Aplicação da Microtomografia Computadorizada para a Análise

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRO PRETO

    PS-GRADUAO EM PERIODONTIA

    Aplicao da Microtomografia Computadorizada para a

    Anlise Morfomtrica Bi e Tridimensional na Avaliao da

    Perda ssea Experimental em Ratos.

    PATRICIA GARANI FERNANDES

    Ribeiro Preto, SP Brasil.

    2014

  • ii

    PATRICIA GARANI FERNANDES

    Aplicao da Microtomografia Computadorizada para a

    Anlise Morfomtrica Bi e Tridimensional na Avaliao da

    Perda ssea Experimental em Ratos.

    Tese apresentada Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Doutora em Periodontia.

    Orientador: Prof. Dr. Mrio Taba Jnior

    Ribeiro Preto, SP Brasil

    2014

  • iii

    Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer

    meio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a

    fonte.

    FICHA CATALOGRFICA

    Fernandes, Patricia Garani Aplicao da Microtomografia Computadorizada para a Anlise

    Morfomtrica Bi e Tridimensional na Avaliao da Perda ssea Experimental em Ratos.

    124p.: il.; 30 cm Tese de Doutorado, apresentada Faculdade de Odontologia de

    Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo. rea de concentrao: Periodontia.

    Orientador: Taba Jnior, Mrio

    1. Perda ssea na doena periodontal.

    2. Microtomografia computadorizada. 3. Mtodo de avaliao de perda ssea do osso alveolar da mandbula.

    4. Estudo em ratos.

  • iv

    FOLHA DE APROVAO

    Patricia Garani Fernandes

    Aplicao da Microtomografia Computadorizada para a Anlise Morfomtrica Bi e

    Tridimensional na Avaliao da Perda ssea Experimental em Ratos.

    Tese apresentada Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor. rea de Concentrao: Periodontia

    Aprovado em: ____ / ____ / 2014

    Banca Examinadora

    Prof. Dr. ____________________________________________________________

    Instituio: _______________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ____________________________________________________________

    Instituio: _______________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ____________________________________________________________

    Instituio: _______________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ____________________________________________________________

    Instituio: _______________________ Assinatura: _________________________

    Prof. Dr. ____________________________________________________________

    Instituio: _______________________ Assinatura: _________________________

  • v

    DEDICATRIA

  • vi

    A minha amada e querida famlia

    Meus amados pais, Oswaldo e Maria das Graas, vocs so exemplos de

    dedicao, ateno, cuidado, pacincia e amor para com suas filhas. Muito obrigada

    pelo apoio quando resolvi fazer ps-graduao, pelas palavras de carinho, pelos

    ensinamentos e pelas lies de vida. O amor incondicional de vocs foi responsvel

    por me dar foras para superar os obstculos e vencer este desafio. Muito obrigada!

    Espero sempre poder corresponder s suas expectativas. Amo vocs de todo meu

    corao.

    Renata, minha nica irm, exemplo de garra e superao, voc muito

    importante para mim. Inspiro-me na sua determinao para seguir em frente.

    Obrigada pelo incentivo, pelas mensagens de nimo e pela amizade sincera. Por

    acompanhar minha trajetria seja com um telefonema carinhoso, uma visita

    repentina, um carto postal ou uma mensagem de carinho no celular, eu serei

    sempre grata a voc e a Deus, por ter me dado uma irm to maravilhosa.

    Ao meu amor

    Saulo sua participao foi muito importante em todas as etapas dessa longa

    caminhada. Obrigada pelo seu apoio, carinho, amor, respeito, pela pacincia e

    dedicao. Nesses cinco anos de convivncia ns demos muitas risadas, outras

    vezes camos no choro, mas sempre em apoio mtuo e muita perseverana estamos

    vencendo os obstculos e juntos vamos seguir em frente, sempre!

  • vii

    AGRADECIMENTOS

  • viii

    Agradeo em primeiro lugar a Deus criador de tudo e de todos.

    Aos meus pais e tia Aparecida pelo apoio, incentivo e carinho.

    Renata por ser uma irm presente, atenciosa e sempre pronta a me ajudar.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Mrio Taba Jnior, pela orientao, por confiar em mim

    em todos os momentos, pela convivncia amistosa e pela grande oportunidade de

    aprendizado que me proporcionou.

    Ao coordenador do Programa de Ps-Graduao em Periodontia, Prof. Dr. Arthur

    Belm Novaes Jnior, pela pacincia, por ter confiado no meu trabalho e acreditado no meu potencial. Muito obrigada por tudo!

    Aos docentes do curso de ps-graduao em Periodontia da FORP-USP, Prof. Dr.

    Srgio Lus Scombatti de Souza, Prof. Dr. Mrcio Fernando de Moraes Grisi, Prof.

    Dra. Daniela Bazan Palioto, Prof. Dr. Michel Reis Messora e Prof. Dr. Paulo

    Tambasco de Oliveira, pelas oportunidades de trabalho e aprendizado.

    tcnica de laboratrio e amiga Adriana Gonalves de Almeida, sem sua contribuio nada disso seria possvel, com certeza. Muito obrigada Dri.

    A todos os funcionrios da FORP que contriburam de alguma maneira para a

    realizao desse trabalho, em especial: Tatiana, Dulce, Carla Daniela, Isabel Sola,

    Regiane Moi, Mary, Paulo Girolineto, Augusto, Vera, Ana Cludia, Sueli e Daniela da

    clnica de PG, Isabel Gobbo, Paulo Fazzio, Hermano. Aos tcnicos de laboratrio e

    biotrio: Sebastio, Mila, Fabiola, Serginho, Aline, Massaro.

    Ao meu querido amigo Adriano Henrique Pinheiro pelos anos de amizade, lealdade,

    companheirismo e apoio, por tantas conversas, mensagens, telefonemas e conselhos sempre oportunos.

    Solena, amiga para todas as horas e de tantas jornadas. Exemplo de dedicao

    ao trabalho, aos amigos e famlia. Uma grande amizade que com certeza ultrapassa a distncia e o tempo.

    Aos meus queridos amigos de colgio Bom Jesus (impossvel citar todos os nomes)

    pelos bons momentos vividos, pelas risadas proporcionadas e pela amizade duradoura alicerada na confiana, carinho e companheirismo.

  • ix

    turma de Odontologia de 2001 - UFPR. Obrigada aos amigos pelos quatro anos de

    convvio dirio e por tantos bons momentos passados juntos.

    Aos meus amigos da especializao em Periodontia turma de 2005 e aos professores e mestres da Universidade Estadual de Londrina.

    Aos amigos da minha turma de Doutorado, Danilo e Luciana, pelos anos de convvio, companheirismo e aprendizado.

    Aos amigos da turma de Mestrado 2011- Cristine, Mariana, Kelly, Paula, Felipe,

    Tlio, Andr. Vocs tiveram participao especial nesta longa caminhada. Obrigada a todos, sem distino.

    Aos amigos da turma de Doutorado 2012 Carol Delmondes, Carol Mandetta,

    Gustavo e Umberto. Obrigada pelo apoio em vrios momentos, pela ajuda com

    grficos, tabelas, pelo auxlio com os pacientes e com os animais de laboratrio. Cada um de vocs tem um lugar especial no meu corao.

    Aos amigos da ps-graduao durante esses seis anos que aqui passei: Patrcia

    Freitas, Andra, Rafael, Guilherme, Raquel, Luciana Bastos, Priscila Paganini,

    Priscila Nbrega, Flvia, Adriana pela convivncia diria na clnica, pelos

    conhecimentos compartilhados e pela amizade.

    A todas as minhas companheiras de moradia nesses cinco anos: Adriana, Luciana,

    Gislaine, Marina, Sarah, Karina, Larissa, Mariana, Renata e agregadas. Juntas ns

    formamos uma grande famlia com direito a muitas conversas, conselhos, bilhetes,

    momentos de alegrias e de tristezas que foram importantes para meu crescimento

    pessoal. Obrigada por cada momento compartilhado, guardarei com carinho nossa

    amizade e sempre as levarei em meu corao.

    Renata Spagolla por ser uma pessoa querida, companheira, amiga e por fazer parte da minha vida num momento to importante e decisivo. Obrigada de corao.

    Ao amigo Lucas Novaes pela amizade, apoio, conselhos, pela ajuda com photoshop e pelos vdeos engraados compartilhados.

    amiga Viviane Mariguela e ao amigo Mario Lisboa pelas conversas, pelo carinho, apoio, incentivo e abraos apertados.

  • x

    famlia Miranda e a todos os amigos de Alvo, pelo apoio nos momentos de

    angstia e tristeza, sempre me ajudando a vencer os obstculos.

    famlia Abouchedid pelo carinho com que me acolheram, pelo apoio incondicional, pela amizade que construmos e por todos os momentos juntos.

    Ao querido amigo e incentivador Joo Moura Neto pela amizade, pelo apoio em

    todas as horas difceis, pelo abrao apertado. Sua garra e empreendedorismo so motivos de inspirao para mim.

    Aos amigos da Clinface. Obrigada pelo carinho e por vocs sempre torcerem pelo meu sucesso profissional.

    psicloga Vera Otero pelas palavras certas, pelo apoio e por sua generosidade.

    A todos os amigos e familiares que torceram por mim e pelo meu sucesso. Sem o

    apoio de vocs esse trabalho no seria possvel. A caminhada longa e a jornada

    rdua, mas com perseverana e garra eu hei de vencer todos os desafios.

    Muito obrigada de corao!

  • xi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    2D: bidimensional.

