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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO DISCIPLINA: ESTADO E REGULAÇÃO PROFESSOR: MÁRCIO IORIO ARANHA ESTUDANTE: MÁRCIO M. REZENDE DOUTORANDO EM GEOCIÊNCIAS APLICADAS/IG- 120004976 PERÍODO: 2°/ 2013 APRESENTAÇÃO DE TEXTO ANTI-NATUREZA Elementos para uma Filosofia Trágica Clément Rosset

ANTI-NATUREZA Elementos para uma Filosofia Trágica Clément ...marcioaranha.com/SLIDESEstadoeRegulacaoClementRosset.pdf · - Sobre o filme , PUF, "Perspectivas Críticas" de 2001,

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE DIREITO

PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO

DISCIPLINA: ESTADO E REGULAÇÃO PROFESSOR: MÁRCIO IORIO ARANHA

ESTUDANTE: MÁRCIO M. REZENDE DOUTORANDO EM GEOCIÊNCIAS

APLICADAS/IG- 120004976 PERÍODO: 2°/ 2013

APRESENTAÇÃO DE TEXTO

ANTI-NATUREZA

Elementos para uma Filosofia Trágica

Clément Rosset

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Fonte: http://www.clementrosset.com/Site_officiel_de_Clement_Rosset/Biographie.html acesso em 04/09/2013.

Clément Rosset

Ex-aluno da École Normale Supérieure. Professor de filosofia. Doutor em filosofia. Lecionou em Montreal - Canadá entre 1967 e 1968. Docente da

Universidade de Nice- França, durante 30 anos, até 1998.

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Bibliografia

- A filosofia trágica , PUF, 1960, repr. aumentou: PUF, "Quadriga", 1991 - O mundo e seus remédios , PUF, 1964, repr. revista e ampliada: PUF, "Perspectivas Críticas", 2000. - Carta sobre os chimpanzés: Fundamento para uma humanidade total , seguido por um teste em Teilhard de Chardin , Gallimard, "NRF" de 1965, repr. aumentou: Gallimard, "Imaginary", 1999. - Schopenhauer, filósofo do absurdo de 1967, repr. PUF, "Quadriga", 1989, repr. nos escritos de Schopenhauer , PUF, 2001. - Schopenhauer , PUF, "filósofos", de 1968, repr. nos escritos de Schopenhauer , PUF, 2001. - Resumo da filosofia moderna , Laffont, "Objection", em 1968 (sob o pseudônimo Roboald Marcas), repr. escritos satíricos (1. Resumo da filosofia moderna), PUF, "perspectivas críticas", 2008,

prefácio de Laurent De Sutter. - Estruturalistas manhã , seguido por um discurso sobre I'écrithure , introdução crítica por Albert K *** Laffont, "Freedom", de 1969 (sob o pseudônimo de Roger Crémant), repr.parciais: manhãs

acadêmicos , Montpellier, Fata Morgana, 2011. - A estética de Schopenhauer , PUF, SUP ("Introdução Filosófica") de 1969, repr. PUF, "Quadriga", 1989, repr. nos escritos de Schopenhauer , PUF, 2001. - Logic pior , Elementos para uma filosofia trágica, PUF, "Biblioteca de filosofia contemporânea", 1971, repr. PUF, "Quadriga", 1993. - Anti-Natureza , elementos para uma filosofia trágica, PUF, "Biblioteca de Filosofia Contemporânea", 1973 - Lille, teses Serviço de Reprodução da Universidade de Lille III, 1973 (Tese dirigido por

Vladimir Jankélévitch e apresentada à Universidade 1 do Paris 21/05/1973), repr. PUF, "Quadriga", 1990. - O real e seu duplo. Ensaio sobre a ilusão , Gallimard, "NRF" 1976 new ed. revista e ampliada, Gallimard, 1984, repr. Folio, "Testing", 1993. - O real. Tratado de idiotice , da meia-noite, "Review", 1977, repr. Meia-noite, "Resume", 2004. - O objeto singular , da meia-noite, "Review" de 1978, nova ed. aumentou, Meia-Noite, 1985. - Força maior , da meia-noite, "Review", 1983. - O filósofo e as Magias , Meia-Noite, "Review", 1985. - O princípio da crueldade , da meia-noite, "Review", 1988. - Princípios da sabedoria e da loucura , da meia-noite, "avaliação", 1991, Repr. Meia-noite, "Resume", 2004.

