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Programa CIEE de Educação a Distância 1 CURSO: PRODUÇÃO DE TEXTOS E REDAÇÃO EMPRESARIAL SUMÁRIO Introdução .................................................................................................................. 02 Aula 1 – Desenvolvendo ideias.................................................................................. 03 Organizando ideias....................................................................................... 03 Comunicação através da escrita .................................................................. 04 Criando estrutura para as ideias .................................................................. 05 Aula 2 – Formas simples para escrever bem............................................................. 09 As qualidades de um texto ........................................................................... 09 Problemas comuns na comunicação escrita ................................................ 10 Tipos de textos (descrição, narração e dissertação) .................................... 12 Aula 3 – Correspondência comercial ......................................................................... 16 A carta e suas partes.................................................................................... 16 Aviso, bilhete, cartão, convite, circular, convocação, mala-direta ................ 22 Memorando, protocolo, recibo, requisição, telegrama, relatório, ata ............ 25 Aula 4 – Correspondência oficial ............................................................................... 32 Atestado, declaração, comunicado, ofício .................................................... 32 Contrato, procuração, requerimento, despacho ........................................... 36 Aula 5 – Normas especiais para elaboração de textos .............................................. 39 Informações úteis ......................................................................................... 39 Pronomes de tratamento, abreviaturas, siglas e símbolos ........................... 43 Mensagens eletrônicas (e-mail) ................................................................... 54 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 57

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CURSO: PRODUÇÃO DE TEXTOS E REDAÇÃO EMPRESARIAL

SUMÁRIO

Introdução .................................................................................................................. 02

Aula 1 – Desenvolvendo ideias .................................................................................. 03

Organizando ideias....................................................................................... 03

Comunicação através da escrita .................................................................. 04

Criando estrutura para as ideias .................................................................. 05

Aula 2 – Formas simples para escrever bem ............................................................. 09

As qualidades de um texto ........................................................................... 09

Problemas comuns na comunicação escrita ................................................ 10

Tipos de textos (descrição, narração e dissertação) .................................... 12

Aula 3 – Correspondência comercial ......................................................................... 16

A carta e suas partes .................................................................................... 16

Aviso, bilhete, cartão, convite, circular, convocação, mala-direta ................ 22

Memorando, protocolo, recibo, requisição, telegrama, relatório, ata ............ 25

Aula 4 – Correspondência oficial ............................................................................... 32

Atestado, declaração, comunicado, ofício .................................................... 32

Contrato, procuração, requerimento, despacho ........................................... 36

Aula 5 – Normas especiais para elaboração de textos .............................................. 39

Informações úteis ......................................................................................... 39

Pronomes de tratamento, abreviaturas, siglas e símbolos ........................... 43

Mensagens eletrônicas (e-mail) ................................................................... 54

Referências Bibliográficas ......................................................................................... 57

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INTRODUÇÃO

“A comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social.”

Juan Bordenave

Para que haja comunicação é necessário um contexto, um canal de comunicação, a

mensagem, o emissor (que envia) e o receptor (que recebe).

A finalidade de escrever é comunicar totalmente o que você quer dizer. Não basta

escrever, é preciso comunicar.

No meio profissional, todos devem procurar desenvolver uma escrita correta, caso

contrário sua carreira pode ficar paralisada. Se você não souber fazer uma composição

coerente, ordenada, inteligente e interessante, não saberá como escrever de maneira

eficaz no mundo profissional.

Para aprender a escrever não basta aprender a pensar; é necessário aprender a

encontrar ideias originais e saber articulá-las. Falar silenciosamente consigo mesmo

enquanto escreve, isso ajuda a conseguir o significado que se deseja no papel.

Ao final deste curso, você será capaz de escrever cartas, memorandos, relatórios e

apresentações, facilmente e de maneira lógica, empregando um estilo expositivo que

qualquer leitor será capaz de entender e achar interessante.

Escrever não é tão difícil quanto parece!

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AULA 1 – Desenvolvendo ideias - Organizando ideias

A produção de um texto dever sempre levar em consideração o conhecimento já

existente.

Temos a capacidade de questionar e podemos repensar, refazer, reestruturar e

aperfeiçoar nossas ideias. Mas às vezes temos dificuldade para expressá-las, porque:

• não amadurecemos nossas ideias suficientemente;

• não temos as informações e os dados necessários para desenvolver nossas

ideias;

• não estamos explorando nossa capacidade de pensar.

Aprende-se a escrever, escrevendo. Não comece um texto sem antes fazer um esboço,

mesmo sabendo que este inicialmente só vai ter a função de roteiro e que sofrerá

modificações antes e durante a redação.

Um método simples para encadear ideias começa com a anotação de todas elas, sem

se preocupar com uma sequência. Escreva tudo que tem em mente numa folha de

papel, não se preocupe com a lógica, nem com a gramática. Isso surgirá mais tarde no

processo quando for avaliar e organizar as ideias.

Pensar supõe diálogo e ao escrever precisamos sempre ter presente que nossa meta

são os leitores. Quando se sabe para que o receptor precisa das informações que se

tem a transmitir, é possível chegar à organização ideal do texto. Isso permite

dimensionar o valor que cada uma das informações tem para o leitor naquele momento,

o que é fundamental para se determinar quais as que merecem maior destaque, quais

as que devem ficar em segundo plano ou mesmo que detalhes devem ser desprezados.

Se você tiver informações, será capaz de deixar as ideias fluírem.

Pensar nos permite mentalmente, fazer interação com o mundo à nossa volta.

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Por meio do pensamento, elaboramos todas as informações que recebemos e

orientamos as ações que interferem na realidade e organização de nossos escritos. O

que lemos é produto de um pensamento transformado em texto.

Cada um de nós tem seu modo de pensar e, quando escreve, procura organizar as

ideias de um modo que facilite a compreensão do leitor.

Comunicação através da escrita

Para haver comunicação deve existir um espaço, um vazio, uma lacuna entre o que o

emissor tem a dizer e o que o receptor sabe.

A finalidade de escrever é comunicar totalmente o que você quer dizer. Só o medo

pode impedir um indivíduo de escrever se ele é capaz de ler ou fazer uma

apresentação, ou ambos. Todo mundo é um escritor. Qualquer indivíduo alfabetizado

escreve de vez em quando bilhetinhos para os filhos, cartas para os pais, memorandos

para os colegas de trabalho, relatórios para a diretoria.

A escrita é usada para representar os sons. Você controla totalmente as palavras

quando escreve. Pode dizê-las em voz alta primeiro e ouvir como soam aos seus

ouvidos, perguntando se fazem sentido. Pode pronunciá-las subvocalmente e perguntar

se transmitem o que deseja, e mais ainda, pode ter várias chances de acertar antes de

mandar a mensagem a alguém, reescrevendo o que já escreveu.

A comunicação escrita é a transmissão da mensagem através da mão e não pela boca.

A principal vantagem desse tipo de comunicação está no controle total da forma como

as palavras saem, cada um as controla mesmo que estejam envolvidas por filtros que

obscurecem seus significados ou estejam carregadas de valores pessoais. Com a

palavra escrita a pessoa tem a chance de dizer o que pretende e transmitir o significado

que diz.

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Criando estrutura para as ideias

As partes que compõem o texto – a introdução, o desenvolvimento e a conclusão,

devem se organizar de maneira equilibrada.

A introdução é uma entrada no assunto e caracteriza-se como um argumento inicial.

Apresenta a ideia central do texto. Essa apresentação deve ser direta, evite “rodeios”

para entrar no assunto, bem como os “chavões”, por exemplo: “Desde os primórdios da

civilização que o homem...”.

O tamanho da introdução raramente excede a 1/5 do texto. Essa proporção não vale

para textos muito curtos, nestes, a introdução pode ser o próprio título. Nos textos

longos, de várias páginas, a introdução pode ser um capítulo ou uma parte precedida

por subtítulo. Nesse caso, poderá ter vários parágrafos. Em textos curtos, de 25 a 80

linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.

O desenvolvimento é a parte maior do texto, responsável pela relação entre a

introdução e a conclusão. Nessa parte são apresentadas as ideias, os dados, os

argumentos que sustentam e explicam as posições do autor.

Podemos comparar o desenvolvimento a uma ponte. De um lado está a introdução. Do

outro, a conclusão. Essa ponte é formada por ideias bem organizadas numa sequência

que permite a relação equilibrada entre os dois lados.

Desenvolvimento

introdução conclusão

ideias

ideias ideias

ideias ideias

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No desenvolvimento o autor do texto revela sua capacidade de argumentar, defende

seus pontos de vista e tem de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Esta parte do

texto tem a função de fundamentar as conclusões.

Para uma boa redação do texto, é necessário que se tenha clareza de qual será a

conclusão. Por isso é tão importante planejar o texto.

O desenvolvimento ocupará aproximadamente 3/5 do texto, no mínimo. Em textos

longos, o desenvolvimento pode ter capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Em

textos curtos, terá alguns parágrafos.

Existem duas principais falhas no desenvolvimento:

• o desvio da argumentação – o autor toma um argumento secundário e se

distancia da discussão inicial, ou então, concentra-se em apenas um aspecto do

tema e esquece a sua amplitude (toma a parte pelo todo);

• a argumentação desconexa – acontece quando o autor tem muitas ideias ou

informações sobre o tema e não consegue encadeá-las. Ele também pode ter

dificuldade para estruturar suas ideias e definir uma linha lógica de raciocínio.

A conclusão é a parte mais importante do texto, é o seu ponto de chegada. Os dados

utilizados, as ideias e os argumentos convergem para este ponto em que a discussão

ou a exposição se fecha.

Na sua estrutura normal, a conclusão não deve deixar abertura para continuidade da

discussão, tem o valor da síntese. Evite repetir argumentos já utilizados, por exemplo:

“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.

Proporcionalmente o tamanho da conclusão é equivalente ao da introdução, ou seja,

1/5. Essa é uma qualidade dos textos bem redigidos.

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Nas conclusões que ficam muito longas, é possível que haja um dos seguintes erros:

• o desenvolvimento não foi suficientemente explorado e invadiu a conclusão;

• o desenvolvimento não foi suficiente para fundamentar a conclusão e há

necessidade de mais explicações;

• o autor está “enrolando”, “enchendo linguiça” ou fica girando em torno de ideias

paralelas ou redundantes;

• o autor usa frases vazias, perfeitamente dispensáveis;

• a autor não tem clareza de qual é a melhor conclusão e se perde na

argumentação final.

A conclusão não pode ser uma abertura para novas discussões, exceto quando:

• o autor apresenta ideias polêmicas e deixa a conclusão em aberto para não

influenciar o posicionamento do leitor;

• o autor não fecha a discussão propositalmente, estimulando o leitor a ler uma

possível continuidade do texto, como um outro capítulo;

• o autor não deseja mesmo concluir, mas apenas apresentar dados e

informações sobre o tema que está desenvolvendo;

• o autor quer que o próprio leitor tire suas conclusões e enumera perguntas no

final.

As falhas num texto podem ser evitadas se antes da redação o autor fizer um plano do

que irá escrever. O plano é o roteiro em que organizamos, ou indicamos para nós

mesmos, as ideias e a sequência que utilizaremos no texto. Ele deve ser o mais enxuto

possível.

Para o leitor, o texto deve parecer uma redação inteligente e bem estruturada, que

constrói uma argumentação sólida e lhe permite conclusões enriquecedoras.

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AULA 2 - Formas simples para escrever bem - As qualidades de um texto

A palavra texto provém do latim “textum”, que significa tecido, entrelaçamento.

Existem algumas qualidades de linguagem que costumam ser apontadas como

importantes para que o texto seja considerado bom.

CLAREZA - Permite a compreensão numa primeira leitura, consiste na expressão exata

de um pensamento, é evidente. Recomenda-se o uso de períodos curtos, ausência de

adjetivação e rodeio de palavras, frases com duplo sentido e quebra da ordem lógica.

Dica – Não rabisque muito a redação a ser entregue. Faça rascunho, mas se isso não

for possível escreva, antes de tudo, um esquema com itens a serem desenvolvidos.

Não faça parágrafos grandes. Desenvolva cada item num parágrafo.

FLUÊNCIA – É a qualidade que permite a leitura ininterrupta, sem prejuízo da

compreensão e sem necessidade de releitura. Os textos jornalísticos e os dos livros

didáticos são exemplos de textos geralmente claros, fluentes e adequados aos seus

leitores. De um modo geral, sempre que quebramos a ordem direta de um período,

intercalando ideias entre os termos integrantes da oração ou entre orações de um

período, prejudicamos a fluência do texto.

CONCISÃO - É a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras.

Para ser conciso, elimine as expressões supérfluas. O contrário da concisão é a

prolixidade.

PRECISÃO – É a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se

quer dizer. A precisão depende mais do domínio do vocabulário que temos do que do

conhecimento de um grande número de palavras.

Vocabulário preciso abrevia a expressão e facilita a recepção da mensagem.

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COESÃO – Precisa existir uma ligação lógica entre as palavras, orações, períodos,

parágrafos.

Dica – Não escreva palavras ou frases “soltas”. Use corretamente os conectivos (mas,

porém, contudo, todavia, o qual, cujo, quanto, que, quem, onde). Isso evita a repetição

excessiva das mesmas palavras.

COERÊNCIA – As ideias expostas estão atadas de tal modo que a conexão é evidente,

existe uma linguagem lógica. Não há nada destoante, ilógico, contraditório ou

desconexo.

É a principal característica de um texto, é o que converte uma mensagem verbal em

texto.

Dicas para elaboração de textos

• não tente utilizar palavras “difíceis”, que você tenha dúvidas quanto ao

significado, só para causar uma boa impressão;

• prefira recorrer à linguagem culta e formal, ao invés de gírias;

• escrever a grafia corretamente sempre causa uma boa imagem. Evite

estrangeirismos. Ao invés de, por exemplo, escrever “hobby” prefira

“passatempo”;

• ao escrever você poderá ter algumas dúvidas quanto a grafia correta das

palavras e querer enriquecer seu vocabulário, portanto sempre utilize o dicionário

como suporte para elaboração de textos.

Problemas comuns na comunicação escrita

Pensar antes de falar e refletir antes de escrever são regras fundamentais para a

comunicação eficaz. O entendimento de uma mensagem depende da sequência

ordenada das informações transmitidas.

Sua preocupação básica como escritor deve ser com o receptor.

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Evite estes erros na sua comunicação:

1. Repetição de ideias, palavras, verbos auxiliares;

Ex.: O técnico tinha proporcionado um momento de reflexão. (evitar)

O técnico proporcionara um momento de reflexão.

2. Vaguidade das expressões – palavras imprecisas, que servem para tapar buracos

na mensagem. Evite clichês, lugares comuns, frases feitas.

Ex.: além disso, aspecto, casualmente, certamente, coisa, conjuntura atual,

ensejo, então, por outro lado, etc.

3. Prolixidade – evitar palavras supérfluas.

Ex.: Já tratamos desse assunto muito apressadamente.

Já tratamos desse assunto apressadamente.

Tratamos desse assunto apressadamente.

4. Pleonasmos – transmitem ao receptor ideia de desleixo com a elaboração da

mensagem; em geral, é resultado da pressa, da falta de rascunho, da ausência

de correção.

Ex.: fundamentos básicos, vimos à presença, vimos pela presente, usamos deste

meio, manter o mesmo, pequenos detalhes.

5. Afetações, colocações exageradas – às vezes, até contrárias à verdade, devem

ser evitadas.

Ex.: a seu inteiro dispor, protestos de elevada estima e consideração, temos a

honra de, temos especial prazer em renovar.

6. Gíria – pode ser admitida entre jovens em conversas de grupos, em momentos

de descontração, mas não é adequada na comunicação escrita empresarial, que

deve ser a mais gramatical possível.

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7. Estrangeirismo – só deve ser utilizado na linguagem técnica, quando não há em

português termo apropriado.

8. Laconismo – carência de palavras (estilo telegráfico), é fonte de equívocos,

incompreensão. Podem gerar ordens mal executadas, discussões ociosas.

9. Falhas gramaticais – impossível escrever bons textos sem recorrer à gramática e

ao dicionário continuamente. Além disso, é preciso ler jornais, revistas, livros da

literatura nacional.

10. Ambiguidade – é um vício de linguagem pelo qual uma frase é construída,

involuntariamente, com mais de uma interpretação.

Exemplo: “O ministro participou da reunião com o presidente no Palácio do

Planalto, na qual ele voltou a pedir unidade no governo”.

A frase é ambígua porque não deixa claro quem pediu unidade no governo: o

ministro ou o presidente?

Tipos de textos (descrição, narração, dissertação)

DESCRIÇÃO

É uma representação das características de seres, objetos e paisagens percebidas

através dos sentidos. Também descreve emoções, qualidades e circunstâncias com

palavras precisas.

