular e monitoramento do comportamento

    dos conectores de cisalhamento que garantem a ao conjunta entre o perfil de ao e o

    concreto. Com os resultados obtidos, pode-se analisar o comportamento do sistema

    contribuindo para o seu entendimento, visando a dar subsdios a novas metodologias de

    projeto.

    1.5. Justificativa

    As vigas mistas treliadas foram objeto de estudo de vrias pesquisas anteriores que

    analisaram o comportamento da estrutura segundo a variao de parmetros

    geomtricos e mecnicos, a fim de obter resultados satisfatrios de resistncia e

    economia. Estudos realizados anteriormente no Laboratrio de Estruturas Prof.

    Altamiro Tibiri Dias (DECIV/UFOP) avaliaram os tipos de ligaes com perfis

    tubulares, a resistncia das mesmas e a influncia dos processos de fabricao do ao

    sobre sua resistncia. Os experimentos utilizaram prottipos de ligaes do tipo K,

    T e KT presentes em viga treliada e visaram anlise detalhada dos modos de

    falha das ligaes (MENDANHA, 2006; MENDES, 2008; MAYOR, 2010; NUNES,

    2011). Tornou-se necessrio uma anlise terico-experimental da viga mista treliada

    em escala real, com todos os seus elementos atuando em conjunto para obter uma

    resposta mais realista do sistema estrutural completo. Para desenvolvimento do modelo

    experimental foram utilizados resultados de estudos experimentais e numricos j

    realizados.

  • 9

    1.6. Descrio do trabalho

    Este trabalho est dividido em seis captulos. O captulo 2 apresenta um estudo das

    prescries para dimensionamento de trelias mistas e seus elementos, expondo as

    caractersticas, parmetros e limitaes de resistncia estabelecidas por estudos tericos

    realizados por diferentes autores e normas de projeto.

    O captulo 3 cumpre a descrio completa do programa experimental, mostrando as

    caractersticas fsicas e geomtricas do prottipo ensaiado, metodologia e procedimento

    para realizao do ensaio de laboratrio. Relata os detalhes mais relevantes da

    montagem experimental e componentes aplicados, como instrumentao, sistema de

    aquisio de dados, equipamentos para aplicao de carga e aparelhos de apoio, a fim de

    descrever toda sequncia executada durante o trabalho prtico. Relata o processo

    utilizado para definio dos pontos de instrumentao, assim como a localizao de

    cada elemento, possibilitando a compreenso dos resultados exposto no captulo

    seguinte.

    No quarto captulo, tem-se a apresentao dos resultados experimentais obtidos e

    anlise qualitativa dos grficos com base na avaliao do monitoramento contnuo dos

    elementos. proposto um sistema de orientao para localizao de cada ponto de

    instrumentao capaz de identificar os sinais de assimetria do comportamento estrutural

    do modelo.

    O quinto captulo descreve a anlise global da estrutura mista a partir do desempenho

    dos elementos estruturais e avaliando a influncia da perda de estabilidade localizada na

    resistncia da estrutura.

    No captulo 6, so feitas as consideraes finais do trabalho experimental, promovendo

    sugestes para projetos de estruturas mistas e propondo a realizao de estudos

    complementares.

  • 10

    CAPTULO 2

    2. ANLISE TERICA (PRESCRIES PARA

    DIMENSIONAMENTO DE TRELIAS MISTAS E DOS SEUS

    ELEMENTOS)

    2.1. Ligaes

    As trelias planas confeccionadas em perfis tubulares apresentam concepo estrutural

    de cargas aplicadas nos ns e esforos axiais nos elementos. Este modelo estrutural

    produz efeitos localizados sobre os ns (conexes entre elementos) que exigem uma

    anlise detalhada do processo de dimensionamento das ligaes. H diferentes tipos de

    configuraes de ligaes entre os componentes da trelia que atendem vrias

    exigncias estruturais.

    Este trabalho aborda uma trelia com ligaes do tipo K, T e KT conforme a

    Figura 2.1 que tem a nomenclatura da geometria utilizada.

    As anlises realizadas adotam as prescries do Eurocode 3 (2005), Cidect 3 (2009) e

    do projeto de norma de estruturas de ao e de estruturas mistas de ao e concreto de

    edificaes com perfis tubulares (PN, 2011), similar ao Eurocode 3 (2005).

  • 11

    (a)

    (b)

    FIGURA 2.1: Trelia composta de perfis tubulares: (a) ligaes do tipo K, T e KT;

    (b) Propriedades geomtricas da seo transversal (MENDES, 2008)

  • 12

    Onde:

    = largura do banzo

    = altura do banzo

    = espessura da chapa que constitui o banzo

    = dimetro das diagonais/montante

    = espessura da chapa que constitui as diagonais/montante

    = ngulo entre o banzo e as diagonais/montante

    g = gap afastamento entre as diagonais/montante

    e = excentricidade entre as linhas de centro do banzo e o prolongamento da linha central

    das diagonais/montante.

    2.1.1. Excentricidade e afastamento

    As ligaes do tipo K e KT podem ser qualificadas quanto ao posicionamento das

    diagonais. Tais diagonais podem ser soldadas ao banzo com certo afastamento,

    denominado gap (g); ou estarem sobrepostas, configurando uma ligao com overlap

    como mostra a Figura 2.2. As duas disposies dos elementos podem gerar

    excentricidades (e) responsveis por criar momento fletor que se distribui entre as barras

    que compem o n, ocasionando perda de resistncia das ligaes.

    (a) Ligao tipo K com gap. (b) Ligao tipo K com overlap

    (c) Ligao tipo K com excentricidade nula

    FIGURA 2.2: Ligao do tipo K

  • 13

    A excentricidade ocorre quando a interseo entre o eixo central das diagonais ou

    montantes no coincide com o eixo central do banzo. A posio do ponto de interseo

    define a excentricidade como sendo positiva, quando localizada abaixo do eixo central

    do banzo; negativa, acima do eixo central do banzo; ou nula, quando a interseo dos

    elementos concorre com o eixo central do banzo (FIGURA 2.2). A ligao do tipo T

    no apresenta excentricidade.

