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PROCESSO DE TRABALHO EM CENTRAL DE PROCESSO DE TRABALHO EM CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO MATERIAL ESTERILIZADO ELABORADO POR: MS. MÔNICA FERNANDES FREIBERGER ELABORADO POR: MS. MÔNICA FERNANDES FREIBERGER CAPÌTULO 1 CAPÌTULO 1

Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

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Page 1: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

PROCESSO DE TRABALHO EMPROCESSO DE TRABALHO EM CENTRAL DE MATERIALCENTRAL DE MATERIAL

ESTERILIZADOESTERILIZADO

ELABORADO POR: MS. MÔNICA FERNANDES FREIBERGERELABORADO POR: MS. MÔNICA FERNANDES FREIBERGERCAPÌTULO 1CAPÌTULO 1

CENTRO DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÂOCENTRO DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÂO

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1.

INTRODUÇÂO

A h i s tó r i a do Cent ro de Mate r i a l e Es te r i l i zação (CME) nos hosp i ta i s b ras i l e i ros vem acompanhando o desenvo lv imento dos es tabe lec imentos de saúde em nosso pa í s .

No i n í c i o da década de 40 , a l impeza , o p reparo e o acond i c i onamento dos a r t i gos hosp i ta la res e ram p redominantemente rea l i zados pe lo pessoa l da en fe rmagem das p róp r ias un idades de i n te rnação , sendo que o CME apenas rea l i zava a es te r i l i zação dos a r t i gos .

Em meados da década de 50 , su rg i ram os cen t ros de mate r i a i s pa rc ia lmente cen t ra l i zados , nos qua i s pa r te dos mate r i a i s começaram a se r p reparados e es te r i l i zados pe lo CME .

Nas ú l t imas décadas do sécu lo XX , com o avanço tecno lóg i co e o desenvo lv imento ve r t i g inoso das técn i cas e dos p roced imentos c i rú rg i cos , os mate r i a i s e os equ ipamentos necessá r i os pa ra a rea l i zação do a to anes tés i co -c i rú rg i co fo ram se to rnando cada vez ma i s comp lexos e so f i s t i cados , havendo en tão a necess idade de um apr imoramento nas técn i cas e p rocessos de l impeza , p reparo , es te r i l i zação e a rmazenagem dos a r t i gos hosp i ta la res e , consequentemente , pessoa l capac i tado pa ra o desenvo lv imento des tas ta re fas . Su rg iu en tão o CME cen t ra l i zado , d i r i g ido po r um en fe rme i ro e subord inado ao se rv i ço de en fe rmagem (MOURA, 1996 ; S I LVA , 1996) .

Em 1998 , S I LVA de f in iu o CME como uma un idade de apo io técn i co a todas as un idades ass i s tenc ia i s , responsab i l i zando -se pe lo p rocessamento , desde a l impeza , p reparo , es te r i l i zação , es tocagem e d i s t r i bu i ção dos a r t i gos a todas as un idades consumidoras . Pode também se r de f in ida como um se to r , un idade ou se rv i ço , des t inado à l impeza , acond i c i onamento , es te r i l i zação , guarda e d i s t r i bu i ção dos mate r i a i s (BRAS IL , 1999) .

No en tan to , a Reso lução RDC nº50 , de 21 de feve re i ro de 2002 , cons ide ra o CME como uma un idade de apo io técn i co ; que tem como f i na l i dade o fo rnec imento de mate r i a i s méd ico -hosp i ta la res adequadamente p rocessados ; p roporc ionando ass im cond i ções pa ra o a tend imento d i re to e ass i s tênc ia à saúde dos i nd iv íduos en fe rmos e sad ios . De te rmina que as a t i v idades desenvo lv idas nes ta á rea bas i camente são :

Receber , des in fe ta r e separa r os maté r i as ; Lavar os mate r i a i s ;

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Receber as roupas v indas das l avander ias ; Prepara r os maté r i as e as roupas (em paco tes ) ; Es te r i l i za r os maté r i as e as roupas , a t ravés de métodos f í s i cos e /ou qu ím icos , p roporc ionando cond i ções de ae ração dos p rodutos , con fo rme necessá r i o ; Fazer con t ro le m ic rob io lóg i co e de va l i dade dos p rodutos es te r i l i zados ; Armazenar os mate r i a i s e roupas es te r i l i zadas ; Dis t r i bu i r os mate r i a i s e roupas es te r i l i zadas ; Ze la r pe la p ro teção e segurança dos operadores .

2. ÁREA F ÍS ICA DO CME

Quanto aos aspec tos l ega i s re lac ionados à p lan ta f í s i ca , ve r i f i ca -se que a Po r ta r i a n º554 , de 19 de março de 2002 , a r t i go 1º , revoga a Po r ta r i a n º1884 , de 11 de novembro de 1994 do M in i s té r i o da Saúde , pub l i cada no D iá r i o O f i c i a l da Un ião (DOU) em 15 de dezembro de 1994 , a qua l es tabe lec ia no rmas pa ra as ações da v ig i l ânc ia san i tá r i a a respe i to de i ns ta lações e amb ien tes de se rv i ços de saúde .

Ho je , a Reso lução RDC nº50 , de 21 de feve re i ro , pub l i cada no DOU em 20 de março de 2002 , es tabe lece as no rmas pa ra ações de v ig i l ânc ia san i tá r i a a respe i to de i ns ta lações de amb ien tes de saúde . Es ta no rma de f ine amb ien te como espaço f i s i camente de te rminado e espec ia l i zado pa ra o desenvo lv imento de de te rminadas a t i v idades , ca rac te r i zado po r d imensões e i ns ta lações d i fe renc iadas e de te rmina que “a Cent ra l de Mate r i a l e Es te r i l i zação deve ex i s t i r quando houver cen t ros c i rú rg i co , obs té t r i co e /ou ambu la to r i a l , hemod inâmica , emergênc ia de a l ta comp lex idade e u rgênc ia . A un idade pode se l oca l i za r f o ra do Es tabe lec imento de Ass i s tênc ia à Saúde” . Exp l i c i t a a inda as á reas que compõem essa un idade e suas d imensões m ín imas em met ros quadrados (m² ) . Ass im:

Área pa ra recepção , descon taminação e separação de maté r i as , á rea pa ra l avagem de maté r i as = 8 ,0m² (0 ,08m² po r l e i t o ) . Área pa ra recepção de roupas l impas = 4 ,0m² Área pa ra p reparo de mate r i a i s e roupa l impa = 12 ,0m² (0 ,25m² po r l e i t o ) Área pa ra es te r i l i zação f í s i ca , que depende do equ ipamento u t i l i zado (d i s tânc ia m ín ima en t re au toc laves = 20cm) Área pa ra es te r i l i zação qu ím ica l í qu ida Sa la de a rmazenagem e d i s t r i bu i ção de mate r i a i s e roupas es te r i l i zados = 10 ,0m² (0 ,2m² po r l e i t o ) Área pa ra a rmazenagem e d i s t r i bu i ção de mate r i a i s es te r i l i zados desca r táve i s = 25% da á rea de a rmazenagem de mate r i a l es te r i l i zado .

Espec i f i ca a inda a á rea da Cent ra l de Mate r i a l e Es te r i l i zação S imp l i f i cada pa ra Es tabe lec imentos e Á reas de Saúde que rea l i zam a t i v idades c i rú rg i cas .

Sa la de l avagem e descon taminação = 4 ,8m² Sa la de es te r i l i zação = 3 ,2 , ²

Na á rea de CME dever se r con temp lados amb ien tes de apo io como:

Ves t i á r i o com san i tá r i os pa ra func ionár ios e ba r re i ras pa ra á rea l impa Ves t i á r i o com san i tá r i os pa ra func ionár ios e ba r re i ras pa ra á rea su ja . Os ves t i á r i os com san i tá r i os poderão se r comuns às á reas su ja e l impa , desde que necessa r i amente e les se cons t i tuam em uma bar re i ra

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à á rea l impa e o acesso à á rea su ja não se ja fe i to a t ravés de nenhum amb ien te de á rea l impa . Depós i to de mate r i a l de l impeza , que pode se r comum às á reas l impa e su ja , desde que seu acesso se ja ex te rno . Sa la admin i s t ra t i va Área pa ra manutenção dos equ ipamentos de es te r i l i zação f í s i ca , exce to quando de ba r re i ra .

Segundo a SOBECC (2005) deve faze r pa r te des ta á rea um loca l des t inado ao descanso dos t raba lhadores du ran te seu tu rno de t raba lho , de aco rdo com a espec i f i cação da Conso l i dação das Le i s de T raba lho (CLT ) .

I ndependente de suas d imensões , o CME deve es ta r separado em á rea con taminada , des t inada a receber os a r t i gos su jos e rea l i za r o p rocesso de l impeza dos mesmos e em á rea l impa , onde os a r t i gos são secos , p reparados , acond i c i onados , es te r i l i zados , guardados e d i s t r i bu ídos , como cons ta na Reso lução SS -392 do Es tado de São Pau lo (1994) .

Pa ra fac i l i t a r a l impeza da á rea f í s i ca cen t ra l da mate r i a l é impor tan te que o p i so e as pa redes tenham um reves t imento res i s ten te , impeçam aderênc ia da su j i dade , não tenham f res tas ou reen t rânc ias , pa ra ev i ta r o acúmu lo de su je i ra . A l impeza concor ren te des ta á rea deve se r rea l i zada d ia r i amente , no p i so , nas p ias , nas mesas e nos ba l cões e , pe lo menos uma vez po r semana , a l impeza te rmina l deve se r f e i ta i nc lu indo os i t ens l impos d ia r i amente e ma i s as pa redes , os a rmár ios , os v id ros e as j ane las .

Nes ta un idade , deve haver i l uminação ge ra l adequada acompanhada de i l uminação d i re ta nas mesas e nos ba l cões de p reparo de mate r i a i s , com a f i na l i dade de fac i l i t a r a i nspeção dos a r t i gos quanto à e f i c i ênc ia da l impeza , i n teg r idade e func iona l i dade dos mesmos . Pa ra que o p rocesso de i nspeção se ja e f i c i en te , recomenda -se a u t i l i zação de uma luminár ia acop lada a uma lupa de aumento . A p ia pa ra l avagem das mãos du ran te a j o rnada de t raba lho deve se r f ác i l acesso aos t raba lhadores . Pa ra o bom desempenho das a t i v idades de en fe rmagem nes ta á rea , é impor tan te con ta rmos com equ ipamentos e mate r i a i s necessá r i os , espec í f i cos e adequados pa ra o desenvo lv imento de cada p rocesso como au toc laves , l avadoras u l t rassôn i cas , des in fec to ras , secadoras , se ladoras té rmicas , p ias , ba l cões , t o rne i ras com d i spos i t i vo pa ra l impeza de l umens , d i spos i t i vos de a r compr im ido , en t re ou t ros , que se rão desc r i t os no deco r re r des te manua l .

Pa ra o d imens ionamento da CME é impor tan te cons ide ra r a demanda d iá r i a de mate r i a i s , que pode se r baseada no número e na espec i f i c i dade de l e i t os do hosp i ta l , na ex i s tênc ia de cen t ro c i rú rg i co , no número de sa las de operações , na méd ia d iá r i a de c i ru rg ias , na adoção ou não de mate r i a i s de uso ún i co , nas fo rmas de es tocagem e d i s t r i bu i ção dos a r t i gos es te r i l i zados às un idades consumidoras (S I LVA , 1996) .

Planta F ís ica de um CEMAT com f luxo de mater ia l .

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3.DINÂMICA E

FLUXOGRAMA NO CME

Quanto à l oca l i zação , o i dea l é que o CME es te ja nas p rox im idades dos cen t ros fo rnecedores , como a lmoxar i f ado e l avander ia , e de fác i l acesso às un idades consumidoras , como cen t ro c i rú rg i co , cen t ro obs té t r i co , un idade de te rap ias i n tens iva , p ron to soco r ro e ou t ras (MOURA, 1996) .

A á rea f í s i ca do CME deve pe rmi t i r não só p es tabe lec imento de um f l uxo con t ínuo e un id i rec iona l de mate r i a l , ev i tando o c ruzamento de mate r i a i s su jos com os l impos e es te r i l i zados , ass im como ev i ta r que o t raba lhador esca lado pa ra a á rea con taminada t rans i te pe las á reas l impas e v i ce -ve rsa (SOBECC, 2005) .

O acesso de pessoas devem se res t r i ng i r aos p ro f i s s i ona i s des ta á rea .

FLUXOGRAMA DOS ARTIGOS MÉDICO- HOSPITALARES

PROCESSADOS NA CME (S ILVA, 1996) .

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4. RECURSOS HUMANOS NO CME

O quadro de pessoa l que a tua no CME deve se r compos to po r en fe rme i ros , t écn i cos de en fe rmagem, aux i l i a res de en fe rmagem e aux i l i a res admin i s t ra t i vos , cu jas funções es tão desc r i t as a segu i r .

4.1 . Enfermeiro

De aco rdo com a l e i n º7 .498 , de 25 de j unho de 1986 e Reso lução SS 392 , de 29 de j unho de 1994 , que d i spõe sobre o Regu lamento de Exerc í c i o da En fe rmagem; o a r t i go 11 desc reve que o en fe rme i ro exerce todas as a t i v idades de en fe rmagem, sendo suas funções p r i va t i vas : a d i reção do ó rgão de en fe rmagem in teg ran te da es t ru tu ra bás i ca da i ns t i tu i ção de saúde , púb l i ca ou p r i vada , a che f i a de se rv i ço e de un idade de en fe rmagem; a o rgan i zação e a d i reção dos se rv i ços de en fe rmagem e de suas a t i v idades técn i cas e aux i l i a res nas empresas p res tadoras de se rv i ços ; o p lane jamento , a o rgan i zação , a coo rdenação , a execução e a ava l i ação dos se rv i ços de ass i s tênc ia de en fe rmagem.

Como in teg ran te da equ ipe de saúde cabe ao en fe rme i ro : pa r t i c i pa r no p lane jamento , execução e ava l i ação da p rog ramação de saúde ; pa r t i c i pa r na e laboração , execução e ava l i ação dos p lanos ass i s tenc ia i s de saúde ; rea l i za r p revenção e con t ro le s i s temát i co de danos que possam se r causados à c l i en te la du ran te a ass i s tênc ia de en fe rmagem; p reven i r e con t ro la r s i s temát i ca de i n fecção hosp i ta la r e de doenças t ransmiss í ve i s em gera l .

Segundo SOBECC (2005) , as a t i v idades desenvo lv idas pe los en fe rme i ros da CME são bas i camente :

Prever e p rover mate r i a i s necessá r i os pa ra as un idades consumidoras e que p res tam ass i s tênc ia d i re ta aos pac ien tes P lane ja r s i s temas de con t ro le dos p rocessos de l impeza , p reparo , es te r i l i zação , a rmazenagem e d i s t r i bu i ção dos a r t i gos Desenvo lve r p rocessos de ava l i ação dos se rv i ços p res tados ao c l i en te i n te rno e /ou ex te rno E labora r re la tó r i os mensa i s de cus tos , p rodut i v idade e es ta t í s t i cos P lane ja r e f aze r anua lmente o o rçamento do CME , com an tecedênc ia de 4 a 6 meses es tabe lece r ro t i nas pa ra manutenção p revent i va dos equ ipamento ex i s ten tes no CME Rea l i za r p rog rama de t re inamento e educação con t inuada Fazer , de fo rma s i s temat i zada , o con t ro le e a mon i to r i zação dos p rocessos de l impeza e es te r i l i zação de mate r i a i s , a t ravés de métodos f í s i cos , qu ím icos , mecân i cos e b io lóg i cos .

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E labora r e mante r a tua l i zado o manua l de no rmas , ro t i nas e p roced imentos do CME , o qua l deverá es ta r d i spon ib i l i zado pa ra consu l ta dos co laboradores Rea l i za r os tes tes necessá r i os e emi t i r pa rece r técn i co , an tes da aqu i s i ção de novos mate r i a i s e equ ipamentos Checar os re la tó r i os de manutenção de mate r i a i s e equ ipamentos , ap rova - l os med ian te as ev idênc ias do se rv i ço p res tado Fazer esca la mensa l de fé r i as e cober tu ra de fe r i ados Fazer re la tó r i o d iá r i o , con tendo in fo rmações sobre as a t i v idades desenvo lv idas , a t i v idades pendentes e ou t ras i n fo rmações impor tan tes oco r r i das du ran te a j o rnada de t raba lho Par t i c ipa r da passagem de p lan tão , sempre que poss í ve l e /ou necessá r i o Desenvo lve r , pa r t i c i pa r e co labora r com pesqu i sa r e t raba lhos c i en t í f i cos que venham con t r ibu i r pa ra o c resc imento e as boas p rá t i cas da en fe rmagem Par t i c ipa r a t i vamente do p rocesso de se leção pessoa l Mante r a tua l i zado i nven tá r i o de i ns t rumenta i s , maté r i as e equ ipamentos da CME Par t i c ipa r a t i vamente dos p rocessos de aqu i s i ção de mate r i a i s e equ ipamentos Es ta r a tua l i zado com as tendênc ias técn i cas e c i en t i f i cas re lac ionadas ao con t ro le de i n fecção hosp i ta la r e uso de tecno log ias avançadas nos p roced imentos rea l i zados e que eng lobem mate r i a l p rocessado pe lo CME Es tabe lece r s i s temas de p revenção de r i s cos ocupac iona i s Par t i c ipa r de comissões i ns t i tuc iona i s que i n te r f i r am na d inâmica de t raba lho do CME Gerenc ia r o se rv i ço de en fe rmagem da un idade

4.2 Técnico de Enfermagem

Segundo o a r t i go nº12 da Le i de Exerc í c i o P ro f i s s i ona l , o técn i co de en fe rmagem “exerce a t i v idade de n íve l Técn i co , envo lvendo o r i en tação e acompanhamento do t raba lho de en fe rmagem, em g rau aux i l i a r , e pa r t i c i pação no p lane jamento da ass i s tênc ia de en fe rmagem” , cabendo - lhe espec ia lmente pa r t i c ipa r da equ ipe de saúde .

Como membro da equ ipe de en fe rmagem de uma CME , ao técn i co de en fe rmagem cabe rea l i za r as a t i v idades com n íve l de comp lex idade in te rmed iá r i o , como:

Rea l i za r e f aze r l e i tu ra dos i nd i cadores b io lóg i cos , de aco rdo com ro t inas da i ns t i tu i ção Receber , con fe r i r , con t ro la r e l i be ra r os mate r i a i s cons ignados Rea l i za r a l impeza , p reparo , es te r i l i zação , guarda e d i s t r i bu i ção de mate r i a i s , de aco rdo com so l i c i t ação Prepara r os ca r ros pa ra c i ru rg ias Prepara r as ca ixas c i rú rg i cas Rea l i za r cu idados com mate r i a i s endoscóp i cos em gera l Mon i to ra r e fe t i va e con t inuamente cada l o te ou ca rga , nos p rocessos de es te r i l i zação Rev i sa r l i s tagem de ca ixas c i rú rg i cas , bem como repos i ção das mesmas Fazer l i s tagem e encaminhamento de mate r i a i s e i ns t rumenta i s pa ra conser to Par t i c ipa r de reun iões de en fe rmagem e de ava l i ações , de aco rdo com a so l i c i t ação do en fe rme i ro

4.3 Auxi l iar de Enfermagem

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Segundo o a r t i go nº12 , da Le i do Exerc í c i o P ro f i s s i ona l , o aux i l i a r de en fe rmagem “exerce a t i v idades de n í ve l méd io , de na tu reza repe t i t i va , envo lvendo se rv i ços aux i l i a res de en fe rmagem sob superv i são , bem como a pa r t i c i pação , em n íve l de execução s imp les , em p rocesso de t ra tamento” , cabendo - lhe espec ia lmente : pa r t i c i pa r da equ ipe de saúde e execu ta r ações de t ra tamento s imp les .

