Apostila Açúcar

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COOPCANA -COOPERATIVA AGRCOLA REGIONAL DE PRODUTORES DE CANA LTDA.

PRODUO

DE

ACAR

SO CARLOS DO IVA OUTUBRO -2005

SUMRIO

1 - INTRODUO................................................................................................................2 2 - PRODUO DE SEMENTE..........................................................................................3 2.1 - Procedimento.............................................................................................................3 2.2 - Procedimento em caso de erros.................................................................................4 2.3 - Dosagem aproximada de semente.............................................................................5 2.4 - Receita da semente especfica...................................................................................5 2.5 - Procedimento.............................................................................................................6 3 - FORMAO DAS MASSAS A e B...............................................................................6 3.1 - Procedimento para massa B......................................................................................6 3.2 - Procedimento para massa A......................................................................................8 4 - SECADOR......................................................................................................................10 5 - CENTRIFUGAS.............................................................................................................11 5.1 - Centrifuga Kont.......................................................................................................11 5.2 - Centrifuga AP..........................................................................................................13 5.3 - Funcionamento........................................................................................................13 5.4 - Exemplificao Painel de Controle Desligado.......................................................14 5.5 - Exemplificao Painel de Controle Ligado............................................................14 5.6 - Ajuste do Tempo de Processo.................................................................................15 5.7 - Tpicos de Observao...........................................................................................15 6 - GOMA............................................................................................................................17 7 - P OU CRISTAIS FALSOS.........................................................................................17 8 - MANUTENO E LIMPEZA DO VCUO CONTNUO E BATELADO...............18 8.1 - Procedimento de limpeza........................................................................................19 9 - ORIENTAES PARA TRABALHAR COM OS VCUOS.....................................20 10 - DICAS DE OPERAO.............................................................................................22 11 - PLANTA DE EQUIPAMENTOS DA FBRICA DE ACAR..............................27 12 - TRATAMENTO DE CALDO.....................................................................................28 12.1 - Sulfitao, decantao e Evaporao....................................................................29 12.2 - Processo de Evaporao nas Caixas......................................................................30 12.3 - Dicas de Operao.................................................................................................30

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1 - INTRODUO

A produo de acar realizada atravs do xarope de canade-acar, que quando cozido e adicionado uma semente especfica, que a base para formao do acar, forma pequenos cristais, que aos poucos so aumentados com o acmulo de sacarose sobre eles.

2 - PRODUO DE SEMENTE

O procedimento para formao da semente no complicado, porm muito cauteloso. Para a produo de uma boa semente necessrio que se siga passos fundamentais para sua formao. Alguns aspectos tero que serem observados, como a temperatura do xarope ou mel rico A para a adio da semente, a quantidade de semente que deve ser semeada (dependendo da pureza da cana a quantidade pode ser reduzida ou aumentada), a concentrao que deve estar o xarope ou mel rico A entre outros. Lembrando-se que em caso de continuidade do processo, a semente deve ser produzida com mel rico A.

2.1 - PROCEDIMENTO

Alimenta-se o vcuo de p, com xarope ou mel rico A, at aproximadamente 50 cm acima da calandra, se for um pouco mais no tem problema, aquea com vapor e regule o vcuo at que a temperatura do xarope ou mel rico atinja a temperatura que oscile entre 63C a 65C no mximo. Quando o xarope ou mel rico A atingir o ponto de que se possa pegar com o polegar e o dedo indicador formando uma liga que corresponde a 2 cm de comprimento, neste momento adiciona-se a semente e deixa-se cozinhar. importante ressaltar que a baixa concentrao ou a elevaoCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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de temperatura pode derreter a semente. E tambm a concentrao elevada pode ocasionar um endurecimento instantneo da semente, embranquecendo completamente como acar. Aos poucos verifique a formao da semente que deve ter o formato de pequenos cristais vistos a olhos nus com o auxlio de uma lamina de vidro. Estes cristais aparecero cerca de 15 a 20 minutos aps a semear. Quando for possvel a observao os cristais na lamina de vidro comece a alimentar com xarope ou mel rico A at que o vcuo de p atinja uma altura de enchimento desejvel. Aps o termino do enchimento (que deve corresponder um nvel de aproximadamente 1,30 1,50 m, acima da calandra), fecha-se alimentao. Retire o vcuo, sempre fechando a vlvula de gua do vcuo antes de fechar o vapor, e em seguida retire o vapor e abra o quebra vcuo, quando o vcuo chegar a aproximadamente -10 abra a vlvula e arrie a carga para a sementeira. Aps lave o vcuo de p com gua quente ou condensado e vapor, desprezando para o tanque da destilaria.

