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INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIV ADO - Prof. Abel Abelardo Stadniky Programa a ser desenvolvido : 01.- Noções gerais de Direito. A Disciplina da atividade humana como condição de coexistência. Regras tcnicas e normas ticas. ! spcies de nor mas ticas. 0".- Direito natural e Direito #ositivo. Ramos do Direito #ositivo. 0$.-%ontes do Direito #ositivo. &eis' costumes' doutrina e (urisprudência. 0).- &ei* conceito' classi+icação e hierar,uia. 0.-#rocesso legislativo. %ases de elaoração da lei ordin/ria +ederal' estadual e municipal. 0.- Retroatividade da lei. 0.- 2nterpretação da lei. 03.-#essoa +4sica* personalidade e capacidade de direito. 2ndividuali5ação no meio social. !xtinção da p ersonalidade de direito. 06.-#essoa (ur4dica* personalidade de direito' in4cio e extinção. 7lassi+icação das pessoas (ur4dicas' segundo o ramo de direito positivo ao ,ual pertencem. 10.- 8(eto do direito. 9ens e coisas e suas classi+icações. 11.- %atos :ur4dicos Naturais e Atos :ur4dicos. !lementos constitutivos do neg;cio  (ur4dico. De+eitos do neg;cio (ur4dico. Atos il4citos. 1".- 8 !stado* +unções e poderes. 1$.- 8s princ4pios +undamentais do !stado 9rasileiro. 1).- Nacionalidade. 1.- Direitos pol4ticos* eleitores' eleg4veis e ineleg4veis. 1.- #artidos pol4ticos. 1.-Direitos e deveres individuais e coletivos e as garantias constitucionais* h/eas corpus' mandado de segurança' mandado de in(unção' h/eas data e ação popular. A propriedade e sua +unção social. 13.-Direitos sociais. Direito s dos traalhadore s uranos e rurais. A organ i5açã o sindical. Bibliografia 1

Apostila 2005 - Primeiro Semestre

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P r o g r a m a a s e r d e s e n v o l v i d o :

01.- Noções gerais de Direito. A Disciplina da atividade humana como condição decoexistência. Regras tcnicas e normas ticas. !spcies de normas ticas.

0".- Direito natural e Direito #ositivo. Ramos do Direito #ositivo.

0$.-%ontes do Direito #ositivo. &eis' costumes' doutrina e (urisprudência.

0).- &ei* conceito' classi+icação e hierar,uia.

0.-#rocesso legislativo. %ases de elaoração da lei ordin/ria +ederal' estadual emunicipal.

0.- Retroatividade da lei.

0.- 2nterpretação da lei.

03.-#essoa +4sica* personalidade e capacidade de direito. 2ndividuali5ação no meiosocial. !xtinção da personalidade de direito.

06.-#essoa (ur4dica* personalidade de direito' in4cio e extinção. 7lassi+icação daspessoas (ur4dicas' segundo o ramo de direito positivo ao ,ual pertencem.

10.- 8(eto do direito. 9ens e coisas e suas classi+icações.

11.- %atos :ur4dicos Naturais e Atos :ur4dicos. !lementos constitutivos do neg;cio (ur4dico. De+eitos do neg;cio (ur4dico. Atos il4citos.

1".- 8 !stado* +unções e poderes.

1$.- 8s princ4pios +undamentais do !stado 9rasileiro.

1).- Nacionalidade.

1.- Direitos pol4ticos* eleitores' eleg4veis e ineleg4veis.

1.- #artidos pol4ticos.

1.-Direitos e deveres individuais e coletivos e as garantias constitucionais* h/eascorpus' mandado de segurança' mandado de in(unção' h/eas data e açãopopular. A propriedade e sua +unção social.

13.-Direitos sociais. Direitos dos traalhadores uranos e rurais. A organi5açãosindical.

Bibl iograf ia

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OBR AS ES PECÍ FICA S .

BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e Privado* <ão #aulo-<#* <araiva' !dição' "00".

CRETELLA NETO, José; Cretela Jr., José' 1000 Perguntas e Resostas Sobre Instituições de Direito Público

e de Direito Privado' %orense' $= !dição "00".

DOWER, Nelso !odo" Bassil. Instituições de Direito Público e Privado* <ão #aulo-<#* Nelpa !dições

:ur4dicas > &. Do?er &tda. * 11= !dição' "00".

#ART$N%, %ergio &into' Instituições de Direito Público e Privado' Atlas' "= !dição "00".

NA%C$#ENTO, A'a(ri #ascaro; &i)o, R(" Rebello' Instituições de Direito Público e Privado' Atlas' "$=

!dição "00".

OBRAS DE DIREITO PRIVADO .

C*D$!O C$+$L BRA%$LE$RO LE$ -./012-' em vigor desde 1"@01@"00$.

DOWER, Nelso !odo" Bassil. Direito civil Si!lificado " Parte #eral * <ão #aulo-<#* Nelpa !dições:ur4dicas > &. Do?er &tda. * 1= !dição' "00".

DOWER, Nelso !odo" Bassil. Direito !mpresarial <impli+icado* <ão #aulo-<#* Nelpa !dições :ur4dicas > &.

Do?er &tda. * 1= !dição' "00".

D$N$3, #aria 4elea. $urso de Direito $ivil %rasileiro& <ão #aulo-<#* !ditora <araiva * 1 Bolume* 10 = !dição'

166).

ENC$CLO&5D$A %ARA$+A DE D$RE$TO * <ão #aulo-<#* <araiva <@A > &ivreiros !ditores. 16-163"

OBRAS DE DI REITO PÚ BLICO .

BA%TO%, Celso Ribeiro e #ART$N%, $6es !adra. $o!ent'rios ( $onstituiç)o do %rasil& S)o Paulo*SP&

!ditora <araiva. 1C e "C Bolumes' 1636.

CON%T$T7$89O DA RE&:BL$CA EDERAT$+A DO BRA%$L.

CRETELLA JR., José e CRETELLA NETO, José.1000 Perguntas e Resostas de Direito $onstitucional& Rio

de :aneiro-R:* !dições Revista %orense.$= !dição' 1666.

ERRE$RA, &ito. 1000 Perguntas $onstituiç)o +ederal& Rio de :aneiro-R:* !ditora Rio* 1= !dição. 163$.

ERRE$RA, &ito. $o!ent'rios ( $onstituiç)o %rasileira& <ão #aulo-<#* !ditora <araiva. 1 Bolume' 1660.

!A#A, L<dia Eli=abet) &e>alo=a Jara'illo ,uestões ara $oncursos -urdicos * &eme-<#* &!D !ditora de

Direito. 166.

!A#A, Ricardo Rodrig(es. /le!entos de Direito $onstitucional.& &eme-<#* &!D !ditora de Direito' 166.

LARRO?ED, #arcelo. A $onstituiç)o e! 1000 /erccios& 9ras4lia-D%& 9ras4lia :ur4dica' 1666.

#ORAE%, ALE@ANDRE. Direito $onstitucional& <ão #aulo-<#* !ditora Atlas <@A' 1666.

Instituições de Direito Público e Privado

Conceito

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Instituições de Direito Público e Privado significam o conjunto de normas jurídicascriadas pelo Estado com a finalidade de disciplinar as relações externas das pessoas no meiosocial. Este conjunto de normas impostas pelo Estado é dividido, para fins didáticos, em doisgrandes grupos: l. Normas de Direito Público  e 2. Normas de Direito Privado.

 Para distinguir tais normas, a doutrina parte do pressuposto de ue a norma jurídicaregula  as relações entre pessoas na sociedade. Portanto, para se fa!er a diferenciaç"o das

normas #asta caracteri!ar uais os sujeitos ue se inter$relacionam.  A norma pertencerá à massa de Direito Público se um dos sujeitos for o Estado na

relação com seus súditos ou com outros Estados, no exercício de seu poder de soberania .Portanto, Normas de Direito Público s"o auelas ue envolvem a participaç"o do Estado, ouseja, ue regulam as relações em ue o Poder P%#lico é parte.

Por outro lado, a norma pertencerá ao Direito Privado se os sujeitos envolvidos narelação jurídica forem particulares, sem ue &aja ualuer envolvimento com o Poder P%#lico. Normas de Direito Privado,  são aquelas que disciplinam as relações entre

 particulares, sem a participaç"o do Estado.

'pesar da denominaç"o da disciplina sugerir o estudo de todas as normas criadas peloEstado, tanto as de (ireito P%#lico como as de (ireito Privado, na verdade, a pretens"o destecurso é menos ampla, pois seu o#jetivo é estudar algumas noções bsicas do (ireito P%#licoe Privado.

I ! Direito" Noções #erais

Direito" definição

)ulgarmente, costuma$se di!er ue o (ireito n"o passa de um *sentimento+, algoassim como o amor, ue nasce no coraç"o dos &omens. "o é exagero mesmo afirmar uetodos sentem o (ireito e ue, de certo modo, todos sa#em o ue o (ireito é. )ocá#ulocorrente, empregado a todo instante nas relações da vida diária para exprimir sentimento uetodos já experimentamos, está gravado na mente de cada um, representando idéia es#oçada emtraços mais ou menos vagos e o#scuros. *-sto é direito+, *o meu direito foi violado+, *o jui!recon&eceu meu direito+, s"o expressões uotidianamente ouvidas, ue envolvem a noç"ovulgar a respeito do fenmeno jurídico2.

 Entretanto, em conse/0ncia da precariedade dessa noç"o vulgar, os especialistas #uscam, incessantemente, um conceito mais aprofundado para o (ireito. a verdade a palavra(ireito tem diferentes concepções, tornando$se praticamente impossível reuni$las num s1

conceito.Para exemplificar, podemos tomar a concepç"o ue classifica o (ireito em

Objetivo e Subjetivo.

 Direito Objetivo ! o con"unto de normas vi#entes que disciplinam o comportamentodas pessoas no meio social $ 'ssim, fa!em parte do (ireito #jetivo todas as leis ue t0m por finalidade di!er como agir ou em uais casos deve$se omitir ou, ainda, uais s"o os atosconsiderados criminosos.

1  3f. elson 4odo5 6assi l (o7er.  Inst ituiçõe s de Dire ito Públic o e Pr ivad o. 8ª  ed., Ed.

 elpa: 9"o Paulo, ;<=, p. =.

2  3retela >unior, >osé. Curso de Filosofia do Direito . 9"o Paulo: >osé 6us&ats?5, ;@<, pp.2A$2<.

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 Direito Subjetivo , por sua ve!, significa a faculdade ou prerrogativa do indivíduode invocar a lei na defesa de seu interesse$  'ssim, o direito su#jetivo de uma pessoacorresponde sempre ao dever de outra ue no caso do n"o cumprimento poderá ser forçada acumpri$lo através de medidas judiciais. ' 3onstituiç"o da Bep%#lica Cederativa do 6rasil, por exemplo, garante a todos os tra#al&adores o direito de perce#er o salário mínimo. tra#al&ador ue n"o rece#er o valor correspondente ao salário mínimo poderá exigir ou n"o o

seu pagamento. Essa faculdade de agir, é o Direito $ub"etivo.Definição de Direito

D na sociedade ue o (ireito existe. Existindo em sociedade o (ireito tem comoo#jetivo dirimir conflitos, além de cuidar do comportamento do &omem. (ireito tem comofunç"o disciplinar o comportamento da vida &umana.

 esse sentido, segundo ant, direito % o conjunto das condições sob as &uais aliberdade de um se 'armoni(a com a liberdade de outrem mediante uma lei geralc'amada )iberdade.

)iberdade é faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a pr1priadeterminaç"o. Fodos os &omens devem go!ar da mesma li#erdade, assim o exercício dali#erdade de cada um é limitado pela igualdade de todos. %nico limite para o exercício plenoda li#erdade individual será, portanto, o recon&ecimento de igual li#erdade dos outros. Fodoss"o livres para decidir ou agir segundo sua determinaç"o, desde ue respeitado o limiteimposto pelo recon&ecimento das li#erdades dos outros.

(ai concluirmos ue o exercício da li#erdade de um vai até o início do exercício dali#erdade de outrem, ou seja, o (ireito de uma pessoa vai até o início do (ireito de outra

 pessoa.

Normati(ação da *ida +ocial -egras .%cnicas e Normas /ticas

91 em passado recente, ap1s (escartes G =;@$@=A H é ue rtega 5 4asset eIeiddeger se preocuparam com o estudo da vida &umana. )ida &umana n"o é somente ocorpoJ n"o é, apenas, a atuaç"o da almaJ n"o seria, assim, o resultado de corpo e alma. )ida&umana seria a co$presença do &omem no mundo. Kuando o &omem se sente presente nomundo ele esta vivendo. )ida &umana seria, assim, o testemun&o ue o individuo dá do mundoue o circunda.

(uas s"o as ordens de relações possíveis: do indivíduo para com o o#jeto e doindivíduo para com outro indivíduo. Estas relações podem ensejar c&oues de interesses.)ejamos dois exemplos:

aH$ Eu dispon&o de BL AA,AA e preciso comprar um livro e uma caneta. 3ada umcusta BL AA,AA. Iá aui um c&oue ou um conflito entre dois interesses de um mesmoindivíduo G indivíduo em relaç"o a dois o#jetosH. Esse conflito é denominado de intrasubjetivo$

 #H$ Fam#ém pode acontecer ue dois indivíduos, dispondo cada um de BL AA,AAueiram comprar um %nico o#jeto: conflito, portanto, no Mm#ito social, entre dois indivíduos.Esse conflito é denominado de inter subjetivo$

' uest"o ue se apresenta, neste momento, é justamente sa#er como solucionar estesconflitos.

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s conflitos intra subjetivos  s"o resolvidos através de regras t%cnicas. sintersubjetivos através de normas %ticas.

's  regras t%cnicas  podem ser definidas como" a regulamentação &ue preside aatividade 'umana, objetivando conseguir, de modo mais fcil, rpido e efica(, uma dadautilidade$ Elas di!em respeito N vida &umana e N sua regulamentaç"o.

's normas %ticas  podem ser consideradas como" a regulamentação das relaçõesentre indivíduos, objetivando possibilitar a coe0ist1ncia social$

4eralmente toda conduta &umana implica na aplicaç"o de uma regra técnica e de umanorma ética, simultaneamente.

Por exemplo: um jogador de fute#ol ao passar por seus adversários com a #ola,aplica regras técnicas, efetuando *dri#les+J entretanto, se ele empurrar o adversário, estarácontrariando uma regra ética.

Distinção entre regra t%cnica e norma %tica$

Ouitos s"o os estudiosos ue se dedicaram a formular a distinç"o entre a regratécnica e a norma ética.

or?ounov, por exemplo, afirma ue as regras técnicas produ!em conse/0ncias s1no Mm#ito do indivíduo. ' sua ino#servMncia causaria prejuí!o, apenas, ao individuo ue adeso#edecesse, ao passo ue a norma ética produ!iria conse/0ncias no Mm#ito dacoletividade.

3omo primeira decorr0ncia desta afirmaç"o, di! or?ounov ue as regras técnicass"o facultativas e as normas éticas s"o obrigat2rias$  Entretanto esta afirmaç"o n"o resiste aanalise crítica, como podemos o#servar com o seguinte exemplo: um engen&eiro vai construir uma casa e desrespeita as regras técnicas de engen&aria. ' casa aca#a caindo e ferindo oumatando pessoas. )emos, aí, ue o individuo desrespeitou regras técnicas, mas asconse/0ncias do ato n"o se restringiu ao Mm#ito dauele individuo.

Kuem mel&or situa a diferença entre a regra técnica e a norma ética é 3arlos 3ossio.(i! ele: * %oda conduta &umana ! o resultado de uma soma de C!ES  *.

Exemplo: um agricultor deseja construir uma armadil&a para capturar animais

danin&os ue v0em di!imando sua plantaç"o.' situaç"o fática acima mencionada pode ser vista so# dois aspectos distintos: H$

como o individuo age3 2H$ para &ue o individuo age$

3om relaç"o ao primeiro aspecto, ou seja a atuaç"o na construç"o da armadil&a,várias etapas dever"o ser cumpridas para ue se atinja o o#jetivo desejado: aH$ estudo do localonde a armadil&a será colocadaJ #H$ compra do materialJ cH$ confecç"o da planta, etc. esteaspecto o individuo deverá o#servar as regras t%cnicas para a construç"o de uma armadil&aefica!.

3om relaç"o ao segundo aspecto vamos verificar ual o desejo do individuo com aconstruç"o da armadil&a e assim teremos a apreciaç"o de normas %ticas$

Em suma, a regra técnica o#jetiva a reali(ação de um fim, enuanto a norma éticavisa a conveni1ncia de um fim.

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' regra técnica o#jetiva a perfeição do ato. ' norma ética visa aperfeiçoar o agentedo ato.

' regra técnica explica como se alcança um fim$ ' norma ética cuida conveni1nciade se alcançar um fim.

Classificação das normas %ticas

s autores n"o s"o unMnimes ao se manifestarem com relaç"o aos diversos tipos denormas éticas.

eon (uguit, por exemplo, afirma ue as normas éticas podem ser resumidas numa%nica norma: não fa(er nada &ue atente contra a solidariedade social em &ual&uer de suasformas, e tudo fa(er &ue condu(a 4 reali(ação e aperfeiçoamento da solidariedademec5nica e org5nica$

 o entanto essa afirmaç"o de (uguit n"o pode ser considerada norma ética %nica,uma ve! ue indica o fim visado por todas normas éticas, ue é a afirmaç"o de condições ue

 possi#ilitem a coexist0ncia social.

utros autores, como 4urvitc&, (el )ecc&io, 3ossio, indicam a exist0ncia de duasclasses de normas éticas : Normas 6orais e Normas 7urídicas.

utros, ainda, como Espíndola, 3ogliolo, afirmam a exist0ncia de tr0s espécies denormas éticas" 6orais, 7urídicas e -eligiosas.

Por fim, &á autores, como Crançois 4en5, )anni e Becasens 9ic&es, ue classificamas normas éticas em uatro espécies:

a8! Normas de uso social3

b8! Normas religiosas3

c8! Normas morais3

d8! Normas jurídicas$Normas de 9so +ocial visam ameni!ar a vida em comum. 3aracteri!am, tam#ém,

determinados tipos de conduta: Qsual ou 3onvencional. 9ignifica a conformaç"o do &omem aouerer auilo ue ac&a ue deve ser feito para satisfa!er aos outros. D uma conformidadeexterior. ' etiueta, o decoro, as normas de correspond0ncia epistolar constituem normas deuso social e, conforme sejam elas o#servadas, ou n"o, implicam num juí!o de aprovaç"o oudesaprovaç"o por parte da comunidade, e nisto consiste sua sanç"o.

Normas -eligiosas visa tornar o &omem devoto, piedoso e santo. a condutareligiosa o &omem age sem encontrar em si ou nos outros &omens o valor determinante desteagir. Ele age em funç"o de um valor ue transcende a si mesmo e aos outros &omens. Procuraencontrar auilo ue nele é eterno, porue receia alguma coisa ue está acima de si mesmo.

Normas 6orais visam o aperfeiçoamento espiritual do &omem. D o conjunto denormas ue disciplinam o &omem em 9ociedade e ue, impondo somente deveres, visa o seuaperfeiçoamento, segundo o paradigma vigorante em determinado grupo social.

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parricídio G matar o pr1prio pai H é um dos maiores crimes entre n1s. o entanto naceania, este mesmo fato n"o constitui um crime. fil&o deve tirar a vida do pai, uando esteestá vel&o e doente, incapacitado para exercer funç"o na sociedade.

's normas morais tem por o#jeto, como as jurídicas, disciplinar a conduta social do&omem, mas distinguem$se das normas jurídicas, pois apreciam a conduta &umana em relaç"o

ao pr1prio individuo, enuanto as normas jurídicas apreciam$na em relaç"o a outro individuo.Normas 7urídicas s"o normas formalmente criadas pelo Estado e impostas

coercitivamente N conduta &umana com o#jetivo de discipliná$la, permitindo a conviv0nciasocial.

Ela se caracteri!a pela bilateralidade"   ao mesmo tempo ue esta#elece deveres jurídicos de conduta, como prerrogativa, atri#ui faculdade a outro individuo de reclamar ouexigir o dever.

 II " #$OS DO DI#EI%O POSI%I&O

 :$ Direito Natural

P%#lico-nternacional

Privado

3onstitucional'dministrativo

;$ Direito Positivo P%#lico Fri#utárioPenal

 acional Processual ou >udiciário

3ivilPrivado Fra#al&o

Empresarial 

 Direito 'atural e Direito Positivo(

 Direito 'atural $ 9"o os princípios existentes em todas as legislações ou ue nelasdevem estar presentes, por se fundarem numa idéia superior de justiça da ual o &omem n"o

 pode afastar$se.

 Direito 'atural   para os ue aceitam a sua exist0ncia, é auele ue n"o seconsu#stancia em normas impostas ao indivíduo pelo Estado, mas sim uma lei anterior esuperior ao (ireito Positivo. Ele se impõe a todos os povos pela pr1pria força dos princípiossupremos dos uais resultaJ é constituído pela pr1pria nature!a e n"o pela criaç"o dos&omens. 9"o exemplos, o direito de se reprodu!ir, o direito de viver, etc.

 Direito Positivo compreende o conjunto de normas jurídicas em vigor numEstado determinado e numa determinada época. D o direito, &ist1rica e o#jetivamenteesta#elecido, encontrado em leis, c1digos, tratados internacionais, costumes, decretos,regulamentos etc. D o direito cuja exist0ncia n"o é contestada por ninguém.

Em síntese, o  Direito Positivo  % o direito &ue depende da vontade 'umana ,enuanto o Direito Natural % o &ue independe de ato de vontade,  por refletir exig0nciassociais de nature!a &umana, comuns a todos os &omens.

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*ejamos os conceitos, detal'adamente"

 Direito Internacional Público  $ D um  'amo do Direito Positivo, cujas normas t0m por finalidade regular as relações entre Estados so#eranos.

 Direito Internacional Privado  $ D um  'amo do Direito Positivo, cujas normas regulam asrelações de ordem privada na sociedade internacional. 9"o normas jurídicas ue t0m por 

finalidade resolver os conflitos de leis entre o ordenamento jurídico de dois ou mais Estados.

 Direito Constitucional $ D um 'amo do Direito Positivo nacional público, cujas normas t0m por finalidade traçar os princípios fundamentais de todo o (ireito do Estado, regulando suaorgani!aç"o política e ditando os direitos #ásico a uem vive no territ1rio deste Estado.

 Direito dministrativo $ D um 'amo do Direito Positivo nacional público, cujas normas t0m por finalidade disciplinar a organi!aç"o do Estado para ue possa administrar o #em p%#lico afim de proporcionar o #em estar N coletividade.

 Direito %ribut)rio $ D um 'amo do Direito Positivo nacional público, cujas normas t0m por 

finalidade a instituiç"o e a arrecadaç"o de impostos, taxas e outras fontes de receitas doEstado.

 Direito Penal   $ D um 'amo do Direito Positivo nacional público, cujas normas t0m por finalidade definir crimes e impor penas.

 Direito Processual ou *udici)rio $ D um 'amo do Direito Positivo nacional público, cujasnormas t0m por finalidade regular as soluções de conflitos de interesses pelos 1rg"os do poder >udiciário.

 Direito Civil   $ D um  'amo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas t0m por 

finalidade regular as relações entre particulares e as destes com o Estado, desde ue despidode suas prerrogativas.

 Direito do %rabal+o $ D um  'amo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas t0m por finalidade regular a prestaç"o de serviços su#ordinados. Begula, portanto, as relaçõesempregatícias.

 Direito Empresarial  $ D um  'amo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas t0m por finalidade disciplinar o exercício da atividade econmica organi!ada para a produç"o oucirculaç"o de #ens e serviços.

R 3om a entrada em vigor do 31digo 3ivil em ::<=:<;==>, a profiss"o decomerciante e os atos de comércio ue eram reguladas pelo 31digo 3omercial,

 passaram a ser disciplinadas por ele, através do ivro -- S (o (ireito de Empresa.

 Estudo Diri,ido

. ue se entende por -nstituições de (ireito P%#lico e PrivadoT

2. Kual a diferença entre direito o#jetivo e direito su#jetivoT

U. ue se entende por regra técnicaT

V. ue se entende por norma éticaT

=. Kuais s"o os tipos de normas éticas.

@. Kual a diferença entre as normas de (ireito P%#lico e PrivadoT

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<. ue s"o normas de (ireito PositivoT

8. ue é (ireito aturalT

;. Kuais s"o os ramos do (ireito Positivo acional P%#licoT

A. Kuais s"o os ramos do (ireito Positivo acional PrivadoT

. Para ue se prestam as normas do (ireito -nternacional P%#licoT2. (e ue tratam as normas jurídicas do (ireito -nternacional PrivadoT

U. ue se entende por (ireito 3onstitucionalT

V. (e ue tratam as normas jurídicas do (ireito 'dministrativoT

=. ue é (ireito Fri#utárioT

@. ue se entende por (ireito PenalT

<. Kual a denominaç"o do ramo do (ireito Positivo cujas normas t0m por finalidade a

soluç"o dos conflitos de interesses, através do Poder >udiciárioT

8. ue é (ireito 3ivilT

;. (e ue tratam as normas jurídicas consideradas de (ireito do Fra#al&oT

2A. ue é (ireito EmpresarialT

 III " FO'%ES DO DI#EI%O POSI%I&O

-( Conceito de Fonte

' express"o * (ontes do direito+ tem várias acepções. Podemos considera$la como omeio técnico de reali!aç"o do direito o#jetivo. ' autoridade encarregada de aplicar o direito etam#ém aueles ue devem o#edecer aos seus ditames precisam con&ecer as suas fontes, ues"o de vária espécies.

