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ANÁLISE COMPUTACIONAL DE PARÂMETROS DE OPERAÇÃO DE TROCADORES DE CALOR DO TIPO CIRCUITO IMPRESSO Ian Conde Collares Orientador: Prof. Carolina Palma Naveira Cotta RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL FEVEREIRO DE 2019 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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ANÁLISE COMPUTACIONAL DE PARÂMETROS DE OPERAÇÃO DE

TROCADORES DE CALOR DO TIPO CIRCUITO IMPRESSO

Ian Conde Collares

Orientador:

Prof. Carolina Palma Naveira Cotta

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2019

Projeto de Graduação apresentado

ao Curso de Engenharia Mecânica

da Escola Politécnica, Universidade

Federal do Rio de Janeiro.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

ANÁLISE COMPUTACIONAL DE PARÂMETROS OPERACIONAIS DE TROCADORES DE CALOR TIPO CIRCUITO IMPRESSO

Ian Conde Collares

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof.a Carolina Palma Naveira Cotta, D.Sc

________________________________________________ Prof. Renato Machado Cotta, Ph.D

________________________________________________ Prof. Su Jian, D.Sc

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2019

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Collares, Ian

Análise teórica de parâmetros operacionais de trocadores

de calor tipo circuito impresso / Ian Conde Collares – Rio de

Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2019.

viii, 68 p.: il.; 29,7 cm

Orientador: Carolina Palma Naveira Cotta

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de Engenharia Mecânica, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 67-68.

1. trocador de calor de circuito impresso 2. trocador de calor 3.

impressão 3D 4. Ar 5. Água 6. PCHE. I. Naveira-Cotta, Carolina

Palma. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Engenharia Mecânica. III. Análise teórica de parâmetros

operacionais de trocadores de calor tipo circuito impresso

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AGRADECIMENTOS

Primeiro, gostaria de agradecer aos meus pais Diana e Helier pelo apoio aos

estudos.

Também gostaria de agradecer aos meus amigos, que fizeram parte dessa jornada

para minha formação, especialmente à Ana Carolina que me ofereceu ajuda com as

simulações.

À Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo aprendizado e oportunidades.

Agradeço à minha professora orientadora Carolina Cotta que teve paciência е que

mе ajudou bastante a concluir este trabalho.

Finalmente, agradeço а todos professores dо curso, que foram tão importantes nа

minha vida acadêmica е nо desenvolvimento deste projeto.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

ANÁLISE COMPUTACIONAL DE PARÂMETROS OPERACIONAIS DE

TROCADORES DE CALOR TIPO CIRCUITO IMPRESSO

Ian Conde Collares

Fevereiro/2019

Orientador: Carolina Palma Naveira Cotta

Programa: Engenharia Mecânica

Os Trocadores de Calor de Circuito Impresso têm ganhado espaço na indústria do

petróleo e nuclear por conta de sua excelente performance em condições de alta

temperatura e pressão. Este trabalho busca compreender melhor a operação de um

trocador de calor operando com ar como fluido quente, entrando a 60 graus Célsius,

10 bar e Reynolds entre 4000 e 16000 e água como fluido frio, entrando a 25 graus

Célsius e 1 bar com Reynolds de 675. Os números de Nusselt encontrados variaram

de 22 até 71, enquanto os valores para fator de atrito ficaram dentro do intervalo de

0,117 até 0,128. As simulações apresentadas foram realizadas no ANSYS, utilizando

o modelo SST K-ω.

Palavras chave: trocador de calor de circuito impresso, ar, água, PCHE.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

COMPUTATIONAL ANALYSIS OF THE OPERATIONAL PARÂMETERS OF

PRINTED CIRCUIT HEAT EXCHANGERS

Ian Conde Collares

Fevereiro/2019

Advisor: Carolina Palma Naveira Cotta

Department: Mechanical Engineering

Printed Circuit Heat Exchangers (PCHE) have become popular on the petroleum and

nuclear industry because of its excelent performance in high pressure and temperature

operating conditions. This document aims to better understand the operation of a

PCHE with air as hot fluid, with 10 bar, 60 degrees Celsius and Reynolds between

4000 and 16000 on the inlet, and water as cooling fluid, entering at 1 bar, 25 degrees

Celsius and Reynolds of 675. The Nusselt numbers obtained varied from 22 to 71,

while the Fanning friction factor stayed between 0,117 and 0,128. The shown

simulations were performed with ANSYS, using the model SST K-ω.

Key words: printed circuit heat exchanger, air, water, PCHE

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Sumário

1. Introdução ............................................................................................................ 1

1.1 Objetivos ........................................................................................................ 1

1.2 Motivação ....................................................................................................... 1

1.3 Contextualização ............................................................................................ 2

1.4 Organização do Trabalho ................................................................................... 5

2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................... 6

2.1 Análise Geométrica ............................................................................................ 6

2.1.1 Análise Computacional Geométrica ............................................................. 6

2.2 Análise de Parâmetros de Operação ............................................................... 12

2.2.1 Análise Computacional de Parâmetros de Operação ................................ 12

2.2.2 Análise Experimental de Parâmetros de Operação ................................... 14

3. Modelagem ............................................................................................................ 20

3.1 Relações Básicas ............................................................................................. 20

3.1.1 Relações termodinâmicas .......................................................................... 20

3.1.2 Perda de carga .......................................................................................... 23

3.2 Modelagem Computacional.............................................................................. 24

3.2.1 Transferência de Calor .............................................................................. 24

3.2.2 Mecânica dos Fluidos ................................................................................ 25

3.2.3 Modelo de Turbulência .............................................................................. 27

3.2.4 Configurações ............................................................................................ 29

3.3. Verificação de modelo ..................................................................................... 29

3.4 Estudo de Caso ................................................................................................ 34

3.5 Geometria ........................................................................................................ 38

3.6 Convergência de malha ................................................................................... 40

4. Resultados ............................................................................................................ 48

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5. Conclusão ............................................................................................................. 65

Próximos passos .................................................................................................... 65

6. Bibliografia ............................................................................................................. 67

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1. Introdução

Neste capítulo há um pequeno resumo do trabalho. O mesmo será

contextualizado e serão apresentados sua motivação e seus principais objetivos.

Também serão apresentados os temas abordados e as ferramentas utilizadas para a

realização do estudo.

1.1 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo estudar um tipo muito particular de trocador

de calor: Trocador de Calor de Circuito Impresso. Neste trabalho serão avaliadas as

condições de operação, variando o número de Reynolds de entrada do fluido quente

e espera-se obter uma correlação de número de Nusselt e fator de atrito de Fanning

com o número de Reynolds que faça sentido. O objetivo do trabalho também é servir

de referência para experimentos que podem vir a ser realizados em laboratório.

1.2 Motivação

O presente trabalho faz parte de uma pesquisa realizada pelo laboratório

LabMEMS que engloba simulações e experimentos em Trocadores de Calor de

Circuito Impresso (PCHE). Os PCHE possuem como principais vantagens quando

comparados com trocadores de calor tradicionais do tipo casco tubo: tamanho

compacto, peso reduzido, resistência à altas pressões e temperaturas. Tais

características permitem uma ampla gama de condições de operação, o que

despertou interesse de indústrias petroquímicas, visto que se tratando do cenário

offshore, as restrições de espaço e peso são críticas. A indústria de geração de

energia proveniente de reação nuclear também percebeu grande potencial neste tipo

de trocador e é a motivação da maior parte dos estudos na literatura sobre PCHE.

A PETROBRAS utiliza os PCHE para o serviço de resfriamento de gás metano,

utilizando água como fluido frio, entre os estágios de compressão. No entanto, a

empresa não possui um profundo conhecimento técnico para criticar os equipamentos

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adquiridos no mercado e sugerir alterações na geometria para melhor atender suas

condições de operação específicas. Este trabalho, junto a outros executados pelo

laboratório, se propõe a preencher esse gap.

1.3 Contextualização

Trocadores de calor são utilizados em numerosos setores da sociedade, tendo

aplicações desde pequenos refrigeradores domésticos até grandes plantas nucleares

de geração de energia. Os trocadores de calor podem estar inseridos em um ciclo

termodinâmico, seja este de geração de trabalho, misto ou de refrigeração. Também

podem ser encontrados trocadores de calor isolados de um ciclo termodinâmico, como

no caso de aquecedores elétricos.

Devido à sua capacidade de remover calor de um fluido, os trocadores são

largamente utilizados na indústria, especialmente o modelo Casco-Tubo tradicional.

Dois casos de particular interesse para este trabalho são indústria de geração de

energia proveniente de reação nuclear e a indústria do petróleo.

Figura 1 - Trocador de Calor Casco-Tubo Tradicional. Disponível em <https://www.incase.com.br>

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Em um ciclo térmico de geração de energia proveniente de fonte nuclear,

diversos trocadores de calor são utilizados. Para o caso do trocador de calor

intermediário (HX-1002), que funciona como pré-aquecedor, submetido à condições

extremas de pressão e temperatura, o Trocador de Calor de Circuito Impresso (PCHE)

tem chamado bastante atenção como substituto do trocador casco-tubo tradicional.

Figura 2 - Planta de Usina de geração de Fusão Nuclear

(RICAPITO, P.C et al. 2015)

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Figura 3 - Ilustração de um PCHE. Disponível em: < http://heatexchanger.vpei.com>

Um PCHE é um trocador de calor composto de uma série de placas

empilhadas. Em cada placa são esculpidos diversos canais. Os fluidos quente e frio

passam por esses canais trocando calor um com o outro. É comum se utilizar canais

semi-circulares com diâmetro da ordem de 1 mm. Normalmente temos canais por

onde passam o fluido quente e canais por onde passam o fluido frio intercalados,

potencializando a troca. Este tipo de trocador tem como principais vantagens seu

tamanho compacto e sua alta eficiência de troca térmica. Em contrapartida, este tipo

de trocador oferece grande resistência a passagem dos fluidos, resultando em uma

elevada perda de carga. Este tipo de trocador é conhecido por resistir muito bem a

altas pressões e temperaturas com um design compacto e mais leve que um trocador

casco-tubo tradicional.

Ao observar o desempenho destes trocadores, empresas brasileiras se

interessaram no produto. Ao verificar os estudos na bibliografia a respeito do tipo de

trocador mencionado, encontramos diversos trabalhos da indústria nuclear,

experimentais e computacionais, utilizando o gás Hélio e Dióxido de Carbono como

fluido de troca. No entanto, ao sair da área de geração de energia nuclear,

encontramos muito pouca bibliografia capaz de embasar tecnicamente empresas que

trabalhem com condições de operação diferentes. Um exemplo disso é uma aplicação

deste tipo de trocador na indústria do petróleo: Devido às restrições de peso e espaço,

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este trocador se mostrou uma opção bastante atraente, porém, o entupimento dos

canais do trocador é bastante frequente por conta dos fluidos de trabalho nesta

aplicação. Neste caso, seria interessante avaliar os parâmetros geométricos do

trocador afim de sugerir uma mudança de geometria que reduzisse a ocorrência de

entupimentos. O laboratório se propõe a melhorar esta situação, focando no caso da

indústria do petróleo.