2.2 - PROCEDIMENTO EM CASO DE ERROS

Podem ocorrer falhas no processo de formao da semente. Se por acaso a semente no se formar por algum motivo, seja pela baixa concentrao do mel ou xarope, seja pela elevao de temperatura, pode-se desfazer o processo adicionando-se gua e desprezando esse mel para destilaria, ou ento colocar gua e vapor elevando a temperatura atCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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derreter os cristais que por ventura se formaram. Aps os cristais serem derretidos concentre o mel ou xarope novamente e repita o processo.

2.3 - DOSAGEM APROXIMADA DE SEMENTE

Pureza do Xarope 85 83 80 78 76

Semente em ml 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000

OBS: A concentrao para injeo de semente deve ser sempre observada manualmente. A freqncia do aparelho automtico medidor de concentrao deve ser calibrada no valor desejado. E o ponto para alimentao da semente deve ser de 10 a 15 pontos acima do ponto de injeo.

2.4 - RECEITA DA SEMENTE ESPECFICA

4 Kg de acar 8 Litros de lcool

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2.5 - PROCEDIMENTO

Bata os ingredientes por 24 horas e deixe descansar por vinte dias.

3 - FORMAO DAS MASSAS A E B

As principais massas formadas na produo do acar so as massas, B, A e o Magma. A massa B formada no vcuo contnuo e a massa A formada no vcuo batelado, j o Magma o resultado da massa B processada, que passar a alimentar o vcuo batelado.

3.1 - PROCEDIMENTO PARA MASSA B

A formao da massa B realizada no vcuo contnuo.

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(vcuo contnuo)

Para a formao da massa B necessrio que se retire a semente da sementeira 01 e coloque no vcuo contnuo, juntamente com um pouco de alimentao (em incio de processo, aps a semente dosada no VC por uma bomba), de modo que cubra sua calandra, no caso de incio de processo, aps adiciona-se vapor, regula-se o vcuo cerca de -22" -23.5" e comece a alimentao (no caso de inicio da produo alimenta-se com xarope, caso contrario alimenta-se com mel A, que possua brix em torno de 78, pol de aproximadamente 61 e pureza de 70 - 77), respeitando a concentrao e uma temperatura que oscile entre 68 72, dependo do tamanho do cristal desejado. Quando atingido o nvel de sada do vcuo contnuo, a massa transbordar pela sada at o cristalizador. No cristalizador a massa B batida e desce para a turbina Kont 14 na qual retirado o mel B, que desprezado para destilaria. A massa que separada na Kont 14 a massa B que cair numa rosca sem fim, na qual alimentada com xarope, devidamente regulada para no concentrar muito eCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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nem desconcentrar demais a massa, sempre respeitando um brix de aproximadamente 91 e uma pureza que oscile entre 92 e 93. Aps esta mistura na rosca, essa massa muda de nome, e passa a ser chamada magma, que bombeada para o magmeiro.

3.2 - PROCEDIMENTO PARA MASSA A

Para a formao da massa A utilizado o vcuo batelado, este vcuo vai processar o magma at o crescimento ideal do cristal.

