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PLANEJAMENTO PECUÁRIO – IZ319 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE REPRODUÇÃO E AVALIAÇÃO ANIMAL APOSTILA – VERSÃO 2.8 – MARÇO / 2011 Prof.Carlos Augusto de Oliveira [email protected]

Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

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PLANEJAMENTO PECUÁRIO – IZ319 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE REPRODUÇÃO E AVALIAÇÃO ANIMAL APOSTILA – VERSÃO 2.8 – MARÇO / 2011 Prof.Carlos Augusto de Oliveira – [email protected]

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Carlos Augusto de Oliveira – [email protected] Professor Adjunto - UFRRJ/IZ/DRAA Zootecnista MBA Administração Rural MBA Estrategia em Agribusiness M.Sc. Gestão de Negócios D.Sc. Zootecnia SUMÁRIO

1.Introdução .................................................................................................. 03

2.Características específicas do primeiro setor – Agropecuária ................. 14

3.Análise SWOT .......................................................................................... 18

4.Diagnóstico e intervenção administrativa em fazendas ........................... 22

5.Teorias de administração ......................................................................... 26

6.O capital no negócio agropecuário – Contabilidade ................................. 29

7.Fluxo de caixa – Cash Flow ..................................................................... 32

8.Avaliação econômica de projeto agropecuários ....................................... 33

9.Custo de produção na pecuária .............................................................. 38

10.Dimensionamento, performances e evolução de rebanhos .................. 60

11.A informação na pecuária – Controle .................................................... 81

12.Rastreabilidade na Pecuária .................................................................. 86

13.Crédito Rural ........................................................................................ 94

14.Orçamentos / parâmetros ....................................................................... 98

15.Referências bibliográficas ................................................................... 106

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1.Introdução No início do século 20 a agricultura brasileira desempenhou importante função no processo de desenvolvimento. O Brasil era nitidamente agrícola com a grande maioria da população vivendo nas zonas rurais. O Café era o principal produto no mercado de trocas e o grande responsável pela geração de divisas internacionais.

O setor agrícola era pouco tecnificado e com grande independência dos demais setores da economia, a maior parte da produção era feita em terras adequadas e/ou férteis, éramos auto-suficientes em alimentos básicos.

A partir da década de 30, as relações de trocas no mercado internacional sofreram profundas alterações em virtude da depressão econômica ocorrida na maioria dos países. O modelo brasileiro baseava-se exclusivamente na produção de matérias primas, com ênfase no Café.

Os estudos econômicos da época já demonstravam claramente que a demanda mundial pôr produtos de origem primária era inelástica em relação aos preços e a renda, ou seja, a medida que se aumentasse a oferta haveria decréscimo nos preços dos produtos, e pior, a medida que a renda real aumentasse cada vez menos seria proporcionalmente gasto com produtos de origem primária, objetivamente, estava claro que mais produção iria significar menores rendas para as pessoas envolvidas no processo produtivo, no caso, agricultores.

Na época as lideranças nacionais se conscientizaram da importância da industrialização do país, de tal forma que se diminuísse a dependência externa com relação aos produtos manufaturados, assim sendo, à partir da década de 50, iniciou-se o processo de industrialização do Brasil, sempre voltado para o fortalecimento do mercado interno, onde diminuiu-se a ênfase na exportação de matérias primas.

Para a época a maior contribuição da agricultura foi à liberação de enormes contingentes de mão de obra rural para o setor urbano, esta transferência de trabalhadores do campo para as cidades foi fator importante no desenvolvimento econômico do país. A eficiência produtiva destes trabalhadores na cidade foi fortemente aumentada. Destacando que não houve diminuição da oferta de produção agrícola.

Neste momento a agricultura além de contribuir com a liberação de mão de obra, participou também com o fornecimento de produtos para serem processados no parque industrial emergente, com o detalhe que este fornecimento foi de alimentos baratos para a crescente população das cidades. Vale destacar que os alimentos deveriam ser baratos porque os salários pagos eram baixos, este ciclo fundamentava a política econômica da época; baixos salários para possibilitar a geração de lucros que seriam reaplicados em novas indústrias, que gerariam novos empregos, que por sua vez gerariam mais riquezas para a nação. Situação que persistiu até o início dos anos noventa.

Concomitante a estas duas funções, o setor agrícola tem desempenhado ao longo dos últimos anos papel fundamental na captação de divisas externas, via exportação de produtos primários (café, soja, suco de laranja, açúcar, carnes e outros) e que hoje na forma simplesmente de matérias primas já não conseguem nos alavancar para um patamar de desenvolvimento sustentado, a palavra de ordem é a agregação de valores aos produtos primários. Fato ainda não realizado pelo país em níveis desejáveis.

O setor agrícola brasileiro dentro de nosso modelo de desenvolvimento econômico tem feito substancial transferência da riqueza gerada por ele, para os outros segmentos da

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sociedade, transferências de recursos e acumulação de capital (humanos, financeiros e materiais) para outros setores da economia.

Entre as formas de transferências destacamos a mais tradicional, que é o mecanismo salarial, ao pagar menores salários para o setor agrícola à sociedade transfere recursos para o setor urbano.

Outra forma de transferência de capital está relacionada aos mecanismos de mercado, onde a relação de preços recebidos e pagos é sempre desfavorável ao setor rural.

Um dos mais perversos mecanismos de transferência de renda do setor agrícola era a inflação elevada, que basicamente beneficiavam os segmentos econômicos que possuíam grande volume de conhecimento e informações, e que “detinham” a capacidade de repassar preços aos consumidores finais.

O grifo na palavra “detinham” está relacionado aos monopólios que estão sendo formados graças a chamada globalização, e o pouco desempenho regulador que o governo tem estabelecido em relação a este gravíssimo fato. Esse conjunto de ações está baseado no pressuposto de que a taxa de acumulação de capital é que determina a taxa de crescimento do nível do emprego na economia, por sua vez, o crescimento do nível do emprego nos setores mais dinâmicos da economia é que irá determinar o maior ou menor grau de desenvolvimento nesta economia, por estas razões é que os recursos são alocados naqueles setores que apresentam a probabilidade de ofertar maiores taxas de retorno à sociedade.

Todas estas entre outras funções fazem parte de um modelo macroeconômico, e é dentro deste contexto que as empresas rurais, sejam elas familiares ou não devem estar preparadas para operar e o mundo “globalizado”. Cabe aos produtores e/ou empresários rurais, Independente de sua localização, porte e linha específica de produção, ter pleno conhecimento do contexto macroeconômico e o modelo de desenvolvimento utilizado pelo país, além fundamentalmente de se manter atualizado no que acontece no Brasil e no mundo nas áreas afins.

Só com acesso livre e democrático a informação, poderemos estar atualizados, no entanto, o diferencial é só para quem consegue fazer uso estratégico desta mesma informação.

1.1 - A agricultura no Brasil

1.1.1 – Século XVI – Brasil Pré-Colonial

O Pau-brasil é o destaque, incentivado pelos portugueses e em troca de espelhos e outras porcarias os índios em 10 anos fazem uma devastação. Tinham trocado os machados de pedra por ferro e neste período já não tinha pau-brasil a 20 km da costa.

Em 1532 com o surgimento das capitanias hereditárias (limitadas pelo meridiano de Tordesilhas), e com a finalidade de fazer a colonização com despesas correndo pelos donatários, surge a cana de açúcar, trazida pelo donatário Martin Afonso de Souza, nos litorais do RJ e SP, seguindo depois para PE, assim como uma pecuária (bois e cavalos) para fins de transporte, serviço e alimentação.

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Índios devastando o pau-brasil

O sistema fracassa por falta de capital, passando a vigorar o sistema de Governo Geral, que foi até 1808, seria a vinda da família real para o BR. Fica estabelecido pelo rei de Portugal que não seriam instaladas manufaturas nas colônias, ato que ficou conhecido como Alvará, desta forma as colônias tem que importar qualquer manufaturado, fato que persistiu até a independência.

O primeiro governador geral (Tomé de Souza) baseado em Salvador BA, incentiva a agricultura, com a introdução de escravos negros e de bovinos para trabalho. Com a morte do rei de Portugal, e por falta de descendentes a Espanha unifica as coroas, fato que leva os colonizadores a ultrapassar oficialmente o meridiano de Tordesilhas, levando a pecuária a interiorizar-se. No século seguinte acaba-se por restaurar a coroa Portuguesa. Ao fim deste século as invasões Francesas e Holandesas não conseguem estabelecer grandes relações com a agricultura no sul e sudeste, havendo maior contato com no Maranhão e Pernambuco (Maurício de Nassau).

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1.1.2 – Século XVII – Brasil Colonial

Continua a produção de cana de açúcar como carro chefe de nossa agricultura, os holandeses incrementam os usineiros (PE), individando-os e garantindo suas permanência (holandeses) por mais tempo no BR, até que a Holanda muda de atitude em relação a Maurício de Nassau e acaba por provocar revolta local. O território brasileiro é dividido em 2 estados; o do Maranhão (do Amazonas ao Ceará, mas tarde torna-se Grão-Pará com sede em Belém) e o estado do Brasil ( do RN ao RS, com a sede em Salvador-BA) à partir de 1763 a capital vem para o RJ. Esta divisão dura até 1774.

A classe que domina econômica, social e politicamente são os grandes proprietários de terras, chamados de Aristocracia Rural. O BR se fixa como uma colônia de exploração agrícola nos moldes mercantilista, onde havia um pacto que Portugal controlava todo o comércio da colônia, garantindo sua margem de lucro. Comércio este feito por algumas empresas privilegiadas pela coroa, com concessão para comprar e vender a produção brasileira, produção esta que sempre era vinculada a demanda do mercado externo e aos interesses de Portugal, a filosofia era produzir a maior quantidade pelo menor preço com base em; monocultura, latifúndio e a mão de obra escrava.

O declínio do comércio de Portugal com o Oriente, as constantes ameaças de invasões levou a coroa portuguesa a se decidir em ocupar as terras da colônia brasileira definitivamente, e a cana de açúcar foi a cultura que mais se adequou as condições desta empreitada de ocupação, graças ao clima, solo, abundância de terras, escravidão e o mercado mundial, que demandava o produto.

Necessitando de capital, Portugal se associa aos Holandeses, que passaram a dominar a lucratividade do produto, a cana fica como principal atividade entre os séculos XVI e XVII, entrando em declínio na metade do século XVIII, motivado pela expulsão dos holandeses do BR, os mesmos foram plantar cana em suas colônias e aí a concorrência de outros comércios e a mineração que passa a levar mão de obra, levando a primeira crise do país de um produto só, a cana. Ao final do século XVIII e início do século XIX a atividade volta a ter importância.

As Entradas (particular) e Bandeiras (oficial) expandem a pecuária, pois a tem como apoio na busca de ouro e prata, a pecuária do sul se desenvolve também, no preparo do charqueado (carne seca) como alimento conservado nestas viagens.

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Sempre beirando os rios para facilitar os acessos, vão formando pequenas colônias, desenvolvendo agricultura de subsistência e pecuária de apoio. São Paulo é o maior beneficiado devido à navegabilidade de seus rios.

As atividades secundárias e na maioria das vezes complementares as necessidades da sociedade passam a ter importância; -Pecuária - trabalho, transporte e alimentação. -Fumo – Exportação para a África no escambo do comércio negreiro. -Drogas do sertão – plantas medicinais com altos preços no mercado Europeu, coletada pelos índios nas missões religiosas. -Agricultura de subsistência – mandioca, milho, feijão, arroz, etc. -Outros – exportação de madeiras nobres, peles e outros exóticos. -Mineração – Ouro – desenvolvida com as Entradas e Bandeiras

1.1.3 – Século XVIII

Entra o algodão no Maranhão, voltado para abastecer a indústria têxtil Inglesa, atividade nos mesmos moldes do açúcar, monocultura, latifúndio e escravista.

Agricultura de consumo interno ganha impulso, os centros urbanos necessitam de alimentos, e boas partes destes centros foram provocadas pela mineração de ouro, prata e diamante. No sul continua a expansão da pecuária para consumo interno, a cana volta a ter valor e expandir, a mineração do ouro atinge seu auge.

1.1.4 – Século XIX

Elevação do BR a Reino Unido com a vinda da família real e a independência em 1822. Acontece a chamada revolução industrial na Europa, a Inglaterra começa a reivindicar direitos de igualdade com relação a mão de obra escrava, ao qual considerava muito barata.

O café começa a ter importância na economia brasileira, a cana volta a diminuir sua expressão. È revogado o Alvará. O BR começa sua indústria manufatureira, aparece a figura do Barão de Mauá, empreendedor que incrementa a indústria e o comércio.

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D.João funda o B.Brasil, cria a 1.indústria de manufatura de pólvora, com objetivo de criar defesa contra os invasores, esta indústria foi financiada pelos ingleses, que em contrapartida pede a D.João para limitar o crescimentos de outras indústrias, desta forma criando dependência comercial a favor deles.

A Inglaterra já pedia tratamento diferenciado a mão de obra, fim dos escravos, concomitantemente a escravatura começava a apresentar problemas, os custos de manter escravos, espera-los crescer, sustenta-los na velhice, criam-se a lei dos sexagenários, o ventre livre e finalmente a abolição (13 de maio / dia do Zootecnista).

Fora este fatos, a escravidão apresentava péssimo desempenho de eficiência, haviam rebeliões, custo de seguranças e a aí a solução era a carta de alforria. A troca da escravatura pelos colonos Europeus era mais compensadora, colonos traziam raízes, família, vontade de crescer, etc. e a impossibilidade de retornar, os mesmos já chegavam endividados, algo parecido com os antigos donatários.

Os Ingleses exportavam mercadorias para o BR com uma taxa de 15% de impostos, os portugueses com 16% e os outros com 24%, os Ingleses inundam o BR com produtos impedindo o desenvolvimento das manufaturas brasileiras. O BR torna-se sede do império Português e cria condições para abrigar 10 mil nobres que vieram com a família real, criando entre outras estruturas administrativas com toda burocracia. A produção de algodão e açúcar estava em crise, o país continuava a enfrentar a queda de preços dos produtos exportados (basicamente commodities) devido, entre outros a concorrência e o encarecimento dos produtos importados. O governo aumentava os impostos para fazer frente às dívidas.

O Café, originário da África e introduzido no Pará, trazido para o RJ, encontra toda infra-estrutura, adquirindo importância no Vale do Paraíba, seguindo para o oeste paulista, depois MG e PR.

O café também produz uma nova classe social a Aristocracia, os Barões do Café, mais moderna e mais urbana em comparação com os usineiros, passando a influenciar na política.

O café produzia excedentes para a balança comercial brasileira, possibilitava investimentos nas indústrias e o BR se recusava a renovar os tratados que davam vantagens à Inglaterra, criando um surto de empreendimentos com destaque ao Barão de Mauá. São Paulo chega a comercializar 10% do café mundial e 70% das exportações brasileiras, ao final do século começam a aparecer os primeiros sinais de crise do café, devido à super produção, criam-se vários mecanismos artificiais e até os dias atuais o café brasileiro sofrem altos e baixos, perdeu para a Colômbia o título de melhor

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qualidade e para a Alemanha, que em determinado momento chegou a ser o maior exportador sem plantar um único pé de café. Atualmente o Brasil está na liderança na produção e exportação deste produto.

1.1.5 – Século XX

A Borracha finda seu ciclo por volta de 1910, os sintéticos tomam a dianteira. A seda não se estabeleceu, os tecidos sintéticos impedem.

O Cacau, em desenvolvimento encontra na Bahia o melhor ambiente para sua expansão, ganhou atenção do governo com a criação de órgãos como a CEPLAC, encontrou grande desafio na concorrência internacional e o maior dos desafios com a Vassoura de Bruxa. Desenvolvimento da pecuária leiteira, em 1950 chega o modelo norte americano, confinamento, semiconfinamento e no final do século finalmente o modelo tropical. O Café em relativa alta até a primeira grande crise internacional, o programa de erradicação na época de Getúlio Vargas. O governo cria o IBC, mantendo-se em oscilação até ganhar firmeza de valor no início do século XXI. Juscelino Kubitschek industrializa o país principalmente no uso de veículos motorizados e tratores, é a decadência da tração animal e o início das grandes lavouras (exportação).

A Soja entra forte nos anos 70, a criação do sistema Embrater (Emater), a Embrapa, pesquisa para melhorar cultivares. A Universidade Rural é uma das precursoras da formação de profissionais na área agronômica, mas acaba perdendo sua relação com o resto do BR na área.