'ssim, teremos a  )onte de Produção e as )ontes de *on&ecimento do Direito Positivo+ ? @onte de Produção % o Astado. 's @ontes de Con'ecimento,  por sua ve!,  sesubdividem em imediatas ou primrias  e  mediatas ou secundrias. 3omo @ontesimediatas ou primrias temos: a lei  e o costume$ 3omo @ontes mediatas ou secundriastemos: a doutrina e a jurisprud1ncia$

(esta forma, as @ontes do Direito Positivo  podem ser representadas no seguinteuadro sin1ptico:

Fonte de Produç.o  Estado

ei-mediatas ou primárias

9

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3ostume

Fontes de Con+ecimento

(outrinaOediatas ou 9ecundárias

>urisprud0ncia

  )ejamos, resumidamente, todas as (ontes:

:8!  /ei $  /ei0 considerada como fonte do Direito Positivo 0 1 o preceito formal queemana da autoridade suprema do Estado0 mediante a qual se criam0 modificam ourevo,am normas de Direito( ' lei é a mais importante fonte do (ireito Positivo, pois é a

 primeira a ser consultada, uando se uer dirimir ualuer controvérsia. Em países como onosso, em ue o (ireito é escrito, a lei assume papel de suma importMncia. Por essa ra!"o,trataremos dela logo a seguir, pois faremos o#servações de ordem mais particular a seurespeito.

  ;8!  Costume  $ Podemos definir costume como o  posicionamento uniforme ereiterado de uma coletividade diante de um determinado acontecimento ou fen2menosocial(

's leis escritas, entretanto, n"o compreendem todo o (ireito. 3oncomitantemente,&á normas costumeiras, tam#ém c&amadas consuetudinrias   ue, em#ora, n"o constem de

 preceitos votados por 1rg"os competentes, #eram obri#ações.

? obedi1ncia a uma conduta, por parte de uma coletividade, configura um uso$  Areiteração desse uso forma o costume$

9egundo liç"o de )icente Báo, costume vem a ser a re,ra de conduta criada espontaneamente pela consci3nciacomum do povo , que a observa por modo constante e uniforme0 e sob a convicç.ode corresponder a uma necessidade jur4dica+- 

 os di!eres de >o"o Cran!en de ima,

 costume 1 o produto de uma elaboraç.o entre os +omens + . empre#o de umadeterminada re#ra para re#ular determinada situação, desde que se repitareiteradamente , quando i#ual situação se apresente de novo, constitui uma prática,um uso, cu"a #enerali/ação atrav!s do tempo leva a todos os espíritos à convicçãode que se trata de uma re#ra de Direito+  Esse +)bito que adquirem os +omens deempre,ar a mesma re,ra sempre que se repete a mesma situaç.o0 e de se,ui"lacomo le,4tima e obri,at5ria0 1 que constitui o costume6 0 (

Oais cedo ou mais tarde determinados costumes aca#am por ser cristali!ados em umalei, passando, pois, a integrar a legislaç"o do País. Exemplo de uma norma costumeira ue,apesar de n"o estar consagrada em lei e nem por isso deixa de ser o#rigat1ria, é a c&amada*fila+, seja de ni#us, seja para ingresso em lugar concorrido.

Para ue um costume seja recon&ecido como tal é preciso:

aH$ ue seja contínuoJ fatos esporádicos n"o s"o considerados costumesJ

 #H$ ue seja constante, vale di!er: a repetiç"o dos fatos deve ocorrer sem d%vidas e

sem alteraç"oJ3  Báo ,)icente. O Direito e a &ida dos Direitos . 9"o Paulo: Oax imonad, ;;2, p. 28<.4  ima, >o"o Cran!en de. Curso de Direito Civil 7rasileiro. Bio de >aneiro: Corense, ;@8,

 p. .UU.10

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cH$ ue seja moral, isto é, o costume n"o pode contrariar a moral ou os #ons &á#itosJ

  dH$ ue seja obrigat2rio, isto é, ue n"o seja facultado N vontade das partesinteressadasJ

eH$ ue não seja contrrio 4 lei, o costume n"o tem poder de modificar uma normalegalJ

3omo já vimos o  Direito Consuetudin)rio  =  é auele #aseado nos costumes.3onsuetudinário vem da palavra latina consuetudine, ue significa costume.

>8!  Doutrina $ ' doutrina pode ser definida como o resultado da opinião científicados estudiosos do Direito Bdoutos8 a respeito de uma norma ou um conjunto de normas

 jurídicas$ D o conjunto de investigações e reflexões te1ricas e princípios metodicamenteexpostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis.D fonte secundária ou mediata do (ireito. 3omo salienta 3aio Oário da 9ilva Pereira,

1em determinadas (ases da cultura "urídica, sobressaem escritores, a cu"ostrabal&os todos recorrem e de tal (orma que as suas opiniões acabam por seconverter em preceitos obri#at2rios+ 3o s!culo passado e no começo deste, os livrosde 4a(a5ette, %eixeira de )reitas, 'ibas, *oel&o 'odri#ues tiveram este prestí#io+

 Eram citados pelos "ui/es e (undamentavam suas decisões16 +

3om efeito, é de grande valor o tra#al&o dos doutrinadores na ela#oraç"o do direitoo#jetivo, pois ao apontar fal&as, inconvenientes e defeitos da lei vigente, aca#a encamin&andoo legislador para a ela#oraç"o de lei mais perfeita.

8!  *urisprud3ncia  ! +ão decisões reiteradas dos .ribunais de 7ustiça a respeitode controv%rsias semel'antes. 9"o normas gerais extraídas de decisões reiteradas  dostri#unais num mesmo sentido, numa mesma direç"o interpretativa. 9empre ue uma uest"o é

decidida reiteradamente do mesmo modo, surge a jurisprud0ncia$ Ala % uma fonte mediataou secundria do Direito$ "o tem poder de levar o jui! a decidir casos semel&antes damesma maneira, entretanto, fornece importantes su#sídios na soluç"o de outros casos.

  *onsultar decisão transcrita na pá#ina 00 e se#uintes

3omo exemplo  para mel&or compreender o valor da jurisprud0ncia naformaç"o do (ireito podemos citar os direitos da concubina. 'té &á pouco tempo, aconcubina n"o tin&a ualuer direito recon&ecido pelo nosso ordenamento jurídico, todavia,

longa série de julgados alterou tal situaç"o. 'tualmente é pacífica a jurisprud0ncia do 9upremoFri#unal Cederal, recon&ecendo a ela o direito N remuneraç"o de seus serviços de valor econmico e N sua parte nos #ens aduiridos com o esforço comum do casal. este sentido, as%mula U8A do 9upremo Fri#unal Cederal dispõe: **omprovada sociedade de (ato entreconcubinos, ! cabível a sua dissolução "udicial, com a partil&a do patrim7nio adquirido peloes(orço comum+. Este entendimento jurisprudencial já produ!iu frutos no nosso (ireitoPositivo na medida em ue a 3onstituiç"o de .;88, art. 2@@, § U°, dispõe: * Para e(eitos da

 proteção do Estado, ! recon&ecida a união estável entre o &omem e a mul&er, como entidade (amiliar, devendo a lei (acilitar sua conversão em casamento+. Em AWA=W;@ entrou em vigor a ei ;.2<8, regulamentando a Qni"o Estável.

5   antigo direito consuetudinário passou a ser direito escrito com a ei das 2 Fá#uas,datada de, aproximadamente, VV= '.3., e considerada a mais antiga lei romana.

6  Pereira, 3aio Oário da 9ilva.  Inst ituiçõ es de Dire ito Civi l . Bio de >aneiro: Corense, ;82,vol. , p. @8.

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X série de exemplos pode ser acrescido um dos temas mais pol0micos dasociedade moderna: a união entre &omossexuais. Becentemente, verificamos decisões denossos Fri#unais recon&ecendo a sociedade de (ato na união entre &omossexuais, assegurandoo direito da meaç"o dos #ens aduiridos na constMncia do convívio e com esforço comum.

  I& " Preenc+imento da lacuna da lei

' soluç"o dos litígios é reali!ada pelo Estado, através do seu representante pr1prio, o "ui/. jui! aplica a lei N uma situaç"o litigiosa concreta, di!endo a uem pertence a ra!"o.  A (onte principal utili/ada pelo "ui/ para decidir um lití#io na sentença ! a lei "urídica+

Por outro lado, o "ui/ tem a obri#ação de pro(erir a sua decisão (inal , ou seja, de pro(erir a sentença solucionando o lití#io que l&e (oi submetido+   ue n"o pode acontecer éo jui! n"o dar decis"o, alegando n"o existir lei a ser aplicada ou ser ela lacunosa ou o#scura.8uando a lei (or lacunosa, obscura ou, ainda, não existir lei que discipline o (ato causador do lití#io, o jui8 decidir) com apoio na analo,ia e nos princ4pios ,erais do direito(

-( n a l o , i a

'o consultarmos o (icionário do 'urélio<, verificamos ue a palavra analogia possuidiversas acepções. >uridicamente, significa a operaç.o l5,ica mediante a qual se suprem asomissões da lei0 aplicando 9 apreciaç.o de uma dada relaç.o jur4dica0 as normas de direito

objetivo disciplinadoras de casos semel+antes( A analo#ia consiste em aplicar a um caso não previsto na lei, uma outra lei que

disciplina um caso semel&ante, pois (atos semel&antes exi#em normas semel&antes.

3omo exemplo de aplicaç"o da analo#ia lem#ramos aui a ei nY 2.@8 de ;2, ueé sempre mencionada como interessante exemplo da sua aplicaç"o. (estinada a regulamentar aresponsa#ilidade das compan&ias de ferro por danos causados a passageiros e a #agagem,

 passou a ser aplicada, por analogia, a todas as espécies de transportes terrestres G #onde,metr, ni#us e até em acidentes ocorridos em elevadoresH, N falta de legislaç"o específica.

:( Princ4pios ,erais do Direito

 Princípios, so# o ponto de vista da filosofia,  são proposições diretoras de umaci9ncia, às quais todo o desenvolvimento posterior dessa ci9ncia deve estar subordinado+

Foda ci0ncia é constituída por princípios. Iá princípios ue s"o comuns a todas asci0ncias e aplicáveis a todos os campos do sa#er, como é o caso do movimento ou doeuilí#rio: s"os os c&amados *princípios universais+. *ada ci9ncia, por sua ve/, ! #erida por 

 princípios ou c:nones+

s princípios da ci0ncia do (ireito s"o c&amados de princípios gerais do Direito ea#rangem todos os ramos da ci0ncia jurídica. 'ssim, cada ramo do direito tamb!m terá seus

 princípios particulares que distin#uem os ramos entre si+7   3f. 'urélio 6uarue de Iolanda Cerreira.  Dicion)r io 7)sico da /4n,ua Portu,uesa ( 9"o

Paulo: ova Cronteira, ;;=. 

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s princípios gerais do Direito  t9m #rande import:ncia no  preenc+imento dalacuna da lei0 pois existindo lacunas ou omissões no sistema le#al e n.o podendo o jui8 servir"se da analo,ia para solucionar o caso que l&e ! submetido, apelar) para os princ4pios

 ,erais do Direito$

 a express"o de 3aio Oário da 9ilva Pereira,

a invocação dos princípios #erais do Direito (a/ apelo às inspirações maisaltas da &umanidade civili/ada, e "o#a com aquelas normas incorporadas no patrim7nio cultural e "urídico da nação, permitindo ao "ui/ suprir ade(ici9ncia le#islativa com a adoção de uma c:non que o le#islador nãoc&e#ou a ditar sob a (orma de preceito, mas que se cont!m imanente noespírito do sistema "urídico1 ;+

 osso legislador   não especi(icou quais são esses princípios, uma ve! ue seusenunciados s"o manifestações do pr1prio espírito de uma legislaç"o. o entanto, a título deexemplo, enumeramos alguns princípios gerais de Direito:

:. inguém pode transferir mais direito do ue tem.

;$ inguém deve ser condenado sem ser ouvido.

>$ inguém pode invocar a pr1pria malícia em #enefício pr1prio.

$ s contratos devem ser cumpridos.

. direito individual da pessoa vai até onde inicia o direito da outra.

'inda, a título de exemplo, podemos citar alguns  princípios particulares aplicáveis aramos do (ireito:

:. Direito da @amília $ os princípios visam sempre o re(orço do núcleo (amiliar .

;$ Direito do .rabal'o, tem como princípio dominante a proteção do empre#ado.

>$ Direito Penal, tem como princípio decidir em (avor do r!u sempre que &a"adúvida.

& " / E I 

3omo mencionamos anteriormente, a lei 1 a fonte principal do Direito. Passamos atratar da ei, fa!endo considerações de ordem mais particular so#re o tema.

-( Conceito

 3ão &á unanimidade quanto ao conceito de 4E< entre os estudiosos+ ' discuss"ocomeça com o pr1prio significado etimol1gico da palavra. Qns acreditam ue * lei+ vem dover#o latino *li#are+, ue significa *li#ar+. utros, julgam ue vem da palavra latina*le#ere+, ue significa *ler +. ' palavra tanto pode originar$se do ver#o li#ar +, pois, comefeito, lei é algo ue liga, no sentido de vincular o#rigatoriamente a todos, uanto de ler +,

 porue a lei é uma disposiç"o ue, sendo escrita, &á de ser lida.

 o entanto, &á outro aspecto ue nos c&ama atenç"o. ' palavra /EI  ! empregada emsentido amplo e, tam#ém , em sentido restrito. -sto pode causar certa perplexidade uando

nos defrontamos com as várias definições de E- ela#oradas pelos estudiosos do (ireito.

8  Pereira, 3aio Oário da 9ilva.  Inst ituiçõ es de Dire ito Civil . Bio de >aneiro: Corense, ;82,vol. , pp. @<W@8.

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Para facilitar a compreens"o dos diversos sentidos em ue  /EI  é usada, mais oumenos amplos, podemos es#oçar o seguinte uadro:

-+ 'ormas dos fen2menos f4sicos

 4ei *onstitucional 

 4ei *omplementar 

 3ormas "urídica s  4ei .rdinária

E-

 Decreto=lei

:+ 'ormas dos fen2menos sociais  >edida Provis2ria

 3ormas de uso social 

 3ormas reli#iosas

 3ormas morais+'ssim, se encararmos a 4E<  em sentido amplo, ela poderá referir$se N regra ue rege

tanto os fenmenos físicos, como os fenmenos sociais.

? c'amada /EI  dos fenEmenos físicos é auela fixada em ra!"o da observ:ncia decertos fenmenos. $e o (en7meno se repete constantemente, sempre da mesma (orma, nasceali a norma em ra/ão desta const:ncia+ Em conse/0ncia, se di! ue a lei dos fenmenosfísicos indica sempre Fo &ue %G$ "o raro, encontramos pessoas usando as expressões: ei daCísica, ei da Oatemática, etc. , pois essas normas (oram (ixadas a partir da observ:ncia darepetição do (en7meno. a matemática, por exemplo, encontramos a re#ra ue esta#elece ue*na adição a ordem dos (atores não altera o produto1+  Essa regra, con&ecida como  4E< ,

expressa exatamente *o ue é+, pois a ordem dos fatores jamais alterará o produto na adiç"o.  c+amada /EI dos fen2menos sociais n"o pode ser representada pela express"o *o

ue é+, pois, na verdade, representa0 t.o somente0 um ideal de comportamento0 uma ve8 queela pode ser infrin,ida0 desrespeitada  e, por essa ra!"o, pode ser representada pelaexpress"o Fo que deve ser6( 'ssim, uando a 4E<  esta#elece ue matar alguém é crime, estáindicando um ideal de comportamento, ou seja, ue n"o se deve tirar a vida do semel&ante.

 As 4eis dos  fenmenos sociais podem ser encaradas so# aspectos mais particulares. ;) normas jur4dicas0 normas morais0 normas de uso social e normas reli,iosas. ossocampo de interesse reside nas  'ormas *ur4dicas, ue se caracteri!am por certasespecificidades. Iá diversas espécies de * 4E<$ +, como a ei 3onstitucional, a ei rdinária, o

(ecreto$lei, a Oedida Provis1ria, etc. 3ada uma com suas particularidades, no entanto,denominadas genericamente de ei.

Bu5 Be#ello Pin&o e 'mauri Oascaro ascimento ;, citam diversas definições de eiela#oradas por pensadores em épocas diferentes. 'o analisarmos tais definições, em confrontocom o acima exposto, concluiremos ue as concepções vistas até aui referem$se N eisencaradas so# aspectos diferentes. )ejamos:

 Au#uste *omte ?<sidore Au#uste )rançois >arie *omte, (il2so(o e matemático (ranc9s @ B;=;C, por exemplo, segundo os citados autores, definiu /EI  como relaçõesconstantes de sucessão e semel&ança entre os (en7menos+. a concepç"o de $tuart >ill ?o&n $tuart >ill, (il2so(o e economista in#l9s @ ;F6=;- , a 4E<   decorre de 'elações

constantes de sucessão e simultaneidade1+ -gualmente, Gertrand ? Gertrand Art&ur Hillian9   Pin&o, Bu5 Be#ello e ascimento, 'mauri Oascaro .  Inst ituiçõ es de Dire ito Público e

 Pr ivad o(   9"o Paulo: Ed. 'tlas, ;<@, p. V<.

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 'ussel, matemático e (il2so(o brit:nico @ ;I=BF,  definiu$a como * 'elações constantes einvariáveis que li#am os (en7menos1+ Fais definições nos levam a crer ue os respectivosautores est"o se referindo t"o somente Ns leis dos fenmenos físicos, pois salientam ainvariabilidade dos (en7menos.

' definiç"o atri#uída a '&rens G Ieinric& '&rens, jurisconsulto e fil1sofo alem"o S 8A8$8<VH nos leva a dedu!ir ue o autor possui uma vis"o mais genérica, pois assim se

expressa uanto a 4E< : * 'e#ra #eral e constante que domina a ordem dos (en7menos, quer nomundo (ísico, quer no mundo moral +. esta definiç"o conce#e$se a 4E< , no sentido genérico,englo#ando, portanto as duas espécies: a dos fenmenos físicos e a dos fenmenos sociais, ueo autor denomina de fenmenos do mundo moral.

Por %ltimo, ueremos c&amar a atenç"o so#re a definiç"o atri#uída a  Geseler   ue,tendo uma perfeita vis"o dos diversos tipos de 4E< , especifica a 4E< N ual está se referindo,uando assim se expressa: < lei0 considerada como fonte do Direito Positivo 0 1 o preceito

 formal que emana da autoridade suprema do Estado0 mediante a qual se criam0 modificamou revo,am normas de Direito(6 Esta definiç"o expressa com mel&or precis"o a dinMmicasocial presente no processo de criaç"o das normas de (ireito, #em como salienta o papel do

Estado, enuanto fonte de produç"o, e da ei, enuanto fonte do con&ecimento do (ireitoPositivo.

:( Classificaç.o das leis

's  /EIS  poder"o ser classificadas so# diversos aspectos. Entretanto, vamos nosdeter somente em dois: . quanto 9 nature8a e, 2. quanto 9 ori,em.

$ubstantivas  :$ =uanto 9nature8a 

 Ad"etivas

 )ederais

:( =uanto 9 ori,em  Estaduais >unicipais

 

:$ Huanto 4 nature(a"

 Substantivas ! $ão aquelas que cont9m uma re#ra de or#ani/ação ou de

comportamento+ 9"o as c&amadas leis de (undo, como as ue compõe o 31digo 3ivil,31digo Penal, etc.

 djetivas $ $ão aquelas que cont9m uma re#ra que estabelece a (orma pela qual o Estado, atrav!s do Poder udiciário, aplica a sanção prevista nas leis substantivas+ 3ont0mnormas ue determinam a forma de resolver os conflitos de interesses su#metidos ao Estado.$ão normas de procedimento, como as contidas no 31digo de Processo 3ivil, 31digo deProcesso Penal.

;$ Huanto 4 origem"

Federais  $ $ão leis que emanam do *on#resso 3acional   G9enado e 3Mmara dos

(eputadosH e t9m aplicação em todo territ2rio nacional .

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 Estaduais  $ $ão leis ori#inárias das Assembl!ias 4e#islativas Estaduais, cu"aaplicação se restrin#e ao territ2rio do respectivo Estado=>embro.

 $unicipais  $ $ão leis ori#inárias das *:maras de Jereadores, cu"a aplicação serestrin#e ao territ2rio do respectivo >unicípio.

>$ ierar&uia da lei

 o caso do 6rasil, um Estado Cederativo constituído de unidades políticasautnomas agregadas N Qni"o Cederal, tr1s são as fontes originrias da )AI . Por essa ra!"oe para se evitar o conflito de leis ori,in)rias de unidades diferentes0  ue possam disciplinar diferentemente um mesmo fenmeno social, 1 que se preconi8ou uma ordem de import>nciadas /eis, evitando$se, assim os possíveis conflitos de eis. Essa +ierarquia da /ei  o#edece aseguinte ordem:

 4ei *onstitucional )ederal 

 4ei *omplementar e .rdinária )ederal 

 4ei *onstitucional Estadual 

ei 3omplementar e rdinária Estadual

 4ei .r#:nica do >unicípio 

 4ei *omplementar e .rdinária >unicipal 

'ssim, uma 4ei Estadual não pode contrariar os dispositivos de uma 4ei )ederal e se isso ocorrer ela será inaplicável , ressalvados os casos de compet0ncia exclusiva dosEstados e Ounicípios. Qma ei Cederal esta#elece o princípio a ser seguido pelas eis de&ieraruia inferior ue a ela devem coadunar$se.

 /eis inconstitucionais s.o aquelas que entram em c+oque com preceitos contidosna Constituiç.o Federal0 ue é a lei ue ocupa o topo da pirMmide da &ieraruia das leis.

?( Fases de elaboraç.o da /ei 

Para ue possamos mel&or entender as fases de ela#oraç"o da leis, tomaremos comoexemplo, as fases de ela#oraç"o de uma lei ordinária no Mm#ito federal, ue comporta duas3asas egislativas G9enado e 3Mmara dos (eputadosH, diferentemente do Mm#ito Estadual eOunicipal, ue comportam apenas uma 3asa egislativa G'ssem#léia egislativa, no Estado e3Mmara de )ereadores, no OunicípioH.

' ela#oraç"o da ei rdinária compreende uma série de atos ue devem ser  praticados por determinados 1rg"os para a validade formal da lei. 's fases desta ela#oraç"o

 podem ser representadas pelo seguinte uadro::$ Iniciativa

;$ Discussão e votação16

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Expressa9anç"o

Fácita

Fotal

>$ A0ecução )eto Parcial

Promulgaç"o

Pu#licaç"o

 ?(-( Iniciativa

 Iniciativa ! a (aculdade de propor um pro"eto de 4ei+ K atribuída à pessoas oucole#iados+ ' iniciativa da ei rdinária, no Mm#ito federal compete:

ao Presidente da Bep%#lica

aos 9enadores

aos (eputados Cederais

ao Procurador 4eral da Bep%#lica

Ns 3omissões especiali!adas

ao 9upremo Fri#unal Cederal

aos Fri#unais 9uperiores

aos cidad"os

Comumente0 a ela#oraç"o do projeto de ei rdinária Cederal ca#e ao Presidente daBep%#lica, aos 9enadores ou (eputados Cederais.

 o caso do projeto de lei ser de iniciativa do povo, ele deverá ser su#scrito por, pelomenos, Z dos eleitores, distri#uídos por, pelo menos, = Estados da Cederaç"o, sendo ueestes Estados dever"o estar representados por, pelo menos, A,U Z de seus eleitores.

?(:( Discuss.o e &otaç.o

9e o projeto de lei for, por exemplo, de iniciativa do Presidente da Bep%#lica, seráencamin&ado N 3Mmara dos (eputados, onde iniciará sua tramitaç"o no Poder egislativo.

 Esta tramitação representa a se#unda (ase de elaboração e ! denominada de  Discuss.o e&otaç.o( 'o c&egar na 3Mmara dos (eputados, o projeto é su#metido Ns 3omissõesEspeciali!adas.

Comissões Especiali8adas $ s"o colegiados formados por (eputados Cederais com oo#jetivo de analisar projeto e emitir parecer so# determinados aspectos específicos da ei,

 para o ual a 3omiss"o foi constituída.'ssim, por exemplo, &averá uma 3omiss"o com o o#jetivo de verificar se o projeto

de ei n"o contraria dispositivos contidos na ei &ieraruicamente superior. o caso da leiordinária federal, verifica$se ue ela é &ieraruicamente inferior N 3onstituiç"o Cederal. Essa

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3omiss"o Especiali!ada , na 3Mmara dos (eputados, é denominada de 3omiss"o de3onstituiç"o e >ustiça e de Bedaç"o$ 33B>. utras comissões existem como a 3omiss"o de(ireitos Iumanos $ 3(I, 3omiss"o de Educaç"o, 3ultura e (esporto$ 3E3( , 3omiss"o deCiscali!aç"o Cinanceira e 3ontrole S 3CC3., etc.

 'as Comissões Especiali8adas0 o projeto de lei poder) receber emendas. 'p1s ser su#metido Ns 3omissões Especiali!adas e rece#er os respectivos pareceres o pro"eto será

enviado ao plenário, quando, então ocorrerão os debates ?discussão e a votação+  'aprovaç"o do projeto de lei ordinária se dá por maioria simples ou relativa.

