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FENACON em Ano IX Edição 101 Maio 2004 Publicação Mensal da Federação Nacional das Empr esas de Serviços Contábeis e das Empr esas de Assessoramento, Perícias, Infor mações e Pesquisas dirigida a empr esários de prestação de serviços - Valor Unitário - R$ 3,00 Infecção generalizada Como um vírus letal, burocracia brasileira se prolifera pelas entranhas da máquina estatal e emperra iniciativas empreendedoras, com morosidade, ineficiência, excesso de exigências e formalismos. O resultado é um país paralisado pela inconseqüência de uma prática tão antiga quanto irracional Edição especial Burocracia Imagem ampliada do vírus Funcciona Lentus, um dos mais perigosos, atacando a membrana de uma microempresa

Ano IX Edição 101 FENACON em Maio 2004 Infecção · 2015-11-26 · FENACON em Ano IX Edição 101 Maio 2004 Publicação Mensal da Federação Nacional das Empr iços Contábeis

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FENACON emAno IX

Edição 101

Maio2004

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InfecçãogeneralizadaComo um vírus letal, burocracia brasileira se proliferapelas entranhas da máquina estatal e emperrainiciativas empreendedoras, com morosidade,ineficiência, excesso de exigências eformalismos. O resultado é um paísparalisado pela inconseqüênciade uma prática tão antigaquanto irracional

Edição especial

Burocracia

Imagem ampliada dovírus Funcciona Lentus,um dos mais perigosos,atacando a membrana deuma microempresa

SESCAP - AcrePres.: Sergio CastagnaAv. Getúlio Vargas, 130, sala 205 - Centro69900-660 - Rio Branco/ACTel.: (68) 223-8177/[email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - AlagoasPres.: Anastácio Costa MotaR. Dr.Albino Magalhães, 18557050-080 - Maceió/ALTelefax: (82) 336-6038 / [email protected]/sescon-alCód. Sindical: 002.365.89638-8

SESCAP - AmapáPres.: Aluisio Pires de OliveiraR. Hamilton Silva, 2200, Bairro Trem68906-480 - Macapá/APTelefax: (96) [email protected]@tvsom.com.brCód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - AmazonasPres.: Wilson Américo da SilvaR. Monsenhor Coutinho, 477 - sala 5 - Centro69010-110 - Manaus/AMTelefax: (92) 3087-6089 / [email protected]/sescon-amCód. Sindical: 002.365.91072-0

SESCAP - ApucaranaPres.: Alicindo Carlos MorotiR. Osvaldo Cruz, 359 - Centro86800-720 - Apucarana/PRTelefax: (43) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCAP - BahiaPres.: Fernando César Passos LopoAv. Antonio Carlos Magalhães, 257312° andar, salas 1205/1206 - Candeal de Brotas40289.900 - Salvador/BATel.: (71) 452-4082 / Fax: (71) [email protected]ód. Sindical: 002.365.90858-0

SESCON - Baixada SantistaPres.: Orival da CruzAv. Conselheiro Nébias, 592 - Centro11045-002 - Santos/SPTel.: (13) 3222-4839Fax: (13) [email protected]

SESCON - BlumenauPres.: Gelasio FrancenerR.15 de novembro, 550 - 10º andarsalas 1009/101089010-901 - Blumenau/SCTel.: (47) 326-0236 / Fax: (47) [email protected]ód. Sindical: 002.365.89502-0

SESCON - CampinasPres.: Carlos José TozziR. Dona Éster Nogueira, 283 - Vila Nova13073-040 - Campinas/SPTelefax: (19) [email protected]

SESCON - Caxias do SulPres.: Celestino Oscar LoroR. Ítalo Victor Bersani, 1134 - Jd. América95050-520 - Caxias do Sul/RSTel.: (54) 222-7831 / 228-2425Fax: (54) [email protected]ód. Sindical: 002.365.87490-2

SESCON - CearáPres.: Pretextato Salvador Quaresma G.de Oliveira MelloAv. Washington Soares, 1.400 - sala 401,Edson Queiróz60811-341 - Fortaleza/CETel.: (85) 273-2255 / Telefax: (85) [email protected]@sescon-ce.org.brwww.sescon-ce.org.brCód. Sindical: 002.365.88157-7

SESCON - Distrito FederalPres.: Elizer Soares de PaulaSHC CR Quadra 504, Bloco C, Subsolo -loja 64, Asa Sul - Entrada W270331-535 - Brasília/DFTel.: (61) 226-2456 / 226-1485 / 226-1269Fax: (61) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04303-2

SESCON - Espírito SantoPres.: Rider Rodrigues PontesR. Quintino Bocaiuva, 16, sala 90329010-903 - Vitória/ESTel.: (27) 3223-3547 / Fax: (27) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04904-9

SESCON - GoiásPres. Edson Cândido PintoAv. Goiás, 400 - 6º andar - sala 67 - Centro74010-010 - Goiânia/GOTelefax: (62) [email protected]/sescon-goCód. Sindical: 002.365.05474-3

SESCON - Grande FlorianópolisPres.: Maurício MeloR. Felipe Schmidt, 303, 9º andar, Centro88010-903 - Florianópolis/SCTelefax: (48) [email protected]ód. Sindical: 002.365.88511-4

SESCON - LondrinaPres.: Paulo BentoR. Senador Souza Naves, 289 - sobreloja86010-914 - Londrina/PRTelefax: (43) [email protected]ód. Sindical: 002.365.90169-1

SESCON - MaranhãoPres. Gilberto Alves RibeiroAv. Gerônimo de Albuquerque, s/n° - sala 201Retorno do Calhau - Casa do Trabalhador65051-200 - São Luís/MATel.: (98) [email protected]/sesconCód. Sindical: 002.365.90023-7

SESCON - Mato GrossoPres.: João dos SantosR. São Benedito, 851 - 1º andar - Lixeira78010-800 - Cuiabá/MTTel.: (65) 623-1603 / Fax: [email protected]ód. Sindical: 002.365.86025-1

SESCON - Mato Grosso do SulPres.: Carlos Rubens de OliveiraR. Elvira Pacheco Sampaio, 681 - JardimMonumento79071- 030 - Campo Grande/MSTelefax: (67) 387.6094 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.87924-6

SESCON - Minas GeraisPres.: João Batista de AlmeidaAv.Afonso Pena, 748 - 24º andar - Centro30130-003 - Belo Horizonte/MGTelefax: (31) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04937-5

SESCON - ParáPres.: José Eduardo da SilvaAv. Presidente Vargas, 640 - 5° andarSala 01 - Campina66017-000 - Belém/PATelefax: (91) [email protected]ód. Sindical: 002.365.90145-4

SESCON - ParaíbaPres.Aderaldo Gonçalves do Nascimento Jr.R. Rodrigues de Aquino, 267 - 3º andar - Centro58013-030 - João Pessoa/PBTel.: (83) 222-9106Fax: (83) [email protected]/sescon-pbCód. Sindical: 002.365.90755-0

SESCAP - ParanáPres.: Mário Elmir BertiR. Marechal Deodoro, 500 - 11º andar - Centro80010-911- Curitiba/PRTelefax (41) [email protected]ód. Sindical: 002.365.88248-4

SESCAP - PernambucoPres.: Adelvani BrazR. José Aderval Chaves, 78, salas 407/408,Boa Viagem51111-030 - Recife/PETelefax: (81) [email protected]ód. Sindical: 002.365. 88145-3

SESCON - PiauíPres.: Tertulino Ribeiro PassosAv. José dos Santos e Silva, 2090sala 201 - Centro64001-300 - Teresina/PITelefax: (86) 221-9557 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.90801-7

SESCON - Ponta GrossaPres. Luiz Fernando SaffraiderR. XV de Novembro, 301 - 6° andar - salas67 e 68 - Centro84010-020 - Ponta Grossa/PRTelefax: (42) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - Rio de JaneiroPres.: José Augusto de CarvalhoAv. Presidente Vargas, 542 - sala 1906 - Centro20071-000 - Rio de Janeiro/RJTel.: (21) 2233-8868Telefax: (21) [email protected]/sescon-rjCód. Sindical: 002.365.86767-1

SESCON - Rio Grande do NortePres.: Edson Oliveira da SilvaR. Segundo Wanderley, 855-B, sala 122,Barro Vermelho59030-050 - Natal/RNTel.: (84) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - Rio Grande do SulPres.: Luiz Carlos BohnR. Augusto Severo, 168 - São João90240-480 - Porto Alegre/RS

Tel.: (51) 3343-2090Fax: (51) [email protected]

SESCAP - RondôniaPres.: João Aramayo da SilvaAv. Carlos Gomes, 2292 - sala 04 -São Cristóvão78901-200 - Porto Velho - ROTel.: (69) 3026-2531Fax: (69) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - RoraimaPres.: Auxiliadora Oliveira AraújoRua Coronel Mota, 1868 - Centro69301-120 - Boa Vista/RRTelefax.: (95) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04959-6

SESCON - Santa CatarinaPres.: Luiz Antonio MartelloAv. Juscelino Kubitschek, 410 - bloco B -salas 306/30889201-906 - Joinville/SCTelefax: (47) 433-9849 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.02808-4

SESCON - São PauloPres.: Antônio MarangonAv. Tiradentes, 960 - Luz01102-000 - São Paulo/SPTelefax: (11) 3328-4900Fax: (11) [email protected]ód. Sindical: 002.365.86257-2

SESCON - SergipePres.: Wladimir Alves TorresR. Siriri, 496 - sala 3 - 1º andar - Centro49010-450 - Aracaju/SETelefax: (79) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04999-5

SESCON - Sul FluminensePres. Fulvio Abrami StagiR. Orozimbo Leite, 14, 2º andar, Centro27330-420 - Barra Mansa/RJTelefax: (24) 3322-5627 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.05022-5

SESCON - TocantinsPres.: Flávio Azevedo PintoRua NE 11, lote 20, quadra 104 Norte -sala 04 - Ed. Lumare77006-030 - Palmas/TOTel.: (63) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - TupãPres.: Hamilton D. Ramos FernandezR. Potiguaras, 414 - Centro17601-080 - Tupã/SPTelefax: (14) [email protected]

Sindicatos das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,Perícias, Informações e Pesquisas filiados à FENACON

Atualizado em 11.05.2004

Empresário de Serviços, entre emcontato com seu sindicato

através de e-mail. É mais fácil,rápido e econômico.

Critique, reivindique, opine, façasugestões aos seus dirigentes.Eles querem trabalhar por você,

em defesa de sua empresa.

Diretoria da Fenacon 2001/2004

Presidente: Pedro Coelho Neto

Vice-Presidente - Região Sudeste: Nivaldo Cleto

Vice-Presidente - Região Sul: Luiz Valdir Slompo de Lara

Vice-Presidente - Região Nordeste: José Geraldo Lins de Queirós

Vice-Presidente - Região Centro-Oeste/Norte: Antônio Gutenberg Moraes de Anchieta

Diretor Administrativo: Roberto Wuthstrack

Diretor Financeiro: Horizon Donizett Faria de Almeida

Diretor Institucional: Haroldo Santos Filho

Diretor de Assuntos Legislativos e do Trabalho:Sauro Henrique de Almeida

Diretor de Eventos: José Rosenvaldo Evangelista Rios

Diretor de Tecnologia e Negócios: José Eustáquio da Fonseca

Suplentes: Anastácio Costa MotaMaciel Breno SchifflerOrival da CruzCleodon de Brito SaraivaIzabel Rodrigues LiipkeCarlos Alberto do Rego CorreaLeomir Antonio MinozzoWilliam de Paiva Motta

Conselho Fiscal

Efetivos: Jodoval Luiz dos SantosJosé Carmelo FariasAntonio José Papior

Suplentes: Irany Barroso de Oliveira FilhoAluísio Beserra de MendonçaLuis Carlos Freitas

Representação na CNC

Efetivos: Pedro Coelho NetoEliel Soares de Paula

Suplentes: José Augusto de CarvalhoMaria Elzira da Costa

Secretaria de redação

Setor Comercial Norte, Quadra 1, Bloco F, salas 602 e 603CEP 70711-905 - Brasília - DF • Telefax: (61) 327-0002E-mail: [email protected]

AnúnciosPedro A. De Jesus • Tel.: (11) 3875-0308E-mail: [email protected]

FENACONSetor Comercial Norte, Quadra 1,Bloco F, salas 602 e 603CEP 70711-905 - Brasília - DFTelefax: (61) 327-0002E-mail: [email protected]

ExpedienteA REVISTA FENACON EM SERVIÇOS é uma publicação mensal daFederação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e dasEmpresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas.

Circulação: nacional - empresas de setores de serviços ligadas aoSistema Fenacon, instituições de ensino superior, órgãosgovernamentais, representantes dos poderes legislativos eentidades empresariais.

Auditoria de Circulação: Itecon - Instituto Técnicode Consultoria e Auditoria S/C

Impressão: Prol Gráfica Editora Ltda.

Editor Responsável: André Luiz de Andrade

Direção de Arte e Diagramação: Marcelo Ventura

Conselho Editorial: Pedro Coelho NetoNivaldo CletoHaroldo Santos FilhoMário Elmir BertiAntônio MarangonGerson Lopes FontelesSérgio Approbato MachadoJosé Antonio de Godoy

Tiragem: 50 mil exemplares

A Revista Fenacon em Serviços não se responsabiliza pelosconceitos emitidos nas matérias ou artigos assinados

índice

FENACON em Ano IX - Edição 101

Maio de 2004

■ espaço do leitor .......................................................................04■ palavra do presidente ..............................................................05

. Burocracia: ordem duvidosa, progresso negativo

■ gestão de pessoas ....................................................................06. Gestores de competência

■ publicado & registrado ............................................................08. Vitória contra o ISS. Entidades unidas pela justiça tributária. Tudo a declarar

■ IRPF 2004 ...............................................................................09. TV Fenacon esclarece dúvidas dos contribuintes sobre o IRPF

■ perspectiva ..............................................................................10. Os novos limites da ME e EPP, o Super Simples e a contabilidade

■ qualificação ............................................................................12. Teleconferência no Senac/SP discute impacto tecnológico na área contábil

■ à luz do direito ........................................................................14. A não inclusão do ‘reembolso de despesas’ na base de cálculo do ISS - Aspectos Jurídicos e Contábeis

■ tecnologia da informação ........................................................16. A tecnologia na relação fisco-contribuinte-contabilista

■ burocracia ...............................................................................18. Vírus letal

■ análise .....................................................................................24. Burocracia fiscal e multas

■ rápidas ....................................................................................25. Congresso Brasileiro de Contabilidade. Fenacon em nova sede. Implantação do TCS na Região Sul

■ eventos ....................................................................................26. MS recebe empresas de serviços para o V Enescap. Divulgada programação do 3° Enescap/Sudeste

■ regionais .................................................................................30. Sescon/Blumenau comemora 15 anos com posse da nova diretoria. Novo presidente promete ampliar parcerias e convênios. 600 pessoas prestigiam posse de Berti no Paraná. Tecnologia será alvo de gestão no RS. Presidentes licenciados

■ desenvolvimento pessoal .........................................................33. Sintonize-se!

■ go around ................................................................................34. Contabilizando relações

4 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

espaço do leitor

Sociologia e contabilidadeOi Sr. Paulo (posso tirar o Sr. para ficar

mais à vontade, afinal o Sr. não parece sertão senhor assim...). Bem, quero parabenizá-lo por seus artigos revista da Fenacon. Nãodeve ser nenhuma surpresa pra você receberelogios por suas publicações na revista.

Comecei a ler as matérias de uns mesespra cá. Não tinha conhecimento da revista e adescobri por um acaso... Meus pais e meuirmão são contadores e trabalham juntos. E,no entanto, faço faculdade de CiênciasSociais. Nada a ver com a área contábil, mastenho algumas noções do meio, mesmo nãoquerendo ter, enfim, encontrei a coleção queeles têm e fiquei impressionada com oconteúdo inteligente da revista...

Na verdade, a contabilidade me persegue,imagine uma futura socióloga gostar decontabilidade??? Mas não tem pecado nisso,tem? Pois é, eu até aprendi a gostar, mas seique meus dons são outros... Mas a revista nãoserve apenas para contadores, serve paracuriosos, empresários de pequeno e grandeporte e até para advogados...

As motivações que você fornece servem atémesmo pra quem é leigo em qualquer assuntoque seja, pois elas tornam-se bem significativase até mesmo pessoal. Obrigada por ler meu e-mail (espero...) e quando vier fazer algumapalestra aqui em Maceió, não esqueça de meenviar um e-mail avisando, heim.MylaMaceió[email protected]

Paulo Angelim: Oi Myla, quero te agra-decer muito por suas palavras de carinho eapreço por meu trabalho. Espero continuarcontribuindo com o seu crescimento. Esperoestar em breve em Maceió. Tudo de bom paravocê! Abraços, bênçãos e... sucesso!

DaconEstive verificando a legislação que esta-

beleceu o Dacon e observa-se o castigo dadoaos profissionais de contabilidade, que estãosem poder de maneira nenhuma deixar deapresentar por qualquer motivo justo a infor-mação fora do prazo estabelecido, a não serque queira arcar com a multa de R$ 5.000,00.

Gostaria de saber como o meio em-presarial brasileiro recebeu essa condenação?Que providências a Fenacon está tomandosobre o assunto? Faço essas questões poisfui vítima de tal. Isso porque, ao ser tambémvitima de um arrombamento em nossas

unidades operacionais, ficamos impossibi-litados de remeter a informação na dataprevista e ao consultar a SRF local a respostaque tenho é pagar a multa.Henrique CarvalhoSócio AdministradorPlanebras Assessores [email protected]

Novo Código CivilSou Robson Motta, acadêmico do Curso

de Ciências Contábeis da Universidade doSul de Santa Catarina - UNISUL, emAraranguá/SC, e estou no último semestre,onde estou fazendo a minha monografiasobre o ‘Empresário Individual e o novoCódigo Civil’. Portanto venho através destee-mail solicitar algum material sobre oreferido tema para poder agregar ainda maisà minha monografia, tendo em vista que jáutilizei muita as página da Fenacon.Robson [email protected]@ac.unisul.br

Perícia ContábilPrezados senhores, sou estudante da

PUCRS do curso de Ciências Contábeis e, emvirtude de estar começando a fazer o meutrabalho de conclusão sobre a Perícia Contábil,solicito informações, conteúdo, material,história, reportagens, conceitos, tipos de períciae normas que regem a Perícia Contábil.Tiago H. [email protected]

Inteligência emocionalMagnífico o artigo ‘Desenvolva sua

inteligência emocional’, de Paulo Araújo,publicado nas páginas 48 e 49 da Fenaconem Serviços, edição n° 100. O assuntomencionado é realmente muito interessante.Os dirigentes e lideranças que aplicam o Q.E.em seus relacionamentos e administraçãovêm conseguindo resultados além doesperado. Afirmo com conhecimento decausa. Esta filosofia é aplicada em nossaempresa com ótimos resultados.Moacir Rodrigues MarquesSão José do Rio Preto - [email protected]

TeleconferênciaSr. Nivaldo, a pedido do presidente do

CRC/SP, contador Luiz Carlos Vaini, e dovice-presidente de Desenvolvimento

Profissional, contador Domingos OrestesChiomento, agradecemos sua participação naTeleconferência ‘O impacto tecnológico narelação fisco-contribuinte-contabilista’,realizada no último dia 27 de abril, emparceria com o Senac-SP.

