Apostila 2º E.M Parte I

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    CADERNO DE ATIVIDADES2º ANO – E.M. 2015 

    LÍNGUA PORTUGUESA  –  NADIM

    MÓDULO 1: Interpretação de texto, sinonímia, pronomes e verbos.

    Texto para resolver as questões de 1 a 10.

    O princípio, o meio e o fim

    “De quanta terra precisa o homem?” A pergunta é o título de um conto de Leon Tolstoi. Nele, umsujeito faz pacto com o diabo. Receberá toda a terra que conseguir percorrer a pé, durante um dia, donascer ao pôr do sol. O homem atravessa as horas sem descanso. Quando o sol já se aproxima dohorizonte, não se dá por satisfeito. Corre. Falta-lhe fôlego, mas ele não para. Quer ainda possuir aquelevale, aquele bosque. Quando cai morto de fadiga, o conto explica de quanta terra precisa um homem: seele não tem consciência de limites, apenas um par de metros lhe basta. Uma cova não requer mais do que

    isso.A trágica moral contida no conto sintetiza um mito-chave para a compreensão da crise que nossa

    civilização enfrenta. O mito do único pecado que os gregos consideravam capital: a arrogância, entendidasobretudo como falta de consciência de limites, como ambição desmedida, como desejo incontrolável deposse e de poder. Para os gregos antigos, a arrogância era o maior de todos os pecados. Era a falha quenão tinha perdão. Eles a chamavam hýbris, e acreditavam que incorrer nessa falha acarretava a danaçãoeterna.

    Não é assim, desse modo arrogante  –  feito de destruição, poluição e exploração insustentável dosrecursos naturais – que tratamos nosso planeta-mãe, a Terra? Convencidos de que todas as coisas foramcriadas para satisfazer nossos desejos e necessidades, inventamos uma cultura inteiramente destituída

    de bom senso: a cultura da produtividade e do consumismo insustentáveis. Como no conto de Tolstoi,não conseguimos parar. Derrubamos e queimamos florestas, matamos lagos e rios, poluímos os mares ea atmosfera, extinguimos espécies de plantas e de animais. Sem falar nas mazelas que produzimos paranós mesmos, como perturbações da saúde física, psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e umacarga insustentáveis de trabalho, de produção e de consumismo.

    Embriagados pelo desejo de posse e de poder, cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da qualsomos herdeiros, esquecemos que a arrogância constitui um desequilíbrio maior. Não lembramos que,por uma lei natural, toda ação que leva à perda do equilíbrio gera uma força igual e contrária que procurarestabelecê-lo. Essa força, que os gregos chamavam Nêmesis, era simbolizada por uma deusa implacável,avessa a qualquer compromisso, a qualquer oferenda, a qualquer intervenção apaziguadora. Para osgregos, o aquecimento global nada mais seria do que uma das tantas manifestações de Nêmesis: aconsequência nefasta de uma ação errônea.

    Gaia vive esse tipo de raciocínio, por sinal, há muito deixou de ser formulado no âmbito estrito dafilosofia e da religião. Hoje, ele invade o território pragmático da ciência. Cita-se como exemplo a HipóteseGaia, do cientista inglês James Lovelock. Para ele, a Terra não é uma simples bola mineral a rodopiar peloespaço afora. Lovelock e seus seguidores entendem nosso planeta como um ser vivo, pulsante, dotadonão apenas de um corpo físico, mas também de psique. Um macrosser, em tudo análogo a seu filho, ohomem.“Até quando a Terra suportará sem reagir todos os arranhões que estamos produzindo em suasuperfície?” A célebre questão de Lovelock, formulada há cerca de três décadas, não precisou esperarmuito pela resposta. Ela está aí: o planeta reage às agressões de múltiplas formas e, no momento, a maisameaçadora delas chama-se aquecimento global.

    Isto é, 18 de dezembro de 2009

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    01) Assinale a alternativa em que a palavra em destaque NÃO está corretamente interpretada de acordocom seu sentido no texto.

    A) “Sem falar nas mazelas que produzimos para nós mesmos, como perturbações da saúde física, psíquicae mental, ao nos impormos um ritmo e uma carga insustentáveis de trabalho, de produção e de

    consumismo.” (linhas 17 e 18) = doenças B) “Para os gregos, o aquecimento global nada mais seria do que uma das tantas manifestações de

    Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação errônea.” (linhas 23 e 24) = prejudicial. C) “[...] inventamos uma cultura inteiramente destituída de bom senso: a cultura da produtividade e do

    consumismo insustentáveis.” (linhas 14 e 15) = privada D) “Embriagados pelo desejo de posse e de poder, cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da qual

    somos herdeiros, esquecemos que a arrogância constitui um desequilíbrio maior.” (linhas 19 e 20) =anterior

    02) De acordo com as ideias desenvolvidas no texto, assinale a alternativa INCORRETA.

    A) O tempo verbal básico do texto é o presente do indicativo, característico de texto argumentativo.B) O autor destaca a importância da Hipótese Gaia para o desenvolvimento de estudos sobre a ecologia.C) No texto, há a manifestação de aprovação explícita à Hipótese Gaia.D) Pelo fato de ser igual ao homem, o planeta reage sempre que é agredido.

    03) Assinale a alternativa que NÃO expressa a temática do texto.

    A) A terra não resistirá ao aquecimento global.B) A falta de limites e a ambição desmedida da humanidade conduziram o planeta à beira do abismo.C) A Terra suportará sem reagir a todos os arranhões que estamos produzindo em sua superfície?

    D) A mais recente criação humana: a cultura da produtividade e do consumismo insustentáveis.

    04) A pergunta “Até quando a Terra suportará sem reagir todos os arranhões que estamos produzindoem sua superfície?” (linha 30) tem, no texto, a função de

    A) permitir ao autor apresentar sua tese.B) arguir o leitor.C) fazer com que o leitor se posicione a respeito do que foi discutido.D) concluir

    05) No texto, o conto de Tolstoi é utilizado, EXCETO:

    A) Para apresentar a moral do texto: a ganância do homem.B) Como um recurso de argumentação.C) Para dar credibilidade aos argumentos do autor do texto.D) Para mostrar apenas como a Terra se vinga.

    06) “Eles a chamavam hýbris, e acreditavam que incorrer nessa falha acarretava a danação eterna.” Nessetrecho predomina

    a) um fato passado durativo, mas que deixou de acontecer.b) um fato incerto no passado, mas que deixou de acontecer.c) um fato incerto no futuro.d) um fato presente certo.

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    menos para mim, é a possibilidade de descobrir, através do estudo da linguagem, princípios abstratos quegovernam sua estrutura e uso, princípios que são universais por necessidade biológica e não por simplesacidente histórico, e que decorrem de características mentais da espécie. Uma língua humana é umsistema de notável complexidade. Chegar a conhecer uma língua humana seria um feito intelectual

    extraordinário para uma criatura não especificamente dotada para realizar esta tarefa. Uma criançanormal adquire esse conhecimento expondo-se relativamente pouco e sem treinamento específico. Elaconsegue, então, quase sem esforço, fazer uso de uma estrutura intrincada de regras específicas eprincípios reguladores para transmitir seus pensamentos e sentimentos aos outros, provocando nestesideias novas, percepções e juízos sutis.

    (Noam Chomsky. Reflexões sobre a linguagem. Trad. Carlos Vogt. São Paulo: Editora Cultrix, 1980.)

    11) No início do fragmento, Chomsky afirma que há muitos motivos para estudar a linguagem e apontaalguns deles. Releia o fragmento e, a seguir, assinale a única alternativa que contém um objetivo deestudo da linguagem não mencionado pelo autor:

    (A) verificar os modos de utilização dos elementos da linguagem no pensamento.(B) descobrir os efeitos da utilização dos elementos da linguagem humana sobre os animais próximos aohomem.

    (C) descobrir a ordem e combinação dos elementos da linguagem.(D) identificar a origem dos elementos da linguagem na história.(E) verificar os modos de utilização dos elementos da linguagem na ciência e na arte.

    12) Lendo atentamente o fragmento apresentado, percebemos que Chomsky considera que os princípiosabstratos e universais que regem a linguagem decorrem de características mentais da espécie. Issosignifica que considera a linguagem ligada

    (A) ao plano da divindade.(B) a acidentes históricos.(C) a fenômenos aleatórios da natureza.(D) ao plano biológico.(E) à necessidade de sobrevivência.

    13) No terceiro período do texto, o autor emprega três vezes o possessivo “sua”. Considerando que ospossessivos apresentam nos textos uma função anafórica, ou seja, fazem referência a um termo oracionalanterior, aponte a alternativa que indica o núcleo desse termo:

    (A) elementos.(B) linguagem.(C) pessoas.(D) ordem.(E) ciência

    14) Chomsky usa para explicar seu ponto de vista uma expressão tradicional:a linguagem como “espelho do espírito”. O autor quer dizer, ao utilizar tal imagem, 

    (A) que a linguagem é o melhor meio de comunicação entre os homens.(B) que o estudo da linguagem tem de se basear em fundamentos rigorosamente científicos.

    (C) que descobrir como a linguagem funciona pode conduzir ao conhecimento de como o pensamentofunciona.

    (D) que a linguagem, como um espelho, pode revelar o espírito, mas não em sua totalidade.(E) que o homem tem um modo de ser peculiaríssimo que não se revela pela linguagem

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    15) Aponte a alternativa que apresenta, respectivamente, a as acepções utilizadas pelo autor no empregodas palavras “depreciar” e “questionar” em: “Há muitas respostas possíveis e, ao focalizar algumas delas,não pretendo, é claro, depreciar outras ou questionar sua legitimidade.” 

    (A) desprezar – garantir.(B) valorizar – desvalorizar.(C) menosprezar – refutar.(D) marginalizar – negar.(E) desvalorizar – discutir.

