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Ill ANNO DOMINGO, 3*? de DEZEMBRO DE 1903 N.° 128 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Assignatura Anno, 18000 reis; semestie, 5oo réis. Pagamento adeantado. para 0 Brazil, anno, 2$5oo réis (moeda for.ej. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. EDITOR — José Augusto Saloio .. 'AGÂOETYI 19, i.° — RUA DIREITA — 19, i.° -ALUEGALLKGA Publicações ç, Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.“ pag:na, contracto espacial. grapKosnão se restituem quer sejam ou não publicat PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio Os auto- dos. E X PED IE N T E Rogamos aos nosso* estimáveis assignantes a fineza de nos participa rem qualquer falta na re messa do jornal, para de prompto providenciar- ínos. Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam dc interesse publico. “0 Domingo 35 Envia aos seus presados coilegas, collaboradores, correspondentes , assignan les e annunciantes as B0A3-FESTAS. NATA Festa sagrada entre to das, celebra-a o mundo in teiro com jubilo, lembrando 0 nascimento da creança humilde que depois se tor nou o apostolo prodigioso das idéas mais grandiosas que teem assombrado a hu manidade. Num obscuro presepe de Bethlem, na Gaiiléa, sem pompas nem grandezas, tendo apenas por cortejo uns pobres pastores, viu a luz do dia o maior rei do mundo, aquelle perante quem ainda se curvam os mais elevados potentados da terra. E’ que a sua doutrina su blime ha de atravessar os séculos, sem baquear já- mais. Adulterada, calcada aos pés, menospresada por aquelles que mais a deviam elevar e enaltecer, ainda as sim ella é tão grandiosa, tão extraordinaria, que ven ce todas as peias, que salta por cima de todos os ob stáculos. O’ Christo, se, como tu a sonhaste, pudesse reali- sar-se a egualdade huma na! Não é uma utopia. Bas tava que os homens se des prendessem das mesqui nhas paixões terrenas e comprehendessem que não ha grandes nem pequenos, nem pobres, que a ricos natureza a todos deu a mes ma luz e o mesmo solo e que só a estupxia di>tin- cção das sociedades dá cau sa ás continuas luetas em que a humanidade se de bate. E’ mais facil amar que odiar. E comtudo só se vêem por toda a parte odios, invejas e malqueren ças. Pobre humanidade, sem pre acorrentada á maldita lei das convenções e dos preconceitos! Os que tra tam com a maior altivez e sobranceria aquelles que lhes ficam immediatamen- te inferiores, vão curvar-se dahi a pouco, como já te mos visto, deante de um monarcha, e beijam-lhe a mão, miseráveissabujos em cata de uma honra ou de uma mercê que lhes vá tra zer veneras ao peito onde nunca palpitou um coração digno. Todos espesinham os que lhes estão por bai xo e dobram a espinha em arco perante os que se en- ;ontranr no fastigio do po der. Como isto é triste! Co mo causa tedio! Como en vergonha os homens, que desceram abaixo dos ani- maes! Se os que teem sempre nos labios o nome de Chris to ligassem ás palavras mel- ifluas as acções honestas e dignas que o grande philo- sopho aconselhava, ainda a uimanidade poderia rege nerar-se. Assim não; ha de retroceder cada vez mais, até dar rasão ás theorias do celebre Darwin. JOAQUIM DOS ANJOS. Consta-nos que a Pance- ria dos Vapores Lisbonen- ses mandou construir um vapor destinado á carreira diaria entre esta villa e a capital. AGRICULTURA As épocas dc plaãsíaça©; das arroses __ j Estamos em pleno peno-1 do de plantação das arvo res. Em principio pode-se plantar todo o anno; mas é claro que nem todas as estacões convém iírualmen- > ^ o te para reaiisar esta opera ção. Primeiro ha uma gran de differença entre as plan tações effectuadas durante o periodo de repouso da ve getação e as realisadas no periodo activo. As feitas na primavera e no outono com a vegeta ção em repouso pégam, em geral, emquanto que as plantadas no periodo con trario, em geral, morrem promptamente. Vamos, pois, examinai as vantagens e os inconve nientes das plantações nas quatro estações do anno. Todos os conhecedores do asumpto concordam ho je que as plantações do ou tono são as melhores, isto é, todas as plantações feitas de i 5 de outubro a 20 de dezembro. Está hoje provado que, se no outono a parte aérea da planta cessa de crescer, o mesmo não acontece com o systema radicular, o qual continua a desenvolver-se, mesmo com um certo vi- jgor, se a temperatura do solo não baixar de 8 a 9 graus. Com isto acontece que, logo que chega a pri mavera, as arvores que fo ram plantadas cedo, como já tomaram posse do solo, vegetam rapida e vigorosa mente e pouco soífrem com a secca do verão. As plantações íêitas no inverno são ainda muito boas. EmDora o svmcihc. radicular ílque quasi esta- cionario, a terra está com primida á volta das raizes, e, ao despertar da vegeta ção, a arvore encontra-se em condições favoraveis para bem se desenvolver. As plantações de abril e maio são menos favoraveis, por isso que a sécca póde surgir antes que as arvores estejam bem agarradas ao solo e fazel-as morrer ou, pelo menos, ficarem de tal íorma enfraquecidas que com difficuldade chegarao a dar alguma coisa de bom. As plantações feitas na primavera só dão resultado completo quando os exem piares estiverem muito bem enraizados e forem dispos tos em terreno fresco. Ain da assim, vindo um verão precoce e sêcco, é indis pensavel dar frequentes re gas á plantação sem o que ella perde-se toda. Alguns auctores, porém, tem indicado a primavera como a melhor época para plantar coniferas. Mas em bora, alguns factos venham confirmar esta affirmativa, os princípios são-lhe con trários. E’ claro que estes vegetaes vestidos de folha gem, evaporam por este mesmo motivo muita mais agua que a qne o seu sys tema radicular. mutilado lhes .pode fornecer, pelo que é frequente vêl-as sec- car por este unico moti vo. Cortando-lhe uma parte das folhas ou dos ramos, pode-se, até certo ponto, favorecer-lhe a sua adhe- rencia ao solo, mas é, para isso, preciso que as arvores se prestem á poda, como pode acontecer com os cu- pressos e taxus, mas como se não dá de fórma alguma como os abies, piceas, pi- nus, etc., para os quaes qualquer mutilação, no mo mento da transplantação é sempre prejudicialissi- ma. Quanto ás plantações de verão, raro dão resulta do entre nós. Só são possí veis tirando todas as folhas, podando fortemente os ra mos, e regando copiosa- H l c n J o— r <» iM -n cv a var o solo sempre fresco. Favorece o bom desen volvimento futuro da arvo re, cortar as raizes que fo ram esmagadas por occa sião do arranque, respeitar o mais possivel as raizes finas, mergulhal-as em um banho preparado com gua no de cavallo dissolvido em agua, e, depois, estendel-as bem na cova, onde a arvo re for plantada, e cobril-as de boa terra vegetal. Se se tratar de arvores cradas em vaso, é muito importante desenrolar as raizes que cercam o vaso e estão muitas vezes envol vidas umas nas outras. Se se não fizer isto, não só estas arvores pegarão com difficuldade, mas mesmo quando pégam, desenvol vem-se mal, reséntindo-se durante a maior parte da sua vida do modo como as raizes foram enroladas pa ra a cova, sem facilidade para poderem alastrar. Em geral, pode-se garan tir que, quanto mais novas forem as arvores tanto me lhor pégam. Ha algumas especies como, por exem plo, o azevinho e a alfarro beira, que pégam com dif ficuldade, tanto em novas como em velhas. Os solos silicosos frescos são sempre mais favoraveis ás plantações que os de natureza calcarea ou muito seccos. Quando as arvores a plantar são de grandes di mensões, para que pjguem, é indispensável preparal-as para a operação que tem de soffrer. O meio mais usualmente empregado consiste em cavar, um an no ou dois annos antes, um fôsso de o"1 ,5o e mes mo o,n,8o em volta do eixo da arvore, cortando as raizes horisontaes que se encontrarem naquella dis tancia, respeitando as ver- ticaes, e encher 0 fôsso com bom terriço. As raizes cortdas emitti- rão no terriço abundantes radiculas que ajudarão mui tíssimo a arvore a pegar quando, um ou dois annos depois, se proceder á sua plantação. E’ assim que em PVnn,,--!. n 'ir'i a nYlfiHp djtL Paris, se consegue trans plantar com exito, arvores de trinta e até de cincoen- ta annos. Relativamente ao modo de plantação em covas de tamanhos apropriados ás arvores que dá o melhor re sultado. Estas covas devem ser feitas o maior e mais fundas possivel, sobretudo se o terreno fof duro e pou co fundo deixand-se as rai zes das arvores muito es palhadas nella e cobertas depois de bòa terra fina. (Da Ga\ela das Aldeias).