A teleconferência permitiu a intera-tividade dos telespectadores através dasperguntas respondidas pelo senhor, que fezuma brilhante exposição sobre o assunto.Mais uma vez, agradecemos pela suacontribuição para o êxito da teleconferência,estendendo à Fenacon que deu total apoioao evento.Simone Sill de AndradeChefe do Departamento deDesenvolvimento [email protected]

QualificaçãoÉ com grande satisfação que comu-

nicamos a constituição da Ascont -Associação Santacruzense de Contabilistas,fundada em novembro de 2003, que temcomo objetivos integrar nossa classe equalificar nossos profissionais, através deencontros, cursos, palestras etc.

Sabemos da importância da RevistaFenacon em Serviços em nosso dia-a-dia,pelo alto nível de qualidade e clareza comque as matérias são elaboradas.Gostaríamos de recebê-la em nossaassociação para assim podermos colocar àdisposição de nossos associados esteinstrumento essencial para toda a classe.

Aproveitamos a oportunidade para para-benizar a Fenacon pela luta incansável em de-fesa da classe contábil, bem como de todos osempresários que sonham com um Brasil maisjusto e com uma diminuição da carga tributária.Antonio Gomes Bezerra JuniorASCONT - Associação Santacruzense deContabilistasSanta Cruz do Capibaribe - [email protected]

Fale com o editor:[email protected]

As mensagens, para esta seção, somenteserão publicadas com a devida

identificação do leitor: Nome, EndereçoCompleto e Telefone.

Por motivos de espaço, a redação se reservao direito de publicar de modo resumido oconteúdo das cartas e e-mails dos leitores.

Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 5

Pedro Coelho Neto

palavra do presidente

Burocracia: ordem duvidosa,progresso negativo

A Revista ‘Veja’, em recente matériasobre a burocracia e suas implicações navida das empresas brasileiras, denuncia oatraso da nossa máquina estatal, quandocompara as exigências que nos sãoimpostas, com as vigentes em outros países.Desde então, muitas manifestações sobreo tema vêm sendo suscitadas Brasil afora,num sinal de que a sociedade parece estaracordando para o quanto esse estado decoisas é maléfico para o cidadão e prejudi-cial para o desenvolvimento do País.

Parece um paradoxo os militantes con-tábeis se posicionarem contra uma fonte in-terminável de obrigações acessórias exigidasdas empresas, ou seja, do seu mercado detrabalho. Aparentemente, seria essa umaforma de os prestadores de serviços aumen-tarem seu faturamento, considerando quemais e mais trabalhos têm que desenvolver,após cada nova exigência do fisco.Entretanto, isso não acontece na prática. Oque se vê, de fato, é um rosário de obrigaçõesacessórias para serem cumpridas em prazoscada vez menores e sujeitas a multasexorbitantes, quando não cumpridas.

Para os tomadores de serviços con-tábeis, os prestadores desses serviços sãouma espécie de ‘agentes do governo’, por-tadores de más notícias e produtores deuma infinidade de informações sobre suasvidas, possivelmente utilizáveis para lhescausar problemas. Em síntese, oscontabilistas, segundo essa ótica caótica,representariam para os contribuintes ummal necessário, geradores de um serviçoque não lhes trará nenhum benefício e,conseqüentemente, merecedores da menorremuneração possível.

Para os agentes do fisco, do alto de suavisão burocrática, os contribuintes estãoobrigados a prover o Estado do máximode recursos possível, sob a forma detributos; e os prestadores de serviçoscontábeis, como meros prepostos dasempresas, têm o dever de gerar, processare fornecer, segundo sua determinação,tempo e hora, todas as informações quegarantam o efetivo recebimento da parteque cabe ao fisco nas operações realizadas.

“Jamais o fisco conseguiráeliminar a evasão de tributos,

utilizando-se de uma burocraciacanina, que quer fazer tudo girar

em torno da própria cauda”

É nesse ponto que os tecnocratas,cavilosamente, vêm escapando do trabalhoque deviam fazer - é para isso que estãosendo pagos! - e vão repassando as suasobrigações funcionais para os prestadoresde serviço, na forma de ‘dever de casa’,sujeito a punição. Com essa folga, sobra-lhes mais tempo para inventar novasobrigações a serem impostas aos outros,em detrimento do desenvolvimento dasempresas, da economia e da sociedade.

Entre o fisco - órgãos municipais,estaduais e federais- e o contribuinte,pessoas físicas ejurídicas, os pres-tadores de serviçoscontábeis vêem-senuma verdadeiracamisa-de-força.São pressionadospor uma legislaçãoesfarelada e arcaica, pelo crescimentoexacerbado das obrigações acessórias, pelaredução dos prazos, pelas multas exor-bitantes, pelo aumento de seus custos -quando organizados em forma de empresas-, pela ineficiência das repartições públicasna solução de problemas e, como se nãobastasse, pelo não reconhecimento daimportância do seu mister pelos usuários deseus serviços. Usuários, por sua vez, comoos demais cidadãos, vítimas de umaeconomia instável e de métodos de governopouco eficientes na aplicação de recursos,mas muito competentes no aumento earrecadação dos tributos.

A burocracia brasileira, em grandeparte, é causa e efeito do maluco sistematributário vigente; uma sarna que, quantomais coçada, mais se espalha. Numa vãtentativa de ‘tapar o sol com uma peneira’,jamais o fisco conseguirá eliminar a evasãode tributos, utilizando-se de umaburocracia canina, que quer fazer tudo girarem torno da própria cauda. Esse esforçocaótico termina sendo mais um tributo paraas empresas e um estorvo para os que sãoresponsáveis pelo cumprimento dasobrigações do contribuinte para com o

Estado. Tem-se uma ‘ordem’ duvidosafomentando um ‘progresso’ negativo.Resta a reflexão: a quem interessa esseestado de coisas?

Melhor seria que o Governo procurasse:1) diminuir o número de tributos, 2) reduziras alíquotas ampliando a base de tributaçãoe 3) simplificar a forma de arrecadação.Assim fazendo, a legislação seria maisinteligível, a evasão seria desestimulada e amáquina de arrecadar, racionalizada,produziria muito mais; os cidadãos, por sua

vez, poderiam respirar eos empreendedoresdirigir seus esforços paragerar riquezas e empre-gos na economia formal.Mas, a burocracia estatalperderia força; os quedentro ou fora da má-quina se embuçam nonevoeiro tributário para

‘vender facilidades’ e/ou escapar de suasobrigações legais teriam que mudar de ramo.

O Estado brasileiro, conduzido aomundo das nações civilizadas, possibi-litaria a prosperidade da nação; os seusprofissionais da contabilidade poderiamdedicar o seu tempo, sua técnica einteligência para ajudar os contribuintes -seus clientes - a melhor administraremsuas atividades produtivas, utilizando asinformações contábeis para orientardecisões, planejar investimentos, gerarnegócios e, não apenas, para alimentarapetites burocráticos descabidos.

Constatada a existência lá fora deAdministração Pública inteligente - comobem mostra a reportagem no início men-cionada - e vendo aqui tudo dantes comona Casa de Abrantes, cresce aquela correntedos que estão desiludidos com a nossademocracia e que já perdem a fé no Estadode Direito, passando a ver o Governo comomais uma pedra no caminho do cidadãoem busca de sua realização social. Éimprescindível reverter esse quadro.

Pedro Coelho Neto épresidente da Fenacon

[email protected]

6 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

gestão de pessoas

Oferecer ao micro e pequeno em-preendedor condições para competir nomercado e apoio para o seu crescimentoeconômico e profissional. Esta é a propostade um estudo acadêmico realizado no finaldo ano passado por cinco alunos do cursode pós-graduação em Recursos Humanosda faculdade FAAP-SP (Fundação ArmandoÁlvares Penteado). A ‘Implantação deGestão por Competências em Empresas deServiços Contábeis’, tema da monografia,cria uma metodologia que permite àsempresas de contabilidade desenvolveremcompetências em seus colaboradores deforma a capacitá-los como consultores eampliar os serviços oferecidos aos clientes.

Os integrantes do grupo de estudoexplicam que o tema foi escolhido pela per-cepção da importância da contabilidade nocenário nacional, devido à carência depolíticas eficazes para as micro e pequenasempresas. Segundo Stewalter Soares Mo-raes, diretor da divisão de RH da FlaumarAssessoria Empresarial Ltda., de Guaru-lhos/SP, o trabalho foi iniciado a partir dedados da participação de pequenos negóciosno mercado. No Brasil, mais de 90% dosempreendimentos são micro e pequenos,responsáveis por 67% da mão-de-obraempregada, mas respondem apenas por20% do PIB (Produto Interno Bruto) eexportam 1,7% do volume total. Em outrospaíses como, por exemplo, a Espanha ondeos pequenos negócios correspondem a 64%do total, cerca de 41% são exportadores.

A mortalidade precoce das empresasbrasileiras é outro fator preocupante.Segundo dados do Sebrae, as principaiscausas de um negócio mal sucedido são afalta de planejamento prévio na abertura,divulgação, assessoria técnica e empresariale dificuldade na gestão de finanças. “Nessemomento entra a empresa de contabilidade”,diz Rosa Maria Scal de Araújo Jr., gerentede RH e Qualidade da Viação Itapemirim,de São Paulo. “Nós acreditamos que desen-volvendo essas empresas, possamos mudaro cenário econômico”.

“A pequena e micro empresa não temestrutura para ter seu contador interno, por

Gestores de competênciaEstudo apresenta propostas de capacitação e ampliação deserviços prestados pelas empresas contábeis

isso todas são assessoradas por umaempresa de serviço contábil. Se nós qui-sermos atingir e desenvolver os pequenos emicros, teremos que preparar as empresascontábeis para esse novo desafio”, indicaStewalter. O conceito de gestão de com-petência, basicamente, reúne um conjuntode conhecimentos, habilidades e atitudesque possibilitam um funcionário oucolaborador superar os resultados fixadospor uma empresa. Para isso, explicam osespecialistas, não basta cumprir o horário efazer o trabalho certo, é preciso ter ca-pacidade de realização e entrega.

Quebra de paradigmasAntes de se implantar um sistema de

gestão de competência, é preciso iden-tificar quais são os objetivos da empresa,de acordo também com sua cultura erespeitando a sua política interna. É neces-sário identificar uma pessoa capacitadapara estudar o assunto, que pode ser feito,muitas vezes, sem custo adicional ou emparcerias com outras empresas. Em segui-da, é preciso divulgar o trabalho dentro daorganização. “Em todo processo de gestãoeu vou falar de avaliação, portanto vou me-xer com as pessoas, então eu preciso sen-sibilizar para não ter boicote”, explica Rosa.

Feito isso, monta-se um mapeamento decargos e competências, isto é, se osfuncionários estão ou não adequados àfunção que realizam dentro da empresa. “Euposso encontrar pessoas adequadas, queestão prontas para uma promoção ou não.O que acontece, muitas vezes, e que des-motiva os funcionários de qualquer orga-nização é você ter gente pronta para serpromovida, mas contratar alguém de fora.A gestão de competência minimiza todoesse problema. Identificamos, mapeamos eremuneramos as pessoas”, acrescenta Rosa.

“Quando nós falamos em remunerar, nãoestamos falando em aumentar salários. Euquero aumentar minha participação numafatia de mercado e eu vou remunerar o meucolaborador a medida que esses resultadosforem sendo alcançados”, explica Stewalter.O programa também altera a promoção decargos. “Só o tempo de serviço não geracapacidade de entrega. É por isso que a mi-cro e pequena empresa quebra, por falta degestão”, diz Rosa. “Fazer bem o seu trabalhofaz parte da sua obrigação. Pode-se atépensar em ser uma visão ‘fria’, mas narealidade é isso. As pessoas têm que serremuneradas por aquilo que elas agregam amais”, analisa Stewalter.

Maria de Fátima Onça, analista deRemuneração da empresa Armco do Brasil,explica que isso é feito de forma muito clarapara os funcionários. “Você apresenta osresultados individuais e cada um analisa oseu desempenho, de modo que a pessoapossa procurar o seu auto-desenvolvimentopara o próximo período de avaliação e, numgrupo, aquele que tiver uma performancemaior é aquele merecedor da promoção”.

Uma das dificuldades na realização doestudo foi quanto a obtenção de informaçõespor parte dos colaboradores. Muitos nãosabem definir claramente as suas reaisobrigações, ou por um normal compor-tamento defensivo ou por falta de integraçãocom sua atividade. “É o perfil do microempresário. Ele às vezes é um bom técnicoe falta essa visão macro da empresa, de umplanejamento estratégico. Em alguns casos,é até uma defesa, em outros é mesmo a faltade conhecimento”, percebe Fátima.

Uma pesquisa entre os empresárioscontábeis foi realizada, inclusive, com acolaboração da Fenacon, através do enviode formulários pelo seu maillist. Foramquestionados quais os conjuntos derequisitos necessários para que a empresapossa atingir os resultados fixados pela

Autores do estudo: esq. p/ a dir.,Stewalter Soares Moraes, diretor dadivisão de RH da Flaumar AssessoriaEmpresarial; Rosa Maria Scal de AraújoJr., gerente de RH e Qualidade da ViaçãoItapemirim; Maria de Fátima Onça,analista de remuneração da empresaArmco do Brasil; Claudemir Edson deOliveira, auditor da Controladoria Geralda União e Luciana Pedrosa Francisco,consultora RH/SAP

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administração. Foram sugeridas dezcompetências, as quais o empresáriopoderia escolher cinco e informar sealgumas dessas já eram desenvolvidas ounão pela sua empresa.

A grande surpresa foi a verificação de queas competências consideradas importantesnão são desenvolvidas pelas própriasempresas (veja gráfico). “Por exemplo,orientação para mudanças. Todas asempresas que colocaram essa competênciacomo importante também colocaram que elanão é desenvolvida”, diz Fátima.

Segundo os profissionais, esse resultadomostra-se relevante para a classe contábil,na medida em que apresenta o levantamentode necessidades de treinamento elaborado apartir da participação dos empresários dosegmento, o que pode facilitar o trabalho deconscientização. “Percebe-se que o segmentodas empresas de serviços contábeis encontra-se numa fase de transição entre as formasde trabalho mais tradicionalmente conhe-cidas e a nova realidade da gestão depessoas, sob o ponto de vista de estes seremos recursos fundamentais em torno do qualgira o sucesso do mundo empresarial”,conclui o estudo.

Para Rosa, tudo poderia ser mudado commais matérias de gestão na grade curriculardos cursos de contabilidade. “O contador denível superior tem que conhecer gestão depessoas, qualidade e negócios não só paragerar balanço no final das contas, mas parater uma visão muito mais ampla, pois asempresas buscam, hoje, muito mais respostasdo que ele está preparado para dar”, diz.

Perfil nacionalAtravés das pesquisas realizadas, foi

possível traçar um perfil das empresas decontabilidade no Brasil. Segundo osestudiosos, elas são altamente técnicas,porém sem as competências compor-tamentais para o sucesso do empreen-dimento. “Nós percebemos que conhe-cimento técnico o empresário tem, atéporque muitas hoje estão informatizadas eantenadas com o que está acontecendo nomeio, porém as pessoas não têm ascompetências necessárias, então eu ficocom o meu ótimo técnico que não consegueganhar o cliente”, exemplifica Rosa.

Para Stewalter, essa é a oportunidadedas empresas prestadoras de serviços

contábeis mudarem o perfil e ajudaremno seu crescimento e dos clientes. “Aliás,um dos maiores problemas dessas em-presas: elas sabem fazer o trabalho, masnão sabem dar orientação para o cliente,dos problemas que existem”, analisa.“Hoje, nós temos a possibilidade de pres-tar um trabalho muito mais amplo, de ges-tão. O nosso cliente poderá crescer, desen-volver-se, aumentar a oportunidade deemprego, sua renda e o PIB do país”.

Competênciasconsideradas importantes

Coad

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publicado & registrado

Tudo adeclarar

Dacon, Dimob, Decred, DES. Sevocê ainda não conseguiu decorar - edecifrar - o nome das declarações criadaspela Receita Federal em 2003, prepare-se que vem mais burocracia pela frente.A Receita pretende incorporar, até o fimdo ano, 34 novas fontes de informaçãoao sistema atual, que conta com mais de46 dados, entre declarações e cadastrosde pessoas físicas e jurídicas.

O fechamento do cerco aossonegadores aliado à alta tecnologiaempregada na fiscalização já está serefletindo na arrecadação, que crescecom a aplicação de multas efiscalização: em 2003, a Receita somouR$ 51 bilhões em autos de infração,perante R$ 38 bilhões em 2002.

O sistema de cruzamento deinformações foi criado em 1997 epermite que o Fisco investigue e cruzedados de até cinco anos anteriores,prazo de prescrição das dívidas fiscais.

Diante do cerco, contadores e tri-butaristas recomendam às empresasguardar notas fiscais, recibos ecomprovantes de gastos com educaçãoe saúde, faturas de cartão de crédito,rendimentos com aluguéis etc., paraevitar problemas com o Fisco (...).

DCI - São Paulo - SPPor Priscilla Negrão - 16/03/04

Depois dos advogados, os 400 escritórioscontábeis de Vitória conseguiram liminarcontra a lei municipal 6.075, que fixa em 5%do faturamento bruto o valor devido doImposto Sobre Serviços (ISS). O valor cobra-do antes era fixo e anual para advogados,contadores e algumas outras categorias.

Até o ano passado, a cobrança tinha umvalor fixo anual para contabilistas, advo-gados, auditores, engenheiros, arquitetos,economistas, médicos, enfermeiros, dentis-tas e psicólogos das sociedades unipro-fissionais com caráter de trabalho pessoal.

O cálculo era feito tomando-se o IPCAcomo índice, o que representou, em 2003,uma contribuição mensal de R$ 67,93 porprofissional. Com a nova lei municipal,que entrou em vigor no primeiro dia doano, foi estabelecido o valor de 5% sobreo faturamento bruto. Dessa forma, umcontabilista que fatura R$ 10 mil por mêsteria que pagar R$ 500,00 de ISS - setevezes mais que antes.

