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APOSTILA - 1º MODULO ECONOMIA E MERCADO Prof Victor Augusto Camargo dos Santos

Apostila de Economia Basica

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APOSTILA - 1º MODULO

ECONOMIA E

MERCADO

Prof Victor Augusto Camargo dos Santos

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NOÇÕES BASICA DE ECONOMIA E MERCADO Conceito de Pirâmide de Maslow

O psicólogo Abraham Maslow desenvolveu dentro de sua Teoria da Motivação, uma hierarquia das necessidades que os homens buscam satisfazer. Estas necessidades se representam em forma da Pirâmide de Maslow:

A interpretação da pirâmide nos proporciona o código de sua teoria: Um ser humano tende a satisfazer suas necessidades primárias (mais baixas na pirâmide), antes de buscar as do mais alto nível.

Por exemplo, uma pessoa não procura ter satisfeitas suas necessidades de segurança (por exemplo, evitar os perigos do ambiente) se não tem cobertas suas necessidades fisiológicas, como comida, bebida, ar, etc.

Necessidades fisiológicas

As necessidades fisiológicas são satisfeitas mediante comida, bebidas, sonho, refúgio, ar fresco, uma temperatura apropriada, etc… Se todas as necessidades humanas deixam de ser satisfeitas então as necessidades fisiológicas se transformam na prioridade mais alta. Se oferecerem a um humano soluções para duas necessidades como a necessidade de amor e o fome, é mais provável que o humano escolha primeiro a segunda necessidade, (a de fome). Como resultado, todos os outros desejos e capacidades passam a um plano secundário. Necessidades de segurança

Quando as necessidades fisiológicas são satisfeitas então o ser humano se volta para as necessidades de segurança. A segurança se transforma no objetivo de principal prioridade sobre outros. Uma sociedade tende a proporcionar esta segurança a seus membros. Exemplos recentes dessa perda de segurança incluem a Somália e o Afeganistão. Às vezes, a necessidade de segurança ultrapassa a necessidade de satisfação fácil das necessidades fisiológicas, como passou, por exemplo, os residentes de Kosovo, que escolheram deixar uma área insegura para buscar uma área segura, contando com o risco de ter maiores dificuldades para obter comida. Em caso de perigo agudo a segurança passa a frente das necessidades fisiológicas.

Necessidades de amor, Necessidades sociais

Devemos ressaltar que não é possível fazer equivaler o sexo com o amor. Mesmo que o amor pode se expressar como parte sexualmente, a sexualidade pode em momentos ser considerada só na sua base fisiológica.

Necessidades de estima, Necessidade de Ego

Isto se refere à valorização de um mesmo outorgado por outras pessoas. Necessidades do ser, Necessidades de Auto-estima

É a necessidade instintiva de um ser humano de fazer o máximo que pode dar de si, suas habilidades únicas. Maslow o descreve desta forma: “Um músico deve fazer música, um pintor, pintar, um poeta, escrever, se quer estar em paz consigo mesmo. Um homem (ou mulher) deve ser o que pode chegar a ser. Enquanto as anteriores necessidades podem ser completamente satisfeitas, esta necessidade é uma força impelente contínua.

Motivação

Maslow nos oferece vários códigos no âmbito da motivação. Se quisermos motivar às pessoas que temos a nosso ao redor devemos buscar que

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necessidades têm satisfeitas e tentar facilitar a consecução do degrau superior imediatamente.

Algumas considerações sobre a hierarquia.

• Acredita-se que as necessidades fisiológicas nascem com o homem. As outras se adquirem com o tempo.

• Na medida em que as pessoas conseguem controlar ou satisfazer suas necessidades básicas, vão surgindo as de ordem superior.

• As necessidades básicas se satisfazem em um tempo relativamente mais curto que as superiores.

• As necessidades fisiológicas e de segurança geralmente são satisfeitas com um salário adequado e um ambiente de trabalho seguro.

• As necessidades sociais e de estima se satisfazem sentindo que se faz parte de uma equipe no trabalho, e com o afeto e a amizade.

• O reconhecimento, o estímulo, a retroalimentação do desempenho, satisfarão as necessidades de estima.

• As pessoas serão motivadas pelas necessidades mais importantes para elas.

• Cada necessidade deve ser satisfeita, ao menos parcialmente, antes de desejar passar a outra do nível superior.

Maslow descobriu duas necessidades adicionais para as pessoas com todas as necessidades anteriores satisfeitas (muito poucas pessoas, segundo ele), e as chamou de cognitivas. • Necessidade de conhecer e entender, relacionada com os desejos de

conhecer e entender o mundo ao seu redor e a natureza. • Necessidade de satisfação estética. Refere-se às necessidades de beleza,

simetria e arte em geral. É preciso destacar que esta teoria tem também seus detratores, os quais

colocam alguns elementos em contra tais como: • A teoria assume que todas as pessoas são iguais e desconhece que o que é

uma necessidade para uma pessoa, pode não ser para outra. • A teoria assume a ordem das necessidades com pouca flexibilidade e

possibilidade de câmbio. • Não é prática, já que analisa o desenvolvimento das pessoas, mas não

considera o incentivo pela organização.