O Algodão vive em altos e baixos, a briga constante contra o bicudo e o preço, a tecnologia vence o modelo produtivo e o transgênico tem melhor aceitação, nas chamadas culturas não alimentares.

O Trigo é visto como uma cultura não adaptada ao clima tropical, nosso pão é o pão francês, 100% de trigo, as tentativas de colocar milho e/ou mandioca de forma parcial não enfrentam acolhimento parecido com o de colocar álcool na gasolina, e só recentemente (anos 90) o ministro da agricultura passou a visualizar que se importa de trigo é demais.

O Arroz ganha espaço inicialmente, sempre para o consumo interno e passa a enfrentar a concorrência internacional, passando a viver momentos de altos e baixos.

A Avicultura passa a ser tocada pela tecnologia importada, as iniciativas brasileiras de se fazer uma avó genuinamente brasileira não funcionam na prática, e a antiga Agroceres faz “joint-venture” com a Ross inglesa buscando esta tentativa, consegue mais não é unanimidade.

A Suinocultura, após a crise da Peste Suína Clássica (1980), ganha tecnologia e vários fornecedores de genética, no início tocado como atividade complementar de pequenos produtores rurais, ganha necessidade de escala, fato ocorrido também na avicultura, que migra fortemente para os centros produtores de grãos.

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O Milho que começou seu desenvolvimento com base na subsistência, passa alimentar nossa avicultura, e o BR passa a ser o 2.maior exportador de frango, assim como a suinocultura.

O BR produz super safras de grãos ano após ano.

A fruticultura ganha espaço, a citricultura passa a incomodar a safra americana. A safra brasileira quando não encontra boa colocação se volta para o mercado interno, derruba a laranja de mesa e não consegue se estabelecer como suco pré-elaborado.

As frutas tropicais ganham espaço na exportação, mas ainda com produções tímidas no nordeste.

A informática entra na agropecuária, mas ainda não é vista como sua devida importância pelo produtores rurais.

O Plano Real. O BR vence a guerra contra a inflação.

A posse de terra deixa de ser especulativa. Aparece o movimento dos sem terra, aumenta a saída de produtores rurais do negócio agropecuário, o maior plantador de soja do mundo entra falência, os fazendeiros perdem status, a agricultura familiar ganha destaque para o governo federal. O conceito de Agronegócios ou Agribusiness – antes / dentro / após a porteira – se estabelece, mas os produtores não conseguem tirar proveito.

A qualidade total entra timidamente na agropecuária.

A qualidade do leite ao produtor entra em discussão e criada a portaria 56 do Ministério da Agricultura.

A água mineral é um dos maiores destaques comerciais, ganha grife e aditivos.

Aparece a “vaca louca” e a aftosa (doença considerada apenas de países subdesenvolvido como o BR, na época) na Inglaterra e muda o conceito da pecuária européia com relação sua qualidade, o país dizima seu rebanho para tentar recuperar o que perdeu.

O BR começa seu primeiro trabalho sério de erradicação da febre aftosa e entra no cenário de exportação de carne verde passando a incomodar os principais produtores mundiais.

Os alimentos orgânicos têm crescimento espetacular na Europa, ganhando sua fatia de mercado.

Nasce o conceito de segurança alimentar, saúde, o medo dos transgênicos e o conceito de respeito a vida dos animais se radicaliza na Europa, confundindo com conforto animal; galinhas felizes, porcos alegres e bois satisfeitos.

Toda multinacional de química agrícola se horizontaliza e compram empresas de tecnologia no ramo da biotecnologia.

Os transgênicos são rechaçados pela comunidade esclarecida mundial, neste momento eles estão disponibilizados para os produtores rurais. Atualmente esta discussão perdeu a importância inicial. Nasce o conceito de boi verde e boi orgânico, e o BR passa a entender que é uma das últimas reservas mundiais para produzir o boi verde.

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1.1.6 – Século XXI

O MAPA cria o SISBOV. Criado inicialmente apenas para identificar os bovinos e bubalinos brasileiros, passa a rastrear a produção pecuária 5 anos após sua criação.

A rastreabilidade é imposta ao BR como uma espécie de barreira econômica para a exportação da carne bovina. Inicialmente prevista como obrigatória para todo o rebanho bovino até o ano de 2007, tornou-se obrigatória apenas para os bovinos destinados a exportação. A granelização total do leite brasileiro terá data para se concretizar, e nos primeiros 3 anos deste novo século atingiu 80% do leite oficial.

O APPCC (análise dos pontos perigosos e críticos de controle) passará a ser feita dentro das propriedades rurais, o leite será o carro chefe. Ganha o nome de Boas Práticas da Produção Leietira.

O PNQL vira lei.

O século se inicia com forte valorização das commodities agrícolas, e as mesmas passam a fazer o diferencial na balança de pagamentos brasileira.

Os candidatos ao primeiro presidente da república brasileira neste novo século já conseguem distinguir a importância da agropecuária, prometem espaço especial para a mesma em seus governos, de subsídios a alta competitividade.

O governo brasileiro lança contratos de opções para o café e milho.

Em 2003 sai o preço mínimo do Leite.

Na safra recorde de grãos de 2003, significativa parte da safra gaúcha de soja é transgênica, criando problema para o produto brasileiro diante do mundo.

O governo Lula faz planos para aumentar em 1 ponto percentual a taxa de juros do crédito rural.

A desvalorização em quase 50% do real frente ao dólar eleva a renda dos agricultores produtores de commodities, deixa de forma significativamente positiva a balança comercial do país, mas empobrece e sacrifica toda população brasileira.

O governo norte americano pressiona o BR com relação a negociação sobre a ALCA e sem saída o governo Lula, começa a negociar.

Com a quebra de safra na Austrália o BR se torna o maior exportador de carne bovina, o SISBOV vem cumprindo sua função de forma adequada, mas com muitas suspeitas de fraudes no processo, apenas para os produtores exportadores.

O BR aprova lei para o uso de transgênicos, para safra 2003/4, criando uma série de situações complexas, pode uma coisa, não pode outra. A Monsanto, dona desta tecnologia na semente de soja impõe suas regras, quanto ao valor de seus royalties.

A produção brasileira de trigo bate recorde, e os moinhos (poucos) regulam o preço para baixo, comprando pouco, levando o desinteresse do produtor pela próxima safra, o governo assiste a tudo calado.

Quebra a Parmalat mundial, os produtores leiteiros brasileiros passam por momentos ruins, o estado com a produção leiteira mais desorganizada, RJ, é que mais sofre. A abertura da China para o mercado, faz entre outros, com que a soja brasileira se mantenha com preços firmes, sendo o negócio agrícola que não para de crescer.

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A safra 2003/04 bate novo record, a agropecuária é a atividade que mais traz divisas para o país.

Mudam algumas regras do SISBOV, as suspeitas de fraudes operacionais se confirmam, e o modelo de marcação de cada animal fica extremamente rígido, no entanto, o processo de rastreabilidade fica em segundo plano.

O SISBOV perde os prazos de implantação e a obrigatoriedade é apenas para bovinos destinados ao abate para exportação.

A safra 2004/05 não é um record devido a problemas de seca em algumas regiões do sul, no entanto como ainda havia estoque da produção passada e os principais mercados estão em parte abastecidos, os preços se mantém em patamares abaixo dos praticados na safra anterior, gerando problemas de caixa para a maioria dos produtores de grãos.

O governo do PT faz forte gestão sobre seu caixa, diminuindo o fluxo financeiro para a agropecuária, esquecendo de todos os saldos positivos gerados na balança comercial pelo setor.

Os produtores de gado de corte resolvem tentar um movimento para forçar o aumento do preço da arroba do boi junto aos frigoríficos, o preço da carne bovina atinge menores preços junto aos consumidores devido ao período normal de safra e o movimento perde força.

O BR vem aumentando sua participação nas exportações de lácteos, passa todo o período de safra com preço firme junto aos produtores. A concordatária Parmalat volta a tomar posição no mercado de compra de leite, as expectativas para o leite são boas.

A lei de biosegurança é aprovada com restrições pertinentes, começam aparecer às pesquisas brasileiras no campo da transgenia nos principais segmentos agropecuários.

O caso da contaminação em humanos por parasita oriundo do consumo de peixe cru, comida japonesa, se torna um bom exemplo da importância da segurança alimentar.

O Banco do Brasil cria mais recebíveis financeiros lastreados em produção agropecuária, chamados de CRA (Certificados Recebíveis do Agronegócio), CDA (Certificado de Depósito Agropecuário) e WARRANT Agropecuário, são mais opções para diminuir o uso do crédito rural tradicional e com juros de mercado.

As safras brasileira de grãos dos anos 2004/5 e 6, foram caracterizadas por preços abaixo dos obtidos no ano de 2003, o mundo estava abastecido de determinadas commodities. Era mais um ciclo de preços baixos, repetindo um passado recente.

O álcool brasileiro ganha espaço mundial com os tratados voltados ao meio ambiente e o problema da emissão de gases, o cana volta a ter espaço de liderança, repetindo seus altos e baixos como nos últimos 5 séculos da história do país.

A safra de grãos de 2007 deverá bater um novo record, algo como pouco mais de 124 bilhões de toneladas (124 ton safra 2003). No entanto apesar de melhores preços, os custos estavam mais altos, mesmo com a queda do preço do dólar em relação ao real.

O governo brasileiro abaixa a taxa de juros do crédito rural, de 8,75% a.a. foi para 6,75% a.a., isto para os financiamentos a partir dos chamados R.O. (recursos obrigatórios, oriundos da exigibilidade bancária).

O preço do leite de vaca, pagos aos produtores atinge valores significativos no inverno de 2007, em comparativo com o dólar ficam superiores aos preços europeus e norte americano.

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O BR continua a bater recordes na exportação de carnes, é o segundo em aves e o primeiro em bovinos, mesmo assim os setores de produção de bovinos não se empenham na implantação da rastreabilidade, a debilidade do controle sanitário do país fica bem visível, os produtores europeus e as autoridades reagem com ameaças de cortes nas importações da carne bovina brasileira. Apesar dos recordes nas exportações da carne bovina os preços internacionais pagos são estáveis e em níveis conservadores.

Reaparecem surtos de aftosa na Inglaterra.

O Brasil bate novo recorde na safra de grãos 2006/07, pouco mais de 131 milhões de toneladas. Apenas a safra de milho norte americana para o período foi de 338 milhões de toneladas.

Os preços da arroba do boi sobem bem acima do esperado, chega a alcançar valores próximos a U$60, quase três vezes a média histórica brasileira.

Os preços do leite atingem valores superiores a U$0,40 o litro, superando em muito suas médias históricas.

Todos os custos dos insumos agropecuários sobem bem acima da inflação do período, elevando os diversos custos de produções.

A corrida norte americana em produzir o etanol (álcool combustível) à partir do milho, muda o valor do alimento no mundo, elevando o preço da comida em todo o planeta.

A crise de crédito imobiliário nos USA, cria problemas nos mercados em todo o mundo e ao aliar-se aos aumentos de preços das principais commodities agrícolas, cria situação de desconforto aos mercados.

A eleição do novo presidente dos USA, em substituição ao Bush, deverá direcionar novos rumos ou não na dura política de Bush em busca do petróleo, o candidato Obama aparenta ter visão mais humanista.

O Brasil tenta se firmar como opção mais econômica e ecológica para produção de combustível renovável, fora o álcool de cana de açúcar, vem tentando na produção de óleo vegetal a partir de plantas rústicas como mamona, a solução para diminuir a agressividade poluente do óleo diezel, produzindo o biodiezel, que infelizmente está sendo feito de óleo de soja.

O Brasil fez aumento significativo no aumento da oferta de crédito para a safra 2008/9, com expectativa de produzir pouco mais de 140 milhões de toneladas de grãos.

O SISBOV continua a ser um mecanismo complicado de implementação, algumas lideranças de pecuaristas chegam a dizer que se o mundo quiser carne bovina brasileira, tem que ser do nosso jeito (sem rastreabilidade). Aparentam presunção demais ou uma forte miopia comercial.

O mercado continua nervoso, devido à crise imobiliária norte americano e o ascendente preço do petróleo.

A renda média dos brasileiros crescem, realidade também para outros países em desenvolvimento, a demanda por alimentos aumentam carregando os preços das commodities agrícolas para cima, o mundo reage aumentando a produção de alimentos.

Ao final da primeira década do novo século, os preços da principais commodities a revertem para cima seus preços, os custos também. A arroba do boi gordo brasileiro

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atinge o maior preço de sua história, pouco mais de U$67,00 no final da entresafra. Caindo para U$57,00 no começo da safra (quase 3 vezes a média história do final do século XX). ...... “A agricultura é o nervo econômico da civilização, com ela se inicia e a ela deve a melhor porção de sua riqueza”. (Caio Prado Júnior – 1942)

Visão tradicional da economia de um país. PRIMEIRO SETOR » AGROPECUÁRIA e MINERAÇÃO SEGUNDO SETOR » INDUSTRIA TERÇEIRO SETOR » COMÉRCIO e SERVIÇOS 2. Características específicas do primeiro setor – agropecuária.

2.1 – A terra

Para os outros setores da economia a terra tem a função apenas de ser um meio físico de ocupação, simplesmente um local para montar uma fábrica ou um comércio, ou seja, ponto de suporte para as edificações, desta forma também permitindo em alguns casos ser transferido de local para outro todas as vezes que as condições sociais, políticas e/ou econômicas exigirem.

Para a agropecuária a terra tem função produtiva e poderá ser determinante para o sucesso ou não da atividade, nela ocorrem a grande maioria dos processos biológicos que vão determinar o andamento das atividades rurais. O conhecimento e domínio destas variáveis (processos biológicos) são fundamentais para obtenção da melhor participação do solo em uma atividade, ainda mais, que este solo pode variar dentro de uma mesma propriedade rural, determinando as melhores tendências de uso.

Planejador que visualizar o solo como mera estrutura física e que simplesmente o poder da tecnologia poderá adequa-lo a qualquer situação, já começará a determinar o possível fracasso de seu plano.

As análises climáticas de uma determinada região, topográficas e químicas de um determinado solo serão sempre importantes para o planejador na busca da obtenção dos melhores objetivos e metas economicamente viável para um projeto agropecuário.

2.2 – Produção em condições de riscos e incertezas

A agropecuária opera fundamentalmente com processos biológicos, sejam eles vegetais e/ou animais, que depois que os processos produtivos são iniciados dificilmente se pode interrompê-los. Devido a natureza biológica as alternativas de controle são menores, e em alguns casos impossíveis de controlar, existindo determinadas falhas que dificilmente podem ser corrigidas em um período agrícola.

Em outros casos a limitação financeira impossibilitará os acertos de rumos da atividade, portanto o planejador tem que conhecer antecipadamente os riscos e incertezas, levar continuamente seus projetos a “stress” com auxílio de modelos

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informatizados e durante o desenvolvimento dos mesmos aplicar sistemas de monitoramento técnico e financeiro avaliando continuamente os resultados.

2.3 – Custos elevados de entrada e saída dos negócios

A atividade agropecuária em função de suas características exige a presença de uma série de recursos físicos (custo de entrada); materiais, financeiros e humanos para sua realização, portanto além da terra, as imobilizações fixas e semifixas são altamente significativas, e o retorno que tais imobilizações em poder gerarem receitas, quando comparado com outras atividades econômicas poderá ser desfavorável.

Para sair do negócio os custos também são elevados, devido a baixa liquidez destes ativos, com exceção dos animais, principalmente os bovinos.

2.4 – Fluxo de produção descontínuo

O setor agropecuário tem fluxo de produção descontínuo em sua normalidade, seja ele motivado pela sazonalidade ou estacionalidade. Na agricultura existem as safras de culturas que são cultivadas em determinados períodos do ano, portanto surgem as entresafras.

Na pecuária, mesmo as de produção contínua, existem momentos do ano em que surgem as safras, que são geradas pelas maiores ofertas de pastagens e mesmo nos animais confinados (suínos e aves) as safras acontecem devido a maior oferta de milho provocado pelas safras de grãos.

Ainda existem a sazonalidade de determinadas espécies de animais, como os caprinos e mais recentemente alguns animais silvestres. O fluxo descontínuo de produção provoca normalmente aumento de custos.

Equipamentos e galpões podem ficar ociosos boa parte do ano. Decisões comerciais têm que ser atrelada ao fluxo de produção, que normalmente quando é favorável em volume é desfavorável em preço.