O Sindicato das Empresas de ServiçosContábeis e das Empresas de Assesso-ramento, Perícias, Informações e Pesquisas(Sescon) impetrou um mandado de se-gurança e conseguiu uma liminar, concedidano dia 2 de março. A decisão judicial temefeito para os 400 escritórios de conta-bilidade do município de Vitória, que voltama recolher o tributo pelo sistema antigo.

No Espírito Santo, já é a segunda liminardesse tipo. A primeira foi em 12 de fevereiro,

obtida pela OAB em benefício dosadvogados da capital. Com isso, abre-se pre-cedente para que outras categorias tambémentrem na justiça, e não está descartada apossibilidade de ocorrerem mudanças nalegislação dos municípios. A Prefeitura deVitória acena com a possibilidade denegociar alterações na lei do imposto.

De acordo com o presidente do Sescon,Rider Rodrigues Pontes, a Prefeitura deVitória acenou com a possibilidade dealteração da lei municipal, a exemplo doque já ocorreu em municípios importantesde outros estados, como São Paulo, Rio deJaneiro, Brasília, Salvador, Belo Horizontee Distrito Federal, que restabeleceram acobrança fixa e determinaram alíquotamínima de 2% para as sociedadesuniprofissionais que não se enquadram nacondição de trabalho pessoal.

“Estamos convencidos de que a perfeitaadequação da norma legal em Vitória poderáservir de modelo e exemplo para os demaismunicípios do Espírito Santo, evitando-seuma ‘guerra fiscal’. Isso poderia trazer sériosdanos aos cofres do município e aindatranstorno para o contribuinte”, diz Rider.

A Gazeta - Vitória - ESPor Rachel Silva - 16/03/04

Os representantes das entidadescearenses ligadas aos setores de comércio,indústria e serviços que planejam lançaruma campanha contra o aumento da cargatributária no País se reúnem hoje, às 10horas, na sede da Câmara dos DirigentesLojistas de Fortaleza (CDL) para traçaros primeiros passos da ação. A OAB-CEjuntou-se ao grupo de seis entidades queestão à frente da iniciativa - a Fiec

Vitóriacontra o ISS

Entidades unidas pelajustiça tributária

(Federaçãodas Indús-trias do Es-tado do Ceará), CDL, Faec (Federação daAgricultura do Estado do Ceará),Fenacon, CRC-CE e Sescon-CE.

“Vamos emprestar nosso apoio técnico-jurídico às entidades”, afirma ErinaldoDantas Filho, presidente da Comissão deEstudos Tributários da OAB-CE. Para

Dantas, o aumento de impostos, este ano,foi generalizado, nas esferas federal,estadual e municipal. “Isso vai incentivara sonegação, vai causar um efeitorecessivo na sociedade que deve resultarna diminuição da arrecadação”, diz.

O presidente da Comissão de EstudosTributários da OAB-CE destaca comomais expressivo o aumento dos impostos

que pesam sobre o setor de serviços. Comisso, são prejudicados o Estado do Ceará ea própria região Nordeste, que têm comovocação os serviços. “A médio prazo é umtiro no pé”, comenta Erinaldo Dantas Filho.

Diário do Nordeste - Fortaleza - CEPor Ebenezer Fontenele - 13/04/04

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IRPF 2004

No último dia 15 de abril, a TVFenacon promoveu mais um seminário,desta vez para discutir os principais pontosdo Imposto de Renda da Pessoa Física2004. O prazo para a entrega das de-clarações encerrou-se no último dia 30.O programa foi transmitido diretamentedos estúdios da Prosoft, na capitalpaulista, e apresentado e mediado pelovice-presidente da Fenacon para a regiãoSudeste, Nivaldo Cleto e pelo ex-presidente do Sescon/SP e empresáriocontábil, Carlos José de Lima Castro.

O especialista em Imposto de Renda econsultor da IOB Thomson, Valdir Amorim,esclareceu, durante a transmissão, asprincipais dúvidas do público. Foram maisde 100 perguntas recebidas via e-mail, faxe telefone. Amorim alertou os contribuintespara o cuidado no preenchimento das

TV Fenacon esclarece dúvidasdos contribuintes sobre o IRPF

informações, observando que qualquererro pode ocasionar multa e futurostranstornos perante o Fisco.

Segundo a Secretaria da ReceitaFederal, foram entregues mais de 18milhões de declarações. Pelo sistemaReceita Net foram encaminhadas cercade 17 milhões. As declarações sim-plificadas somaram 535 mil e portelefone 40 mil. Os contribuintes quenão apresentaram as declarações no prazovão pagar multa de R$ 165,74 podendochegar a até 20% do imposto devido. Oprimeiro lote de restituições, como no anopassado, vai ser liberado no dia 15 dejulho, dentro de cronograma que serácumprido até o mês de dezembro. Aquelesque usaram a Internet terão prioridade.

Cerca de 300 pessoas assistiram atransmissão ao vivo pela Internet e, pela

primeira vez, a TV Fenacon foi trans-mitida, também, pelo sistema NET de TVa Cabo, pelo canal 15. Todo o conteúdofoi gravado e disponibilizado no sitewww.fenacon.org.br. As dúvidas nãorespondidas no ar também puderam serconsultadas no site da Fenacon e IOB(www.iob.com.br). O programa tevepatrocínio da Prosoft Tecnologia, IOBThomson e JPO Solutions.

Mesa do seminário: O especialista em IR econsultor da IOB Thomson, Valdir Amorim,esclarece as principais dúvidas do público.Ao centro, o vice-pres. da Fenacon para aregião Sudeste, Nivaldo Cleto,acompanhado do ex-pres. do Sescon/SP,Carlos Castro, apresentadores emediadores do evento. No detalhe, NivaldoCleto mostra a Carlos Castro algumas dasperguntas dos espectadores

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Os novos limites da ME e EPP, oSuper Simples e a contabilidade

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Por Marta Arakaki

perspectiva

O Governo e o Sebrae têm noticiado queestá sendo projetada uma nova Lei Geralpara a Micro e Pequena Empresa, pela qualseria criado o Super Simples com maioreslimites de faturamento e admitindo a opçãopelas empresas atualmente impedidas deingressar no Simples. No entanto, o Governopreferiu editar o Decreto 5028/04, publicadono Diário Oficial no início de abril, o queacabou provocando muitas dúvidas einterpretações divergentes quanto ao realalcance dos novos limites de faturamentopara a ME e a EPP.

Na realidade, o referido Decreto alterouapenas os limites fixados no Estatuto daMicro e Pequena Empresa, aprovado pelaLei 9.841/99, que não provocarão qualquerreflexo tributário, principalmente, emrelação ao Simples, que é regido pela Lei9.317/96 e suas alterações posteriores. Osnovos limites do Estatuto, em relação aofaturamento anual e respectivos enqua-dramentos das pessoas jurídicas, atualizadospelo Decreto 5.028/04, são:

• Microempresa - ME: até R$ 433.755,14

• Empresa de Pequeno Porte - EPP: acimade R$ 433.755,14 e até R$ 2.133.222,00

Embora esses novos limites não se es-tendam ao Simples, eles vão possibilitar queum maior número de micro e pequenas em-presas possa usufruir dos benefícios desseEstatuto. Levando em conta que são duaslegislações distintas, uma pessoa jurídica po-de ser considerada pelo Estatuto como ME

“Pelo Estatuto, a ME e EPP terácondições especiais para oprotesto de títulos e para

aprovação das suas instalaçõespelos órgãos fiscalizadores,

além da possibilidade depropor ação no Juizado

Especial de Pequenas Causas”

ou EPP e não se enquadrar no Simples parao pagamento dos seus tributos, por estar im-pedida ou porque não o considera vantajoso.

Um dado importante é que as hipótesesde vedações do Estatuto para o enqua-

dramento da ME ou EPP são bem menoresdo que as do Simples, pois se restringemapenas à empresa que tenha como sócia:

a) Pessoa física domiciliada no exteriorou outra pessoa jurídica;

b) Pessoa física com mais de 10% docapital de outra pessoa jurídica be-neficiada pelo Estatuto.

O Estatuto da Micro e Pequena Empresaestabelece que, para usufruir dos seus be-nefícios, a pessoa jurídica deverá ter decla-rado a sua condição de ME ou EPP e obtidoo seu respectivo registro na Junta Comercial

ou no Registro Civil de Pes-soas Jurídicas.

A ME e a EPP, enquadradasnos termos do Estatuto,independentemente de seremoptantes ou não pelo Simples,são dispensadas do cumpri-mento das seguintes obrigaçõestrabalhistas e previdenciárias:

• Afixação do quadro de ho-rário de trabalho dos em-pregados, exceto do menor;

• Anotações de férias dosempregados em livros ouficha de registro na época desua concessão;

• Manutenção do livro de inspeção dotrabalho;

• Empregar e matricular menores de 18anos, como aprendizes, nos cursosespecializados do Senai.

A fiscalização trabalhista e previ-denciária da ME e EPP, nos termos do Es-tatuto, terá sempre como prioridade aorientação e deverá adotar o critério da duplavisita antes da lavratura de qualquer Autode Infração, exceto quando constatada a faltade registro de empregado ou de anotaçãode sua Carteira de Trabalho ou quandohouver reincidência, fraude, resistência ouembaraço à fiscalização.

Pelo mesmo Estatuto, a ME e a EPP terãocondições especiais para o protesto de títulose para aprovação das suas instalações pelosórgãos fiscalizadores, além da possibilidadede propor ação no Juizado Especial de Peque-nas Causas. No caso de baixa, se comprovadaa falta de atividade econômica, por mais decinco anos, a ME ou EPP será dispensada daapresentação de certidões negativas.

Em relação ao PAES - Programa deParcelamento Especial, entende-se que osnovos limites poderão permitir às ME e EPP,que optaram pelo referido parcelamento, anão mais se sujeitarem ao limite de 180meses, passando a pagar apenas a parcelade valor mínimo.

Muitas dúvidas têm sido levantadas em re-lação à vigência dos novos limites do Estatutoda ME e EPP, ou seja, se seriam aplicados,imediatamente, ou apenas a partir de janeiro/2005, o que deverá ser esclarecido por atosnormativos dos órgãos de registro e controle.

Neste caso, poderia ser aplicada a regrado artigo 4º da Lei 9.841/99, que admitiu oenquadramento como ME ou EPP dasempresas existentes na época da ediçãodaquele diploma legal. Assim sendo, comoos limites de faturamento anual ficaramcongelados por mais de quatro anos, asempresas existentes, cujos valores defaturamento em 2003 se mantiveram dentrodos novos limites, não poderão ser impedidasde realizar o seu enquadramento na condiçãode ME ou EPP. Para tanto, bastará que façama comunicação ao órgão onde estão re-gistradas, Junta Comercial ou Registro CivilM

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“A dispensa da escrituraçãocompleta não acarretará aredução das obrigações

burocráticas, mas, certamente,provocará a perda do controledos direitos e obrigações e a

memória de todas asoperações da ME e EPP”

de Pessoas Jurídicas, a fim de obterem oenquadramento legal a que têm direito.

SimplesQuanto ao Simples, há bastante tempo a

Fenacon e outras entidades empresariais têmreivindicado que a sua legislação seja revista,para atualizar os limites de faturamento epermitir o enquadramento das empresasprestadoras de serviços. Por duas vezes, foiaprovada pelo Congresso Nacional a inclusãodos serviços contábeis, o que depois foivetado pelo Poder Executivo.

Diante das pressões pelas mudanças noSimples, durante os debates da ReformaTributária, foi negociada e obtida a inclusãona EC 42/03, da letra ‘d’ no artigo 146 daConstituição Federal, o que criou apossibilidade de edição de uma LeiComplementar para a ME e a EPP, quecorresponde ao Projeto da Lei Geral a quetêm se referido o Governo Federal e oSebrae. Ela deverá definir o tratamentodiferenciado e favorecido para as micro-empresas e para as empresas de pequenoporte, inclusive quanto ao regime sim-plificado do ICMS, das contribuiçõesprevidenciárias sobre a folha ou ofaturamento, do PIS, da Cofins e da CSLL.

A Lei Geral da ME e EPP poderá instituirum novo regime único de arrecadaçãocentralizada dos impostos e contribuiçõesfederais, do ICMS e do ISS. Este novosistema simplificado de tributação da ME eEPP, que está sendo denominado de SuperSimples, continuaria a ser opcional para ocontribuinte e poderá ter condiçõesdiferenciadas de enquadramento por Estado.Na edição do novo Estatuto da ME e EPPdeverá ser definido o conceito de pequenoempresário que, pelo novo Código Civil,aprovado pela Lei 10406/02, estádispensado de escrituração contábil.

A dúvida é se na definição de pequenoempresário pela Lei Geral da ME e EPPserão mantidas as mesmas característicasdo pequeno comerciante, citadas no CódigoCivil anterior. Na sua regulamentação, peloDecreto-lei 486/69, ficou estabelecida aobrigatoriedade das pessoas jurídicasmanterem escrituração contábil completa,inclusive do Livro Diário, sob aresponsabilidade de contabilista habilitado.O citado Decreto dispensou dessaobrigação apenas o pequeno comerciante.Posteriormente, o Decreto 64567/69definiu como pequeno comerciante apessoa que exerce em um só esta-belecimento atividade artesanal ou outra

atividade em que predomine o seu própriotrabalho ou de pessoas da família, queaufira receita bruta anual não superior a 100salários mínimos e cujo capital, efe-tivamente empregado no negócio, nãoultrapasse os 20 salários mínimos, quecorrespondem, respectivamente, a R$24.000,00 e R$ 4.800,00.

Como o Decreto-lei 486/69 e o Decreto64567/69 não foram revogados, expres-samente, pelo Novo Código Civil, entende-

se que permanecem em vigor os limitesneles estabelecidos para enquadramentocomo pequeno empresário.

ContabilidadeAlgumas autoridades e dirigentes de

entidades da ME e EPP têm manifestadoo entendimento de que o conceito depequeno empresário poderia ser estendidoaté o titular ou sócio da empresa depequeno porte, o que ampliaria bastanteo número de empresas dispensadas decontabilidade completa.

Deve ser considerado que o conceito depequeno empresário não pode serconfundido com o de pequena empresa, poissão duas pessoas completamente distintas,sendo a primeira uma pessoa física quedesenvolve uma atividade econômica indi-vidual ou familiar e a outra é uma pessoajurídica que atua numa atividade econômicapor seu titular, sócios e colaboradores.

É conveniente lembrar que as legislaçõestributária, trabalhista e previdenciária,exceto nos casos de tributação simplificada,não contêm qualquer tratamento dife-renciado específico para o pequeno co-merciante, continuando a exigir o paga-mento de tributos e o cumprimento dasobrigações acessórias.

A Lei das Concordatas e Falências,instituída pelo Decreto-lei 7661/1945,

somente admite que o juiz não considerecrime falimentar, por fal ta de es-crituração contábil, para aquele em-presário que tiver instrução insuficientee explore comércio exíguo.

As leis tributárias federais fixam o prazode 30 dias para elaboração da contabilidadee a Lei de Falências determina que asempresas devem apresentar o BalançoPatrimonial, para visto do Juiz, no prazode 60 dias do encerramento do exercíciosocial. No entanto, por uma série dedificuldades, muitos contabilistas nãocumprem esses prazos, o que podeprovocar muitos problemas para si e paraos seus clientes.

Assim sendo, não basta apenas criaruma Lei da Micro e Pequena Empresa,definindo o pequeno empresário edispensando-o de contabilidade completa,se as demais legislações forem mantidas,o que vai continuar gerando dúvidas einterpretações divergentes.

É importante lembrar que a con-tabilidade é um instrumento de controle ede proteção da sociedade e que o LivroCaixa não permite o registro dos direitos eobrigações da empresa e nem o le-vantamento do Balanço Patrimonial e daDemonstração de Resultados.

O entendimento de que a contabilidadecompleta deve ser mantida por qualquerempresa, independente de sua opção peloSimples ou pelo Lucro Presumido, já foimanifestado pelo Conselho Federal deContabilidade, inclusive no Manual deContabilidade para Micro e PequenaEmpresa, que editou em parceria com oSebrae. É preciso considerar que o excessode burocracia foi implantado pelo Fisco enão pela ciência contábil. A dispensa daescrituração completa não acarretará aredução das obrigações burocráticas, mas,certamente, provocará a perda do controledos direitos e obrigações e a memória detodas as operações da ME e EPP.

Para evitar dúvidas e interpretaçõesdivergentes, a Lei Complementar que vaiaprovar o novo regime geral da ME e EPPdeverá definir quais obrigações legais que elasestarão sujeitas e se continuarão submetidasou não às demais legislações vigentes.

Marta Arakaki é contabilista,advogada especializada em

Direito Empresarial, assessora tributária da Fenacon e coordena o

Grupo de Estudos sobre Assuntos Tributários do CFC

[email protected]

12 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

qualificação

Com a tecnologia cada vez mais pre-sente na vida das empresas, novos mé-todos de trabalho foram incorporados naexecução de determinadas tarefas, inclu-sive com o aumento de serviços dis-ponibilizados nos meios digitais. Este foium dos principais temas abordados du-rante a teleconferência ‘Impacto Tec-nológico na Relação Fisco-Contribuinte-Contabilista’ promovida pela Rede Sesc/Senac, no último dia 27 de abril.

Realizada pelo quarto ano consecutivoem homenagem ao dia do contabilista,comemorado em 25 de abril, o evento tevecomo palestrante o vice-presidente da

Fenacon paraa Região Su-deste e em-presário con-tábil, NivaldoCleto, e foimediado pelajornalista Re-nata de Luca.Também in-tegraram amesa de de-bates os audi-tores da Re-ceita Federal,em São Pau-lo, Luiz Mon-teiro e Ritsu-tada Takara, odiretor de o-perações daLegisCenter,Cláudio Coli,e o professor

da área contábil do Senac-SP, João Luizda Silva. Os profissionais responderam asprincipais dúvidas dos telespectadores,enviadas por fax e e-mail.

Uma das principais preocupações dopúblico foi sobre o impacto da tecnologia

Teleconferência no Senac/SP discuteimpacto tecnológico na área contábilAvanços na informática obrigam as empresas ase modernizarem e mudam o perfil doprofissional da contabilidade

no dia-a-dia doprofissional con-tábil. SegundoCleto, o seu a-vanço é maior doque a capacidadede aprendizado epor isso a impor-tância de se man-ter constante-mente atualizado.“Eu recomendoum curso de es-pecialização para ficarmos por dentro dosavanços da tecnologia e da comunicação.Hoje, em qualquer empresa, essa é a nossaferramenta de trabalho”. Para o pales-trante, aliar um parque tecnológico comum bom conjunto de profissionais trei-nados é imprescindível para a empresa semanter no mercado competitivo.

