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APOSTILA DE ELEMENTOS DE FIXAÇÃO PROF. LEONEL

Apostila de Elementos de Fixacao 1

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APOSTILA DE ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

PROF. LEONEL

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Uso de ferramentas

Chave fixa

A chave fixa, também conhecida pelo nome de chave de boca fixa, é utilizada para apertar ou afrouxar porcas e parafusos de perfil quadrado ou sextavado.

Pode apresentar uma ou duas bocas com medidas expressas em milímetros ou polegadas. As figuras a seguir mostram uma chave fixa com uma boca e uma chave fixa com duas bocas.

Chave estrela

Esta ferramenta tem o mesmo campo de aplicação da chave de boca fixa, porém diversifica-se em termos de modelos, cada qual para um uso específico.

Por ser totalmente fechada, abraça de maneira mais segura o parafuso ou porca.

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Chave combinada

A chave combinada também recebe o nome de chave de boca combinada.

Sua aplicação envolve trabalhos com porcas e parafusos, sextavados ou quadrados.

A chave combinada é extremamente prática, pois possui em uma das extremidades uma boca fixa, e na outra extremidade uma boca estrela.

A vantagem desse tipo de chave é facilitar o trabalho, porque se uma das bocas não puder ser utilizada em parafusos ou porcas de difícil acesso, a outra boca poder· resolver o problema.

Chaves fixas, chaves estrela e chaves combinadas não devem ser batidas com martelos. Se martelarmos essas chaves, o risco de quebrá-las é alto.

Se houver necessidade de martelar uma chave de aperto e desaperto para retirar um parafuso ou uma porca de um alojamento, devem-se usar as chamadas chaves de bater, que são apropriadas para receber impacto.

Chaves de bater

Há dois tipos de chaves de bater: a chave fixa de bater e a chave estrela de bater. A chave fixa de bater e estrela de bater são ferramentas indicadas para trabalhos pesados. Possuem em uma de suas extremidades reforço para receber impactos de martelos ou marretas, conforme seu tamanho.

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Chave soquete

Dentro da linha de ferramentas mecânicas, este tipo é o mais amplo e versátil, em virtude da gama de acessórios oferecidos, que tornam a ferramenta prática. Os soquetes podem apresentar o perfil sextavado ou estriado e adaptam-se facilmente em catracas, manivelas, juntas universais etc., pertencentes as categoria de acessórios.

Dentro da categoria de soquetes, há os de impacto que possuem boca sextavada, oitavada, quadrada e tangencial. Esses soquetes são utilizados em parafusadeiras, em chaves de impacto elétricas ou pneumáticas, pois apresentam paredes reforçadas. Os soquetes de impacto apresentam concentricidade perfeita, o que reduz ao mínimo as vibrações provocadas pela alta rotação das máquinas onde são acoplados.

Os soquetes comuns não devem ser utilizados em máquinas elétricas ou pneumáticas, pois não resistem às altas velocidades e aos esforços tangenciais provocados pelas máquinas em rotação.

A chave soquete, pela sua versatilidade, permite alcançar parafusos e porcas em locais aonde outros tipos de chaves não chegam.

A seguir, alguns soquetes e acessórios que, devidamente acoplados, resultam em chaves soquete.

Chave Allen

A chave Allen, também conhecida pelo nome de chave hexagonal ou sextavada, é utilizada para fixar ou soltar parafusos com sextavados internos.

O tipo de chave Allen mais conhecido apresenta o perfil do corpo em L, o que possibilita o efeito de alavanca durante o aperto ou desaperto de parafusos.

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Antes de usar uma chave Allen, deve-se verificar se o sextavado interno do parafuso encontra-se isento de tinta ou sujeira. Tinta e sujeira impedem o encaixe perfeito da chave e podem causar acidentes em quem estiver manuseando.

Chave de fenda Phillips

A extremidade da haste, oposta ao cabo, nesse modelo de chave, tem a forma em cruz.

Esse formato é ideal para os parafusos Phillips que apresentam fendas cruzadas.

Há também no mercado a chave Phillips angular dupla.

Chave de fenda com sextavado

É uma ferramenta utilizada em mecânica para apertar e soltar parafusos grandes quando se exige o emprego de muita força. Com o sextavado na haste, o operador pode, usando uma chave de boca fixa, aumentar o torque da ferramenta sem precisar de maior esforço. Esse modelo também é encontrado com a fenda cruzada (modelo Phillips).

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Tanto as chaves de fenda Phillips quanto as chaves de fenda com sextavado não devem ser utilizadas como talhadeiras ou alavancas.

Chaves para canos e tubos

A chave para canos é também conhecida pelos seguintes nomes: chave grifo e chave Stillson. É uma ferramenta específica para instalação e manutenção hidráulica. Sendo regulável, a chave para canos é uma ferramenta versátil e de fácil manuseio.

A chave para tubos, também conhecida pelo nome de “Heavy-Duty”, é semelhante à chave para canos, porém mais pesada. Presta-se a serviços pesados.

A seguir um modelo de chave para canos e um modelo de chave para tubos.

Tanto a chave para canos quanto a chave para tubos não devem ser usadas para apertar ou soltar porcas.