O trabalho se utiliza do método de Volumes Finitos, com o auxílio do

software ANSYS 18.2. A malha foi gerada automaticamente pelo mesmo software. Foi

feita uma modelagem turbulenta utilizando o modelo SST K-ω. As condições de

contorno de entrada foram de velocidade, com temperatura de 60°C para o ar e 25 °C

para a água, enquanto na saída foi estabelecida uma condição de contorno de pressão

constante. Neste momento as propriedades dos fluidos foram consideradas

constantes.

1.4 Organização do Trabalho

No Capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica, onde foram citados os principais

trabalhos que contribuíram para a realização deste projeto e suas contribuições

destacadas. Após o estudo bibliográfico, a necessidade deste trabalho é justificada.

Em seguida, no Capitulo 3, temos uma descrição do problema físico, onde foram

enfatizadas as equações mais relevantes para a solução do problema e o método

utilizado para chegar nos resultados. É feita uma verificação e a convergência de

malha. No Capítulo 4 os resultados são expostos, criticados e comparados com a

literatura. Finalmente, no Capítulo 5, as conclusões são apresentadas e os próximos

passos, na minha concepção, são descritos.

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2. Revisão Bibliográfica

Já foram feitos muitos estudos em trocadores de calor de circuito impresso na

literatura, alguns deles se aproximam um pouco mais do caso de estudo em questão.

Estes serão mencionados neste capítulo e terão sua contribuição destacada.

2.1 Análise Geométrica

Dentro desta seção serão mencionados alguns aspectos geométricos do

trocador de calor e como varia o desempenho do trocador quando estes são alterados.

São eles: Formato da seção transversal e ângulos dos canais.

Os estudos da geometria dos PCHE, na maior parte das vezes, verificam a

alteração dos parâmetros de eficiência do trocador, número de Nusselt e fator de atrito

de Fanning, com a mudança de geometria. Existem infinitas variações possíveis de

configuração geométrica. Ao fazer uma análise, os autores consideram fixos todos os

parâmetros exceto um.

2.1.1 Análise Computacional Geométrica

O documento de LEE, S.M. et al. (2013) Faz uma análise da geometria da

seção transversal, considerando os seguintes casos: semicircular, retangular,

trapezoidal e circular.

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Figura 4 - Seções Transversais LEE, S.M. et al. (2013)

O fator de atrito é definido como:

𝑓 =𝑝𝑖𝑛𝑙𝑒𝑡 − 𝑝𝑜𝑢𝑡𝑙𝑒𝑡

0.5 ∗ 𝜌𝑎𝑣𝑔𝑣𝑎𝑣𝑔2

(1)

A efetividade é definida como:

𝜂 =

𝑇ℎ𝑜𝑡,𝑖𝑛𝑙𝑒𝑡 − 𝑇ℎ𝑜𝑡,𝑜𝑢𝑡𝑙𝑒𝑡

𝑇ℎ𝑜𝑡,𝑖𝑛𝑙𝑒𝑡 − 𝑇𝑐𝑜𝑙𝑑,𝑖𝑛𝑙𝑒𝑡

(2)

O fator j de Colburn é definido como:

𝑗 =

𝑁𝑢

𝑅𝑒𝑃𝑟1/3

(3)

O número de Nusselt foi definido como:

𝑁𝑢 =

𝑞′′𝐷ℎ

𝑘(𝑇𝑏 − 𝑇𝑠)

(4)

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O problema foi modelado e resolvido com o ANSYS CFX 11.0. Foi utilizado o

modelo SST com tratamento de paredes automático. As simulações foram conduzidas

sob as seguintes condições, número de Reynolds variando de 65000 à 270000 no

canal frio e fixo em 71500 no canal quente. As temperaturas de entrada foram

mantidas em 123°C e 138.2°C nos canais frio e quente, respectivamente. As

condições de saída foram pressão constante e igual à 8312kPa para os canais frios e

2528kPa para os canais quentes.

KIM, I.H. e NO, H.C. (2011) Apresentou um estudo paramétrico relacionando o

fator de atrito de Fanning e o número de Nusselt com o número de Reynolds. Foram

propostas geometrias de acordo com designs específicos do PCHE, operando com

hélio tanto no lado quente como no lado frio do trocador de calor, escoando de maneira

laminar. Após validar os dados experimentais com os resultados das simulações da

geometria real realizadas no FLUENT, foram utilizadas as correlações adotadas no

modelo computacional variando a geometria interna dos canais do trocador (o ângulo

entre 5 e 45 graus; o passo entre 24.6 mm e 12.3 mm; o diâmetro entre 1.51 mm e 2

mm) para obter os valores das constantes a, b, c e d nas equações:

𝑓. 𝑅𝑒 = 15.78 + 𝑎. 𝑅𝑒𝑏 (5)

𝑁𝑢 = 4.089 + 𝑐. 𝑅𝑒𝑑

(6)

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Foram geradas as seguintes tabelas a partir dos estudos:

Tabela 1 - Parâmetros a e b da correlação de Fanning propostos por KIM, I.H. e NO,

H.C. (2011)

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Tabela 2 - Parâmetros c e d da correlação de Nusselt propostos por KIM, I.H. e NO, H.C. (2011)

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LEE, S.M. e KIM, K.Y.(2014) Analisou a influência do ângulo ɵ no escoamento e

suas reflexões na troca de calor e perda de carga.

Figura 5 - Parâmetros geométricos levados em consideração por LEE, S.M. e KIM, K.Y.(2014)

Mais uma vez foi utilizado o modelo de turbulência SST, no ANSYS CFX 11.0.

As simulações foram conduzidas sob as seguintes condições, número de Reynolds

variando de 65000 à 270000 no canal frio e fixo em 71500 no canal quente.

As temperaturas de entrada foram mantidas em 123°C e 138.2°C nos canais

frio e quente, respectivamente. As condições de saída foram pressão constante e igual

à 8312kPa para os canais frios e 2528kPa para os canais quentes.

Figura 6 – Efetividade em função do ângulo do

canal encontrada por LEE, S.M. e KIM, K.Y.(2014)

Figura 7 - Fator de atrito em função do ângulo do canal encontrado por LEE, S.M. e KIM,

K.Y.(2014)

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2.2 Análise de Parâmetros de Operação

Dentro desta seção serão avaliadas as condições de operação e seu impacto

no desempenho do trocador de calor, como alteração do número de Reynolds e fluido

de operação.

2.2.1 Análise Computacional de Parâmetros de Operação

KIM, I.H., e SUN, X. (2014) Apresentou uma aplicação de seus estudos

anteriores KIM, I.H. et al. (2009) e KIM, I.H., e NO, H.C. (2011) em uma simulação

para um reator nuclear, sendo o PCHE utilizado como reator de um ciclo de

refrigeração intermediário em um reator com 3 ciclos de refrigeração. Os fluidos

Figura 8 – Contorno do Fluxo de Calor encontrado por LEE, S.M. e KIM, K.Y.(2014)

Figura 9 - Campo de Velocidade encontrado por LEE, S.M. e KIM, K.Y.(2014)

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utilizados na simulação foram Hélio do lado frio e uma mistura de sais derretidos,

composta de Fluoreto de Lítio (LiF), Fluoreto de Sódio (NaF) e Fluoreto de Potássio

(KF), apelidada de FLiNaK no lado quente. Foi utilizado um modelo laminar por ser

abaixo do Reynolds critico de 3100, sugerido por FIGLEY,J. et al. (2013) para

geometria semi-circular e por ter predito de maneira adequada o comportamento do

fluido em seus estudos anteriores. As condições do gás Hélio na simulação para um

canal individual foram de um fluxo de massa de 9.5 × 10−2 g/s, pressão na entrada

de 7 MPa, temperatura na entrada de 498.9 ◦C, e número de Reynolds na entrada de

2539. Enquanto o Hélio apresentou um comportamento adequado às equações

experimentais de seu trabalho anterior KIM, I.H., e NO, H.C. (2011), o FLiNaK

apresentou um desvio bem maior, tendo seu máximo em 9.53%, considerado um erro

aceitável, no entanto o fator de atrito de fanning pode estar abaixo do limite razoável.

Tal desvio já havia sido observado em KIM, I.H., e NO, H.C. (2011), em teste feito com

água e Hélio, mas não em KIM, I.H., e NO, H.C. (2013), com água e uma mistura de

Hélio e gás carbônico.

Figura 10 – Correlações de Nusselt e Fanning encontradas por KIM, I.H., e NO, H.C. (2013)

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2.2.2 Análise Experimental de Parâmetros de Operação

KIM, I.H. et al. (2009) Investigou com o FLUENT o comportamento termo-

hidráulico da performance do PCHE utilizando o método de teste de loop de hélio

KAIST. Experimentos foram realizados na região laminar, com Reynolds entre 350 e

1200. As condições de entrada do lado quente e frio variaram de 25 a 550C e 25 a

100C, respectivamente. Ambos sobre pressão de 1.5 a 1.9 MPa. O fluxo de massa

em cada lado foi mantido entre 40 e 100 kg/h, passando por 1280 microcanais com

cerca de 0,90mm² de área, o que resultou em uma vazão de 78g/h por canal.

Teste de Loop de Hélio KAIST

Figura 11 – Esquema de experimento utilizado em laboratório para testar PCHE, referido por Teste de

Loop de Hélio KAIST por KIM, I.H. et al. (2009)

O teste de loop KAIST é um loop fechado. O gás hélio preenche o aparato após

o ar ser bombeado para fora com uma bomba de vácuo. O circulador provê a diferença

de pressão necessária para o fluido escoar, o aquecedor é responsável pelo

aquecimento do gás que entrará na parte quente do trocador de calor. Após entrar no

trocador, o gás perde calor ao se dirigir para o lado frio do trocador. Ao sair do PCHE

ele passa por um cooler para ser refrigerado à temperatura desejada e voltar para o

trocador, dessa vez como fluido frio. O hélio aquece novamente ao passar pelo PCHE

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e, ao sair, passa por um segundo cooler para ser resfriado à condição inicial e repetir

o circuito.

Figura 12 - Geometria do Canal do PCHE utilizado por KIM, I.H. et al. (2009)

Figura 13 - Fator de Atrito experimental encontrado por KIM, I.H. et al. (2009)

Para o fator de atrito de Fanning foi obtida uma curva experimental utilizando a relação

𝑓ℎ𝑜𝑡 =

∆𝑝ℎ𝑜𝑡𝐷ℎ�̅�

2𝐺ℎ𝑜𝑡2 𝐿ℎ𝑜𝑡

(11)

Onde ∆𝑝ℎ𝑜𝑡 é a diferença de pressão da entrada para a saída de um mesmo canal,

𝐷ℎ corresponde ao diâmetro hidráulico, �̅� é a densidade média, 𝐺ℎ𝑜𝑡 é o fluxo de

massa e 𝐿ℎ𝑜𝑡 corresponde ao comprimento do canal. O número de Nusselt foi

calculado utilizando o método LMTD e relações com o coeficiente de transferência de

calor.