“Como num estalar de dedos, o com-putador passou a ser o instrumento funda-mental, a máquina mais solicitada e ne-cessária para a sobrevivência de qualquernegócio e, do contabilista, mais ainda,porque ele precisa da máquina duas vezes:uma para administrar as necessidades deseus clientes - os contribuintes - e outra paraadministrar seu próprio negócio”, analisou.

A vozUma das críticas levantadas durante o

evento foi sobre a responsabilidade doFisco perante a quebra econômica dacategoria contábil. O auditor da Receita,Luiz Monteiro, reconheceu que algumaspenalidades são altas e podem inviabilizara atividade da empresa e do contabilista.“Há um grande espaço para a melhoriados processos e para a simplificação, paraa eliminação dessa burocracia inútil”.

Para Monteiro, o papel da Receita Fede-ral é arrecadar e ela apenas cumpre a legis-

lação aprovada na Câmara e no Senado. Ca-be, portanto, à classe contábil, se mobilizarpara reverter o excesso de obrigaçõesacessórias e penalidades. “Sempre ouçoempresários se queixando da dificuldade doscontabilistas em se comunicar, sobre o queestá acontecendo e o que se deve fazer. Ocontabilista também deve se organizar mais,politicamente, e ser uma força para fazer asreivindicações no plano Federal”, disse.

Interação de sistemasCom o aumento das informações pas-

sadas ao Fisco, as empresas de con-tabilidaded e v e mmudar oseu perfilcom rela-ção ao trâ-mite de do-cumentos,exp l i couCleto. “Asempresas,o comércioe indústriaestão emi-tindo asnotas fis-cais atra-

Mesa da teleconferência: esq. p/ a dir., o vice-pres. da Fenaconpara a Região Sudeste, Nivaldo Cleto, o professor da área contábildo Senac-SP, João Luiz da Silva, a jornalista Renata de Luca, odiretor de operações da LegisCenter, Cláudio Coli, e os auditores daReceita Federal, em São Paulo, Ritsutada Takara e Luiz Monteiro

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Nivaldo Cleto: “Como numestalar de dedos, ocomputador passou a sero instrumento fundamen-tal, a máquina maissolicitada e necessáriapara a sobrevivência dequalquer negócio”

Luiz Monteiro: “Há umgrande espaço para amelhoria dos processos epara a simplificação, paraa eliminação dessaburocracia inútil”

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vés de meioseletrônicos.O que estáhavendo éum retraba-lho na em-presa de con-tabilidade.Nós temosque apro-veitar essesa r q u i v o seletrônicosque são ge-rados, im-p o r t á - l o s ,para ‘conver-sarem’ com

os sistemas utilizados no dia-a-dia das nossasempresas. É difícil fazer essa importação, masnão é impossível. Em vez de circular papéis,temos que circular informações digitais e issoé uma tendência. Quem não for para este ca-minho vai ficar para trás”, alertou.

Luiz Monteiro indicou que no futurotoda a regularização de débitos, retifi-cações, entre outros serviços, serão feitosatravés da Internet. “Não há necessidadealguma do contabilista ou do funcionáriodo escritório ir à Receita; tudo isso teráque ser necessariamente via Internet eatravés de uma certificação digital”.

Novo perfilA importância do papel do profissional

contábil como gestor de empresas e não

apenas como agente do governo tambémfoi destacada durante a teleconferência.Para o professor João Luiz da Silva, oempresário ainda considera a contabilidadecomo um ‘braço’ de arrecadação doGoverno. “A impressão que se tem é a doindivíduo que chega no final do mês naempresa e leva um monte de Darf’s. Se ocontador chegar com sugestões para aempresa melhorar e der informações paraa tomada de decisões, talvez o papel mudeum pouco”, aconselhou.

“Acredito que o contabilista tem quese conscientizar da sua função como umco-gestor das empresas. Ele tem queconseguir demonstrar aos seus clientesque a gestão de 40%, em tese, dofaturamen-to da em-presa estáem cimada cargatributáriae a impor-tância docontadorcomo con-sultor nes-te aspectoé essen-cial para odireciona-mento dosnegóciosde seusclientes”,disse o di-

retor da Le-gisCenter,Cláudio Coli.

Para oauditor daR e c e i t a ,R i t s u t a d aTakara, osprofissionaisc o n t á b e i ssão verda-deiros par-ceiros do ór-gão e da so-c i e d a d e .“Cada vezmais é oobjetivo daReceita Fe-deral traba-lhar em par-ceria e em prol de uma melhoria naqualidade do serviço público e as pro-postas estão vindo do próprio CRC/SP,da Fenacon, Sescon/SP e do Sindcont.Isso vem nos auxiliar para que, perantea nossa administração, sejam alteradoscertos procedimentos e legislações”.

A teleconferência foi transmitidapara mais de 400 pontos de recepçãoda Rede Sesc/Senac em todo o Brasil ena sede do CRC/SP. Foram mais de 5mil telespectadores e cerca de 300perguntas enviadas aos participantes.A gravação do evento está disponívelem VHS e pode ser adquirida atravésdo tel. (0xx11) 3236-2295.

Cláudio Coli: “Ocontabilista tem que seconscientizar da suafunção como um co-gestor das empresas”

João Luiz da Silva:“Se o contador chegarcom sugestões para aempresa melhorar eder informações paraa tomada de decisões,talvez o papel mudeum pouco”

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Ritsutada Takara: “Cadavez mais é o objetivo daReceita Federaltrabalhar em parceria eem prol de umamelhoria na qualidadedo serviço público”

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à luz do direito

De acordo com a melhor doutrina, ainterpretação da legislação tributáriadeve pautar-se pela análise lógico-sistemática de ‘to-dos’ os dispositivosdireta ou indire-tamente correlacio-nados, contidos noordenamento jurí-dico vigente, em es-pecial no consti-tucional-tributário,não bastando, assim,uma simples e ex-pressa citação ouomissão do texto le-gal para identificar a norma jurídica.Esta, ao contrário, deve ser construídapelo intérprete com suporte em todos ospossíveis elementos coletados nadogmática jurídica, na jurisprudência eno direito posto.

Deste modo, mesmo com expressosfundamentos contrários da legislaçãotributária de alguns municípios brasileiros(e presumivelmente como tendência damaioria), acendemos a discussão sobre ainclusão ou não, na base de cálculo do ISS,de valores recebidos como ‘reembolso dedespesas’, os quais entendemos caracte-rizados como ingressos de recursos nãointegrantes do ‘preço do serviço’ con-tratado e não compondo, assim, a receitado estabelecimento prestador.

A título de exemplo, visualizemosatividades relativas à prestação de ser-viços em que um contribuinte administrabens e negócios de terceiros. Consi-deremos, assim, uma empresa ‘B’, que,contratada pela instituição ‘A’ paraadministrar seus bens, atividades erecursos, contrata, por sua vez, outrosserviços a serem prestados por outrosigualmente contribuintes, ‘C’ e ‘D’, porexemplo, pessoas físicas ou jurídicas.Esses últimos serviços deveriam serclassificados como despesas próprias doprimeiro contratante (‘A’), devidamenteressarcidos ao segundo (‘B’).

A não inclusão do ‘reembolso de despesas’ na basede cálculo do ISS - Aspectos Jurídicos e Contábeis

“Os valores relativos aoressarcimento de despesasnão podem prevalecer comoinclusos na base de cálculodo ISS. Se assim figurados,

estaremos diante dofenômeno da ‘bitributação’”

Por Wiliam Wagner Silva Sarandy

Em termos contábeis, os ressar-cimentos de despesas incorridas por contae ordem de terceiros estariam amparadas

em documento con-tábil hábil, não ne-cessariamente fis-cal, como, porexemplo, em ‘Notade Débito’ e seriamregistradas em con-ta do Ativo Cir-culante da empresaa d m i n i s t r a d o r a(‘B’), como a esque-matização a seguir:

a) Pelo pagamento ou pela provisão dasdespesas de terceiros:

Débito (AC)Despesas de Terceiros a Recuperar

Valor de despesas incorridas porconta e ordem de terceiros, arecuperar, conforme Contrato n.º (...).R$ 10.000,00

Crédito (AC)/(PC)Bancos Conta Movimento /Fornecedores

Valor de despesas incorridas por contae ordem de terceiros, a recuperar,conforme Contrato n.º (...).R$ 10.000,00

b) Pelo reembolso das despesas efe-tuado pelos clientes:

Débito (AC)Bancos Conta Movimento

Valor de despesas incorridas por contae ordem de terceiros, ora ressarcida,conforme Nota de Débito n.º (...).R$ 10.000,00

Crédito (AC)Despesas de Terceiros a Recuperar

Valor de despesas incorridas por contae ordem de terceiros, ora ressarcida,conforme Nota de Débito n.º (...).R$ 10.000,00

Nota: Observar que o procedimentocontábil sugerido tecnicamente atendeao Princípio da Entidade (artigo 4º daResolução CFC n.º 750/1993), comotambém não interfere negativamente nacomposição do resultado das atividadesdesenvolvidas pela empresa.

Estaria, então, a empresa prestadora deserviços (‘B’), administradora de bens enegócios de terceiros, sujeita à tributaçãopelo ISS em todo o âmbito de seuscontratos firmados? Ao nosso ver, não.Dos valores pertinentes aos contratos,deve-se, inicialmente, definir quais os querepresentam ‘preço do serviço prestado’(efetivamente atinentes ao ingresso dereceita) e quais os que se referem a‘reembolso de despesas’, como ressar-cimento de gastos efetuados para ter-ceiros, no cumprimento do objeto do con-trato consignado com seus clientes.

Somos de opinião, pois, que os valoresrelativos ao ressarcimento de despesas nãopodem prevalecer como inclusos na basede cálculo do ISS. Se assim figurados,estaremos diante do fenômeno da ‘bitri-butação’, ferindo de modo claro os limitesconcedidos pela ordem constitucionalvigente no país, excedendo os municípiosa atribuição da competência tributáriadefinida no artigo 156 da Lei Maior.

De acordo com De Plácido e Silva(Vocabulário Jurídico. 20ª ed. Rio de Ja-neiro, Editora Forense, 2002, p. 130-131):“No sentido fiscal, bitributação se dizquando duas autoridades diferentes,igualmente competentes, mas exorbitandouma delas das atribuições que lhes são

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“Se os municípiosconsiderarem o ‘reembolso

de despesas’ como integranteda base de cálculo do ISS,

estarão invadindo acompetência residual da União”

conferidas, decretam impostos queincidem, seja sob o mesmo título ou sobnome diferente, sobre a mesma matériatributável, isto é, ato ou objeto.

Desse modo, na bitributação há uma com-petência privativa, conferida ao poder queestá autorizado a cobrar determinado impos-to, e outra arbitrária, decorrente da tributação,que se faz excedente e contrariamente ao quese institui na lei fundamental (Constituição)”.

Amparados pelo conceito supra de-finido, podemos perceber que se osmunicípios considerarem o ‘reembolso dedespesas’ como integrante da base decálculo do ISS, estarão invadindo acompetência residual da União (inciso Ido artigo 154 da Constituição Federal).

Além do acima exposto, não há comose pretender classificar a totalidade dosingressos de recursos como receita, pois,os valores recebidos a título de ressar-cimento de gastos efetuados para terceirosnão correspondem a ganhos, perfazendorédito e alterando o patrimônio, seja poracréscimos nos ativos ou por decréscimosdos passivos do contribuinte.

Ao nosso ver, não está caracterizado,portando, o ‘reembolso de despesas’ comoelemento integrante da base de cálculo doISS. Podemos depreender, deste modo, queo aspecto material da hipótese de incidênciadesse imposto é que nos subsidiará para aidentificação dos principais critériosdefinidores de seu tipo tributário e,conseqüentemente, a apuração precisa doquantum devido pelo contribuinte.

Nessa linha de entendimento obser-vamos que o núcleo da materialidade doISS é a prestação de serviços, ainda queesses não se constituam como atividadepreponderante do prestador (artigo 1º daLei Complementar n.º 116/2003).

Carlos Dalmiro da Silva Soares(Imposto sobre serviços de qualquernatureza - ISS ou ISQN). Jus Navigandi,Teresina, ano 2, número 25, Junho de

1998, disponívelem: (http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=1384),acessado em 07/02/04) assim conceituaserviço: “Qualqueratividade de pres-tação de fazer deter-minada tarefa aoutrem (...), feitaspor estabelecimento prestador ou nodomicílio do prestador. São bensimateriais e incorpóreos investidos de umcerto conteúdo econômico (títulooneroso), que não se confundem nem comprodutos e nem com mercadorias”.

Entretanto, aprofundando os conceitosjurídicos explanados, bem lembra JoséEduardo Soares de Melo (AspectosTeóricos e Práticos do ISS. 2ª ed. SãoPaulo, Dialética, 2001, p. 31): “O cerne damaterialidade da hipótese de incidência doimposto em comento não se circunscrevea ‘serviço’, mas a uma ‘prestação deserviço’, compreendendo um negócio(jurídico) pertinente a uma obrigação de‘fazer’, de conformidade com ospostulados e diretrizes do direito privado”.

Observado o anteriormente exposto,resta-nos, agora, definir precisamente abase de cálculo do ISS. Nos exatos termosdo artigo 7 (da referida Lei Complementarn.º 116/2003, a base de cálculo do impostoé (simplesmente) o ‘preço do serviço’,observadas a proporcionalidade deapuração e as deduções previstas nashipóteses expressamente descritas emseus parágrafos 1º e 2º.

Assim, quando as atividades exercidaspela empresa prestadora dos serviços(empresa ‘B’, como no exemplo ante-riormente mencionado) corresponderema negócios jurídicos estritamente relacio-nados com os serviços de administraçãoem geral, inclusive de bens e negócios de

terceiros, os respec-tivos valores cons-tituirão ‘preço doserviço’ e haverá,portanto, a inci-dência do ISS.

Por outro lado,não podem ser con-siderados como va-lores tributáveis oscobrados pela pres-

tação de serviços adicionais, os quais nãosão essenciais ao exercício da atividade-fim do contribuinte. Os referidos valores,cobrados dos clientes, relacionados comessas obrigações adicionais, corres-pondem tão somente a ingressos derecursos de natureza distinta, a título dereembolso de despesas de terceiros, nãohavendo a caracterização como preço doserviço por não integrarem o patrimôniodo prestador e, conseqüentemente, nãopodendo figurar inclusos na base decálculo do ISS.

E, concluindo, compartilhamos dosesclarecimentos de Eduardo Bottallo(Base Imponível do ISS e das Con-tribuições para o PIS e COFINS,Repertório IOB de Jurisprudência - 1ªQuinzena de Dezembro de 1999 - n.º 23/1999, Caderno 1, p. 667): “(...) oscontribuintes (...) têm o direito de nãoconsiderar, como receitas próprias,valores que apenas transitam por seuslivros fiscais, sem representar, entretanto,acréscimo patrimonial. Tal é o caso, v. g.,dos montantes a ele repassados parasatisfação de despesas incorridas porconta e ordem de terceiros, ou parapagamento, aos efetivos prestadores, porserviços por eles apenas intermediados”.

Wiliam Wagner Silva Sarandy é contador,especialista em Direito Tributário,

consultor de ICMS e consultordo site FISCOSoft On Line

www.fiscosoft.com.br

FiscoSoft

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tecnologia da informação

Por Nivaldo Cleto

A tecnologia na relaçãofisco-contribuinte-contabilista

Não faz muito tempo, o profissionalde contabilidade ainda era chamado ademonstrar inúmeras situações fiscaise tributárias através de formuláriosobsoletos, que deveriam ser preen-chidos através de máquina de escrever,com o auxílio de uma calculadora. Du-rante algum tempo, mesmo já dispondode métodos modernos, com a informá-tica em pleno uso nas empresas pri-vadas, o Fisco - acomodado na tradi-cional burocracia - continuava impondoseu ritmo superado ao contribuinte.

Hoje, principalmente após o usointensivo da Internet, com a multipli-cidade de tributos e obrigações aces-sórias surgidos, tipo: Cofins, DCTFs,Dacon, DIPI, Dimob, DIF-Papel Imune,CIDE Combustíveis, Decred, etc..., ocontabilista passou a ser um eloimportantíssimo. Ele presta serviçosprofissionais ao contribuinte e, porconseqüência, é um servidor do Fisco,da mais alta confiabilidade, em funçãoda sua ética no cumprimento da Lei.

Ou seja, o profissional da con-tabilidade tem que tornar a vida docliente - o contribuinte, e sua própriavida o menos ‘pesada’ possível e comum agravante: trabalha para dois e sórecebe de um. É isto mesmo. Osgovernos deveriam criar mecanismos defiscalização, presença, acompanha-mento, suporte, esclarecimento, parapropiciar aos contribuintes todas ascondições necessárias ao corretoplanejamento de suas atividades,apuração e recolhimento dos impostosdevidos. Mas não! Só exigem!

E o pior, nomeiam graciosamente umprofissional que acaba por não podererrar para fazer seu serviço, portanto,muito pior do que ser um servidorpúblico, pois, caso este erre (desde quecorrija depois) não é tão danoso, afinalestá livre de penalidades, multas etc.

Vou citar um caso que vem deixandoos contabilistas e seus clientes contri-

buintes com sérias dificuldades pararegularizar os processos de cobrança, faceà eficiência e rapidez das cobrançasexecutivas. A DCTF foi criada para declararos débitos e créditos tributários federais coma finalidade de agilizar a cobrança dosimpostos declarados e não pagos.

Perfeito, o governo deve cobrar osinadimplentes, só que o grau de com-plexidade para preencher uma DCTF éenorme, ocasionando diversos erros nocruzamento entre as guias pagas peloscontribuintes e os valores declarados. Muitobem, os contribuintes somente descobremo erro quando o fisco encaminha a cobrançadireto para a Procuradoria, pois a DCTF éuma confissão de dívida.

Enquanto o contribuinte tenta com-provar junto ao órgão arrecadador na faseadministrativa que há erros na cobrança,pois as guias foram devidamente li-quidadas, a Procuradoria encaminharapidamente para o judiciário, não dandotempo suficiente para analisar a defesa

administrativa do contribuinte (chamadoem São Paulo de envelopamento). Comoem São Paulo existem dezenas demilhares de processos para análise, ocontribuinte recebe o mandato depenhora de bens do judiciário paragarantir a defesa ou pagamento da dívida.

Nesse meio tempo, o contribuinte épenalizado, sendo o seu nome en-caminhado para o Cadin, Serasa e serviçosde proteção ao crédito, perdendo o créditono sistema financeiro. Ele corre o sériorisco de ter seu patrimônio penhorado,tudo porque a velocidade do proces-samento eletrônico das informações édezenas de vezes mais rápido do que avelocidade dos servidores de analisaremas defesas administrativas.