Como membro da equ ipe de en fe rmagem de um CME, ao aux i l i a r de en fe rmagem cabe rea l i za r a t i v idades como:

Recepção e l impeza de a r t i gos méd ico -hosp i ta la res Recepção e p reparo de roupas l impas Preparo e es te r i l i zação dos a r t i gos méd ico -hosp i ta la res Guarda e d i s t r i bu i ção dos a r t i gos méd ico -hosp i ta la res Par t i c ipa r de reun iões de en fe rmagem e de ava l i ações , de aco rdo com a so l i c i t ação do en fe rme i ro .

4.4 Auxi l iar Admin istrat ivo

As a t i v idades desenvo lv idas po r es te p ro f i s s i ona l deverão se r de te rminadas de aco rdo com as espec i f i cações de cada se rv i ço , mas ge ra lmente se resumem a ped idos de mate r i a i s de consumo, d ig i tação de comun icados , esca las de se rv i ço , esca la de fé r i as , l i s tagem de ca ixas c i rú rg i cas , de ro t i na , en t re ou t ras . É o me io de l i gação en t re o amb ien te ex te rno e i n te rno do CME , sendo ind i spensáve l pa ra a e fe t i va comun icação do se to r com os dema is se to res da i ns t i tu i ção .

5. CRITÉRIOS MÍNIMOS RECOMENDADOS PARA PROCESSAMENTO DOS ARTIGOS

5.1. Def in ição e Objet ivos

Cr i té r i os m ín imos são conce i tos bás i cos u t i l i zados pa ra de te rminar as recomendações de p rocessamento de a r t i gos .

Os a r t i gos a se rem p rocessados dever se r c l ass i f i cados segundo os r i s cos po tenc ia i s de t ransmissão de i n fecções pa ra os pac ien tes (SOBECC, 2005) . Des ta fo rma :

Art igos Cr í t i cos : são a r t i gos ou p rodutos u t i l i zados em p roced imentos i nvas ivos com penet ração em pe le e mucosas ad jacen tes , t ec idos subep i te l i a i s e s i s tema vascu la r , i nc lu indo também todos os a r t i gos ou p rodutos que es te jam d i re tamente conec tados com es tes s i s temas . O p rocesso bás i co do uso des te a r t i go ou p roduto é es te r i l i zação pa ra sa t i s faze r os ob je tos a que se p ropõem. Exemp los : agu lhas , ca te te res i n t ravenosos , imp lan tes , i n s t rumenta l c i rú rg i co , so luções i n je táve i s .

Art igos Semi Cr í t i cos : são a r t i gos ou p rodutos que en t ram em con ta to com a pe la não í n teg ra , res t r i t os às suas camadas ou aque les que en t ram em con ta to com mucosas í n teg ras . Requerem des in fecção de a l to n í ve l ou es te r i l i zação , pa ra te r ga ran t ida a qua l i dade do seu mú l t i p l o uso . Exemp los : sonda nasogás t r i ca , equ ipamentos resp i ra tó r i os .

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Art igos Não Cr í t i cos : são a r t i gos ou p rodutos des t inados ao con ta to com a pe le í n teg ra e também aque les que não en t ram em con ta to d i re to com o pac ien te . Requerem l impeza e des in fecção de ba ixo n í ve l , dependendo do uso a que se des t inam ou do ú l t imo uso rea l i zado . Exemp los : t e rmômet ro , comadre .

Outros concei tos importantes ut i l i zados nas recomendações de processamento de art igos

Reprocessamento é o p rocesso a se r ap l i cado a a r t i gos méd ico -hosp i ta la res , exce to os de uso ún i co , pa ra pe rmi t i r sua reu t i l i zação , i nc lu indo l impeza , des in fecção , p reparo , emba lagem, ro tu lagem, es te r i l i zação , tes tes b io lóg i cos e qu ím icos , ana l i se res idua l do agente es te r i l i zan te .

Reester i l i zação é o p rocesso de es te r i l i zação de a r t i gos j á es te r i l i zados , mas não u t i l i zados , em razão de eventos oco r r i dos den t ro do p razo de va l i dade do p roduto ou da es te r i l i zação , que compromete ram o p rocesso ou os resu l tados da es te r i l i zação i n i c i a l , de fo rma que es ta de ixou de se r segura .

6. L IMPEZA DE ARTIGOS MÉDICO-HOSPITALARES

6.1 . Def in ição

L impeza é o p rocesso que v i sa à remoção de su j i dade v i s í ve l ( o rgân i cos e i no rgân i cos ) e , po r consegu in te , a re t i rada da ca rga m ic rob iana . Po r tan to t ra ta - se de uma e tapa essenc ia l e i nd i spensáve l pa ra o rep rocessamento de todos os a r t i gos méd ico -hosp i ta la res , se jam c r í t i cos , semi - c r í t i cos ou não c r í t i cos .

A l impeza sempre deve p receder os p roced imentos de des in fecção ou es te r i l i zação (RURALA , 1990) . Vá r i os es tudos , como os de RUTULA (1993) e ZANON (1987) , comprovaram que a p resença de maté r i a o rgân i ca p ro tege os m ic ro rgan i smos , to rnando os p rocessos subseqüentes i ne f i c i en tes .

O emprego da ação mecân i ca e so luções adequadas aumentam a e f i c i ênc ia da l impeza . Se um a r t i go não fo r adequadamente l impo , i s to d i f i cu l ta rá os p rocessos de des in fecção e es te r i l i zação . Quando o número i n i c i a l de m ic ro rgan i smos con taminantes , “b ioburden” , é mu i to a l to , há redução na p robab i l i dade de e l im inação des tes m ic ro rgan i smos ao f i na l do p rocesso de l impeza . A maté r i a o rgân i ca impede que o agente es te r i l i zan te ou des in fe tan te en t re em con ta to com o a r t i go . Res íduos de maté r i a o rgân i ca ou ou t ros (ó leo , med icamentos , so luções ) podem es t imu la r pon tos de co r rosão e favo recer reações c ruzadas com so luções es te r i l i zan tes e /ou des in fe tan tes , reduz indo a v ida ú t i l dos a r t i gos .

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Page 10: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

6.2 . Objet ivos

Um processo de l impeza no m ín imo deve :

Reduz i r a ca rga m ic rob iana na tu ra l dos a r t i gos Remover con taminantes o rgân i cos e i no rgân i cos Remover a su j i dade dos a r t i gos

É sab ido que a ca rga m ic rob iana dos a r t i gos méd ico -hosp i ta la res va r i a . RUTALA e t a l (1998) rea l i zou t raba lhos pa ra d imens ionar esse n í ve l nos i ns t rumentos c i rú rg i cos após o uso c l í n i co e também depo i s do p rocesso de l impeza padrão , manua l ou au tomat i zado , com de te rgente enz imát i co , enxágüe e secagem. Ta i s es tudos ev idenc ia ram que os a r t i gos u t i l i zados em á reas es té re i s con t inham uma ca rga m ic rob iana ba ixa (< 103) , quando comparada com a dos empregados em á reas não es té re i s (105 a 109 po r peça ) .

6.3 .

Recomendações:

E labora r ro t i nas técn i cas esc r i tas pa ra o p roced imento de l impeza , secagem e encaminhamento dos a r t i gos .

Se lec ionar o uso de Equ ipamentos de P ro teção Ind iv idua l (EP I ) adequados : l uvas de bo r racha an t ide r rapante e de cano l ongo , aven ta l impermeáve l , go r ro , p ro teção de face , másca ra e ócu los , bo tas p lás t i cas ou impermeáve i s e p ro te to res aud i t i vo se u t i l i za r u l t ras sôn i ca ;

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Page 11: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Se lec ionar o método de l impeza de aco rdo com o t i po de a r t i go . Se lec ionar os p rodutos de l impeza que ap resen tem e f i các ia e boa re lação cus to -bene f í c i o . Os p rodutos devem possu i r reg i s t ro no M in i s té r i o da Saúde pa ra a ap l i cação a que se des t inam. O ró tu lo dos p rodutos devem es ta r de aco rdo com as ex igênc ias l ega i s pa ra o t i po de p roduto , devendo inc lu i r recomendações sobre manuse io , d i l u i ção , EP I s necessá r i os , i nd i cação e con t ra i nd i cação Ap l i ca r os se i s passos do p rocesso de l impeza : ag rupar po r t i po de a r t i go , imerg i r ou embeber em so lução , l impar , enxaguar em água po táve l , enxaguar em água de ion i zada ou desminera l i zada e seca r . Observa r o p reench imento dos l umes dos a r t i gos com a so lução de l impeza , ass im como o enxágüe .

6.4 Produtos de l impeza

6.4 .1 . L impadores enz imát icos

Def in ição :

Os l impadores enz imát i cos são compos tos bas i camente po r enz imas , su l f ac tan tes , so lub i l i zan tes e á l coo l i sop rop í l i co . A comb inação ba lanceada desses e lementos faz com que o p roduto possa remover a maté r i a o rgân i ca do mate r i a l em cu r to pe r í odo de tempo (em méd ia 3 m inu tos ) .

A e f i c i ênc ia da l impeza é aumentada quando são u t i l i zados l impadores enz imát i cos . Seu p r inc íp io a t i vo são as enz imas p ro tease , ami lase , ca rbo id ra tases e l impases , que a p rop r iedade de p romover t rans fo rmações nas p ro te ínas , nos po l i s saca r ídeos e nas go rduras . O mecan i smo de l impeza oco r re pe la ação das enz imas sobre a maté r i a o rgân i ca , que decompõe o sangue e os f l u ídos co rpó reos ader idos aos a r t i gos , f ac i l i t ando sua remoção e p romovendo uma l impeza adequada (RUTALA c i tado po r SCARP ITTA , 1997) . Essa assoc iação enz ima-

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Page 12: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

dete rgente p romove uma l impeza qu ím ica ráp ida em loca i s de d i f í c i l acesso ou em lumes es t re i tos . O de te rgente enz imát i co tem pH neut ro , não são co r ros i vos , são a tóx i cos e pe rmi tem o enxágüe s imp les . Res íduos de l impadores enz imát i cos em a r t i gos podem provocar eventos adversos no pac ien te , caso não se jam adequadamente remov idos ( LEE e t a l 2000) , Mu i tos fab r i can tes possuem opção d i fe renc iada de l impadores enz imát i cos pa ra a l impeza manua l ou mecân i ca au tomat i zada .

Recomendações:

Ut i l i za r l impadores enz imát i cos sempre que poss í ve l e desde que jus t i f i cada a re lação cus to -bene f í c i o Ver i f i ca r o modo de d i l u i ção , p razo de va l i dade após a d i l u i ção , tempo de imersão e método de u t i l i zação , de aco rdo com as recomendações do fab r i can te . Se lec ionar apenas l impadores enz imát i cos que possuam reg i s t ro no M in i s té r i o da Saúde pa ra a ap l i cação a que se des t inam. Remover comp le tamente os l impadores enz imát i cos com água co r ren te abundante Ut i l i za r ob r iga to r i amente os l impadores enz imát i cos pa ra l impeza de i ns t rumentos endoscóp i cos . Se lec ionar o t i po de l impadores enz imát i cos pa ra a l impeza manua l ou mecân i ca au tomat i zada , de aco rdo com a recomendação do fab r i can te .

6.4 .2 . Detergentes e Des incrostantes

Def in ição: Os de te rgentes são todos os p rodutos que con têm em sua fo rmu lação um tensoa t i vo , com f i na l i dade de reduz i r a tensão super f i c i a l da água e p romover umectação , d i spe rsão e suspensão das pa r t í cu las . Os des inc ros tan tes são de te rgentes pa ra a l impeza de a r t i gos , po r imersão .

Embora a e f i c i ênc ia da l impeza compara t i va com os p rodutos enz imát i cos se ja menor , há i nd i cações de uso des tes p rodutos quando se tem pouca maté r i a o rgân i ca , dev ido ao ba ixo cus to re la t i vo , sa l vo se o de te rgente ou o des inc ros tan te ap resen ta r ma io r re lação co r ros i va do que o enz imát i co . A m is tu ra de p rodutos de l impeza en t re s i ou a assoc iação com p rodutos des in fe tan tes pode reduz i r a e f i c i ênc ia da l impeza e aumenta r o r i s co ocupac iona l pe la fo rmação de p rodutos tóx i cos .

Atenção: Cabe ressa l ta r que os des inc ros tan tes são de te rgentes , po rém nem todo de te rgente tem ação des inc ros tan te .

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Page 13: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Recomendações:

Empregar de te rgente em a r t i gos cu jo vo lume de maté r i a o rgân i ca se ja pouco ou desprez íve l . Remover comp le tamente de te rgente ou o des inc ros tan te em água co r ren te abundante . Ut i l i za r apenas um t ipo de agente l impante (de te rgente , des inc ros tan te ou enz imát i co ) pa ra cada p rocessamento . Não u t i l i za r de te rgentes em ins t rumentos c i rú rg i cos , po i s podem oco r re r pon tos de co r rosão .

Quando t i pos de so lução podem se r u t i l i zados na descon taminação dos a r t i gos : água po táve l , água assoc iada a um de te rgente , de te rgente enz imát i co ou de te rgente des in fe tan te . O quadro a segu i r , mos t ra as van tagens e as desvantagens das qua t ro so luções de descon taminação dos a r t i gos .

6.5 . Métodos de l impeza

A se leção do método é a e tapa de esco lha e e laboração de no rmas e ro t i nas pa ra os métodos de l impeza a se rem empregados .

A l impeza de qua lquer a r t i go deve se r f e i ta de mane i ra r i go rosa e met i cu losa , p rocu rando desenvo lve r , pa ra cada t i po de mate r i a l , a me lho r mane i ra de execu ta r essa ta re fa . Deve -se se lec ionar o método que se ja ma i s adequado ao t i po de mate r i a l u t i l i zado , de aco rdo com as necess idades e recu rsos d i spon íve i s no se rv i ço . Dessa mane i ra a l impeza poderá se r f e i ta manua lmente ou mecan i camente .

Vantagens e desvantagens de d i ferentes so luções para imersão de art igos . (NINEMEIER, 1998)

SOLUÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS

Água potável

Mantém o sangue e a su j i dade úmida .

Não amo lece a su je i ra e nem

remove a su je i ra enc ros tada .

Detergente neutro

Fac i l i t a r a re t i rada da su j i dade seca .

A ação mecân i ca é necessá r i a

pa ra remover a su j i dade

enc ros tada .

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Page 14: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

L impador enz imát ico

E fe t i vo na remoção de su j i dade , sem a

necess idade da ação mecân i ca .

A e fe t i v idade da l impeza depende da concent ração

de enz imas , tempera tu ra da so lução e tempo

de con ta to .

Desinfetante

Ret i ra r a su je i ra a inda não ader ida e

amo lece a enc ros tada . Reduz

o número de m ic ro rgan i smos dos

a r t i gos .

A maté r i a o rgân i ca

ex i s ten te a fe ta a ação do

des in fe tan te e pode causa r

f a l sa impressão de segurança ao

p ro f i s s i ona l .

6.5 .1 L impeza manual

Def in ição: É a l impeza execu tada a t ravés de f r i c ção com escovas e uso de so luções de l impeza .

Recomendações:

Res t r i ng i r a l impeza manua l pa ra os a r t i gos de l i cados que não possam se r p rocessados po r métodos mecân i cos . Empregar p re fe renc ia lmente so luções enz imát i cas pa ra a l impeza . Ut i l i za r EP I adequados : l uvas g rossas de bo r racha an t ide r rapantes de cano l ongo , aven ta i s impermeáve i s , bo ta , go r ro , p ro te to r f ac ia l ou máscara e ócu los de p ro teção . Ut i l i za r escovas não ab ras i vas . Es tabe lece r f reqüênc ia de l impeza de escovas e subs t i tu i ção das que es t i ve rem em más cond i ções de uso . F r i cc ionar os a r t i gos sob a água pa ra ev i ta r ae rosó i s de m ic ro rgan i smos . Enxaguar abundantemente com água a té remover a su j i dade e o de te rgente

6.5 .2 L impeza mecânica

Def in ição: É desenvo lv ida a t ravés de equ ipamentos como lavadora u l t ra - sôn i ca , l avadora es te r i l i zadora , l avadora des in fec tadora e l avadora de desca rga .

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Page 15: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

O uso de maqu inas pa ra a l impeza de a r t i gos m in im iza o r i s co de ac iden tes com mate r i a l b i o l óg i co , pe la redução do manuse io des tes a r t i gos con taminados . Mesmo ass im, o p ro f i s s i ona l deve u t i l i za r os EP I s adequados .

Lavadora u l t ra -sônica: remove a su j i dade pe lo p rocesso de cav i tação , segundo o qua l i númeras bo lhas , p roduz idas po r osc i l ações de ondas u l t ra - sôn i cas , exp lodem na super f í c i e das peças , c r i ando p ressões negat i vas , t i po ven tosas , que d i s so lvem e d i spe rsam os res íduos

ader idos aos a r t i gos (TAKE IT I ; GRAZ IANO, 2000) . É um método e fe t i vo de l impeza dos i ns t rumentos c i rú rg i cos , p r i nc ipa lmente os que possuem con fo rmações comp lexas e l umes , de aco rdo com a Assoc iação Pau l i s ta de Es tudos e Cont ro le de In fecção Hosp i ta la r (APEC IH , 1999)

A Assoc ia t i on o f pe r i -Opera t i ve Room Nurse (AORN, 2002) recomenda a l impeza manua l ou mecân i ca p rev ia no p rocessamento dos i ns t rumentos c i rú rg i cos em lavadoras u l t ra - sôn i cas . Após a l impeza po r me io dessas

maqu inas , deve - se p roceder ao enxágüe e à secagem. A água da l avadora u l t ra - sôn i ca necess i ta de t roca quando su ja .

Lavadora ester i l i zadora e des infetadora: a l impeza é fe i ta pe la ação da fo rça do sp ray e de j a tos da água , assoc iados à ação do de te rgente pa ra a remoção da su j i dade . Esse p rocesso mecân i co envo lve sucess ivas e tapas , t a i s como a p ré - l avagem com água f r i a , a l avagem propr iamente d i ta com de te rgente e f i na lmente , o enxágüe . A so lução de de te rgente é ap l i cada sob p ressão po r me io de b i cos ou b raços ro ta t i vos ex i s ten tes em ta i s equ ipamentos . Usua lmente , é u t i l i zada a água l eve de ion i zada no enxágüe f i na l . O c i c l o comp le to i nc lu i t ambém a secagem, fe i ta com a r quente . A d i f e rença da l avadora es te r i l i zadora es ta no c i c l o comp le to de l avagem um c i c l o de es te r i l i zação .

O mercado nac iona l e i n te rnac iona l o fe rece vá r i os mode los dessa l avadora , com d i fe ren tes t i pos , t empos e tempera tu ra de p rocessamento , cabendo ao usuár io se lec ionar o t i po que me lho r se adeqüe à sua rea l i dade .