Para descrever é preciso uma boa capacidade de observação e sentidos apurados.

Aprendendo a descrever

Ao iniciar a descrição pelos detalhes, privilegie os aspectos mais relevantes. O sucesso

dessa tarefa depende, em grande parte, da escolha adequada das palavras. Para

chegar à forma ideal, será preciso corrigir, apagar, tornar a escrever.

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Com a prática, as expressões exatas fluirão naturalmente.

Temos duas maneiras para fazer uma descrição:

• partir da visão panorâmica e, aos poucos, aproximar-se dos detalhes;

• partir dos detalhes e ampliar cada vez mais a perspectiva, até chegar à visão

panorâmica.

A descrição pode ser objetiva ou subjetiva:

Descrição objetiva: Era um homem de 50 anos, grisalho e barbudo. Morava naquele

bairro há 10 anos.

Descrição subjetiva: Era um homem bonito, sensível e educado.

NARRAÇÃO

É o relato de fatos e acontecimentos vistos, ouvidos, lidos ou imaginados, em um

momento e local determinados.

A narração conta uma história, situa as coisas no tempo. As palavras que predominam

na narrativa são os verbos que expressam ação e os pronomes pessoais.

O discurso direto e indireto

No discurso direto, indicamos o interlocutor e caracterizamos sua fala por meio de

verbos de elocução, tais como: dizer, exclamar, perguntar, responder, etc. Nas falas

breves, convém omiti-los, bastando, para a clareza do diálogo, a abertura de parágrafo

e o uso do travessão:

- Por que você chegou tão tarde? Perguntou-lhe a mãe, logo que apareceu à porta.

- Depois da aula, passei na casa da Paulina para fazermos o trabalho de Geografia.

No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar

diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou

pensaram. Exemplo:

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A certo ponto da conversa, Joana me disse que desejava muito conhecer Roberto e

perguntou por que não o levei comigo.

Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe uma terceira modalidade da

técnica narrativa, o chamado discurso indireto livre, processo mais difícil e menos

comum, porém, de grande efeito estilístico. É uma espécie de monólogo interior das

personagens, mas expresso pelo narrador. Exemplo:

“Quando Eduardo ia para o Grupo, deixava-a debaixo da bacia. Um dia o pai lhe disse

que aquilo era maldade: Gostaria que fizessem o mesmo com você? As galinhas

também sofrem. Um domingo encontrou a galinha Eduarda na mesa do almoço, pernas

para o ar, assada. Eduarda foi comida entre lágrimas!”.

(Fernando Sabino, O Encontro Marcado, 5ª ed., pág. 9).

Elementos da narrativa

• enredo (o quê?) – fatos relatados;

• personagens (quem?) – seres envolvidos nos fatos que formam o enredo da

história;

• espaço (onde?) – ambiente onde se desenrolam os fatos;

• tempo (quando?) – quando aconteceram os fatos.

DISSERTAÇÃO

Dissertar é expor, interpretar, explicar, discutir uma ideia, é manifestar um ponto de

vista sobre determinado assunto.

A respeito de um fato, da realidade, expressa-se uma opinião que, nem sempre, estará

de acordo com a concepção de vida de outras pessoas. Esse é o motivo pelo qual, ao

se elaborar um texto dissertativo, deve-se refletir sobre o tema proposto para que se

possa formar uma opinião a respeito do assunto.

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Caso o tema seja muito amplo, deve-se especificá-lo, pois isso facilita o trabalho de

organização de ideias.

Exemplo: estrutura do texto dissertativo

1. Identificação do tema

2. Delimitação do tema (compreensão e definição do assunto a ser

abordado)

3. Introdução (apresentação do assunto)

4. Desenvolvimento (análise crítica e argumentação da ideia central;

exposição de juízos, raciocínios, provas, exemplos, testemunhos

históricos e justificativas)

5. Conclusão (síntese das ideias ou perspectiva da solução)

6. Releitura e título (revisão gramatical, criatividade e empatia)

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AULA 3 – Correspondência comercial - A Carta e suas partes

Se escrever em geral é falar no papel, a redação de cartas representa sua própria voz.

Se bem escritas, fazem com que as pessoas desejem saber mais de você. Se mal

escritas, afastam os indivíduos e transformam-se em barreiras para novos contatos. As

cartas são sua voz quando escreve às pessoas.

Quanto à espécie de correspondência, podem-se destacar:

• particular, familiar ou social: trocada entre particulares. Os assuntos são sempre

particulares, íntimos, pessoais;

• comercial: ocupa-se da transação comercial ou industrial;

• oficial: tem origem no serviço público, civil ou militar.

Antes de iniciar a redação de uma carta, deve-se:

• ter um objetivo em mente;

• colocar-se no lugar do receptor;

• ter informações suficientes sobre o fato;

• planejar a estrutura da comunicação a ser feita;

• dominar todas as palavras necessárias;

• tratar do assunto com propriedade;

• ser natural e conciso;

• usar linguagem de fácil compreensão;

• prestar informações precisas e exatas;

• responder a todas as perguntas feitas anteriormente pelo destinatário.

É bom que se faça um rascunho da carta que deve ser lida e corrigida até se encontrar

uma forma adequada, compreensível pelo receptor. Após, redige-se a versão final.

Se for uma carta comercial, siga estas orientações sobre o formato:

• texto impresso em um só lado do papel;

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• papel de 21 x 29,7 cm (A4);

• 20 a 25 linhas por folha;

• margens: direita - 2 cm; esquerda – 3 cm; superior – 2 cm; inferior – 2 cm;

• espaço 1 ½. Entre os parágrafos, é costume duplicar esse espaço interlinear;

• a margem direita não precisa ser uniforme.

A carta comercial é mero veículo de informação, ela faz parte integrante de todo um

sistema de comunicação, com o seu emissor, com sua mensagem e seu receptor.

Portanto, está sujeita a toda a engrenagem, a todos os dispositivos, a todos os

requisitos indispensáveis à comunicação para propagar, agrupar, propor negócios e

criar imagem. Pode ser remetida pelo correio ou telefax.

O principal a ser dito sobre a apresentação visual de uma carta é que ela deve ser

limpa. Todas as cartas devem conter os seguintes elementos: endereço do remetente,

local e data, destinatário, referências, vocativo, saudação, texto, conclusão e

assinatura. A finalidade dita o conteúdo e a ordem. Aquilo que deseja do outro

indivíduo, o que tem a oferecer ou comunicar, formam a estrutura da carta em si.

Partes de uma carta

Endereço do remetente

Nas cartas comerciais, se o papel não tiver o endereço no cabeçalho ou rodapé,

precisa ser colocado, geralmente no final da página, do lado esquerdo. Não esqueça de

colocar o CEP, que pode ser inserido ao lado do nome de sua cidade ou numa linha

própria.

O papel timbrado é importante, pois nele se oferecem três informações importantes

sobre o remetente: quem é, o que faz, qual é o seu endereço.

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Local e Data

A melhor maneira de informar a data é escrevê-la por extenso: 10 de outubro de 2005.

Outra opção é fornecer o dia da semana, em vez do ano: Segunda-feira, 10 de outubro.

Evite formas como 10/10/2005 ou 10-10-2005. Nas cartas oficiais, sempre se deve

colocar o ano.

Na grande maioria das vezes, o local e a data vem logo depois do endereço. Se o papel

tiver um cabeçalho impresso, escreva o local e a data no alto alinhado à direita ou à

esquerda, de acordo com o estilo de apresentação.

Quando o papel é timbrado, pode-se omitir a indicação do local, desde que a carta seja

expedida da localidade constante no timbre e que não apresente vários endereços. Em

bilhetes pessoais, pode ser feito da maneira antiga e colocar a data no final, à

esquerda, sozinha ou com o endereço.

Destinatário

Nas cartas oficiais e comerciais, se deve colocar o nome e o cargo do destinatário na

margem esquerda da folha, a umas poucas linhas da data.

Não é necessário colocar a preposição “A” na frente do nome do destinatário.

Não se coloca o endereço do destinatário, uma vez que ele consta do envelope. Em

cartas pessoais, isso seria considerado excesso de formalismo.

Referências

A referência ou assunto é uma síntese do conteúdo da carta. Esse dado é muito útil

tanto para quem arquiva e classifica a correspondência como para quem, num relance

toma conhecimento do assunto exposto.

Esse tipo de informação também só é dado em documentos oficiais e comerciais. Pula-

se uma linha após o endereço do destinatário e coloque as referências na margem

esquerda, utilizando Ref..

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Vocativo

É a saudação de cortesia que se dirige ao destinatário, antes de se entrar no assunto,

propriamente dito da carta.

A saudação fica junto à margem esquerda, no mínimo duas linhas abaixo da linha

imediatamente anterior a ela. Ex.: Prezados Senhores, Caro estudante .

Contexto / Assunto

O texto tem que aparecer com clareza na página, deve conter parágrafos curtos e uma

linha de espaço entre eles. A introdução do texto visa despertar o interesse do leitor, e

prender sua atenção, é a entrada no assunto.

O desenvolvimento do texto deve expor claramente ao destinatário o conteúdo da carta.

Deve referir-se a um só assunto, em torno do qual há de estruturar-se todo o conjunto

da mensagem. Quando se vai tratar de vários assuntos, convém que haja uma relação

entre eles.

O encerramento é o parágrafo que encerra o corpo da carta. Ele deverá atender a um

dos objetivos: levar o leitor a agir e deixar boa impressão sobre o remetente, caso não

se deseje nada do destinatário. Muitas vezes, o parágrafo de encerramento engloba a

fórmula de cortesia da carta.

Conclusão

Em cartas comerciais e oficiais emprega-se uma fórmula de cortesia que deve estar de

acordo com o tom geral da mensagem, por exemplo, ao terminar uma carta de

agradecimento pode-se terminá-la com Agradecendo antecipadamente. Outros

exemplos de tipos de conclusão podem ser: atenciosamente, cordialmente, cordiais

saudações.

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Em cartas pessoais, as escolhas são bem mais amplas. A conclusão da carta vai

depender do tipo de relacionamento existente entre o remetente e o destinatário, do

tom e da razão da carta. Entre as conclusões tradicionais, usadas em situações gerais,

incluem-se: Um abraço, Com muitas saudades, Esperando que tudo esteja bem por aí,

Boa sorte, Esperando tornar a vê-lo (a) em breve .Em correspondências leves, trocadas

entre amigos e familiares, pode-se optar por conclusões mais alegres, expansivas e

brincalhonas, do tipo Comporte-se, Juízo, Um grande abraço, Um beijo, Abraços a

todos etc.

Assinatura

Nas cartas comerciais e oficiais a assinatura compõe-se de três elementos: o nome de

quem assina, seu cargo ou função na empresa datilografados ou digitados, e sua

assinatura propriamente dita.

Na assinatura:

• não cabe a anteposição de títulos profissionais, honoríficos, militares ou

acadêmicos;

• não se usa traço para a assinatura;

• não há necessidade de colocar o nome da empresa;

• está caindo em desuso o carimbo na assinatura;

• caso duas pessoas assinem, o responsável direto assina à direita, e o outro à

esquerda.

• nas cartas pessoais, só se coloca a assinatura no final da carta.

DICAS

Fatores de influência da carta comercial:

• resposta imediata indica que a firma é eficiente;

• carta bem definida, fará o destinatário pensar que está lidando com uma

organização metódica;

• o leitor deve compreender o que está escrito, buscar clareza de pensamento.

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Riscos:

• como todo texto escrito, ele é irrecorrível, não dá para harmonizar ou explicar

como na comunicação oral, pelo telefone, por exemplo;

• o volume da correspondência recebida nas empresas é grande, a carta pode ser

mal lida, mal interpretada e motiva nova carta como resposta, ampliando a

burocracia empresarial. Para clientes especiais, deve-se preferir a conversa por

telefone.

SAIBA MAIS

Quanto à gramática:

EVITAR USAR

Em anexo.

Face à...

Pedimos para...

Solicitamos para...

Tenho para te perguntar a você.

Sito à rua...

Em nossa conversa, onde propusemos...

Aonde você passou suas férias?

Haja visto...

Fazem nove dias.

Há três semanas atrás.

Haviam dez pessoas na reunião.

Fez tudo para mim realizar o trabalho.

Anexamos, anexo.

Em face de, diante de...

Pedimos que...

Solicitamos que...

Tenho algo para perguntar-lhe.

Sito na rua...

Em conversa em que propusemos...

Onde você passou suas férias?

Haja vista...

Faz nove dias.

Há três semanas.

Havia dez pessoas na reunião.

Fez tudo para eu realizar o trabalho.

Agora vamos fazer uma análise de um modelo antigo de carta comercial com

comentários em cada item.

Modelo de carta antiga – anexo 1

Modelo de carta atual – anexo 2

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Aviso, bilhete, cartão, convite, circular, convocação, mala-direta

AVISO

É um tipo de comunicação, direta ou indireta, afixada em local público ou privado. Aviso

é informação, serve para ordenar, cientificar, prevenir, noticiar, convidar. É empregado

no comércio, na indústria, no serviço público e na rede bancária.

O aviso significa economia de tempo. Se redigido em linguagem clara, favorece a

eficácia da comunicação, ou seja, atingir o objetivo estabelecido.

Como deve ser apresentado:

• ter linguagem clara;

• ter um timbre e um símbolo referentes à instituição que o utiliza;

• um título;

• texto em forma de parágrafos;

• assinatura e cargo do responsável pelo aviso.

Modelo de aviso – anexo 3

BILHETE

É uma carta breve em que se anota algum fato para ser levado ao conhecimento de

outra pessoa, de modo apressado. É uma carta simples, sem as fórmulas das cartas

ordinárias.

Em linguagem comercial, o bilhete recebe diversas designações: bilhete de banco,

bilhete de crédito, bilhete de carga, bilhete de desembarque, bilhete de entrada, bilhete

de loteria, bilhete de passagem e outros.

CARTÃO

Há várias espécies de cartão:

Page 22: APOSTILA Curso Produção de Texto

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22

• cartão-postal: com uma fotografia em uma das faces e espaço para escrita na

outra.

• cartão de visitas: sua finalidade é fazer com que nosso nome seja lembrado após

uma apresentação ou quando há interesse de que a relação continue;

• de contato profissional ou comercial;

• de propaganda ou de venda;

• comum, de correspondência.

DICAS

• o cartão é feito em papel grosso;

• dobrar o canto esquerdo ou direito do cartão, ao entregá-lo a uma pessoa, é

procedimento que já está fora de época.

CONVITE

É uma mensagem pela qual se formaliza uma convocação ou pede-se o

comparecimento de alguém em algum lugar. Também pode ser um bilhete que dá

direito a ingresso gratuito em um espetáculo, coquetel de lançamento de livros, show.

Os elementos constitutivos do convite são:

• quem está convidando;

• finalidade do convite – para que se está convidando;

• data;

• horário;

• local (endereço);

• informações necessárias

Às vezes, ao final de um convite aparecem as abreviaturas: R.S.V.P. (Respondez s’il

vous plâit), que significa responder por favor.

Modelo de convite – anexo 4

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Programa CIEE de Educação a Distância

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CIRCULAR

É o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias

repartições ou pessoas. Na circular, não consta destinatário, pois ela é multidirecional,

o endereçamento vai no envelope.

Seu texto é informal e direto, dispensa-se formalidades. Serve para transmitir avisos,

ordens ou instruções. Em geral, contém assunto de caráter ou interesse geral.

O público da circular pode ser interno, misto e externo, este último em pequena escala,

principalmente quando a circular é transformada em mala-direta.

DICA: Tratando-se de carta-circular, o redator deve escrever de maneira que o receptor

tenha a impressão de que foi redigida especialmente para ele.

Modelo circular – anexo 5

CONVOCAÇÃO

É forma de comunicação escrita em que se convida ou chama alguém para uma

reunião. Na elaboração do texto, é necessário especificar local, data, finalidade.

Modelo de convocação – anexo 6

MALA-DIRETA

É a forma mais direta, seletiva e personalizada para divulgação de produtos e serviços

e promoção de vendas. Materiais de propaganda, como catálogos, cartas, cartas

circulares, folhetos são enviados pelo correio para clientes habituais e/ou potenciais.

Geralmente as empresas possuem uma relação desses clientes, o que facilita a

remessa periódica de material promocional.

DICAS:

• pode-se incluir na mala-direta um cupom resposta, com postagem paga, que

serve também para avaliar a penetração no mercado;

Page 24: APOSTILA Curso Produção de Texto

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24

• conheça a fundo o produto ou serviço que quer vender e coloque-se no lugar do

potencial cliente;

• antes de escrever, procure os argumentos mais convincentes;

• não deixe de colocar informações práticas, tais como telefone de contato,

endereço ou e-mail para resposta;

• a apresentação e o texto devem ser impecáveis.