O volume e a complexidadedos dados torna a tecnologiaimprescindível

Sem a aplicação e a constante atua-lização da tecnologia, o profissionalcontábil de hoje não mais sobrevive. Enão é o sobreviver financeiro a que nosreferimos. É a sobrevivência das obri-gações que tem de atender para satisfazeras necessidades dos seus clientes - oscontribuintes. Isto causou e ainda causaforte impacto, no sentido amplo dapalavra, ao exercício da profissão. Esseimpacto dá-se em duas vertentes:

1) Mudança - a tecnologia atualmenteem uso caracteriza-se pela rápidaobsolescência - a indústria datecnologia é cruel, como um dia ouvide um profissional da área. A sociedadepaga uma conta altíssima com asinovações diárias a que todosassistimos: máquinas cada vez maisvelozes, instrumentos cada vez maissofisticados e a gravidade disso tudo:quem paga a conta é o usuário! Portanto,a rápida obsolescência do hardwarepode ser mortal, pois o céu é o limite...

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2) Avalanche burocrática - criação cons-tante de obrigações acessórias para oscontribuintes e conseqüentemente pro-cessadas pelos contabilistas - voltamos ànossa ciranda dentro desta conversa: o go-verno, muito inteligente, cria sucessivosmecanismos de controle através da pes-quisa e da obrigação de informar a vidafinanceira, econômica e patrimonial dosclientes. E tudo através do profissional con-tábil, sem remuneração de qualquer tipo.

Novos tempos, velhosconceitos...

O contabilista geralmente não temcomo cobrar do seu cliente os encargosextras pelo aumento da demanda dosserviços em função das constantesexigências do fisco. Justificar que hojesão necessários mais controles, maisprogramas, mais pessoal qualificado,mais controladores contábeis, sejameles fiscais ou de balanço, ainda é umatarefa das mais difíceis, principalmenteperante grande parte dos micros epequenos empresários brasileiros.

Além disso, os contabilistas, em facedos seus contratos com os clientes-con-tribuintes, são responsáveis pelas pena-lidades aplicadas pelas autoridadestributárias devido a não entrega das obri-gações acessórias nos prazos regula-mentares. Vamos simular um exemplo:

Um contabilista deixa de entregar umaDacon de um cliente-contribuinte no

prazo regulamentar. A multa pela nãoentrega é de R$ 5 mil por mês de atraso. Seo fisco cobra a multa após três anos, ocliente-contribuinte deverá pagar a bagatelade R$ 180 mil. Considerando que ocontabilista recebe um honorário mensal deR$ 240 desse cliente, de acordo com ocontrato, ele deverá trabalhar 750 meses, ouseja, 62 anos e meio para ressarcir o seucliente pela impetuosa penalidade fiscal.

Que companhia seguradora vai fazer umseguro de responsabilidade técnica para umcontabilista? Que contabilista não vai ficarpreocupado com o seu patrimônio pessoaldiante desse ‘Terrorismo Tributário’?

Impacto tecnológico exigeadministração competente dasrelações contratuais entrecontribuinte e contabilista

De certa forma, sou partidário de queo cliente - o contribuinte - deveria serconvidado, ao menos quando contrata osserviços do contabilista, a visitar os váriosdepartamentos de um escritório ou umaempresa contábil: conhecer os programasutilizados para confecção da folha depagamento, da RAIS, da escrituração fis-cal, da DAME, dos lançamentoscontábeis, do balanço patrimonial, daDIRPJ, das contribuições ao FGTS, aoINSS, acompanhar o trabalho dosresponsáveis profissionais, emissão dasguias de recolhimento, formuláriosobrigatórios, acesso pela Internet, etc.

Acredito que a desinformação tecno-lógica ainda é um dos maiores impedi-tivos de um relacionamento mais equi-librado e mais profissional entre as partes,aliás, as partes mais importantes na vidaeconômica da Nação. Sem os negócios,não há economia. Sem arrecadação, amáquina governamental pára! E sem adistribuição que a máquina gover-namental faz - mesmo que ineficiente -não há serviço público disponível.

A tecnologia veio para ficar. É irre-versível. Seu impacto nas relações do entefiscal com o contribuinte está pres-sionando demais o elo mais fraco dacorrente - o contabilista. Este profissio-nal vem sendo obrigado a servir a doisSenhores. O primeiro, seu cliente, porobrigação contratual, o que é muito bom,pois assegura sua sobrevivência; aosegundo, sem remuneração, nem o menorreconhecimento, por uma imposição decumprir tarefas próprias do Governo.

Cabe ao contabilista, como preju-dicado, exercer sua cidadania e, atravésde suas entidades de classe, lutar porjustiça fiscal - defendendo o seucliente - e por justiça no exercício daprofissão, fazendo só o que lhe com-pete ou recebendo corretamente umapaga por tudo que faz.

Nivaldo Cleto é vice-presidente(Região Sudeste) da Fenacon

[email protected]

Domínio

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burocracia

Ela se manifesta nos mais variados ambientes e senão for combatida desde o princípio, com eficácia,se alastra rapidamente, contaminando todos ao seuredor. Como um câncer, a burocracia adoece e mataqualquer tentativa de trabalho eficiente e racional. OBrasil leva, há várias décadas, essas disfunções aolimite do extremo. São milhares de exemplos quaseimpossíveis de serem listados, tamanha é a velocidadecom que se propagam. São verdadeiros vírus mutantesdifíceis de serem exterminados.

Houve no país até um Ministro Extraordinário daDesburocratização, Hélio Beltrão, no início da décadade 80. Na época foi lançado o Programa Nacional de

Desburocratização, com a criação do Estatutoda Microempresa e os Juizados de PequenasCausas, hoje Juizados Especiais, entre outrasações. Apesar disso, como grande parte dasiniciativas bem intencionadas implementadasno país, não teve a continuidade desejada paraque os vícios burocráticos não voltassem acontaminar o serviço público.

Hélio Beltrão costumava dizer que aburocracia tem fôlego de gato. É preciso estarsempre atento para que exigências desne-cessárias e já eliminadas não voltem a serfeitas, por conseqüência da visão equivocadae distorcida de alguns administradores.

Primeiro tempoA jornada burocrática começa no nascimento de

uma empresa. Sim, é penoso abrir um negócio numpaís que precisa crescer economicamente e gerarempregos. Contra-senso? Para a burocracia não existeessa palavra. Segundo estudo do Banco Mundial -

Vírus letal

Por Fernando Olivan Vieira

Burocracia emperra o crescimento do país com oexcesso de exigências, formalismos e tributos sobreempresas e contribuintes

Bird, demora-se cerca de 152 dias para abrir umaempresa no Brasil e há 15 etapas a serem cumpridas(veja quadro). O país é o sexto pior do mundo paramontar um negócio. Um longo percurso, sem ex-plicação, para o futuro empreendedor percorrer.

“O excesso de burocracia e de tributação acabainibindo a criação de novas empresas e inviabiliza asobrevivência de um grande número delas, explicandogrande parte da alta taxa de mortalidade precoce dosempreendimentos no país. Além disso, leva para ainformalidade muitos negócios e atividades”, diz opresidente da Associação Comercial de São Paulo -ACSP, Guilherme Afif Domingos.

Dados de 2001 do Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística - IBGE apontam que 4,6 milhões de pe-quenos empreendimentos estavam em pleno fun-cionamento. Mas cerca de 12 milhões de pequenosnegócios foram empur-rados para a informa-lidade devido ao exces-so de burocracia.

Para o presidente doConselho Deliberativodo Sebrae/SP, AlencarBurti, não se sabe se é aburocracia que geratributos ou os tributos quegeram burocracia. “Nãoimporta a ordem. O quenós temos certeza ab-soluta pelas pesquisasfeitas é que ambos sãogeradores do falecimentode 30% das pequenas empresas no primeiro ano e maisde 60% em 5 anos. São fatos inaceitáveis”.

O Sebrae Nacional realizou um levantamento detodas as obrigações para o micro e pequenoempresário. O “Mapeamento de Obrigações Legaisda Micro e Pequena Empresa” constatou, porexemplo, que a abertura de um negócio pode custaraté R$ 700, apenas com documentação.

Via Crucis“O que temos no Brasil é uma verdadeira esclerose

da burocracia”, disse o presidente do Sescon/SP,Antônio Marangon, durante o Seminário ‘Burocracia,Empreendedorismo e Emprego’ realizado emfevereiro, em São Paulo.

Para abrir uma empresa é necessário, antes de tudo,fazer uma pesquisa de razão social na Junta Comercialpara evitar colidência de nomes. Depois é necessárioredigir um contrato social e registrá-lo no mesmoórgão, requerer o Cadastro Nacional de PessoaJurídica, registrar-se junto ao INSS e, se houverempregados, também registra-los no FGTS.

Pedro Coelho Neto: “Abriruma empresa é um sufoco,mantê-la viva é umsuplicio e liquidá-la umverdadeiro purgatório”

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Alencar Burti: “não sesabe se é a burocraciaque gera tributos ou ostributos que geramburocracia”

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Feito isso, é preciso de um alvará de funcionamentoexpedido pela prefeitura e a empresa ser registradanos órgãos de classe de seu ramo de atividade e naSecretaria da Fazenda para efeitos de cobrança doICMS. Além disso, o empreendedor precisará provarque não tem antecedentes criminais e que está deacordo com todas as obrigações legais.

“Parte-se do pressuposto de que todos sãodesonestos. Imaginam os burocratas que o pretensoempreendedor vai ser um empresário pecador. Assim,abrir uma empresa é um sufoco, mantê-la viva é umsuplicio e liquidá-la um verdadeiro purgatório”,lamenta o presidente da Fenacon, Pedro Coelho Neto.

Segundo tempoDepois do calvário inicial, ainda é preciso ter

fôlego para administrar o dia-a-dia da empresa. Hoje,com as inovações tecnológicas, diversos procedi-mentos estão sendo implantados para reduzir os cus-tos e o tempo perdido com papéis, transporte e co-municação, através de programas que simplificam ogerenciamento. Mas em contraparte, todo o trabalhopara reduzir a má burocracia dentro de umaorganização precisa ser constantemente refeito paraatender as periódicas exigências do Governo.

Na contramão dos atuais processos administrativos,a máquina estatal complica cada vez mais a gestãodos negócios. Não há como uma empresa, princi-palmente de pequeno e médio porte, acompanhar todasas mudanças de legislação feitas a cada dia. Segundoestudo da IOB Thomson, desde 1988, foram criadasmais de 550 mil normas tributárias, somadas alteraçõesem aproximadamente 60 tributos, 56 mil artigos, 33mil parágrafos e 3,1 mil outras disposições quevigoram na legislação atual.

Portanto, ou a empresa gerencia seus negócios ou párade vez, somente para acompanhar todas as alterações nalegislação, cumprir as exigências e pagar os tributos. O

empresário, praticamente,vira empregado do governoe sem ganhar nada com isto.“Aos poucos as repartiçõesestão repassando os tra-balhos que deveriam serfeitos pelos seus agentes paraos contribuintes, os quais,por sua vez, recorrem aosprofissionais da conta-bilidade. As obrigações sãomuitas, os prazos são curtose, se não forem cumpridos,estarão sujeitos a multasextorsivas. Até parece coisade escravidão”, afirma opresidente da Fenacon,Pedro Coelho Neto.

“Na medida em que a burocracia implicaem custos para as empresas, não apenas finan-ceiros como também de tempo, para se iniciaralguma atividade ou projeto, o grande prejuízoé o que se deixa de produzir ou comercializarno Brasil em função das exigênciasburocráticas”, diz Afif Domingos. “Quando sesabe, por exemplo, que um grupo empresarialimportante está aguardando há oito anos oparecer do Meio Ambiente para poder construiruma usina hidroelétrica, pode-se ter idéia dogrande prejuízo que a simples demora daresposta de um órgão burocrático pode causarao país”, completa o presidente da ACSP.

Para Afif Domingos, as empresas de médio portesão as mais atingidas pela tributação e penalidadesexageradas. “Elas não têm condições de desenvolverparte de suas atividades na informalidade, nãopossuem o volume de vendas das grandes e nemmesmo poder de barganha para transferir os impostosao consumidor. Acontece, então, o que o economista(e ex-diretor do Banco Central), Pedro Bodin chamoude ‘favelização da empresa média’, que, no geral,escritura os tributos, mas não pode recolhê-los e ficasempre esperando um Refis (programa de refi-nanciamento de tributos federais)”.

A palavra Burocracia é a junção de dois idiomas - francês “bureau”(escritório) e grego “cracia” (administração). O sociólogo alemão MaxWeber (1864-1920) foi o criador da Sociologia da Burocracia e suateoria desenvolveu-se dentro da Administração por volta dos anos 40.Ela propôs um modelo de organização e os administradores nãotardaram em tentar aplicá-la na prática em suas empresas.

Para o conceito popular, a burocracia é vista geralmente como umaorganização onde a papelada se multiplica e se avoluma, impedindosoluções rápidas e eficientes além de caracterizar o apego extremo dosfuncionários aos regulamentos e rotinas. Enfim, o nome burocraciapassou a ser denominado como os defeitos do sistema.

Mas para Weber, o conceito é exatamente o contrário. Em todaorganização, pública ou privada, há a presença de burocracia. São asnormas e regulamentos de uma empresa, estatutos, contratos,formalidade de comunicação, divisão do trabalho, hierarquia, rotinasentre outros procedimentos tão comuns na vida de qualquer profissional.

O que levou a este conceito pejorativo tão conhecido hoje em dia foifruto de suas disfunções, isto é, as anomalias de seu funcionamento. Houve,segundo o sociólogo Robert K. Merton (1910-2003), transformaçõescausadas pelo homem em sua operação, o que resultou em desvios ouexageros na sua aplicação.

Esta é a burocracia conhecida popularmente: excesso de formalismo,papelada, resistência a mudanças, exagerado apego aos regulamentos,impessoalidade no relacionamento, conformidade, excessiva exibição deautoridade, dificuldade no atendimento ao público, enfim, uma série decomportamentos visíveis, principalmente, nas máquinas governamentais.

A origem do conceito

Antônio Marangon: “Oque temos no Brasil éuma verdadeira escleroseda burocracia”

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Nivaldo Cleto: “Hoje,os mecanismosutilizados tornam oGoverno o ‘grandeirmão’, que tudo vê,sabe e acompanha. Amalha do Fisco é cadavez mais estreita e suaeficácia cada vez maisimplacável”

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vírus Fadigas inEmpresarius

20 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

ObrigaçõesUm dos grandes males que dificultam a vida, prin-

cipalmente das empresas prestadoras de serviços de con-tabilidade, são as obrigações acessórias (veja quadro).A quantidade delas, os prazos exíguos e as exorbitantesmultas por atraso são quase surreais. Parece que as em-presas estão com o seu caixa no azul e os contadoresganhando rios de dinheiro pelo repasse de custos devidoao aumento de serviço. Pelo contrário, elas se viramcomo podem para atender todas as exigências doGoverno, sem repassar o aumento de honorários aocliente, justamente pela situação econômica precária dasempresas, principalmente as médias e pequenas.

“Para cada tributo há, praticamente, uma obrigaçãoacessória, uma declaração a ser preenchida ou in-formada. Hoje, uma empresa ou uma organização con-tábil tem que dispor de pessoas especializadas somentepara gerenciar a burocracia das informações fiscais.Não há uma sistematização de procedimentos”, con-

burocracia

clui o presidente do CRC/RS, Enory Luiz Spinelli.

Segundo o presidente daFenacon, as multas im-postas às empresas que nãocumprem determinadasobrigações ou até mesmocometem um simples errono preenchimento deformulários são extorsivas.“Ao se cometer um erro ouomitir uma informação,muitas vezes sem prejuízosignificativo para o Fisco,ter que pagar uma multa deR$ 5 mil, é, simplesmente,um absurdo. Seria bom que o Fisco também pagassemulta pelos inúmeros erros que comete, obrigando queprofissionais percam horas e mais horas nas filas paraprestar explicações, uma, duas e mais vezes”.

Força de lei“As multas são defi-

nidas em lei”, afirma oauditor da Receita Fede-ral em São Paulo, LuizMonteiro. “A Lei Tri-butária prevê, por exem-plo, uma multa por atra-so na DIMOB, que é umaobrigação acessória dasimobiliárias, de R$ 5 milpor mês. É uma multacara para imobiliáriapequena. Se ela atrasar 10meses, paga R$ 50 mil demulta. O contabilista,muitas vezes, terá queassumi-la, dependendodo contrato que tiver, deresponsabilidade ou nãopela multa, com a imo-biliária. Agora, isto é umalei. Eu posso discordardela pessoalmente, massomos obrigados acumprir”. Ainda, segun-do Monteiro, cabe às en-tidades contábeis pressio-narem politicamente ogoverno para a reduçãodessas multas.

“A Fenacon tem feitograndes trabalhos emBrasília com os deputa-dos, senadores, através

■ Simplificação e Racionalização doRegistro e da Legalização de EmpresasA Fenacon participará do projeto promovido peloDepartamento Nacional de Registro do Comércio- DNRC para facilitar a abertura de empresas eseus registros nos órgãos públicos, nas três esferasgovernamentais. A Federação apresentarápropostas a partir de sugestões colhidas em umaenquete feita pela Internet sobre todas asdificuldades enfrentadas pelos empresários naabertura, regularização e baixa das empresas. Apesquisa será enviada a todos os sindicatosfiliados, empresários contábeis e disponibilizadaatravés do Press Clipping e no sitewww.fenacon.org.br. Foram criadas seis vagas derepresentantes da Fenacon e duas para membrosdo Conselho Federal de Contabilidade, além derepresentantes de outros órgãos.

■ Campanha contra a BurocraciaO Sebrae Nacional disponibilizou a linha 0800780202 para o recebimento de sugestões quepoderão ser incorporadas ao projeto da Lei Geraldas Micro e Pequenas Empresas. A nova lei vairegulamentar, por exemplo, o Super Simples, umsistema simplificado de recolhimento de impostose contribuições federais, estaduais e municipais.As sugestões podem ser encaminhadas tambématravés do site www.sebrae.com.br.

■ Redução no prazo de aberturade empresasO Sescon/SP e a Associação Comercial de SãoPaulo firmaram acordo que permitirá à JuntaComercial do Estado - Jucesp reduzir o prazo dedevolução de documentos de 60 dias para 48 horas.Com a parceria, o Sescon/SP abre um posto derecepção de documentos dentro de sua sede, ondeos recebe, faz uma primeira triagem e encaminha àACSP, que já possui uma parceria de des-centralização com a Jucesp. A associação seencarrega de fazer o processamento dos dados eliberar, em horas, a documentação. “Nosso objetivoé facilitar o trabalho da Junta Comercial - que estásobrecarregada - e facilitar o trabalho do contador”,diz o presidente do Sescon/SP, Antônio Marangon.