“0 Domingo...no de cavallo dissolvido em agua, e, depois, estendel-as bem na cova, onde a arvo re for plantada, e cobril-as de boa terra vegetal. Se se tratar de arvores cradas em

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Page 1: “0 Domingo...no de cavallo dissolvido em agua, e, depois, estendel-as bem na cova, onde a arvo re for plantada, e cobril-as de boa terra vegetal. Se se tratar de arvores cradas em

Ill ANNO DOMINGO, 3*? d e DEZEMBRO DE 1903 N.° 128

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R IC O L A

A ssig n a tu raAnno, 18000 reis; sem estie, 5oo réis. Pagamento adeantado. para 0 B razil, anno, 2$5oo réis (moeda for.ej.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

E D I T O R — José Augusto Saloio

. . ' A G Â O E T Y I19, i.° — RUA DIREITA — 19, i.°

- A L U E G A L L K G A

P u b licaçõ es ç,A n n u n cio s— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. A nnuncios na 4.“ pag:na, contracto espacial. grapK osnão se restituem quer sejam ou não publicat

P R O P R I E T Á R I O — José Augusto Saloio

Os auto- dos.

E X P E D I E N T E

Rogamos aos nosso* estimáveis assignantes a fineza de nos participa­rem qualquer falta na re­messa do jornal, para de prompto providenciar- ínos.

Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam dc interesse publico.

“0 Domingo 35

Envia aos seus presados coilegas, collaborador es,correspondentes, assignan les e annunciantes as

B 0 A 3 - F E S T A S .

NATAFesta sagrada entre to­

das, celebra-a o mundo in­teiro com jubilo, lembrando 0 nascimento da creança humilde que depois se tor­nou o apostolo prodigioso das idéas mais grandiosas que teem assombrado a hu­manidade.

Num obscuro presepe de Bethlem, na Gaiiléa, sem pompas nem grandezas, tendo apenas por cortejo uns pobres pastores, viu a luz do dia o maior rei do mundo, aquelle perante quem ainda se curvam os mais elevados potentados da terra.

E’ que a sua doutrina su­blime ha de atravessar os séculos, sem baquear já- mais. Adulterada, calcada aos pés, menospresada por aquelles que mais a deviam elevar e enaltecer, ainda as­sim ella é tão grandiosa, tão extraordinaria, que ven­ce todas as peias, que salta por cima de todos os ob­stáculos.

O’ Christo, se, como tu a sonhaste, pudesse reali- sar-se a egualdade huma­na!