(vcuo batelado)

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O incio de um vcuo se da pelo enchimento com magma at um nvel de aproximadamente 30 cm acima da calandra, este magma vir do magmeiro, neste momento abra um pouco a alimentao e coloque cerca de 5 cm de xarope acima do magma (para no correr o risco de concentrar muito a massa), coloca-se vapor de 0,100 g/cm3 (no inicio cerca de 20% de abertura de vlvula) e vcuo cerca de -23.5" a -24.5" at que se obtenha uma temperatura que oscile entre 68 a 72, inicie a alimentao com xarope, de preferncia, superior a 65 de brix e uma pureza mdia de 80 85, de modo que a concentrao no baixe de 75 a 80 inicialmente. Aps o enchimento do vcuo (que deve respeitar uma altura de aproximadamente 1,30 m a 1,50 m acima da calandra), fecha-se a alimentao e comea o processo de concentrao. A concentrao ideal para finalizao no vcuo em torno de 91 de brix final, ou seja: em torno de 15 pontos acima do brix de alimentao inicial. Aps a massa alcanar esta concentrao fecha-se a vlvula de gua do vcuo, retire o vapor e abra o quebra - vcuo, quando o vcuo chegar a aproximadamente -10 abra a vlvula e arrie a massa para o cristalizador, neste momento j coloque vapor de limpeza no corpo do vcuo deixando os resduos do vcuo descer para o cristalizador. Aps este ciclo feche o vapor de limpeza, fecha a vlvula de descarga para o cristalizador e comece a abrir a vlvula de gua para formao de vcuo, assim que o vcuo comear a se formar abra a vlvula do magmeiro para puxar o magma novamente at cobrir a calandra e o processo se repetir novamente. Do cristalizador a massa A desce para as centrifugas AP 1250 que iro centrifugar a massa separando o acar do mel A, o acar cair na esteira que o levar at o secador e o mel A ser depositado no tanque de mel A.9

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OBS: Quando abastecer o vcuo batelado com magma, coloque um pouco de alimentao inicial, cerca de 4 a 6 cm acima do nvel de magma. Espere ferver um pouco e depois siga alimentando de acordo com a concentrao. Este procedimento ajuda a diminuir o risco de endurecimento da massa inicial. Se a massa desconcentrar espere a concentrao ideal para alimentar. Se a massa concentrar muito pode-se socorrer com alimentao mais gua quente ( mais eficaz).

4 - SECADOR

importante levar em considerao o brix da massa A que deve ser em torno de 92.5 a 93 de brix.Copyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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5 - CENTRIFUGAS

No processo de produo de acar utilizamos dois tipos de centrifugas, respectivamente Kont e AP.

5.1 - CENTRIFUGA KONT

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A centrifuga Kont responsvel pela centrifugao da massa B. Esta centrifuga recebe a massa que vem do cristalizador do vcuo contnuo, responsabilizando-se pela centrifugao contnua dessa massa.Copyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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Seu sistema de funcionamento no de muita complexidade. Sua alimentao introduzida na parte inferior iniciando assim o processo de centrifugao, que compreende em separar a massa B do mel B. Neste processo de centrifugao a massa entra continuamente e centrifugada de baixo para cima, at sair pela borda superior de seu cesto. Esta massa que sai da Kont a massa B que cai na rosca sem fim e desconcentrada com xarope e depositada no magmeiro.

5.2 - CENTRIFUGA AP

A centrifuga AP responsvel pela centrifugao da massa A. Esta centrifuga recebe a massa que vem do cristalizador do vcuo batelado, responsabilizando-se pela centrifugao, atravs de ciclos, dessa massa. O processo de centrifugao dessa centrifuga um pouco mais complicado que o da Kont, pois nesta o processo no contnuo, sendo assim seu funcionamento realizado atravs de ciclos de carga e descarga. Seu controle automtico similar a um controlador CD, no qual pode-se alterar set points de tempo de carga, lavagem, aplicao de vapor e centrifugao.

5.3 - FUNCIONAMENTO

No perodo de carga a centrifuga baixa a rotao, e a comportaCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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de carga aberta, fazendo com que a massa caia no espalhador, carregando-a at sua carga chegar ao apalpador de controle de carga. Aps esse perodo sua rotao aumentada e comea o processo de centrifugao. Aps a rotao chegar a 600 RPM injetado gua para lavagem, os bicos de gua so abertos e o acar jateado para sua clarificao. Aps a lavagem a rotao comea a diminuir e injetado vapor a 800 RPM e depois a 600 RPM para que o acar no empedre. Neste momento sua rotao diminui e inicia-se o processo de descarga, no qual aberta, a comporta de descarga e acionada uma raspa que responsvel pela raspagem do acar de seu cesto at a raspa chegar a uma distncia de aproximadamente 4 mm da tela do cesto.