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Bibliografia

- Sobre o art. Homenagens, Nantes, o doador, 1992, Repr. aumentou: Art material , Montpellier, Fata Morgana, 2010. - Em vez. Notas sobre a Louis Althusser , Meia-Noite, 1992. - A escolha das palavras seguido de alegria e seu paradoxo , Meia-Noite, 1995. - O demônio da tautologia rastreamento Cinco pequenas peças morais, meia-noite, "paradoxo", 1997. - Estrada da noite. Episódios clínicos, Gallimard, "infinito", 1999. - Longe de mim. Estudo sobre a identidade , Meia-Noite, 1999. - O real, o imaginário e ilusório , Biarritz, Distância, 2000, reeditado em Fantasmagories. - Escritos sobre Schopenhauer , PUF, "Quadriga" de 2001, repr. em um volume (além de uma entrevista com Paul Audi). - Sobre o filme , PUF, "Perspectivas Críticas" de 2001, entrevista com Roland Jaccard e antologia. - O sistema de paixões e outros textos, Meia-Noite, 2001. - Impressões fugazes. A sombra, reflexo, eco , da meia-noite, "Paradox", 2004. - Phantasmagoria monitorar o real, o imaginário e ilusório , da meia-noite, "Paradox" de 2006. - A noite de Maio , Meia-Noite, "Paradox", 2008. - A paixão ... homicídio e outros textos , PUF, "Perspectivas Críticas", de 2008, os itens (assinatura Roger Crémant) publicados em 1970 no Nouvel Observateur). Prefácio de Laurent De Sutter. - A verdadeira escola , da meia-noite, "Paradox", 2008 anthology (selecionados e editados pelos textos do autor). - O Mundo Perdido , Montpellier, Fata Morgana, 2009, desenhos de Vladimir Velickovic. - Trópicos. Cinco conferências mexicanos , meia noite, "Paradox", 2010. - O invisível , da meia-noite, "Paradox", 2012. - História de um afogado , Meia-Noite, 2012. - Vários fatos , uma coleção de artigos submetidos por N. Delon e S. Espinosa, PUF, "Perspectivas Críticas", 2013.

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contextualização da produção intelectual do autor lido

Escola Filosófica

Filosofia Continental

Pós-moderna

Principais Influências

Nietzsche

Schopenhauer

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Questão principal

O Trágico no Universo

Humano

contextualização da produção intelectual do autor lido

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Contextualização da produção intelectual do autor lido

Com o lançamento de sua primeira obra, La philosophie tragique, este autor se insere no debate sobre a questão do trágico na leitura de mundo que pretende realizar.

Em O Princípio da Crueldade ele aborda o mundo a partir de uma ética que aceita o real em sua totalidade, com suas características brutais, portanto trágicas.

Constrói seu pensamento trabalhando com princípio da realidade suficiente, com o princípio da incerteza e princípio do acaso.

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contextualização da produção intelectual do autor lido

Aceitação do mundo como ele se apresenta, mas com a possibilidade da superação.

Defende a ideia de um conhecimento filosófico aberto, que não feche sistemas ou estruturas, basicamente não essencialista.

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contextualização da produção intelectual do autor lido

Trágico em alguns filósofos Trágico em Aristóteles = situações que causam piedade terror. “Na tragédia grega a felicidade, como toda posse, não pode ficar muito tempo com que a detém; a perpétua instabilidade é inerente à sua natureza”

Natureza do trágico no pensamento moderno: Trágico em Hegel = Conflito continuamente resolvido e superado na ordem perfeita do todo; dialética = a miséria gera necessariamente a sua resolução. Trágico em Schopenhauer = Conflito não solucionado e insolúvel;

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contextualização da produção intelectual do autor lido

Trágico em Schiller = Conflito que pode ser solucionado, mas cuja solução não é definitiva nem perfeitamente justa ou satisfatória.

