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 Universidade de Brasília Faculdade de Comunicação CAMPANHA AIDS - SEGUNDA ETAPA Trabalho para a matéria Comunicação e Sociedade ministrada por Wladimir Gramacho, no curso de Comunicação Social da Universidade de Brasília. Flávia Martins, Gustavo Garcia, Henrique Arcoverde, Paulo Bessoni, Rayssa Araújo. Brasília, 2015 

Análise Situacional e Pesquisa para Campanha sobre AIDS

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Análise Situacional e Pesquisa para Campanha sobre AIDS apresentada na matéria Comunicação e Sociedade da UnB.

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  • UniversidadedeBraslia

    FaculdadedeComunicao

    CAMPANHAAIDSSEGUNDAETAPA

    TrabalhoparaamatriaComunicaoeSociedadeministradapor

    WladimirGramacho,nocursodeComunicaoSocialdaUniversidadedeBraslia.

    FlviaMartins,GustavoGarcia,HenriqueArcoverde,PauloBessoni,RayssaArajo.

    Braslia,2015

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    ANLISESITUACIONAL

    1.TEMAEPBLICO

    Desde o incio da epidemia da AIDS na dcada de 80, o vrus do HIV se

    difundiu de forma bastante rpida. O nmero de pessoas infectadas aumentava

    cada vez mais, e elas logo vinham a falecer, pois nesta poca quase nada era

    conhecido sobre o vrus e nem sobre a forma correta de tratamento. Mais de 60

    milhes de pessoas foram infectadas pelo HIV, passando esta a ser a principal

    causademortalidadenafricaeaquartacausaemtodoomundo.

    Segundo o ltimo boletim publicado, em Genebra, pelo programa das Naes

    Unidas contra a AIDS (UNAIDS) no ano de 2012, so registrados aproximadamente

    14 mil novos casos dirios de infeco pelo HIV, 95% dos quais em pases em

    desenvolvimento. O relatrio indica que mundialmente existem cerca de 34,2

    milhes de pessoas vivendo com o HIV, sendo que, desse total, 30,7 milhes so

    adultos,16,7milhessomulherese3,4milhessomenoresde15anos.

    De acordo com o ltimo Boletim Epidemiolgico publicado pelo Ministrio da

    Sade em 2012, at junho do mesmo ano, o Brasil possua 656.701 casos

    registrados de AIDS (etapa do desenvolvimento do vrus na qual a doena j se

    manifestou), sendo a taxa de incidncia da doena no Brasil de 20,2 casos por 100

    mil habitantes. A regio Sudeste onde existe o maior nmero de casos

    registrados, porm foi a nica regio onde houve uma diminuio na taxa de

    incidncia eram 22,9 e passou para 21 casos por 100 mil habitantes. Nas outras

    regies, cresceu: 27,1 para 30,9 no Sul 9,1 para 20,8 no Norte 14,3 para 17,5 no

    CentroOeste e 7,5 para 13,9 no Nordeste. O nmero de contaminados anualmente

    no pas de em mdia 36 mil novos indivduos, o que sugere grande incidncia do

    vrus.

    A diferena de infectados em relao ao gnero vem diminuindo ao logo dos

    anos. Proporcionalmente, o aumento de casos de AIDS entre mulheres pode ser

    observado mundialmente. A faixa etria onde ocorre mais incidncia do contgio

    de 25 a 49 anos em ambos os sexos, porm, em jovens de 13 a 19 anos, a maioria

    dos contaminados so mulheres, inverso essa apresentada desde 1988. Em 2002,

    foram 191 casos em meninas de 13 a 19 anos de idade, contra 151 casos em

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    rapazes da mesma idade. " importante tambm ressaltar a importncia da varivel

    gnero no campo da preveno da AIDS e nas campanhas de comunicao pblica.