Memorando, protocolo, recibo, requisição, telegrama, relatórios, ata

MEMORANDO

É uma comunicação escrita que pode ser:

• interno – correspondência entre departamentos de uma mesma empresa, ou

entre a matriz e filiais e vice-versa, ou entre as filiais;

• externo – oficial que se assemelha ao ofício ou comercial que se assemelha à

carta comercial.

O memorando não é uma comunicação tão formal quanto a carta comercial ou ofício,

por isso dispensa tratamentos de Prezado Senhor e fechos como atenciosamente, mas

também não pode ser tão informal a ponto de ser mandado por ele abraços e beijos.

O papel usado para qualquer tipo de memorando é o papel meio ofício (21 cm x 15 cm).

Estrutura do memorando:

• timbre;

• endereço (quando se trata de empresas privadas);

• código (iniciais do departamento);

• número do memorando;

• localidade;

• ementa (referência) ou assunto;

• receptor;

Page 25: APOSTILA Curso Produção de Texto

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• texto;

• assinatura;

• anexos.

DICA: Tratar de um assunto só em cada memorando;

A empresa ou repartição poderá ter um impresso próprio para memorando, com

diagramação adequada, logotipo.

A data pode ser por extenso ou abreviada.

Fale no papel da mesma forma que conversaria com o destinatário de viva voz.

Modelo de memorando – Anexo 8

PROTOCOLO

Comercialmente, é assim denominado um livro de registro da correspondência de uma

empresa, ou um formulário em que se registra a entrada ou saída dos objetos.

Significa também, registro dos atos públicos ou registro das audiências nos tribunais.

RECIBO

É o documento em que se confessa ou se declara o recebimento de alguma coisa. O

recibo mais comum declara o recebimento de dinheiro.

As partes de um recibo são:

O recibo deve ser feito com quantas cópias forem necessárias, para que todas as

partes envolvidas na transação fiquem documentadas.

Modelo de protocolo – anexo 9

REQUISIÇÃO

É um pedido que se faz a outrem para que sejam providenciados determinados bens ou

serviços.

Page 26: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

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TELEGRAMA

É um meio de comunicação rápida, empregado sobretudo em casos urgentes. O

telegrama pode ser de caráter oficial, comercial, social e familiar. Devemos reduzir ao

máximo o número de palavras no telegrama, tomando o cuidado para não prejudicar a

clareza da mensagem.

A telegrafia é um ramo das telecomunicações que abrange qualquer processo

destinado a reproduzir, a distância, o conteúdo e as informações de documentos

gráficos através de um código de sinais.

Algumas abreviações telegráficas:

ATEH – até

LAH – lá

EH - é

ET – e

VG – vírgula

SDS – saudações

RESEU.T – recebi seu telegrama

IMPAGO – não pago

PT – ponto

Linguagem telegráfica

• texto conciso, claro e objetivo

• utilize os verbos nas formas simples: VENDERA e não HAVIA VENDIDO

• suprimir as expressões de cortesia

• não se permite a divisão de palavras

• escrever tudo em letra maiúscula

• suprimir hífens nas palavras compostas e expressões com pronomes oblíquos

• dispense os acentos gráficos

Page 27: APOSTILA Curso Produção de Texto

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27

• omitir as palavras desnecessárias (preposições, por exemplo): DIA QUINZE

CORRENTE

• escrever números inteiros em algarismos arábicos: 300, 2005

• se os números forem grafados por extenso, deverão ser aglutinados: VINTEMIL

• para as datas, pode ser usado o seguinte recurso: 031198 – 03 de novembro de

1998 ou 0311998 – 03 de novembro de 1998

RELATÓRIOS

É uma exposição oral ou escrita, objetiva, formal, informativa daquilo que se

presenciou, viu, observou; é a narração minuciosa dos fatos, de resultados referentes a

atividades variadas.

Normalmente, num relatório, são usadas as três modalidades de redação: a descrição

(de objetos, de procedimentos, de fenômenos), a narração (de fatos ou ocorrências) e a

dissertação (explanação didática, argumentação).

Profissionais de todas as áreas devem estar preparados para produzir bons relatórios.

Os mais curtos são mais simples. Mesmo assim, devem ser claros, bem redigidos e

organizados. Nos relatórios longos, a organização de ideias e a ordenação dos dados

são fundamentais para que o leitor compreenda o que está exposto e para que a leitura

seja agradável.

É importante evidenciar que o relatório deve ser escrito, datilografado ou digitado em

apenas uma das partes do papel, cujo formato, preferencialmente, seja de 21 x 29,7cm

(A4), ABNT.

Estrutura do relatório:

• capa / folha de rosto – título (assunto), nome do setor ou do responsável pelo

relatório, empresa pela qual se executou a atividade, local e data;

Page 28: APOSTILA Curso Produção de Texto

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• DICA: Se o relatório for longo, é bom fazer um resumo, de quatro a cinco linhas e

colocá-lo logo depois da folha de rosto;

• sumário – organização do texto por temas, com a indicação das páginas;

• introdução – apresentação do propósito do relatório, ou seja, porquê e para

quem foi redigido;

• desenvolvimento – relatar pormenorizadamente os procedimentos realizados e

os fatos ocorridos ou apurados, com a indicação de datas, locais, métodos

adotados, pessoas e equipamentos envolvidos, julgamento dos fatos ou

considerações sobre os fenômenos observados. Em geral, é dividido em tópicos

e subtópicos específicos que devem ser intitulados;

• conclusão – considerações finais, tais como: retomada das conclusões parciais

(de cada tópico), interpretação e crítica dos fatos apurados, recomendação de

providências cabíveis, sugestões;

• fecho – local, data e assinatura do autor;

• anexos – tabelas, dados estatísticos, gráficos, ilustrações, documentos

comprobatórios.

Revise tudo antes de encerrar.

ATA

É um documento que resume por escrito os fatos e decisões de uma reunião, sessão

ou assembleia para um determinado fim. Pode ser ordinária, aquela que resulta de

reuniões estabelecidas em estatutos, ou convocadas com regularidade ou

extraordinária que ocorre fora das datas costumeiramente previstas.

A ata deve ser assinada pelos participantes da reunião e por aqueles que a presidiram.

O registro da ata é feito em livro próprio, em que consta o Termo de Abertura, isto é, a

indicação da finalidade do livro. Ele é feito na primeira página por pessoa autorizada do

órgão (presidente, diretor, secretário, etc.), que deve também rubricar todas as folhas,

Page 29: APOSTILA Curso Produção de Texto

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datar e assinar. Ao final do livro deve ser feito o Termo de Encerramento, que também

deverá ser datado e assinado por pessoa autorizada.

Modelos de termo de abertura e termo de encerramento – anexo 10

Partes de uma ata

• título, n° da ata e/ou identificação da reunião;

• dia, mês, ano e hora da reunião por extenso;

• local da reunião (sala, rua, número, etc.);

• convocação prévia ou estatutária que determinou a reunião;

• relação nominal das pessoas presentes (em reuniões com muitos participantes,

indica-se apenas o número dos presentes, conforme a lista de presença) com

suas respectivas qualificações. O número de pessoas identifica o quórum da

reunião;

• declaração do presidente e secretário – finalidade da reunião, direção dos

trabalhos e aprovação da ata anterior (geralmente a reunião inicia com a leitura

da ata anterior e sua votação);

• ordem do dia – assuntos discutidos, votações realizadas e deliberações tomadas

redigidos na forma narrativa, por ordem cronológica;

• fecho – encerramento do trabalho;

• assinatura.

Modelo de fechos – Anexo 11

A ata deve ser redigida de tal maneira que não seja possível qualquer modificação

posterior. Para evitar isso deve se escrita:

• sem parágrafos ou alíneas, ocupando todo o espaço da página;

• sem abreviaturas de palavras ou expressões;

• números escritos por extenso;

• sem rasuras nem emendas;

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30

• sem uso do corretivo;

• com verbo no tempo pretérito perfeito do indicativo.

As ressalvas nas atas se fazem pelo acréscimo da palavra retificadora digo:

Fizeram três relatórios, digo, cinco.

No caso da rasura ser notada apenas no final, deverá ser usada a expressão:

Em tempo: onde se lê...leia-se...

Em tempo: Onde se lê: “trinta e dois votos a favor”, leia-se "trinta e cinco votos a favor”.

Acréscimos também podem ser feitos com a expressão Em tempo.

Em tempo: Na relação dos ausentes acrescenta-se Luiz Mauro Santy.

Modelo de ata – anexo 12

Page 31: APOSTILA Curso Produção de Texto

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AULA 4 – Correspondência Oficial - Atestado, declaração, comunicado, ofício

ATESTADO

É um documento firmado por uma pessoa a favor de outra, no qual se afirma a verdade

de determinado fato. Também comprova a existência de um ato que se consumou.

Partes de um atestado

Timbre – vem impresso no alto do papel, identificando o órgão ou empresa;

Título – a cerca de dez linhas do timbre e no centro da folha, escreve-se a palavra

ATESTADO com todas as letras maiúsculas;

Texto – inicia-se a cerca de quatro linhas do título e deve conter:

• identificação do(s) emissor(es);

• verbo atestar, no presente do indicativo;

• finalidade do documento: para fins.... ou simplesmente esclarecer, para os

devidos fins;

• nome do interessado e seus dados de identificação;

• indicação do fato ou situação a ser atestada.

Localidade e data – escreve-se a cerca de três linhas do texto;

Assinatura – assinar a cerca de três linhas da localidade e data.

Modelo de atestado – anexo 13

DECLARAÇÃO

É um documento que afirma a existência ou inexistência de uma situação ou fato. Seu

emissor pode ser pessoa física ou jurídica (empresa, entidade). É necessário que o

declarante além de ter conhecimento do fato, tenha capacidade e liberdade de

afirmativa. Pode ser dada em causa própria ou referir-se a outra pessoa.

A declaração constitui-se num documento semelhante ao atestado, porém não é

expedido por instituições públicas.

A declaração é constituída das mesmas partes do atestado.

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Modelo de declaração – anexo 14

COMUNICADO

É um aviso que dá ciência ou conhecimento a outra pessoa a respeito de fato ocorrido

ou de prática de algum ato. Pode ter caráter externo ou interno.

Comunicado de caráter externo:

• deve ter um título que indique tratar-se de uma comunicação;

• o nome da instituição comunicante;

• o texto com as informações a serem comunicadas.

Obs.: Pode conter, de acordo com o que o comunicante desejar, o nome do

responsável, juntamente com o seu cargo na entidade e a data.

Comunicado de caráter interno:

• título;

• nome da instituição comunicante;

• deve conter “Comunicado Interno”, o número do documento, o ano e as

identificações;

• o texto;

• a assinatura.

Modelo de comunicado interno – anexo 15

OFÍCIO

É um documento que consiste na comunicação de qualquer assunto de ordem

administrativa, ou estabelecimento de alguma ordem, decisões ou determinações,

convites, cumprimentos ou agradecimentos, solicitações, utilizado no serviço público,

na comunicação entre chefias e com o público externo. Na empresa privada é utilizado

quando dirigido ao serviço público.

Page 33: APOSTILA Curso Produção de Texto

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Partes de um ofício:

1. timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha, símbolo(escudo, armas).

2. iniciais do órgão que o expede, seguidas do número do expediente e ano.

Ex.: Of. GAB nº 468/2005.

3. local e data: na mesma altura do número, com alinhamento à direita, o mês deve

ser escrito por extenso e colocar ponto final após o ano.

4. assunto: resumo do teor do documento.

5. vocativo: tratamento ou cargo do destinatário. Na correspondência oficial não se

usa Prezado Senhor.

Ex.: Senhor Presidente, Senhor Deputado

6. texto: exposição do assunto. O texto poderá conter a seguinte estrutura: introdução,

desenvolvimento e conclusão. Se o texto for longo pode-se numerar os parágrafos a

partir do 2º, que deverá receber o número 2. Se o texto do ofício ocupar mais de uma

folha, escrevem-se 10 linhas na primeira folha e o restante nas demais. Nesse caso,

colocam-se o endereço e iniciais na primeira folha. Repetem-se o índice e o número

nas demais folhas, acrescentando-se o número da folha.

Ex.: Of. GAB nº 468/2005 – fl.2

7. fecho: tem a finalidade de arrematar o texto e saudar o destinatário. O fecho não é

numerado. Na comunicação oficial foi estabelecido dois tipos de fechos:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente ,

8. assinatura do autor da comunicação: deve ser feita acima do nome.

9. identificação do signatário: nome e cargo que deve ser separado por vírgula do

signatário. Não se antepõe qualquer título profissional ao nome do signatário.

Ex.: CARLOS ALBERTO DIX

Presidente ,

10. anexo: caso o ofício seja acompanhado de outros papéis, escreve-se à esquerda e

a duas linhas da assinatura a palavra Anexo e a indicação desses papéis:

Page 34: APOSTILA Curso Produção de Texto

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Ex.: Anexo: Relatório Anual

Anexa: Planilha de custos

A palavra anexo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:

anexo, anexa, anexos, anexas.

11. endereço: fórmula de tratamento, nome civil do receptor e cargo ou função,

seguidos da localidade e do destino.

Ex.: Exmo. Sr.

Paulo Pereira

Ministro das Relações

Gabinete do Ministro das Relações

Esplanada dos Ministérios Bloco 2 3º andar

CEP: 70654-800 – Brasília – DF

Forma de apresentação

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em

geral, 11 nas citações e 10 nas notas de rodapé;

b) numerar todas as páginas;

c) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5cm de distância da margem

esquerda;

d) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 2,5cm de

largura;

e) a margem lateral direita terá 1,5cm;

f) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas;

g) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas,

sombreado, relevo, bordas;

h) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco, tamanho A4.

Usar a impressão colorida apenas para gráficos e ilustrações.

Modelo de ofício – anexo 16

Contrato, procuração, requerimento, despacho

Page 35: APOSTILA Curso Produção de Texto

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CONTRATO

É um documento de acordo pelo qual duas ou mais pessoas transferem entre si algum

direito ou se sujeitam a alguma obrigação.

Partes de um contrato:

• título: termo do contrato;

• texto; nomes e qualificações dos contratantes;

• ementa: resumo do assunto;

• cláusulas contratuais: exposição do que se contrata;

• fecho: “e, por estarem assim justas e contratadas e de acordo com as cláusulas

deste contrato,...”;

• local e data da assinatura do contrato;

• assinatura: contratantes, à direita; testemunhas, à esquerda.

Modelo de contrato social – anexo 17

PROCURAÇÃO

É um documento através do qual uma pessoa física ou jurídica concede poderes a

outro.

Quem concede o poder – mandante, outorgante, constituinte

Quem recebe os poderes – mandatário, outorgado, procurador

Tipos de procuração:

• pública: lavrada por tabelião, em livro de notas, sendo feito dele o traslado, isto

é, cópia autêntica do que consta no livro de notas, que ficará em poder do

procurador.

• particular: é redigida a mão ou digitada, sem registro no livro de notas do

Cartório.

Page 36: APOSTILA Curso Produção de Texto

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Poderes concedidos:

• gerais: quando o outorgante declara que são amplos, gerais e ilimitados.

• especiais: o constituinte estipula no documento quais são os poderes.

Partes da procuração:

• título: escreve-se PROCURAÇÃO com todas as letras maiúsculas, no centro da

primeira linha do papel;

• qualificações do mandante e do mandatário: colocar a cerca de quatro linhas do

título, informações como nome, nacionalidade, estado civil, profissão,

documentação e endereço de ambos;

• finalidade da procuração: estabelece os poderes que serão concedidos;

• local e data: a cerca de três linhas do texto;

• assinatura: a cerca de três linhas da localidade;

• testemunhas: a cerca de seis linhas do texto e à esquerda.

Obs.: todas as assinaturas devem ser reconhecidas em cartório.

Modelo de procuração – anexo 18

REQUERIMENTO

É o documento através do qual se pede ou se solicita a uma autoridade pública a

execução de alguma coisa, ou satisfação de alguma pretensão.

A um estabelecimento de ensino particular encaminha-se também requerimento pelo

motivo de haver aí representante do governo.

Partes de um requerimento:

• Invocação: forma de tratamento, cargo e órgão a que se dirige, sem citar o

nome civil. Indica-se no alto da folha, a partir da margem esquerda. Não usar

nenhuma forma de saudação;

Page 37: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

37

• nome e identificação do requerente: nacionalidade, estado civil, endereço,

profissão e documentação. Escreve-se a cerca de sete linhas abaixo da

invocação;

• exposição: o que se deseja;

• justificativa: (fundamentada em citações legais e outros documentos);

• fecho: usar expressões do tipo “Nestes termos, pede deferimento”. Coloca-se a

cerca de três linhas abaixo da justificativa e ocupa o lado direito da folha;

• local e data: escreve-se a cerca de duas linhas abaixo do fecho;

• assinatura: a cerca de duas linhas abaixo da data.