O planejador tem que não só trabalhar com as safras, mas também buscar mecanismos sejam físico ou financeiro para amenizar estes impactos.

2.5 – Dispersão das atividades no espaço rural

Diferente dos outros setores, a dispersão física dos sistemas exploratórios no espaço rural, também agrega custos aos sistemas de produções, sejam elas motivadas pelos fretes, pelas péssimas condições das estradas, falta de energia elétrica ou pela falta de comunicação.

Os sistemas de banda larga via satélite, já disponível em boa parte do território brasileiro a custos razoáveis já é uma realidade, facilitando as comunicações e acessos a todo tipo de informação para fins de tomadas de decisões, aquisições e vendas, importantíssimo na eliminação de intermediários que só agregam custos ao sistema, no entanto nem os produtos e insumos ainda são virtuais, necessitando entregas físicas para se obter resultados.

2.6 – Dependência com outros setores da economia

No século passado vimos que o primeiro setor financiou grande parte das atividades econômicas no BR, nos dias de hoje, a agropecuária é altamente dependente dos outros setores e é financiada em larga escala sejam por agentes financeiros governamentais ou não, e até mesmo por seus fornecedores e/ou compradores.

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Na penúltima década do século passado os sistemas produtivos brasileiros (industrial e agro) passaram a ter como objetivo a verticalização industrial, ou seja, participar em quase todos os processos de sua cadeia produtiva.

Desta forma fabricavam também seus próprios insumos, ao longo do tempo notaram que não eram tão competentes para assumir todo o processo, e passaram o foco de suas atenções para o ponto da cadeia produtiva onde desempenhavam melhores suas atividades, passando a terceirizar em um primeiro momento e alguns evoluíram para as parcerias.

Em um segundo momento estas empresas passaram a adotar a horizontalização, ou seja, abocanhar o máximo de possibilidades ou produtos dentro de suas áreas de competências, a isso passou a ser chamado de globalização de empresas, que objetivamente é a formação de grandes conglomerados econômicos que usam suas forças financeiras como estratégia para abocanhar mercados no mundo inteiro.

Caberá ao planejador perceber o enquadramento de seus produtos junto aos compradores e conhecer as variáveis que influenciam na formação dos preços destes produtos, planejando formas de controlar os custos de produção para fazer frente às distorções que estes grandes conglomerados podem fazer nestes mercados, já que a dependência destas empresas é uma realidade de difícil alternativa.

2.7 – Importância declinante da agropecuária na Renda Nacional

Um dos indicadores relativos para se medir o grau de desenvolvimento econômico de uma nação é a renda per capita, que é o somatório de bens e serviços finais produzidos na economia dividida pela população. À medida que as nações se desenvolvem, parcelas cada vez maiores da população passam a residir nas zonas urbanas.

Com a criação de uma gama atividades que acabam por influenciar de forma mais significativa os indicadores de desenvolvimento, mesmo que a agropecuária cresça em valores absolutos sua importância em valores relativos é decrescente, devido a sua participação relativa e ao número menor de empregos que vai passando a gerar.

A visão da agropecuária como cadeia produtiva, eleva-a a categoria do chamado agronegócios ou agribussines, que os profissionais do setor demonstram que representa a movimentação financeira de algo como mais de 30% do PIB brasileiro, no entanto o ainda chamado primeiro setor (produção agropecuária) participa na grande maioria das vezes como o elo mais fraco desta cadeia, desta forma dependente de desempenhos de produtividade como única forma de se manter competitivo, diante dos constantes “trancos” que os setores “antes e depois da porteira” continuam a promover “dentro da porteira”.

Caberá ao planejador conhecer estes limites, criar metas produtivas reais e que privilegiem os ganhos de escala e/ou limites técnicos de cada propriedade. Caso contrário, outra estratégia saudável será o planejamento para produção de especialidades, que mesmo assim deverão ser feitas em volumes e freqüências comerciais adequadas, ou seja, sem planejamento o primeiro setor não tem sustentabilidade.

2.8-Interdependência – Agronegócios

Como sabemos o setor agrícola nos primórdios do desenvolvimento econômico do país financiou várias etapas deste processo, notadamente a formação de um parque industrial doméstico de grande porte.

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Nos dia de hoje a agropecuária passou a ter um entendimento diferenciado, a fim de dar o devido valor ao setor, esta atividade passou a ser entendida dentro da matriz produtiva nacional como componente participante – interdependente – em pouco mais de 30% do PIB brasileiro.

A noção de cadeia produtiva elevou a categoria de setor primário para a mentalidade de agronegócios (agribusiness) a agropecuária brasileira, exatamente a mesma visão internacional.

Não que este fato tenha melhorado preços de produtos, muito pelo contrário, mas passou a demonstrar aos atores envolvidos no processo (principalmente os produtores de matéria prima) que a produção tem que ser eficiente, sem subsídios governamentais e sem favores da antiga inflação, pena que nem todos estes preceitos sejam praticados por todos os países.

O surgimento de um complexo agro-industrial vigoroso com visão moderna de parceria traz riquezas às partes envolvidas, o mesmo não se pode dizer quando fatores aleatórios ocorrem e as partes envolvidas buscam sua própria sobrevivência, “farinha pouca meu pirão primeiro”.

Determinados atores do agribusiness com grande poder financeiro passam a controlar a cadeia produtiva de traz para frente, limitando lucros a seus “parceiros” em bem próprio, sem repasse dos ganhos obtidos aos consumidores finais, normalmente são os produtores de matérias primas que são achatados neste processo, pois os intermediários com pouca importância econômica já deixaram de existir.

A chamada globalização vem demonstrando nos países de economia emergente como o nosso, o surgimento de monopólios, a briga é dura, não só o governo, mas também as entidades e a sociedade têm que se manifestar.

Os produtores terão que ter o entendimento da cadeia produtiva, o antes, o dentro e o depois da porteira, para tomar decisões empresarias sejam elas individualmente (dentro da porteira) com base das informações de sua propriedade, sejam elas antes ou depois da porteira, com base nas informações do ambiente sócio-econômico vividos naquele momento.

Lembrando que a visão atual diz que ninguém é tão grande o bastante para atuar individualmente, sem a organização de grupos (cooperativas, associações, etc.) o produtor só, nunca terá força para provocar mudanças, o velho lema continua a valer – a união faz a força – mesmo contra os monopólios e/ou oligopólios.

2.9 – Outras características

Tempo de produção maior que o tempo de trabalho, desenvolvendo-se o processo produtivo agropecuário, em algumas fases, independente da existência de trabalho, mas sim de planejamento adequado da planta produtiva.

Sistema de competição econômica sujeita as seguintes características: -Existência de um grande número de produtores e consumidores. -Produtos que normalmente apresentam pouca diferenciação entre si, commodities. -A entrada e saída no negócio, pouco altera a oferta total.

2.10 - Conclusões

Analisando estas características em conjunto ou isoladamente podem-se notar a necessidade de desenvolvimento de planejamento que observe as mesmas como os pontos fracos da atividade agropecuária, no entanto, tenham neles o devido respeito e as estratégias definidas para amenizar seus impactos ao negócio.

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Todos os empreendimentos, em qualquer setor têm seus riscos sejam eles estruturais ou de mercado, o planejamento visa criar formas para enfrentá-los profissionalmente.

“Planeje e talvez você erre. Não planeje, talvez acerte.” Gustavo Aguiar, Zootecnista.

3. Análise SWOT

Para montar uma Análise SWOT de Riscos (identificação de pontos fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades), normalmente usa-se uma simples planilha dividida em quatro grande áreas:

• S - Strengths (Pontos Fortes, de origem interna) • W - Weaknesses (Pontos Fracos, de origem interna) • O - Opportunities (Oportunidades externas) • T - Threats (Ameaças externas)

A análise SWOT é uma ferramenta muito comum em desenvolvimento ou desenho (design) de projetos e planejamento estratégico nas organizações.

É uma forma resumida de contrapor aspectos internos (a força e as deficiências da organização ou do projeto) e externos (oportunidades e ameaças criadas no ambiente onde essa organização atua, em que o projeto é implementado).

BUSCA DE OBJETIVOS

ANÁLISE SWOT

AJUDA

ATRAPALHA

INTERNA (PROP.RURAL)

FORÇAS

FRAQUEZAS

O

RIG

EM

EXTERNA (MERCADO)

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

A análise SWOT pode servir para se avaliar uma propriedade rural, um projeto, uma parte do projeto, um produto, uma equipe, etc. Para cada um destes itens, deve-se fazer perguntas como: Pontos Fortes:

• O que você (empresa/propriedade rural/equipe/pessoa) faz bem? • Que recursos especiais você possui e pode aproveitar? • O que outros (empresas/propriedade rural/equipes/pessoas) acham que você

faz bem? Pontos Fracos:

• No que você pode melhorar? • Onde você tem menos recursos que os outros?

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• O que outros acham que são suas fraquezas? Ameaças:

• Que ameaças (leis, regulamentos, concorrentes) podem lhe prejudicar? • O que seu concorrente anda fazendo?

Oportunidades:

• Quais são as oportunidades externas que você pode identificar? • Que tendências e "modas" você pode aproveitar em seu favor?

Objetivamente, o negócio ou projeto em análise deve tentar enquadramento, dentro das possibilidades, nas propostas abaixo relacionadas; Força

Para determinar os pontos fortes do projeto, observe:

- Seu projeto tem características únicas, que o fazem se destacar de outros projetos, ou seja, idéias ou práticas que ninguém conseguiria imitar facilmente, que ninguém fez ainda, porque se devem a características especiais do seu grupo?

- O que faria um financiador escolher o seu projeto no lugar de um outro? - O que no projeto levaria a comunidade-alvo (mercado) a apoiá-lo? - O que te faz sentir forte e engajado como líder ou participante desse projeto?

Deficiências

Para determinar as deficiências do projeto, observe:

- Existem procedimentos no projeto que ainda podem ser melhorados mesmo depois do seu início? Que tipo de avaliação e desafio estarão permanentemente dificultando a realização do projeto?

- Em que pontos projetos concorrentes ou semelhantes são melhores do que o seu?

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- Há projetos parecidos que você conhece que já tentam atingir o mesmo segmento da comunidade (mercado)? Qual a força deles?

Oportunidades

Para determinar as oportunidades do projeto, observe:

- Onde estão e quais são oportunidades que seu projeto oferece para sua comunidade (mercado)?

- Quais são as novas tendências, demandas, preocupações que a comunidade (mercado) tem apontado e que podem ser parcial ou totalmente atendidas pelo projeto?

- Que desdobramentos futuros o projeto pode ter, se ele der certo? - Que outros projetos na comunidade ou que você conheça poderiam ser

chamados a cooperar com o seu? Ou seja, quem faz parecido (concorrente) pode vir a ser um parceiro e cooperar para que uma rede ganhe mais força e crie mais oportunidades? Quem são esses concorrentes/parceiros? Como você espera entrar em contato e quando? Que argumentos podem ser usados para criar essas oportunidades de cooperação?

Ameaças

Para determinar as ameaças do projeto, observe:

- Que forças ou fatores dificultam a realização do seu projeto na comunidade? E nas instituições com quem você já colabora ou participa (governo, ONGs, associações, entidades, outras lideranças)? Você tem contato com essas forças ou tem entrado em conflito com elas?

- Qual o histórico de conflitos e soluções na comunidade em outros projetos parecidos? Ou seja, você ou alguém que você conhece já tentou e não conseguiu? Por que?

- Você acha que as tecnologias podem mudar e tornar o seu projeto obsoleto? - Qual o risco de novas tecnologias surgirem e exigirem mudanças no projeto? - Mudanças políticas na comunidade ou no país podem dificultar a implementação

do projeto?

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AMBIENTE INTERNO – PREDOMINÂNCIA DE:

ANÁLISE SWOT

PONTOS FORTES

AJUDA

PONTOS FRACOS

ATRAPALHA

AMEAÇAS

MANUTENÇÃO

SOBREVIVÊNCIA

AM

BIE

NTE

EX

TER

NO

P

RE

DO

MIN

ÂN

CIA

DE

:

OPORTUNIDADES

DESENVOLVIMENTO

CRESCIMENTO

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4.Diagnóstico e Intervenção Administrativa em Fazendas – TRABALHO DA DISCIPLINA Objetivos Aplicar as teorias administrativas de planejamento pecuário em fazendas e/ou empresas agropecuárias, deverá ser desenvolvido com um caso real, portanto será um “estudo de caso”. A finalidade será diagnosticar e propor um modelo técnico-administrativo para o caso em questão.

A propriedade rural Para executar o trabalho, deverá ser escolhida uma propriedade rural em plena produção, em atividade pecuária para fins comerciais, podendo ser empresa ou pessoa física, com proprietário ou diretor acessível e que demonstre interesse nesta consultoria e seus resultados.

Metodologia do trabalho Cada aluno deverá desenvolver sua metodologia de trabalho, demarcando seu próprio ritmo, podendo desenvolver um roteiro próprio para elaboração do estudo de caso.

Deverão ser respeitados dois momentos para o trabalho; >>>>>> Diagnóstico, ou seja, levantamento da situação atual, no segundo momento o;

>>>>>> Planejamento, ou seja, a proposta de um novo modelo exploratório com base em princípios técnicos e administrativos em comum acordo com as realidades encontradas em cada propriedade.

Este trabalho deverá ser apresentado em forma de relatório, papel A4, letras Arial tamanho 12, margem direita 3,0 cm, esquerda 1,0 cm, superior e inferior 2,5 cm.

Roteiro OBRIGATÓRIO para elaboração do estudo de caso

DIAGNÓSTICO

-Identificação da propriedade e proprietário, -caracterização da propriedade, escrituras, verificação da área real, -área do sistema de produção, número do antigo Incra, registro geral de imóveis ou não (posse), -características do proprietário e/ou diretor, verificação se existe um modelo atual de planejamento, atual modelo administrativo, quem é quem, níveis hierárquicos, como comercializa seus produtos, para quem, valores, -identificação de pontos falhos, pontos fortes (análise SWOT), descrição do ambiente operacional, seus pontos fracos e fortes, como são feitas as compras, se existem processos de capacitação profissional, -topografia, clima, solos, instalações, atividade exploratória, plantel, produção, produtividade, há preocupação com qualidade de produção e produto, o que é feito neste sentido, -as instalações são adequadas para seus fins, usa-se informática para controlar, o que, quanto, como, os equipamentos são usados adequadamente, são suficientes, existem manutenção adequada, -a mão de obra tem treinamento, rotatividade de mão de obra, os níveis de produção são coerentes com a tecnologia empregada, -índices zootécnicos observados, -relação patrão empregado, existe política de recursos humanos, incentivos, premiações, os funcionários são estimulados de alguma forma,

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-existem estoques, quanto, quais, -existe identificação de custos de produção, -existe estratégia empresarial no empreendimento, objetivos de crescimento, etc.

Tópico obrigatório – Construção do modelo SWOT da propriedade analisada.

PLANEJAMENTO

Com base no conhecimento efetivo da atividade desenvolvida pela propriedade, dos pontos fracos e fortes, das limitações técnicas e administrativas, da visão do ambiente interno e externo, das reais possibilidades financeiras do empreendedor, das limitações físicas da propriedade, das oportunidades de negócios que possivelmente não estejam sendo aproveitadas, do potencial produtivo que possivelmente não esteja sendo explorado, dos possíveis custos excessivos que possam estar sendo gastos pela exploração, etc. Desenvolva um relatório, objetivo, que contenha explanações e dimensionamentos de custos, performances técnicas e financeiras, propondo um novo plano para ser implementado por este produtor.

A objetividade com qualidade tanto no diagnóstico como no planejamento, definindo de forma clara e concreta as deficiências e qualidades, como também as soluções, com seus custos compatíveis na relação de benefício, será o fator determinante da verificação da qualidade do estudo de caso, e para o produtor em análise a possibilidade de este relatório ter utilização real e prática. Projeto Pecuário (Projeto completo) – Roteiro OBRIGATÓRIO; - TODOS OS TRABALHOS DEVERÃO TER UM ORÇAMENTO PARA INVESTIMENTOS FIXOS E/OU SEMIFIXOS PROPOSTO PELO PROJETO.

- SERÁ OBRIGATÓRIO A UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO RURAL, O LIMITE DE 40% DO TOTAL PROPOSTO NO ORÇAMENTO. ATENÇÃO – A PROPRIEDADE RURAL DEVERÁ SER REAL, CASOS HIPOTÉTICOS SERÃO DESCONSIDERADOS.