Não é uma utopia. Bas­tava que os homens se des­prendessem das mesqui­nhas paixões terrenas e

comprehendessem que nãoha grandes nem pequenos,

nem pobres, que aricosnatureza a todos deu a mes ma luz e o mesmo solo e que só a estupxia di>tin- cção das sociedades dá cau­sa ás continuas luetas em que a humanidade se de­bate.

E’ mais facil amar que odiar. E comtudo só se vêem por toda a parte odios, invejas e malqueren­ças.

Pobre humanidade, sem­pre acorrentada á maldita lei das convenções e dos preconceitos! Os que tra­tam com a maior altivez e sobranceria aquelles que lhes ficam immediatamen- te inferiores, vão curvar-se dahi a pouco, como já te­mos visto, deante de um monarcha, e beijam-lhe a mão, miseráveissabujos em cata de uma honra ou de uma mercê que lhes vá tra­zer veneras ao peito onde nunca palpitou um coração digno. Todos espesinham os que lhes estão por bai­xo e dobram a espinha em arco perante os que se en- ;ontranr no fastigio do po­der.

Como isto é triste! Co­mo causa tedio! Como en­vergonha os homens, que desceram abaixo dos ani- maes!

Se os que teem sempre nos labios o nome de Chris­to ligassem ás palavras mel- ifluas as acções honestas e

dignas que o grande philo- sopho aconselhava, ainda a uimanidade poderia rege­nerar-se. Assim não; ha de retroceder cada vez mais, até dar rasão ás theorias do celebre Darwin.

JO A Q U IM DOS ANJO S.

Consta-nos que a Pance- ria dos Vapores Lisbonen- ses mandou construir um vapor destinado á carreira diaria entre esta villa e a capital.

A G R I C U L T U R AAs épocas dc plaãsíaça©;

das arroses__ j

Estamos em pleno peno-1

do de plantação das arvo­res.

Em principio pode-se plantar todo o anno; mas é claro que nem todas as estacões convém iírualmen-> ote para reaiisar esta opera­ção. Primeiro ha uma gran­de differença entre as plan­tações effectuadas durante o periodo de repouso da ve­getação e as realisadas no periodo activo.

As feitas na primavera e no outono com a vegeta­ção em repouso pégam, em geral, emquanto que as plantadas no periodo con­trario, em geral, morrem promptamente.

Vamos, pois, examinai as vantagens e os inconve­nientes das plantações nas quatro estações do anno.

Todos os conhecedores do asumpto concordam ho­je que as plantações do ou­tono são as melhores, isto é, todas as plantações feitas de i 5 de outubro a 20 de dezembro.

Está hoje provado que, se no outono a parte aérea da planta cessa de crescer, o mesmo não acontece com o systema radicular, o qual continua a desenvolver-se, mesmo com um certo vi-

jgor, se a temperatura do solo não baixar de 8 a 9 graus. Com isto acontece que, logo que chega a pri­mavera, as arvores que fo­ram plantadas cedo, como já tomaram posse do solo, vegetam rapida e vigorosa­mente e pouco soífrem com a secca do verão.

As plantações íêitas no inverno são ainda muito boas. Em Dora o svmcihc. radicular ílque quasi esta- cionario, a terra está com­primida á volta das raizes, e, ao despertar da vegeta­ção, a arvore encontra-se em condições favoraveis para bem se desenvolver.

As plantações de abril e maio são menos favoraveis, por isso que a sécca póde surgir antes que as arvores estejam bem agarradas ao solo e fazel-as morrer ou, pelo menos, ficarem de tal íorma enfraquecidas que com difficuldade chegarao a dar alguma coisa de bom.

As plantações feitas na primavera só dão resultado completo quando os exem piares estiverem muito bem enraizados e forem dispos tos em terreno fresco. Ain­da assim, vindo um verão precoce e sêcco, é indis pensavel dar frequentes re gas á plantação sem o que ella perde-se toda.

Alguns auctores, porém, tem indicado a primavera como a melhor época para plantar coniferas. Mas em­bora, alguns factos venham confirmar esta affirmativa, os princípios são-lhe con­trários. E’ claro que estes vegetaes vestidos de folha­gem, evaporam por este mesmo motivo muita mais agua que a qne o seu sys­tema radicular. mutilado lhes .pode fornecer, pelo que é frequente vêl-as sec- car por este unico moti­vo.

Cortando-lhe uma parte das folhas ou dos ramos, pode-se, até certo ponto, favorecer-lhe a sua adhe- rencia ao solo, mas é, para isso, preciso que as arvores se prestem á poda, como pode acontecer com os cu- pressos e taxus, mas como se não dá de fórma alguma como os abies, piceas, pi- nus, etc., para os quaes qualquer mutilação, no mo­mento da transplantação é sempre prejudicialissi- ma.

Quanto ás plantações de verão, raro dão resulta­do entre nós. Só são possí­veis tirando todas as folhas, podando fortemente os ra­mos, e regando copiosa-

H l c n J o — r < » i M - n c v a

var o solo sempre fresco.Favorece o bom desen­

volvimento futuro da arvo­re, cortar as raizes que fo­ram esmagadas por occa­sião do arranque, respeitar o mais possivel as raizes finas, mergulhal-as em um banho preparado com gua­no de cavallo dissolvido em agua, e, depois, estendel-as bem na cova, onde a arvo­re for plantada, e cobril-as de boa terra vegetal.

Se se tratar de arvores cradas em vaso, é muito importante desenrolar as raizes que cercam o vaso e

estão muitas vezes envol­vidas umas nas outras. Se se não fizer isto, não só estas arvores pegarão com difficuldade, mas mesmo quando pégam, desenvol­vem-se mal, reséntindo-se durante a maior parte da sua vida do modo como as raizes foram enroladas pa­ra a cova, sem facilidade para poderem alastrar.

