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CURSO PREPARATÓRIO PARA O XII EXAME DE ORDEM PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – ÁREA TRABALHISTA Prof. Gustavo Cisneiros Facebook – Gustavo Cisneiros II Fan Page – www.facebook.com/cisneirosgustavo E-mail: [email protected] OBJETIVO DO CURSO E DICAS IMPORTANTES O objetivo do curso é preparar o bacharel para enfrentar a segunda fase do XII Exame de Ordem, com prova marcada para o dia 09/02/2014 , abrangendo a elaboração de peças profissionais e propiciando uma revisão dos principais temas de direito do trabalho e de direito processual do trabalho, incluindo a resolução de questões extraídas de provas anteriores. Estudaremos a confecção das seguintes peças : 1. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 2. INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE. 3. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. 4. CONTESTAÇÃO. 5. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. 6. RECONVENÇÃO. 7. RECURSO ORDINÁRIO. 8. RECURSO DE REVISTA. 9. AGRAVO DE PETIÇÃO. 10. AGRAVO DE INSTRUMENTO. 11. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 12. MANDADO DE SEGURANÇA. 13. EMBARGOS À EXECUÇÃO. 14. AÇÃO RESCISÓRIA. Durante a preparação também abordaremos outros remédios processuais, importantes para as questões subjetivas, tais como a exceção de suspeição, a exceção de impedimento, os embargos de terceiro, as ações possessórias, as ações cautelares, os embargos infringentes e os embargos de divergência. Não se assustem Nosso objetivo é evitar surpresas desagradáveis! E ele será alcançado 1 2ª Fase do XII Exame de Ordem Área Trabalhista Prof. Gustavo Cisneiros

Apostila - 2ª Fase Do Xii Exame de Ordem (1)

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Apostila segunda fase OAB

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  • CURSO PREPARATRIO PARA O XII EXAME DE ORDEM

    PROVA PRTICO-PROFISSIONAL REA TRABALHISTA

    Prof. Gustavo Cisneiros

    Facebook Gustavo Cisneiros IIFan Page www.facebook.com/cisneirosgustavo

    E-mail: [email protected]

    OBJETIVO DO CURSO E DICAS IMPORTANTES

    O objetivo do curso preparar o bacharel para enfrentar a segunda fase do XII Exame deOrdem, com prova marcada para o dia 09/02/2014, abrangendo a elaborao de peasprofissionais e propiciando uma reviso dos principais temas de direito do trabalho e dedireito processual do trabalho, incluindo a resoluo de questes extradas de provasanteriores.

    Estudaremos a confeco das seguintes peas:

    1. RECLAMAO TRABALHISTA.2. INQURITO JUDICIAL PARA APURAO DE FALTA GRAVE.3. AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO.4. CONTESTAO.5. EXCEO DE INCOMPETNCIA EM RAZO DO LUGAR.6. RECONVENO.7. RECURSO ORDINRIO.8. RECURSO DE REVISTA.9. AGRAVO DE PETIO.10. AGRAVO DE INSTRUMENTO.11. EMBARGOS DE DECLARAO.12. MANDADO DE SEGURANA.13. EMBARGOS EXECUO.14. AO RESCISRIA.

    Durante a preparao tambm abordaremos outros remdios processuais, importantes paraas questes subjetivas, tais como a exceo de suspeio, a exceo de impedimento, osembargos de terceiro, as aes possessrias, as aes cautelares, os embargosinfringentes e os embargos de divergncia.

    No se assustem

    Nosso objetivo evitar surpresas desagradveis!

    E ele ser alcanado

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    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • INTRODUO

    a) Incio da elaborao de uma pea

    A montagem das peas ser trabalhada durante o curso, quando o bacharel ter aoportunidade de observar que, apesar de cada pea ter uma finalidade especfica, osesqueletos so muito parecidos.

    No importa qual seja a pea, o incio da montagem sempre ocorre pelo endereamento,quando o advogado indica o rgo jurisdicional competente.

    Vejam como importante o endereamento: ele indica a COMPETNCIA EM RAZO DAMATRIA (a Justia do Trabalho o rgo competente), a COMPETNCIA FUNCIONAL(dentro da Justia do Trabalho, aquele rgo, ali apontado, o competente), aCOMPETNCIA EM RAZO DO LUGAR.

    Depois do endereamento, vem o cabealho, no qual as partes so individualizadas equalificadas.

    No existe um padro para o cabealho. Cada advogado livre para inventar o seumodelo. O nosso, evidentemente, o mais simples possvel, j que o tempo um grandeadversrio na prova da segunda fase.

    b) Importncia da argumentao jurdica

    Concludos o endereamento e o cabealho, entra em cena a argumentao.

    O caminho para a aprovao passa, necessariamente, pelo desenvolvimento daargumentao jurdica, quando o profissional expe, ao rgo jurisdicional, as razes quelevaram o seu cliente a manejar aquele instrumento processual.

    muito importante compreender que no adianta apenas montar o esqueleto da pea.

    O estudo da montagem maquinal, constitudo pela simples tcnica de repetio. De tantorepetir, o bacharel termina incorporando, com naturalidade, a construo da pea, e, na horada prova, a montagem flui naturalmente, sem necessidade de qualquer esforo intelectual.

    No caso da argumentao jurdica diferente.

    Os temas estaro expostos na questo e, a partir da, o bacharel ter que pesquisar,selecionando as bases jurdicas pertinentes, para, ento, expor, de forma clara e objetiva, osseus argumentos.

    A argumentao jurdica vital para a aprovao no Exame de Ordem.

    A estrutura o corpo da pea. A argumentao jurdica, a sua alma.

    Pea sem alma pea vazia, intil, inexistente para o mundo jurdico.

    Eis a frmula: Elaborao = Arcabouo (estrutura) + Contedo (argumentao jurdica).

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  • A fora do bacharel, no Exame de Ordem, no est no seu terno bem cortado ou nasua pasta de grife, tampouco na simpatia e educao. A fora do bacharel, capaz detorn-lo, ao fim da batalha, advogado, est na sua argumentao!

    c) O bacharel avaliado na condio de advogado

    preciso que o advogado (no Exame de Ordem o bacharel avaliado como advogado)tenha a capacidade de levar ao conhecimento do magistrado os fatos da maneira quemelhor aproveitem os interesses do seu cliente.

    Mentindo? Claro que no! Apenas enfatizando a conjuntura favorvel ao cliente.

    Um bom advogado no pode fornecer munio ao adversrio!

    Um advogado, por exemplo, jamais limita, na reclamao trabalhista, a pretenso ao prazoimprescrito. S faltava essa! Advogado do reclamante arguindo prescrio. No pode!

    Digamos que o reclamante trabalhou durante dez anos na empresa e est pleiteando horasextras. O advogado deve pedir as horas extras de todo o contrato de trabalho. Cabe aoadvogado do reclamado, na contestao, requerer a limitao da condenao aos ltimoscinco anos, a contar da data da propositura da ao. Cabe ao advogado de defesa arguir aprescrio!

    A FGV adota a posio de que o juiz do trabalho no deve aplicar de ofcio aprescrio, quando a pretenso envolver direitos trabalhistas de empregados. Oentendimento tem como base o princpio da irrenunciabilidade dos direitostrabalhistas pelo obreiro.

    Outro exemplo o da compensao, que a CLT diz que deve ser suscitada na defesa, sobpena de precluso artigo 767.

    No cabe ao advogado do reclamante fazer o trabalho do advogado do reclamado!

    Quando da formulao da pea, o advogado no pode se deixar contaminar compensamentos pessimistas, envolvendo, por exemplo, o nus da prova. Ele no deveantecipar o que vai acontecer na instruo.

    Se existe um momento no qual o seu cliente tem inteira razo, esse momento o daconstruo da pea!

    d) O bacharel evitar a anulao do exame lendo o edital e seguindo as instruescontidas no prprio caderno de prova

    Vocs devem ler atentamente o edital e as instrues contidas no caderno de prova.

    H casos em que o aluno perde o Exame por exclusiva falta de ateno.

    No penltimo Exame, um aluno assinou a prova

    A identificao da prova, mediante uma marca ou a prpria assinatura, gera a excluso docandidato!

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  • J aconteceu de um aluno desatento elaborar a pea inteira no rascunho, sem perceber queno era o caderno principal

    E o caso do aluno que respondeu a questo 03 no espao reservado questo 04?

    Alguns trechos do Edital merecem destaque:

    3.5.2 O caderno de textos definitivos da prova prticoprofissional no poder ser assinado,rubricado e/ou conter qualquer palavra e/ou marca que o identifique em outro local que no oapropriado (capa do caderno), sob pena de ser anulado. Assim, a deteco de qualquer marcaidentificadora no espao destinado transcrio dos textos definitivos acarretar aanulao da prova prticoprofissional.

    3.5.3 O caderno de textos definitivos ser o nico documento vlido para a avaliao daprova prtico-profissional, devendo obrigatoriamente ser devolvido ao fiscal de aplicao aotrmino da prova, devidamente assinado no local indicado (capa do caderno). O caderno derascunho de preenchimento facultativo e no ter validade para efeito de avaliao,podendo o examinando lev-lo consigo aps o horrio estabelecido no subitem 3.6.19.1deste edital (a partir dos ltimos 60 (sessenta) minutos do tempo destinado realizao do Exame, ouseja, a partir das 17h, horrio oficial de Braslia/DF). Em hiptese alguma haver substituio docaderno de textos definitivos por erro do examinando.

    3.5.4 As provas prticoprofissionais devero ser manuscritas, em letra legvel (observem que oedital no probe letra de forma, exigindo to somente que a letra seja legvel), com canetaesferogrfica de tinta azul ou preta.

    3.5.5 O examinando receber nota zero nas questes da prova prticoprofissional emcasos de no atendimento ao contedo avaliado, de no haver texto, de manuscrever emletra ilegvel ou de grafar por outro meio que no o determinado no subitem anterior.

    3.5.6 Para a redao da pea profissional, o examinando dever formular texto com a extensomxima definida na capa do caderno de textos definitivos; para a redao das respostas squestes prticas, a extenso mxima do texto ser de 30 (trinta) linhas para cada questo. Serdesconsiderado, para efeito de avaliao, qualquer fragmento de texto que for escrito forado local apropriado ou que ultrapassar a extenso mxima permitida.

    3.5.6.1 O examinando dever observar atentamente a ordem de transcrio das suas respostasquando da realizao da prova prticoprofissional, devendo inicila pela redao de sua peaprofissional, seguida das respostas s cinco questes prticas, em sua ordem crescente. Aqueleque no observar tal ordem de transcrio das respostas, assim como o nmero mximode pginas destinadas redao da pea profissional e das questes prticas, recebernota 0 (zero), sendo vedado qualquer tipo de rasura e/ou adulterao na identificao daspginas, sob pena de eliminao sumria do examinando do exame.

    3.5.7 Quando da realizao das provas prticoprofissionais, caso a pea profissional e/ouas respostas das questes prticas exijam assinatura, o examinando dever utilizarapenas a palavra ADVOGADO.... Ao texto que contenha outra assinatura, ser atribudanota 0 (zero), por se tratar de identificao do examinando em local indevido.

    3.5.8 Na elaborao dos textos da pea profissional e das respostas s questes prticas, oexaminando dever incluir todos os dados que se faam necessrios, sem, contudo, produzirqualquer identificao alm daquelas fornecidas e permitidas no caderno de prova. Assim, oexaminando dever escrever o nome do dado seguido de reticncias (exemplo:Municpio..., Data..., Advogado..., OAB..., etc.). A omisso de dados que foremlegalmente exigidos ou necessrios para a correta soluo do problema propostoacarretar em descontos na pontuao atribuda ao examinando nesta fase.