    Um relatrio divulgado em 2002 pela UNAIDS (Programa Conjunto das Naes Uni

    das sobre HIV/AIDS) revelou que o grau de desinformao sobre formas de

    preveno da AIDS na populao entre 15 e 19 anos maior entre meninas do que

    entremeninos"(PORTO,Mauro.2005:1235)

    Em relao aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado

    conhecimento sobre a preveno da AIDS e outras doenas sexualmente

    transmissveis (DST), h tendncia de crescimento de infeco por HIV. Quanto

    forma de transmisso, entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual.

    Nas mulheres, 86,8% dos casos registrados em 2012 decorreram de relaes

    heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 43,5% dos

    casos se deram por relaes heterossexuais, 24,5% por relaes homossexuais e

    7,7% por bissexuais. O restante ocorreu por transmisso via sangue e vertical

    quando a transmisso ocorre a partir de uma infeco ou doena proveniente da

    me para o seu feto no tero ou durante o parto. Apesar de o nmero de casos no

    sexo masculino ainda ser maior entre heterossexuais, a epidemia no pas

    concentrada em grupos populacionais com comportamentos que os expem a um

    risco maior de infeco pelo HIV, como homossexuais, prostitutas e usurios de

    drogas.

    Na populao que possui idade entre 5059 anos foi observado um

    crescimento no nmero de pessoas que esto vivendo com AIDS. Entre 1996 e

    2005, a taxa de incidncia entre os homens passou de 18,2% para 29,8%. J entre

    as mulheres esse nmero foi de 6,0% para 17,3%. Esse aumento tambm foi

    percebido em indivduos com mais de 60 anos. Nos homens, o ndice passou de

    5,9%para8,8%enasmulheres,de1,7%para4,6%.

    Atento a essa realidade, o governo brasileiro tem desenvolvido aes para

    alertar a populao em geral e fortalecer a cultura da preveno na sociedade. A

    distribuio de preservativos no pas, por exemplo, cresceu mais de 45% entre 2010

    e2011(de333milhespara493milhesdeunidades).

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    Listamos abaixo algumas leis e alguns benefcios aos brasileiros infectados

    pelo vrus da HIV, a partir das informaes dispostas pela Legislao Federal da

    Sade,comoexemplo,adoFGTSeoImpostodeRenda:

    SaquedoFundodeGarantiaporTempodeServio(FGTS)

    2208/96 apensado ao 913/91 Permite a movimentao do FGTS na

    hiptesedotrabalhadoreseusdependentesseremportadoresdoHIV

    4343/98 Permite ao titular movimentar a conta vinculada do FGTS caso ele

    ouseusdependentessejamHIVpositivo

    2319/00 apensado ao 1856/99 Dispe sobre a estabilidade de emprego do

    portadordoHIVouAIDS

    2839/00 Autoriza o saque do PIS e PASEP pelos titulares e quando

    dependentesapresentaremAIDS

    3310/00 com apensos 3334/00 3361/00 3371/00 3394/00 4159/01

    4938/01 4977/01 Permite a movimentao do FGTS para tratamento de sade de

    parentesem1graudotitularacometidodaAIDS

    3334/00 Permite ao titular sacar o saldo do FGTS para tratamento de

    sade de seus descendentes, ascendentes e colaterais at 3 grau acometidos de

    AIDS

    3361/00 Permite ao titular movimentar a conta vinculada do FGTS caso ele

    ouseusdependentessejamHIVpositivos

    3371/00 Permite ao titular movimentar a conta vinculada do FGTS caso ele

    ouseusdependentessejamHIVpositivo11

    3394/00 Cria hiptese de saque do FGTS em casos em que o titular ou

    seus dependentes forem acometidos por doenas e afeces especificadas pela

    listadoMSeTEM

    4058/01DispesobreaestabilidadedeempregodoportadordoHIV

    4938/01 Permite ao titular movimentar a conta vinculada do FGTS caso ele

    ouseusdependentessejampacientesHIVpositivooudedoenaterminal

    4948/01 Permite ao titular movimentar a conta vinculada do FGTS caso ele

    ou seus dependentes sejam HIV positivo, portadores de doena grave, pagamento

    demensalidadeescolareamortizaodefinanciamentodecrditoestudantil

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    4977/01 Permite a movimentao da conta vinculada do FGTS no caso do

    empregadoserHIVpositivoouacometidopordoenascrnicas.