    Com base em prescries contidas no Eurocode 3 (2005) e Cidect (2009), a

    excentricidade da ligao pode ser obtida pela equao 2.1, na qual a nomenclatura

    apresentada na Figura 2.1.

    2sin

    sinsin

    sin2sin2

    0

    21

    21

    2

    2

    1

    1 hdde

    (2.1)

    O momento fletor originado pela excentricidade pode ser desprezado caso esteja dentro

    dos limites indicados nas equaes 2.2 e 2.3 para sees circulares e retangulares,

    respectivamente, estabelecidas pelo Eurocode 3 (2005) e pelo Cidect (2009).

    00 25,055,0 ded (2.2)

    00 25,055,0 heh (2.3)

    Se os valores obtidos no estiverem dentro dos limites recomendados anteriormente

    necessrio fazer a distribuio de momento fletor gerado pela excentricidade entre os

    elementos que compem a ligao de acordo com a razo entre a inrcia do perfil

    considerado I e o comprimento do elemento L (MAYOR, 2010) ou por meio da

    anlise estrutural (PACKER, 2007).

    Os valores de afastamento entre as diagonais para as ligaes do tipo K podem ser

    calculados utilizando a equao 2.4, sendo que valores de afastamento negativos

    correspondem a ligaes com sobreposio, e valores positivos so ligaes com

    afastamento.

    2

    2

    1

    1

    21

    210

    sin2sin2sinsin

    sin

    2

    ddheg (2.4)

  • 14

    Para clculo da resistncia ltima, Eurocode 3 (2005), PN (2011) e Cidect (2009)

    estabelecem limites para o afastamento das diagonais apresentados nas seguintes

    equaes:

    15,115,00b

    g (2.5)

    21 ttg (2.6)

    Onde:

    0

    21

    2b

    dd (2.7)

    Rautaruki (1998) tambm aponta um limite para o afastamento em funo do ag ,

    definido como afastamento g menos duas vezes a espessura da solda, como indicado na

    equao 2.8.

    sa tgg 2 (2.8)

    5,10

    t

    ga (2.9)

    Onde st corresponde espessura da solda.

  • 15

    2.1.2. Modos de Falha

    As ligaes entre elementos com perfis tubulares podem apresentar diferentes modos de

    falha influenciados por critrios como geometria da ligao, dimensionamento dos

    elementos componentes da ligao e condies de solicitao. Os tipos de modos de

    falha so descritos a seguir e ilustrados na Figura 2.3.

    Modo A Plastificao da face ou de toda a seo transversal do banzo junto a

    diagonais ou montantes;

    Modo B Plastificao, amassamento ou instabilidade da face lateral da seo

    transversal do banzo junto a diagonais ou montantes sob compresso;

    Modo C Plastificao ou instabilidade por cisalhamento do banzo junto a diagonais ou

    montantes;

    Modo D Ruptura por puno da parede do banzo na rea de contato com diagonais ou

    montantes;

    Modo E Ruptura ou plastificao na regio da solda ou flambagem localizada de

    diagonais ou montantes devido distribuio no uniforme de tenso;

    Modo F Flambagem localizada de diagonais ou montantes comprimidos ou do banzo,

    na regio da ligao.

  • 16

    Modo Fora Axial Momento Fletor

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    FIGURA 2.3: Modos de falha PN (2011)

  • 17

    2.1.3. Dimensionamento das ligaes

    O dimensionamento das ligaes com perfis tubulares est fundamentado no Mtodo

    dos Estados Limites ltimos, em que a fora aplicada deve ser inferior resistncia de

    projeto da ligao, considerando o coeficiente de majorao da fora aplicada ( ) e o

    coeficiente de minorao da resistncia ( ) como descrito a seguir:

    dd RS (2.9)

    M

    s

    RF

    (2.10)

    Onde:

    sd FS (2.11)

    M

    d

    RR

    (2.12)

    dR = Resistncia de projeto da ligao;

    dS = Esforo solicitante;

    F = Fora aplicada;

    R = Resistncia da ligao;

    s , M = Coeficientes de segurana.

    2.1.3.1. Parmetros de dimensionamento

    Neste item, so descritos os parmetros de dimensionamento das ligaes do tipo K e

    KT com afastamento, perfis tubulares retangulares no banzo, tubular circulares nas

    diagonais e carregamento no plano das ligaes. As ligaes do tipo T no sero

    dimensionadas por apresentar solicitaes desprezveis devido concepo estrutural da

    trelia analisada neste trabalho. Os parmetros utilizados no procedimento de

    dimensionamento so:

    My

    Sd

    fn

    ,0 (2.13)

    0

    ,0

    0

    ,0

    ,0W

    M

    A

    N SdSdSd (2.14)

  • 18

    0

    0

    2 t

    b

    (2.15)

    0b

    d i (2.16)

    Onde:

    = Mxima tenso de compresso solicitante de clculo no banzo em um

    determinado n, causada pela fora e pelo momento ;

    = tenso de escoamento do ao;

    = coeficiente de segurana igual a 1,0;

    = Fora axial solicitante de clculo no banzo que provoca a tenso ;

    = Momento fletor solicitante de clculo da ligao;

    = rea da seo transversal do banzo;

    = Mdulo de resistncia elstica da seo transversal do banzo.

    FIGURA 2.4: Parmetros e convenes PN (2011)

  • 19

    2.1.3.2. Limitaes de dimensionamento

    Para determinao da capacidade resistente da ligao, as formulaes estabelecidas so

    vlidas desde que sejam atendidas as condies limites de afastamento e excentricidade,

    citadas anteriormente, e as exigncias restritivas de caractersticas fsicas e geomtricas

    relacionadas a seguir:

    A tenso de escoamento do ao usado na composio da pea no pode

    exceder 460MPa;

    A espessura da chapa no pode ser inferior a 2,5mm ou superior a 25mm;

    As peas que compem a ligao no podem ter inrcia varivel;

    O ngulo entre o banzo e as diagonais no pode ser inferior a 30.