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Chave de boca ajustável

Esta ferramenta tem uma aplicação universal. É muito utilizada na mecânica, em trabalhos domésticos e em serviços como montagem de torres e postes de eletrificação, e elementos de fixação roscado. A chave de boca ajustável não deve receber martelada e nem prolongador no cabo para aumentar o torque.

No universo mecânico há muitas outras chaves de aperto e desaperto, e mais detalhes poderão ser encontrados nos catálogos dos fabricantes.

Vejamos, agora, uma outra família de ferramentas muito empregadas em trabalhos mecânicos: os alicates.

Alicate pode ser definido como uma ferramenta de aço forjado composta de dois braços e um pino de articulação. Em uma das extremidades de cada braço existem garras, cortes e pontas que servem para segurar, cortar, dobrar, colocar e retirar peças de determinadas montagens.

Existem vários modelos de alicate, cada um adequado a um tipo de trabalho.

Alicate universal

É o modelo mais conhecido e usado de toda família de alicates. Os tipos existentes no mercado variam principalmente no acabamento e formato da cabeça. Os braços podem ser plastificados ou não. Quanto ao acabamento, esse alicate pode ser oxidado, cromado, polido ou simplesmente lixado.

Quanto à resistência mecânica, o alicate universal pode ser temperado ou não. Quanto ao comprimento, as medidas de mercado variam de 150 mm a 255 mm.

O alicate universal é utilizado para segurar, cortar e dobrar.

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Alicate de pressão

É uma ferramenta manual destinada a segurar, puxar, dobrar e girar objetos de formatos variados. Em trabalhos leves, tem a função de uma morsa. Possui regulagem de abertura das garras e variação no tipo de mordente, segundo o fabricante.

Observe um alicate de pressão e os formatos dos perfis de algumas peças que ele pode prender.

Alicates para anéis de segmento interno e externo

É uma ferramenta utilizada para remover anéis de segmento, também chamados de anéis de segurança ou anéis elásticos. O uso desses alicates exige bastante atenção, pois suas pontas, ao serem introduzidas nos furos dos anéis, podem fazer com que eles escapem abruptamente, atingindo pessoas que estejam por perto.

Os alicates para anéis de segmento interno e externo podem apresentar as pontas retas ou curvas.

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Torquímetro

Quando é necessário medir o aperto de um parafuso ou porca, a ferramenta indicada é o torquímetro. O uso do torquímetro evita a formação de tensões e a consequente deformação das peças em serviço.

O torquímetro trabalha com as seguintes unidades de medidas: Newton .metro (N . m); libra-força . polegada (Lbf . in); quilograma-força . metro (kgf . m).

Ao se usar o torquímetro, é importante verificar se o torque é dado em parafuso seco ou lubrificado.

As figuras a seguir mostram alguns tipos de torquimetro.

Os torquimetro devem ser utilizados somente para efetuar o aperto final de parafusos, sejam eles de rosca direita ou esquerda. Para encostar o parafuso ou porca, deve-se usar outras chaves.

Para obter maior exatidão na medição, é conveniente lubrificar previamente a rosca antes de se colocar e apertar o parafuso ou a porca.

Os torquimetro jamais deverão ser utilizados para afrouxar, pois se a porca ou parafuso estiver danificado, o torque aplicado poderá ultrapassar o limite da chave, produzindo danos ou alterando a sua exatidão.

Os torquimetro, embora robustos, possuem componentes relativamente sensíveis (ponteiro, mostrador, escala) e por isso devem ser protegidos contra choques violentos durante o uso.

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Recomendações finais

As características originais das ferramentas devem ser mantidas, por isso não devem ser aquecidas, limadas ou esmerilhadas.

Se um mecânico de manutenção necessitar de uma ferramenta que tenha uma espessura mais fina ou uma inclinação especial, ele deverá projetar um novo modelo de ferramenta ou então modificar o projeto da máquina para que, em futuras manutenções, possa usar as ferramentas existentes no mercado.

Para aumentar a segurança quando usa ferramentas de aperto e desaperto, o mecânico de manutenção experiente aplica a força em sua direção, evitando o deslocamento do próprio corpo. Ele mantém o equilíbrio corporal deixando os pés afastados e a mão livre apoiada sobre a peça.

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PORCAS

As porcas têm normalmente formas prismáticas ou cilíndricas, com um furo roscado, por onde entra o parafuso.

Para uma resistência adequada tem-se como regra geral construir a porca com altura igual ao diâmetro nominal da rosca.

Exceção a essa regra é a porca cega onde à altura é 0,8 do diâmetro nominal da rosca e porcas para pequenos esforços em que a altura é 0,5 do diâmetro nominal.

Tipos de porcas

Porcas sextavadas

Porca sextavada Porca sextavada chata Porca sextavada autotravante alta

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Porcas-castelo

Porca-castelo Porca-castelo chata

Porca recartilhadas

Porca recartilhada alta Porca recartilhada chata

Porca cega Porca especial

Porca cega alta Porca borboleta

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Porcas redondas

Arruelas

As arruelas tem a função de distribuir uniformemente a força de aperto entre a

porca e o parafuso e as partes montadas.

DIN 125 DIN 126 DIN 433

Durante o funcionamento de um mecanismo, as vibrações, os esforços e os atritos tendem a desapertar as peças roscadas. Devido a isso, muitos tipos de arruelas tem também a função de elemento de trava.