INTRODUÇÃO A ECONOMIA

Os indivíduos, considerandos isoladamente, têm uma série de necessidades individuais, que precisam ser satisfeitas para garantir sua sobrevivência. Como exemplo, temos o ato de respirar e o de alimentar, entretanto, como o ser humano vive em sociedade, em contato com outras pessoas, surgem outros tipos de necessidades, decorrentes da vida gregária. É o caso da educação, do transporte coletivo etc., que recebem o nome de necessidades coletivas. Para satisfazer tais necessidades, as pessoas precisam consumir determinados bens, como pão, roupas, casas etc. Entretanto esta satisfação não se dá apenas através de objetos materiais, mas também de serviços, como a educação, segurança, atendimento médico, transportes etc. Em resumo, a satisfação das necessidades individuais e coletivas é feita com o consumo de bens e serviços. Esses bens e serviços compõem, juntos, a produção econômica, que é obtida com a combinação de recursos naturais, equipamentos e trabalho. Tais elementos, pelo fato de serem necessários, à produção, recebem o nome de fatores de produção e agrupam-se tradicionalmente, em três itens:

• trabalho: é a contribuição do ser humano, na produção, em forma de atividade física ou mental;

• capital: é o conjunto de equipamentos; ferramentas e máquinas produzidos pelo homem, que se destinam à satisfação das necessidades através do consumo, mas concorrem para a produção de bens e serviços, aumentando a eficiência do trabalho humano;

• recursos naturais: são os elementos da natureza utilizados pelo homem com a finalidade de criar bens. Como exemplos, temos a terra, a água, os minerais, os animais etc.

+ ++ + + = =

De posse desses elementos, podemos definir economia como sendo o processo que combina fatores de produção para criar bens e serviços. Uma boa parte é consumida, ma há outra parte que não é, permanecendo muito tempo entre as pessoas, algumas vezes por gerações e, mesmo, por séculos. Formando um acervo, um estoque de bens que podem ser usufruídos por muitos anos.

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TRABALHO

CAPITAL RECUROS NATURAIS

BENS E SERVIÇOS

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Essas observações são importantes para que se possa introduzir um novo conceito, o de riqueza. A riqueza de um país, num determinado momento, é formado pelos fatores de produção disponíveis, pelos bens que estão sendo produzidos e pelos que já foram, mas ainda não desapareceram. A riqueza compõe-se, ainda de elementos como a população do país ( seu fator trabalho ), os recursos naturais, os equipamentos, as redes de energia, a distribuição de água, as estradas, as pontes, os edifícios e outros, além de alimentos, roupas etc. A riqueza, portanto, é um conceito que é tudo o que a economia produziu ao longo de sua existência, e que foi preservado.

Os elementos que participam do processo econômico levam o nome levam o nome de agentes econômicos e são representados por pessoas que desempenham diferentes papéis na economia. Como exemplo temos o consumidor, que adquire bens e serviços, o empresário, que organiza os fatores de produção, e o trabalhador, que vende sua força de trabalho – um fator de produção.

Vimos até agora a definição de caráter prático da economia. Entretanto, esse termo também é para designar o ramo do conhecimento humano que procura estabelecer as leis que regem a produção, a distribuição, o consumo produzido numa sociedade e o termo mais apropriado é teoria econômica. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS DO BRASIL

Para estudar as populações, de onde provém o trabalho, existe a demografia. Inicialmente, a demografia estudava o estado, o movimento e o desenvolvimento das populações. Atualmente, preocupa-se também com as causas e conseqüências dos fenômenos demográficos. Detalhando melhor, a demografia preocupa-se em estudar:

• o estado da população, ou seja, seu número, sua distribuição por sexo, idade e estado civil, numero e composição das famílias, grau de escolaridade etc.;

• os fenômenos demográficos, como os nascimentos, os casamentos, os óbitos e etc.;

• os movimentos das populações, sua tendência para o crescimento, os movimentos migratórios e suas conseqüências etc.;

• as causas e as conseqüências dos fenômenos demográficos, através da pesquisa do processo histórico dos fatos populacionais.

A demografia também se preocupa com a população como elemento

fundamental no fenômeno da população, dividindo em duas partes:

• população dependente: é aquela que não tem condições de oferecer força de trabalho;

• população ativa ou população produtiva: que representa o potencial de mão-de-obra do fator de produção trabalho de uma economia, engloba a população economicamente ativa e as pessoas que exercem atividades não-remuneradas.

OS PROBLEMAS DE NATUREZA ECONÔMICA O problema fundamental da economia

Como já foi visto, a atividade econômica numa sociedade é realizada com propósito de produzir bens e serviços que se destinem à satisfação das necessidades individuais ou coletivas de seus membros.

Entretanto, em razão da própria natureza dos seres humanos, suas necessidades se ampliam continuamente. Mesmo para as necessidades puramente biológicas, surgem novos desejos. As pessoas já não se satisfazem em aplacar sua sede bebendo apenas água, quando possível, recorrem a refrigerantes ou outras bebidas mais sofisticadas. Assim pode-se dizer que, as necessidades humanas são ilimitadas.

Por outro lado, a produção de bens e serviços exige a organização e a combinação dos fatores de produção existentes à disposição da sociedade. Entretanto, os fatores de produção são limitados, escassos, pois não existem na quantidade que seria desejável. Esse é os problemas fundamentais da economia, que os economistas chamam de lei da escassez.

A humanidade não ficou aguardando o surgimento da teoria econômica e dos economistas para resolver esse problema, pois sempre foram encontradas soluções. Assim, a teoria econômica procura conhecer e sistematizar essas soluções através da analise do comportamento dos agentes econômicos envolvidos nesse problema, para posteriormente, propor soluções melhores. As quatros perguntas fundamentais

Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas em virtude da escassez de recursos, quatro questões são levantadas, sendo que suas respostas envolvem o problema fundamental da economia, isto é, o problema da escassez.

A primeira pergunta diz a respeito à natureza das necessidades humanas: O QUE PRODUZIR ?