)amos aui, a#rir um par0nteses para esclarecer os atri#utos da 6aioria"

Oaioria 9imples ou Belativa $ ! a simples superioridade num!rica de votos. 'aprovaç"o por maioria simples se dará se o projeto o#tiver mais votos favoráveis doue contrários.

Oaioria '#soluta $ ! número i#ual ou superior à metade do total dos votos, mais um

voto+ ' aprovaç"o por maioria a#soluta se dará se o projeto o#tiver pelo menos =AZ[dos votos.

Oaioria Kualificada $ ! o número superior de votos ao da maioria absoluta, e poderá ser representada por IL-, -LC dos votos. ' aprovaç"o por maioria ualificada de UW=, por exemplo, s1 ocorrerá se o projeto o#tiver a aprovaç"o de, pelo menos, UW= dosvotos.

Kuorum $ ! o número mínimo de pessoas presentes para que uma assembl!iadeliberativa se"a considerada válida. 'ssim, uando um colegiado for constituído paratomar ualuer deli#eraç"o é indispensável a fixaç"o do uorum. ' falta de uoruminvalida a deli#eraç"o ue , por ventura, ten&a ocorrido.

. pro"eto aprovado no °  %urno de Discussão e Jotação,  ser) submetido ao :@ %urno de Discuss.o e &otaç.o.  Se for novamente aprovado por maioria simples, estaraprovado na C5mara dos Deputados$

 o sistema #icameral as deli#erações tomadas por uma das cMmaras deverá ser su#metida a outra, ue funcionará como revisora.  Por isso, o pro"eto de lei ordináriaaprovado na *:mara dos Deputados ! enviado ao $enado, onde, ap2s passar pelas*omissões Especiali/adas e receber os respectivos pareceres, será submetido a mais um ?turno de Discussão e Jotação. +e aprovado pela maioria simples, neste único turno derevisão, estar aprovado no Poder )egislativo.

 rquivamento do projeto  $ o projeto de lei será aruivado se rece#er parecerescontrários de todas as 3omissões Especiali!adas+ Este ! único caso em que as *omissões

 Especiali/adas t9m (orça deliberativa na elaboração da lei ordinária, uma ve! ue suafunç"o primária é emitir pareceres.

.utra (orma de arquivamento do pro"eto de lei ! a não aprovação pela maioria simples em qualquer um dos tr9s turnos de votação  $ dois na casa iniciadora e um na casarevisora.

?(A( EBecuç.o projeto de lei aprovado no egislativo é enviado ao Poder Executivo, ue participa

na elaboração da lei ordinária. Esta (ase recebe a denominação de fase da e0ecução$

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 S'O  $ ! a aprovação, no Poder Executivo, do pro"eto de lei "á aprovado no 4e#islativo+ ' sanç"o poderá ser de duas espécies: . expressa e, 2. tácita.

: ( Sanç.o EBpressa  $ ocorre uando o Presidente da Bep%#lica, representante doPoder Executivo, mani(esta=se expressamente no sentido de concordar com o

 pro"eto de lei "á aprovado no 4e#islativo+; ( Sanç.o %)cita $ ocorre uando o Presidente da Bep%#lica, não se mani(esta, no

 pra/o de quin/e dias, a contar do recebimento do pro"eto de lei "á aprovado no 4e#islativo. Essa omiss"o tem como conse/0ncia a aprovaç"o do projeto de lei.

&E%O  $ ! a não aprovação, pelo Presidente da 'epública, do pro"eto de lei "áaprovado no Poder 4e#islativo. veto poderá ser de duas espécies: . total e, 2. parcial.

  -( &eto %otal  $ ocorre uando o Presidente da Bep%#lica não concorda com  todo pro"eto de lei+

:( &eto Parcial  $ ocorre uando o Presidente da Bep%#lica não concorda com partedo pro"eto de lei+ "o concorda, por exemplo, com um ou mais artigos.

? compet1ncia para a elaboração da )ei % do Poder )egislativo. ' participaç"o do Poder Executivo é para possi#ilitar o aperfeiçoamento da ei. Esta participaç"o se dá através da sanção e do veto,  por esse motivo, o direito de veto é limitado Napresentaç"o de motivos justificadores. . veto deve sempre ser acompan&ado das ra/ões queo motivaram e, essas ra!ões, limitam$se a dois argumentos: -nconstitucionalidade do projetoou ser ele contrário ao interesse p%#lico.

 Projeto &etado  $ .correndo o veto, total ou parcial, as ra/ões do veto serão

 submetidas à apreciação do *:mara dos Deputados e do $enado. +e a maioria absolutaB=JK: dos votos8 de Deputados e +enadores não concordar com as ra(ões do veto, estecair, ou seja, perder seu efeito, e o projeto de lei % considerado aprovado tal como o foioriginariamente no Poder )egislativo$

 No caso do veto ser total e as ra(ões do veto não caírem, o projeto será aruivado.+e o veto for parcial, ser"o desconsiderados, t"o somente, os artigos ou parágrafos vetados.

 Promul,aç.o $ ! a declaração de que o pro"eto de lei "á percorreu todas as (ases deelaboração e está pronto para entrar em vi#or+

 A promul#ação ! a conseqM9ncia necessária da sanção expressa. 3oncordando com

o projeto de lei, o c&efe do Poder Executivo n"o poderá se furtar de promulgá$lo, pois é por meio da promulgaç"o ue se confere força e0ecut2ria 4 )ei$  D por isso ue a sanç"oexpressa vem sempre acompan&a da promulgaç"o. * Sanciono e promul,o a presente /ei +,despac&a o Presidente da Bep%#lica.

 3as &ip2teses de sanç.o t)cita e derrubada do veto , o Presidente da 'epública temum pra8o de ? +oras para promul,ar a /ei . 3aso n"o o faça, a promulgaç"o será efetivada

 pelo Presidente do 9enado ou, ainda, pelo )ice$Presidente do 9enado.

 Publicaç.o $ ! o ato pelo qual se dá ci9ncia às pessoas da exist9ncia da nova 4ei+

  preceito de nosso Direito que n.o 1 l4cito a nin,u1m deiBar de cumprir a /ei ale,ando que n.o a con+ece( *$e (osse possível escusar=se de cumprir a 4ei com a simples

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ale#ação de i#nor:ncia, a 3orma deixaria de ter (orça e perderia a sua (inalidade,contrariando, portanto, a ordem pública1F+

Fratando$se de ei Cederal, a pu#licaç"o deverá ser feita no (iário ficial da Qni"o.9e for ei Estadual, no (iário ficial do Estado e, no (iário ficial do Ounicípio, se for eiOunicipal.

* 3o tocante à 4ei >unicipal, em não &avendo imprensa o(icial, a publicação poderá ser e(etuada em 2r#ão de imprensa de circulação local ou re#ional ou, por a(ixação de seutexto inte#ral na Pre(eitura ou sede da *:mara de Jereadores+ 3esta última &ip2tese, a 4ei

 será obri#atoriamente arquivada no *art2rio de 'e#istro do distrito da sede, permitida aconsulta #ratuita a qualquer interessado1+

&i,3ncia da /ei  $ é de fundamental importMncia sa#ermos o momento exato do inícioda vig0ncia da lei, ou seja, a partir de que momento ela passa a ser obri#at2ria e deve ser, por todos, cumprida+

? lei entra em vigor na data designada em seu pr2prio te0to. mais comum éencontrarmos a seguinte express"o: *'  presente lei entra em vi#or na data de sua publicação1. Entretanto, uma ei pu#licada &oje poderá ter vig0ncia no dia \ de janeiro doano pr1ximo. 'ssim, teremos uma ei ue foi aprovada e pu#licada, mas somente no dia \ doano seguinte terá vig0ncia, ou seja, passa a ser o#rigat1ria. Este lapso de tempo ue decorreentre a pu#licaç"o de uma lei e o início de sua vig0ncia c&ama$se *vacatio le,is6(

9e, por ualuer motivo, a lei n"o determinar o início de sua vig0ncia, ela entrará emvigor V= dias ap1s sua pu#licaç"o no territ1rio nacional e ;A dias para aplicaç"o fora doterrit1rio nacional.

G( Elaboraç.o da /ei Ordin)ria Estadual e $unicipal 'p1s termos examinado as fases de ela#oraç"o da lei ordinária federal, fica fácil

entender as fases de ela#oraç"o da lei ordinária Estadual e Ounicipal.

' ela#oraç"o dessas leis o#edece as mesmas fases da lei ordinária federal: .iniciativaH :( discuss.o e votaç.o e A( eBecuç.o0  ue su#divide$se em sanç"o, veto,

 promulgaç"o e pu#licaç"o.G(-( Iniciativa

' iniciativa da /ei Ordin)ria Estadual  poderá ser:

do 4overnador 

dos (eputados Estaduais

das 3omissões Especiali!adas

do Presidente do Fri#unal de >ustiça

da Procurador 4eral da >ustiça

dos cidad"os.

10  6rancato, Bicardo Feixeira.  Inst ituiçõ es de Dire ito Públ ico e Priv ado. 9"o Paulo: >osé6us&ats?5$Editor, ;82, p. UV.

11   Oax ] Ddis.  $anual de Dire ito Públ ico Pr iv ado. 9"o Paulo: Ed. Bevista dos Fri#unais,;8<, p. U<.

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 o Estado do Paraná, o projeto de lei de iniciativa popular  deverá estar su#scrito por, pelo menos, Z dos eleitores do Estado, distri#uídos em pelo menos =A municípios, com pelos Z dos eleitores inscritos em cada um deles.

projeto de /ei Ordin)ria $unicipal  será de iniciativa:

do Prefeito Ounicipal

dos )ereadores

das 3omissões especiali!adas da 3Mmara

dos cidad"os.

 o Ounicípio de 'pucarana, o projeto de lei de iniciativa dos cidad"os deverá ser su#scrito por, no mínimo, =Z dos eleitores do Ounicípio.

G(:( Discuss.o e votaç.o

(iferentemente do Mm#ito federal, os Estados e os Ounicípios possuem uma s1 casalegislativa, respectivamente, 'ssem#léia egislativa e 3Mmara de )ereadores. Por esta ra!"o, o

 pro"eto de lei ordinária, na (ase da discussão e votação terá tr9s turnos na mesma casale#islativa.

G(A( EBecuç.o

' %nica diferença nesta fase nas leis estaduais e municipais está no fato de ue o

Poder Executivo é representado, respectivamente, pelo 4overnador e pelo Prefeito.

J( P#OCESSO /EKIS/%I&O

. processo le#islativo ! o con"unto de atos pr!=coordenados reali/ados pelos 2r#ãole#islativos, visando a criação de normas "urídicas.

 processo le#islativo, no Mm#ito federal, compreende a ela#oraç"o de:

. Emendas N 3onstituiç"o.2. eis complementares N 3onstituiç"o.

U. eis rdinárias.

V. eis (elegadas.

=. Besoluções.

@. (ecretos egislativos.

<. Oedidas Provis1rias.

-( Amenda 4 constituição  $ é a lei de elaboração de (orma especial que tem por  (inalidade acrescentar ou modi(icar um dispositivo da *onstituição+

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L projeto de Amenda 4 Constituição poder ser de iniciativa"

aH$ (e WU, no mínimo, dos mem#ros da 3Mmara de (eputados ou do 9enadoCederal

 #H$ (o Presidente da Bep%#licacH$ (e mais da metade das 'ssem#léias egislativas das unidades da Cederaç"o,

manifestando$se cada uma delas, pela maioria relativa de seus mem#ros.

 A Emenda à *onstituição será discutida e votada em cada *asa do *on#resso 3acional, em dois turnos( 9erá considerada aprovada se o#tiver, em am#as as 3asas, >< dosvotos dos respectivos mem#ros.

' Emenda N 3onstituiç"o será promul#ada pelas Oesas da 3Mmara dos (eputados edo 9enado, com o respectivo n%mero de ordem. 'p1s, será pu#licada e entrará em vigor.

Clausulas P1treas $  Denominam=se clausulas p!treas os dispositivos constitucionaisque não podem ser alterados por Emendas à *onstituição. "o será o#jeto de deli#eraç"o a

 proposta tendente a a#olir:

aH$ a (orma (ederativa do Estado 

 #H$ o voto direto, secreto, universal e peri2dico

cH$ a separação dos Poderes

dH$ os direitos e #arantias individuais;$ )eis complementares 4 Constituição  $  são leis que t9m por (inalidadecomplementar um dispositivo contido na Constituiç.o , re#ulamentando assunto nelacontido+ A pr2pria *onstituição, portanto, estabelece os casos em que deve &aver acomplementação+

 

Fomemos por exemplo o seguinte caso. *' 3onstituiç"o esta#elece:

'rt. <^ $ 9"o direitos dos tra#al&adores ur#anos e rurais, além de outrosue visem a mel&oria de sua condiç"o social:

-$ relaç"o de emprego protegida contra despedida ar#itrária ou sem justacausa, nos termos da lei complementar, ue preverá indeni!aç"ocompensat1ria, dentre outros direitos+.

' ei complementar N 3onstituiç"o possui uma única diferença com relaç"o as fasesde ela#oraç"o da ei rdinária. Esta diferença est) na &otaç.o.  Enquanto a lei ordinária !aprovada por maioria simples de votos,  a /ei Complementar ser) aprovada por   maioriaabsoluta devotos(6 

> ( )eis Lrdinrias ! 9"o leis criadas com o ob"etivo de disciplinar os casos comuns,ou seja, aueles ue o legislador constitucional n"o determinou ue fossem disciplinados por leis especiais.

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$ )eis Delegadas !  S.o leis elaboradas pelo Presidente da #epública, em ra!"o dadelegação de poderes feita pelo Poder egislativo.

 Dele#ação ! a trans(er9ncia temporária e excepcional de poderes  ue um1rg"o fa! a outro. 3om a delegaç"o legislativa, o 3ongresso transfere ao governo GPoder ExecutivoH a compet0ncia de editar atos materialmente legislativos, tendo a eficácia de lei

formal.2

 As leis dele#adas são equiparadas às leis ordinárias, pelas uais podem ser alteradas ou revogadas.

$ -esoluções  $ $ão atos deliberativos do poder le#islativo, com car)ter administrativo ou pol4tico(  as palavras do prof. Oanoel 4onçalves Cerreira Cil&o, asresoluções cuidam, #eralmente, de assuntos de interesse interno do 4e#islativo. 'ssim, por exemplo, a 'esolução materiali/a a deliberação do Poder 4e#islativo uando este outorga

 poderes ao Presidente da Bep%#lica para ela#orar uma ei (elegada.

*(estinam$se os projetos de resoluç"o, em regra, a regular matéria decaráter político, administrativo ou processual, sobre o &ue deve  o 1rg"o legislativo, pronunciar$se em casos concretos, tais como a perda de mandato, concess"o de licençaa parlamentar para desempen&ar miss"o diplomática ou cultural, criaç"o de 3omiss"oParlamentar de -nuérito G 3P-H, etc.+U

M$ Decretos )egislativos  $ $ão deliberações do Poder 4e#islativo a respeito demat!ria de sua eBclusiva compet3ncia. Não estão sujeitos 4 sanção ou veto presidencial   esua promulgaç"o é feita pelo presidente do 9enado Cederal.

. Decreto 4e#islativo abran#e as mat!rias de compet9ncia exclusiva do *on#resso

 3acional, enumeradas no artigo V; da 3onstituiç"o Cederal. (entre elas citamos, a título deexemplo:

aH$ 'utori!ar o Presidente e o )ice$Presidente da Bep%#lica a se ausentarem do País,uando a aus0ncia exceder a uin!e dias.

 #H$ Besolver definitivamente so#re tratados, acordos ou atos internacionais ueacarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacionalJ

cH$ 'utori!ar o Presidente da Bep%#lica declarar guerra, cele#rar a pa!, permitir ueforças estrangeiras transitem pelo territ1rio nacional ou ue nele permaneçam

temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar.$ 6edidas Provis2rias  $ $ão normas criadas pelo Presidente da 'epública em

casos de relev>ncia e ur,3ncia+  Essas normas entram em vigor de imediato, ap1s a pu#licaç"o. Porém, dever"o ser su#metidas de imediato ao 3ongresso acional.

' Oedida Provis1ria, como parte integrante do processo legislativo, foi introdu!idana 3onstituiç"o em ;88 em su#stituiç"o ao (ecreto$ei ue vigorou durante o regime militar.

(e outu#ro de ;88 até setem#ro de 2AA registrou$se um crescente uso de OedidasProvis1rias pelo Poder Executivo caracteri!ando$se, em algumas ocasiões, uma verdadeirausurpaç"o de poder na ela#oraç"o de normas jurídicas. 3om o#jetivo de limitar esse a#uso

12  Cerreira, Pinto. Coment)rios 9 Constituiç.o 7rasileira . U° vol., 9"o Paulo: 9araiva,;;2, p. U=.

13   Oax ] Ddis. $anual de Direito Público Privado . 9"o Paulo: Bevista dos Fri#unais,;8<, p. U;.

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 praticado pelo Poder Executivo na ediç"o de Oedidas Provis1rias foi promulgada a Emenda3onstitucional de n\ U2, em de setem#ro de 2AA, ue determinou a o#servMncia dasseguintes normas #ásicas para ediç"o, votaç"o, aprovaç"o ou n"o de medidas provis1rias.

:$ &uanto 4 mat%ria$

 3ão poderão ser editadas medidas provis2rias que versem sobre as se#uintesmat!riasN

aH$ nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direitoeleitoralJ

 #H$ direito penal, processual penal e processual civilJ

cH$ organi!aç"o do Poder >udiciário e do Oinistério P%#lico, a carreira e agarantia de seus mem#rosJ

dH$ planos plurianuais, diretri!es orçamentárias, orçamento e créditos adicionais esuplementares, ressalvado crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis eurgentes, como as decorrentes de guerra, comoç"o interna ou calamidade p%#licaJ

eH$ ue vise a detenç"o ou se/estro de #ens, de poupança popular ou ualuer outro ativo financeiroJ

fH$ matéria reservada N lei complementarJ

gH$ já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo 3ongresso acional e pendente de sanç"o ou veto do Presidente da Bep%#lica.

;$ &uanto 4 eficcia$' medida provis1ria n"o convertida em lei no pra!o de sessenta dias, contados de

sua pu#licaç"o, perderá sua eficácia desde a ediç"o. ' contagem desse pra!o fica suspensadurante os períodos de recesso do 3ongresso acional.

 a &ip1tese da medida provis1ria n"o ser aprovada ou de perder a eficácia pelodecurso de pra!o, o 3ongresso deverá, por Decreto )egislativo, disciplinar as relações

 jurídicas por ela produ!ida.

3aso n"o seja editado o Decreto )egislativo acima referido no pra!o de sessenta

dias, contados da rejeiç"o ou perda da eficácia, as relações jurídicas constituídas e decorrentesde atos praticados durante a vig0ncia da medida provis1ria, continuar"o por ela sendodisciplinados.

Kuanto o projeto de lei de convers"o for aprovado contendo alteraç"o no textooriginal da medida provis1ria, ela continuará a vigorar integralmente até ue o projeto deconvers"o seja sancionado ou vetado.

Cicará prorrogada por mais sessenta dias a vig0ncia da medida provis1ria ue n"otiver sua votaç"o encerrada nas duas 3asas do 3ongresso acional, no pra!o de sessenta diasde sua pu#licaç"o.

>$ &uanto 4 reedição$

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' medida provis1ria n"o poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa ue ten&asido rejeitada ou ue ten&a perdido sua eficácia por decurso de pra!o. +essão legislativa é o

 período do ano em ue os 1rg"os integrantes do legislativo reali!am sessões.

$ &uanto ao processo de apreciação no legislativo$

-nicialmente a medida provis1ria será su#metida a uma 3omiss"o mista de (eputadose 9enadores ue a examinará e emitirá um parecer.

Em seguida será enviada N 3Mmara dos (eputados onde iniciará sua votaç"o. 'ntes dese apreciar o mérito da medida provis1ria deverá se apreciado as condições constitucionais desua admissi#ilidade, ue s"o a relev5ncia e urg1ncia.

9e a medida provis1ria n"o for apreciada em até uarenta e cinco dias contados desua pu#licaç"o, entrará em regime de urg1ncia, em am#as as 3asas egislativas, ficandoassim so#restadas todas as demais deli#erações legislativas até ue se ultime sua votaç"o.

' 3onstituiç"o da Bep%#lica Cederativa do 6rasil assim esta#elece uanto ao Processo egislativo:

9E_` )--

( PB3E99 E4-9'F-)

9Q69E_` -

(isposições 4erais

'rt. =; $ processo legislativo compreende a ela#oraç"o de: - . emendas N 3onstituiç"oJ

-- . leis complementaresJ---. leis ordináriasJ-) . leis delegadasJ). medidas provis1riasJ)-. decretos legislativosJ)--. resoluçõesJ

Parágrafo %nico. ei complementar disporá so#re a ela#oraç"o, redaç"o, alteraç"o e consolidaç"o das leis. 

9Q69E_` --

(a Emenda N 3onstituiç"o

'rt.@A $ ' 3onstituiç"o poderá ser emendada mediante proposta:- . de um terço, no mínimo, dos mem#ros da 3Mmara dos (eputados ou do 9enado Cederal:--. do Presidente da Bep%#lica:---. de mais da metade das 'ssem#léias egislativas das unidades da Cederaç"o, manifestando$

se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus mem#ros: § ° $ ' 3onstituiç"o n"o poderá ser emendada na vig0ncia de intervenç"o federal, de estado de

defesa ou de estado de sítioJ§2° $ ' proposta será discutida e votada em cada 3asa do 3ongresso nacional, em dois turnos,

considerando$se aprovada se o#tiver, em am#os, tr0s uintos dos votos dos respectivosmem#rosJ

§  U° $ ' emenda N 3onstituiç"o será promulgada pelas Oesas da 3Mmara dos (eputados e do9enado Cederal, com o respectivo n%mero de ordem.

§ V° $ "o será o#jeto de deli#eraç"o a proposta de emenda tendente a a#olir:- $ a forma federativa de EstadoJ-- $ o voto direto, secreto, universal e peri1dicoJ--- $ a separaç"o dos PoderesJ-)$ os direitos e garantias individuaisJ

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§ =° $ ' matéria constante de propostas de emenda rejeitada ou &avida por prejudicada n"o podeser o#jeto de nova proposta na mesma sess"o legislativaJ

9Q69E_` ---(as eis

'rt. @ $ ' iniciativa das leis complementares e ordinárias ca#e a ualuer mem#ro ou 3omiss"o da3Mmara dos (eputados, do 9enado Cederal ou do 3ongresso nacional, ao Presidente da

Bep%#lica, ao 9upremo Fri#unal Cederal, aos Fri#unais 9uperiores, ao Procurador 4eral daBep%#lica e aos cidad"os, na forma e nos casos previstos nesta 3onstituiç"o.§ ° $ 9"o de iniciativa privativa do Presidente da Bep%#lica as leis ue:

- $ fixem ou modifiuem os efetivos das Corças 'rmadasJ-- $ dispon&am so#re:

aH$ criaç"o de cargos, funções ou empregos p%#licos na administraç"o direta eautáruica ou aumento de sua remuneraç"oJ

 # $ organi!aç"o administrativa e judiciária, matéria tri#utária e orçamentária, serviços p%#licos e pessoal da administraç"o dos Ferrit1riosJ

cH$ servidores p%#licos da Qni"o e Ferrit1rios, seu regime jurídico, provimento decargos, esta#ilidade e aposentadoria de civis, reforma e transfer0ncia de militares

 para a inatividadeJdH$ organi!aç"o do Oinistério P%#lico e da (efensoria P%#lica da Qni"o #em como

normas gerais para a organi!aç"o do Oinistério P%#lico e (efensoria P%#lica dosEstados, do (istrito Cederal e dos Ferrit1riosJeH$ criaç"o e extinç"o de Oinistérios e 1rg"os da administraç"o p%#lica, o#servado o

disposto no art. 8V, )-J GBH. G E3 U2 de WA;W2AAH.§  2°  $ ' iniciativa popular pode ser exercida pela apresentaç"o N 3Mmara dos (eputados do

 projeto de lei su#scrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distri#uído pelo menos por cinco Estados, com n"o menos de tr0s décimos por cento dos eleitores decada um deles.

'rt. @2 $ Em caso de relevMncia e urg0ncia, o Presidente da Bep%#lica poderá adotar medidas provis1rias, com força de lei, devendo su#met0$las de imediato ao 3ongresso acional.

.Y D vedada a ediç"o de medidas provis1rias so#re matéria:- S relativa a:

aH nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoralJ  #Hdireito penal, processual penal e processual civilJ  cH organi!aç"o do Poder >udiciário e do Oinistério P%#lico, a carreira e a garantia deseus mem#rosJ  dH planos plurianuais, diretri!es orçamentárias, orçamento e créditos adicionais esuplementares, ressalvado o previsto no art. @<, U.YJ

-- S ue vise a detenç"o ou se/estro de #ens, de poupança popular ou ualuer outro ativofinanceiroJ

--- S reservada a lei complementarJ-) S já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo 3ongresso acional e pendente de

sanç"o ou veto do Presidente da Bep%#lica. 2.Y Oedida provis1ria ue impliue a instituiç"o ou majoraç"o de impostos, exceto os previstos

nos arts. =U, -, --, -), ), e =V, --, s1 produ!irá efeitos no exercício financeiro seguinte se &ouver sidoconvertida em lei até o %ltimo dia dauele em ue foi editada.

U.Y 's medidas provis1rias, ressalvado o disposto nos e 2 perder"o eficácia, desde aediç"o, se n"o forem convertidas em lei no pra!o de sessenta dias, prorrogável, nos termos no <.Y, uma ve!

 por igual período, devendo o 3ongresso acional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delasdecorrentes.