Em geral, pode-se garan­tir que, quanto mais novas forem as arvores tanto me­lhor pégam. Ha algumas especies como, por exem­plo, o azevinho e a alfarro­beira, que pégam com dif­ficuldade, tanto em novas como em velhas.

Os solos silicosos frescos são sempre mais favoraveis ás plantações que os de natureza calcarea ou muito seccos.

Quando as arvores a plantar são de grandes di­mensões, para que p jguem, é indispensável preparal-as para a operação que tem de soffrer. O meio mais usualmente empregado consiste em cavar, um an­no ou dois annos antes, um fôsso de o"1,5o e mes­mo o,n,8o em volta do eixo da arvore, cortando as raizes horisontaes que se encontrarem naquella dis­tancia, respeitando as ver- ticaes, e encher 0 fôsso com bom terriço.

As raizes cortdas emitti- rão no terriço abundantes radiculas que ajudarão mui­tíssimo a arvore a pegar quando, um ou dois annos depois, se proceder á sua plantação. E’ assim que emP V n n ,,--!. n ' i r ' i a n Y lf iH p djtLParis, se consegue trans­plantar com exito, arvores de trinta e até de cincoen- ta annos.

Relativamente ao modo de plantação em covas de tamanhos apropriados ás arvores que dá o melhor re­sultado. Estas covas devem ser feitas o maior e mais fundas possivel, sobretudo se o terreno fof duro e pou­co fundo deixand-se as rai­zes das arvores muito es­palhadas nella e cobertas depois de bòa terra fina.

(Da Ga\ela das Aldeias).

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A rv o re «lo Natal

No importante estabele­cimento dos srs. Franco, Capella & C.a estava ele­gantemente disposta. a ar­vore do Natal, chamando por isso a attenção do pu­blico.

Em goso de ferias, acham-se n’esta villa os es­tudantes de Coimbra, srs. dr. Christiano Leite Cruz, Amadeu Quaresma Ventu- ra e José Augusto S.imões da Cunha; de Setúbal, os srs. Antonio Luiz Nepomu­ceno da Silva, Domingos Tavares Móra, Virgilio Ta­vares Móra, João Quares­ma da Silva e José Maria de Vasconcellos; de Lisboa, os srs. Guilhermino Emy- gdio Pires, Antonio Chris­tiano Saloio Junior, Ma­nuel Paulino cLOliveira, Jo­sé Callado Ramos, Fernan­do Callado Ramos, .Abel Justiniano Ventura e José Viegas Ventura Junior; de Evora, o sr. Gabriel da Fonseca.

A n n iv e rsa r ioCompleta depois de

ámanhã mais um anniver­sario natalicio o nosso ami­go, sr. Pedro Antonio Nunes de Almeida, digno professor diplomado, dire­ctor e proprietário do fen- sionato e collegio Almeida Garrett, em Setúbal.

Sinceros parabéns.

No domingo ultimo, pe­las 6 horas da tarde, foi capturado pelo ex.1110 sr. Francisco da Silva, dignis-

(simo vice-presidente da ca­mara municipal, servindo actualmente de administra­dor d’este concelho, Ma nuel Morgado, casado, tra­balhador, desta viila, por andar pelas ruas embriaga­do proferindo em voz alta palavras offensivas da mo­ral publica, no que é uzeiro e vezeiro, tendo ainda no dia19 sahido da cadeia desta comarca, onde esteve cum­prindo sentença p r crime idêntico.

Foi assignada no edifício dos Paços do Concelho, em22 do corrente, aescriptura do contrato celebrada en­tre os ex."10" srs. Domingos Tavares, digníssimo presi­dente da camara, Luiz Tei­xeira Mendes e Luiz Strans, caixas e representantes da Parceria dos Vapores Lis- bonenses, para o exclusivo na atracação ao caes mu­nicipal dos vapores perten­centes á referida Parceria.

Foram testemunhas d’es- te acto os srs. Emygdio Gonçalves d’Aze vedo e Da­niel Augusto Regalia.o o

A.Comprei o relogio«Ave­

lino Marques» na Relojoa­ria Garantida e vejo que é realmente o que ha de me­lhor em relogios.

L u t u o s a

Falleceu nesta villa pe­las 5 horas da tarde de 24 do corrente, victima de ca- chexia senil, Maria Roma­na Nogueira, de 78 annos de edade, viuva, natural d’esta villa

A sua familia enviamos sentidos pesames;

SíaBEHOSSCO

Desde 24 do corrente, tem havido animadíssimos bailes na Sociedade e Club d aquelle aprazivel logar, correndo tudo' na melhor harmonia e decencia, pró­prias d’um povo pacifico e ordeiro como o é 0 do Samouco. No Club acha-se armado um pequeno palco onde uma companhia dra- matica tem realisado alguns espectáculos com grandes enchentes, sendo sempre muito applaudida. Desta villa teem alli ido muitos amadores destes espectá­culos e entre estes alguns dos nossos actores-amado- res, que os temos de valor, que se não fazem rogados para d es e m pe n h are m q u al- quer coisinha que nos faça passar alegres mais um bo­cado da noite.

Q O F R E D E P É R O L A S

O NATALCreancinhas innocentes,Que inda nao sabem o mal,E nos labios, estridentes,Teem risos de crystal;

Rapa rigas casado uras,Gi 'acioikis, d 'encantar;Cujas lindas tranças louras Vae o vento bafejar;

Rapaces novos, pujantes,Todos vigor e saude,D'olhos vivos, radiantes D'unia ardente juventude;

Velhinhos de barba branca,Alvos cabellos de linho,Que 11a cara alegre e franca Têm sorrisos de carinho;

Venham todos festejar Esta noite que sedu*,Porque ao brilho do luar Veiu d terra o bom Jesus.