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Figura 14 - Número de Nusselt experimental encontrado por KIM, I.H. et al. (2009)

Os autores KIM, I.H., e NO, H.C. (2013) NO fizeram um estudo teórico e

experimental da correlação do número de Nusselt com o fator de atrito de Fanning em

um PCHE utilizado como trocador de calor intermediário em um reator nuclear de alta

temperatura resfriado à gás. O PCHE utilizado foi fabricado pela Heatric com Alloy

800HT, passo de 24.6 mm, 1.51 mm de diâmetro e um ângulo de 15 graus, conforme

à imagem 2. O teste utilizado é composto por um circuito fechado de gás hélio ou

mistura de hélio (0.8 mol) com gás carbônico (0.2 mol) e um circuito aberto de água.

O gás é aquecido em um aquecedor de 150 kW, resfriado no PCHE, o calor residual

é removido em um outro trocador de calor e o gás volta ao circulador e repete o

circuito. A água fria, que fica em um tanque, é bombeada para o PCHE e é aquecida

ao resfriar o gás. As temperaturas e pressões são medidas nas entradas e saídas do

PCHE, assim como a concentração de gás carbônico no hélio. As propriedades da

mistura gasosa foram obtidas a partir do programa REFPROP do NIST. O software

utilizado foi o FLUENT utilizando o método SIMPLE. O resultado experimental foi bem

próximo ao resultado simulado, apresentando um erro pequeno para o Hélio. O

resultado para a água teve um erro maior no que diz respeito à pressão, o que pode

ter sido causado por um fluxo não uniforme.

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17

Figura 15 - Correlação de queda entre pressão simulada e experimental encontrada por KIM, I.H., e

NO, H.C. (2013)

Figura 16 - Correlação entre Temperatura simulada e experimental encontrada por KIM, I.H., e NO,

H.C. (2013)

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18

Figura 17 - Esquema do experimento feito em laboratório para simular PCHE realizado por KIM, I.H.,

e NO, H.C. (2013)

Ainda no mesmo artigo, explicam o método utilizado para obter propriedades pitch-

avereged, descrito no capítulo 3.

Algumas correlações importantes foram encontradas e usadas neste trabalho

como base de comparação. KIM, S.G, et al. (2016) lista em seu trabalho as

correlações encontradas por NGO, T.L. et al. (2007) e TAKAO, I. et al. (2015).

NGO, T.L. et al. (2007) encontrou para CO2 supercrítico operando com Reynolds entre

3500 e 22000 e Prandtl entre 0,75 e 2,2 e canal retangular:

𝑁𝑢 = 0,1696 ∗ 𝑅𝑒0,629 ∗ 𝑃𝑟0,317 (7)

KIM, S.G, et al. (2016) encontrou para CO2 supercrítico operando com Reynolds entre

2000 e 58000 e Prandtl entre 0,7 e 1,0 e canal semicircular:

𝑁𝑢 = 0,0292 ∗ 𝑅𝑒0,8138 (8)

𝑓 = 0,2515 ∗ 𝑅𝑒−0,2031 (9)

TAKAO, I. et al. (2015) encontrou para CO2 supercrítico operando com Reynolds entre

2400 e 6000 e canal semicircular:

𝑓 = −2 ∗ 106 ∗ 𝑅𝑒 + 0,102 (10)

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19

Tabela 3 – Correlações experimentais com CO2 supercrítico encontradas na literatura para Número de Nusselt

Autor Seção Ângulo Prandtl Reynolds Correlação

NGO, T.L. et al. (2007)

Retangular 52º 0,75 < 𝑃𝑟 < 2,2

3500 < 𝑅𝑒 < 22000

𝑁𝑢= 0,1696 ∗ 𝑅𝑒0,629

∗ 𝑃𝑟0,317 KIM, S.G, et al. (2016)

Semicircular 32,5º 0,7 < 𝑃𝑟 < 1,0

2000 ≤ 𝑅𝑒 ≤ 58000

𝑁𝑢= 0,0292 ∗ 𝑅𝑒0,8138

Tabela 4 - Correlações experimentais com CO2 supercrítico encontradas na literatura para fator de atrito

Autor Seção Ângulo Prandtl Reynolds Correlação

KIM, S.G, et al. (2016)

Semicircular 32,5º 0,7 < 𝑃𝑟 < 1,0

2000 ≤ 𝑅𝑒 ≤ 58000

𝑓 = 0,2515 ∗ 𝑅𝑒−0,2031

TAKAO, I. et al. (2015)

Semicircular 32,5º 2400 ≤ 𝑅𝑒 ≤ 6000

𝑓 = −2 ∗ 106 ∗ 𝑅𝑒+ 0,102

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20

3. Modelagem

Neste capítulo será abordada a formulação matemática do problema,

explicitando as equações utilizadas na solução do problema e justificando seu uso.

3.1 Relações Básicas

3.1.1 Relações termodinâmicas

O número de Nusselt é a razão da troca de calor por convecção dividida pela

troca de calor por condução. É um indicador adimensional utilizado para avaliar a

eficiência termo-hidráulica de um trocador de calor. Nesta seção serão descritos

métodos para chegar até ele.

Um método bastante utilizado para encontrar a quantidade de calor trocado em

trocadores de calor é o Logarithmic mean temperature difference (LMTD). Com ele é

possível fazer uma aproximação de alguma das variáveis do problema. No nosso caso

dado que já temos as temperaturas de entrada e saída dos fluidos, podemos calcular

o coeficiente global de troca de calor.

𝐿𝑀𝑇𝐷 =

∆𝑇𝐴 − ∆𝑇𝐵

ln(∆𝑇𝐴) − ln (∆𝑇𝐵)

(12)

Onde ∆𝑇𝐴 é a diferença de temperatura entre os canais quente e frio em uma

extremidade e ∆𝑇𝐵 é a diferença de temperatura entre os dois canais na outra

extremidade. Com esta definição a temperatura LMTD pode ser utilizada para

encontrar o coeficiente global de transferência de calor U na equação abaixo.

𝑄 = 𝑈 ∗ 𝐴 ∗ 𝐿𝑀𝑇𝐷 (13)

Na equação, Q representa o calor trocado por unidade de tempo (watts) – encontrado

a partir das simulações e A, área de troca entre os fluidos, facilmente retirado da

geometria.

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21

1

𝑈 ∗ 𝐴=

1

ℎ1 ∗ 𝐴1+

1

ℎ2 ∗ 𝐴2+

𝑑𝑥𝑤

𝑘 ∗ 𝐴

(14)

Onde ℎ1 é o coeficiente de troca de calor de convecção de um dos fluidos e 𝐴1 sua

área de troca. ℎ2 e 𝐴2 representam o mesmo para o segundo fluido. O termo 𝑑𝑥𝑤

𝑘∗𝐴

representa a resistência térmica, sendo 𝑑𝑥𝑤 a espessura de material entre os fluidos

de troca, 𝑘 a condutibilidade térmica do material e 𝐴 sua área. Em um PCHE

operando com fluidos iguais (Exemplo: Hélio – Hélio) em um range de temperatura

pequeno, pode-se esperar que ℎ1 seja igual a ℎ2, desta forma tornando-se possível

a medição de ℎ do fluido.

Outra forma de obter o coeficiente de troca de calor por convecção é a sua

própria definição.

𝑄 = ℎ𝐴(𝑇𝑓 − 𝑇) (15)

Onde 𝑇 é a temperatura da parede e 𝑇𝑓 a temperatura do fluido. Aplicando esta

fórmula localmente obtemos ℎ.

O número de Nusselt é a razão da troca de calor por convecção dividida pela

troca de calor por condução.

𝑄 =

−𝑘 ∗ 𝐴 ∗ (𝑇𝑓 − 𝑇)

𝐿

(16)

Desta forma, a partir do coeficiente de troca de calor por convecção ℎ e a

condutibilidade térmica do fluido 𝑘𝑙, conseguimos calcular o número de Nusselt para

o trocador.

𝑁𝑢 =

ℎ ∗ 𝐿

𝑘𝑙

(17)

Na fórmula, 𝐿 representa o comprimento característico.

KIM, I.H., e NO, H.C. (2013) explicam o método utilizado por eles para obter o

número de Nusselt.

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22

Figura 18 - Esquema do canal utilizado por KIM, I.H., e NO, H.C. (2013)

A, B, C e D indicam volumes, ao passo que 0, 1, 2, 3, 4 indicam seções transversais.

A temperatura bulk é ponderada pela massa, desta forma, seu valor no volume A é

definido como

𝑇𝑏_𝐴 =

𝑇𝑏_0 + 𝑇𝑏_1

2

(18)

Então a pitch-avereged bulk mean temperature é definida como

𝑇𝑏_𝑝 =

𝑇𝑏_𝐴 + 𝑇𝑏_𝐵 + 𝑇𝑏_𝐶 + 𝑇𝑏_𝐷

4

(19)

O fluxo de calor e temperatura da superfície são ponderados pela área, desta forma

𝑞𝑠_𝑝

′′ =𝑞𝑠_𝐴

′′ + 𝑞𝑠_𝐵′′ + 𝑞𝑠_𝐶

′′ + 𝑞𝑠_𝐷′′

4

(20)

𝑇𝑠_𝑝 =

𝑇𝑠_𝐴 + 𝑇𝑠_𝐵 + 𝑇𝑠_𝐶+𝑇𝑠_𝐷

4

(21)

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23

A partir daí é possível determinar os valores de Nusselt e Fanning pitch-avereged

𝑓𝑝 =

∆𝑃𝑝𝜌𝑝𝐷ℎ𝐴𝑓2

2𝐿𝑝�̇�2

(22)

𝑁𝑢𝑝 =ℎ𝑠_𝑝𝐷ℎ

𝜆𝑝=

𝑞𝑠_𝑝′′ 𝐷ℎ

𝜆𝑝(𝑇𝑏_𝑝 − 𝑇𝑠_𝑝)

(23)

Outra relação termodinâmica fundamental utilizada para estimar os valores de

saída e verificar as a coerência das simulações é a definição de Calor Específico.

𝑄 = 𝑚𝐶𝑝∆𝑇 (24)

𝑄 representa a troca de calor por unidade de tempo (watts), 𝑚 é a vazão mássica,

𝐶𝑝 é o calor específico a pressão constante e ∆𝑇 é a diferença de temperatura na

entrada e na saída de um mesmo fluido. Com essa equação podemos utilizar o

balanço de energia para verificar se a quantidade de calor perdida pelo fluido quente

equivale a quantidade de calor recebida pelo fluido frio. Esta equação também foi

utilizada para estimar a temperatura de saída do fluido frio antes de iniciar as

simulações e para estimar o efeito da convecção externa.