Porcas redondas

com fenda

Porcas redondas com furos radiais

Porca redonda com

entalhe Porcas redondas com

dois furos paralelos

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Tipos de arruelas

Arruela de pressão Arruela ondulada Arruela dentada

Arruela serrilhada

Arruelas para perfilados U e I

DIN 435 DIN 434

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Parafuso

Os parafusos são formados por um corpo cilíndrico roscado, que pode ter vários formatos e suas dimensões normalizadas.

d = Diâmetro

L = Comprimento

b = Comprimento da rosca

k = Altura da cabeça

S = Abertura da chave de aperto

e = Medida do diâmetro para execução do sextavado.

Parafuso cabeça sextavada DIN 931

Segundo as normas os parafusos se diferenciam pela rosca, forma de cabeça, haste e forma de acionamento. A figura abaixo mostra os tipos usuais de cabeças

Fenda em cruz (phillips) Cabeça cilíndrica abaulada

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Cabeça lenticular Cabeça escariada

Cabeça redonda Cabeça cilíndrica

Havendo necessidade de travar elementos, usa-se parafuso sem cabeça com pontas adequadas ao trabalho a que se destinam.

Quando o parafuso está sujeito a forças de serviço severas como na figura abaixo por exemplo: pressão de vapor, gases ou líquidos, a união é feita de parafusos com haste ( ou colo) de dilatação. Esse elemento absorve muito bem as forças pulsatórias, por isso é bastante usado em motores de combustão interna.

A vantagem em usar um parafuso com haste de dilatação é que, nas situações citadas, distribui-se a tensão por toda a haste. Enquanto num parafuso comum a tensão se concentra no final da rosca.

Segundo norma DIN o diâmetro da haste deve ser 10% menor que o diâmetro do fundo da rosca, e entre o diâmetro maior da rosca e o diâmetro da haste é necessário um ângulo de 20º.

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As uniões roscadas sujeitas à solicitação transversal necessitam de recursos adicionais para proteger o parafuso contra o cisalhamento e manter a posição das partes.

Rebaixo simples Parafuso tratado termicamente Encaixe interferência

e encaixe calibrado

Auxilio do pino guia Postiço centrador Ressalto centrador

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IDENTIFICAÇÃO NORMALIZADA

Identificação segundo DIN 267

Ela é feita por dois algarismos no parafuso e um na porca. O primeiro algarismo multiplicado por 100 fornece a resistência à tração do material.

Multiplicando por 10 o produto do primeiro pelo segundo obtemos o limite de escoamento do material. Nas porcas aparece apenas o algarismo indicador da resistência à tração.

Rt = 8 . 100 = 800N/mm2

Le = 8 . 8 . 10 = 640N/mm2

Classes de resistência:

3.6 – 4.6 – 4.8 – 5.6 – 5.8 – 6.8 – 8.8 – 10.9 – 12.9 – 14.9

Identificação segundo SAE j429

Ela é feita por marcas na cabeça do parafuso e na porca

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Danos típicos em roscas

Quebra do parafuso

Cisalhamento ou arrancamento da cabeça

Neste caso, para extrair a parte restante usa-se extrator apropriado para casos em que a quebra tenha se dado no mesmo plano que a superfície da peça.

À figura mostra a seqüência para o uso do extrator, o qual requer um furo proporcional, no centro do parafuso.

O extrator é constituído de aço-liga especial e possui uma rosca dente-de-serra, múltipla, cônica e à esquerda, é encontrado em jogos para vários diâmetros diferentes.

Apertar os parafusos evitando cisalhamento, deformações e desalinhamentos. A tabela abaixo mostra a sequências adequadas de aperto. Deve-se observar ainda que os parafusos que estão sujeitos a forte solicitação de trabalho em altas temperaturas precisam ser reapertados a estas temperaturas.

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Parafusos, Porcas e Arruelas

Aplicação – parafuso, porca e arruela

Parafuso, porca e arruela lisa

Parafuso sextavado (DIN 931), arruela lisa chanfrada, porca sextavada chata e porca sextavada (DIN 934).

Parafuso de cabeça cilíndrica com sextavado interno (tipo Allem),arruela ondulada (DIN 137) e chave Allen.

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Parafuso prisioneiro (DIN 938), porca sextavada (DIN 934) e arruela de trava com duas orelhas.

Parafuso de cabeça abaulada e pescoço quadrado (DIN 603),porca sextavada (DIN 934) e porca sextavada (DIN 7967).

Pino roscado, arruela chanfrada, porca-castelo (DIN 935/937) e contrapino (cupilha) – (DIN 94)

Trava com arame

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Parafuso de fenda com cabeça cilíndrica (DIN 84),arruela de pressão (DIN 127) e chave de fenda.

Parafuso de fenda com cabeça cilíndrica abaulada (DIN 85) e arruela dentada (DIN 6798).

Parafuso de fenda com cabeça redonda (DIN 86) e arruela dentada (DIN 6797).

Parafuso de fenda com cabeça escareada (DIN 87). Parafuso de fenda com cabeça escareada e abaulada.

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Parafuso com cabeça sextavada.

Parafuso auto-atarraxante.