    ImpostodeRenda

    Para efeito de reconhecimento de iseno, a doena deve ser comprovada

    mediante laudo pericial emitido por servio mdico oficial da Unio, dos Estados, do

    DF e dos Municpios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial, no

    caso de doenas passveis de controle.(Lei n 9.250, de 1995, Artigo 30 RIR/1999,

    Artigo 39, Pargrafos 4 e 5 IN SRF n 15, de 2001, Artigo 5, Pargrafos 1 e 2)

    Doenas consideradas graves para fins de iseno So isentos os rendimentos

    relativos aposentadoria, reforma ou penso (inclusive complementaes)

    recebidos por portadores de tuberculose ativa, alienao mental, esclerose mltipla,

    neoplasia maligna, cegueira, hansenase, paralisia irreversvel e incapacitante,

    cardiopatia grave, doena de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia

    grave, estados avanados da doena de Paget (ostete deformante), contaminao

    por radiao, sndrome da imunodeficincia adquirida (AIDS) e fibrose cstica

    (mucoviscidose). (RIR/1999, Artigo 39, Inciso XXXIII IN SRF n 15, de 2001, Artigo

    5, Inciso XII). Os rendimentos recebidos de aposentadoria ou penso, embora

    acumuladamente, no sofrem tributao por fora do disposto na Lei n 7.713, de

    1988, Artigo 6, Inciso XIV, que isenta referidos rendimentos recebidos por portador

    de doena grave. A iseno 12 aplicase aos rendimentos de aposentadoria,

    reforma ou penso, inclusive os recebidos acumuladamente, relativos a perodo

    anteriordataemquefoicontradaamolstiagrave.

    Pblicoalvo

    Diante dos dados e informaes apresentadas, o pblicoalvo da campanha

    foi definido como sendo homens e mulheres, entre 18 a 24 anos, pessoas que no

    viram ou vivenciaram a poca de pico da doena e, apesar de no ser a faixa etria

    mais atingida pela AIDS no Brasil sendo a que mais retira camisinhas, o pblico

    que est entre a maior taxa de crescimento da doena, segundo dados do Ministrio

    da Sade. Este fato vai na contramo do resto do mundo que, segundo a Unaids,

    apresenta queda no nmero de pessoas infectadas nessa faixa etria. um pblico

    que possui maior voz por ser capaz de expandir informaes com maior facilidade

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    devido era digital em que est inserido e se caracteriza por ser considerado

    inconsequente,impulsivoeinatingvelemsituaesderisco.

    importante fazer a ressalva de que, entre 18 e 24 anos, existem diversos

    perfis de jovens. Mesmo assim, decidimos por manter a faixa em funo dos

    boletins epidemiolgicos divulgados pelo Ministrio da Sade, que utiliza esse grupo

    etrio.

    2.ATORESENDGENOSEEXGENOSESTATAISENOESTATAIS

    Como atores endgenos, os profissionais relevantes no tema so os

    jornalistas, publicitrios, produtores e diretores audiovisuais, ou seja, pessoas da

    rea de comunicao que tem grande poder de disseminao das informaes

    sobre a doena e esto envolvidas diretamente com o processo da criao e

    execuo da campanha. O interesse deles manifesto pelo cunho profissional,

    podendo ser influenciado ou no pela causa, dependendo do profissional e de sua

    bagagem social e poltica. Em relao campanha, um dos atores endgenos seria

    a youtuber Jlia Tolezano, mais conhecida em seu canal como Jout Jout, o qual

    possui grande visibilidade atualmente entre o pblico jovem, coincidentemente da

    mesma faixa etria do nosso pblicoalvo, e com poder de persuaso alto devido a

    intimidade e naturalidade que trata assuntos polmicos em seus vdeos. Pode ser

    criada uma parceria com ela para a divulgao de informaes importantes sobre a

    campanha, j que a mesma abre espao para patrocnios e parcerias para contedo

    devdeo.