    3D: tridimensional

    SHR: Spontaneously Hypertensive Rat

    WK: Rato Wistar Kyoto

    Micro CT: microtomografia computadorizada

    CT: micro-CT

    DP: doena periodontal

    C: controle

    mm: milmetro

    m: micrmetro

    M1: primeiro molar mandibular

    M2: segundo molar mandibular

    JCE: juno cemento esmalte

    COA: crista ssea alveolar

    COV: crista ssea vestibular

    COL: crista ssea lingual

    COI: crista ssea interproximal

    POA: perda ssea alveolar

    VOI: volume sseo de interesse

    ROI: regio ssea de interesse

    CT-Analyser (CTAN): Software de Anlise Morfomtrica

    DMO: Densidade Mineral ssea

    TC: Tomografia Computadorizada

    BS: rea superficial das trabculas sseas

  • xii

    BV: Volume sseo da amostra

    BV/TV: Razo entre o volume sseo e o volume da amostra

    BS/BV: Razo entre a rea ssea da amostra e o volume sseo da amostra

    BS/TV: Razo entre o volume sseo da amostra e o volume total da amostra

    TS: rea superficial da amostra ssea

    Tb. N: Nmero Trabecular

    Tb. Sp: Separao Trabecular

    Tb. Th: Espessura Trabecular

    TV: Volume Total da Amostra

    Mp: Mega pixel

    NRECON = Software usado para reconstruir imagens de seo transversal a partir

    de imagens de projeo tomogrfica

    CTAN = Software de Anlise Morfomtrica

    DATA VIEWER = Software de Visualizao Morfomtrica

    CTVOX = Software para visualizao e manuseio das imagens tridimensionais

  • xiii

    SUMRIO

    JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 1 RESUMO ..................................................................................................................... 5 ABSTRACT ................................................................................................................. 7 1. INTRODUO ........................................................................................................ 9 2. OBJETIVO ............................................................................................................ 16 3. MATERIAL E MTODOS ..................................................................................... 18

    3.1. Animais .......................................................................................................... 19 3.1.1. Diviso dos grupos ...................................................................................... 19 3.1.2. Registro da presso arterial ......................................................................... 20 3.1.3. Induo da doena periodontal experimental .............................................. 21 3.1.4. Remoo da ligadura .................................................................................. 22 3.1.5. Eutansia e coleta de material .................................................................... 23 3.2. Microtomografia computadorizada ............................................................. 23 3.2.1. Anlise das medidas unidimensionais ......................................................... 28 3.2.2. Anlise das medidas volumtricas ............................................................... 29 3.3. Anlise estatstica......................................................................................... 36

    4. RESULTADOS ...................................................................................................... 37

    4.1. Medidas lineares ............................................................................................. 38 4.2. Medidas volumtricas ..................................................................................... 44

    5. DISCUSSO ......................................................................................................... 65 6. CONCLUSES ..................................................................................................... 75 7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 77 8. ANEXO .................................................................................................................. 84 9. APNDICE ............................................................................................................ 89

  • 1

    JUSTIFICATIVA

  • 2

    JUSTIFICATIVA

    A doena periodontal caracterizada por um processo inflamatrio que

    culmina na destruio dos tecidos de suporte dos dentes (a gengiva, o ligamento

    periodontal, o cemento radicular e o osso alveolar). Um crescente corpo de

    evidncias tende a demonstrar que as interaes microbianas entre as diferentes

    espcies bacterianas so fatores importantes na patogenia da doena periodontal,

    alm da resposta do hospedeiro frente a essa agresso (Baker, 2000; Ali et al.,

    2011).

    Diversos mtodos podem ser utilizados para medir a perda ssea alveolar

    decorrente da periodontite, dentre eles: as tcnicas de morfometria (uma tcnica

    simples e eficiente na qual a medio da distncia entre a juno cemento-esmalte

    [JCE] crista ssea alveolar [COA] se d via captura das imagens e avaliao

    destas por meio de um programa de anlise de imagens), os exames radiogrficos

    (anlise de perda ssea pela visualizao das estruturas duras [JCE e COA] e sua

    relao de proximidade ou perda) e a anlise de dados histolgicos (observao dos

    tecidos mineralizados e no-mineralizados por meio de lminas de histologia). A

    observao de tecidos ao microscpio ptico feita por transparncia. necessrio

    que o tecido seja submetido a cortes finssimos, para que possibilite sua incluso

    num bloco de parafina, para ser cortado num micrtomo; depois de cortado, retirada

    a parafina e colocado numa lmina, a amostra fixada e corada. As lminas

    coradas podem ser finalmente observadas ao microscpio ptico, pela microscopia

    eletrnica ou ainda pela imunofluorescncia (Lindhe et al., 2003; Wilkie et al., 2004;

    Trisi et al., 2006; Vanderlei et al., 2012;).

  • 3

    No entanto, esses mtodos proporcionam apenas informaes bidimensionais

    (2D), pois estes medem a perda ssea horizontal (no sentido mesio-distal ou

    vestbulo-lingual) portanto existem limitaes de preciso e sendo assim, no tem a

    capacidade de produzir dados sobre as trs dimenses (3D). Nessas anlises,

    mudanas intra-sseas que podem ocorrer durante a infeco periodontal podem

    no ser quantificadas.

    Com o intuito de proporcionar uma melhor visualizao da estrutura ssea

    trabecular, mas sem a necessidade de destruio da amostra, muitos estudos

    procuraram mtodos alternativos que pudessem fazer esta quantificao (Genant et

    al.,1996; Slyfield et al.,2012). A microtomografia computadorizada (micro-CT) pode

    ser uma alternativa mais sensvel para medir a massa ssea e a microestrutura do

    osso alveolar quando comparada aos mtodos convencionais consolidados

    (Bouxsein et al., 2010; Molon et al., 2013). Por se tratar de uma tcnica no

    destrutiva que fornece imagens de alta resoluo espacial em 3D em um nvel

    micromtrico, permite a reorientao auxiliada por computador seguindo a

    digitalizao de imagens, garantindo assim um alinhamento quase idntico ao real.

    Assim a micro-CT (CT) consegue mostrar pequenas alteraes tanto nos defeitos

    infrasseos periodontais bem como nos casos de perda ssea alveolar (Feldkamp et

    al., 1989; Park et al., 2007).

    As imagens tridimensionais representam muito bem uma imagem

    bidimensional correspondente, obtida com a microscopia, por exemplo. Estudos

    sobre a confiabilidade e preciso de radiografias bidimensionais demonstraram

    diferenas de at 25% entre os clculos de quantificao do osso alveolar de

    radiografias em 2D quando comparadas com imagens em 3D (Fernandes et al.,

    2007; Ebina et al., 2009; Ferrare et al., 2013). As vantagens desta tcnica podem ser

  • 4

    enumeradas de acordo com os seguintes itens: facilidade de escolha da regio a ser

    avaliada sem a necessidade de preparao da amostra, sem interferncia de

    manchas ou artefatos e sem corte fino - uma nica varredura da imagem 3D

    apresenta a estrutura completa da amostra em alta resoluo, alm de se obter a

    amostra intacta de volta ao final do escaneamento (De Smet et al., 2006;

    Chackartchi et al., 2011).

    Em longo prazo, acredita-se que a anlise morfomtrica da ultraestrutura de

    fentipos e o estudo das relaes entre os fentipos de ossos em diferentes nveis

    de hierarquia, abriro novas perspectivas na avaliao da qualidade do osso.

    (Schneider et al., 2007).

    Assim, a utilizao da CT tem sido amplamente divulgada para estudar o

    metabolismo sseo em modelo com animais, e constitui uma nova forma para avaliar

    estruturas de tecidos duros, em 3D. As anlises utilizando micro-CT de alta

    resoluo podem ser usadas para construir um modelo de osso em 3D e tambm

    para analisar os dados de uma forma altamente precisa e no destrutiva.

  • 5

    RESUMO

  • 6

    RESUMO

    Introduo: A histomorfometria do osso um dos mtodos padronizados que pode ser utilizado para quantificar a microestrutura do osso trabecular. Existem muitos meios de acesso para conseguir a visualizao dos defeitos sseos no caso de um acometimento de doena periodontal, por exemplo. A extenso e morfologia da perda ssea alveolar podem ser acessadas e examinadas aps confeco de retalhos mucoperiosteais em cirurgias periodontais ou atravs de exames radiogrficos. A partir de ento, a tecnologia da micro-CT tornou-se padro ouro para avaliao da arquitetura 3D do osso trabecular; exibindo como uma de suas principais vantagens sua habilidade em proporcionar resultados quantitativos com pouco ou nenhum preparo da amostra e sem a sua destruio. Metodologia: Foram utilizados 40 ratos machos: ratos normotensos (WK) e espontaneamente hipertensos (SHR) foram divididos em grupos com doena periodontal induzida por ligaduras (DP), e grupos controle, em que a DP no foi induzida (C). Cada um desses quatro grupos foram divididos em 2 subgrupos, de acordo com o perodo de eutansia, que foi realizada no 10 e no 21 dia do experimento, desse modo cada grupo teve um n=5. Os animais do grupo DP receberam ligadura com fio de algodo ao redor do primeiro molar inferior. Aps a eutansia todas as hemimandbulas dos animais tiveram seu tecido mole removido atravs de processos qumico e biolgico a fim de proporcionar uma pea histolgica preparada adequadamente para ser escaneada no microtomgrafo. Para realizao da anlise microtomogrfica foi utilizado um aparelho modelo 1172 da fabricante SkyScan. As amostras foram verificadas nos trs planos espaciais atravs dos softwares CTAN, DATA VIEWER e CTVOX que tambm foram utilizados para a visualizao tridimensional, anlise qualitativa e quantitativa da anatomia externa e interna do osso alveolar. Resultados: Os resultados das medidas lineares foram aqueles extrados de uma imagem bidimensional de uma fatia nica escolhida por ser a mais representativa para detectar a perda ssea alveolar. Para a quantificao dos parmetros volumtricos foi realizada a avaliao em dois pontos distintos: a rea da regio de furca do M1 mandibular e a rea da regio interproximal entre M1 e M2 da mandbula. De todos os parmetros avaliados e analisados os mais representativos para detectar a perda ssea alveolar neste modelo de estudo foram: Furca e JCE-COV (juno cemento-esmalte crista ssea vestibular) em 2D (medidas lineares) e a relao entre a superfcie ssea e o volume sseo; relao entre o volume sseo e o volume total; porosidade e densidade mineral ssea nos parmetros em 3D (medidas volumtricas). Concluso: A metodologia empregada mostrou ser eficiente para a caracterizao da perda ssea alveolar nos grupos controle e doena periodontal. A regio escolhida e o mtodo de anlise tem influncia no resultado. Assim medidas lineares e medidas volumtricas de uma mesma amostra podem apresentar porcentagens diferentes em relao perda ssea. Palavras-chave: anlise morfomtrica bi e tridimensional, microtomografia computadorizada, avaliao de perda ssea alveolar da mandbula, doena periodontal induzida em ratos.

