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APOSENTADORIA ESPECIAL NO RPPS Dra. Fiorella Ignacio Bartalo

APOSENTADORIA ESPECIAL NO RPPS - ELO EVENTOS ... · Súmula Vinculante 33 “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre

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APOSENTADORIA ESPECIAL NO RPPSDra. Fiorella Ignacio Bartalo

Artigo 40 da CF/88 Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aosabrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, oscasos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridadefísica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Mandado de Injunção

É uma ação constitucional de natureza mandamental, destinada a viabilizar o exercício dos direitosconstitucionais dos servidores públicos que trabalham sob condições prejudiciais de obter a denominadaaposentadoria especial;

Mandados de injunção coletivos impetrado por entidades representativas: MI nº 361 no STF reconheceu alegitimidade ativa; e Mandados de injunção individuais;

Objetivo: regulação do direito à aposentadoria especial, removendo o obstáculo existente em razão daausência da norma regulamentadora, viabilizando o direito à aposentadoria especial com base no artigo 57da Lei n. 8.213/91, até que seja editada a Lei Complementar pertinente.

Aplicação da Lei 8.213/91: Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carênciaexigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúdeou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).

Mandado de Injunção

Adicional/ Gratificação: conforme expressamente previsto no artigo 68 da Lei n. 8.112/90:

“os servidores que trabalhem com habitualidade em lugares insalubres ou em contato permanentecom substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre ovencimento do cargo efetivo”.

Citam-se os seguintes: (MI-AgR 1.328, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Pleno, DJe 02/12/2013); (RE-AgR745.628, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª Turma, DJe 04/11/2013); (MI-AgR 1.832, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno,DJe 18/5/2011); (MI-AgR 1.898, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Pleno, DJe 01/06/2012); (ARE-AgR 678.410, Rel.Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, DJe 13/02/2014); (RE-AgR 745.628, Rel. pela Min. Cármen Lúcia, 2ªTurma, DJe de 04/11/2013).

Súmula Vinculante 33

“Aplicam-se ao servidor público,no que couber, as regras doregime geral da previdênciasocial sobre aposentadoriaespecial de que trata o artigo 40,§ 4º, inciso III, da ConstituiçãoFederal, até a edição de leicomplementar específica.”(Data de publicação do enunciado: DJe de 24.4.2014.)

Artigo 40 - Inciso III: cujas atividades sejam exercidas sobcondições especiais que prejudiquem a saúde ou aintegridade física.

E a atividade de risco? Em vigor da Lei Complementar nº51/1985, regula a aposentadoria dos servidores policiais.

Artigo 40, § 5º CF: “Os requisitos de idade e de tempo decontribuição serão reduzidos em cinco anos, em relaçãoao disposto no § 1º, III, "a", para o professor quecomprove exclusivamente tempo de efetivo exercício dasfunções de magistério na educação infantil e no ensinofundamental e médio.

Aposentadoria Especial NOTA EXPLICATIVA Nº 06/2016/CGNAL/DRPSP/SPPS/MTPS (competência legislativa):

“26. Segundo entendimento uniforme do STF, a competência concorrente para legislar sobre previdência social,conforme prevê o art. 24, XII, da Constituição Federal, não afastaria a necessidade de edição de normaregulamentar uniforme de caráter nacional, pela União, no caso da aposentadoria especial do servidor público..”

No que concerne à aposentadoria especial dos servidores, motivou também a revisão do Parecer nº16/2013/CONJUR-MPS/CGU/AGU/CGPRE, por meio do Parecer nº 211/2016/CONJURMPS/CGU/AGU:EMENTA: PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. APOSENTADORIA ESPECIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS. ART. 40, §4º, DA CF/1988. COMPETÊNCIA LEGISLATIVACONCORRENTE. ENTES SUBNACIONAIS. AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR NACIONAL. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PLENA. NÃO CABIMENTO. JURISPRUDÊNCIA DOSTF. - Revisão do entendimento esposado no PARECER Nº 16/2013/CONJURMPS/CGU/AGU, aprovado pelo DESPACHO/CONJUR/MPS/Nº 18/2013, complementadopelo PARECER Nº 36/2014/CONJUR-MPS/CGU/AGU, aprovado pelo DESPACHO/CONJUR/MPS/Nº 48/2014. - À luz da atual jurisprudência do STF, a ausência de leicomplementar federal (nacional) regulando a aposentadoria especial do servidor público (art. 40, §4º, da CF) não autoriza o exercício da competência legislativaplena pelos entes subnacionais nessa matéria. - Especificamente no caso de servidores policiais, a aposentadoria especial é regulada pela Lei Complementar nº51/1985, a qual, por cumprir o papel de lei complementar geral nacional em relação a tais servidores, autoriza os Estados e o Distrito Federal a editar legislaçãosuplementar, com base no §2º do art. 24 da CF. Todavia, restringindo-se essa lei geral a uma determinada categoria funcional (policial), resta inviabilizada qualquer