    Outro ator endgeno seria o vlogueiro PC Siqueira, criador do canal "Mas

    Poxa Vida" no YouTube. PC tem mais de um milho de seguidores no YouTube e,

    alm de comentar fatos do quotidiano, aborda tambm temas mais srios, como

    poltica, economia e temas polmicos da atualidade. A presena de PC Siqueira na

    campanha tambm seria til para alcanar o pblico masculino jovem, com o qual o

    vlogueiropossuibastanteafinidade.

    Como atores exgenos estatais, h a proeminncia do Estado em veiculao

    de campanhas educativas e informativas sobre o tema e seu interesse parte do

    custo em questes de sade relacionado aos tratamentos e consequncias da

    doena, utilizandose principalmente de sermes para alcanar o pblicoalvo. O

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    Estado tem, alm do mais, primazia na obrigao de criar mecanismos de

    conscientizaopopulacionalacercadedoenascontagiosas.

    J como atores exgenos noestatais, existe o trabalho de ONGs como o

    da Associao Brasiliense de Combate Aids Grupo Arcoris que presta ajuda e

    apoio a pessoas portadoras do vrus HIV, doentes ou no, a seus familiares e

    sociedade em geral localizada em Braslia, juntamente com o trabalho de

    organizaes mais extensas como a Organizao Mundial da Sade (OMS), existe

    tambm um programa na rea chamado UNAIDS criado pelas Naes Unidas e no

    Brasil, o Ministrio da Sade Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais

    atuando para buscar melhor opo para quem os procura (porm h falhas em suas

    representaes miditicas pois no existe tanta divulgao, nem uma estratgia de

    comunicaobemelaboradaparaelas).

    3.TIPOSDEPODERSOCIAL

    Para se aproximar do pblico escolhido, pensando nas mudanas

    psicolgicas pessoais ou grupais, vamos usar de poderes sociais que influenciem

    no comportamento, atitude e valores enraizados sobre a doena. Essa mudana

    no vai ser imediata, mas pode ajudar a diminuir os ndices de pessoas doentes

    devidoafaltadeinformao.

    O uso do castigo para apresentar as consequncias e as formas de

    tratamento para a doena, o que gera certa insegurana antes de qualquer atitude

    impulsiva, sem preveno. O uso do referente para causar uma empatia do

    pblico com o assunto tratado, mediante personagem com caractersticas

    semelhantes, no caso, um personagem jovem, com gostos e atitudes parecidas com

    opblicopropostoparaacampanha.

    Para mostrar que a campanha no s "use camisinha", vamos mostrar a

    opinio de um especialista no assunto, uma pessoa que passe segurana no que

    diz e que tem conhecimento, para dar credibilidade a campanha e informaes

    importantesparaaprevenoetratamentodadoena.

    4.ENQUADRAMENTOS:

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    Os efeitos mais comuns produzidos pelos meios de comunicao so os de

    enquadramento de nfase, ou seja, quando se reala um aspecto de um evento em

    detrimento de outro. Os dois principais tipos de enquadramento de nfase so o

    temtico e o episdico. O primeiro, enfatiza o contexto, enquanto o segundo, foca

    noindivduoprotagonistadaao.

    O enquadramento desejvel para nossa campanha exatamente o que j se

    encontra nas campanhas atuais, o de nfase temtico, pois alm de enfatizar o

    contexto, no um caso em especfico, como as campanhas existentes para um

    evento especfico como o Carnaval , contrape pessoas que possuem AIDS e as

    provveis a serem portadoras se tomarem determinada atitude, a qual a

    propaganda, por exemplo, est tentando combater ou incentivar no caso do uso da

    camisinha.

    Alm disso, buscamos enfatizar a mensagem e tentar no comparar as

    pessoas que possuem ou no a doena, engloblas e no exclulas como foco da

    mensagem, pois a ideia apenas fornecer informaes mais completas sobre o

    tema e buscar mudar a atitude do pblicoalvo, nem que seja em pequena

    mudana. Por fim, a escolha por esse tipo de enquadramento se justifica pois ele

    aumenta a responsabilidade da sociedade e do poder pblico sobre o evento ou

    tema.