5.4 - EXEMPLIFICAO PAINEL DE CONTROLE DESLIGADO

5.5 - EXEMPLIFICAO PAINEL DE CONTROLE LIGADO

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5.6 - AJUSTE DO TEMPO DE PROCESSO

5.7 - TPICOS DE OBSERVAO

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A qualidade do acar depende da massa a ser centrifugada, assim como o tempo de lavagem; A polarizao do acar VHP deve permanecer em torno de 98.9 a 99.2, sendo a mesma controlada pelo tempo de lavagem do acar;

Quando o pisto da bandeja abrir, pode bloquear a gua para lavagem;

Quando a fbrica estiver parada, e for comear a centrifugar importante fazer um ciclo sem carga, aquecendo as centrifugas e testando todo o equipamento e observando seu funcionamento;

A centrifuga trabalha com limite de tempo de carga superior e inferior. Sua carga deve ser completada entre o limite inferior e superior, caso ocorra de a centrifuga chegar no limite superior de carga e no completar a carga, a mesma fechar a bandeja de gotejamento, bloqueando a carga. Por isso torna-se importante programao do tempo limite inferior e superior, e no somente um tempo de carga, para no correr o risco de haver uma super carga na centrifuga.

Sempre que uma centrifuga estourar o tempo limite de carga, ela vai entrar em modo de operao descontnuo. Para uma boa centrifugao, o brix da massa deve permanecer a cerca de 90 91.

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6 - GOMA

No processo de produo de acar pode ocorrer a formao de goma. O surgimento da goma pode estar relacionado com o tipo da cana, sendo que cada variedade pode ocorrer maior ou menor aparecimento. Este goma como um xarope ou mel pobre que ao ser cozido j no mais absorvido pelos cristais, formando com isso uma espcie de caramelo, que fcil de ser identificado pela sua aparncia e textura. como se fosse um puxa-puxa, que quando sentido nos dedos parece uma cola pegajosa. O procedimento para a eliminao da goma feito com a diminuio da alimentao, a utilizao de um produto chamado lubrificante de massa, com o auxlio de gua quente e tambm com o aumento de temperatura, que agir diretamente na massa que esta sendo cozida.

7 - P OU CRISTAIS FALSOS

A formao do p ou cristais falsos se da, na maioria das vezes, pelo tipo de semente que est sendo inicializada. Se a semente utilizada j est em um tamanho razovel, o surgimento do p e quase que inevitvel. Isto se da pelo fato de o cristal que esta sendo cozido noCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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conseguir absorver mais o xarope ou mel. Sendo assim a massa fica cozinhando e sendo alimentada, com isso cristalizando pequenos cristais que mais parece serem esponjosos e fceis de se perceber. Com o auxlio de uma lamina de vidro podemos observar sua formao, baste retirar uma amostra da massa na lamina de vidro espalhando-a uniformemente e passando o polegar de baixo para cima, se restarem na lamina cristais pequeninos com o aspecto bem inferior aos padres, este o p. Esta observao deve ser feita contra a luz. A maioria das ocorrncias de p esta relacionada com o tamanho da semente. Neste caso o que vai diminuir o p a dosagem da semente e elevao de temperatura e o auxlio de jatos dgua. No caso de aparecer muito p, necessrio que se interrompa a alimentao, concentre a massa e arrie a carga para o cristalizador, ou ento se no for em exagero eleva-se temperatura para 73. A elevao de temperatura no vai eliminar completamente o p, mas diminuir consideravelmente seu efeito sobre a massa.

OBS: Se o p no foi todo corrigido no vcuo batelado pode-se adicionar gua quente diretamente no cristalizador de massa (A).

8 - MANUTENO E LIMPEZA DO VCUO CONTNUO E BATELADO

Quando parar a produo da fbrica, ou ento quando o vcuo contnuo no esta com bom rendimento torna-se necessria limpeza dosCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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vcuos. Esta limpeza deve ser conduzida de modo que se retire todo o excesso, ou os resduos resistentes ao processo de produo do acar.