Venham beijar a creança,De sorriso a Imo e jucundo,Que a doce lu\ d'uma esp'rança Vem trazer a todo 0 mundo.

JO A Q U IM DO S A N JO S.

P E N S A M E N T O S

Entre a flô r e a estrella ha uma aurora, que é o sor­riso da mulher: 0 olhar participa do astro, o beijo tem o perfume da flôr.

— Quaes são as quatro coisas mais difficeis de conhe­cer? Conhecer-se cada um a si proprio.— Calar um se­gredo Esquecer uma injuria.— E aproveitar bem o tempo.

— Não sejas tolo para li e homem de jui\o para os outros.

— A educação visa a reforçar 0 corpo e a aperfeiçoar, quanto possivel, a alma.— Platão.

A N E Ç D O T A S

Uma senhora perguntou a um poeta Jfanceç:— V. S.íl não fa* amor?■— Nada, minha senhora, eu compro-o jd feito, por­

que me fica mais baralo.__ _________

IvífíftvíVvl

— Que fa~es ao leu relogio quando se atraca?— Levo-o a uma casa de penhores. A lli adeanta. . .

um vintem por cada cinco tostões._________ _

No Irtbunal.— Jura di\er a verdade?— Juro, sim senhor.-— E parente do accusado?— Não sei; sou engeitado.

L IT T E R A T U R AAs b ro as do i>reícit«

Relacionado na provin­da em boa amizade de tra­cto com algumas das prin. cipaes familias, sempre pe.

las festas certo prefeito de um collegio recebia, em Lis­boa, coisas que lhe manda­vam de presente.

Offertavam-lhe as se­nhoras, no primeiro tempo muitos limpa-pennas, de 1 de casimira, bordados quando Deus queria a ma­tiz... Mas, o prefeito, co­mo os augures da Bella Helena, haveria preferido dadivas de aproveitamento mais nutritivo...

Sempre fiôres! murmu­ravam os arúspices, aper­cebendo-se d’isso na deca- dencia das crenças. .. Tu­do galanterias! Outrora vinham viandas magnificas, que davam forças para sup- portar os combates da vi­d a... E agora, fiôres, flo­res, fiôres, fiôres!

Assim o prefeito:— Limpa-pennas, cro-

chets, almofadas borda­das!. .. Bem sabemos, que são lembranças delicadas;j 1mas, não se comem! Ao passo que os pasteis de Ten- tugal, o bolo pôdre do Alemtejo, o toucinho do céo de Coimbra, as arrufa­das, as trouxas de ovos, as cavacas das Caldas e as de Rezende, o vinho verde de Amarante, o moscatel do Douro, as tiborneas de Vil­la Viçosa, os presuntos de Chaves, as murcellas de Villa Real!. ..

Tantas vezes dissera isto, primeiro comsigo e, depois, aos outros, que, as bellas senhoras da provinda abri­ram mão dos bordados, das camélias, dos retratos em photographia; e, o pre­feito principiou jucunda- mente a receber, pelas fes­tas, caixinhas de ameixas de Eivas, barrilinhos de ovos de Aveiro, lampreias e me­xilhões de escabeche, sal­mão da Figueira, e as trutas brancas e rosadas da nas­cente do Mondego, nas vol-

5 9 FOLHETIM

T ra d u cção de J. DO S A N JO S

D E P O I S D T P E C C A D OL iv ro Segundo

' 1

Adeantou-se para ella, p^gando-lhe nas mãos, beijou-as e tentou formo- la r um elogio aquella formosura pe­la qual eslava agora mais captivo que quando se lhe reclamava pela prim ei­ra vez.

A Magdalena retiro u as máos brus" camente e d is e-lhe:

— Náo é para isso que est.í aqui. L e o n e l; quiz falar-me, pediu-me que viesse depressa; tem decerto a dizer- me c o iír.i graves?

— T alvez leve n n ito tempo, disse elle com brandura.

— Não im porta, estou ás suas o r­dens.

— Estou arruinado, tornou elle de repente,com o um homem que sequer liv ra r, p o r uma confissão rapida do que considera como a parte mais humi­lhante de uma confissão obrigada.

— A rru inad o ? E é rgora que m’o diz!

— Náo lh’o podia dizer mais cedo, porque só esta mahnã tive a dem ons­tração definitiva.

— Mas isso náo succede de repente, objectou a Magdalena; ha muito tem­po que ,'evia ter previsto esse desen­lace. Porque não me avisou?

— Para que? Se é verdade que as­sisto ha muito tempo ao desmorona­mento d-.: minha fortuna.tinha conser- j vadoao m .n o sa e-perançadeprevenir

uma catastrophe, e emquanto a con­servava, era inutil confiar-lhe os meus cuidados.

— Pois eu, pelo contrario, calculo que devia ser a prim eira a conhecel- os.

— Não consentiria que me auxilias­se, exclam ou o general, enganando-se no sentido das palavras que acabava de ouvir e julgando vêr n'eílas uma inten cão que não havia.

— O h! meu pobre amigo, não é is­so, respondeu a Magdalena, não podia vir-m e á idéa offerecer-i.he um auxilio porque tinha medo de o escandalisar julgando-o capaz de o acceitar. Mas ter-lhe-hia dito que, visto que as coi­sas lhe correm mal, a prudência orde­nava lhe que mudasse de vjda, que restringisse as suas despezas e s^ppri- misse as causas que as fizeram exce­der a receita. . .

— Foi p o r p re v e r esses conselhos que me calei.

— Mas a sua confidencia obriga-me a dizer-lhe agora o que n ’esse tempo lhe diria.