Significa identificar as necessidades e conseqüentemente, o que irá satisfazê-las. A sociedade deve saber que precisa produzir, ex. alimento, roupas.

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A segunda pergunta implica determinar quantitativamente o produto necessário à satisfação das necessidades: QUANTO PRODUZIR ?

Essa questão complementa a anterior em tem sua importância definida na medida em que vimos, é impossível produzir em quantidades ilimitadas todos os bens necessários. Se imaginarmos que todos os recursos disponíveis de uma economia estão sendo utilizados no processo produtivo, atingiremos um limite na produção de bens e serviços. Nesse caso, se quisermos aumentar a produção de um bem qualquer, teremos de diminuir a quantidade de produção de outro ou outros bens.

A terceira questão envolve um problema de ordem técnica: COMO PRODUZIR ?

Para que se obtenha um determinado bem ou serviço, é necessário empregar os fatores trabalho, capital e recursos naturais. Entretanto, a proporção em que esses recursos serão combinados vai depender da abundância ou da escassez de cada um deles. Portanto, é natural imaginar que, numa economia em que o fator trabalho é mais abundante que o fator capital, a produção empregue uma quantidade proporcionalmente maior de trabalho.

A quarta questão diretamente relacionada ao consumo, à satisfação das necessidades dos indivíduos: PARA QUEM PRODUZIR ?

A reposta a essa pergunta resolve o ultimo problema da questão da satisfação das necessidades humanas. Ela vai nos dizer de que forma será distribuído o produto do trabalho coletivo aos elementos da sociedade. O SISTEMA ECONÔMICO

Um sistema econômico pode ser definido como a reunião dos diversos elementos participantes da produção de bens e serviços que satisfazem as necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista econômico, mas também social, jurídico, institucional etc. Observe que os elementos integrantes de um sistema econômico não são apenas pessoas, mas todos os fatores de produção: trabalho, capital e recursos naturais.

Entretanto, para que esses fatores façam parte do processo produtivo, eles precisam estar organizados de tal forma que a sua combinação resulte em alguns bens ou serviços. As instituições onde são organizados os fatores de produção são denominadas unidades produtoras. Uma fábrica de automóveis, um banco e uma fazenda são exemplos de uma unidade produtora, pois em cada uma delas os fatores trabalho, capital e recursos naturais estão organizados para a produção de algum bem ou serviço.

No entanto, não devemos pensar que tudo aquilo que for obtido pelas unidades produtoras será destinado diretamente ao consumo pelas pessoas. A produção econômica pode ser classificada em três categorias, de acordo com sua destinação:

• bens e serviços de consumo: são aqueles bens e serviços que satisfazem as necessidades das pessoas quando são consumidos no estado em que se encontram, como alimentos, roupas, serviços médicos etc.

• bens e serviços intermediários: são bens e serviços que não atendem diretamente às necessidades das pessoas, pois precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva. Como exemplo, podemos ditar as chapas de aço, que serão empregadas na produção de automóveis; os serviços de computação, que preparam folhas de pagamentos para as empresas etc.

• bens de capital: também não atendem diretamente às necessidades dos consumidores, mas destinam-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo produtivo, como as maquinas, as estradas etc.

COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO

No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de unidades produtoras, podemos classificá-las de acordo com as características fundamentais de sua produção e podem ser agrupadas em três setores básicos:

• Setor primário: constituído pelas unidades produtoras que utilizam intensamente os recursos naturais e não introduzem transformações substanciais em seus produtos. Neste setor, estão as unidades produtoras que desenvolvem atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam minerais, animais ou vegetais.

• Setor secundário: constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são transformados. Caracteriza-se pela intensa utilização do fator de produção capital, sob forma de máquinas e equipamentos. Industrias de automóveis, de refrigerantes e de roupas são exemplos de unidades produtoras incluídas no setor secundário.

• Setor terciário: este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econômico. É composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como os bancos, as escolas, as empresas de transporte, o comercio etc.

Podemos ter uma idéia do grau de desenvolvimento de um país se observamos a importância relativa dos três setores em seu sistema econômico.

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OS FLUXOS DO SISTEMA ECONÔMICO Durante o processo de produção, em que são obtidos bens e serviços, as

unidades produtoras remuneram os fatores de produção por eles empregados: pagos salários aos seus trabalhadores, aluguel pelas instalações que ocupam, juros pelos financiamentos obtidos e distribuem lucros aos seus proprietários.

Pode-se dizer, portanto, que num sistema econômico existem dois fluxos. O primeiro é o fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos no sistema econômico, que também recebe o nome de produto. O segundo é o fluxo nominal ou monetário, formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo, também denominado renda.

Esses dois fluxos têm um significado muito importante para a teoria econômica. O fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos, constitui a oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que foi produzido e está à disposição dos consumidores. O fluxo monetário formado pelo total da remuneração dos fatores produtivos é a demanda ou procura da economia, ou seja, aquilo que as pessoas procuram para satisfazer suas necessidades e desejos.

A oferta e a procura são duas funções mais importantes de um sistema econômico. Essas duas funções formam o mercado onde as pessoas que querem vender se encontram com as pessoas que querem comprar.

É importante observar que o termo mercado, na Teoria Econômica, não significa apenas o lugar físico onde as pessoas estão localizadas, como uma feira livre, por exemplo. Seu significado é mais amplo. O termo mercado se refere a todas as compras e vendas realizadas no sistema econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de capital como de serviços. Em suma, sintetiza a essência do sistema econômico, em que as necessidades são satisfeitas através da venda e da compra de mercadorias e serviços.