𝑄ℎ = 𝑄𝑐 (25)

3.1.2 Perda de carga

No laboratório, temos a pressão constante como condição de contorno de

entrada, ao passo que na simulação temos a pressão constante na saída fixa. Com

isso foi preciso fazer uma boa aproximação da perda de carga para que a pressão

constante na saída gerasse exatamente a condição que temos no laboratório.

∆𝑃 =

2 ∗ 𝑓 ∗ 𝜌 ∗ 𝑣2 ∗ 𝐿

𝐷ℎ

(26)

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24

𝑓 representa o fator de atrito de Fanning, 𝜌 indica a densidade, 𝑣 é a velocidade do

escoamento, 𝐿 é o comprimento da seção e 𝐷ℎ o diâmetro hidráulico.

Com esta fórmula foi possível fazer as primeiras aproximações, no entanto, como o

fator de atrito 𝑓 é desconhecido para o nosso caso, a relação de Blasius, abaixo, foi

utilizada:

𝑓 = 0,0791/𝑅𝑒0,25 (27)

𝑅𝑒 é o número de Reynolds do escoamento. Após algumas iterações foram medidos

alguns pontos de ∆𝑃 e 𝑅𝑒 e a fórmula de ∆𝑃 foi reescrita para encontrar o 𝑓:

𝑓 =

𝐷ℎ ∗ ∆𝑃

2 ∗ 𝜌 ∗ 𝑣2 ∗ 𝐿

(28)

A partir desta fórmula foi possível calcular o fator de atrito médio para o caso estudado.

3.2 Modelagem Computacional

3.2.1 Transferência de Calor

A mais famosa equação da termodinâmica é a equação de conservação,

também conhecida como primeira lei da termodinâmica

∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 (29)

∆𝑈 é a variação de energia interna em um sistema fechado, 𝑄 é a quantidade de

calor recebida pelo sistema e 𝑊 o trabalho realizado pelo mesmo.

A condução de calor nos sólidos acontece entre os canais no problema

estudado. A equação de Fourier descreve a condução de calor em sólidos na condição

estacionária:

−𝑘∇T = 𝑞 (30)

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25

𝑘 é a condutividade térmica; 𝑞 é o fluxo de calor local no material; 𝑇 é a temperatura.

Combinando as duas equações podemos chegar na equação de calor, uma

forma mais abrangente de resolver o problema, inclusive no caso transiente.

𝜕𝑇

𝜕𝑡− 𝛼 (

𝜕2𝑇

𝜕𝑥2+

𝜕2𝑇

𝜕𝑦2+

𝜕2𝑇

𝜕𝑧2) =

𝑞′𝑣

𝜌𝐶𝑝

(31)

Onde 𝑡 representa tempo; 𝑢 é a temperatura em função do tempo e das três

coordenadas espaciais; 𝑞′𝑣

𝜌𝐶𝑝 é uma fonte de calor volumétrica; 𝛼 é a difusividade

térmica:

𝛼 =

𝑘

𝜌𝐶𝑝

(32)

No caso estudado temos regime estacionário, como consequência, a derivada

da temperatura no tempo é zero, resultando em um caso da equação de Poisson:

−𝑘∇2𝑇 = 𝑞′𝑣 (33)

𝑘 é a condutividade térmica, 𝜌 é a densidade e 𝐶𝑝 o calor específico.

3.2.2 Mecânica dos Fluidos

A equação principal que auxilia na solução de problemas complexos de

escoamento é a equação de Navier-Stokes. Esta equação equivale à Segunda Lei de

Newton quando se trata de aceleração em fluidos.

Forma geral da equação de Navier-Stokes:

𝜌

𝜕�⃑�

𝜕𝑡 = −∇𝑝 + 𝜇∇2𝑢 + 𝑓

(34)

Abrindo a equação temos:

𝜌 (

𝜕𝑢

𝜕𝑡+ 𝑢

𝜕𝑢

𝜕𝑥+ 𝑣

𝜕𝑢

𝜕𝑦+ 𝑤

𝜕𝑢

𝜕𝑧) = 𝜌𝑔𝑥 −

𝜕𝑃

𝜕𝑥+ 𝜇 (

𝜕2𝑢

𝜕𝑥2+

𝜕2𝑢

𝜕𝑦2+

𝜕2𝑢

𝜕𝑧2)

(35)

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26

𝜌 (

𝜕𝑣

𝜕𝑡+ 𝑢

𝜕𝑣

𝜕𝑥+ 𝑣

𝜕𝑣

𝜕𝑦+ 𝑤

𝜕𝑣

𝜕𝑧) = 𝜌𝑔𝑦 −

𝜕𝑃

𝜕𝑦+ 𝜇 (

𝜕2𝑣

𝜕𝑥2+

𝜕2𝑣

𝜕𝑦2+

𝜕2𝑣

𝜕𝑧2)

(36)

𝜌 (

𝜕𝑤

𝜕𝑡+ 𝑢

𝜕𝑤

𝜕𝑥+ 𝑣

𝜕𝑤

𝜕𝑦+ 𝑤

𝜕𝑤

𝜕𝑧) = 𝜌𝑔𝑧 −

𝜕𝑃

𝜕𝑧+ 𝜇 (

𝜕2𝑤

𝜕𝑥2+

𝜕2𝑤

𝜕𝑦2+

𝜕2𝑤

𝜕𝑧2)

(37)

𝑥, 𝑦 e 𝑧 são as coordenadas cartesianas; 𝑢, 𝑣 e 𝑤 são as velocidades em cada uma

das respectivas coordenadas; 𝜌 é a densidade do fluido no local; 𝑔 representa a

gravidade; 𝑃 é a pressão local. Do lado esquerdo temos a densidade 𝜌 multiplicando

quatro termos: (𝑢𝜕𝑢

𝜕𝑥+ 𝑢

𝜕𝑢

𝜕𝑦+ 𝑢

𝜕𝑢

𝜕𝑧) são a aceleração convectiva e

𝜕𝑢

𝜕𝑡 é a aceleração

local. Do lado direito da equação temos o equivalente à força: O termo 𝜌𝑔𝑥 representa

a força atuante em um volume infinitesimal devido à gravidade; −𝜕𝑃

𝜕𝑥 é a força

resultante de uma diferença de pressão; 𝜇 (𝜕2𝑢

𝜕𝑥2 +𝜕2𝑢

𝜕𝑦2 +𝜕2𝑢

𝜕𝑧2) indica a força resultante

das tensões causadas pelas interações viscosas do fluido.

A equação da continuidade, que representa a conservação de massa nos

fluidos, é dada por:

𝜕𝜌

𝜕𝑡+ ∇(𝜌�⃑� ) = 0

(38)

O princípio da conservação de momento, para fluidos newtonianos, é expresso

pela equação:

𝜕𝜌�⃑�

𝜕𝑡+ ∇(ρ�⃑� ⨂�⃑� ) = ∇(−pδ + μ(∇�⃑� + (∇�⃑� )𝑇)) + 𝑆𝑀

(39)

�⃑� representa o vetor de velocidade, p a pressão, μ a viscosidade dinâmica, 𝑆𝑀 é a

fonte de momento e δ é a função delta de Kronecker. ⨂ é o operador de produto

tensorial.

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27

3.2.3 Modelo de Turbulência

Os modelos de turbulência buscam solucionar um conjunto de equações

modificadas através da decomposição de elementos entre elementos médios e

flutuantes. A velocidade 𝑢, por exemplo, pode ser dividida em um valor médio �̅� e

uma variação instantânea 𝑢𝑖.

𝑢 = �̅� + 𝑢𝑖 (40)

As equação da continuidade se torna

∇�̅� = 0 (41)

E a equação do momento (RANS) é descrita como

∇(�̅��̅�) = −∇𝑝

𝜌+ 𝑣∇2�̅� + ∇(−𝑢𝑖𝑢𝑖̅̅ ̅̅ ̅) (42)

𝜌 é a densidade, 𝑣 a viscosidade cinemática, e 𝑝 a pressão.

A equação (40) tem a mesma forma da equação de Navier-Stokes, porém com um

termo extra. O termo −𝑢𝑖𝑢𝑖̅̅ ̅̅ ̅ é conhecido como tensão turbulenta e representa a

influência da flutuação no escoamento médio.

Também são introduzidos os conceitos de viscosidade turbulenta e difusividade

turbulenta.

𝜇𝑒𝑓𝑓 = 𝜇 + 𝜇𝑡

(43)

𝜇𝑒𝑓𝑓 é a viscosidade efetiva, 𝜇 é a viscosidade dinâmica e 𝜇𝑡 é a viscosidade

turbulenta.

O Modelo de turbulência utilizado para solucionar as equações foi o SST K-ω.

Este modelo, Shear Stress Transport(SST), é uma evolução do modelo K-ω. O modelo

K-ω apresenta forte sensibilidade às variações nas condições de corrente livre, o que

não é desejável. Desta forma foi desenvolvido um modelo que ficou conhecido como

BSL K-ω (Baseline K-ω). O modelo SST K-ω é uma modificação do modelo BSL K-ω.

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28

O novo modelo considera o transporte das tensões de cisalhamento turbulento e suas

previsões da separação do fluxo são precisas em condições de escoamentos com

gradientes de pressão desfavorável.

No modelo escolhido, a tensão turbulenta de Reynolds é definida como

−𝑢𝑖𝑢𝑖̅̅ ̅̅ ̅ = 𝑣𝑡(∇𝑢�̅� + ∇𝑢�̅�

𝑇) −2

3𝑘𝛿

(44)

Onde 𝑘 é a energia cinética de turbulência e 𝛿 o delta de Kronecker

As equações deste modelo, resultado de muitas manipulações de relações e

equações hidrodinâmicas, são dispostas como:

𝜕(𝜌𝑘)

𝜕𝑡+ ∇(𝜌𝑘�⃑� ) = ∇ [(𝜇 +

𝜇𝑡

𝛼𝑘3) ∇𝑘] + 𝑃𝑘 − 𝛽′𝜌𝑘𝜔

(45)

𝜕(𝜌𝜔)

𝜕𝑡+ ∇(𝜌𝜔�⃑� ) = ∇ [(𝜇 +

𝜇𝑡

𝛼𝜔3) ∇ω] + (1 − 𝐹1)2𝜌

1

𝜎𝜔2𝜔∇𝑘∇𝜔 + 𝛼3

𝜔

𝑘𝑃𝑘 + 𝛽3𝜌𝜔22

(46)

Onde 𝛽′ = 0,09, 𝛼1 = 5/9, 𝛼2 = 0,44, 𝛽1 = 5/9, 𝛽2 = 0,0828, 𝜎𝑘1 = 𝜎𝜔1 = 2, 𝜎𝑘2 =

1, 𝜎𝜔2 = 1/0,856 e 𝐹1 é uma função de mistura dada por:

𝐹1 = tanh (min (𝑚𝑎𝑥 (

2√𝑘

𝛽′𝜔𝜓′,500𝑣

𝜓2𝜔) ,

4𝜌𝑘

𝐶𝐷𝑘𝜔𝜎𝜔2𝜓2)

4

)

(47)

𝐶𝐷𝑘𝜔 = max (2𝜌

1

𝜎𝜔2𝜔∇𝑘∇𝜔, 10−10) (48)

O valor da viscosidade turbulenta no modelo K-ω é obtida através de:

𝜇𝑡 =

𝜌𝑘

𝜔 (49)

No modelo SST K-ω, é introduzido um limitador para a viscosidade turbulenta:

𝜇𝑡 =

𝜌𝛼1𝑘

max (𝛼1𝜔, 𝑆𝐹2) (50)

Onde 𝑘 é a energia cinética de turbulência, 𝜔 é a frequência de turbulência, S é uma

medida invariante da taxa de deformação e 𝐹2 é uma função de mistura, dada por:

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29

𝐹2 = tanh (max (

2√𝑘

𝛽′𝜔𝜓′,500𝑣

𝜓2𝜔)

2

) (51)

Onde 𝜓 é a distância em relação à parede e 𝑣 a viscosidade cinemática.