— Separar-me de si! nunca!—- C om tudo. ..— Não insista, Magdalena, tornou o

marquez d'Anelles cortando lhe a pa­lavra; causava-me muita pena e de n a ­da serviria isso parque se ha um des­enlace para que não estou preparado e a que todos os outros, sejam quaes forem, me parecem preferíveis, á o de me afastar de si. T u d o . tudo, me­nos isso. Quando um homem da mi­nha idade concebeu p o r uma c e a tu - ra tão formosa com o a senhora a pai­xão de que poude. ha um anno para cá, medir a extensão, nunca se cura. e quando gosou a alegria de ser ama­d o . ..

A Magdalena interrom peu-o e disse n ’um tom brando e triste;

— Receio muito que se illudisse a re sp ;ito dos meus sentimentos.

— Seja assim. E m todo o caso, e inuti! querer d estru ir essa illusão. Náo tenho a pretenção de lhe ter inspira­do um am or egual ao m eu; mas per- sisto em pensar que quando lhe cor­respondia com uma reciprocidade pe­lo menos apparente, era guiada por uma sympathia real.N ão queira negar; não acreditaria na sinceridade das suas negativas, e como sei que é in­capaz de me fechar o seu c o r a ç a o

pela unica razão de eu e s t a r arruinado,ficaria convencido de que só quer afastar-se de mim porque teme ter si­do a causa da minha ruina e tornar-se um grave estorvo na minha vida.

(• iontinua;.

Page 3: “0 Domingo...no de cavallo dissolvido em agua, e, depois, estendel-as bem na cova, onde a arvo re for plantada, e cobril-as de boa terra vegetal. Se se tratar de arvores cradas em

tas que dá o rio junto da Serra da Estrella. ..

_Que pechincha! ex­clamava. Até que nos en­tendamos ! Quaesquer lem­branças, em que entre a delicadeza, são mimosas; mas, tambem é bom, quan­do uma pessoa tiver de agradecer, sentir o gosto de que lhe cumpre dar testemunho. Agora sim!

Levava então, todo lépi­do, os presentes para uma commoda, ao lado da sua cama, na vasta sala do dor- mitorio geral do collegio.

A um dos alumnos inter­nos, ainda pequeno, dava- lhe em tanta maneira o chei­ro de alguns desses petis­cos, que, lhe custava a con­ciliar o somno, nas noites em que o prefeito estivesse acompanhado de goloseima odorifera á cabeceira.

Por uma d’estas occa- siões, Natal, havia elle re­cebido umacondeça formi­dável, com as mais formo­sas brôas, que olhos huma­nos têem admirado'; corn- pridinhas, luzidias, mal dei­xando apontar o cidrão, e de bicos torrados e lustro­sos.. .

Uma belleza!O pequeno, quando o

prefeito dormia, ia-se ao cestinho de vimes, levanta­va-lhe a tampa cautelosa­mente, e regalava-se de co­mer broas com fartura, sa­boreando bem a finura d’a- quelle milho, e tomando em consideração o bem traba­lhado delias, assim no que respeitava aos temperos, como á acertada conta em que se via que o forno es­tivera.

— Que boas são! dizia, deleitado do prazer do pa­ladar que as broas lhe cau­savam. Não as vejo eu, mas devem ter muita farinha al­va! e que mel! e que azei­te!... e que adubos!. ..

O prefeito, observando achar-se desfalcada a dadi­va, entrou em suspeitas de cjue lhe assaltavam a copa da cabeceira, e, numa noi­te, desvelado, fingiu dormir, roncando sifnuladamente, mas de braço fóra dos len- çoes, e a mão prompta e decisiva, armada de thesou- ra.

Vae o pequeno ás broas; e o prefeito estende um braço, nas densas sombras > 1da noite; agarra-o pelos cabellos, corta-lhe uma madeixa; depois, sem ac- cender luz nem soltar voz, deixa-o agachar-se e fu­gir. ..

Aterrado, pela idéa do que teria de succeder-lhe no dia immediato, quandoo prefeito reconhecesse, á luz sagrada do dia, na falta do seu cabello, haver sido elle o sicário, o bandido nocturno, scisma o peque­

no, e scisma mais, e torna a scismar, e scisma sem­pre .. .

I udo lhe lembra, então, como aquelle personagem das Nuvens de Aristopba­nes, que, a imaginar como fizesse para não pagar ju­ros num praso marcado, até queria comprar uma bruxa da Fhessalia, que de noite lhe apanhasse a lua, para elle a guardar bem guardada sem a deixar sair livrando-se assim de pagar os juros... visto o dinheiro sèr emprestado ao mez!

Fatigado da vigia econten­te do bom exito da sua as­túcia, adormece o prefeito, emfim; e ronca, cfesta vez, a valer, sem deixar duvida, no echo dos corredores do collegio, de ser deveras aquelle o seu sincero ron­car famoso. . .

Então, o pequeno levan­ta-se outra vez da sua ca­minha; e vae de novo pé ante-pé, até junto da com­moda do prefeito. As pare­des do dormitorio como suavam riso por todos os poros. .. Vae elle apalpan­do, tacteando, na sombra, até que encontra a thesou- ra! Sorri, por entre a noite, n’esse instante; agradece intencionalmente á sua es­trella o valer-lhe em taes apuros; e vae, surrateira- mente, de cama em cama, cortar, a cada um dos ou­tros pequenos, que dormi­am, uma madeixasinaa de seus cabellos,naquelle mo­mento para elle precio­sos ! . . .

Tendo devastado pela thesoura o topete de alguns meninos, volta de novo á commoda'do prefeito, e alli depõe o instrumento, que havia servido por egual para a vingança e para a salvação!