    3.5.10. As questes da prova prtico-profissional podero ser formuladas de modo que, necessariamente, a resposta reflita a jurisprudncia pacificada dos Tribunais Superiores.

    3.6.2 Para a realizao da prova prtico-profissional, o candidato dever comparecer ao localdesignado com antecedncia mnima de uma hora e trinta minutos, considerando anecessidade de vistoria do material de consulta permitido nesta fase. O examinando dever estarmunido somente de caneta esferogrfica de tinta azul ou preta, fabricada em materialtransparente, e s ser permitido o acesso ao local de prova munido de documento deidentidade com foto em original para a realizao das provas objetiva e prtico-profissional.

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  • No ser permitido o uso de borracha e/ou corretivo de qualquer espcie durante arealizao das provas.

    3.6.3 No ser admitido ingresso de examinando no local de realizao das provas aps ohorrio fixado para o seu incio.

    3.6.5 O examinando que se retirar do ambiente de provas no poder retornar em hiptesealguma.

    3.6.9 No sero aceitos como documentos de identidade: certides de nascimento, CPF,ttulos eleitorais, carteiras de motorista (modelo sem foto), carteiras de estudante, carteirasfuncionais sem valor de identidade nem documentos ilegveis, no identificveis e/oudanificados.

    3.6.9.1 No ser aceita cpia do documento de identidade, ainda que autenticada, nemprotocolo do documento.

    3.6.14.3 Durante a realizao da prova prtico-profissional, ser permitida, exclusivamente,a consulta a legislao, smulas, enunciados, orientaes jurisprudenciais e precedentesnormativos sem qualquer anotao ou comentrio, conforme especificaes do Anexo IIIdeste Edital.

    3.6.14.4. Legislao com entrada em vigor aps a data de publicao deste edital, bemcomo alteraes em dispositivos legais e normativos a ele posteriores no sero objeto deavaliao nas provas, assim como no sero consideradas para fins de correo dasmesmas. Em virtude disso, somente ser permitida a consulta a publicaes produzidaspelas editoras, sendo vedada a atualizao de legislao pelos examinandos.

    3.6.15 Ser eliminado do Exame o examinando que, durante a realizao das provas, forsurpreendido portando aparelhos eletrnicos, tais como bipe, walkman, agenda eletrnica,notebook, netbook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, mquina fotogrfica, protetorauricular, MP3, MP4, controle de alarme de carro, Ipad, Ipod, Iphone, etc., bem como relgio dequalquer espcie, culos escuros ou quaisquer acessrios de chapelaria, tais como chapu,bon, gorro etc., e ainda lpis, lapiseira, borracha e/ou corretivo de qualquer espcie.

    Item 3.6.21 Ter suas provas anuladas e ser automaticamente eliminado do Exame oexaminando que, durante a sua realizao: a) for surpreendido dando e/ou recebendo auxlio para a execuo das provas; b) utilizar-se de Iivros, dicionrios, notas e/ou impressos que no forem expressamente permitidos

    e/ou que se comunicar com outro examinando; c) for surpreendido portando aparelhos eletrnicos, tais como bipe, walkman, agenda eletrnica,

    notebook, netbook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, mquina fotogrfica, protetorauricular, MP3, MP4, controle de alarme de carro, Ipad, Ipod, Iphone, etc., bem como relgio dequalquer espcie, culos escuros ou quaisquer acessrios de chapelaria, tais como chapu,bon, gorro etc., e ainda lpis, lapiseira, borracha e/ou corretivo de qualquer espcie;

    d) faltar com o devido respeito para com qualquer membro da equipe de aplicao das provas, comas autoridades presentes e/ou com os demais examinandos;

    e) fizer anotao de informaes relativas s suas respostas no comprovante de inscrio e/ou emqualquer outro meio;

    f) no entregar o material das provas e/ou continuar escrevendo aps o trmino do tempo destinadopara a sua realizao;

    g) afastar-se da sala, a qualquer tempo, sem o acompanhamento de fiscal; h) ausentar-se da sala, a qualquer tempo, portando a folha de respostas (prova objetiva), ou o

    caderno de textos definitivos (prova prtico-profissional) e/ou o caderno de rascunho (salvo nocaso previsto no subitem 3.5.3);

    i) descumprir as instrues contidas nos cadernos de prova, na folha de respostas (prova objetiva).e/ou o caderno de textos definitivos (prova prtico-profissional);

    j) perturbar, de qualquer modo, a ordem dos trabalhos, incorrendo em comportamento indevido; k) utilizar ou tentar utilizar meios fraudulentos ou ilegais para obter aprovao prpria ou de

    terceiros, em qualquer etapa do Exame; l) impedir a coleta de sua assinatura; m) for surpreendido portando caneta fabricada em material no transparente; n) for surpreendido portando anotaes em papis que no os permitidos; o) recusar-se a ser submetido a qualquer procedimento que vise garantir a lisura e a segurana do

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  • processo de aplicao do Exame, notadamente os previstos nos subitens 3.6.4, 3.6.11, 3.6.12,3.6.17, 3.6.17.1, 3.6.19 e 3.6.20 deste edital;

    p) recusar-se a permitir a coleta de sua impresso digital, para posterior exame datiloscpico; q) recusar-se por qualquer motivo a devoluo do caderno de prova ou gabarito, quando solicitado

    ao final do tempo de prova.

    MATERIAL/PROCEDIMENTOS PERMITIDOS (ANEXO III DO EDITAL)

    Legislao no comentada, no anotada e no comparada. Cdigos, inclusive os organizados que no possuam remisso doutrinria,

    jurisprudncia, informativos dos tribunais ou quaisquer comentrios, anotaes oucomparaes.

    Leis de Introduo dos Cdigos. Instrues Normativas. ndice remissivo. Exposio de Motivos. Smulas. Enunciados. Orientaes Jurisprudenciais. Regimento Interno. Resolues dos Tribunais. Simples utilizao de marca texto, trao ou simples remisso a artigos ou a lei. Separao de cdigos por clipes e/ou por cores, sem nenhum tipo de anotao

    manuscrita ou impressa nos recursos utilizados para fazer a separao. Observao: As remisses a artigo ou lei so permitidas apenas para referenciar

    assuntos isolados. Quando for verificado pelo fiscal advogado que o examinando seutilizou de tal expediente com o intuito de burlar as regras de consulta previstas nesteedital, articulando a estrutura de uma pea jurdica, o material ser recolhido, semprejuzo das demais sanes cabveis ao examinando.

    MATERIAL/PROCEDIMENTOS PROIBIDOS (ANEXO III DO EDITAL)

    Cdigos comentados, anotados, comparados ou com organizao de ndicestemticos estruturando roteiros de peas processuais.

    Jurisprudncias. Anotaes pessoais ou transcries. Cpias reprogrficas (xerox). Impressos da Internet. Informativos de Tribunais. Livros de Doutrina, revistas, apostilas, calendrios e anotaes. Dicionrios ou qualquer outro material de consulta. Legislao comentada, anotada ou comparada. Smulas, Enunciados e Orientaes Jurisprudenciais comentados, anotados ou

    comparados.

    (*) Os materiais que possurem contedo produzido pelas editoras parcial ou integralmenteproibido no podero ser utilizados durante a prova prtico-profissional. No ser permitidoo isolamento dos contedos proibidos, seja por grampo, fita adesiva, destacamentoou qualquer outro meio. O examinando que, durante a aplicao das provas, estiverportando e/ou utilizando material proibido, ou se utilizar de qualquer expediente que viseburlar as regras deste edital, especialmente as concernentes aos materiais de consulta, tersuas provas anuladas e ser automaticamente eliminado do Exame.

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    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • e) Dvidas corriqueiras dos alunos

    Posso sublinhar meu livro?

    PODE

    Posso usar salientador de texto?

    PODE

    Posso usar as famosas orelhinhas (Post-it)?

    PODE (desde que no contenham qualquer anotao, manuscrita ou impressa).

    Posso usar clipes coloridos?

    PODE

    Posso realizar remisses nas obras?

    PODE (as anotaes permitidas so aquelas que fazem simples remisso aartigos, a smulas, a orientaes jurisprudenciais, a instrues normativas, aleis etc.; logo, o candidato pode escrever, por exemplo, art. 123 CLT, Smula 123TST, OJ 123 SDI-1, Lei 123/11, IN 27/05 etc.; nada mais).

    f) Alteraes legais e jurisprudenciais que podem ser exigidas

    Legislao com entrada em vigor aps a data de publicao do edital, bem como alteraesem dispositivos legais e normativos a ele posteriores no sero objeto de avaliao nasprovas do Exame de Ordem.

    Logo, o limite para vocs 04/11/2013 data da publicao do edital.

    Cdigos, Smulas, Orientaes Jurisprudenciais e Enunciados, com publicaes anterioresao edital e que ainda no foram includos pelas editoras, NO podero ser atualizados naInternet.

    PRINCIPAIS ALTERAES NA JURISPRUDNCIA DO TST

    NOVO ART. 391-A CLT

    Gravidez ocorrida durante o aviso prvio, mesmo que indenizado, atrai a estabilidade gestante,ensejando a reintegrao da obreira.

    NOVA OJ 421 SDI-1. HONORRIOS ADVOCATCIOS. AO DE INDENIZAO POR DANOSMORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DE DOENAPROFISSIONAL. AJUIZAMENTO PERANTE A JUSTIA COMUM ANTES DA PROMULGAO DAEMENDA CONSTITUCIONAL N 45/2004. POSTERIOR REMESSA DOS AUTOS JUSTIA DOTRABALHO. ART. 20 DO CPC. INCIDNCIA. A condenao em honorrios advocatcios nos autosde ao de indenizao por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho ou dedoena profissional, remetida Justia do Trabalho aps ajuizamento na Justia comum, antes davigncia da Emenda Constitucional n 45/2004, decorre da mera sucumbncia, nos termos do art. 20do CPC, no se sujeitando aos requisitos da Lei n 5.584/1970.

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  • Comentrios: A aplicao da OJ restringe-se s aes ajuizadas na Justia comum e,posteriormente, em decorrncia da EC 45, remetidas Justia do Trabalho.

    SMULA 445 TST. INADIMPLEMENTO DE VERBAS TRABALHISTAS. FRUTOS. POSSE DE M-F. ART. 1.216 DO CDIGO CIVIL. INAPLICABILIDADE AO DIREITO DO TRABALHO. Aindenizao por frutos percebidos pela posse de m-f, prevista no art. 1.216 do Cdigo Civil, portratar-se de regra afeta a direitos reais, mostra-se incompatvel com o Direito do Trabalho, nosendo devida no caso de inadimplemento de verbas trabalhistas.

    Comentrios: O TST pacificou o entendimento quanto inaplicabilidade da indenizao prevista noart. 1.216 do CCB s relaes de emprego. Digamos que o empregador no tenha quitado as horasextras realizadas pelo empregado e venha a ser condenado na Justia do Trabalho. O empregado,em sua reclamao, alm de ter pedido o pagamento das horas extras, tambm requereu umaindenizao pela posse de m-f (o empregador, ao no pagar as horas extras, ficou de posse daquantia devida ao empregado). O pedido, luz da nova Smula, ser indeferido!