Os fluxos monetário e real do sistema econômico e a formação do mercado podem ser sintetizados no esquema a seguir:

MACROECONOMIA E MICROECONOMIA Agora que já temos uma idéia do que é um sistema econômico e de como

nele se produzem os bens e os serviços, falaremos alguma coisa a respeito dos esforços dos economistas para entender mais profundamente, e em detalhe, o funcionamento de um sistema econômico.

Atualmente, a teoria econômica é dividida em dois ramos básicos que não se excluem, mas pelo contrário, se complementam. O primeiro é a microeconomia, que se preocupa em estudar os elementos mais simples do sistema econômico, como o consumidor individual, ou seja, a pessoa que se dirige ao mercado com uma determinada renda para adquirir bens e serviços. Outro exemplo do objeto de estudo da microeconomia é a unidade produtora tomada isoladamente, que passaremos a chamar de empresa.

A microeconomia estuda a maneira como o consumidor gasta a sua renda, de forma a ter o maior grau de satisfação possível. Estuda, também, a maneira como a empresa emprega os fatores de produção para obter o maior lucro possível.

O segundo ramo, a macroeconomia, preocupa-se em estudar o conjunto dos consumidores de uma sociedade, assim como o conjunto de empresas dessa sociedade. Seu interesse é determinar os fatores que influenciam o nível total de renda e do produto do sistema econômico.

No esquema a seguir, pode-se visualizar melhor a divisão da teoria econômica e o objeto de estudo de cada um dos seus ramos, que examinaremos mais amplamente nos capítulos seguintes.

Ramos da teoria econômica

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CONTABILIDADE NACIONAL RENDA E PRODUTO

O objetivo fundamental da macroeconomia é determinar os fatores que influenciam o nível total da renda e do produto do sistema econômico. Mas por que os economistas, se preocupam em medir a produção realizada pelo sistema econômico?

A resposta pode ser divida em duas partes. Principalmente, devemos lembrar que o problema fundamental da economia é a escassez de recursos. Por essa razão, eles devem ser empregados de forma adequada, para que se consiga a maior quantidade possível de bens e de servi;os. O que nos remete a questão da eficiência do sistema produtivo. Essa eficiência que consiste na maior produção possível a partir de uma certa quantidade de fatores da produção, precisa ser constantemente avaliada. Daí a necessidade de se ter registros da atividade econômica, considerada em seu conjunto, que permitam esse tipo de analise.

A segunda parte da resposta nos remete a fatos históricos. Crises econômicas, que consiste na redução das atividades econômicas, ocasionando, entre outros problemas, o desemprego. As guerras, que envolvem os países e tem grande repercussão na economia. E com a presença mais acentuada do Estado como regulador das atividades econômicas, os economistas passaram a sentir a necessidade de criar meios que lhe permitissem medir e avaliar as atividades econômicas desenvolvidas pelas sociedades. Surge então a contabilidade social ou nacional, que nos dá, em termos quantitativos, o desempenho global de uma economia. A contabilidade nacional se insere na moderna macroeconomia, que nos fornece os meios para a analise do conjunto da economia de uma sociedade.

A maneira encontrada para que se pudesse somar, ou agregar, a totalidade de bens e serviços produzidos foi medi-los em termos monetários, ou seja, pelo seu preço. Isto porque todos os bens e serviços podem ser expressos em dinheiro, que é o preço que alcançam no mercado multiplicado pela quantidade produzida.

Basicamente, há duas óticas sob as quais a atividade econômica pode ser examinada e medida.

A primeira ótica do produto, mas para ser entendida é necessário ver, antes, o conceito de produto. O produto de uma economia é a soma dos valores monetários dos bens e dos serviços voltados para o consumo final e produzidos em um determinado período de tempo.

A segunda ótica sob qual se pode medir a atividade econômica é a renda. A renda de uma economia é a soma da remuneração paga aos fatores da produção

durante o processo produtivo. Assim, para se obter a renda de um pais num determinado período, somam-se os salários, os alugueis, os juros e os lucros, que são os pagamentos feitos aos fatores produtivos durante o período considerado.

Podemos considerar o produto como sendo o total das vendas num determinado período de tempo mais os estoques avaliados a preço de mercado. Ora, as vendas correspondem à receita dos empresários – agentes econômicos do país que organizam os fatores da produção. Com a receita obtida através da venda de seus produtos, os empresários remuneram os fatores da produção empregados: salários para os trabalhadores, juros para o capital, alugueis para os proprietários e lucros para eles próprios, pois o lucro é a remuneração do empresário. Assim, podemos dizer que as receitas, ou o produto da economia, se esgotam na remuneração dos fatores produtivos. Chamando o total de pagamentos feitos aos fatores de produção de renda, chegamos a uma identidade fundamental na teoria macroeconômica: a renda é igual ao produto.

OS PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONOMICOS

A contabilidade nacional mede a atividade econômica a partir de sua expressão mais genérica – o produto da econômica -, para, em seguida, e a partir dele, introduzir novos conceitos e assim se observar a atividade econômica. Esses conceitos são chamados de agregados.

Vejamos mais detalhadamente em que consiste cada um dos chamados agregados macroeconômicos.

PRODUTO INTERNO BRUTO ( PIB )

Que corresponde ao conceito de produto da economia, ou seja, a soma dos valores monetários dos bens e serviços finais, produzidos a partir dos fatores de produção que estão dentro das fronteiras geográficas dos pais. É importante considerar a interferência do Governo, como consumidor e produtor.

