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3. Anatomia do Periodonto Periodonto - Proteção Gengiva - Sustentação Ligamento Periodontal Osso Alveolar Cemento radicular Mucosa Bucal - Tipos: Mucosa mastigatória (ou queratinizada) : mucosa palatina e da gengiva, queratinizada, fazem parte do processo de formação do bolo alimentar. *tecidos em constante atrito ou estímulo respondem a eles ficando mais espessas (mais queratina). Mucosa especializada : reveste o dorso da língua – papilas gustativas (fungiforme, circunvaladas), e também parte do vermelho dos lábios. *numa mesma papila há diferenciação dos diferentes tipos de sabores, então aquela história de que a língua pode ser dividida em sensação de sabores está desatualizada. Mucosa de revestimento : que reveste o restante da cavidade bucal (mucosa jugal, ventre da língua e assoalho bucal, mucosa alveolar, lábios). Não tem queratina – as células possuem o seu núcleo. Tecido estratificado pavimentoso não queratinizado. Gengiva Parte da mucosa mastigatória que recobre o osso alveolar e circunda a porção cervical dos dentes. (LINDHE, p.1- 38, 1988) *A gengiva forma uma “cinta” ao redor dos dentes e existe em função da presença deles. Depois da perda dentária, onde existia gengiva passa a ter apenas uma mucosa mastigatória, pois a gengiva é um tecido complexo e cheio de características, essas que se perdem com a ausência dos dentes. *A gengiva pode ser subdividida em duas partes: Gengiva Inserida: Aderida ao dente. Gengiva Livre: Está justaposta ao dente. 1

Anatomia Do Period on To

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Page 1: Anatomia Do Period on To

3. Anatomia do Periodonto Periodonto - Proteção

Gengiva- Sustentação

Ligamento Periodontal Osso Alveolar Cemento radicular

Mucosa Bucal - Tipos:

Mucosa mastigatória (ou queratinizada): mucosa palatina e da gengiva, queratinizada, fazem parte do processo de formação do bolo alimentar.

*tecidos em constante atrito ou estímulo respondem a eles ficando mais espessas (mais queratina).

Mucosa especializada: reveste o dorso da língua – papilas gustativas (fungiforme, circunvaladas), e também parte do vermelho dos lábios.

*numa mesma papila há diferenciação dos diferentes tipos de sabores, então aquela história de que a língua pode ser dividida em sensação de sabores está desatualizada.

Mucosa de revestimento: que reveste o restante da cavidade bucal (mucosa jugal, ventre da língua e assoalho bucal, mucosa alveolar, lábios). Não tem queratina – as células possuem o seu núcleo. Tecido estratificado pavimentoso não queratinizado.

Gengiva Parte da mucosa mastigatória que recobre o osso alveolar e circunda a porção

cervical dos dentes. (LINDHE, p.1- 38, 1988)*A gengiva forma uma “cinta” ao redor dos dentes e existe em função da

presença deles. Depois da perda dentária, onde existia gengiva passa a ter apenas uma mucosa mastigatória, pois a gengiva é um tecido complexo e cheio de características, essas que se perdem com a ausência dos dentes.

*A gengiva pode ser subdividida em duas partes:Gengiva Inserida: Aderida ao dente.Gengiva Livre: Está justaposta ao dente.

Características Macroscópicas da Gengiva- Mucosa queratinizada (células perdem o núcleo formando e formam a camada córnea).- Margem gengival livre.- Sulco marginal (ranhura gengival).- Gengiva inserida (fibras colágenas).- Junção muco gengival.- Sulco interdental.- Papila Interdental.- Sulco gengival.

Limites Anatômicos da Gengiva

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Coloração dos TecidosRosa claro – queratinizado, esse tecido tem essa coloração, pois com a camada

de queratina não dá pra ver os vasos, p.ex. mucosa mastigatória.Vermelha – não queratinizado, p.ex. mucosa alveolar.*Não devemos usar como regra ou base no diagnóstico a coloração gengival,

porque, por exemplo, uma pessoa fumante poderá ter uma gengiva com aparência saudável, isso ocorre devido ao estímulo constante (fumaça quente), que levará a produção de queratina, fazendo com que a gengiva fique rosa bem claro.