    Os limites de dimensionamento, segundo critrios geomtricos e de esbeltez dos

    elementos que compem as ligaes do tipo K com afastamento, so:

    0,25,00

    0 b

    h (2.17)

    350

    0 t

    b (2.18)

    350

    0 t

    h (2.19)

    50i

    i

    t

    d ( i=1,2) (2.20)

    8,04,00

    b

    d i (i=1,2) (2.21)

    yf

    E

    t

    b 27,1

    0

    0 (2.22)

    yf

    E

    t

    h 27,1

    0

    0 (2.23)

    yi

    i

    f

    E

    t

    d 06,0 ( i=1,2) (2.24)

  • 20

    2.1.3.3. Resistncia ltima

    A seguir, tem-se a avaliao, segundo o Eurocode 3 (2005) e o PN (2011), para as

    ligaes K e KT para diversos modos de falha.

    A anlise do sistema treliado descrito no item 2.6 mostra que, para esse mtodo de

    carregamento, os esforos atuantes nos montantes so desprezveis. Em virtude do

    sistema de carregamento e do modelo estrutural aplicado neste estudo, no sero

    verificadas as ligaes do tipo T e KT considerando as prescries estabelecidas

    pelo Cidect (2009), que define para situaes em que os montantes no so solicitados,

    a ligao do tipo KT dever ser dimensionada como se fosse uma ligao do tipo K.

    a) Verificao de ruptura quanto plastificao da parede do banzo por

    compresso e/ou trao Modo de falha A

    n

    i

    y

    Rdi Kb

    ddtfN

    0

    21

    5,0

    00

    ,2sin4

    9,8

    (i=1,2) (2.25)

    Onde:

    nKn

    4,03,1 (Para n > 0; compresso) (2.26)

    0,1nK (Para n < 0; trao) (2.27)

    b) Verificao de colapso da diagonal por trao Modo de falha C

    effiiiiyi

    rdi bdtdtf

    N

    424

    ,

    (i = 1,2) (2.28)

    Onde:

    i

    iyi

    iy

    eff dtfb

    dtfb

    0

    2

    0010 (i = 1,2) (2.29)

  • 21

    c) Verificao de ruptura por puno da parede do banzo na rea de

    contato com as diagonais e/ou montantes Modo de falha D

    pei

    i

    i

    i

    y

    Rdi bddtf

    N ,0

    ,sin

    2

    sin34

    ( i= 1,2) (2.30)

    i

    i

    pe bb

    dtb

    0

    0

    ,

    10 (i = 1,2) (2.31)

    As formulaes 2.30 e 2.31 so vlidas quando atendido o seguinte critrio:

    11 (2.32)

    d) Verificao de ruptura quanto plastificao por cisalhamento do

    banzo Modo E

    i

    vy

    Rdi

    AfN

    sin3

    0

    ,

    (i = 1,2) (2.33)

    2

    ,

    00,0 14 Rdpl

    sd

    yvyvRdV

    VfAfAAN

    (2.34)

    2.2. Elementos de barra

    Os perfis em seo tubulares apresentam elevada resistncia ao esforo axial. As

    diagonais componentes do sistema treliado, referente a este estudo, so elementos de

    seo transversal circular, submetidos solicitao de compresso e trao com

    processo de dimensionamento fundamentado nas prescries da NBR 8800 (2008).

  • 22

    2.2.1. Dimensionamento das barras

    2.2.1.1. Barras submetidas fora axial de trao

    Para o dimensionamento de barras de sees tubulares, deve ser atendida a seguinte

    condio:

    RdtSdt NN ,, (2.35)

    1

    ,

    a

    yg

    Rdt

    fAN

    (2.36)

    Onde:

    SdtN , = Fora axial de trao solicitada de clculo;

    RdtN , = Fora axial de trao resistente de clculo;

    gA = rea bruta da seo transversal da barra;

    yf = Tenso de escoamento da barra;

    1a = Coeficiente de ponderao da resistncia igual a 1,00.

    2.2.1.2. Barras submetidas fora axial de compresso

    Para o dimensionamento de barras de sees tubulares, devem ser seguidas as

    condies:

    RdcSdc NN ,, (2.37)

    1

    ,

    a

    yg

    Rdc

    fAQN

    (2.38)

    20658,0 ( 5,10 ) (2.39)

    2

    0

    877,0

    ( 0 >1,5) (2.40)

  • 23

    e

    yg

    N

    fAQ 0 (2.41)

    22

    LK

    IEN e

    (2.42)

    Onde:

    SdcN , = Fora axial de compresso solicitante de clculo;

    RdcN , = Fora axial de compresso resistente de clculo;

    = Fator de reduo associado compresso;

    Q = Fator de reduo total associado flambagem local igual a 1,0;

    0 = ndice de esbeltez reduzido;

    eN = Fora axial de flambagem elstica;

    I = Momento de inrcia da seo transversal;

    K = Coeficiente de flambagem por flexo, de elementos isolados, igual a 1,0;

    L = Comprimento do elemento.

    2.3. Laje de concreto

    O dimensionamento da laje de concreto foi baseado em prescries normativas da NBR

    6118 (2004), obedecendo aos requisitos gerais de qualidade da estrutura quanto

    segurana ruptura, durabilidade e ao desempenho.

    2.3.1. Espessura da laje

    A NBR 6118 (2004) recomenda que as lajes macias tenham os seguintes limites

    mnimos para espessura:

    5cm para lajes de cobertura no em balano;

    7cm para lajes de piso ou de cobertura em balano;

    10cm para lajes que suportem veculos de peso total menor ou igual a 30kN;

    12cm para lajes que suportem veculos de peso total maior que 30kN;

    15cm para lajes com protenso apoiadas em vigas, l/42 para lajes de piso

    biapoadas e l/50 para lajes de piso contnuas;

    16cm para lajes lisas e 14cm para lajes-cogumelo.