O Governo como consumidor adquire tudo aquilo que é necessário ao funcionamento das repartições, como material de escritório e veículos, contratando empresas para construções de edifícios e estradas etc. Como produtor, fornece a população os chamados serviços públicos, como transporte, correios, assistência medica, educação.

Para desempenhar este papel necessita de dinheiro, que é conseguido mediante a tributação – impostos – que incide sobre determinadas atividades econômicas.

Alguns impostos, apesar de incidirem sobre a produção, são pagos pelos consumidores, pois são adicionados ao preço final do produto pelos fabricantes. Esse tipo de imposto, que é transferido do produtor para o consumidor, denomina-se imposto indireto. Por outro lado o setor publico muitas vezes tem interesse em que determinado produtos tenham um preço mais baixo para o

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consumidor final e concede as empresas que os produzem os chamados subsídios, que são estímulos que visam diminuir o custo de produção de um bem ou de um serviço.

Considerando a presença do Governo nas atividades econômicas, há duas maneiras de se medir o PIB de uma economia:

• PIB a preço de mercado: é a soma dos valores monetários dos bens e serviços produzidos, computando-se os impostos indiretos e subtraindo-se os subsídios.

• PIB a custo de fatores: é a somatória dos valores monetários dos bens e serviços produzidos, subtraindo-se os impostos indiretos e somando-se os subsídios.

Exemplo: + 250 bilhões ( PIB a preço de mercado ) - 50 bilhões ( impostos indiretos ) + 40 bilhões ( subsídios ) = 240 bilhões ( PIB a custo de fatores )

PRODUTO INTERNO LIQUIDO ( PIL ) Durante o processo produtivo há um desgaste das maquinas, equipamentos

e instalações que denomina-se depreciação. Se subtrairmos o PIB a custo de fatores a parcela correspondente à depreciação, obteremos o Produto Interno Liquido (PIL) a custo de fatores, ou Renda Interna.

Exemplo: + 240 bilhões ( PIB a custo de fatores ) - 50 bilhões ( depreciação ) = 190 bilhões ( PIL a custo de fatores ou Renda Liquida )

PRODUTO NACIONAL LIQUIDO ( PNL ) Quando uma grande empresa abre uma filial em outro país, ela esta

deslocando parte de seu capital para esse país, pois esta adquirindo instalações, equipamento etc. No entanto, a renda gerada por esse investimento em outro país acaba retornando, pelo menos em parte, ao país de origem. O ponto de vista que interessa a contabilidade nacional, a integração econômica entre os países se dá através da transferência de renda de um país para outro.

Se subtrair do PIL a custo de fatores a renda enviada ao exterior e somarmos a renda recebida do exterior, teremos o Produto Nacional Líquido a custo de fatores ( PNL c.f. ) ou Renda Nacional Liquida a custo de fatores ( RNL c.f. ) também denominada Renda Nacional ( RN ).

Exemplo: + 190 bilhões ( PIL a custo de fatores ) - 20 bilhões ( renda enviada ao exterior ) + 15 bilhões ( renda recebida do exterior ) = 185 bilhões ( PNL ou RNL c.f. ou RN )

RENDA PESSOAL ( RP ) Considerando mais uma vez a intervenção do Governo na economia. Se

subtrairmos da Renda Nacional os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos das empresas (imposto de renda) e as contribuições feitas à previdência social e somarmos as transferências do governo, ou seja as despesas com inativos, pensionistas, salário família e outros benefícios pagos pela previdência social mais os juros pagos, teremos a Renda Pessoal ( RP ). A renda pessoal é o agregado macroeconômico destinado aos consumidores residentes no país.

Exemplo: + 185 bilhões ( PNL ou RNL c.f. ou RN ) - 70 bilhões ( I.Renda, Contribuições a Previdência Social ) + 50 bilhões ( Beneficio pagos pela Previdência Social e outros ) + 5 bilhões ( Juros pagos pelo Governo ) = 170 bilhões ( Renda Pessoal )

RENDA PESSOAL DISPONIVEL ( RPD )

Se subtrairmos da renda pessoal os impostos diretos pagos pelas pessoas, ou seja, o imposto de renda, chegaremos ao conceito de Renda Pessoal Disponível ( RPD ), que é a quantia que permanece em poder das pessoas para ser consumida ou poupada.

Exemplo: + 170 bilhões ( Renda Pessoal ) - 30 bilhões ( I.Renda pago pelas pessoas ) = 140 bilhões ( Renda Pessoal Disponível )

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Os agregados servem para o estudo e acompanhamento da evolução do sistema econômico no decorrer do tempo. Através dos seus vários conceitos, é possível avaliar o papel do governo, do setor externo e das empresas na economia. Pode-se ainda ter uma idéia aproximada do progresso do pais ao se observar as taxas de crescimento do produto. DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

O sistema econômico, como foi visto, produz os bens e os serviços que irão satisfazer as necessidades das pessoas. Para que isso ocorra essas pessoas precisam ter acesso ao produto ou à renda, que é a mesma coisa. Portanto, a renda precisa ser distribuída entre as pessoas, e o processo pelo qual isso é chamado de distribuição de renda.

Como a renda é a remuneração dos fatores de produção e esses fatores estão concentrados em algumas regiões do país, a renda também estará concentrada nessas regiões e não estará distribuída igualmente entre as regiões por tal motivo a forma como a renda se distribui entre as regiões é chamada de distribuição inter-regional de renda.

Um outro aspecto que pode ser considerado, ao se tratar da distribuição de renda, é saber como ela se distribui entre as pessoas, entre os habitantes do país. O padrão de distribuição da renda entre as pessoas é chamado de renda per capita, que é o resultado da divisão da renda nacional do pais, num determinado ano, pelo numero de habitantes do país naquele mesmo ano.