Parafuso autocortante.

Aplicação normalizada de parafusos

D = diâmetro da rosca

t = profundidade de penetração do parafuso na peça roscada

h = profundidade mínima do furo

T = profundidade mínima da rosca

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ROSCAS

É uma saliência de perfil constante, helicoidal, que se desenvolve de forma uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou cônica. Essa saliência é denominada filete.

Passo e hélice da rosca

Quando há um cilindro que gira uniformemente e um ponto que se move também uniformemente no sentido longitudinal, em cada volta completa do cilindro, o avanço (distância percorrida pelo ponto) chama-se passo e o percurso descrito no cilindro por esse ponto denomina-se hélice.

Podem-se aplicar então as relações trigonométricas em qualquer rosca, quando se deseja conhecer o passo, diâmetro médio ou ângulo da hélice:

Ângulo da hélice = tg α = P / D2.π

P ( passo ) = tg α . D2 . π

= ângulo da hélice

P (passo) = Cateto oposto

hélice = hipotenusa

D2 (diâmetro médio) = Cateto adjacente

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Rosca interna danificada

Há várias maneiras de consertar uma rosca interna avariada, a melhor geralmente é a colocação de um inserto.

INSERTOS

Kelox

É uma bucha rosqueada nas partes internas e externas, que possui ainda dois rasgos conificados e um rebaixo. Faz parte do conjunto um anel provido de duas chavetas, que colocados após o rosqueamento da bucha serve para fixa-la.

Seqüência de colocação

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Seqüência de remoção

Heli-coil

Espiral feita em arame de alta resistência com a forma romboidal. Nesse caso também é preciso repassar o furo danificado com outra broca e rosqueá-lo com macho fornecido pela Heli-coil . A seguir rosqueia-se o inserto com ferramenta especial. O aumento do diâmetro do material-base é mínimo.

Tensão inicial aparente

Existem duas situações onde o mecânico aplica o momento de torção correto e o equipamento apresenta falha no aperto com pouco uso.

* Atrito excessivo – Causado por erros de forma e posição, falta de lubrificação e asperezas nas superfícies de deslizamento. Esses fatores farão com que boa parte do torque seja empregado para vencer o atrito em questão. Logo, isto não permitirá que a tensão no parafuso atinja a zona elástica.

* Desalinhamento (prisioneiros) – Causado por furo roscado oblíquo. Neste caso, uma parte importante do momento de torção é absorvida pela deformação no assentamento oblíquo da porca. Deste modo, apesar de o valor

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do momento de torção estar correto, a tensão inicial é aparente; pois, o parafuso deformou-se, ao ser apertado, mas não se alongou elasticamente.

Na zona de tensão progressiva o parafuso deforma-se elasticamente. Deformado, sua tendência é voltar ao comprimento inicial, não podendo fazê-lo devido às peças de união, exercer a força de aperto.

Continuando-se a aperta-lo provocam-se deformações plásticas.

Um parafuso apertado dessa forma não possui força de aperto ou tensão inicial.

A forma de ser ter um aperto adequado é manter a deformação dentro da zona elástica.

Que dizer, dentro do limite de elasticidade do material do parafuso.

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Ferramentas indicadoras de aperto

* Chave de fenda de momento de torção (ajustável, desligando automaticamente quando o valor é atingido)

* Chave de momento de torção para aperto de porca e parafusos com cabeça poligonais (ajustável).

* Chave elétrica ou pneumática(ajustável)

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Tipos especificados de aperto

- Especificado por torção (torque) em libras por polegada, kg.cm, lb.pé, N.m, kg.m é importante verificar se a torção é dada para parafuso seco ou lubrificado. Em caso da falta de especificação do lubrificante, usar graxa com bissulfeto de molibdênio (molikote G).

A resistência ao cisalhamento e à flexão é de 20 a 35% maior nos filetes da porca do que nos filetes do parafuso. Por isso encontramos, com freqüência, porcas feitas com materiais de menor resistência do que do parafuso.

Montagem com parafusos

Na montagem, usando parafusos, deve-se considerar a resistência do

parafuso e das peças fixadas por ele. Também deve-se ter à mão os manuais de serviços das máquinas que fornecem a seqüência de operações e os torques.

Na falta destes dados usa o seguinte modo:

- A fim de reutilizar um parafuso, deve-se examina-lo quanto a trinca, planeza, estado da rosca, estado da cabeça e esquadro entre corpo e cabeça. Não deve recuperar parafuso ou porca danificada.

- Limpar e examinar os alojamentos dos parafusos (corpo da máquina ou porca). Repassar a rosca com macho condizente para eliminar rebarbas ou impurezas no fundo dos filetes. Limpar novamente e não deixar óleos nos furos cegos, a fim de evitar calço hidráulico.

- Encostar todos os parafusos antes de apertar o primeiro.

- Especificação por fração de volta – isto é, encosta-se o parafuso até eliminar toda a folga e dá-se mais uma fração de volta.( 90º ou 120º ). Este procedimento elimina o coeficiente de atrito que varia de 0,15 a 0,25 a seco e entre 0,11 a 0,19 lubrificado.

- Especificação da medida que aumenta com o aperto – para isso a cabeça e a ponta devem ter bom acabamento.