8.1 - PROCEDIMENTO DE LIMPEZA

Coloca-se gua no vcuo de modo que seja suficiente para sua limpeza, dependendo do tamanho do vcuo pode ser bastante ou pouca, insira vapor, quando a gua levantar fervura puxe bem o vcuo para essa gua alcanar at o teto do vcuo. Deixe fervendo por cerca de 20 a 30 minutos. Aps esse perodo despreze esta gua para destilaria e se persistir resduos repita o processo novamente. Aproximadamente duas vezes por semana duas lavagens em seqncia devem ser feitas, pois a primeira gua retira o excesso de massa e a segunda limpa os tubos que possam estar entupidos. A temperatura da gua de limpeza deve ser de

aproximadamente 85 C.

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9 - ORIENTAES PARA TRABALHAR COM OS VCUOS

Quando ocorrer uma parada emergencial, torna-se necessrio parar a alimentao dos vcuos, fechando todas as vlvulas de alimentao, tanto as manuais quanto as automticas, para que com esse procedimento no ocorra perda de vcuo, pois se o vcuo estiver equilibrado como se o processo sofresse uma paralisia, mantendo a massa na mesma temperatura e concentrao, at que se possa reiniciar o processe. Com esse procedimento consegue-se manter a massa paralisada por cerca de 20 a 30 minutos, ou at mais tempo. Quando iniciar o vcuo contnuo deve-se colocar vapor e vcuo. Quando colocar o vapor o vcuo vai aumentar por causa da presso que esta na calandra, mas isso normal. Um fator deve ser lembrado e respeitado: o vapor fora positiva e o vcuo fora negativa, portanto se o vcuo for aumentado ser retirada caloria e com isso a temperatura diminuir. Se for desejado aumentar a temperatura, aumente o vapor e diminua o vcuo. Os vcuos devem ser alimentados em um nvel que corresponda entre 1,30 m a 1,50 m acima de sua calandra. Se esse nvel for muito ultrapassado ocasionar em um mau cozimento da massa tornando-a heterognea, ocasionando problemas para centrifugao e qualidade do acar. No momento em que o vcuo batelado est sendo carregado no deve ser adicionado vapor, pois o vapor vai fazer com que a massa se concentre rapidamente. Aps o nvel ser superior calandra deve-se iniciar o processo de alimentao e adio de vapor para que a massa v sendoCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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alimentada e cozida ao mesmo tempo, respeitando uma concentrao base de aproximadamente 75 80 de brix. Uma observao deve ser respeitada: sempre melhor iniciar o vcuo com massa mais mole do que mais concentrada, pois no incio da alimentao, pelo fato de o volume de massa ser pouco, se a massa estiver muito concentrada ela pode se concentrar muito rpido ocasionando o entupimento de canos da calandra do vcuo. A alimentao do vcuo contnuo deve ser alterada de acordo com a sada da massa. Se a massa estiver muito concentrada torna-se necessrio aumentar a alimentao e vice-versa se for o caso, sempre observando a formao dos cristais. Se porventura o tempo de cozimento for muito alto provvel que ocorra a formao de p ou cristais falsos, isso ocorre pela falta de semente, sacarose para a alimentao do cristal ou anto pelo tamanho da semente que j, provavelmente, deve estar muito grossa, neste caso necessrio o aumento de semente para saturar este problema. Se a massa afinar muito e for observado que existem poucos cristais, necessrio ser aumentado quantidade de semente no vcuo contnuo. Quando ocorre um excesso de alimentao no vcuo batelado, o tempo de cozimento maior, pois com o excesso de alimentao o cristal afina e a massa desconcentra demais. Se houver exagero na alimentao pode ocorrer perda de carga daquele vcuo pela destruio dos cristais. Neste caso deve ser adicionada gua desconcentrar o mximo possvel e desprezar para destilaria.