Trágico em Nietzsche = Caráter paradoxal do trágico: por um lado existe a característica terrível da existência, por outro lado há a possibilidade de aceitar e transformar essa característica ou por meio da arte ou por meio da vontade de potência (vontade de poder). Impulso fundamental que nada tem de causação racional.

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contextualização da produção intelectual do autor lido

No primeiro caso, Nietzsche atribui essa solução aos gregos que dominaram o horrível e o absurdo da existência transfigurando-os a partir do espírito dionisíaco, em sublime (objeto da tragédia) e cômico (objeto da comédia). Mais tarde Nietzsche considera que a problematicidade das situações podem ser decididas de um modo ou de outro, sem que a decisão seja definitiva ou perfeita. Ao contrário da épica, em que o conflito se dá entre o bem e o mal, no trágico o conflito se dá entre bens diferentes, valores heterogêneos entre os quais a escolha é dolorosa e sempre implica em sacrifício.

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Descrição do texto - cap.1

De Rerum Natura – A Natureza das Coisas de Tito Lucrécio Caro

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Natureza e Artifício

Não há nenhuma natureza das coisas;

Não há nenhuma ordem previamente dada.

O artifício melhora a natureza?

René Magritte

Fonte: http://www.clementrosset.com/Site_officiel_de_Clement_Rosset/Biographie.html acesso em 04/09/2013.

René Magritte

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A Ciência e a Ética da

Engenharia Genética

de Michael J.

Reiss, Roger Straughan

Edição/reimpressão: 2001

Páginas: 272

Editor: Europa-América

ISBN: 9789721049468

O autor inicia o texto opondo artifício e natureza, mostrando como o conceito de natureza implica na noção de eterno, perfeito e artifício como cópia imperfeita.

Embora se possa pensar que o artifício melhora a

natureza.

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http://miscampinas.com.br/evento_560-frankenstein__1931_.htm

O artifício como imperfeição,

monstruosidade, descontrole. A natureza maculada.

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Descrição do texto – cap.1

Segue mostrando como a ideia de natureza serve a princípios morais, quando a noção de natureza é vinculada à de pureza, enquanto que o universo humano se vincula, na tradição naturalista, à degradação.

Rousseau e a bondade natural

O homem é bom no estado de natureza e se torna mau em sociedade; A natureza é boa o homem (sociedade) é sórdido.

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Descrição do texto – cap. 1

Essencialistas / Naturalistas

De um lado o autor cita Diderot, Platão e Aristóteles

como essencialistas.

Físicos/Materialistas

Por outro lado elenca Empédocles, os Sofistas,

Lucrécio, Bacon e Nietzsche como pensadores não

alinhados ao mundo das essências perfeitas e

imutáveis.