  • 24

    2.3.2. Resistncia do concreto

    Considerando uma classe de agressividade ambiental urbana moderada com risco de

    deteriorao pequena (classe II), a durabilidade da estrutura segue as indicaes da

    NBR 6118 (2004) que estabelece as seguintes correspondncias entre classe de

    agressividade e qualidade do concreto de cobrimento da Tabela 2.1. Para o cobrimento

    da armadura na laje de concreto, a norma prescreve as dimenses mnimas da Tabela

    2.2.

    TABELA 2.1

    Correspondncia entre classe de agressividade e

    qualidade do concreto NBR 6118 (2004)

    Concreto

    Classe de agressividade

    I II III IV

    Relao

    gua/cimento

    em massa

    0,65

    0,60

    0,55

    0,45

    Classe de

    concreto

    C20

    C25

    C30

    C40

    TABELA 2.2

    Correspondncia entre classe de agressividade ambiental e

    recobrimento nominal para c = 10mm NBR 6118 (2004)

    Tipo de estrutura

    Classe de agressividade

    I II III IV

    Cobrimento nominal (mm)

    Laje de concreto armado 20 25 35 45

    Para o agregado grado, a norma determina que a dimenso mxima caracterstica

    utilizada no concreto no pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento

    conforme a equao 2.43:

    nommx cd 2,1 (2.43)

  • 25

    2.3.3. Controle de fissuras Armadura mnima de trao

    O controle da abertura das fissuras na laje de concreto determinado pela NBR 8800

    (2008), que prescreve a equao 2.44 para o clculo da armadura mnima de trao sob

    deformao imposta:

    st

    ctefctsc

    s

    AfkkkA

    , (2.44)

    0,13,0

    21

    1

    0

    y

    tk

    c

    c (2.45)

    ys

    ck

    kst ff

    w

    3/2

    5,0810 (2.46)

    Onde:

    sA = rea de armadura;

    ctA = rea efetiva da laje de concreto;

    k = coeficiente de correo que leva em conta os mecanismos de gerao de tenses de

    trao, igual a 0,8;

    sk = coeficiente que leva em considerao o efeito de reduo da fora normal na laje

    de concreto devido fissurao inicial e ao deslizamento local da ligao entre e o perfil

    de ao, igual a 0,9;

    ct = espessura da laje de concreto;

    0y = distncia entre os centros geomtricos da laje de concreto e da seo mista

    homogeneizada;

    st = mxima tenso de trao permitida na armadura, imediatamente aps a ocorrncia

    da fissurao;

    kw = abertura mxima caracterstica das fissuras, dada a funo da agressividade

    ambiental, igual a 0,3mm;

    ckf = resistncia caracterstica do concreto compresso (MPa);

    efctf , = resistncia mdia trao efetiva do concreto no instante em que forma as

    primeiras fissuras (MPa);

  • 26

    = dimetro das barras da armadura no superior a 20mm;

    ysf = resistncia ao escoamento do ao da armadura (MPa).

    2.3.4. Resistncia ltima da laje de concreto

    A resistncia de clculo do concreto com 28 dias dada pela equao 2.47:

    c

    ck

    cd

    ff

    (2.47)

    Onde:

    c = Coeficiente de ponderao da resistncia no estado limite ltimo igual a 1,0.

    Para determinao da resistncia ltima compresso da laje de concreto, deve ser

    respeitada a seguinte condio:

    dd SR (2.48)

    2.4. Conectores de cisalhamento

    Os conectores de cisalhamento, responsveis pela ao conjunta do perfil metlico e da

    laje de concreto, transmitem os esforos longitudinais entre os dois elementos que se

    originam na interface entre a viga metlica e a laje de concreto (VERSSIMO, 2007).

    Alguns tipos usuais de conectores que foram avaliados por meio de estudos tericos e

    ensaios experimentais, realizados por diversos pesquisadores, apresentaram resultados

    eficientes em relao resistncia a fora de cisalhamento transmitida e ao

    deslizamento relativo entre os elementos. Apresentam-se os conectores tipo pino com

    cabea ou stud bolts e conectores em perfil U laminado como ilustra a Figura 2.5.

  • 27

    (a) Conector em perfil U laminado (b) Conector tipo stud bolt

    FIGURA 2.5: Vigas metlicas com conectores de cisalhamento.

    2.4.1. Dimensionamento dos conectores

    O conector de cisalhamento utilizado na viga mista treliada referncia deste estudo o

    conector tipo perfil U laminado, dimensionado com base em prescries da NBR8800

    (2008). A fora resistente desse conector, com altura de seo transversal igual ou

    superior a 75mm totalmente embutido em laje macia, dada pela equao 2.49:

    cs

    cckcswcsfcs

    Rd

    EfLttQ

    5,03,0 (2.49)

    Onde:

    fcst = espessura da mesa do conector, tomada a meia distncia entre a borda livre e a

    face adjacente da alma;

    wcst = espessura da alma do conector;

    csL = comprimento do perfil U,

    cs = coeficiente de ponderao da resistncia do conector igual a 1,0.

    2.5. Seo mista

    O sistema misto consiste no trabalho em conjunto da laje de concreto com o perfil

    metlico, no qual a laje de concreto contribui com a resistncia compresso. A NBR

    8800 estabelece que, para o dimensionamento da viga treliada mista, sejam

  • 28

    consideradas apenas as contribuies da laje de concreto ao esforo de compresso e do

    banzo inferior ao esforo de trao.

    2.5.1. Largura efetiva

    As tenses normais atuantes na laje sofrem variaes ao longo da sua largura onde a

    tenso maior est localizada no eixo central e diminui medida que se afasta do centro.