O ultimo aspecto importante a respeito do tema de distribuição de renda é verificar como a renda é distribuída entre os fatores de produção capital e trabalho. O fator de produção recursos naturais é excluído, dadas as dificuldades em se estabelecer sua remuneração. A forma segundo a qual a renda é distribuída entre os fatores de produção capital e trabalho é chamada de distribuição funcional da renda.

CONSUMO E POUPANÇA COMPONENTES DO CONSUMO

Como foi visto, o ultimo agregado macroeconômico é a renda pessoal disponível, ou seja, aquele montante que as pessoas tem a seu dispor para consumir ou poupar. Com a renda pessoal disponível, precisará realizar uma série de gastos necessários para sua sobrevivência e satisfação de suas necessidades. Esses gastos podem ser divididos em três componentes, dependendo da natureza do bem ou serviço que for adquirido.

O primeiro componente é formado pelos bens não duráveis de consumo, como alimento e roupas, cuja a vida útil é curta. O segundo componente é

denominado serviços de consumo e compreende as despesas feitas com aluguel, medico , barbeiro, cinema, transporte etc. O que distingue os bens não duráveis dos serviços de consumo é o fato de que o segundo caso, a pessoa está comprando um objeto com existência física própria. O terceiro e ultimo componente do consumo corresponde aos bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos em geral, automóveis etc., cuja característica é ter vida útil muito maior do que os bens não duráveis de consumo. POUPANÇA E INVESTIMENTO

As pessoas podem realizar todas as despesas necessárias à satisfação de suas necessidades e ainda restar uma parte de sua renda. Essa parte recebe o nome de poupança, que, definida formalmente, é a diferença entre a renda e o consumo das pessoas, podendo ser representada pela equação:

S = Y - C Onde : S = poupança Y= renda (em inglês, Yield

C= consumo Essa equação pode ser reescrita da seguinte foma:

Y = C - S

significando que a renda é composta pelo consumo e pela poupança. Surge, aqui uma questão: o que as pessoas fazem com a sua poupança, com

a parcela de sua renda que não é consumida? Até agora, estávamos discutindo o fluxo monetário do sistema econômico, o

lado da renda, que é composta pela remuneração feita aos fatores de produção no processo produtivo. Lembremos, ainda que o fluxo real, ou lado real da economia, corresponde aos bens e serviços produzidos por um período de tempo. Também que o lado real é igual ao lado monetário, ou seja renda é igual ao produto. Essa igualdade indica que o total dos bens e serviços produzidos por período de tempo era vendido, para que a receita das vendas remunerasse os fatores de produção.

Entretanto, o que acontece se as pessoas poupam uma parte de sua parte de sua renda e não a gastam integralmente em consumo? Naturalmente, uma parte do produto, isto é, dos bens e serviços produzidos, não será vendida, havendo uma variação, num determinado período de tempo, nos estoques do sistema econômico. Como o estoque de uma economia é formado pelos bens que não foram vendidos no período de tempo em que foram produzidos, mais o estoque no inicio do período, menos a depreciação do estoque existente em operação,

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somos levados a considerar que a variação de estoques por período de tempo é igual a poupança no mesmo período. Do ponto de vista do lado real do sistema econômico, a formação de estoque significa investimento. Portanto, podemos dizer que a poupança é igual ao investimento, no mesmo período. Isso nos leva a igualdade fundamental da macroeconômica, dada por:

S = I Onde : S = poupança

I = investimento O investimento, entretanto, não significa apenas variação nos estoques. O

investimento também é formado pelas despesas realizadas pelos empresários para aumentar a capacidade produtiva de suas empresas. Esse aumento é feito não só através da aquisição de novas maquinas e equipamentos, mas também pela construção de novas unidades produtivas.

É importante observar que, normalmente, os empresários já fazem despesas com maquinas e equipamentos para compensar a depreciação de suas empresas e, assim manter sua capacidade produtiva. Essas despesas não são investimento, mas apenas manutenção e reparos do equipamento já existente. O investimento, portanto, pode ser considerado como os gastos realizados para aumentar a capacidade produtiva do sistema econômico. Podemos, então, inter-relacionar os conceitos estudados até agora no sistema econômico como um todo, dizendo que:

� o consumo do sistema econômico é a soma das despesas de consumo realizadas por todas as pessoas, por período de tempo;

� a soma das poupanças das pessoas é igual a poupança do sistema

econômico; � a poupança da economia é igual ao investimento, que é formado pela

variação nos estoques e pelos gastos do empresários para aumentar a capacidade produtiva da economia

INTRODUÇÃO A TEORIA MONETÁRIA A MOEDA : SUA HISTÓRIA E SUAS MODALIDADES

Moeda é tudo aquilo que serve como meio de troca num sistema econômico. A moeda surgiu na antiguidade, os mais estranhos objetos e até mesmo animais eram utilizados como moeda. O sal, na Roma Antiga; o bambu, na China; os fios de seda, na Arábia, e até mesmo o gado serviram como meio de

troca. Entretanto à medida que a civilização se desenvolveu, os metais preciosos tornaram-se o meio de troca mais comum, por uma serie de razões: são facilmente reconhecíveis, tem pouco peso – se comparados com seu valor - , são divisíveis e tem oferta limitada, isto é são escassos.

Os metais preciosos mais usados como moeda foram o ouro e prata, cujos valores eram determinados pelo seu uso. Isso obrigava os comerciantes a carregar uma balança bastante sensível para pesar os metais e determinar seu valor. Mais tarde, esse problema foi resolvido com a cunhagem, que consistia em fundir peças de prata ou ouro com seu peso impresso. Data dessa época a moeda metálica com o formato que conhecemos hoje.