3.2.4 Configurações

Para a solução do problema de troca de calor e escoamento turbulento foi

utilizado o ANSYS Fluent 18.2. Foram geradas malhas automáticas, mas com os

parâmetros controlados, com o auxílio do programa MESH.

O computador utilizado para as simulações foi um PC com processador i7

3770K, com 8GB de memória RAM e placa de vídeo integrada.

3.3. Verificação de modelo

O trabalho de KIM, I.H. et al. (2009) foi utilizado como base de comparação em

um primeiro momento para verificação do método. Conforme citado no capítulo 2, KIM,

I.H. et al. (2009) fez um experimento em laboratório e também simulações com Hélio-

Hélio na região laminar, correlacionando o número de Nusselt e o número de Fanning

com o número de Reynolds.

A geometria utilizada foi uma simplificação do trocador. São considerados

apenas dois canais, com condição periódica em cima e em baixo e nas laterais, devido

à periodicidade da geometria na direção vertical e horizontal. A seção transversal da

geometria (ortogonal à direção do escoamento) foi mantida constante. Esta pode ser

descrita como um retângulo contendo dois semicírculos de raio 1,51 mm, um em cima

do outro, com a parte circular voltada para baixo. O espaçamento entre o semicírculo

de cima e o lado superior do retângulo é de 0,3525 mm, assim como o espaçamento

entre o semicírculo de baixo e o lado inferior do retângulo. O espaçamento entre os

dois semicírculos é de duas vezes o espaçamento entre o semicírculo superior e a

parede superior, que equivale a 0,7050. A distância entre os semicírculos e as paredes

é de 0,555 mm.

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30

Figura 19 - Geometria da seção transversal do canal KIM, I.H. et al. (2009)

Ao longo do comprimento, os canais apresentam uma geometria em

ziguezague que se repete, chamada de passo. Neste caso, cada passo tem

comprimento de 24,6 mm. O trocador inteiro possui comprimento de 765 mm,

resultado do passo repetido 30 vezes. O ângulo 15° de inclinação é medido entre a

direção do canal em ziguezague e a direção da repetição do passo.

Figura 20 – Geometria superior do canal KIM, I.H. et al. (2009)

Além dos resultados mostrados graficamente em função do número de

Reynolds, os autores explicitam as condições de contorno e o resultado experimental

e simulado para dois dos vários casos experimentados. As condições de um desses

casos foram reproduzidas neste trabalho para validação de modelo.

A pressão na entrada no experimento variou de 1,5 MPa a 1,9 MPa para os

dois fluidos. A temperatura do fluido quente variou de 298,15 K a 823,15 K, enquanto

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31

que para o fluido frio, a temperatura variou de 298,15 K a 398,15 K. A vazão mássica

para todos os canais variou de 40 kg/h a 100 kg/h.

As condições de contorno de KIM, I.H. et al. (2009) para os casos estudados

foram de condição de contorno de calor de periodicidade vertical e horizontal para as

paredes externas do canal e condição de contorno de pressão constante na saída de

ambos os fluidos. As propriedades foram consideradas constantes. As condições de

pressão e temperatura na entrada variaram para cada caso. Para o caso particular

exibido no estudo, as condições de entrada foram:

Tabela 5 - Condições de contorno na entrada utilizada durante verificação de modelo

Pressão Temperatura Reynolds

Fluido Quente 1,7 MPa 576,45 K 552

Fluido Frio 1,7 MPa 335,05 K 803

Para validar o método, foram geradas malhas automaticamente pelo MESH, do

ANSYS 18.2. Foi escolhida uma malha do tipo uniforme por ser mais simples e conter

menos elementos, principalmente por causa do tamanho do objeto simulado. Foram

feitas 3 malhas, variando a densidade de elementos. As malhas possuem inflação no

contorno interno das paredes dos canais devido a maior complexidade do escoamento

nessa região.

Foi utilizado o modelo laminar na simulação, conforme o sugerido pelo autor.

Também se optou pelo regime estacionário, visto que estamos interessados na

condição de operação em regime permanente. A simulação foi feita em regime não

compressível, assim como o autor faz nas próprias simulações.

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32

Figura 21 – Uma das malhas geradas neste trabalho utilizada para verificação com literatura

Foram medidas as temperaturas na saída do canal quente e do canal frio e os

resultados foram comparados aos resultados obtidos no experimento:

Tabela 6 - Comparação do resultado na saída do fluido frio: resultado do experimento de KIM, I.H. et

al. (2009) versus resultado da simulação feita neste trabalho

Temperatura Saída

Fluido Frio

(Experimento)

Malha Elementos Temperatura Saída

Fluido Frio

(Simulação)

Diferença

em %

563,47 K

Malha 1 1978955 564,06 K 0,106%

Malha 2 2778605 563,80 K 0,060%

Malha 3 3853727 565,03 K 0,278%

Malha 4 5020515 565,01 K 0,273%

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33

Tabela 7 - Comparação do resultado na saída do fluido quente: resultado do experimento de KIM, I.H.

et al. (2009) versus resultado da simulação feita neste trabalho

Temperatura Saída

Fluido Quente

(Experimento)

Malha Elementos Temperatura Saída

Fluido Quente

(Simulação)

Diferença

em %

345,58 K

Malha 1 1978955 346,14 K 0,165%

Malha 2 2778605 345,06 K -0,150%

Malha 3 3853727 346,61 K 0,298%

Malha 4 5020515 346,53 K 0,275%

Observando os resultados das simulações com as quatro malhas diferentes é

possível perceber que o resultado independe da malha e está muito próximo do

valor medido em experimento. Com isso, observamos que o modelo computacional

reproduz a realidade de maneira satisfatória para este caso.

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34

3.4 Estudo de Caso

Após validar o modelo laminar com o artigo da literatura, foi feito um estudo de

caso com o modelo desenvolvido pelo laboratório e fabricado em impressora 3D em

cromo-cobalto. Devido ao método utilizado para fabricação, ocorreram algumas

imperfeições na geometria, como empenamento do corpo do trocador de calor.

Figura 22 - Vista superior de trocador de calor fabricado para experimento em laboratório

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35

Figura 23 - Vista lateral de trocador de calor fabricado para experimento em laboratório

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36

Figura 24 - Vista frontal do trocador de calor fabricado para experimento em laboratório em microtomografia

O modelo do laboratório possui uma geometria bastante simplificada quando

comparado ao trocador real, no entanto, devido à periodicidade apresentada nos

trocadores de calor do tipo PCHE, é esperado que um modelo simplificado com

condições de contorno de periodicidade se comporte da mesma maneira que um

modelo que abranja o trocador em sua totalidade, com dimensões muito maiores. No

modelo simplificado são feitas as devidas proporções de vazão, para que cada canal

receba a mesma vazão de fluido que o trocador original. Quando há redução de

comprimento de canal, que nem sempre é o caso, também é preciso alterar as

condições de temperatura na entrada e na saída. Caso o canal seja do tamanho do

canal original, como no caso de KIM, I.H. et al. (2009), as são usadas as próprias

condições de operação do PCHE tomado como referência.

Existem diversas geometrias de PCHE, como já foi visto no capítulo 2. É

comum utilizar em SIMULAÇÕES modelos de somente dois canais Hot-Cold(HC),

com condição de periodicidade, para simular trocadores do tipo Hot-Cold-Hot-

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37

Cold...(HCHC), enquanto no caso de trocadores do tipo Hot-Cold-Hot-Hot-Cold-Hot-

...(HCHHCH), faz mais sentido utilizar modelos Hot-Cold-Hot (HCH) No caso em

estudo neste trabalho, por se tratar de um modelo físico a ser experimentado em

laboratório, foi utilizado um trocador Cold-Hot-Cold(CHC) para simular um trocador

real do tipo Hot-Cold-Hot-Cold (HCHC), de modo que o canal quente do modelo do

laboratório se encontre entre dois canais frios, assim como no trocador original. Esta

geometria foi utilizada devido à impossibilidade de reproduzir uma condição de

contorno periódica experimentalmente. Com essa configuração, as condições para os

canais centrais do experimento se aproximam muito das condições de canais

genéricos do trocador real.

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38

3.5 Geometria

A geometria do PCHE estudado é bastante simples: Há um paralelepípedo de

dimensões 162 mm de comprimento, 14 mm de largura e 7 mm de altura. Neste

passam os canais que conduzem os fluidos quente e frio.

Figura 25 - Vista isométrica do PCHE fabricado para experimento em laboratório

Figura 26 - Vista lateral do PCHE fabricado para experimento em laboratório

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39

Figura 27 - Vista frontal do PCHE fabricado para experimento em laboratório

Os canais têm todos a mesma geometria, possuindo seção transversal

retangular de 1 mm de altura e 2 mm de largura.

Figura 28 - Vista da geometria dos canais do PCHE fabricado para experimento em laboratório

O comprimento do passo é de 10 mm e o ângulo entre o canal e a direção do

comprimento do trocador de calor é de 35 °C.

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40

3.6 Convergência de malha

A convergência de malha foi um ponto crítico do trabalho. Para atender uma

geometria muito complexa é necessária uma malha com muitos elementos. No

entanto, o computador utilizado possui um limite de performance que restringe o

tamanho da malha. A maior malha que foi possível gerar possuía cerca de 8 milhões

de elementos, mas o ANSYS não conseguiu trabalhar com essa malha com a

quantidade de memória disponível. A maior malha com a qual foi possível realizar as

simulações possuía cerca de 6 milhões de elementos. Devido à complexidade da

geometria, qualquer malha abaixo de 3 milhões de elementos fica excessivamente

grosseira. Com isso, a convergência de malha teve que ser feita dentro do intervalo

de 3 a 6 milhões de elementos, contrariando a recomendação de cada malha ter cerca

do dobro do número de elementos da malha anterior, contudo o resultado foi

satisfatório.