    5.OBJETIVO

    Buscar que efeitos e como o comportamento das pessoas muda a partir da

    campanha e em relao ao uso de camisinha e suas consequncias caso no haja

    o uso de forma mais informativa, com dados sobre o tratamento e sobre a ps

    contaminao. Queremos que haja uma mudana de opinio e de comportamento

    porpartedopblicoalvo.

    5.1SEGMENTOFOCAL

    Pensando em um segmento focal que esteja menos preocupado com a

    preveno, j que em muitos casos, a pessoa tem o conhecimento da doena, de

    que o uso de preservativos diminui as chances de contrala, mas mesmo assim no

    a utilizam, muitas vezes por inteno ou por um dos parceiros no a ter no momento

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    do ato, vamos focar no pblico jovem, homens e mulheres, entre 18 e 24 anos, que

    j possuem uma noo de preveno e de sexo seguro, mas no possuem

    informaes mais detalhadas e completas para o caso de contrairem a doena. A

    campanha engloba ambos os sexos porque os homens so os mais atingidos pela

    AIDS, porm queremos dividir a responsabilidade da segurana do ato de forma

    igualitria entre os gneros e direcionar as campanhas para o pblico feminino para

    que estas sejam referncias para os homens, buscando influenciar o pblico que

    mais afetado de forma indireta e ampliando tambm, o nvel da informao entre o

    pblicoemgeral.

    5.2COMPORTAMENTOFOCALDACAMPANHA

    Os jovens so os que mais retiram preservativos no Sistema nico de Sade

    (37%) e os que se previnem mais, apesar do pensamento de intocveis constatado

    pela anlise situacional e pelo comportamento do pblico em relao ao tema. O

    modelo matemtico, calculado a partir dos dados da Pesquisa de Conhecimentos,

    Atitudes e Prticas (PCAP) de 2008, mostra que quanto maior o acesso camisinha

    no SUS, maior o uso do insumo. Segundo o estudo, houve uma diminuio na taxa

    demortalidade.

    Em 2002, era de 6,3 por 100 mil habitantes, passando para 5,6 em 2011

    queda de aproximadamente 12%. Se comparado regionalmente, verificase que o

    Sudeste apresenta um comportamento semelhante, enquanto que as regies

    Nordeste, Norte e Sul apresentam uma tendncia em crescimento. J na regio

    CentroOesteencontraseestvel.

    O ltimo boletim traz ainda dados comportamentais. Quanto menor a

    escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vrus da AIDS (prevalncia de

    0,17% entre os 10 meninos com ensino fundamental incompleto e 0,10% entre os

    que tm ensino fundamental completo). O resultado positivo para o HIV est

    relacionado, principalmente, ao nmero de parcerias quanto mais parceiros, maior

    avulnerabilidade.

    5.3MODELOCAUSAL

  • 9

    As barreiras existentes so o comportamento focal na questo que envolve

    o pblico que mais retira camisinha no sistema de sade, porm o mais atingido

    pela doena , a desinformao, uma vez que o comportamento analisado no ltimo

    boletim foi de que a escolaridade afeta no percentual infectado e a existncia do

    pensamento de achar que as pessoas vo viver bem com a doena porque h um

    tratamentoconsideradoeficaztambmconsideradoumobstculo.

    J os incentivos existentes so os dados em crescimento que apontam a

    necessidade da campanha, as campanhas j veiculadas pelo governo com forte

    enfse na precauo, a existncia de ONG's que oferecem auxlio no tratamento e

    no preconceito sofrido por soropositivos, alm de apoio aos seus familiares e o SUS

    quedisponibilizaotratamentoadequado.

    ACAMPANHADECOMUNICAO

    1. ESTRATGIA

    1.1 A campanha usar efeitos diretos, indiretos e/ou contextuais? Por

    qu?