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Autores citados no texto

cosmogonia

essencialista

sofistas físcos essencialista criticos do essencialismo

Protágoras Heráclito essencialista

Górgias essencialista

Isócrates Demócrito - átomos essencialista

Gregos Romanos essencialista

Platão (428 a 347 a.C.) Cícero 106 a.C-43 a.C. essencialista

Aristóteles (384a.C - 322 a.C.) essencialista

Empédocles 490 - 430 a.C. Lucrécio, Tito Caro. (99a.C. - 55a.C.) essencialista

Heráclito de Éfeso (aprox. 540 a.C. - 470 a.C.) essencialista

essencialista

Maquiavel (1469-1527) essencialista

Michel Eyguem de Montaigne (1533-1592) essencialista

Francis Bacon (1561-1626) essencialista criticos do essencialismo

essencialista

Hobbes, Thomas (1588-1679) essencialista criticos do essencialismo

Descartes, René (1596-1650) essencialista

Montesquieu (1689-1755) essencialista

Hume, David (1711-1776) essencialista criticos do essencialismo

Rousseau, Jean-Jacques (1712-1778) essencialista

Diderot, Denis (1713-1784) essencialista

essencialista

Schopenhauer, Arthur (1788-1860) essencialista

Comte, Auguste (1798-1857) essencialista

Marx, Karl (1818-1883) Não essencialista

Nietzsche, Friedrich (1844-1900) Não essencialista

Heidegger, Martin (1889-1976) Não essencialista

Jacques, Derrida (1930-2004) Não essencialista

Não essencialista

essencialista

pos-estruturalista

psicanálise

advogado/ político

sofística

sofística

sofística

Antiguidade Clássica

Renascimento

Idade Moderna

Idade contemporânea

escola filosófica

Platonismo/ especulativa

peripatética/aristotélica

Pluralidade

Jônica

renascentista/republicanismo

cetiscismo /humanismo

empirismo

racionalista

peripatécios - ambulantes, os que passeiam

cosmogonia - origem do universo

físicos - Physis - fazer acontecer. Buscavam, a arché - princípio - essência

Freud

sofistas - pré-socráticos - filósofos da Physis

Robespierre

iluminista

iluminismo

iluminista

iluminista

idealismo

racionalista

Marxismo/materialismo

Filosofia continental

fenomenologia/hermenêtica

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Descrição do texto – cap.1

Continua a discussão inscrevendo a noção de natureza no âmbito dos desejos, vincula a natureza ao conceito de miragem e ao desejo de ver. Avança discutindo a forma de pensar a natureza a partir do costume, repetição, que deságua na ideia de cultura, continuidade do ato de pensar sobre um fundamento para dar conta da existência. Chega ao mito, não como consequência da repetição, mas como princípio dela. O mito relata o princípio de uma criação.

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Descrição do texto –cap.2

Natureza e religião

O autor mostra que historicamente a ideia de natureza foi contraposta à ideia de religião.

Mas argumenta que isso pode ser apenas uma mudança de denominação, ou seja, substitui-se o criador deus pela criadora, natureza.

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Descrição do texto – cap.1

O bem original ou o mau original

O pecado original e a bondade original

Rousseau e a igreja

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Descrição do texto –cap.2

Ele discute que o inverso do pensamento religioso não é o naturalista, mas sim o pensamento materialista, pois este não reduz a existência ao efeito de forças ou resultado de princípios, como aquele.

O materialismo constrói o edifício de seu pensamento por meio do princípio da inércia e do acaso:

recusa a ideia de força na existência e considera o acaso como possibilidade dos acontecimentos, sem desrespeitar o princípio da inércia.

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Descrição do texto –cap.2

Avança desenvolvendo a noção de que as bases da religião e da ideologia da natureza são as mesmas: a criação do mundo. (cosmogonia)

O naturalismo é, portanto, um materialismo idealista. Demanda um referencial metafísico.

Conclui criticando o racionalismo como outra forma de atribuir à existência uma razão para existir, pois dessa forma o racionalismo confunde a sua essência com a essência da religião e do naturalismo.

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Tópicos de relevo do texto

O autor desconstrói a noção de natureza como dado definitivo, como ente criador, como fundamento, dotado de caráter ontológico. Discute arbitrariedade da ideia de natureza. Critica o determinismo cultural; fala da reprodução, da repetição de discursos, que criam mitos, que criam costumes. Mostra a possibilidade do mundo como contingência e não como estrutura.

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Tópicos de relevo do texto O mundo, contudo, não é um artifício ou produto humano em oposição ao mundo natural (essencial), como cópia imperfeita das essências. O mundo é trágico (Nietzsche). A realidade existe, porém nem boa nem ruim, mas pode ser alterada O mundo como matéria difere do mundo como natureza, ou princípio. A ideia de natureza é como uma miragem, ela escapa ao primeiro intento de fixa-la na vista. Depende da vontade de ver, portanto é humana. A “ideia” de natureza pertence ao domínio do desejo e não das ideias. A existência não tem causa. O vocábulo natureza é uma forma de expressar a tentativa de explicar a existência. (cosmologia)

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Tópicos de relevo do texto

O autor põe em discussão a lógica de desenvolvimento, própria do pensamento ocidental antigo, clássico e moderno: A modernidade pode caracterizar-se , de fato, por ser dominada pela ideia da história do pensamento como uma ‘iluminação’ progressiva, que se desenvolve com base na apropriação e na reapropriação cada vez mais plena dos ‘fundamentos’, que frequentemente são pensados também como as ‘origens’, de modo que as revoluções teóricas e práticas da história ocidental se apresentam e se legitimam na maioria das vezes como ‘recuperações’, renascimentos, retornos”. Vattimo, Gianni. O fim da modernidade. 1996.