Como as rotas de comercio eram precárias e não havia a menor segurança para os mercadores, eles passaram a deixar seu ouro e sua prata com os cunhadores ou com os ourives, que tinham cofres seguros em suas oficinas. Em troca, ficavam com um recibo que atestava que tinham deixado uma determinada quantia de metal precioso em poder desses ourives. Quando os cunhadores eram famosos e de confiança, esses recibos passavam a ser utilizados a ser utilizados como moeda, pois asseguravam ao portador a quantia de metal precioso que nele estivesse expressa. Essa é a origem do papel-moeda, das cédulas como as conhecemos e dos bancos comerciais.

Os banqueiros logo perceberam que havia sempre uma quantidade razoável de ouro e de prata que não retirada dos cofres e passaram a emitir recibos num montante superior ao estoque de metais preciosos que tinham sob a sua guarda. Surgiu, então, um outro tipo de moeda: a moeda escritural, que permitiu aos banqueiros fazerem negócios lucrativos, como emprestar dinheiro a juros, comprar títulos etc.

Em linhas gerais, o sistema bancário atual funciona da mesma foram, mas o Banco Central, que é a autoridade monetária máxima do sistema bancário do pais, determina em lei a porcentagem dos depósitos de um banco que não pode ser emprestada ou empregada em qualquer negocio, devendo ficar com garantia, ou lastro. Essa porcentagem é chamada de encaixe.

A relação existente entre o montante de dinheiro que os bancos recebem em depósitos ou captam através da venda de títulos e o montante de dinheiro que os bancos aplicam é determinada pelo multiplicador do sistema bancário, que é a relação entre o volume de recursos que os bancos captam e o volume de dinheiro aplicado por eles. Como o montante aplicado é maior que o montante captado, o multiplicador é sempre maior do que 1. Suponhamos que o sistema bancário capte, em um ano, um trilhão de reais. Se o multiplicador for 1,2, o montante aplicado será 1 trilhão e 200 bilhões de reais, sendo que a diferença, 200 bilhões de reais, sendo que a diferença, 200 bilhões, corresponderá a moeda escritural.

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Com o fortalecimento dos estados nacionais e a criação de órgãos do governo que cuidassem da política econômica do país, a emissão de moeda passou a ser exclusivamente do governo. Essa moeda recebe o nome de moeda fiduciária, e é a atualmente circula nas economias modernas.

A moeda fiduciária não tem um valor próprio, decorrente do material de que é fabricada. Seu valor vem da garantia que o governo estabelece através das autoridades monetárias. É a moeda de curso legal e obrigatório no país, com a qual devem ser feitas todas as transações comerciais e financeiras. No Brasil, a moeda é o real.

Finalmente, houve o desaparecimento do padrão-ouro, que era o sistema monetário que vinculava a emissão do papel-moeda à existência de um estoque de ouro que servisse de lastro, de garantia à moeda circulante no país. Atualmente, portanto, um pais não emite moeda baseado na quantidade de ouro que possui, mas na quantidade suficiente para o funcionamento do sistema econômico.

AS FUNÇÕES DA MOEDA

A fim de cumprir de forma conveniente o seu papel no sistema econômico, a moeda deve desempenhar algumas funções, decorrentes de sua própria necessidade numa economia.

A primeira função da é servir como meio de instrumento de troca. A segunda função da moeda é servir como reserva de valor. A terceira função da moeda, cuja importância ficou demonstrada na contabilidade nacional, é servir como unidade de conta. A expressão unidade de conta refere-se a necessidade das pessoas e das empresas de registrarem suas operações e transações econômicas em uma medida que seja comum a todos os bens e serviços.

A ultima função da moeda é servir como padrão para pagamentos diferidos, ou seja, que se realizarão no futuro. Essa função esta associada, inicialmente, a segunda função (reserva de valor), pois uma pessoa só aceitará receber um pagamento no futuro se a moeda não perder o valor. Está associada, também, a terceira função (unidade de conta), pois um pagamento a ser realizado no futuro é acertado anteriormente e a quantia, uma vez estabelecida, é expressa em termos monetários.

DEMANDA POR MOEDA

A primeira razão é o fato de os pagamentos e os recebimentos não serem perfeitamente sincronizados, por essa ração para retenção de moeda damos o nome de demanda da moeda para transações. A segunda razão pela qual as pessoas procuram manter dinheiro em seu poder chama-se demanda de moeda para precaução. A terceira foi chamada por Lord Keynes de demanda de moeda para especulação ou demanda especulativa, essa razão está associada ao fato de

a moeda funcionar como reserva de valor. Nesse caso, é importante ressaltar que a moeda cumpre melhor o seu papel de reserva de valor em economias onde não há inflação, ou quando ela é bem baixa. Altos índices inflacionários corroem o poder aquisitivo da moeda, reduzindo sou valor com o passar do tempo. Isso nos permite estabelecer uma relação inversa entre taxa de juros do mercado e da demanda especulativa da moeda. Realmente, quando maior a taxa de juros, menor a quantidade de moeda demandada e retida para especulação e vice-versa.

OFERTA DE MOEDA

A emissão ou oferta de moeda é atribuição exclusiva do governo, através das autoridades monetárias. Não depende, portanto, da taxa de juros, mas da política econômica do governo, que determina a quantidade de moeda emitida por período de tempo. No caso do Brasil assim com e outros países, o período corresponde ao ano civil.