Mede-se o parafuso antes de colocá-lo e aperta-se até atingir o comprimento especificado pelo fabricante ou, na falta deste, usar 0,2% do comprimento.

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Comportamento das porcas

A porca como um todo sofre pressão e seus filetes sofrem tração, flexão e esforços de cisalhamento. Esforços estes que não estão uniformente distribuído por todas as voltas do filete. Em formas normais de porcas, a primeira volta absorve aproximadamente 1/3 do esforço total.

Distribuição esquemática do esforço na porca

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Mancais de rolamento

Conceito de mancal

Mancal é um suporte de apoio de eixos e rolamentos que são elementos girantes de máquinas.

Os mancais classificam-se em duas categorias: mancais de deslizamento e mancais de rolamento.

Mancais de deslizamento

São concavidades nas quais as pontas de um eixo se apóiam. Por exemplo, na figura seguinte, as duas concavidades existentes nos blocos onde as pontas de um eixo se apóiam são mancais de deslizamento.

Mancais de rolamento

São aqueles que comportam esferas ou rolos nos quais o eixo se apóia. Quando ao eixo gira, as esferas ou rolos também giram confinados dentro do mancal. Por exemplo, se colocarmos esferas ou rolos inseridos entre um eixo e um bloco, conforme figura ao lado, o eixo rolará sobre as esferas ou rolos.

Agora uma pergunta:

- Quando usar rolamentos de esferas ou de rolos?

Pode-se afirmar que os rolamentos de esferas são usados para cargas leves ou médias, e os rolamentos de rolos para cargas médias ou pesadas.

Por exemplo, em bicicletas e motocicletas, que suportam cargas leves, os cubos das rodas apresentam rolamentos de esferas. Em caminhões, que suportam cargas pesadas, os cubos das rodas apresentam rolamentos de rolos.

Já em automóveis, que suportam cargas médias, os cubos das rodas podem apresentar rolamentos de esferas ou de rolos.

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Tipos de rolamento

Os tipos de rolamento construídos para suportar cargas atuando

perpendicularmente ao eixo, tais como os rolamentos dos cubos de

rodas, por exemplo, são chamados de rolamentos radiais.

Os rolamentos projetados para suportar cargas que atuam na direção do eixo são chamados de rolamentos axiais.

Um rolamento axial pode ser usado, por exemplo, para suportar o empuxo da hélice propulsora de um navio. Muitos tipos de rolamento radiais são capazes de suportar, também, cargas combinadas, isto é, cargas radiais e axiais.

Aplicação de rolamentos

O arranjo de rolamentos, num elemento de máquina, pode ser feito de vários modos.

É comum usar dois rolamentos espaçados a uma certa distância. Estes rolamentos podem ser alojados numa mesma caixa ou em duas caixas separadas, sendo a escolha feita com base no projeto da máquina e na viabilidade de empregar caixas menos onerosas.

A maioria das caixas padronizadas é construída para alojar um rolamento. Também são fabricadas caixas padronizadas para dois rolamentos, embora em menor quantidade.

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Em certos tipos de máquina, os rolamentos são montados diretamente no corpo delas. Os redutores são um exemplo. Em tais casos, o fabricante da máquina deve projetar e produzir tampas e porcas, bem como projetar o sistema de vedação e de lubrificação.

Em outras aplicações, em vez do eixo girar, outros elementos de máquina é que giram sobre ele, que se mantém estacionado. … o caso das polias ou rolos não tracionados.

Como verificar as condições de um rolamento

O comportamento do rolamento pode ser verificado pelo tato e pela audição.

Para checar o processo de giro, faz-se girar o rolamento, lentamente, com a mão. Esse procedimento permitirá constatar se o movimento é produzido com esforço ou não, e se ele ocorre de modo uniforme ou desigual.

Na verificação pela audição, faz-se funcionar o rolamento com um número de rotações reduzido. Se o operador ouvir um som raspante, como um zumbido, é porque as pistas do rolamento estão sujas; se o som ouvido for estrepitoso, a pista apresenta danos ou descascamento; se o som ouvido for metálico, tipo silvo, é sinal de pequena folga ou falta de lubrificação.

A verificação pelo ouvido pode ser melhorada colocando-se um bastão ou uma chave de fenda contra o alojamento onde se encontra o rolamento. Encostando o ouvido na extremidade livre do bastão ou no cabo da chave de fenda, ou ainda utilizando um estetoscópio eletrônico, os tipos de sonoridade poderão ser detectados facilmente.

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Além dos ruídos, outro fator a ser observado nos rolamentos é a temperatura. A temperatura pode ser verificada por meio de termômetros digitais, sensíveis aos raios infravermelhos. Outra maneira de verificar a temperatura de um rolamento é aplicar giz sensitivo ou, simplesmente, colocar a mão no alojamento do rolamento.

Se a temperatura estiver mais alta que o normal ou sofrer constantes variações, isto significa que há algum problema no rolamento. O problema pode ser:

· Lubrificação deficiente;

· Lubrificação em excesso;

· Presença de sujeiras;

· Excesso de carga;

· Folga interna muito pequena;

· Início de desgastes;

· Rolamento “preso” axialmente;

· Excesso de pressão nos retentores;

· Calor proveniente de fonte externa.