1. Diagnóstico Conforme descrição anterior seguido da análise SWOT da propriedade.

2. Nome da Empresa ou Pessoa Física

3. Caracterização da empresa ou pessoa física – dados cadastrais (Razão social/Identidade, CPF/CNPJ, capital social, sócios, participações dos quotistas, endereço, telefone, profissão, etc.)

4. Nome da propriedade rural

5. Localização da propriedade (endereço completo), número do Incra, RGI, própria ou arrendada, etc. Latitude e longitude da propriedade (sede ou curral) obtido por GPS ou o Google maps.

6. Área em ha – comprovado por escritura e/ou medição

7. Descrição das benfeitorias existentes; (apresentado em forma de quadro)

7.1-Benfeitorias fixas – denominação, metragem quadrada, culturas perenes, quantidades, etc. com o valor atual de cada benfeitoria descrita.

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7.2-Benfeitorias semifixas – equipamentos, identificação, ano, quantidades, animais, agricultura semifixa, etc. com o valor de cada benfeitoria descrita.

7.3-Terras – Área total da propriedade, com breve descrição das benfeitorias inseridas na terra como; pastagens, drenagem, estradas, acessos, proximidades, aspectos que valorizam a propriedade, etc., com o valor da terra sem as benfeitorias descritas anteriormente.

Obs; Ao final da descrição dos itens 7.1 e 7.2, deverá haver somatório do total de benfeitorias e este valor deverá ser depreciado para fins de obtenção do custo de produção. Ao final do item 7.3, deverá haver o somatório dos 3 itens onde será informado o valor total da propriedade (avaliação).

8. Características da propriedade

8.1-Topografia – descrição

8.2-Clima – descrição técnica com as variações de temperatura, chuvas e ventos.

8.3-Solos – resultado médio das análises dos solos da propriedade, destacando diferenças positivas e negativas.

8.4-Recursos hídricos

8.5-Recursos ambientais

9. Utilização atual do solo – dividido em ha e com somatório igual ao total em ha da propriedade

10. Objetivos do projeto ( descrição dos objetivos do projeto a curto, médio e longo prazo, se houver )

11. Metas produtivas – quantificação dos objetivos ao longo dos meses ou anos.

12. Mercado (PONTO FUNDAMENTAL) – de forma resumida ou abrangente poderá ser exposto às expectativas de mercado para colocação dos produtos propostos no projeto, preços esperados, tendências, oferta e demanda dos produtos, concorrentes, qualificações do mercado, vantagens competitivas, possibilidade de exportação, etc.

13. Orçamentos – (investimentos) (item obrigatório, deverá ser descritivo em forma de quadro, com os respectivos valores, lembrando que este item será parte obrigatória no cash-flow, onde 40% deverão ser financiados pelo crédito rural)

13.1-Construções civis – plantas, memorial descritivo, cronograma físico e planta de situação.

13.2-Máquinas, equipamentos, animais.

13.3-Pastagens, cercas.

13.4-Orçamento de culturas de apoio – capineiras, milho, etc.

13.5-Orçamentos de custeio das atividades – ano a ano. (a depreciação só deverá constar para a obtenção do custo de produção, para fins do cálculo do fluxo de caixa não deverá entrar)

13.6-Resumo financeiro dos orçamentos.

14. Uso programado do solo – situação proposta no projeto

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(locação dos há da propriedade com relação a sua atual localização, ex.propriedade com 15ha, 5ha em reserva de mata, 1ha ocupado por benfeitorias, 1 há de capineiras e 8 há de pastagens, agora de acordo com o projeto)

15. Tecnologia de produção – Descrição por etapas de todo o processo tecnológico a ser empregado no empreendimento, sistema de produção, manejos, alimentação, manejo profilático, sistemas de controle, o que será feito para a obtenção dos índices propostos, etc.

16. Dimensionamento e Evolução do Rebanho

17. Custo de produção previsto Neste item deverá ser aproveitada a planilha do custeio, com o cálculo das depreciações, onde deverá ser projetado o custo de produção previsto no projeto (número anual), custo do primeiro ano até a estabilização do rebanho. O custo de produção será apresentado pela unidade de produção, arroba, litro ou kg.

18. Descrição da estrutura administrativa e mão de obra Definir a política de recursos humanos a ser empreendida no projeto, treinamento de mão de obra, técnicos nível superior e/ou médio, administrador, definição de salários, etc.

19. Descrição do impacto ambiental do projeto Caracterização do projeto diante das normas ambientais regionais, descrição das atitudes de tratamento ambiental a serem usadas no projeto, quando demandantes de orçamentos específicos quantifica-los no item 13, se for o caso definir necessidades de certificação da agência de meio ambiente local.

20. Descrição do impacto social provocado pelo projeto Caracterização das modificações sócios econômicos que o empreendimento provocará, inclusive aspectos ligados a educação e saúde das famílias dos funcionários.

21.Avaliação econômica e financeira do projeto Utilizar a TIR (taxa interna de retorno) para avaliar a taxa de juros suportada pelo capital a ser investido no empreendimento, utilizar a relação B/C, o breack even point e destacar o valor do estoque operacional de animais. ATENÇÃO – A TIR DEVERÁ SER ANALISADA EM 2(DOIS) ASPECTOS; 1.SOBRE O HORIZONTE (TEMPO) NECESSÁRIO PARA QUE O VALOR RESULTANTE (TIR) SUPERE A TAXA DE JUROS PROPOSTA PARA REMUNERAÇÃO MÍNIMA DO CAPITAL PRÓPRIO.

2.SOBRE O HORIZONTE (TEMPO) TOTAL PROPOSTO NO PROJETO.

21. Conclusões Dar parecer conclusivo sobre o empreendimento e sua viabilidade, está análise deverá ter viés zootécnico, no entanto a base conclusiva será financeira.

20. Assinatura e CRZ

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5. Teorias de administração.

5.1 – Abordagens Clássicas – 1900 a 1930. 5.1.1 – F.W.Taylor.

Em um primeiro período Taylor defendeu a racionalização do trabalho, a luta contra o desperdício, para tanto Taylor começou seu trabalho junto com os operários no nível de execução, efetuando trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo seus movimentos em processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente.

Em um segundo momento formulou os princípios de administração, que ficaram assim divididos;

-Princípio do planejamento – substituir a improvisação e a atuação empírica pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Objetivo – Ciência, em vez de empirismo.

-Princípio do preparo – selecionar trabalhadores e capacita-los para produzir mais e melhor. Objetivo – Harmonia em vez de discórdia.

-Princípio de controle – controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o planejamento. Objetivo – Cooperação, em vez de individualismo.

-Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada. Objetivo - Rendimento máximo, em vez de produção reduzida.

-Portanto a teoria de Taylor coloca a administração científica, sem improvisos e tem o Planejamento e Controle como suas bases de execução.

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5.1.2 – H.Fayol.

Fayol entendia que a organização é constituída de um organismo social e material, complexo de relações de partes com o todo e entre si, de fatores como; coisas que precisam ser feitas, pessoas fazendo essas coisas, métodos e facilidades para fazê-las, responsabilidade e autoridade.

Sob ótica mais objetiva, administrar e organizar o agrupamento de indivíduos, que agem coordenadamente para realização de um objetivo comum previamente determinado (planejado).

Fayol considera estes os princípios da administração;

-Divisão do trabalho, -Autoridade e responsabilidade, -Disciplina, -Unidade de comando, -Unidade de direção, -Subordinação do interesse individual ao interesse geral, -Remuneração pessoal, -Centralização, -Hierarquia, -Ordem, -Equidade, -Estabilidade do pessoal, -Iniciativa e -União do pessoal. -Portanto a teoria de Fayol valoriza as pessoas em seus níveis de comando como forma de se administrar uma organização. 5.1.3 – Max Weber.

Weber criou a estrutura burocrática, com a visão de uma pirâmide pode-se conceituar que na burocracia os empregados ficam na base, os burocratas ficam no meio e os executivos no topo.

A teoria burocrata detém princípios de racionalidade, onde o poder de cada indivíduo e de esfera específica, impessoal e deriva da norma que cria o cargo.

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Caracteriza-se pela despersonalização dos relacionamentos, rigidez de comportamentos, apego aos regulamentos, exibição de sinais de autoridade, etc.

-Portanto a teoria da burocracia de Weber focaliza a racionalidade em termos de dinâmica entre meios e fins. 5.2 – Teorias Neoclássicas – 1930 a 1990.

As abordagens neoclássicas das relações humanas, também denominadas abordagem humanística da administração, surgiu nos USA, como reação a administração científica que considera o homem como empregado, ignorando que o trabalhador é essencialmente um ser humano e social.

Esta chamada desumanização ficou evidenciada pelos seguintes problemas; perda de motivação, crescimento desordenado dos órgãos funcionais e restrições as mudanças devido a rigidez e regras de trabalho. 5.3 – Teorias Modernas ou Contemporâneas.

De forma objetiva, as teorias anteriores motivaram o aparecimento de várias teorias que passaram a adotar métodos com base nos aspectos comportamentais, sociais, fisiológicos, organizacionais, estratégicos, etc.

Que hoje estão sendo aplicado de forma mescladas nas empresas no mundo todo, inclusive como importante capítulo nos itens de recursos humanos em um planejamento agropecuário.

5.4 – Habilidades necessárias para administrar.

NÍVEIS DE ADMINISTRAÇÃO HABILIDADES NECESSÁRIAS

DIREÇÃO DA EMPRESA CONCEITUAIS

GERÊNCIA(Técnica-Administrativa) HUMANAS

SUPERVISÃO DE CAMPO TÉCNICAS

Fonte: Adaptado de Chiavenato.

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6. O capital no negócio agropecuário – contabilidade.

6.1 – Capital.

É o montante de dinheiro colocado à disposição da empresa ou negócio agropecuário.

Estaremos montando um exemplo que o capital total será de R$100. Este valor representará todo o investimento deste negócio, inclusive terras, portanto seu ATIVO total é igual a R$100, seu patrimônio é igual a R$100.

Na formação do capital da empresa agropecuária, o mesmo pode ter origem pelos seus cotistas principais, pelos cotistas principais e financiamentos e/ou pela venda de ações, que podem ser ordinárias (donos reais) ou preferenciais (investidores).

As empresas poderão ser constituídas em sua formação legal como; - empresas individuais, - empresas por cotas (ações) com capital limitado, - empresas com cotas com capital aberto (negociados ou não em bolsa de valores) as chamadas sociedades anônimas.

Os empreendimentos agropecuários não caracterizados como empresas, serão empreendimentos da pessoa física.

As empresas poderão ser consideradas como familiares.

Os empreendimentos agropecuários (pessoa física) de pequeno porte, poderão ser considerados como agricultura familiar (mão de obra familiar e empregados).

Poderá existir a propriedade rural considerada de sobrevivência (mão de obra exclusiva familiar) também considerado como agricultura familiar. 6.1.1 – Ativo. Em nosso exemplo a empresa tem um ativo total de R$100, onde partes deste capital estão aplicadas em terras, animais, instalações, etc.

Outra parte deste capital poderá estar distribuído em; bancos, contas a receber e estoques. Este ativo recebe as seguintes denominações para fins de balanço da empresa;

-Ativos fixos imobilizados ou de longo prazo – São constituídos por itens de capital de longa duração, portanto de difícil negociação a curtos e médios prazos, como terras e construções, em nosso exemplo o ativo fixo valerá R$60.

-Ativo intermediário ou de médio prazo - São os bens e haveres que podem ser normalmente negociados no prazo de dois a cinco anos, como equipamentos, em nosso exemplo valerá R$15.

-Ativo circulante ou de curto prazo – É constituído de bens e haveres que podem ser normalmente convertidos em dinheiro dentro de um período contábil, um ano, como estoques e animais, em nosso exemplo valerá R$25.

-O ativo total de nosso exemplo é igual a (R$60+R$15+R$25) = R$100

-O ATIVO representa a aplicação e uso do CAPITAL disponibilizado para a empresa ou negócio agropecuário.

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6.1.2 – Passivo.

Ao compor o patrimônio, a empresa ou o negócio agropecuário, assumiu compromissos com seus acionistas, que foram responsáveis em colocar os valores necessários para formarem os ativos da mesma, descrito anteriormente.

Portanto o passivo é o montante financeiro necessário para financiar o ativo. Estes valores podem ser oriundos tanto de capital próprios, como parte por capital de terceiros (bancos, acionistas, investidores...).

Portanto o passivo também se divide em;

-Longo prazo (compromissos com mais de cinco anos de vencimento),

-Passivo intermediário ou em médio prazo (compromissos com mais de um ano e menos de cinco anos) e o,

-Passivo circulante (obrigações a serem cumpridas em um ano).

Os valores dos passivos obrigatoriamente não têm que ter a mesma identidade com os dos ativos, no entanto seus somatórios têm que dar o mesmo resultado.

O passivo, como já dito anteriormente, poderá ser composto de capital de terceiros (financiamentos) valor este que estará descrito na coluna de passivo e poderá medir o índice de endividamento da empresa, exemplo;

- dos R$100 que formam o ativo deste exemplo, se R$25 forem financiados, o índice de endividamento desta empresa seria de R$25/R$100 = 0,25 = 25%, ou a empresa está alavancada em 25%.

Ativos formados a partir da venda de ações (ordinárias ou preferenciais) não podem ser considerados como endividamento, já que as ações significam a divisão da propriedade da sociedade. Propriedade patrimonial (ordinárias) ou especulativa (preferenciais). 6.1.2.1 - A Empresa.

Formação – Contrato social (Sociedade, Objetivo e Capital social), Registro (Junta / cartório (ver novo CDB)), CNPJ, Inscrição municipal (exigências municipais, alvará, etc.), inscrição estadual, nota fiscal.

Capital da empresa – Cotas ou ações. Ações ordinárias ou preferenciais.

Quanto ao faturamento – Micro, pequena, média e grande empresa.

Quanto à tributação – IRPJ - Super simples, Lucro presumido, Lucro Arbitrado, Lucro real e Sem fins lucrativos.

ITR – Uso da terra / IPTU????. 6.1.2.2 – O produtor rural – pessoa física.

Ser proprietário, sócio ou arrendatário de propriedade rural.

Ser caracterizado como produtor rural por um órgão governamental; Emater, INCRA,...

Obter cadastramento junto a prefeitura local.

No caso do produtor rural empregador ou não, obter o registro junto ao INSS (SEI).

Solicitar junto a órgão estadual / municipal a autorização para confeccionar notas fiscais.

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Quanto a tributação – IRPF, produtor rural com direito a utilizar o livro caixa.

Resumo da tributação sobre produtores rurais

6.1.3 – Depreciação e Juros e o impacto sobre o imposto de renda.

Este é um item de grande relevância nas empresas organizadas, pois se trata de um importante cálculo para a contabilidade.

A depreciação (só empresas podem lançar mão deste artifício) poderá incidir sobre todos os bens móveis e imóveis da empresa, exceto a terra.

Desta forma, os valores que a depreciação venha a provocar, serão normalmente abatidos como despesas, portanto suavizando valores a pagar de imposto de renda.

A depreciação é calculada sob as condições impostas pelas regras do fisco federal. Os juros da dívida também são abatidos do imposto de renda (lucro), desta forma as empresas alavancadas, se beneficiam pagando menos imposto de renda do que as empresas que não tem dívidas.

Gerando na prática, taxas de juros sobre o empréstimo menores do que a contratada, devido a este benefício. Isto se houver o chamado LAJIR (lucro antes dos juros e imposto de renda).

Quando a empresa recorre a capitação de recursos via a venda de ações, sejam elas ordinárias ou preferencias, não acontecerão às despesas de juros, mas sim a distribuição de dividendos, se houver lucro o chamado LAIR (lucro antes do imposto de renda).

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6.1.4 – Balanço patrimonial da empresa.

ATIVO PASSIVO

Imobilizado ............................. 60,00R$ A longo prazo ............................. 70,00R$ -Terras ................. 40,00R$ -Empréstimos ........ 18,00R$ -Construções ....... 20,00R$ -Outros .................. 52,00R$

Intermediário .......................... 15,00R$ Intermediário .............................. 15,00R$ -Equipamentos ..... 5,00R$ -Empréstimos ........ 7,00R$ -Animais ............... 10,00R$ -Outros .................. 8,00R$

Circulante ................................ 25,00R$ Circulante ................................... 15,00R$ -Caixa .................. 12,00R$ -Á curto prazo ....... 10,00R$ -Estoques ............ 13,00R$ -Impostos .............. 5,00R$

Total do Ativo ..................... 100,00R$ Total do Passivo ................... 100,00R$ 7. Fluxo de Caixa – Cash Flow.