    CANCELAMENTO DA SMULA 349 TST

    Comentrios: O cancelamento da Smula conduz constatao de que a compensao de jornadaextraordinria, em atividade insalubre, s pode ocorrer mediante inspeo prvia e autorizaodo Ministrio do Trabalho. O art. 60 CLT exige autorizao do Ministrio do Trabalho para arealizao de horas extras em atividade insalubre. A citada Smula dizia que a compensao dashoras extras no precisava de autorizao do Ministrio do Trabalho. Hoje, em face do cancelamento,podemos afirmar que, em se tratando de atividade insalubre, o Ministrio do Trabalho precisaautorizar a realizao e a compensao de horas extras. So duas autorizaes distintas.

    CANCELAMENTO DA OJ 215 SDI-1

    Comentrios: O cancelamento da OJ indica que o nus da prova, quando a pretenso envolverpedido de indenizao por vale-transporte no concedido, passou a ser do patro. O empregador, porconseguinte, ter de provar que o empregado no precisava do vale ou que o empregado renunciouao benefcio.

    ALTERAO DA SMULA 85 TST, ESPECIFICAMENTE QUANTO AO REGIME DECOMPENSAO INTITULADO BANCO DE HORAS, IMPONDO A SUA ADOO APENAS SEPREVISTO EM CONVENO COLETIVA OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO (ITEM V).

    Comentrios: O item I da Smula sempre foi combatido pela boa doutrina, considerando a previsocontida no art. 7, XIII, CF. As decises judiciais tambm j caminhavam na direo da exigibilidadede norma coletiva para a adoo do banco de horas. Essa tendncia doutrinria e jurisprudencialinspirou o item V, inserido em maio de 2011. Banco de Horas, regime de compensao previstono art. 59, 2 e 3, CLT, s pode ser implantado se estiver previsto em acordo coletivo ouconveno coletiva de trabalho. Em setembro de 2012, o TST mais uma vez restringiu acompensao de jornada previso em norma coletiva, publicando a Smula 444, que trata doregime de escala 12 por 36 (esse regime s pode ser adotado se estiver previsto em acordo coletivoou conveno coletiva de trabalho).

    CANCELAMENTO DA OJ 156 SDI-1 e ALTERAO DA SMULA 327 TST

    Comentrios: A OJ 156 foi inserida no corpo da Smula 327, que trata de prescrio envolvendo acomplementao de aposentadoria. Digamos que o empregado tenha se aposentado e, mesesdepois, o empregador o tenha dispensado sem justa causa, extinguindo, com isso, o contrato detrabalho. Alm de receber o valor mensal pago pelo INSS, esse empregado tambm recebe umacomplementao, paga pelo ex-empregador (o direito do trabalho no garante essa verba, a qualdecorre de normas costumeiras, tais como regulamento empresarial, acordo coletivo, convenocoletiva etc.). Bom, a contar da extino contratual, comea a correr a prescrio bienal. Essaprescrio, tambm chamada de fatal ou total, no alcana a complementao de aposentadoria.

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    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • O empregado, mesmo depois de dois anos da extino do pacto, poder ajuizar reclamao paradiscutir diferenas decorrentes da complementao. Se as diferenas, entretanto, decorrerem deverbas no recebidas no curso da relao, como, por exemplo, horas extras, adicional noturno etc., apretenso estar fulminada pela bienal prescrio (o empregado alega que realizava horas extras eno recebia o pagamento e que os valores dessas horas extras deveriam integrar a base de clculoda complementao de aposentadoria).

    CANCELAMENTO DA OJ 273 SDI-1

    Comentrios: Cancelamento de grande impacto, consagrando a jornada de 6h para os operadoresde telemarketing, equiparados, por conseguinte, aos telefonistas, nos termos do art. 227 CLT.

    CANCELAMENTO DA OJ 301 SDI-1

    Comentrios: Dizia o bvio, detalhe que justifica o seu cancelamento. De outra banda, ocancelamento deixa a entender que o empregado j no precisa definir o perodo no qual no houvedepsito do FGTS. Basta alegar que h diferenas no FGTS. O empregador, ao asseverar, nacontestao, que no h diferenas, assume o nus de provar o fato extintivo do direito do autor, ouseja, ter que juntar documentos que comprovem o correto e regular recolhimento fundirio art. 333,II, CPC.

    NOVA REDAO OJ 191 SDI-1, DESTACANDO QUE O CONTRATO DE EMPREITADA, ALIREFERIDO, DIZ RESPEITO AO RAMO DA CONSTRUO CIVIL.

    Nova redao: OJ 191 SDI-1. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUOCIVIL. RESPONSABILIDADE. Diante da inexistncia de previso legal especfica, o contrato deempreitada de construo civil entre o dono da obra e o empreiteiro no enseja responsabilidadesolidria ou subsidiria nas obrigaes trabalhistas contradas pelo empreiteiro, salvo sendo o donoda obra uma empresa construtora ou incorporadora.

    NOVA REDAO OJ 7 TP

    Comentrios: O TST regulou a incidncia dos juros de mora nas condenaes da Fazenda Pblica,fixando trs ndices, a depender do perodo: a) 1% (um por cento) ao ms, at agosto de 2001, nostermos do 1 do art. 39 da Lei n. 8.177, de 1.03.1991; b) 0,5% (meio por cento) ao ms, desetembro de 2001 a junho de 2009, conforme determina o art. 1 - F da Lei n 9.494, de 10.09.1997,introduzido pela Medida Provisria n 2.180-35, de 24.08.2001; c) a partir de 30 de junho de 2009,atualizam-se os dbitos trabalhistas da Fazenda Pblica, mediante a incidncia dos ndices oficiais deremunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana, por fora do art. 5 da Lei n. 11.960,de 29.06.2009.

    NOVA REDAO SMULA 74 TST, QUE TRATA DA PENA DE CONFISSO FICTA, QUANTO MATRIA DE FATO, NO CASO DE AUSNCIA DAS PARTES AUDINCIA DE INSTRUO.O TST DEIXA CLARO QUE O JUIZ DO TRABALHO POSSUI AMPLA LIBERDADE NACONDUO DO PROCESSO, LUZ DO ART. 765 CLT, PODENDO BUSCAR O SEUCONVENCIMENTO EM OUTROS ELEMENTOS PROBATRIOS, MESMO DIANTE DA FICTACONFISSO

    Comentrios: A audincia de instruo aquela realizada depois da audincia inicial. A CLT noprev o fracionamento da audincia, porm, na prtica, ele ocorre. Se o reclamante no comparecer audincia inicial, a reclamao arquivada. Se o reclamado no comparecer audincia inicial,torna-se revel e confesso quanto matria de fato. Mas e se a ausncia do reclamante ou doreclamado ocorrer na audincia de instruo? A Smula responde a pergunta, especificamente noseu item I. O que a Smula destaca, nos itens seguintes, que o juiz do trabalho tem ampla liberdadena conduo do processo, podendo, por exemplo, levar em conta as provas j produzidas, as quais,inclusive, podem confrontar a prpria confisso gerada pela ausncia da parte. O juiz tambm podeindeferir a produo probatria, quer da parte confessa, quer da outra, sem que isso caracterizecerceamento do direito de defesa. Mas, se assim julgar necessrio, o juiz poder permitir a produo

    92 Fase do XII Exame de Ordem

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  • probatria, mesmo depois de constatar a ficta confisso.

    ALTERAO DA SMULA 219 TST, QUE TRATA DE HONORRIOS ADVOCATCIOSSUCUMBENCIAIS, ADMITINDO O SEU PAGAMENTO EM AA RESCISRIA E NAS LIDESONDE O SINDICATO ATUA COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL. NO ITEM III, O TST INSERIUPOSICIONAMENTO J ESCULPIDO NA IN 27/2005, CONSAGRANDO A CONDENAO EMHONORRIOS ADVOCATCIOS NAS LIDES ORIUNDAS DAS DEMAIS RELAES DETRABALHO

    ALTERAO DA SMULA 387 TST, QUE TRATA DO ENVIO DE RECURSO VIA FAX, COM AINSERO DO ITEM IV Comentrios: A Lei 9.800/99 permite o envio do recurso via fax, mas a Smula esclarece que aprtica s permitida se o recurso for enviado diretamente ao rgo jurisdicional. Digamos que umadvogado tenha enviado o recurso para o fax de um colega e que este, recebendo o recurso,pretenda protocolar o remdio, corporificado naquele papel de fax, no rgo jurisdicional. Esserecurso no ser recebido.

    CANCELAMENTO DO ITEM II DA SMULA 364 TST, QUE PERMITIA A REDUO DOADICIONAL DE PERICULOSIDADE MEDIANTE CONVENO COLETIVA OU ACORDOCOLETIVO DE TRABALHO. DIANTE DA ALTERAO, NO H MAIS QUALQUERPOSSIBILIDADE DE REDUO DE ADICIONAL POR NEGOCIAO COLETIVA

    ALTERAO DA SMULA 369 TST

    Comentrio 01: O limite de sete dirigentes por sindicato diz respeito ao cargo de diretoria,alcanando, portanto, sete titulares e sete suplentes, o que totaliza at 14 dirigentes por sindicato.Comentrio 02: A comunicao do sindicato ao empregador, dando-lhe cincia do registro dacandidatura, no prazo de 24h, continua indispensvel. Porm, mesmo depois do prazo, se oempregador tomar cincia do registro, por qualquer meio, a irregularidade estar sanada.Comentrio 03: Importante lembrar que a estabilidade sindical tem incio exatamente no registro dacandidatura do empregado eleio sindical. A CLT, no art. 543, 5, exige, entretanto, que osindicato, no prazo de 24h, d cincia ao empregador daquele registro. Caso o sindicato, no prazo de24h, nada informe ao empregador, a dispensa sem justa causa do empregado, a partir da, seriavlida? O TST, mediante a referida alterao, diz que sim! Eis a nova redao: assegurada aestabilidade provisria ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicao do registro dacandidatura ou da eleio e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, 5, da CLT,desde que a cincia ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigncia do contrato detrabalho. Digamos que um empregado tenha registrado a sua candidatura eleio sindical no dia10/09/2012 (segunda-feira), e que, no dia 14/09/2012 (sexta-feira), tenha sido dispensado sem justacausa. vlida a dispensa? Caso o empregador no tenha tomado cincia, por qualquer meio,daquele registro, a dispensa ser considerada vlida. Caso o registro tenha chegado aoconhecimento do empregador, por qualquer meio, mesmo depois das 24h, a dispensa ser nula,fazendo jus, o reclamante, reintegrao. Um ponto tambm merece destaque: a comunicao aoempregador (cincia ao empregador) pode ser realizada por qualquer meio.

    NOVA REDAO SMULA 291 TST, ESCLARECENDO A FORMA DE CLCULO MDIADUODECIMAL A PARTIR DA SUPRESSO DE HORAS EXTRAS, MULTIPLICANDO-A PELOVALOR DA HORA EXTRA DO DIA DA SUPRESSO.

    Nova redao: SMULA 291 TST. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSO.INDENIZAO. A supresso total ou parcial, pelo empregador, de servio suplementar prestado comhabitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito indenizaocorrespondente ao valor de 1 (um) ms das horas suprimidas, total ou parcial-mente, para cada anoou frao igual ou superior a seis meses de prestao de servio acima da jornada normal. O clculoobservar a mdia das horas suplementares nos ltimos 12 (doze) meses anteriores mudana,multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supresso.