Salientemos que ocorre um aumento natural na temperatura, durante um ou dois dias, após a lubrificação correta de um rolamento.

Outros pontos que devem ser inspecionados em um rolamento são os seguintes: vedações, nível do lubrificante e seu estado quanto à presença de impurezas.

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Inspeção de rolamentos em máquinas

A inspeção de rolamentos em máquinas deve ser efetuada com as máquinas paradas para evitar acidentes.

A seguinte seqüência de operações deve ser feita na fase de inspeção de um rolamento:

a) Limpar as superfícies externas e anotar a seqüência de remoção dos componentes da máquina.

b) Verificar o lubrificante. Vários tipos de impurezas podem ser sentidos pelo tato, bastando esfregar uma amostra do lubrificante entre os dedos. Uma fina camada de lubrificante espalhada nas costas da mão permitirá uma inspeção visual.

c) Impedir que sujeira e umidade penetrem na máquina, após a remoção das tampas e vedadores. Em caso de interrupção do trabalho, proteger a máquina, rolamentos e assentos com papel parafinado, plástico ou material similar. O uso de estopa é condenável, pois fiapos podem contaminar os rolamentos.

d) Lavar o rolamento exposto, onde é possível fazer uma inspeção sem desmontá- lo. A lavagem deve ser efetuada com um pincel molhado em querosene.

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e) Secar o rolamento lavado com um pano limpo sem fiapos ou com ar comprimido. Se for aplicado ar comprimido, cuidar para que nenhum componente do rolamento entre em rotação.

Rolamentos blindados (com duas placas de proteção ou de vedação) nunca deverão ser lavados.

Procedimentos para desmontagem de rolamentos

Antes de iniciar a desmontagem de um rolamento recomenda-se, como primeiro passo, marcar a posição relativa de montagem, ou seja, marcar o lado do rolamento que está para cima e o lado que está de frente e, principalmente, selecionar as ferramentas adequadas.

Vejamos como se faz para desmontar rolamentos com interferência no eixo, com interferência na caixa e montados sobre buchas.

Desmontagem de rolamento com interferência no eixo

A desmontagem de rolamento com interferência no eixo é feita com um saca-polias. As garras desta ferramenta deverão ficar apoiadas diretamente na face do anel interno.

Quando não for possível alcançar a face do anel interno, o saca-polias deverá ser aplicado na face do anel externo, conforme figura abaixo. Entretanto, é importante que o anel externo seja girado durante a desmontagem. Esse cuidado garantirá que os esforços se distribuam pelas pistas, evitando que os corpos rolantes (esferas ou roletes) as marquem.

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Na operação, o parafuso deverá ser travado ou permanecer seguro por uma chave. As garras é que deverão ser giradas com a mão ou com o auxílio de uma alavanca.

Na falta de um saca-polias, pode-se usar um punção de ferro ou de metal relativamente mole, com ponta arredondada, ou uma outra ferramenta similar. O punção deverá ser aplicado na face do anel interno. O rolamento não deverá, em hipótese alguma, receber golpes diretos do martelo. Esse método exige bastante cuidado, pois há riscos de danificar o rolamento e o eixo.

Desmontagem de rolamento com interferência na caixa

Quando o rolamento possui ajuste com interferência na caixa, como em uma roda, ele poderá ser desmontado com o auxílio de um pedaço de tubo metálico com faces planas e livres de rebarbas. Uma das extremidades do tubo é apoiada no anel externo, enquanto a extremidade livre recebe golpes de martelo. Os golpes deverão ser dados ao longo de toda a extremidade livre do tubo.

Caso haja ressaltos entre os rolamentos, deve-se usar um punção de ferro ou de metal relativamente mole, com ponta arredondada, ou ferramenta similar. Os esforços deverão ser aplicados sempre no anel externo.

O conjunto do anel interno de um rolamento autocompensador de rolos ou de esferas pode ser desalinhado. O desalinhamento permite o uso de um saca-polias no anel externo.

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Desmontagem de rolamentos montados sobre buchas

Os rolamentos autocompensadores de rolos ou esferas são geralmente montados com buchas de fixação. Essas buchas apresentam a vantagem de facilitar a montagem e a desmontagem dos rolamentos, uma vez que o assento do eixo, com o uso dessas buchas, passa a não necessitar de uma usinagem precisa.

A ilustração mostra da esquerda para a direita, os seguintes elementos: porca de fixação, arruela de trava, rolamento e bucha de fixação.

A desmontagem de rolamentos montados sobre buchas de fixação deve ser iniciada após se marcar a posição da bucha sobre o eixo. A orelha da arruela de trava, dobrada no rasgo da porca de fixação, deve ser endireitada, e a porca deverá ser solta com algumas voltas.

A seguir, o rolamento deverá ser solto da bucha de fixação por meio da martelagem no tubo metálico, conforme explicado anteriormente.

Quando a face da porca estiver inacessível, ou quando não existir um espaço entre o anel interno e o encosto do eixo, a ferramenta deverá ser aplicada na face do anel interno do rolamento.