    Como a contribuio resistncia da laje no completa, a NBR 8800 fornece

    expresses simplificadas que estabelecem valores mximos para a colaborao da laje

    de concreto na resistncia do sistema misto.

    FIGURA 2.6.: Largura efetiva

    A largura efetiva b (FIGURA 2.6), de cada lado da linha de centro da viga, deve ser

    igual ou menor aos seguintes valores:

    1/8 do vo da viga mista;

    metade da distncia entre a linha de centro da viga analisada e a linha de

    centro da viga adjacente;

    distncia da linha de centro da viga borda em balano.

  • 29

    2.5.2. Resistncia ltima da seo mista

    Considerando as prescries da NBR 8800 (2008), a capacidade resistiva ao momento

    fletor da viga mista determinada, a partir das propriedades da seo mista plastificada.

    Adotando a distribuio plstica das tenses, conclui-se que a viga mista no sofrer

    flambagem local pela presena da laje de concreto, adquirindo um comportamento de

    uma viga compacta.

    2.5.2.1. Interao completa

    O clculo da resistncia ltima ao momento fletor nas vigas mistas com interao total

    no admite deslizamento na interface ao-concreto. O momento fletor resistente

    determinado pela plastificao do concreto ou da seo de ao.

    A NBR 8800 (2008) prescreve que, para o dimensionamento de vigas mistas treliadas,

    a interao entre a laje de concreto e o perfil metlico deve ser completa e a linha neutra

    da seo plastificada deve estar na laje de concreto (FIGURA 2.7), representado pelas

    equaes 2.50 e 2.51:

    ydbicd fAabf 85,0 (2.50)

    ydbiRd fAQ (2.51)

    Obedecendo aos seguintes critrios:

    abfC cdcd 85,0 (2.52)

    ydbiad fAT (2.53)

    bf

    Ta

    cd

    ad

    85,0 (2.54)

    2dTM adRd (2.55)

    Onde:

    cdf = Resistncia de clculo do concreto compresso;

    a = espessura da regio comprimida da laje;

    b = largura efetiva da laje de concreto;

    biA = rea do banzo inferior;

    ydf = resistncia de clculo ao escoamento do ao;

  • 30

    RdQ = somatrio das foras resistentes de clculo dos conectores de

    cisalhamento;

    cdC = fora resistente de clculo da espessura comprimida da laje de concreto;

    adT = fora resistente de clculo da regio tracionada do perfil de ao;

    RdM = Momento fletor resistente de clculo;

    2d = distncia entre as foras de trao e compresso na trelia mista.

    b

    a a/2

    T

    c

    f

    0,85f

    d2

    cd

    ad

    yd

    cd

    LNP

    t c

    FIGURA 2.7: Distribuio de tenses em trelia mista

    com interao completa NBR 8800(2008)

    2.5.2.2. Deslocamentos verticais Anlise elstica

    Para a determinao da deflexo vertical, a NBR 8800 (2008) indica que os clculos

    devem ser feitos no regime elstico, no qual as propriedades geomtricas da seo mista

    precisam ser obtidas homogeneizando-se a seo composta pelo perfil de ao, e a laje de

    concreto dividindo a largura efetiva pela seguinte razo modular:

    c

    EE

    E (2.63)

    Onde:

    E = Mdulo de elasticidade do ao;

    cE = Mdulo de elasticidade secante do concreto.

  • 31

    Na trelia mista, o momento de inrcia da seo mista homogeneizada calculado

    reduzindo a inrcia da seo mista, composta pelo banzo inferior e a largura efetiva da

    laje de concreto, em 15% da inrcia da trelia de ao composta pelos banzos superior e

    inferior, como mostra a equao 2.64:

    treltmef III 15,0 (2.64)

  • 32

    CAPTULO 3

    3. PROGRAMA EXPERIMENTAL

    3.1. Introduo

    O programa experimental foi realizado no Laboratrio de Estruturas Prof. Altamiro

    Tibiri Dias do Departamento de Engenharia Civil, da Escola de Minas, da

    Universidade Federal de Ouro Preto, em parceria com a empresa V&M do Brasil,

    responsvel pelo dimensionamento e fornecimento do prottipo ensaiado. Os objetivos

    do ensaio foram determinar a resistncia global, avaliar o comportamento do sistema e

    sua deformabilidade, monitorar a distribuio de tenses nos ns da trelia de ao,

    conectores de cisalhamento, laje de concreto e armaduras. Com a finalidade de simular

    as situaes reais da prtica construtiva, a V&M do Brasil forneceu um prottipo em

    escala real, contendo todos os elementos necessrios para utilizao do sistema misto

    em condies prticas normais.

    O dimensionamento da estrutura feito com base nas prescries normativas

    apresentadas no captulo anterior e teve como objetivo, determinar a resistncia de

    clculo para preparao do projeto de instrumentao e monitoramento do conjunto

    experimental, assim como as anlises numricas para determinao das cargas de

    projeto.

    3.2. Prottipo ensaiado

    3.2.1. Propriedades fsicas e geomtricas da trelia de ao

    O prottipo ensaiado consiste numa trelia metlica associada laje de concreto. A

    trelia apresenta as propriedades e dimenses indicadas na Tabela 3.1 e na Figura 3.1.

    As caractersticas fsicas do ao estrutural da viga treliada foram determinadas por

    meio de ensaios de caracterizao dos materiais realizados pela V&M do Brasil.