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contextualização da produção intelectual do autor lido

O eterno retorno ( Nietzsche)

Ao mundo da perfeição, às essências. Os avanços, as mudanças, a história, o mundo enfim, faz uma

tentativa de retornar ao modelo inicial, ao fundamento perfeito imutável e perfeito. Este é o

raciocínio metafísico ou essencialista.

Evoluir novamente ou re-evoluir, revolução. Refazer o caminho.

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Tópicos de relevo do texto

O autor, como tentaram evitar os filósofos não metafísicos ou essencialistas, vai na direção de uma nova fundação?

Ao fazer a crítica sobre o modelo idealista, não deve fazê-la em nome de outra fundação, uma que seja mais verdadeira, pelo receio de contradizer-se.

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Questões-guia

Quais são as formas de percepção da existência descritas pelo autor?

O Mundo como Natureza

Percepção metafísica.

Busca fundamentos para explicar o mundo;

Idealista.

O Mundo como Contingência

Percepção materialista.

Dispensa um fundamento.

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Questões-guia

Como o texto dialoga com a ideia de proteção do mercado?

O mercado como entidade dotada de personalidade

ontológica não existe.

Os conflitos podem ser resolvidos sem a pretensão

de encerrar o debate, o resultado não requer a

perfeição, há de se encarar perdas e ganhos, decidir e responder pelas decisões.

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Conclusão do expositor sobre a relação que existe entre o texto e o tema de fundo da disciplina

A relação entre o texto e o tema da disciplina está em dizer que a existência pode

ser entendida por leituras de mundo didaticamente organizadas em dois modelos.

Idealista e Materialista.

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Conclusão do expositor sobre a relação que existe entre o texto e o tema de fundo da disciplina

Quando as demandas da sociedade clamarem por ações regulatórias, elas serão fundamentadas em visões de mundo que serão mais ou menos tributárias de concepções materialistas ou idealistas.

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Conclusão do expositor sobre a relação que existe entre o texto e o tema de fundo da disciplina

Os discursos que pedem por menor ou maior intervenção do Estado podem ser constituídos sobre fundamentos idealistas, em que uma vontade (normalmente corporativa ou coletiva, o povo?) pode ser apresentada como necessidade, com caráter ontológico, imprescindível, inquestionável, até mesmo com argumentos culturais ou econômicos, até mesmo científicos. Serão carregados de ideias naturalistas, idealistas, materialistas ou metafísicas. “O mercado precisa ser livre para existir” ou “livre concorrência sem intervenção estatal. Na natureza é assim...a natureza é sagrada...direitos adquiridos...direito de prioridade, no mundo todo é assim...”

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Conclusão do expositor sobre a relação que existe entre o texto e o tema de fundo da disciplina

O texto orienta a pensar fora da tradição idealista, no sentido da construção de competências cognitivas não deterministas. Entender que as situações não são geradas e caminharão para um sentido (progressão) de menos para o mais desenvolvido, do pior para o melhor, ou do melhor para o pior, da ordem ao caos, de volta ao bem e ao bom inicial. Não se fundamentar em ideias deterministas no âmbito da cultura, como discursos focados na etnia como fundamento de potência, preservação de tradições mesmo que isso cause atraso, entre outros temas.

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Conclusão do expositor sobre a relação que existe entre o texto e o tema de fundo da disciplina

As situações são como contextos, com uma história que não está necessariamente traçada. A questão dos fundamentos é um debate antigo, dizer ou não que há uma natureza das coisas sem incorrer em determinismos é um problema de cosmogonia, cosmovisão. Pensar na situação de ser humano. É possível não ser humano? Há uma condição humana? Hannah Arendt

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Fontes

ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Editora Martins fontes, 1999. REZENDE, Antônio. (org.) Curso de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, SEAF, 1998. VATTIMO, Gianni. A fim da Modernidade. Niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996.