A contabilidade formal em uma empresa ou negócio agropecuário, tem a finalidade de manter a escrituração para fins de cálculos de impostos, balanços e balancetes, mas é no regime de fluxo de caixa que acontece a administração do dia a dia da empresa.

Para fins de planejamento orçamentário projetam-se as expectativas de receitas e despesas para um novo ano e no fluxo de caixa, em sua administração diária é que acontecem os resultados reais da relação receitas e despesas da empresa, valores que depois são transportados para os livros contábeis oficiais.

O fluxo de caixa tem conceito muito simples e deve refletir as entrada e saídas financeiras da empresa, no caso da agropecuária os resultados reais só serão conhecidos ao final de um ciclo total, que em média tem 12 meses.

Há de se ponderar sobre o que é fluxo de caixa, livro caixa e contabilidade oficial.

O fluxo de caixa, a princípio, deverá estar projetado as expectativas de receitas e despesas para um determinado projeto em um horizonte de tempo determinado.

Sobre este fluxo de caixa deverá ser feita análises sobre as projeções dos níveis de rentabilidade, sobre o volume de capital que venha a ser solicitado por um projeto.

As análises de rentabilidade sobre o capital solicitado para um novo projeto e/ou incremento de um projeto em andamento, devem obrigatoriamente considerar o valor do dinheiro no tempo.

Já que um projeto considera receitas e despesas futuras, e a decisão de implementá-lo será sempre no momento atual.

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CASH FLOW 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOEntradasVendas 112.861,80 125.631,77 159.940,60 182.349,00 196.620,00Aporte capital 34.263,70Financiamentos 18.000,00Total Entradas 165.125,50 125.631,77 159.940,60 182.349,00 196.620,00

SaídasInvestimentos 60.000,00Custeio 105.125,50 111.521,28 137.947,15 141.594,33 144.187,52Amortizações 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00Juros 1.215,00 911,25 607,50 303,75Total Saidas 165.125,50 117.236,28 143.358,40 146.701,83 148.991,27

Saldo Operacional 0,00 8.395,49 16.582,20 35.647,17 47.628,73

Imposto de Renda 0,00 1.259,32 2.487,33 5.347,08 7.144,31

Saldo / Lucro 0,00 7.136,17 14.094,87 30.300,10 40.484,42

Obs; Os cálculos para o imposto de renda deverão ser baseados no IRPF/ produtor rural ou IRPJ do sistema de apuração da Receita Federal, no exemplo, o valor é ilustrativo. 8. Avaliação econômica de projetos agropecuários.

Quando da possibilidade de se implantar algum tipo de empreendimento que exige alocação de recursos financeiros, sejam eles em um projeto em andamento ou de um novo projeto, a decisão sobre a realização ou não de tal empreendimento será sempre determinada com base em algum método de avaliação econômico-financeira.

As empresas procuram sempre melhorar sua posição no mercado, buscando maximizar os lucros e os métodos de avaliação de projetos permitem a avaliação dessas possibilidades.

Existem vários métodos para avaliação econômica de um empreendimento, foram selecionados alguns de mais fácil uso para avaliação de projetos agropecuários.

Existem métodos que não levam em consideração o conceito conhecido como fluxo de caixa descontado, que significa o valor do dinheiro no tempo, que é o caso método conhecido como - Período de Recuperação dos Investimentos (Payback) e Taxa Média de Retorno.

Existindo também métodos que levam o valor do dinheiro no tempo, são eles – Valor Presente (VP), Relação Custo-Benefício (B\C), Taxa Interna de Retorno (TIR), Ponto de Equilíbrio (Breack-even point) e Análise de Sensibilidade. 8.1 – Período de Recuperação de Investimentos – Payback.

Pode ser definido como aquele período de tempo (meses ou anos) necessário para que o desembolso feito (investimento inicial ou aporte de capital próprio) seja recuperado ou igualado. Ou seja, o investimento próprio inicial seja superado pelas entradas líquidas acumuladas, isto é, quando o fluxo de caixa se tornar positivo. Exemplo;

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FLUXO DE CAIXA ACUMULADOANO FLUXO DE CAIXA NO PERÍODO FLUXO DE CAIXA ACUMULADOInício (34.263,70)R$ (34.263,70)R$

1 -R$ (34.263,70)R$ 2 7.136,17R$ (27.127,53)R$ 3 14.094,87R$ (13.032,66)R$ 4 30.300,10R$ 17.267,44R$ 5 40.484,42R$ 57.751,86R$

57.751,86R$

O Payback deste investimento seria de 41,16 meses, portanto este investimento só começaria a dar resultado à partir do 41º meses após o início das atividades.

Este método tem como maior limitação não levar em consideração o valor do dinheiro no tempo, como também não criar expectativas sobre as receitas futuras, apenas considera importante a recuperação do capital investido. 8.2 – Taxa média de retorno.

Este método também não considera o valor do dinheiro no tempo, portanto não utilizando o fluxo de caixa “descontado”.

Considera o horizonte total em análise e tem como resultante o percentual do investimento feito que retorne para a empresa no período em análise, esquecendo as despesas inclusive as financeiras. CÁLCULO DA TAXA MÉDIA DE RETORNO

A - Fluxo líquido total no período 57.751,86R$ B - Número de anos 5,0C - Fluxo líquido médio ( A / B ) 11.550,37R$ D - Investimento planejado 34.263,70R$

E - Taxa média de retorno ( C / D ) 33,7% ao ano 8.3 – Valor Presente Líquido.

Este método de avaliação de desempenho considera também o conceito de fluxo de caixa descontado, ou seja, o valor do dinheiro no tempo.

Todo empreendimento agropecuário gera um determinado fluxo de caixa ao longo de sua vida útil, como se procura expressar todos os valores em uma mesma data, mais especificamente a data de início do projeto ou análise (momento presente ou atual), se exige um fator para “descontar” os fluxos futuros.

Ou seja, avaliar este fluxo de caixa com base em uma taxa de “desconto” (taxa de desconto = taxa que será considerada pelo investidor como satisfatória para remunerar o capital imobilizado no negócio) para trazê-lo em valores presentes.

Objetivamente quanto valeria hoje o fluxo de caixa que está sendo projetado para n anos, representado pela seguinte fórmula; η 1 / (1 + i) Onde i é a taxa de desconto ou juros, n é o número de períodos ou anos, ao final dos quais ocorre um determinado fluxo de caixa, o Valor Presente Líquido seria assim representado pela fórmula;

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η η VPL = Σ FL / ( 1 + i ) η=0 Onde FL é o fluxo líquido de caixa do empreendimento em qualquer ano η, dado que existe um horizonte de planejamento. CÁLCULO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO DE UM EMPREENDIMENTO

ANO F.CAIXA FATOR A 11,5 %aa V. P. L. DO FLUXO DE CAIXA A 11,5 %aaInicial (34.263,70)R$ 1,0000 (34.263,70)R$

1 -R$ 0,8969 -R$ 2 7.136,17R$ 0,8044 5.740,05R$ 3 14.094,87R$ 0,7214 10.168,02R$ 4 30.300,10R$ 0,6470 19.604,00R$ 5 40.484,42R$ 0,5803 23.491,65R$

VALOR PRESENTE LÍQUIDO 24.740,02R$ Neste caso, a análise indica que o empreendimento deve ser aceito, já que o valor presente líquido é positivo, para uma taxa de desconto de 11,5% a.a. em um horizonte de 5 anos.

Foram estes os parâmetros determinados pelo investidor e considerados bons para ele.

Este mesmo exemplo poderá ser calculado usando o Excel, da seguinte forma;

Fórmulas – fx Categoria da função – financeira Nome da função – VPL Ok Taxa – taxa de juros divididos por 100. Valor 1 – valor do investimento (sempre negativo). Valor 2 – fluxo de caixa líquido do 1.ano. Valor 3 – fluxo de caixa líquido do 2.ano. Valor n – fluxo de caixa líquido do n ano (no caso 5 anos).

O resultado será R$22.188,36, diferente do encontrado anteriormente devido a metodologia usada pelo Excel, no entanto, também positiva.

Este critério ainda não consegue determinar se um projeto é melhor do que o outro, ele apenas analisa um determinado projeto sob os parâmetros escolhidos entre tempo e taxa de desconto.

Valendo ressaltar que a taxa de desconto deverá sempre representar o chamado custo de oportunidade >

(taxa de juros para o capital próprio que o investidor conseguiria obter em outra opção de investimento para este capital)

> para o capital do investidor ou da empresa agropecuária, no momento da decisão de um novo ou ampliação de um empreendimento. 8.4 – Relação Benefício-Custo – (B/C)

Pode ser chamado de índice de rentabilidade (IR), este método de análise acrescenta ao VPL um denominador comum representativo a real dimensão de dois ou mais projetos, podendo servir também como complemento de análise de viabilidade, representado pela seguinte equação;

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B/C = Valor Presente Líquido das receitas / Valor Presente do Investimento

E pela fórmula; η η B / C = Σ FL ( 1 + i ) / Po η=0

Onde Po = valor necessário para desenvolver o empreendimento ou projeto proposto, em nosso exemplo;

B/C = (- 34.263,70 + 5.740,05 + 10.168,02 + 19.604,00 + 23.491,65) / 34.263,70

B/C = 0,72 ou para cada R$1,00 investido haverá um retorno de R$ 1,72 ou R$ 0,72 acima do investido.

A decisão será baseada em primeiro lugar se a relação B/C é superior a 1 (um), desta forma a rentabilidade é positiva, caso contrário será negativa, e quando comparado a um outro projeto sob os mesmos parâmetros o diferencial, serão os valores encontrados acima do 1. 8.5 – Taxa Interna de Retorno – TIR

Por definição a TIR é aquele valor de uma taxa i (juros) que torna igual a zero o Valor Presente de um fluxo líquido de caixa;

Ou seja, o valor atual das entradas é igual ao valor atual das saídas.

Como regra de decisão, a taxa obtida deverá ser confrontada com a taxa que representa o custo de capital da empresa e o projeto só deverá ser aceito quando sua taxa interna de retorno superar o custo do capital.

Isto significa que as aplicações da empresa ou do investidor rendem mais do que o custo dos recursos utilizados. Matematicamente a TIR tem a seguinte representação; η η Σ FL / ( 1 + i ) = 0 η=0 A uma taxa de desconto de 11,5% o VPL é igual a R$ 22.188,36, a uma taxa de desconto de 16%, como o exemplo abaixo, o VPL é igual a R$ 16.079,26, o que demonstra que a TIR deste projeto ainda está acima de 16%. CÁLCULO DO VALOR PRESENTE DE UM EMPREENDIMENTO

ANO F.CAIXA FATOR A 16,0 %aa V. P. L. DO FLUXO DE CAIXA A 16,0 %aa0 (34.263,70)R$ 1,0000 (34.263,70)R$ 1 -R$ 0,8621 -R$ 2 7.136,17R$ 0,7432 5.303,34R$ 3 14.094,87R$ 0,6407 9.029,99R$ 4 30.300,10R$ 0,5523 16.734,48R$ 5 40.484,42R$ 0,4761 19.275,16R$

VALOR PRESENTE LÍQUIDO 16.079,26R$ A uma taxa de desconto de 27,8876% o VPL é próximo a zero, o que significa que a TIR deste projeto é de quase 28%, desta maneira o empreendimento suportaria até

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27,9% para o custo médio de seu capital ou suportaria até 27,9% como taxa de juros para o capital próprio. CÁLCULO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO DE UM EMPREENDIMENTO

ANO F.CAIXA FATOR A 27,89 %aa V. P. L. DO FLUXO DE CAIXA A 28 %aa0 (34.263,70)R$ 1,0000 (34.263,70)R$ 1 -R$ 0,7819 -R$ 2 7.136,17R$ 0,6114 4.363,23R$ 3 14.094,87R$ 0,4781 6.738,69R$ 4 30.300,10R$ 0,3738 11.327,40R$ 5 40.484,42R$ 0,2923 11.834,39R$

VALOR PRESENTE LÍQUIDO 0,01R$ Outra maneira de encontrar a TIR será pelo Excel, o caminho é este;

Fórmulas – fx Categoria da função – financeira Nome da função – TIR OK Valores – ( -34.263,70 ; 0 ; 7.136,17 ; 14.094,87 ; 30.300,10 ; 40.484,42) – fluxos de caixa líquidos Estimativa – deixar em branco Resultado – 0,278876140 = TIR = 27,9 %. Aula\Curso Módulo I\Simulador TIR.xls 8.6 – Ponto de Equilíbrio ou “Breack-even point”.

O conceito de Ponto de Equilíbrio ou Ponto de Nivelamento ou Breack-even Point é muito útil e muito fácil para ser utilizado como medida do desempenho da empresa agropecuária trata-se de um enfoque de planejamento que visa determinar qual o nível ou volume de produção onde a receita operacional é exatamente igual aos custos operacionais, ou seja, o resultado é nulo.

Desta forma, a visão dos custos sempre terá de ser voltada para os custos fixos e os variáveis, custos fixos são aqueles que não variam com o aumento ou diminuição da produção, portanto são constantes, ao contrário dos custos variáveis que serão influenciados pelos níveis de produção.

No ponto de equilíbrio a receita total (RT) é igual ao custo total (CT), ou RT = CT.

O ponto de equilíbrio da empresa agropecuária será igual a quantidade de unidades de produto a serem comercializados necessários para pagar todas as despesas fixas e algumas despesas variáveis, à partir deste ponto, a produção acima desta quantidade será apenas acrescentado de mais custos variáveis, inerentes para produção destes produtos excedentes, sendo que esta sobra será o lucro.

Em nosso exemplo, o fluxo de caixa indica as despesas e receitas ao longo de 5 anos, considerando que cada unidade de produto vale R$ 0,75.

No primeiro ano serão necessários 140.167 unidades (R$ 105.125,50 / 0,75) comercializadas para atingir o Ponto de Equilíbrio, no segundo ano 148.694 unidades, no terceiro ano 183.929 unidades, no quarto ano 188.792 e no quinto ano 192.249 unidades.

Objetivamente o Ponto de Equilíbrio ou Breack-even Point do projeto é o seguinte;

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1.ano – 140.167 unidades do produto. 2.ano – 148.694 unidades. 3.ano – 183.929 unidades. 4.ano – 188.792 unidades. 5.ano – 192.249 unidades.

Quando o projeto se estabilizar ao 6º ano, e no caso, não tiver dívidas, o Ponto de equilíbrio será de 192.249 unidades de produto por ano.

A soma das unidades anuais do 1. ao 5.ano, dividido pelo número de dias do projeto (1825 dias), também da o ponto de equilíbrio médio diário, para os 5 anos do projeto, 468 unidades ou litros/dia.

Para quando o projeto estiver estabilizado o ponto de equilíbrio será de 527 unidades ou litros dia. 8.7 – Análise de Sensibilidade

Na seleção de diferentes alternativas de investimentos em um projeto agropecuário, não basta apenas analisar os resultados encontrados nos diferentes métodos de avaliação de rentabilidade.

O mais importante será alterar sistematicamente variáveis, como taxas de juros, índices zootécnicos, custos de insumos e preços esperados na comercialização dos produtos, desta forma estará se buscando uma análise sobre as mais diversas possibilidades.

Possibilitando ter noção real do grau de risco do empreendimento analisado, a isto podemos chamar de grau de sensibilidade do projeto.

Portanto, a análise de sensibilidade de um projeto, poderá ser feita em forma de simulação, que para ter melhor eficiência poderá ser eletrônica. A utilização de planilhas eletrônicas como o Excel poderá ser tornar uma ferramenta de grande utilidade, possibilitando “stressar” em variado sentido, os limites esperados do projeto. VER SIMULADORES » Aula\Curso Módulo I\Análise de Sensibilidade BLeite.xls Aula\Curso Módulo I\Analise de Sensibilidade BCorte.xls Aula\Curso Módulo I\Analise de Sensibilidade BCorteENGORDA.xls 9. Custo de produção na Pecuária.

9.1-Introdução.

Alguns autores consideram que a gestão de custos está além das técnicas tradicionais de contabilidade.

Que sob o enfoque contábil, os custos podem ser analisados como custo contábil e gerencial.

O custo contábil subordina-se as normas legais técnicas, fiscais e societárias.

O custo gerencial, embora não objetive desrespeito as leis, não está vinculado a elas.