  • 7

    ABSTRACT

  • 8

    ABSTRACT Introduction: The histomorphometry of bone is one of the standard methods that can be used to quantify the microstructure of the trabecular bone. There are many ways to get access to the visualization of bone defects in the case of onset of periodontal disease, for example. The extent and morphology of alveolar bone loss may be accessed and examined after making mucoperiosteais flaps in periodontal or through radiographic examinations surgeries. Since then, the technology of micro - CT has become the gold standard for evaluation of the 3D architecture of trabecular bone; showing as one of its main advantages its ability to provide quantitative results without destruction and with little or no sample preparation. Methodos: Normotensive rats (WK) and spontaneously hypertensive (SHR) were divided into groups of ligature-induced periodontal disease (PD), and control groups (C), where PD is not induced. 40 rats were used and each of these four groups were divided into 2 subgroups according to the time of euthanasia , which was held on the 10th and 21st day of the experiment , thus each group had an n = 5 . The animals in the PD group received ligature with cotton thread around the first molar. After euthanasia, all animals had their mandibles soft tissue removed through chemical and biological processes to provide a suitably prepared for micro-ct analysis. In order to perform the micro-CT analysis, a model 1172 device manufacturer of SkyScan was used. The samples were observed in the three spatial planes through the CTAN, DATA VIEWER and CTVOX softwares which were also used for threedimensional visualization, qualitative and quantitative analysis of the external and internal anatomy of the alveolar bone. Results: The results of linear measurements were those extracted from a twodimensional image of a single slice chosen for being the most representative for detecting bone loss. For quantification of the volumetric parameters were assessed at two different points: the area of the furcation region of the mandibular M1 and interproximal area of the region between M1 and M2 of the jaw. Of all the most representative in detecting alveolar bone loss in this model of study parameters were evaluated and analyzed : Furcation and cementum-enamel junction to the buccal bone crest = 2D (linear measurements) and the relationship between the bone surface and bone volume ; ratio of bone volume to the total volume ; porosity and bone mineral density in 3D parameters ( volumetric measurements) . Conclusion: The methodology was efficient for the characterization of alveolar bone loss in the periodontal disease groups. The region chosen and method of analysis have affected the outcome. Thus, linear and volumetric measurements of the same sample may have different percentages in relation to bone loss. Keywords: bi e three-dimensional morphometric analysis, computed microtomography, evaluation of alveolar bone loss, induced periodontal disease, study in rats

  • 9

    INTRODUO

  • 10

    1. INTRODUO

    A doena periodontal uma infeco polimicrobiana iniciada e mantida por

    microorganismos presentes no biofilme dental e caracterizada inicialmente pela

    inflamao gengival, sangramento sondagem na rea da bolsa gengival,

    diminuio da resistncia dos tecidos periodontais sondagem (bolsa periodontal),

    perda de insero gengival e se no for tratada adequadamente pode evoluir para a

    perda do osso alveolar (Le et al., 1992).

    O osso alveolar uma parte especializada dos ossos da mandbula e da

    maxila, que forma a estrutura de suporte principal para os dentes. Embora

    fundamentalmente comparvel a outros tecidos do osso no corpo, o osso alveolar

    submetido remodelao contnua e rpida, associada com a erupo dos dentes e,

    subsequentemente, s exigncias funcionais da mastigao. A capacidade do osso

    alveolar, de se submeter remodelao rpida tambm importante para

    adaptao posicional dos dentes, mas por outro lado pode ser prejudicial para a

    progresso da doena periodontal. A complexidade geomtrica dos dentes

    multirradiculados no osso alveolar, a resposta desse tecido mastigao e a outras

    foras dentro da cavidade oral, resultam num padro complexo de remodelao

    ssea. A organizao ultraestrutural da matriz ssea e consequentemente, a

    compreenso dos eventos moleculares que regulam a formao e remodelao dos

    tecidos sseos de fundamental importncia no desenvolvimento de modalidades

    de tratamento para contornar ou corrigir anomalias estruturais e funcionais (Sodek &

    McKee, 2000).

    A histomorfometria do osso um dos mtodos padronizados que pode ser

    utilizado para quantificar a microestrutura do osso trabecular. Recentemente, foram

  • 11

    delineados novos parmetros para melhorar a quantificao histomorfomtrica da

    microestrutura trabecular. Entretanto, estes tm sido limitados anlise

    bidimensional.

    Existem muitos meios de acesso para conseguir a visualizao dos defeitos

    sseos no caso de um acometimento de doena periodontal, por exemplo. A

    extenso e a morfologia da perda ssea alveolar podem ser acessadas e

    examinadas aps confeco de retalhos mucoperiosteais em cirurgias periodontais

    ou atravs de exames radiogrficos. O diagnstico precoce de pequenas alteraes

    sseas alveolares, decorrentes de processos patolgicos como periodontite e leses

    periapicais, ou devido a tratamento regenerativo, requer mtodos de diagnstico

    precisos e sensveis. Com o advento da microtomografia computadorizada

    possvel avaliar mudanas dinmicas na espessura do ligamento periodontal e na

    remodelao ssea alveolar de forma clara e precisa. (Ferrare et al., 2013)

    Xu et al. (2013) observaram mudanas significativas na espessura do

    ligamento periodontal e uma pobre recuperao da espessura desse ligamento

    durante o perodo experimental no modelo de estudos em ratas ovariectomizadas. A

    frao do volume sseo aumentou, a separao trabecular diminuiu

    significativamente e a perda ssea foi observada claramente. Os autores puderam

    demonstrar que a microtomografia computadorizada possibilitou analisar o colapso

    da microestrutura da rede do osso trabecular e a evidente perda de massa ssea.

    O osso uma forma altamente especializada de tecido conjuntivo no qual a

    matriz extracelular mineralizada conferindo rigidez e fora ao esqueleto, mas

    mantendo certo grau de elasticidade. Sua composio pode ser separada em uma

    matriz orgnica, composta quase que totalmente por colgeno (95% colgeno tipo I

    e quase 5% colgeno tipo V), e uma matriz inorgnica, formada basicamente de

  • 12

    clcio e fosfato na forma de hidroxiapatita. Em conjunto com o cemento radicular e o

    ligamento periodontal, o osso alveolar constitui o aparelho de insero dos dentes,

    cuja funo principal distribuir e absorver as foras geradas, por exemplo, pela

    mastigao e por outros contatos dentrios.

    A estrutura anatmica do osso alveolar bastante complexa, desse modo, ela

    constituda de um tipo de osso com insero colgena, que formado por

    camadas com uma orientao paralela direo coronal-apical do dente. A esta

    insero de fibras colgenas pertencem as fibras de Sharpey que se estendem

    obliquamente de uma fina lamela de osso que reveste a parede interna do alvolo e

    so contnuas com as fibras do ligamento periodontal. A camada externa mais

    espessa de osso formado de placas corticais se prolonga desde o osso da

    mandbula para formar as superfcies lingual e vestibular do processo alveolar que

    em grande parte composta internamente de osso esponjoso (Sodek e McKee, 2000).

    Tanto o osso cortical quanto o esponjoso sofrem constante remodelao

    (reabsoro seguida de formao) em reposta movimentao fisiolgica ou no

    dos dentes e s mudanas nas foras funcionais que agem sobre os dentes.

    Doenas periodontais so doenas inflamatrias crnicas que eventualmente

    podem levar perda das estruturas de suporte dos dentes, incluindo a reabsoro

    do osso alveolar dos maxilares. Essa a doena mais prevalente das doenas

    sseas que atingem o ser humano, sendo bastante severa para permitir a perda dos

    dentes em cerca de 10 a 15% dos adultos (Baker, 2000). tambm doena

    infecciosa associada ao crescimento subgengival de certas espcies anaerbias

    facultativas, as bactrias gram-negativas. Muitos dos danos gerados pelas infeces

    bacterianas, no se tratam apenas de fatores de virulncia, mas sim da resposta do

  • 13

    hospedeiro frente a essa agresso podendo resultar at em severa perda ssea

    alveolar (Baker, 2000).

    A microtomografia computadorizada uma tcnica no destrutiva que

    reconstri e modela interiores de amostras na escala micromtrica e obtm

    informaes sobre sua geometria tridimensional e propriedades do material. O

    conceito bsico desse processo de imagem provou que um objeto tridimensional

    pode ser reconstrudo atravs de suas projees bidimensionais (Argenta MA et al.,

    acessado em 2013).

    A utilizao da microtomografia computadorizada (micro-CT ou CT) para

    anlise tridimensional da estrutura ssea in vitro foi primariamente introduzida por

    Feldkamp et al. (1989). Os autores descreveram o novo mtodo baseados na alta

    resoluo da tomografia computadorizada onde uma matriz de reconstruo

    tridimensional foi criada diretamente por meio de uma srie de cortes

    bidimensionais. Todos os ndices estruturais normalmente determinados a partir de

    sees histolgicas bidimensionais puderam ser obtidos de forma no destrutiva a

    partir de um grande nmero de fatias em cada uma das trs direes ortogonais.

    Isto permitiu uma descrio detalhada da variao estrutural dentro de um espcime

    e facilitou enormemente o estudo da anisotropia estrutural. Assim os autores

    puderam afirmar que o mtodo teria potencial para superar muitas das limitaes

    das atuais abordagens para o estudo da arquitetura do osso a nvel microscpico.

    Nesse trabalho os autores desenvolveram um novo mtodo para o exame direto da

    estrutura ssea tridimensional in vitro, enfatizarando sua aplicao ao osso

    esponjoso, no entanto o mtodo tambm pode ser usado para o estudo do osso

    cortical.

  • 14

    A partir de ento, esta tecnologia tornou-se padro ouro para avaliao da

    arquitetura 3D do osso trabecular; exibindo como uma de suas principais vantagens

    sua habilidade em proporcionar resultados quantitativos sem destruio e com

    pouco ou nenhum preparo da amostra.

    Em um estudo de Seto et al. (2008) foram examinados os efeitos da

    sinvastatina in vitro utilizando clulas de calvria de ratos em cultura e in vivo,

    utilizando ratos com periodontite induzida por ligaduras. Nesse estudo os autores

    revelaram a destruio dos tecidos periodontais, mostrando uma diminuio da

    espessura da camada epitelial e insero irregular das fibras de colgeno no grupo

    com ligaduras. Em contrapartida, a quantidade de osso alveolar tinha aumentado no

    grupo tratado com sinvastatina e os resultados histolgicos confirmaram os

    resultados obtidos por anlise de microtomografia computadorizada, demonstrando

    assim a validade do mtodo de anlise por imagem.

    Nos anos recentes tem crescido enormemente o uso de imagens obtidas

    atravs da microtomografia computadorizada de alta resoluo para medir e/ou

    avaliar a morfologia ssea trabecular e cortical tanto em estudos em modelo animal

    como em humanos. Existem diversos sistemas disponveis comercialmente e como

    resultado disto, existem vrias abordagens para conseguir a aquisio das imagens,

    realizar a avaliao destas e interpretar os resultados obtidos. (desse modo a falta

    de consistncia torna difcil a interpretao correta dos dados e a comparao dos

    achados entre diferentes estudos).