Gengiva Marginal- Conhecida como gengival livre. Inclui a papila interdentária estendendo da

margem gengival em direção apical até a ranhura gengival ou sulco gengival livre.- Forma um colar ao redor dos dentes.* A gengiva marginal livre tem altura variável de 0,5 a 1,0 mm e é responsável

pela parede mole do sulco gengival. Na sua continuidade ao espaço interdental, forma as papilas interdentárias ou interproximais.

Sulco Gengival- Formado pela Gengiva Marginal limitado pelo Epitélio Sulcular e pelo dente.- Profundidade clínica – sulco normal – 1 a 3mm.- Profundidade histológica – 0,5 – 1,5mm.*A sondagem clínica é diferente da histológica, principalmente na presença de

inflamação, pois há degeneração do tecido conjuntivo, facilitando a penetração da sonda nesse conjuntivo, aumentando a profundidade de sondagem clínica. E também aumenta a presença de sangramento, pois nesse conjuntivo, devido à inflamação, existem inúmeros vasos sanguíneos. Mesmo que não haja inflamação a sondagem clínica será maior, pelo fato da sonda romper as primeiras células do epitélio juncional.

Ranhura GengivalMarca o final da Gengiva Marginal ou livre e o início da Gengiva Inserida.Em aproximadamente 50% da população encontramos a ranhura gengival,

separando a gengiva marginal livre da gengiva inserida. Esta ranhura tende ao desaparecimento com o avançar da idade.

Mucosa PeriimplantarSondagem Periimplantar

- Sondagem na região periimplantar causa compressão e deslocamento lateral da mucosa;

- Profundidade de Sondagem maior que a sondagem em dentes;- Distância em a ponta e crista óssea em implantes = 0,2mm (dentes = 1,2mm);*implantes não devem ser sondados com freqüência, ou melhor, só devem ser

sondados caso haja algumas evidências, porque com qualquer força maior aplicada se pode tocar o osso com a sonda, e com isso gerar uma resposta inflamatória óssea e conseqüente reabsorção do osso alveolar.

Dente X Implante

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Papila Interdental- Abaixo do ponto de contato dos dentes.- Dentes posteriores 2 papilas separadas por uma depressão.- Col (união epitelial das papilas vestibulares e linguais/palatinas): não

queratinizado, susceptível a substâncias tóxicas e trauma físico. Local mais freqüente para o início da D.P.

*Por que o COL não é queratinizado? Pelo fato dele estar protegido pelo ponto de contato, impedindo que o alimento entre em contato com ele, e sem estímulo não tem resposta (formação de queratina).

Ele não é mais susceptível a D.P. pelo fato da não queratinização, mas sim por estar localizado numa região de difícil queratinização – região interdental, tendo mais acúmulo de placa nessa região maior prevalência de inflamação gengival.

Mucosa Queratinizada- Cor rosa claro.- Pigmentação melânica.- Aspecto pontilhado. *- Variações na largura.- Contorno festonado ao redor dos dentes.- Consistência firme.

Ausência- Dificulta a higienização;

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- Mais susceptível à recessão quando associada à placa;- Resposta inflamatória - término protético subgengival ou certos movimentos

ortodônticos.*Aspecto Pontilhado da gengiva

Dá se pelas projeções do epitélio (interdigitações) no tecido conjuntivo para aumentar a irrigação sanguínea maior nutrição.Epitélio Gengival

Epitélio Bucal- Proteção.- Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado.- 4 camadas básicas (basal, espinhosa, granulosa e córnea).- Proliferação e maturação.

SCHROEDER & THEILADE, J. Periodont. Res., 1:95-119, 1966

Estratos do Epitélio BucalQUERATINIZADO

- Estrato basal;- Estrato espinhoso;- Estrato granuloso;- Estrato córneo.

NÃO QUERATINIZADO- Estrato basal;- Estrato espinhoso;- Estrato intermediário;- Estrato superficial.

Epitélio Bucal- Queratinócitos.- Melanócitos.- Langerhans.- Merkel.

Epitélio SulcularCaracterísticas

- Extensão do epitélio bucal.- Epitélio estratificado pavimentoso.- Parede lateral do sulco gengival.- Limites: Apical – epitélio juncional; Lateral – dente; coronário – cavidade

bucal.- Não existe aderência com o elemento dental.- Estratos: Basal, espinhoso, intermediário e superficial.

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- Queratinização não é continua.- Espaços intercelulares pequenos.- Migração leucocitária rara.- Células inflamatórias não são encontradas com freqüência.