■ Poupa Tempo para abertura de empresasA Federação do Comércio do Estado de São Paulo- Fecomércio/SP apresentou à Frente Parlamentarde Apoio à Pequena e Micro Empresa, instaladana Assembléia Legislativa do Estado, sugestãopara um projeto de criação do ‘Poupa Tempo’ paraabertura e encerramento de empresas. O objetivovisa desburocratizar os procedimentos e incentivara formalização das empresas, através da criaçãode um guichê único para o recebimento eexpedição de todos os documentos necessáriospara a abertura e encerramento de empresas.

Iniciativas contra a burocraciaTentando minimizar e simplificar as obrigações burocráticas, diversas entidades estãose mobilizando junto aos órgãos do Governo para apresentar propostas e projetos

Guilherme AfifDomingos: “Na medidaem que a burocraciaimplica em custospara as empresas, nãoapenas financeiroscomo também detempo, o grandeprejuízo é o que sedeixa de produzir”

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vírus EmbramativeAberturius

vírus AntipermitiumSimplex

Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 21

do Núcleo Parlamentar de Estudos Contábeis eTributários - NPECT”, disse o vice-presidente daFenacon para a região Sudeste, Nivaldo Cleto, du-rante a teleconferência realizada no último dia 27 deabril pela rede Sesc/Senac (veja matéria na pág. 12).

“A função da Receita Federal é arrecadar Impostode Renda, contribuições. Acontece que as penalidadesatingiram um valor tão elevado que imaginamos queelas acabam fazendo parte do sistema de arrecadação.Eu não entendo que seja isso, é só uma questão deconversar com as autoridades tributárias. Não seicomo saiu essa multa de R$ 5 mil da DACON(Documento de Apuração de Contribuições). Não temjustificativa, não dá para entender como conseguiramaprovar uma lei dessa. Segundo informações deBrasília, são ordens da Receita Federal. Então,explicaremos a situação que nós enfrentamos. É umpapel da Fenacon e estamos trabalhando intensamentenisso”, completou Nivaldo.

“Não fomos nós que dissemos qual o valor damulta - alguém achou um número. Por que R$ 5 mil?Tem que se discutir o valor. Nós estamos numa épocademocrática, então nada virá de graça. Se quiseremreduzir o valor das multas, por exemplo, cabe àsentidades de contabilidade irem a Brasília etrabalharem na cúpula da administração tributária daReceita, Fazenda, mostrando dados, apresentandopropostas concretas”, sugeriu Luiz Monteiro.

“Empresas desavisadas, que não possuem uma orga-nização estruturada, um planejamento tributário e pro-fissionais gabaritados, não sobrevivem. A burocracia mataa expectativa de ser empreendedor”, diz Enory Spinelli.

TecnocraciaCom a tecnologia presente na vida das empresas,

diversos procedimentos que antes exigiam umaenorme mão-de-obra, hoje foram simplificados, comoa emissão e preenchimento de guias, pagamentos edeclarações. Apesar das facilidades, o Fisco soubetirar proveito do avanço tecnológico. SegundoNivaldo Cleto, a tecnocracia está substituindo aburocracia. “Hoje, os mecanismos utilizados tornamo Governo o ‘grande irmão’, que tudo vê, sabe eacompanha. A malha do Fisco écada vez mais estreita e sua eficáciacada vez mais implacável”.

A Receita Federal conta hojecom um dos mais poderososcomputadores do mundo. Mas,com tanta tecnologia, por que nãohá uma simplificação de obriga-ções numa única declaração? “Essaé uma tendência moderna, querdizer, os órgãos públicos mundiaisestão exigindo várias informaçõespara serem cruzadas. A Receitapode simplificar os processos, masnão dá para ter um controle único.São vários relatórios que precisamser feitos. Cabe ao Governo fazerexigências em relação às empresaspara exercer um controle de arre-cadação, porque o papel dele éarrecadar”, diz Luiz Monteiro.

Obrigações acessórias no BrasilOBRIGAÇÃO PRAZO PENALIDADE

CIDE-COMBUSTÍVEIS Até dia 25 do mês em que se utilizar o crédito R$ 5.000,00 por mês de atrasoPER/DCOMP Data venc.do débito Mesma dos pagtos. em atrasoDCP-DECL.CRÉDITO PRESUMIDO Até o dia 15 segundo mês subseqüente ao trimestre R$ 5.000,00 por mês de atrasoDCTF Até o último dia útil da primeira quinzena do segundo 2% ao mês s/débitos declarados limitado a 20%,

mês subseqüente ao trimestre e no mínimo em R$ 500,00DIF(Decl.Especial Inf.Fiscais)-BEBIDAS Último dia útil do mês seguinte R$ 5.000,00 por mês de atrasoDIF(Decl.Especial Inf.Fiscais)CIGARROS Último dia útil do mês seguinte R$ 5.000,00 por mês de atrasoDIF-PAPEL IMUNE Último dia útil do mês seguinte ao término do trimestre R$ 5.000,00 por mês de atrasoDIMOB-Decl.Sobre Atividades Imob. Até o último dia útil de março de cada ano R$ 5.000,00 por mêsDIRPF-Decl. Imp.Renda P. Física Até o último dia útil de abril de cada ano 1% do IR devido limitado a 20% e no mínimo R$ 165,74DIPI-BEBIDAS Até o dia 10 do mês seguinte R$ 31,65DIPJ Até 30 de junho de cada ano 2% ao mês s/débitos declarados limitado a 20% e no

mínimo R$ 500,00Declarações Simplificadas Até 31 de maio de cada ano R$ 200,00DIRF último dia útil de fevereiro de cada ano 2% ao mês s/IRF declarado limitado a 20% ou no

mínimo R$ 200,00 para PF e PJ isentas, e no mínimoR$ 500,00 demais PJ

INFORME DE RENDIMENTOS último dia de fevereiro de cada ano R$ 41,43 por documentoDITR até 30 de setembro de cada ano 1% ao mês, sobre o IR devido, no mínimo R$ 50,00DNF-NOTAS FISCAIS Até o último dia útil do trimestre seguinte R$ 5.000,00 por mêsDOI-Declaração Operaç.Imobiliárias Último dia útil do mês seguinte 0,1% ao mês limitada a 1%, s/operação e no mínimo

R$ 500,00.DACON Até o último dia útil do trimestre seguinte R$ 5.000,00 por mêsDecred-Cartões de Crédito Semestralmente, em fevereiro e agosto R$ 5.000,00 por mêsDemonstrativo de Exportações Último dia útil do mês seguinte ao trimestre R$ 538,93

Fonte: IOB Thomson

Luiz Monteiro: “Não fomos nósque dissemos qual o valor damulta, alguém achou um número.Por que R$ 5 mil? Tem que sediscutir o valor. Nós estamosnuma época democrática, entãonada virá de graça”

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vírus AdenovirusPapelatius in Excessum

22 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

01. Adicional de Frete para Renovação da MarinhaMercante - AFRMM (Lei 10206/2001)

02. Contribuição a Direção de Portos eCostas (DPC)

03. Contribuição ao Fundo Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico- FNDCT (Lei 10168/2000)

04. Contribuição ao Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação (FNDE),também chamado “Salário Educação”

05. Contribuição ao Funrural06. Contribuição ao Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (Incra)07. Contribuição ao Seguro Acidente de

Trabalho (SAT)08. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio

às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)09. Contribuição ao Serviço Nacional de

Aprendizado Comercial (Senac)10. Contribuição ao Serviço Nacional de

Aprendizado dos Transportes (Senat)11. Contribuição ao Serviço Nacional de

Aprendizado Industrial (Senai)12. Contribuição ao Serviço Nacional de

Aprendizado Rural (Senar)13. Contribuição ao Serviço Social da Indústria

(Sesi)14. Contribuição ao Serviço Social do

Comércio (Sesc)15. Contribuição ao Serviço Social do

Cooperativismo (Sescoop)16. Contribuição ao Serviço Social dos

Transportes (Sest)17. Contribuição Confederativa Laboral (dos

empregados)18. Contribuição Confederativa Patronal (das

empresas)19. Contribuição de Intervenção do Do-

mínio Econômico - Cide Combustíveis- Lei 10336/2001

20. Contribuição para Custeio do Serviço deIluminação Pública (EmendaConstitucional 39/2002)

21. Contribuição para o Desenvolvimento daIndústria Cinematográfica Nacional -Condecine - art.32 da Medida Provisória2228 - 1/2001 e Lei 10.454/2002

22. Contribuição Provisória sobre Movi-mentação Financeira (CPMF)

23. Contribuição Sindical Laboral (não se

burocracia

Tributos pagos no país(Impostos, contribuições, taxas, contribuições de melhoria)

confunde com a Contribuição ConfederativaLaboral, vide comentários sobre a Con-tribuição Sindical Patronal)

24. Contribuição Sindical Patronal (não seconfunde com a Contribuição ConfederativaPatronal, já que a Contribuição SindicalPatronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT,e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º,inciso IV, da Constituição Federal e é obri-gatória em função da assembléia do Sindicatoque a institui para seus associados, indepen-dentemente da contribuição prevista na CLT)

25. Contribuição Social Adicional paraReposição das Perdas inflacionárias doFGTS - Lei Complementar 110/2001

26. Contribuição Social para o Financiamentoda Seguridade Social (Cofins)

27. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido(CSLL)

28. Contribuição aos Órgãos de Fiscalizaçãoprofissional (OAB, CRC, Crea, Creci, etc.)

29. Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento,esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc.

30. Fundo Aeronáutico (Faer)31. Fundo de Universalização dos Serviços de

Telecomunicações (Fust) art. 6 da Lei 9998/200032. Fundo de Fiscalização das Telecomunicações

(Fistel) - Lei 5070/1966 com novas dis-posições da Lei 9472/1997

33. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço(FGTS)

34. Fundo Especial de Desenvolvimento eAperfeiçoamento das Atividades deFiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-lei1.437/1975 e art. 10 da INSRF 180/2002.

35. Imposto sobre Circulação de Mercadorias eServiços (ICMS)

36. Imposto sobre a Exportação (IE)37. Imposto sobre a Importação (II)38. Imposto sobre a Propriedade de Veículos

Automotores (IPVA)39. Imposto sobre a Propriedade Predial e Ter-

ritorial Urbana (IPTU)40. Imposto sobre a Propriedade Territorial

Rural (ITR)41. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qual-

quer Natureza (IR - pessoa física e jurídica)42. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)43. Imposto sobre Serviços de Qualquer Na-

tureza (ISS)

44. Imposto sobre Transmissão Bens In-tervivos (ITBI)

45. Imposto sobre Transmissão Causa Mortise Doação (ITCMD)

46. INSS Autônomos e Empresários47. INSS Empregados48. INSS Patronal49. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)50. Programa de Integração Social (PIS) e

Programa de Formação do Patrimônio doServidor Público (Pasep)

51. Taxa de Autorização do TrabalhoEstrangeiro

52. Taxa de Avaliação in loco (MP 153/2003)53. Taxa de Coleta de Lixo54. Taxa de Combate a Incêndios55. Taxa de Conservação e Limpeza Pública56. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental

- TCFA (Lei 10.165/2000)57. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos

Químicos (Lei 10357/2001, art. 16)58. Taxa de Emissão de Documentos (níveis

municipais, estaduais e federais)59. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária

(Lei 9782/1999, art. 23)60. Taxa de Fiscalização dos Produtos

Controlados pelo Exército brasileiro -TFPC (Lei 10.834/2003)

61. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo62. Taxa de Licenciamento para Fun-

cionamento e Alvará Municipal63. Taxa de Pesquisa Mineral/DNPM (Portaria

Ministerial 503/99)64. Taxa de Serviços Administrativos (TSA) -

Zona Franca de Manaus (Lei 9960/2000)65. Taxa de Serviços Metrológicos (art.11 - Lei

9933/1999)66. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo

(CNP)67. Taxas CVM (Comissão de Valores

Mobiliários)68. Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telec-

omunicações, Transporte Rodoviário eFerroviário, etc)

69. Taxas de Saúde Suplementar - ANS (Lei9.961/2000, art.18)

70. Taxas do Registro do Comércio (JuntasComerciais)

Fonte: HLB Audilink Auditores e Consultores

PrazosOs prazos para os pagamentos de tributos também

são extremamente danosos, sem chance de fôlegopara os contabilistas. “Os prazos, em alguns casos,foram sendo reduzidos por conta da inflação e nunca

mais voltaram ao que era. O PIS, por exemplo, erapago seis meses após o fato gerador. Hoje, é pago nomês seguinte. O INSS era pago no final do mêsseguinte, hoje, é pago até o segundo dia útil do mês epor aí vai. Isso causa um transtorno para o cumpri-

Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 23

vírus Funcciona Lentus

www.projetobr.com.br - Site voltado para o acompanhamento das principais políticas públicas do País. Nele, épossível fazer o download do ‘Mapeamento de Obrigações Legais da Micro e Pequena Empresa’, um estudo realizadopelo Sebrae Nacional.

www.desburocratizar.org.br - Página do Instituto Helio Beltrão - IHB. Tem por objetivo promover estudos e proporiniciativas que contribuam para a maior eficiência e agilidade da administração pública.

www.obancomundial.org - Nele, é possível acompanhar os estudos feitos pela instituição, como o ‘Fazendo Negócios2004’ onde é mapeada a burocracia brasileira em comparação com outros países.

www.tributarista.org.br - Site do IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, entidade de difusão doPlanejamento Tributário como instrumento empresarial. Contém diversos estudos sobre a carga tributária brasileira.

Para saber mais

mento da obrigação ediminui o capital de girodas empresas”, explicaPedro Coelho Neto.

Luiz Monteiro con-corda que os prazos sãoapertados. “De janeiroaté julho os escritóriostêm uma super carga detrabalho e no segundosemestre o nível de ati-vidade cai muito. Então,pode-se pensar emdis t r ibu i r melhor aolongo do ano. Mas tudovai do diálogo”.

Fim do jogoComo se não bastasse a papelada para se abrir

um negócio, todos os tributos e obrigações a serempagos, fechar uma empresa também é uma árduatarefa no Brasil. Segundo o estudo do Bird, leva-secerca de 10 anos para fechar um empreendimentono país. Segundo o relatório, a ineficiência doprocesso judicial e a relutância dos bancos e demaiscredores em forçar uma resolução falimentar maisformal são os principais motivos desse gargalo.

A Irlanda é o país com o processo mais curto deinsolvência - 4 meses. Na Argentina, demora-se cercade 2,8 anos e no Chile 5,8. O Brasil só está emsituação melhor do que a Índia onde gastam-se 11,3anos para fechar um negócio. A nova Lei deFalências, aprovada na Câmara e em discussão noSenado, pode vir a melhorar um pouco esse quadro.

Sociedade e entidades unidasPara mudar esse quadro caótico que trava o

crescimento do país através de castigos sem jus-tificativa ao futuro empresário e aos contabilistas,diversas entidades estão se mobilizando (vejaquadro). O Sebrae Nacional, por exemplo, está orga-nizando uma campanha, em parceria com a Fe-deração das Indústriasdo Estado de São Paulo- Fiesp, ACSP, entre ou-tras entidades, para aaprovação da Lei Geraldas Micro e PequenasEmpresas, onde deveráconstar uma norma quevisa a criação do SuperSimples, inclusive previs-ta na Reforma Tributária.

“O governo, até agora,não se manifestou ou to-mou qualquer providência

OBRIGAÇÕES COMUNS1. Estatuto ou Contrato Social2. Contabilidade3. Balanço4. Livro Diário5. Livro Razão6. Declaração de Ajuste Anual do

IRPF7. DIRF8. IR Retido na Fonte9. Livro de Inspeção do Trabalho10. Livro Registro de Empregados11. Folha de Pagamento12. GPS13. GFIP

14. GRFP15. CAGED16. RAIS17. Contribuição Sindical18. Contribuição Confederativa19. Contribuição Assistencial20. Contribuição Associativa21. NR 722. NR 923. Informes de Rendimentos das

Pessoas Físicas24. Informes de Rendimentos das

Pessoas Jurídicas

Fonte: Sescon/SP

1. Pesquisas razão social2. Pagar taxa de registro3. Registro na Junta Comercial4. Inscrição na Receita Federal5. Inscrição na Fazenda Estadual6. Obter autorização de emissão de

notas fiscais (estado)7. Inscrição na Prefeitura8. Pagar TFE à Prefeitura9. Obter autorização de emissão de

notas fiscais (município)

10. Imprimir notas fiscais11. Obter alvará de funcionamento12. Fiscalização municipal13. Abrir conta de FGTS14. Registrar empregados no PIS15. Notificar ministério da abertura do

livro de empregados

Fonte: Banco de dados ‘DoingBusiness 2004’ (Fazendo

Negócios) - Banco Mundial

a respeito. Caberá à sociedade pressionar para que anova legislação seja aprovada de forma a atender aosobjetivos visados pelo legislador”, alerta Afif Domingos.

O presidente do CRC/RS enfatiza a importânciado profissional contábil para mudar a culturapejorativa ainda existente nos quadros empresariais.“Enxergam a contabilidade como uma burocracia,algo para atender as exigências fiscais, o que é umerro. Ainda há no Brasil uma dificuldade de parte dealguns pequenos e médios empresários para entendera contabilidade como parte integrada de controle àgestão”, ressalta Enory Luiz Spinelli.

Quem sabe, com a luta contra a burocracia, emum futuro próximo, as empresas, no Brasil, poderãoconcentrar mais esforços na gestão dos seus negócios,gerando emprego e promovendo o desenvolvimentodo país, em vez de servir para alimentar a irracionalfome do vírus burocrático.

Procedimentos para a abertura de uma empresa

Exigências para o funcionamento de uma empresaEnory Luiz Spinelli:“Para cada tributohá, praticamente,uma obrigaçãoacessória, umadeclaração a serpreenchida ouinformada”

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vírus Irracionali Burocrata

24 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

análise

Aprofundando uma antiga tendência,a Fazenda Pública tem cada vez maisatribuído ao contribuinte a obrigação deapurar o valor do tributo e efetuar opagamento respectivo, sem prejuízo deuma posterior verificação do acerto ou nãodessa apuração. Além disso, tem exigidoque o contribuinte informe o quanto equais tributos pagou. Tudo muitodetalhado e dentro de curto prazo.

A recente alteraçãona Cofins, por exem-plo, além do evidenteaumento da já insu-portável carga tri-butária, tornou aapuração daquelacontribuição muitocomplexa e criou no-vas e onerosas obri-gações para os contribuintes, como éexemplo o malsinado Dacon.