    Diretos, porque o pblico que gostaramos de atingir so os atores da relao

    que correm o risco de adquirir a AIDS. Alm disso, haver a divulgao e

    conscientizao por meio de informaes relevantes para o tratamento da doena e

    uma pequena mudana em atitudes sobre a responsabilidade envolvendo ambos os

    sexosquantoaprevenonahoradarelao.

    Pensando na estratgia e aps as discusses em sala de aula, percebemos

    que o pblico focal precisava ser mais segmentado ainda, alm de enfatizar a

    distribuionahoradaprevenoparaambososparceiros.

    Comisso,nossopublicofocalagorasojovens,de18a24anos.

    1.2 A campanha estar baseada na preveno e/ou na promoo? Por

    qu?

    A campanha ser baseada na preveno e na promoo do tratamento e de

    informaes mais cruciais relacionadas a como proceder aps adquirir a doena.

  • 10

    Porque h pouca informao sobre os efeitos e os tratamentos recorrentes e

    disponveis para a doena e no caso da preveno, a linha seria a j utilizada pelo

    governo porm com o diferencial em estimular a responsabilidade de todos os

    envolvidos nas relaes, independente de gnero, pois foi constatado que a

    camisinha masculina mais divulgada e incentivada a uso do que a camisinha

    feminina devido a praticidade e seu baixo custo. Porm, consta, a partir da anlise

    situacional e das referncias pesquisadas, que o pblico feminino no tem a mesma

    noo de responsabilidade em possuir a camisinha feminina ou no na situao

    de relao, assim como as informaes mais aprofundadas para um sexo seguro

    comoopblicodesexomasculino.

    1.3 A campanha estar baseada em informao e/ou persuaso? Por

    qu?

    Estar embasada em ambos. Porque buscamos informar sobre os

    tratamentos disponveis e tambm fazer pequena mudana de comportamento no

    que se refere a possuir a camisinha para uma relao segura e em convencer que a

    responsabilidade da preveno e do cuidado de ambos os sexos, ambos os

    parceiros.

    1.4 Qual ser a relao desejada entre as agendas miditica, poltica e

    pblica?

    As campanhas do governo e as lanadas em poca do Carnaval, em sua grande

    maioria, tem o objetivo de incentivar o uso da camisinha, mas no tratam nada a

    doena e seu tratamento em si. Aps estudo das referncias e anlise situacional

    sobreotema,percebeuseopossvelmotivodetalao.

    Desejase acrescentar s informaes j divulgadas atualmente, maiores

    informaes sobre as consequncias, efeitos e tratamentos possveis para a doena

    e colocar como foco das campanhas tambm a mulher, de forma igualitria com o

    homemnopapeldepossuiracamisinhanahoradarelaosexual.

    2.DESENHO

  • 11

    2.1 Quais so as caractersticas desejadas da(s) mensagem(ns)

    central(is)?Porqu?

    A responsabilidade da proteo da sua sade e de um sexo seguro

    responsabilidade de ambos os gneros. A camisinha feminina pode ser menos

    prtica e mais cara do que a masculina, porm no h desculpa para no se manter

    prevenido da doena. A mulher pode carregar uma camisinha masculina consigo,

    assim como o homem deve fazer. A conscientizao deve partir de todos os

    envolvidos na relao. A importncia dessa mensagem surge a partir da anlise de

    dados, onde blogs femininos no discorriam sobre o tema da mesma forma que os

    masculinos, era sempre uma linguagem mais superficial e notouse a necessidade

    de informao. Alm disso, buscase influenciar o maior pblico atingido por meio

    do pblico feminino, estimulando a sua conscincia sobre a preveno e

    influenciando o pblico masculino a utilizar efetivamente o produto para prevenirse.

    Juntamente com isso, podese alterar o cenrio da mulher em campanhas, sem o

    apelosexualqueenvolvidoaotemaeaognero.

    2.2Quaissooscanaisdacampanha?Porqu?