    102 Fase do XII Exame de Ordem

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  • ALTERAO DA SMULA 331 TST

    Comentrio: O TST esclareceu que a responsabilidade do rgo pblico (Administrao Direta ouIndireta) no deriva da mera inadimplncia da empresa interposta, ou seja, no se pode maispresumir a culpa do ente pblico (culpas in eligendo e in vigilando), tampouco aplicar a teoria daresponsabilidade objetiva prevista no art. 37, 6, CF. O ente pblico s poder ser responsabilizadosubsidiariamente se houver prova cabal de sua culpa para a inadimplncia (responsabilidadesubjetiva). Por outro lado, o TST deixou claro, de forma geral, que a responsabilidade do tomador nose vincula apenas s verbas de natureza trabalhista, mas a todas aquelas decorrentes dacondenao (item VI).

    PUBLICAO DA NOVA SMULA 426 TST, ESCLARECENDO ASPECTOS PERTINENTES GUIA DE RECOLHIMENTO DO DEPSITO RECURSAL

    Redao: SMULA 426 TST. DEPSITO RECURSAL. UTILIZAO DA GUIA GFIP.OBRIGATORIEDADE. Nos dissdios individuais o depsito recursal ser efetivado mediante autilizao da Guia de Recolhimento do FGTS e Informaes Previdncia Social GFIP, nos termosdos 4 e 5 do art. 899 da CLT, admitido o depsito judicial, realizado na sede do juzo e disposio deste, na hiptese de relao de trabalho no submetida ao regime do FGTS.

    PUBLICAO DA NOVA SMULA 427 TST, VINCULANDO INTIMAES E PUBLICAES AOADVOGADO EXPRESSAMENTE INDICADO NA PEA

    Redao: SMULA 427 TST. INTIMAO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. PUBLICAO EMNOME DE ADVOGADO DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE. Havendopedido expresso de que as intimaes e publicaes sejam realizadas exclusivamente em nome dedeterminado advogado, a comunicao em nome de outro profissional constitudo nos autos nula,salvo se constatada a inexistncia de prejuzo.

    PUBLICAO DA NOVA SMULA 429 TST, CONSAGRANDO, COMO HORRIO DE TRABALHO,O TEMPO DE DESLOCAMENTO ENTRE O PORTO DA EMPRESA E O LOCAL EFETIVO DELABOR, SE O LAPSO DURAR MAIS DE 10 MINUTOS POR DIA

    Comentrios: O tempo de deslocamento entre a portaria da empresa e o local efetivo de labor (inciodo expediente) somado ao tempo de deslocamento do local efetivo de labor portaria da empresa(fim do expediente), caso ultrapasse 10 minutos, ser considerado como tempo de servio,integrando a jornada de trabalho. A Smula se inspirou no art. 4 CLT (considera-se como tempo deservio aquele em que o empregado esteja disposio do seu empregador). O TST tambm vementendendo que o tempo gasto pelo empregado para vestir o uniforme, para se limpar no final doexpediente etc. integra a jornada laboral, desde que extrapole o respectivo limite.

    ALTERAO DA SMULA 221 TST EM 19/04/2012 A Smula abrangia Recurso de Revista eEmbargos de Nulidade, mas este ltimo recurso no mais existe, ante a derrogao do art. 894, II,CLT (redao alterada em 2007). Logo, a smula passou a ser aplicada exclusivamente ao recursode revista.

    Nova redao: RECURSO DE REVISTA. VIOLAO DE LEI. INDICAO DE PRECEITO.INTERPRETAO RAZOVEL. I - A admissibilidade do recurso de revista por violao tem comopressuposto a indicao expressa do dispositivo de lei ou da Constituio tido como violado. II -Interpretao razovel de preceito de lei, ainda que no seja a melhor, no d ensejo admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista com base na alnea "c" do art. 896, daCLT. A violao h de estar ligada literalidade do preceito.

    ALTERAO DA OJ 257 SDI-1 EM 19/04/2012 A OJ tambm falava dos Embargos de Nulidade,mas este recurso no mais existe, ante a derrogao do art. 894, II, CLT (redao alterada em 2007).Sendo assim, a OJ s se aplica ao recurso de revista.

    Comentrio: RECURSO DE REVISTA. FUNDAMENTAO. VIOLAO DE LEI. VOCBULO11

    2 Fase do XII Exame de Ordemrea Trabalhista

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  • VIOLAO. DESNECESSIDADE. A invocao expressa no recurso de revista dos preceitos legaisou constitucionais tidos como violados no significa exigir da parte a utilizao das expresses"contrariar", "ferir", "violar", etc.

    ALTERAO DO ITEM II DA SMULA 368 TST EM 19/04/2012 O clculo do imposto de rendaera feito sobre o valor total da condenao, passando, depois da alterao, a ser feito ms a ms,suavizando a mordida do leo.

    CANCELAMENTO DA SMULA 207 TST EM 19/04/2012 Definia o direito a ser aplicado aosempregados que trabalham no exterior. A previso, contudo, passou a contrariar a Lei 7.064/82,quando esta foi estendida a todo e qualquer empregado (antes ela se restringia aos trabalhadores daconstruo civil). Bom, a partir de agora, essa matria est regulada na referida Lei, que dispe sobrea situao de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar servios no exterior. Nosartigos 12 a 20, a Lei 7.064/82 regula a contratao de trabalhador, por empresa estrangeira (nosediada no Brasil), para trabalhar no exterior, impondo, especificamente no art. 14, a incidnciada legislao trabalhista do pas da prestao dos servios. Apesar de reconhecer aaplicabilidade da legislao trabalhista aliengena, a Lei 7.064/82 repassa diversos direitos aoempregado, fixando clusulas obrigatrias contratuais, tais como a assuno, pela empresaestrangeira, das despesas de viagem de ida e volta do trabalhador e dos seus dependentes, alm defixar a permanncia mxima em trs anos, salvo se for assegurado ao obreiro o gozo de frias anuaisno Brasil, com todas as despesas por conta do empregador. Diferente o caso do empregadotransferido para o exterior . Empregado transferido aquele que passa a laborar em outro pas ouaquele que foi contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar a seu servio no exterior, ouseja, a transferncia pode ocorrer mesmo que o empregado no tenha trabalhado no Brasil, bastaque seja contratado por empresa sediada no Brasil para laborar em outro pas. A Lei 7.064/82, noseu art. 3, II, prev que a aplicao da legislao trabalhista brasileira possvel, desde que maisfavorvel do que a legislao territorial, no conjunto de normas e em relao a cada matria .A previso nada mais do que a consagrao, para o caso, da teoria do conglobamento mitigado oupor instituto, prestigiando a norma mais benfica, observando-se o tratamento de cada matria(frias, 13 salrio, aviso prvio, jornada laboral etc.). Para os empregados transferidos, alm danorma mais benfica, devem ser aplicadas as regras pertinentes previdncia social, ao PIS e aoFGTS. Aps dois anos de permanncia, o empregado transferido ter direito a gozar, anualmente,frias no Brasil, cujas despesas de viagem correro por conta do empregador.

    CONVERSO DA OJ 357 SDI-1 NA SMULA 434 TST Recurso interposto antes de publicado oacrdo impugnado extemporneo. A OJ j dizia isso. A novidade fica por conta da interrupo doprazo em razo da oposio de embargos de declarao. Digamos que o acrdo foi publicado etenha ocorrido sucumbncia recproca. Uma das partes, trs dias depois da publicao, interps oseu recurso. No quinto dia, entretanto, a outra parte ops embargos de declarao, provocando, comisso, a interrupo do prazo recursal para ambas as partes. Publicado o acrdo dos embargos, oprazo recursal reaberto. A Smula diz que o recurso interposto antes da oposio dos embargosno sofrer qualquer prejuzo.

    CRIAO DA OJ 412 SDI-1 (FEVEREIRO DE 2012) TRATANDO DO PRINCPIO DAFUNGIBILIDADE

    Redao: OJ 412 SDI-1. AGRAVO INOMINADO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIO EMFACE DE DECISO COLEGIADA. NO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADEDO PRINCPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. incabvel agravo inominado (art. 557, 1, doCPC) ou agravo regimental (art. 235 do RITST) contra deciso proferida por rgo colegiado. Taisrecursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar deciso monocrtica nas hiptesesexpressamente previstas. Inaplicvel, no caso, o princpio da fungibilidade ante a configurao deerro grosseiro.

    CRIAO DA OJ 413 SDI-1, CONSAGRANDO AINDA MAIS O PRINCPIO DA CONDIO MAISBENFICA AO OBREIRO

    Redao: OJ 413 SDI-1. AUXLIO-ALIMENTAO. ALTERAO DA NATUREZA JURDICA.12

    2 Fase do XII Exame de Ordemrea Trabalhista

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  • NORMA COLETIVA OU ADESO AO PAT. A pactuao em norma coletiva conferindo carterindenizatrio verba auxlio-alimentao ou a adeso posterior do empregador ao Programa deAlimentao do Trabalhador PAT no altera a natureza salarial da parcela, institudaanteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, j percebiam o benefcio, a teor dasSmulas nos 51, I, e 241 do TST.

    CRIAO DA OJ 414 SDI-1, ratificando a competncia da Justia do Trabalho para executar o SAT Seguro de Acidente de Trabalho.

    Redao: OJ 414 SDI-1. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO. EXECU-O DE OFCIO.CONTRIBUIO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS.114, VIII, E 195, I, A, DA CONSTITUIO DA REPBLICA. Compete Justia do Trabalho aexecuo, de ofcio, da contribuio referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que temnatureza de contribuio para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, a, da CF), pois se destinaao financiamento de benefcios relativos incapacidade do empregado decorrente de infortnio notrabalho (arts. 11 e 22 da Lei n 8.212/1991).

    CRIAO DA OJ 415 SDI-1, destacando que a deduo das horas extras comprovadamente pagaspelo empregador no curso do contrato de trabalho deve ser realizada pelo total das horasextraordinrias comprovadamente pagas, afastando o critrio de deduo ms a ms.

    Redao: OJ 415 SDI-1. HORAS EXTRAS. RECONHECIMENTO EM JUZO. CRITRIO DEDEDUO/ABATIMENTO DOS VALORES COMPROVADAMENTE PAGOS NO CURSO DOCONTRATO DE TRABALHO. A deduo das horas extras comprovadamente pagas daquelasreconhecidas em juzo no pode ser limitada ao ms de apurao, devendo ser integral e aferida pelototal das horas extraordinrias quitadas durante o perodo imprescrito do contrato de trabalho.Orientao Jurisprudencial da SBDI-1.

    CRIAO DA OJ 418 SDI-1, esclarecendo que o plano de cargos e salrios (quadro de carreira)que no prev a alternncia de critrios de promoo por antiguidade e merecimento, nostermos da previso contida no art. 461, 2, CLT, invlido para fins de obstruo equiparaosalarial.

    Redao: OJ 418 SDI-1. EQUIPARAO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALRIOS.APROVAO POR INSTRUMENTO COLETIVO. AUSNCIA DE ALTERNNCIA DE CRITRIOSDE PROMOO POR ANTIGUIDADE E MERECIMENTO. No constitui bice equiparao salariala existncia de plano de cargos e salrios que, referendado por norma coletiva, prev critrio depromoo apenas por merecimento ou antiguidade, no atendendo, portanto, o requisito dealternncia dos critrios, previsto no art. 461, 2, da CLT.