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10 - DICAS DE OPERAO

O mel A tem uma pureza de cerca de 70 a 78, dependendo da cana;

Os cristalizadores no podem ser fechados para no dar contras presso; Para formar vcuo necessrio que a temperatura esteja em torno dos 100;

O incio da produo de acar deve ser com a semente, massa B e depois massa A;

A pureza do xarope em torno de 80 a 85 e seu brix deve estar acima de 65 e mximo de 73;

Quando a fbrica ficar parada por mais de 48 horas necessrio que se adicione gua na massa dos cristalizadores e sementeiras, mas tomando muito cuidado para no diminuir muito a concentrao;

Quando um vcuo estiver em fase de aperto e no houver espao nos cristalizadores, pode-se adicionar gua quente para atrasar um pouco, sendo que a entrada de gua no pode ultrapassar a o volume de sada de condensado, ou ento para diminuir a formao de cristais falsos ou poeira;

Quando o brix do xarope ou mel A est baixo, o tempo de cozimento da massa maior;

Se acaso a semente estiver pronta no p e no tiver espao na sementeira, pode-se parar a alimentao e o vapor eCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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diminuir o vcuo para aproximadamente 21" - 22", e retardar um pouco o processo.

Na limpeza do vcuo batelado colocado vapor de limpeza e fechada a vlvula quebra - vcuo sendo sua presso aliviada no na vlvula de alvio do cristalizador;

Quando for fazer corte de um vcuo batelado divida a massa em partes iguais para no alterar o tamanho dos cristais;

Quando for arriar um vcuo batelado no retire todo o vcuo, deixe cerca de -5" e injete vapor de limpeza, para ajudar a empurrar a massa e quebrar o vcuo, mas para essa manobra necessrio que a sada dessa massa seja afogada para no dar contra vcuo. Se esse procedimento no for seguido massa esfriar e demorar mais de 30 minutos para formar vcuo novamente, conhecendo-se que o vcuo forma-se melhor em ambiente quente.

O ponto da massa para alimentao deve ser de modo que ela escorra com facilidade no pescador de massa, caso a massa no esteja escorrendo bem significa que ela esta muito concentrada ou muito mole. Mas para identificar se a massa esta mole demais mesmo veja se possvel observar os cristais soltos no meio do mel.

Para iniciar um vcuo batelado melhor que a massa esteja mais mole do que mais dura; A polimerizao do acar VHP em torno de 98.9 99.3, superior a isso j acar cristal ou acar superior. ECopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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tambm se a pol ficar abaixo de 98.9 o acar pode endurecer tanto na armazenagem quanto na carga ou descarga.

Temperatura baixa gera goma e p, portanto importante manter a temperatura da massa em torno 68 71, se acaso goma permanecer necessrio o uso de gua quente e lubrificante de massa;

Se acaso a sementeira estiver cheia e o vcuo de p estiver pronto, pode-se parar a alimentao de vapor e diminuir o vcuo, dando uma parasilada na semente; Torna-se importante fazer uma limpeza nas sondas de radio freqncia, pelo menos uma vez a cada oito hora, retirando a sonda e colocando uma borracha, para que o vcuo pressione a borracha para dentro tapando o buraco da sonda.

Quando for realizar um corte de um vcuo batelado para outro, no necessrio quebrar o vcuo, ou seja, abrir a vlvula de quebra-vcuo. O procedimento deve ser o seguinte: fecha-se a vlvula de gua do vcuo, abre-se a vlvula do fundo para corte e abre-se o vapor de limpeza, para que esse empurre a massa e quebre o vcuo devagar e ao mesmo tempo limpando. Com esse procedimento economiza-se tempo com a formao de vcuo.