HASSEL, Periodontol. 2000, 3:9-38, 1993

Epitélio JuncionalCaracterísticas

- Proteção, forma um colar ao redor dos dentes.- Pavimento não estratificado.- Aderência epitelial - Inserção entre o epitélio e o dente (lâmina basal e

hemidesmossomas).- Maior na porção coronal - 20 a 30 camadas; 1 a 2 camadas na parte + apical.- Interdigitação celular menor.- Pode possuir aproximadamente 1,0 – 1,5mm no sentido apical - coronal.- Estrato basal – células cúbicas ao lado da lamina própria e estrato supra-basal,

células achatadas com o longo eixo paralelo ao dente.- Migração de leucócitos.- Camadas espinhosa, granulosa e córnea ausentes.- Espaços intercelulares amplos (passagem de células e fluído gengival).- Alto grau de renovação– 4 a 6 dias (“turnover”).- Na perda de inserção ocorre migração para apical do epitélio juncional longo.

Formação

Mecanismos de Defesa- Rápida divisão;- Anatomia do epitélio dificulta a invasão bacteriana;- Membrana basal externa: barreira contra a invasão bacteriana;- Substâncias antimicrobianas;- Produção de citocinas.

Pöllänen et al. Periodontol. 2000, 31:12-31, 2003

Fluído Gengival- Contém os componentes do plasma;- Sulco saudável - quantidade pequena;- Inflamação - fluxo aumentado;- Passa através do EJ.

Tecido Conjuntivo GengivalLâmina PrópriaDuas Camadas

- Camada papilar (subjacente ao epitélio).- Camada reticular (adjacente ao periósteo).

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Composição- Fibras colágenas- 60 à 65%.- Elementos vasculares- 35%.- Fibroblastos- 5%.- Outras células- 3%.

MATRIZ EXTRACELULAR

Um meio complexo, dinâmico e interativo que reúne proteínas e que pode regular a expressão genética da célula.

MARIOTTI, Periodontol. 2000, 3:39-63, 1993

Fibras Gengivais- Colágenas.- Reticulares.- Oxitalânicas.

FIBRAS GENGIVAIS

LIGAMENTO GENGIVAL- Cinco grupos principais.- Seis grupos secundários.

HASSEL, Periodontol. 2000, 3:9-38, 1993

Fibras Gengivais

Vascularização- Arteríolas supraperióstica: Por V. e L. do osso alveolar.- Vasos do ligamento periodontal: Dentro da gengiva e se anastomosam com

capilares da área do sulco.- Arteríolas que emergem do septo interdentário: // a crista óssea.

CementoTecido conjuntivo calcificado, semelhante ao osso alveolar que recobre a

superfície radicular fornecendo ancoragem para as fibras do ligamento periodontal.NEIDERS, et al., J. Dent. Res., 51:122, 1972

Desenvolvimento- Cementogênese – coincide com o início da formação radicular;- Inicialmente – deposição de uma fina camada hialina oriundo da bainha

epitelial de Hertwig e do ectomesênquima do folículo dentário;- Fragmentação da bainha epitelial de Hertwig;- Células ectomesenquimais se diferenciam e secretam a matriz orgânica do

cemento;- Formação do cemento ocorre por aposição.

KATCHBURIAN & ARANA, 1999

Funções- Fornece ancoragem do dente em seu alvéolo.- Participa da manutenção das relações oclusais.

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- Reparação de fraturas.- Selamento apical.- Proteção dos túbulos dentinários subjacentes.

CARRANZA, 7o ed., p.40-8, 1992

Classificação- Período de formação:

- Primário- Secundário

- Presença de células na matriz:- Acelular- Celular

- Origem das fibras:- Intrínsecas- Extrínsecas.

Tipos de Cemento:- Cemento acelular afibrilar (CAA).- Cemento acelular de fibras intrínsecas (CAFI);- Cemento acelular de fibras extrínsecas (CAFE);- Cemento celular de fibras intrínsecas (CCFI);- Cemento celular de fibras mistas (CSCFM);

Cemento Acelular Afibrilar (CAA);- Tipo de cemento primário;- Limitado a superfície do esmalte;- Não tem função na inserção;- Fragmentos isolados (ilhas e esporas de cemento);- Anomalia de desenvolvimento – rupturas locais do epitélio reduzido do esmalte.