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Page 16: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Lavadora de descarga: des t inada à l impeza e à des in fecção de comadres , papaga ios e f rascos de v id ro pa ra a co le ta de sec reções e exc reções . Nes te t i po de equ ipamento , não há necess idade de esvaz iamento p rév io dos rec ip ien tes , v i s to que os de je tos vão d i re tamente pa ra o esgo to na e tapa in i c i a l do p rocessamento , não vo l tando a c i r cu la r nas e tapas subseqüentes .

6.6 . Recomendações para procedimentos de l impeza para art igos espec í f i cos

6.6 .1 . Instrumentos c i rúrg icos e outros art igos de uso gera l

Def in ição: I n s t rumentos c i rú rg i cos envo lvem uma enorme gama de mate r i a i s , que se c lass i f i cam como a r t i gos c r í t i cos , sendo u t i l i zados nos ma i s d i ve rsos p roced imentos anes tés i co -c i ru rg i cos .

Recomendações:

Os ins t rumentos c i rú rg i cos devem se r submet idos ao p rocesso de l impeza o ma i s b reve poss í ve l pa ra fac i l i t a r a remoção de su j i dades ader idas em reen t rânc ias . É recomendáve l a l avagem em lavadora des in fec to ra an tes da man ipu lação pe los func ionár ios . Lavar peça po r peça , f azendo f r i c ção de l i cadamente , u t i l i zando escova ap ropr iada no co rpo , nas a r t i cu lações e na c rema lhe i ra da p inça , segundo a d i reção das ranhuras . Lavar manua lmente os i ns t rumentos c i rú rg i cos de l i cados , po i s podem se r dan i f i cados se l avados em maqu inas . Esco lhe r um método de l impeza que se ja e f i caz e conserve o mate r i a l , po i s a imersão p ro longada de i ns t rumentos c i rú rg i cos em p rodutos qu ím icos pode dan i f i cá - l os e reduz i r sua v ida ú t i l . Separa r os i ns t rumentos c i rú rg i cos co r tan tes e pesados , co locando -se os l eves po r c ima . Desmonta r os i ns t rumentos c i rú rg i cos , sempre que poss í ve l . Abr i r as p inças e desconec ta r componentes desmontáve i s . Co loca r i ns t rumentos c i rú rg i cos o rgan i zadamente nos ces tos a ramados , de mane i ra que todos e les f i quem expos tos à ação da l avadora . Ut i l i za r p rodutos e escovas não ab ras i vos , a f im de ev i ta r a co r rosão dos i ns t rumentos c i rú rg i cos . No caso de mate r i a i s pon t i agudos , ab r i r , r ea l i za r l impeza cu idadosa , enxaguar e fechar novamente .

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Em mate r i a i s canu lados , u t i l i za r p i s to la da água sob p ressão de a r compr im ido . Ut i l i za r na l avadora u l t ra - sôn i ca apenas i ns t rumentos com o mesmo t i po de l i ga metá l i ca , po i s no caso de d i fe ren tes l i gas pode oco r re r t rans fe rênc ia de í ons e p rodução de pon tos de co r rosão e quebra . I n s t rumentos c i rú rg i cos e ou t ros a r t i gos recém adqu i r i dos devem receber um p rocessamento de l impeza an tes da p r ime i ra es te r i l i zação e uso , pa ra remover poe i ras e go rduras . Enxaguar abundantemente o a r t i go . Rea l i za r secagem r igo rosa , em á rea l impa , com bancada p rev iamente des in fe tada com á l coo l 70% e fo r rada com tec ido de co r c l a ra , pa ra fac i l i t a r a i nspeção . I n spec ionar c r i t e r i osamente a qua l i dade da l impeza , com o aux i l i o das l en tes e boa i l uminação . Lubr i f i ca r as a r t i cu lações dos i ns t rumenta i s com lub r i f i can tes m inera i s e pe rmeáve i s ao vapor , po i s os l ub r i f i can tes o leosos podem abr iga r esporos bac te r i anos , mesmo após a es te r i l i zação . Va l ida r o p rocesso de l impeza dos a r t i gos .

6.6 .2 . Art igos endoscópicos

Def in ição: endoscóp ios são equ ipamentos que pe rmi tem a v i sua l i zação d i re ta de cav idades co rpo ra i s a t ravés de i ns t rumentos óp t i cos , podendo execu ta r funções d iagnós t i cas ou te rapêut i cas .

Os a r t i gos endoscóp i cos ap resen tam con f igu ração ex t remamente comp lexa , requerem o uso ob r iga tó r i o de so luções enz imát i cas e cu idados espec ia i s pa ra a l impeza . A e tapa da secagem, após a l impeza , é impor tan te pa ra que res íduos l í qu idos não ap resen tem in te ração com o p roduto qu ím ico (ETO , f o rma lde ído , pe róx ido de h id rogên io ) e também para que não oco r ra d i l u i ção do des in fe tan te . O enxágüe abundante , após a des in fecção , é fundamenta l pa ra ev i ta r i r r i t ação qu ím ica nas es t ru tu ras manuseadas . M i c ro rgan i smos p resen tes na água comum podem se r t rans fe r idos pa ra o pac ien te du ran te o p roced imento , po r i s to , há necess idade de enxágüe com água es té r i l , após a des in fecção , exce to quando se t ra ta r de endoscóp ios pa ra v ia d iges t i va a l ta . A des in fecção deve se r f e i ta en tes do p r ime i ro p roced imento do d ia , após o uso e en t re um pac ien te e ou t ro . Os a r t i gos devem se r guardados esc rupu losamente l impos e secos pa ra ev i ta r co r rosão e c resc imento de m ic ro rgan i smos (FERNANDES , 2000) .

Recomendações:

Desconec ta r os componentes dos endoscóp ios e imerg i - l o s em so luções enz imát i cas , i n s t i l ando , com aux i l i o de uma se r inga , a so lução den t ro dos l umes . Mante r o tempo de imersão de aco rdo com as recomendações do fab r i can te . Ut i l i za r escova de ce rdas mac ias pa ra rea l i za r a l impeza mecân i ca do i ns t rumento , dando espec ia l a tenção às c rema lhe i ras e aos cana i s i n te rnos . Enxaguar abundantemente e seca r os componentes com tec ido abso rven te ou a r compr im ido , de aco rdo com a con f igu ração do a r t i go . Encaminhar os componentes te rmo- res i s ten tes pa ra es te r i l i zação po r au toc lave a vapor sa tu rado . Encaminhar os componentes te rmo-sens íve i s pa ra o método de es te r i l i zação adequado , de aco rdo com as recomendações da Comissão de Cont ro le de In fecção Hosp i ta la r (CC IH ) .

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No caso de des in fecção com so luções ge rmic idas , enxaguar abundantemente com água es te r i l i zada e seca r assep t i camente . U t i l i za r l uvas es té re i s nes ta e tapa . Após a u l t ima u t i l i zação do d ia , l ava r , des in fe ta r , e seca r os a r t i gos c r i t e r i osamente pa ra guardar . L impar os componentes dos endoscóp ios , que não podem se r imersos com tec ido con tendo so lução enz imát i ca e , em segu ida , f r i c c i ona r á l coo l 70%.

6.6 .3 Mater ia is de Ass istênc ia Respi ratór ia

Def in ição: são a r t i gos semi - c r í t i cos u t i l i zados na ass i s tênc ia ven t i l a tó r i a : Ex : nebu l i zadores , c i r cu i tos de anes tes ia , c i r cu i tos de equ ipamentos de supor te resp i ra tó r i o .

Just i f i cat iva: Os a r t i gos de uso resp i ra tó r i o senso , de modo gera l , c l ass i f i cados como semi - c r i t i cos , devem se r es te r i l i zados ou receber des in fecção de a l to n í ve l . Em mu i tas s i tuações , a

re lação cus to -bene f í c i o j us t i f i ca a opção pa ra es te r i l i zação , espec ia lmente quando se t ra ta de p rese rva r a v ida ú t i l do mate r i a l .

O h ipoc lo r i t o de sód io é o des in fe tan te de esco lha pa ra a r t i gos de uso resp i ra tó r i o que não possuam componentes metá l i cos , dev ido ao seu a l to poder ge rmic ida , ba ixo cus to e ba ixa tox idade . O h ipoc lo r i t o de sód io , con tudo , não deve se r u t i l i zado em componentes metá l i cos , dev ido à sua a t i v idade co r ros i va . Nes te caso , a opção é pe lo g lu ta ra lde ído 2%. Quando se u t i l i za g lu ta ra lde ído , é ob r iga tó r i o o enxágüe abundante , a f im de ev i ta r i r r i t ação qu ím ica das mucosas dev ido a eventua i s res íduos do ge rmic ida .

Quando se t ra ta de componentes p lás t i cos , bo r racha e ou t ros mate r i a i s po rosos , é con t ra i nd i cada a u t i l i zação de des in fe tan tes à base de feno l s i n té t i co , po i s es tes a r t i gos podem abso rve r o feno l , aumentando o r i s co de tox idade .

Recomendações:

Ut i l i za r equ ipamentos que rea l i zam l impeza e te rmodes in fecção s imu l tâneas , que favo recem a redução dos r i s cos com o pessoa l e a padron i zação do p rocesso de l impeza . Desconec ta r cu idadosamente vá lvu las , d ia f ragmas e pequenos copos de rese rva tó r i o e imerg i r em rec ip ien te p lás t i co com de te rgente enz imát i co , a f im de ev i ta r pe rdas . Imerg i r a r t i gos , t raqué ias , ambús , másca ras , e t c , em rec ip ien te com de te rgente enz imát i co . Lavar os a r t i gos com escovas adequadas , após o tempo de imersão recomendado pe lo fab r i can te . Enxaguar com água abundante . Ut i l i za r p re fe renc ia lmente secadoras ou p i s to las de secagem.

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Secar cu idadosamente an tes de p roceder à des in fecção ou es te r i l i zação , com o aux i l i o de tec ido abso rven te e que não so l te res íduos . No caso de rea l i za r des in fecção a t ravés de imersão em germic idas , rea l i za r o enxágüe abundante , secagem e uso imed ia to do a r t i go . Desenvo lve r técn i cas de des in fecção ou es te r i l i zação de aco rdo com os a r t i gos espec í f i cos , con fo rme desc r i t o no quadro aba ixo :

L impeza com jato de ar medic ina l

Mater ia l de ass istênc ia resp i ratór ia , segundo t ipo de processamento.

MATERIAL PROCEDIMENTO

Anal isador de O2 Rea l i za r l impeza segu ida de des in fecção com á l coo l 70%

Cabo de lar ingoscópio

L impar com tec ido embeb ido em so lução de te rgente ou enz imát i ca , remover com pano úmido , seca r e des in fe ta r com á l coo l 70%.

Cânula de entubação e sonda de asp i ração

Descar ta r após o uso .

Circu i to tubular e intermediár io

Ap l i ca r um dos p rocessos , de aco rdo com p recon i zação da CC IH : es te r i l i zação po r óx ido de e t i l eno , p lasma de pe róx ido de h id rogên io ou au toc lave de fo rmade ído ; ou des in fecção com h ipoc lo r i t o de sód io 1%.

Fio gu ia Rea l i za r l impeza , segu ida de es te r i l i zação em au toc lave a vapor

Lamina de lar ingoscópio

Desconec ta r a l âmpada e l impa - l a , l ava r a l âmina com água co r ren te e de te rgente ;p roceder à des in fecção , a t ravés de imersão em g lu ta ra lde ído 2% ou f r i c ção com á l coo l 70% por t rês vezes .

Máscara Rea l i za r l impeza segu ida de des in fecção com h ipoc lo r i t o de sód io 1% ou á l coo l 70%.

Nebul izador , ambú, cânula de guedel , ina lador

Rea l i za r l impeza segu ida de des in fecção com h ipoc lo r i t o de sód io 1%. O componente metá l i co do ambú requer des in fecção com g lu ta ra lde ído 2%.

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Page 20: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Limpeza de material de assistência respiratória em lavadoras ultra-sonicas.

6.6 .4 . Motores , serras , apare lhos e létr icos e pneumát icos .

Def in ição: são equ ipamentos u t i l i zados pa ra se r ra r e pe r fu ra r ossos em c i ru rg ias o r topéd i cas , ca rd íacas , neuro lóg i cas , en t re ou t ras .

Recomendações:

Desconec ta r cada acessó r i o , como: moto r , peça de mão , p ro te to r de b roca , b roca , se r ra e l âmina , e mante r no p róp r i o rec ip ien te do apare lho , a f im de ev i ta r pe rdas . Imerg i r em rec ip ien te com de te rgente enz imát i co , exce to a peça do moto r .

Quando se t ra ta de equipamentos pneumát icos deve -se :

Conec ta r o ch i co te na peça de mão do apare lho ; enxaguar em água co r ren te , removendo o excesso de su j i dade e de ixando a pon ta do apare lho v i rada pa ra ba ixo , a f im de ev i ta r danos aos ro lamentos e engrenagens . A lguns fab r i can tes con t ra i nd i cam a u t i l i zação de água co r ren te nos ch i co tes . Lavar todos os acessó r i os , como lâminas , b rocas e ch i co tes , manua lmente , com o aux i l i o de escovas ap ropr iadas , m ic ro escovas de ce rdas cu r tas e mac ias , espon jas e de te rgente enz imát i co . Enxaguar abundantemente os acessó r i os com água co r ren te , ev i tando a en t rada de água no ch i co te e seca r com uma compressa . Organ i za r os acessó r i os em rec ip ien te j á l impo e encaminhar pa ra a á rea de p reparo . Rea l i za r i nspeção v i sua l pa ra obse rva r res íduos de su j i dade e a p resença de danos no apare lho .

Quando se t ra ta r de equipamentos e létr icos deve - se :

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Page 21: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Rea l i za r o p rocesso de l impeza com um tec ido mac io umedec ido em de te rgente enz imát i co , segu ida da l impeza com tec ido mac io úmido , a té que se re t i re todo o de te rgente do apare lho . Não imerg i r em so luções qu ím icas ou em água co r ren te . Organ i za r os acessó r i os em rec ip ien te j á l impo e encaminhar pa ra a á rea de p reparo . Rea l i za r i nspeção v i sua l , pa ra obse rva r a ex i s tênc ia de res íduos de su j i dade e a p resença de danos no apare lho . Preceder à l ub r i f i cação com lub r i f i can te vegeta l ou o que fo r recomendado pe lo fab r i can te do apare lho .

6.6 .5 Art igos tubulares

Def in ição: são todos os a r t i gos que ap resen tam lume, como, po r exemp lo as bo r rachas de asp i ração usadas pa ra asp i ração de sec reções .

Just i f i cat iva: A con f igu ração de a r t i gos tubu la res não pe rmi te ve r i f i ca r a e f i c i ênc ia da l impeza na pa r te i n te rna , o que compromete o con t ro le da es te r i l i zação . Dev ido ao número de rep rocessamentos de a r t i gos de l á tex , oco r re desgas te do mate r i a l , co labamento , ressecamento e rachadura , f avo recendo a pe rmanênc ia de m ic roo rgan i smos , que não poderão se r e l im inados nas l impezas subseqüentes . Mu i tos se rv i ços j á comprovaram uma re lação cus to pos i t i va quando se u t i l i za a r t i gos tubu la res desca r táve i s . As tubu lações de s i l i cone pa ra l i poasp i ração pe rmi tem a es te r i l i zação po r me io de au toc lave a vapor .

Recomendações:

Ut i l i za r p re fe renc ia lmente tubu lações de PVC , s i l i cone ou po l i u re tano (po l i v in i l ) , de uso i nd iv idua l i zado e desca r táve l . No caso de u t i l i za r tubu lações que se rão rep rocessadas , recomenda -se a compra de a r t i gos t ransparen tes , pa ra me lho r v i sua l i zação da l impeza . L impar as tubu lações o ma i s ráp ido poss í ve l após o uso . No caso de u t i l i za r tubu lações de l á tex , após cada u t i l i zação , deve -se asp i ra r a água abundantemente , pa ra ev i ta r o ressecamento da maté r i a o rgân i ca na l uz do tubo . Submerg i r as tubu lações , ga ran t indo que o a r possa sa i r do l ume , obse rvando -se a en t rada da água po r todo o l úmen ou fo rçando a en t rada do l í qu ido , com o aux i l i o de uma se r inga . Imerg i r em so lução enz imát i ca no CME ou em so lução de pe róx ido de h id rogên io 3% (pa ra a r t i gos não -metá l i cos ) , ou a inda u t i l i za r a l impeza po r me io de máqu ina u l t ra - sôn i ca . Enxaguar abundantemente , com água co r ren te , u t i l i zando -se to rne i ras com b i co de p ressão , que pe rmi tam a adaptação d i re ta da tubu lação . Secar com a r compr im ido . Encaminhar ao p rocesso de des in fecção ou de es te r i l i zação po r óx ido de e t i l eno ou au toc lave a vapor , de aco rdo com o p recon i zado pe la CC IH da i ns t i tu i ção . Des in fecção po r h ipoc lo r i t o de sód io a 1%.

7. DESINFECÇÂO DE ARTIGOS

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7.1 . Def in ição

Des in fecção é o p rocesso de e l im inação ou des t ru i ção de m ic roo rgan i smos , pa togên i cos ou não , f o rma vegeta t i va , p resen tes nos a r t i gos e ob je tos i nan imados , med ian te a ap l i cação de agentes f í s i cos ou qu ím icos (B ras i l , 2001) . Es te p rocesso é d i v id ido em t rês n í ve i s :

Desinfecção de a l to n íve l : des t ró i t odas as bac té r i as vegeta t i vas , m ic robac té r i as , f ungos , v í rus e pa r te dos esporos . O enxágüe devera se r f e i to p re fe renc ia lmente com água es té r i l e a man ipu lação deve segu i r o uso de técn i ca assép t i ca . É i nd i cada pa ra a r t i gos , com lâmina de l a r i ngoscóp io , equ ipamento de te rap ia resp i ra tó r i a , anes tes ia e endoscóp io de f i b ra f l ex í ve l . Os agentes ma i s comumente u t i l i zados são os g lu ta ra lde ído e o ác ido pe racé t i co , a l ém do p rocesso de pas teu r i zação .

Desinfecção de n íve l intermediár io : tem ação v i rusc ida , bac te r i c ida pa ra fo rmas vegeta t i vas ; i nc lus i ve con t ra o bac i l o da tubercu lose ; não des t ró i esporos . Os compos tos ma i s u t i l i zados são : c l o ro , i odó fo ros , f enó l i co e á l coo i s .

Desinfecção de ba ixo n íve l : é capaz de e l im ina r todas as bac té r i as na fo rma vegeta t i va ; não tem ação con t ra esporos , v í rus não l i p íd i cos , nem con t ra o bac i l o da tubercu lose ; tem ação re la t i va con t ra fungos . O compos to ma i s comumente u t i l i zado é o quar tenár io de amôn ia .

7.2 Objet ivo

Ev i ta r a p ropagação dos focos de i n fecção de um pac ien te a ou t ro .

7.3 . Métodos de Des infecção de Art igos

O método deve se r esco lh ido em função das ca rac te r í s t i cas do a r t i go .