O entendimento é que o compromisso deve ser com a eficiência pela redução dos gastos, através de estudos e análises voltadas para a mudança de processos e gestão financeira.

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Os produtos agropecuários tem características diferenciadas com relação a formação de seus preços diante dos produtos dos outros setores de uma economia.

O marketing tem pouca ou nenhuma influência sobre a formação dos preços nesta etapa do agronegócio, tais produtos normalmente têm seus preços ditados pelo mercado, que navega ao sabor da tradicional relação de oferta e procura, com agravantes.

O marketing pode destacar qualidades intrínsecas aos produtos pecuários em sua fase de produção, ganhando algum tipo de destaque, mas, o fato acaba por ser relevado ao longo do tempo.

Parece-nos que o marketing do produto (marca) é sempre mais eficiente do que o produto (matéria prima).

O marketing também pode ser tornar uma importante arma negativa para os produtos pecuários. Devemos sempre lembrar que graças ao marketing negativo, a população entende que a margarina é mais saudável que a manteiga.

Que o leite longa vida é melhor que o leite pasteurizado. Que carne de boi é pura gordura. Que a ingestão de ovos de galinha leva a ataque cardíaco.

MARKETING = FORMAÇÃO DE PREÇO

PREÇO ≠ CUSTO A formação do preço para os produtos pecuários, normalmente tem forte ligação com a sazonalidade de produção.

Desta forma os produtores se deparam constantemente com, ora por volumes significativos, ora por baixos volumes de produção, gerados pelas características climáticas das estações do ano.

As tecnologias percebem estes efeitos e procuram métodos para driblar os problemas gerados pela sazonalidade, mas nem sempre os custos e riscos para tal compensam os resultados.

Os empresários rurais para alcançarem resultados financeiros com significância, têm que ter escala de produção e para tal necessitam se especializar, ao contrário de tempos atrás onde a diversificação era a chave do sucesso.

A chamada verticalização da produção, também já foi considerada como uma estratégia de aumento dos ganhos.

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A especialização (horizontalização) na produção, visa a obtenção dos melhores resultados, via a aplicação da melhor tecnologia para aquele momento, naquele lugar e naquela época do ano.

Já que a natureza não repete as situações ambientais com 100% de igualdades, portanto o volume de produto poderá ser expressivo e como sabemos volume e preço normalmente não se entendem.

O custo, e não o preço deverá ser o balizador de resultados. A especialização da produção deverá ter como premissa, a busca constante de menores custos de produção, independente do volume de produto. Dentro da normalidade, as entresafras carregam preços altos dos produtos. O problema maior é de produzir com custos competitivos para enfrentar os preços dos produtos nas safras.

Outra característica expressiva do setor é o risco, o empresário rural investe significativamente para iniciar qualquer atividade, esquecendo o risco de mercado, a possibilidade de pragas e doenças, clima e erros técnicos.

Também atitudes governamentais incoerentes, que são eminentes, em países como o Brasil que estão em desenvolvimento e que não tem na agropecuária uma de suas prioridades, é normal o produtor rural ficar sem rumo em suas atividades.

A velha história de que o Brasil deveria ser o celeiro do mundo já não se aplica mais, no entanto neste mundo globalizado onde os principais países nos vêem apenas como mercado, fazendo nossa relação de troca comercial mais favorável para eles, será que algum dia seremos uma potência industrial de ponta? Ou seria, mas coerente sermos industrializados e com uma agropecuária forte, onde a característica tropical (nosso caso) seria o grande diferencial.

Voltando aos custos, entendemos que o setor tem características próprias e com tal tem que ter tratamento diferenciado com relação a sua formatação para obtenção dos custos de produção.

Não que a contabilidade tradicional não esteja fazendo corretamente sua parte, mas as características nos ambientes de produção rural são diferentes de uma indústria, tanto no tocante a forma de trabalho como principalmente as pessoas que trabalham.

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O ambiente de uma indústria (meio físico) normalmente tem pouco a ver com o produto, são raríssimas as influências ambientais, no caso agropecuário o ambiente é determinante, e aí, como colocar custos nos ambientes favoráveis, porque nos desfavoráveis é fácil.

Temos que considerar não só o clima como ambiente, mas principalmente a terra (solo), em qualquer situação de produção agropecuária, em uma indústria o solo representa apenas um investimento fixo para localização da fábrica.

Ao contrário da agropecuária onde o solo poderá ser limitante. Que a tecnologia de adubação química poderá corrigir deficiências nutricionais das plantas, que afetarão significativamente os custos nos sabemos, mas o problema de ordem física no solo dificilmente será viável de ser corrigido em grande escala.

A velocidade dos resultados na produção agropecuária também tem um tempo diferente em relação a uma indústria. Os preços e as incertezas levam este setor a pagar os piores salários no mercado, como tal, a correta motivação para os operadores (funcionários) tem características que ainda não foram descobertas eficientemente, a simples aplicação das teorias de Taylor e Fayol e suas variações para mão de obra no campo não são bastante para a obtenção de resultados expressivos.

As rotinas em boa parte das vezes são desenvolvidas ao ar livre sob sol e chuva, e desconsiderar a atenção do homem sobre os meios de produção a fim de obter resultados efetivos para diluição dos custos é inconcebível nos dias de hoje.

A falta de sistemas simplificados e eficientes de custos na agropecuária, levam os empresários rurais a não considerarem a mão de obra como fator de produção, mas sim como despesas, desta forma não conseguem medir ou comparar resultados que um operador mais eficaz pode trazer ao sistema.

Levando os empresários a velha administração financeira e não a gestão do negócio, e como medir os resultados que não foram alcançados pela ineficiência da mão de obra, sem creditar ao clima ou outra variável incontrolável.

A visão dos empresários rurais deverá estar voltada para a gestão, que a princípio é igual à administração, mas toma um sentido maior para o entendimento da busca de resultados.

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Gestor seria o administrador que visa eficácia nos resultados e administrador só estaria preocupado com custos, ainda são poucos os empresários rurais que percebe a diferença.

O gestor tem no acompanhamento dinâmico de seus custos a visão de resultados e não simplesmente a organização das despesas, para seu simples corte sem confrontação da eficiência dos resultados, desta forma o custo dinâmico se torna ferramenta fundamental para o gestor, deixando de ser apenas trabalho de controladoria (contabilidade).

E o que seria custo dinâmico?

Seria a instrumentação das despesas como forma de tomada de decisões a fim de se obter resultados técnicos e o seu conseqüente financeiro-econômico na agropecuária.

Traçando objetivos de performances zoo e fitotécnicos compatíveis com as inversões programadas, nem sempre o melhor resultado técnico será o melhor resultado financeiro.

A operacionalização dos custos tem que significar a aplicação de sistemas de controles eficientes, coletas de dados simples e funcionais, entendidas e manuseadas por todos os operadores (funcionários) do sistema, a fim de diminuir o nível dos erros normais de qualquer sistema.

No setor agropecuário as dificuldades de controle são elementares quando comparados a uma indústria ou a outros setores da economia, mas se tornam gigantescas no momento da implantação devido principalmente ao despreparo da mão de obra, o analfabetismo ainda é realidade no campo e ainda tem o chamamento das grandes cidades tendem a retirar os mais esclarecidos.

Em trabalho intitulado Organização Contábil-Administrativa dos Produtores Rurais na Região de Ribeirão Preto – SP, a autora em sua dissertação de mestrado conseguiu montar o perfil administrativo dos produtores desta região, que teve a seguinte forma;

Quanto ao tamanho das propriedades: - 55% em propriedades com menos de 30 ha; - 37% mais que 30 e menor que 80 ha e; - 8% maior que 80 ha.

Quanto ao faturamento: - 82% (propriedades maiores que 80 ha) faturam mais que U$10 mil anuais e; - 18% menos que U$10 mil anuais.

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Quanto a escrituração: - 80% não fazem contabilidade individualizadas para os negócios agropecuários; - 20% o fazem; - 68% misturam suas contas particulares com os negócios; - Dos que anotam 25% apenas tomam decisões com base na contabilidade; - 30% não faz anotação nenhuma; - 25% anotam para o I.R.; - 8% tem livro caixa e; -12% tem livro caixa e anotações para I.R.; - 25% deles usam profissionais da área contábil para anotações; - 22% usam escritórios de contabilidade; - 5% usam computadores e o restante fazem anotações como podem; - 10% conseguem chegar a conclusão de seus custos unitários; - 7% de seu custo mensal; - 7% conseguem controlar seus estoques; - 11% conhecem sua margem de lucro; - 30% fazem balanço e o restante não consegue ver nada com os números.

Quanto ao uso de profissionais, serviços e capacitação: - 92% os responsáveis pelas anotações são os proprietários ou seus familiares; - 8% usam consultorias de advogados; - 20% de contadores; - 28% de agentes de cooperativas e o restante nenhuma consultoria; - 50% desconhecem de algum sistema de financiamento para sua atividade; - 2% participam de cursos; - 25% acham que curso é bobagem e; - 73% gostariam de participar de cursos de capacitação em suas áreas de explorações.

O nosso atraso em contabilidade agropecuária é muito grande, se levarmos em consideração que este levantamento foi feito em um dos municípios mais rico do país.

Se na contabilidade (R$) a escrituração é quase nula, como será na escrituração zootécnica?

Em nosso estudo procuraremos entender a contabilidade de custo de produção tradicional em todos seus aspectos, de forma simples e objetiva.

Nosso intuito será de despertar a atenção aos fatos correlatos a agropecuária e suas relações e influências aos custos de produção, pretendendo criar massa crítica nas pessoas afim de que possam desenvolver sistemas compatíveis e possíveis de serem utilizados como ferramentas.

Desta forma estaremos explorando mais este nicho profissional que existe e é pouco utilizado - Custo Dinâmico na Agropecuária.

9.2-Indicadores em Agribusiness – Conceitos.

Conceito Expressão de uma idéia ou abstração por meio de palavras.

Organização, empresa ou entidade Articulação deliberada de recursos e atividades com a missão de produção de bens e serviços úteis à sociedade, com objetivos de assegurar sua continuidade.

Gestão Processo de tomada de decisões.

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Gestor Responsável pela gestão, pressupõe-se aquele que tem autoridade sobre os recursos e atividades e responsabilidades com os resultados.

Modelo Representação simplificada de algo que se deseja explicar.

Decisões Escolha de alternativa de ação.

Teoria contábil Conjunto de conceitos que prescrevem o melhor tratamento para o registro, acumulação e demonstração das transações de uma entidade.

Prática contábil Procedimentos correntes no tratamento de dados e informações que podem ou não encontrar sustentação na teoria contábil.

Produto Utilidade transferível de qualquer unidade operacional, onde foram consumidos recursos e atividades.

Resultado econômico Diferenças entre receitas e despesas, estão associados a desempenhos, consequentemente à capacidade de acréscimos no patrimônio da empresa e/ou remuneração dos investidores.

Resultado operacional Diferença entre receitas operacionais e as despesas variáveis e fixas.

Resultado financeiro Diferença entre receitas financeiras e receitas operacionais.

Receita operacional Expressão de valor dos bens e serviços produzidos pela unidade de negócio ou atividade dentro da empresa. Receita financeira Expressão do valor dos ganhos pela administração de prazos de ativos e passivos envolvidos nas operações.

Custos variáveis Expressão do valor dos insumos, recursos e atividades consumidas no processo de obtenção das receitas, que apresentam identidade com volume de produção.

Margem de contribuição Expressão do valor resultante de receitas com produtos e despesas variáveis incorridas para sua obtenção.

Custos fixos Expressão do valor dos insumos e recursos consumidos no período determinado entre a mensuração inicial e final da atividade.

Custo real ou total É o resultado do total de despesas para se produzir um determinado produto – fixos, semifixos e variáveis.

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Custo padrão Atribuído ao produto ou serviço conforme determinação do planejamento e orçamentação.

Custo padrão mais margem de lucro Acrescentando-se ao custo padrão margem padrão de lucro, que poderá ser o retorno sobre o investimento.

Despesas financeiras Expressão do valor das perdas decorrentes da administração de prazos de ativos e passivos envolvidos nas operações.

Desempenho Diferença entre receitas totais e despesas totais.

Centro de custos ou despesas O segmento onde o gestor é responsável pelas despesas corridas.

Centro de receitas O segmento onde o gestor é responsável pelas receitas geradas.

Centro de lucro O segmento onde o gestor é responsável pelas receitas geradas e pelas despesas ocorridas.

Centro de investimentos O segmento onde o gestor é responsável pelas despesas, pelas receitas e pelos investimentos efetuados, mensurados pelo retorno sobre o investimentos.

Preço administrado Margem de lucro negociada e adicionada aos custos.

Preço de mercado Tem sido o mais indicado por ser reconhecido como justo ou mesmo que a unidade recebedora do produto pagaria se adquirissem no mercado de um concorrente.

Custeio Despesas referentes as aquisições para desenvolver o dia a dia da atividade. Prazo não superior a 1 ano.

Investimentos Fixos Despesas para aquisições de bens imóveis, terra e construções. Prazo superior a 5 anos.

Investimentos Semifixos Despesas para aquisições de bens móveis, equipamentos e animais. Prazo maior que 1 ano e inferior a 5 anos.

Marketing Estratégia de mercado para se tirar o preço máximo de um produto. 9.3 - Forma reduzida dos quatorze pontos de Deming (pai da qualidade) e suas relações com o custo.

1 - Crie constância de propósitos no sentido da melhoria.

2 - Adote uma nova filosofia voltada para resultados.

3 - Acabe com a dependência de inspeção para adquirir qualidade.

4 - Acabe com a prática de negociar com base no preço.

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5 - Melhore constantemente o sistema de produção.

6 - Institua o treinamento no trabalho.

7 - Institua a liderança entre as pessoas, cada um tem a sua.

8 - Afaste o medo de errar.

9 - Derrube as barreiras entre setores e departamentos.

10 - Elimine slogans.

11 - Elimine padrões de trabalhos.

12 - Remova barreiras de comunicação entre as hierarquias.

13 - Institua um rigoroso programa de educação e de auto-aperfeiçoamento.

14 - Ponha todos da organização a trabalharem pela transformação, ou seja, a transformação é tarefa de todos. 9.4-Indicadores de eficiência na pecuária.

A legislação fiscal brasileira exige que as empresas tenham a contabilidade de seus animais com a contabilidade financeira. Para pecuária é admissível a avaliação dos estoques com base nos preços de mercado, demonstrando que há peculiaridades neste setor.

Os setores de governo que criam a legislação não conseguem acompanhar as realidades destas atividades, de maneira que ao se aplicar a contabilidade legal em uma empresa agropecuária e se utilizar a mesma a fim de encontrar indicadores de resultados, estes poderão estar sub ou superavaliados devidos as individualidades deste setor, ainda há muito à ser feito na contabilidade agropecuária.

A eficiência e a eficácia dos controles de custos para gestão econômica devem envolver o estabelecimento dos padrões de eficiência e consequentemente os padrões de custos das atividades na pecuária, de forma a possibilitar a formulação de orçamentos que atendam as tarefas de planejamento e controle.

Como já foi dito antes, as características do setor agropecuário tornam difíceis o estabelecimento de padrões de eficiência, este fato e que da relevância a este nicho profissional – controladoria no agribusiness – obrigando os profissionais desta área a se diferenciarem por seus controles e habilidades para determinar indicadores de resultados.

Uma das técnicas que consideramos mais interessantes é o planejamento com base no custo-meta, onde os balizadores serão os preços de mercado com suas séries históricas, aliados as possibilidades de intempéries do setor.

A concepção de custos para formação de preços já não contempla a adequada visão para a gestão das empresas, sendo necessária nova postura com relação aos custos, tendo em vista que na ponta da cadeia produtiva e de criação de valor está o consumidor final.

Esclarecido e exigente (o consumidor), acaba por impor o preço pelo qual deseja consumir as utilidades, levando os gestores dos negócios na busca de adequações dos produtos e seus correspondentes custos, a fim de alcançar a excelência empresarial e qualidade total.

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Os registros contábeis existentes na maioria das empresas rurais ainda são feitos para atender a finalidades tributárias relativas principalmente ao imposto de renda, um mero registro de caixa, que não contempla o regime de competência ou visa ao planejamento e controle gerência, com a finalidade de gerir economicamente os negócios da fazenda.

Esta postura é incompatível com a alta competitividade negocial que veio à partir do início dos anos 90 se implantando em nosso país, a pecuária não escapará a onda de transformações que se implantou no planeta.