tentativa legislativa de estender o benefício especial a outras categorias de servidores, ainda que supostamente submetidas a riscos. - Diante da SúmulaVinculante nº 33 do STF, enquanto não editada a lei complementar específica, que há de ser nacional, aplicam-se asregras do RGPS para os fins da aposentadoria especial prevista no art. 40, §4º, inciso III, da CF. (20/04/2016)

Parâmetros RGPS & RPPS Servidores de cargo efetivo;

Vedação ao tempo ficto (conversão):

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

15 anos: agentes nocivos (FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS) trabalhos em atividades permanentes nosubsolo de minerações subterrâneas em frente de produção;

20 anos: agentes nocivos (FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS) mineração subterrânea cujas atividades sejamexercidas afastadas das frentes de produção;

25 anos: para as demais exposições (regra geral)

Direito Material“De origem inglesa, o common law é o sistema judiciário adotado, tendo o Judiciário Inglês servido deparâmetro para as primeiras experiências norte-americanas, que logo criou uma organização própria edesenvolvida com base na experiência social e cultural do seu povo. Dividido em Justiça Federal e Justiçasestaduais, o sistema tem como órgão de cúpula a Suprema Corte, instância máxima em matéria constitucional.Com forte influência política, a organização judiciária dos Estados Unidos da América serve como interessanteexemplo de como o Direito é um fenômeno cultural intimamente ligado ao desenvolvimento político de cadanação. [...] No entanto, ao longo da evolução do sistema através dos anos, o Poder Judiciário norte-americanoalcançou um grau de segurança, respeitabilidade e confiabilidade tão alto por parte da população do país que otornam a cada dia mais forte e poderoso, muito em parte por ser funcional, eficaz e célere, cumprindo suamissão de pacificação dos conflitos de interesses sociais.”

MARTINS, Alberto André Barreto. Organização judiciária dos Estados Unidos da América. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII,n. 74, mar 2010.Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7430>. Acessoem fev 2017.

Administrativo e Judicial

Servidor Público MUNICIPAL

Servidor Público ESTADUAL

Servidor Público FEDERAL

Justiça Comum(competência)

Justiça Federal(competência)

Jurisprudência (tempo fictício)APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. Aposentadoria Especial. Oficial Operacional. Pretensão da conversão do tempo especial em comum,nos termos do art. 40, parágrafo 4º da Constituição. Incidência da Lei nº 8.213/91. Admissibilidade da contagem para aposentadoria especial,

impossível conversão de tempo comum em especial. Súmula Vinculante nº 33 do C. STF. Inexistência de comprovação do exercícioininterrupto, pelo prazo previsto em lei, de atividade insalubre. Na redação do § 3º do art. 57 da Lei nº 8.213, não terá direito a aposentadoriaespecial o segurado que trabalhou ocasionalmente ou de maneira intermitente em condições prejudiciais à sua saúde. Mesmo que haja aexposição intermitente ou ocasional em condições nocivas à saúde do trabalhador, não haverá direito à aposentadoria especial. A palavra'permanente' pode ser interpretada no sentido de que o trabalho em condições nocivas à saúde deve ser diário ou durante toda a jornada detrabalho. O segurado deve ficar diariamente exposto a agentes nocivos, físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes. Com toda aincerteza causada por decisões judiciais que determinam a aplicação ao servidor público de legislação específica dos trabalhadores privados(RGPS), não é possível, mesmo nos regimes mistos de cumprimento de jornada, a conversão de tempo diferenciada: 'MI 3712 AgR/DF -DISTRITO FEDERAL. Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA. Julgamento: 09/06/2011. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. EMENTA: AGRAVO REGIMENTALNO MANDADO DE INJUNÇÃO. CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. CONTAGEM DE PRAZO DIFERENCIADO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O art. 40, §4º, da Constituição da República não assegura a contagem de prazo diferenciado ao servidor público, mas a aposentadoria especial dosservidores: I) portadores de deficiência; II) que exerçam atividades de risco; e III) cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais queprejudiquem a saúde ou a integridade física, nos termos a serem definidos por leis complementares. Precedentes. 2. A inexistência do direitoconstitucional pleiteado evidencia o não cabimento do mandado de injunção. 3. Agravo regimental ao qual se nega provimento.' Reconhecido odireito do autor à aposentadoria especial, desde que comprove, perante a Administração, o preenchimento dos requisitos necessários à