    16) “Chegar a conhecer uma língua humana seria um feito intelectual extraordinário para uma criaturanão especificamente dotada para realizar esta tarefa.” O verbo destacado expressa no contexto

    a) um fato certo no futuro.b) um fato incerto no presente.c) uma possibilidade.d) uma verdade universal.e) um fato em curso real.

    Instrução: As questões de números 17 a 21 tomam por base o soneto Acrobata da dor , do poeta simbolistabrasileiro Cruz e Sousa (1861-1898)

    Acrobata da DorGargalha, ri, num riso de tormenta,como um palhaço, que desengonçado,

    nervoso, ri, num riso absurdo, infladode uma ironia e de uma dor violenta.Da gargalhada atroz, sanguinolenta,agita os guizos, e convulsionadoSalta, gavroche, salta clown, varadopelo estertor dessa agonia lenta...Pedem-te bis e um bis não se despreza!Vamos! retesa os músculos, retesa,nessas macabras piruetas d’aço... E embora caias sobre o chão, fremente,

    afogado em teu sangue estuoso e quente,ri! Coração, tristíssimo palhaço.

    (João da Cruz e Sousa. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Aguilar, 1961.)

    17- O soneto Acrobata da dor revela, entre outras, uma das características notáveis do estilo poético deCruz e Sousa, que é a grande presença de adjetivos, colocados antes ou após os substantivos a que sereferem. Observe estes cinco exemplos retirados do texto:

    I. Riso absurdo.II. Gargalhada atroz.

    III. Agonia lenta.IV. Macabras piruetas.V. Tristíssimo palhaço.

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    Aponte os dois exemplos em que o adjetivo precede o substantivo:

    (A) I e II.(B) II e III.

    (C) I e III.(D) II e IV.(E) IV e V

    18) No poema, os conceitos relacionados com a alegria e o riso, característicos da imagem dos palhaços,são aproximados de conceitos como dor, tristeza, agonia, sangue. Aponte a alternativa que melhor

     justifica essa aproximação de conceitos contraditórios:

    (A) As imagens de “palhaço” e “coração” apontam a um mesmo significado, o próprio homem,apresentado como um ser cuja imagem de alegria apenas disfarça tristezas, dores, sofrimentos.

    (B) O “palhaço” é comparado com o “acrobata” que caiu, donde a ocorrência de imagens relacionadascom sangue e dor.

    (C) O poema de Cruz e Sousa constitui uma alegoria da vida circense em todos os seus aspectos.(D) É tradicional na literatura explorar o tema do palhaço sob os vieses da superação e da frustração.(E) Os poetas simbolistas tinham uma tendência doentia a utilizar temas relacionados com dor, sangue e

    sofrimento.

    19) Como se verifica na leitura atenta do soneto, o eu-lírico dirige-se ao coração servindo-se dotratamento de segunda pessoa do singular (tu, te, ti, contigo). Se utilizasse o tratamento de segundapessoa do plural, o último terceto assumiria a seguinte forma:

    (A) E embora caiais sobre o chão, fremente, / afogado em vosso sangue estuoso e quente, / rides! coração,tristíssimo palhaço.

    (B) E embora caisteis sobre o chão, fremente, / afogado e vosso sangue estuoso e quente, / riais! coração,tristíssimo palhaço.

    (C) E embora caís sobre o chão, fremente, / afogado em vosso sangue estuoso e quente, / riais! coração,tristíssimo palhaço.

    (D) E embora caiais sobre o chão, fremente, / afogado em seu sangue estuoso e quente, / riai! coração,tristíssimo palhaço.

    (E) E embora caiais sobre o chão, fremente, / afogado em vosso sangue estuoso e quente, / ride! coração,tristíssimo palhaço

    20) “Gargalha, ri, num riso de tormenta,como um palhaço, que desengonçado,nervoso, ri, num riso absurdo, infladode uma ironia e de uma dor violenta.”

    Sobre a palavra destacada é correto afirmar que

    a) é um pronome relativo e retoma “tormenta” b) é uma conjunção e retoma “tormenta” 

    c) é um pronome relativo e retoma “gargalhada” d) é um pronome pessoal.e) é uma conjunção e tem valor semântico de “comparação” 

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    21) “Gargalha, ri, num riso de tormenta, como um palhaço, que desengonçado,nervoso, ri, num riso absurdo, infladode uma ironia e de uma dor violenta.”

    A palavra que melhor expressa o significado da palavra destacada é

    a) ironia.b) confusão.c) desleixo.d) incerteza.e) possibilidade.

    MÓDULO 3: Interpretação de texto, sinonímia, pronomes e verbos e norma culta.

    Texto para resolver as questões de 22 a 26.

    - Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma nosujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais sublimesvirtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo contato com outroshomens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tantocomo as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras maisenérgicas, não há espetáculo sem espectador. Um dia, estando a cuidar nestas coisas, considerei que,para o fim de alumiar um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada

    chegaria a valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se nãohaveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora dizer que foio da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina salvadora.

    (Machado de Assis, O segredo do bonzo)

    22) O verbo destacado (gostar) pode ser trocado, sem alterar o sentido do texto, por:

    a) apreciarb) ter gosto porc) experimentar

    d) refutare) detestar

    23) No texto, o pronome destacado as destacado refere-se a:

    a) a virtudeb) a virtude e o saberc) as duas existências paralelasd) espíritoe) ao leitor

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    24) “e esse dia posso agora...” O pronome destacado tem como referente: 

    a) ao dia em estava cuidando nestas coisas.b) ao dia em provou o fruto da laranjeira.

    c) ao dia em que estava apreciando um espetáculo.d) ao dia que virá após a leitura do texto.e) ao dia de hoje.

    25) “se ninguém os vir ...” Assinale a alternativa correta sobre a oração. 

    a) o verbo destacado é o vir e expressa uma certeza.b) o verbo destacado é o ver e expressa uma certeza.c) o verbo destacado é o ver e expressa um fato que pode acontecer após o momento da enunciação.d) o verbo destacado é o vir e expressa um fato que pode acontecer após o momento da enunciação.e) o verbo destacado é o ver e expressa um fato que vai acontecer após o momento da enunciação

    26) “Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário,”Se usarmos a 2ª pessoa do singular teremos

    a) Se puser as mais ...b) Se pôr as mais ...c) Se pores as mais ...d) Se puseres as mais ...e) Se pusermos as mais ...

    27) Assinale a alternativa que não contém marcas de língua oral coloquial.

    a) Se você me convidasse, eu ia à sua festa de casamento.b) Se eu ganhasse na loteria, eu tiraria o pé da lama.c) Paula é uma garota de ouro.d) O ouro foi cotado a cem reais o grama.e) Vem pra Caixa, você também.

    28) “Eu tinha pagado a conta de energia no sábado” O verbo destacado aceita também a forma irregulardo particípio “pago” na voz ativa. Esse verbo é denominado então 

    a) verbo irregular.b) verbo abundante.c) verbo defectivo.d) verbo anômalo.e) verbo impessoal.

    29) Assinale a alternativa que contraria a norma culta.

    a) Caro aluno, seja cidadão e jogue o seu lixo no lixo.

    b) Caro aluno, sê cidadão e joga o teu lixo no lixo.c) Caros alunos, sede cidadãos e jogai os vossos lixos no lixo.d) Caros alunos, sejam cidadãos e joguem os seus lixos no lixo.e) Caro aluno, sê cidadão e joga o seu lixo no lixo.

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    30) “O rapaz chegou ao aeroporto e o avião em que ele embarcaria já partira” De acordo com o contextoapresentado, o rapaz

    a) chegou atrasado ao aeroporto.

    b) chegou adiantado ao aeroporto.c) chegou no horário ao aeroporto.d) chegou muito adiantado ao aeroporto.e) não chegou ao aeroporto.

    MÓDULO 4: Interpretação de texto, elementos coesivos, análise sintática (sujeito)

    Texto para resolver as questões de 31 a 41.

    A MENTE É COMPORTAMENTO

    Ao contrário de algo imaterial ou de algum tipo de evento interno, os processos mentais seriam, para oBehaviorismo Radical, relações comportamentais

    Existem duas ideias comumente associadas ao Behaviorismo. A primeira delas é a de que o Behaviorismoseria uma psicologia da caixa-preta, de acordo com a qual não seria possível estudar o que ocorre nomundo mental, já que este mundo seria inacessível à Ciência empírica. A única alternativa que restaria,na tentativa de explicar 5 o comportamento, seria analisar as relações entre estímulos e respostas, estassim observáveis. Neste caso, o “Behaviorismo caixa-preta” consistiria numa Psicologia dualista eincompleta, pois assumiria que, além de existir um mundo mental inalcançável (daí o dualismo), estemundo não seria passível de tratamento científico e, portanto, a Psicologia deveria resignar-se ao estudo

    de estímulo-resposta (daí a incompletude). 10A segunda ideia usualmente agregada ao Behaviorismo é a de que este seria uma Psicologia sem mente;uma abordagem cujo propósito seria, de certo modo, justamente eliminar da Psicologia o seu próprioprefixo. Há aqui a tese do “Behaviorismo eliminativista”: a mente seria um engodo, uma anomalialinguística. O que de fato existe e que, por isso, é o que deve ser estudado na Psicologia são relaçõesestímulo-resposta.15 É importante notar que, aliada tanto ao Behaviorismo caixa-preta quanto ao Behaviorismoeliminativista, há a crítica da simplificação: qualquer que seja o seu posicionamento acerca da mente, oBehaviorismo peca por tentar reduzir a complexidade do comportamento humano a meras relaçõesestímulo-resposta.