Os movimentos das empresas agropecuárias em busca de estabelecimento do custo correto ou adequado a sua exploração, visa evitar que as informações fornecidas pelos métodos de custeios convencionais induzam as decisões equivocadas principalmente correlacionadas a preços.

Na administração clássica, a empresa tinha por objetivo a maximização do lucro, enquanto que na visão sistêmica, a empresa como entidade social tem a missão de criar produtos de valor, criar e manter clientes satisfeitos.

Promover a capacidade de evolução conduzida, atrair, desenvolver e manter talentos, construir e manter relações significativas, usar recursos produtivamente, praticar princípios éticos aceitos, respeitar o meio ambiente e finalmente obter o máximo de lucro (conceito básico da chamada sustentabilidade).

Na gestão econômica, com visão sistêmica, o desempenho das atividades deve ser medido em função do resultado e não em função dos insumos gastos, visa também avaliar as razões de justiça nos padrões consistentes e nas motivações das pessoas envolvidas no processo produtivo.

Os coeficientes técnicos da produção pecuária podem fornecer a produção por hectare, por hora-homem, hora-máquina ou outros indicadores.

Podem também expressar a produção animal em unidades físicas, que automaticamente podem ser convertidas em unidades monetárias pela relação com os preços de mercado, podendo fornecer relatórios gerências com grande poder de informação para os gestores, independente da contabilidade teórica ou legal.

O modelo de contabilidade existente pode não atender as necessidades de informações para a empresa agropecuária, principalmente em função dos princípios contábeis exigidos pela legislação.

A gestão convencional interessa-se apenas por indicadores técnico-operacionais tradicionais, hoje estes indicadores têm que estar sendo transformados em indicadores econômico-financeiros, sendo que este modelo tem que estar adaptado aos fatores motivacionais do modelo comportamental envolvido, já que são comuns as pessoas de uma organização se comportar segundo as expectativas em relação ao modelo de mensuração adotado pela empresa.

Quando o modelo de mensuração adaptar-se adequadamente ao modelo de informação contábil, com expressão dos valores economicamente demonstrados, de maneira correta, poderemos ter plena condição de analisar as demonstrações contábeis através dos índices de liquidez, de atividade, de endividamento e de rentabilidade (modelagem tradicional).

O entendimento é que o gestor contábil atual, obrigatoriamente deixa de ser um especialista, para envolver-se nas atividades de planejamento, execução e controle assim como na tomada de decisões, sendo esta uma condição exigida pelas organizações agropecuárias atualmente.

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Valendo ressaltar que no mundo agropecuário cada empresa terá resultado de eficiência muito particular, isto devido a peculiaridades já descritas anteriormente, portanto o gestor da organização sempre terá no histórico contábil – controle – como um de seus principais aliados nas tomadas de decisões. 9.5-Fatores de produção na agropecuária.

São cinco os fatores de produção; - Natureza - Capital - Trabalho - Administração - Legislação

9.5.1-Natureza.

Apesar de todas as atividades humanas necessitarem da presença de bens oriundos da natureza, é na agropecuária que sentimos sua maior proximidade, fatores já citados anteriormente como clima, topografia, química e física do solo, vegetação, etc. são altamente significativos como fatores de produção podendo limitar ou designar o sucesso econômico financeiro em um empreendimento agropecuário, sendo de vital importância na formação dos custos de produção.

9.5.2-Capital.

Trata-se dos bens de que o empreendimento é constituído para a viabilização da proposta produtiva, representada pelo somatório de valores próprios ou não com a seguinte compreensão:

-Capital Próprio e/ou Capital de Terceiros.

Quanto a sua aplicação o capital é analisado em diversas modalidades representadas da seguinte forma:

-Capital Circulante e Capital Permanente. O Capital Próprio no empreendimento agropecuário compreende os seguintes valores: capital realizado, reservas, lucros, etc.

O Capital de Terceiros (empréstimos) pelas obrigações de curto e longo prazo.

O Capital Circulante pelos recursos de caixa, estoques, contas a receber, contas a pagar, etc.

O Capital Permanente pelos: equipamentos, construções, culturas perenes, animais, terras, etc.

9.5.3-Trabalho.

Pode ser entendido como o emprego de tempo dos Recursos Humanos disponíveis no empreendimento, para viabilizar sua produção.

Também no setor agropecuário os aspectos qualitativos e quantitativos são bem diversificados, com o diferencial de que a utilização de mão de obra própria ou familiar é comum e na grande maioria dos casos a única força de trabalho.

Nas regras da contabilidade a inclusão desta mão de obra nos custos é obrigatória, no entanto não devemos esquecer que o proprietário e seus familiares só conseguiram dispor de valores financeiros para seu uso se houver sobras, portanto este item poderá

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fazer parte dos custos, mas a sua existência em moeda dependerá de disponibilidade financeira.

No caso na propriedade rural familiar o mais importante é o aspecto social, onde a terra estará cumprindo a função de segurar as pessoas no campo e permitir se não toda, boa parte de sua alimentação, fator dificultado em uma propriedade urbana.

9.5.4-Administração.

O lucro é a razão de ser da empresa, na falta de coordenação administrativa os fatores geradores de lucro estarão ao sabor da sorte, como tal os riscos serão bem maiores.

Não esquecendo que o risco é um fator inerente ao negócio, mas a busca de uma administração coerente tende a minimiza-lo.

Lembrando que na agropecuária a natureza é um dos grandes fatores de riscos, onde os históricos regionais podem amenizar determinados impactos sem, no entanto isenta-los, o controle administrativo se torna fundamental para este e todos os outros fatores de produção.

9.5.5-Legislação.

O poder público é um fator de grande importância na agropecuária, às características do setor são dependentes de determinadas decisões governamentais, sejam elas municipais, estaduais ou federais.

Incentivos, liberação de importações, financiamentos, macro drenagens, estradas, eletrificação, impostos, pesquisas, etc., entre outros, estes itens, os governos é que determinam.

9.6-Remuneração dos fatores de produção.

Todos os fatores de produção deverão ter um preço ou um custo, mas na agropecuária devemos tomar alguns tipos de cuidado para não criar fatos que onerem a produção de forma exagerada.

O importante será conseguirmos determinar uma metodologia que mantenha uma boa aproximação dos custos, já que nunca conseguiremos alcançar a perfeição.

Um dos aspectos que devem ser considerados diz respeito às depreciações, que ocorrerão sobre a maior parte dos ativos, sempre analisados sobre valores reais e líquidos.

Deverão ser esquecidas as paixões que são normais quando o assunto é agropecuária. Os valores fixos devem atualizados para a realidade do momento de análise.

9.7-Remuneração da Terra – Custos.

A consideração sobre a apropriação do custo da terra no custo de produção é muito polêmica, vários autores consideram fundamental a inclusão deste item em uma planilha de formação de custo de produção, outros não.

A legislação tributária considera que o valor da terra deve fazer parte do ativo da organização, mas não poderá sofrer depreciação, já que este ativo mantém-se forte e normalmente poderá sofre valorização.

Há argumentações que o equivalente financeiro deste imobilizado deveria sofrer aplicação de juros mensais, como um custo de oportunidade, a fim de remunerar o capital investido, tornando o valor da terra como um negócio à parte dentro do negócio.

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Nossa consideração é para que a terra simplesmente permaneça do ativo, sem depreciação e sem aplicação de juros sobre o imobilizado.

Terras arrendadas e/ou alugadas deverão ter estas despesas presentes na planilha de custo de produção, pois como propriedade de terceiros só tem valor como patrimônio para seus donos, para seus exploradores apresenta-se apenas como mais um insumo de produção.

Anteriormente já fizemos considerações sobre características da terra, sua importância e viabilidade no agronegócio.

-40%

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1977

1978

1980

1981

1983

1984

1986

1987

1989

1990

1992

1993

1995

1996

1998

1999

2001

2002

2004

2005

2007

Ouro Terra agrícola

Comparação da variação dos ativos terra e ouro entre 1977 e 2007.

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009

Terras para pecuária Ouro

Variação dos ativos, terra para pecuária e ouro depois do Plano Real.

Fonte: IBRE/FGV Dados, www.kitco.com.

9.8-Remuneração do Capital – Custos.

Considerações são feitas por alguns autores que entendem que todo o capital envolvido em processo deva ser antecipadamente remunerada com juros. Tanto o capital próprio quanto o capital de terceiros, ou seja, estes autores entendem que na planilha de custo de produção o item juros dever estar presente para 100% do capital empregado na atividade, tanto o imobilizado em fixos como no custeio.

Nosso entendimento é que remunerar capital só o de terceiros, que para nós passará a ser uma despesa financeira, juros e despesas anexas as operações que originaram a entrada de capital de terceiros na atividade.

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A remuneração do capital imobilizado, tanto os fixos como os de custeio, deverá ser a rentabilidade, proporcionalizada ou comparada em forma de juros, sobre o retorno do negócio como um todo.

Ou seja, deixamos de aplicar no mercado financeiro para investir em um negócio pecuário e agora quero saber se valeu apena, ou seria melhor ter investido no mercado financeiro, a comparação das rentabilidades é que nos informará.

Poderia ter comprado ações, investido em aplicações em poupança, renda fixa, derivativos, mescla destas operações, mas optei em investir em agropecuária, quando comparado os resultados obtidos valeu apena?

Consideramos que o custo de oportunidade é o, alternativo para investir o capital no mercado financeiro e não no negócio. 9.9-Remuneração do Trabalho – Custos.

A remuneração do trabalho é o salário, existem basicamente dois tipos de trabalho em uma organização rural, o trabalho dos funcionários e o trabalho dos proprietários.

Os funcionários sempre terão de ser remunerados por seu trabalho, seja ela a forma acertada, passa a ser uma obrigação da organização quitar seus débitos sejam semanais, quinzenais, mensais, participações, etc.

Lembrando que ainda pesam as contribuições sociais como; férias, 13º, descanso semanal remunerado, feriados, aviso prévio, INSS, FGTS, etc. encargos este que no Brasil tem um custo bem significativo.

Como forma simplificada de formar as despesas relativas aos chamados custos sociais, no setor rural taxamos sobre cada unidade de valor paga como salário o equivalente em 80% para estes custos, e não os convencionais 100% ou mais usados no setor urbano.

Mesmo que as despesas ainda não tenham sido feitas, preferimos aportar estas despesas no custo de forma rateada a esperar que aconteça, ou então teremos que sobrecarregar apenas em um momento a planilha de custos de produção.

Ainda relacionado a remuneração salarial dos proprietários, podemos exemplificar os casos de empresas de maior porte, que poderá ocorrer de ser toda profissionalizada.

Ou seja, os proprietários não participam com trabalho, mas só no quadro consultivo, fato pouco comum em agropecuária, mas os mesmos só obteriam algum resultado financeiro se houvessem, quando não, teriam até que complementar falta de dinheiro.

Em uma empresa familiar, onde poderá até não ter empregados, seus proprietários só terão acesso a remuneração de seu trabalho se tiver sobras financeiras, funcionando como uma espécie de grande empresa.

Portanto na formação do custo de produção em agropecuária preferimos adotar este procedimento, ou seja, a normalidade é para que os proprietários participem trabalhando e com presença de funcionários.

Onde os mesmos têm remuneração obrigatória, já os proprietários dependerão de resultados para garantir remuneração financeira, podendo até estipular pisos ou tetos onde poderão ocorrer sobras (lucros) para serem reinvestidas no negócio.

Esta metodologia deverá ser empregada para evitar super avaliação nos custos de produção. Cada proprietário tem noção do valor de seu trabalho, quanto maior o nível de informação pessoal considera-se que o salário tem que ser maior.

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No entanto, a maior parte destes trabalhos desenvolvidos pelo proprietário não requer ciência alguma, podendo ser desenvolvido por funcionários de custos compatíveis com o mesmo.

O objetivo deste procedimento relacionado a colocação ou não do custo da mão de obra do proprietário, seja ela familiar ou não, será no intuito de evitar que o custo vire um orçamento.

Ou seja, quanto deveria custar e não quanto efetivamente estará custando determinado produto. Valendo destacar que o item mão de obra em uma planilha de custo em pecuária, normalmente tem valor bem expressivo quando comparado aos outros itens da planilha.

9.10-Custos Operacionais – Custeio.

Constituído das despesas do dia a dia de uma organização agropecuária, obrigatoriamente tem que contemplar as saídas de caixa, devendo ser contabilizadas imediatamente não só no caixa, mas também na planilha do custo de produção.

Na planilha buscaremos conhecer o custo de uma determinada atividade, cada atividade terá que ter uma planilha, a contabilidade deverá englobar o negócio como todo.

Na planilha só temos custos e os proporcionais insumos utilizados, na contabilidade temos despesas totais e receitas totais da organização, na planilha podemos determinar as performances técnicas e comparar seus efeitos nos custos, na contabilidade fatos como estes só podem ser verificados globalmente.

Portanto os custos operacionais – custeio – que quando somados a determinados custos fixos e depreciações poderão nos fornecer visão detalhada do comportamento da atividade em questão.

Suas interações com a tecnologia, as influências de clima, genética, mão de obra, etc., detalhes imprescindíveis no agronegócio, em seu patamar “dentro da porteira”.

Valendo lembrar que o item depreciações, só deve entrar na planilha de custo de produção e não na contabilidade da empresa agropecuária ( a não ser para fins fiscais).

No custeio da atividade a depreciação não deverá constar, pois se trata de uma despesa não financeira, sendo apenas contábil.

Nos exemplos que se seguem nesta apostila, nos custeio contam a presença deste item, lembrando que estão localizados para fins didáticos.

9.11-Períodos de Aglutinação de Custos.

Na agropecuária existem atividades de ciclos bem definidos e outras não, ou seja, determinadas atividades começam e terminam dentro de uma faixa de tempo, são as chamadas safras, outras atividades ficam em ciclo contínuo de produção.

Nas atividades de ciclos definidos fica fácil de entender que o período de custo deve abranger este ciclo, nas outras atividades devem ser eleitos períodos para aglutinação dos custos.

O ideal será aglutinar por períodos de vendas, ou recebimentos, já que os resultados físicos de produção alcançados servirão como balizamentos dos custos unitários.

Ou seja, só conseguiremos saber quanto custou uma unidade de produto quando realizarmos as vendas destas unidades, uma coisa é a colheita outra é a venda.

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No custo de produção dinâmico, procuramos fechar um ciclo a cada mês, sempre considerando os últimos 12 meses passados, independente do ano civil.

Os resultados técnicos e financeiros, dependendo da atividade, poderá ser a média dos últimos 12 meses (caso do leite) ou o acumulo dos últimos 12 meses (caso do corte).

9.12 - As despesas mensuradas no custo dinâmico

O objetivo do custo dinâmico e praticar o custo de produção em pecuária, adotando metodologia simples, com demonstração do custo por unidade de produção (litro do leite, arroba do boi,...) independente do ano civil.

O modelo proposto apresenta resultados de custos a cada venda ou saída de animais realizada e faz acúmulo de valores dos últimos doze meses de operação do sistema de produção, no caso da bovinocultura de corte.

No caso da pecuária leiteira, a visualização do custo é mensal, fazendo também menção a média do custo dos últimos 12 meses. A esta modelagem operacional de obtenção de custo foi denominada de custo dinâmico.

A modelagem dimensionada no custo dinâmico leva em consideração as dificuldades nos procedimentos para a coleta de informações a campo, dificuldades estas que normalmente inviabilizam o sentido desta prática como rotina administrativa.

Onde o custo tem objetivo de gestão do negócio, buscando simplicidade com a máxima qualidade das informações obtidas, assim como resultados compatíveis com cada realidade produtiva.

Basicamente a estrutura do demonstrativo de custos de produção proposta pelo custo dinâmico está dividida em cinco grupos, são eles: - custo com mão de obra fixa, - custo com alimentação, - custo com despesas diretas, - custo com assistência técnica, - custo patrimonial e, - custos complementares.

Elementos de despesas no custo dinâmico

* Custo com mão de obra fixa Sobre os montantes financeiros desembolsados para fins de pagamento de salários, valores efetivamente pagos a funcionários do quadro permanente, aplica-se percentual de 80% como representação das despesas referentes as leis sociais.

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Este percentual deverá ser aplicado independentemente de ter havido ou não pagamentos correspondentes a algumas obrigações trabalhistas em um determinado mês.

A aplicação deste montante tem a finalidade de preservar no custo de produção, as despesas referentes a: previdência social, FGTS, sistema S, seguros, abonos, férias, 13.º salário, etc.