    So campanhas especificamente em redes sociais, como Facebook, Twitter e

    Instagram possveis de serem criados hashtags para aumentar o compartilhamento

    da ideia e possivelmente algo pensado para o Snapchat, pois pouco explorado por

    campanhas apesar de ter um pblico considervel. Segundo o criador do aplicativo,

    Evan Spiegel, o Snapchat est presente em cerca de 10% dos smartphones do

    Brasil, ao todo so cerca de 154 milhes de celulares inteligentes no pas, de

    acordo com estudo divulgado em abril deste ano pela FGV. Alm disso, a campanha

    terparticipaesnoYoutubeenoWhatsapp.

    A utilizao da internet e das redes sociais tem como objetivo tentar ampliar o

    impacto da campanha, j que, segundo a PBM, a internet o meio com maior

    afinidade entre o pblico alvo da campanha, 65% dos jovens de 16 a 25 anos se

    conecta todos os dias internet, em mdia 5h51 por semana. Alm disso, a PBM

    mostra que o uso de celulares como forma de acesso internet j compete com o

    uso de computadores e notebooks (66% e 71%, respectivamente). Somado a isso,

  • 12

    92% dos internautas esto conectados por meio de redes sociais, sendo as mais

    utilizadasoFacebook(83%),oWhatsapp(53%)eoYoutube(17%).

    A visibilidade da campanha tambm ser dada pelo canal da Jout Jout

    Prazer, uma de nossos atores endgenos, no qual poder fazer parcerias com o

    governo, acrescentando as campanhas j existentes e interagindo tambm com

    empresas de camisinhas. A aproximao que ela possui com seu pblico e a

    naturalidade que trata de temas mais polmicos, como seria o caso do tema

    proposto, de grande importncia e relevncia para o pblicoalvo e a eficcia da

    campanha.

    2.3 Quais os valoresnotcia potenciais da campanha para os veculos

    relevantes?Porqu?

    Entre os potenciais valoresnotcia que podem ser identificados na campanha

    esto o drama (interesse humano) e o governo (interesse nacional) citados Gislene

    Silva (2005). Alm disso, podemos elencar a proeminncia, citada pela autora, j

    queutilizaremosumreferentefamosocomoatordacampanha.

    Outros valores notcias possveis de serem encontrados em um evento de

    lanamento da campanha, por exemplo, so o do planejamento (o acontecimento

    estar previsto nas pautas das redaes com antecedncia) acesso (facilidades

    logsticas do evento) clareza e dados, j que nossa campanha estar embasadas

    emnmerosdefontesconfiveis.

    Alm deles, o fato de o nmero de infectados com AIDS na faixaetria entre

    15 a 24 anos no Brasil, o que vai de encontro com o resto do mundo, pode se

    encaixar nos valores da negatividade e raridade propostos por Galtung e Ruge

    (1965).

    2.4Quaissoosatoresdacampanha?Porqu?

    Um famoso com quem o pblico jovem se identifique e que fale de temas de

    forma mais aberta, de preferncia com grande empatia com o pblico feminino, pois

    parte da campanha tem foco em mudana de pensamento sobre o tema por parte

    das mulheres. Assim, ganharia maior ateno do pblico e a mensagem seria

    repassada de forma mais descontrada do que as campanhas que acontecem

  • 13

    atualmente com um tom mais conservador, por ser do governo, dando credibilidade

    e entrando na agenda dos jornais, tambm sendo divulgada em mdias tradicionais

    podendo ser visto como feedback do bom desempenho da campanha, inclusive.

    Pensamos na uma jornalista formada, de 24 anos, mas no em atuao, a youtuber

    Jout Jout, que atualmente est ganhando visibilidade por tratar de temas polmicos

    com naturalidade e defender causas como feminismo na internet, alm de falar

    bastante sobre o tema sexo abertamente, sem tabu, ao seu pblico, podendo ser

    umainfluenciadoraparaessegrupoempotencial.

    3.MENSURAODERESULTADOS

    3.1Dequemodoserpossvelmensurarosresultadosdacampanha?