    Britz et al. (2010) demonstraram por meio de um estudo em tbia de ratos, que

    possvel visualizar e quantificar a porosidade da cortical ssea em ratos usando

    um aparelho disponvel no mercado (SkyScan 1172 - Aartselaar, Belgium) e eles

  • 15

    puderam validar seus resultados comparando com a anlise histolgica

    convencional.

    Como esperado, alguns autores puderam observar uma forte correlao entre

    histomorfometria 2D tradicional e anlise 3D por meio da CT de bipsias de crista

    ilaca em humanos. Fortes relaes entre as avaliaes 2D e 3D de bipsias da

    crista transilaca e entre scans HR-pQCT (alta resoluo perifrica quantitativa em

    tomografia computadorizada) do rdio e da tbia,foram encontradas e a mais forte

    correlao foi vista entre a bipsia e parmetros HR-pQCT, especificamente entre

    BV / TV, Tb.N e Tb.Sp medido pela CT (Cohen et al.,2010).

    A qualidade ssea clinicamente monitorada pela medida da densidade

    mineral ssea (DMO), mas esta medida no suficiente para identificar

    completamente a fragilidade ssea e o risco de fratura de um indivduo. A medida de

    parmetros micro estruturais, denominada de anlise morfomtrica bidimensional

    (2D) e tridimensional (3D), deve ser incorporada ao monitoramento da qualidade

    ssea para uma determinao mais precisa dessa qualidade e para o

    aprimoramento do estudo do trabeculado sseo (Silva, 2009).

    Considerando a importncia deste tema, este trabalho teve como objetivo

    promover uma nova abordagem quanto anlise morfomtrica que pode ser

    realizada lanando uso da microtomografia computadorizada e os aspectos que

    devem ser levados em considerao desde a construo at a obteno das

    imagens 2D e 3D. Este estudo desenvolveu um mtodo de medio especfico no

    qual foram feitas as medidas morfomtricas 2D e 3D por meio da microtomografia

    computadorizada, para comparao e avaliao da perda ssea em doena

    periodontal induzida em ratos.

  • 16

    OBJETIVO

  • 17

    2. OBJETIVOS

    O objetivo primrio do presente trabalho foi descrever o passo-a-passo de aplicao

    da microtomografia computadorizada para a avaliao da perda ssea alveolar em

    um modelo experimental animal.

    O objetivo secundrio foi comparar os parmetros 2D e 3D e avaliar a

    preciso do mtodo microtomogrfico em modelo experimental de perda ssea

    alveolar induzida por ligadura em ratos por meio da microtomografia

    computadorizada.

  • 18

    MATERIAL E MTODOS

  • 19

    3. MATERIAL E MTODOS

    3.1. Animais

    Foram utilizados 40 ratos machos neste experimento, sendo 20 normotensos

    da raa Wistar Kyoto (WK) e 20 hipertensos da raa SHR = Spontaneously

    Hypertensive Rats, com aproximadamente 10 12 semanas de idade, provenientes

    do Biotrio do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeiro

    Preto, da Universidade de So Paulo (USP), sendo a cepa original da Taconics

    Pharm. Inc. Germantown. importante ressaltar que a relao entre hipertenso e

    perda ssea decorrente da doena periodontal no ser avaliada e correlacionada

    neste estudo.

    Durante todo o experimento, os animais foram mantidos em gaiolas de

    dimenses 41 x 34 x 16 cm, em salas com ciclo claro/escuro de 12 horas e

    temperatura controlada (22-25C) no biotrio da Faculdade de Odontologia de

    Ribeiro Preto - USP. Eles seguiram uma alimentao com dieta laboratorial padro

    e gua ad libitum. Todos os procedimentos foram executados de acordo com as

    normas ticas regidas pelo Colgio Brasileiro de Experimentao Animal (COBEA) e

    submetidos aprovao da Comisso de tica na Experimentao Animal da

    Instituio (Protocolo n 10.1.379.53.2).

    3.1.1. Diviso dos grupos:

    Os ratos WK e SHR foram divididos em grupos com doena periodontal

    induzida por ligaduras (DP), e grupos controle, em que a DP no foi induzida (C).

    Cada um desses 4 grupos foram divididos em 2 subgrupos, de acordo com o

  • 20

    perodo de eutansia, que foi realizada no 10 e no 21 dia do experimento

    constituindo as seguintes situaes:

    WK + DP ratos normotensos com doena periodontal (n=10);

    WK+DP com eutansia no 10 dia (n=5)

    WK+DP com eutansia no 21 dia (n=5)

    WK+C ratos normotensos sem doena periodontal (n=10);

    WK+C com eutansia no 10 dia (n=5)

    WK+C com eutansia no 21 dia (n=5)

    SHR+DP ratos hipertensos com doena periodontal (n=10);

    SHR+DP com eutansia no 10 dia (n=5)

    SHR+DP com eutansia no 21 dia (n=5)

    SHR+C ratos hipertensos sem doena periodontal (n=10);

    SHR+C com eutansia no 10 dia (n=5)

    SHR+C com eutansia no 21 dia (n=5)

    3.1.2. Registro da presso arterial:

    A presso arterial dos animais foi verificada atravs do mtodo indireto de

    pletismografia de cauda, utilizando-se um pletismgrafo adaptado para ratos. Os

    registros foram realizados por um nico operador, no perodo da manh, no incio do

  • 21

    experimento (antes da colocao da ligadura) e, depois, semanalmente, at o

    momento da eutansia dos animais. Este registro da presso arterial foi realizado

    em laboratrio especfico com controle de luminosidade e rudos para evitar o

    estresse dos animais. Assim sendo, foram considerados hipertensos apenas os

    animais que apresentaram presso arterial superior a 150 mmHg sob as condies

    supracitadas.

    3.1.3. Induo da Doena Periodontal Experimental com Ligadura

    Para a colocao da ligadura nos grupos DP, os animais foram anestesiados por

    meio de injeo intraperitoneal, com soluo de Cloridrato de Xilazina a 2% (2mg/ml)

    (Rompum - Bayer Sade Animal) e Cloridrato de Ketamina a 10% (10mg/ml)

    (Dopalen - Agribands - Brasil Ltda) nas respectivas doses de 8 mg/Kg (Xilazina) e

    75mg/Kg (Ketamina). Aps a anestesia geral, os animais foram posicionados em

    mesa operatria, a qual permitiu a manuteno da abertura bucal dos ratos,

    facilitando o acesso aos dentes posteriores da mandbula.

    Com o auxlio de uma sonda exploradora odontopeditrica (Hu-Friedy, Chicago,

    USA) para efetuar o espao adequado para insero do fio e com a ajuda do porta-

    agulha tipo castroviejo (Quinelato, Rio Claro, SP, Brasil) o fio de algodo foi

    colocado ao redor dos primeiros molares inferiores de cada animal (Fig. 1A e 1B).

    Periodicamente, foram verificados o peso corpreo e a presena das ligaduras nos

    animais. Quando constatada a perda da ligadura antes do perodo de induo e

    manuteno da doena, um novo animal era preparado para o estudo e ento

    substitudo.

  • 22

    Figura 1. A. Colocao do fio de algodo ao redor do primeiro molar mandibular com

    auxlio de porta-agulha e pina adequados. B. Ligadura instalada.

    3.1.4. Remoo da Ligadura

    Com a inteno de avaliar o reparo sseo, alguns animais tiveram suas

    ligaduras removidas antes da eutansia. Dessa forma, no 10 dia aps a induo da

    DP por ligadura, metade dos animais de cada grupo (WK+DP e SHR+DP) foi

    submetida eutansia bem como metade dos animais do grupo controle (WK+C e

    SHR+C). A outra metade teve a ligadura removida no 10 dia e a eutansia ocorreu

  • 23

    no 21 dia do experimento, tanto dos animais do grupo DP quanto dos animais do

    grupo C.

    3.1.5. Eutansia e coleta de material para as devidas anlises

    Os animais foram submetidos eutansia sob anestesia geral com soluo final

    de Cloridrato de Xilazina 2% (8mg/Kg) (Dopaser Herpate Calier, Juatuba-MG,

    Brazil) e Cloridrato de Ketamina 10% (75mg/Kg) (Agener So Paulo-SP Brazil),

    nas respectivas doses de 30 mg/Kg (Xilazina) e 240 mg/Kg (Ketamina), de acordo

    com o perodo de eutansia de cada grupo, isto , 10 ou 21 dias.

    As hemimandbulas foram dissecadas atravs de processos qumico e biolgico

    e as peas anatmicas obtidas foram acondicionadas individualmente em potes

    plsticos identificados, contendo soluo de formalina neutra tamponada 10%, a fim

    de proporcionar uma pea histolgica adequadamente preparada para ser

    escaneada no microtomgrafo.

    3.2. Microtomografia computadorizada

    A Tomografia Computadorizada (TC) uma tcnica que permite a

    visualizao de seces transversais (cortes internos) de um objeto de forma no

    destrutiva. O princpio de funcionamento do microtomgrafo de raios-X baseia-se na

    propriedade dos materiais absorverem esta radiao de forma diferenciada

    dependendo de sua composio qumica e densidade. A TC divide virtualmente o

    objeto de estudo em fatias nas quais so mapeados parmetros fsicos como a

    densidade e a porosidade de cada regio interna do objeto que so apresentadas na

    forma de imagens bidimensionais que podem ser compostas de modo a obter

  • 24

    objetos virtuais 3D, por meio de algoritmos computacionais. No caso de ossos,

    pode- se estudar a estrutura trabecular, verificar a existncia de processos de

    osteopenia ou osteoporose e medir a densidade ssea. A obteno das imagens

    tomogrficas (seces transversais) realizada em duas etapas:

    a) aquisio das imagens radiogrficas de diversas projees angulares da

    amostra ao longo de uma rotao de 180 ou 360 com passos de rotao

    muito precisos (alguns dcimos de graus);

    b) reconstruo das imagens das seces transversais a partir das imagens das

    projees angulares por meio do algoritmo de reconstruo de feixe cnico de

    Feldkamp modificado que roda no cluster de computadores. Este processo de

    reconstruo cria uma completa representao 3D da microestrutura interna

    do objeto.

    Para realizao da anlise microtomogrfica foi utilizado um aparelho modelo

    1172 (Fig. 1A do Anexo) da fabricante SkyScan (SKYSCAN N.V., Kontich,

    Belgium). As amostras foram verificadas em todos os trs planos espaciais atravs

    do aparelho modelo 1172 verso 1.5, composto por um tubo de raios-X de microfoco

    com fonte de alta tenso (100 kV), um porta-amostra com manipulador de preciso e

    um detector baseado em uma cmera CCD de 11Mp (4000 x 2300 pixels)

    conectados a um computador de controle e aquisio de dados (host) interligado em

    rede a um cluster de computadores utilizados na reconstruo das imagens.