Processo f í s ico: compreende a expos i ção ao ca lo r úmido , a t ravés da água em ebu l i ção po r 30 m inu tos ou , p re fe renc ia lmente , u t i l i zando -se s i s temas au tomát i cos , p ressão de j a tos d ’água com tempera tu ra en t re 60 e 90ºC duran te 15 m inu tos , como nas máqu inas l avadoras san i t i zadoras , es te r i l i zadoras , de a l ta p ressão , te rmodes in fec tadoras e s im i l a res (BRAS IL , 1998) .

Processo químico: compreende a u t i l i zação de p rodutos qu ím icos , cu jos p r inc íp ios a t i vos p recon i zados pe la Po r ta r i a n º15 , de 23 de agos to de 1988 , do M in i s té r i o da Saúde (MS) são os segu in tes :

A lde ídos ( f o rma lde ído e g lu ta ra lde ído ) Fenó l i cos ( feno l s i n té t i co ) Quar tenár io de amôn io Compos tos o rgân i cos l i be radores de c l o ro a t i vo Compos tos i no rgân i cos l i be radores de c l o ro a t i vo (h ipoc lo r i t o de sód io ) á l coo i s peróx idos

7.4 Recomendações

Ut i l i za r a EP I : go r ro , másca ra , ócu los de p ro teção , aven ta l impermeáve l , l uvas de bo r racha . Ut i l i za r rec ip ien te de v id ro ou p lás t i co r í g ido com tampa , sendo recomendado rec ip ien te dup lo : um per fu rado e ou t ro í n teg ro .

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Page 23: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Caso se ja necessá r i a a u t i l i zação de cuba metá l i ca , es ta deve se r f o r rada com compressa , pa ra ev i ta r que sua super f í c i e en t re em con ta to com os i ns t rumentos metá l i cos , f o rmando -se uma co r ren te ga lvân i ca , que desgas ta os mate r i a i s submet idos à des in fecção qu ím ica . Lavar o mate r i a l m inuc iosamente e seca r an tes da submersão comp le ta em so lução des in fe tan te . Imerg i r o a r t i go na so lução em quant idade su f i c i en te pa ra envo lvê - l o comp le tamente . Preencher com so lução des in fe tan te o a r t i go que con tenha á reas ocas . Obedecer ao tempo de imersão recomendado pe lo fab r i can te . Enxaguar abundantemente os a r t i gos submet idos à des in fecção qu ím ica com água es té r i l (AORN, 2000) . Pa ra a des in fecção de n í ve l i n te rmed iá r i o e de ba ixo n í ve l poderá se r u t i l i zada água po táve l . Adota r métodos de va l i dação e mon i to r i zação dos p rocessos de des in fecção . Segu i r as no rmas l ega i s : u t i l i za r p rodutos com reg i s t ro no M in i s té r i o da Saúde , que con tenham ind i cações p rec i sas no ró tu lo , t ox idade mín ima pa ra os a r t i gos e pa ra os p ro f i s s i ona i s da saúde e cus to acess í ve l . Cont ro la r a qua l i dade nos p rocessos de des in fecção . Ze la r pa ra não recon taminar o mate r i a l . Proceder à secagem r igo rosa , an tes de guardar , pa ra ev i ta r o c resc imento de fungos .

7.5 Recomendações para estocagem

A AORN (2002) não recomenda a es tocagem dos a r t i gos submet idos à des in fecção e , caso se ja necessá r i o , devem receber , no m ín imo , des in fecção de a l to n í ve l an tes do uso , sendo esse método ma i s p rudente pa ra p ro teger os pac ien tes de i n fecção . Res t r i ng i r a c i r cu lação de pessoa l na á rea de es tocagem. Mante r a umidade re la t i va do amb ien te em to rno de 30 a 50%, com tempera tu ra p róx ima de 20ºC .

8. PASTEURIZAÇÂO

8.1. Def in ição

Pas teur i zação é o s i s tema mecân i co de des in fecção , usado pa ra rep rocessamento de p rodutos semi c r í t i cos e não c r í t i cos , v i sando a des t ru i ção de m ic roo rgan i smos na sua fo rma vegeta t i va .

O Cente rs f o r D i sease Cont ro l and P recen t i on (CDC) recomenda a des in fecção de a l to n í ve l como o t ra tamento m ín imo pa ra os a r t i gos semi c r í t i cos . Deve se r esperado que se des t rua m ic roo rgan i smos vegeta t i vos , a ma io r i a dos esporos de fungos , bac i l o s da tubercu lose , v í rus pequenos e não l i p íd i cos e v í rus méd ios ou l i p íd i cos .

8.2 . Objet ivo

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Rea l i za r a des in fecção de a l to n í ve l .

8.3 . Mecanismo de ação

O processo de pas teu r i zação des t ró i bac té r i as , po r me io da coagu lação da p ro te ína da cé lu la e a água , po r causa da a l ta condut i v idade té rmica (20 vezes ma io r que o a r ) , é um me io e f i c i en te pa ra t ransmi t i r o ca lo r ex ig ido pa ra des t ru i r os m ic roo rgan i smos . A pas teu r i zação reduz o r i s co ocupac iona l ; é econômico e seguro pa ra o me io amb ien te .

8.4 . Parâmetros do processo

Tempera tu ra = 76ºCTempo = 30 m inu tos

8.5 . C ic lo da pasteur ização

ETAPA JUSTIF ICATIVA

1) Preench imento do tanque 1

In í c i o do p rocesso de l impeza

2) LavagemL impeza p ré

pas teu r i zação

3) 1ª R insagem Enxágüe do de te rgente

4) 2ª R insagem Refo rça r remoção do de te rgente

5) Trans fe rênc ia da água a rmazenada do

tanque 2 pa ra o tanque 1

In í c i o do p rocesso de pas teu r i zação

6) Pas teur i zação

Per íodo de pas teu r i zação ,

p rop r i amente d i to , em 30 minu tos

7) Re to rno da água do tanque 1 pa ra o

tanque 2

Armazenamento da água (que deverá se r t rocada

semana lmente ou con fo rme o r i en tação do

fab r i can te )

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8.6 . Recomendações

Lavar as mãos . Usar EP I : go r ro , másca ra , ócu los de p ro teção , aven ta l impermeáve l , l uvas de bo r racha . Desconec ta r con jun tos resp i ra tó r i os e acond i c i onar em bo l sas de ny lon , espec í f i cas do equ ipamento , ev i tando -se pe rdas , impac to , danos no equ ipamento e p reven i r recon taminação no manuse io após o p rocesso . Car regar o equ ipamento com os a r t i gos a se rem p rocessados . Programar o equ ipamento con fo rme o r i en tações do fab r i can te . Ut i l i za r técn i ca assép t i ca pa ra re t i rada do mate r i a l ( l uvas , t ouca e máscara ) . Encaminhar o mate r i a l pa ra secagem, p re fe renc ia lmente pa ra a secadora ou secagem manua l em amb ien te l impo , sob re bancada p rev iamente l impa com á l coo l i sop rop í l i co e fo r rada com tec ido l impo , com boa i l uminação e p rov ida de p i s to la de a r compr im ido de uso hosp i ta la r , l i v re de umidade . Enxaguar com á l coo l 70% ou abso lu to , de aco rdo com o CDC, pa ra fac i l i t a r a secagem com a r compr im ido . Rea l i za r o p rocesso em á rea f í s i ca l impa e espec i f i ca . Ut i l i za r emba lagem de po l i e t i l eno não rec i c l ado , com g ramatu ra m ín ima de 1 m ic ra . Ut i l i za r secagem té rmica . Va l ida r o p rocesso con fo rme os c r i t é r i os es tabe lec idos no documento de va l i dação pa ra pas teu r i zação ( I n te rn t i ona l O rgan i za t i on fo r S tandard i za t i on , 2000) . Reg i s t ra r , documenta r e a rqu iva r ao té rmino de cada c i c l o do p rocesso .

9. PREPARO E EMPACOTAMENTO DE MATERIAIS.

Área de Encartuchamento.

9.1 . Def in ição

Tra ta - se da p reparação do a r t i go de aco rdo a sua c lass i f i cação ( c r í t i co ; semi - c r í t i co e não c r í t i co ) , emba lando -o em invó luc ro compat í ve l com o p rocesso e com o p róp r i o a r t i go .

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Page 26: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

9.2 . Objet ivo

Oferecer ao usuár io um a r t i go em boas cond i ções de func iona l i dade e p ro teção adequada , com p r inc ipa l a tenção ao p reparo dos a r t i gos a se rem es te r i l i zados pa ra favo recer a t rans fe rênc ia assép t i ca , sem r i s co de con taminação .

9.3 . Recomendações:

Lavar as mãos an tes de i n i c i a r o p reparo e o empaco tamento dos a r t i gos . I n spec ionar o a r t i go an tes do empaco tamento , quanto à l impeza , i n teg r idade e func iona l i dade . Se lec ionar a emba lagem, de aco rdo com o p rocesso , o peso e o tamanho do a r t i go . Ava l i a r a necess idade de u t i l i zação de emba lagens dup las , de i nvó luc ros compos tos po r p lás t i co e /ou pape l pa ra empaco ta r d i ve rsos i t ens a se rem apresen tados em emba lagens ún i cas , ao campo es té r i l . Rea l i za r o a jus te pe r fe i to de emba lagens dup las , ve r i f i ca r se as mesmas não ap resen tam dobras i n te rnas e se a jus tam per fe i tamente à pa r te ex te rna . Fazer i den t i f i cação , an tes da es te r i l i zação , na emba lagem do a r t i go , com as segu in tes i n fo rmações : desc r i ção do con teúdo , método de es te r i l i zação , con t ro le do l o te , da ta de es te r i l i zação , da ta de va l i dade , i den t i f i cação do responsáve l técn i co . As in fo rmações devem cons ta r em f i t a ou e t ique ta adequada e não d i re tamente no i nvó luc ro . O pape l g rau c i rú rg i co deve se r e t i que tado na po rção p lás t i ca . As canetas u t i l i zadas devem não manchar e a t i n ta deve se r a tóx i ca . Observa r se a se lagem es tá í n teg ra , po i s f a lhas na se lagem permi tem en t rada de m ic roo rgan i smos . Remover o a r do i n te r i o r das emba lagens compos tas de pape l g rau c i rú rg i co ou f i lme p lás t i co an tes de se la r , po rque a expansão de a r no i n te r i o r da câmara de es te r i l i zação pode p roduz i r a aber tu ra do paco te . Adota r técn i ca de empaco tamento un ive rsa lmente ace i ta .

10. SELEÇÂO DE EMBALAGENS DE MATERIAIS

10.1 . Def in ição

Os s i s temas de emba lagens i nc luem tec ido não tec ido , i nvó luc ros compos tos po r p lás t i cos e /ou pape l e s i s tema de “con ta ine rs” , devendo assegura r a es te r i l i dade do con teúdo do paco te a té sua aber tu ra e fac i l i t a r a aber tu ra do mesmo, com técn i cas assép t i cas .

10.2 . Recomendações

É necessá r i o se lec ionar o s i s tema de emba lagem de aco rdo com as segu in tes ca rac te r í s t i cas :

Ser ap ropr iado pa ra o a r t i go e o método de es te r i l i zação e supor ta r as cond ições f í s i cas do p rocesso . Prover i n teg r idade adequada de se lagem a se r à p rova de v io lação . Ser ba r re i ra m ic rob iana . Fornecer ba r re i ra adequada a l í qu idos . Permi t i r adequada remoção do a r .

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Permi t i r a penet ração e a remoção do agente es te r i l i zan te . Pro teger o con teúdo do paco te de danos f í s i cos . Res i s t i r r asgos e pe r fu rações . Ser l i v re de fu ros e m ic ro fu ros . Não con te r i ng red ien tes tóx i cos , a l ve jan te óp t i co , co ran te ou amido . Ter impresso o i nd i cador qu ím ico espec í f i co pa ra cada t i po de es te r i l i zação . Ev i ta r a l i be ração de f i b ras ou pa r t í cu las . Não o fe rece r d i f i cu ldades à aber tu ra do paco te , pe rmi t i ndo observa r os p r inc íp ios da técn i ca assép t i ca . Ter re lação cus to -bene f í c i o pos i t i va . Ser de fác i l ob tenção no mercado . O s i s tema de emba lagens deve se r usado de aco rdo com as i ns t ruções esc r i t as do fab r i can te a te r reg i s t ro no M in i s té r i o da Saúde .

Técnica de acondic ionamento de Mater ia l

Técnica de Dobradura de Aventa l

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Page 28: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Técnica de Dobradura de Campo Fenestrado

O s i s tema de emba lagem deve se r compat í ve l com o p rocesso de es te r i l i zação , de aco rdo com o quadro anexo (ANEXO 1 ) .

Pape l de g rau C i rú rg i co Se ladores

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Con tê ine r

Se ladores

Material embalado em Papel de Grau Cirúrgico

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Page 30: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Tambores Manta de Po l i p rop i l eno

11. PROCESSOS DE ESTERIL IZAÇÂO

11 .1 Def in ição

Es te r i l i zação é o p rocesso pe lo qua l os m ic roo rgan i smos são mor tos a ta l pon to que não se ja poss í ve l de tec tá - l os no me io de cu l tu ra padrão no qua l p rev iamente hav iam p ro l i f e rado . Um a r t i go é cons ide rado es té r i l quando a p robab i l i dade de sobrev ivênc ia dos m ic roo rgan i smos que o con taminam é menos do que 1 :1 .000 .000 (GRAZ IANO; S I LVA ; B IANCHI , 2000) .

11.2 . Cons iderações gera is

Um dos avanços que pode se r des tacado nas á reas da des in fecção e da es te r i l i zação dos i ns t rumentos c i rú rg i cos , no con tex to hosp i ta la r ,

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Page 31: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

é a compreensão de que os m ic roo rgan i smos não mor rem todos ao mesmo tempo quando submet idos à ma io r i a dos p rocessos de es te r i l i zação .

A mor te de ta i s agentes oco r re em uma cu rva exponenc ia l , na qua l , num p r ime i ro momento , chamado de va lo r D , 90% dos m ic roo rgan i smos desaparecem. Sucess i vamente , em um segundo ins tan te de va lo r D , 90% dos 10% res tan tes são e l im inados e ass im por d ian te , a té a t i ng i r um n íve l de segurança de 10 e levado a -6 , em que o va lo r D tenha s ido ap l i cado po r 12 vezes pa ra um a r t i go con taminado .

En tende -se como va lo r D o tempo de expos i ção de expos i ção necessá r i o pa ra reduz i r em um logar i tmo a concent ração de m ic roo rgan i smos expos tos a um segundo agente es te r i l i zan te (GRAZ IANO; S I LVA ; B IANCHI , 2000 ; PADAZONE; DEL MONTE , 1999) .

Essas cons ide rações se ap l i cam a todos os p rocessos de es te r i l i zação convenc iona lmente u t i l i zados em ins t i tu i ções de saúde e demons t ram a impor tânc ia de ga ran t i r , po r me io da l impeza , um con t ingente m ic rob iano i n i c i a l reduz ido nos a r t i gos (GRAZ IANO; S I LVA ; B IANCHI , 2000) .

11.3 . T ipos de processos de ester i l i zação

A es te r i l i zação pode se r rea l i zada po r me io de p rocessos f í s i cos , qu ím icos ou f í s i co -qu ím icos :

Processos f í s icos

Vapor sa tu rado sob p ressão (au toc lave ) Ca lo r seco (es tu fa ) Rad iação ( ra io gama-coba l to 60 )

Au toc lave

Es tu fa

Processos qu ímicos

Grupo dos a lde ídos (g lu ta ra lde ído , f o rma lde ído ) .

Processos f í s ico-químicos

Óx ido de e t i l eno (ETO) P lasma peróx ido de h id rogên io (H2O2) Para fo rma lde ído Ác ido pe racé t i co

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Page 32: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

11.3 .1 . Ester i l i zação por vapor saturado sob pressão

Def in ição:

O equ ipamento cons i s te em uma câmara de aço i nox idáve l , com uma ou duas po r tas , con tendo vá lvu la de segurança , manômet ro de p ressão e i nd i cador de tempera tu ra . É o p rocesso ma i s u t i l i zado em hosp i ta i s e é o ma i s econômico pa ra es te r i l i zação de a r t i gos te rmo res i s ten tes (SOBECC, 2000) .

O apare lho tem o p r inc ip io da marmi ta de Pap in , ou se ja , a água aquec ida em amb ien te fechado fo rma vapor sob p ressão e pode a t ing i r t empera tu ras e levadas (BRAS IL , 2001) .

Os t ipos de autoc laves são:

Grav i tac iona l : a i n j eção do vapor na câmara fo rça a sa ída do a r f r i o po r uma vá lvu la l oca l i zada na sua pa r te i n fe r i o r . Nes te p rocesso pode oco r re r f o rmação de bo lhas de a r no i n te r i o r do paco te , o que impede a oco r rênc ia da es te r i l i zação . Pa ra que a penet ração do vapor oco r ra em todos os mate r i a i s , o tempo deve se r ma i s l ongo . Pré -vácuo : at ravés de bomba de vácuo , con t ida no apare lho , o a r é remov ido do mate r i a l e da câmara , podendo te r um ou t rês c i c l os pu l sá te i s , o que favo rece a penet ração ma i s ráp ida do vapor den t ro dos paco tes . Após a es te r i l i zação , a bomba a vácuo faz a sucção do vapor e da umidade in te rna da ca rga , t o rnando a secagem ma is ráp ida ( LOPEZ ; CRUZ, 1998) .

Mecanismo de ação: o p rocesso base ia - se na t rans fo rmação das pa r t í cu las de água em vapor , sob a mesma tempera tu ra . A a t i v idade es te r i l i zan te de au toc lave tem como p r inc íp io de mor te ce lu la r a te rmo coagu lação das p ro te ínas bac te r i anas , a t ravés do ca lo r , de modo que o m ic ro rgan i smo perde suas funções v i ta i s e mor re .

Parâmetros do processo:

Vapor : o ca lo r pode des t ru i r as bac té r i as , po rem no caso dos esporos , necess i ta de ca lo r e umidade , po r ce r to pe r í odo de tempo ;

Tempera tu ra e p ressão : t empera tu ras ma i s e levadas requerem p ressões i gua lmente ma i s e levadas (T = 121 a 132ºC ; P = 1 a 1 ,80 a tm) .

Tempo : pode va r i a r de 03 a 30 m inu tos , de aco rdo com a tempera tu ra u t i l i zada e com o t i po do equ ipamento .

Cic lo de ester i l i zação: O c i c l o va r i a de aco rdo com o t i po de equ ipamento . Ass im, o c i c l o das au toc laves g rav i tac iona i s compreende : a en t rada de vapor , sa ída de a r da câmara , expos i ção dos a r t i gos , exaus tão do vapor , secagem da ca rga , re to rno à p ressão a tmos fé r i ca e en t rada de a r f i l t r ado . O c i c l o das au toc laves p ré -vácuo : compreende : t rês pu l sos de sucção de a r e en t rada do vapor na câmara , exaus tão do vapor po r sucção , secagem da ca rga , re to rno à p ressão a tmos fé r i ca , en t rada de a r f i l t r ado (SOBECC, 2000) .

Invó lucros: Os invó luc ros recomendados pa ra es te r i l i zação em au toc laves são : a lgodão c ru dup lo , sem goma; pape l g rau c i rú rg i co ,

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com f i b ra l onga , sem an i l i na , pesando de 60 a 80 g ; po l i amida ; tec ido não tec ido ; ca i xa metá l i ca pe r fu rada ; mate r i a i s te rmo se láve i s .