Muitas vezes o vcuo de um cozedor pode ser quebrado devido ao aumento na abertura da vlvula de gua, causando um afogamento nos bicos do multijato e emCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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conseqncia diminuindo o vcuo. Sempre que se for eliminar um vcuo fervendo gua, importante abrir as vlvulas de eliminao antes de quebrar o vcuo, para que a massa que esta parada no encanamento seja puxada para dentro do vcuo, limpando o encanamento. extremamente necessrio o fechamento da vlvula manual de vapor antes da alimentao de um vcuo, pois a vlvula automtica pode no vedar 100%. Importante a verificao do nvel da caixa de condensado, pois se faltar condensado torna-se impossvel o funcionamento das centrifugas. Quando a massa estiver ressecada importante dar jatos de gua, tanto no vcuo quanto no cristalizador para soltar a massa. Quando for fazer semente lavar muito bem o vcuo de p para no ficar resduos de outros cristais. Quando a massa esta com muita goma no adianta concentr-la muito, pois a kont no consegue trabalhar bem com a massa cheia de goma e ainda muito concentrada. O brix do mel A gira em torno de 55, sendo que esse brix controlado pela injeo de gua no mel, atravs de uma vlvula automtica. Quando o acar engrossa, ele sai escuro da centrifuga.25

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Quando o acar esta fino gera muito mel devido ao derretimento maior na lavagem da centrifuga. Quando os cristais do vcuo contnuo igualados e finos, um sinal de que esta sendo injetado muita semente, ou a pureza da cana esta baixa. No caso de os cristais estarem grados pode ser pela falta semente ou pelo aumento da pureza da cana. Mesmo que a pureza da cana esteja baixa no deve-se abaixar muito a injeo de semente no vcuo contnuo, pois pode ocorrer o aparecimento de p, pela falta de semente. Quanto mais acelerada a Kont, menos cristais ela vai quebrar, portanto importante que se acelere a Kont em carga mxima e quando o magmeiro encher pare-a.

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11 - PLANTA DE EQUIPAMENTOS DA FBRICA DE ACAR

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12 - TRATAMENTO DE CALDO

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O tratamento de caldo responsvel pela preparao do caldo para o processo de produo de acar. Seu ciclo de processo corresponde a recepo do caldo da moenda, sulfitao, decantao e evaporao.

12.1 - SULFITAO, DECANTAO E EVAPORAO

O processo de sulfitao corresponde a adio de enxofre e cal no caldo para preparao da decantao. O procedimento inicia-se atravs da queima do enxofre transformando-o em vapor e adicionado no caldo atravs de uma coluna de sulfitao, para a clarificao do caldo, esse procedimento aumenta o PH para cerca 4.5. Aps adicionado cal e enviado para um aquecedor, elevando o caldo uma temperatura de aproximadamente 107 C e seu PH a cerca de 6.8 a 7.0. Aps o caldo vai para o decantador, onde adicionado polmero em sua entrada, no flash, com uma dosagem de aproximadamente 3 ptn por tonelada. Na parte superior do decantador esta posicionado o balo fash, que responsvel pelo controle de temperatura do decantador, aliviando sua presso. Na sada do decantador o caldo passa por uma peneira, no qual peneirado. A partir deste ponto inicia-se o processo de evaporao. Aps a sada da peneira o caldo passa por uma srie de aquecedores, comeando assim o processo de pr-evaporao. Aps a passagem pela pr-evaporaoCopyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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o caldo j vai para a 1 caixa de evaporao, depois para 2 e assim at o ltimo efeito.

12.2 - PROCESSO DE EVAPORAO NAS CAIXAS

CAIXA 1 2 3 4 5

BRIX ENTRADA 15.0 22.6 30.3 41.2 50.4

BRIX SAIDA 22.6 30.3 41.2 50.4 71.2

TEMP. DA

TEMP. DO

CALANDRA CORPO 133.6 114.8 105.6 97.9 90.7 119.9 110.8 97.9 97.2 75.2

12.3 - DICAS DE OPERAO

A primeira caixa de evaporao alimentada com vapor de escape, sendo a segunda alimentada pelo V1, a terceira pelo V2 e assim sucessivamente. Os aquecedores so alimentados em parte por V1 e V2. importante ressaltar a importncia do controle de Ph no decantador. Pois o PH desejvel em torno de 6.8 a 7.0, a fim de que se tenha uma tima decantao e uma conseqente evaporao.Copyright Odair Pacco 2006. Todos os direitos reservados

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Pode-se adicionar amnia no vapor para proporcionar um PH de condensado estvel, para evitar a corroso de equipamentos.

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