    O escaneamento das amostras foi padronizado com um tamanho de voxel

    isotrpico de 9 m, 60 kV, 165 A, em 180, ngulo de rotao de 0.6 e filtro de Al

    0,5 mm com tempo de exposio de 540 milissegundos ou seja 0,5 segundos,

    utilizando um filtro de alumnio de 0.5 mm de espessura. As imagens de cada

    amostra foram reconstrudas a partir do pice da coroa, incluindo o processo do

  • 25

    osso alveolar com o software especfico NRECON v 1.6.3.3 em cerca de 100 a 120

    fatias de acordo com os parmetros anatmicos adotados. Os softwares CTAN v

    1.10.11.0 e DATA VIEWER v 1.4.3 e CTVOX v 2.0.0.0 foram utilizados para a

    visualizao tridimensional e a anlise qualitativa (quantitativa tambm) da anatomia

    externa e interna dos dentes e do osso alveolar. A gama completa de softwares para

    anlise quantitativa SkyScan 2D / 3D e visualizao em 3D permitiu que cada hemi-

    mandbula de cada um dos grupos fossem examinadas pelo sistema de aplicativos e

    softwares fornecidos pela SkyScan.

    As peas foram posicionadas e fixadas no porta-amostra (Fig. 1B do Anexo)

    apropriado para o equipamento, com cera utilidade, possibilitando a estabilizao a

    fim de prevenir qualquer tipo de movimentao durante o escaneamento. Aps o

    escaneamento, as projees tomogrficas foram reconstrudas com o auxlio de um

    programa especfico (N.Recon, SkyScan). Este programa gerou as imagens em

    3D. O programa DataViewer foi utilizado para visualizao e avaliao em 2D

    (medidas lineares) dos eixos coronal, transaxial e sagital bem como a definio da

    distncia da juno cemento-esmalte crista ssea nos aspectos vestibular e lingual

    dos dentes, e da regio interproximal e de furca. A posio da crista ssea alveolar

    foi determinada como o primeiro contato do osso com a superfcie radicular.

    As anlises lineares (2D) foram realizadas aps o estabelecimento de uma

    posio ideal, determinada pelo examinador. Tal posio era representada quando,

    no plano sagital, podiam-se visualizar, nitidamente, o primeiro e segundo molares,

    enquanto que no plano coronal as razes estavam completamente separadas. A

    medio da regio de furca foi realizada na imagem existente no eixo sagital, ao

    passo que a quantificao de perda ssea por vestibular, lingual e interproximal foi

    feita nas imagens no eixo transaxial.

  • 26

    Para as anlises volumtricas foi escolhido um eixo de interesse (coronal) e

    utilizado um programa especfico de anlise 3D (CTAn ).

    O objetivo das anlises volumtricas (3D) foi quantificar o volume do osso

    alveolar em duas regies distintas: interproximal entre M1 e M2 e furca do M1 e,

    para tanto, foi escolhido como ponto de partida o corte (slice) onde as quatro razes

    do primeiro molar inferior do animal foram visualizadas nitidamente. O ponto final da

    seleo foi determinado como a posio em que no era possvel visualizar mais o

    osso interradicular, delimitando dessa forma a regio a ser analisada. Com estes

    referenciais estabeleceu-se o intervalo de 100 a 120 cortes (slices) para anlise da

    rea de interesse. O retngulo foi a figura geomtrica escolhida para representar a

    regio a ser analisada; regio de interesse (ROI). Esta forma geomtrica foi

    adequada por interpolao rea a ser medida e obtivemos o volume de interesse

    (VOI).

    Todos os clculos so realizados sobre a regio e/ou volume de interesses

    selecionados. Uma seleo consistente e precisa das regies ou volumes de

    interesse de fundamental importncia para a obteno de dados precisos e

    significativos. Alguns esclarecimentos sobre a terminologia para isso til

    (http://www.skyscan.be acessado em 10/02/2013). O termo "regio de interesse", ou

    ROI, ir se referir a uma regio selecionada de uma imagem nica de seo

    transversal. A anlise 2D realizada dentro de um ROI. O "volume de interesse"

    refere-se soma de todos os ROIs coletivos sobre um conjunto contguo de fatias

    de imagem de seo transversal, representando um volume 3D selecionado. Dessa

    forma, as anlises morfomtricas em 3D so realizadas em um VOI.

    Em seguida procedemos a binarizao para diferenciar o osso do restante do

    tecido. Esse processo consiste na escolha de um valor limiar para os pixels

  • 27

    (threshold), que ser aplicado imagem. Todos os pixels cujos valores forem

    maiores ou iguais aos do limiar sero convertidos em um valor denominado

    saturado. Em uma imagem digital com resoluo de 8 bits, este valor saturado vale

    255. De forma anloga, todos os pixels com valores inferiores aos do limiar sero

    convertidos em 0 (zero). O resultado uma imagem em preto e branco, onde a fase

    branca corresponde ao tecido sseo e a fase preta ao restante do tecido (no

    quantificado). Os parmetros obtidos dependem muito dos valores de threshold

    utilizados nas imagens binarizadas (Lima et al., 2009).

    Determinados o limite inferior em 40 e o limite superior em 160 (grayscale

    threshold 0-255), a mesma binarizao foi usada para todas as amostras.

    Recapitulando tem-se que cada fatia tomogrfica considerada como

    representativa de uma poro volumtrica da amostra, com a espessura do tamanho

    idntico ao do lado do pixel da imagem. Empilhando-se essas fatias no espao,

    obtm-se um slido tridimensional representativo da amostra de osso. A primeira

    etapa na construo do slido tridimensional representativo da amostra de osso a

    identificao de quais pixels de cada fatia tomogrfica fazem parte da estrutura

    ssea e quais pixels representam vazios. Esse processo, chamado de segmentao

    ou binarizao (Fig. 2), foi realizado tomando-se, primeiramente, uma pequena

    regio de uma das fatias, contendo parte do osso e parte de vazio. Ento,

    comparando-se os valores dos nveis de cinza com a imagem, optou-se por assumir

    o valor 160 como limiar. Ou seja, pixels com valor de cinza maior que 160 foram

    considerados espaos vazios e valores menores que 40 foram considerados osso.

  • 28

    Figura 2. Imagem da segmentao binria da rea de interesse. A. Representa a imagem

    real. B. a imagem binarizada de A.

    3.2.1. Anlise das medidas unidimensionais (2D)

    As medidas lineares foram produzidas por meio do software DataViewer

    (Skyscan), onde possvel a visualizao em trs eixos ao mesmo tempo: sagital,

    coronal e transaxial. Para avaliar a perda ssea alveolar, as distncias da juno

    cemento-esmalte (JCE) crista ssea alveolar (CO) foram medidas em micrmetros

    (m) em quatro locais distintos entre os primeiros (M1) e os segundos molares (M2)

    mandibulares. Uma linha imaginria foi traada tangenciando a crista ssea tanto na

    furca do M1 quanto na regio interproximal entre M1 e M2; perpendicularmente uma

    linha vertical cruzou a linha horizontal formando um ngulo de 90, assim foi da JCE

    crista ssea por vestibular (COV) = JCE-COV; da JCE crista ssea por lingual

    (COL) = JCE-COL; do ponto de contato (PC) entre o primeiro e segundo molar e a

    crista ssea interproximal (COI); e da regio de bifurcao (furca) do primeiro molar,

    medida correspondente distncia entre o teto da furca e a crista ssea

    interradicular (Fig. 3A e 3B). As imagens abaixo exemplificam como foi realizada a

    marcao para as distncias avaliadas:

  • 29

    Figura 3. A. Eixo sagital ilustrando a medida linear da regio de furca no primeiro molar e

    medida da regio interproximal entre o M1 e M2. B. Eixo transaxial ilustrando as duas

    medidas lineares JCE-COV e JCE-COL. M1= primeiro molar mandibular; M2= segundo

    molar mandibular; M3= terceiro molar mandibular; JCE= juno cemento-esmalte; CO=

    crista ssea.

    3.2.2. Anlise das medidas volumtricas ou tridimensionais (3D)

    Para a captura das imagens (Fig. 4) utilizadas na construo dos parmetros

    volumtricos utilizou-se os softwares do fabricante do microtomgrafo (Data Viewer

    e CTAnalyser). Abaixo podemos observar as telas explicativas de cada etapa da

    seleo das imagens at chegar gerao das medidas e das imagens em 3D (ver

    figuras no Anexo).

  • 30

    Figura 4. Imagem da tela inicial do aplicativo Data Viewer. Primeiro passo para iniciar a

    construo do volume da regio de interesse, possibilita visualizar os trs eixos de

    orientao da pea anatmica. A: Eixo coronal; B: Eixo transaxial; C: Eixo sagital.

    Com os trs eixos alinhados, o eixo coronal (A) foi o escolhido para se realizar

    a medio volumtrica. Esta escolha foi baseada na facilidade em se obter um guia

    para a reproduo em todas as amostras. Uma vez que a possibilidade de se

    desenhar um polgono no qual todos os lados tangenciassem as razes do primeiro

    molar mandibular era mais reproduzvel e confivel. A metodologia da escolha de

    uma figura geomtrica para anlise da regio de interesse est documentada na

    literatura (Xu et al., 2013).

    Escolhido o eixo sagital, foi necessrio abrir o software (aplicativo) CTan

    (Fig. 5) para o incio da escolha das ferramentas que auxiliaram na construo dos

    parmetros morfomtricos de volume sseo.

  • 31

    A escolha do Top e do Bottom (Fig. 5) foi o prximo passo para selecionar

    a quantidade de fatias (slices) que compem a regio de interesse (ROI). O top,

    primeiro slice selecionado escolhido quando as quatro razes do primeiro molar

    esto aparecendo nitidamente; o bottom, ltimo slice selecionado escolhido

    quando a imagem das razes se funde, no mais possibilitando a visualizao da

    parte ssea na regio de interesse. O ROI representado nesse estudo foi composto

    de uma quantidade de cem a cento e vinte slices e depois disso uma figura

    geomtrica na forma de um retngulo (Fig. 6) foi selecionada para propiciar a

    interpolao dos ROIs, ou seja, faz-los unidos em uma s estrutura, para permitir o

    clculo em 3D dos ndices volumtricos. A escolha do eixo coronal, como dito

    anteriormente, foi decisiva para a escolha da regio anatmica a ser analisada.