V.Y pra!o a ue se refere o U.Y contar$se$á da pu#licaç"o da medida provis1ria,suspendendo$se durante os períodos de recesso do 3ongresso acional.

=.Y' deli#eraç"o de cada uma das 3asas do 3ongresso acional so#re o mérito das medidas provis1rias dependerá de juí!o prévio so#re o atendimento de seus pressupostos constitucionais.

@.Y 9e a medida provis1ria n"o for apreciada em até uarenta e cinco dias contados de sua pu#licaç"o, entrará em regime de urg0ncia, su#se/entemente, em cada uma das 3asas do 3ongresso acional,ficando so#restadas, até ue se ultime a votaç"o, todas as demais deli#erações legislativas da 3asa em ueestiver tramitando.

<.Y Prorrogar$se$á uma %nica ve! por igual período a vig0ncia de medida provis1ria ue, no

 pra!o de sessenta dias, contado de sua pu#licaç"o, n"o tiver a sua votaç"o encerrada nas duas 3asas do3ongresso acional. 8.Y 's medidas provis1rias ter"o sua votaç"o iniciada na 3Mmara dos (eputados. ;.Y 3a#erá N comiss"o mista de (eputados e 9enadores examinar as medidas provis1rias e so#re

elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sess"o separada, pelo plenário de cada uma das 3asas do3ongresso acional.

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A.Y D vedada a reediç"o, na mesma sess"o legislativa, de medida provis1ria ue ten&a sidorejeitada ou ue ten&a perdido sua eficácia por decurso de pra!o.

.Y "o editado o decreto legislativo a ue se refere o U.Y até sessenta dias ap1s a rejeiç"o ou perda de eficácia de medida provis1ria, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticadosdurante sua vig0ncia conservar$se$"o por ela regidas.

2.Y 'provado projeto de lei de convers"o alterando o texto original da medida provis1ria, estamanter$se$á integralmente em vigor até ue seja sancionado ou vetado o projeto. GBH

'rt @U $ "o será admitido aumento da despesa prevista:-. nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Bep%#lica, ressalvado o disposto no art.

@@, §§ U° e V°:--. nos projetos so#re organi!aç"o dos serviços administrativos da 3Mmara dos (eputados, do

9enado Cederal, dos Fri#unais Cederais e do Oinistério P%#lico.

'rt. @V $ ' discuss"o e votaç"o dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da Bep%#lica, do 9upremoFri#unal Cederal e dos Fri#unais 9uperiores ter"o início na 3Mmara dos (eputados.§  ° $ Presidente da Bep%#lica poderá solicitar urg0ncia para apreciaç"o de projetos de sua

iniciativa.§ 2° $ 9e, no caso do \, a 3Mmara dos (eputados e o 9enado Cederal n"o se manifestarem so#e

a proposiç"o, cada ual sucessivamente, em até uarenta e cinco dias, so#restar$se$"o todasas demais deli#erações legislativas da respectiva 3asa, com exceç"o das ue ten&am pra!o

constitucional determinado, até ue se ultime a votaç"o. GBH.§  U°  $ ' apreciaç"o das emendas do 9enado Cederal pela 3Mmara dos (eputados far$se$á no pra!o de de! dias, o#servado uanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.

§  V°  $ s pra!os do §  2° n"o corem nos períodos de recesso do 3ongresso acional, nem seaplicam aos projetos de c1digo.

'rt. @= $ projeto de lei aprovado por uma 3asa será revisto pela outra, em um s1 turno de discuss"o evotaç"o, e enviado N sanç"o ou promulgaç"o, se a casa revisora o aprovar, ou aruivado, se orejeitar.

Parágrafo %nico. 9endo o projeto emendado, voltará N 3asa iniciadora.

'rt. @@ $ ' 3asa na ual ten&a sido concluída a votaç"o enviará o projeto de lei ao Presidente daBep%#lica, ue, auiescendo, o sancionará.

§ ° $ 9e o Presidente da Bep%#lica considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional oucontrário ao interesse p%#lico, vetá$lo$á total ou parcialmente, no pra!o de uin!e dias %teis,contados da data do rece#imento, e comunicará, dentro de uarenta e oito &oras, aoPresidente do 9enado Cederal os motivos do veto.

§ 2° $ veto parcial somente a#rangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou dealínea.

§ U° $ (ecorrido o pra!o de uin!e dias, o sil0ncio do Presidente da Bep%#lica importará sanç"o.§  V°  $ veto será apreciado em sess"o conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu

rece#imento, s1 podendo ser rejeitado pelo voto da maioria a#soluta dos (eputados e9enadores, em escrutínio secreto.

§  =° $ 9e o veto n"o for mantido, será o projeto enviado, para promulgaç"o, ao Presidente daBep%#lica.

§ @° $ Esgotado sem deli#eraç"o o pra!o esta#elecido no § V°, o veto será colocado na ordem do

dia da sess"o imediata, so#restadas as demais proposições, até sua votaç"o final. GBH.§ <° $ 9e a lei n"o for promulgada dentro de uarenta e oito &oras pelo Presidente da Bep%#licanos casos dos §§ U°  e =°, o Presidente do 9enado a promulgará, e, se este n"o o fi!er emigual pra!o, ca#erá ao )ice$Presidente do 9enado fa!e$lo.

'rt. @< $ ' matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir o#jeto de novo projeto,na mesma sess"o legislativa, mediante proposta da maioria a#soluta dos mem#ros de ualuer das 3asas do 3ongresso acional.

'rt. @8 $ 's leis delegadas ser"o ela#oradas pelo Presidente da Bep%#lica, ue deverá solicitar a delegaç"oao 3ongresso acional.

§ ° $ "o ser"o o#jeto de delegaç"o os atos de compet0ncia exclusiva do 3ongresso acional, osde compet0ncia privativa da 3Mmara dos (eputados ou do 9enado Cederal, a matériareservada N lei complementar, nem a legislaç"o so#re:- $ organi!aç"o do Poder >udiciário e do Oinistério P%#lico, a carreira e a garantia de seusmem#rosJ-- $ nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitoraisJ

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--- $ planos plurianuais, diretri!es orçamentárias e orçamentos. 

§ 2° $ ' delegaç"o ao Presidente da Bep%#lica terá a forma de resoluç"o do 3ongresso acional,ue especificará seu conte%do e os termos de seu exercício.

§ U° $ 9e a resoluç"o determinar a apreciaç"o do projeto pelo 3ongresso acional, este a fará emvotaç"o %nica, vedada ualuer emenda.

'rt. @; $ 's leis complementares ser"o aprovadas por maioria a#soluta.

J( #E%#O%I&IDDE D /EI 

Em princípio, a /ei 1 editada para re,ular situações futuras, ue ir"o ocorrer durante seu período de vig0ncia. passado escapa ao seu comando.

3ontudo, em casos especial4ssimos0 a /ei pode retroa,ir0 desde que +aja disposiç.ole,islativa eBpressa( Para mel&or compreendermos a retroatividade da lei, necessário se fa!dividir o conjunto de leis em dois grupos: :$ leis penais e, ;$ as demais leis$

:$ Com relação 4 )ei Penal:

' 3onstituiç"o, em seu art. =°, item b, esta#elece:

* A lei penal não retroa#irá, salvo para bene(iciar o r!u+1

Fomando como exemplo o crime de &omicídio, verificamos ue o art. 2 do 31digoPenal esta#elece ue matar alguém é crime e a pena será de @ a 2A anos de reclus"o.9upon&amos ue alguém ten&a cometido um &omicídio e ten&a sido condenado N penamáxima de 2A anos de reclus"o. 9e, no decorrer do cumprimento da pena, entrar em vigor umanova lei ue altere a pena para &omicídio, estipulando reclus"o de V a A anos, esta lei 

retroa,ir) seus efeitos por beneficiar o r1u(  'ssim, #asta ao réu condenado anteriormente N pena máxima de 2A anos, ue cumpra, agora, a pena máxima de A anos.

;$ Com relação 4s demais leis 

Excetuada a ei Penal, em se tratando, portanto, das demais leis, a 3onstituiç"oCederal esta#elece regra diferente uando trata da retroatividade de lei. Em seu art. =°, itembbb)-, esta#elece:

*? lei não prejudicar o direito ad&uirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.+

Besta sa#er, portanto, o significado de *direito aduirido+, *ato jurídico perfeito+ e*coisa julgada+. ' ei de -ntroduç"o ao 31digo 3ivil, art. @°, nos fornece tais conceitos.

 Direito dquirido $ 3onsideram$se aduiridos os direitos ue o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, tais como aueles cujo começo do exercício ten&a termo pré$fixo, oucondiç"o preesta#elecida inalterável a ar#ítrio de outrem.

Direito adquirido ! a vanta#em "urídica, líquida, certa, lícita, concreta, que a

 pessoa obt!m na (orma de lei vi#ente e que se incorpora de(initivamente e sem contestações

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ao patrim7nio de seu titular, não l&e podendo ser subtraída pela vontade al&eia, inclusivedos entes estatais e seus 2r#ãos0+

 to *ur4dico Perfeito $ Beputa$se ato jurídico perfeito Nuele já consumado segundoa lei vigente ao tempo ue se efetuou.

(ireito 6rasileiro esta#elece o princípio de ue uma lei nova n"o pode alcançar umato jurídico perfeito. 3omo exemplo, citamos a manifestaç"o do 9upremo Fri#unal Cederal:

%ratando=se de contrato le#itimamente celebrado, as partes t9m o direito de v9=locumprido, nos termos da lei contempor:nea ao seu nascimento, e re#ular inclusive seuse(eitos+ .s e(eitos do contrato (icam condicionados à lei vi#ente no momento em que (oi

 (irmado pelas partes+1

Coisa *ul,ada $ 3&ama$se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de &ue j não caiba recurso$

L( I'%E#P#E%O D /EI 

 <nterpretar ! o processo l2#ico pelo qual se determina o sentido da lei . -nterpretar é procurar o pensamento, o alcance do texto, a vontade da lei.

D evidente ue o legislador, por mais cauteloso e previdente, jamais poderá prever todos os possíveis casos ue o jui! será c&amado a resolver. >ui!, por sua ve!, ainda ue alei seja omissa, terá ue decidir a uest"o ue l&e é su#metida N julgamento. (eve, portanto,o >ui! suprir as lacunas da lei, recorrendo N várias normas. Essas normas constituem o ue sec&ama de +ermen3utica0 ue é o campo do (ireito ue estuda a interpretaç"o das leis.  Ainterpretação das leis pode ser examinada sob tr3s aspectos diferentes ,  representados noseguinte uadro: 

>udiciária. 8uanto às suas (ontes  (outrinária

'ut0ntica 

IN.A-P-A.?OL 8uanto ao processo4ramatical ou iteral 9istemática

Bestritiva

-+ 8uanto ao resultado Extensiva(eclarativa 

L(-( =M'%O NS SMS FO'%ES 

 Interpretaç.o *udici)ria  $ D aquela que ! (eita pelo Poder udiciário quando da solução de um conflito de interesse que l+e 1 submetido. Esta interpretaç"o nos é transmitidaatravés das sentenças, ac1rd"os, s%mulas etc.

 Interpretaç.o Doutrin)ria $ D a interpretaç"o ela#orada pelos estudiosos do (ireito G

doutrinadores H sem qualquer preocupaç.o de dar soluç.o a um conflito em particular .

14  unes, Pedro.  Dicion)r io de %ecnolo,ia *ur4dica. Bio de >aneiro: Creitas 6astos, ;<;, v.l, p. U=.

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Fomamos con&ecimento dessa interpretaç"o através dos livros editados pelos doutrinadores,artigos em revistas especiali!adas, confer0ncias, etc.

 Interpretaç.o ut3ntica  $ D  a interpretação (eita pelo pr2prio le#islador+  Essainterpretaç"o nos 1 transmitida pelo pr5prio teBto le,al(

3itamos, como exemplo, o crime de violação de domicílio, definido no art+ CFdo *2di#o PenalN

*Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontadeexpressa ou tácita de uem de direito, em casa al&eia ou em suas depend0ncias.+

 3os §§ 0° e C° do arti#o CF, o legislador esclarece o significado de *casa+, para efeito de caracteri!aç"o desse crime:

§ 0° = A expressão casa1 compreende:- $ ualuer compartimento &a#itadoJ

-- $ aposento ocupado de &a#itaç"o coletivaJ---$ compartimento n"o a#erto ao p%#lico, onde alguém exerce profiss"o ouati vidade.

§ C° = 3ão se compreende na expressão casa1N- $ &ospedaria, estalagem ou ualuer outra &a#itaç"o coletiva, enuanto

a#erta, salvo a restriç"o do n° -- do parágrafo anterior.--$ taverna, casa de jogo e outras do mesmo g0nero

L(:( =M'%O O P#OCESSO

 Interpretaç.o Kramatical ou literal $ D auela em ue o intérprete analisa o

 si#ni(icado de cada uma das palavras de ue é composto o texto interpretado.

 Interpretaç.o sistem)tica  $ D auela em ue o intérprete compara o texto,interpretado #ramaticalmente, com outros textos de lei, a fim de &armoni!á$lo com o sistema

 jurídico.L(A (=M'%O O #ESM/%DO

 Interpretaç.o restritiva  $ ' interpretaç"o é restritiva uando o intérprete c&ega Nconclus"o ue o legislador disse mais do ue ueria di!er, por isso,   deve=se restrin#ir oalcance do texto interpretado+

 Interpretaç.o eBtensiva  $ ' interpretaç"o é extensiva uando o intérprete concluiue o legislador disse menos do ue ueria di!er, desta forma deve=se alar#ar o alcance dotexto interpretado+

 Interpretaç.o declarativa $ ' interpretaç"o é declarativa uanto o intérprete concluiue a letra da lei corresponde exatamente ao pensamento do le#islador .

 Estudo diri,ido

. Kual é a (onte de produção do Direito PositivoT

2. Kuais s"o as (ontes primárias ou imediatas do DireitoT

U. Kuais s"o as (ontes secundárias ou mediatas do DireitoT

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V. Kual a diferença entre a norma ue rege um fenmeno físico e a ue rege um fenmeno

socialT

=. ue significa 4ei, vista como fonte do (ireito PositivoT

@. ue é Direito *onsuetudinárioT

<. ue significa costume, como fonte do (ireito PositivoT8. ue significa doutrina, como fonte do (ireito PositivoT

;. ue é "urisprud9nciaT

A. 3omo se classificam as leis, segundo sua nature/aO

. 3omo se classificam as leis, segundo sua ori#emT

2. ue se entende por ei CederalT

U. ue se entende por ei EstadualT

V. ue é lei municipal .

=. Kuais s"o as (ases de elaboração da ei rdinária CederalT

@. ' uem ca#e, comumente, a iniciativa da ei rdinária CederalT

<. (e ue forma deverá ser apresentado o projeto de lei federal de iniciativa popularT

8. 3lassifiue as leis segundo sua importMncia &ieráruica.

;. ue se entende por sanção, como fase de ela#oraç"o da lei ordináriaT

2A. 3omo se dá a sanção expressa da leiT

2. ue é sanção tácita da leiT

22. ue é veto, como fase de ela#oraç"o da leiT2U. Kuais s"o os motivos "usti(icadores do vetoT

2V. Kuando se di! ue o veto ! total T

2=. Kuando se di! ue o veto ! parcial T

2@. ue é promul#ação de uma lei ordináriaT

2<. ue é publicação da leiT

28. ' partir de ue momento a lei entra em vigorT

2;. ue é vacatio=le#is+ de uma leiT

UA. ue ocorre com o projeto de lei vetado pelo Presidente da Bep%#licaT

U. ue significa quorum+T

U2. 3omo se verifica a aprovaç"o de um projeto por maioria simples ou relativaT

UU. ue se entende por maioria absolutaT

UV. ue é maioria quali(icadaT

U=. Para ue se presta a emenda à constituiçãoO

U@. Kual a finalidade da lei complementar à constituiçãoT

U<. ue é uma lei dele#adaT

U8. ue é decreto=le#islativoT

U;. ue é medida provis2riaO

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VA. Em uais circunstMncias o Presidente da Bep%#lica poderá editar uma medida

 provis1riaT

V. Em ue caso a lei penal retroagiráT

V2. ue se entende por interpretação "udiciária da leiT

VU. ue se entende por interpretação doutrinária da leiTVV. Kuando se di! ue a interpretação da lei ! aut9nticaO

V=. ue é interpretação #ramatical ou literal  de um texto legalT

V@. ue é interpretação sistemáticaT

V<. Kuando a interpretação da lei ! considerada restritivaT

V8. Kuando a interpretação ! considerada extensivaT

V;. ue é interpretação declarativa da leiT

  ! +97AI.L+ DL DI-AI.L $

Os sujeitos do direito s.o as pessoas.  á dois tipos distintos de pessoasN -( f4sicaou natural e0 :( jur4dica(

I ! Pessoa @ísica ou Natural.

 Pessoa F4sica ou natural  $ *onsidera=se pessoa (ísica ou natural todo ser &umano ,ou seja, a criatura ue proven&a da mul&er.

'o estudarmos a pessoa física, inicialmente, duas questões relevantes se impõem.

:$  A primeira questão di! respeito ao exato momento em que a pessoa (ísica passaa ser titular de direitos e su"eito de obri#ações, ou seja, quando ! que adquire Personalidadede Direito$

;. A se#unda questão  di! respeito ao momento em que a pessoa (ísica pode exercer os direito por si s2, sem ser representada ou assistida por al#u!m,  ou seja, quando ! queadquire Capacidade de Direito+

 Personalidade de Direito:  K a (aculdade de ser titular de direitos e su"eito deobri#ações e começa do nascimento com vida( Entretanto 0 a lei põe a salvo, desde aconcepç"o, os direito do nascituro.

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(o acima exposto, conclui$se ue é de grande importMncia definir com precis"o   oinício da Personalidade de (ireito da pessoa. Em conse/0ncia, os conceitos de *concepç"o+e de *nascimento com vida+, assumem papel relevante.

Concepç.o $ é o momento da junç"o do 1vulo com o espermato!1ide, formandoo ovo ue se anin&ará no %tero onde se desenvolverá.

 'ascimento com vida  $ nascer significa a passagem do nascituro da vida intrauterina para vida extra uterina. Nascer com vida  significa ue o ser inspirou, ou seja,rece#eu ar nos pulmões.

Por nascituro se entende o feto já conce#ido e ue se encontra no ventre materno.Enuanto n"o se caracteri!ar a situaç"o do nascimento com vida &averá apenas   umaexpectativa de ser su"eito de direito, sendo um sujeito de direito em potencial.

Para mel&or compreens"o da importMncia da auisiç"o da Personalidade de (ireito eda expectativa do nascituro tornar$se sujeito de direito, vamos a um exemplo. 9upon&amos o

falecimento de um milionário, casado recentemente pelo regime de separaç"o de #ens, uedeixa pais vivos e vi%va grávida do primeiro fil&o=. ' morte tem entre outras conse/0ncias, atransmiss"o do patrimnio do falecido aos seus &erdeiros. ' lei #rasileira esta#elece a ordemdesses &erdeiros, a sa#er:

:$ Em primeiro lugar &erdam os descendentes do falecido, em concorr0nciacom o cnjuge so#revivente, salvo se:

a8! se o casamento for no regime de comun&"o universalJb8! se o casamento for no regime da separaç"o o#rigat1ria de #ensJc8!  se o casamento for no regime de separaç"o parcial e o autor da

&erança n"o &ouver deixado #ens particulares.

;. "o existindo descendentes, &erdam os ascendentes, em concorr0ncia com ocnjuge so#revivente.

>. "o possuindo descendentes e nem ascendentes, uem &erda é o cnjugeso#revivente, n"o separado judicialmenteJ

. a falta dos supracitados, &erdam os colaterais até V° grau G2° grau s"o osirm"osJ U° grau s"o os tios e so#rin&osJ V° grau, os primosH.

$  a falta dos enumerados uem fica com o patrimnio do falecido é o

Ounicípio ou (istrito Cederal, se locali!ado nas respectivas circunscrições, ou N Qni"o, uandosituado em territ1rio federal.

Lbs$  a8!  a concorr0ncia com os descendentes G item H, ao cnjugeso#revivente, se for ascendente dos 'erdeiros, ca#erá um uin&"o igual ao dos &erdeiros,n"o podendo ser inferior a G2=ZH da &erança.

b8! a concorr0ncia com os ascendentes em primeiro grau, ao cnjugetocará um terço GWUH da &erançaJ ca#er$l&e$á a metade desta se &ouver um s1 ascendente, ouse maior for auele grau.

15  (o7er. elson 4odo5 6assil.  Inst ituiçõ es de Dire ito Públ ico e Priv ado. 9"o Paulo: elpa, ;;=, p. 28.

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 o exemplo acima citado, &á de se a#uardar o nascimento do (il&o do (alecido,  poisa lei asse,ura direitos ao nascituro e o considera como um sujeito de direito em potencial( caso enseja várias possi#ilidades:

:. 9e o nascituro nascer com vida  rece#erá a &erança pelo falecimento do pai, emconcorr0ncia com a m"e.

;$ 9e o nascituro nascer morto, não ad&uire Personalidade de Direito, portanto,n"o rece#e e nem transmite a &erança, ue ficará com os av1s paternos, em concorr0ncia como cnjuge so#revivente, visto ue figuram em segundo lugar na ordem da vocaç"o sucess1ria.

>. 9e nascer vivo, receber a 'erança. Porém,  se vier a (alecer no se#undo subseqMente ao nascimento, a +erança passar) 9 sua m.e(

Poderá &aver d%vida uanto ao fato do recém$nascido ter vivido0 ou n.o0 por uminstante( Para dirimir esta d%vida poderá ser reali!ado exame médico denominado docimasia&idrostática pulmonar , ue consiste em colocar os pulmões do falecido num recipiente comágua N temperatura de =° a 2A°3. 9e os pulmões flutuarem, é porue inspirou e nasceu comvida. Portanto, tornou$se titular de direitos e sujeito de o#rigações. 3aso os pulmões n"oflutuem, é prova de ue nasceu sem vida.

-( CPCIDDE DE DI#EI%O

Capacidade de Direito, tam#ém c&amada de capacidade de eBerc4cio ! a aptidão deexercer direito e assumir obri#ações  por si ou pessoalmente , sem estar assistido ou

representado pelos pais, curador ou tutor+  9er titular de direito e sujeito de o#rigações é ter Personalidade de (ireito+

Entretanto, o fato de poder eBercer esse direito por si s50 pessoalmente0   constitui=se situação diversa, que denominamos de capacidade de direito ou de eBerc4cio(

' lei n"o esta#elece de forma direta o momento exato do início da capacidade dedireito, porém o fa! de forma indireta ao enumerar as incapacidades. 'ssim, a pessoa terácapacidade de direito ou de exercício  se não possuir nen&uma das incapacidade previstas nalei.

's incapacidades podem ser resumidas no seguintes uadro:

$ Oenores de @ anos.2$ s privados do necessário discernimento por 

enfermidade ou defici0ncia mental'#solutamente -ncapa!esU$ s ue n"o puderem exprimir sua vontade, mesmo por 

causa transit1ria.

$ Oenores entre @ e 8 anos2$ s é#rios &a#ituais, os viciados em t1xicos e os

deficientes mentais de discernimento redu!ido.Belativamente -ncapa!es

U$ s excepcionais sem desenvolvimento mental completo.V$ s Pr1digos

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? capacidade civil dos Qndios % disciplinada por legislação especial.

 ( 7SO/M%$E'%E I'CPES 

  Aquele que ! absolutamente incapa/ não pode, portanto, comparecer  pessoalmente para praticar os atos da vida civil e mercantil+ $e o (i/er, tal ato será nulo, ou se"a, ! como se não existisse 6 +

 (esde o nascimento com vida, ficam os fil&os sujeitos ao  poder familiar  dosgenitores enuanto menoresJ se &ouver o falecimento de am#os os pais ou se estes foremsuspensos ou destituídos do  poder familiar , os fil&os menores de @ anos s"o postos emtutela0 nomeando o jui! um tutor. Kuando a pessoa completa @ anos e é um deficiente mental,ac&ando$se impossi#ilitado de cuidar os pr1prios interesses,e n"o estiver so# o poder familiar,está sujeito N curatela. Kuem nomeia o curador é o jui!. Portanto os incapa!es est"o

 protegidos por tr0s institutos: poder familiar0 tutela e curatela(

 (-( $enores de -J anos 

Esses menores t0m direitos, porém, não poderão exerc9=los pessoalmente,devendo ser representados pelo pai, m"e ou tutor.

 9e o menor de @ anos tiver ue outorgar procuraç"o para advogado, por 

exemplo, poderá fa!e$lo por seu representante legal, o ual assinará a procuraç"o em nome doseu representado.

Esses menores s"o tradicionalmente c&amados de menores impúberes+

 (:( Os privados do necess)rio discernimento por enfermidade ou defici3ncia mental  

31digo 3ivil usa express"o genérica ao referir$se N falta de discernimento para os atos da vida civil, compreensiva de todos os casos de insanidade mental, permanenteou duradoura, caracteri!a por grave alterações das faculdades psíuicas.

Para a caracteri!aç"o de uma pessoa portadora de defici0ncia mental, ouanomalia psíuica, é preciso a declaraç"o judicial de sua incapacidade, mediante a propositura

da ação de interdição, cuja sentença será inscrita no Begistro de nascimento do interditado,alem de pu#licada na imprensa local para inteiro con&ecimento de todos. D nulo o ato praticado pelo enfermo ou deficiente mental depois dessas provid0ncias.