O famoso abaixo assinado, muito usado pelo povo e por organismos populares, é um

requerimento de caráter coletivo. Como nele vão muitas assinaturas, o espaçamento

entre as partes do requerimento pode ser menor.

Cuidado! Não assine nada em branco, exija que o texto do abaixo assinado esteja

expresso na folha em que você for colocar sua assinatura.

Modelo de requerimento – anexo 19

DESPACHO

É nota que dá andamento ou solução a um pedido. É resolução de autoridade pública

sobre qualquer requerimento ou documento.

Um despacho pode conter apenas: “aprovo”, “defiro, em termos”, “de acordo” ou ser

redigido com muitas palavras.

Partes de um despacho:

• nome do órgão de onde provém o despacho (facultativo); sob o nome coloca-se

DESPACHO (às vezes numerado);

• texto com citação da base legal;

Page 38: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

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• fecho: publique-se e restitua-se o processo à....; publique-se e encaminhe-se ao

Departamento de...

• assinatura.

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39

AULA 5 – Normas especiais para elaboração de textos

Informações úteis

ALGARISMOS CARDINAIS

Usa-se o ponto numa sequência, ou divisão numerada.

Preferir Recusar

1. 1 - 1) 1.-

2. 2 - 2) 2.-

3. 3 - 3) 3.-

ALGARISMOS ORDINAIS

Não se usa nenhum sinal numa divisão sequencial em que são utilizados algarismos

ordinais.

1º __________________

2º __________________

3º __________________

ALGARISMOS ROMANOS

Numa divisão sequencial em que são utilizados algarismos romanos, também não se

usa sinal nenhum.

O alinhamento é feito à direita, isto é, conserva-se desalinhado o lado esquerdo dos

algarismos romanos.

I ___________________

II ___________________

III ___________________

IV ___________________

V ___________________

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Programa CIEE de Educação a Distância

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Assinatura e aposto

Coloca-se sob o nome (apenas as iniciais em maiúsculas) de quem assina uma

correspondência o cargo ou a função que ocupa na empresa. Após o nome segue uma

vírgula que separa o fundamental do aposto. Não há necessidade de digitar o cargo ou

a função em letras maiúsculas. Não se usa fazer traço para a assinatura. Ex.:

Iracema Mabel,

Gerente de produtos.

CARGOS OU FUNÇÕES

Não se antepõe qualquer título ao nome do signatário.

Antigo Atual

Dr. Martim de Sá,

Presidente.

Martim de Sá,

Presidente.

CITAÇÕES

As citações levam aspas no início de todos os parágrafos ou apenas no primeiro e ao

final do último. Pode ser iniciada com letras maiúsculas, depois de dois pontos:

“A__________________________________.” (ponto, aspa) ou iniciando com letras

minúsculas: _________________________“a______________________”.(aspa, ponto)

Transcrições com até duas linhas permanecem no corpo do parágrafo; transcrições

com três ou mais linhas são apresentadas com recuo e destacadas em parágrafo

próprio.

DATAS

Após a data, coloca-se ponto:

São Paulo, 20 de novembro de 2005.

Page 41: APOSTILA Curso Produção de Texto

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A data pode ser digitada na mesma linha do índice:

GRH/932 São Paulo, 20 de novembro de 2005.

(Gerência de Recursos Humanos, carta nº 932)

Os números cardinais quando designam ano, são escritos sem ponto e sem espaço:

2002, 2005 e não 2.002, 2.005.

DESTAQUE DE IDEIAS

Enfatizam-se ideias:

• sublinhando-as;

• usando itálico ou negrito;

• escrevendo com letras maiúsculas;

• colocando aspas na expressão que se quer destacar;

• evite o uso simultâneo de diversas possibilidades para realçar uma ideia.

EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS

As palavras estrangeiras, quando não aportuguesadas, são grafadas com um traço

contínuo sob elas (sublinhado) ou grafadas em itálico ou negrito:

O professor encaminhou seu curriculum vitae.

GRAFIA DE NÚMEROS

Números em início de frases: não se deve escrever números em início de frase:

Vinte por cento dos alunos foram aprovados. (certo)

20% dos alunos foram aprovados. (errado)

O ano de 2004 foi muito marcado por...(certo)

2004 foi muito marcado por...(errado)

Page 42: APOSTILA Curso Produção de Texto

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42

Número de rua: empregando a abreviatura nº, omite-se a vírgula entre o nome e o

número da rua. Não empregando a abreviatura nº, coloca-se a vírgula entre o nome e o

número da rua.

Av. Paulo Orozimbo nº 1234

Av. Paulo Orozimbo, 1234

O número da rua jamais será separado por ponto.

Número de artigo: os artigos de um ato oficial são numerados por algarismos ordinais

do primeiro ao nono; do décimo em diante são numerados por algarismos cardinais.

Art. 5º...............

Art. 11.

Número telefônico: os números telefônicos têm o prefixo separado por um hífen.

Coloca-se o código DDD entre parênteses.

Tel.: (011) 583-0139

Pronomes de tratamento, abreviaturas, siglas e símbolos

PRONOMES DE TRATAMENTO

São expressões que valem por pronomes pessoais.

Os tratamentos que incluem vossa pertencem à terceira pessoa do singular.

Não se deve misturar, em uma correspondência, as pessoas gramaticais.

Vamos conhecer algumas formas de tratamento:

Usado para Tratamento abreviatura

Arquiduques, duques e príncipes Vossa Alteza V.A.

Reis e imperadores Vossa Majestade V.M.

Cardeais Vossa Eminência V.Em.ª*

Presidente e vice-presidente da

República, altas autoridades do

governo e das Forças Armadas,

Chefe do Gabinete Civil e Chefe do

Gabinete Militar da Presidência da

Vossa Excelência V. Ex.ª

Obs. Para o Presidente da

República não se abrevia.

Page 43: APOSTILA Curso Produção de Texto

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43

República, Ministros de Estado,

Consultor Geral da República,

Membros do Congresso Nacional,

embaixadores, procuradores gerais,

oficiais-generais, governadores,

presidente de assembleias

legislativas, prefeitos municipais,

deputados, senadores.

Reitores de universidades, vice-

reitores e pró-reitores

Vossa Magnificência V. Mag.ª

Bispos e arcebispos Vossa Excelência Reverendíssima V. Ex.ª Revm.ª

Sacerdotes em geral Vossa Reverendíssima V. Revm.ª

Papa Vossa Santidade V.S.

Funcionários públicos, pessoas de

cerimônia

Vossa Senhoria V. Sª

Juízes (direito, trabalho, eleitorais,

federais e auditores da Justiça

Federal

Vossa Excelência V. Ex.ª

ABREVIATURAS

A

a = assinado

A. = autor

aa = assinados

AA. = autores

abr. = abril

abr. = abreviatura

a.C. = antes de Cristo

a/c ou A/C = aos cuidados

A.D. = aguarda deferimento

adv.º = advogado

ago. = agosto

agr. = agrário

AL = Alagoas

Page 44: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

44

Al. = alameda

alm. = almirante

a.m. = antes do meio dia

AM = Amazonas

AP = Amapá

ap.= apartamento

a.p.= a protestar (comércio)

art. = artigo

At.=atenção

at.=atenciosamente

Av.=avenida

B

BA=Bahia

Bel.= bacharel

bim.=bimensal

bol.=boletim

br./bras.=brasileiro

brig.=brigadeiro

C

C =código

c =capítulo

c/ =com

c/ =conta comercial

ºC = grau centígrado

c/a = conta aberta

cap. =capítulo

caps. =capítulos

card. =cardeal

c.c. =confere/conforme

c/c –conta corrente / com cópia

Page 45: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

45

C.C. =Código civil

C.Com. = Código comercial

CEP =código de endereçamento postal

Cel = coronel

cf. =confronte

cfr. =confira

Cia. = companhia

CIF = (Cost, Insurance, Freight) custo, seguro e frete

cit. = citação

CLPS=Consolidação das Leis da Previdência Social

CLT=Consolidação das Leis do Trabalho

cm = centímetro

cm2 =centímetro quadrado

cm3 =centímetro cúbico

cm/s = centímetro por segundo

Col. = colégio

com. =comandante

com . = comendador

C.P. / Cx..P./C.Postal= caixa postal

ctv = centavo

ctvs =centavos

cx =caixa

D

d. =depois de

d./D./Da = dona

D. =digno

DASP = Departamento Administrativo do Serviço Público

d.C. = depois de Cristo

DD.= digníssimo

dec.= decreto

Page 46: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

46

dep.=departamento

deps.=departamentos

desemb.=desembargador

dez.=dezembro

DF=Distrito Federal

Dr.=doutor

Dra.=doutora

Drs.=doutores

dz.=dúzia

E

E.=estado

E.C.=Era cristã

e.c.f.= é cópia fiel

ed.=edição

ed.=edifício

E.D.=espera deferimento

E.M.=em mãos

Ema.=eminência

Emb.=embaixador

eng.=engenheiro

E.R.=espera resposta

ES=Espírito Santo

Estr.=estrada

ex.=exemplo

Exma.=excelentíssima

Exmo.=excelentíssimo

F

f.=folha

fev.=fevereiro

fls./ff.=folhas

Page 47: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

47

Fº=filho (comercial)

FN=Fernando de Noronha

FOB=(free on board) custo livre de despesa

Fr.=frei

G

g=grama(s)

g.=grau(s)

G/Gen.=general

GO=Goiás

gr=grosa

H

h=hora

hab.=habitante

H.P.(horse power)=cavalo-vapor

I

id.=idem, o mesmo

Ilma.=ilustríssima

Ilmo.=ilustríssimo

in loc=.(in loco) nesse mesmo lugar

J

jan.=janeiro

Jr..=Júnior

jul.=julho

jun.=junho

K

kg=quilograma(s)

km=quilômetro(s)

km2 =quilômetro quadrado(s)

km/h=quilômetro(s) por hora

kW=quilowatt(s)

Page 48: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

48

L

l=litro

L.=largo

lb.=libra

lég.=légua

légs=léguas

log.=logaritmo

Ltda./Ltd./ltda.=limitada

M

m=metro(s)

m/min=minuto(s)

m2 =metro(s) quadrado(s)

m3 =metro(s) cúbico

MA=Maranhão

maj.=major

Mal =marechal

mar.=março

m/c=minha conta/minha carta

M.D.=muito digno

M.e =madre

memo=memorando

mg=miligrama(s)

MG=Minas Gerais

mil.=milênio

mil.-milha

min=minuto(s)

Min.=ministro(s)

ml=militro(s)

mm=milímetro(s)

MM.=meritíssimo

Page 49: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

49

m.m.c.=mínimo múltiplo comum

Mme.=madame

Mons.=monsenhor

m.p.h.=milhas por hora

m/s=milhas por segundo

MS=Mato Grosso do Sul

MT=Mato Grosso

N

nº / n. /ns =número(s)

n/=nosso/nossa

n/c=nossa carta/nossa conta

n/ch=nosso cheque

n/o=nossa ordem

nov.=novembro

O

o/=ordem

obs.=observação

of.=ofício

O.K.=tudo bem

out.=outubro

P

p.=página

p/=para / por

P./Pe.=padre

P.=praça

PA=Pará

PB=Paraíba

p/c=por conta

P.D.=pede deferimento

PE=Pernambuco

Page 50: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

50

P.E.F.=por especial favor

p.ex.=por exemplo

p.f.=próximo futuro

P.F.=por favor

pg=pago

PI=Piauí

pol.=polegada(s)

p.p.=por procuração

p.p.=próximo passado

P.P=para protestar

PR=Paraná

Pres.=presidente

proc.=processo / procuração

prof.=professor

profs.=professores

P.S.=pós-escrito

pt.=ponto

pts.=pontos

pv=próximo vindouro

Q

Q.G.=quartel-general

q.v.=queira ver, veja isso

R

R.=rua

rel.=relatório

Rel. =relator

Revmo.=reverendíssimo

RJ=Rio de Janeiro

RN=Rio Grande do Norte

RO=Rondônia

Page 51: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

51

r.p.m.=rotação por minuto

r.p.s.=rotação por segundo

RR=Roraima

RS=Rio Grande do Sul

R.S.V.P.=(Respondez s’il vous plâit) Responder, por favor

S

s=segundo(s)

S.=santo,são, santa

s/=sem

s/=seu, sua, seus, suas

S.A.=sociedade anônima

s/a=seu aceite

sarg.=sargento

SC=Santa Catarina

s/c=sua carta/ sua conta

S/C= Sociedade Civil

s.d.=sem data

SE=Sergipe

seg.=seguinte

segs.=seguintes

S.E.O.=salvo erro ou omissão

set.=setembro

s/l=sobreloja

S.O.S.=(Save our souls)-salvai nossas almas=socorro

SP=São Paulo

Sr.=senhor

Sra.=senhora

Srs.=senhores

Sras.=senhoras

Srta.=senhorita

Page 52: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

52

Sta.=santa

T

t=tonelada(s)

t./T=termo(s)

T.=tempo/tara

T./Trav.=travessa

tel.=telefone / telegrama

Tem.=tenente

TO=Tocantins

trim.=trimestre

TT.=termos

T.V./TV=televisão

U

u.e.=uso externo

u.i.=uso interno

ult.=último

un.=unidade(s)

urb.=urbano

V

v.=volume(s)

v /V=volt(s)

v./V=veja

v./V.=vila

v /V.=você

V.=visto(s),a(s)

vol.=volume

W

w=watt

Page 53: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

53

SIGLAS

Siglas formadas somente com consoantes – escrever com todas as letras maiúsculas

Ex.: INSS

siglas formadas com consoantes e vogais até 3 letras – escrever com todas as letras

maiúsculas – Ex.: USP

siglas formadas com consoantes e vogais e mais de 3 letras – escrever somente com a

inicial maiúscula – Ex.: Detran

SÍMBOLOS

Os pontos devem ser grafados sem ponto abreviativo e sem adição de “s” quando no

plural:

150 kg (e não 150 kgs)

Observem os seguintes símbolos:

• grau (°)

• tempo-hora (h)

• min (min), (30’)

• segundos (s), (30’’)

Os únicos símbolos que precedem um número são os indicativos de unidade monetária:

R$, US$, $.

Mensagens eletrônicas (e-mail)

O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na

principal forma de comunicação para transmissão de documentos. Ele tem substituído a

maior parte das cartas e ofícios e por isso merece uma boa redação, como qualquer

outro tipo de comunicação formal.

Page 54: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

54

Um dos atrativos da comunicação por e-mail é a flexibilidade. A clareza, a concisão e a

legibilidade são virtudes essenciais para uma comunicação eletrônica eficaz. Tudo na

mensagem deve ser cuidado com respeito – da revisão gramatical à qualidade de

atendimento.

O que lembrar antes de enviar uma mensagem

As informações foram organizadas em grau de importância para permitir a imediata

compreensão do leitor?

A quantidade de informações foi suficiente para assegurar a legibilidade ao texto?

Certifique-se de que seu texto corresponde às três perguntas essenciais:

• o que o leitor precisa saber?

• para que o leitor precisa dessas informações?

• que tipo de conhecimento o leitor já tem sobre o assunto em pauta?

Estrutura do texto

• vocativo (saudação inicial)

• mensagem

• despedida respeitosa

• assinatura

Critérios para elaboração de mensagens eletrônicas

• mensagens curtas e simples. Se há muita informação a ser passada “quebre-a”

com títulos e subtítulos;

• mensagens curtas, não telegráficas; mensagens simples, mas não escrita com

desleixo;

• o tema do e-mail deve aparecer na linha destinada ao assunto. As pessoas

fazem de imediato a triagem por assuntos, além de facilitar a organização

documental tanto do destinatário como do remetente;

Page 55: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

55

• evite abreviaturas, piadas e brincadeiras. No mundo dos negócios, não há

espaço para isso;

• e-mails profissionais não são bilhetes para amigos, que estão dispostos a

perdoar seus erros gramaticais. Releia o texto antes de enviar;

• evite o excesso de destaque (maiúsculas, itálico, sublinhado, negrito, aspas).

Fuja dos textos em maiúscula – são “gritos eletrônicos” – e das fontes incomuns,

pois podem não ser lidas na máquina do destinatário;

• personalize sua correspondência. Mesmo nas mensagens com cópia, tenha o

cuidado de digitar algumas palavras ao novo destinatário;

• use e abuse de arquivos anexados. São ótimos para enviar listas, planilhas,

gráficos, imagens e tudo que puder ser considerado informação complementar;

• os e-mails devem ser respondidos, ignorá-los é como deixar de atender a um

telefonema. Reserve um tempo para a resposta;

• não adianta entrar em crise porque ainda não recebeu resposta. Dê um tempo

real ao leitor. Nada de mensagens de reforço do tipo: “já recebeu?”