    Aps a interpolao dos ROIs, foi realizado o processamento da imagem (Fig.

    7) e por fim, a gerao dos dados volumtricos para a posterior confeco das

    imagens em 3D.

  • 32

    Figura 5: Imagem da tela inicial do aplicativo CTAnalyser. Selecionando o Top e Bottom para a criao do ROI.

  • 33

    Figura 6. Imagem da escolha da forma geomtrica. O retngulo vermelho o guia para direcionar o local da regio de interesse (ROI). Ele deve ficar posicionado de tal modo que

    os seus lados possam tocar a face de cada uma das razes, em todos os slices que

    compem o ROI.

    Figura 7. Imagem ilustrativa da barra de ferramentas. Depois da interpolao do ROI necessrio fazer o processamento da imagem (A) em processed images indicado pelo crculo vermelho. Prxima etapa deve-se selecionar o cone indicado pela seta azul (B) e a anlise 3D ser inicializada (C).

  • 34

    O clculo do volume da regio de interesse foi feito atravs do aplicativo

    CTan que atravs do selecionamento prvio dos parmetros de interesse (Fig. 8),

    nos fornece em uma tabela os dados requeridos e suas respectivas unidades de

    medida.

    Com os dados de cada parmetro calculados, foi possvel construir a imagem

    tridimensional da rea de interesse (Fig. 2 do Anexo) bem como da rea total da

    amostra (Fig. 3 do Anexo) com a utilizao do aplicativo CTVOX.

  • 35

    Figura 8. Selecionados os parmetros de interesse, os resultados aparecem em uma tabela

    contendo cada parmetro calculado pelo CTAnalyser e sua respectiva unidade de medida.

  • 36

    3.3. Anlise estatstica

    A anlise estatstica foi feita utilizando-se o programa GraphPad Prism 5.0,

    (GraphPad Software Inc., La Jolla, CA, USA). Ademais, os dados foram registrados

    como mdia e seus respectivos desvios-padro para os parmetros lineares e

    volumtricos e a unidade experimental foi o rato. Para seleo do teste estatstico

    adequado foram realizados testes de homogeneidade e homocedasticidade. A

    anlise estatstica foi realizada atravs da aplicao de testes paramtricos. Para a

    comparao entre os resultados obtidos no grupo controle (C), no grupo teste (DP) e

    nos diferentes tempos de eutansia (10 e 21 dias) foi aplicado o teste de anlise de

    varincia (One Way ANOVA) seguido do ps-teste de Tukey. Para todas as anlises

    estatsticas, foi adotado nvel de significncia de 95% (p

  • 37

    RESULTADOS

  • 38

    4. RESULTADOS

    A parte experimental envolvendo os animais transcorreu de maneira tranquila,

    sem grandes intercorrncias. Cada grupo deste estudo teve um n= 5. Desse modo,

    se um animal morresse antes do perodo indicado para sua eutansia, um novo

    animal de caractersticas semelhantes (idade, peso, raa) era introduzido no estudo,

    para que ao final da parte experimental cada um dos oito grupos permanecesse com

    cinco animais.

    4.1. Medidas Lineares

    Os resultados das medidas lineares foram extrados de uma imagem

    bidimensional de uma fatia nica escolhida por ser a mais representativa para

    detectar a perda ssea alveolar (Fig. 3A e 3B).

    Os parmetros avaliados para medir POA (perda ssea alveolar) foram:

    A) Furca - distncia do teto da furca crista ssea interradicular do M1.

    B) Vestibular - distncia da JCE (juno cemento-esmalte) crista ssea por

    vestibular = JCE-COV

    C) Lingual - distncia da JCE crista ssea por lingual = JCE-COL

    D) Interproximal - Ponto de contato entre M1 e M2 crista ssea alveolar

    interproximal = PC-COI

    Os valores de todas as mensuraes, bem como os resultados que se

    mostraram estatisticamente significante (p

  • 39

    Figura 9. Nvel sseo alveolar para os grupos SHR e WK. As medidas

    indicam a distncia mdia entre o teto da furca e a crista ssea interradicular (m)

    de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de

    21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por

    ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise intragrupo mostra maior perda

    ssea nos grupos DP quando comparados aos grupos C (p

  • 40

    Figura 10. Nvel sseo alveolar para os grupos SHR e WK. As medidas

    indicam a distncia entre a JCE-COV (m) de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia

    aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de

    10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta.

    A anlise intragrupo mostra maior perda ssea nos grupos DP quando comparados

    aos grupos C. A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21

    dia foi observada somente no grupo SHR-DP (p

  • 41

    Figura 11. Nvel sseo alveolar para os grupos SHR e WK. As medidas

    indicam a distncia entre a JCE-COL (m) de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia

    aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de

    10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta.

    A anlise intragrupo mostra maior perda ssea no grupo DP quando comparado ao

    grupo C somente nos ratos SHR com eutansia no 21 dia (p

  • 42

    Figura 12. Nvel sseo alveolar para os grupos SHR e WK. As medidas

    indicam a distncia entre o PC-COI (m) de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia

    aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de

    10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta.

    A anlise intragrupo mostra maior perda ssea nos grupos DP quando comparados

    aos grupos C em ambos os ratos SHR e WK aos 21 dias (p

  • 43

    Tabela 1. Mdias e desvios-padro (m) dos parmetros lineares do grupo Wistar Kyoto (WK) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias.

    GRUPO WK (10 dias) GRUPO WK (21 dias)

    Parmetro C DP C DP

    Furca (m) 112,131,77 468,7895,21* 185,5844,50 667,87220,16

    JCE-COV (m) 386,656,34 1136,64255,13* 502,692,70 1539,7218,89

    JCE-COL (m) 780,96178,01 862,14143,10 908,54120,71 961,7155,93

    PC-COI (m) 978,12228,56 1174,325153,33 954,94189,71 1511,16248,37

    JCE: juno cemento esmalte; COV: crista ssea vestibular; COL: crista ssea lingual; PC: ponto de contato; COI: crista ssea interproximal; C: controle; DP: doena periodontal. * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 44

    4.2. Medidas Volumtricas

    Para a quantificao dos parmetros volumtricos, que so a soma de um

    conjunto de cortes previamente selecionados e determinados de acordos com

    alguns pontos de referncia, neste caso foram pontos anatmicos (razes dos

    dentes), foi realizada a avaliao em dois locais distintos: a rea da regio de furca

    do M1 mandibular e a rea da regio interproximal entre M1 e M2 da mandbula.

    Para uma fcil compreenso dos resultados, os valores numricos foram

    distribudos em tabelas e para uma melhor visualizao, foram confeccionados

    grficos (um da regio de furca e outro da regio interproximal) para cada parmetro

    tridimensional avaliado.

    As tabelas contm os grupos (WK e SHR) com os respectivos tempos de

    eutansia (10 e 21 dias) e cada parmetro e sua respectiva unidade de medida. Os

    valores para os quais houve diferena estatisticamente significante esto

    devidamente assinalados nos grficos a seguir.

  • 45

    Tabela 3: Mdias e desvios-padro dos parmetros volumtricos de furca dos grupos Wistar Kyoto (WK) e Spontaneously Hypertensive Rats (SHR) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias dos grupos controle (C) e doena periodontal (DP).

    Grupo WK (10 dias) Grupo WK (21 dias) Grupo SHR (10 dias) Grupo SHR (21 dias)

    Parmetro C DP C DP C DP C DP

    Volume

    Tecidual

    (VT, mm)

    1,040,08

    1,090,14

    1,230,13

    1,080,17

    1,070,08

    1,160,13 0,950,21 1,230,16

    Volume

    sseo (VO,

    mm)

    0,710,08 0,530,12 0,900,13 0,580,05 0,850,06 0,730,05 0,770,13 0,610,14

    VO/VT (%) 68,056,37 52,442,76* 73,265,46 54,365,51 79,602,72 60,523,55* 81,755,73 49,446,04

    Superfcie

    Tecidual

    (mm)

    6,940,21 7,080,53 7,550,54 7,000,76 7,150,29 7,440,66 6,571,01 7,820,55

    Superfcie

    ssea

    (SO, mm)

    15,731,36 15,672,18 17,541,90 14,190,19 12,540,62 16,713,17 11,342,76 13,942,79

    * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 46

    Tabela 3 (Continuao): Mdias e desvios-padro dos parmetros volumtricos de furca dos grupos Wistar Kyoto (WK) e Spontaneously Hypertensive Rats (SHR) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias dos grupos controle (C) e doena periodontal (DP).

    Grupo WK (10 dias) Grupo WK (21 dias) Grupo SHR (10 dias) Grupo SHR (21 dias)

    Parmetro C DP C DP C DP C DP

    Superfcie de

    Interseo

    (mm)

    2,890,49 1,680,30* 3,180,22 2,010,27 3,410,12 2,550,49 3,530,46 2,180,26

    SO/VO (mm-1)

    22,492,83

    30,022,99*

    19,532,06

    24,521,89

    14,720,99

    24,940,70*

    14,641,58

    22,962,10

    SO/VT (mm-1) 15,170,54 14,441,31 14,230,41 13,361,93 11,710,58 14,351,31 11,900,52 11,321,47

    Espessura de

    trabeculado

    (mm)

    0,140,01 0,120,01 0,150,01 0,130,00 0,200,03 0,150,03* 0,190,02 0,130,01

    * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 47

    Tabela 3 (Continuao): Mdias e desvios-padro dos parmetros volumtricos de furca dos grupos Wistar Kyoto (WK) e Spontaneously Hypertensive Rats (SHR) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias dos grupos controle (C) e doena periodontal (DP).

    Grupo WK (10 dias) Grupo WK (21 dias) Grupo SHR (10 dias) Grupo SHR (21 dias)

    Parmetro C DP C DP C DP C DP

    Nmero de

    trabculas

    (mm-1)

    4,700,14 4,160,47 4,910,10 4,350,51 4,040,50 4,780,15 4,330,22 3,740,48

    Espao entre

    trabculas

    (mm)

    0,120,02 0,150,01 0,110,03 0,140,01 0,130,02 0,130,02 0,120,03 0,300,01

    Porosidade

    (%) 31,956,37 51,357,92* 26,745,46 45,645,51 20,412,22 43,597,54* 18,255,73 50,566,04

    * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 48Tabela 4: Mdias e desvios-padro dos parmetros volumtricos da regio interproximal dos grupos Wistar Kyoto (WK) e Spontaneously Hypertensive Rats (SHR) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias dos grupos controle (C) e doena periodontal (DP).