Depois, socegado, feliz, torna a metter-se na ca­ma . ..

De manhã o prefeito, que sempre se levantava mais cedo que os educan­dos, espera-os ao sair do dormitorio, numa saleta contigua, risonho, mofador, humorista: a vêr quando apparecesse deante d’elle o delinquente. . .

Mas, os rapazes, oh! pas mo! oh! surpresa inaudita! os rapazes, não um, n£ dois, não cinco, mas doze, mas quinze,masquasi todos, têem cortado o cabello de deante da cabeça, numa flagrante falha de topete, que evidentemente denun­cia haver por alli passado a thesouia na sua intrépida missão destruidora.

O prefeito esbugalhava os olhos, esfregava-os, fc chava-os, abria-os, a olhar pasmado para os col legiaes.. .

— Um . . . quatro. . . se­is. . . dez-,. . Mas, como!? Mas,porquê!? Mas, qual!??

Nunca, por muito que scismasse, poude compre­hender aquelle caso; e ainda mais duradouramen­te se sentiu chocado, por­que nem na terra nem no seio incognito dos mares se atrevesse em nenhum tem­po a desafogar o singular segredo daquella noite de brôas.

A N N U N C I O S

A Camara Municipal do Concelho de Aldegallega do Ribatejo, manda annun- ciar que a conferição de pesos e medidas neste con­celho, ha de ter logar no proximo mez de janeiro, das io horas da manhã ás3 da tarde em todos os dias não santificados, na respectiva repartição a car­go do respectivo aferidor, na rua do Poço, onde os lojistas e vendedores de generos levarão todos os pesos e medidas que tive­rem, e findo o dito praso se procederá a varejo ge­ral, para serem applicadas as penas da lei a todos aquelles que não tiverem feito o devido atilamento.

E para devido conheci­mento se affixou o presen­te edital e idênticos nos lo- gares mais públicos das freguezias de este conce­lho.

Aldegallega do Ribatejo,ii de dezembro de igo3.

O Secretario da Camara

Anlonio Tavares da Silva.

degual theor para serem aflixados nos logares mais públicos deste concelho.

Aldegallega do Ribatejo,11 de dezembro de 1903.

O Secretario da Camara

Anlonio Tavares da Silva.

canas tanto barbados co­mo estacas e bacello, pa­ra o que está habilitado convenientemente.

íii 1 n M m r

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José J. Caminha Figuei­ra encarrega-se do forne­cimento de plantas ameri­

Das Companhias Reuni­das Gaz e Electricidade, de Lisboa, a 5 0 0 réis ca­da sacca de q5 kilos.

_ 146

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J Q A Q S Í M P E U K i : J E S U S 1 H J 6 I ®N’este estabelecimento encontra o publico, sempre

que queira, a excellente carne de porco fresca e salga­da, assim como:

CHISPE, CABECA E TOUCINHO7 ■>#■

Acceâo e sm e rad o ! —♦— P re ç o s lim itados?57-B, Largo da Praça Serpa Pinlo, 5 7-B

#?§£ ALDEGALLEGA

A Camara Municipal do Concelho de Aldegallega do Ribatejo, em harmonia com o artigo i.° da postu­ra de 24 de agosto de igo3, manda avisar todos os proprietários de vehi- culos de qualquer especie, que são obrigados no pro­ximo mez de janeiro a so­licitar a respectiva licença na Secretaria da Camara, sob pena de 2^000 réis de multa nos termos do § 5.° do citado artigo.. São egualmente avisados todos os possuidores de trens particulares para no referido mez entregarem as respectivas chapas e so­licitarem licença gratuita para os mesmos vehicu- los.

E para constar se mandou passar o presente e outros

J OS E DA ROCHA B A R B O S ACom ofíicissa de C o r re e iro e S e lie iro

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Vende e concerta Ioda a qua-_ lidade de relogios por preços

modicos. Tambem concerta cai­xas de musica, objectos de ouro, prata e tudo que pertença d arte de gravador e galvanisador.

GARANTEM-SE OS CONCERTOS

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De 3 a 7 °|0 de azote e 4 a 12 °|0 de acido phosphorico

S U L P H A T O B E P O T A S S I U MCom 5o °j0 de potassa

Estes guanos podem ser mais ou menos potassados conforme a requisição dos lavradores.

P R E Ç O S : de 20 a 36 réis o kilo, segundo as qualida­des e percentagens.

Recebem-se as saccas em bom estado

F a b r ic a e d ep o s iío s da .Xova ISmpreza dc A du­bos A rtiQ ciaes em A ldegallega do R ib a te jo ao a lto da l i a r rosa .

E S C R IP T O R IO S : em Lisboa, Largo de S. Paulo, 12, 1 em Aldegallega, Rua Conde Paço Vieira, 24.

Page 4: “0 Domingo...no de cavallo dissolvido em agua, e, depois, estendel-as bem na cova, onde a arvo re for plantada, e cobril-as de boa terra vegetal. Se se tratar de arvores cradas em

O D O M I N G O

MERCEARIA RELOGIO(S U C C E S S O R E S )

Franco, Capelia & C.A- o o o o o

Os proprietários d’este novo estabelecimento parti­cipam aos seus amigos e ao publico em geral, que teem á venda um bom e variado sortido de artigos de mer­cearia, especialidade em chá e café, confeitaria, papela­ria, louças pó de pedra. Encarregam-se de mandar vir serviços completos de louça das principaes fabricas do paiz, para o que teem á disposição do publico um bom mostruário. Peiroleo, sabão e perfumarias.

Unicos depositários dos afamados Licores da Fabri­ca Seculo X X , variado sortido em vinhos do Porto das melhores marcas, conservas de peixe e de fructas, mas­sas, bacalhau de differentes qualidades, arroz nacional e extrangeiro, bolachas, chocolates, etc., etc.

