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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE LINGUAGENS DEPARTAMENTO DE LETRAS CURSO DE LETRAS PAULO MARCOS FERREIRA ANDRADE LIETRATURA BRASILEIRA ATIVIDADE AVALIATIVA 01

ANÁlLISE DO 03 DE O CORTIÇO

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ANÁlLISE DO 03 DE O CORTIÇO

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE LINGUAGENS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

CURSO DE LETRAS

PAULO MARCOS FERREIRA ANDRADE

LIETRATURA BRASILEIRAATIVIDADE AVALIATIVA 01Barra do Bugres, MT.

2015LEITURA DO CAPTULO 03 DE O CORTIO

1. Leia, no manual, as explicaes sobre objetivismo e impassibilidade; observe as descries das personagens e do espao e verifique se isso se concretiza. A seguir, produza um pequeno texto a respeito, com exemplos. (10)O objetivismo pode ser elucidado na obras Realistas e Naturalistas pelo fato de o discurso narrativo ou descritivo assumirem de forma intencional a exatido e a verdade explcita. Trata-se de uma linguagem sem mascaramentos e por sua vez sem influncia verossmil, sensorial e o mais prxima possvel da realidade, evidenciando a verdade lrica de forma detalhista e objetiva. Para aproximar sua busca a do cientista o autor busca encarar os fato com objetivismo e impessoalidade, sem expressar sua opinio sobre os fatos ou personagens, preocupa-se prioritariamente em registrar a realidade ao invs de idealiz-la. Esta forma como o autor se posiciona com relao ao enredo e a ao das personagens que se denomina de impassibilidade. Assim este assume uma posio de afastamento e neutralidade o que o possibilita falar ou descrever de forma descomprometida sobre as personagens, sem nenhuma preocupao. A narrativa extremamente cronolgica e a sempre aparentando a relao causa e efeito, ou seja, uma ao sempre tem haver com outra, nunca sem objetivo. Neste tipo de produo, os passos da personagem so minuciosamente descrito e sempre tem um motivo que o caracteriza. Isso fica evidente na forma como Azevedo (p.18) descreve o amanhecer no cortio:Entretanto, das portas surgiam cabeas congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; comeavam as xcaras a tilintar; o cheiro quente do caf aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons dias; reatavam -se conversas interrompidas noite; a pequenada c fora traquinava j, e l dentro das casas vinham choros abafados de crianas que ainda no andam.Percebe-se que o autor preocupa-se em descrever os fatos aproximando o leitor o mximo possvel da realidade, todavia se mostra neutro indiferente s condies ou situaes da trama que envolve cada uma delas. Observa-se a partir do fragmento que os detalhes mais peculiares so abordados, como se o retrato do cortio estivesse sendo descrito, o que na verdade o .2. Explique os tipos de metfora: antropomorfizao e zoomorfizao, a partir de exemplos do texto. (10)

A antropomorfizao forma com que o autor atribui qualidades, atitudes ou outras caractersticas humanas aos animais ou objetos, como se observa nos seguintes fragmentos que abre o captulo trs de o O Cortio de Aluizio de Azevedo:Eram cinco horas da manh e o cortio acordava, abrindo, no os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.

... dissolvendo-se luz loura e tenra da aurora...As pedras do cho, esbranquiadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulaes de espumas secas.No caso da zoomorfizao o autor influenciado pelo Darwinismo, no pensamento de que o homem produto do meio e regido pelas mesmas leis que regem todos os animais. Assim busca-se atravs desta metfora aproximar homem e animais a partir de semelhanas.Da a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomerao tumultuosa de machos e fmea.As mulheres precisavam j prender as saias entre as coxas para no as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braos e do pescoo, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses no se preocupavam em no molhar o plo, ao contrrio metiam a cabea bem debaixo da gua e esfregavam com fora as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mo.O zunzum chegava ao seu apogeu.Nada mais foi preciso do que o seu primeiro guincho estridente e gutural... ( referindo-se ao homem das sardinhas.E, enquanto, no resto da fileira, a Machona, a Augusta, a Leocdia, a Bruxa, a Marciana e sua filha conversavam de tina a tina, berrando e quase sem se ouvirem...Ao lado, na casinha de pasto, a Bertoleza, de saias arrepanhadas no quadril, o cachao grosso e negro, reluzindo de suor, ia e vinha de uma panela outra, fazendo pratos.3. O que predomina no captulo, narrao ou descrio? Argumente, utilizando- se de passagens de Azevedo. (10) Embora o texto seja do gnero narrativo- descritivo, predominante a linguagem descritiva, seja de fatos, pessoas, objetos e lugares. O texto descritivo ajuda o autor a aproximar a aproximar o leitor da realidade, essa , pois uma caracterstica do objetivismo. Como se v nos seguintes fragmentos do capitulo trs de o Cortio de Aluizio de Azevedo:Descrio de fatos:Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolncia de neblina as derradeiras notas da ultima guitarra da noite antecedente, dissolvendo -se luz loura e tenra da aurora,que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.Descrio de pessoas:

Era um portugus de seus trinta e cinco a quarenta anos, alto, espadado, barbas speras, cabelos pretos e maltratados caindo-lhe sobre a testa, por debaixo de um chapu de feltro ordinrio: pescoo de touro e cara de Hrcules, na qual os olhos, todavia, humildes como os olhos de um boi de canga, exprimiam tranqila bondade.Descrio de objetos:

A roupa lavada, que ficara de vspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabo ordinrio. As pedras do cho, esbranquiadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulaes de espumas secasDescrio de lugares:

Estavam em dezembro e o dia era ardente. A grama dos coradouros tinha reflexos esmeraldinos; as paredes que davam frente ao Nascente, caiadinhas de novo, reverberavam iluminadas, ofuscando a vista.Referncias bibliogrficas

Abdala Junior, Benjamim. Introduo anlise da narrativa. So Paulo: Scipione, 1995AZEVEDO, Aluizio. O Cortio. Disponvel em domnio pblico acessado em 08/06/2015.BOSI. Alfredo. Histria concisa da literatura brasileira.44.ed. So Paulo: Cultix, 2004.