Contro le de processo de ester i l i zação:

E f i các ia do equ ipamento , po r ma io de manutenção p revent i va ou co r re t i va . Reg i s t ro dos i ns t rumentos mecân i cos ( tempo , tempera tu ra , manômet ro de p ressão ) , du ran te o c i c l o . I nd i cadores qu ím icos cons i s tem em subs t ra tos qu ím icos con t idos em t i ras de pape l , que reagem a uma de te rminada cond i ção tempera tu ra , mudando de co r . E les i nd i cam se a es te r i l i zação do mate r i a l f o i comp le ta e se houve penet ração do vapor , mas não dão segurança de que o mate r i a l es tá es té r i l , apenas que passou pe lo p rocesso . Devem se r co locados em todos os paco tes que se rão submet idos ao p rocesso . I nd i cadores b io lóg i cos con tem esporos do Bac i l l u s s tea ro thermoph i lus , que va l i dam a es te r i l i zação do mate r i a l . As cepas são co locadas em vá r i os paco tes e após o p rocesso devem se r encaminhados ao l abo ra tó r i o pa ra p roceder a i ncubação , po r um per íodo de 2 a 7 d ias . I n teg radores qu ím icos i nc luem as va r i áve i s do p rocesso de es te r i l i zação a vapor ( tempera tu ra , t empo , p resença de vapor sa tu rado ) . Tes te de Bow ie -D i ck é u t i l i zado pa ra tes ta r a e f i các ia do s i s tema de vácuo da au toc lave p ré -vácuo . A p resença de a r quente en t re os paco tes fo rma bo l sões , que p re jud i cam a penet ração do vapor e nes tes l oca i s não oco r re mudança de co lo ração do tes te .

Recomendações:

O vapor deve penet ra r em todas as reg iões dos paco tes , sem haver p resença de bo lhas de a r . Não aper ta r mu i to os paco tes , pa ra fac i l i t a r a penet ração do vapor . Dispor os paco tes de modo ve r t i ca l , pa ra fac i l i t a r a en t rada e a c i r cu lação do vapor , bem como a e l im inação do a r . Ut i l i za r apenas 80% da capac idade do apare lho .

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Não co loca r os paco tes sob re super f í c i es f r i a s , após a es te r i l i zação , po i s e les podem con taminar . Segu i r as no rmas de func ionamento do apare lho . L impar a câmara i n te rna do equ ipamento , no m ín imo semana lmente , con fo rme a recomendação do fab r i can te .

11.3 .2 . Ester i l i zação u l t ra - ráp ida ( FLASH STERIL IZATION)

Def in ição: Cons i s te na es te r i l i zação de mate r i a l t e rmo res i s ten tes po r me io do vapor sa tu rado sob p ressão , em um equ ipamento a jus tado pa ra e fe tua r o p rocesso em tempo reduz ido , d ian te de s i tuações de u rgênc ia , como con taminação ac iden ta l de i ns t rumenta l essenc ia l ao p roced imento em cu rso . Seu uso deve se r rac iona l i zado , não devendo se r u t i l i zado pa ra qua i squer mate r i a i s imp lan táve i s (SOBECC, 2000) .

Temperaturas e tempos de expos ição correspondentes para ester i l i zação sob vapor saturado sob pressão, segundo recomendação da AORN (2002) .

TIPO DE EQUIPAMENTO TEMPERATURA TEMPO DE EXPOSIÇÃO

Grav i tac iona l132 a 135ºC121 a 123ºC

10 a 25 m inu tos15 a 30 m inu tos

P ré -vácuo132 a 135ºC 03 a 04 m inu tos

Parâmetros para expos ição de art igos em ester i l i zação “f lash”, segundo recomendação da AORN (2002) .

EQUIPAMENTO CARGA TEMPERATUR TEMPO

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A

GRAVITACIONAL

Meta l , i t ens não po rosos e sem lumesMeta l , i t ens po rosos e com lumes

132 a 135ºC

132 a 135ºC

03 m in .

10 m in .

PRÉ-VÁCUOMeta l , i t ens não po rosos e sem lumesMeta l , i t ens po rosos e com lumes

132 a 135ºC

132 a 135ºC

03 m in .

04 m in .

Mecanismo de ação: A a t i v idade es te r i l i zan te é a mesma da au toc lave , que tem como p r inc ip io a mor te ce lu la r a te rmocoagu lação das p ro te ínas bac te r i anas , a t ravés do ca lo r , de modo que o m ic ro rgan i smo perde suas funções v i ta i s e mor re .

Parâmetro do processo: são os mesmos da au toc lave a vapor sa tu rado , ou se ja , vapor , t empera tu ra , p ressão e tempo . Nes te caso , o tempo é reduz ido não pe la d im inu i ção da expos i ção do a r t i go ao vapor , mas s im pe la redução ou supressão do c i c l o de secagem.

Cic lo de ester i l i zação: é p ra t i camente o mesmo que o do método de vapor sa tu rado sob p ressão convenc iona l , a não se r pe la ú l t ima e tapa , que é a de secagem. Po r tan to , o c i c l o da es te r i l i zação “ f l ash” compreende : d renagem de a r , emissão do vapor , admissão do vapor e expos i ção do a r t i go ao agente es te r i l i zan te ( tempo de penet ração , es te r i l i zação e con f i ança ) e exaus tão do vapor .

Invó lucros: Se o equ ipamento pe rmi t i r um c i c l o de secagem ráp ido , o mate r i a l , após dev idamente l impo e seco , poderá te r emba lagem s imp les , po rém, se não houver o c i c l o da secagem, o mate r i a l é co locado na au toc lave em uma ca ixa metá l i ca com tampa semi -aber ta e s im fu ros . Deve -se fechar a ca ixa com técn i ca assép t i ca an tes de re t i rá - l o do equ ipamento e usa r imed ia tamente . No caso de se r a r t i cu lado , o mate r i a l deverá se r es te r i l i zado aber to .

11.3 .3 . Ester i l i zação por ca lor seco

Def in ição: A es tu fa é o equ ipamento e lé t r i co que u t i l i za ca lo r seco , a t ravés da p ropagação do ca lo r ge rado po r res i s tênc ias e lé t r i cas , pa ra des t ru i r m ic roo rgan i smos , sendo o apare lho equ ipado com res i s tênc ia , t e rmos ta to , con tac to r , l âmpada p i l o to , t e rmômet ro e i n te r rup to r (MOURA, 1990 ; BRAS IL , 2001) . Fo i um método de es te r i l i zação bas tan te u t i l i zado a té os anos 80 , mas dev ido a pesqu i sas , que co loca ram em dúv ida sua va l i dade , da fo rma como e ra u t i l i zada nos hosp i ta i s , ca iu em desuso . A inda é um método usado em ins t i tu i ções menores , cen t ros de saúde e consu l tó r i os méd icos e odonto lóg i cos .

O p r inc íp io que rege a ação do ca lo r seco com agente es te r i l i zan te é a i r rad iação do ca lo r das pa redes l a te ra i s e da base da es tu fa pa ra todo o mate r i a l . O ca lo r seco tem ba ixo poder de penet ração , d i f e ren temente da au toc lave a vapor , po i s se faz de fo rma i r regu la r e vagarosa , necess i tando de l ongos pe r í odos de expos i ção (GRAZ IANO; S I LVA ; B IANCHI , 2000) .

Os a r t i gos que podem se r es te r i l i zados em es tu fa são te rmo res i s ten tes como: i ns t rumenta l c i rú rg i co , mate r i a l i nox idáve l em gera l , v id ros , ce ras , pomadas , ó leos e pós . A tua lmente recomenda -se a u t i l i zação de ca lo r seco apenas pa ra ó leos e pós . Os equ ipamentos

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d i spon íve i s no mercado não são au tomat i zados , e não ex i s te reg i s t ros con f i áve i s .

Mecanismo de ação: A des t ru i ção dos m ic ro rgan i smos oco r re po r ox idação e dessecação ce lu la r , ou se ja , as cé lu las dos m ic ro rgan i smos expos tos ao ca lo r seco são des id ra tadas e mor rem.

Parâmetro do processo

- Tempera tu ra : va r i a de aco rdo com o t i po de mate r i a l e com a va l i dação espec í f i ca , sendo ge ra lmente de 140 a 180ºC .- Tempo de expos i ção : va r i a de aco rdo com a tempera tu ra , en t re 1 a 3 ho ras consecu t i vas , que devem se r con tadas a pa r t i r de quando a es tu fa a t i nge a tempera tu ra i dea l ;

Temperaturas e tempos de expos ição correspondentes para ester i l i zação pe lo ca lor seco, segundo PERKINS (1982) .

Temperatura Tempo de expos ição

121ºC140ºC150ºC160ºC170ºC

12 ho ras180 minu tos150 minu tos120 minu tos60 minu tos

Invó lucros: ca i xas de aço i nox idáve l de pa redes f i nas ou de a lumín io e deve - se p ro teger as ex t remidades de mate r i a l co r tan te com pape l a lumín io .

Controle do processo de esterilização:

Tes tes b io lóg i cos com Bac i l l u s sub t i l i s , d ia r i amente na p r ime i ra ca rga e após manutenções . I den t i f i cação das ca ixas com f i t as te rmo sens íve i s . Anotação em impresso de con t ro le dos ho rá r i os das e tapas do p rocesso , reg i s t ro da tempera tu ra em todos os c i c l os : n º do equ ipamento , n º do c i c l o , re lação dos mate r i a i s e nome do func ionár io responsáve l pe lo p rocesso . Manutenção p revent i va semana l do equ ipamento .

Recomendações:

Aquecer a es tu fa à tempera tu ra i dea l an tes da co locação do mate r i a l ou an tes de i n i c i a r a con tagem do tempo . Usar i nvó luc ros adequados ao p rocesso , que não pode se r de tec ido /pape l . Ev i ta r vo lumes pesados e superpos i ção de mate r i a i s . Ev i ta r sob reca rga do apare lho , a f im de pe rmi t i r a c i r cu lação do ca lo r (usa r de 80 a 85% da sua capac idade) . Marca r o tempo de expos i ção a pa r t i r do momento que o te rmômet ro a t i ng i r a tempera tu ra dese jada . Ev i ta r que o bu lbo de te rmômet ro toque no mate r i a l , po i s não marca rá a rea l t empera tu ra do i n te r i o r da es tu fa . Não abr i r a es tu fa du ran te a es te r i l i zação e , caso ha ja necess idade , re in i c i a r o p rocesso .

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I nva l i da r o c i c l o , caso ha ja s ina l de de fe i to ou dúv idas quanto ao p rocesso e p rov idenc ia r manutenção . Usar máscara e l uvas de p ro teção té rmica ao desca r regar o equ ipamento . Não co loca r os mate r i a i s a inda quentes sob re super f í c i e f r i a , po rque se houver condensação , o mate r i a l f i ca rá úmido e con taminado po r cap i l a r i dade . Lac ra r as ca ixas metá l i cas após a es te r i l i zação e quando es t i ve rem f r i as . L impar o equ ipamento , no m ín imo semana lmente , con fo rme recomendação do fab r i can te .

Atenção: De aco rdo com MOURA (1990) , a es tu fa , da fo rma que é u t i l i zada nas i ns t i tu i ções b ras i l e i ras , não é um método de es te r i l i zação con f i áve l , uma vez que no i n te r i o r de sua câmara encont ram-se tempera tu ras d i f e ren tes das reg i s t radas no te rmômet ro . O cen t ro da câmara ap resen ta “pontos f r i o s” , onde a au to ra cons ta tou , po r me io de tes tes b io lóg i cos , p resença de fo rmas esporu ladas . Des ta mane i ra , não recomendamos o ca lo r seco /es tu fa como método de es te r i l i zação em qua lquer que se ja a i ns t i tu i ção de saúde .

11.3 .4 . Ester i l i zação por Cobal to 60

Def in ição: O Coba l to 60 é u t i l i zado como fon te de rad iação gama para es te r i l i zação de a r t i gos c r í t i cos . As emissões de 1 ,333 a 1 ,73 MeV são adequadas . Os ace le radores l i nea res também são usados pa ra p roduz i rem fe i xes de e lé t rons a n í ve i s de energ ia que não excedam os 10 MeV , po rém a i n tens idade de penet ração é mu i to ma i s ba ixa .

Ra ios Gama: São ondas e le t romagnét i cas de a l ta energ ia e g rande penet ração , dev ido à ausênc ia de maté r i a , sendo o i nve rso no caso de pa r t í cu las A l fa e Be ta . São p roduz idos quando da des in teg ração de ce r tos e lementos rad ia t i vos , como p ro exemp lo , o coba l to .Mecanismo de Ação: A e f i các ia das rad iações i on i zan tes depende da i n te ração com o ác ido desox i r r i bonuc lé i co (DNA) . A ação b ioc ida p r imár ia acon tece v ia f o rmação de rad i ca i s l i v res aquosos , após a i n te ração f í s i ca p r imár ia da rad iação i on i zan te com mate r i a l b i o l óg i co . Esses rad i ca i s são ex t remamente rea t i vos e o DNA pode se r a fe tado pe la rad ió l i se da água . O conhec imento da exa ta na tu reza das a l te rações b ioqu ím icas no DNA, que são causados pe la rad iação i on i zan te , não é to ta l . O número de rup tu ras nos f i l amentos do DNA, necessá r i as pa ra causa r a mor te da cé lu la , pode va r i a r mu i to . A capac idade an t im ic rob iana da rad iação i on i zan te se dá p r inc ipa lmente po r mod i f i cações no DNA da cé lu la a l vo .

Risco de expos ição ambienta l : Os l im i tes de expos i ção ocupac iona l à rad iação são es tabe lec idos pe la Comissão Nac iona l de Energ ia Nuc lea r (CNEN) . Recomenda -se o reg i s t ro ocupac iona l de expos i ção á rad iação a t ravés do uso de f i lmes dos imét r i cos , que rep resen tam à dose acumu lada em de te rminado pe r í odo . O acompanhamento c l í n i co e os

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exames l abo ra to r i a i s são fundamenta i s , a f im de assegura r que os l im i tes ado tados não ap resen tem comp l i cações c l í n i cas obse rváve i s . Os dados devem se r reg i s t rados e a rqu ivados po r um per íodo de 25 anos .

DOSIMETROS

Parâmetros de ester i l i zação: O ún i co pa râmet ro a se r con t ro lado no p rocesso é o tempo de expos i ção , i s to é , o tempo duran te o qua l o mate r i a l é p rocessado . Todos os ou t ros pa râmet ros pe rmanecem cons tan tes , o que faz com que a qua l i dade f i que assegurada . A es te r i l i zação po r rad iação é no rma lmente rea l i zada a tempera tu ra amb ien te , po rém e levações de ce rda de 10ºC podem reduz i r acen tuadamente os va lo res D . A umidade e o ox igên io também in f l uenc iam a sens ib i l i dade , po rém uma pequena quant idade de ox igên io é su f i c i en te pa ra assegura r a sens ib i l i dade máx ima .

Processo de ester i l i zação: Rea l i zado em tempera tu ra amb ien te , o tempo de expos i ção depende da concent ração de rad iação , que com seu a l to poder de penet ração , a t ravessa fac i lmente o p lás t i co , o pape l espesso e o pape lão . No rma lmente se u t i l i za em to rno de 2 ,5 Mrad , ou se ja , 25 Kgy .

Observação: Un idade de med ida de rad iação : 1 Mrad (megarad ) = 10 Kgy (k i l og ray ) .

Contro le do processo: O con t ro le da e f i các ia de ta l método é fe i to pe lo uso de i nd i cador b io lóg i co , com Bac i l l u s pumi l l us , na concent ração de 10ºUFC / ind i cador . Con tudo , dev ido à a l ta rep rodut i v idade e ao pequeno número de pa râmet ros que in te r fe rem no p rocesso , u t i l i za - se , na ro t i na d iá r i a , o método de l i be ração po r dos imet r i a . I s to é , uma vez comprovada que a dose de rad iação receb ida pe lo p roduto a t ing iu o va lo r de te rminado como idea l pe lo uso de i nd i cador b io lóg i cos , a con f i ab i l i dade da es te r i l i dade es tá assegurada .

O tempo de permanênc ia de ca ixa f rente à fonte é ca lcu lado a part i r da:

- D i s tânc ia do a r t i go a té a fon te ;- A t i v idade da fon te ;- I n tens idade do a r t i go a se r es te r i l i zado .Recomendações:

No mundo todo , as au to r idades governamenta i s no campo da saúde es tão recomendando o uso de rad iações i on i zan tes em v i s ta de :

Ex igênc ia de pessoa l a l tamente espec ia l i zado , sendo que o responsáve l pe la un idade deve se r um f í s i co . Cont ro le pe rmanente da equ ipe pa ra assegura r a i n teg r idade de sua saúde . S imp l i c idade no p rocesso , po i s p roduto j á sa i es te r i l i zado na emba lagem f i na l . Tempera tu ra amb ien te , como p rocesso a f r i o . Cont ro le da dose no mate r i a l i r rad iado . Ausênc ia de res íduos qu ím icos ou rad ioa t i vos .

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Processo de va l i dação fac i lmente imp lan tado , de fo rma a ga ran t i r a rep rodut i v idade do p roced imento em cond i ções de ro t i na .

11.3 .5 . Ester i l i zação por vapor de ba ixa temperatura e formaldeído gasoso (VBTF)

Def in ição:

É o p rocesso f í s i co - qu ím ico de es te r i l i zação rea l i zado em au toc laves , po r me io da comb inação de so lução de fo rma lde ído a 2%, na p resença de vapor sa tu rado , com tempera tu ra en t re 50 e 60ºC .

Mecanismo de ação: Sua fó rmu la emp í r i ca é HCHO, sendo denominado também fo rma l ina ou fo rmo l . É um gás i nco lo r e i n f l amáve l , quando em concent ração ma io r que 7% no a r , de odor p i can te e i r r i t an te , em concent rações super io res a 1ppm e a l tamente so lúve l em água .

O VBTF po r a lqu i l ação , na qua l a a ldox i l a (CHO- ) do fo rma lde ído a lqu i l a os á tomos de h id rogên io l ábe i s dos rad i ca i s aminos ( -NH² ) , h id rox i l a ( -OH) e ca rbox i l a ( -COOH) das p ro te ínas e ác idos nuc lé i cos m ic rob ianos . Ass im, f o rma pontes met i l ên i cas ou e t i l ên i cas , imped indo que esses componentes v i ta i s cumpram suas funções ce lu la res .

A so lução es te r i l i zan te VBTF é compos ta de 2% de fo rma lde ído , 3% de metano l e 95% de água . Dev ido à fac i l i dade de po l imer i za r - se , o f o rma lde ído é es tab i l i zado com metano l .

Toxic idade: Concent rações gasosas a té 10 ppm (pa r tes po r m i lhão ) causam i r r i t ação da con jun t i va , i r r i t ação da mucosa das membranas , do res de cabeça e fad iga . Concent rações ac ima de 10 ppm provocam d i s tú rb ios de resp i ração , como pneumon ia e edema pu lmonar e hepa t i tes tóx i cas . A ten ta r pa ra os res íduos tóx i cos nos a r t i gos .

Parâmetros de ester i l i zação: t empera tu ra , umidade , p ressão , concent ração e d i s t r i bu i ção do fo rma lde ído no i n te r i o r da câmara e capac idade do gás penet ra r em toda a ca rga .