PRACA S E R P A P I N T O — ALDE GALLEGA

Ao Commercio do PovoSem contestarão é este o mais b-tn sortido estabe­

lecimento e o que maiores vantagens offerece devido ás enormes compras que os seus proprietários fazem, pois que para obterem sempre umas differenças em preços de fabrica em muitos artigos, vè^n-se na ne­cessidade de comprar sempre em grande ; quantidades

NÃO ESQUECER que este estabelecimento já tão conhecido do publico desta villa e seus arredores, já recebeu grandes remessas de fazendas para a presente estação, estando desde já habilitado a satisfazer os mais exigentes compradores.

PREÇOS E X C E P O I O N A E S !Tem este estabelecimento artigos que são vendidos

por preços TÃO BAIXOS que só a visita do compra­dor poderá fazer justiça dizendo: é barato!

Ha sortimento completo de malhas, a saber:Capas de malha com ou sem capu7 de seda.

Lenços de malha, variedade grande. Capotas de novidade, gorros, boinas e bonets.

Casaquinhos, bolinhas, echarpes, ele., ele Cachene\, sortimento enorne.

CO N TR A O F R IO —Grande sortimento de pannos para capas e casacos, mesclas, cheviotes, matellassé meltons, moscows, etc. — Para vestidos: pannos, ama­zonas, flanellas, sarjas fortes, phantasias fortes, tecidos mixtos em lã, seda e algodão, etc., cortes de alta novi­dade para vestidos de senhora.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco em Iodos os seus arligos para vender muito e a todos pelos mes­mos preços SEM EXCEPÇÕES.

v i l ã o s m AiCAFCE TOBAS AS BO10AS Dão-se amostras com preços e larguras a quem as

pedir. Tudo se manda a casa do freguez para 0 que tem pessoal habilitado.

l<]iifeites íic novidade essa todos os

OS D R A M A S D A C O U T E

IC h ro nica do reinado de L u iz X V )Romance historico por

E. LADOUCETTEOs amores trágicos de Manon Les

raut com o ceiebre cavallèiro de G rieux. formam o entrecho doeste rom ance, rigorosam ente historico, a que Ladoucette im prim iu um cunho de originalidade devéras encantador.

A corte de L u iz x v , com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta m; gistralm ente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo liv ro , destinado sem d u vi­da a alcançar entre nós exito.egual aquelle com que foi receb.do em Pa- lis , onde se conta: am p o r m ilhares os exem plares vendidos.

A ediçáo portugueza do popular e com m ovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande fo rm u o , illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

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2 valiosos blindes a todos os assignantes

Pedidos á Bibliotheca Popular, E m ­presa E d ito ra, 162, Rua da Rosa, 162 — Lisboa.

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JOSÉ DE I& Comp.a

IMSFarinha, semea, arroz na­

cional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sul- phato e enxofre.

Todos estes generos se vendem por preços muito em conta tanto para o con­sumidor como para o re­vendedor. 152

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Participamos aos nossos estimáveis freguezes que acaba de chegar ao nosso estabelecimento um colossal sortido de fazendas próprias para a presente estação, de fino gosto, e que vendemos por preços ao alcance de todas as bolsas.

Resolvemos mandar annuneiar, especificando os preços, para assim o publico se certificar que é esta a unica casa que mais vantagens offerece.

Desde 120 réis o metro, casteletas desenfestadas de pura lã.Desde 260 réis o metro, casteletas enfestadas depura lã.

Desde 400 réis o metro, Luzitanas, tecido alta novidade.Desde 480 réis o metros, Amazonas enfestadas de pura lã.

Desde 700 réis o metro, Mélton proprio para capas.Desde 2$ooo o metro, matelasset proprio para capas.

Desde 5oo réis 0 metro, flanellas azues e pretas.Desde 240 réis o metro, castorinas e riscadilhas próprias para saias.

Desde 90 réis 0 metro, flanellas de algodão próprias para camisas.Desde 90 réis o metro, baetilhas de côres próprias para saias.

Desde 60 réis o metro, baetilhas brancas próprias para saias.Desde 800 réis, chailes de pura lã, lindos desenhos.

Desde i$ooo réis, cobertores de Papa, pura lã.Desde i$5oo réis, cobertores matisados, lindos desenhos.

>oo réis, cobertores francezes, pura lã, debruados a seda.A 4$5oo réis, chailes duble-face, muito fortes.

G R A N D E P E C H I N C H A !

Desde

l l ! l l l l l l l l l l l l l i l l i l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l ! l l l l l l l l l l l l i l l l l l ! l l l l l l l l l | l l l l l l l l l ! l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l ! ! i n i l l i l l l l ! l l l l l l l l ! ! l l l ! l l l l l l l l ! ! l l l

ucaum

Pedimos que visitem o nosso estabeleci­mento para assim se certificarem da nossa excepciona! barateza.P R E Ç O S F I X O S E V E N D A S A D I N H E I R O

% HUA M CAES, a — ÀLM6ÂLIESÃ

Baelilha de dois pellos com um melro de largo a 200 réis, própria parasaias.

f l ! l i l l l ! l l i ! i ! l l l l ! ! I Í Í i l i l l l l l l l l l ! l l l ! l l l i l ! l l ! l l ! ! l l l l l l l l l ! l l l l l l l l l l l l l l | l l ! l l l ! i l l l l ! l l l l l l ! l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l t l l l l l l l l l l l l

Dsl este imporíanfe estabelecimento encontra tambem a publi colossal soTÍiíier t»c ía enilaa De linha, lft? al actão, sebas, calçada e chapéos ;

que mencionar aqui os preços seria impossiveL

- R -