Montagem de rolamentos

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A montagem de rolamentos deve pautar-se nos seguintes princípios:

·Escolher o método correto de montagem;

·Observar as regras de limpeza do rolamento;

·Limpar o local da montagem que deverá estar seco;

·Selecionar as ferramentas adequadas que deverão estar em perfeitas condições de uso;

·Inspecionar cuidadosamente os componentes que posicionarão os rolamentos;

·Remover as rebarbas e efetuar a limpeza do eixo e encostos;

·Verificar a precisão de forma e dimensões dos assentos do eixo e da caixa;

·Verificar os retentores e trocar aqueles que estão danificados;

·Retirar o rolamento novo - em caso de substituição - da sua embalagem original

Somente na hora da montagem. A embalagem apresenta um protetor antiferruginoso.

A aplicação desses princípios permite montar, corretamente, os rolamentos com interferência no eixo e com interferência na caixa.

Montagem de rolamentos com interferência no eixo

A montagem de rolamentos com interferência no eixo segue os seguintes passos:

· Lubrificar o assento do rolamento.

· Posicionar o rolamento sobre o eixo com o auxílio de um martelo.

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Os golpes não devem ser aplicados diretamente no rolamento e sim no tubo metálico adaptado ao anel interno.

· Usar as roscas internas ou externas, porventura existentes no eixo, para a montagem.

. Usar prensas mecânicas ou hidráulicas para montar rolamentos pequenos e médios.

· Aquecer os rolamentos grandes em banho de óleo numa temperatura entre 100°C e 120° C e colocá-los rapidamente no eixo antes de esfriarem.

Se o rolamento for do tipo que apresenta lubrificação permanente, ele não deverá ser aquecido conforme descrito anteriormente. O aquecimento remove o lubrificante e o rolamento sofrerá danos.

Para rolamentos que apresentam lubrificação permanente, recomenda-se esfriar o eixo onde eles serão acoplados. A contração do eixo facilitará a

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colocação dos rolamentos; contudo, convém salientar que há aços que sofrem modificações estruturais permanentes quando resfriados.

Montagem de rolamentos com interferência na caixa

Os passos para a montagem de rolamentos com interferência na caixa, basicamente, são os mesmos recomendados para a montagem de rolamentos com interferência no eixo: · Usar um pedaço de tubo metálico contra a face do anel externo após a lubrificação das partes a serem montadas.

. Cuidar para que o rolamento não fique desalinhado em relação à caixa.

· Utilizar uma prensa hidráulica ou mecânica.

· Aquecer a caixa para a montagem de rolamentos grandes.

ROLAMENTOS

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Os rolamentos podem ser de diversos tipos: fixo de uma carreira de esferas, de contato angular de uma carreira de esferas, autocompensador de esferas, de rolo cilíndrico, autocompensador de uma carreira de rolos, autocompensador de duas carreiras de rolos, de rolos cônicos, axial de esfera, axial autocompensador de rolos, de agulha e com proteção. Rolamento fixo de uma carreira de esferas É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e pequenas cargas axiais e é apropriado para rotações mais elevadas. Sua capacidade de ajustagem angular é limitada. É necessário um perfeito alinhamento entre o eixo e os furos da caixa. Rolamento de contato angular de uma carreira de esferas Admite cargas axiais somente em um sentido e deve sempre ser montado contra outro rolamento que possa receber a carga axial no sentido contrário. 55 Rolamento autocompensador de esferas

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É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel externo, o que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja, de compensar possíveis desafinamentos ou flexões do eixo. Rolamento de rolo cilíndrico É apropriado para cargas radiais elevadas. Seus componentes são separáveis, o que facilita a montagem e desmontagem. 56 Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos Seu emprego é particularmente indicado para construções em que se exige uma grande capacidade para suportar carga radial e a compensação de falhas de alinhamento. Rolamento autocompensador de duas

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carreiras de rolos É um rolamento adequado aos mais pesados serviços. Os rolos são de grande diâmetro e comprimento. Devido ao alto grau de oscilação entre rolos e pistas, existe uma distribuição uniforme da carga. 57 Rolamento de rolos cônicos Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também suportam cargas axiais em um sentido. Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo podem ser montados separadamente. Como só admitem cargas axiais em um sentido, torna-se necessário montar os anéis aos pares, um contra o outro.

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Rolamento axial de esfera Ambos os tipos de rolamento axial de esfera (escora simples e escora dupla) admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem ser submetidos a cargas radiais. Para que as esferas sejam guiadas firmemente em suas pistas, é necessária a atuação permanente de uma carga axial mínima. 58 Rolamento axial autocompensador de rolos Possui grande capacidade de carga axial devido à disposição inclinada dos rolos. Também pode suportar consideráveis cargas radiais. A pista esférica do anel da caixa confere ao rolamento a propriedade de alinhamento angular, compensando possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo.

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Rolamento de agulha Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os rolamentos de rolos comuns. É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado. Rolamentos com proteção São assim chamados os rolamentos que, em função das características de trabalho, precisam ser protegidos ou vedados. A vedação é feita por blindagem (placa). Existem vários tipos. Os principais tipos de placas são:

As designações Z e RS são colocados à direita do número que identifica os rolamentos. Quando acompanhados do número 2 indicam proteção em ambos os lados. Cuidados com os rolamentos Na troca de rolamentos, deve-se tomar muito cuidado, verificando sua procedência e seu código correto. Antes da instalação é preciso verificar cuidadosamente os catálogos dos fabricantes e das máquinas, seguindo as especificações recomendadas.