    Ora, se não há mente ou se ela é algo inalcançável pela Ciência, e se estas são as 20 duas teses associadasao Behaviorismo, como, então, seria possível propor uma análise behaviorista da mente?Há, porém, uma terceira alternativa, e é sobre esta que discorreremos neste ensaio.O Behaviorismo Radical assume como uma de suas tarefas fundamentais o desenvolvimento de umaexplicação alternativa da vida mental. Ou seja, o 25Behaviorismo Radical não elimina os fenômenosclassificados como “mentais”, mas os analisa a partir da perspectiva comportamental. Em síntese, aanálise behaviorista radical pretende mostrar que a mente é comportamento. Essa tese nos coloca aprimeira questão: se a mente é comportamento, então o que seria comportamento?Em linhas gerais, o comportamento é definido, na perspectiva behaviorista radical, 30 como a relaçãoentre as ações do sujeito e o ambiente . Mas essa definição nos leva a mais perguntas. O que é ambiente?

    Ambiente é qualquer evento no universo capaz de afetar o sujeito. Essa afetação, por sua vez, consisteem modificar de alguma forma as suas ações.Algo como um choque, pode gerar resposta de retração da mão que acidentalmente tocou um fiodesencapado.

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    35 Afetar o sujeito significa modificar o seu comportamento de alguma forma. É importante ressaltar queo ambiente não é necessariamente o que circunda o sujeito, não é o que está fora de sua pele. O própriosujeito pode ser ambiente para suas ações. A existência de um dente inflamado pode aumentar aprobabilidade de que o sujeito vá ao dentista. Isto é, a dor de dente pode mudar o comportamento do

    sujeito 40e, por conta desse fato, também é, por definição, ambiente.A outra questão referente à definição de comportamento diz respeito à ação. O que é ação? A ação é oque o sujeito faz e “fazer” indica uma atividade que está sendo realizada num dado intervalo de tempo.Mas não é uma atividade qualquer. É a atividade do sujeito cuja principal característica é o agir sobre einteragir com o ambiente. A ação não é mero movimento. Aliás, pode implicar justamente o contrário.Numa situação em que duas crianças estão disputando para ver quem pisca primeiro, a ausência do piscar

     – ou seja, de movimento das pálpebras – também é ação.O que define a ação é a sua função e não a sua forma. E mais: a função só é encontrada quando se analisaa relação entre a ação do sujeito e o contexto em que 50ela ocorre. No exemplo da brincadeira, o contextoera constituído, em parte, pela regra do jogo: quem piscar primeiro, perde. A ação de não piscar dascrianças só faz sentido à luz dessa regra. Em outros termos, nós só entenderíamos o que as duas criançasestão fazendo – o que significa conhecer a função de suas ações – se soubéssemos a regra da brincadeiraque está controlando o comportamento de ambas naquele momento.55 Um ponto central da definição behaviorista radical do comportamento é que os dois eventos que ocompõem só são definíveis quando postos em relação. O ambiente é qualquer evento no universo quemodifica a ação, e as ações são atividades do sujeito definidas em função do contexto ambiental. É porisso que o comportamento é essencialmente um fenômeno relacional.60 Outro ponto importante da definição de comportamento está em seu caráter dinâmico. Ocomportamento é um processo contínuo, um fluxo de atividade que nunca cessa: o nosso comportamentosó cessará quando deixarmos de interagir com o mundo.Somente a morte é capaz de providenciar a ocorrência plena dessa condição. Sendo assim, o

    comportamento é definido pelo Behaviorismo Radical como o processo contínuo de relação entre oambiente e as ações do sujeito.É imprescindível ressaltar que essa definição de comportamento em nada equivale à simplificaçãopejorativa do fenômeno a uma mera relação estímulo-resposta sobre a qual falamos no início desteensaio. As relações comportamentais não se reduzem necessariamente a unidades estímulo-respostacujas características seriam ditadas pelas propriedades físicas dos eventos e não pelas relações funcionaisentre eles.

    ZILIO, Carlos. A mente é comportamento. Filosofia. Ano VI, ed. 63, set. 2012. p. 47-49. (Adaptado)

    31) [...] o “Behaviorismo caixa-preta” consistiria numa Psicologia dualista e incompleta, pois assumiria

    que, além de existir um mundo mental inalcançável (daí  o dualismo), este mundo não seria passível detratamento científico e, portanto, a Psicologia deveria resignar-se ao estudo de estímulo-resposta (daí  aincompletude). (linhas 5-9)No trecho acima, a palavra em destaque, que aparece duas vezes no interior de parênteses, cumpre afunção de estabelecer relação

    A) de proximidade entre dois argumentos.B) de temporalidade entre segmentos do texto.C) entre um termo e sua explicação.D) entre um termo e sua objeção.

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    32) Ora, se não há mente ou se ela é algo inalcançável pela Ciência, e se estas são as duas teses associadasao behaviorismo, como, então, seria possível propor uma análise behaviorista da mente? (linhas 19-21)O enunciado acima explicita a existência de uma

    A) dificuldade.

    B) incompatibilidade.C) indecisão.D) descrédito.

    33) [...] o Behaviorismo Radical não elimina nem condena ao ostracismo científico os fenômenosclassificados como “mentais”, mas os analisa a partir da perspectiva comportamental. (linhas 24-26)No trecho acima, o termo em destaque estabelece, com a ideia anterior, relação de

    A) explicação.B) correlação.C) oposição.D) descrição.

    34) [...] se a mente é comportamento, então o que seria comportamento? (linhas 27-28) O que éambiente? (linha 31)No texto, as perguntas acima cumprem a função de

    A) introduzir uma opinião a respeito do tópico (assunto) que já vinha sendo tratado.B) introduzir um novo tópico (assunto) a ser tratado no texto.C) retomar, para concluir, o tema central do texto.D) retomar, para problematizar, o tema central do texto.

    35) [...] o comportamento é definido, na perspectiva behaviorista radical, como a relação entre as açõesdo sujeito e o ambiente. (linhas 29-30)Ambiente é qualquer evento no universo capaz de afetar o sujeito. Essa afetação, por sua vez, consisteem modificar de alguma forma as suas ações. (linhas 31-32)A ação é o que o sujeito faz e “fazer” indica uma atividade que está sendo realizada num dado intervalode tempo. (linhas 42-43)

    No texto de Zilio, que visa à divulgação científica, os trechos acima cumprem a função de

    A) apresentar a definição de conceitos teóricos imprescindíveis para a compreensão do que vem a ser oBehaviorismo Radical.B) descrever conceitos teóricos fundamentais do Behaviorismo Radical.C) apresentar a posição do autor acerca dos conceitos importantes do Behaviorismo Radical.D) apresentar a definição de elementos que estruturam as ações humanas, tema central do Behaviorismo

    Radical.

    36) A ação não é mero movimento. Aliás, pode implicar justamente o contrário.Numa situação em que duas crianças estão disputando para ver quem pisca primeiro, a ausência do piscar

     – ou seja, de movimento das pálpebras – também é ação. (linhas 44-47)

    O termo em destaque pode estabelecer diferentes relações entre enunciados, a depender do contextoem que é empregado.No trecho acima, para manter as mesmas relações entre os enunciados “A ação não é mero movimento”e “pode indicar justamente o contrário”, o termo “Aliás” pode ser substituído por:

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    A) Além disso.B) De outro modo.C) No entanto.D) Ou melhor.

    37) Com base no texto, uma paráfrase possível para o enunciado “O que define a ação é a  sua função enão a sua forma” (linha 48) é: 

    A) O que define a ação não é o modo como ela é realizada, mas se o sujeito se movimenta em relação aoambiente.

    B) O que define a ação não é se ela é realizada adequadamente, mas se ela afeta positivamente algumobjeto.

    C) O que define a ação não é se ela afeta o ambiente, mas o modo como ela é realizada.D) O que define a ação não é o movimento, mas se a atividade do sujeito interage com o ambiente.

    38) No texto, o enunciado “o comportamento é essencialmente um fenômeno relacional” (linhas 58-59)sintetiza a seguinte ideia:

    A) Ação e ambiente só são definíveis quando postos em relação.B) A definição de comportamento depende da teoria behaviorista assumida.C) O comportamento se organiza em função das possibilidades do ambiente.D) A essência do sujeito é um fenômeno que se define pelo seu comportamento.

    39) Com base na leitura do texto, a posição do autor em relação tanto ao “Behaviorismo  caixa-preta”quanto ao “Behaviorismo eliminativista” é a de que 

    A) ambos deveriam deixar de existir.B) ambos trazem algumas contribuições.C) ambos são reducionistas.D) ambos têm aceitação no meio científico.

    40) “Existem duas ideias comumente associadas ao Behaviorismo” O sujeito do verbo existir é 

    a) simples e tem como núcleo “ideias” b) simples e tem como núcleo “Behaviorismo” 

    c) inexistente.d) indeterminado.e) composto e tem como núcleos “ideias” e “Behaviorismo” 

    41) Se trocarmos o verbo existir pelo haver

    a) a forma verbal continuaria no plural, concordando com “ideias” b) a forma verbal ficaria no singular, concordando com “Behaviorismo” c) a forma verbal ficaria no singular, pois é impessoal.d) a forma verbal ficaria no singular, concordando com “Behaviorismo” ou no plural, concordando com

    “ideias” 

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    MODULO 5: Interpretação de texto, sinonímia, análise sintática (transitividade dos verbos, pronome-objeto, aposto, vocativo e termos associados ao nome)

    Texto para resolver as questões de 42 a 47.

    Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos

    A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumentoda silhueta dos jovens. ”Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito“, observa VivianEllinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro.Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar poucoleite e comer menos frutas e feijão.Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marcada nova geração: a preguiça. ”Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavamnenhum esporte“, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional dasvoluntárias.Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. ”Enão é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor“, acred ita Claudia Cozer, endocrinologista daAssociação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos osestudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice

     já são parte da rotina deles. ”Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete“, exemplificaClaudia.

    DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

    42) Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as

    informações apresentadas no texto indicam que

    a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituemfatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.

    b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo dealimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes.

    c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescentetem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico.

    d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições dealimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes.