    Vo ser mensurados a partir das redes sociais, as curtidas,

    compartilhamentos e o prprio clculo da ferramenta de alcance gerado pela rede

    social para analisar a divulgao e alcance de pblico da campanha. Alm disso,

    mediremos o resultado real a partir dos boletins epidemiolgicos divulgados

    anualmente pelo Ministrio da Sade, para saber se houve alguma diferena

    significativa pscampanha. Pode medir tambm viaacesso de sites do governo

    sobreoassuntotambmcomoositedaUNAIDS,doMinistriodaSade.

    De acordo com McGuire, na Teoria de Persuaso, as variveis de estmulo

    aplicadas nessa campanha seriam uma fonte com credibilidade, pois a mensagem

    importante e precisa ser absorvida pelo pblico, atrativa para acontecer a empatia

    entre o pblico e o ator da campanha, no caso A mensagem seria com apelo mais

    emocional, para atrair mais o pblico O canal ter caractersticas verbais,

    imagticas para ter maior nvel de envolvimento com a pea criada O Receptor

    seria o segmento focal, no qual as caractersticas principais j foram citadas nesse

    documento, o nvel de envolvimento desse grupo com o tema extremamente alto,

    uma vez que nessa idade sugerese vida sexual ativa e o Objetivo, quinta varivel

    exposta por McGuire, alcanar o maior nmero de jovens, mudar ao menos um

    pouco o pensamento deles sobre o tema e comportamento em relao a aquisio

  • 14

    de camisinhas junto com a responsabilidade do ato. A campanha visa essa

    mudana a longo prazo, uma vez que a curto prazo j trabalhado pelo governo

    empocadeCarnaval,porexemplo.

    As variveis de resposta que se enquadram na campanha, segundo

    apresentadas pelo mesmo autor, podem ser doze tipos e dentre elas, a ateno, o

    interesse, a compreenso, o aprendizado, a reao e a deciso se encaixam na

    campanhaqueestsendoplanejada.

    3.2 Quais as vantagens e desvantagens da tcnica de mensurao

    escolhida?

    As vantagens so a praticidade na questo da rede social, onde a

    mensurao feita por mquina e de acordo com o que acontece no ambiente

    virtual, de forma mais segura e ampla. Alm disso, o boletim epidemiolgico

    divulgadoanualmente.

    As desvantagens so que o boletim epidemiolgico demora na divulgao de

    seusresultados.

    REFERNCIAS

    Documentosutilizados:

    AGUIAR, Alessandra SERRAT, Camila GUERSEL, Giovanna SABIONI,

    Marina MACHADO, Sofia. Associao Brasiliense de Combate Aids Grupo

    Arcoris. 2015, Trabalho da Faculdade de Comunicao da UnB para a matria

    InstrumentosdaComunicaoOrganizacional.

    GALTUNG, Johan RUGE, Mari Holmboe. The structure of foreign news

    the presentation of the Congo, Cuba and Cyprus Crises in four Norwegian

    newspapers.Journalofpeaceresearch,v.2,n.1,p.6490,1965.

    SILVA, Gislene. Para pensar critrios de noticiabilidade. Estudos em

    jornalismoemdia,v.2,n.1,2005.

  • 15

    PORTO, Mauro. Lutando contra a AIDS entre meninas adolescentes: os

    efeitos da Campanha de Carnaval de 2003 do Ministrio da Sade do Brasil.

    Cad.SadePblica,RiodeJaneiro,21(4):12341243,julago,2005.

    Sitesvisitados:

    http://www.unaids.org.br/sobre_aids/sobre_aids.asp

    http://www.aids.gov.br/noticia/2012/aidsnomundodotrabalho

    http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/listadepesquisasquantitativase

    qualitativasdecontratosatuais/pesquisabrasileirademidiapbm2015.pdf

    http://eaesp.fgvsp.br/sites/eaesp.fgvsp.br/files/arquivos/pesqtigvcia2015notici

    as.docx

    http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2013/55559/_p_b

    oletim_2013_internet_pdf_p__51315.pdf

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0305/pdfs/IS25(3)089.pdf