FasesPré-aquec imento: O c i c l o se i n i c i a rá e fe t i vamente quando as pa redes da câmara t i ve rem a t ing ido a tempera tu ra operac iona l p ré - se lec ionada .Remoção de ar : A remoção do a r é fe i ta po r comb inação de i n jeção de fo rma lde ído , vapor e pu l sos de vácuo . Têm a f i na l i dade de fac i l i t a r a penet ração do vapor e do fo rma lde ído no i n te r i o r dos a r t i gos e da câmara .Ester i l i zação: Quando a a tmos fe ra de vapor e fo rma lde ído se fo rma ex i s te uma tendênc ia ao fo rma lde ído separa r - se e pe rmanecer na pa r te i n fe r i o r , consegue -se , en tão a m is tu ra necessá r i a pa ra o p rocesso .Remoção do gás ou desvapor ização: Pu l sos de vapor de água desminera l i zada são usados pa ra remover o fo rma lde ído da ca rga e da câmara . Secagem: A secagem é fe i ta com vácuo , pa ra remover a umidade da ca rga .

Admissão de ar : Ent rada de a r na câmara , passando pe lo f i l t r o re ten to r de bac té r i as (0 ,2 m ic ra ) .

Fases do processo de ester i l i zação em VBTF

Recomendações:

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Ut i l i za r p re fe renc ia lmente o p rocesso de es te r i l i zação po r VBTF p ra a r t i gos te rmo-sens íve i s compat í ve i s com fo rma lde ídos . Dispor os a r t i gos ve r t i ca lmente nos ces tos e não compac ta - l os . Respe i ta r o vo lume máx imo de p reench imento da câmara , a té 70 a 80% da sua capac idade . Respe i ta r as d imensões máx imas dos paco tes . Se lec ionar os i nvó luc ros compat í ve i s com o p rocesso : pape l g rau c i rú rg i co , comb inação de f i lme p lás t i co e pape l . Precon i za - se a não es te r i l i zação de

a r t i gos que abso rvam grande quant idade de fo rma lde ído como pape l , pape lão e tec idos , pe la d i f i cu ldade de ex t ra i r p roduto impregnado . Autoclave de Formaldeído

11.3 .6 . Ester i l i zação por óx ido de et i leno (ETO)

Concei to : A es te r i l i zação po r me io do óx ido de e t i l eno é um p rocesso f í s i co -qu ím ico de es te r i l i zação , onde o agente u t i l i zado é o gás óx ido de e t i l eno , sendo rea l i zado em au toc lave à tempera tu ra en t re 50 a 60ºC .

Mecanismo de ação: O óx ido de e t i l eno (C2H4O) é um gás i nco lo r , m i sc í ve l em água , ace tona , é te r , benzeno e na ma io r i a dos so lven tes o rgân i cos ; é a l tamente exp los i vo e fac i lmente i n f l amáve l . A so lução es te r i l i zan te é i n f l amáve l e pode exp lod i r na p resença de a r ou ox igên io pu ro , ass im, o uso de m is tu ras com d ióx ido de ca rbono ou h id roca rbonetos c l o ro f l o rados é u t i l i zado , a f im de ev i ta r os r i s cos de exp losão .

Deve -se en fa t i za r a ques tão ad i c i ona l de ex igênc ia de con t ro le de res íduos de óx ido de e t i l eno a n í ve i s de 1 ppm, que também imputam onerosas re fo rmu lações de p lan ta f í s i ca .

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Toxic idade: Cons ide rando a comp lex idade do uso do óx ido de e t i l eno em es te r i l i zação de a r t i gos hosp i ta la res , f o i pub l i cada a Po r ta r i a I n te rmin i s te r i a l 482 que con tém o regu lamento técn i co pa ra p roced imento de es te r i l i zação . O a r t i go 3º es tabe lece que “o l im i te de to le rânc ia de concent ração de óx ido de e t i l eno no amb ien te de t raba lho deve se r de 1 ,8 mg/m³ ou 1 ppm de concent ração no a r , pa ra um d ia no rma l de 8 ho ras” e , no a r t i go 4º , es tabe lece “ a concent ração máx ima permi t i da pa ra expos i ção das pessoas ao gás , po r pe r í odo de 15 m inu tos d iá r i os , em 9 mg/m³ ou 5 ppm” . Em seu a r t i go 5º , a Po r ta r i a a inda “p ro íbe menores , ges tan tes e /ou mu lheres em idade fé r t i l de exerce rem a t i v idades nas sa las de es te r i l i zação , na sa la de ae ração e no depós i to de rec ip ien tes de óx ido de e t i l eno , bem como na á rea de t ra tamento de gás” (BRAS IL , 1999) .

Parâmetros de ester i l i zação: umidade re la t i va , concent ração do gás , t empera tu ra , t empo de expos i ção .

PROCESSO DE ESTERIL IZAÇÂO PELO ETOFASE JUSTIFICATIVA OBSERVAÇÃOEvacuação da câmara

Bombas de vácuo são acionadas para retirar todo o ar de dentro da câmara e conseqüentemente de dentro dos artigos embalados.

O controlador de pressão mantém as bombas de vácuo ligadas até que a pressão de vácuo pré-definida seja atingida.

Umidificação e

aquecimento

Após a evacuação e antes da injeção de gás, o produto no interior da câmara deve ser umidificado e aquecido.

A umidade e o calor são adicionados na forma de vapor porque isso faz com que as bactérias se tornem mais suscetíveis à esterilização pelo ETO.

Injeção de gás

Nesta fase, o gás, na forma de liquido, sai do cilindro (-76ºC) e vai para o volatilizado. No volatilizado, o ETO é transformado em vapor e assim injetado na câmara de esterilização.

O controle da quantidade de gás que é injetada dentro da câmara é realizado através da diferença de pressão e do peso dos cilindros.

Exposição ao gás

A fase de exposição é o período em que efetivamente o gás ETO, na concentração adequada, fica em contato com os produtos e promove a redução microbiológica.

O tempo que cada produto deve ser exposto ao ETO para a esterilização depende do tipo do produto, do material da embalagem. Da facilidade de penetração do gás e da configuração da carga de esterilização.

Evacuação e injeção

de ar.

Quando o tempo de exposição é finalizado, inicia-se a retirada do gás de dentro da câmara através da realização do vácuo. Em seguida, é realizada a injeção de ar comprimido filtrado no interior da câmara. Este processo de evacuação, seguido por injeção de ar comprimido, pode ser realizado varias seguidas.

Ao final desta fase, a câmara retorna a pressão atmosférica e o ciclo é completado.

Sala de A sala de aeração é o local onde os A sala de aeração deve possuir um

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aeração

produtos recém esterilizados são mantidos por tempos pré-definidos até que o gás ETO e seus sub produtos sejam eliminados da superfície dos produtos e atinjam limites máximos de resíduos em correlatos.

sistema de ventilação que realize, no mínimo, 20 trocas de ar por hora e uma temperatura mínima de 30ºC. Quanto maior a temperatura e o número de trocas de ar da sala, maior será a eficiência da aeração dos produtos.

Recomendações:

Ut i l i za r o ETO pa ra a r t i gos te rmo-sens íve i s compat í ve i s com es te p rocesso de es te r i l i zação Atender aos requ i s i t os da l eg i s l ação v igen te sobre i ns ta lação e manuse io de ETO (BRAS IL , 1999) . Es tabe lece r os pa râmet ros de es te r i l i zação de aco rdo com a ca rga dos a r t i gos a se rem es te r i l i zados . Os a r t i gos devem es ta r comp le tamente l impos e secos an tes do empaco tamento . Es tabe lece r métodos de ae ração fo rçada e respe i ta r o tempo necessá r i o pa ra a ae ração dos d i fe ren tes t i pos de a r t i go . Es tabe lece r métodos de con t ro le res idua l de ETO nos a r t i gos p rocessados , de aco rdo com os l im i tes máx imos pe rmi t i dos na l eg i s l ação nac iona l (BRAS IL , 1999) . Se lec ionar os i nvó luc ros compat í ve i s com ETO: pape l g rau c i rú rg i co , comb inação de f i lme p lás t i co e pape l , pape l c repado , tec ido não tec ido . Os requ i s i t os técn i cos e l ega i s pa ra o con t ro le amb ien ta l do ETO des favo recem seu uso em amb ien te hosp i ta la r , po i s ex ige uma p lan ta f í s i ca espec ia l . A p resença de su j i dade pode in ib i r a e fe t i v idade da es te r i l i zação e l í qu idos podem produz i r res íduos tóx i cos que não são remov idos pe la ae ração (AORN, 1997) . A aeração fo rçada é impor tan te , po rque res íduos de óx ido de e t i l eno ou seus subprodutos podem promover ação cancer ígena . O tempo de ae ração va r i a de aco rdo com a compos i ção , o tamanho do paco te e o t i po de emba lagem.

11.3 .7 . Ester i l i zação por P lasma de Peróx ido de Hidrogênio

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Def in ição: É o p rocesso f í s i co -qu ím ico rea l i zado po r me io de au toc lave p róp r ia (S te r rad ) , que ge ra p lasma a t ravés do subs t ra to de pe róx ido de h id rogên io bombardeado po r ondas de rád io f reqüênc ia . O e fe i to l e ta l é p roduz ido po r rad i ca i s l i v res rea t i vos que matam os m ic ro rgan i smos , i nc lu indo os esporos . O p lasma tem s ido chamado de quar to es tado da maté r i a , d i f e ren te dos ou t ros es tados : l i qu ido , só l i do e gasoso . O p lasma é de f in ido como uma nuvem de í ons , e lé t rons e pa r t í cu las neu t ras , mu i tas das qua i s em fo rma de rad i ca i s l i v res , as qua i s são a l tamente rea t i vas . São exemp los da fo rmação do gás p lasma: au ro ra bo rea l ( l uz do no r te ) , desca rga de um ra io , l uz a r t i f i c i a l de tubos de néon ( l uz f r i a ) (CASSOLA; MAT INHO, 1997) . Es te p rocesso de es te r i l i zação ap resen ta a van tagem de fo rmação de p rodutos não tóx i cos a pa r t i r da decompos i ção do pe róx ido de h id rogên io : água e ox igên io .

Mecanismo de ação: Sua fo rma emp í r i ca é H2O2 . O p lasma fo rmado do pe róx ido de h id rogên io é compos to de rad i ca i s l i v res de r i vados das h id rox i l as (OH) e ou t ras fo rmas qu ím icas , como água (H2O) , ox igên io nascen te (O ) e p ró tons l i v res (H ) , com a l to poder de reação , que i n te ragem com as membranas ce lu la res dos m ic roo rgan i smos , deses t ru tu rando -os . Tem ação bac te r i c ida , espor i c ida , fung i c ida e v i ruc ida comprovada po r tes tes ace i tos i n te rnac iona lmente , pa ra a va l i dação de agentes qu ím icos des in fe tan tes e es te r i l i zan tes .

Os rad i ca i s l i v res ge rados no p lasma de pe róx ido de h id rogên io ap resen tam-se com ca rgas negat i vas e pos i t i vas exc i tadas , que tendem a se o rgan i za r , i n te rag indo com mo lécu las essenc ia i s ao metabo l i smo e à rep rodução mic rob ianos , l i gando -se , de mane i ra espec í f i ca , às enz imas , f os fo l i p ídeos , DNA , RNA e e tc . Essa reação qu ím ica é

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ex t remamente ráp ida , v i ab i l i zando o p rocesso de es te r i l i zação e , cu r to espaço de tempo .Toxic idade: O pe róx ido de h id rogên io tem menos r i s co de expos i ção ocupac iona l e amb ien ta l , não ap resen ta res íduos tóx i cos , ge rando apenas água . O p rocesso de es te r i l i zação é fe i to à ba ixa tempera tu ra e p ressão a tmos fé r i ca , o que d im inu i a poss ib i l i dade de vazamento .

Parâmetro do processo: t empera tu ra , p ressão e concent ração de pe róx ido de h id rogên io no i n te r i o r da câmara (1 ,8 m l ) . Todo p rocesso de es te r i l i zação ex ige con t ro les pa ra ga ran t i r a qua l i dade da es te r i l i zação .

O es te r i l i zador po r pe róx ido func iona num c i c l o au tomát i co f i xo con t ro lado po r um mic rop rocessador , onde todos os p r inc ipa i s pa râmet ros do p rocesso de es te r i l i zação são superv i s i onados du ran te o func ionamento do equ ipamento e , ao f i na l de cada c i c l o , ob têm-se um reg i s t ro impresso dos pa râmet ros envo lv idos no p rocesso .

Contro les do Processo de Ester i l i zação

a) Cont ro les qu ím icos :

C lasse I . I nd i cador de p rocesso ( I SSO 11140 -1 , 1995) : é um s i s tema qu ím ico ap l i cado a um subs t ra to ( t i r as de pape l ) ou impressos na emba lagem, que muda de co lo ração ou es tado f í s i co quando submet ido às cond i ções de es te r i l i zação ao p lasma de h id rogên io , passando da co r ve rme lha pa ra amare la . U t i l i za - se com a f i na l i dade de demons t ra r que o a r t i go fo i expos to ao p rocesso de es te r i l i zação e d i s t i ngu i r en t re a r t i gos p rocessados e não p rocessados . Recomenda -se u t i l i za r em todos os paco tes , com tamanho da f i t a , no m ín imo , 5 cm, ou se ja , 3 l i s t ras comp le tas .

C lasse IV . I nd i cador mu l t i pa ramét r i co ( I SSO 11140 -1 , 1995) : cons t i tu ído de uma t i ra p lás t i ca e f i t a ades iva de Tyvek , impregnado com t in ta espec ia l que muda de co lo ração quando expos ta às cond i ções essenc ia i s a i p rocesso de es te r i l i zação .Recomenda -se u t i l i za r em todos os paco tes . Co loca r i nd i cador , p re fe renc ia lmente , no l oca l de ma io r d i f i cu ldade de penet ração do p lasma peróx ido de h id rogên io . A mudança na co lo ração de ve rme lho pa ra amare lo i nd i ca que oco r reu expos i ção ao vapor de pe róx ido de h id rogên io . Quando oco r re r a co lo ração não un i fo rme do i nd i cador , não se deve u t i l i za r o a r t i go , necess i tando submetê - l o novamente ao p rocesso de es te r i l i zação .

b ) Cont ro le B io lóg i co :

Dete rminado a t ravés de cu l tu ra de i nd i cadores b io lóg i cos e tes tes de es te r i l i dade nos p rodutos (opc iona l ) , u t i l i zado pa ra o con t ro le da e f i các ia do p rocesso de es te r i l i zação .

O c i c l o de es te r i l i zação é rea l i zado em, ap rox imadamente , 51 m inu tos pa ra o c i c l o cu r to e 72 m inu tos pa ra o c i c l o l ongo , sendo compos to po r 8 fases .

Segue em quadro aba ixo , o c i c l o do p rocesso de es te r i l i zação po r me io de p lasma de pe róx ido de h id rogên io .

FASE JUSTIF ICATIVA

Vácuo O es te r i l i zador c r i a um vácuo de a té 0 ,3 To r r (ou 300 mTor r ) , onde 99 ,94% do a r é remov ido da câmara . E le de ixa apenas 1 ,68x10² ¹ mo lécu las no a r den t ro da câmara . Es ta fase du ra ce rca de 5 a 10 m inu tos ; po rém, se den t ro de 20 m inu tos não

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at ing i r 300 mTor r , o c i c l o se rá cance lado au tomat i camente , podendo va r i a r dependendo do t i po de ca rga , na p resença de umidade ou res íduos vo lá te i s , oco r rendo p revent i vamente o cance lamento do c i c l o .

In jeção 1

Quando a p ressão da câmara a t ing i r 300 mTor r , e es tando a uma tempera tu ra m ín ima de 42ºC , o pe róx ido de h id rogên io (1 ,8 m l a 58%) é i n j e tado , vapor i zado , pa ra den t ro da câmara . A concent ração f i na l den t ro da câmara é 6 ,0 mg/ l i t ro , a p ressão den t ro da câmara deve sub i r e pe rmanecer num l im i te en t re 6 ,0 a 12 ,0 To r r , caso con t rá r i o , o c i c l o se rá cance lado au tomat i camente . Es ta fase du ra 2 m inu tos e assegura tempo e concent ração de pe róx ido de h id rogên io su f i c i en te pa ra o i n i c i o da fase segu in te , onde é ob t ido o fa to r de segurança de es te r i l i zação p rev i s to .

Plasma 1

Como resu l tado da i n jeção e d i fusão do pe róx ido de h id rogên io na fo rma gasosa , a p ressão den t ro da câmara no f i na l da d i fusão pe rmanece demas iadamente e levada (500 mTor r ) pa ra a fo rmação de p lasma a ba ixa tempera tu ra . Po r i s so , ex i s te uma redução da p ressão ao f i na l da fase an te r i o r , pe rmi t i ndo ass im a fo rmação do p lasma , med ian te a ap l i cação de energ ia de rad io f reqüênc ia no e le t rodo da câmara . Es ta fase du ra 6 m inu tos .

In jeção 2

Quando a p ressão a t inge 0 ,3 To r r e , es tando à tempera tu ra m ín ima de 42ºC , o con teúdo de uma ampo la de pe róx ido de h id rogên io é i n j e tado na câmara de es te r i l i zação , sob fo rma de vapor . Es ta fase du ra 6 m inu tos .

Difusão

O vapor de pe róx ido de h id rogên io d i funde na ca rga a se r es te r i l i zada e a p ressão den t ro da câmara deve pe rmanecer en t re 6 ,0 a 14 ,0 To r r ; f o ra des tes l im i tes o c i c l o se rá cance lado au tomat i camente . No f i na l da d i fusão , nos do i s ú l t imos m inu tos , a bomba de vácuo en t ra novamente em ação pa ra re t i ra r o excesso de vapor de pe róx ido de h id rogên io , mantendo uma p ressão den t ro da câmara de 500 mTor r . Es ta fase du ra 6 m inu tos .

Plasma 2

Quando a câmara a t inge a p ressão de 500 mTor r , é ac ionado o Gerador de Rád io F reqüênc ia pa ra fo rmar o p lasma dent ro da câmara ; a p ressão é mant ida numa fa i xa de 475 a 525 mTor r , sendo que fo ra des tes l im i tes o c i c l o se rá cance lado au tomat i camente . Es ta fase du ra 6 m inu tos .

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Page 46: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Vent i lação

A energ ia de rad io f reqüênc ia é i n te r romp ida ao f i na l da fase de p lasma , passando -se pa ra a fase de ven t i l ação . Es ta fase possu i duas fases de i n jeção de a r , o que pe rmi te à câmara re to rna r à p ressão a tmos fé r i ca num per íodo de 1 m inu to . O a r i n j e tado é f i l t r ado po r f i l t r o HEPA (99 ,97%) , p rev ine recon taminação das emba lagens . O c i c l o de es te r i l i zação é au tomat i zado e computador i zado ; o p rocesso se au tocon t ro la a t ravés de l im i tes de p ressão p ré -de f in idos em todas as fases do c i c l o . Desse modo , pode -se ga ran t i r a rep rodut ib i l i dade do p rocesso e a de tecção p rév ia de fa lhas que possam oco r re r du ran te o c i c l o de es te r i l i zação .

Recomendações:

Ut i l i za r a es te r i l i zação po r p lasma de pe róx ido de h id rogên io pa ra a r t i gos te rmo-sens íve i s e compat í ve i s com o p rocesso . Ut i l i za r adaptadores ( “boos te r” ) pa ra ga ran t i r o p rocesso de es te r i l i zação da pa r te i n te rna dos l umens ma i s es t re i tos e l ongos . Se lec ionar os i nvó luc ros compat í ve i s com o p rocesso : t yvek s i l i con i zado (po l i o l e f i nas expand idas ) , my la r (po l i e t i l eno em uma t r i p l a camada) e manta de po l i p rop i l eno .

11.3 .8 Ester i l i zação por G lutara lde ído

Def in ição: O g lu ta ra lde ído é um d ia lde ído sa tu rado , com po ten te ação b ioc ida , podendo se r u t i l i zado pa ra es te r i l i zação qu ím ica de a r t i gos méd ico -hosp i ta la res te rmo-sens íve i s (RUTALA , 1993 ; RUTALA , 1996) . Deve se r u t i l i zado na es te r i l i zação ou des in fecção de a l to n í ve l pa ra a r t i gos te rmo-sens íve i s , ou se ja , que não possam se r es te r i l i zados pe los métodos f í s i cos t rad i c i ona i s e nas s i tuações em que os métodos f í s i co -qu ím icos não es te jam d i spon íve i s .

Os a r t i gos p rocessados em g lu ta ra lde ído não podem se r a rmazenados , mesmo em rec ip ien te es té r i l , po i s co r rem o r i s co de recon taminação (SOBECC, 2000) .

Mecanismo de ação: O g lu ta ra lde ído tem a t i v idade bac te r i c ida , v i ruc ida , fung i c ida e espor i c ida . A a t i v idade b ioc ida é conseqüente da a lqu i l ação dos g rupos su l f i d r i l a , h id rox i l a , ca rbox i l a e amino , a l te rando o DNA, o RNA e a s ín tese p ro té i ca dos m ic ro rgan i smos (RUTALA , 1996) . A a t i v idade espor i c ida deve - se às reações com a super f í c i e ex te rna dos esporos , p rovocando o en r i j ec imento da pa rede e conseqüentemente a mor te do esporo .

Toxic idade: A expos i ção ao vapor de g lu ta ra lde ído pode oco r re r du ran te o p rocessamento dos a r t i gos . O l im i te máx imo de g lu ta ra lde ído no a r é de 0 ,2 ppm; nes ta concent ração pode oco r re r i r r i t ação dos o lhos , na r i z ou ga rganta ; s i n tomas que poderão se r m in im izados com amb ien te adequadamente ven t i l ado e u t i l i zação de EP I .

Parâmetros do processo: tempera tu ra amb ien te ; tempo de expos i ção de 8 a 10 ho ras de imersão do a r t i go na so lução ou con fo rme a o r i en tação do fab r i can te .

Recomendações:

Es te r i l i zação de a r t i gos méd icos hosp i ta la res te rmo-sens íve i s , segu indo pa râmet ros do p rocesso .

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Page 47: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

Ut i l i za r es te método de es te r i l i zação só nas s i tuações em que não há ou t ro recu rso d i spon íve l . At i va r a so lução de g lu ta ra lde ído , u t i l i zando f rasco a t i vador que vem jun to ao p roduto ou con fo rme o r i en tação do fab r i can te . No rma lmente , es ta so lução tem va l i dade de 14 e /ou 21 d ias , sendo necessá r i o da ta r após a a t i vação , usando luvas de p roced imento pa ra a rea l i zação des ta ta re fa . Ut i l i za r um rec ip ien te , p re fe renc ia lmente de p lás t i co ou v id ro com tampa , es té r i l ; co loca r a so lução a t i vada nes te rec ip ien te , com técn i ca assép t i ca e faze r uso de EP I s (aven ta l , másca ra , ócu los e l uvas ) . Rea l i za r l impeza e secagem do a r t i go se lec ionado e emerg i - l o to ta lmente na so lução de g lu ta ra lde ído ; tampar o rec ip ien te e reg i s t ra r o ho rá r i o de i n i c i o e té rmino da es te r i l i zação , ou se ja , o tempo de imersão de 10 ho ras . É recomendado que o manuse io des ta so lução se ja rea l i zado com vent i l ação adequada . Ao té rmino do tempo de te rminado , ab r i r o rec ip ien te , enxaguar o a r t i go abundantemente com água es té r i l e seca r assep t i camente . Es te p rocesso deve se r rea l i zado po r um func ionár io u t i l i zando EP I e i nc lus i ve ócu los . Ut i l i za r imed ia tamente o mate r i a l , po i s o mesmo não deve se r a rmazenado dev ido ao r i s co de recon taminação . Rea l i za r con t ro le de qua l i dade da so lução , po r me io do uso de i nd i cadores qu ím icos p róp r i os ex i s ten tes no mercado e que podem se r adqu i r i dos com o fab r i can te da so lução . O tes te com ind i cadores qu ím icos deve se r rea l i zado a cada uso da so lução . A so lução deve se r desp rezada na da ta de va l i dade exp i rada e /ou se fo r cons ta tado , a t ravés dos i nd i cadores qu ím icos , que a so lução não es tá em cond i ções de uso . Ta l f a to pode oco r re r depo i s da con taminação da so lução ou s imp lesmente depo i s da imersão de a r t i gos con tendo go t í cu las de água , que a l te ra rão sua concent ração . Despreza r o p roduto em esgo to com g rande quant idade de água , como desca rga de vaso san i tá r i o , a f im de p romover a degradação do mesmo.

Observação: Pode se r rea l i zado o p rocesso de des in fecção com es ta so lução . Os passos e as recomendações são as mesmas , po rém os a r t i gos deverão f i ca r em imersão du ran te 30 m inu tos ou con fo rme as recomendações do fab r i can te .

11.3 .9 . Ester i l i zação por Ác ido Peracét ico

Def in ição: O ác ido pe racé t i co é um perox ida to , reconhec ido como um po ten te agente m ic rob i c ida , que ap resen ta ráp ida ação sobre todas as fo rmas de v ida de m ic ro rgan i smos , mesmo a ba ixas concent rações (0 ,001 a 0 ,2%) , tendo s ido cons ide rado como uma a l te rna t i va e f i caz e segura , quando comparado ao g lu ta ra lde ído . É um método de es te r i l i zação de d i f í c i l mon i to r i zação , quanto à sua e fe t i v idade . Res íduos de água do enxágüe nos a r t i gos a se rem p rocessados podem d i l u i r o p roduto , reduz indo a concent ração do agente . Dessa fo rma , es te método deve se r u t i l i zado quando não houver ou t ro método d i spon íve l .

Mecanismo de ação: É deco r ren te da reação das l i gações S -S (pon tes de su l fe to ) e S -H ( su l fe to e h id rogên io ) da membrana ce lu la r , do con teúdo c i top lasmát i co e do mate r i a l genét i co , ox idando enz imas essenc ia i s pa ra as reações b ioqu ím icas de sobrev ivênc ia e rep rodução dos m ic ro rgan i smos .

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Page 48: Apostila de Processo de Trabalho Em Central de Material Esterilizado

O ác ido pe racé t i co é um componente de uma equ i l i b rada m is tu ra en t re ác ido acé t i co , pe róx ido de h id rogên io e água . Seu mecan i smo de ação bac te r i c ida é s im i l a r ao do pe róx ido de h id rogên io .

Toxidade: Po r se r l i v re de a lde ídos , não possu i padrão de expos i ção ocupac iona l , d im inu indo ass im, os r i s cos po r evaporação pa ra os s i s temas resp i ra tó r i os e pa ra a mucosa ce lu la r .

Recomendações:

Rea l i za r o p rocesso a t ravés da imersão to ta l dos a r t i gos em so lução de ác ido pe racé t i co à tempera tu ra amb ien te , u t i l i zando -se esse método apenas pa ra mate r i a i s te rmosens íve i s e quando não houver ou t ros métodos d i spon íve i s . Se lec ionar os a r t i gos compat í ve i s com o ác ido pe racé t i co e com o pe róx ido de h id rogên io . Após a l impeza , secagem, e i nspeção dos a r t i gos , imerg i - l o s comp le tamente no agente qu ím ico , de aco rdo com tempo recomendado pe lo fab r i can te : 60 m inu tos pa ra es te r i l i zação e 10 m inu tos pa ra des in fecção de a l to n í ve l . Após o tempo de expos i ção , enxaguar os a r t i gos com técn i ca assép t i ca em água es te r i l i zada . Ut i l i za r imed ia tamente o a r t i go , não a rmazenando -o , po i s mesmo em rec ip ien tes es té re i s o r i co de recon taminação é mu i to a l to .

11.3 .10. Ester i l i zação por Past i lhas de Paraformaldeído

Def in ição: É o p rocesso de es te r i l i zação a t ravés de pas t i l has de pa ra fo rma lde ído , cu jo p r inc ip io a t i vo é o fo rma lde ído . Embora o fo rma lde ído se ja um p r inc ip io a t i vo reconhec idamente es te r i l i zan te , a u t i l i zação do p rocesso de es te r i l i zação a t ravés das pas t i l has é um recurso obso le to , sendo que recomendações a tua i s de ó rgãos i n te rnac iona i s não ap resen tam ind i cações pa ra es te t i po de p rocesso (AORN, 1997) , po i s a lem de t raze r r i s cos ocupac iona i s , há d i f i cu ldades de con t ro le e de va l i dação do p rocesso de es te r i l i zação .Mecanismo de ação: Em concent rações super io res a 20 mg/ l , o f o rma lde ído po l imer i za - se à tempera tu ra amb ien te , dando o r igem a um p rec ip i tado b ranco que é o pa ra fo rma lde ído , conservando o odor e as p rop r iedades i r r i t an tes ao gás . Es te po l ímero l i be ra fo rma lde ído , t an to à tempera tu ra amb ien te , quanto sob aquec imento (SOBECC, 2000) .

Parâmetros do processo:

Concent ração de 3%, ou se ja , 3 g ramas de pas t i l has de pa ra fo rma lde ído pa ra cada 100cm³ do vo lume do rec ip ien te ; Tempera tu ra da es tu fa de 50ºC Tempo de expos i ção de 4 ho ras ; Umidade re la t i va de 100%, ob t ida com a co locação de um chumaço de a lgodão mo lhado com 3 a 5 m l de água des t i l ada no rec ip ien te (SOBECC, 2000) .

Recomendações:

Ut i l i za r o pa ra fo rma lde ído somente pa ra a r t i gos te rmo-sens íve i s , nas s i tuações em que ou t ros recu rsos não es te jam d i spon íve i s . Obedecer as recomendações m ín imas , con fo rme pa râmet ros do p rocesso . Ut i l i za r EP I s ao re t i ra r o rec ip ien te da es tu fa , ao ab r i - l o . Promover enxágüe do a r t i go com água es té r i l pa ra remoção dos res íduos de fo rma lde ído e seca r assep t i camente .

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Usar o mate r i a l imed ia tamente após o p rocesso de es te r i l i zação , não a rmazenando -o . A es tocagem dos a r t i gos não é recomendada , po i s , a l ém do r i s co de recon taminação , o vapor p rovocado pe las pas t i l has úmidas é co r ros i vo .

12. RECOMENDAÇÕES PARA ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DOS ARTIGOS ESTERIL IZADOS

Def in ição e ob jet ivos

A á rea de es tocagem deve fac i l i t a r a l oca l i zação do i t em e mante r a i n teg r idade da es te r i l i zação do con teúdo .

Just i f i cat iva

Ao f i na l do p rocesso de es te r i l i zação a vapor , apesa r do tempo adequado de secagem, os i t ens podem a inda con te r a lguma quant idade de vapor . Ass im sendo , toca r nos i t ens nes te es tág io vu lne ráve l pode compromete r a p rop r iedade de ba r re i ra dos i nvó luc ros . O con ta to de i t ens quentes com super f í c i es f r i a s pode causa r condensação do vapor , t an to fo ra como dent ro dos paco tes e es te l í qu ido pode fo rnecer um caminho po r onde mic ro rgan i smos podem penet ra r nos a r t i gos (AORN, 1997) .

O uso de p ra te le i ras fechadas ou cober tu ras sob re os paco tes é dese jáve l . Con tudo , p ra te le i ras aber tas podem se r u t i l i zadas , devendo merecer ma io r a tenção no que se re fe re ao con t ro le de f l uxo de pessoa l , à l impeza e à ven t i l ação . Espaço adequado nas p ra te le i ras e d i s tânc ia de te to , p i so e pa redes são necessá r i os pa ra pe rmi t i r a c i r cu lação de a r e p reven i r o con ta to en t re os i t ens es té re i s e o condensado , que pode fo rmar - se nas super f í c i es de es t ru tu ras de a l venar ia .

Recomendações:

Manusear os paco tes quando es t i ve rem comp le tamente f r i o s an tes de se rem es tocados ou remov idos do ca r ro do es te r i l i zador . Es toca r os a r t i gos em á rea de acesso res t r i t o , separadamente de a r t i gos não es té re i s , em amb ien te bem vent i l ado e com con t ro le de tempera tu ra (em to rno de 25ºC) e umidade re la t i va (en t re 30 e 60%) . Pro teger os a r t i gos de con taminação , danos f í s i cos e pe rda du ran te o t ranspor te , u t i l i zando rec ip ien te r í g ido ou saco p lás t i co impermeáve l .

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Cons ide ra r como con taminados os paco tes que ca í rem no chão ou es t i ve rem compr im idos , t o rc idos ou úmidos . Es toca r a r t i gos es té re i s a d i s tanc ia de 20 a 25 cm do p i so , 45 cm do te to e 5 cm das pa redes . Es toca r os a r t i gos , de modo a não compr im i r , t o rce r , pe r fu ra r e não compromete r a es te r i l i dade , pe rmanecendo l onge da umidade . E fe tua r i nven tá r i o pe r i ód i co sob re os a r t i gos es tocados , sendo que qua lquer anorma l idade deverá se r dev idamente esc la rec ida . Guardar e d i s t r i bu i r os a r t i gos do es toque obedecendo à o rdem c rono lóg i ca de seus l o tes de es te r i l i zação , ou se ja , l i be ra r dos l o tes ma i s an t igos an tes dos ma i s novos . Es toca r os a r t i gos em á rea que tenha cond ições de segurança pa t r imon ia l con t ra ex t rav ios . E fe tua r i nspeção pe r i ód i ca dos a r t i gos es tocados pa ra ve r i f i cação de qua lquer degradação v i s í ve l . Ver i f i ca r se os a r t i gos con t inuam sob ga ran t i a de seus p razos de va l i dade . Es tabe lece r f reqüênc ia de l impeza d iá r i a da á rea de es toque . Es tabe lece r cond i ções i dea i s de empaco tamento . Não u t i l i za r a r t i gos que ap resen tem as segu in tes a l te rações : pape l g rau c i rú rg i co amassado , i nvó luc ros que ap resen tem umidade ou com manchas , i nvó luc ro em não tec ido com desprend imento de pa r t í cu las , suspe i ta de aber tu ra do i nvó luc ro e p resença de su j i dade ; Observa r a ten tamente o p razo de va l i dade fo rnec ido pe lo fab r i can te da emba lagem, ev i tando u l t rapassa r es te l im i te , uma vez que o p razo dado pe lo fab r i can te da emba lagem s ign i f i ca ga ran t i a assegurada de sua u t i l i zação em per fe i tas cond i ções . Prop i c i a r cond i ções i dea i s pa ra emba lagem e a rmazenamento , i s to é , ga ran t i r que todos os p rocessos ( l impeza , des in fecção e es te r i l i zação ) se jam va l i dados (AORN, 1999) . Pro teger os a r t i gos de modo a ev i ta r a con taminação duran te o t ranspor te . Adota r s i s tema de reg i s t ro pa ra con t ro le de d i s t r i bu i ção dos a r t i gos es te r i l i zados . Es tabe lece r f reqüênc ia d iá r i a pa ra l impeza dos ca r ros ou ca ixas de t ranspor te .

13. RECOMENDAÇÕES PARA VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTERIL IZAÇÃO

Def in ição: Va l i dação é o p roced imento documentado pa ra ob tenção de reg i s t ro e i n te rp re tação de resu l tados dese jados pa ra o es tabe lec imento de um p rocesso , que devera cons i s ten temente fo rnecer p rodutos , cumpr indo espec i f i cações p ré de te rminadas . A va l i dação do p rocesso de es te r i l i zação deve con f i rmar que a l e ta l i dade do c i c l o de es te r i l i zação se ja su f i c i en te pa ra ga ran t i r uma p robab i l i dade de sobrev ida m ic rob iana não super io r a 1x10 e levado a -6 .

Etapas da va l idação

1. Qual i f i cação do pro jeto: tem como ob je t i vo con fe r i r se todos os componentes das i ns ta lações a tendem as espec ia l i zações do p ro je to so l i c i t ado pe lo fab r i can te .

Deve -se con fe r i r as segu in tes i ns ta lações : ven t i l ação , energ ia e lé t r i ca , d imensões e peso do equ ipamento , de aco rdo com os documentos de sua aqu i s i ção .

2. Qual i f i cação da insta lação: r e fe re - se à montagem do equ ipamento no l oca l da i ns t i tu i ção , ve r i f i cando a func iona l i dade do l oca l p ro je tado , as tubu lações h id ráu l i cas , a rede e lé t r i ca e o

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desaguamento com s i s tema s in fôn i co , a f im de ev i ta r o re to rno da água pa ra o equ ipamento .

Todos esses dados devem se r reg i s t rados em ins t rumentos p róp r i os , que se rv i rão de documentos l ega i s .

3. Qual i f i cação da operação de ester i l i zação:Observa r o func ionamento dos pa râmet ros do equ ipamento , que devem se r cons ide rados na va l i dação da es te r i l i zação :- f unc ionamento de manômet ro e vá lvu las- i n teg r idade câmara- vazamentos- te rmos ta to- tempo de es tág ios do p rocesso- tempera tu ra- umidade re la t i va- p ressão da câmara- concent ração do agente es te r i l i zan te- pu l sos do agente es te r i l i zan te- tempo de expos i ção dos a r t i gos ao agente es te r i l i zan te- evacuação do agente es te r i l i zan te- tempo de ae ração- tempo do c i c l o comp le to- consumo do agente es te r i l i zan te po r c i c l o .

Observa r os reg i s t ros de m ic rop rocessadores , con fo rme o p ro je to do fab r i can te . Observa r o func ionamento dos a la rmes . Cont ro la r os i nsumos de es te r i l i zação u t i l i zados nos d i fe ren tes p rocessos . F ina lmente , o p rocesso de es te r i l i zação deve es ta r de aco rdo com todos os seus pa râmet ros , segundo as espec i f i cações do fab r i can te .

Monitoramento em impressora do processo de esterilização

Recomendações:

Es tabe lece r p ro toco los de manutenção p revent i va , de aco rdo com a recomendação do fab r i can te e em con jun to com o se rv i ço de engenhar ia e manutenção do hosp i ta l . Es tes p ro toco los devem se r esc r i t os , d i spon íve i s no se rv i ço e d i sc r im ina r p roced imentos de

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manutenção d iá r i os , mensa i s , t r imensa i s , semes t ra i s e anua i s de aco rdo com as o r i en tações do fab r i can te (APEC IH , 1998) . Es tabe lece r s i s temas de reg i s t ro e con t ro le do p rocesso de es te r i l i zação .

4. Qual i f i cação do desempenho do equipamento: é rea l i zada a t ravés de sucess i vas es te r i l i zações , nas qua i s se submete um mesmo número de a r t i gos méd ico -hosp i ta la res e m ic ro rgan i smos conhec idos aos pa râmet ros do equ ipamento , com o ob je t i vo de ve r i f i ca r a e f i các ia do p rocesso de es te r i l i zação .