' vel&ice ou senilidade, por si s1, n"o é causa de limitaç"o da capacidade, salvose motivar um estado patol1gico ue afete o estado mental.

  (A( Os que n.o puderem eBprimir sua vontade0 mesmo por causa transit5ria

' express"o, tam#ém genérica, n"o a#range as pessoas portadoras de doençasou defici0ncia mental permanentes, referidas no inciso anterior, mas as ue n"o puderemexprimir sua vontade por causa transit2ria, ou em virtude de alguma patologia G em#riague!16  (o7er, elson 4odo5 6assil.  Instituições de Direito Público e Privado. 9"o Paulo:

 elpa, ;;=, p. UA.

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n"o &a#itual, uso eventual de entorpecentes ou su#stMncias alucin1genas, &ipnose ou outrascausas semel&antesH.

D nulo, assim, o ato jurídico exercido pela pessoa de condiç"o psíuica normal,mas ue se encontrava completamente em#riagada no momento em ue o praticou e ue, emvirtude dessa situaç"o transit1ria, n"o se encontrava em perfeitas condições de exprimir a sua

vontade. 7 ( #E/%I&$E'%E I'CPES 

 As pessoas relativamente incapa/es poderão praticar al#uns atos da vida civil masnão todos+  9"o indivíduos ue se situam entre os de integral inaptid"o e os de perfeitodesenvolvimento intelectual. (e modo ue a lei procura t"o$somente suprir a defici0ncia

 parcial, ue l&es é peculiar, uer impedindo apenas a prática de certos atos G como, p. ex., osatos de alienaç"o, para os pr1digosH, uer determinando a maneira como devem praticar outros tantos.

 7(-( $enores entre -J e - anos(s menores com idade entre @ e 8 anos s"o c&amados de menores púberes+' lei, neste caso, admite ue o indivíduo já ten&a atingido um certo desenvolvimento

intelectual ue, se n"o #asta para dar$l&e o inteiro discernimento de tudo ue l&e convém nosneg1cios, é suficiente, entretanto, para possi#ilitar$l&e atuar, pessoalmente, na vida jurídica.

menor p%#ere ao praticar um ato jurídico não mais será representado pelos pais oututor, mas sim assistido  por seus pais ou tutor, ue l&e aconsel&ará na reali!aç"o do atodesejado..

3omo muito #em o#serva 9ilvio Bodrigues, *diferentemente do caso do imp%#ere,aqui ! o pr2prio menor que atua no ne#2cio "urídico e é a sua vontade ue vai constituir suamola geradora+. 9e o menor p%#ere contrai o#rigaç"o desassistido por seu representante, ela épassível de anulação pelo pr1prio menor ou por seu representante. E, o#viamente, s1 seráanulada se resultar prejudicial ao incapa!. Entretanto, uma regra limita o alcance deste

 princípio, pois ele n"o incide so#re o menor ue, agindo dolosamente, enganou o outrocontratante so#re a sua idade. (i! o art. 8A:

1. menor, entre 6 ? de/esseis e ; ?de/oito anos, não pode, para eximir=se deuma obri#ação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra

 parte, ou se,no ato de obri#ar=se, declarou=se maior+1

'ui entram em conflito dois princípios gerais de direito: de um lado, o anseio de proteger o menorJ de outro, o prop1sito de repelir o dolo e amparar a #oa fé, n"o permitindoleve auele a mel&or so#re esta.+<

 7(:( Ls %brios 'abituais, os viciados em t20icos e os deficientes mentais dediscernimento redu(ido$

9omente os alco1latras e os toxicmanos, isto é, os viciados no uso e dependentes desu#stMncias alco1licas ou entorpecentes, s"o considerados relativamente incapa!es. s usuárioseventuais ue, por efeito transit1rio dessas su#stMncias, ficarem impedidos de exprimir 

 plenamente sua vontade est"o incluídos no rol dos a#solutamente incapa!es.

17   3f. 9ilvio Bodrigues. Enciclop 1d ia Saraiv a do Dire ito, vol. VU, p. <8.36

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Esta#eleceu$se, assim, uma gradaç"o para a de#ilidade mental: quando privar totalmente o de(iciente do necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil,acarretará a incapacidade absolutaQ quando, por!m causa apenas a sua redução, acarretaráa incapacidade relativa+

'o determinar a interdiç"o dos deficientes mentais, é#rios &a#ituais e dos viciados emt1xicos, o jui! esta#elecerá, segundo o estado ou desenvolvimento mental do interdito, os

limites da curatela,  ue poder"o circunscrever$se N privaç"o do direito de, sem curador, praticar atos ue possam onerar ou desfalcar o seu patrimnio Garts. .<<2 e <82 do 31digo3ivilH

 7(A( Os eBcepcionais sem desenvolvimento mental completo(

portador de defici0ncia ue n"o tem desenvolvimento mental completo deve ser assistido na prática de neg1cio jurídico.

'o comentar esse dispositivo o prof. 9ilvio Bodrigues, assim se manifestou: *Essedispositivo, ue é de extrema flexi#ilidade, deixa uma porta a#erta para aueles casos de

defici0ncia mental mais #randos, ue n"o cou#erem no dispositivo do art. UY, ue arrola entreos a#solutamente incapa!es os ue n"o tiverem, por enfermidade ou defici0ncia mental, odiscernimento para participar de neg1cio jurídico+. 8

 7(?( Os Pr5di,os.

 3onsidera$se pr1digo a pessoa ue gasta desordenadamente seu patrimnio, pondo$se em situaç"o ue poderá levá$lo N miséria.

' prodigalidade é decretada no interesse do pr1prio pr1digo.

 pr2di#o, declarado como tal, torna=se incapa/ de praticar certos atos, como o deemprestar, transigir, dar uitaç"o, alienar, &ipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar,em geral, os atos ue n"o sejam de mera administraç"o, ou seja, todos os atos ue importemna diminuiç"o de seu patrimnio. Entretanto, poderá praticar todos os demais atos da vidacivil como casar, exercer a profiss"o e atos de mera administraç"o do patrimnio.

Os ndios

s índios s"o os &a#itantes das selvas, n"o integrados N civili!aç"o. 31digo 3ivildetermina ue a capacidade dos índios será regulada por legislaç"o especial.

diploma legal ue atualmente regula a situaç"o jurídica dos índios no País é a ei [email protected], de ; de de!em#ro de .;<U, ue dispõe so#re o Estatuto do ndio, proclamando ueficar"o sujeitos N tutela da Qni"o, até se adaptarem N civili!aç"o.

índio é, portanto, independentemente de ualuer medida judicial, incapa! desde onascimento , até ue preenc&a os reuisitos exigidos pelo art. ;Y da ei @.AAW<U G idademínima de 2 anos, con&ecimento da língua portuguesa, &a#ilitaç"o para o exercício deatividade %til N comunidade nacional, ra!oável compreens"o dos usos e costumes da comun&"onacionalH e seja li#erado por ato judicial.

:( E$'CIPO

 o ue di! respeito a idade, a incapacidade da pessoa cessa a partir dos ; anoscompletos. o entanto, existem diversas situações em ue a pessoa passa ser considerada

18  Direito Civil, Parte Geral, vol. I, Saraiva, S.Paulo, ed. 2002, . 52.37

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a#solutamente capa! antes de atingir os 8 anos. Essas situações s"o c&amadas deA6?NCIP?OL$ 

 Emancipação, na conceituaç"o de 3l1vis 6eviláua, ! a aquisição da capacidadecivil antes da idade le#al+ u seja, a pessoa aduire capacidade para exercer pessoalmentedireitos e assumir o#rigações, sem &aver completado a maioridade.

s casos de emancipaç"o s"o enumerados pelo 31digo 3ivil 6rasileiro, a sa#er: :. Por concess"o dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento

 p%#lico, independentemente de &omologaç"o judicial, ou por sentença do jui!,ouvido o tutor, se o menor tiver @ Gde!esseisH anos completosJ

;$ Pelo casamentoJ

>. Pelo exercício de emprego p%#lico efetivoJ

. Pela colaç"o de grau em curso de ensino superiorJ$  Pelo esta#elecimento civil ou comercial, ou pela exist0ncia de relaç"o de emprego,

desde ue, em funç"o deles, o menor com @ Gde!esseisH anos completos ten&aeconomia pr1pria.

:( -( Por concess.o dos pais0 ou de um deles na falta do outro0 mediante instrumento público

' emancipaç"o por vontade dos pais depende sempre do menor ter completado @

anos de idade. menor n"o tem direito de exigir a sua emancipaç"o, muito menos de pedi$la judicialmente, pois trata$se de uma concess"o ue s1 os pais podem conceder, ap1s dosar acapacidade do fil&o, lem#rando ue a emancipaç"o &á de ser concedida sempre no interessedo menor.

 Para conceder a emancipaç"o os pais dever"o ir ao Fa#elionato de otas e solicitar a

lavratura de uma escritura p%#lica de emancipaç"o e, em seguida, registra$la no 3art1rio deBegistro 3ivil, onde foi feito o registro de nascimento do menor emancipado.

:(:( Pelo Casamento

O casamento0 automaticamente0 emancipa os c2nju,es. 9e antes do casamento osnu#entes forem menores, com o casamento eles passam a ser capa!es e de maneirairreversível+ )ale di!er, caso os cnjuges ven&am a separar$se judicialmente ou divorciar$sen"o ocorrerá a revogaç"o da emancipaç"o.

 ' lei fixa a idade nupcial: @ anos para os cnjuges. 3ontudo, no caso de ocorrer a

uni"o sexual e a menor de @ anos engravidar, o pedido de suprimento de idade, ca#e ao jui!.Estando os interessados de acordo, o jui! autori!ará o casamento.

:(A( Pelo eBerc4cio de empre,o público efetivo

%odo menor que passar a exercer empre#o público e(etivo obterá a emancipação .'ui, como no caso anterior, a emancipaç"o dar$se$á automaticamente, pelo simples fato detomar posse em cargo p%#lico efetivo.:(?( Pela colaç.o de ,rau em curso de ensino superior 

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' emancipaç"o pela colaç"o de grau em curso superior dificilmente ocorrerá nosnossos dias, porue a maioria das pessoas o conclui com mais de 8 anos. Oas, se issoacontecer, o indivíduo estará, automaticamente, emancipado.

:(G( Pelo estabelecimento civil ou comercial0 ou pela eBist3ncia de relaç.o de empre,o0

desde que0 em funç.o deles 0 ten+a economia pr5pria( menor contando com, pelo menos, @ anos e esta#elecendo$se civil ou

comercialmente, ou mantendo relação de emprego, desde ue , em ra!"o deles, ten&aeconomia pr1pria, tam#ém se emancipa.

' atividade  civil  é auela ligada N mera prestaç"o de serviços, sem envolver transaç"o de #ens ou mercadorias.

' atividade comercial é auela de intermediaç"o entre a produç"o e o consumo, com&a#itualidade e visando lucro. D a atividade exercida pelo comerciante.

 esse passo o legislador do 31digo 3ivil n"o foi feli! na redaç"o o item mencionado, pois o pr1prio 31digo eliminou a distinç"o entre atividade civil e comercial, englo#ando$ascomo atividades empresariais$

Para ue o menor possa comprovar sua emancipaç"o, neste caso, será necessário provar perante o jui! o exercício da atividade com economia pr1pria. Ceito isso, o jui!sentencia, constituindo$se a prova.

D? ?9+RNCI?

 K considerado ausente aquele que se a(asta de seu domicílio para lu#ar incerto enão sabido, sem dar notícias de seu paradeiro+

3onstatando$se o desaparecimento de uma pessoa de seu domicilio, sem dar notíciade seu paradeiro, e se ela n"o deixar representante ou procurador para administrar seu

 patrimnio, por reuerimento de ualuer interessado ou do Oinistério P%#lico, o >ui!declarará sua aus0ncia, mandando arrecadar seus #ens e nomeará curador para administra$los.

' situaç"o do ausente passa por tr0s fases.

 a primeira, tam#ém c&amada de curadoria do ausente, o ordenamento jurídico

 procura preservar os #ens por ele deixados, para a &ip1tese de seu eventual retorno. a segunda fase, prolongando$se a aus0ncia, o legislador passa a preocupar$se com

os interesses dos sucessores, permitindo a a#ertura da  sucessão provis2ria.

Cinalmente, depois de longo período de aus0ncia, é autori!ada a a#ertura da sucessãode(initiva+

' declaraç"o da aus0ncia fica restrita aos #ens, n"o produ!indo efeitos de ordem pessoal, a esposa do ausente n"o é considerada vi%va.

Ceita a arrecadaç"o, o >ui! mandará pu#licar editais durante um ano, reprodu!idos dedois em dois meses, anunciando a arrecadaç"o dos #ens e c&amando o ausente a entrar na

 posse de seus #ens. Cindo este pra!o, ou seja, um ano ap1s a pu#licaç"o do primeiro edital, sen"o se constatar o comparecimento do ausente, de seu procurador ou representante, os

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interessados poder"o reuerer a sucess"o provis1ria. 3onsideram$se interessados parareuerer a sucess"o provis1ria:

:.o cnjuge n"o separado judicialmenteJ

;. os &erdeiros presumidos legítimos e os testamentáriosJ

>. os ue tiverem so#re os #ens do ausente direito dependente de sua morteJ

. os credores de o#rigações vencidas e n"o pagas. interessado ue ficar na administraç"o dos #ens de  (orma provis2ria  terá ue

 prestar cauç"o de restitui$los.

' sucessão provis2ria cessará pelo comparecimento do ausente. Porém, tornar$se$ádefinitiva nas seguintes &ip1teses:

:. uanto &ouver certe!a da morte do ausenteJ

;. de! GAH anos depois de passada em julgado a sentença de a#ertura da sucess"o provis1ria.

>. uando o ausente contar oitenta G8AH anos de idade e &ouver decorrido cinco G=Hanos das %ltimas notícias suas.

*aso o ausente re#resse ap2s a sucessão de(initiva, ainda assim, receberá os bensna (orma em que se encontram.

A( I'DI&IDM/IO D PESSO FSIC

 A pessoa (ísica se individuali/a no seio da (amília ou da sociedade atrav!s do nome,que é composto de duas partes:

 Nome   prenome R sobrenome

 ( Prenome

prenome é de livre escol&a dos pais ou, na falta, do tutor, uando do nascimentoda criança. Entretanto, esse direito de livre escol&a n"o é a#soluto pois existe uma limitaç"o

uanto ao seu exercício. "o se poderá consignar um prenome ue no futuro possa ser considerado vexat1rio, ou seja, ue possa expor o seu portador ao ridículo, por ser ex1ticoou extravagante.

' Col&a de ondrina, em sua ediç"o de [email protected].;V, pu#licou um reportagem so# otítulo: Hual % a sua #raçaS, onde cita alguns prenomes n"o comuns ue foram o#tidos juntoaos 3art1rios de Begistro 3ivil dauela cidade, como: 4eonefa ExpeditaJ )irtuosoJiguemundoJ >aconcoJ Qm#elinaJ QicedirJ ecrerisJ FeolonaJ -sperinaJ Fi#ustianaJ P%#lioJFertucianoJ EpovinaJ Cro!enaJ EspiritosaJ 4ripinaJ EtinavasJ 'gavin5J entre outros.

' fiscali!aç"o, uanto ao fato do prenome ser ridículo ou n"o, fica a cargo doescriv"o do 3art1rio de Begistro 3ivil, ue deverá recusar o registro. o entanto, se os paisn"o se conformarem com a recusa, o oficial, independentemente de ualuer custas,su#meterá a controvérsia N decis"o do jui! competente.

 (-( Prenome estran,eiro

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D comum ouvirmos, no dia a dia, comentários referentes a impossi#ilidade de seatri#uir um prenome estrangeiro N pessoa. Entretanto, a legislaç"o #rasileira n"o fa! distinç"oentre nomes nacionais e estrangeiros, pois n"o apresenta um rol de nomes nacionais, comotam#ém n"o enumera uais seriam os estrangeiros. 'ssim, a uest"o verificada com os

 prenomes comumente tratados como sendo estrangeiros, como por exemplo: ilson, ell5,

as&ington, tem outro fundamento. 's letras  S, H  e T  n"o fa!em parte de nosso alfa#eto.Portanto n"o &á possi#ilidade de se grafar um prenome com um sinal inexistente no alfa#eto.(esta forma, o impedimento de se registrar uma pessoa com o prenome de ell5, por exemplo, residiria no fato de inexistir em nosso alfa#eto os sinais  S e T  , #em como o uso doduplo +l +.

' fiscali!aç"o uanto N escrita correta do prenome compete ao titular do cart1rio deBegistro 3ivil ue, da mesma forma ue n"o registrará o prenome suscetível de expor o

 portador ao ridículo, deverá tam#ém recusar$se a grafar um prenome com sinais inexistentesno alfa#eto pátrio. Este dever, contudo, n"o vem sendo cumprido e, por outro lado, afiscali!aç"o dos atos praticados pelos 3art1rios de Begistro 3ivil tam#ém n"o é efica!. (esta

forma, proliferam os prenomes grafados com sinais inexistentes em nosso alfa#eto.Iá uem defenda a reinclus"o de tais sinais gráficos em nosso alfa#eto na pr1xima

reforma ortográfica, uma ve! ue tais letras deixaram de compor nosso alfa#eto a partir dareforma ortográfica, no início dos anos =A.

 (:( Prenomes simples ou compostos 

. prenome poderá ser simples ou composto. 

 Prenome simples  ! aquele que possui um único sinal , como por exemplo: >o"o,

>osé, Oaria, Paula etc. Prenome composto ! o (ormado de dois ou mais sinais , por exemplo: Oaria >osé,

>o"o Paulo, etc.

 (A( lteraç.o do prenome

3omo regra geral o prenome é imutável. 3ontudo, &á algumas exceções, como noscasos a#aixo mencionados:

:$ ' ei ;.<A8W;8 a su#stituiç"o do prenome por apelidos p%#licos not1rios, desde

ue tais apelidos n"o sejam proi#idos por ei.;$  interessado, no primeiro ano ap1s &aver atingido a maioridade civil, poderá

alterar o prenome, sem prejudicar o apelido de família, aver#ando$se a alteraç"o ue será pu#licada pela imprensaJ

>$ o caso do prenome ser ridículo ou vexat1rio ue impossi#ilite seu portador aconviver normalmente no meio socialJ

$ o caso de adoç"o, a pedido do adotanteJ

$ o pedido de naturali!aç"o, uando o estrangeiro declarará: *se deseja ou n"otradu!ir ou adaptar o seu nome N língua portuguesa+J

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M. o caso de ocorrer evidente erro gráfico do prenome. 3omo por exemplo: pessoado sexo masculino rece#er o premone O'B-', admite$se a retificaç"o do erro gráfico paraue seja consignado o prenome OhB-J

 (?( Os ;om2nimos' &omonímia pode tra!er graves e indesejáveis pro#lemas no convívio das pessoas

no meio social. 'ssim, permite$se N pessoa, ue desejar diferenciar$se de outra &omnima,acrescentar mais um sinal ao seu prenome, transformado$o de simples em composto. Portanto,n"o se trata de mudança do prenome propriamente dita, mas sim, de simples acréscimo deoutro sinal.

 (G( cr1scimo no prenome

'lém do caso dos &omnimos, uando poderá se acrescentar ao prenome um outro

sinal para ue &aja a diferenciaç"o, uma outra situaç"o poderá ocorrer. D o fato da pessoa ser con&ecida por um sinal ue n"o consta de seu nome. D o ue c&amamos de apelido ou alcun&aou, ainda, no meio artístico, de nome artístico.  á possibilidade de se acrescentar ao

 prenome esse apelido ou alcun&a+

' título de exemplo, podemos citar o ocorrido com o ex$presidente da Bep%#lica, 9r.>osé 9arne5. Begistrado com o nome de >osé Bi#amar Cerreira de 'ra%jo 3osta e nascidonuma cidade do interior do Oaran&"o, onde o prenome >osé Bi#amar é muito comum, naconviv0ncia, foi$l&e acrescentado um sinal distintivo dos demais, passando a ser con&ecidocomo >osé do  9arne5, uma ve! ue 9arne5 era o nome de seu pai. Posteriormente, comingresso na vida p%#lica, o apelido *9arne5+ foi acrescentado ao seu prenome, passando a

c&amar$se >osé Bi#amar 9arne5 Cerreira de 'ra%jo 3osta. (J( 'ome abreviado

' lei permite ue seja aver#ado no registro de nascimento, por sentença judicial, onome a#reviado, usado como firma comercial registrada ou em ualuer atividade

 profissional. Qsando desta faculdade ue a lei l&e oferece, >osé Bi#amar 9arne5 Cerreira de'ra%jo 3osta, novamente como exemplo, aver#ou o nome abreviado = os! $arne5.

 Para mel&or elucidar o exposto, transcrevemos uma decis"o tomada pelo Fri#unal de>ustiça de Oinas 4erais e pu#licada em urisprud9ncia Grasileira, vol. @, p. U<; e seguintes:

PBEOE $ BEF-C-3'_` $ 3BBE_` (E 4B'C-' $ EbP9-_`' B-(3Q Q )Eb'OE $ '3BD93-O (E 'PE-(9 (E C'O-' $ OE (3IE3-OEF P6-3 $ '(O-99-6--('(E.

' regra da imuta#ilidade do prenome n"o é a#soluta, justificando$se sua alteraç"o para simples correç"o de grafia, ou mesmo sua mudança total, para evitar ridículo ouvexames ao portador.

'dmite$se tam#ém, a retificaç"o, para fa!er constar do registro, o verdadeiro nome pelo ual a pessoa é con&ecida no meio social em ue vive, em#ora diferente do ue constado assentamento, e, ainda, para acrescentar ao prenome os apelidos de família.

'pelaç"o 3ível n°  =<.U $ -tuiuta#a $ 'pelante: Oarlene Oaria dos 9antosCerreira $ 'pelado: >uí!o $ Bel.: (es. 6ernardo Cigueira $ j. em ;WW;8 $ (> deUAWAUW;8U.

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Belat1rioBecorre Oarlene Oaria dos 9antos Cerreira, oportunamente, de sentença de fls.<

ue, #aseada no parecer do (r. Promotor de >ustiça, indeferiu$l&e o pedido de retificaç"o do prenome, com ue foi registrada, no 3art1rio de Begistro 3ivil de -tuiuta#a. Em sua decis"o,o OO. >ui! declara n"o vislum#rar ra!ões para determinar a mudança do prenome,

 Epom!ia+ as ra!ões de apelaç"o, afirma a apelante ue é con&ecida por Oarlene e o seuregistro foi feito N sua revelia, uando contava A anos de idade Gfls.8W;H. pinou o (r.

Promotor Gfls.;$vH e o OO. >ui! *manteve+ por seus fundamentos a decis"o recorrida,determinando a remessa dos autos ao eg. Fri#unal de 'lçada Gfls. AH. (r. 3&ristovam>oauim Cernandes Bamos, ((. Procurador da >ustiça, opinou no sentido da anulaç"o dasentença Gfls. =W<H. ' apelante está amparada pela 'ssist0ncia >udiciária Gfls.UH. X doutarevis"o.

6elo Iori!onte, 2A de outu#ro de .;8.  6ernardo Cigueira

'3B(`

'corda, em Furma, a Ferceira 3Mmara 3ível do Fri#unal de >ustiça do Estado de Oinas4erais, incorporando neste o relat1rio de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e dasnotas tauigráficas, N unanimidade de votos, em dar provimento N apelaç"o.

6elo Iori!onte, ; de novem#ro de ;8 $ #out'ier de *il'ena, Presidente $ Ternardo@igueira, Belator $ 6ilton @ernandes, Bevisor $ -ubens )acerda, )ogal.

 F'9 F'KQ-4BhC-3'9

9r. Des$ Ternardo @igueira $ 3om ra!"o o digno (r. Procurador da >ustiça: n"o pode prevalecer a sentença recorrida. ' imuta#ilidade do prenome n"o é a#soluta. 3asos &á ue justificam, plenamente, a alteraç"o, seja com a retificaç"o da grafia, seja com a mudançatotal para poupar vexames ao portador Gparágrafos %nicos dos arts. == e =8, da ei n °@.A=H. 'dmite$se, tam#ém, a retificaç"o ue ten&a por o#jetivo consignar no registro onome verdadeiro da pessoa, mesmo porue *s1 se considera imutável o nome ue foi postoem uso, em#ora n"o conste do registro, e n"o o constante de assentamento e jamais usado+,

conforme decidiu a Eg. Primeira 3Mmara 3ível deste Fri#unal G*)er. Fri#s.+, VUUW2U2H. *-ncasu+, pretendeu a apelante provar ue, tendo sido #ati!ada com o prenome de Oarlene, em;@, foi registrada, de! anos depois, pela diretora de uma Escola Estadual com o nome de

 Epom!ia  $ *para ue ela pudesse apresentar$se, em 6elo Iori!onte, no programa detelevis"o *Oineiros Crete N Crente+, onde -tuiuta#a ueria concorrer com o maior n%mero possível de meninas ue tivessem o nome de flor+. as ra!ões de apelaç"o, alega o apelanteue, como Oarlene é con&ecida por todas as pessoas de seu círculo de ami!ade. 9ua pretens"o foi deferida de plano, #aseando$se o OO. >ui! no parecer do Promotor de >ustiça,sem ue tivesse oportunidade de provar ue o prenome do seu registro n"o corresponde aoue a identifica no meio em ue vive. nome, ue se incorpora N pessoa &umana, antecedeao registro. Este, apenas, l&e dá esta#ilidade e pu#licidade. 9e n"o corresponde ao usado, sen"o coincide com auele ue se integra na sua personalidade, deve ser corrigido, mudado.

registro, deve expressar a verdadeJ n"o pode falsear, di!endo c&amar$se >osé uem se c&amarealmente >o"o. em se diga ue Oarlene Oaria dos 9antos, ue outorgou procuraç"o, n"oexiste. Existe, sim, e uer provar ue  Epom!ia n"o corresponde ao seu verdadeiro nome,auele ue a distingue no meio em ue vive. aturalmente, o (r. Promotor de >ustiça n"oencontrou nos dicionários a  (lor Epom!ia  porue o verdadeiro nome da #ela plantaornamental é <pom!ia+ Kuem fe! o registro errou até no nome da flor. OO. >ui! decidiu omérito, negando a retificaç"o, por entender ue o prenome, em uest"o, em nada prejudicaráN apelante. 'lém de considerar personalíssimo o conceito de *ridículo+, a ue se refere o parágrafo %nico, do art. == da ei n° @.A=, entendo ue a apelante provou ue, desde o #atismo, porta o prenome de Oarlene. Ouito justo ue ueira retificar o registro, para uedele conste o nome ue a identifica e compõe a sua personalidade. ' agregaç"o ao prenomedo nome Oaria, n"o prejudicando os apelidos de família, pode ser, tam#ém, deferida, nos

termos do art. =@, da ei @.A=. Fendo em vista o disposto no art. == do 3P3, dou provimento N apelaç"o para reformando a r. sentença recorrida, determinar se faça aretificaç"o do nome da apelante, nos termos do pedido inicial. 9em custas, *ex legek.