Na tentativa de garantir o cumprimentode tais obrigações, o fisco ameaça compesadas multas, que chegam a R$ 5 mil aomês, pelo simples atraso na entrega deinformações, ou de 5% sobre o valor das tran-sações comerciais e das operações finan-ceiras, se a informação for omitida, inexataou incompleta. Note-se que não se cogita aquido dever de pagar o tributo, mas tão somentedas chamadas obrigações acessórias, quepodemos chamar de burocracia fiscal.

Burocracia fiscal e multasPor Schubert de Farias Machado

É certo que os contribuintes não podemse furtar do dever de colaborar com o fisco.Não podemos esquecer, contudo, que odever de lançar o tributo devido é da Admi-nistração Pública que tem ou deveria teros meios pessoais e estruturais espe-cializados para essa tarefa.

Quando transfere suas obrigações parao contribuinte, o fisco assume o risco deque tais obrigações não sejam adequa-

damente cumpridas,mesmo quando ocontribuinte estejaimbuído do pro-pósito de cumpri-lasde maneira correta.De fato, quando oparticular cumpresuas obrigaçõesacessórias e apre-

senta as informações ao fisco, corre orisco de cometer erros involuntários,como qualquer pessoa. É o que a dou-trina aponta como um risco permitidopelo ordenamento.

Por isso, quando o fisco atribui aosujeito passivo da relação tributáriaobrigações acessórias cada vez maiscomplexas, que em princípio competemà própria Administração, não pode, aomesmo tempo, impor uma penalidade emcaso de erro involuntário na execuçãodessas mesmas obrigações.

“Em respeito ao princípio dalegalidade, o fisco não pode

instituir obrigações acessórias,ou deveres administrativos,

por atos infralegais”

Dito de outra forma, não pode o fiscotransferir para o contribuinte o ônus deproceder a apuração do montante do créditotributário e se valer disso para impor umapenalidade em caso de erro, sobretudoquando não houver culpa ou dolo por partedo contribuinte, até porque o fisco nadasofre quando erra na feitura do lançamento,o que não é pouco freqüente. Na verdade,por se tratar de um dever da administraçãotributária com a qual o contribuinte apenascolabora, devem ser redobradas asgarantias devidas a quem estiver obrigadoa prestar tais informações.

O descumprimento das obrigaçõesacessórias, portanto, não pode serobjetivamente considerado comoinfração. Para tanto, é necessário que essedescumprimento seja fraudulento e tenhacomo fim o descumprimento da obrigaçãotributária principal, que é pagar o tributodevido, uma vez que a sanção fiscalsomente se justifica como garantia decumprimento dessa obrigação.

Acrescente-se que os princípios daproporcionalidade e da razoabilidade,que orientam a instituição e a aplicaçãodas sanções, impedem que um simplesdescumprimento de obrigação aces-sória, sem que tenha ocasionado a faltade pagamento de tributo, acarrete naimposição de uma multa proporcionalao valor do tributo ou da operação quelhe deu causa.

Além disso, em respeito ao princípio dalegalidade, o fisco não pode instituirobrigações acessórias, ou deveresadministrativos, por atos infralegais. ODemonstrativo de Apuração deContribuições Sociais - Dacon, porexemplo, foi instituído através da IN SRFnº 387/2004. Assim, em face das trêsmáximas do princípio da propor-cionalidade: a adequação, a necessidade ea proporcionalidade em sentido estrito; edo princípio da legalidade, são inválidasas multas relativas ao Dacon.

Schubert de Farias Machado éadvogado tributarista e diretor do

Instituto Cearense de Estudos Tributários

Institucional

Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 25

rápidas

Congresso Brasileirode Contabilidade

O presidente da Fenacon, Pedro CoelhoNeto, foi nomeado pelo presidente do CFC,José Martonio Alves Coelho, para coordenaro Comitê de Divulgação do 17° CongressoBrasileiro de Contabilidade - CBC. O eventomagno da categoria acontece de 24 a 28 deoutubro deste ano, no Mendes ConventionCenter, no município de Santos-SP.

O vice-presidente da Fenacon para aRegião Sudeste, Nivaldo Cleto, também

Nos dias 14 e 15 de abril, foiimplantado o Sistema TCS degerenciamento sindical, nossindicatos filiados do Paraná eLondrina. Os trabalhos deimplantação e treinamento fo-ram realizados nas instalaçõesdo Sescap/PR. Participaram daprogramação: Camélia Curado,gerente Administrativo/Ins-titucional da Fenacon (or-ganização e acompanhamentoda implantação e treinamento)e Ricardo Timmers, TCSSistemas (operacionalização daimplantação e instrutor).

Pelo Sescap/PR, com-pareceram: Erinéia Araújo,gerente geral; Ricardo da SilvaAlves, Elias da Silva e EdsonLara, funcionários da área admi-nistrativa, financeira e de infor-mática; e pelo Sescon/Londrina,José Roberto Focco, gerenteAdministrativo/Financeiro. Oprocesso de implantação do TCSjunto ao Sistema Fenacon tem acoordenação do diretor Admi-nistrativo da federação, RobertoWuthstrack. O projeto, iniciadoem novembro de 2002, já atingiu

um total de 24 sindicatos filiados.

Implantação do TCS na Região Sul

RobertoWuthstrack,diretorAdministrativoda Fenacon ecoordenador deimplantação doSistema TCS

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compõe o comitêtécnico do Congres-so. O evento é rea-lizado pelo CFC etem o apoio do CRC/SP. Estão sendo aguardadas para este anocerca de 4,5 mil participantes, que irãodiscutir o tema central: ‘Contabilidade:instrumento de cidadania’. Mais infor-mações pelo site: congresso.cfc.org.br.

Fenacon emnova sede

No dia 6 de abril, foi assinada aescritura de compra do imóvel danova sede da Fenacon na CapitalFederal. Situado no 9º andar domoderno edifício Via Capital, SetorBancário Norte, Quadra 02, Lote 12,compõe-se de 6 salas, totalizando330,66 m2 de área.

O proje-to de adap-tação dasinstalaçõesf í s i c a s ,aquis içãode móveis eambientaçãoficou a car-go da em-presa SEP r o j e t o s ,EngenhariaRepresenta-ções e Con-sultoria, soba respon-sabilidadedo arquitetoGiovaniniLettieri. A conclusão das obras estáprevista para o mês de maio. As datasda mudança e da inauguração ainda nãoforam definidas.

Prédio, em Brasília,onde fica a atual sededa Fenacon, desde de

1° de julho de 2003

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eventos

Com o tema central ‘Empresas de Serviços:Planejando o Crescimento’, acontece, nos dias 17e 18 de junho deste ano, o ‘V Enescap Centro-Oeste - Encontro das Empresas de ServiçosContábeis e das Empresas de Assessoramento,Perícias, Informações e Pesquisas’. O evento serárealizado no Centro de Convenções ArquitetoRubens Gil de Camillo, em Campo Grande - MS.

O encontro tem caráter regional, mas jáatingiu projeção nacional, reunindopalestrantes de renome e temas atuais eabrangentes. O objetivo do evento é pro-

porcionar entre os participantes o debate de temastécnicos, organizacionais, administrativos, culturaise empresariais; promover o congraçamento entre o

público envolvido; e incentivar maior integraçãoregional entre os sindicatos e associados.

O ‘V Enescap Centro-Oeste’ é promovido pelosSescons de MS, DF, GO e MT e co-promovidopela Fenacon. Os valores das inscrições são osseguintes: até o dia 31 de maio, empresários, R$100; associados, R$ 70; acompanhantes, R$ 70 efuturos profissionais, R$ 50. A partir do dia 1° dejunho, os valores passam, respectivamente, para:R$ 120, R$ 80, R$ 80 e R$ 60.

Palestras e palestrantesA programação técnica está definida. O admi-

nistrador de empresas e assessor de Qualidade daFenacon, Paulo Veras, abre o evento com o tema ‘A

MS recebe empresas deserviços para o V Enescap

contribuição do serviço para uma vida melhor’. Eletambém é pós-Graduado pela FGV/RJ e ministratreinamento sobre motivação, excelência doatendimento ao público e qualidade de vida.

Para Veras, em primeiro lugar, viver é servir. Todaa existência humana gira em torno do serviço. Cadaum já nasce com uma imensa dívida para com suafamília, a sociedade e a civilização. Até o final davida, contrairá mais débitos. Tem, pois, nesse cursoda existência que gerar - através do serviço - umpatrimônio que possa resgatar seu débito e contribuirpara melhoria da qualidade de vida dos seussemelhantes. O serviço, profissionalmente, portanto,não pode escapar dessa dívida.

Meio ambienteOutro tema altamente relevante para a região central

do Brasil, o meio ambiente, será foco da palestra de AbelCosta, que fará uma incursão sobre os problemas mundiaise brasileiros do meio ambiente, tais como: efeito estufa,chuva ácida, camada de ozônio, desmatamento,desertificação, escassez da água, aumento populacional,miséria humana, poluição do ar, água e solo, degradaçãoda terra, assoreamento, falta de saneamento.

Costa falará também sobre os instrumentos legaisde proteção ao meio ambiente, educação ambiental etutela jurisdicional da natureza. “Discorreremos sobrea atuação dos órgãos da sociedade civil e do meioambiente na defesa e proteção ambiental. E,finalmente enfocaremos o ICMS Ecológico.Terminamos, conclamando ao cumprimento daConstituição Federal, art. 225, onde o meio ambienteé responsabilidade do poder público, mas, também,de toda comunidade”, acrescenta Costa.

Abel Costa é professor de Direito Ambiental e con-sultor Jurídico Ambiental e foi membro titular do

Dia 17 de junho

12hs às 17h30Credenciamento19hs ... Solenidade de abertura20hs .. ‘A contribuição do serviço para uma

vida melhor’Palestrante: Paulo Veras

20h30 ... Show regional21hs ..... Coquetel de abertura com música regional

Dia 18 de junho

8h50 .... Sorteio de prêmios9hs ...... ‘Reflexão sobre tributação das

empresas prestadoras de serviços’Palestrante: Clélio Chiesa

Programação do V Enescap/Centro-Oeste10h15 .. Intervalo10h45 .. ‘Meio ambiente - vida, ética e cidadania’

Palestrante: Abel Costa12hs .... Almoço livre13h30 .. Sorteio de prêmios14hs .... ‘Palestra motivacional’

Palestrante: Rodrigo Cardoso16hs .... Intervalo16h30 .. ‘Sucesso na prestação de serviço’

Palestrante: Eliel Soares de Paula18hs .... Sorteio de prêmiosEncerramento

Informações: (67) [email protected]

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Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ex-secretário de Estado do Meio Ambiente de Mato Grossodo Sul e coordenador das Promotorias de Justiça do MeioAmbiente do Ministério Público do MS. O tema dapalestra será: ‘Meio ambiente - vida, ética e cidadania’.

Case de sucessoO ex-presidente da Fenacon (1998/2000), Eliel

Soares de Paula, apresentará case, enfocando as formasde administrar uma carreira profissional e uma empresade prestação de serviços em busca do sucesso. ElielSoares de Paula é economista e contabilista, pós-graduado em Gestão de Marketing de Serviços,empresário contábil e diretor da Confederação Nacionaldo Comércio - CNC. Foi ‘Empresário Contábil de 1993- Destaque Nacional’ e ‘Empresário Contábil de 2000’,condecorações especiais concedidas, respectivamente,pelos Sescons de SP e do DF. Sua palestra será ‘Sucessona prestação de serviço’.

O V Enescap Centro-Oeste ainda terá as palestrasde Rodrigo Cardoso e Clélio Chiesa. Cardoso éengenheiro formado pela Escola Politécnica da USP,recebeu treinamentos em Aprendizagem Acelerada eem PNL (Programação Neurolingüística) pelaRobbins Research International (EUA eAustrália); é autor de diversos artigos na área demotivação, sucesso e desenvolvimento pessoal;e professor de Administração do Tempo, LeituraDinâmica, Memorização e Técnicas de Estudo.Ele aborda o tema ‘Motivação’.

Clélio Chiesa expõe o tema ‘Reflexãosobre tributação das empresas prestadoras deserviços’. Chiesa é mestre e doutor emDireito do Estado, sub-área DireitoTributário, pela Pontífica Universidade Católica -PUC/SP. Mais informações sobre o evento podemser obtidas pelo telefone: (67) 356-4978, pelo e-mail [email protected] ou pelo site:www.sesconms.org.br

Criado em 1977, o Mato Grosso do Sul tem hojedois milhões de habitantes distribuídos em 77municípios. Em pleno desenvolvimento, na últimadécada, o Estado apresentou taxa média decrescimento econômico de 4,5%, enquanto nas demaisáreas do país o índice ficou em torno de 2,6% ao ano.

De economia agropecuária, o Estado tem 22milhões de cabeças de gado, o que o coloca emprimeira posição no Brasil na criação e abate debovinos. Com posição geográfica privilegiada, nomeio da região Centro-Oeste, o Estado está perto dosgrandes centros consumidores do país e ainda dispõe

de 25% de sua área ocupada por um santuárioecológico: o Pantanal Sul-Matogrossense.

A maior área alagada do mundo abriga mais de260 espécies de peixe, 95 de mamíferos, 167 derépteis e 35 espécies de anfíbios. Aves são mais de650 já catalogadas. O Estado recebe anualmente avisita de quase um milhão de turistas, sendo 200mil vindos de outros países que seguem, princi-palmente, para as regiões do Planalto da Bo-doquena, Pantanal Sul e a capital Campo Grande.

Fonte: Portal do Governo doEstado de Mato Grosso do Sul (www.ms.gov.br)

Perfil do Estado de Mato Grosso do Sul

Copan

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Dia 15 de julho

14hs ......... Abertura formal da feiraInício do credenciamento

19hs ......... Sessão solene de abertura doencontro

20hs ......... Palestra de aberturaPalestrante: Sidney Rezende

21hs ......... Fechamento da Feira

Dia 16 de julho

9hs ........... ‘Tecnologia Adequada’Palestrante: Nivaldo Cleto

Programação do 3° Enescap/Sudeste

10h30 ....... Intervalo11hs .......... ‘Aperfeiçoamento Profissional’

Palestrante: Regina Giora12h30 ....... Almoço14hs ......... ‘Resultado Eficaz’

Palestrante: Antonio Carlos Bordin15h30 ....... ‘Conquistando Novos Espaços’

Verônica Feder Mayer17hs ......... Intervalo17h30 ....... ‘Palestra Show’

Palestrante: Luiz Martins18h30 ....... Encerramento (sorteios e premiações)

A comissão organizadora do 3° Enescap/Sudestedivulgou a programação técnica do evento, queacontece de 15 a 16 de julho, no Edifício Sede daFirjan, no Centro do Rio de Janeiro-RJ. O tema cen-tral é ‘Tecnologia adequada + Aperfeiçoamentoprofissional = Resultado eficaz’. O evento é umarealização dos Sescons do Rio de Janeiro e SulFluminense, tem o apoio dos Sescons de São Paulo,Minas Gerais e Espírito Santo e da Fenacon e contacom a parceria dos Sistemas Fecomércio e Firjan.

Entre os nomes confirmados está o doapresentador do Jornal Bom Dia Rio, da Rede

eventos

3º Enescap/Sudeste

Divulgada programação do3° Enescap/Sudeste

G l o b o ,C o n t a -Corrente,da Globo-news, e âncora fundador da Rádio CBN, do SistemaGlobo de Rádio, Sidney Rezende. Outro destaqueda programação é o empresário contábil e perito eespecialista em TI, Nivaldo Cleto, que, há 5 anos,possui uma coluna sobre tecnologia na RFS. Elefalará sobre ‘Tecnologia Adequada’. As inscriçõespara o 3° Enescap/Sudeste já estão abertas, atravésdo site www.sescon-rj.org.br/enescap3.

Cristo Redentor e Pão de Açúcar: doisdos pontos turísticos mais conhecidosdo mundo, compõem o cenário carioca

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Inaugurado em 1994, o Centro de Convençõesde Campo Grande ganhou inicialmente o nome de‘Palácio Popular da Cultura’ para, posteriormente,ser batizado com o nome do autor de seu projeto, oarquiteto Rubens Gil De Camillo.

A obra foi um divisor de águas para o turismo denegócios em Campo Grande. A partir dele, os hotéisaumentaram a taxa média anual de ocupação, pois acidade passou a receber eventos de grande porte,tanto estaduais, e nacionais, quanto internacionais.

Moderno em sua estrutura e funcionalidade, oCentro de Convenções recebeu, de lá até agora, maisde mil eventos, reunindo mais de 1 milhão de pessoas.

O Centro de Convenções Arquiteto Rubens GilDe Camillo tem uma área construída de mais de 8

Centro de ConvençõesArquiteto Rubens Gil de Camillo

mil m2, quatro audi-tórios com capacidadetotal de 1.488 lugarese dispõe de completainfra-estrutura pararealização de semi-nários, congressos,simpósios, exposiçõese espetáculos artís-tico-culturais.

Fonte: Portal doGoverno do Estado de Mato Grosso do Sul(www.ms.gov.br)

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EnescapSudeste

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Blumenau

Sescon/Blumenaucomemora 15 anos composse da nova diretoria

No último dia 13 de abril ocorreu, noTeatro Carlos Gomes, a posse da novadiretoria, em meio as comemorações dos15 anos do Sescon/Blumenau. O novopresidente do sindicato para a gestão deabril de 2004 a marçode 2007, GelasioFrancener, prestouhomenagem durante asolenidade aos ex-presidentes, que rece-beram um brinde emcristal como marcopelas suas participa-ções na história doSescon/Blumenau.

Gelasio também ho-menageou seu ante-cessor, Carlos RobertoVictorino, pelos serviços prestados eenfatizou que, em sua gestão, o Sesconpassou a ser efetivamente uma entidadeprestadora de serviços aos seus associados

e não meramen-te um sindicato.“Foi com estanova roupagemque o Sescon/Blumenau ad-quiriu destaquedentro do Sis-tema Fenacon ejunto aos seusassociados e fi-liados”, disse.

E s t i v e r a mpresentes no evento o secretário munici-pal de Saúde, Édson Adriano, repre-sentando o prefeito de Blumenau, DécioNery de Lima; os presidentes da Fenacon,Pedro Coelho Neto; dos CRC’s de SantaCatarina, Nilson Goedert e do Paraná,Maurício Fernando Cunha Smijtink; doSescap/PR, Mário Elmir Berti; dosSescon’s de Santa Catarina, Luiz Antonio

Martello e da Grande Florianópolis,Maurício Melo; e do Sindicato dos Conta-bilistas de Blumenau, José Augusto deLima, representando o presidente da Fe-contesc, Vilso Isidoro.