  • 33

    TABELA 3.1

    Propriedades fsicas e geomtricas da trelia de ao

    Trelia

    Altura

    (mm)

    Largura

    (mm)

    Espessura

    (mm)

    Dimetro

    (mm)

    Tenso de

    escoamento

    (MPa)

    Tenso

    ltima

    (MPa)

    Seo

    transversal

    Banzo

    superior

    120

    150

    4,8

    -

    456

    720

    Banzo

    inferior

    120

    150

    6,4

    -

    456

    720

    Diagonais - - 6,4 101,6 442 930

    Montantes - - 6,4 60,3 442 930

    Chapas de

    reforo 1

    110

    683

    12,5

    -

    350

    450

    Chapas de

    reforo 2

    110

    533

    12,5

    -

    350

    450

    Chapas de

    reforo 3

    110

    1250

    12,5

    -

    350

    450

  • 34

    (a) Dimenses geomtricas reais da trelia metlica [mm]

  • 35

    (b) Dimenses da placa de apoio [mm]

    (c) Dimenses da base de apoio [mm]

    (d) Dimenses dos conectores de cisalhamento [mm]

    FIGURA 3.1: Dimenses e caractersticas fsicas da trelia de ao

  • 36

    A trelia possui cinco pontos de reforos nodais exercidos por chapas planas em ao

    estrutural soldadas nas paredes laterais, inferiores e superiores dos banzos, cujas

    dimenses e propriedades esto descritas na Tabela 3.1. A localizao das chapas e as

    caractersticas fsicas so ilustradas na Figura 3.2. As chapas so reforos nos ns

    projetadas em funo de uma condio de carregamento diferente do ensaiado para

    resistir ao mecanismo de falha estabelecido a partir do dimensionamento da trelia mista

    nas condies do projeto original.

    (a) Chapas de reforo 2

    (b) Chapas de reforo 1 (extremidades) e chapa de reforo 3 (central)

    FIGURA 3.2.: Posicionamento das chapas de reforos nodais

  • 37

    Na Figura 3.3, tem-se uma vista geral da trelia ensaiada.

    FIGURA 3.3: Viga treliada sobre apoios no laboratrio

    de estruturas Prof. Altamiro Tibiri Dias

    3.2.2. Propriedades fsicas e geomtricas da laje de concreto

    A laje componente do sistema misto foi concretada no laboratrio com as seguintes

    caractersticas geomtricas:

    Comprimento: 10m

    Largura: 2m

    Espessura: 0,10m

    Com objetivo de combater os efeitos da fissurao e aumentar a resistncia trao da

    placa, a laje foi armada nas duas direes, conforme indicado na Figura 3.4.

    A estrutura de escoramento da forma da laje foi desenvolvida para no permitir

    deslocamentos durante a concretagem e no perodo de cura do concreto, conforme

    ilustra a Figura 3.5.

  • 38

    FIGURA 3.4: Armao da laje de concreto

    FIGURA 3.5: Estrutura de escoramento da laje de concreto

    O processo de concretagem (FIGURA 3.6) ocorreu por meio de mistura mecnica com

    adensamento por imerso. O perodo de cura do concreto foi acompanhado por controle

    de temperatura e hidratao do concreto. Ensaios de caracterizao do concreto

    comprovaram a resistncia caracterstica do concreto de 25,88MPa, muito prxima de

    25MPa prevista por dosagem experimental.

  • 39

    FIGURA 3.6: Concretagem da laje no laboratrio

    de estruturas Prof. Altamiro Tibiri Dias

    3.3. Montagem Experimental

    A montagem do ensaio foi desenvolvida para reproduzir situaes prticas de

    carregamentos verticais aplicados s vigas metlicas. Para isso, o prottipo foi

    posicionado na laje de reao do laboratrio, que possui furos a cada 50cm e capacidade

    mxima de 500kN por furo, de forma a permitir a fixao dos prticos de reao e

    contenes laterais.

    3.3.1. Sistema de apoio e conteno lateral do prottipo

    A trelia foi apoiada em blocos de concreto na altura necessria para viabilizar a

    instrumentao futura e sobre os blocos foram posicionados aparelhos de apoio

    (FIGURA 3.7a). Para impedir o movimento lateral da viga, foram projetadas contenes

    laterais posicionadas no banzo inferior da trelia de ao e na laje de concreto

    (FIGURAS 3.7b e 3.7c). As contenes foram responsveis por apoiar lateralmente a

    viga mista, mas permitindo o deslocamento transversal vertical na direo do

    carregamento, servindo apenas como controle de eventual tombamento da estrutura.

  • 40

    (a) Aparelho de apoio

    (b) Contenes laterais da viga metlica

    (c) Contenes laterais da laje

    FIGURA 3.7: Sistema de apoio e contenes laterais da viga mista

  • 41

    3.3.2. Sistema de aplicao do carregamento

    A aplicao dos carregamentos foi simultnea e feita por meio de trs atuadores

    hidrulicos, fixos aos prticos de reao. A Figura 3.8 mostra o sistema de aplicao de

    carga dos atuadores hidrulicos na laje de concreto e o posicionamento dos mesmos na

    trelia mista. Cada atuador hidrulico tem capacidade de 500kN e possui uma clula de

    carga cuja extremidade possui rtula para manter a verticalidade do carregamento.

    Foram adicionadas placas metlicas sob as rtulas para melhor distribuio do

    carregamento e evitar um eventual esmagamento do concreto por concentrao de

    tenses na regio de aplicao da carga.

    (a) Atuador hidrulico sobre a laje

    (b) Posicionamento dos atuadores hidrulicos [mm]

    FIGURA 3.8: Sistema de aplicao dos carregamento

  • 42

    3.4. Estudo qualitativo da distribuio de tenses

    Com objetivo de instrumentar as principais regies do prottipo, foi realizada uma

    anlise numrica em uma tese de doutorado em andamento (MARTINS, 2011a, 2010,

    2011b), que desenvolveu um modelo tridimensional em elementos finitos utilizando o

    programa computacional Ansys 11.0. O modelo apresentou as distribuies de tenses

    do sistema estrutural que auxiliaram no posicionamento ideal da extensometria como

    mostra a Figura 3.9.