    43) “a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade  no aumento da silhueta dos jovens”Substituindo o termo destacado por um pronome teremos

    a) têm-o b) têm-lo c) têm-lhe d) tê-loe) têm-no

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    44) “A oferta de produtos industrializados....” O termo destacado é, sintaticamente 

    a) adjunto adnominalb) adjunto adverbial

    c) complemento nominald) apostoe) vocativo

    45) “observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia(SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas...” O termo destacado e o verbo são, sintaticamente 

    a) adjunto adnominal / verbo transitivo diretob) adjunto adverbial / verbo intransitivoc) complemento nominal / verbo de ligaçãod) aposto / verbo transitivo diretoe) vocativo / verbo intransitivo

    46) “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete“, A palavra destacada é sinônima de

    a) pressão normalb) pressão baixac) pressão altad) alta taxa de açúcare) baixa taxa de açúcar

    47) “Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula,...” O termodestacado é, sintaticamente

    a) adjunto adnominalb) adjunto adverbialc) complemento nominald) apostoe) vocativo

    48)

    Considere o que se afirma sobre o papel da linguagem verbal e não verbal na organização da história.

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    I. O desenho é autossuficiente. Mesmo sem os diálogos, entende-se que um homem foi punido por terchamado o outro de gordo.

    II. As falas das personagens são autossuficientes. Mesmo sem os desenhos, entende-se que um homemfoi punido por acusar o outro de medroso.

    III. O desenho e as falas são interdependentes. É pela fala do segundo quadrinho que se entende que ohomem foi punido principalmente por chamar o outro de "gordão".

    Está(ão) correta(s)

    a) apenas I.b) apenas II.c) apenas III.d) apenas I e II.e) apenas I e III.

    49) Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre uso de termos estrangeiros no Brasil] para quepalavras como "shopping center", "delivery" e "drive-through" sejam proibidas em nomes deestabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área delivre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão deextrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:

    ......- Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços públicos do território nacional;- Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como"Me vê um chopps e dois pastel";

    ......- Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra "borraxaria" e nenhum dono debanca de jornal anunciará "Vende-se cigarros";

    ......- Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como "casar-me-ei" ou"ver-se-ão".

    (PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 8/04/2001.)

    No texto acima, o autor

    a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegidacontra deturpações de uso.

    b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais dalíngua.

    c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falantebrasileiro.

    d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas que oscontrolem.

    e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente ospronomes.

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    50)

    De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmarque a postura de Hagar

    a) valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desseuniverso.

    b) desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicaçãopara esse universo.

    c) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.d) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes.e) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.

    51) A garotinha ficava debaixo da árvore O termo destacado é, sintaticamente

    a) adjunto adnominalb) adjunto adverbialc) complemento verbald) apostoe) complemento nominal

    52) A garotinha ficava debaixo da árvore. O verbo destacado é

    a) de ligação

    b) intransitivoc) transitivo diretod) transitivo indiretoe) transitivo direto e indireto

    MÓDULO 6: Interpretação de texto e análise sintática (transitividade dos verbos e termos associados aonome)

    Texto para resolver as questões de 53 a 60.

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    Os poemasOs poemas são pássaros que chegamnão se sabe de onde e pousamno livro que lês.

    Quando fechas o livro, eles alçam voocomo de um alçapão.Eles não têm pousonem portoalimentam-se um instante em cada par de mãose partem.E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberesque o alimento deles já estava em ti...

    MÁRIO QUINTANAPoesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.

    53) Eles não têm pouso nem porto (v. 6-7)Os versos acima podem ser lidos como uma pressuposição do autor sobre o texto literário.Essa pressuposição está ligada ao fato de que a obra literária, como texto público, apresenta o seguintetraço:

    a) é aberta a várias leiturasb) provoca desejo de transformaçãoc) integra experiências de contestaçãod) expressa sentimentos contraditórios

    e) é proibitiva

    54) E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberesque o alimento deles já estava em ti... (v. 10-12)

    De acordo com esses versos, um dos efeitos da compreensão da leitura é :

    a) alimentar o leitor com novas perspectivas e opçõesb) revelar ao leitor suas próprias sensações e pensamentos

    c) transformar o leitor em uma pessoa melhor e mais consciented) deixar o leitor maravilhado com a beleza e o encantamento do poemae) proporcionar esporte e lazer.

    55) “E olhas, então, essas tuas mãos vazias,...” O verbo da oração é 

    a) intransitivob) de ligaçãoc) transitivo indiretod) transitivo direto

    e) transitivo direto e indireto

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    56) Os pronomes “tuas” e “essas” são sintaticamente 

    a) adjuntos adverbiaisb) complementos nominais

    c) núcleos do objetod) vocativose) adjuntos adnominais

    57) o adjetivo “vazias” sintaticamente funciona como 

    a) sujeitob) adjunto adnominalc) adjunto adverbiald) complemento nominale) objeto direto

    58) “Os poemas são pássaros que chegam” (verso1) Sobre o período é errado afirmar que

    a) O verbo “chegam” é intransitivo b) o sujeito de “são” é simples (os pássaros) c) o sujeito de “chegam” é o que (os pássaros)d) o que não tem referentee) o verbo “são” é de ligação

    59) “que o alimento deles  já estava em ti...” O termo destacado é, sintaticamente

    a) adjunto adnominalb) adjunto adverbialc) complemento verbald) apostoe) complemento nominal

    60) “que o alimento deles já estava em ti...” O verbo da oração é 

    a) intransitivo

    b) de ligaçãoc) transitivo indiretod) transitivo diretoe) transitivo direto e indireto

    MÓDULO 7: Questões discursivas

    61) Caro aluno , recicle o seu lixo. Passe a oração para a:

    a) 2ª pessoa do singular.

    b) 2ª pessoa do plural.

    62) “As pessoas hoje estão cada vez mais individualistas” o verbo “estar” é regular ou irregular? Justifiquesua resposta.

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    63) Explique o uso do presente do indicativo nas orações abaixo:

    a) Amanhã eu lhe pago o aluguel.b) Em 2002, o Brasil ganha seu quinto título mundial.

    c) Toda semana, eu leciono em Uberaba.d) O lixo residencial é diferente do lixo hospitalar.

    64) Complete com a forma verbal correta.

    a) Se você ............ meu irmão, entregue-lhe o livro. (ver/vir)b) Se você ............. ao colégio, ............... - me o livro. (vir/vier) / (traze/traga)c) Se você .............. o dinheiro no Banco do Brasil, ............. - o na poupança.( pôr/ puser) / (põe/ponha)

    65) Substitua os objetos destacados pelos pronomes correspondentes.

    a) a garota disse ao rapaz grandes verdades.b) a garota disse ao rapaz grandes verdadesc) disseram ao rapaz grandes verdadesd) a garota fez as tarefas

    66) Uma Reforma Dramática 

    Nem eu, nem tu, nem qualquer outra pessoa desta história poderia responder mais, tão certo éque o destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu

    tempo, até que o pano cai, apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há porventuraalguma coisa que reformar, e eu proporia, como ensaio, que as peças começassem pelo fim.

    (Machado de Assis, "Dom Casmurro" / excerto)

    Este é o segundo período do capítulo LXXII: "Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai, apagam-se asluzes, e os espectadores vão dormir. "

    a) O pronome pessoal do caso reto da terceira pessoa do plural que inicia a frase retoma que termos dafrase anterior?

    b) Explique por que esse pronome está no masculino plural.

    67) “Nesse gênero há porventura alguma coisa” Classifique o sujeito da oração e justifique sua resposta. 

    68) “Nesse gênero há porventura alguma coisa” Se trocássemos “alguma coisa” por “algumas coisas”mudaria a concordância do verbo haver ? Justifique sua resposta.

    69) A garotinha ficava sempre debaixo da frondosa árvore. Dê a função sintática do termo destacado e justifique sua resposta.

    70) “A matança de marginais amedrontou a população(Diário do Barão: Barão Geraldo / Campinas)

    a) Explique a ambiguidade presente na frase acima.b) Desfaça essa ambiguidade.

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    GABARITO DAS QUESTÕES FECHADAS:

    1. D2. B

    3. A4. A5. D6. A7. B8. C9. D10. E11. B12.D13. A14. C15. E16. C17. E18. A19. E20. E 

    21. B22. C

    23. C24. A25. C26. D27. D28. B29. E30. A31. C32. B33. C34. B35. A36. B37. D38. A39. C40. A 

    41. C42. A

    43. E44. C45. D46. C47. A48. C49. B50. B51. C52. B53. A54. A55. D56. E57. B58. D59. A60. A 

    GABARITO DAS QUESTÕES DISCURSIVAS: 

    61) a) Caro aluno, recicla o teu lixo.b) Caros alunos, reciclai o vosso lixo.

    62) Irregular, pois, apesar de seu radical não sealterar, a desinência da 1ª pessoa do singulardo presente do indicativo (ou) é diferente dapadrão (o).

    63) a) usou-se o presente do indicativo paraexpressar um fato futuro

    b) usou-se o presente do indicativo paraexpressar um fato passado (presentehistórico)

    c) usou-se o presente do indicativo paraexpressar um fato habitual / rotineiro.

    d) usou-se o presente do indicativo paraexpressar uma verdade universal

    64) a) vir b) vier / traga c) puser / ponha

    65) a) disse-lheb) disse-asc) disseram-nasd) fê-las 

    66) a) o destino como os dramaturgosb) o autor quis se referir aos dois em uma

    comparação do destino com osdramaturgos.

    67) o sujeito é inexistente, pois o verbo haver ésinônimo de existir, portanto, é impessoal.

    68) Não, pois o verbo haver é impessoal e,portanto, por convenção, fica sempre na 3ª

    pessoa do singular.

    69) complemento nominal, pois é um termopreposicionado (da frondosa árvore) ligado aum advérbio (debaixo).