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem do correio eletrônico tenha

valor documental, isto é, para que possa ser aceito como documento original, é

necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma

estabelecida em lei.

É conveniente que você faça o curso Atualização Gramatical para apresentar uma

escrita correta nos seus textos.

Page 56: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FEITOSA, V. C. Redação de Textos Científicos. São Paulo: Papirus, 1991

Help! Sistema de Consulta Interativa. Jornal O Estado de São Paulo. São Paulo:

Klick Editora

MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 17ª edição.

São Paulo: Atlas, 2004

WEISS, D. H. Como escrever com facilidade. São Paulo: Nobel, 1992

Page 57: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

1

CURSO: PRODUÇÃO DE TEXTOS E REDAÇÃO EMPRESARIAL

SUMÁRIO

Introdução .................................................................................................................. 02

Aula 1 – Desenvolvendo ideias .................................................................................. 03

Organizando ideias....................................................................................... 03

Comunicação através da escrita .................................................................. 04

Criando estrutura para as ideias .................................................................. 05

Aula 2 – Formas simples para escrever bem ............................................................. 09

As qualidades de um texto ........................................................................... 09

Problemas comuns na comunicação escrita ................................................ 10

Tipos de textos (descrição, narração e dissertação) .................................... 12

Aula 3 – Correspondência comercial ......................................................................... 16

A carta e suas partes .................................................................................... 16

Aviso, bilhete, cartão, convite, circular, convocação, mala-direta ................ 22

Memorando, protocolo, recibo, requisição, telegrama, relatório, ata ............ 25

Aula 4 – Correspondência oficial ............................................................................... 32

Atestado, declaração, comunicado, ofício .................................................... 32

Contrato, procuração, requerimento, despacho ........................................... 36

Aula 5 – Normas especiais para elaboração de textos .............................................. 39

Informações úteis ......................................................................................... 39

Pronomes de tratamento, abreviaturas, siglas e símbolos ........................... 43

Mensagens eletrônicas (e-mail) ................................................................... 54

Referências Bibliográficas ......................................................................................... 57

Page 58: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

2

INTRODUÇÃO

“A comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social.”

Juan Bordenave

Para que haja comunicação é necessário um contexto, um canal de comunicação, a

mensagem, o emissor (que envia) e o receptor (que recebe).

A finalidade de escrever é comunicar totalmente o que você quer dizer. Não basta

escrever, é preciso comunicar.

No meio profissional, todos devem procurar desenvolver uma escrita correta, caso

contrário sua carreira pode ficar paralisada. Se você não souber fazer uma composição

coerente, ordenada, inteligente e interessante, não saberá como escrever de maneira

eficaz no mundo profissional.

Para aprender a escrever não basta aprender a pensar; é necessário aprender a

encontrar ideias originais e saber articulá-las. Falar silenciosamente consigo mesmo

enquanto escreve, isso ajuda a conseguir o significado que se deseja no papel.

Ao final deste curso, você será capaz de escrever cartas, memorandos, relatórios e

apresentações, facilmente e de maneira lógica, empregando um estilo expositivo que

qualquer leitor será capaz de entender e achar interessante.

Escrever não é tão difícil quanto parece!

Page 59: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

3

AULA 1 – Desenvolvendo ideias - Organizando ideias

A produção de um texto dever sempre levar em consideração o conhecimento já

existente.

Temos a capacidade de questionar e podemos repensar, refazer, reestruturar e

aperfeiçoar nossas ideias. Mas às vezes temos dificuldade para expressá-las, porque:

• não amadurecemos nossas ideias suficientemente;

• não temos as informações e os dados necessários para desenvolver nossas

ideias;

• não estamos explorando nossa capacidade de pensar.

Aprende-se a escrever, escrevendo. Não comece um texto sem antes fazer um esboço,

mesmo sabendo que este inicialmente só vai ter a função de roteiro e que sofrerá

modificações antes e durante a redação.

Um método simples para encadear ideias começa com a anotação de todas elas, sem

se preocupar com uma sequência. Escreva tudo que tem em mente numa folha de

papel, não se preocupe com a lógica, nem com a gramática. Isso surgirá mais tarde no

processo quando for avaliar e organizar as ideias.

Pensar supõe diálogo e ao escrever precisamos sempre ter presente que nossa meta

são os leitores. Quando se sabe para que o receptor precisa das informações que se

tem a transmitir, é possível chegar à organização ideal do texto. Isso permite

dimensionar o valor que cada uma das informações tem para o leitor naquele momento,

o que é fundamental para se determinar quais as que merecem maior destaque, quais

as que devem ficar em segundo plano ou mesmo que detalhes devem ser desprezados.

Se você tiver informações, será capaz de deixar as ideias fluírem.

Pensar nos permite mentalmente, fazer interação com o mundo à nossa volta.

Page 60: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

4

Por meio do pensamento, elaboramos todas as informações que recebemos e

orientamos as ações que interferem na realidade e organização de nossos escritos. O

que lemos é produto de um pensamento transformado em texto.

Cada um de nós tem seu modo de pensar e, quando escreve, procura organizar as

ideias de um modo que facilite a compreensão do leitor.

Comunicação através da escrita

Para haver comunicação deve existir um espaço, um vazio, uma lacuna entre o que o

emissor tem a dizer e o que o receptor sabe.

A finalidade de escrever é comunicar totalmente o que você quer dizer. Só o medo

pode impedir um indivíduo de escrever se ele é capaz de ler ou fazer uma

apresentação, ou ambos. Todo mundo é um escritor. Qualquer indivíduo alfabetizado

escreve de vez em quando bilhetinhos para os filhos, cartas para os pais, memorandos

para os colegas de trabalho, relatórios para a diretoria.

A escrita é usada para representar os sons. Você controla totalmente as palavras

quando escreve. Pode dizê-las em voz alta primeiro e ouvir como soam aos seus

ouvidos, perguntando se fazem sentido. Pode pronunciá-las subvocalmente e perguntar

se transmitem o que deseja, e mais ainda, pode ter várias chances de acertar antes de

mandar a mensagem a alguém, reescrevendo o que já escreveu.

A comunicação escrita é a transmissão da mensagem através da mão e não pela boca.

A principal vantagem desse tipo de comunicação está no controle total da forma como

as palavras saem, cada um as controla mesmo que estejam envolvidas por filtros que

obscurecem seus significados ou estejam carregadas de valores pessoais. Com a

palavra escrita a pessoa tem a chance de dizer o que pretende e transmitir o significado

que diz.

Page 61: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

5

Criando estrutura para as ideias

As partes que compõem o texto – a introdução, o desenvolvimento e a conclusão,

devem se organizar de maneira equilibrada.

A introdução é uma entrada no assunto e caracteriza-se como um argumento inicial.

Apresenta a ideia central do texto. Essa apresentação deve ser direta, evite “rodeios”

para entrar no assunto, bem como os “chavões”, por exemplo: “Desde os primórdios da

civilização que o homem...”.

O tamanho da introdução raramente excede a 1/5 do texto. Essa proporção não vale

para textos muito curtos, nestes, a introdução pode ser o próprio título. Nos textos

longos, de várias páginas, a introdução pode ser um capítulo ou uma parte precedida

por subtítulo. Nesse caso, poderá ter vários parágrafos. Em textos curtos, de 25 a 80

linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.

O desenvolvimento é a parte maior do texto, responsável pela relação entre a

introdução e a conclusão. Nessa parte são apresentadas as ideias, os dados, os

argumentos que sustentam e explicam as posições do autor.

Podemos comparar o desenvolvimento a uma ponte. De um lado está a introdução. Do

outro, a conclusão. Essa ponte é formada por ideias bem organizadas numa sequência

que permite a relação equilibrada entre os dois lados.

Desenvolvimento

introdução conclusão

ideias

ideias ideias

ideias ideias

Page 62: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

6

No desenvolvimento o autor do texto revela sua capacidade de argumentar, defende

seus pontos de vista e tem de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Esta parte do

texto tem a função de fundamentar as conclusões.

Para uma boa redação do texto, é necessário que se tenha clareza de qual será a

conclusão. Por isso é tão importante planejar o texto.

O desenvolvimento ocupará aproximadamente 3/5 do texto, no mínimo. Em textos

longos, o desenvolvimento pode ter capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Em

textos curtos, terá alguns parágrafos.

Existem duas principais falhas no desenvolvimento:

• o desvio da argumentação – o autor toma um argumento secundário e se

distancia da discussão inicial, ou então, concentra-se em apenas um aspecto do

tema e esquece a sua amplitude (toma a parte pelo todo);

• a argumentação desconexa – acontece quando o autor tem muitas ideias ou

informações sobre o tema e não consegue encadeá-las. Ele também pode ter

dificuldade para estruturar suas ideias e definir uma linha lógica de raciocínio.

A conclusão é a parte mais importante do texto, é o seu ponto de chegada. Os dados

utilizados, as ideias e os argumentos convergem para este ponto em que a discussão

ou a exposição se fecha.

Na sua estrutura normal, a conclusão não deve deixar abertura para continuidade da

discussão, tem o valor da síntese. Evite repetir argumentos já utilizados, por exemplo:

“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.

Proporcionalmente o tamanho da conclusão é equivalente ao da introdução, ou seja,

1/5. Essa é uma qualidade dos textos bem redigidos.

Page 63: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

7

Nas conclusões que ficam muito longas, é possível que haja um dos seguintes erros:

• o desenvolvimento não foi suficientemente explorado e invadiu a conclusão;

• o desenvolvimento não foi suficiente para fundamentar a conclusão e há

necessidade de mais explicações;

• o autor está “enrolando”, “enchendo linguiça” ou fica girando em torno de ideias

paralelas ou redundantes;

• o autor usa frases vazias, perfeitamente dispensáveis;

• a autor não tem clareza de qual é a melhor conclusão e se perde na

argumentação final.

A conclusão não pode ser uma abertura para novas discussões, exceto quando:

• o autor apresenta ideias polêmicas e deixa a conclusão em aberto para não

influenciar o posicionamento do leitor;

• o autor não fecha a discussão propositalmente, estimulando o leitor a ler uma

possível continuidade do texto, como um outro capítulo;

• o autor não deseja mesmo concluir, mas apenas apresentar dados e

informações sobre o tema que está desenvolvendo;

• o autor quer que o próprio leitor tire suas conclusões e enumera perguntas no

final.

As falhas num texto podem ser evitadas se antes da redação o autor fizer um plano do

que irá escrever. O plano é o roteiro em que organizamos, ou indicamos para nós

mesmos, as ideias e a sequência que utilizaremos no texto. Ele deve ser o mais enxuto

possível.

Para o leitor, o texto deve parecer uma redação inteligente e bem estruturada, que

constrói uma argumentação sólida e lhe permite conclusões enriquecedoras.

Page 64: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

8

AULA 2 - Formas simples para escrever bem - As qualidades de um texto

A palavra texto provém do latim “textum”, que significa tecido, entrelaçamento.

Existem algumas qualidades de linguagem que costumam ser apontadas como

importantes para que o texto seja considerado bom.

CLAREZA - Permite a compreensão numa primeira leitura, consiste na expressão exata

de um pensamento, é evidente. Recomenda-se o uso de períodos curtos, ausência de

adjetivação e rodeio de palavras, frases com duplo sentido e quebra da ordem lógica.

Dica – Não rabisque muito a redação a ser entregue. Faça rascunho, mas se isso não

for possível escreva, antes de tudo, um esquema com itens a serem desenvolvidos.

Não faça parágrafos grandes. Desenvolva cada item num parágrafo.

FLUÊNCIA – É a qualidade que permite a leitura ininterrupta, sem prejuízo da

compreensão e sem necessidade de releitura. Os textos jornalísticos e os dos livros

didáticos são exemplos de textos geralmente claros, fluentes e adequados aos seus

leitores. De um modo geral, sempre que quebramos a ordem direta de um período,

intercalando ideias entre os termos integrantes da oração ou entre orações de um

período, prejudicamos a fluência do texto.

CONCISÃO - É a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras.

Para ser conciso, elimine as expressões supérfluas. O contrário da concisão é a

prolixidade.

PRECISÃO – É a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se

quer dizer. A precisão depende mais do domínio do vocabulário que temos do que do

conhecimento de um grande número de palavras.

Vocabulário preciso abrevia a expressão e facilita a recepção da mensagem.

Page 65: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

9

COESÃO – Precisa existir uma ligação lógica entre as palavras, orações, períodos,

parágrafos.

Dica – Não escreva palavras ou frases “soltas”. Use corretamente os conectivos (mas,

porém, contudo, todavia, o qual, cujo, quanto, que, quem, onde). Isso evita a repetição

excessiva das mesmas palavras.

COERÊNCIA – As ideias expostas estão atadas de tal modo que a conexão é evidente,

existe uma linguagem lógica. Não há nada destoante, ilógico, contraditório ou

desconexo.

É a principal característica de um texto, é o que converte uma mensagem verbal em

texto.

Dicas para elaboração de textos

• não tente utilizar palavras “difíceis”, que você tenha dúvidas quanto ao

significado, só para causar uma boa impressão;

• prefira recorrer à linguagem culta e formal, ao invés de gírias;

• escrever a grafia corretamente sempre causa uma boa imagem. Evite

estrangeirismos. Ao invés de, por exemplo, escrever “hobby” prefira

“passatempo”;

• ao escrever você poderá ter algumas dúvidas quanto a grafia correta das

palavras e querer enriquecer seu vocabulário, portanto sempre utilize o dicionário

como suporte para elaboração de textos.

Problemas comuns na comunicação escrita

Pensar antes de falar e refletir antes de escrever são regras fundamentais para a

comunicação eficaz. O entendimento de uma mensagem depende da sequência

ordenada das informações transmitidas.

Sua preocupação básica como escritor deve ser com o receptor.

Page 66: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

10

Evite estes erros na sua comunicação:

1. Repetição de ideias, palavras, verbos auxiliares;

Ex.: O técnico tinha proporcionado um momento de reflexão. (evitar)

O técnico proporcionara um momento de reflexão.

2. Vaguidade das expressões – palavras imprecisas, que servem para tapar buracos

na mensagem. Evite clichês, lugares comuns, frases feitas.

Ex.: além disso, aspecto, casualmente, certamente, coisa, conjuntura atual,

ensejo, então, por outro lado, etc.

3. Prolixidade – evitar palavras supérfluas.

Ex.: Já tratamos desse assunto muito apressadamente.

Já tratamos desse assunto apressadamente.

Tratamos desse assunto apressadamente.

4. Pleonasmos – transmitem ao receptor ideia de desleixo com a elaboração da

mensagem; em geral, é resultado da pressa, da falta de rascunho, da ausência

de correção.

Ex.: fundamentos básicos, vimos à presença, vimos pela presente, usamos deste

meio, manter o mesmo, pequenos detalhes.

5. Afetações, colocações exageradas – às vezes, até contrárias à verdade, devem

ser evitadas.

Ex.: a seu inteiro dispor, protestos de elevada estima e consideração, temos a

honra de, temos especial prazer em renovar.

6. Gíria – pode ser admitida entre jovens em conversas de grupos, em momentos

de descontração, mas não é adequada na comunicação escrita empresarial, que

deve ser a mais gramatical possível.

Page 67: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

11

7. Estrangeirismo – só deve ser utilizado na linguagem técnica, quando não há em

português termo apropriado.

8. Laconismo – carência de palavras (estilo telegráfico), é fonte de equívocos,

incompreensão. Podem gerar ordens mal executadas, discussões ociosas.

9. Falhas gramaticais – impossível escrever bons textos sem recorrer à gramática e

ao dicionário continuamente. Além disso, é preciso ler jornais, revistas, livros da

literatura nacional.

10. Ambiguidade – é um vício de linguagem pelo qual uma frase é construída,

involuntariamente, com mais de uma interpretação.

Exemplo: “O ministro participou da reunião com o presidente no Palácio do

Planalto, na qual ele voltou a pedir unidade no governo”.

A frase é ambígua porque não deixa claro quem pediu unidade no governo: o

ministro ou o presidente?

Tipos de textos (descrição, narração, dissertação)

DESCRIÇÃO

É uma representação das características de seres, objetos e paisagens percebidas

através dos sentidos. Também descreve emoções, qualidades e circunstâncias com

palavras precisas.

Para descrever é preciso uma boa capacidade de observação e sentidos apurados.

Aprendendo a descrever

Ao iniciar a descrição pelos detalhes, privilegie os aspectos mais relevantes. O sucesso

dessa tarefa depende, em grande parte, da escolha adequada das palavras. Para

chegar à forma ideal, será preciso corrigir, apagar, tornar a escrever.

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12

Com a prática, as expressões exatas fluirão naturalmente.