    GrupoWK(10dias) GrupoWK(21dias) GrupoSHR(10dias) GrupoSHR(21dias)

    Parmetro C DP C DP C DP C DP

    Volume

    Tecidual

    (VT,mm)

    3,990,33 3,730,28 3,880,62 4,740,65 4,740,61 5,290,34 5,130,55 5,170,36

    Volumesseo

    (VO,mm)1,660,12 1,080,18* 1,550,23 1,790,23 2,480,12 1,490,14* 2,080,30 1,460,11

    VO/VT(%) 41,612,06 29,07 4,18* 40,19 4,67 34,02 3,68 42,76 6,44 28,22 2,78* 43,90 3,74 28,172,12

    Superfcie

    Tecidual

    (mm)

    16,861,00 16,160,77 16,781,60 18,881,62 18,861,31 20,211,01 18,671,48 20,060,98

    Superfcie

    ssea

    (SO,mm)

    31,853,87 30,147,24 28,113,26 37,445,89 33,425,68 34,472,62 32,774,31 30,873,03

    * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 49

    Tabela 4 (Continuao): Mdias e desvios-padro dos parmetros volumtricos da regio interproximal dos grupos Wistar Kyoto (WK) e Spontaneously Hypertensive Rats (SHR) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias dos grupos controle (C) e doena periodontal (DP).

    GrupoWK(10dias) GrupoWK(21dias) GrupoSHR(10dias) GrupoSHR(21dias)

    Parmetro C DP C DP C DP C DP

    Superfciede

    Interseo

    (mm)

    6,960,75 4,970,65* 6,630,71 5,320,70 7,110,98 5,121,24* 7,120,98 5,170,39

    SO/VO(mm1) 19,252,01 23,19 0,69 18,20 1,13 20,98 1,43 16,64 2,10 23,25 2,34* 15,81 0,44 21,221,33

    SO/VT(mm1) 8,000,82 7,36 1,75 7,29 0,63 7,14 0,97 7,02 0,33 6,53 0,65 6,94 0,64 5,970,48

    Espessurade

    trabeculado

    (mm)

    0,230,02 0,200,02 0,250,00 0,200,01 0,240,02 0,190,03* 0,250,03 0,190,00

    * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 50

    Tabela 4 (Continuao): Mdias e desvios-padro dos parmetros volumtricos da regio interproximal dos grupos Wistar Kyoto (WK) e Spontaneously Hypertensive Rats (SHR) com tempo de eutansia aos 10 e aos 21 dias dos grupos controle (C) e doena periodontal (DP).

    GrupoWK(10dias) GrupoWK(21dias) GrupoSHR(10dias) GrupoSHR(21dias)

    Parmetro C DP C DP C DP C DP

    Nmerode

    trabculas

    (mm1)

    1,780,13 1,450,28 1,580,17 1,680,24 1,740,13 1,460,17 1,780,22 1,510,09

    Espaoentre

    trabculas

    (mm)

    0,510,06 0,560,06 0,530,07 0,580,04 0,510,06 0,630,05 0,530,05 0,700,04

    Porosidade

    (%)58,392,07 70,934,18* 59,814,67 65,983,68 57,246,45 71,782,78* 56,103,74 71,832,12

    * Diferena estatisticamente significante de C (10 dias) (ANOVA, Tukey, p

  • 51

    Figura 13. Volume tecidual (mm) para os grupos SHR e WK. As medidas indicam o volume total de interesse na regio de furca (A) e interproximal, entre M1 e M2 (B), de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. No

    foram observadas diferenas estatisticamente significantes nas anlises intra e intergrupos (p>0,05). As barras representam

    mdias desvios-padro (mm) do volume tecidual. *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 52

    Figura 14. Volume sseo (mm3) na regio de furca (A) e interproximal, entre M1 e M2 (B). As medidas indicam o volume sseo, volume total binarizado dentro do VOI, de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias

    correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise entre

    os grupos C e DP mostrou diferenas estatisticamente significantes para WK aos 21 dias na regio de furca e para todos os

    grupos, exceto para WK aos 21 dias na regio interproximal. A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21

    dia foi observada somente para (B) no grupo WK-DP. As barras representam mdias desvios-padro (mm3) do volume sseo na

    regio A e B. *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 53

    Figura 15. Superfcie do tecido (mm2) para os grupos SHR e WK. As medidas indicam a rea de superfcie do volume de interesse de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos

    de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise intragrupo e a progresso da DP

    aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia no demostraram diferenas com relevncia significativa. As barras

    representam mdias desvios-padro (mm2) da superfcie do tecido nas regies de furca (A) e interproximal (B). *Nvel de

    significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 54

    Figura 16. Superfcie ssea (mm2) para os grupos SHR e WK. As medidas indicam a rea de todos os objetos slidos dentro do VOI de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. A anlise intragrupo no mostrou diferena estatstica para as regies furca (A) e interproximal (B). A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia para este parmetro tambm no foi observada. As barras representam mdias desvios-padro (mm2) da superfcie ssea na regio A e B.

    *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 55

    Figura 17. Superfcie de interseo (mm2) para os grupos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo

    desta. As medidas indicam a superfcie do VOI entrecortado por objetos binarizados slidos, isto , a parte da superfcie do VOI na

    qual as partculas sseas se cruzam, na interface do trabeculado sseo. A anlise intergrupo (C e DP) mostrou diferenas significantes no grupo SHR e WK aos 10 dias na regio de furca (A) alm do grupo WK aos 10 dias e nos grupos SHR e WK aos 21 dias na regio interproximal (B). A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia no foi observada. As barras representam mdias desvios-padro (mm2) da superfcie de interseo na regio A e B. *Nvel de significncia foi

    considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 56

    Figura 18. Relao entre a superfcie ssea (SO) e o volume total (VT) (1/mm) para os grupos SHR e WK. As medidas indicam a proporo entre a rea de superfcie e o volume total medido dentro do VOI, na regio de furca (A) e na regio interproximal (B),

    nos tempos de 10 e 21 dias para ratos SHR e WK. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena

    periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise estatstica mostrou diferena significante apenas para

    o grupo SHR-DP entre o 10 e o 21 dia demonstrando a progresso da DP 11 dias aps a remoo da ligadura. As barras

    representam mdias desvios-padro (mm-1) da proporo SO/VT nas duas regies avaliadas furca e interproximal. *Nvel de

    significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 57

    Figura 19. Relao entre a superfcie ssea (SO) e o volume sseo (VO) (1/mm) para os grupos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. As medidas indicam a razo entre a superfcie do osso com o volume medido em 3D no VOI, nas

    regies de furca (A) e interproximal (B). Denominada tambm de superfcie especfica um parmetro til para caracterizar a

    espessura e complexidade das estruturas sseas. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena

    periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise intragrupo (entre 10 e 21 dias) mostrou diferena

    estatisticamente significante somente para WK-DP em A. A anlise intergrupos (C e DP) mostrou diferena estatisticamente

    significante em A com SHR aos 10 e 21 dias; WK aos 10 dias e em B com SHR aos 10 e 21 dias. As barras representam mdias

    desvios-padro (mm-1) da proporo SO/VO nas duas regies avaliadas furca e interproximal. *Nvel de significncia foi

    considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 58

    Figura 20. Relao entre o volume sseo (VO) e o volume total (VT) medidos em porcentagem para os grupos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. As medidas indicam a proporo do VOI ocupado por osso. Os valores de 21 dias

    correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise

    intergrupos mostrou diferena estatisticamente significante em todos os grupos em A (regio de furca) e nos grupos SHR aos 10 e

    21 dias e WK aos 10 dias em B (regio interproximal). A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia no

    foi observada. As barras representam mdias desvios-padro (%) da proporo VO/VT na regio de furca e na regio

    interproximal. *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 59

    Figura 21. Nmero de trabculas (Tb.N) (1/mm) para os grupos SHR e WK. A estrutura de densidade linear ou nmero trabecular implica o nmero de transversais atravs de uma estrutura trabecular feito por unidade de comprimento em um caminho

    linear aleatrio atravs do VOI de ratos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias

    correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise

    intragrupo e intergrupos no mostrou diferena estatisticamente significante para nenhuma regio avaliada em A (furca) nem em B

    (interproximal). As barras representam mdias desvios-padro (mm-1) do Tb. N nas regies analisadas. *Nvel de significncia foi

    considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 60

    Figura 22. Espessura de trabculas (Tb.Th) (mm) para os grupos SHR e WK ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura, medidos na regio da furca (A) e na regio interproximal entre M1 e M2 (B). As medidas indicam a espessura trabecular ssea no

    qual a principal vantagem da medio da espessura local que o vis da orientao 3D da estrutura mnimo. A distribuio de

    espessura um poderoso mtodo para caracterizar a forma de uma estrutura complexa, no caso o osso trabecular. Os valores de

    21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A

    anlise intergrupos (C e DP) mostrou diferena estatisticamente significante apenas para os grupos SHR aos 10 e aos 21 dias

    tanto para regio A quanto para regio B. A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia no foi

    observada para nenhum grupo em nenhuma das regies avaliadas. As barras representam mdias desvios-padro (mm) para

    Tb.Th nas regies avaliadas. *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 61

    Figura 23. Espao entre trabculas (Tb.Sp) (mm) para os grupos SHR e WK na regio de furca (A) e na regio interproximal (B). As medidas indicam a separao trabecular que essencialmente a espessura dos espaos definidos pela binarizao dentro do

    VOI. As medidas foram realizadas ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos

    efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise intergrupos (C e DP)

    mostrou diferena estatisticamente significante para SHR aos 21 dias tanto para regio A quanto para regio B. A progresso da

    DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia foi observada somente no grupo SHR-DP na regio de furca. As barras

    representam mdias desvios-padro (mm) do Tb.Sp nas regies avaliadas. *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova,

    Tukey, p

  • 62

    Figura 24. Porosidade total (%) para os grupos SHR e WK na regio de furca (A) e na regio interproximal (B). A porosidade total o volume de todos os poros (abertos e fechados) como uma percentagem do volume total do VOI. As medidas foram realizadas

    ao 10 e ao 21 dia aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena

    periodontal induzida por ligadura e 11 dias aps a remoo desta. A anlise intergrupos (C e DP) mostrou diferena

    estatisticamente significante para todos os grupos tanto para regio A quanto para regio B; exceto WK aos 21 dias na regio

    interproximal. A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia no foi observada somente no grupo SHR-

    DP na regio de furca. As barras representam mdias desvios-padro (%) da porosidade nas regies avaliadas. *Nvel de

    significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 63

    Figura 25. Densidade Mineral ssea (DMO) para os grupos SHR e WK na rea total (furca e interproximal). A densidade mineral ssea quantidade de minerais encontrada nos ossos e pode ser medida em qualquer osso do corpo. As medidas foram realizadas ao 10 e ao 21 dia

    aps a colocao da ligadura. Os valores de 21 dias correspondem aos efeitos de 10 dias de doena periodontal induzida por ligadura e 11

    dias aps a remoo desta. A anlise intergrupos (C e DP) mostrou diferena estatisticamente significante para todos os grupos. A progresso da DP aps a remoo da ligadura entre o 10 e o 21 dia no foi observada. A. No grfico as barras representam mdias desvios-padro (em %) da DMO nas regies avaliadas. B. A tabela mostra os valores numricos expressos como mdias desvios-padro em porcentagem. *Nvel de significncia foi considerado 95% (Anova, Tukey, p

  • 64

    De todos os parmetros analisados os mais representativos para detectar a

    perda ssea alveolar neste modelo de estudo foram:

    Na avaliao em 2D (medidas lineares ou bidimensionais):

    - Furca e JCE-COV.