    70) a) os marginais matam / os marginais sãomortos.

    b) a matança aos marginais / a matança demarginais / a matança pelos marginais.

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    INTERPRETAÇÃO DE TEXTO  –  MARCELO

    TEXTO: 1 - Comuns às questões: 1, 2, 3, 4

    Fotojornalismo 

    1 Vem perto o dia em que soará para os escritores a hora do irreparável desastre e da derradeira 2 desgraça. Nós, os rabiscadores de artigos e notícias, já sentimos que nos falta o solo debaixo 3 dospés… Um exército rival vem solapando os alicerces em que até agora assentava a nossa 4 supremacia:é o exército dos desenhistas, dos caricaturistas e dos ilustradores. O lápis destronará 5 a pena: cecituera cela1.

    6 O público tem pressa. A vida de hoje, vertiginosa e febril, não admite leituras demoradas, nem 7 reflexões profundas. A onda humana galopa, numa espumarada bravia, sem descanso. Quem 8 não

    se apressar com ela será arrebatado, esmagado, exterminado. O século não tem tempo a9

     perder. Aeletricidade já suprimiu as distâncias: daqui a pouco, quando um europeu espirrar, 10  ouviráincontinenti2 o “Deus te ajude” de um americano. E ainda a ciência humana há de achar o 11 meio desimplificar e apressar a vida por forma tal que os homens já nascerão com dezoito anos, 12 aptos earmados para todas as batalhas da existência.

    13 Já ninguém mais lê artigos. Todos os jornais abrem espaço às ilustrações copiosas, que entram 14 pelos olhos da gente com uma insistência assombrosa. As legendas são curtas e incisivas: toda 15 aexplicação vem da gravura, que conta conflitos e mortes, casos alegres e casos tristes.

    16

     É provável que o jornal-modelo do século 20 seja um imenso animatógrafo3, por cuja tela vasta17

     passem reproduzidos, instantaneamente, todos os incidentes da vida cotidiana. Direis que as 18 ilustrações, sem palavras que as expliquem, não poderão doutrinar as massas nem fazer uma 19 propaganda eficaz desta ou daquela ideia política. Puro engano. Haverá ilustradores para a sátira, 20 ilustradores para a piedade.

    21 (...) Demais, nada impede que seja anexado ao animatógrafo um gramofone de voz tonitruosa4, 22 encarregado de berrar ao céu e à terra o comentário, grave ou picante, das fotografias.

    23 E convenhamos que, no dia em que nós, cronistas e noticiaristas, houvermos desaparecido da 24 cena – nem por isso se subverterá a ordem social. As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel. 25 Apena nem sempre é ajudada pela inteligência; ao passo que a máquina fotográfica funciona 26 sempresob a égide5 da soberana Verdade, a coberto das inumeráveis ciladas da Mentira, do 27 Equívoco eda Miopia intelectual. Vereis que não hão de ser tão frequentes as controvérsias… (...)

    28  Não insistamos sobre os benefícios da grande revolução que a fotogravura vem fazer no 29  jornalismo. Frisemos apenas este ponto: o jornal-animatógrafo terá a utilidade de evitar que 30 nossasopiniões fiquem, como atualmente ficam, fixadas e conservadas eternamente, para 31 gáudio6 dosinimigos… Qual de vós, irmãos, não escreve todos os dias quatro ou cinco tolices 32 que desejariamver apagadas ou extintas? Mas, ai! de todos nós! Não há morte para as nossas 33  tolices! Nasbibliotecas e nos escritórios dos jornais, elas ficam (...) catalogadas.(...)

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    34 No jornalismo do Rio de Janeiro, já se iniciou a revolução, que vai ser a nossa morte e a 35 opulência7dos que sabem desenhar. Preparemo-nos para morrer, irmãos, sem lamentações 36  ridículas,aceitando resignadamente a fatalidade das coisas, e consolando-nos uns aos outros 37 com a cortesiade que, ao menos, não mais seremos obrigados a escrever barbaridades… 

    38 Saudemos a nova era da imprensa! A revolução tira-nos o pão da boca, mas deixa-nos aliviada 39 aconsciência.

    Olavo Bilac - Gazeta de Notícias , 3/0 / 90 .

    1 ceci tuera cela − isto vai matar aquilo2 incontinenti − sem demora 3 animatógrafo − aparelho que passa imagens sequenciais 4 tonitruosa − com o volume alto 5 égide − proteção 6 gáudio − alegria extremada 7 opulência − riqueza, grandeza 

    Questão 01 - (UERJ) Já em 1901, o escritor Olavo Bilac temia que a imagem substituísse a escrita. Noentanto, ele reconhecia aspectos positivos dessa possível substituição.Um desses aspectos é observado no seguinte trecho:

    a) O século não tem tempo a perder. (Refs. 8-9)b) Já ninguém mais lê artigos. (Ref. 13)c) aceitando resignadamente a fatalidade das coisas, (Ref. 36)d) não mais seremos obrigados a escrever barbaridades... (Ref.. 37)

    Questão 02 - (UERJ) O texto, apesar de escrito no início do século XX, demonstra surpreendenteatualidade, conferida sobretudo por uma semelhança entre a vida moderna da época e a experiênciacontemporânea.Essa semelhança está exemplificada na passagem apresentada em:

    a) O público tem pressa. (Ref. 6)b) As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel. (Ref. 24)c) Não há morte para as nossas tolices! (Refs. 32-33)d) Nas bibliotecas e nos escritórios dos jornais, elas ficam (...) catalogadas. (Ref. 33)

    Questão 03 - (UERJ) O cinema se popularizou no Brasil depois de esta crônica ter sido escrita. Nela, porém,o autor já antecipa o advento do novo meio de comunicação.Um trecho que comprova tal afirmativa é:

    a) E ainda a ciência humana há de achar o meio de simplificar e apressar a vida (Refs. 10-11)b) toda a explicação vem da gravura, que conta conflitos e mortes, (Refs. 14-15)c) nada impede que seja anexado ao animatógrafo um gramofone de voz tonitruosa, (Ref. 21)d) a máquina fotográfica funciona sempre sob a égide da soberana Verdade, (Refs. 25-26)

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    Questão 04 - (UERJ)Vereis que não hão de ser tão frequentes as controvérsias… (Ref. 27)A previsão de Bilac sobre a diminuição das controvérsias ou polêmicas, por causa da vitória da imagemsobre a palavra, baseia-se em uma pressuposição acerca da maneira de representar a realidade.

    Essa pressuposição está enunciada em:a) o desenho critica o real e as palavras expressam consciênciab) a fotografia reproduz o real e as palavras provocam distorçõesc) a imagem interpreta o real e as palavras precisam de inteligênciad) a fotogravura subverte o real e as palavras tendem ao conservadorismo

    TEXTO: 2 - Comum à questão: 5Porque a realidade é inverossímil 

    1  Escusando-me1 por repetir truísmo2 tão martelado, mas movido pelo conhecimento de que os 2 truísmos são parte inseparável da boa retórica narrativa, até porque a maior parte das pessoas 3 não sabeler e é no fundo muito ignorante, rol no qual incluo arbitrariamente você, repito o que 4 tantos já dizeme vivem repetindo, como quem usa chupetas: a realidade é, sim, muitíssimo 5 mais inacreditável do quequalquer ficção, pois esta requer uma certa arrumação falaciosa3, a 6  que a maioria dá o nome deverossimilhança. Mas ocorre precisamente o oposto. Lê-se ficção 7 para fortalecer a noção estúpida deque há sentido, lógica, causa e efeito lineares e outros 8 adereços que integrariam a vida. Lê-se ficção, oumesmo livros de historiadores ou jornalistas, 9 por insegurança, porque o absurdo da vida é insuportávelpara a vastidão dos desvalidos que 10 povoa a Terra.

    João Ubaldo Ribeiro - Diário do Farol. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

    1 escusando-me − desculpando-me

    2 truísmo − verdade trivial, lugar comum 3 falaciosa − enganosa, ilusória 

    Questão 05 - (UERJ) O título do texto soa contraditório, se a verossimilhança for tomada como umasemelhança com o mundo real, com aquilo que se conhece e se compreende.Essa contradição se desfaz porque, na interpretação do autor, a ficção organiza elementos da vida,enquanto a realidade é considerada como:

    a) linear b) absurda c) estúpida d) falaciosa

    TEXTO: 3 - Comum à questão: 6O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certosagrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe, entreo círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição. Aindistinção fundamental entre as duas formas é prejuízo romântico que teve os seus adeptos maisentusiastas durante o século XIX. De acordo com esses doutrinadores, o Estado e as suas instituiçõesdescenderiam em linha reta, e por simples evolução, da família. A verdade, bem outra, é que pertencem aordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce o Estadoe que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante asleis da Cidade. Há nesse fato um triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material do

    abstrato sobre o corpóreo e não uma depuração sucessiva, uma espiritualização de formas mais naturaise rudimentares. A ordem familiar, em sua forma pura, é abolida por uma transcendência.

    (Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil , 2010. Adaptado.)

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    Questão 06 - (Fac. Santa Marcelina SP) No que diz respeito à comparação entre família e Estado, o textoapresenta

    a) a caracterização do Estado como geral, intelectual e abstrato, e da família como particular, material

    e corpórea.b) a explicação do princípio segundo o qual a família fornece as leis que governam o Estado.c) a tese de que existe uma hierarquia entre Estado, Cidade e Família, com o Estado no topo e a Família

    na base.d) a possibilidade de, se for para o bem da família, os cidadãos transgredirem as leis do Estado.e) a defesa de que o Estado é uma versão ampliada e refinada das estruturas e das relações familiares.

    TEXTO: 4 - Comum à questão: 7Considere o trecho do conto A causa secreta, de Machado de Assis.