Para realizar o estudo de convergência de malha foi escolhido o caso em que

o número de Reynolds era mais alto. Com isso analisamos o caso mais crítico. Na

especificação do projeto para o laboratório, a empresa interessada almejava trabalhar

com um número de Reynolds próximo de 50000, visto que este se aproximava da

condição de operação na plataforma. Desta forma, é de interesse do laboratório atingir

um número de Reynolds próximo de 50000 para o fluido quente (AR), no entanto, ao

simular este caso, o resultado obtido para queda de pressão correspondia a um valor

maior que a pressão máxima que o equipamento do laboratório é capaz de oferecer.

Baseado nisso, foi feito um estudo com uma malha de 2985412 elementos –

antes de realizar a convergência de malha – afim de verificar a variação de pressão

com o número de Reynolds. O estudo foi feito sem considerar os efeitos de troca

térmica, em regime permanente, turbulento utilizando o modelo SST k-ω e

incompressível, visto que a velocidade máxima (em 50000) era de 79 m/s, inferior ao

valor de 0,3 Mach, utilizado como limite de compressibilidade. O resultado deste

estudo foi que a queda de pressão é proporcional ao quadrado do número de

Reynolds para esse caso. Ao observar a curva, notamos que o valor mais alto de

número de Reynolds alcançável no laboratório com os equipamentos disponíveis hoje,

é de cerca de 40000.

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41

Trabalhar com um número de Reynolds de 40000 representaria uma queda de

pressão de 91%. Tal queda não é admissível em um trocador de calor, onde é comum

a hipótese de troca isobárica. Tamanha queda de pressão resultaria em uma

expansão exagerada do gás, de modo que seria necessário um compressor após o

trocador para trazer o gás de volta à pressão de operação ao custo de energia e

aumento da temperatura do fluido de trabalho, o que seria uma situação absurda. Nos

trabalhos avaliados na literatura, como em KIM, I.H. et al. (2009), LEE, S.M. et al.

(2013) ou KIM, S.G, et al. (2016), foram encontradas quedas de pressão sempre

abaixo de 4%. Para respeitar esse limite, deveríamos limitar o número de Reynolds

para no máximo 8000. No entanto, para obter curvas de Nusselt e Fanning mais

abrangentes, admitiu-se nesse trabalho um número de Reynolds de até 16000,

correspondendo a uma queda de pressão de 15%.

Figura 29 - Limites de pressão admitidos neste trabalho

A equação encontrada para a queda de pressão, em Pascal, em função do

número de Reynolds foi

𝛥𝑃 = 6,0 ∗ 10−4 ∗ 𝑅𝑒2 − 5,67 ∗ 10−1 ∗ 𝑅𝑒 + 6861 (52)

0.00%

20.00%

40.00%

60.00%

80.00%

100.00%

120.00%

140.00%

160.00%

3000 6000 9000 12000 15000 18000 21000 24000 27000 30000 33000 36000 39000 42000 45000 48000 51000

ΔP

(%)

Re

Re vs ΔP

ΔP%

Extrapolação

simulação

correlação

Limite de pressão do laboratório (10 bar)

Limite de queda de pressão admitido (15%)

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Outra hipótese assumida nesse trabalho foi a hipótese de propriedades

constantes para o ar (fluido quente) e para a água (fluido frio). Sabendo que o fluido

está operando em regime incompressível, reduzimos as possibilidades de alteração

nas propriedades do fluido somente para alterações decorrentes de queda de pressão

e variação da temperatura.

Para fundamentar esta hipótese, foram buscadas as propriedades do ar e da

água e sua variação com as mudanças de pressão e temperatura experimentadas na

simulação. Foi considerada uma faixa de operação de temperatura de 25°C a 60°C

para o ar, que correspondem às temperaturas de entrada do fluido frio e do fluido

quente respectivamente, e de 25°C a 30°C para a água. A faixa de pressão do ar foi

de 850 KPa até 1 MPa e da água foi de 100 KPa até 108 KPa. Conforme os resultados

encontrados, entendemos que as propriedades que podem apresentar maior variação

são a densidade e a viscosidade do ar. Tanto a capacidade térmica quanto a

condutividade térmica do ar não apresentaram mudanças significativas. Na água,

temos todas as propriedades estáveis na faixa determinada.

Fazendo uma análise de todos os casos possíveis dentro da faixa estabelecida,

percebeu-se que a viscosidade pode variar até, no máximo, 10,30% de sua média. A

mesma análise foi feita para a densidade, obtendo-se até 5,54% de desvio do valor

médio. O erro decorrente dessa aproximação é considerado aceitável neste primeiro

estudo.

A convergência de malha utilizou o caso de Reynolds mais alto admitido no

trabalho: 16000. As condições de contorno utilizadas foram de velocidade na entrada

– calculada em função do número de Reynolds, pressão na saída de 100 kPa para a

água e 843 kPa para o ar, de modo que a pressão do ar seja de aproximadamente 1

MPa, conforme o equipamento do laboratório. Foram utilizadas as condições de não-

deslizamento nas paredes internas, adiabática nas paredes de entrada e saída dos

fluidos e convecção natural nas paredes externas do trocador de calor. As

propriedades dos materiais foram mantidas constantes.

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43

Tabela 8 - Tabela de condições de contorno na entrada utilizadas na convergência de malha

Condições de Contorno Fluido Quente Fluido Frio

Temperatura de

entrada(K) 333,15 298,15

Pressão na saída (kPa) 843,97 100,00

Velocidade de

entrada(m/s) 23,174 0,52

Alguns métodos de geração automática de malha do software ANSYS MESH

foram testados na geração da malha, são eles: Curvature – refina a malha conforme

se aproxima de uma curvatura na geometria da peça; Proximity – refina a malha

conforme se aproxima de uma extremidade da peça; Curvature and Proximity –

combina os dois métodos; Uniform – malha uniforme, ignorando os efeitos de

curvatura e proximidade das extremidades. O método Curvature and Proximity foi

escolhido por ter apresentado resultados mais coerentes de convergência (Este

método, em geral, é recomendado nos fóruns da internet por apresentar melhores

resultados). A forma do elemento foi escolhida como tetraédrica. Foi usado o método

de Inflação nas paredes nos fluidos para que os cálculos fossem feitos com mais

acurácia na camada limite, onde o gradiente de velocidade é muito mais alto. O único

parâmetro modificado durante a análise foi tamanho do elemento. Todos os demais

parâmetros permaneceram conforme o padrão do software.

Na imagem abaixo podemos ver um exemplo de como os métodos Curvature

e Proximity refinam a malha em seus respectivos pontos focais. Na esquerda temos a

peça com uma malha uniforme. No canto superior direito temos um refinamento

conforme a curvatura do elemento aumenta. No canto inferior direito podemos

observar o refinamento ao se aproximar de um detalhe na peça. Esses métodos são

usados para fazer um refinamento mais granulado onde há necessidade e deixar os

pontos menos críticos com uma malha menos refinada. Foi utilizada uma imagem

meramente ilustrativa para melhor visualização.

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Figura 30 – Figura meramente explicativa do método curvature e proximity. Retirado de: blog.altair.co.kr

As malhas simuladas apresentam um mínimo de 3 células entre as paredes

dos canais, conforme as boas práticas de geração de malha, assim como uma inflação

na região de camada limite variando de 5 a 12 elementos. A espessura da camada

limite foi aproximada pela relação encontrada nos documentos de estudo da

Universidade de Oslo para escoamento turbulento dentro de tubos. Retirado de:

https://www.uio.no/studier/emner/matnat/math/MEK4450/h11/undervisningsmateriale

/modul-5/Pipeflow_intro.pdf.

𝛿 =

25 ∗ 𝜈

𝑢

(53)

𝛿 é a espessura da camada limite, 𝜈 é a viscosidade cinemática e 𝑢 a velocidade do

fluido fora da camada limite.

Tabela 9 - Tabela de opções de malha para estudo de convergência

Malha Elementos Tamanho do elemento Camadas de Inflação

Malha 1 2985412 0,40 5

Malha 2 4441730 0,30 7

Malha 3 5289984 0,25 10

Malha 4 6061644 0,20 12

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45

Figura 31 - Imagem de uma malha utilizada na análise de convergência

As variáveis escolhidas para monitoramento na convergência de malha foram

as que mais tem relevância na operação do trocador de calor: temperatura na saída

do fluido quente (ar) e queda de pressão do fluido quente.

Ao realizar as simulações, observou-se que a perda de carga oscilava cerca de

10% em torno de um valor. Com isso, foi utilizada uma aproximação. Após cerca de

2000 iterações, a pressão na entrada começava a oscilar em torno de um valor. Foi

tirada a média a partir da iteração 2000 até a última iteração. Somente com isso foi

possível fazer a convergência da pressão.

Figura 32 – Exemplo de variação da pressão com iterações em uma das malhas

0

75,000

150,000

225,000

300,000

0 2000 4000 6000 8000 10000

Pre

ssão

(K

Pa)

Iteração

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46

Considerando o método acima, foi possível obter uma correlação entre o

número de elementos de malha e o valor obtido da queda de pressão. Observou-se

que após a malha 2, não existe variação significativa no resultado da perda de carga.

As pequenas flutuações podem ser atribuídas à média feita no passo anterior.

Figura 33 – Convergência de malha analisando a pressão

A temperatura por outro lado, não apresentou diferença significativa com a

mudança das malhas, apresentando uma alteração máxima de 0,1°C na saída.

Tabela 10 - Tabela de convergência de malha

Malha Pressão

média (Pa)

Temperatura

(°C)

Pressão

média (%)

Temperatura

(%)

Malha 1 144740 300,0 2,77% -0,03%

Malha 2 148194 299,9 0,44% 0,00%

Malha 3 147444 300,0 0,95% -0,03%

Malha 4 148856 299,9 0,00% 0,00%

Tendo em vista que a temperatura praticamente não apresentou mudanças, foi

feito um estudo de convergência de malha local, medindo a temperatura ao longo do

canal para as malhas apresentadas. Observa-se que há divergência no início do

canal, representando possivelmente efeito de entrada e desenvolvimento de perfil de

Malha1

Malha2Malha3

Malha40.00%

2.00%

4.00%

6.00%

8.00%

10.00%

2000000 4000000 6000000 8000000

Pre

ssão

méd

ia

Número de Elementos

Variação de pressão com relação à malha mais refinada (%)

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escoamento. Após passar da primeira metade do canal, todas as malhas começam a

convergir e as curvas de temperatura se sobrepõe.

Figura 34 - Evolução da temperatura ao longo dos canais

Com base nos resultados, optou-se pela malha 2, com 4441730 elementos.

Esta malha foi escolhida pois notou-se que a partir dela o resultado é independente

de malha e ainda é possível fazer as simulações com certa agilidade.

299.00

304.00

309.00

314.00

319.00

324.00

329.00

0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 140.00 160.00

Tem

per

atu

ra (K

)

x (mm)

Temperatura média ao longo dos canais

Malha1 Malha2 Malha3 Malha4

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4. Resultados

Neste capítulo serão apresentadas as simulações dos casos estudados com

uma análise crítica dos resultados. A malha 2 foi utilizada - com 4,4 milhões de

elementos, melhor definida na convergência de malha.