Temos duas maneiras para fazer uma descrição:

• partir da visão panorâmica e, aos poucos, aproximar-se dos detalhes;

• partir dos detalhes e ampliar cada vez mais a perspectiva, até chegar à visão

panorâmica.

A descrição pode ser objetiva ou subjetiva:

Descrição objetiva: Era um homem de 50 anos, grisalho e barbudo. Morava naquele

bairro há 10 anos.

Descrição subjetiva: Era um homem bonito, sensível e educado.

NARRAÇÃO

É o relato de fatos e acontecimentos vistos, ouvidos, lidos ou imaginados, em um

momento e local determinados.

A narração conta uma história, situa as coisas no tempo. As palavras que predominam

na narrativa são os verbos que expressam ação e os pronomes pessoais.

O discurso direto e indireto

No discurso direto, indicamos o interlocutor e caracterizamos sua fala por meio de

verbos de elocução, tais como: dizer, exclamar, perguntar, responder, etc. Nas falas

breves, convém omiti-los, bastando, para a clareza do diálogo, a abertura de parágrafo

e o uso do travessão:

- Por que você chegou tão tarde? Perguntou-lhe a mãe, logo que apareceu à porta.

- Depois da aula, passei na casa da Paulina para fazermos o trabalho de Geografia.

No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar

diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou

pensaram. Exemplo:

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13

A certo ponto da conversa, Joana me disse que desejava muito conhecer Roberto e

perguntou por que não o levei comigo.

Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe uma terceira modalidade da

técnica narrativa, o chamado discurso indireto livre, processo mais difícil e menos

comum, porém, de grande efeito estilístico. É uma espécie de monólogo interior das

personagens, mas expresso pelo narrador. Exemplo:

“Quando Eduardo ia para o Grupo, deixava-a debaixo da bacia. Um dia o pai lhe disse

que aquilo era maldade: Gostaria que fizessem o mesmo com você? As galinhas

também sofrem. Um domingo encontrou a galinha Eduarda na mesa do almoço, pernas

para o ar, assada. Eduarda foi comida entre lágrimas!”.

(Fernando Sabino, O Encontro Marcado, 5ª ed., pág. 9).

Elementos da narrativa

• enredo (o quê?) – fatos relatados;

• personagens (quem?) – seres envolvidos nos fatos que formam o enredo da

história;

• espaço (onde?) – ambiente onde se desenrolam os fatos;

• tempo (quando?) – quando aconteceram os fatos.

DISSERTAÇÃO

Dissertar é expor, interpretar, explicar, discutir uma ideia, é manifestar um ponto de

vista sobre determinado assunto.

A respeito de um fato, da realidade, expressa-se uma opinião que, nem sempre, estará

de acordo com a concepção de vida de outras pessoas. Esse é o motivo pelo qual, ao

se elaborar um texto dissertativo, deve-se refletir sobre o tema proposto para que se

possa formar uma opinião a respeito do assunto.

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Caso o tema seja muito amplo, deve-se especificá-lo, pois isso facilita o trabalho de

organização de ideias.

Exemplo: estrutura do texto dissertativo

1. Identificação do tema

2. Delimitação do tema (compreensão e definição do assunto a ser

abordado)

3. Introdução (apresentação do assunto)

4. Desenvolvimento (análise crítica e argumentação da ideia central;

exposição de juízos, raciocínios, provas, exemplos, testemunhos

históricos e justificativas)

5. Conclusão (síntese das ideias ou perspectiva da solução)

6. Releitura e título (revisão gramatical, criatividade e empatia)

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AULA 3 – Correspondência comercial - A Carta e suas partes

Se escrever em geral é falar no papel, a redação de cartas representa sua própria voz.

Se bem escritas, fazem com que as pessoas desejem saber mais de você. Se mal

escritas, afastam os indivíduos e transformam-se em barreiras para novos contatos. As

cartas são sua voz quando escreve às pessoas.

Quanto à espécie de correspondência, podem-se destacar:

• particular, familiar ou social: trocada entre particulares. Os assuntos são sempre

particulares, íntimos, pessoais;

• comercial: ocupa-se da transação comercial ou industrial;

• oficial: tem origem no serviço público, civil ou militar.

Antes de iniciar a redação de uma carta, deve-se:

• ter um objetivo em mente;

• colocar-se no lugar do receptor;

• ter informações suficientes sobre o fato;

• planejar a estrutura da comunicação a ser feita;

• dominar todas as palavras necessárias;

• tratar do assunto com propriedade;

• ser natural e conciso;

• usar linguagem de fácil compreensão;

• prestar informações precisas e exatas;

• responder a todas as perguntas feitas anteriormente pelo destinatário.

É bom que se faça um rascunho da carta que deve ser lida e corrigida até se encontrar

uma forma adequada, compreensível pelo receptor. Após, redige-se a versão final.

Se for uma carta comercial, siga estas orientações sobre o formato:

• texto impresso em um só lado do papel;

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• papel de 21 x 29,7 cm (A4);

• 20 a 25 linhas por folha;

• margens: direita - 2 cm; esquerda – 3 cm; superior – 2 cm; inferior – 2 cm;

• espaço 1 ½. Entre os parágrafos, é costume duplicar esse espaço interlinear;

• a margem direita não precisa ser uniforme.

A carta comercial é mero veículo de informação, ela faz parte integrante de todo um

sistema de comunicação, com o seu emissor, com sua mensagem e seu receptor.

Portanto, está sujeita a toda a engrenagem, a todos os dispositivos, a todos os

requisitos indispensáveis à comunicação para propagar, agrupar, propor negócios e

criar imagem. Pode ser remetida pelo correio ou telefax.

O principal a ser dito sobre a apresentação visual de uma carta é que ela deve ser

limpa. Todas as cartas devem conter os seguintes elementos: endereço do remetente,

local e data, destinatário, referências, vocativo, saudação, texto, conclusão e

assinatura. A finalidade dita o conteúdo e a ordem. Aquilo que deseja do outro

indivíduo, o que tem a oferecer ou comunicar, formam a estrutura da carta em si.

Partes de uma carta

Endereço do remetente

Nas cartas comerciais, se o papel não tiver o endereço no cabeçalho ou rodapé,

precisa ser colocado, geralmente no final da página, do lado esquerdo. Não esqueça de

colocar o CEP, que pode ser inserido ao lado do nome de sua cidade ou numa linha

própria.

O papel timbrado é importante, pois nele se oferecem três informações importantes

sobre o remetente: quem é, o que faz, qual é o seu endereço.

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Local e Data

A melhor maneira de informar a data é escrevê-la por extenso: 10 de outubro de 2005.

Outra opção é fornecer o dia da semana, em vez do ano: Segunda-feira, 10 de outubro.

Evite formas como 10/10/2005 ou 10-10-2005. Nas cartas oficiais, sempre se deve

colocar o ano.

Na grande maioria das vezes, o local e a data vem logo depois do endereço. Se o papel

tiver um cabeçalho impresso, escreva o local e a data no alto alinhado à direita ou à

esquerda, de acordo com o estilo de apresentação.

Quando o papel é timbrado, pode-se omitir a indicação do local, desde que a carta seja

expedida da localidade constante no timbre e que não apresente vários endereços. Em

bilhetes pessoais, pode ser feito da maneira antiga e colocar a data no final, à

esquerda, sozinha ou com o endereço.

Destinatário

Nas cartas oficiais e comerciais, se deve colocar o nome e o cargo do destinatário na

margem esquerda da folha, a umas poucas linhas da data.

Não é necessário colocar a preposição “A” na frente do nome do destinatário.

Não se coloca o endereço do destinatário, uma vez que ele consta do envelope. Em

cartas pessoais, isso seria considerado excesso de formalismo.

Referências

A referência ou assunto é uma síntese do conteúdo da carta. Esse dado é muito útil

tanto para quem arquiva e classifica a correspondência como para quem, num relance

toma conhecimento do assunto exposto.

Esse tipo de informação também só é dado em documentos oficiais e comerciais. Pula-

se uma linha após o endereço do destinatário e coloque as referências na margem

esquerda, utilizando Ref..

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Vocativo

É a saudação de cortesia que se dirige ao destinatário, antes de se entrar no assunto,

propriamente dito da carta.

A saudação fica junto à margem esquerda, no mínimo duas linhas abaixo da linha

imediatamente anterior a ela. Ex.: Prezados Senhores, Caro estudante .

Contexto / Assunto

O texto tem que aparecer com clareza na página, deve conter parágrafos curtos e uma

linha de espaço entre eles. A introdução do texto visa despertar o interesse do leitor, e

prender sua atenção, é a entrada no assunto.

O desenvolvimento do texto deve expor claramente ao destinatário o conteúdo da carta.

Deve referir-se a um só assunto, em torno do qual há de estruturar-se todo o conjunto

da mensagem. Quando se vai tratar de vários assuntos, convém que haja uma relação

entre eles.

O encerramento é o parágrafo que encerra o corpo da carta. Ele deverá atender a um

dos objetivos: levar o leitor a agir e deixar boa impressão sobre o remetente, caso não

se deseje nada do destinatário. Muitas vezes, o parágrafo de encerramento engloba a

fórmula de cortesia da carta.

Conclusão

Em cartas comerciais e oficiais emprega-se uma fórmula de cortesia que deve estar de

acordo com o tom geral da mensagem, por exemplo, ao terminar uma carta de

agradecimento pode-se terminá-la com Agradecendo antecipadamente. Outros

exemplos de tipos de conclusão podem ser: atenciosamente, cordialmente, cordiais

saudações.

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Em cartas pessoais, as escolhas são bem mais amplas. A conclusão da carta vai

depender do tipo de relacionamento existente entre o remetente e o destinatário, do

tom e da razão da carta. Entre as conclusões tradicionais, usadas em situações gerais,

incluem-se: Um abraço, Com muitas saudades, Esperando que tudo esteja bem por aí,

Boa sorte, Esperando tornar a vê-lo (a) em breve .Em correspondências leves, trocadas

entre amigos e familiares, pode-se optar por conclusões mais alegres, expansivas e

brincalhonas, do tipo Comporte-se, Juízo, Um grande abraço, Um beijo, Abraços a

todos etc.

Assinatura

Nas cartas comerciais e oficiais a assinatura compõe-se de três elementos: o nome de

quem assina, seu cargo ou função na empresa datilografados ou digitados, e sua

assinatura propriamente dita.

Na assinatura:

• não cabe a anteposição de títulos profissionais, honoríficos, militares ou

acadêmicos;

• não se usa traço para a assinatura;

• não há necessidade de colocar o nome da empresa;

• está caindo em desuso o carimbo na assinatura;

• caso duas pessoas assinem, o responsável direto assina à direita, e o outro à

esquerda.

• nas cartas pessoais, só se coloca a assinatura no final da carta.

DICAS

Fatores de influência da carta comercial:

• resposta imediata indica que a firma é eficiente;

• carta bem definida, fará o destinatário pensar que está lidando com uma

organização metódica;

• o leitor deve compreender o que está escrito, buscar clareza de pensamento.

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Riscos:

• como todo texto escrito, ele é irrecorrível, não dá para harmonizar ou explicar

como na comunicação oral, pelo telefone, por exemplo;

• o volume da correspondência recebida nas empresas é grande, a carta pode ser

mal lida, mal interpretada e motiva nova carta como resposta, ampliando a

burocracia empresarial. Para clientes especiais, deve-se preferir a conversa por

telefone.

SAIBA MAIS

Quanto à gramática:

EVITAR USAR

Em anexo.

Face à...

Pedimos para...

Solicitamos para...

Tenho para te perguntar a você.

Sito à rua...

Em nossa conversa, onde propusemos...

Aonde você passou suas férias?

Haja visto...

Fazem nove dias.

Há três semanas atrás.

Haviam dez pessoas na reunião.

Fez tudo para mim realizar o trabalho.

Anexamos, anexo.

Em face de, diante de...

Pedimos que...

Solicitamos que...

Tenho algo para perguntar-lhe.

Sito na rua...

Em conversa em que propusemos...

Onde você passou suas férias?

Haja vista...

Faz nove dias.

Há três semanas.

Havia dez pessoas na reunião.

Fez tudo para eu realizar o trabalho.

Agora vamos fazer uma análise de um modelo antigo de carta comercial com

comentários em cada item.

Modelo de carta antiga – anexo 1

Modelo de carta atual – anexo 2

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Aviso, bilhete, cartão, convite, circular, convocação, mala-direta

AVISO

É um tipo de comunicação, direta ou indireta, afixada em local público ou privado. Aviso

é informação, serve para ordenar, cientificar, prevenir, noticiar, convidar. É empregado

no comércio, na indústria, no serviço público e na rede bancária.

O aviso significa economia de tempo. Se redigido em linguagem clara, favorece a

eficácia da comunicação, ou seja, atingir o objetivo estabelecido.

Como deve ser apresentado:

• ter linguagem clara;

• ter um timbre e um símbolo referentes à instituição que o utiliza;

• um título;

• texto em forma de parágrafos;

• assinatura e cargo do responsável pelo aviso.

Modelo de aviso – anexo 3

BILHETE

É uma carta breve em que se anota algum fato para ser levado ao conhecimento de

outra pessoa, de modo apressado. É uma carta simples, sem as fórmulas das cartas

ordinárias.

Em linguagem comercial, o bilhete recebe diversas designações: bilhete de banco,

bilhete de crédito, bilhete de carga, bilhete de desembarque, bilhete de entrada, bilhete

de loteria, bilhete de passagem e outros.

CARTÃO

Há várias espécies de cartão:

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• cartão-postal: com uma fotografia em uma das faces e espaço para escrita na

outra.

• cartão de visitas: sua finalidade é fazer com que nosso nome seja lembrado após

uma apresentação ou quando há interesse de que a relação continue;

• de contato profissional ou comercial;

• de propaganda ou de venda;

• comum, de correspondência.

DICAS

• o cartão é feito em papel grosso;

• dobrar o canto esquerdo ou direito do cartão, ao entregá-lo a uma pessoa, é

procedimento que já está fora de época.

CONVITE

É uma mensagem pela qual se formaliza uma convocação ou pede-se o

comparecimento de alguém em algum lugar. Também pode ser um bilhete que dá

direito a ingresso gratuito em um espetáculo, coquetel de lançamento de livros, show.

Os elementos constitutivos do convite são:

• quem está convidando;

• finalidade do convite – para que se está convidando;

• data;

• horário;

• local (endereço);

• informações necessárias

Às vezes, ao final de um convite aparecem as abreviaturas: R.S.V.P. (Respondez s’il

vous plâit), que significa responder por favor.

Modelo de convite – anexo 4

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CIRCULAR

É o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias

repartições ou pessoas. Na circular, não consta destinatário, pois ela é multidirecional,

o endereçamento vai no envelope.

Seu texto é informal e direto, dispensa-se formalidades. Serve para transmitir avisos,

ordens ou instruções. Em geral, contém assunto de caráter ou interesse geral.

O público da circular pode ser interno, misto e externo, este último em pequena escala,

principalmente quando a circular é transformada em mala-direta.

DICA: Tratando-se de carta-circular, o redator deve escrever de maneira que o receptor

tenha a impressão de que foi redigida especialmente para ele.

Modelo circular – anexo 5

CONVOCAÇÃO

É forma de comunicação escrita em que se convida ou chama alguém para uma

reunião. Na elaboração do texto, é necessário especificar local, data, finalidade.

Modelo de convocação – anexo 6

MALA-DIRETA

É a forma mais direta, seletiva e personalizada para divulgação de produtos e serviços

e promoção de vendas. Materiais de propaganda, como catálogos, cartas, cartas

circulares, folhetos são enviados pelo correio para clientes habituais e/ou potenciais.

Geralmente as empresas possuem uma relação desses clientes, o que facilita a

remessa periódica de material promocional.

DICAS:

• pode-se incluir na mala-direta um cupom resposta, com postagem paga, que

serve também para avaliar a penetração no mercado;

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• conheça a fundo o produto ou serviço que quer vender e coloque-se no lugar do

potencial cliente;

• antes de escrever, procure os argumentos mais convincentes;

• não deixe de colocar informações práticas, tais como telefone de contato,

endereço ou e-mail para resposta;

• a apresentação e o texto devem ser impecáveis.

Memorando, protocolo, recibo, requisição, telegrama, relatórios, ata

MEMORANDO

É uma comunicação escrita que pode ser:

• interno – correspondência entre departamentos de uma mesma empresa, ou

entre a matriz e filiais e vice-versa, ou entre as filiais;

• externo – oficial que se assemelha ao ofício ou comercial que se assemelha à

carta comercial.

O memorando não é uma comunicação tão formal quanto a carta comercial ou ofício,

por isso dispensa tratamentos de Prezado Senhor e fechos como atenciosamente, mas

também não pode ser tão informal a ponto de ser mandado por ele abraços e beijos.

O papel usado para qualquer tipo de memorando é o papel meio ofício (21 cm x 15 cm).