    1

    MN

    MX11

    X

    Y

    Z

    0

    .027778.055556

    .083333.111111

    .138889.166667

    .194444.222222

    .25

    NOV 14 2011

    17:21:08

    NODAL SOLUTION

    STEP=1

    SUB =16

    TIME=2.68

    SEQV (AVG)

    DMX =16.701

    SMN =.216E-04

    SMX =.471767

    FIGURA 3.9: Frao do modelo da trelia mista em elementos finitos (MARTINS, 2011)

    3.5. Instrumentao

    A instrumentao representou uma etapa fundamental na realizao do ensaio

    experimental por ser responsvel pela realizao do monitoramento do comportamento

    da estrutura.

    O monitoramento das deformaes foi executado por extensmetros eltricos de

    resistncia unidirecionais e rosetas a 45 para os elementos em ao e extensmetros

    unidirecionais para elementos de concreto, posicionados em vrias regies do prottipo.

  • 43

    Deslocamentos lineares foram mensurados por deflectmetros e LVDTs (Linear

    Variable Displacement Transducers). Os LVDTs foram responsveis por medir os

    deslocamentos verticais da viga mista, e os deflectmetros monitoraram os

    deslocamentos dos apoios e da interao entre viga metlica e laje de concreto.

    A instrumentao do prottipo foi composta por 32 extensmetros lineares, quatro

    extensmetros tipo roseta, quatro LVDTs e sete deflectmetros. A Tabela 3.2 ilustra a

    instrumentao utilizada.

    TABELA 3.2

    Instrumentao utilizada

    0

    25

    50

    75

    100

    125

    150

    175

    200

    225

    250

    275

    300

    0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450

    Tenso de von Mises (MPa)

    Ca

    rga

    (k

    N)

    Roseta1

  • 44

    Tabela 3.2: Instrumentao utilizada (continuao)

  • 45

    3.5.1. Sistema de Aquisio de Dados

    Para medio dos dados fornecidos pelos extensmetros, rosetas e LVDTs, foi

    utilizado um sistema automtico de aquisio e monitoramento de dados controlado por

    um computador e softwares de controle e aquisio de dados. O sistema composto por

    seis mdulos de oito canais Spider8, como mostra a Figura 3.10, fabricados pela HBM

    (Hottinger Baldwin Messtechnic), controlados pelo software Catman 4.5

    FIGURA 3.10: Mdulos de aquisio de dados Spider 8

    3.6. Metodologia do ensaio

    Com objetivo de verificar o funcionamento dos atuadores hidrulicos e testar o sistema

    de aquisio de dados, foi realizado um pr-ensaio que consistiu na aplicao gradual de

    pequenos passos de carga at atingir o valor de 3kN.

    As cargas nos atuadores hidrulicos foram aplicadas manualmente de forma simultnea

    com valores aproximadamente iguais, pelos trs atuadores, como mostra as

    Figuras 3.11a e 3.11b. Um esquema de projeo de imagem (FIGURA 3.11c e 3.11d)

    foi elaborado para permitir o melhor acompanhamento durante o ensaio dos valores de

    passos de carga de cada atuador para que cada operador responsvel por aplicar o

    carregamento no empregasse valores distintos de carregamento em relao aos demais

    operadores. Alm das informaes de carregamento, foram projetados grficos de

    deformaes e deslocamento em funo do carregamento, nas regies crticas do

    prottipo, propiciando o monitoramento em tempo real, para orientar a determinao

    dos valores regulares de passos de carga que, consequentemente, tiveram seus valores

    diminudos medida que se detectava plastificao nos elementos.

  • 46

    (a) Atuadores manuais

    (b) Aplicao simultnea de carregamento

    (c) Equipamento de projeo de imagem (d) Projeo dos dados

    FIGURA 3.11: Esquema de aplicao de carga simultnea

  • 47

    CAPTULO 4

    4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

    EXPERIMENTAIS

    4.1. Consideraes iniciais

    Durante o ensaio, o sistema de aquisio de dados forneceu resultados relativos aos

    carregamentos, deslocamentos e deformaes especficas para todos os passos de carga,

    demonstrando o bom funcionamento do sistema. Os resultados so expostos em funo

    da carga concentrada aplicada pelo atuador hidrulico central, que compe o sistema

    estrutural descrito na Figura 3.8, considerando cargas aplicadas simultaneamente. As

    deformaes obtidas pelos extensmetros tipo roseta so analisadas em funo do

    carregamento, e os dados foram processados de forma a se obter a tenso e a

    deformao de von Mises em funo tambm do carregamento. Resultados de

    deformao especfica obtidos pelos extensmetros lineares so apresentados em funo

    da carga aplicada. Os LVDTs e deflectmetros forneceram grficos dos deslocamentos

    em funo do carregamento.

    A seguir so apresentados os resultados do programa experimental, nos quais os valores

    de deformaes especficas com sinal positivo indicam trao, e as deformaes com

    sinal negativo indicam compresso.

    Para localizao dos instrumentos e compreenso dos resultados apresentados, ser

    adotada a orientao descrita na Figura 4.1, onde os nmeros indicados na Figura 4.1a

    representam as ligaes (ns) da trelia metlica, e as letras marcam as diagonais e

    montantes. O primeiro apoio denominado de AP1; e o segundo, AP2. A posio

    lateral da instrumentao determinada pela diviso do eixo de simetria da viga

    compondo os lados L1 e L2, conforme Figura 4.1b.

  • 48

    (a) Vista frontal da montagem experimental

    (b) Vista x-x

    FIGURA 4.1.: Esquema de orientao para localizao dos pontos de instrumentao

    4.2. Apresentao e anlise dos resultados das diagonais mais solicitadas

    As diagonais A e L foram instrumentadas com extensmetros lineares eltricos,

    posicionados como indicado na Figura 4.2. Os resultados indicaram esforos de trao

    nas duas diagonais. A diagonal A apresentou valor mximo de deformao de

    1662,24, e a diagonal L indicou deformao especfica mxima de 1638,72.

    Ensaios de caracterizao apresentados na Tabela 3.1 mostram tenso de escoamento de

    fy = 442MPa (2156), comprovando que as diagonais no atingiram deformao

    especfica de escoamento para uma carga mxima de 268,77kN do ensaio.