    CRIAO DA OJ 158 SDI-2, tratando da nulidade de deciso homologatria de acordo (termo deconciliao judicial), em razo de coluso (arranjo, combinao, simulao). O instrumentoprocessual para obter a declarao de nulidade a ao rescisria, nos termos da Smula 259 TST,no cabendo, entretanto, a aplicao da multa por litigncia de m-f, segundo o TST. No custalembrar que neste caso a ao rescisria pode ser proposta pelo Ministrio Pblico do Trabalho, luzdo art. 487, III, b, CLT.

    ALTERAO DA OJ 142 SDI-1 O TST j entendia que passvel de nulidade a deciso queacolhe embargos de declarao com efeito modificativo (efeito infringente) sem que seja concedidaoportunidade de manifestao prvia parte contrria. A novidade a de que esse entendimento nose aplica sobre os embargos de declarao contra sentena, em decorrncia do efeito devolutivoamplo conferido ao recurso ordinrio. O efeito devolutivo em profundidade, tpico do recurso ordinrio, luz da aplicao subsidiria do art. 515 CPC, diz respeito possibilidade de o TRT utilizarargumentos (fundamentos) no suscitados no recurso, mas que foram discutidos anteriormente, ouseja, o TRT no fica limitado s razes do recurso. Observem os 1 e 2 do artigo 515 CPC (1 -Sero, porm, objeto de apreciao e julgamento pelo tribunal todas as questes suscitadas ediscutidas no processo, ainda que a sentena no as tenha julgado; 2 - Quando o pedido ou adefesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelao devolver ao

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  • tribunal o conhecimento dos demais). A previso contida no art. 516 CPC tambm espelha o referidoprincpio. Para doutrinadores como Marinoni, o princpio do artigo 516 o translativo, prevalecendo,no entanto, a tese de que as duas expresses guardam sinonmia (translativo e devolutivo emprofundidade). O artigo 516 CPC diz que tambm ficam submetidas ao Tribunal as questesanteriores sentena, ainda que no decididas (impera o entendimento de que o artigo 516 CPC sse aplica para as questes de ordem pblica, aquelas que podem ser analisadas de ofcio pelo rgojurisdicional).

    SMULA 431 TST. SALRIO-HORA. 40 HORAS SEMANAIS. CLCULO. APLICAO DO DIVISOR200 - Aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o clculo do valor do salrio-hora do empregado sujeitoa 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.

    SMULA 432 TST. CONTRIBUIO SINDICAL RURAL. AO DE COBRANA. PENALIDADEPOR ATRASO NO RECOLHIMENTO. INAPLICABILIDADE DO ART. 600 DA CLT. INCIDNCIA DOART. 2 DA LEI N 8.022/1990 - O recolhimento a destempo da contribuio sindical rural noacarreta a aplicao da multa progressiva prevista no art. 600 da CLT, em decorrncia da suarevogao tcita pela Lei n 8.022, de 12 de abril de 1990.

    SMULA 433 TST. EMBARGOS. ADMISSIBILIDADE. PROCESSO EM FASE DE EXECUO.ACRDO DE TURMA PUBLICADO NA VIGNCIA DA LEI N 11.496, DE 26.06.2007.DIVERGNCIA DE INTERPRETAO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL - A admissibilidade dorecurso de embargos contra acrdo de Turma em Recurso de Revista em fase de execuo,publicado na vigncia da Lei n 11.496, de 26.06.2007, condiciona-se demonstrao de divergnciajurisprudencial entre Turmas ou destas e a Seo Especializada em Dissdios Individuais do TribunalSuperior do Trabalho em relao interpretao de dispositivo constitucional.

    SMULA 441 TST. AVISO PRVIO. PROPORCIONALIDADE - O direito ao aviso prvio proporcionalao tempo de servio somente assegurado nas rescises de contrato de trabalho ocorridas a partirda publicao da Lei n 12.506, em 13 de outubro de 2011.

    SMULA 440 TST. AUXLIO-DOENA ACIDENTRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.SUSPENSO DO CONTRATO DE TRABALHO. RECONHECIMENTO DO DIREITO MANUTENO DE PLANO DE SADE OU DE ASSISTNCIA MDICA - Assegura-se o direito manuteno de plano de sade ou de assistncia mdica oferecido pela empresa ao empregado, noobstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxlio-doena acidentrio ou deaposentadoria por invalidez.

    SMULA 444 TST. JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36.VALIDADE - valida, em carter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seisde descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ouconveno coletiva de trabalho, assegurada a remunerao em dobro dos feriados trabalhados. Oempregado no tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na dcima primeirae dcima segunda horas.

    Comentrio: O regime de escala 12 x 36 um regime de compensao de horas extras que spode ser ajustado mediante ACORDO COLETIVO ou CONVENO COLETIVA. Caso o trabalhocoincida com um feriado, o empregado far jus remunerao em dobro, nos termos do art. 9 da Lei605/49 e Smula 146 TST.

    SMULA 443 TST. DISPENSA DISCRIMINATRIA. PRESUNO. EMPREGADO PORTADOR DEDOENA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO REINTEGRAO Presume-sediscriminatria a despedida de empregado portador do vrus HIV ou de outra doena grave quesuscite estigma ou preconceito. Invlido o ato, o empregado tem direito reintegrao no emprego.

    Comentrio: Ganhou status de smula a presuno de discriminao presente na dispensa deempregado portador do vrus HIV ou de outra doena grave. O entendimento j constava da OJ 142SDI-2. A Smula foi inspirada na Lei 9.029/95 (explorada na prova da 1 Fase).

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  • ALTERAO DA SMULA 244 TST. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISRIA I - Odesconhecimento do estado gravdico pelo empregador no afasta o direito ao pagamento daindenizao decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego gestante s autoriza a reintegrao se esta se der durante o perodo de estabilidade. Do contrrio, agarantia restringe-se aos salrios e demais direitos correspondentes ao perodo de estabilidade. III - Aempregada gestante tem direito estabilidade provisria prevista no art. 10, inciso II, alnea b, doAto das Disposies Constitucionais Transitrias, mesmo na hiptese de admisso mediantecontrato por tempo determinado.

    Comentrio: Segundo o novo entendimento, exposto no item III, a empregada, mesmo contratada porprazo determinado, tem direito estabilidade gestante. A redao anterior dizia que a estabilidadeno poderia ser adquirida em contrato de experincia. A mudana reflete reiteradas decises,inclusive do STF.

    ALTERAO DA SMULA 378 TST Mudana similar quela da Smula 244 (gestante), atingindoa estabilidade acidentria. A Smula 378 TST, no seu novo inciso III, passou a consagrar o direito estabilidade acidentria aos empregados contratados por prazo determinado.

    SMULA 277 TST. CONVENO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DETRABALHO. EFICCIA. ULTRATIVIDADE As clusulas normativas dos acordos coletivos ouconvenes coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente podero sermodificadas ou suprimidas mediante negociao coletiva de trabalho.

    Comentrio: A antiga redao consagrava a teoria da adeso limitada vigncia da norma coletiva,j explorada, inclusive, em Exame de Ordem. Digamos que, numa determinada conveno coletivade trabalho, exista uma clusula que obriga o empregador a conceder ticket alimentao aos seusempregados. Uma conveno coletiva tem prazo mximo de vigncia de dois anos. Expirando aconveno coletiva, a referida vantagem tambm expiraria, ou seja, no fim da vigncia da convenocoletiva, o empregador j poderia parar de conceder o ticket. Era assim que funcionava! Com amudana, o TST passou a consagrar a teoria da adeso limitada revogao, defendida peloMinistro Maurcio Godinho Delgado em seu livro. Concluso: Expirando a conveno coletiva eno sendo firmada uma nova, a vantagem permanecer intacta. A vantagem s desaparecerse uma nova norma coletiva a excluir!

    NOVA REDAO DA SMULA 428 TST. SOBREAVISO. APLICAO ANALGICA DO ART. 244, 2 DA CLT. I - O uso de instrumentos telemticos ou informatizados fornecidos pela empresa aoempregado, por si s, no caracteriza o regime de sobreaviso. II - Considera-se em sobreaviso oempregado que, distncia e submetido a controle patronal por instrumentos telemticos ouinformatizados, permanecer em regime de planto ou equivalente, aguardando a qualquermomento o chamado para o servio durante o perodo de descanso.

    Comentrio: O regime de sobreaviso, previsto no art. 244, 2, CLT, fixado inicialmente para osferrovirios, pode ser aplicado por analogia a outros trabalhadores. O referido artigo exige, para finsde sobreaviso, que o empregado permanea em sua residncia, disponvel para ser acionado, aqualquer momento, pelo empregador. Isso explica a posio do TST, de que o uso deinstrumentos telemticos ou informatizados no caracteriza, por si s, o regime de sobreaviso. O TSTno exige mais que o empregado permanea em sua residncia, basta que ele esteja emregime de planto ou equivalente, ou seja, que sofra limitao considervel em atividadesparticulares, porquanto est aguardando o chamado para o trabalho, que pode ocorrer a qualquertempo. O valor da hora de sobreaviso menor do que o valor da hora normal, correspondendo a 1/3desta. O empregado no pode passar mais de 24h contnuas em regime de sobreaviso.

    SMULA 430 TST. ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA. CONTRATAO. AUSNCIA DECONCURSO PBLICO. NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAO. CONVALIDAO.INSUBSISTNCIA DO VCIO. Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, consideradonulo por ausncia de concurso pblico, quando celebrado originalmente com ente da AdministraoPblica Indireta, continua a existir aps a sua privatizao.

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  • Comentrio: A contratao de servidor pblico para cargo/emprego efetivo sem concurso pblico nula, gerando apenas dois efeitos: salrios e FGTS vide Smula 363 TST. Em fevereiro de 2012 foipublicada a Smula 430 TST, consagrando a convalidao da contratao irregular, no caso deprivatizao de rgos da Administrao Indireta.

    ALTERAO DA OJ 235 SDI-1. HORAS EXTRAS. SALRIO POR PRODUO. O empregado querecebe salrio por produo e trabalha em sobrejornada tem direito percepo apenas doadicional de horas extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem devido opagamento das horas extras e do adicional respectivo.

    Comentrio: Os comissionistas (aqueles que recebem salrio por produo) tm direito to somenteao adicional de horas extras. Com a recente alterao, o TST excluiu o cortador de cana daincidncia da OJ. Logo, se o cortador de cana laborar alm do horrio ter direito ao pagamento dashoras extras acrescidas do adicional.

    SMULA 437 TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAO.APLICAO DO ART. 71 DA CLT I - Aps a edio da Lei n 8.923/94, a no concesso ou aconcesso parcial do intervalo intrajornada mnimo, para repouso e alimentao, a empregadosurbanos e rurais, implica o pagamento total do perodo correspondente, e no apenas daquelesuprimido, com acrscimo de, no mnimo, 50% sobre o valor da remunerao da hora normal detrabalho (art. 71 da CLT), sem prejuzo do cmputo da efetiva jornada de labor para efeito deremunerao. II - invlida clusula de acordo ou conveno coletiva de trabalho contemplando asupresso ou reduo do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, sade esegurana do trabalho, garantido por norma de ordem pblica (art. 71 da CLT e art. 7, XXII, daCF/1988), infenso negociao coletiva. III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, 4, da CLT, com re-dao introduzida pela Lei n 8.923, de 27 de julho de 1994, quando noconcedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mnimo intrajornada para repouso e alimentao,repercutindo, assim, no clculo de outras parcelas salariais. IV - Ultrapassada habitualmente ajornada de seis horas de trabalho, devido o gozo do intervalo intrajornada mnimo de uma hora,obrigando o empregador a remunerar o perodo para descanso e alimentao no usufrudo comoextra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e 4 da CLT.