    Garcia lembrou-se que na véspera ouvira ao Fortunato queixar-se de um rato, que lhe levara um papelimportante; mas estava longe de esperar o que viu. Viu Fortunato sentado à mesa, que havia no centrodo gabinete, e sobre a qual pusera um prato com espírito de vinho. O líquido flamejava. Entre o

     polegar e o índice da mão esquerda segurava um barbante, de cuja ponta pendia o rato atado pelacauda. Na direita tinha uma tesoura. No momento em que o Garcia entrou, Fortunato cortava ao ratouma das patas; em seguida desceu o infeliz até a chama, rápido, para não matá-lo, e dispôs-se a fazero mesmo à terceira, pois já lhe havia cortado a primeira. Garcia estacou horrorizado.

    –  Mate-o logo! disse-lhe.–  Já vai.

    E com um sorriso único, reflexo de alma satisfeita, alguma coisa que traduzia a delícia íntima dassensações supremas, Fortunato cortou a terceira pata ao rato, e fez pela terceira vez o mesmomovimento até a chama. O miserável estorcia-se, guinchando, ensanguentado, chamuscado, e nãoacabava de morrer. Garcia desviou os olhos, depois os voltou novamente, e estendeu a mão paraimpedir que o suplício continuasse, mas não chegou a fazê-lo, porque o diabo do homem impunhamedo, com toda aquela serenidade radiosa da fisionomia. Faltava cortar a última pata; Fortunatocortou-a muito devagar, acompanhando a tesoura com os olhos; a pata caiu, e ele ficou olhando parao rato meio cadáver. Ao descê-lo pela quarta vez, até a chama, deu ainda mais rapidez ao gesto, parasalvar, se pudesse, alguns farrapos de vida.

    Garcia, defronte, conseguia dominar a repugnância do espetáculo para fixar a cara do homem. Nemraiva, nem ódio; tão-somente um vasto prazer, quieto e profundo, como daria a outro a audição deuma bela sonata ou a vista de uma estátua divina, alguma coisa parecida com a pura sensaçãoestética. 

    (Machado de Assis. Obra completa, 1994.)

    Questão 07 - (Fac. Santa Marcelina SP) O narrador descreve assim o estado de espírito de Fortunato:sorriso único, reflexo de alma satisfeita, alguma coisa que traduzia a delícia íntima das sensaçõessupremas. Segundo o texto, tal estado era comparável ao prazer que se sente

    a) durante a embriaguez.

    b) na fruição artística.c) após uma descoberta científica.d) no êxtase religioso.e) em uma prática sadomasoquista.

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    TEXTO: 5 - Comuns às questões: 8, 9, 10

    Crianças brincando

    Uma psicóloga da PM-SP defende que crianças de oito anos podem

    manusear armas de fogo, “desde que acompanhadas pelos pais”. Énormal, diz ela, que o filho de um policial tenha curiosidade sobre oinstrumento de trabalho de seu pai, “assim como o filho do médicotem sobre o estetoscópio”. A  recente tragédia em São Paulo,envolvendo o menino Marcelo Pesseghini, 13, suspeito de matar seus pais (ambos, policiais militares),a avó e a tia-avó, e que se matou em seguida, tudo a tiros, não abalou sua convicção.

    Vejamos. É normal que o filho de oito anos de um piloto de aviação tenha curiosidade sobre oinstrumento de trabalho do pai - o avião. Isso autoriza o piloto a pôr o filho na cadeira do copiloto e“acompanhá-lo” enquanto ele pousa o aparelho levando 300 passageiros? O filho de um madeireiro,

    apenas por ser quem é, estará autorizado a brincar com uma motosserra? E o filho de um proctologista estará apto a manipular o instrumento de trabalho de seu pai? (...) 

     A professora Maria de Lourdes Trassi, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, rebate o argumento da psicóloga da PM, di zendo: “O cirurgião pode até dar o estetoscópio ou a luva [para o filho brincar].Mas não vai lhe apresentar o bisturi”. 

    Também acho. E há muitas coisas com que o filho de um PM pode brincar - gás de mostarda, bombasde gás lacrimogêneo, balas de borracha -, sem ter de apelar para armas de fogo.

    (Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 19.08.2013)

    Questão 08 - (ESPM SP) Segundo o texto, o autor:

    a) aceita o fato de uma criança ter curiosidade sobre o instrumento de trabalho do pai, inclusive se forarma de fogo.

    b) sugere que o filho de um PM pode brincar com instrumentos de trabalho perigosos, exceto comarmas de fogo.

    c) acha normal o filho de um PM ter interesse sobre o instrumento de trabalho do pai, sobretudoquando se trata de arma de fogo.

    d) sustenta a ideia de que um menor de idade pode usar armas de fogo, desde que sob a supervisão dospais.

    e) concorda com o fato de uma criança ser atraída pelo instrumento de trabalho do pai, mas ponderasobre os limites que ele, pai, deva estabelecer.

    Questão 09 - (ESPM SP) No 2º parágrafo, as perguntas feitas pelo autor são:

    a) declarativas, que comparam a periculosidade das mais variadas atividades profissionais.b) retóricas, que contradizem a declaração da professora da PUC.c) retóricas, que questionam o posicionamento da psicóloga da PM.d) ideológicas, que polemizam a postura tanto da psicóloga quanto da professora.e) exclamativas, que expressam os sentimentos de ironia sobre o tema em questão.

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    Questão 10 - (ESPM SP) Dos objetos citados no texto, assinale aquele que possui grau diferente deimportância se comparado aos demais:

    a) armas de fogo

    b) estetoscópioc) motosserrad) bisturie) instrumento do proctologista

    TEXTO: 6 - Comum à questão: 11

    Texto I

    Barreira da língua

    Cenário: um posto de saúde no interior do Maranhão.–  Buenos dias, señor, o que siente? –  pergunta o médico.–  Tô com dor no bucho, comi uma tapioca reimosa, me deu um empachamento danado. Minha cabeça

     ficou pinicando, deu até um farnizim no juízo.–  Butcho? Tapiôka? Empatchamiento? Pinicón? Far new zeen???O trecho acima é de uma piada que circula no Hospital das Clínicas de São Paulo sobre as dificuldadesde comunicação que os médicos estrangeiros deverão enfrentar nos rincões do Brasil. (...)  

    (Claúdia Colucci, Folha de S. Paulo, 03/07/2013.)

    Texto II

    No texto "Barreira da língua" , a jornalista Cláudia Collucci reproduz uma piada ouvida no Hospital dasClínicas, em São Paulo, para criticar a iniciativa do governo de abrir a possibilidade de que médicosestrangeiros venham a trabalhar no Brasil. Faltou dizer duas obviedades ululantes para qualquerbrasileiro:1) A maioria dos ilustres médicos que trabalham no Hospital das Clínicas teria tantas dificuldades

    quanto um estrangeiro para entender uma frase recheada de regionalismos completamentedesconhecidos nas rodas das classes média e alta por onde circulam;

    2) A quase totalidade deles não tem o menor interesse em mudar para uma comunidade carente,seja no interior do Maranhão, seja num vilarejo amazônico, e lá exercer sua profissão. (...)  

    (José Cláuver de Aguiar Júnior, “Painel do leitor”, Folha de S. Paulo, 04/07/2013)

    Questão 11 - (IBMEC SP) A frase inicial da piada apresentada no Texto I, atribuída a um fictício médicoestrangeiro que teria vindo trabalhar no Brasil, permite inferir que esse profissional

    a) só pode ter vindo ou de Cuba ou de outro país da América Latina.b) é falante nativo da língua portuguesa, embora não brasileiro.c) certamente é brasileiro, mas formou-se fora do Brasil.d) só pode ter vindo de um país de origem germânica.e) é falante ou tem conhecimentos da língua espanhola.

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    Questão 12 - (IBMEC SP)

    (Folha de S. Paulo, 28/06/2013)O último quadrinho permite pressupor que

    a) Garfield não gosta de nenhuma verdura que Jon lhe oferece.b) Liz não é uma companhia agradável para Garfield.c) todo animal de estimação gosta da companhia do dono.

    d) a companhia de Jon é tão desagradável quanto brócolis.e) Garfield não entende os motivos que uniram Jon e Liz.

    Questão 13 - (IBMEC SP) Observe a charge a seguir.

    (Folha de S. Paulo, 05/07/2013)

    Assinale a alternativa que contenha um fragmento poético que apresente o mesmo tipo de preocupaçãodo cartunista.

    a) Goza, goza da flor da mocidade,Que o tempo trota a toda ligeirezaE imprime em toda flor sua pisada.

    Oh, não aguardes que a madura idadeTe converta essa flor, essa belezaEm terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. 

    (Gregório de Matos)

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    b) Gastei uma hora pensando num versoque a pena não quer escrever.No entanto ele está cá dentro

    inquieto, vivo.Ele está cá dentroe não quer sair.Mas a poesia deste momentoinunda minha vida inteira. 

    (Carlos Drummond de Andrade)

    c) Oh, eu quero viver, beber perfumes,Na flor silvestre que embalsama os ares,Ver minha alma adejar pelo infinitoQual branca vela na amplidão dos mares. 

    (Castro Alves)

    d) Entre estas Índias de LesteE as Índias ocidentaisMeu Deus que distância enormeQuantos Oceanos PacíficosQuantos bancos de coraisQuantas frias latitudes!Ilhas que a tormenta arrasaQue os terremotos subvertem

    Desoladas MarambaiasSirtes sereias MedeiasPúbis a não poder mais

     Altos como a estrela d’alva Longínquos como Oceanias 

    (Manuel Bandeira)

    e) Maior amor nem mais estranho existeQue o meu, que não sossega a coisa amadaE quando a sente alegre, fica triste

    E se a vê descontente, dá risada. (Vinicius de Moraes)

    TEXTO: 7 - Comuns às questões: 14, 15

    Texto 01

    SALGADO, S. Retrato de menina sem-terra à margem darodovia estadual PR-158, que liga Laranjeiras do Sul a

    Chopinzinho, no Paraná. Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p.99. 

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    Texto 02

    Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinhamcaminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como

    haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horasque procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos peladosda caatinga rala.

    Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baúde folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presaao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iamatrás.

    Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,sentou-se no chão.− Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.

    Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneouacuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas eesperou que ele se levantasse. Como isso não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado,praguejando baixo.

    A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas.O vôo negro dos urubus fazia círculos em redor dos bichos moribundos.

    − Anda, excomungado.O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo.Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém por sua desgraça. A seca aparecia-lhe como

    um fato necessário – e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não eraculpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.

    RAMOS, G. Vidas secas. São Paulo: Record, 1997, p. 9.

    Questão 14 - (IFGO) Sobre os textos 01 e 02, analise os enunciados a seguir:

    I. A foto Retrato de menina sem-terra e o romance Vidas secas estabelecem um diálogo temático.II. O fotógrafo interpreta o mundo e o recorta com seu olhar. O narrador procede de forma semelhante

    ao recriar o real.III. A ênfase da 2ª fase do Modernismo desloca-se para a linguagem, que deve ser seca, econômica,

    concisa, como em G. Ramos.IV. As crianças “sem nome” do livro Vidas secas e Retrato de menina sem-terra, podem representar

    milhares de crianças sem posses.V. Não podemos associar os textos, pois a fotografia refere-se a coisas do mundo real e a literatura, a

    fatos que existem exclusivamente no texto.

    Pode-se afirmar que:

    a) Apenas as afirmações III e IV estão corretas.b) Apenas as afirmações III, IV e V estão corretas.c) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas.d) Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas.

    e) Apenas as afirmações III e V estão corretas.

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    Questão 15 - (IFGO) Observe o trecho: 

    Fabiano sombrio, cambaio , o aió a tiracolo, a cuia  pendurada numa correia presa ao cinturão, aespingarda de pederneira no ombro.

    Quanto às escolhas linguísticas, percebe-se que Graciliano Ramos utiliza-se de palavras ligadas ao sertãonordestino. Tais escolhas, no trecho, têm como propósito principal:

    a) revelar a riqueza da linguagem advinda do sertão pelos vocábulos utilizados.b) contrapor a língua padrão, de maior prestígio social, com outras variedades linguísticas.c) privilegiar a norma popular da língua portuguesa.d) mostrar a incapacidade de Fabiano de se comunicar de forma inteligível.e) conferir verossimilhança ao texto, em consonância com a caracterização da personagem e do

    ambiente em que vive.

    Questão 16 - (IFGO) Em uma carta à irmã, Marília Ramos, cujo desejo era também ser escritora, GracilianoRamos diz:

    “Só conseguimos deitar no papel os nossos sentimentos, a nossa vida. Arte é sangue, é carne. Além dissonão há nada. As nossas personagens são pedaços de nós mesmos, só podemos expor o que somos”. 

    Disponível em: Acesso em: 25 out. 2013.

    Uma marca na obra Vidas secas é o discurso indireto livre. Tendo em vista o trecho em destaque, o usodesse discurso seria um recurso estilístico utilizado pelo autor para:

    a) aproximar-se da personagem, confundindo-se com ela no momento da narração.b) enganar propositalmente o leitor, exigindo dele postura mais ativa no ato da leitura.c) emprestar espontaneidade à narrativa, reproduzindo estados de espírito da personagem, pelo

    emprego de sinais gráficos.d) dar à fala da personagem um tom mais informativo, intelectivo.e) distanciar-se da personagem, demarcando muito bem a fala desta e do narrador.

    Questão 17 - (IFGO) Infere-se do trecho da carta de Graciliano Ramos à sua irmã uma visão de arte cujafunção seria:

    a) purificar o sujeito, já que o leitor alivia suas tensões e angústias por meio da arte.b) desvincular arte e vida, pois uma obra artística existe em si, por si e para si.c) refletir sobre a experiência que a realidade traz ao sujeito, já que arte e vida se aproximam.d) fugir da realidade, uma vez que a arte é sempre produto da imaginação.e) adquirir cultura, porque a arte literária permite ao homem o conhecimento de outras realidades.

    Questão 18 - (IFGO) Observe o trecho: 

    Em que estariam pensando?, zumbiu sinhá Vitória.

    Fabiano estranhou a pergunta e rosnou uma objeção. Com relação às escolhas lexicais, pode-se dizer queo  uso dos verbos “zumbir” e “rosnar”, tiveram determinado   propósito. Nessa passagem, tais verbosserviram para demonstrar:

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    a) a pobreza de vocabulário das personagens.b) a animalização das personagens.c) a ignorância das personagens.d) a comunicação fluente das personagens.

    e) a subjetividade da linguagem das personagens.

    TEXTO: 8 - Comuns às questões: 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25

    TEXTO 1

    Escher, o gênio da arte matemática

    Com a ajuda da geometria, nada é o que aparenta ser no trabalho surpreendente do artista holandês.

    1 Você já deve ter visto pelo menos uma das gravuras do artista gráfico holandês M. C. 2 Escher.

    Elas já foram reproduzidas não só em dezenas de livros de arte, mas também na 3 forma de pôsteres,postais, jogos, CD-ROMs, camisetas e até gravatas. Caso não se 4  lembre, então você não viunenhuma. Olhar para as intrigantes imagens criadas por 5 Escher é uma experiência inesquecível.Tudo o que nelas está representado nunca é 6  exatamente o que parece ser. Há, em todas elas,sempre uma surpresa visual espera 7 do espectador. Isso porque, para ele, o desenho era pura ilusão.A realidade pouco 8 interessava. Antes, preferia o contrário: criar mundos impossíveis que apenasparecessem 9 reais. Eis porque acabou se tornando uma espécie de mágico das artes gráficas.

    10 Seus desenhos, porém, não nasciam de passes de mágica, nem somente de sua 11  apuradatécnica de gravador. Sua obra está apoiada em conceitos matemáticos, extraídos 12 especialmente do

    campo da geometria. Essa era a fonte de seus efeitos surpreendentes.13

      Foi com base nessesprincípios que Escher subverteu a noção da perspectiva clássica 14 para obter suas figuras impossíveisde existir no espaço "real". Aliás, desde o começo, 15 fascinou-o essa condição essencial do desenho,que é a representação tridimensional dos 16  objetos na inevitável bidimensionalidade do papel.Brincou com isso o mais que pôde. 17 Também ___ matemática na divisão regular da superfície usadapor Escher para criar, de 18 maneira perfeita, suas famosas séries de metamorfoses, onde formasgeométricas 19 abstratas ganham vida e vão, aos poucos, se transformando em aves, peixes, répteise até 20 seres humanos.

    21 Foi essa proximidade com a ciência que deixou os críticos de arte da época de cabelo 22 em pé.

    Afinal, como classificar o trabalho de Escher? Era "artístico" o que ele fazia ou23

      puramente"racional"? Na dúvida, preferiram silenciar sobre sua obra durante vários anos 24 Enquanto isso, oartista foi ganhando a admiração de matemáticos, físicos, cristalógrafos e 25 eruditos em geral. Masessa é outra faceta surpreendente de Escher 

    26 Embora seus trabalhos tivessem forte conteúdo matemático, ele era leigo no assunto. 27 ____bem da verdade, Escher sequer foi um bom aluno. Ele mesmo admitiu mais tarde 28  que jamaisganhou, ao menos, um "regular" em matemática. Conta-se até que H.M.S. 29 Coxeter, um dos papasda geometria moderna, entusiasmado com os desenhos do 30 artista, convidou-o a participar de umade suas aulas. Vexame total. Para decepção do 31 catedrático, Escher não sabia do que ele estavafalando, mesmo quando discorria 32  sobre teorias que o artista aplicava intuitivamente em suasgravuras.

    GALILEU. Escher, o gênio da matemática. Disponível em: Acesso em 05/05/2013.

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    Xilogravura: 'Céu e Água I', de 1938. Foto: The M.C. Escher Company B.V. Baarn,The Netherlands.

    VEJASP. Xilogravura ‘Céu e Água’. Disponível em: http://vejasp.abril.com.br/atracao/maurits-cornelis-escher. Acesso em 09/05/2013.

    TEXTO 2

    Arte estimula o aprendizado de matemática

    1 Resolver operações matemáticas foi difícil para muitos dos gênios da ciência, e 2 continua poucoatraente para muitos alunos em salas de aula. Muita gente pensa em 3 vincular matemática com aarte para tornar o aprendizado mais estimulante.

    4 O professor Luiz Barco, da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São 5 Paulo (USP)é um deles. "Há mais matemática nos livros de Machado de Assis, nos 6 poemas de Cecília Meireles eFernando Pessoa do que na maioria dos livros didáticos de 7  matemática". Para ele, a matemáticacaptura __ lógica do raciocínio, assim como 8  acontece com o imaginário na literatura, com aharmonia na música, na escultura, na 9 pintura, nas artes em geral.

    10 Para o pesquisador Antônio Conde, do Instituto de Matemática e Computação da 11 USP/SãoCarlos, a convivência entre arte e matemática aumentaria a capacidade de 12  absorção dosestudantes. "O lado estético da matemática é muito forte, a 13 demonstração de um teorema é umaobra de arte", conclui.

    14 O holandês Maurits Cornelis Escher é, provavelmente, um dos maiores 15 representantes dessaligação, produzindo obras de arte geometricamente 16 estruturadas. Ele provou, na prática, que épossível olhar __ formas espaciais do 17 ponto de vista matemático, ou sob o seu aspecto estético,utilizando-as para se 18 expressar plasticamente.

    19 "Olhando os enigmas que nos rodeiam e ponderando e analisando as minhas 20 observações,entro em contato com o mundo da matemática", dizia Escher, que 21 morreu em 1972.

    CIÊNCIA E CULTURA. Arte estimula o aprendizado de matemática. Disponível em:. Acesso em 05/05/2013.

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    TEXTO 3

    Poesia MatemáticaMillôr Fernandes

    1 Às folhas tantas2 do livro matemático3 um Quociente apaixonou-se4 um dia5 doidamente6 por uma Incógnita.7 Olhou-a com seu olhar inumerável8 e viu-a do ápice __ base9 uma figura ímpar;10 olhos romboides, boca trapezoide,

    11 corpo retangular, seios esferoides.12 Fez de sua uma vida13 paralela à dela14 até que se encontraram15 no infinito.16 "Quem és tu?", indagou ele17 em ânsia radical.18 "Sou a soma do quadrado dos catetos.19 Mas pode me chamar de Hipotenusa."20 E de falarem descobriram que eram

    21 (o que em aritmética corresponde22 a almas irmãs)23 primos entre si.24 E assim se amaram25 ao quadrado da velocidade da luz26 numa sexta potenciação27 traçando28 ao sabor do momento29 e da paixão30 retas, curvas, círculos e linhas senoidais

    31 nos jardins da quarta dimensão.32 Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana33 e os exegetas do Universo Finito.34 Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.35 E enfim resolveram se casar36 constituir um lar,37 mais que um lar,38 um perpendicular.39 Convidaram para padrinhos40 o Poliedro e a Bissetriz.41 E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro42 sonhando com uma felicidade43 integral e diferencial.44 E se casaram e tiveram uma secante e três cones

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    45 muito engraçadinhos.46 E foram felizes47 até aquele dia48 em que tudo vira afinal

    49 monotonia.50 Foi então que surgiu51 O Máximo Divisor Comum52 frequentador de círculos concêntricos,53 viciosos.54 Ofereceu-lhe, a ela,55 uma grandeza absoluta56 e reduziu-a a um denominador comum.57 Ele, Quociente, percebeu58 que com ela não formava mais um todo,59 uma unidade.60 Era o triângulo,61 tanto chamado amoroso.62 Desse problema ela era uma fração,63 a mais ordinária.64 Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade65 e tudo que era espúrio passou a ser66 moralidade67 como aliás em qualquer68 sociedade

    RELEITURAS. Poesia matemática. Disponível em: <

    http://www.releituras.com/millor_poesia.asp>. Acesso em 09/05/2013.

    Questão 19 - (IME RJ) Assinale a alternativa que traz uma síntese das ideias apresentadas nos textos 1 e 2.

    a) A expressão da matemática está restrita à maneira tradicional de se apresentar essa disciplina nasescolas.

    b) Os livros didáticos de matemática não ajudam a construir conhecimento matemático.c) Os artistas dificilmente são capazes de entender e de desenvolver uma equação, embora possam

    expressar raciocínios de ordem lógica.d) Todas as escolas deveriam aliar o prazer concedido pelas artes ao ensino de matemática.

    e) A escola que desvincula as artes da matemática nega aos alunos uma excelente ferramenta para aconstrução de conceitos lógicos.

    Questão 20 - (IME RJ) Assinale a alternativa cuja afirmação é incoerente quanto às mensagens dos textose da xilogravura apresentados.

    a) A xilogravura “Céu e Água” ilustra muito do que está dito no texto 1. b) A xilogravura “Céu e Água” e a Poesia Matemática fazem abstrações relacionadas à geometria.c) O fato de M. C. Escher e Millôr Fernandes produzirem arte relacionada a conceitos matemáticos

    permite inferências como as dos professores Luiz Barco e Antônio Conde apresentadas no texto 2

    d) A Poesia Matemática de Millôr Fernandes revela sua habilidade para operar números e símbolosmatemáticos usados na demonstração de um teorema, por exemplo.

    e) O raciocínio lógico pode ser revelado tanto na capacidade de fazer inferências harmoniosas nas artesem geral quanto na habilidade demonstrada na abstração do cálculo.

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    Questão 21 - (IME RJ) Leia atentamente as assertivas a seguir, todas relacionadas aos textos 1,2 e 3.

    I. O fato de Escher não ter sido um bom aluno mostra que ele não tinha aptidão para desenvolverraciocínios abstratos.

    II. A ligação entre os conceitos matemáticos desenvolvidos na obra de M. C. Escher é de ordempuramente do acaso, haja vista sua comprovada dificuldade para entender a matemática ensinadana escola.

    III. A habilidade de calcular usando números e símbolos expressa uma das maneiras de demonstrar aaquisição de conceitos matemáticos, mas não a única maneira.

    IV. A obra de Escher surpreende inclusive os mais renomados catedráticos da matemática por suainovadora maneira de transformar em arte abstrações matemáticas pensadas habitualmente apenasnos tradicionais ambientes de ensino.

    Dentre as afirmativas acima, quais estão corretas?

    a) As afirmativas II, III e IV.b) As afirmativas III e IV somente.c) As afirmativas I, II e III.d) A afirmativa III somente.e) A afirmativa IV somente.

    Questão 22 - (IME RJ) Quanto ao texto 1, é possível afirmar que

    a) busca desvincular a obra de M. C. Escher da matemática, pois esclarece a ignorância do artista quandoera aluno em escolas tradicionais.

    b) possui um movimento argumentativo que vai de encontro ao desejo de quem pretende valorizar amatemática.

    c) coloca em evidência a ligação entre a matemática e a obra de M. C. Escher.d) subordina a experiência sublime da arte àquela vivenciada pelo aluno que é competente na

    matemática, tal como é vivenciada nas escolas, em geral.e) desvincula a matemática do fazer artístico por serem campos distintos do conhecimento.

    Questão 23 - (IME RJ) Assinale a alternativa que contém uma inferência alheia ao movimentoargumentativo do texto 2.

    a) A dificuldade que alguns gênios da ciência apresentam para resolver operações matemáticas podeser um sinal de que o ensino de matemática deveria ser feito também mostrando a lógica em outrasáreas do saber.

    b) Em geral, o ensino de matemática nas escolas costuma ser pouco atraente.c) As formas espaciais podem ser consideradas uma expressão plástica da matemática que, desse modo,

    deixaria de ser percebida como uma linguagem somente traduzível em números.d) A literatura, a música e as artes plásticas não abdicam da lógica como comumente se acredita.e) Se não fosse possível perceber a matemática que atravessa o trabalho de M. C. Escher, todo o valor

    de sua obra se perderia.

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    Questão 26 - (PUC GO) A coesão textual é um mecanismo linguístico utilizado para criar umencadeamento semântico capaz de garantir ao texto o sentido e a precisão. Por meio da coe- são, épossível recuperar, numa sentença B, um termo presente numa sentença A. Na estrofe recitada por JoãoGrilo, a alternativa que indica corretamente o referente de mãe da justiça, a misericórdia, ela, -la é:

    a) Nossa Senhorab) Vaca mansac) Escalerd) Mulher

    TEXTO: 10 - Comuns às questões: 27, 28

    — Não, realmente não. A personalidade, no meu conceito, compara-se ao jequitibá que acolhe, deigual modo, a brisa e o vendaval, o sol e a chuva: conformista é o caniço, dobrando-se ao temporal etodo colunar quando há canícula... Minha comédia no bar me adestrou para enfrentar, semassombros, uma situação em que calhe o poeta ou um pobre reacionário... A um primo qualquer, emquem reconhecemos personalidade, cabe, perfeitamente, exprobar o erro, ou o que julga errado,sem  –  eis o “quid” de importância – externar rancor, nem se escandalizar. A sua atitude exteriorharmonizando-se com o meio é melhor, porém. Qualquer situação topa intimamente incólume,dentro de sua concepção de vida, o homem de personalidade. E o único caminho de aquisição destaé a experiência, a santa experiência. Tomaz Becket, por exemplo, foi um homem admirável. Depersonalidade vária. Unus et multiplex, como o Estado...Quando chanceler de Henrique II, um dos melhores Plantageneta, era o braço direito do soberano.Mais guerreiro do que padre, muito mais realista do que católico. Depois, eis a reviravolta que ascircunstâncias lhe impuseram: feito Arcebispo de Canterbury, pelo próprio Rei, nosso homem trocou

    a fanfarronice pela santidade e a igreja da Inglaterra começou a invectivar os desmandos reais.Coitado, bajuladores repelentes o mataram. Que tal?—  Tenho água pelas barbas... afinal, ressalta de suas bonitas explicações, a identidade entre o

     jequitibá e o caniço.Hermano olhou-me surpreso, quando terminei a frase. E começou assoviar, emudecendo a questão.Percebi que não voltaria mais ao assunto. E que o assovio era uma loa de protesto pela minhaobtusidade.Hermano, orgulhoso por índole e porque pode, não conseguindo a compreensão aspirada, toma habi-tualmente essa atitude sonora de desprezo.O orgulho é uma das melhores virtudes de Hermano. Vem de sua auto-suficiência. Talvez orgulho seja

    mesmo o pseudônimo de auto-suficiência, reconhecida e supervalorizada.Ele me disse, certa vez, que “eliminaram de sua vida as preocupações de ordem financeira”. Inteligente, simpático, e com rara capacidade de agradar, não lhe escasseiam os amigos, nem as ad-miradoras. Sabe sempre o que quer e o melhor meio de abocanhá-lo. Elaborou um código moral paraseu uso, fazendo-se, nesse sentido, o legislador de si mesmo. Relega, portanto, as normas estranhase não difunde as suas.Dotado assim, o nosso Hermano é naturalmente orgulhoso.

    (LEÃO, Ursulino. Maya. 2. ed. Goiânia: Oriente, 1975. p. 40-42.)

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    Questão 27 - (PUC GO) Nas primeiras linhas do texto, comparou-se a personalidade a um jequitibá e oconformismo a um caniço. Assinale a alternativa que mostra corretamente a base conceitual quepossibilitou essa comparação:

    a) a possibilidade de produção de sombra do jequitibá e a limitada opacidade do caniço.b) a variedade de usos da madeira do jequitibá e a restri