Estrutura do memorando:

• timbre;

• endereço (quando se trata de empresas privadas);

• código (iniciais do departamento);

• número do memorando;

• localidade;

• ementa (referência) ou assunto;

• receptor;

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• texto;

• assinatura;

• anexos.

DICA: Tratar de um assunto só em cada memorando;

A empresa ou repartição poderá ter um impresso próprio para memorando, com

diagramação adequada, logotipo.

A data pode ser por extenso ou abreviada.

Fale no papel da mesma forma que conversaria com o destinatário de viva voz.

Modelo de memorando – Anexo 8

PROTOCOLO

Comercialmente, é assim denominado um livro de registro da correspondência de uma

empresa, ou um formulário em que se registra a entrada ou saída dos objetos.

Significa também, registro dos atos públicos ou registro das audiências nos tribunais.

RECIBO

É o documento em que se confessa ou se declara o recebimento de alguma coisa. O

recibo mais comum declara o recebimento de dinheiro.

As partes de um recibo são:

O recibo deve ser feito com quantas cópias forem necessárias, para que todas as

partes envolvidas na transação fiquem documentadas.

Modelo de protocolo – anexo 9

REQUISIÇÃO

É um pedido que se faz a outrem para que sejam providenciados determinados bens ou

serviços.

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TELEGRAMA

É um meio de comunicação rápida, empregado sobretudo em casos urgentes. O

telegrama pode ser de caráter oficial, comercial, social e familiar. Devemos reduzir ao

máximo o número de palavras no telegrama, tomando o cuidado para não prejudicar a

clareza da mensagem.

A telegrafia é um ramo das telecomunicações que abrange qualquer processo

destinado a reproduzir, a distância, o conteúdo e as informações de documentos

gráficos através de um código de sinais.

Algumas abreviações telegráficas:

ATEH – até

LAH – lá

EH - é

ET – e

VG – vírgula

SDS – saudações

RESEU.T – recebi seu telegrama

IMPAGO – não pago

PT – ponto

Linguagem telegráfica

• texto conciso, claro e objetivo

• utilize os verbos nas formas simples: VENDERA e não HAVIA VENDIDO

• suprimir as expressões de cortesia

• não se permite a divisão de palavras

• escrever tudo em letra maiúscula

• suprimir hífens nas palavras compostas e expressões com pronomes oblíquos

• dispense os acentos gráficos

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• omitir as palavras desnecessárias (preposições, por exemplo): DIA QUINZE

CORRENTE

• escrever números inteiros em algarismos arábicos: 300, 2005

• se os números forem grafados por extenso, deverão ser aglutinados: VINTEMIL

• para as datas, pode ser usado o seguinte recurso: 031198 – 03 de novembro de

1998 ou 0311998 – 03 de novembro de 1998

RELATÓRIOS

É uma exposição oral ou escrita, objetiva, formal, informativa daquilo que se

presenciou, viu, observou; é a narração minuciosa dos fatos, de resultados referentes a

atividades variadas.

Normalmente, num relatório, são usadas as três modalidades de redação: a descrição

(de objetos, de procedimentos, de fenômenos), a narração (de fatos ou ocorrências) e a

dissertação (explanação didática, argumentação).

Profissionais de todas as áreas devem estar preparados para produzir bons relatórios.

Os mais curtos são mais simples. Mesmo assim, devem ser claros, bem redigidos e

organizados. Nos relatórios longos, a organização de ideias e a ordenação dos dados

são fundamentais para que o leitor compreenda o que está exposto e para que a leitura

seja agradável.

É importante evidenciar que o relatório deve ser escrito, datilografado ou digitado em

apenas uma das partes do papel, cujo formato, preferencialmente, seja de 21 x 29,7cm

(A4), ABNT.

Estrutura do relatório:

• capa / folha de rosto – título (assunto), nome do setor ou do responsável pelo

relatório, empresa pela qual se executou a atividade, local e data;

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• DICA: Se o relatório for longo, é bom fazer um resumo, de quatro a cinco linhas e

colocá-lo logo depois da folha de rosto;

• sumário – organização do texto por temas, com a indicação das páginas;

• introdução – apresentação do propósito do relatório, ou seja, porquê e para

quem foi redigido;

• desenvolvimento – relatar pormenorizadamente os procedimentos realizados e

os fatos ocorridos ou apurados, com a indicação de datas, locais, métodos

adotados, pessoas e equipamentos envolvidos, julgamento dos fatos ou

considerações sobre os fenômenos observados. Em geral, é dividido em tópicos

e subtópicos específicos que devem ser intitulados;

• conclusão – considerações finais, tais como: retomada das conclusões parciais

(de cada tópico), interpretação e crítica dos fatos apurados, recomendação de

providências cabíveis, sugestões;

• fecho – local, data e assinatura do autor;

• anexos – tabelas, dados estatísticos, gráficos, ilustrações, documentos

comprobatórios.

Revise tudo antes de encerrar.

ATA

É um documento que resume por escrito os fatos e decisões de uma reunião, sessão

ou assembleia para um determinado fim. Pode ser ordinária, aquela que resulta de

reuniões estabelecidas em estatutos, ou convocadas com regularidade ou

extraordinária que ocorre fora das datas costumeiramente previstas.

A ata deve ser assinada pelos participantes da reunião e por aqueles que a presidiram.

O registro da ata é feito em livro próprio, em que consta o Termo de Abertura, isto é, a

indicação da finalidade do livro. Ele é feito na primeira página por pessoa autorizada do

órgão (presidente, diretor, secretário, etc.), que deve também rubricar todas as folhas,

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datar e assinar. Ao final do livro deve ser feito o Termo de Encerramento, que também

deverá ser datado e assinado por pessoa autorizada.

Modelos de termo de abertura e termo de encerramento – anexo 10

Partes de uma ata

• título, n° da ata e/ou identificação da reunião;

• dia, mês, ano e hora da reunião por extenso;

• local da reunião (sala, rua, número, etc.);

• convocação prévia ou estatutária que determinou a reunião;

• relação nominal das pessoas presentes (em reuniões com muitos participantes,

indica-se apenas o número dos presentes, conforme a lista de presença) com

suas respectivas qualificações. O número de pessoas identifica o quórum da

reunião;

• declaração do presidente e secretário – finalidade da reunião, direção dos

trabalhos e aprovação da ata anterior (geralmente a reunião inicia com a leitura

da ata anterior e sua votação);

• ordem do dia – assuntos discutidos, votações realizadas e deliberações tomadas

redigidos na forma narrativa, por ordem cronológica;

• fecho – encerramento do trabalho;

• assinatura.

Modelo de fechos – Anexo 11

A ata deve ser redigida de tal maneira que não seja possível qualquer modificação

posterior. Para evitar isso deve se escrita:

• sem parágrafos ou alíneas, ocupando todo o espaço da página;

• sem abreviaturas de palavras ou expressões;

• números escritos por extenso;

• sem rasuras nem emendas;

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• sem uso do corretivo;

• com verbo no tempo pretérito perfeito do indicativo.

As ressalvas nas atas se fazem pelo acréscimo da palavra retificadora digo:

Fizeram três relatórios, digo, cinco.

No caso da rasura ser notada apenas no final, deverá ser usada a expressão:

Em tempo: onde se lê...leia-se...

Em tempo: Onde se lê: “trinta e dois votos a favor”, leia-se "trinta e cinco votos a favor”.

Acréscimos também podem ser feitos com a expressão Em tempo.

Em tempo: Na relação dos ausentes acrescenta-se Luiz Mauro Santy.

Modelo de ata – anexo 12

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AULA 4 – Correspondência Oficial - Atestado, declaração, comunicado, ofício

ATESTADO

É um documento firmado por uma pessoa a favor de outra, no qual se afirma a verdade

de determinado fato. Também comprova a existência de um ato que se consumou.

Partes de um atestado

Timbre – vem impresso no alto do papel, identificando o órgão ou empresa;

Título – a cerca de dez linhas do timbre e no centro da folha, escreve-se a palavra

ATESTADO com todas as letras maiúsculas;

Texto – inicia-se a cerca de quatro linhas do título e deve conter:

• identificação do(s) emissor(es);

• verbo atestar, no presente do indicativo;

• finalidade do documento: para fins.... ou simplesmente esclarecer, para os

devidos fins;

• nome do interessado e seus dados de identificação;

• indicação do fato ou situação a ser atestada.

Localidade e data – escreve-se a cerca de três linhas do texto;

Assinatura – assinar a cerca de três linhas da localidade e data.

Modelo de atestado – anexo 13

DECLARAÇÃO

É um documento que afirma a existência ou inexistência de uma situação ou fato. Seu

emissor pode ser pessoa física ou jurídica (empresa, entidade). É necessário que o

declarante além de ter conhecimento do fato, tenha capacidade e liberdade de

afirmativa. Pode ser dada em causa própria ou referir-se a outra pessoa.

A declaração constitui-se num documento semelhante ao atestado, porém não é

expedido por instituições públicas.

A declaração é constituída das mesmas partes do atestado.

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Modelo de declaração – anexo 14

COMUNICADO

É um aviso que dá ciência ou conhecimento a outra pessoa a respeito de fato ocorrido

ou de prática de algum ato. Pode ter caráter externo ou interno.

Comunicado de caráter externo:

• deve ter um título que indique tratar-se de uma comunicação;

• o nome da instituição comunicante;

• o texto com as informações a serem comunicadas.

Obs.: Pode conter, de acordo com o que o comunicante desejar, o nome do

responsável, juntamente com o seu cargo na entidade e a data.

Comunicado de caráter interno:

• título;

• nome da instituição comunicante;

• deve conter “Comunicado Interno”, o número do documento, o ano e as

identificações;

• o texto;

• a assinatura.

Modelo de comunicado interno – anexo 15

OFÍCIO

É um documento que consiste na comunicação de qualquer assunto de ordem

administrativa, ou estabelecimento de alguma ordem, decisões ou determinações,

convites, cumprimentos ou agradecimentos, solicitações, utilizado no serviço público,

na comunicação entre chefias e com o público externo. Na empresa privada é utilizado

quando dirigido ao serviço público.

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Partes de um ofício:

1. timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha, símbolo(escudo, armas).

2. iniciais do órgão que o expede, seguidas do número do expediente e ano.

Ex.: Of. GAB nº 468/2005.

3. local e data: na mesma altura do número, com alinhamento à direita, o mês deve

ser escrito por extenso e colocar ponto final após o ano.

4. assunto: resumo do teor do documento.

5. vocativo: tratamento ou cargo do destinatário. Na correspondência oficial não se

usa Prezado Senhor.

Ex.: Senhor Presidente, Senhor Deputado

6. texto: exposição do assunto. O texto poderá conter a seguinte estrutura: introdução,

desenvolvimento e conclusão. Se o texto for longo pode-se numerar os parágrafos a

partir do 2º, que deverá receber o número 2. Se o texto do ofício ocupar mais de uma

folha, escrevem-se 10 linhas na primeira folha e o restante nas demais. Nesse caso,

colocam-se o endereço e iniciais na primeira folha. Repetem-se o índice e o número

nas demais folhas, acrescentando-se o número da folha.

Ex.: Of. GAB nº 468/2005 – fl.2

7. fecho: tem a finalidade de arrematar o texto e saudar o destinatário. O fecho não é

numerado. Na comunicação oficial foi estabelecido dois tipos de fechos:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente ,

8. assinatura do autor da comunicação: deve ser feita acima do nome.

9. identificação do signatário: nome e cargo que deve ser separado por vírgula do

signatário. Não se antepõe qualquer título profissional ao nome do signatário.

Ex.: CARLOS ALBERTO DIX

Presidente ,

10. anexo: caso o ofício seja acompanhado de outros papéis, escreve-se à esquerda e

a duas linhas da assinatura a palavra Anexo e a indicação desses papéis:

Page 90: APOSTILA Curso Produção de Texto

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34

Ex.: Anexo: Relatório Anual

Anexa: Planilha de custos

A palavra anexo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:

anexo, anexa, anexos, anexas.

11. endereço: fórmula de tratamento, nome civil do receptor e cargo ou função,

seguidos da localidade e do destino.

Ex.: Exmo. Sr.

Paulo Pereira

Ministro das Relações

Gabinete do Ministro das Relações

Esplanada dos Ministérios Bloco 2 3º andar

CEP: 70654-800 – Brasília – DF

Forma de apresentação

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em

geral, 11 nas citações e 10 nas notas de rodapé;

b) numerar todas as páginas;

c) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5cm de distância da margem

esquerda;

d) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 2,5cm de

largura;

e) a margem lateral direita terá 1,5cm;

f) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas;

g) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas,

sombreado, relevo, bordas;

h) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco, tamanho A4.

Usar a impressão colorida apenas para gráficos e ilustrações.

Modelo de ofício – anexo 16

Contrato, procuração, requerimento, despacho

Page 91: APOSTILA Curso Produção de Texto

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35

CONTRATO

É um documento de acordo pelo qual duas ou mais pessoas transferem entre si algum

direito ou se sujeitam a alguma obrigação.

Partes de um contrato:

• título: termo do contrato;

• texto; nomes e qualificações dos contratantes;

• ementa: resumo do assunto;

• cláusulas contratuais: exposição do que se contrata;

• fecho: “e, por estarem assim justas e contratadas e de acordo com as cláusulas

deste contrato,...”;

• local e data da assinatura do contrato;

• assinatura: contratantes, à direita; testemunhas, à esquerda.

Modelo de contrato social – anexo 17

PROCURAÇÃO

É um documento através do qual uma pessoa física ou jurídica concede poderes a

outro.

Quem concede o poder – mandante, outorgante, constituinte

Quem recebe os poderes – mandatário, outorgado, procurador

Tipos de procuração:

• pública: lavrada por tabelião, em livro de notas, sendo feito dele o traslado, isto

é, cópia autêntica do que consta no livro de notas, que ficará em poder do

procurador.

• particular: é redigida a mão ou digitada, sem registro no livro de notas do

Cartório.

Page 92: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

36

Poderes concedidos:

• gerais: quando o outorgante declara que são amplos, gerais e ilimitados.

• especiais: o constituinte estipula no documento quais são os poderes.

Partes da procuração:

• título: escreve-se PROCURAÇÃO com todas as letras maiúsculas, no centro da

primeira linha do papel;

• qualificações do mandante e do mandatário: colocar a cerca de quatro linhas do

título, informações como nome, nacionalidade, estado civil, profissão,

documentação e endereço de ambos;

• finalidade da procuração: estabelece os poderes que serão concedidos;

• local e data: a cerca de três linhas do texto;

• assinatura: a cerca de três linhas da localidade;

• testemunhas: a cerca de seis linhas do texto e à esquerda.

Obs.: todas as assinaturas devem ser reconhecidas em cartório.

Modelo de procuração – anexo 18

REQUERIMENTO

É o documento através do qual se pede ou se solicita a uma autoridade pública a

execução de alguma coisa, ou satisfação de alguma pretensão.

A um estabelecimento de ensino particular encaminha-se também requerimento pelo

motivo de haver aí representante do governo.

Partes de um requerimento:

• Invocação: forma de tratamento, cargo e órgão a que se dirige, sem citar o

nome civil. Indica-se no alto da folha, a partir da margem esquerda. Não usar

nenhuma forma de saudação;

Page 93: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

37

• nome e identificação do requerente: nacionalidade, estado civil, endereço,

profissão e documentação. Escreve-se a cerca de sete linhas abaixo da

invocação;

• exposição: o que se deseja;

• justificativa: (fundamentada em citações legais e outros documentos);

• fecho: usar expressões do tipo “Nestes termos, pede deferimento”. Coloca-se a

cerca de três linhas abaixo da justificativa e ocupa o lado direito da folha;

• local e data: escreve-se a cerca de duas linhas abaixo do fecho;

• assinatura: a cerca de duas linhas abaixo da data.

O famoso abaixo assinado, muito usado pelo povo e por organismos populares, é um

requerimento de caráter coletivo. Como nele vão muitas assinaturas, o espaçamento

entre as partes do requerimento pode ser menor.

Cuidado! Não assine nada em branco, exija que o texto do abaixo assinado esteja

expresso na folha em que você for colocar sua assinatura.

Modelo de requerimento – anexo 19

DESPACHO

É nota que dá andamento ou solução a um pedido. É resolução de autoridade pública

sobre qualquer requerimento ou documento.

Um despacho pode conter apenas: “aprovo”, “defiro, em termos”, “de acordo” ou ser

redigido com muitas palavras.

Partes de um despacho:

• nome do órgão de onde provém o despacho (facultativo); sob o nome coloca-se

DESPACHO (às vezes numerado);

• texto com citação da base legal;

Page 94: APOSTILA Curso Produção de Texto

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38

• fecho: publique-se e restitua-se o processo à....; publique-se e encaminhe-se ao

Departamento de...