De acordo com os níveis de pressão operáveis discutidos no texto sobre a

convergência de malha, o limite superior de número de Reynolds para a simulação foi

de 16000. Segundo Özisik M.N. (1979) a partir de cerca de 2300 o ar se comporta de

maneira turbulenta dentro de um tubo, no entanto, esse valor pode variar entre 2000

e 4000 dependendo da rugosidade do tubo. Sabendo que o trocador real opera em

regime turbulento, o limite inferior do número de Reynolds escolhido foi 4000. Dados

os limites superior e inferior, o intervalo em questão foi dividido em 9 pontos com

intervalo de número de Reynolds de 1500. O Reynolds da água foi mantido em 675

para todos os casos – representando a vazão mínima que a bomba do laboratório é

capaz de oferecer.

As condições de contorno utilizadas foram as mesmas definidas na

convergência de malha. Para o fluido: Condição de não deslizamento na parede;

Condição de contorno na entrada do fluido quente de velocidade baseada no número

de Reynolds esperado; Condição de contorno na entrada do fluido quente de

temperatura fixa de 60°C; Condição de contorno na entrada do fluido frio de velocidade

tal que o Reynolds seja 675 em todos os casos; Condição de contorno na entrada do

fluido frio de temperatura de 25°C; Condição de contorno na saída do fluido quente de

pressão utilizando a relação (52), encontrada no estudo de queda de pressão versus

número de Reynolds, de modo que a pressão na entrada de todos os casos seja igual

à condição de entrada do laboratório – 10bar; Condição de contorno na saída do fluido

frio de 1 bar, para todos os casos.

Para o trocador em si, foram especificadas as seguintes condições: Face de

entrada do fluido quente e face de entrada do fluido frio adiabáticas; demais paredes

externas em contato com o ar, com convecção natural entre o ar e o cromo-cobalto.

As propriedades dos materiais foram mantidas constantes durante as simulações.

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Tabela 11 - Casos simulados. Os dados abaixo são relativos ao ar. A velocidade e o Reynolds são

relativos à entrada. As condições de contorno para a água não se alteram de um caso para outro.

Casos Reynolds Pressão na saída (Pa) Velocidade (m/s)

Caso 1 4000 995000 5,79

Caso 2 5500 985000 7,97

Caso 3 7000 973500 10,14

Caso 4 8500 958000 12,31

Caso 5 10000 941000 14,48

Caso 6 11500 920000 16,66

Caso 7 13000 898000 18,83

Caso 8 14500 872000 21,00

Caso 9 16000 844000 23,17

As propriedades dos fluidos na entrada foram consideradas conforme a tabela abaixo:

Tabela 12 - Propriedades na entrada do canal

Propriedades na Entrada Fluido Quente (AR) Fluido Frio (ÁGUA)

Temperatura (K) 333,15 298,15

Pressão (bar) 10 1

Densidade (kg/m3) 10,474 997,05

Viscosidade (Pa.s) 2,023 · 10-5 8,901 · 10-4

CP (J/kg.K) 1019,6 4181,3

Condutividade térmica

(W/m.K)

0,029 0,607

Número de Prandtl 0,711 6,129

Com o resultado das simulações, podemos observar o comportamento do ar

no que diz respeito à queda de pressão e variação da temperatura ao variar de

Reynolds.

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Tabela 13 - Tabela de resultados de temperatura na saída e queda de pressão em função do número

de Reynolds

Caso Re Temperatura

ar (K)

ΔP ar (bar) Temperatura

água (K)

ΔP água

(bar)

1 4000 298,64 0,096 298,80 7386

2 5500 298,79 0,175 299,09 7686

3 7000 298,87 0,279 299,28 7675

4 8500 299,02 0,415 299,47 7206

5 10000 299,17 0,548 299,66 7348

6 11500 299,36 0,756 299,85 7945

7 13000 299,54 0,944 300,05 7534

8 14500 299,74 1,214 300,28 7361

9 16000 299,95 1,480 300,46 7633

Figura 35 - Gráfico de resultados de queda de pressão e temperatura na saída em função do número de Reynolds

Com os resultados das simulações foi possível identificar os padrões de

variação do número de Nusselt e número de Fanning com o Reynolds e verificar se

esses padrões obedecem o mesmo comportamento da literatura, apesar de estar

utilizando fluidos diferentes.

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

298.4

298.6

298.8

299.0

299.2

299.4

299.6

299.8

300.0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

ΔP

(bar

)

Tem

per

atu

ra (K

)

Número de Reynolds

T_ar,ΔP_ar vs Re

T(K) ΔP(bar)

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51

A abordagem que foi utilizada para medir o número de Nusselt o método

descrito por KIM, I.H. e NO, H.C. (2011), em detalhes no capítulo 3. Com esse método,

é possível verificar o número de Nusselt baseado na temperatura do fluido,

temperatura da parede, fluxo de calor e vazão mássica do fluido. Como este método

é muito usado na literatura, este será adotado neste trabalho, mas é importante

lembrar que o resultado do experimento não pode ser medido dessa forma, visto que

não é fisicamente possível medir a temperatura bulk (Média ponderada da

temperatura pelo fluxo de massa) e temperatura da parede em cada seção interna do

canal com os equipamentos disponíveis.

Os resultados obtidos foram bastante acima dos valores de referência para o

Hélio – o que era esperado, dado que os números de Reynolds simulados na literatura

com o Hélio são cerca de uma ordem de grandeza abaixo. KIM, I.H. et al. (2009)

Utilizou um range de número de Reynolds 300 a 1200, enquanto a faixa avaliada neste

trabalho foi de 4000 a 16000. No entanto, as curvas apresentaram forma semelhante.

Figura 36 - Número de Nusselt simulado nesse trabalho

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Nu

ssel

t

Reynolds

Número de Nusselt

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52

Figura 37 – Número de Nusselt obtido experimentalmente por KIM, I.H. et al. (2009)

Os estudos encontrados na literatura com Hélio, em geral apresentam uma

faixa de operação incompatível com as utilizadas neste trabalho, visto que em geral o

gás é utilizado em regime de escoamento laminar. No entanto, os estudos com CO2

encontramos faixas de Reynolds compatíveis. Utilizaremos como base de

comparação as correlações de dois autores que também estudaram os parâmetros

de operação de um PCHE. KIM, S.G, et al. (2016) propôs, conforme (8):

𝑁𝑢 = 0,0292 ∗ 𝑅𝑒0,8138

(54)

Outra correlação foi proposta por NGO, T.L. et al. (2007), conforme (7):

𝑁𝑢 = 0,1696 ∗ 𝑅𝑒0,629 ∗ 𝑃𝑟0,317

(55)

𝑃𝑟 corresponde ao número de Prandtl.

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53

Tendo essas duas correlações para o intervalo estudado, foi plotado um gráfico

com o resultado deste estudo e com os valores de Nusselt calculado a partir das

relações acima. O resultado foi bastante satisfatório. O erro máximo ocorreu com o

número de Reynolds de 4000. Nesse caso, o número de Nusselt é baixo o suficiente

para que pequenas variações absolutas representem uma grande variação relativa.

Com o Nusselt simulado neste trabalho de 22.00, temos a relação de KIM, S.G, et al.

(2016) com um resultado de 24.93, com um erro de 11.76% e a relação de NGO, T.L.

et al. (2007) com um resultado de 27,70 e um erro de 20,58%. Apesar do erro parecer

ser alto, a curva segue paralela à curva de KIM, S.G, et al. (2016), mesmo com passo,

ângulo e seção transversal diferentes. O número de Prandtl na correlação de NGO,

T.L. et al. (2007) leva em consideração as propriedades do fluido, portanto a

correlação se adequa um pouco mais ao caso estudado. As únicas correlações

encontradas que incorporam passo e ângulo utilizam o gás hélio, em regime laminar.

Figura 38 - Resultado comparado com correlações de Nusselt da literatura

O fator de atrito de Fanning possui fundamental importância neste tipo de

trocador de calor, visto que ele é conhecido por ter uma troca mais eficiente ao custo

de uma queda de pressão mais alta. Vale lembrar que foi feito um estudo específico

para a queda de pressão neste trabalho, na seção de convergência de malha, para

garantir que se está trabalhando com uma perda de carga aceitável em termos de

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

mer

o d

e N

uss

elt

Número de Reynolds

Correlações de Nusselt

Nu Ngo Kim

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54

engenharia. Foi feito um estudo da variação do fator de atrito com o número de

Reynolds.

No gráfico seguinte, podemos ver a variação do fator de atrito de Fanning com

a variação do número de Reynolds. É possível perceber uma correlação entre os dois

valores. Podemos enxergar no gráfico uma tendência de queda no fator de atrito com

o aumento do número de Reynolds até um determinado nível, após o qual, permanece

constante. O fator de atrito mais alto com o Reynolds mais baixo se dá devido à

aproximação de um regime de escoamento laminar, regime que tipicamente apresenta

fatores de atrito muito mais altos.

Figura 39 - Gráfico de fator de atrito obtido neste trabalho

Na literatura foram encontradas correlações para o fator de atrito com o número

de Reynolds. Conforme anteriormente citado, a maioria dos trocadores de calor de

circuito impresso é utilizado na indústria nuclear e seção dos canais semi-circular, com

isso temos quase todos os artigos sobre o assunto utilizando os gases Hélio e Dióxido

de Carbono como fluidos de troca. Dessa forma, as correlações encontradas por

esses autores podem não ser aplicáveis para o nosso caso.

f = 0,1577 * Re-0,028

0.100

0.105

0.110

0.115

0.120

0.125

0.130

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Fato

r d

e at

rito

de

Fan

nin

g

Número de Reynolds

Fator de Atrito

fanning Potência (fanning)

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55

A correlação encontrada por TAKAO, I. et al. (2015) para o gás CO2 supercrítico

em canal semi-circular, aplicável para número de Reynolds entre 2400 e 6000 para o

fator de atrito é:

𝑓 = −2 ∗ 106 ∗ 𝑅𝑒 + 0,102 (56)

Outra correlação importante foi proposta por KIM, S.G, et al. (2016). O autor

também trabalhou com CO2 supercrítico em canal semi-circular, mas em uma faixa de

número de Reynolds entre 2000 e 58000:

𝑓 = 0,2515 ∗ 𝑅𝑒−0,2031 (57)

A correlação de Blasius, também foi levada em consideração.

𝑓 = 0,0791/𝑅𝑒0,25

(58)

Ao comparar o resultado do fator de atrito encontrado neste trabalho com o

fator de atrito encontrado na literatura para CO2, encontra-se uma discrepância. Tal

discrepância pode ser justificada pela seção transversal, que conforme o estudo de

LEE, S.M. e KIM, K.Y.(2014), detalhado no capitulo 2, revisão bibliográfica, uma seção

retangular apresenta uma perda de carga bem maior que uma seção semicircular,

como as encontradas na maioria dos trabalhos. Outros fatores que influenciam na

diferença são a mudança de fluido de trabalho, passo e ângulo.