Apesar de a emissão de moeda não depender da taxa de juros, existem critérios bem definidos que regulamentam a oferta monetária. Basicamente, a emissão da moeda é condicionada pelo crescimento do produto da economia. Se, num dado período, a emissão de moeda for superior ao crescimento do produto, ou seja, se houver excesso de liquidez, podemos ter inflação, por outro lado, caso o aumento na oferta de moeda seja menor que o crescimento do produto, podemos ter, entre outras conseqüências, crise na economia, porque a falta de moeda na economia, fenômeno que recebe o nome de crise de liquidez ou falta de liquidez, dificulta as transações e prejudica o sistema econômico, ocasionando queda no produto.

DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS DE EQUILIBRIO

A taxa de juros de equilíbrio é determinada no mercado monetário, onde se encontram a oferta e a demanda de moeda. O processo é idêntico ao que determina o preço de uma mercadoria no mercado de bens e serviços, pois, a taxa de juros é o preço da moeda, isto é, do dinheiro. Portanto, a taxa de juros de equilíbrio é determinada no mercado pela oferta e pela demanda de moeda. Com base nessa taxa é que são realizada as transações financeiras na economia.

O CREDITO E O SISTEMA FINANCEIRO O CREDITO E SUAS MODALIDADES

O credito pode ser definido, de maneira geral, como a troca de um bem disponivel no momento pela promessa de um pagamento futuro. A operação de credito envolve dois elementos: o credor e o devedor.

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O credor é a pessoa que empresta a quantia a outra e o devedor é apessoa que rebebe e paga a quantia no futuro.

De acordo com o seu uso, o credito pode ser classificado em credito de produção e credito de consumo. O credito de produção é concedido as empresas para que possam fazer frente as despesas decorrente ao processo produtivo. Essas despesas pode ser de investimento, caso a empresa esteja aumentando sua capacidade produtiva atraves da compra de maquinas e equipamentos ou de giro, quando a empresa usa o dinheiro obtido na operação de credito para aquisição de materia prima. O credito de consumo é conedido para que possam adquirir bens de consumo. Em geral, as pessoas se utilizam do credito para adquirir bens de consumo duraveis, que em geral tem um preço elevado, como casa, automoveis etc.

Existe ainda, o credito para o Estado, para o governo, que é um tipo de credito que pode ser utilizado tanto para a produção como para consumo.

Classificando o credito de acordo o prazo de pagamento, temos três modalidades: o credito a curto prazo ( 5 meses ), credito a medio prazo ( superior que 5 meses até 5 anos ) e o credito a longo prazo ( superior a 5 anos ).

O SISTEMA ECONOMICO

As economias modernas, que possuem um elevado grau de complexidade no relacionamento entre os agentes economicos, necessitam de um sistema que organize e facilite a circulação da moeda pelo sistema economico. Esse papel é desempenhado pelo sistema financeiro, que é responsavel pela intermediação da moeda entre os agentes economicos, temos dois conceitos: intermediação financeira e sistema financeiro.

A intemediação financeira é o processo de transferencia de recursos superavitários para os deficitarios, realizado pelo sistema financeiro que no caso é o conjunto de instituições privadas e publicas que transferem recursos dos agentes superavitarios para os deficitarios com uma uma remuneração denominada spread que é a diferença entre a taxa de juros cobrada pelso sistema financeiro dos agentes deficitários e a taxa de juros paga aos agentes superivitarios que constitui a remuneração do sistema financeiro.

INFLAÇÃO

A inflação é definida como uma situação em que há um aumento continuo e generalizado de preços. Outro fator que caracteriza é o fato de o aumento de preços se estender a todos os bens e serviços produzidos pela economia.

A inflação é medida através de números - índices, que são formulas matemáticas que dizem qual a porcentagem de aumento nos preços dos bens e

serviços nem determinado período de tempo, no Brasil, são usados mais comum os seguintes números – índices:

� Índice de Custo de Vida (ICV): mede a evolução dos gastos de famílias

com renda de até 5 salários mínimos com as despesas realizadas para suprir suas necessidades básicas, tais como alimentação, habitação, vestuário, transporte etc.

� Índice de Preços Atacado (IPA): quando o ICV considera os preços dos bens e serviços ao nível do consumidor, o IPA considera a evolução dos preços a nível de comercialização no atacado. Outra diferença entre esses índices é que o IPA acompanha um numero de bem maior de bens, pois considera não apenas aqueles usados pelas famílias, mas também matérias-primas e equipamentos, por exemplo.

� Índice da Construção Civil (ICC): é um índice que acompanha apenas a evolução dos preços dos materiais, equipamentos e mão-de-obra empregados na construção civil.

� Índice Geral de Preços (IGP): este índice é a media ponderada dos índices anteriores, sendo que o IPA tem pose 6, o ICV, peso 3 e o ICC, peso 1. É a medida oficial da inflação no Brasil.

Para entender melhor o IGP, vamos supor que num determinado mês o

índice de custo de vida teve um aumento de 5%, o índice de preços por atacado aumentou 4% e o índice de construção civil apresentou uma evolução de 3%. O calculo do índice geral de preços seria dado pela formula:

IGP= (6 x IPA) + (3 x ICV) + (1 x ICC) 6 + 3 + 1

IGP= (6 x 4) + (3 x 5) + (1 x 3) 10

IGP= 4,2% A forma como é constituído o Índice Geral de Preços dá-nos a idéia clara de seu objetivo, é medir a evolução de todos os preços da economia.

O MERCADO

O mercado num sistema econômico é formado pelas pessoas que querem comprar e pelas que querem vender bens e serviços.

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