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9r. Des$ 6ilton @ernandes" !  (ou provimento N apelaç"o, para reformar a sentença edeferir a petiç"o inicial. X recorrente foi dado, no #atistério, o prenome de Oarlene. registro civil, feito uanto a portadora já contava com de! anos, atri#uiu$l&e a denominaç"ode  Epom!ia  *para ue ela pudesse se apresentar, em 6elo Iori!onte, no programa detelevis"o *Oineiros Crente a Crente+, em ue -tuiuta#a ueria concorrer com o maior n%mero possível de meninas ue tivessem o nome de flor+Gpetiç"o inicial, fls.2H. 'ssim, con&ecidacomo Oarlene, a reuerente surpreendeu$se, ao &a#ilitar$se para o casamento, com o

estran&o nome de  Epom!ia+  Pediu retificaç"o. 'poiando$se no parecer da PromotoriaP%#lica, segundo o ual o prenome é imutável Gfls.<H, o ilustre >ui! de Primeiro 4rau, *n"ovislum#rou ra!ões para mudá$lo+G fls.< e <$vH. ' regra da imuta#ilidade do prenome n"o éa#soluta. 3ede ante a possi#ilidade de levar ao ridículo seu detentor. a espécie destes autos,o registro aproximou$se da fronteira do ridículo. 3riou ainda para a apelante a duplicidadede denominações: Oarlene para a sociedade e  Epom!ia  para fins civis. Estou com oProcurador da >ustiça, (r. 3&ristovam >oauim Cernandes Bamos, em ue *o >ui! foi muitorigoroso no indeferimento, de plano, do pedido. (everia cumprir a lei, já ue a reuerente protestou pela apresentaç"o da prova testemun&al+ Gfls. @H. nome, segundo >osserand, écomo uma etiueta colocada so#re cada um de n1s, ele dá a c&ave da pessoa inteira. D osinal distintivo revelador da personalidade G*3ours de (roit 3ivil Positif Crançais+, ;U2, °vol., n°  2A< e segs.H. ' apelante está com o sinal distintivo pouco alentador. "o &á

condenaç"o a custas, por ser o apelado o pr1prio >uí!o.

9r. Des$ -ubens )acerda" $ (e acordo.

9r. Des$ Presidente" ! (eram provimento.

 7( SO7#E'O$E 

O sobrenome 1 o sinal que identifica a proced3ncia da pessoa f4sica ou natural0indicando sua filiaç.o ou estirpe0 podendo advir do apelido de fam4lia paterno0 materno

ou de ambos(

so#renome é aduirido pelo simples fato da pessoa nascer, uma ve! ue indica aorigem da pessoa, não sendo, portanto, de livre escol&a do pais ou do representante legal.

Fal como o prenome poderá ser simples ou composto.

 7(- " Sobrenome simples

so#renome simples é auele ue o possui um s1 sinal, somo por exemplo: 9ilva,9ou!a, Pereira, 6itencourt, etc.

 7(: Q Sobrenome composto

so#renome composto é auele ue possui dois ou mais sinais, por exemplo: 'ra%joOendes, 'lmeida 3ampos, 9ou!a e 9ilva, etc. , podendo ser acompan&ado da partícula de,do, da, dos ou das, ue dele fa!em parte.

 7(A Q lteraç.o no sobrenome

' auisiç"o do so#renome tam#ém poderá ocorrer através de ato jurídico como:casamento e adoç"o, ou ainda, através de reuerimento das partes ao Poder >udiciário.

'través do casamento ualuer dos nu#entes poderá acrescer ao seu o so#renomedo outro. (o mesmo modo ue perderá o direito de continuar a usar o so#renome acrescidono caso de anulaç"o do casamento, separaç"o judicial, se for considerado culpado, e, ainda,no div1rcio.

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Cormali!ada a adoç"o, esta gera uma série de efeitos pessoais para o adotado,cessando uaisuer vínculos com a antiga família. ' situaç"o euivale, em termos gerais, aorenascimento do adotado no seio de uma outra família, apagando todo o seu passado.

D o ue dita do art. @2@ do 31digo 3ivil: *? adoção atribui a situação de fil'o ao

adotado, desligando!o de &ual&uer vínculo com os pais e parentes consangUineos, salvo&uanto aos impedimentos para o casamentoG$

?( FI$ D PE#SO'/IDDE DE DI#EI%O

' personalidade de direito da pessoa física, ue inicia$se com o nascimento com vida,tem o seu fim determinado pela morte.  A morte, sob o aspecto do direito pátrio, se dá com acessação da atividade cerebral . 'ssim, enuanto a pessoa possuir atividade cere#ral, seráconsiderada titular de direitos e sujeito de o#rigações, mesmo ue a funç"o de diversos 1rg"osvitais esteja sendo exercida por máuinas.

Fal ual a uest"o do nascimento com ou  sem vida, a morte ocasiona ao (ireitosituações diversas.  A determinação do exato momento da morte , tam#ém, é de relevanteimportMncia para o direito. (entre as diversas conse/0ncias jurídicas produ!idas pela morte,

 podemos citar: a mudança no estado civil do casado, passando o cnjuge so#revivente Ncondiç"o de vi%vo, podendo contrair novo casamentoJ a transfer0ncia do patrimnio dofalecido para seus &erdeiros.

' morte pode ser considerada so# dois aspectos:

 'eal Oorte

 Presumida

 

 $orte #eal  $ ! aquela atestada atrav!s do exame e identi(icação do corpo, quando se veri(ica a cessação da atividade cerebral e se tem certe/a de quem se trata+ Este atestado,geralmente fornecido por médico, servirá de prova para o assentamento do 1#ito, em livro

 pr1prio, no 3art1rio de Begistro 3ivil.

Poderá ocorrer tam#ém o desaparecimento da pessoa, sem ue exista o corpo paraser examinado e identificado, através do atestado médico. esse caso teremos a morte

 presumida.

 $orte Presumida $ ! a morte declarada pelo Poder udiciário, atrav!s da análisede diversas circunst:ncias relativas ao desaparecimento da pessoa, de (orma tal que se

 possibilite, com um #rau de certe/a, concluir=se que determinada pessoa morreu+

Portanto, no caso da inexist9ncia de um corpo para exame e identi(icação, &ánecessidade da parte interessada em recorrer ao Poder udiciário e de se provar, atrav!s de

diversas circunst:ncias, que determinada pessoa ten&a morrido. 3omo exemplo, lem#ramoso caso da morte do (r. Qlisses 4uimar"es, ent"o Presidente da 3Mmara dos (eputados, vítimade acidente aéreo cujo corpo perdeu$se no mar.

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31digo 3ivil 6rasileiro considera, tam#ém morte presumida, para efeitos detransmiss"o do patrimnio, a aus0ncia devidamente declarada pelo Poder >udiciário.

'inda, entre as situações diversas ue a morte pode suscitar ao (ireito, &á aComori3ncia, que si,nifica a morte simult>nea de duas ou mais pessoas +

(ependendo de como a morte é admitida $ se simultMnea ou sucessiva, diversas eimportantes ser"o as conse/0ncias. o caso do marido e mul&er morrerem num acidente,sem deixarem descendentes ou ascendentes. pro#lema sucess1rio pode ser resolvido demaneira a#solutamente diferente, conforme se demonstre ue um ou outro  (aleceu primeiroou, ue am#os faleceram ao mesmo tempo+

:. a &ip1tese da pré$morte do marido, o patrimnio passa N mul&er e daí ao seus&erdeiros colaterais. 9endo ue os colaterais do marido nada rece#eriamJ

;$ a &ip1tese da pré$morte da mul&er, o patrimnio passa ao marido e daí aos seus&erdeiros colaterais. 9endo ue os colaterais da mul&er nada rece#eriam.

>$  9e am#os morrerem no mesmo instante, relações jurídicas n"o se esta#elecementre eles, porue perderam  simultaneamente  sua personalidade, e, por conseguinte, #eneficiar$se$"o os &erdeiros colaterais de cada um.;

  Estudo diri,ido. Kuem é considerado pessoa físicaT

2. ' partir de ue momento a pessoa física passa a ser titular de direitos e sujeito de

o#rigaçõesT

U. ' partir de ue momento a pessoa física pode exercer seus direitosT

V. Kuais s"o as pessoas consideradas a#solutamente incapa!esT

=. Kuais s"o as pessoas consideradas relativamente incapa!esT

@. Kuando uma pessoa física passa a ser considerada ausenteT

<. ue é uma pessoa pr1digaT

8. Kuais s"o os atos jurídicos ue n"o podem ser praticados pelo pr1digoT

;. ' partir de ue momento a pessoa física deixa de ser titular de direito e o#rigaçõesT

A. ' partir de ue momento a pessoa é considerada morta, so# o prisma do (ireito

6rasileiroT. Kuando se di! ue ocorreu morte realT

2. Kuando se di! ue ocorreu a morte presumidaT

U. (e ue forma a pessoa se individuali!a no meio socialT

V. 3omo se compõem o nome da pessoa físicaT

=. Kuais s"o as limitações impostas uanto N escol&a do prenomeT

@. 3ite um exemplo de prenome composto.

<. 3ite um exemplo de so#renome composto.

8. Em uais circunstMncias poderá &aver a mudança de prenomeT

19  (ini!, Oaria Ielena. 3urso de (ireito 3ivil 6rasileiro. 9"o Paulo: Editora 9araiva, ;;V, p. .

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II Pessoa 7urídica$

-( Conceito

 D comum tratar a pessoa jurídica como sinnima de firma, empresa ou sociedade. o entanto, estes termos não são sin7nimosQ não podem ser con(undidos com pessoa "urídica, sen"o vejamos.

Firma $ Esta palavra tem diversos significados, conforme ver#ete no dicionário do'urélio. Entretanto,  "uridicamente, si#ni(ica nome usado pelo comerciante ou industrial ?pessoa (ísica ou "urídica no exercício das suas atividadesN ra8.o social $

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 Empresa  $  K uma or#ani/ação particular, #overnamental ou de economia mistaque produ/ eLou o(erece bens e serviços, visando, em #eral, a obtenção de lucros+

 Sociedade  $ Esta palavra tam#ém possui diversos significados. >uridicamente, si#ni(ica contrato consensual pelo qual duas ou mais pessoas se obri#am a reunir es(orçosou recursos para o exercício de atividade econ7mica e a partil&a, entre si, dos resultadosU

 em todas as sociedades s"o pessoas jurídicas. Para ue assim sejam consideradas,torna$se indispensável o registro de seu documento constitutivo na repartiç"o competente,dotando$a de personalidade de direito. ' sociedade ue n"o registrar seu documentoconstitutivo denomina$se *sociedade n"o personificada+, n"o considerada, portanto, *pessoa

 jurídica+.

'p1s essas considerações podemos definir pessoa jurídica como:  ,rupamento de pessoas Rf4sicas ou jur4dicas ou de bens0 dotado de personalidade de direito(

3omo vimos anteriormente, ao tratarmos da pessoa física,  personalidade de direito !

a (aculdade de ser titular de direitos e su"eito de obri#ações, daí a importMncia de se sa#er omomento em ue a pessoa jurídica aduire a personalidade de direito. Para tanto, devemoslevar em consideraç"o a exist0ncia de esp1cies diferentes de pessoas jur4dicas0 ou seja, . de(ireito -nternacional P%#lico e, 2. de (ireito acional , ue pode ser P%#lico e Privado.

:. 's pessoa jurídicas de Direito <nternacional Público aduirem personalidade dedireito a partir do momento ue s"o recon&ecidas, como tal, por outras pessoas jurídicas dacomunidade internacional. s Estados, por exemplo, ue s"o organi!ações políticas de povosnos seus respectivos territ1rios, para aduirirem personalidade de direito devem ser recon&ecidos pelos demais Estados da comunidade internacional.

;$  's pessoas jurídicas de  Direito 3acional Público  aduirir"o personalidade dedireito através da lei ue a constitui.

Por outro lado, as pessoas jurídicas de  Direito 3acional Privado  aduirem a personalidade de direito com o registro de seu documento constitutivo numa repartiç"o p%#lica determinada. Esse documento constitutivo da pessoa jurídica denomina$se: 3ontrato9ocial ou Estatutos.

registro do contrato social de uma sociedade empresária fa!$se na 7untaComercial. s estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de direito

 privado s"o registrados no 3art1rio de -egistro Civil das Pessoas 7urídicas, com exceç"o

das +ociedades de ?dvogados ser"o registradas junto a Lrdem dos ?dvogados do Trasil.:( #epresentaç.o da pessoa jur4dica

(iferentemente da pessoa física, ue é concreta, a pessoa jurídica é uma a#straç"o, pois nasce:

. da declaraç"o de vontade de um povo de organi!ar$se politicamente e de formaindependente num territ1rio determinadoJ

2. da lei formalmente esta#elecidaJ

U. do registro de um documento constitutivo.

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 Por isso, será necessário designar$se uma pessoa física para personificar a pessoa jurídica. Essa pessoa deverá ter capacidade de direito, ou seja, n"o possuir nen&uma dauelasincapacidades ue já enumeramos uando tratamos da pessoa física.

' Bep%#lica Cederativa do 6rasil, enuanto pessoa jurídica de (ireito -nternacionalP%#lico e de (ireito acional P%#lico, será personificada pelo Presidente da Bep%#lica. s

Estados Oem#ros, ser"o personificados pelos respectivos 4overnadores e os Ounicípios pelos Prefeitos.

's pessoas jurídicas de (ireito acional Privado, ser"o personificadas pelas pessoasfísicas designadas pelos 3ontratos 9ociais ou Estatutos.

A( Caracter4sticas da pessoa jur4dica

:. ' pessoa jurídica é um ser de exist0ncia distinta da dos seus mem#ros.  'ge em nome pr1prio e n"o no de seus mem#ros, assina contratos e pratica atos

 jurídicos por meio de seus representantes legaisJ

;$ Iá a possi#ilidade da su#stituiç"o de seus mem#ros Gs1ciosH sem ualuer ue#rado curso de vida da pessoa jurídicaJ

>$ Ela é titular de direitos e assume o#rigações em seu pr1prio nome e tem patrimnio pr1prio. D ele ue responde pelas o#rigações assumidas e n"o o patrimnio das pessoas ue comporem a pessoa jurídica.

LT+$ Desconsideração da personalidade jurídica ;=  ! ordenamento jurídicoconfere Ns pessoas jurídicas personalidade distinta da dos seus mem#ros. Essa regra,entretanto, tem sido mal utili!ada por pessoas inescrupulosas, com a intenç"o de prejudicar 

terceiros, as uais se utili!am da pessoa jurídica como uma espécie de *capa+ou *véu+para proteger os seus neg1cios escusos.' reaç"o a esses a#usos ocorreu no mundo todo, dando origem N teoria da

desconsideraç"o da personalidade jurídica. Permite tal teoria ue o jui!, em caso de fraude ede má$fé, desconsidere o princípio de ue as pessoas jurídicas t0m exist0ncia distinta da dosseus mem#ros e os efeitos dessa autonomia para atingir e vincular os #ens particulares doss1cios N satisfaç"o das dívidas da sociedade.

?( Classificaç.o da Pessoa *ur4dica

's pessoas jurídicas podem ser classificadas so# diversos aspectos, por exemplo: aHuanto N nacionalidade, em nacionais e estrangeirasJ #H$ uanto a estrutura interna, emcorporações ue é um conjunto ou reuni"o de pessoas e em fundações ue é uma reuni"o de

 #ens.' classificaç"o aui apresentada tem por fundamento o Bamo do (ireito Positivo a

ue pertence a pessoa jurídica.

 9o# esse prisma, a classificaç"o pode ser representada conforme evidencia o uadroa seguir:P!

SS

!"tado"Sa#ta S$

A. De Direito I#ter#a%io#alP&'li%o

()*+(ra#i-a/o da" )ae" *#ida".

20 Go#alve", Carlo" o'erto Direito Civil Parte Geral, 2002, !ditora Saraiva, S. Paulo, .73.

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(S

 *DICS

(!+(ra#i-a/o do" !"tado" eri%a#o".(I+(ra#i-a/o I#ter#a%io#al do ra'alo.

!"tado+*#i/o!"tado":;e'ro"

De DireitoCo#"titu%io#al

Di"trito <ederal

;u#i%=io"B.1.

P&'li%o errit>rio"

De Direitodi#i"trativo

utar?uia"Deai" e#tidade" &'li%a"%riada" or lei.

""o%iae"B. De Direito)a%io#al <u#dae"

So%iedade Sile"So%iedade e #oe%oletivoSo%iedade e %oa#dita

"ile"B.2.Privado

De DireitoCivil

So%iedade" So%iedade e %oa#ditaor ae"So%iedade liitadaSo%iedade #@#iaSo%iedade Cooerativa

Si#di%ato"De Direito do

 ra'alo<ederae"

Co#Aederae"

LT+. +ociedades &ue não são pessoas jurídicas ou sociedades não personificadas"  Existem dois tipos de sociedades ue n"o s"o personificadas e por isso n"o s"o

consideradas pessoas jurídicas: a" Sociedade em Comum e b" Sociedade em conta de participaç.o(

a8! +ociedade em Comum é auela ue n"o possui documento constitutivo ou asue possuírem ainda n"o os registraram. Fodos os s1cios respondem solidária e ilimitadamente

 pelas o#rigações sociais.b8! +ociedade em conta de participação é auela em ue a atividade constitutiva

do o#jeto social é exercida unicamente pelo s1cio ostensivo em seu nome individual e so# sua pr1pria e exclusiva responsa#ilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.

 ( Pessoas jur4dicas de Direito Internacional Público

Essas pessoas jurídicas atuam no plano internacional. 's nações estrangeiras, a 9anta9é, s"o algumas dessas pessoas jurídicas sujeitas Ns normas do Direito <nternacional Público.

3om relaç"o N 9anta 9é, esclarece o prof. Iélio Oaldonado >orge ue, desde otempo de 3onstantino G-mperador Bomano, de UA@ a UU<H, as igrejas puderam ser contempladas em testamento e, portanto, go!aram de capacidade jurídica. Oas, cumpre &ojedistinguir duas ordens de relaçõesN pública e, I+ privada.

 a ordem pública, considerando ue a -greja cat1lica tem um c&efe universalmentecon&ecido, perante o ual s"o enviados representantes diplomáticos, do ual se rece#em,igualmente, em#aixadores. "o &á d%vida ue um c&efe tratado como so#erano contém osatri#utos de uma pessoa jurídica internacional, N semel&ança de uma pot0ncia, de um Estado

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estrangeiro. 9o# este aspecto, a -greja cat1lica apresenta$se com a denominaç"o de $anta $!I

e é tratada como pot0ncia, como pessoa jurídica internacional. Posiç"o excepcional, ue l&e éexclusiva entre as -grejas.

  a ordem privada, a -greja cat1lica, ao invés de se apresentar em sua unidade,como reuni"o de todos os fiéis, para facilidade de seus pr1prios fins, fraciona!se  em

coletividades, corporações, igrejas, irmandades22

. 7( Pessoas *ur4dicas de Direito 'acional 

 7(-( Pessoas *ur4dicas de Direito 'acional Público

's pessoas jurídicas de  Direito 3acional Público  se su#dividem em: . pessoas jurídicas de Direito *onstitucional  e , 2. de Direito Administrativo+

's de Direito *onstitucional  s"o: Estado Guni"oH, Estados Oem#ros GParaná, 9"oPaulo, 6a&ia, etc.H, (istrito Cederal, Ounicípios e Ferrit1rios.

's de Direito Administrativo s"o as 'utaruias e demais entidades p%#licas criadas por lei.

 utarquias  : 9"o pessoas jurídicas criadas pelo Estado GQni"oH, pelos Estados$Oem#ros ouOunicípios, através de lei, com o o#jetivo de desenvolverem atividades ue s"o de compet0nciada 'dministraç"o P%#lica ue as criou.

$ão entidades aut7nomas, auxiliares e descentrali/adas da administração pública, su"eita à (iscali/ação do Estado, com patrim7nio pr2prio e cu"o (im ! executar  serviços de caráter estatal ou interessantes à coletividade+

 7(:( Pessoas jur4dicas de Direito 'acional Privado

. Direito 3acional Privado se subdivide em dois 'amosN (ireito 3ivil e (ireito doFra#al&o, com suas respectivas pessoas jurídicas.

 7(:(-( Pessoas *ur4dicas de Direito Civil 

-( ssociações

' associaç"o 1 formada pelo a,rupamento de pessoas para fins n.o econ2micos  , portanto sem visar lucros0 cujo o#jetivo poderá ser: cultural, esportivo, social, religioso,

recreativo, defesa de interesses coletivos Gcomo as associações de #airros, estudantis, decategorias profissionais, etc.H.

's expressões sem fins econEmicos  ou sem  visar lucros, s"o de fundamentalimportMncia para a caracteri!aç"o das pessoas jurídicas de direito privado. Elas significam ueo resultado positivo o#tido pela pessoa jurídica, na prática de seus atos, n"o será divididoentre as pessoas Gs1ciosH ue a compõe.

 3omo exemplo de associaç"o podemos citar os 3lu#es 9ociais G3ountr5 3lu#H,

onde se verifica um agrupamento de pessoas Gos associadosH com o#jetivos sociais e

21  +%   é um termo usado na terminologia da -greja 3at1lica 'post1lica Bomana para designar a-greja Episcopal ou -greja 3atedral do local onde &á #ispos ou arce#ispos. +anta +% significa a jurisdiç"o do Papa e o local onde tem sede.

22   >orge, Iélio Oaldonado.  Pro, rama de Inst ituições de Dire ito. 9"o Paulo: I.3. Editoratda., ;<=, p. <=.

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esportivos, sem visar lucros, ou seja, os resultados positivos o#tidos pelos 3lu#es 9ociais s"oreinvestidos em seus patrimnios, e n"o distri#uídos entre os associados.

:( Fundações

 As (undações são a#rupamentos de bens dotados de personalidade de direito. Essas

 pessoas jurídicas possuem características totalmente distintas das demais pessoas jurídicas,ue s"o formadas a partir de um agrupamento de pessoas. a fundaç"o inexistem pessoasGs1ciosH, mas, e t"o somente,  um patrimEnio  Gconjunto de #ensH com personalidade dedireito.

's fundações somente poder"o ser constituídas para fins religiosos, morais,culturais ou de assist1ncia$

Para se constituir uma fundaç"o será necessário ue o proprietário de um patrimnio,destine parte ou, até mesmo, sua totalidade com este o#jetivo. Essa destinaç"o deverá ser feita através de escritura p%#lica ou testamento. instituidor deverá tam#ém ela#orar os

estatutos da fundaç"o, onde constará, entre outros reuisitos, a denominaç"o da fundaç"o,seus o#jetivos e uem irá personifica$la ou seja, uem irá representá$la. Poderá esta#elecer,tam#ém, o destino do patrimnio no caso de extinç"o da fundaç"o.

s atos praticados pela fundaç"o ser"o fiscali!ados pelos 1rg"os previstos em seusestatutos, como 3onsel&o Ciscal ou de 3uradores e, tam#ém, pelo representante do OinistérioP%#lico.

A( Sociedades personificadas

' sociedade % o agrupamento de pessoas &ue reciprocamente se obrigam a

contribuir, com bens ou serviços, para o e0ercício de atividade econEmica e a partil'a,entre si, dos resultados.

' partir do registro de seu ato constitutivo a sociedade gan&a personalidade dedireito, distinguindo$se das pessoas físicas eWou jurídicas ue a compõem.