    Comentrio: A Smula fruto da converso das OJS 307, 354, 342, 380 e 381 da SDI-1. Importantedestacar que a reduo do intervalo intrajornada s pode ser realizada mediante autorizao doMinistrio do Trabalho e Emprego. A previso voltou a ser absoluta, pois o TST, com a alterao,suprimiu a nica exceo (aquela pertinente a motoristas e cobradores de nibus, que constava doinciso II da OJ 342 SDI-1). O intervalo intrajornada dos motoristas e cobradores pode ser fracionadoao longo da jornada, luz do 5 do art. 71 CLT, mas a reduo, depois da alterao, s poder serrealizada mediante autorizao do Ministrio do Trabalho e Emprego.

    ALTERAO DA OJ 173 SDI-1 O TST manteve o entendimento de que no h insalubridade pelofato de o empregado laborar exposto radiao solar, pois a radiao solar no est previstacomo agente insalubre no quadro editado pelo Ministrio do Trabalho e Emprego. Entendimentolastreado, inclusive, na Smula 460 STF. Com a incluso do inciso II, o TST esclareceu que o calor um agente insalubre, previsto no quadro do Ministrio do Trabalho e Emprego, logo, ter direito aoadicional de insalubridade o empregado que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites detolerncia, inclusive se trabalhar a cu aberto. Alterao que beneficia diretamente o cortador decana.

    RESSALVA SMULA 228 TST A referida Smula se encontra com a sua eficcia suspensa porliminar do STF. O TST fez constar a ressalva, ratificando que, por enquanto, a base de clculo doadicional de insalubridade continua sendo o salrio mnimo.

    OJ 420 SDI-1. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DA JORNADADE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM EFICCIA RETROATIVA. INVALIDADE. invlido oinstrumento normativo que, regularizando situaes pretritas, estabelece jornada de oito horas parao trabalho em turnos ininterruptos de revezamento.

    162 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • OJ 419 SDI-1, tratando do ENQUADRAMENTO DO EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EMEMPRESA AGROINDUSTRIAL. O enquadramento definido PELA ATIVIDADE PREPONDERANTEDA EMPRESA. Considera-se rurcola empregado que, a despeito da atividade exercida, prestaservios a empregador agroindustrial (art. 3, 1, da Lei n 5.889, de 08.06.1973), visto que, nestecaso, a atividade preponderante da empresa que determina o enquadramento.

    ADICIONAL DE PERICULOSIDADE A LEI 12.740/2012 ALTEROU O ART. 193 CLT E REVOGOUA LEI 7.369/85

    O art. 193 CLT, antes da alterao, previa apenas duas atividades perigosas: inflamveis eexplosivos.

    A OJ 345 SDI-1, que continua viva, prev uma terceira atividade: contato com radiao ionizante.

    A Lei 7.369/85, que fixava o contato com eletricidade como atividade perigosa foi revogada pela Lei12.740/2012.

    Mas a eletricidade continua sendo uma atividade perigosa, saindo da antiga lei e passando a constardo rol do art. 193 CLT.

    O rol do art. 193 CLT apresenta ainda uma novidade: roubos ou outras espcies de violncia fsicanas atividades profissionais de segurana pessoal ou patrimonial.

    Vamos resumir.

    So atividades perigosas:

    a) Inflamveisb) Explosivosc) Eletricidaded) Vigilncia pessoal ou patrimoniale) Radiao ionizante

    A base de clculo do adicional de periculosidade, em qualquer atividade, aquela prevista no 1do art. 193 CLT (O trabalho em condies de periculosidade assegura ao empregado um adicionalde 30% sobre o salrio sem os acrscimos resultantes de gratificaes, prmios ouparticipaes nos lucros da empresa).

    A Smula 191 TST, depois da Lei 12.740/2012, FOI TACITAMENTE CANCELADA (no podemosfalar em revogao, pois smula no lei; por isso criei a expresso tacitamente cancelada ).

    A Smula fazia a distino entre a base de clculo do adicional de periculosidade dos eletricitrios e ados demais trabalhadores. A diferena tinha como base a Lei 7.369/85. Com a revogao da Lei, adistino no mais se justifica!

    Quanto aos vigilantes, notrio o fato de a categoria receber um adicional previsto em convenocoletiva de trabalho, chamado adicional de risco de vida. O 3 do art. 193 CLT, includo pela Lei12.740/2012, deixa bem claro que esses empregados no podero cumular os dois adicionais(periculosidade + risco de vida). Eis a redao: 3 Sero descontados ou compensados doadicional outros da mesma natureza eventualmente j concedidos ao vigilante por meio de acordocoletivo.

    A NOVA LEI DOS MOTORISTAS (LEI 12.619/2012) INSERIU OS ARTS. 235-A A 235-H CLT,ASSIM COMO O 5 AO ART. 71, TAMBM DA CLT.

    1 Observao O 5 do art. 71 CLT permite o fracionamento do intervalo intrajornada (repouso ealimentao) dos motoristas, cobradores, fiscais de campo e afins nos servios de operao deveculos rodovirios e no setor de transporte coletivo de passageiros, desde que previsto em

    172 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • conveno ou acordo coletivo de trabalho. IMPORTANTE: A OJ 342 SDI-1 foi cancelada emsetembro de 2012 e o seu item I foi convertido no item II da Smula 437 TST. A alterao fulminouqualquer possibilidade de reduo do intervalo intrajornada, dos motoristas e cobradores, por acordocoletivo ou conveno coletiva. Reduo de intervalo intrajornada s com autorizao doMinistrio do Trabalho.2 Observao O motorista tem que submeter-se a teste e a programa de controle de uso de drogae de bebida alcolica, institudo pelo empregador, com ampla cincia do empregado. A recusa doempregado ser considerada infrao disciplinar, passvel de demisso por justa causa (art. 235-BCLT).3 Observao Nas viagens com durao superior a uma semana, o descanso semanal ser de 36horas por semana trabalhada ou frao semanal trabalhada, e seu gozo ocorrer no retorno domotorista base ou ao seu domiclio, salvo se a empresa oferecer condies adequadas para oefetivo gozo do referido descanso durante a viagem (art. 235-E CLT).4 Observao As horas de espera no so consideradas horas extras. O tempo de espera aquele no qual o motorista fica aguardando a carga ou descarga do veculo, seja na empresa, nodestinatrio ou at nas barreiras fiscais ou alfandegrias. Esse tempo no ser computado comotrabalho extraordinrio. As horas de espera sero indenizadas com base no salrio-horanormal acrescido de 30% (trinta por cento) (art. 235-C CLT). Tambm ser considerado tempo deespera aquele em que o motorista, nos casos de revezamento em dupla de motoristas no mesmoveculo, estiver em repouso no veculo em movimento e o tempo da viagem exceder a jornada normalde trabalho (art. 235-E CLT).5 Observao Nas viagens de longa distncia, assim consideradas aquelas em que o motoristaprofissional permanece fora de sua residncia por mais de 24 (vinte e quatro) horas, deve serconcedido o intervalo mnimo de 30 minutos para descanso a cada 4 horas de tempo ininterrupto dedireo, sem prejuzo do intervalo intrajornada (art. 235-D CLT).

    EMPREGADO DOMSTICO

    regido por estatuto especial (Lei 5.859/1972). O domstico, luz do art. 1 da referida Lei, aquele que trabalha para: a) pessoa fsica ou entidade familiar; b) laborando no mbitoresidencial desta; c) desenvolvendo atividades sem fins lucrativos. Esses so os trsrequisitos do empregado domstico! Com o tempo, os direitos da categoria domstica foramcrescendo. No ms de julho de 2006, a Lei 5.859/72 sofreu alteraes. Eis as principais: a)as frias do domstico passaram a ser de trinta dias corridos; b) o empregador no podedescontar do salrio do empregado domstico despesas com alimentao, vesturio,produtos de limpeza, habitao, etc. em resumo, o salrio in natura proibido ao domstico(a exceo fica por conta da habitao fornecida fora do local da prestao de servios); c)o empregado domstico passou a ter direito a folgar nos feriados civis e religiosos; d) aempregada domstica passou a ter direito estabilidade gestante. Com a EC 72/2013, opargrafo nico do art. 7 da CF foi alterado, passando a assegurar aos domsticos osdireitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condies estabelecidas em lei eobservada a simplificao do cumprimento das obrigaes tributrias, principais eacessrias, decorrentes da relao de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nosincisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII. Observem que a primeira leva de incisos tem aplicaoimediata (alguns j eram aplicados antes mesmo da EC 72/2013). Desse rol, merecemdestaque, por representarem novidade, os incisos VII (garantia de salrio, nunca inferiorao mnimo, para os que percebem remunerao varivel), X (proteo do salrio naforma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa), XIII (jornada limitada a 8h edurao semanal limitada a 44h), XVI (adicional de horas extras), XXII (reduo dosriscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana),XXVI (reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho), XXX(proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admissopor motivo de sexo, idade, cor ou estado civil), XXXI (proibio de qualquerdiscriminao no tocante a salrio e critrios de admisso do trabalhador portador de

    182 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • deficincia), XXXIII (proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menoresde dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio deaprendiz, a partir de quatorze anos). Os direitos previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII do pargrafo nico do art. 7da CF no tm aplicao imediata, pois dependem de lei (dizemos que so normasconstitucionais de eficcia limitada). Essa regulamentao, at agora, no ocorreu!Cuidado com isso na hora da prova! Os incisos tratam dos seguintes temas: I indenizaopor despedida arbitrria (essa indenizao de 40% sobre a totalidade dos depsitosdo FGTS e se aplica aos empregados celetistas e rurais; ela ainda no aplicvel aosdomsticos, pois ainda depende de regulamentao); II seguro-desemprego (a Lei5.859/72 j tinha assegurado esse direito aos domsticos, fixando, porm, umrequisito inquo: a existncia de FGTS; o empregado domstico, para ter direito aoseguro-desemprego, depende da boa vontade do empregador, pois o FGTS facultativo; alm disso, o seguro-desemprego do domstico est limitado a trsparcelas de um salrio mnico cada uma; tudo isso ainda se aplica, pois o inciso II temeficcia limitada; no esqueam); III FGTS (a Lei 5.859/72 j tinha assegurado essedireito aos domsticos, com uma condio no mnimo surreal: a vontade patronal;parece mentira, mas o nosso legislador criou uma contribuio social facultativa,uma espcie de tributo facultativo; o FGTS se tornar obrigatrio, mas apenasdepois da regulamentao pelo Congresso Nacional; atualmente, portanto, continuasendo facultativo); IX adicional noturno (tambm sem qualquer aplicao imediata);XII salrio-famlia (benefcio previdencirio previsto na Lei 8.213/91 e no Dec.3.048/99; tambm fica dependendo de regulamentao); XXV - assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 (cinco) anos de idade em creches epr-escolas (tambm sem aplicao imediata); XXVIII seguro contra acidente dotrabalho SAT e indenizao por dano moral/material/esttico em caso de acidente dotrabalho causado por culpa ou dolo patronal (depois da regulamentao, oempregador domstico ter que recolher o SAT; logo, o empregado domstico,depois da regulamentao, passar a ter direito estabilidade acidentria de 12meses, prevista no art. 118 da Lei 8.213/91).