A qua l i f i cação do desempenho é fe i ta da segu in te mane i ra :

- f aze r se leção e acond i c i onamento de todos os a r t i gos méd ico -hosp i ta la res que se rão submet idos ao p rocesso de es te r i l i zação , exce to aque les que são compat í ve i s com o p rocesso- f aze r a de te rminação dos pa râmet ros do c i c l o de es te r i l i zação a se rem u t i l i zados , con fo rme ca l i b ração do equ ipamento , de aco rdo com a espec i f i cação do fab r i can te ;- f aze r a d i s t r i bu i ção dos i nd i cadores qu ím icos e b io lóg i cos nas ca rgas , a f im de rea l i za r con t ro les pa ra ve r i f i ca r a e f i các ia no p rocesso de es te r i l i zação .

Os con t ro les do p rocesso de es te r i l i zação podem se r rea l i zados po r me io das segu in tes fo rmas :

a) Contro les qu ímicos:

Ind icadores qu ímicos

São s i s temas que reve lam a chance de fa lha em um ou ma i s pa râmet ros de um p rocesso p ré -de f in ido , baseando -se numa mudança qu ím ica ou f í s i ca , resu l tan te da expos i ção do i nd i cador ao p rocesso .

Ind i cador de p rocessamento

Bow ie -D i ck

Segundo a I n te rna t i ona l O rgan i za t i on fo r S tandard i za t i on ( I SO 11 .140) , os i nd i cadores qu ím icos podem se r c l ass i f i cados em:

C lasse 1 Ind i cador de p rocessamento

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C lasse 2 Ind i cador pa ra tes te espec i f i co Bow ie -D i ckC lasse 3 Ind i cador de pa râmet ro ún i coC lasse 4 Ind i cador mu l t i pa ramét r i coC lasse 5 Ind i cadores i n teg radoresC lasse 6 Ind i cadores s imu ladores

I nd i cador mu l t i pa ramét r i co

b) Contro les microbio lóg icos:

Ind icadores b io lóg icos são ca rac te r i zados po r uma p reparação padron i zada de esporos bac te r i anos p ro je tados pa ra p roduz i r suspensões con tendo 10 e levado a 6 esporos po r un idade de pape l f i l t r o . As espéc ies bac te r i anas usadas nos i nd i cadores b io lóg i cos são d i fe ren tes de aco rdo com o p rocesso de es te r i l i zação .

Deve -se d i s t r i bu i r um ind i cador em cada can to da câmara do equ ipamento e um no cen t ro da câmara , de ixando um ind i cador de fo ra como con t ro le . Após a es te r i l i zação , os tes tes devem se r i ncubados no pe r í odo de tempo de 24 , 48 ou 72 ho ras , con fo rme a o r i en tação do fab r i can te .

Incubadores Esporos

Testes microbio lóg icos para ava l iar a penetração do agente ester i l i zante: u t i l i za - se um d i spos i t i vo de tes te es tandard i zado , cons t i tu ído po r um ca te te r de te f l on com 1 ,5 met ro de compr imento , 2 mm de d iâmet ro i n te rno e 0 ,5 mm de pa rede . A lém de se r aber to em uma das ex t remidades , no f i na l da ou t ra ex i s te uma câmara se lada pa ra acond i c i onar um ind i cador qu ím ico ou b io lóg i co . Ta l d i spos i t i vo é l a rgamente u t i l i zado pa ra ve r i f i ca r a e f i các ia do p rocesso de es te r i l i zação .

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c) Contro le res idual do agente ester i l i zante em processo de ester i l i zação química: deve se r u t i l i zado de aco rdo com as o r i en tações das Normas In te rnac iona i s ou das Po r ta r i as do M in i s té r i o da Saúde .

d) Testes de ester i l idade dos art igos: t i pos de tes tes : i nocu lação d i re ta , po r me io de cu l tu ra d i re ta do a r t i go e i nocu lação i nd i re ta , usada pa ra a r t i gos de d imensões e levadas .

e) Real ização de c ic los de ester i l i zação completos consecut ivos: cons i s te em rea l i za r um c i c l o de es te r i l i zação com a câmara vaz ia e ou t ro com a câmara che ia , reg i s t rando -se todos os pa râmet ros f í s i cos e con t ro les de es te r i l i dade em ins t rumentos p róp r i os .

4. Manutenção da va l idação

Recomendações:

Rea l i za r manutenção p revent i va mensa lmente . Proceder á mon i to ração ro t ine i ra com b io i nd i cadores . Reg i s t ra r os pa râmet ros f í s i cos e qu ím icos . Fazer d ia r i amente os tes tes qu ím icos com in teg radores e Bow ie -D i ck .

5. Reval idação

Recomendações:

Deve se r rea l i zada anua lmente . Reva l i da r a cada mudança de p rocesso . Reva l i da r d ian te de mudanças no a r t i go ou na emba lagem, que possam a fe ta r o p rocesso de es te r i l i zação .

14. CONTROLE E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTRELIZAÇÃO

Def in ição: O con t ro le de es te r i l i zação envo lve todos os métodos de mon i to r i zação f í s i ca , qu ím ica e b io lóg i ca o requer documentação s i s temat i zada sua ap l i cação , pa ra assegura r a e f i các ia dos p rocessos de es te r i l i zação u t i l i zados no se rv i ço e documenta r as e tapas do p rocessamento . Cons i s te na observação s i s temat i zada , de ta lhada e documentada de todas as ro t i nas e p roced imentos re la t i vos ao p rocessamento de a r t i gos odonto -méd ico -hosp i ta la res .

a) Quanto aos processos deve - se reg i s t ra r :

O resu l tado do tes te de Bow ie -D i ck no p r ime i ro c i c l o do d ia , pa ra os equ ipamentos ass i s t i dos po r bomba de vácuo . O número do l o te , podendo a numeração se r a t r i bu ída po r p lan tão , po r d ia , po r semana , po r mês ou po r ano , de aco rdo com o que fo r es tabe lec ido pe la i ns t i tu i ção O con teúdo qua l i t a t i vo e quant i ta t i vo do l o te . Os pa râmet ros f í s i cos de cada p rocesso . O nome do operador responsáve l pe lo p rocesso . O resu l tado dos i nd i cadores b io lóg i cos . O resu l tado dos i nd i cadores qu ím icos , quando per t i nen te . O resu l tado do tes te de he rmet i c idade , caso tenha s ido rea l i zado . Qua i squer i n te rco r rênc ia oco r r i das du ran te o c i c l o e condutas tomadas .

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b) Quanto às manutenções:

A manutenção p revent i va deve se r execu tada segundo um p ro toco lo p ré es tabe lec ido e desc r i t a de aco rdo com as o r i en tações recomendadas pe lo fab r i can te .

Segundo a AORN (1999) , os dados de manutenção devem se r a rqu ivados pa ra cada equ ipamento , sendo que as i n fo rmações bás i cas são :

Data do se rv i ço Número e sé r i e do equ ipamento Loca l i zação ou número do equ ipamento Desc r i ção do p rob lema de tec tado no apare lho Nome do técn i co responsáve l pe la manutenção Desc r i ção do se rv i ço rea l i zado , re lac ionando -se as peças t rocas . Resu l tados dos tes tes b io lóg i cos rea l i zados após a manutenção Nome do requ i s i t an te do se rv i ço Ass ina tu ra do en fe rme i ro responsáve l pe lo pe r í odo no qua l oco r reu a manutenção No caso da manutenção co r re t i va não te r s ido rea l i zada , deve - se reg i s t ra r o mot i vo . Os reg i s t ros dos resu l tados dos i nd i cadores f í s i cos , qu ím icos e b io lóg i cos , devem se r a rqu ivados du ran te pe lo menos 1 ano ou po r um ou t ro pe r í odo de f in ido pe la i ns t i tu i ção e com v i s to do en fe rme i ro responsáve l . Os ind i cadores qu ím icos i n te rnos devem se r dev idamente a rqu ivados no p ron tuá r i o do pac ien te ou de aco rdo com as o r i en tações da CC IH de cada ins t i tu i ção , com as segu in tes i n fo rmações :- número da ca ixa ou paco te co r respondente ;- da ta ;- número do l o te ;

Observação: Como suges tão pa ra a rqu ivamento dos i nd i cadores qu ím icos i n te rnos recomenda -se co loca r todos os i nd i cadores , o r i undos de um mesmo p roced imento c i rú rg i co e de um mesmo pac ien te , den t ro de um enve lope . No l ado ex te rno do enve lope , deve - se ano ta r os segu in tes dados : nome comp le to do pac ien te e seu número de reg i s t ro no hosp i ta l ; nome da c i ru rg ia a que fo i submet ido o pac ien te ; nome do c i ru rg ião responsáve l e do en fe rme i ro responsáve l pe lo Cent ro C i rú rg i co ; da ta da rea l i zação do p roced imento c i rú rg i co .

E labora r p ro toco los esc r i t os e reg i s t ros de receb imento , t r i agem, l impeza , p reparo , des in fecção e es te r i l i zação dos a r t i gos rep rocessáve i s , ass im como d i s t r i bu i ção dos a r t i gos . A documentação deve pe rmi t i r o ras t reamento do c i c l o em uma eventua l suspe i ta de con taminação do a r t i go u t i l i zado em um pac ien te .

15. RECOMENDAÇÕES PARA REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS DE USO ÚNICO

Def in ição: A r t i go méd ico -hosp i ta la r de uso ún i co é o co r re la to que , após o uso , pe rde suas ca rac te r í s t i cas o r ig ina i s ou que , em função de ou t ros r i s cos rea i s ou po tenc ia i s a saúde do usuár io , não pode se r reu t i l i zado . En tende - se po r r i s cos rea i s ou po tenc ia i s aque les que deco r rem de :

a ) T ransmissão de agentes i n fecc iosos ;b ) Tox i c idade deco r ren te de res íduos de p roduto ou subs tânc ia impregnados nos usos an tecedentes ou no rep rocessamento e de a l te rações f í s i co -qu ím icos do mate r i a l com que é fab r i cado o co r re la to , me decor rênc ia ou dos usos p rév ios ou do rep rocessamento ;

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c ) A l te rações das ca rac te r í s t i cas f í s i cas , qu ím icas e b io lóg i cas o r ig ina i s do p roduto ou de sua func iona l i dade em decor rênc ia da fad iga , dos usos p rév ios ou de rep rocessamento , com imp l i cações pa ra o uso seguro e sa t i s fa tó r i o pa ra o qua l o p roduto fo i f ab r i cado .

Recomendações:

Atender a Po r ta r i a n º 04 , de 07 de feve re i ro de 1986 , em v igo r quanto à reu t i l i zação de a r t i gos méd ico -hosp i ta la res de uso ún i co . Observa r as o r i en tações e p ropos tas da Agenc ia Nac iona l de V ig i l ânc ia San i tá r i a (ANV ISA) na consu l ta púb l i ca nº 96 , de 06 de dezembro de 2001 , sob re os p roced imentos pa ra adoção de a r t i gos méd icos de uso ún i co e rep rocessamento . Ta i s p ropos tas reconhecem que o rep rocessamento é técn i ca v iáve l e es tabe lecem que aque les que podem se r reu t i l i zados devem con te r cond i ções espec i f i cas pa ra cada t i po de a r t i go , de te rminando a necess idade da c r i ação de p ro toco los de acompanhamento cada p roduto .

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ANEXOANEXO

São exemp los de ca ixas de i ns t rumenta i s u t i l i zadas em a lgumas c i ru rg ias :

a) FLEBOTOMIA:01 j ogo de agu lhas c i l í nd r i cas semicu rvas ;02 cabos de b i s tu r i n º . 3 ;01 tesoura de Metzenbaum curva de 16cm;01 tesoura de Mayo de 17cm;01 tesoura de Í r i s re ta de 11 ,5cm;01 po r ta -agu lhas de Hegar de 14cm;01 p inça den te -de - ra to de 15cm;01 p inça ana tômica de 11cm; 01 p inça de Adson de 112cm;04 p inças Ha l s ted cu rvas de 12cm;02 p inças Ha l s ted re tas de 12cm;02 p inças Ke l l y cu rvas de 14cm;04 p inças Bakhaus de 10cm;01 a fas tador de Fa rabeu f i n fan t i l .

b) SAFENECTOMIA:02 j ogos de agu lhas c i l í nd r i cas e 01 t r i angu la r ;02 cabos de b i s tu r i n º . 3 e 01 nº . 4 ;02 tesouras Metzenbaum de 16 e 18cm;01 tesoura Mayo cu rva de 17cm;01 tesoura de Mayo re ta de 17cm;02 po r ta -agu lhas de Hegar de 18cm;03 p inças ana tômicas de 18cm;03 p inças den te -de - ra to de 18cm;01 p inça de Adson com dente ;01 p inça de Adson sem dente ;06 p inças Ke l l y cu rvas de 16cm;

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06 p inças Ke l l y re tas de 16cm;09 p inças Ha l s ted cu rvas de 12cm;09 p inças Ha l s ted re tas de 12cm;04 p inças Kocher de 14cm;02 p inças Kocher re tas de 14cm;01 p inça Cheron de 23cm;02 a fas tadores de Fa rabeu f adu l to de 13mm x 15cm;02 a fas tadores de Vo lkmann com 02 den tes ;02 a fas tadores de Vo lkmann com 04 den tes rombos ;08 p inças Backhaus de 13cm;04 p inças A l l i s de 15cm.

c) SIMPATECTOMIA LOMBAR: 01 j ogo de agu lhas c i l í nd r i cas e 02 t r i angu la res ;02 cabos de b i s tu r i n º . 4 ;02 tesouras de Metzenbaum re tas de 18cm;01 tesoura de Mayo cu rva de 17cm; 01 tesoura de Mayo re ta de 17cm;03 p inças den te -de - ra to de 16cm;02 p inças ana tômicas de 16 e 18cm;01 po r ta -agu lhas de Hegar de 17cm;01 po r ta -agu lhas de 20cm;06 p inças Ke l l y cu rvas de 16cm;06 p inças Ke l l y re tas de 16cm;04 p inças Roches te r Pean re tas de 16cm;06 p inças Roches te r Pean cu rvas de 16cm;04 p inças Kocher re tas de 16cm;04 p inças Kocher cu rvas de 16cm;02 p inças M ix te r pon tas f i nas ;02 p inças Co l l i n ;02 p inças Backhaus de 13cm;02 a fas tadores de Fa rabeu f adu l to ;02 a fas tadores de Langembeck es t re i tos ;02 a fas tadores de Vo lkmann com dentes .

d) HERNIORRAFIA:02 j ogos de agu lhas c i l í nd r i cas e 01 t r i angu la r ;02 cabos de b i s tu r i n º . 4 e 01 nº . 3 ;01 tesoura de Metzenbaum curva de 16cm;01 tesoura de Metzenbaum re ta de 18cm;01 tesoura de Mayo cu rva de 17cm; 01 tesoura de Mayo re ta de 17cm;02 po r ta -agu lhas de Hegar de 20cm;02 p inças ana tômicas de 14cm;02 p inças den te -de - ra to de 16cm;06 p inças Ke l l y cu rvas de 16cm;06 p inças Ke l l y re tas de 16cm;02 p inças Kocher cu rvas de 14cm;02 p inças Kocher re tas ;06 p inças A l l i s ;06 p inças Co l l i n co ração ;08 p inças Backhaus ;02 a fas tadores de Fa rabeu f ;02 a fas tadores de Vo lkmann com 04 den tes rombos .

e) HEMORROIDECTOMIA:01 j ogo de agu lha c i l í nd r i ca e 02 t r i angu la res ;02 cabos de b i s tu r i n º . 4 e 01 nº . 3 ;01 tesoura de Metzenbaum de 16cm;01 tesoura de Mayo cu rva de 17cm; 01 tesoura de Mayo re ta de 17cm;

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02 po r ta -agu lhas de Hegar de 16cm;02 p inças ana tômicas de 16cm;01 p inça den te -de - ra to de 16cm;08 p inças Ke l l y cu rvas e re tas de 14cm;04 p inças Kocher cu rvas de 16cm;04 p inças Kocher re tas de 16cm;06 p inças A l l i s de 16cm;16 p inças Backhaus ;01 espécu lo ou vá lvu la P i tanga San tos ;01 anuscóp io ;02 cu re tas Vo lkmann nº . 1 ;01 pa r de a fas tadores de Langembeck ;01 p inça Co l l i n co ração de 22cm.

f ) LAPAROTOMIA:02 j ogos de agu lhas c i l í nd r i cas e 02 t r i angu la res ;03 cabos de b i s tu r i n º . 4 e 01 nº . 3 ;01 tesoura de Metzenbaum de 16cm;01 tesoura de Mayo cu rva de 18cm e 23cm; 01 tesoura de Mayo re ta de 18cm e 26cm;01 po r ta -agu lhas de Hegar de 18cm;02 po r ta -agu lhas de Hegar de 20cm;04 p inças ana tômicas de 20cm;02 p inças den te -de - ra to de 20cm;01 p inça den te -de - ra to de 18cm; 08 p inças Ke l l y cu rva de 14cm;08 p inças Ke l l y re tas de 16cm;04 p inças Kocher cu rvas de 16cm;04 p inças Kocher re tas de 16cm;06 p inças Ha l s ted cu rvas ;06 p inças Ha l s ted re tas ;08 p inças Roches te r cu rvas de 17cm;04 p inças Roches te r re tas de 17cm;04 p inças A l l i s de 16cm;01 p inça Co l l i n co ração de 16cm;01 p inça Co l l i n co ração de 22cm;01 a fas tador de Gosse t g rande ;03 vá lvu las de Doyen com 45x60 , 45x90 e 45x12 ;02 p inças M ix te r pon ta f i na ;02 p inças C lamp re tas ma i s 02 cu rvas ;12 p inças Backhaus de 13cm;01 espá tu la de Tu f f i e r de 25cm;02 a fas tadores Fa rabeu f de 15cm;01 p inça de Adson com dente de 18cm;02 p inças M ix te r de l i cadas de 18cm.

MATERIAL COMPLEMENTAR PARA COLECISTECTOMIA: 02 p inças de Durva l ;02 p inças de Des ja rd ins ;01 p inça B lake cu rva ;02 p inças de Guyon de 24cm;04 cu re tas de Des ja rd ins ;06 sondas de Des ja rd ins pa ra o conduto r b i l i a r ;06 sondas de Mayo pa ra o conduto comum;03 sondas Aschsner espec ia i s .

g) PEQUENA CIRURGIA:02 j ogos de agu lhas c i l í nd r i cas e 01 t r i angu la r ;01 cabo de b i s tu r i n º . 4 e 01 nº . 3 ;01 tesoura de Metzenbaum de 15cm;01 tesoura de Mayo cu rva de 14cm;

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02 tesouras de Mayo re tas de 14cm;01 po r ta -agu lha de Hegar de 14cm;01 p inça de Adson com dente de 12cm;01 p inça den te -de - ra to de 15cm;01 p inça ana tômica de 15cm;03 p inças Ha l s ted re tas ;03 p inças Ha l s ted cu rvas ;02 p inças Ke l l y re tas de 14cm;06 p inças Backhaus ;02 a fas tadores Fa rabeu f de 9cm e 02 de 12cm;02 p inças A l l i s de 15cm.

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