 >$:$ Distinção entre sociedade e associação

Qma sociedade é formada por duas ou mais pessoas Gfísicas ou jurídicasH, ue secomprometem a reunir capitais ou tra#al&o para a reali!aç"o de um fim lucrativo. asociedade o o#jetivo é econmicoJ tem como finalidade a participaç"o dos s1cios nos

resultados da empresa.Qma associação,  em#ora possa exercer atividade econmica, n"o tem finalidade

lucrativa, ou seja, os resultados positivos das atividades da associaç"o n"o s"o distri#uídosentre as pessoas ue a compõe. ada impede, pois, ue uma associaç"o de caráter cultural oualtruísta, ten&a uma atividade econmica para so#reviver.>$;$ Asp%cies de +ociedades personificadas

Existem duas espécies de sociedade personificadas:

  a8!  +ociedades empresarias" são a&uelas &ue e0ercem atividades econEmicasorgani(adas para a produção ou circulação de bens e serviços$

 b8! +ociedades não empresariais" são a&uelas &ue se dedicam as atividadesintelectuais, de nature(a científica, literria ou artística, ainda &ue concurso deau0iliares e colaboradores e as cooperativas$

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>$>$ Como se constitui uma sociedade personificada

' sociedade constitui$se mediante contrato escrito, particular ou pu#lico, ue, alémde cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

. nome, nacionalidade, estado civil, profiss"o e resid0ncia dos s1cios, se pessoasnaturais, e afirma ou denominaç"o, nacionalidade e sede dos s1cios, se jurídicasJ

2. denominaç"o, o#jeto, sede e pra!o da sociedadeJ

U. capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender ualuer espécie de #ens, suscetíveis de avaliaç"o pecuniáriaJ

V. a uota de cada s1cio no capital social, e o modo de reali!á$laJ

=. as prestações a ue se o#riga o s1cio, cuja contri#uiç"o consista em serviçosJ

@. as pessoas naturais incum#idas da administraç"o da sociedade, e poderes eatri#uiçõesJ

<. se os s1cios respondem ou n"o, su#sidiariamente, pelas o#rigações sociais.

>$ .ipos de sociedades

Existem diversos tipos de sociedades empresarial, devendo os s1cios escol&erem aforma ue julgarem mais adeuada.

'ntes de fa!ermos o#servações de ordem particular para cada tipo de sociedadevamos ver a classificaç"o delas de acordo com a responsa#ilidade do s1cios, pois esse critérioé um dos ue mais s"o decisivos para a escol&a do tipo de sociedade mais adeuado para cadaum.

9egundo esse critério, as sociedades dividem$se em:

aH$ +ociedade de responsabilidade solidria e ilimitada  S todos os s1ciosrespondem solidária e ilimitadamente pela o#rigações sociais. 9ignifica ue o patrimnio

 pessoal dos s1cios respondem solidária e ilimitadamente pelas o#rigações assumidas pelasociedade. Ex. sociedade em nome coletivo e sociedade cooperativa, se assim o documento

constitutivo esta#elecer  B art. A;=, 2Y, do 33.H. #H$ sociedade de responsabilidade subsidiria e ilimitada todos os s1cios

respondem su#sidiariamente e ilimitadamente pelas o#rigações sociais. 9ignifica ue, se o patrimnio social n"o fora suficiente para o integral pagamento dos credores da sociedade, osaldo passivo terá ue ser suportado pelo patrimnio particular dos s1cios. Ex. a sociedadesimples$

cH$ +ociedade de responsabilidade mista uma parte dos s1cios temresponsa#ilidade ilimitada e outra tem responsa#ilidade limitada. Ex. sociedade emcomandita simples e sociedade em comandita por ações$

dH$ +ociedade de responsabilidade limitada todos os s1cios n"o respondem pelaso#rigações sociais, desde ue o capital esteja integrali!ado. Ex. sociedade limitada esociedade anEnima e as sociedades cooperativas, se assim o documento constitutivoesta#elecer Gart. A;=, Y do 33.H

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(aí resulta o seguinte uadro:

<ociedades

,uanto responsailid

ade doss;cios

1. Responsailidadeilimitada

aE- <olid/ria* <ociedade em Nome 7oletivo

E- <usidi/ria* <ociedade <imples

aE-sociedade em comandita simples". Responsailidade mista

E-sociedade em comandita por ações

aE-sociedade limitada$. Responsailidade limitada

E-sociedade anFnima

R as sociedades cooperativas a responsa#ilidade a responsa#ilidade dos s1cios poderá ser limitada ou ilimitada, de acordo com o ue dispuser o documento constitutivo.

>$$: +ociedade +imples

Poder"o ser organi!adas em sociedade simples Ns sociedades ue se dedicarem asatividades não empresariais, ou seja, as atividades intelectuais, de nature!a científica, literáriaou artística, caso os seus s1cios n"o optem por outro tipo de sociedade.

's sociedades empresariais, ou seja, Nuelas ue se dedicam a exercerem atividadesorgani!adas para a produç"o e circulaç"o de #ens e serviços, não poderão adotar esse tipode sociedade Gart. ;8U, 33H.

Esse tipo de sociedade terá seu documento constitutivo registrado junto ao Cart2riode Registro Ci6il das &essoas J(r<dicas.

>$$; +ociedade em nome coletivo

Esse tipo de sociedade somente poderá ser constituído por pessoas físicas e aresponsa#ilidade dos s1cios é solidária e ilimitada.>$$>! +ociedade em comandita simples

D constituída por duas categorias distintas de s1cios: aH$ os comanditados, pessoasfísicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas o#rigações sociaisJ #H$ os comandit)rios,

 possuem responsa#ilidade limitada, o#rigam$se somente pelo valor de suas uotas.

>$$! +ociedade em comandita por ações

capital social é dividido em ações e é regida pelas normas relativas Ns sociedadesannimas.

9omente o acionista poderá ser administrador da sociedade e, como diretor,responde su#sidiária e ilimitadamente pelas o#rigações sociais.

9e &ouver mais de um diretor todos ser"o solidariamente responsáveis, depois deesgotados os #ens sociais.

>$$! +ociedade )imitada

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capital social é dividido em uotas, iguais ou desiguais, ca#endo uma ou diversas acada s1cio.

' responsa#ilidade de cada s1cio pelas o#rigações assumidas pela sociedade é restritaao valor de suas uotas, mas todos respondem solidariamente pela integração do capitalsocial$

 "o é permitido auisiç"o de uotas através de prestaç"o de serviços.

>$$M! +ociedade ?nEnima

Esta sociedade, ue é tam#ém con&ecida por *ompan&ia+ ou *$ociedade por  Ações1, ser sempre empresarial, ualuer ue seja seu o#jeto.

3aracterísticas:

:. 9eu capital será dividido em ações, ue poder"o ou n"o ter valor nominal.

;. Esta sociedade poderá ser de capital a#erto ou fec&ado:a$ 9erá de capital a#erto uanto as ações forem su#scritas e negociadas so# afiscali!aç"o e através da 6olsa de )alores.

b$  9erá de capital fec&ado uando as ações n"o forem colocadas N vendadiretamente ao p%#lico e sim su#scritas por pessoas previamente determinadas.

>$  1rg"o so#erano da sociedade annima é a 'ssem#léia 4eral dos acionista e suasdeli#erações ser"o tomadas levando$se em conta o n%mero de ações ue possui oacionista votante.

  .$' administraç"o competirá ao 3onsel&o de 'dministraç"o e N (iretoria, ousomente N (iretoria. Estes colegiados ser"o constituídos na forma determinada pelosEstatutos 9ociais.

>$$! +ociedade Cooperativa

(o exame do artigo UY da ei nY =.<@VW<, ue rege atualmente as sociedadescooperativas tiramos o seguinte conceito:

  um a,rupamento de pessoas que reciprocamente se obri,am a contribuir combens e serviços para o eBerc4cio de uma atividade econ2mica de proveito comum semobjetivo de lucro.

's cooperativas s"o consideradas sociedades simples. 9endo assim ficam excluídasda incid0ncia de dispositivos de leis extravagantes, como a lei de fal0ncias, aplicáveis Ns

sociedades empresarias.Fem$se, pois, nas cooperativas um tipo #em amplo de sociedade ue pode a#ranger o

exercício de atividade empresárias diversas e tam#ém n"o empresária, o ue l&e dá um posiç"o peculiar.

's cooperativas ue operarem com crédito est"o su#ordinadas ao 3onsel&oOonetário acional e ao 6anco 3entralJ as &a#itacionais est"o su#ordinadas ao 6anco

 acional de Ia#itaç"o G6IH, as demais, através do 3onsel&o acional do 3ooperativismo,ao -3B' G -nstituto de 3oloni!aç"o e Beforma 'gráriaH. 3a#endo a esses 1rg"os conceder autori!aç"o ou cancela$la, fixar normas disciplinadoras da constituiç"o, funcionamento efiscali!aç"o das cooperativas a eles su#ordinadas.

 7(:(:( Pessoas *ur4dicas de Direito do %rabal+o

-( Sindicatos

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9indicatos s"o agrupamentos de pessoas da mesma categoria econmica ou profissional, sem visar lucros, cujo o#jetivo é a defesa dos interesses coletivos e individuaisda respectiva categoria.

Pela definiç"o acima notamos ue &á duas espécies distintas de sindicatos: . um é o

sindicato constituído pelas pessoas da mesma categoria econEmica ou seja ue desenvolve amesma atividade empresarial. 9"o os sindicato dos empregadoresJ 2. o outro é o sindicatoconstituído pelas pessoas da mesma categoria profissional. 9"o os sindicatos dosempregados.

Exemplos: . *ate#oria econ7mica:

 Sindicato das Indústrias do &estu)rio de pucarana e &ale do Iva4   $ Tase.erritorial: 'pucarana, 'rapongas, 6om 9ucesso, 6orra!1polis, 3alif1rnia, 3am#ira, Caxinal,4randes Bios, -vaipor", >andaia do 9ul, >ardim 'legre, aloré , unardeli, Oanoel Bi#as,OarilMndia do 9ul, Oarum#i, Bio 6om, 9a#audia, 9"o >o"o do -vaí e 9"o Pedro do -vaí.

 Sindicato das Indústrias de Serrarias0 Carpintarias0 %anoarias0 $adeirasCompensadas e /aminadas0 ,lomeradas e C+apas de Fibras de $adeiras e da

 $arcenaria R $5veis de $adeiras0 $5veis e $ob4lias em Keral0 Inclusive *unco0 &ime e%ubulares REstruturas $et)licas0 al1m de &assouras e ainda Cortinas0 Cortinados e

 Estofados de rapon,as( Tase .erritorial: 'rapongas, BolMndia e 'pucarana.

:( tividade profissional:

 Sindicato dos %rabal+adores nas Indústrias do &estu)rio de pucarana e #e,i.o(" Tase .erritorial: 'pucarana, 'rapongas, 6om 9ucesso, 6orra!1polis, 3alif1rnia, 3am#ira,Caxinal, 4randes Bios, -vaipor", >andaia do 9ul, >ardim 'legre, aloré , unardeli, OanoelBi#as, OarilMndia do 9ul, Oarum#i, Bio 6om, 9a#audia, 9"o >o"o do -vaí e 9"o Pedro do-vaí.

 Sindicato dos %rabal+adores nas Indústrias da Construç.o e $obili)rio de rapon,as( " Tase .erritorial: 'rapongas, BolMndia e 'pucarana.

 Os sindicatos t3m0 portanto0 como atividade essencial a defesa dos interesses

coletivos e individuais da respectiva cate,oria0 nas questões relativas a relaç.o de

empre,o0 ou seja0 nas relações entre empre,ados e patrões ou empre,adores(  Por isso, ossindicatos podem firmar acordos individuais ou coletivos de tra#al&o, fixando normas detra#al&o. Essas normas acordadas entre os sindicados $ de empregados e empregadores $

 passam a ser o#rigat1rias, como se leis fossem, entre as categorias representadas no acordo.Em ra!"o disso, os sindicatos dever"o ter uma área territorial de atuaç"o. Essa área denomina$se base territorial  ue nunca será inferior ao territ1rio de um Ounicípio, podendo, portanto,ser composta de vários Ounicípios.

 inguém é o#rigado a filiar$se ou manter$se filiado a sindicato, no entanto é o#rigadoa contri#uir para a manutenç"o dos sindicatos e do sistema confederativo, através do

 pagamento do -mposto 9indical. Este imposto, ue é pago uma ve! ao ano, corresponde a umpercentual calculado sobre o capital da empresa, cujo montante será destinado aossindicatos das categorias econmicas e a um dia de salrio ue será descontado de todos osempregados e destinado Ns categorias profissionais.

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utras contri#uições poder"o ser instituídas pelos sindicatos, mas o seu pagamentoserá de responsa#ilidade dos respectivos associados.

:( Federações

's federações s"o agrupamentos de sindicatos da mesma categoria econmica ou

 profissional, sem visar lucros, cujo o#jetivo é a defesa dos interesses coletivos e individuais darespectiva categoria no territ1rio do Estado Oem#ro onde foi constituída.

's federações podem convencionar entre si normas disciplinadoras da relaç"o deemprego. Portanto, auilo ue é convencionado entre as federações das categoriaseconmicas e profissionais, passam a valer, como se leis fossem, para todo territ1rio daueleEstado Oem#ro.

 As (ederações representarão as cate#orias somente onde n.o estejam or,ani8adasem sindicatos( Exemplos:

:$ tividade econ2mica:Cederaç"o das -nd%strias do Estado de 9"o Paulo (

:( tividade profissional "

Cederaç"o dos Fra#al&adores na -nd%stria da 3onstruç"o 3ivil e do Oo#iliário do Estado doParaná. $ 6ase Ferritorial: Estado do Paraná.

A( Confederações

's confederações s"o agrupamentos de federações da mesma categoria econmicaou profissional, sem visar lucros, cujo o#jetivo é a defesa dos interesses coletivos e individuaisda respectiva categoria no territ1rio nacional. 9e as confederações convencionarem normas do(ireito do Fra#al&o, essas normas vigorar"o em todos territ1rio nacional.

 As con(ederações representarão as cate#orias somente onde n.o estejamor,ani8adas em sindicatos ou federações( E xemplos:

 + Atividade Econ7mica:

3onfederaç"o acional de Fransportes Oarítimos, Cluviais e 'éreos.

3onfederaç"o acional de Educaç"o e 3ultura.I+ Atividade Pro(issional:

3onfederaç"o acional dos Fra#al&adores em Fransportes Oarítimos, Cluviais e 'éreos.3onfederaç"o acional dos Fra#al&adores em Esta#elecimentos de Educaç"o e 3ultura (Centrais de %rabal+adores

movimento de organi!aç"o dos tra#al&adores no 6rasil culminou com as  centraisde trabal&adores+ Entretanto, as centrais não são pessoas "urídicas de Direito do %rabal&o,uma ve! ue n"o &á previs"o legal autori!ando$as a convencionar normas relativas a prestaç"ode serviço su#ordinado. o entanto, tam#ém n"o existe lei proi#indo seu funcionamento.Porém, s"o pessoas jurídica de (ireito 3ivil, da espécie *'ssociaç"o+.

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#serve$se ue o modelo sindical #rasileiro n"o é o da organi!aç"o espontMnea dostra#al&adores. Iá os compartimentos já traçados pelo legislador, nos uais se situar"o asdiferentes formas de entidades e dentre elas n"o &á lugar para as centrais de tra#al&adores.

3om o#jetivo de estimular a reflex"o so#re o assunto lem#ramos dos ensinamentosde Oário de a 3ueva, autor Oexicano con&ecido pela sua posiç"o em defesa do tra#al&ador:

*D doloroso ver, como (i/emos notar ao (alar do sindicalismo, que o que sec&ama de luta social ten&a duas (acesN a luta dos trabal&adores contra os

 patrões e a luta da *entrais .breiras para adquirir o domínio sobre a classetrabal&adoraQ a cláusula de exclusão por separação ! a arma mel&or desse

 se#undo aspecto da #uerra social+ 3ão &averá de dedu/ir=se destas re(lexõesque ! pre"udicial ao movimento obreiro a (ormação de )ederações e*on(ederaçõesQ unicamente dese"amos ressaltar um (ato e advertir ostrabal&adores que sobre os interesses de seus diri#entes encontra=se os daclasse trabal&adora1I-+

 Estudo diri,ido

. ue se entende por pessoa jurídicaT

2. 3ite uma pessoa jurídica de (ireito -nternacional P%#lico.

U. 3ite tr0s pessoas jurídicas de (ireito acional P%#lico.

V. ' partir de ue momento a pessoa jurídica de direito nacional p%#lico aduire personalidadede direitoT

=. ue é autaruiaT

@. 3ite tr0s pessoas jurídicas de (ireito acional Privado.

<. ' partir de ue momento a pessoa jurídica de direito nacional privado aduire

 personalidade de direitoT

8. 3ite um exemplo de sociedade despersonali!ada.

;. Kuais s"o as características de uma associaç"oT

A. Kuais s"o as características de uma sociedade empresarial T

. Kuais s"o as atividades pr1prias de uma sociedade n"o empresarialT

2. ue é uma (undação, enuanto pessoa jurídicaT

U. Para ue fins poderá se constituir uma fundaç"oT

V. ue é sindicatoO

=. Kuais o as características da (ederação sindical T

@. Kuais s"o as características da con(ederação sindicalO

<. ' ue ramos do direito pertence as 3entrais dos %rabal&adoresO

23   3ueva, Oário de la.  De re c+o $eBicano de l %ra bajo (  Oéxico: Porrua, ;@A, F. --, p. ==.58

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 " O7*E%O DO DI#EI%O POSI%I&O "

  . ob"eto do Direito Positivo são os bens "urídicos. Foda relaç"o jurídica seesta#elece entre pessoas, tendo como o#jeto um #em jurídico. 'uilo ue o sujeito passivodeve ao sujeito ativo é o o#jeto do direito, ue nem sempre é uma coisa corp1rea, podendo ser um #em imaterial.

Para 3l1vis 6eviláua, bens são os valores materiais ou imateriais &ue servem de

objeto de uma ralação jurídica$Para ue um #em seja jurídico é necessário ue ele seja suscetível de avaliaç"o

econmica. mar, o ar atmosférico, por exemplo, apesar de sua utilidade ao &omem, n"o podem ser considerados #ens jurídicos, por n"o representarem um valor apreciável emdin&eiro. 'ssim somente as coisas %teis ao &omem e apreciáveis em din&eiro s"o consideradas

 #ens jurídicos.

:$ Classificação dos bens

:$:$ Tens considerados em si mesmos

9"o aueles ue s"o o#servados independentemente de ualuer relaç"o com outros.

Eles se su#dividem em:

:$:$:$ 62veis

  S.o bens m5veis os suscet4veis de movimento pr5prio0 ou de remoç.o por forçaal+eia0 sem alteraç.o da subst>ncia ou destinaç.o econ2mico"social( .

'ssim teremos:

 a8! $oveis propriamente ditos $ $ão bens que necessitam da ação do &omem para serem removidos. Ex. Oesa, cadeira, autom1vel, sapato, etc.

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 b" Semoventes $ 9"o #ens ue possuem movimentos pr1prios. Ex. 'nimais de modogeral: gato, #oi, cavalo, etc.

c" $5veis por determinaç.o le,al S s"o aueles enumerados pela pr1pria lei, art. 8Udo 31digo 3ivil:

:$ as energias ue tem valor econmico.;$ os direitos reais so#re o#jetos m1veis e as ações correspondentes.

>$ os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

d" $5veis por antecipaç.o  9"o os #ens incorporados ao solo, mas com aintenç"o de separá$los oportunamente e convert0$los em m1veis, como as árvores destinadasao corte.

s materiais destinados a alguma construç"o, enuanto n"o forem empregados,

conservam essa ualidade de m1veisJ readuirem essa ualidade os provenientes da demoliç"ode algum prédio.

-(-(:( Im5veis

 S.o considerados im5veis os bens que n.o podem ser removidos de um lu,ar paraoutro sem destruiç.o(

Iá &uatro tipos de #ens im1veis:

a Im5veis por nature8a  $ 3onsidera$se #ens im1veis pela pr1pria nature!a o solocom a sua superfície, su#solo e espaço aéreo.

Fudo o mais a ue a ele adere dever ser classificado como im1vel por acess"o.'cess"o significa justaposiç"o ou ader0ncia de uma coisa a outra.

 b8  Im5veis por acess.o natural  $ Fudo uanto se incorporar permanentemente aosolo, por força da nature!a. -ncluem$se nessa categoria as árvores nascidas sem a aç"o do&omem e seus frutos pendentes.

c8  Im5veis por acess.o artificial ou industrial $ Fudo uanto o &omem incorporar 

 permanentemente ao solo, como a semente lança N terra, os edifícios e construções, de modoue se n"o possa retirar sem destruiç"o, fratura ou dano.

V  esse conceito n"o se incluem, portanto, as construções provis1rias, ue sedestinam a remoç"o ou retirada, como os circos e parues de diversões, as #arracas de feiras,

 pavil&ões etc.

d8 Im5veis por determinaç.o le,al  $ 9"o os considerados im1veis pelo art. 8A do31digo 3ivil:

:$ os direito reais so#re im1veis e as ações ue os asseguram.

;$ o direito N sucess"o a#erta.

direito a#strato N sucess"o a#erta é considerado #em im1vel, ainda ue os #ensdeixados pelo falecido sejam todos m1veis. ' ren%ncia da &erança é portanto ren%ncia de

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im1vel e deve ser feita por escritura p%#lica ou termo nos autos, mediante autori!aç"o docnjuge, se o renunciante for casado e recol&imento do -F6- G -mposto de Fransmiss"o de6em -m1velH.

Não perdem o carter de im2veis:

:$ as edificações ue, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, foremremovidas para outro local.

;$  os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele sereempregarem.

' importMncia prática de se sa#er a distinç"o entre um #em m1vel e im1vel reside nofato da lei esta#elecer maneiras diferentes para a transmiss"o da propriedade desses #ens. bem m2vel tem a sua propriedade transferida através da tradiç"o, ou seja, pela entrega do #emao aduirente. bem im2vel, no entanto, somente terá sua propriedade transferida secumprida as formalidades esta#elecidas pela lei, ou seja, ue a declaraç"o de vontade esteja

contida num documento p%#lico Gescritura p%#lica, documento judicial, etc.H e ue taldocumento seja devidamente registrado junto ao 3art1rio de Begistro de -m1veis, onde oreferido #em esteja matriculado.

Para mel&or esclarecimento, eis um caso concreto, citado pelo prof. elson4odo52V, pu#licado na Bevista dos Fri#unais, vol. UV8, p. UVA:. elson 4odo5 ao tratar doassunto:

  Para mel&or esclarecimento, eis um caso concreto, que (oi publicado na 'evistados %ribunais, vol+ -B;, pá#+ -0F+ Vm autom2vel (oi vendido e o comprador pa#ou o preçomediante recibo, mas a entre#a do veículo (icou para dentro de de/ dias+ Aconteceu, ainda,

que oito dias ap2s o contrato de compra e venda, um inc9ndio provocado por um curtocircuito ocasionou a perda total do auto, que não estava asse#urado+ Discutiu=se sobrequem deveria suportar o pre"uí/oN o comprador ou o vendedor, pois pela lei, quem suporta o

 pre"uí/o, in casu, ! o dono do bem+

 Para decidir essa situação, o "ui/ aplicou a lei que trata do assunto, isto !, o art+6IF do *2di#o *ivil ? anti#o , que di/ia o se#uinteN 1. domínio das coisas não setrans(ere pelos contratos antes da tradição+11 @ atual 31digo 3ivil repete essa regra noart. .2@< S *' propriedade das coisas n"o se transfere pelos neg1cios jurídicos, antes datradiç"o.+

 Somente o contrato n.o transfere a propriedadeQ ! preciso, ainda, a tradiç.o0 ou se"a, a entre#a+ A "ustiça, portanto, decidiu que o vendedor deveria suportar o pre"uí/o,devolvendo o din&eiro que recebera, porque não &ouve a entre#a e, conseqMentemente, não

 se operou a trans(er9ncia do domínio do veículo+1

-(-(A Fun,4veis

  S.o bens m5veis que podem ser substitu4dos por outro da mesma esp1cie0quantidade e qualidade. Ex. (in&eiro, cereais, ualuer o#jeto fa#ricado em série.

-(-(A Infun,4veis

24  (o7er, elson 4odo5 6assil. Instituições de Direito Público e Privado. 9"o Paulo: elpa,;;=, p. <2.

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  $ão bens m2veis que n.o  podem ser substituídos por outro da mesma esp!cie,quantidade e qualidade. Ex. #ra de arte, ualuer o#jeto fa#ricado artesanalmente.

Esta diferenciaç"o fa!$se necessária pelas conting0ncias da prática diária.. Qm #omexemplo da uest"o é o contrato de dep2sito, ue caracteri!a a entrega de um #em a outrem

 para ser guardado e restituído assim ue &ouver a solicitaç"o. 9e o #em for fungível, o

depositário n"o está o#rigado a restituir exatamente o mesmo, pois poderá restituir outro damesma espécie, ualidade e uantidade. o entanto, se for infungível, o depositário estaráo#rigado a restituir exatamente o mesmo bem que recebeu em dep2sito, caso n"o possa fa!0$lo, responderá por perdas e danos.

-(-(? Consum4veis

  $ão bens m2veis cu"o uso acarreta a destruição imediata da pr2pria subst:ncia,considerando=se da mesma (orma os destinados à alimentação. Ex.: 3igarro, gasolina, etc.

-(-(? Inconsum4veis 9ão bens m2veis cu"o uso não acarreta a destruição imediata . Ex.: Oesa, cadeira,

autom1vel, etc.

-(-(G Divis4veis

$ão os que se podem (racionar sem alteração na sua subst:ncia, diminuiçãoconsiderável do valor, ou pre"uí/o do uso a que se destinam+ 9"o os ue podem ser divididosem porções reais e distintas, formando cada uma das partes um todo em separado. Ex. 4i!,lote de terras.