    RITO SUMARSSIMO (artigos 852-A a 852-I da CLT)

    O procedimento sumarssimo aplicvel apenas para os dissdios individuais cujo valor noexceda a 40 vezes o salrio mnimo vigente na data do ajuizamento da ao.

    O salrio mnimo de R$ 678,00, logo, o rito sumarssimo se aplica s reclamaes cujovalor da causa seja de at R$ 27.120,00.

    Vale salientar que este procedimento no pode ser usado nas demandas queenvolvam a Administrao Pblica direta, autrquica e fundacional (o que se costumachamar de Fazenda Pblica Unio, Estados, Municpios, Distrito Federal, suasautarquias e fundaes).

    No sumarssimo, o pedido, alm de certo e determinado, deve ser lquido, ou seja, deveconter a indicao do valor correspondente. A falta de liquidez importa no arquivamento dareclamao.

    vedada a notificao do reclamado (citao) por edital. Caso o reclamante indiqueincorretamente o endereo do reclamado, a reclamao ser arquivada.

    Os incidentes e as excees devero ser decididos de plano. No rito ordinrio, conforme os

    192 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • artigos 799 e 800 da CLT, o juiz, diante de uma exceo de incompetncia em razo dolugar, suspender a audincia, abrindo prazo de 24 horas para o excepto impugn-la,decidindo o incidente na sesso seguinte. No sumarssimo, contudo, no h concesso dequalquer prazo ao excepto, o qual dever impugnar a exceo na prpria audincia,quando, ali mesmo, o juiz decidir.

    A prova testemunhal fica restrita a duas testemunhas para cada parte.

    Diferente, portanto, do rito ordinrio, onde cada parte pode ofertar at trs testemunhas.

    As testemunhas so convidadas pelas partes e comparecem audinciaindependentemente de intimao. Essa regra igual quela j prevista no ordinrio. Adiferena est no no comparecimento da testemunha.

    No rito ordinrio, caso a testemunha no comparea, o juiz, a requerimento ou de ofcio,adia a audincia e intima a testemunha. Caso esta volte a no comparecer, o juiz determinaa sua conduo coercitiva. O adiamento da audincia, para a intimao da testemunhafaltosa, quando do rito ordinrio, no necessita de comprovao do convite. Nosumarssimo, a audincia s ser adiada se a parte interessada comprovar a realizao doconvite testemunha faltosa vide art. 852-H CLT e art. 825 CLT.

    No inqurito judicial para apurao de falta grave cada parte pode apresentar at seistestemunhas, aplicando-se, quanto ao no comparecimento, a mesma regra do ritoordinrio.

    01. RECLAMAO TRABALHISTA

    A expresso reclamao remonta poca em que a Justia do Trabalho no integrava oPoder Judicirio.

    Isso mesmo!

    A Justia do Trabalho j foi uma simples instncia administrativa. Da a existncia determos tipicamente administrativos no processo trabalhista, tais como reclamao,arquivamento, reclamante, reclamado, inqurito judicial para apurao de falta grave,dentre outros.

    A reclamao uma ao judicial. Poderia ser chamada de ao trabalhista. Mas novamos complicar, at mesmo porque nos editais do Exame de Ordem a denominaoRECLAMAO TRABALHISTA prestigiada.

    Qual a misso do advogado na reclamao trabalhista?

    O advogado, quando da elaborao da petio inicial de uma reclamao trabalhista, devenarrar os fatos e expor a argumentao jurdica, para, ao final, pedir a reparao.

    Reparao?

    Isso!

    No Exame de Ordem, o bacharel, instado a elaborar uma reclamao trabalhista, observar

    202 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • que o seu cliente sofreu diversas leses. Trabalhou alm do horrio, mas no recebeu opagamento das horas extras. Foi dispensado sem justa causa, quando era detentor deestabilidade. Foi acusado injustamente de ter cometido falta grave e demitido. Foi vtima deum acidente do trabalho ocasionado por culpa do empregador. Sofreu assdio moral. Ufa!Vamos parar por aqui!

    A petio dirigida a um determinado rgo jurisdicional. Logo, antes da exposio dosfatos e da argumentao jurdica, o advogado deve enderear a pea. O endereamento muito importante, pois indica a competncia (j estudamos isso).

    Depois do endereamento, o advogado, antes de expor os fatos, precisa delimitar,subjetivamente, a lide, ou seja, indicar e qualificar as partes.

    O bacharel deve observar que a reclamao trabalhista quase que umaexclusividade do trabalhador!

    Isso mesmo!

    No Exame de Ordem, o candidato vai usar a reclamao trabalhista quando estiveradvogando para um trabalhador, ou seja, se a questo indicar uma empresa (empregador)como cliente, o bacharel, em regra, no vai propor reclamao trabalhista.

    Se pudssemos extrair uma proporo das aes que circulam na Justia do Trabalho,chegaramos concluso de que 98% das aes (reclamaes) so propostas portrabalhador. Na prtica, portanto, apenas 2% das aes so manejadas por empregador,sendo que boa parte se refere ao de consignao em pagamento e ao inqurito judicialpara apurao de falta grave.

    H uma situao interessante que no pode ser desprezada pelo candidato. Trata-se daao de indenizao por dano moral e/ou material proposta pelo empregador contraempregado ou ex-empregado. Observem o exemplo extrado de um caso concreto:

    Empregado de uma empresa limpa-fossas flagrado despejando dejetos em reservaambiental. A empresa, multada pela fiscalizao, poder propor reclamao trabalhista emdesfavor do empregado, pleiteando indenizao, alm de demiti-lo por justa causa.

    O empregador, no caso, dever propor Reclamao Trabalhista, pleiteando indenizaopor dano moral e indenizao por dano material vide artigo 839, a, CLT, artigo 114, VI,CF e Smula 392 TST.

    A petio inicial a pea inaugural do processo, tambm chamada de pea exordial,pea vestibular, pea de ingresso, pea atrial etc.

    De acordo com o 1 do art. 840 da CLT, a petio inicial, nos dissdios individuais, deverconter:

    A) ENDEREAMENTO DA PEA DESIGNAO DA AUTORIDADE

    No h qualquer problema no uso de abreviaturas, como, por exemplo:

    EXCELENTSSIMO = EXMO. SENHOR = SR. DOUTOR = DR.

    212 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • Excelentssimo Senhor Juiz do Trabalho da... Vara do Trabalho de...

    a) Trabalhamos sempre com a presuno de que h mais de uma vara do trabalho nalocalidade, por isso a reclamao no dirigida a uma determinada vara, j que o seudestino inicial ser o setor de distribuio art. 713 CLT.

    b) Se o enunciado da questo informar a localidade, o bacharel tem que us-la.c) Se o enunciado, alm de informar a localidade, indicar que s existe uma nica vara do

    trabalho naquela cidade, a reclamao deve ser dirigiria ao Juiz do trabalho da Vara doTrabalho de (localidade), sem usar reticncias.

    Ateno!

    Nas localidades no abrangidas por jurisdio de vara do trabalho, o juiz de direito poderprocessar e julgar reclamao trabalhista, de acordo com o artigo 112 da ConstituioFederal c/c artigo 668 da CLT.

    No caso, a petio deve ser dirigida ao juiz de direito:

    Excelentssimo Senhor Juiz de Direito da... Vara... da Comarca de...

    a) O que autoriza o juiz de direito a atuar como juiz do trabalho o fato de a localidade nose encontrar abrangida por jurisdio de vara do trabalho e no o fato de a localidadeno possuir vara do trabalho.

    b) No caso do juiz de direito, observem que usamos o termo Comarca.

    No h necessidade de usar o pronome feminino cumulativamente. Na prtica comum oadvogado enderear a pea ao Exmo (a) Sr (a) Juiz (za) do Trabalho.... Norecomendamos esse tipo de preciosismo!

    Algumas observaes

    O endereamento indica a competncia. J estudamos isso na introduo, lembram?

    Endereando a pea, o advogado demonstra que a competncia para processar e julgaraquela ao da Justia do Trabalho (competncia absoluta), no local ali indicado(competncia relativa).

    Caso o advogado do reclamado no concorde com o endereamento, ele arguir objeode incompetncia. A incompetncia absoluta (em razo da matria, da pessoa ou funcional)deve ser suscitada na contestao, como matria preliminar, nos termos do art. 301 CPC. Aincompetncia relativa (em razo do lugar) dever ser arguida em pea prpria, intituladaexceo de incompetncia em razo do lugar, como definem os arts. 799 e 800 CLT.

    B) QUALIFICAO E ENDEREO DAS PARTES

    Depois do endereamento e antes de expor os fatos (causa de pedir), o advogado precisadelimitar, subjetivamente, a lide, indicando e qualificando as partes (cabealho).

    A qualificao assim constituda: nome, nacionalidade, estado civil, profisso, ID, CPF eCTPS.

    222 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • Depois da qualificao, o bacharel deve informar o endereo das partes.

    Observem o que diz o Edital (item 3.5.8):

    Na elaborao dos textos da pea profissional e das respostas s questes prticas, oexaminando dever incluir todos os dados que se faam necessrios, sem, contudo,produzir qualquer identificao alm daquelas fornecidas e permitidas no caderno de prova.Assim, o examinando dever escrever o nome do dado seguido de reticncias (exemplo:Municpio..., Data..., Advogado..., OAB..., etc.). A omisso de dados que foremlegalmente exigidos ou necessrios para a correta soluo do problema proposto acarretarem descontos na pontuao atribuda ao examinando nesta fase.

    Modelo de cabealho

    (Nome do reclamante), nacionalidade..., estado civil..., profisso..., Id..., CPF ouCNPJ..., CTPS..., endereo..., vem, presena de Vossa Excelncia, por seu advogadoao final firmado, com procurao anexa, propor RECLAMAO TRABALHISTA emdesfavor de (Nome do reclamado), CNPJ ou CPF..., endereo..., com fundamento nosartigos 840 e segs. da CLT, pelas razes de fato e de direito que passa a expor.

    Os dados a serem utilizados sero aqueles fornecidos na questo, valendo sempre destacarque o bacharel no deve inventar fatos!

    no cabealho onde o advogado do reclamante delimita subjetivamente a lide, ou seja,informa quem so os litigantes!

    Endereo do advogado Na prtica, comum ao advogado, j no cabealho da pea,informar o endereo do seu escritrio, requerendo, ainda, que todas as comunicaessejam dirigidas quele. No Exame de Ordem no h necessidade desse preciosismo.

    DVIDAS QUE MERECEM ESCLARECIMENTO

    Algumas perguntas devem ser enfrentadas no estudo do cabealho da reclamao.

    So perguntas que retratam dvidas frequentes na preparao para a segunda fase doExame de Ordem.

    Vamos a elas?

    a) Quem pode ajuizar reclamao trabalhista?b) Se a empresa falir, contra quem vou ajuizar a reclamao?c) Se o empregado falecer, quem ir ajuizar reclamao trabalhista?d) No caso de terceirizao, contra quem vou ajuizar a reclamao?e) E no caso de sucesso trabalhista, quando a empresa tiver sido vendida?f) Existindo um grupo econmico, isso afeta a propositura da reclamao?

    a) Legitimidade ativa empregado, empregador, sindicato, trabalhador avulso,estagirio, pequeno empreiteiro, representante comercial, profissional liberal,servidor pblico etc.

    A Reclamao Trabalhista pode ser proposta por empregados, empregadores e sindicatos vide art. 839, a, CLT.