concessão. Dado parcial provimento ao recurso. (TJ-SP - APL: 00500461420128260053 SP 0050046-14.2012.8.26.0053, Relator: Oswaldo LuizPalu, Data de Julgamento: 30/07/2014, 9ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 01/08/2014)

Jurisprudência (comprovação)DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. AUXILIAR DE ENFERMAGEM. AGENTES BIOLÓGICOS. SERVIDORPÚBLICO ESTADUAL. ILEGITIMIUDADE PASSIVA DO INSS. 1. O reconhecimento da especialidade por categoria profissional oupor sujeição a agentes nocivos é admissível até 28/04/1995, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); apartir de 29/04/1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação dasujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05/03/1997 e, a partir de então, por meio de formulárioembasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 2. Considera-se especial a atividade onde o segurado estejaexposto a agentes biológicos, com previsão nos Códigos 1.3.2 e 2.1.3 do Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831/64; Códigos1.3.4 do Anexo I e 2.1.3 do Anexo II do Decreto nº 83.080/79; Código 3.0.1 do Anexo IV do Decreto nº 2.172/97 e Código

3.0.1 do Anexo IV do Decreto nº 3.048/99. 3. A exposição a agentes biológicos não precisa ser permanente para

caracterizar a insalubridade do labor, sendo possível o cômputo do tempo de serviço especial diante do risco decontágio sempre presente. Não se reclama exposição às condições insalubres durante todos os momentos da prática laboral.4.Os equipamentos de proteção individual não são suficientes para descaracterizar a especialidade da atividade exercida,porquanto não comprovada a sua real efetividade por meio de perícia técnica especializada e não demonstrado o usopermanente pelo empregado durante a jornada de trabalho. 5. O INSS é parte ilegítima para figurar no pólo passivo dedemanda objetivando o reconhecimento da especialidade de atividade de servidor público municipal, filiado a regime própriode previdência. (TRF-4 - APL: 50092781120124047100 RS 5009278-11.2012.404.7100, Relator: (Auxilio Roger) ANA CARINEBUSATO DAROS, Data de Julgamento: 13/12/2016, QUINTA TURMA)

Jurisprudência (tempo exposição)Apelação Cível - Servidora pública estadual - Auxiliar de enfermagem - Pretensão à contagem de tempo em condiçõesespeciais, sob o argumento de exercer atividade insalubre, nos moldes do disposto no art. 57, da Lei nº 8.213/91 com aaplicação analógica - Admissibilidade - Enquanto não editada lei complementar específica, adota-se, no que couber, o regimegeral de previdência social - Autora que não preenche os requisitos legais para a concessão do benefício, nos termos dalegislação federal - Sentença reformada. Recurso provido. (TJ-SP - APL: 30000321820138260480 SP 3000032-18.2013.8.26.0480, Relator: Marrey Uint, Data de Julgamento: 12/04/2016, 3ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação:14/04/2016). Segue trechos:

“Cuida-se na origem de mandado de segurança objetivando o cômputo em regime especial, do tempo de serviço insalubre,em conformidade com o disposto no artigo 57, da Lei nº 8.213/91, diante da inexistência de disciplina específica sobreaposentadoria especial do servidor público, nos termos dos artigos 40 e 201, da Constituição Federal. [...] Consta dos autosque a Impetrante exerce a função de auxiliar de enfermagem na Penitenciária de Presidente Bernardes, recebendo o

adicional de insalubridade no grau máximo desde 1993 (fls. 19). [...] Nesse sentido, basta verificar que o Impetranteexerceu, sem interrupção, pelo menos 20 anos de serviço público, conforme atesta a declaração passada em 08de maio de 2013. [...] Extrai-se de referido documento, expedido pela própria Administração, que a Apelante sempreexerceu atividade no cargo de auxiliar de enfermagem, do SQFII, lotada na Coordenadoria de Unidades Prisionais, recebendoadicional de insalubridade por todo o período.”

Obrigado!