Também participaram da cerimônia deposse, os vice-presidentes da Fenacon(Região Sul), Luiz Valdir Slompo de Lara,e do Sincontiba/PR, Antonio Oliveira; o di-retor de Administração da Aescon/SP, EdenoTeodoro Tostes, representando o presidentedo Sescon/SP, Antônio Marangon; o gerenteregional da Secretaria do Estado da Fazendade Blumenau, Tair Duarte da Silva; o chefeda Receita Previdenciária do INSS de Blu-menau, Carlos Alberto Mees Stringari,

Autoridades presentes ao evento: esq. p/ a direita:Edeno Teodoro Tostes, Mauricio Fernando CunhaSmijtink, Nilson José Goedert, Carlos RobertoVictorino, Pedro Coelho Neto e Gelasio Francener

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Gelasio Francenerdiscursa durante asolenidade de posse

A nova diretoria do Sescon/Blumenau posa para a foto como presidente da Fenacon, Pedro Coelho Neto

Mato Grosso do Sul, Pará e Ceará

representando a gerente regional da agênciado INSS, Marilu Scalanbrini da Cunha; e odelegado da Receita Federal no município,Edison José Cruz.

Os presidentes dos Sescon’s do Pará,Carlos Alberto do Rego Correa, do Ceará,Urubatam Augusto Ribeiro e do MatoGrosso do Sul, Laércio José Jacomélli,estão licenciados de seus cargos devido aopleito eleitoral para a renovação da diretoriada Fenacon, marcado para o dia 21 de maio.

Presidentes licenciadosOs vice-presidentes dos sindicatos

ocupam, portanto, interinamente, oscargos de presidente. São eles,respectivamente, José Eduardo daSilva, Pretextato Salvador QuaresmaGomes de Oliveira Mello e CarlosRubens de Oliveira.

DiretoriaPresidente: Gelasio FrancenerVice-presidente: José Itamiro VargasDiretor Administrativo: Elise FankSuplente: Marli Eccel CostaDiretor Financeiro: Amarildo NazárioSuplente: Antonio de OliveiraDiretor de Eventos: Edson Luiz FrancêsSuplente: Leomir Antonio MinozzoDiretora de Assuntos Legislativos:Ana Cristina MaseraSuplente: Rolf Hartmann

Conselho FiscalArmim Djalma DopheideJair José SchmitzMarlon Kopsch

SuplentesAna Maria Nasário AntunesEdio da SilvaVera Olga Krummenauer

Delegados representantesGelasio FrancenerJosé Itamiro Vargas

SuplentesSérgio Paulo WestphalJosé Carlos dos Santos

Sescon/Blumenau

regionais

Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 31

Luiz Carlos Bohn, ex-vice-presidente,eleito para presidir o Sescon/RS para otriênio 2004/2007, tomou posse, no últimodia 3 de maio, em Porto Alegre. Durante asolenidade, Bohn afirmou que pretendeconhecer toda a base de empresas repre-

s e n t a -das peloS e s c o n /RS, ques o m a mmais dedez mil.Dentre assuas pro-postas, es-tão: pro-mover e-v e n t o s ,

Rio Grande do Sul

Tecnologia será alvo degestão no RS

com o intuito de gerar ações práticaspara qualificação da categoria,interiorizar as ações do sindicato eaumentar o número de parcerias.

Além disso, ampliar o portfólio dosprodutos, promover mais cursos eeventos de interesse das empresas;estimular a contratação das empresas deserviços, e buscar a modernidade,através da ligação tecnológica com aFenacon e com os demais Sescons. Aintenção é preparar melhor os empre-

sários, através de cursos, palestras, eventose teleconferências. E, por fim, dar con-tinuidade ao processo de qualidade e aotrabalho que vinha sendo desenvolvido peloseu antecessor, Tadeu Saldanha Steimer.

Sescon/RS

DiretoriaPresidente: Luiz Carlos BohnVice-presidente: Marcos GilbertoLeipnitz GriebelerDiretor Administrativo:Barcelides MorescoSuplente: Inelva Fátima LodiDiretor Financeiro:Décio Luiz BeckerSuplente:Júlio Roberto Lopes MartinsDiretor de Relações do Trabalho:José Roberto Santos PiresDiretor de Assuntos Legislativos:Olemar TeixeiraDiretores Regionais:José Inácio LenzSérgio Gilberto DienstmannDélcio HugentoblerRaul de Moraes Loch

Mesa da solenidade de posse noSescon/RS

Presenças: esq. p/ a dir., ospresidentes da Federacon,Delmar Bruxel, do CRC/RS,Enory Spinelli; do Sescon/RS,Luiz Carlos Bohn; e da Fenacon,Pedro Coelho Neto

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Mastermaq

32 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

A nova diretoria do Sescap/PE para o triênio2004/2007 tomou posse no dia 2 de abril noMar Hotel, em Recife. Adelvani Braz, ex-diretor de Eventos, é o novo presidente dosindicato e durante discurso ressaltou seucomprometimento com a continuidade dotrabalho realizado por todos os presidentes queantecederam seu mandato. Ele assume no lugarde Almir Dias de Souza.

Adelvani destacou, também, algumasprovidências que já constam no plano de ações,como o projeto de abertura de filiais ou sucursaisem alguns municípios, a criação de cooperativade crédito para as empresas, além da implantaçãode uma postura mais ativa na captação de novasparcerias, convênios e patrocínios quebeneficiem o associado.

O novopresiden-te do Ses-c a p / P Et a m b é mcitou o in-crementodas açõesvoltadas àqualidade

e freqüência das infor-mações e serviços ofere-cidos aos associados, in-tensificando os esforços de publicação deimpressos e livros sobre temas relevantes paraos segmentos representados.

O presidente da Fenacon, Pedro Coelho, presenteao evento, anunciou seu apoio à nova gestão,ressaltando a importância que o Sescap/PE vemconquistando no cenário nordestino, como um dossindicatos mais atuantes do Sistema Fenacon.

T a m b é mprestigiaram asolenidade ospresidentes doCRC/PE, Nel-son Mitimasa;do Ibracon,José EmilioMedeiros Ca-lado; do Sin-dicato dos Con-tabilistas dePernambuco, Paulo Alves; da Aescon/PE,Albérico de Morais Pinto; do Sescon/PB,Aderaldo Gonçalves do Nascimento Jr; da Aspa,Diógenes Andrade Filho; e o vice-presidente da

regionais

Em solenidade seguida decomemoração festiva no Clubede Campo Santa Mônica, nacidade de Curitiba, tomouposse, no dia 16 de abril, anova diretoria do Sescap/PR.Mário Elmir Berti, ex-vice-presidente da Fenacon (RegiãoSul), é o novo presidente dosindicato para gestão abril de2004 a março de 2007.

O evento reuniu mais de 600pessoas entre autoridades, polí-

ticos, empresas representadas eentidades ligadas ao trabalho doSescap/PR. Na oportunidade, opresidente da Fenacon, PedroCoelho Neto, homenageou o novopresidente do sindicato com umaplaca alusiva à profícua atuaçãodo amigo e ex-companheiro dediretoria da Federação.

Estiveram presentes nasolenidade toda a diretoria daFenacon, além dos presidentesdo CFC, José Martonio Alves

Coelho; daCNPL, LuizE d u a r d oG a u t é r i oGallo; daF e c o p a r ,A n t o n i oCarlos Doro; do CRC/PR, MaurícioFernando Cunha Smijting; Sicontiba,Divanzir Chiminacio; Sindaspp, Ivo PetrySobrinho; da Junta Comercial do Paraná,Julio Maito Filho; e do Conselho Supe-rior da Faciap/PR, Ardisson Naim Akel.

Marcaram presença, ainda, o vice-presidente da Fecomércio, Darci Pianna;o delegado regional do Trabalho, GeraldoSeratiuk; os vereadores municipais Ge-raldo Clayton Bobato e Rui Hara e diver-sos presidentes e representantes dos Ses-con’s de todo o Brasil.

Paraná

600 pessoas prestigiamposse de Berti no Paraná

Mário ElmirBerti,presidente doSescap/PR

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Mário Elmir Berti ao ladode Pedro Coelho Neto

Pernambuco

Novo presidente prometeampliar parcerias e convênios

Adelvani Braz fazdiscurso de posse

Presidente Adelvani comseu antecessor, AlmirDias de Souza

Sescap/PEDiretoriaPresidente: Adelvani BrazVice-presidente: José Felix de Souza JúniorDiretor Administrativo:Milson Xavier de CarvalhoSuplente: José Argemiro da SilvaDiretor Financeiro:Albérico Xavier de Morais PintoSuplente: Roberto Vieira do NascimentoDiretor de Eventos: João Luiz Pereira BorbaSuplente: José Eraldo Lúcio de Oliveira

Conselho FiscalAlmir Dias de SouzaMarcos Antônio Mendes da SilvaJosé Augusto Marinho

SuplentesDavid Fernandes da SilvaAlba Rosa Nunes AnaniasJosé Laurindo da Silva

Conselho ConsultivoJosé Geraldo Lins de QueirósJosé Carmelo da FariasGeraldo de Paula Batista FilhoAlmir Dias de SouzaAdelvani Braz

Delegados RepresentantesAdelvani BrazAlmir Dias de Souza

SuplentesJosé Felix de Souza JúniorAlbérico Xavier de Morais Pinto

Fenacon para a RegiãoNordeste, José Geraldo Linsde Queirós.A nova diretoria do Sescap/PE

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 33

desenvolvimento pessoal

Que tal parar de usar a mesmafreqüência quando for ouvir aspessoas? Cada uma delas usa umafreqüência distinta quando fala, secomunica. É por isso que muitas vezesnossos relacionamentos se deterioram,se conflitam. Insistimos em ‘sinto-nizar’ nosso aparelho receptor numafreqüência distinta da que a pessoa estáfalando. Daí, o que ouvimos? Chiados,ruídos e algumas poucas palavrascompreensíveis. Se você está achandoque estou sugerindo que aja como sefosse um rádio receptor, acertou!

Assim como um rádio, temos umsistema de sintonização (dial) que nospermite ajustar nossa recepção para afreqüência que a mensagem está sendotransmitida pelo interlocutor. Eaprenda uma coisa: não é res-ponsabilidade do emissor ficar va-riando sua freqüência para se encaixarna sua recepção. Você, que estáouvindo, procurando compreender aperspectiva e ponto de vista do outro éque tem que tomar a iniciativa deconfigurar a sintonia apropriada paraouvir com clareza quem lhe fala. Essaresponsabilidade é sua! Algunschamam esse fenômeno de rapport,outros de empatia, fiquemos comsintonia, é mais fácil, mais simples.

Não pense que é fácil ‘sintonizar’seus filhos, seu companheiro oucompanheira, seus pais, amigos,colegas de trabalho ou ainda seusclientes e funcionários. Muito maiscômodo seria pedir a todos quefalassem na sua freqüência. Mas nãoé assim que funciona. Seu trabalhodiuturno é ficar sintonizando manual-mente (ou mentalmente) as fre-qüências de cada um. Isso requerhumildade, requer sair de sua freqüên-cia favorita, requer esforço e consumode energia. Mas tem um fim provei-toso e nobre: construção de relacio-namentos sadios, sólidos, duradouros.Sem saber ouvir, dificilmente você iráse relacionar adequadamente.

Sintonize-se!

“Saber ouvir é

quase responder”.

Marivaux

Por Paulo Angelim

Sintonizar o outro significa aceitar ecompreender a mensagem que chegaexatamente como ela é, sem querercorrigir, sem querer fazer ressalvas.Quanto menor a ‘interferência’, maislimpa a mensagem, o som, e mais fácila compreensão. Você não precisaconcordar com a mensagem, mas temque estar totalmente aberto (sinto-nizado) a ouvi-la. Imagine se na horaque estivesse ouvindo seu rádio, emcerta estação (pessoa), você começassea falar sobre a voz quechega, a sintonizar outrarádio simultaneamente oudeixasse que um outro som- o da sua mente, da sua vozinterior, por exemplo -invadisse a transmissão. Oque aconteceria? É lógicoque haveria ruído de comunicação e arecepção ficaria prejudicada econseqüentemente o relacionamento.

Sintonizar o outro exige atenção,exige abstrair-se de suas preferências(freqüências ideais). É lógico que vocêpode e deve ter suas estações (pessoas)preferidas. Já imaginou se seu rádio nãoconseguisse sintonizar bem outrasestações, que não as que você gosta?Seria um desastre, você ficaria isolado erestrito. Mas cuidado! Compreenda quefreqüência não tem nada a ver comestação. Hoje, suas três estaçõespreferidas (de música pop, por exemplo)estão usando freqüências distintas, mastransmitindo mensagens (tipos demúsicas) muito parecidas. Mas compessoas é diferente.

Você já deve ter ouvido falar que“mais importante do que o que se diz, écomo se diz”. As freqüências das pessoassão suas emoções, seus ritmos, seusestados de humor e espírito. Sua esposaou esposo, pela manhã, pode usar afreqüência do carinho, do afeto. Já, ànoite, depois de um dia supercomplicado, pode, ‘misteriosamente’,usar a freqüência da irritação, daimpaciência, quando for lhe falar uma

mensagem. Por isso é que uma mesmamensagem, com as mesmas palavras,pode ter interpretações distintas, seforem usadas freqüências distintas.

Cabe a você, imediatamente, levarseu ‘receptor’ para a freqüência queestá sendo usada. Se você continuarna freqüência anterior, na expectativaque lhe viessem mensagens envoltasem palavras doces e amáveis, vocêsimplesmente não conseguirá escutaro outro. Enquanto ele ou ela fala, você

se sentirá frustrado ecomeçará a voltar suaatenção para sua frus-tração e mágoa, se sen-tirá atacado, desprezadoe começará a construiruma defesa, em vez defocar na mensagem e nas

razões que levam o outro a usar,naquele momento, aquela freqüência.

O engraçado, se não fosse trágico,é que na esmagadora maioria dasvezes, a razão da irritação do outro nãoé você. Mas se você usa a freqüênciaerrada, pensa que o foco da irritação évocê. Aí ouve mal, responde mal,relaciona-se mal. O resto da históriavocê já pode imaginar. Atritosdestrutivos, arestas, conflitos, con-frontos, intrigas e separações.

Não hesite, tome a iniciativa desintonizar-se no outro. Jogue fora oorgulho, seus interesses mais egoístas,e, com amor, que é o vínculo daperfeição (Cl 3:14), transforme o inter-esse do outro no seu maior e mais sub-lime interesse (Mt 22:39). Pessoas quefazem isso se relacionam, se vinculam,crescem e constróem vidas e projetosem comum, seja no trabalho, entreamigos, ou em casa. Sintonizou?

Paulo Angelim é arquiteto,pós-graduado em marketing,

palestrante especializadonas áreas de marketing,

vendas e motivaçã[email protected]

34 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 101

go around

Quando ainda presidia o Sindicatodas Empresas de Serviços Contábeis ede Assessoramento do Espírito Santo(Sescon/ES), uma das atividades queconsiderava das mais gratificantes eenriquecedoras era a visitação regularque fazia às em-presas do seg-mento. Era nestaoportunidade queconhecia as maisdiversas reali-dades, os acertose os erros dos ges-tores. Uma verda-deira escola.

Numa dessasandanças, em vi-sita a um escri-tório do interior,conheci um con-tador que curiosamente se autodes-crevia como “um sujeito avesso aclientes”. Dizia em alto e bom som quetodos os seus clientes eram seus amigos,mas o que detestava mesmo era atendê-los para tratar de negócios. De fato,percebi que para todos os telefonemasde clientes que lhe passavam, haviaaquela tradicional cara torcida.

Voltei intrigado daquela visita etentando entender como era possívelaquele sujeito sobreviver, tratando seusclientes daquele jeito. Cheguei acomparar aquela figura com o famosoleão “medroso” encontrado na fábula doMágico de Oz. Pensei: simbolicamente,um leão sem coragem deveria ser algotão impensado quanto um contador quenão gosta de atender a seus clientes.

Muitas vezes, tenho visto, cons-ternado até, algumas pessoas tratarem acontabilidade como uma ciência exata.Não é, nunca foi e nem nunca será. Aúnica exatidão que há na contabilidadeé que se trata de uma ciência humana.Devo atribuir tão costumeiro equívocoao fato de ser uma ciência que lide comnúmeros e que, por convenção, apresenta

Contabilizando relaçõesPor Haroldo Santos Filho

“Estamos re-inaugurando aimagem do contador como um

parceiro de seu cliente, quedivide as dores de umatributação excessiva e

indecente e as glórias dalucratividade ou da conquista

de novos mercados”

a sua principal peça com um aparenteequilíbrio entre Ativo e Passivo.

Talvez, por causa deste erro de avaliaçãoe de definição humanística da profissãocontábil é que diversos testes vocacionais,provavelmente, não venham a direcionar

corretamente osseus respondentesàs profissões maisadequadas aos seusperfis. Significadizer que, por al-guns testes, estamossempre correndo orisco de perder ta-lentos para outrasprofissões ou, o queé pior, receber exí-mios operadoresaritméticos, que de-testam gente.

Dedico a reflexão a este profissional que,atendendo às demandas atuais do mercado,deve possuir conhecimentos profundos naárea contábil, fiscal e trabalhista. Precisa terfamiliaridade com princípios jurídico-tributários e técnicas administrativas.Conhecimento em informática e de línguaestrangeira. Mas, tudo isso será insuficientepara torná-lo umprofissional com-pleto, se não fortambém sincero eabsolutamentehabilidoso ao lidarcom seu cliente.

O certo é quea nossa profissãoganha força ecredibilidade acada dia. O seucharme, se é quepodemos assimchamar, resideem sua diver-sificada gama deatuação. Pode-mos ser úteis àlongevidade das

empresas, com as inúmeras ferramentasgerenciais que dispomos, ou, muitasvezes, com uma sutil opinião de comonosso cliente deve lidar com seufuncionário. Como já foi um dia,estamos re-inaugurando a imagem docontador como um verdadeiro parceirode seu cliente, que divide as dores deuma tributação excessiva e indecente eas glórias da lucratividade ou daconquista de novos mercados.

Passado este mês de abril - épocado ano em que nos ocupamos com aelaboração da Declaração de Impostode Renda -, é que podemos ver aessência da profissão. É quandocostumamos receber diversos clientesque, entre uma reclamação e outrasobre o indesejado imposto, revela-nosalgo de pessoal ou nos distrai com asua ligeira e despretensiosa prosa. É omês em que eu mais trabalho. Éverdade. Mas é também quando eu mesinto mais útil e mais humano, eu diria,mais contador.

Haroldo Santos Filho é diretorInstitucional da [email protected]

brasil político

Marcelo Ventura

Revista Fenacon em Serviços - Edição 101 - 35

Prosoft

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EnescapCentro-Oeste