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56

Figura 40 - Gráfico comparativo de resultado de fator de atrito com correlações da literatura

Não foi feita nenhuma comparação com estudos que utilizaram gás Hélio pois

a faixa de operação desse gás não se sobrepõe à faixa de operação citada neste

documento em momento algum. É comum trabalhar com Hélio na região laminar.

Visto que as correlações encontradas na literatura não satisfazem o caso

estudado, foi feito um ajuste de mínimos quadrados para encontrar uma relação que

satisfizesse este trabalho. A relação obtida foi:

𝑓 = 0,1577 ∗ 𝑅𝑒0,028 (59)

Apesar do fator de atrito diminuir com o aumento do número de Reynolds, é

evidente que a perda de carga aumenta. Embora o primeiro seja de fundamental

importância teórica para a eficiência do trocador de calor, é muito importante calcular

a perda de carga efetiva do trocador para a condição de operação. Para tal é possível

utilizar a formula (22)

Embora não seja o foco deste trabalho, foi feita uma rápida análise do

comportamento do fluido frio utilizando como parâmetro a variação do número de

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.14

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000

Fato

r d

e at

rito

de

Fan

nin

g

Número de Reynolds

Comparação com correlações da literatura

Ishizuka Simulação Seong Gu Kim Blasius

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57

Reynolds do fluido quente. Com o número de Reynolds do fluido frio constante, pode-

se verificar que o fator de atrito se aproxima de uma constante. No entanto fica claro

que a alteração do número de Reynolds do Fluido quente altera o número de Nusselt

do fluido frio, representando uma maior troca de calor, como era esperado.

Figura 41 - Nusselt da água variando com o Reynolds do ar

Após olhar para os dois fluidos separadamente, foi feita uma análise do

trocador, considerando troca de calor, perfis de temperatura e eficiência. Como

métrica de temperatura, primeiramente foi utilizada a média de temperatura

ponderada pela área, no entanto o resultado foi um gráfico com um aspecto

ligeiramente serrilhado na parte mais próxima à entrada.

0.100

0.110

0.120

0.130

0.140

0.150

0.160

0.170

0.180

0.190

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Fato

r d

e at

rito

de

Fan

nin

g

mer

o d

e N

use

lt

Número de Reynolds

Nu,f vs Re

Nu fanning

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58

Figura 42 - Gráfico do caso 4 da evolução das temperaturas médias ao longo dos canais

Com isso, optou-se por utilizar a temperatura bulk – média da temperatura

ponderada pelo fluxo de massa. A temperatura bulk também foi utilizada para fazer o

cálculo do número de Nusselt interno.

295.00

300.00

305.00

310.00

315.00

320.00

325.00

330.00

335.00

295.00

300.00

305.00

310.00

315.00

320.00

325.00

330.00

335.00

0 20 40 60 80 100 120 140 160

Tem

per

atu

ra (K

)

x (mm)

T (K) vs x (mm)

T_Cold T_bulk T_Hot

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59

Figura 43 - Queda da temperatura Bulk ao longo comprimento do trocador

Para avaliar os perfis de temperatura foram escolhidos 3 casos: Caso 1(Re

4000), Caso 4(Re 8500) e Caso 9(Re 16000)

Como era de se esperar, as simulações com número de Reynolds mais baixo

atingem temperaturas mais baixas que as simulações com o número de Reynolds

mais alto em cada ponto do canal. Tal fato ocorre pois os fluidos que se movem mais

lentamente possuem maior tempo para trocar calor, também sendo influenciada pela

natureza do escoamento. Uma diminuição exagerada no número de Reynolds do ar,

mantendo as características geométricas e o Reynolds do fluido frio constantes, pode

levar o mesmo a entrar em equilíbrio térmico com o fluido frio muito antes do final do

canal, este efeito pode ser visto em KIM, I.H., e NO, H.C. (2013). A ocorrência deste

fenômeno indica que o trocador foi mal dimensionado ou que foi dimensionado para

outra condição de operação, desperdiçando área de troca e espaço físico da

instalação industrial. O aumento do número de Reynolds, por outro lado, leva a um

aumento da temperatura de saída, como podemos ver acima. Se o número de

Reynolds do fluido quente for muito alto, mantendo as características geométricas e o

295.00

300.00

305.00

310.00

315.00

320.00

325.00

330.00

335.00

0 20 40 60 80 100 120 140 160

T (K

)

x (mm)

Temperatura Bulk

Caso 1 Caso 4 Caso 9

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60

número de Reynolds do fluido frio constantes, teremos uma eficiência baixa no

trocador de calor.

Foi criado um gráfico da evolução do número de Nusselt ao longo do

comprimento do canal para verificar a troca ao longo do percurso do fluido quente.

Podemos observar que há um crescimento no Nusselt no início do canal – Isso se dá

devido à grande diferença de temperatura no momento de entrada. Quando a

temperatura começa a diminuir, a relação de troca térmica com a diferença de

temperatura estabiliza e alcança um platô.

Figura 44 - Evolução do número de Nusselt local ao longo do canal

A natureza do escoamento também influencia na qualidade da troca, no entanto

esses dois efeitos merecem um estudo exclusivo e detalhado, não podendo ser

discriminados neste trabalho devido à complexidade e à fuga do escopo.

A avaliação da troca de calor foi feita considerando todos os pontos simulados.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 20 40 60 80 100 120 140 160

T (K

)

x (mm)

Nusselt Local

Caso 1 Caso 4 Caso 9

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61

Figura 45 - Diferença na troca de calor decorrente da convecção

Ao observar a troca de calor do fluido quente e do fluido frio, pode-se perceber

que o fluido frio está recebendo mais calor do que o fornecido pelo fluido quente. Tal

resultado é consequência da condição de contorno de convecção natural nas paredes

do trocador. O Ar ambiente se encontra a 300K ao passo que a temperatura de

entrada da água é de 298,15K, de modo que a água recebe calor tanto do fluido

quente do trocador de calor quanto do ar ambiente.

Ao comparar a troca de calor devido à convecção com a troca total, verificamos

que o efeito da convecção externa pode ser desprezado quando comparado à troca

de calor interna do trocador, especialmente para números de Reynolds mais altos.

Para outros trocadores, com geometria diferente ou condições de operação diferentes,

o efeito da troca de calor com o ambiente devido à convecção pode ser relevante.

Após as simulações foram plotados alguns contornos que trouxeram insights

importantes para o entendimento do problema. O caso 4 foi utilizado para a

visualização dos resultados. As variáveis de temperatura e velocidade foram plotadas

para visualização do resultado.

Em primeiro lugar, podemos observar a evolução do perfil de velocidade

próximo aos canais de entrada de ar. O desenvolvimento do perfil fica claro na entrada

e logo podemos ver como o zigue zague influencia no escoamento, forçando

0.00

2.00

4.00

6.00

8.00

10.00

12.00

14.00

16.00

18.00

20.00

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Cal

or

tro

cad

o

Número de Reynolds

Trocas de calor

Q_ar Q_agua

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62

sucessivos choques do fluido com as paredes, maximizando a troca térmica e

penalizando o fator de atrito.

Figura 46 – Vista superior da média volumétrica da velocidade no fluido quente obtido na simulação

Podemos ver também o comportamento térmico das partes externas do

trocador, expostas a convecção natural.

Figura 47 - Vista superior do contorno de temperatura

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63

Na vista superior fica claro o efeito da posição do canal na diferença de

temperatura à qual este é exposto. O canal central não apresenta muita diferença de

temperatura na direção lateral, quando comparado aos canais laterais. Desta forma,

espera-se que haja uma pequena diferença no comportamento térmico destes. Este

pode ser percebido quando não há muitos canais em uma placa (horizontal). Quanto

mais canais são acrescidos à placa, mais este efeito é mitigado, até se tornar

imperceptível, como no caso de um trocador real, com milhares de canais. No entanto,

por mais que o efeito ocorra, podemos ver na seção anterior que seu efeito não é

muito significativo quando comparado com a troca de calor entre os canais.

Figura 48 - Vista lateral do contorno de temperatura

Na vista lateral podemos observar as manchas de calor toda vez que o canal

se aproxima das laterais.

Estes contornos provavelmente podem ser comparados com imagens de uma

câmera térmica em um experimento em laboratório, afim de verificar com mais

profundidade os resultados.

Figura 49 - Vista frontal do contorno de temperatura

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64

Na imagem da face de entrada do fluido quente podemos observar

claramente a diferença no gradiente de temperatura ao qual cada canal é exposto.

Com três canais quentes, espera-se que a condição a qual o canal central é exposto

se aproxime da condição à qual um canal no trocador de calor real do tipo HCHC é

exposto.

Figura 50 - Vista superior da temperatura dos canais quentes

Por último, podemos ver a evolução da temperatura do ar ao longo dos canais

quentes. A imagem conversa com o gráfico da figura 62, na qual podemos ver a

queda de temperatura ao longo do comprimento.

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65

5. Conclusão

Neste trabalho, conseguimos entender o contexto de uma aplicação bastante

específica de um trocador de calor e como ele vem sendo utilizado em usinas-protótipo

de fusão nuclear e indústria do petróleo.

Como a maioria dos estudos neste tipo de trocador tem como foco a aplicação

nuclear, é fácil de entender a falta de material com as condições de operação

desejadas, operando com ar e água.

Como não existiam, no momento em que este trabalho foi realizado, referências

deste tipo de trocador de calor operando com ar e água, foi feito um estudo teórico

computacional abrangendo o caso.

Foram estudadas quais condições de operação seriam possíveis com este tipo

de trocador para a faixa de temperatura e pressão de interesse, dados os fluidos de

trabalho. Com este estudo conseguimos perceber que o número de Reynolds máximo

que podemos alcançar com este comprimento de trocador, sem comprometer sua

performance, é de cerca de 16000, mas o recomendado, que corresponde à uma

queda de pressão próxima a 4%, é de 8500.

Para trabalhar com números de Reynolds mais altos, é recomendado aumentar

a pressão do ar, de modo que a queda de pressão relativa à pressão de operação se

mantenha em níveis razoáveis. Outra opção é substituir o ar por um fluido mais denso.

Finalmente, foi possível testemunhar o ótimo desempenho desta modalidade

de trocador, observando os resultados obtidos das simulações.

Próximos passos

Espera-se que se possa realizar o experimento com o trocador fabricado em

breve, para validar todas as simulações feitas e/ou alertar sobre possíveis equívocos.

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66

Como próximos passos no âmbito computacional, simulações considerando as

propriedades dos fluidos variando seriam um grande complemento, assim como o

estudo de variação de parâmetros geométricos.

O ponto de maior interesse, no entanto, é tentar emular o resultado de um

trocador de calor real, para entender quais parâmetros podem ser alterados para

melhor adequar o PCHE às condições que a indústria do petróleo vivencia, como

entupimento, sem comprometer de forma significativa a performance.

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