    232 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • Costumamos explorar, em sala de aula, uma situao interessante, presente no dia a dia daJustia do Trabalho. Trata-se de reclamao trabalhista, com pedido de indenizao pordano moral e/ou material, proposta por empregador contra empregado ou ex-empregado.

    O empregado, culposa ou dolosamente, pode causar prejuzo ao empregador. Acontecendoisso, o empregador ter legitimidade para ajuizar reclamao trabalhista.

    Importante lembrar que o art. 462, 1, CLT prev a possibilidade de o empregadordescontar dos salrios do empregado os prejuzos por ele causados.

    Se o dano for provocado por culpa do empregado, ou seja, por negligncia, imprudnciaou impercia, o desconto ser possvel, desde que as partes tenham firmado um termode responsabilidade (o ajuste s ter validade se firmado anteriormente ao dano). oque a CLT chama de ajuste prvio.

    Caso o prejuzo tenha sido causado dolosamente pelo obreiro (intencionalmente), odesconto poder ser realizado independentemente de ajuste.

    Nosso Cdigo Civil, em seu art. 186, dispe: Aquele que, por ao ou omisso voluntria,negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamentemoral, comete ato ilcito. No art. 927, o citado Cdigo vaticina: Aquele que, por ato ilcito,causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    No art. 932, III, o Cdigo Civil consagra a responsabilidade objetiva patronal por atospraticados por seus empregados.

    Logo, se o empregador quiser acionar judicialmente o empregado ou ex-empregado, parabuscar o pagamento de uma indenizao por dano, ter que faz-lo na Justia do Trabalho,mediante a propositura de uma reclamao trabalhista, nos termos do art. 114, VI, CF eSmula 392 TST.

    Bom, alm de empregado e empregador, o sindicato tambm pode propor reclamaotrabalhista.

    O sindicato possui legitimao extraordinria, ou seja, pode atuar como substitutoprocessual de toda a categoria (filiados e no filiados), nos termos do art. 6 CPC c/c art. 8,III, CF.

    Um exemplo clssico aquele envolvendo adicional de insalubridade vide art. 195, 2,CLT e OJ 121 SDI-1.

    OJ 121 SDI-1. SUBSTITUIO PROCESSUAL. DIFERENA DO ADICIONAL DEINSALUBRIDADE. LEGITIMIDADE. O sindicato tem legitimidade para atuar na qualidadede substituto processual para pleitear diferena de adicional de insalubridade.

    O sindicato no precisa de autorizao pessoal do empregado para ajuizar reclamaotrabalhista. No precisa de procurao do empregado.

    Interessante destacar que a ao movida por sindicato, na qualidade de substitutoprocessual, interrompe a prescrio quanto ao seu objeto inteligncia da Smula 268 TSTe da OJ 359 SDI-1.

    242 Fase do XII Exame de Ordem

    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • OJ 359 SDI-1. SUBSTITUIO PROCESSUAL. SINDICATO. LEGITIMIDADE.PRESCRIO. INTERRUPO. A ao movida por sindicato, na qualidade de substitutoprocessual, interrompe a prescrio, ainda que tenha sido considerado parte ilegtima adcausam.

    E o trabalhador avulso?

    A Reclamao Trabalhista tambm pode ser usada nos dissdios envolvendo trabalhadoravulso e OGMO (rgo gestor de mo de obra), como dispe o art. 652, V, CLT.

    Trabalhador avulso no empregado, apesar de ter os mesmos direitos constitucionaisdeste (artigo 7, XXXIV, da CF).

    A Lei 12.023/2009 dispe sobre o trabalho avulso, consagrando a responsabilidade doOGMO pelo pagamento dos salrios e demais direitos trabalhistas. A empresa tomadora,entretanto, responde solidariamente pela efetiva remunerao do trabalho avulsocontratado, assumindo a responsabilidade pelo recolhimento dos encargos fiscais e sociais epelo fornecimento de equipamentos de proteo individual e por zelar pelo cumprimento dasnormas de segurana no trabalho, no limite do uso que fizerem do trabalho avulsointermediado pelo OGMO (arts. 8 e 9 da Lei 12.023/2009).

    No trabalho avulso, portanto, h uma espcie de relao terceirizada, envolvendo otrabalhador, o OGMO e o tomador de servios, com um detalhe: fornecedor e tomadorrespondem solidariamente! (importante destacar que no se trata da terceirizao clssica,prevista na Smula 331 TST)

    O trabalhador porturio tambm considerado trabalhador avulso, sendo regulado pelaLei 9.719/98 (lei de proteo ao trabalho porturio) e pela Lei 12.815/2013, que revogou aLei 8.630/93 (lei que regulava a explorao dos portos). O OGMO e o operador porturio so solidariamente responsveis pelos encargostrabalhistas e previdencirios, cabendo ao operador porturio repassar ao OGMO osvalores devidos pelos servios executados, referentes remunerao por navio, paraviabilizar o pagamento ao trabalhador porturio avulso. O pagamento ao trabalhador feito pelo OGMO.

    E o pequeno empreiteiro?

    No podemos esquecer que a Reclamao Trabalhista tambm pode ser proposta pelossujeitos de um contrato de empreitada, em que o empreiteiro seja operrio ou artfice videart. 652, a, III, CLT.

    Empreitada o contrato em que uma das partes se compromete a fazer ou a mandar fazeruma obra. A obra, portanto, o objeto do contrato.

    O empreiteiro um trabalhador autnomo, podendo ser pessoa fsica ou jurdica.

    Observem que a Justia do Trabalho no tem competncia ampla em relao ao contrato deempreitada, porquanto ela se restringe aos pactos que envolvem o pequeno empreiteiro(operrio ou artfice), necessariamente pessoa fsica.

    A competncia da Justia do Trabalho, depois da EC 45, foi ampliada, deixando de serestringir s relaes de emprego, de trabalho avulso e de empreitada (envolvendo

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    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • empreiteiro operrio ou artfice), passando, a partir de ento, a abranger as demais relaesde trabalho.

    A EC 45 alterou o art. 114 CF, e, diante da nova redao, podemos dizer que as aesdecorrentes das relaes de trabalho sero processadas e julgadas na Justia do Trabalho.

    E o estagirio?

    E o representante comercial?

    A relao de estgio tambm se insere na competncia da Justia do Trabalho, assim comoa relao de representao comercial (quando o representante comercial for pessoa fsica).

    E o profissional liberal (advogados, mdicos, dentistas etc.)?

    A situao do profissional liberal chama a ateno, principalmente depois da edio daSmula 363 STJ.

    Para o STJ, a relao mantida entre o profissional liberal e o cliente uma tpica relao deconsumo, visto que a prestao de servios dirigida diretamente ao cliente, que figuracomo destinatrio final, enquadrando-se, por conseguinte, na definio de consumidor,insculpida no CDC.

    A competncia para processar e julgar as aes oriundas desse tipo de relao no da Justia do Trabalho, e sim da Justia Estadual.

    Ah, professor, ento qualquer que seja a relao mantida pelo profissional liberal, a Justiado Trabalho no ser competente?

    No bem assim!

    O profissional liberal, seja ele advogado, mdico, arquiteto, dentista etc., pode prestarservios direta ou indiretamente ao cliente.

    A prestao direta ocorre quando o profissional liberal contratado diretamente pelocliente. Esse tipo de relao atrai a incidncia da Smula 363 STJ, pois uma relao deconsumo.

    A prestao indireta de servios, por sua vez, ocorre quando uma empresa contratadapelo cliente, e, para atend-lo, utiliza-se de um profissional liberal. O cliente no contratadiretamente o profissional.

    Digamos que o cliente procurou um grande escritrio de advocacia e firmou com este umcontrato de prestao de servios, comprometendo-se a pagar um determinado valor dehonorrios advocatcios. Entre o escritrio e o cliente h uma tpica relao de consumo. Oescritrio, ante a complexidade da causa, precisou contratar um advogado especializado.Entre o escritrio e o advogado h uma relao de trabalho.

    Se o cliente quiser acionar o escritrio, por perdas e danos, por exemplo, ajuizar aona Justia Estadual Smula 363 STJ.

    Se o advogado quiser acionar o escritrio, cobrando, por exemplo, o pagamento doshonorrios ajustados, ajuizar ao na Justia do Trabalho art. 114, I, CF.

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    rea TrabalhistaProf. Gustavo Cisneiros

  • Se o escritrio precisar ajuizar uma ao de cobrana de honorrios contra o cliente,buscar a Justia Estadual Smula 363 STJ.

    Se o escritrio precisar acionar o advogado contratado, por perdas e danos, porexemplo, buscar a Justia do Trabalho art. 114, I, CF.

    E o servidor pblico?

    A Justia do Trabalho no tem competncia para apreciar as aes decorrentes de relaoestatutria mantida entre servidores pblicos e rgos pblicos da administrao direta,autrquica e fundacional.

    O STF concedeu liminar em ADIN proposta pela AJUFE (Associao dos Juzes Federais),mantendo a competncia da Justia Comum (Estadual e Federal) para conhecer dos litgiosenvolvendo os servidores pblicos estatutrios e os rgos administrao pblica direta,autrquica e fundacional (incluindo as aes que versem sobre o direito de greve do servidorestatutrio).

    No caso do servidor pblico celetista, tambm chamado de empregado pblico ouservidor trabalhista, a competncia continua sendo da Justia do Trabalho.

    Existindo controvrsia acerca da natureza do vnculo (o servidor, na petio inicial, se dizceletista, enquanto que o rgo pblico, em sua contestao, assevera que o vnculo estatutrio), prevalece, segundo o STF, a competncia da Justia Comum para dirimir aquesto, posio que levou o TST a cancelar a OJ 205 SDI-1.

    A exceo fica por conta das aes envolvendo AGENTES COMUNITRIOS DE SADE.

    O STJ, em setembro de 2012, no julgamento do CONFLITO DE COMPETNCIA n.122.234 - PE (2012/0082730-8), tendo como relator o ilustre ministro Humberto Martins,envolvendo o Juzo de Direito da 1 Vara de Belo Jardim/PE e o Juzo da Vara do Trabalhode Belo Jardim/PE, assim decidiu:

    EMENTA. PROCESSO CIVIL. CONFLITO DE COMPETNCIA. AGENTECOMUNITRIO DE SADE. RECLAMAO TRABALHISTA. REGIME CELETISTA. LEIN. 11.350/06. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO.

    O decisum prestigiou o art. 8 da Lei n. 11.350/2006 (que regulamenta o 5 do art. 198 daConstituio Federal), dispondo sobre o regime jurdico do agente comunitrio de sade eagente de combate a endemias, verbis:

    "Art. 8 da Lei 11.350/2006. Os Agentes Comunitrios de Sade e os Agentes de Combates Endemias, admitidos pelos gestores locais do SUS e pela Fundao Nacional deSade - FUNASA, na forma do disposto no 4 do art. 198 da Constituio, submetem-se ao regime jurdico estabelecido pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT,salvo se, no caso dos Estados , do Distrito Federal e dos Municpios, lei local dispuser de forma diversa.

    O julgamento do Conflito de Competncia se encontra alicerado nos seguintes precedentesdo STJ, verbis:

    PROCESSO CIVIL. CONFLITO DE COMPETNCIA. AGENTE COMUNITRIO DESADE. RECLAMAO TRABALHISTA. REGIME CELETISTA. LEI N 11.350/06.

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  • COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO.