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ANVISA À espera do Edital

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ANVISA

À espera do Edital

O último concurso promovido pela

Anvisa ocorreu em 2013.

Na época, foram 314 vagas ofertadas e a

elaboração da prova ficou por conta da

Cetro.

Havia vagas para ensino médio e

superior, com salários oscilantes entre 4

e 10 mil reais.

Agora, 2016, aguarda-se abrir novo

concurso no segundo semestre, pois a

demanda por novos funcionários é

grande e já há autorização para 78 vagas

de nível médio.

Olha o que se publicou na página da

Anvisa, na Internet:

E conhecimentos da Língua Portuguesa

sempre são cobrados. Nosso ponto de

partida será o Edital do concurso de

2013.

Teremos 28 aulas para trabalhar os

seguintes tópicos:

LÍNGUA PORTUGUESA

1. Compreensão e interpretação de

textos. Aulas 1 a 3

2. Tipologia textual. Aulas 4 e 5

3. Ortografia oficial. Aula 6

4. Acentuação gráfica. Aula 7

5. Emprego das classes de palavras.

Aulas 8 a 11

LÍNGUA PORTUGUESA

6. Emprego do sinal indicativo de crase.

Aula 12

7. Sintaxe da oração e do período.

Aulas 13 a 17

8. Pontuação. Aula 18

9. Concordâncias nominal e verbal.

Aulas 19 a 22

LÍNGUA PORTUGUESA

10. Regências nominal e verbal.

Aulas 23 e 24

11. Significação das palavras.

Aulas 25 e 26

12. Vícios de linguagem. Aula 27

13. Coesão e coerência. Aula 28

1.Compreensão e interpretação de textos

Para compreender e interpretar

adequadamente um texto, é necessário

se mostrar um leitor autônomo, ou

seja, que tenha a capacidade de ler e

produzir inferências.

Inferir: concluir, deduzir

Conceito de texto:

Entende-se por texto um conjunto de

partes articuladas e organizadas entre si.

O entendimento do texto depende da

capacidade de articular as suas partes

e entender as relações implícitas e

explícitas que o texto estabelece.

Implícito: subentendido

Explícito: o que se apresenta claramente.

Vamos ler um fragmento de uma

entrevista concedida à revista Istoé pelo

escritor Ziraldo, em que ele fala sobre

seu último livro.

Pintor, jornalista, teatrólogo, chargista,

caricaturista e escritor. Ziraldo Alves Pinto –

cujo nome é a combinação do apelido da mãe,

Zizinha, com o nome do pai, Geraldo –

completa 82 anos em outubro, mas nem de

longe lembra um cansado octogenário às

vésperas da aposentadoria. “Estou com uma

disposição de cão”, diz ele, um dos maiores

nomes da literatura infantil brasileira,

recordista de vendas de um único título, “O

Menino Maluquinho”, lançado em 1980 e com

mais de três milhões de cópias vendidas.

Para as crianças, Ziraldo lança agora um livro

sobre garotos de rua intitulado “Um Menino

Chamado Raddysson e Mais os Meninos de

Portinari”. A obra é ilustrada com fragmentos

de quadros de Cândido Portinari (1903-1962) e

o mural “Jogos Infantis”, também do pintor

brasileiro. Ziraldo explica a escolha do nome

de seu personagem, um menino que nasceu na

barriga da miséria: “Quando a mãe bota um

nome desses no filho, ela quer dizer: não

quero que meu filho seja um “Zé” qualquer”.

ISTOÉ - Os livros não são valorizados?

ZIRALDO - A família brasileira não dá livro de

presente, dá CD. As pessoas têm que entender

que quando você dá um livro de presente, dá

um elogio junto. A sensação de quem recebe

um livro é a de que a pessoa que deu confia

nele e o acha inteligente. O livro é gênero de

primeira necessidade e devia estar na cesta

básica. É um alimento para a alma.

ISTOÉ - Seus personagens sempre foram

lúdicos. Por que resolveu escrever sobre

meninos de rua?

ZIRALDO - Há muito tempo queria fazer uma

história sobre eles. Mas, para falar sobre

criança, você tem que entender profundamente

o sentimento do personagem. Os meninos que

descrevi nas minhas histórias ou são meninos

que eu fui ou com quem convivi. Sei como se

sentem, como sofrem, como reagem ao

mundo.

Agora, como o menino de rua sofre, como é

impactado pela vida, como se julga no meio

em que está vivendo, eu não sabia. Recorri às

minhas lembranças de quatro décadas atrás,

quando morava em Copacabana (zona sul

carioca) e observava os meninos de rua. Tive

certo cuidado para fazer a história, para evitar

uma coisa sentimentaloide, de carregar na

infelicidade dele. Mas era um menino que eu

queria colocar na minha coleção de meninos.

ISTOÉ - E por que resolveu ilustrar com obras

de Portinari, já que é ilustrador também?

ZIRALDO - Porque uma das dificuldades que

eu tinha era como ilustrar os meninos de rua.

Afinal, fazer uma caricatura não ficaria bem.

Mas, outro dia, fui ao prédio do Palácio

Capanema, no Centro do Rio, e lá tem um

mural do Cândido Portinari (1903-1962) que se

chama “Jogos Infantis”. O menino é muito

presente na obra de Portinari.

E nos “Jogos Infantis” está lá o garoto de rua

pulando o muro, correndo da polícia. Tudo na

visão de Portinari. Aí, acabei achando um

caminho para contar a história de um grupo de

meninos, em que o personagem principal se

chama Raddysson.

Em síntese, há sentidos extraídos da

superfície do texto – explícitos – e os

depreendidos das entrelinhas –

implícitos.

Além disso, é necessário também

compreender o contexto discursivo.

Contexto é o todo, ou seja, a situação

em que se inserem as palavras que

formam as sentenças, os parágrafos,

os textos. Logo, o contexto discursivo

é um conjunto de fatores que formam a

situação na qual o texto é produzido.

Entender a intertextualidade pode ajudar

no momento de interpretar um texto

adequadamente.

Chama-se intertextualidade a capacidade

de um texto interagir, dialogar com

outro texto.

2. Tipologia textual

Texto narrativo

Modalidade em que se conta um fato,

fictício ou não, que ocorreu num

determinado tempo e lugar, envolvendo

certos personagens. Refere-se a

objetos do mundo real.

Texto narrativo

Há uma relação de anterioridade e

posterioridade. O tempo verbal

predominante é o passado. Estamos

cercadas de narrações desde que nos

contam histórias infantis até às piadas

do cotidiano.

Narrar = contar uma história

Alguns elementos a serem observados

nos textos narrativos

APRESENTAÇÃO – momento em que se

apresentam as personagens e o

conflito inicial

DESENVOLVIMENTO – construção do

enredo, a partir das ações das

personagens

CLÍMAX – ponto máximo da narrativa

DESFECHO – final da história, com a

resolução do conflito inicial

ENREDO – síntese da narrativa, com o

conflito inicial e as personagens

PERSONAGENS – desenvolvem as ações

NARRADOR – conta a história. Pode ser

personagem, observador ou onisciente

FOCO NARRATIVO – a maneira como a

história é contada. Pode ser 1ª ou 3ª

pessoa

ESPAÇO – representa o local onde a

história se passa

TEMPO – pode ser cronológico ou

psicológico

É o tipo predominante em:

Contos

Fábulas

Crônicas

Romances

Novelas

Depoimentos

Piadas

Relatos

Observe o exemplo a seguir...

Tragédia brasileira

Misael, funcionário da Fazenda, com

63 anos de idade.

Conheceu Maria Elvira na Lapa,

prostituída com sífilis, dermite nos

dedos, uma aliança empenhada e os

dentes em petição de miséria.

Misael tirou Maria Elvira da vida,

instalou-a num sobrado no Estácio,

pagou médico, dentista, manicura... Dava

tudo quanto ela queria.

Quando Maria Elvira se apanhou de

boca bonita, arranjou logo um namorado.

Misael não queria escândalo. Podia dar

urna surra, um tiro, urna facada. Não fez

nada disso: mudou de casa.

Viveram três anos assim.

Toda vez que Maria Elvira arranjava

namorado, Misael mudava de casa.

Os amantes moraram no Estácio,

Rocha, Catete, Rua General Pedra,

Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel,

Rua Marquês de Sapucaí, Niterói,

encantado, Rua Clapp, outra vez no

Estácio, Todos os Santos, Catumbi,

Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...

Por fim na Rua da Constituição,

onde Misael, privado de sentidos e

inteligência , matou-a com seis tiros, e a

polícia foi encontra-la caída em decúbito

dorsal, vestida de organdi azul.

Manuel Bandeira

O quê? Romance conturbado, que resulta em

crime passional.

Quem? Misael e Maria Elvira.

Como? O envolvimento inconsequente de um

homem de 63 anos com uma prostituta.

Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários

outros lugares.

Quando? Duração do relacionamento: três

anos.

Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.

Quanto à estruturação narrativa

convencional, acompanhe a sequência

de ações que compõem o enredo:

Apresentação: a união de Misael, 63

anos, funcionário público, a Maria Elvira,

prostituta;

Desenvolvimento: a infidelidade de Maria

Elvira obriga Misael a buscar nova

moradia para o casal;

Clímax: as sucessivas mudanças de

residência, provocadas pelo

comportamento desregrado de Maria

Elvira, acarretam o descontrole

emocional de Misael;

Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira

assassinada com seis tiros.

Texto descritivo

Um texto em que se faz um retrato por

escrito de um lugar, uma pessoa,

um animal ou um objeto. A classe de

palavras mais utilizada nessa produção

é o adjetivo, pela sua

função caracterizadora. Numa

abordagem mais abstrata, pode-se até

descrever sensações ou sentimentos.

Texto descritivo

Não há relação de anterioridade e

posterioridade. É fazer uma descrição

minuciosa do objeto ou da personagem

a que o texto refere. Nessa espécie

textual as coisas acontecem ao mesmo

tempo.

Descrever = reproduzir em palavras

A descrição pode ser

OBJETIVA ou SUBJETIVA

OBJETIVA

O foco da descrição são os aspectos

externos.

SUBJETIVA

O foco da descrição são os aspectos

internos.

Observe o exemplo a seguir...

“O que surpreendia logo era o pátio,

outrora tão lôbrego, nu, latejado de

pedregulhos – agora resplandecente, com

um pavimento quadrilhado de mármores

brancos e vermelhos, plantas decorativas,

vasos de Quimper, e dois longos bancos

feudais que Carlos trouxera de Espanha,

trabalhados em talha, solenes como coros

de catedral.

Em cima, na antecâmara, revestida

como uma tenda de estofos do Oriente,

todo o rumor de passos morria: e ornavam-

na divãs cobertos de tapetes persas, largos

pratos mouriscos com reflexos metálicos

de cobre, uma harmonia de tons severos,

onde destacava, na brancura imaculada do

mármore, uma figura de rapariga friorenta,

arrepiando-se, rindo, ao meter o pezinho na

água.”

Os Maias, Eça de Queirós

A cena que se descreve no fragmento de

texto é facilmente construída em nossa

mente pela intensa adjetivação utilizada

pelo autor.

Texto argumentativo

A argumentação é um texto que analisa,

interpreta, explica e avalia dados da

realidade. Sua finalidade é convencer,

persuadir, levar o leitor a seguir uma

linha de raciocínio e a concordar com

ela.

Texto argumentativo

Esse tipo textual requer um pouco de

reflexão, pois as opiniões sobre os

fatos e a postura crítica em relação ao

que se discute têm grande importância.

O texto argumentativo é temático, pois

trata de análises e interpretações; o

tempo explorado é o presente no seu

valor atemporal; é constituído por uma

introdução onde o assunto a ser

discutido é apresentado, seguido por

uma argumentação que caracteriza o

ponto de vista do autor sobre o

assunto em evidência e, por último, sua

conclusão.

Nesse tipo de texto a expressão das

ideias, valores, crenças são claras,

evidentes, pois é um tipo de texto que

propõe a reflexão, o debate de ideias. A

linguagem explorada é a denotativa,

embora o uso da conotação possa

marcar um estilo pessoal.

A objetividade é um fator importante,

pois dá ao texto um valor universal, por

isso geralmente o enunciador não

aparece porque o mais importante é o

assunto em questão e não quem fala

dele.

Argumentar = persuadir

Os argumentos devem ter um

embasamento, nunca deve-se afirmar

algo que não venha de estudos ou

informações previamente adquiridas.

Os exemplos dados devem ser coerentes

com a realidade, ou seja, podem até ser

fictícios, mas não podem ser

inverossímeis.

Caso haja citações de pessoas ou

trechos de textos os mesmos devem ser

razoavelmente confiáveis, não se pode

citar qualquer pessoa.

Experiências que comprovem os

argumentos devem ser também

coerentes com a realidade.

Há de se imaginar sempre os

questionamentos, dúvidas e

pensamentos contrários dos leitores

quanto à sua argumentação, para que a

partir deles se possa construir melhores

argumentos, fundamentados em mais

estudo e pesquisa.

Observe o exemplo a seguir...

O grande número de veículos em

circulação no país evidencia uma melhoria na

condição econômica de parte da população,

mas também potencializa um conhecido

problema urbano – os congestionamentos.

Gigantescos, em capitais como São Paulo ou

Rio de Janeiro, estes despertam nos

motoristas situações de estresse de forma

muito rápida. E aí tem-se um problema ainda

maior – a imprudência.

A pressa parece ser algo inerente ao

homem moderno. E é justamente a ideia de

não perder tempo que alimenta a

imprudência. Excesso de velocidade,

superlotação de veículos, atender ao celular

enquanto dirige e até mesmo sono são

fatores geradores de acidentes, muitas vezes

fatais, que precisam ser revistos.

Desde 2009, está em vigor a Lei Seca, que

determina ser proibido conduzir veículos

motorizados após o consumo de bebidas

alcoolicas. Mesmo assim, acidentes com

motoristas bêbados continuam ocorrendo. Um

recente estudo divulgado pelo Denatran

(Departamento Nacional de Trânsito) apontou

que mexer no celular enquanto dirige aumenta

o risco de um acidente em 400%, e ainda é

grande o número de multas atribuídas em

função disso. Ao que parece, a perda de 4

pontos na carteira e a multa de cerca de 85

reais também não são convincentes o

suficiente.

E não para por aí. A superlotação, o excesso

de velocidade e o cansaço, especialmente no

que se refere a motoristas profissionais,

também são recorrentes fatores

desencadeadores de acidentes. Há pouco

tempo sancionou-se a Lei do Descanso, que

dentre outras coisas prevê o obrigatório

repouso de 11 horas por dia ao motorista, bem

como o intervalo de 30 minutos a cada 4 horas

de direção ininterrupta. Tudo com a intenção de

dar mais segurança ao trânsito. Mas ao que

parece, nada disso tem alcançado pleno efeito.

Na verdade, o que falta se chama bom senso, e

não se atribui isso com leis ou decretos.

Assim, uma vez que a segurança não é

prioridade por si só, faz-se necessário

estabelecer regras e cobrar que sejam

cumpridas. Intensificar a fiscalização,

enquanto a sociedade não se convence de que

o melhor é ser prudente e cuidadosa, zelando

pela coletividade, é a alternativa mais

adequada para tentar, ao menos, reduzir as

consequências de tanta pressa.

Gêneros textuais

Quando se fala em gêneros do discurso

ou gêneros textuais, entende-se que

determinados tipos de texto

apresentam características específicas

para atender a diferentes situações

comunicativas.

Hoje, os diferentes gêneros textuais se

organizam em cinco grupos – gêneros

do narrar, do relatar, do argumentar, do

expor e do instruir.