-(-(G Indivis4veis

$ão bens que não podem ser divididos em porções, sob pena de alterar sua subst:ncia e os que, embora naturalmente divisíveis, se considera indivisíveis por (orça de leiou vontade das partes+ Ex+ Autom2vel, mesa, cadeira, terreno que possui metra#em in(erior ao m2dulo exi#ido por lei+

 Qm dos co$proprietários de um #em considerado divisível poderá exigir, dos demais,a sua divis"o, de modo ue cada uma das partes ue formam um todo em separado, possa ficar 

 para cada um dos proprietários. 3aso o #em seja considerado indivisível, a propriedade deverá

ficar, necessariamente, em condomínio.-(-(J Sin,ulares 

$ão sin#ulares os bens que, embora reunidos, são considerados individualmente,independentemente dos demais. Ex.: Qma lata de 1leo numa pil&a, um autom1vel na ag0nciarevendedora.

-(-(J Coletivos

$ão coletivos os bens que reunidos sempre são considerados num todo, no coletivo .Ex. Qma caixa de f1sforos, um maço de cigarros.

s #ens coletivos s"o c&amados, tam#ém de universalidades e a#rangem:

aH$ Qniversalidades de fato

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 #H$ Qniversalidades de direito.

a8! 9niversalidades de fato considera=se universalidade de (ato a pluralidade debens sin#ulares que, pertencentes à mesma pessoa, ten&am destinação unitária ? reban&o,biblioteca, (loresta+

b8! 9niversalidades de direito    ! o con"unto de relações "urídicas, de uma pessoa,dotado de valor econ7mico ? &erança, patrim7nio, (undo de com!rcio+

-(: 7ens #eciprocamente Considerados

-(:(- Principais

 $ão bens que existem por si s2, abstrata ou concretamente. 9ua exist0ncia independeda exist0ncia de outro #em. Ex..: Oesa, cadeira, lápis.

-(:(:( cess5rios $ão bens que existem somente se existir um outro bem considerado principal, do

qual eles dependam. Ex.: >uros, fruto pendente.

atual 31digo civil incluiu no rol dos #ens acess1rios, as pertenças(

Pertenças s.o os bens m5veis0 n.o constituindo partes inte,rantes0 se destinam0de modo duradouro0 ao uso0 aos serviços ou ao aformoseamento de outro(

A( =uanto a propriedade

A(-( Públicos

$ão os bens pertencentes à Vnião, aos Estados ou aos >unicípios, ou seja, Ns pessoas jurídicas de direito p%#lico interno .Ex.: Praças p%#licas, máuinas do município.

s #ens p%#licos s"o de tr0s espécies:

a8! de uso comum do povo tais como os rios, mares, estradas, ruas praças.

b8! de uso especial tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou

esta#elecimento da administraç"o federal, estadual ou municipal, inclusive suas autaruias.3omo as instalações das repartições p%#licas, secretarias, escolas, ministérios, etc.

c8! os dominicais ou do patrimEnio disponível s"o os ue constituem o patrimnio das pessoas jurídica de direito p%#lico interno, como o#jeto de direito pessoal oureal. 9"o as terras devolutas, as estradas de fero, oficinas e fa!endas pertencentes ao Estado.

A(:( Particulares 

$ão bens pertencentes às pessoas (ísicas ou "urídicas de Direito Privado+ Ex.: 3asa, #oi, autom1vel.

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 Estudo diri,ido

$ ue s"o #ens im1veisT Exemplo

2$ ue s"o #ens im1veis pela pr1pria nature!aT Exemplo.

U$ ue s"o #ens im1veis por acess"o física artificialT Exemplo.

V$ ue s"o #ens im1veis por definiç"o de leiT Exemplo.=$ ue s"o #ens m1veisT Exemplo.

@$ ue s"o #ens m1veis pela propriamente ditosT Exemplo.

<$ ue s"o #ens semoventesT Exemplo

8$ ue s"o #ens fungíveisT Exemplo.

;$ ue s"o #ens infungíveisT Exemplo.

A$ ue s"o #ens consumíveisT Exemplo.

$ ue s"o #ens inconsumíveisT Exemplo.2$ ue s"o #ens divisíveisT Exemplo.

U$ ue s"o #ens indivisíveisT Exemplo.

V$ ue s"o #ens principaisT Exemplo.

=$ ue s"o #ens acess1riosT Exemplo.

@$ ue s"o pertençasT

<$ ue s"o #ens singularesT Exemplo.

8$ ue s"o #ens coletivosT Exemplo.

;$ ue s"o #ens p%#licosT Exemplo.

2A$ Kuais s"o as espécies de #ens p%#licos.

2$ 3ite tr0s #ens p%#licos de usos comum do povo.

22$ ue s"o #ens particularesT Exemplo.

" F%OS *M#DICOS "

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direito tam#ém tem o seu ciclo vital: nasce, desenvolve$se e extingue$se.Essas fases ou momentos decorrem de fatos denominados de (atos "urídicos, exatamente por 

 produ!irem efeitos jurídicos.

uadro a#aixo, aclara de ve! a uest"o:

%ato simples

%ato :ur4dico

8rdin/rios - G nascimento' morte' maioridade'decurso de pra5oE

%atos (ur4dicos naturais!xtraordin/rios - G raio' terremoto' tempestade'etc.E

 Atos :ur4dicos

Neg;cio :ur4dico Ato :ur4dico l4cito Ato :ur4dico em sentido estrito

 Ato-+ato (ur4dico

'to jurídico ilícito

-" Fato simples e fato *ur4dico.

fato simples é todo acontecimento da vida ue n"o tem ualuer relevMncia para odireito, n"o resulta nen&uma conse/0ncia jurídica., ou seja, n"o fa! nascer, modificar ouextinguir direitos. Por exemplo, um raio ue caia em alto mar, ou o eclipse, sem ualuer conse/0ncia jurídica é considerado um fato simples.

>á o fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o direito, ou seja, ueresulta na criaç"o, modificaç"o ou extinç"o de direitos, mesmo ue sejam fatos ilícitosG praticado em descordo com os preceitos do ordenamento jurídicoH.

-(-( " Fatos *ur4dicos 'aturais

$ão acontecimentos naturais que resultam na criação, modi(icação ou extinção dedireitos+

  Para exemplificar esta situaç"o, podemos imaginar um autom1vel, assegurado por uma ap1lice de seguro, ue é atingido por um raio ue o destr1i completamente. 'ssim, por um lado, teremos a extinç"o do direito de propriedade pela extinç"o do o#jeto. Por outro,teremos o surgimento do direito N indeni!aç"o, ve! ue o o#jeto encontra$se assegurado.

31digo de hguas G(ecreto 2V.@VU, de A.A<.;UVH, nos fornece outros exemplosde auisiç"o de direito através de acontecimentos naturais ao tratar, no 3apitulo ), da acessãoGsignifica o modo de auisiç"o de coisa pertencente a outrem, por se considerar estaincorporada N do aduirenteH. (entre os casos de acess"o temos o álveo abandonado+ hlveo éa superfície ue as águas co#rem sem trans#ordar para o solo natural e ordinariamente enxuto.(esta forma se um rio a#andonar seu curso original, em funç"o de um acontecimento naturalGsem ue ten&a &avido aç"o do &omemH teremos o álveo a#andonado. Essa superfície

 pertencerá aos proprietários ri#eirin&os, das duas margens, sem ue ten&am direito Nindeni!aç"o alguma os donos dos terrenos por onde as águas a#rigarem novo curso Gart. 2@ dareferida leiH.

s fatos jurídicos naturais se su#dividem, ainda, em duas espécies:

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a8! @atos jurídicos naturais ordinrios ! nascimento' morte' maioridade' decurso depra5o.

b8! @atos jurídicos naturais e0traordinrios ! raio, terremoto, tempestade, etc.

-(:( " tos *ur4dicos

s atos jurídicos, diferentemente dos fatos jurídicos naturais, é o resultado daaç"o do &omem desde ue ten&a conse/0ncia jurídica, ou seja, criando, modificando ouextinguindo direitos.

s atos jurídicos, se su#dividem em: :8! ?tos jurídicos lícitos e ;8! ?tos jurídicos ilícitos$

-(:(-( " tos *ur4dicos /4citos

 S.o atos l4citos que t3m por fim imediato adquirir0 res,uardar0 transferir0modificar ou eBtin,uir direitos( ato jurídico, portanto, é resultado da aç"o do &omem, uen"o poderá ser contrária ao direito, pois exigi$se a licitude, e deve ter por fim imediatoaduirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.

s atos jurídicos lícitos, por sua ve!, se su#dividem em: :8! Neg2cio 7urídico ;8!?to jurídico em sentido estrito e >8! ?to!fato jurídico$

-(:(-(-(" 'e,5cio *ur4dico

Neg2cio jurídico, na palavra de 3aio Oário de 9ilva Pereira 2=, s.o declarações devontade destinada 9 produç.o de efeitos jur4dicos queridos pelo a,ente( fundamento e os

efeitos do neg1cio jurídico assentam, ent"o, na vontade, n"o uma vontade ualuer, masauela ue atua em conformidade com os preceitos ditados pela ordem legal.

 o neg2cio jurídico Gcontrato de compra e venda, por exemploH, a aç"o &umanavisa diretamente a alcançar um fim prático permitido na lei, dentre a multiplicidade de efeitos

 possíveis. Por essa ra!"o é necessária uma vontade qualificada, sem vícios.

 o neg1cio jurídico &á uma composiç"o de interesses, um regramento geralmente #ilateral de condutas, como ocorre na cele#raç"o de contratos. ' manifestaç"o da vontade temfinalidade negocial, ue em geral é criar, adquirir, trans(erir, modi(icar ou extin#uir  direitos.

?$ Alementos constitutivos do neg2cio jurídico$

neg1cio jurídico é uma manifestaç"o da vontade dirigida a um determinado fim.Para ue produ!a os efeitos jurídicos pretendidos é necessário ue se revista de certosreuisitos relativos N pessoa do agente, ao o#jeto da relaç"o jurídica e N forma damanifestaç"o da vontade.

'ssim, para a validade do neg1cio jurídico, exigi$se:

?$:8! ?gente capa(3

?$;8! Lbjeto lícito, possível, determinado ou determinvel3

25 I#"tituie" de Direito Civil, vol. I , 19B ed., <ore#"e, io, .3003

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?$>8! @orma prescrita ou não defesa em leiJ

?$:$ ?gente Capa(

. praticante do ato "urídico deverá ter capacidade de direito . Kuando estudamos a pessoa física, vimos ue a lei n"o esta#elece de forma direta o momento em ue a pessoa

aduire a capacidade de direito. -sto é feito de forma indireta, ou seja, o ue a lei esta#eleces"o as incapacidades. Essas incapacidades poder"o ser de duas espécies: . os absolutamenteincapa/es, ue s"o os menores de @ anosJ os ue, por enfermidade ou defici0ncia mental,n"o tiverem o necessário discernimento para a prática desses atosJ os ue, mesmo por causatransit1ria, n"o puderem exprimir sua vontade. 2. os relativamente incapa/es: os menoresentre @ e 8 anosJ os é#rios &a#ituais, ou viciados em t1xicos, e os ue, por defici0nciamental, ten&am o discernimento redu!idoJ os excepcionais, sem desenvolvimento mentalcompletoJ os pr1digos.

Portanto, com relaç"o N idade, a pessoa torna$se a#solutamente capa! a partir dos 8anos. o entanto, &á certas situações ue o menor de 8 anos pode ser considerado

a#solutamente capa!. ' essas situações denominamos genericamente de emancipaç"o. Existemcinco espécies de emancipaç"o: por concess"o dos pais, pelo casamento, pelo exercício deemprego p%#lico efetivo, pela colaç"o de grau em curso de ensino superior e peloesta#elecimento civil ou comercial, ou pela exist0ncia de relaç"o de emprego, desde ue, emfunç"o deles, o menor com @ anos Gde!esseisH anos completos ten&a economia pr1pria.

s incapa!es ue necessitarem reali!ar neg1cios jurídicos poder"o suprir aincapacidade de exercício pelos meios legais: a representaç.o e a assist3ncia G art. @UV do31digo 3ivilH. s a#solutamente incapa!es n"o participam do ato, sendo representados pelos

 pais, tutores ou curadores. s relativamente incapa!es já participam do ato, mas dever"o ser assistidos pelos pais ou curadores.

?$;$ Lbjeto )ícito, possível, determinado ou determinvel

Lbjeto lícito % o &ue não atenta contra a lei, moral ou bons costumes$ Kuando oo#jeto do contrato é imoral os tri#unais t0m considerados nulos, com aplicaç"o do princípiode ue ninguém pode valer$se da pr1pria torpe!a.

#jeto de ser, tam#ém, possível. Kuando impossível, o neg1cio é nulo.

Por fim, o o#jeto do neg1cio jurídico deve ser, tam#ém, determinado oudeterminável. 'dmite$se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo g0nero e

 pela uantidade G 31digo 3ivil, art. 2VUH.3omo exemplo da necessidade do o#jeto lícito podemos citar a seguinte &ip1tese: se

alguém vender a outrem um #em rou#ado, este ato de transmiss"o de propriedade seráconsiderado inexistente, pois so#re o o#jeto do ato jurídico pesa uma ilicitude em funç"o dorou#o.

utra situaç"o, ue vem se tornando repetitiva entre n1s, deve ser lem#rada comexemplo: é a contrataç"o de pessoal para coletar as apostas do c&amado *jogo do #ic&o+. 'uest"o é sa#er se o contrato de tra#al&o reali!ado entre o *#ic&eiro+ e o coletor de apostasGcam#istaH é válido e, portanto, se sujeito Ns normas do (ireito do Fra#al&o, com direito a

salário mínimo, férias, U° salário, &oras extras, etc. D sa#ido ue o *jogo do #ic&o+ é umacontravenç"o penal, ou seja, um crime de menor proporç"o. 'ssim, o o#jeto do ato jurídico é

ilícito, pois a lei assim o define. 9e o o#jeto é ilícito o ato é nulo e n"o surte ualuer efeito. o entanto, por outro lado, se o coletor das apostas prestou serviços ao *#ic&eiro+, este

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o#teve um gan&o com o serviço prestado e deverá remunerar pelo gan&o o#tido, so# pena deferir um princípio do direito ue é: o enriuecimento sem causa.

 ossos tri#unais t0m se manifestado so#re o assunto em diversas oportunidades,como se v0 pelas ementas a#aixo transcritas:2@

'notador do *jogo do #ic&o+. 3ontrato de prestaç"o de serviços com o#jeto ilícito.-nexist0ncia da relaç"o jurídica de emprego, na espécie GF9F. BB <@.U2W;U.@, 4uimar"esCalc"o, 'c. Vª F. =.U;AW;UH.

>ogo do #ic&o. 9e o o#jeto do contrato de tra#al&o mostra$se ilícito, face N atividadedesenvolvida, deve ser considerado nulo. Entretanto, a impossi#ilidade de fa!er com ue as partes retornem ao status quo ante fa! com ue se autori!e o pagamento dos salários aoempregado, so# pena de enriuecimento ilícito da pessoa ue usufruiu do seu tra#al&o GF9F,BB A;.U<@W;V.@, 'fonso 3elso, 'c. ª F. V.U;UW;VH.

?$>$ @orma prescrita ou não defesa em lei$

terceiro reuisito de validade do neg1cio jurídico é a  forma( Esta deve ser aesta#elecida ou n"o proi#ida pela lei. Am regra a forma % livre. 's partes podem cele#rar contrato por escrito, p%#lico ou particular, ou ver#almente, a n"o ser nos casos em ue a lei,

 para maior segurança ao neg1cio, exija a forma escrita, p%#lica ou particular Gart. A< do31digo 3ivilH.

descumprimento dessa forma esta#elecida na lei culminará com a nulidade doneg1cio jurídico. Por exemplo: a transmiss"o da propriedade de um #em considerado im1vel,exige ue a manifestaç"o de vontade do proprietário conste de um documento e ue essedocumento seja levado N registro junto ao 3art1rio de Begistro de -m1veis, onde o im1velesteja matriculado. 9omente dessa maneira se transmitirá a propriedade de um #em im1vel.

 7(" Defeitos do 'e,5cio *ur4dico

 A declaração da vontade ! elemento essencial no ne#2cio "urídico. Para a validadedo neg1cio jurídico é indispensável a presença da vontade do agente e ue esta &ajafuncionado normalmente. D justamente com este o#jetivo, ou seja, de preservar a livremanifestaç"o da vontade ue a lei esta#elece as incapacidades, como já vimos anteriormente.

Entretanto, mesmo ue o agente capa! seja capa!, poderá ocorrer, no momento da prática do ato jurídico, um  vício na mani(estação da vontade do a#ente, de forma a n"o

representar exatamente o ue ueria. ' essas situações, em ue se constata uma diferençaentre a vontade real e a vontade declarada, se dá o nome de defeitos do ato jurídico. Essesdefeitos s"o os seguintes: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contracredores$

s referidos defeitos, exceto a fraude contra credores, s"o c&amados de vícios deconsentimento porue provocam uma manifestaç"o de vontade ue n"o correspondente com oíntimo e verdadeiro uerer do agente. '  (raude contra credores n"o condu! a umdescompasso entre o íntimo uerer do agente e a sua declaraç"o, mas é exteriori!ada com aintenç"o de prejudicar terceiros.

s neg1cios jurídicos ue conten&am tais vícios s"o anuláveis.

26  3arrion , )alentin. 'ova *urisprud3ncia em Direito do %rabal+o. 9"o Paulo: Editora9araiva, ;;=, p.22.

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T$:$ Arro$

 Erro ! a (alsa noção que o a#ente tem com relação ao ob"eto da relação "urídica oucom relação à qualidades essenciais de pessoas a quem se re(ere a declaração de vontade, deforma tal ue se tivesse noç"o exata com relaç"o ao o#jeto ou a ualidades da pessoa n"oteria praticado o ato.

' i,nor>ncia, ue significa a aus0ncia completa de con&ecimento, é encarada damesma forma ue o erro.

 "o é, porém, ualuer espécie de erro ue torna anulável o neg1cio jurídico. Paratanto deve ser su#stancial ou essencial.

Por exemplo: aH$ alguém aduire um terreno ue se supõe valori!ado porue situadoem rua importante mas ue na verdade tem pouco valor pois se situa em rua do mesmo nome,

 porém de outra localidade. #H$ compra de um rel1gio dourado como se fosse de ouro.

T$;$ Dolo$

 Dolo ! o arti(ício empre#ado no sentido de indu/ir o a#ente a praticar o ato "urídico em erro+

Para mel&or compreens"o do conceito acima exposto, reprodu!imos, a título deexemplo, o caso narrado por elson 4odo5 6assil (o7er 2<:

*)endedor e comprador, mediante instrumento particular, avençaram$se para vendae compra de um sítio. Por ocasi"o da lavratura da escritura p%#lica, o comprador, com a

 participaç"o de um delegado, convenceram o vendedor GsitianteH de ue deveria rece#er o preço em j1iasJ particularmente o delegado insistia nas vantagens do pagamento em forma de j1ias, pois se tratava de um emprego de capital mais seguro.

)erificou$se, posteriormente, ue as j1ias valiam somente WU do valor do preço pactuado em din&eiro. vendedor era pessoa simples, residente em um sítio, e o comprador l&e &avia sido apresentado pelo delegado+.

rece#imento do preço em j1ias foi resultante do erro criado no espírito do sitiante, pessoa simples e ue confiava na palavra de um delegado. udi#riado, teve um procedimentodiverso dauele ue realmente teria se con&ecesse a realidade dos fatos.

T$>$ Coação$ K toda viol9ncia (ísica ou psicol2#ica empre#ada no sentido de obri#ar o a#ente a

 praticar um ato que não queira+

3omo exemplo podemos citar o caso da m"e ue ao sa#er da acusaç"o ue pesavaso#re o fil&o S de ter dado desfalue como caixa do #anco em ue tra#al&ava S assina umanota promiss1ria em #ranco na presença do gerente, do advogado do #anco e dos policiaisue acompan&am o fil&o.

 a &ip1tese acima, verificamos a exist0ncia de uma ameaça, de uma intimidaç"o uecolocou a m"e numa situaç"o tal, ue levada pelo temor, emitiu uma declaraç"o de vontadeue n"o correspondia N sua vontade real.

27 I#"tituie" de Direito P&'li%o e Privado, 11B ed., !ditora )ela, S/o Paulo, 2002, . 242.

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T$$ Astado de perigo$

3onfigura$se o estado de peri#o  uando alguém, premido da necessidade desalvar!se, ou a pessoa de sua família, de grave dano con'ecido pela outra parte, assumeobrigação e0cessivamente onerosa$

Portanto compõe$se de dois elementos: a" objetivo, ue a assunç"o de *o#rigaç"oexcessivamente onerosa+J e b" subjetivo0 caracteri!ado pelo constrangimento causado pelanecessidade de *salvar$se+ou de *salvar pessoa da família+.

3omo exemplo podemos citar o caso de alguém, premido pela necessidade demanter$se, juntamente com sua família, arrenda as instalações de uma granja para criaç"o deaves. o entanto, ap1s alguns meses de tra#al&o, verifica ue o gan&o anual com a exploraç"odauela atividade será insuficiente para o pagamento do arrendamento.

estado de perigo ocorre, assim, uando alguém se encontra em situaç"oeuiparada ao *estado de necessidade1e, por isso, assume o#rigaç"o excessivamente onerosa.

T$$ )esão3onfigura$se a lesão uando al,u1m obt1m um lucro eBa,erado0 desproporcional0

aproveitando"se da ineBperi3ncia ou da situaç.o de necessidade do outro contratante(

' les"o tam#ém é composta de dois elementos: a" objetivo0 consistente na manifestadesproporç"o entre a prestações recíprocas, geradora de lucro exageradoJ e b" subjetivo0caracteri!ado pela inexperi9ncia1ou premente necessidade+ do lesado.

T$M$ @raude contra credores$

  todo ato jur4dico praticado com o objetivo de lesar direitos de credores( o direito das o#rigações encontramos o princípio da responsabilidade patrimonial ,

segundo o ual o patrimnio do devedor responde por suas o#rigações. 'ssim, se alguémdeve certa importMncia a outrem e n"o paga no vencimento, ca#erá ao credor, através do

 poder judiciário, retirar todo ou parte do patrimnio do devedor G pen&ora H vende$lo e com oresultado da venda pagar o credor. o entanto se o devedor praticar ualuer ato ue o#jetiveimpedir o exercício do direito do credor, como, por exemplo, doar seu patrimnio aosdescendentes, estará praticando fraude contra o credor(

:$;$:$;$ ?to 7urídico em +entido Astrito$

+ão atos lícitos cujo efeito da manifestação de vontade est predeterminadopela lei$

3omo, por exemplo, a notificaç"o judicial, ue constitui em mora o devedorJrecon&ecimento de fil&oJ

:$;$:$>$! ?to!@ato 7urídico$

Ouitas ve!es o efeito do ato n"o é #uscado e nem imaginado pelo agente, masdecorre de uma conduta ue é sancionada pela lei, como no caso da pessoas ue ac&a,casualmente, um tesouro G art. 2@V do 31digo 3ivilH.

Para a reali!aç"o do ato!fato jurídico  n"o se exige do agente a capacidade dedireito. 'ssim, um garoto de sete ou oito anos de idade tornar$se proprietário dos peixes ue

 pesca, pois a incapacidade, no caso, n"o acarreta a nulidade ou anulaç"o do ato.

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:$;$;$ ?tos 7urídicos Ilícitos$

?to ilícito ! todo ato praticado com in(ração a um dever de conduta, por meio deações ou omissões culposas ou dolosas do a#ente, das quais resulta dano para outrem+

'to jurídico ilícito é o praticado com infraç"o ao dever legal de n"o lesar a outrem.Fal dever é imposto pelo art. 8@ do 31digo 3ivil ue assim prescreve: * Aquela que, por açãoou omissão voluntária, ne#li#9ncia ou imprud9ncia, violar direito e causar dano a outrem,ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito+1

 "o s"o considerados atos ilícitos:

. os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direitorecon&ecido.

2. a deterioraç"o ou destruiç"o da coisa al&eia, ou les"o a pessoa, a fim de

remover perigo iminente.V )egítima defesa S ocorre legítima defesa uando alguém, usando moderadamente

dos meios necessários, repele injusta agress"o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.9omente a legítima defesa praticada contra o agressor deixa de ser ato ilícito. 9e o agente, por erro de pontaria, atingir um terceiro, ficará o#rigado a indeni!ar os danos a este causados.

V A0ercício regular de um direito recon'ecido a#uso do direito constitui atoilícito, s1 n"o será ilícito o exercício regular do direito. Por exemplo, se o inuilino ou

 proprietário de im1vel produ!ir #arul&o excessivo com o o#jetivo de simplesmente pertur#ar osossego do vi!in&o, ter$se$á o a#uso do direito.

V Astado de necessidade Estado de necessidade visa N remoç"o de perigoiminente ue leva a coisa al&eia N deterioraç"o ou destruiç"o.

 Estudo Diri,ido

. ue vem a ser um fato simplesT (0 exemplo.

2. Em ue o fato simples difere do fato jurídicoT

U. eclipse é, ou n"o um fato jurídicoT >ustifiue.

V. Em ue o fato jurídico difere do ato jurídico T

=. ue é ato jurídico em sentido estritoT

@. Kuais s"o os elementos constitutivos do neg1cio jurídicoT

<. ue se entende por agente capa! como elemento constitutivo do neg1cio jurídicoT

8. ue é forma prescrita ou n"o defesa na leiT

;. Kuais s"o os defeitos do neg1cio jurídicoT

A. ue é erro, como defeito do neg1cio jurídicoT. ue é dolo, como defeito do neg1cio jurídicoT

2. ue é les"o, como defeito do neg1cio jurídicoT

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U. ue é fraude contra credores , como defeito do neg1cio jurídicoT