  • 49

    FIGURA 4.2: Grfico carga x deformao especfica das diagonais A e L

    4.3. Apresentao e anlise dos resultados na regio central do banzo superior

    O banzo superior foi instrumentado com extensmetros lineares posicionados no n 6,

    onde ocorrem os maiores esforos de compresso para o banzo superior. A Figura 4.3

    apresenta o posicionamento da instrumentao e as deformaes especficas em funo

    do carregamento aplicado.

    Os extensmetros Ex3, Ex4 e Ex5 foram posicionados no lado L2, e os extensmetros

    Ex6, Ex7 e Ex8 localizados no lado L1, de forma simtrica aos do lado oposto. A

    instrumentao forneceu os seguintes valores mximos de deformao especfica:

    TABELA 4.1

    Resultados das deformaes especficas mximas no banzo superior

    Posio lateral L2 L1

    Extensmetros Ex3 Ex4 Ex5 Ex6 Ex7 Ex8

    Carregamento aplicado (kN) 268,39 268,39 268,39 268,39 268,39 268,39

    Deformao especfica mxima () -1463,76 -1529,52 -1488 -1019,04 -1079,28 -1040,64

  • 50

    FIGURA 4.3: Grfico carga x deformao especfica do banzo superior - N 6

    Observando-se os resultados de deformao apresentados, pode-se concluir que no

    ocorreu escoamento do material na regio do n 6. O grfico mostra que, inicialmente,

    os valores de deformaes dos extensmetros apresentaram pouca disperso e pequenas

    deformaes, o que revela a contribuio da laje na resistncia ao esforo de

    compresso.

  • 51

    4.4. Apresentao e anlise dos resultados na regio central do banzo inferior

    A Figura 4.4 mostra o posicionamento dos extensmetros e os resultados obtidos nas

    regies mais solicitadas do banzo inferior.

    FIGURA 4.4: Grfico carga x deformao especfica do banzo inferior N 7

    O extensmetro Ex9 posicionado do lado L1, responsvel por monitorar a regio da

    parede lateral do banzo inferior apresentado no item 2.1.2, indicou deformao

    especfica mxima 2032,32, inferior deformao especfica de escoamento

    fornecido pelos ensaios de caracterizao de 2224,4.

    Dois extensmetros foram posicionados na regio mais crtica do banzo inferior em

    relao aos esforos de trao. Os extensmetros Ex10 e Ex11 posicionados nos lado

    L2 e L1, respectivamente, indicaram deformao especfica mxima de

    3085,92 (Ex10) e 3146,40 (Ex11) caracterizando plastificao na face inferior do

    banzo inferior, atingindo a deformao de escoamento para o carregamento de 235kN.

    Observa-se uma pequena no linearidade das deformaes no banzo em relao ao

    carregamento indicando a possibilidade de outros mecanismos terem influenciado o

    comportamento da trelia em ensaio e no somente a flexo do conjunto.

  • 52

    4.5. Monitoramento na interface ao-concreto

    O extensmetros Ex12 e Ex13 foram posicionados no n 6 na parede superior do banzo,

    prximo ao conector central de cisalhamento na interface ao-concreto, como mostra a

    Figura 4.5. A instrumentao teve os objetivos de monitorar as deformaes ocorridas

    na interface ao-concreto e avaliar a capacidade resistente aos esforos resultantes da

    flexo global da estrutura. Os resultados mostram que este elemento ficou totalmente

    comprimido.

    FIGURA 4.5: Grfico carga x deformao especfica no banzo

    superior - interface ao-concreto

    Os resultados mostraram que o extensmetro Ex12 atingiu a deformao especfica de

    escoamento, alcanando valores de 2946,24 para o ltimo incremento de carga de

    268,77kN, o que caracteriza comportamento plstico do material. O Extensmetro Ex13

    apresentou valor de deformao mxima de 1210,80, inferior deformao especfica

    de escoamento. Observa-se tambm a perda da linearidade das deformaes no

    extensmetro Ex12 caracterizando a perda de conexo entre o ao e o concreto.

  • 53

    4.6. Apresentao e anlise dos resultados nas armaduras

    O objetivo dos extensmetros foi medir as deformaes desenvolvidas na laje ao longo

    de sua altura. Essa instrumentao permite uma leitura completa das deformaes

    desenvolvidas ao longo de toda a seo transversal mdia da estrutura mista. Os

    resultados mostram uma pequena diferena nos valores das deformaes dos

    extensmetros mais acima do banzo (Ex15 e Ex16) em relao aos mais afastados

    (Ex14 e Ex17) o que mostra o efeito Shear lag.

    A Figura 4.6 expe a localizao e os resultados das deformaes em funo do

    carregamento aplicado.

    No foi observada a presena de fissurao na laje de concreto durante o ensaio. Os

    valores indicam que as armaduras sofreram tenses de compresso, revelando que a laje

    de concreto manteve-se comprimida na regio das armaduras longitudinais.

    FIGURA 4.6: Grfico carga x deformao especfica das armaduras

  • 54

    4.7. Apresentao e anlise dos resultados na laje de concreto

    A Figura 4.7 ilustra o posicionamento dos extensmetros e apresenta os resultados

    obtidos atravs da instrumentao na laje de concreto.

    FIGURA 4.7: Grfico carga x deformao especfica da laje de concreto

    As deformaes medidas pelos extensmetros Ex18 e Ex19, localizados na face

    superior da laje de concreto, apresentaram valores elevados. O extensmetro Ex19

    apresentou valores menores de deformao, caracterizando a presena imperfeies da

    laje naquela regio.

    Extensmetros posicionados na face inferior da laje de concreto (Ex20 e Ex21)

    forneceram valores insignificantes de deformao, que denotam esforos desprezveis

    de trao no concreto.

  • 55

    4.8. Apres