• assinatura.

Page 95: APOSTILA Curso Produção de Texto

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39

AULA 5 – Normas especiais para elaboração de textos

Informações úteis

ALGARISMOS CARDINAIS

Usa-se o ponto numa sequência, ou divisão numerada.

Preferir Recusar

1. 1 - 1) 1.-

2. 2 - 2) 2.-

3. 3 - 3) 3.-

ALGARISMOS ORDINAIS

Não se usa nenhum sinal numa divisão sequencial em que são utilizados algarismos

ordinais.

1º __________________

2º __________________

3º __________________

ALGARISMOS ROMANOS

Numa divisão sequencial em que são utilizados algarismos romanos, também não se

usa sinal nenhum.

O alinhamento é feito à direita, isto é, conserva-se desalinhado o lado esquerdo dos

algarismos romanos.

I ___________________

II ___________________

III ___________________

IV ___________________

V ___________________

Page 96: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

40

Assinatura e aposto

Coloca-se sob o nome (apenas as iniciais em maiúsculas) de quem assina uma

correspondência o cargo ou a função que ocupa na empresa. Após o nome segue uma

vírgula que separa o fundamental do aposto. Não há necessidade de digitar o cargo ou

a função em letras maiúsculas. Não se usa fazer traço para a assinatura. Ex.:

Iracema Mabel,

Gerente de produtos.

CARGOS OU FUNÇÕES

Não se antepõe qualquer título ao nome do signatário.

Antigo Atual

Dr. Martim de Sá,

Presidente.

Martim de Sá,

Presidente.

CITAÇÕES

As citações levam aspas no início de todos os parágrafos ou apenas no primeiro e ao

final do último. Pode ser iniciada com letras maiúsculas, depois de dois pontos:

“A__________________________________.” (ponto, aspa) ou iniciando com letras

minúsculas: _________________________“a______________________”.(aspa, ponto)

Transcrições com até duas linhas permanecem no corpo do parágrafo; transcrições

com três ou mais linhas são apresentadas com recuo e destacadas em parágrafo

próprio.

DATAS

Após a data, coloca-se ponto:

São Paulo, 20 de novembro de 2005.

Page 97: APOSTILA Curso Produção de Texto

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41

A data pode ser digitada na mesma linha do índice:

GRH/932 São Paulo, 20 de novembro de 2005.

(Gerência de Recursos Humanos, carta nº 932)

Os números cardinais quando designam ano, são escritos sem ponto e sem espaço:

2002, 2005 e não 2.002, 2.005.

DESTAQUE DE IDEIAS

Enfatizam-se ideias:

• sublinhando-as;

• usando itálico ou negrito;

• escrevendo com letras maiúsculas;

• colocando aspas na expressão que se quer destacar;

• evite o uso simultâneo de diversas possibilidades para realçar uma ideia.

EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS

As palavras estrangeiras, quando não aportuguesadas, são grafadas com um traço

contínuo sob elas (sublinhado) ou grafadas em itálico ou negrito:

O professor encaminhou seu curriculum vitae.

GRAFIA DE NÚMEROS

Números em início de frases: não se deve escrever números em início de frase:

Vinte por cento dos alunos foram aprovados. (certo)

20% dos alunos foram aprovados. (errado)

O ano de 2004 foi muito marcado por...(certo)

2004 foi muito marcado por...(errado)

Page 98: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

42

Número de rua: empregando a abreviatura nº, omite-se a vírgula entre o nome e o

número da rua. Não empregando a abreviatura nº, coloca-se a vírgula entre o nome e o

número da rua.

Av. Paulo Orozimbo nº 1234

Av. Paulo Orozimbo, 1234

O número da rua jamais será separado por ponto.

Número de artigo: os artigos de um ato oficial são numerados por algarismos ordinais

do primeiro ao nono; do décimo em diante são numerados por algarismos cardinais.

Art. 5º...............

Art. 11.

Número telefônico: os números telefônicos têm o prefixo separado por um hífen.

Coloca-se o código DDD entre parênteses.

Tel.: (011) 583-0139

Pronomes de tratamento, abreviaturas, siglas e símbolos

PRONOMES DE TRATAMENTO

São expressões que valem por pronomes pessoais.

Os tratamentos que incluem vossa pertencem à terceira pessoa do singular.

Não se deve misturar, em uma correspondência, as pessoas gramaticais.

Vamos conhecer algumas formas de tratamento:

Usado para Tratamento abreviatura

Arquiduques, duques e príncipes Vossa Alteza V.A.

Reis e imperadores Vossa Majestade V.M.

Cardeais Vossa Eminência V.Em.ª*

Presidente e vice-presidente da

República, altas autoridades do

governo e das Forças Armadas,

Chefe do Gabinete Civil e Chefe do

Gabinete Militar da Presidência da

Vossa Excelência V. Ex.ª

Obs. Para o Presidente da

República não se abrevia.

Page 99: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

43

República, Ministros de Estado,

Consultor Geral da República,

Membros do Congresso Nacional,

embaixadores, procuradores gerais,

oficiais-generais, governadores,

presidente de assembleias

legislativas, prefeitos municipais,

deputados, senadores.

Reitores de universidades, vice-

reitores e pró-reitores

Vossa Magnificência V. Mag.ª

Bispos e arcebispos Vossa Excelência Reverendíssima V. Ex.ª Revm.ª

Sacerdotes em geral Vossa Reverendíssima V. Revm.ª

Papa Vossa Santidade V.S.

Funcionários públicos, pessoas de

cerimônia

Vossa Senhoria V. Sª

Juízes (direito, trabalho, eleitorais,

federais e auditores da Justiça

Federal

Vossa Excelência V. Ex.ª

ABREVIATURAS

A

a = assinado

A. = autor

aa = assinados

AA. = autores

abr. = abril

abr. = abreviatura

a.C. = antes de Cristo

a/c ou A/C = aos cuidados

A.D. = aguarda deferimento

adv.º = advogado

ago. = agosto

agr. = agrário

AL = Alagoas

Page 100: APOSTILA Curso Produção de Texto

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44

Al. = alameda

alm. = almirante

a.m. = antes do meio dia

AM = Amazonas

AP = Amapá

ap.= apartamento

a.p.= a protestar (comércio)

art. = artigo

At.=atenção

at.=atenciosamente

Av.=avenida

B

BA=Bahia

Bel.= bacharel

bim.=bimensal

bol.=boletim

br./bras.=brasileiro

brig.=brigadeiro

C

C =código

c =capítulo

c/ =com

c/ =conta comercial

ºC = grau centígrado

c/a = conta aberta

cap. =capítulo

caps. =capítulos

card. =cardeal

c.c. =confere/conforme

c/c –conta corrente / com cópia

Page 101: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

45

C.C. =Código civil

C.Com. = Código comercial

CEP =código de endereçamento postal

Cel = coronel

cf. =confronte

cfr. =confira

Cia. = companhia

CIF = (Cost, Insurance, Freight) custo, seguro e frete

cit. = citação

CLPS=Consolidação das Leis da Previdência Social

CLT=Consolidação das Leis do Trabalho

cm = centímetro

cm2 =centímetro quadrado

cm3 =centímetro cúbico

cm/s = centímetro por segundo

Col. = colégio

com. =comandante

com . = comendador

C.P. / Cx..P./C.Postal= caixa postal

ctv = centavo

ctvs =centavos

cx =caixa

D

d. =depois de

d./D./Da = dona

D. =digno

DASP = Departamento Administrativo do Serviço Público

d.C. = depois de Cristo

DD.= digníssimo

dec.= decreto

Page 102: APOSTILA Curso Produção de Texto

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46

dep.=departamento

deps.=departamentos

desemb.=desembargador

dez.=dezembro

DF=Distrito Federal

Dr.=doutor

Dra.=doutora

Drs.=doutores

dz.=dúzia

E

E.=estado

E.C.=Era cristã

e.c.f.= é cópia fiel

ed.=edição

ed.=edifício

E.D.=espera deferimento

E.M.=em mãos

Ema.=eminência

Emb.=embaixador

eng.=engenheiro

E.R.=espera resposta

ES=Espírito Santo

Estr.=estrada

ex.=exemplo

Exma.=excelentíssima

Exmo.=excelentíssimo

F

f.=folha

fev.=fevereiro

fls./ff.=folhas

Page 103: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

47

Fº=filho (comercial)

FN=Fernando de Noronha

FOB=(free on board) custo livre de despesa

Fr.=frei

G

g=grama(s)

g.=grau(s)

G/Gen.=general

GO=Goiás

gr=grosa

H

h=hora

hab.=habitante

H.P.(horse power)=cavalo-vapor

I

id.=idem, o mesmo

Ilma.=ilustríssima

Ilmo.=ilustríssimo

in loc=.(in loco) nesse mesmo lugar

J

jan.=janeiro

Jr..=Júnior

jul.=julho

jun.=junho

K

kg=quilograma(s)

km=quilômetro(s)

km2 =quilômetro quadrado(s)

km/h=quilômetro(s) por hora

kW=quilowatt(s)

Page 104: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

48

L

l=litro

L.=largo

lb.=libra

lég.=légua

légs=léguas

log.=logaritmo

Ltda./Ltd./ltda.=limitada

M

m=metro(s)

m/min=minuto(s)

m2 =metro(s) quadrado(s)

m3 =metro(s) cúbico

MA=Maranhão

maj.=major

Mal =marechal

mar.=março

m/c=minha conta/minha carta

M.D.=muito digno

M.e =madre

memo=memorando

mg=miligrama(s)

MG=Minas Gerais

mil.=milênio

mil.-milha

min=minuto(s)

Min.=ministro(s)

ml=militro(s)

mm=milímetro(s)

MM.=meritíssimo

Page 105: APOSTILA Curso Produção de Texto

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49

m.m.c.=mínimo múltiplo comum

Mme.=madame

Mons.=monsenhor

m.p.h.=milhas por hora

m/s=milhas por segundo

MS=Mato Grosso do Sul

MT=Mato Grosso

N

nº / n. /ns =número(s)

n/=nosso/nossa

n/c=nossa carta/nossa conta

n/ch=nosso cheque

n/o=nossa ordem

nov.=novembro

O

o/=ordem

obs.=observação

of.=ofício

O.K.=tudo bem

out.=outubro

P

p.=página

p/=para / por

P./Pe.=padre

P.=praça

PA=Pará

PB=Paraíba

p/c=por conta

P.D.=pede deferimento

PE=Pernambuco

Page 106: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

50

P.E.F.=por especial favor

p.ex.=por exemplo

p.f.=próximo futuro

P.F.=por favor

pg=pago

PI=Piauí

pol.=polegada(s)

p.p.=por procuração

p.p.=próximo passado

P.P=para protestar

PR=Paraná

Pres.=presidente

proc.=processo / procuração

prof.=professor

profs.=professores

P.S.=pós-escrito

pt.=ponto

pts.=pontos

pv=próximo vindouro

Q

Q.G.=quartel-general

q.v.=queira ver, veja isso

R

R.=rua

rel.=relatório

Rel. =relator

Revmo.=reverendíssimo

RJ=Rio de Janeiro

RN=Rio Grande do Norte

RO=Rondônia

Page 107: APOSTILA Curso Produção de Texto

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51

r.p.m.=rotação por minuto

r.p.s.=rotação por segundo

RR=Roraima

RS=Rio Grande do Sul

R.S.V.P.=(Respondez s’il vous plâit) Responder, por favor

S

s=segundo(s)

S.=santo,são, santa

s/=sem

s/=seu, sua, seus, suas

S.A.=sociedade anônima

s/a=seu aceite

sarg.=sargento

SC=Santa Catarina

s/c=sua carta/ sua conta

S/C= Sociedade Civil

s.d.=sem data

SE=Sergipe

seg.=seguinte

segs.=seguintes

S.E.O.=salvo erro ou omissão

set.=setembro

s/l=sobreloja

S.O.S.=(Save our souls)-salvai nossas almas=socorro

SP=São Paulo

Sr.=senhor

Sra.=senhora

Srs.=senhores

Sras.=senhoras

Srta.=senhorita

Page 108: APOSTILA Curso Produção de Texto

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52

Sta.=santa

T

t=tonelada(s)

t./T=termo(s)

T.=tempo/tara

T./Trav.=travessa

tel.=telefone / telegrama

Tem.=tenente

TO=Tocantins

trim.=trimestre

TT.=termos

T.V./TV=televisão

U

u.e.=uso externo

u.i.=uso interno

ult.=último

un.=unidade(s)

urb.=urbano

V

v.=volume(s)

v /V=volt(s)

v./V=veja

v./V.=vila

v /V.=você

V.=visto(s),a(s)

vol.=volume

W

w=watt

Page 109: APOSTILA Curso Produção de Texto

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53

SIGLAS

Siglas formadas somente com consoantes – escrever com todas as letras maiúsculas

Ex.: INSS

siglas formadas com consoantes e vogais até 3 letras – escrever com todas as letras

maiúsculas – Ex.: USP

siglas formadas com consoantes e vogais e mais de 3 letras – escrever somente com a

inicial maiúscula – Ex.: Detran

SÍMBOLOS

Os pontos devem ser grafados sem ponto abreviativo e sem adição de “s” quando no

plural:

150 kg (e não 150 kgs)

Observem os seguintes símbolos:

• grau (°)

• tempo-hora (h)

• min (min), (30’)

• segundos (s), (30’’)

Os únicos símbolos que precedem um número são os indicativos de unidade monetária:

R$, US$, $.

Mensagens eletrônicas (e-mail)

O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na

principal forma de comunicação para transmissão de documentos. Ele tem substituído a

maior parte das cartas e ofícios e por isso merece uma boa redação, como qualquer

outro tipo de comunicação formal.

Page 110: APOSTILA Curso Produção de Texto

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54

Um dos atrativos da comunicação por e-mail é a flexibilidade. A clareza, a concisão e a

legibilidade são virtudes essenciais para uma comunicação eletrônica eficaz. Tudo na

mensagem deve ser cuidado com respeito – da revisão gramatical à qualidade de

atendimento.

O que lembrar antes de enviar uma mensagem

As informações foram organizadas em grau de importância para permitir a imediata

compreensão do leitor?

A quantidade de informações foi suficiente para assegurar a legibilidade ao texto?

Certifique-se de que seu texto corresponde às três perguntas essenciais:

• o que o leitor precisa saber?

• para que o leitor precisa dessas informações?

• que tipo de conhecimento o leitor já tem sobre o assunto em pauta?

Estrutura do texto

• vocativo (saudação inicial)

• mensagem

• despedida respeitosa

• assinatura

Critérios para elaboração de mensagens eletrônicas

• mensagens curtas e simples. Se há muita informação a ser passada “quebre-a”

com títulos e subtítulos;

• mensagens curtas, não telegráficas; mensagens simples, mas não escrita com

desleixo;

• o tema do e-mail deve aparecer na linha destinada ao assunto. As pessoas

fazem de imediato a triagem por assuntos, além de facilitar a organização

documental tanto do destinatário como do remetente;

Page 111: APOSTILA Curso Produção de Texto

Programa CIEE de Educação a Distância

55

• evite abreviaturas, piadas e brincadeiras. No mundo dos negócios, não há

espaço para isso;

• e-mails profissionais não são bilhetes para amigos, que estão dispostos a

perdoar seus erros gramaticais. Releia o texto antes de enviar;

• evite o excesso de destaque (maiúsculas, itálico, sublinhado, negrito, aspas).

Fuja dos textos em maiúscula – são “gritos eletrônicos” – e das fontes incomuns,

pois podem não ser lidas na máquina do destinatário;

• personalize sua correspondência. Mesmo nas mensagens com cópia, tenha o

cuidado de digitar algumas palavras ao novo destinatário;

• use e abuse de arquivos anexados. São ótimos para enviar listas, planilhas,

gráficos, imagens e tudo que puder ser considerado informação complementar;

• os e-mails devem ser respondidos, ignorá-los é como deixar de atender a um

telefonema. Reserve um tempo para a resposta;

• não adianta entrar em crise porque ainda não recebeu resposta. Dê um tempo

real ao leitor. Nada de mensagens de reforço do tipo: “já recebeu?”

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem do correio eletrônico tenha

valor documental, isto é, para que possa ser aceito como documento original, é

necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma

estabelecida em lei.

É conveniente que você faça o curso Atualização Gramatical para apresentar uma

escrita correta nos seus textos.

Page 112: APOSTILA Curso Produção de Texto

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56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FEITOSA, V. C. Redação de Textos Científicos. São Paulo: Papirus, 1991

Help! Sistema de Consulta Interativa. Jornal O Estado de São Paulo. São Paulo:

Klick Editora

MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 17ª edição.

São Paulo: Atlas, 2004

WEISS, D. H. Como escrever com facilidade. São Paulo: Nobel, 1992