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Na montagem, entre outros, devem ser tomados os seguintes cuidados: · Verificar se as dimensões do eixo e cubo estão corretas; · Usar o lubrificante recomendado pelo fabricante; · Remover rebarbas; · No caso de reaproveitamento do rolamento, deve-se lavá-lo e lubrificá-lo imediatamente para evitar oxidação; · Não usar estopa nas operações de limpeza; · Trabalhar em ambiente livre de pó e umidade. Defeitos comuns dos rolamentos Os defeitos comuns ocorrem por: · Desgaste; · Fadiga; · Falhas mecânicas. Desgaste O desgaste pode ser causado por: · Deficiência de lubrificação; · Presença de partículas abrasivas; · Oxidação (ferrugem); · Desgaste por patinação (girar em falso); · Desgaste por brinelamento.

Fadiga A origem da fadiga está no deslocamento da peça, ao girar em falso. A peça se descasca, principalmente nos casos de carga excessiva. Descascamento parcial revela fadiga por desalinhamento, ovalização ou por conificação do alojamento. 61

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Falhas mecânicas O brinelamento é caracterizado por depressões correspondentes aos roletes ou esferas nas pistas do rolamento. Resulta de aplicação da pré-carga, sem girar o rolamento, ou da prensagem do rolamento com excesso de interferência. Goivagem é defeito semelhante ao anterior, mas provocado por partículas estranhas que ficam prensadas pelo rolete ou esfera nas pistas. Sulcamento é provocado pela batida de uma ferramenta qualquer sobre a pista rolante.

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Queima por corrente elétrica é geralmente provocada pela passagem da corrente elétrica durante a soldagem. As pequenas áreas queimadas evoluem rapidamente com o uso do rolamento e provocam o deslocamento da pista rolante. 62 As rachaduras e fraturas resultam, geralmente, de aperto excessivo do anel ou cone sobre o eixo. Podem, também, aparecer como resultado do girar do anel sobre o eixo, acompanhado de sobrecarga. O engripamento pode ocorrer devido a lubrificante muito espesso ou viscoso. Pode acontecer, também, por eliminação de folga nos roletes ou esferas por aperto excessivo. VERIFICANDO OS CONHECIMENTOS Marque com um X a resposta correta. 1) O rolamento mais comum para suportar pequenas e grandes cargas axiais com rotações elevadas é chamado: a) ( ) Rolo axial de esfera e rolo cônico; b) ( ) Rolamento fixo de uma carreira de esferas; c) ( ) Rolo cilíndrico e rolo cônico; d) ( ) Autocompensador com duas carreiras de rolos.

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2) Para cargas axiais somente em um sentido, usa-se o seguinte rolamento: a) ( ) Autocompensador com duas carreiras de rolos; b) ( ) Autocompensador de esferas e de carreira de rolos; c) ( ) Fixo de uma carreira de esferas; d) ( ) De contato angular de uma carreira de esferas. 3) Para compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo, deve-se usar o seguinte rolamento: a) ( ) Rolo cilíndrico ou cônico; b) ( ) Autocompensador de esferas; c) ( ) Autocompensador com carreiras; d) ( ) Autocompensador sem carreiras. 4) Para serviço mais pesados, o rolamento adequado é: a) ( ) Autocompensador com duas carreiras de rolos; b) ( ) Autocompensador com esferas; c) ( ) Autocompensador com uma carreira de rolos; d) ( ) autocompensador axial de esfera. 5) Para cargas radiais e cargas axiais em um sentido é mais apropriado o seguinte rolamento; a) ( ) De rolos cilíndricos; b) ( ) De rolos cônicos; c) ( ) De rolos prismáticos; d) ( ) De rolos quadrangulares. 64 6) Os rolamentos que precisam de vedação são chamados rolamentos: a) ( ) Com fechamento; b) ( ) Com abertura; c) ( ) Com fixação; d) ( ) Com proteção. 7) Na montagem de rolamentos deve-se levar em conta: a) ( ) Lubrificante, dimensões do eixo e cubo, superfícies; b) ( ) Dimensões do eixo e cubo, lubrificante, superfícies; c) ( ) Dimensões do eixo e cubo, lubrificantes, ambiente sem pó e umidade; d) ( ) Ambiente sem pó e umidade, lubrificante, superfícies. 8) Os defeitos mais comuns nos rolamentos são: a) ( ) Falha mecânica, fadiga, folga excessiva; b) ( ) Desgaste, fadiga, falha mecânica; c) ( ) Falha mecânica, pouca espessura, fadiga; d) ( ) Fadiga, ferrugem, falha mecânica.

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9) No caso de partículas estranhas que ficam prensadas nas pistas pelo rolete ou esfera, tem-se um tipo de falha mecânica denominado: a) ( ) Goivagem; b) ( ) Descascamento; c) ( ) Fadiga; d) ( ) Engripamento. 10) Lubrificante muito espesso ou viscoso e eliminação de folga devido a aperto excessivo ocasionam a seguinte falha: a) ( ) Fratura; b) ( ) Sulcamento; c) ( ) Goivagem; d) ( ) Engripamento.