    Na avaliao dos parmetros 3D (medidas volumtricas ou tridimensionais):

    - Relao entre a superfcie ssea (SO) e o volume sseo (VO) (expressa

    como 1/mm); relao entre o volume sseo (VO) e o volume total (VT) expressa em

    porcentagem; a porosidade (PO) e a densidade mineral ssea ambas expressas em

    porcentagem.

    A diferena percentual entre os mtodos de avaliao propostos neste estudo

    foi calculada e o resultado mostrado no grfico abaixo.

    Figura 26. Diferena percentual em relao ao mtodo de medida (bidimensional ou

    tridimensional) utilizado para avaliao perda ssea alveolar decorrente da doena periodontal

    induzida.

  • 65

    DISCUSSO

  • 66

    5. DISCUSSO

    Este estudo apresentou uma tcnica 3D que permite ilustrar o estado do osso

    alveolar em um modelo em ratos sem ligadura (controle) e com periodontite

    experimental induzida por ligadura (DP) alm de fornecer dados sobre as alteraes

    sseas alveolares lineares e volumtricas, que ocorreram durante o experimento.

    Foi demonstrado que a perda de osso alveolar ocorreu em ambos os grupos com

    doena periodontal. Isto sugere que a infeco periodontal deve contribuir para o

    desenvolvimento de perda de massa ssea, independentemente da presena do

    estado de hipertenso (ratos SHR) ou no (ratos WK).

    Muitos estudos j demonstraram a relao da infeco patognica com a

    perda ssea alveolar como Polak e colaboradores (2009), que descobriram que uma

    infeco polimicrobiana com P. gingivalis / F. nucleatum agravou a perda ssea

    alveolar e induziu uma resposta inflamatria mais forte em comparao com o

    observado aps infeco monobacteriana. Isto sugere que a destruio do tecido se

    mantm aps a infeco periodonto-patgena ser erradicada e que o processo de

    destruio mediado pela resposta do hospedeiro.

    A ligadura pode causar perda significativa no trabeculado sseo alveolar,

    resultando em uma maior perda ssea e deteriorao da microestrutura ssea

    alveolar. Sobre os achados clnicos do presente estudo na anlise intra-grupo, os

    grupos DP mostraram perda ssea superior, aps 10 dias da colocao da ligadura

    em relao ao grupo controle, indicando que o mtodo de ligadura foi eficiente para

    induzir periodontite. Este resultado est de acordo com Bastos et al. (21) que

    verificaram que h maior perda ssea na rea de bifurcao, bem como a espcie

    SHR apresentou graves alteraes no osso alveolar, independentemente da

  • 67

    inflamao. Aos 21 dias, os grupos DP mostraram um aumento da perda de massa

    ssea acumulada em comparao com o grupo controle, indicando que eles no

    apresentaram formao ssea na fase no-ligadura deste estudo. No entanto,

    verificou-se uma perda ssea mais elevada entre 10 e 21 dias apenas no grupo

    SHR-DP. De qualquer modo pode-se observar com este estudo que a

    microtomografia computadorizada um mtodo capaz de detectar a perda ssea e

    que esta pode ser interpretada de diversas maneiras dependendo do local ou stio

    escolhido e tambm do modo como a anlise feita atravs dos diversos recursos

    que os aplicativos do mtodo escolhido (SKYSCAN-BRUKER) oferecem.

    Esse trabalho fez a avaliao da perda ssea alveolar pela doena

    periodontal, utilizando um modelo de estudo em ratos por meio da anlise

    microtomogrfica. de conhecimento geral que o mtodo mais frequente de

    mensurao da perda ssea em estudos em animais a anlise histolgica. No

    entanto, estas tem limitada capacidade de identificar os nveis sseos associados

    com os tecidos saudveis e os associados doena periodontal. Para minimizar

    esta limitao o estudo de Fernandes et al. (2007) comparou os procedimentos de

    medida da altura ssea histolgica e morfomtrica e nos resultados os autores

    definiram que para a realizao de medidas lineares, ambas as anlises histomtrica

    (histolgica) e morfomtrica so capazes de detectar diferenas induzida por

    ligadura em altura ssea em ratos. Os autores supracitados esto de acordo com

    este estudo quando mostram que a anlise histomorfomtrica atravs da anlise de

    micro-CT capaz de detectar perda ssea alveolar; no necessitando de estudo

    histolgico para confirmao dos dados. Alis, uma das grandes vantagens do

    sistema de micro-CT justamente que este um sistema de avaliao no

    destrutivo.

  • 68

    Pode-se dizer que a histologia um mtodo complementar anlise 3D. Sua

    importncia se d no momento que traz informaes qualitativas do processo

    biolgico envolvido com inflamao e alteraes teciduais. (Lindhe et al., 2003;

    Molinaro et al., 2010).

    A cicatrizao ssea alveolar foi examinada quantitativamente por imagens

    tomogrficas atravs da micro-CT. No presente trabalho a maior dificuldade

    encontrada foi a de se estabelecer uma forma precisa para quantificar o osso

    perdido na regio de furca e na interproximal, uma vez que o que foi medido era o

    espao onde no havia mais osso, ou seja, o osso calculado era o remanescente da

    perda ssea alveolar. O que foi perdido no foi possvel, nesse modelo de estudo,

    de ser mensurado, contudo conseguiu-se calcular quantitativa e qualitativamente o

    osso remanescente aps a presena da doena periodontal induzida por ligadura.

    Desde o seu desenvolvimento inicial a microtomografia (micro-CT) tornou-se

    uma ferramenta importante para a anlise da morfologia ssea, principalmente para

    o osso esponjoso/trabecular. Parmetros estereolgicos tm sido usados como uma

    estimativa para a arquitetura do osso trabecular. (Estereologia = estudo das partes

    slidas dos corpos vivos). A microestrutura da rede trabecular frequentemente

    medida usando medidas tais como frao de volume de osso (BV/TV), nmero

    trabecular (Tb.N), espessura trabecular (Tb.Th), separao trabecular (Tb.Sp), e

    para a proporo entre a superfcie ssea e o volume sseo (BS/BV).

    Como dito anteriormente, o sistema de micro-CT foi introduzido pela primeira

    vez por Feldkamp et al. (1989). Este sistema foi validado como um mtodo de

    anlise 3D por Muller et al. (1998) ao demonstrar a boa correlao entre os

    resultados da anlise em 3D com a consolidada histologia 2D. Este mtodo de

    anlise permite medies em 3D de quantidade ssea e uma avaliao da

  • 69

    arquitetura e da microestrutura do osso, que so importantes para a estimativa da

    durabilidade e fora ssea, por exemplo. Ambos os mtodos de anlise so teis na

    verificao dos parmetros morfomtricos, porm uma desvantagem a respeito da

    anlise histolgica, segundo Chackartchi et al. (2011) que ela baseada num

    clculo quantitativo de uma imagem 2D, feita a partir da poro central da amostra, e

    assim isto est em contraste com a anlise de micro-CT, o qual feita a partir do

    volume total da amostra, e, portanto, mais completa neste aspecto.

    Finalmente, em todos os casos a escolha de parmetros de verificao deve

    basear-se em particular na avaliao dos resultados relevantes para a questo de

    pesquisa de interesse. Alguns autores (Kim et al.,2004; Verdelis et al., 2011) indicam

    que as medies morfomtricas no devem ser diretamente comparadas entre os

    sistemas de micro-CT. Alm disso, certas condies, incluindo a dimenso do voxel,

    para estudos de morfometria ssea trabecular em ratos devem ser escolhidas com

    base no sistema de micro-CT especfico e as medies de interesse principal

    (dependente do fabricante). Da a dificuldade no momento da comparao dos

    estudos que utilizam o mtodo da microtomografia computadorizada para medio

    ssea.

    Polak et al. (2009) demonstraram que o modelo experimental de estudo para

    doena periodontal em ratos um modelo bem aceito, o qual mimetiza as

    caractersticas reais da doena periodontal. O objetivo dos autores foi alcanado no

    que diz respeito ao estabelecer um modelo animal de infeco poli-microbiana para

    o estudo da patognese da doena periodontal. Alm disso, a literatura tem

    mostrado previamente que a tecnologia de micro-CT mais sensvel do que o

    mtodo de anlise bidimensional (Wilensky et al., 2005). Essa tcnica para avaliao

    volumtrica de perda ssea alveolar em ratos relativamente simples e precisa e,

  • 70

    devido sua alta sensibilidade, permite ao investigador reduzir o nmero de animais

    necessrios em cada grupo experimental.

    Diversos autores (Engelke et al., 1996; Genant et al., 1996; Croucher et al.,

    1996; Schneider et al., 2007) acreditam que a anlise morfomtrica ultraestrutural

    dos fentipos e o estudo das relaes entre os fentipos de osso em diferentes

    nveis de hierarquia abriro novas perspectivas na avaliao da qualidade ssea em

    todos os nveis da hierarquia de osso, em particular, h a hiptese de que a previso

    da mecnica do osso possa ser melhorada em certas doenas. Comparando os

    resultados obtidos pela histomorfometria tradicional e a micro-CT, ao analisar o

    enxerto de seio maxilar em humanos, com Biogran e osso autgeno, Trisi e

    colaboradores (2006) observaram que os valores da quantidade de osso

    mineralizado obtidos por ambas as tcnicas foram similares para todas as amostras,

    sem diferen