Apostila Arte Egipcia Fundamental_formatado

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Apostila Arte Egipcia

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ARTE EGPCIA

CONTEXTO HISTRICONas margens do Rio Nilo, no norte do continente africano, surge os primeiros povoados que desenvolvem a agricultura nos vales frteis do rio nos seus perodos de cheia. Com o passar dos sculos, comea uma disputa pelo espao e as tribos que vivem ao longo das margens do rio passam a guerrear entre si. Assim, os mais forte subjuga o mais fraco e utiliza sua mo-de-obra gratuitamente. Surge ai a escravido, sistema de diviso de trabalho que sustenta toda a grandiosidade do imprio egpcio.

A sociedade egpcia era dividida em classes. Os escravos estavam na base, pois eram considerados inferiores. Acredita-se que mais da metade do povo egpcio era escravo e o seu trabalho que sustentava o Fara. Esta nobre figura era o representante de Deus na Terra, soberano mximo que organizava o povo, a religio, a diviso de trabalho e a poltica. Depois vinham os Nobres, os parentes do Fara, os Sacerdotes, que cuidavam dos templos e negociavam com os deuses egpcios, os Soldados, que defendiam as terras do Fara, e os Escribas, homens responsveis pela cultura grega. Os escribas chamavam-se assim porque sabiam escrever, e era sua funo registrar as leis, a histria e todo o conhecimento do povo do Egito antigo.

O MUNDO ANTIGOA histria do Imprio Egpcio foi a mais longa de todas as civilizaes antigas que floresceram em torno do Mediterrneo, estendendo-se, desde aproximadamente o ano 3000 a.C. at a sua conquista pelo Imprio Romano, em 30 d.C.Protegido pelo Deserto do Saara oeste e banhado pelo mar Mediterrneo ao norte, esta regio banhada pelo Nilo ficou isolada do restante do mundo por muitos sculos, o que permitiu que a poltica e a estrutura social e a religio permanecessem as mesmas por milnios. Assim, as leis e o estilo da arte egpcia, estabelecidos desde o primeiro momento, continuaram praticamente imutveis atravs dos tempos. A religio deste povo pregava a crena na vida aps a morte, onde o Fara - e os integrantes das castas mais nobres - eram dotados de almas que poderiam retornar ao prprio corpo aps a morte. Eles usavam os deuses para explicar fatos do dia a dia, como o nascimento do Sol e da noite, a morte, as estaes do ano, etc. Seus deuses eram antropomrficos, ou seja, eram metade homem e metade animal. Anbis, por exemplo, era o deus chacal e aquele que levava as almas dos mortos at o julgamento final. Por isso, para eles, os animais eram sagrados e por vezes so representados na pintura egpcia muito maiores do que os escravos.A Arte Egpcia estritamente hiertica, ou seja, ela existe em funo da religio egpcia, e por isso mesmo no permitia a expresso individual dos artesos. Estes deveriam glorificar os deuses atravs de suas obras por meio do respeito e perpetuao das regras que a estruturavam, como a lei da frontalidade, a padronizao e a regra de propores.

Um exemplo disso eram as mscaras morturias. Verdadeiras esculturas de ouro, elas representavam fielmente o rosto do fara, para ajudar que sua alma reconhecesse facilmente o sarcfago que guardava seu corpo. Alm disso, os sarcfagos traziam no seu interior inscries contando toda a vida do fara morto, com o objetivo de ajud-lo tambm a relembrar de sua vida passada quando sua alma voltasse do julgamento final. Isso mostra como toda a arte egpcia era pensada em funo da religio.

AS REGRAS EGPCIAS DE REPRESENTAOA arte submetia-se a uma rgida padronizao de formas, as quais muitas vezes transformavam-se em smbolos, pois seguiam uma srie de cdigos e leis. No que os artistas no soubessem pintar melhor, mas eles tinham de respeitar suas regras.Na arte egpcia, a representao por inteiro da figura humana organizava-se segundo a chamada regra da proporo, um rgido quadriculado com dezoito unidades de igual tamanho, que garantia a repetio acurada da forma ideal egpcia em quaisquer escalas e posies. Era um sistema a prova de erro, que estabelecia as distncias exatas entre as partes do corpo. O sistema at especificava o comprimento exato das passadas nas figuras de caminhantes e a distncia entre os ps.

Toda figura era mostrada do ngulo em que pudesse ser mais facilmente identificada, conforme uma escala que se baseava na hierarquia, sendo o tamanho dependente da posio social . Os deuses e o fara sempre muito maiores que os outros nobres, e os escravos menores at mesmo que as figuras de animais. Alm disso, eles aplicavam a lei da frontalidade. Da resultava um aspecto muitssimo padronizado, esquemtico e quase diagramtico. Assim, a cabea humana e os membros so sempre representados de perfil, mas os olhos so sempre mostrados de frente, assim como o torso. Por essa razo, no h perspectiva nas pinturas egpcias, tudo bidimensional.

AS PIRMIDES DO EGITOA princpio, serviam de tmulo para os reis as mastabas - simples construes quadrangulares de barro ou pedra, feitas acima da cmara funerria subterrnea, onde seriam enterrados os mortos e seus pertences. Ela funcionava como uma capela para oferendas, onde era guardada tambm num compartimento secreto a esttua funerria do defunto para a encarnao da alma. com o Fara Zzer, na III Dinastia (2.600 a.C.), que as primeiras pirmides escalonadas comeam a ser construdas. Imothep, o primeiro arquiteto conhecido da histria, projeta um edifcio constitudo de diversos andares quadrados sobrepostos em degraus. A partir da surgem pirmides cada vez maiores, como smbolo do poder das dinastias.Exemplo disso o conjunto das pirmides de Giz, o mais famoso e grandioso, erguido para os faras Quops, Quefrn e Mikerinos. O complexo tambm composto por algumas pirmides menores sua volta, onde foram enterradas as suas respectivas rainhas.Construdas a mais de 4.600 anos, foram as maiores construes do mundo por milhares de anos, at a construo da Torre Eiffel. A maior de todas tem 146m de altura, e foi construda com aproximadamente 2,3 milhes de blocos de cerca de 2,5 toneladas cada um. Alm disso, os egpcios construiram templos como os de Karnac e Luxor, dedicados aos deuses para fazerem seus rituais e oferendas. As cidades egpcias tambm possuam canais pluviais que permitiam a navegao e o rpido deslocamento das pessoas atravs de pequenas embarcaes.

ESCULTURASAs esculturas eram mediadoras da vida do alm, esculpidas em matrias-primas como o granito, calcrio, argila, madeira, bronze ou ouro, e tinham como funo ser uma espcie de substituto fsico do morto para onde ele voltaria depois do julgamento. Elas tambm eram utilizadas em templos, representando os deuses, para guardar os lugares sagrados. As esculturas egpcias tinham uma aparncia esttica, rgida, sem movimento, ainda que os artistas conseguissem atingir um alto grau de realismo na representao da face. Isso se deve tcnica ainda rstica, que s se desenvolveu muitos sculos mais tarde com o intercmbio com o povo do Mar Mediterrneo.

TEMPLOSHaviam dois tipos de templos: os funerrios, erguidos em homenagem ao fara ou seus familiares e governadores; e os religiosos, voltados para os deuses. Estes normalmente eram circundados por uma gigantesca muralha de pedra, cujos portes eram guardados por enormes esculturas. Era por ele que os fiis entravam no templo em dias de procisses para fazerem seus rituais e oferendas.No interior das muralhas ficava o templo que abrigavam esculturas em granito e ouro das figuras dos deuses, e as cmaras onde os sacerdotes realizavam os rituais.