Cemento Acelular de Fibras Intrínsecas (CAFI)- Tipo de cemento primário;- Ocorre antes da formação do ligamento periodontal;- Colágeno considerado intrínseco;- Após 10-20µm de formação ocorre a formação a inserção das fibras extrínsecas.

Cemento Acelular de Fibras Extrínsecas (CAFE)- Tipo de cemento primário;- Mineralização da matriz;- Porção cervical – recobre 2/3 da raiz;- Cervical – 50µm aumenta em sentido apical (200µm);- Não há matriz cementóide;

Cemento Celular de Fibras Intrínsecas (CCFI)- Cemento secundário;- Células incorporadas a matriz;- Presente nas regiões apicais e interradiculares;- Cementóide está presente.- Presente nos processos de reparação.

Cemento Celular de Fibras Mistas (CSCFM)- Cemento secundário;- Depositados após a formação do ligamento periodontal;- Cementócitos no interior das lacunas;

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- Matriz cementóide;- Mineralização incompleta das fibras de Sharpey- Células incorporadas a matriz;- Presente nas regiões apicais e inter-radiculares;Conteúdo Inorgânico

- Cemento - 45 à 50%.- Osso - 65%.- Esmalte - 97%.- Dentina - 70%.

Cemento- Cementoblastos.- Cementócitos.- Fibras de Sharpey.- Fibras da matriz cementóide.- Substância interfibrilar glicoproteica.- Deposição contínua.

Cemento- Porção + apical e furcas – 150 à 200µm.- Porção + coronária - 16 à 60µm.- Aumenta com a idade.

CARRANZA, 7o ed.,p.40-8, 1992

CementoQuando recoberto por placa bacteriana torna-se contaminado, podendo absorver

toxinas bacterianas. Irregularidades contribuem para a dificuldade da remoção do cálculo

subgengival.- Não contém vasos;- Sem inervação;- Normalmente não sofre reabsorção ou remodelação fisiológica, embora seja

possível em intensidade pequena;- Crescimento contínuo ao longo da vida.

Ligamento PeriodontalTambém chamado de membrana periodontal, trata-se de um tecido conjuntivo

frouxo que circunda as raízes dos dentes e une o cemento ao osso alveolar.Espaço de 0,17 à 0,24mm entre o cemento que recobre a raiz e o osso alveolar.

Desenvolvimento- Fibroblastos: células ectomesenquimais do folículo dentário;- Formação simultânea com o cemento.

Fibras- Cristo-Alveolares.- Horizontais.- Oblíquas.- Apicais.- Inter-Radiculares.- Secundárias.

Elementos Celulares -Fibroblastos-Células endoteliais-Cementoblastos-Osteoblastos

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-Osteoclastos-Macrófagos-Restos epiteliais de Malassez.

Ligamento Periodontal- Sistema sangüíneo.- Sistema linfático.- Sistema nervoso.

Elementos Celulares do Ligamento PeriodontalRestos Epiteliais de Malassez

- Conjunto de células epiteliais presentes no ligamento periodontal,- Não são grupos celulares isolados, apresentam um arranjo semelhante ao uma rede;

Funções- Inserção dos dentes ao alvéolo.- Transmissão de forças oclusais p/ o osso.- Resistência ao impacto de forças oclusais.- Proteção de vasos e nervos.- Formação e reabsorção de cemento e osso.- Nutrição para o cemento e osso.- Sensibilidade proprioceptora.

Mucosa Periimplantar- Principal diferença entre dentes e implantes é devido a presença do cemento radicular;- Fibras conjuntivas orientam-se em direção paralela aos implantes;- Zona de inserção com o implante possuem mais colágeno que fibroblastos;- Suprimento vascular origina-se unicamente dos vasos sanguíneos.

supraperiostal.

Osso AlveolarRepresenta uma extensão da mandíbula e maxila, desenvolvem-se em conjunto

com a erupção dos dentes e são reabsorvidos com a perda do mesmo.Osso alveolar propriamente dito.

Lâmina dura ou placa cribiforme (0,1-0,4 mm).FEDI Jr. & VERNINO, 3º ed. p.1-112, 1995

Funções- Ancoragem do dente no alvéolo;- Absorção e distribuição das forças oclusais.

Composição- Elementos celulares: Osteócitos, Osteoblastos, Osteoclastos.- Matriz orgânica (osteóides): colágeno tipo I – 90%.- Matriz inorgânica: hidroxiapatita – 65 à 70% da estrutura óssea.

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