* Custo de alimentação

Valores diretos sobre volumes consumidos e seus respectivos preços por tonelada do alimento. São os seguintes alimentos analisados: sal mineral, sal mineral proteinado, suplementação alimentar e pastejo.

O alimento pastejo está melhor explicado adiante.

* Custos despesas diretas

Valores diretos sobre serviços e produtos consumidos, como medicamentos utilizados, despesas com manutenção de benfeitorias e equipamentos, luz e telefone gasto com o sistema de produção.

Não contabilizamos estoques de insumos.

* Custo tecnologia

Valores diretos gastos com assistência técnica e/ou assessoria ao sistema de produção nos assuntos referentes a zootecnia, agronomia e aplicável em serviços de veterinária, excluindo-se serviços de clínica que se encaixaria em custos complementares (outros).

* Custo patrimonial

Valores aplicados para fins de depreciações de investimentos fixos e semifixos, exceto o valor da terra.

São também depreciados os animais que compõem o rebanho matriz, quando houver, fêmeas após a primeira cobertura, fêmeas paridas e reprodutores.

A fim de facilitar a metodologia de cálculo para fins de depreciação deverá ser aplicado determinado percentual mensal, sobre o total do imobilizado descrito anteriormente.

Para fins de obtenção da depreciação, procurou-se utilizar uma maneira expressa, evitando o modelo que leva em consideração o valor inicial, menos o valor residual dividido pelos anos de vida, devido a complicação para aplicar este modelo sobre cada item imobilizado.

Esta consideração se faz necessária pela longa duração dos imobilizados, sejam fixos ou semifixos, no setor rural, optando por aplicar valor percentual mensal sobre os valores totais apurados nas avaliações destes patrimônios, tendo como base valores de mercado no momento da análise.

No caso da depreciação aplicada aos animais (matrizes e reprodutores) poderá ser utilizado o valor da arroba atualizado e/ou o valor comercial de determinados animais.

O percentual de depreciação mensal deverá ser determinado com valor no montante do interesse de retorno destes capitais, a taxa sugerida poderá ser a mesma da caderneta de poupança.

* Custos complementares

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Todas as despesas que não encontrarem colocações nos grupos anteriores deverão ser alocadas neste grupo.

9.13 - As despesas mensuradas no custo tradicional

Modelo do custo de produção e análise econômica proposta por Matsunaga et al., (1976).

9.14 – O alimento pastejo

9.14.1- As pastagens e seus valores no custo de produção em bovinos O dimensionamento do valor das pastagens em uma planilha de custo de produção de bovinos é uma tarefa de complicada mensuração, podendo-se considerar que existem duas óticas ao se apropriar o custo de produção de bovinos, seja de carne ou leite. A primeira, parte do pressuposto de que o custo para se produzir uma unidade de produto (1 arroba de bovino ou 1 litro de leite) necessita de variadas quantidades e

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tipos de insumos, entre eles, se for a opção do modelo produtivo em pastagens, necessitaria de determinada quantidade de hectares de pastagens e demais insumos, a este modelo de apropriação de custos deveria ser mais correto a denominação de orçamento de custos e não custo de produção. A segunda forma de apropriação de custos de produção seria pelo acompanhamento de todas as despesas efetuadas em um determinado período, onde se poderiam considerar as despesas de desembolso financeiro direto, como também devem entrar os gastos necessários para formação e/ou manutenção de pastagens e as despesas de amortizações de capitais imobilizados a longo e médio prazo (depreciações), a este modelo é que se poderia chamar de custo de produção real. O primeiro modelo, com bases orçamentárias, deveria ser chamado de quanto deve custar e o segundo modelo, quanto custou. A tabela abaixo apresenta o resumo das abordagens adotadas por diversos pesquisadores para apropriação de custos em pastagens, com base no modelo tradicional de obtenção de custos.

Pesquisador / ano Abordagem Arruda (1983) Depreciação / pastagens nativas 10% do valor Arruda et al., (1992) Depreciação / juros sobre capital / s/ custos pastos nativos Arruda et al., (1992) Depreciação em 8 anos /juros de 6% a.a. sobre capital fixo Barbosa (2002) Despesas correntes Canziani (1999) Cálculo sobre a variação patrimonial Cezar (2001) Juros sobre capital imobilizado e capital de giro Corrêa et al.,(2001) Depreciações, juros de 6% a.a. e despesas correntes Costa et al.,(1991) Depreciação 10 anos / sem custos para pastos nativos Emater (1999) Valor de arrendamento Formigoni (2002) Despesas correntes Gomes (1986) 0,5 litro de leite por hectare por dia Gomes (1987) Estabelecimento de valores irrisórios Gomes (1989) D.correntes/Remun. capital investido 6%a.a. + deprecia. 3,3%a.a. Gomes (1998) Valor de arrendamento Gomes (1999) Despesas correntes Lopes et al., (1997) Despesas correntes Lopes et al., (2003) Despesas correntes sem considerações sobre investimentos Martins (2000) Despesas correntes / juros de 15% a.a. sobre capital de giro Maya (2003) Juros de 6% a.a. sobre capital investido em pastagens Melo filho et al.,(2005) Despesas correntes Miserani et al.,(2002) Despesas correntes Moraes et al., (2004) Depreciação em 12% a.a. Mota (2004) Valor igual ao capital imobilizado em terra Noronha et al.,(1990) 0,2 litro de leite por hectare dia Noronha et al.,(2001) Despesas correntes Oaigen et al., (2008) Despesas correntes Peres et al., (2004) Despesas correntes Pilau et al., (2003) Despesas correntes Reis et al. (2001) Depreciação / despesas correntes Resende (1996) Depreciação / juros sobre capital / despesas correntes Veloso et al., (2001) Sem estabelecimento das despesas com pastagens Vilela et al., (2001) Juros sobre capital Yamaguchi (1999) Despesas correntes

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9.14.2 A visão do pasto como produto

Considerando que a forma provavelmente mais adequada para apropriar as despesas de produção de pastagens em uma planilha de custo de produção para bovinos, seria a visão da pastagem como um produto, ou seja;

A mesma concepção de qualquer outro insumo utilizado como alimento na nutrição dos bovinos. A pastagem seria um alimento com valor financeiro de sua tonelada definido e que ao ser consumido pelos animais, com a devida mensuração das quantidades, seria possível estabelecer sua participação em termos de valor dentro da planilha de custos;

Mesma aplicação feita para qualquer outro insumo utilizado e mensurado monetariamente de forma direta. A mesma visão poderia ser empregada para a produção e uso de forragem suplementar, afim de não persistirem deformações na apropriação destes custos de difícil mensuração.

Para fins de balizamento do custo referencial para uma tonelada de massa verde de capim pastejado, a recomendação poderá ser o uso de orçamento de custos e não a tentativa de obtenção de custos reais caso a caso, devido a grande dificuldade de se realizar como rotina a apropriação dos custos de pastagens.

O uso do custo orçamentário poderia ser uma das alternativas para obtenção de valor ao produto, a alternativa poderá ser o uso do preço do produto, desde que comercializados por terceiros, ou seja, valor de mercado.

Esta prática poderá ser realidade para silagens, capineiras, cana de açúcar, fenos e outros volumosos que estejam disponíveis no mercado.

O mesmo não será possível para o material produzido nas pastagens, que passará a ser chamado de agora em diante de “pastejo”.

Esta nova visão estaria eliminando da planilha de custos de produção em pecuária, para fins de gestão, despesas com adubos e corretivos, produtos químicos, capinas, ou qualquer outra despesa relativa a formação ou manutenção de pastagens, possibilitando também criar valor a pastagens nativas, mais que isso, criar valor ao principal insumo da pecuária tropical que é o pasto, seja ele cultivado ou natural.

9.14.3 O cálculo do valor da tonelada de pasto

O volume de matéria ou massa verde produzida nos remete a um bem palpável, passível de mensuração, pode ser expresso em toneladas, não obstante do volume de matéria seca (MS).

A quantidade de MS deverá estar baseada no volume de MV produzida e as características fisiológicas da forragem, já que a MS tem representação percentual, caso a caso, em relação a MV produzida.

Podendo-se ter a compreensão que forragens com maior percentual de MS ou mesmo forragens com maior percentual de proteína bruta, estariam apresentando seus diferenciais nos menores tempos de engorda e/ou obtenção de performances reprodutivas, isto sob as mesmas condições de oferta e manejo do pastejo.

A quantificação do peso total da MS a ser produzida por hectare de pastagens poderá criar o diferencial entre as variedades de forragens, desta forma, possibilitando maior carga animal por área.

A MS existente nas forragens pode ser representada em percentuais, e estes conteúdos podem apresentar variações das mais diversas dentro de uma mesma variedade de forragem, seja pela idade da planta, pela parte da planta analisada e até

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mesmo pela hora do dia em que a planta foi colhida para análise. Valadares Filho et al., (2002) encontraram em 599 amostras de 62 variedades de capins a média de 27,73 % de MS, com desvio médio de 8,44 pontos, ou seja, houveram capins que obtiveram entre 19, 29 % a 36,17 % de MS em suas composições, demonstrando a gama de possibilidades de resultados para este tipo de análise.

Para fins de definição da produção de MV de forragem produzida estabeleceremos a média de 25 % de MS, ao qual estará definindo o valor na tonelada de MV ou o valor da tonelada de pastejo.

Para fins de obtenção do valor da tonelada de pastejo, foi utilizada planilha adaptada de Resende (2005), que instituiu as bases orçamentárias para as despesas necessárias nos trabalhos de formação e manutenção de pastagens.

Podendo existir o pressuposto demonstrado na figura abaixo, onde a consideração é que o custo da MV deverá ser igual para qualquer tipo de pastagem.

Ponto limite da produção de forragem em pastagem. (M.S. Massa seca, P.M.S. Produção de massa seca)

Os orçamentos apresentados foram feitos com seis espécies e cultivares de gramíneas. Sendo mensuradas as despesas orçamentárias anuais para manutenção de um hectare para cada variedade, a produção de MS esperada, o valor da tonelada de MS e o valor da tonelada de MV.

Sendo importante destacar que os valores por tonelada de MS produzida não apresentaram diferenças expressivas, assim como os valores encontrados por tonelada de pastejo ou MV, no entanto, o diferencial entre as forragens pode ser observado pela maior capacidade de suporte em uma mesma área, devido a maior produção em toneladas de MV e seu proporcional em MS por hectare.

Ponderações poderão ser feitas no sentido de que o custo da tonelada de MS dos capins tropicais, cultivados em pastagens, tenderão a ser parecidos, apesar das diferenças existentes nos montantes relativos a formação e manutenção, já que maiores imobilizações financeiras resultariam em maiores produções de massa verde.

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Orçamento para formação de pastagens, custo da tonelada de MS e MV.

Custo Total Prod.MS Custo

MS % Prod.MV Custo MV

Forrageiras R$/ha t/ha/ano R$/t MS/t t/ha R$/t Coast Cross 1.261,40 25 50,46 25 100 12,61 Mombaça 984,63 20 49,23 25 80 12,31 Tanzânia 984,63 20 49,23 25 80 12,31 B.brizantha 734,03 14 52,43 25 56 13,11 Setária 729,89 14 52,14 25 56 13,03 B.decumbens 713,93 14 51,00 25 56 12,75 Médias 901,42 50,75 12,69

Obs. MS – matéria seca, t – tonelada, MV – massa verde. Custos para junho de 2010. Os orçamentos que originaram este resumo estão disponíveis ao final da apostila.

O objetivo desta nova visão para fins de apropriação dos custos de pastagens em sistema de produção de bovinos, foi de tornar a utilização de pastagens um fato mensurável como o consumo de qualquer outro insumo alimentar.

A partir do momento em que se propõe o consumo de pastagens com a mesma visão de qualquer outro insumo alimentar e com seu respectivo valor, haverá que se determinar maneira de poder mensurar o volume consumido.

Com base no NRC (2000) foi relatado que 1 UA (unidade animal), teoricamente, teria possibilidade de em 24 horas consumir em torno de 45 kg (ou 10 % de seu peso, equivalente a 2,5% de consumo de matéria seca) de alimentos, entre forragens sob forma de pastejo e/ou outros alimentos fornecidos. Possibilitando a determinação do consumo teórico de pastagens em um espaço de 24 horas de um animal ou de um rebanho. Para diferenciar o consumo de pastagens do consumo de outros alimentos fornecidos, caso haja, deverá ser subtraído do volume da possibilidade máxima de consumo do animal ou rebanho, os volumes dos alimentos fornecidos em comedouros. Esses cálculos devem se basear nas quantidades de UAs determinadas pelas categorias de animais do rebanho. Onde os cálculos para obtenção do volume total pastejado por um determinado rebanho em 24 horas, seria o resultado do total de UAs deste rebanho, multiplicado pelo peso em toneladas do consumo teórico de 1 UA em 24 horas, que é 0,045 t. O valor resultante seria o montante em toneladas de MV consumida. Observando que caso haja alimentos que venham a ser oferecidos em comedouros ou similares, deverão ter seus pesos diminuídos desse volume, resultando no valor líquido presumido de ingestão do insumo pastejo. A adoção desta tecnologia de mensuração deverá apresentar melhor resultado quando utilizada por sistema informatizado, como forma de agilizar e facilitar os procedimentos, evitando erros. Não pela complexidade, pois é muito simples, mas pela intensa necessidade de confronto de rotinas, atualizações de categorias, alterações em fornecimentos de alimentos disponibilizados em comedouros, etc. Desta forma, deixando de ser uma informação estática para se tornar uma informação dinâmica direcionada ao valor das pastagens na formatação do custo de produção em

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bovinos, voltado para a gestão do negócio e em periodicidade menor do que um ciclo pecuário que é de doze meses. A tabela abaixo demonstra a dinâmica entre a relação de UAs na visão diária e mensal, conjugando o consumo mensal do PASTEJO e o seu custo mensal. Meses UAs / dia UAs / mês¹ Cons/pasto/t/mês² Custo/pasto/R$/mês³ 1 jan 218,2 6764,2 304,4 3.861,68 2 fev 254,8 7134,4 321,0 4.073,03 3 mar 234,0 7254,0 326,4 4.141,30 4 abr 228,8 6864,0 308,9 3.918,65 5 mai 223,4 6925,4 311,6 3.953,71 6 jun 238,5 7155,0 322,0 4.084,79 7 jul 256,4 7948,4 357,7 4.537,74 8 ago 254,8 7898,8 355,4 4.509,42 9 set 248,8 7464,0 335,9 4.261,19

10 out 268,3 8317,3 374,3 4.748,34 11 nov 285,5 8565,0 385,4 4.889,75 12 dez 233,8 7247,8 326,2 4.137,77 13 jan 242,6 7520,6 338,4 4.293,51 14 fev 253,8 7106,4 319,8 4.057,04 15 mar 228,6 7086,6 318,9 4.045,74 16 abr 239,7 7191,0 323,6 4.105,34 17 mai 245,5 7610,5 342,5 4.344,83 18 jun 212,5 6375,0 286,9 3.639,48 19 jul 226,5 7021,5 316,0 4.008,57 20 ago 231,2 7167,2 322,5 4.091,75 21 set 194,8 5844,0 263,0 3.336,34 22 out 220,3 6829,3 307,3 3.898,84 23 nov 228,1 6843,0 307,9 3.906,67 24 dez 171,4 5313,4 239,1 3.033,42 25 jan 165,5 5130,5 230,9 2.929,00 26 fev 153,8 4306,4 193,8 2.458,52

Obs. ¹UAs dia x dias do mês, ²UAs x (1 UA = 450kg x 10% = 0,045 t), ³t/mês x R$12,69 (valor 1 t/pasto em junho de 2010) 9.15 - Gerocorte Rastrear - GcR Geroleite Rastrear - GlR Gerocabra Rastrear - GcaR 10. Dimensionamento, Performances e Evolução de Rebanhos.

Trata-se de um cronograma onde são dimensionadas as possibilidades do tamanho físico de um rebanho. O dimensionamento do rebanho estará subjugado às possibilidades de aplicação de índices zootécnicos.

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O grau de coerência e a qualidade das informações disponibilizadas na evolução do rebanho deverão estar atrelados as características individuais como: tipo de exploração, qualidade e tamanho da propriedade, clima, grau de tecnologia, interação com as instalações zootécnicas, nível de organização administrativa e controle sobre resultados.

Atualmente as evoluções de rebanho devem anexar não só as quantificações físicas dos rebanhos, mas também dimensionar valores relacionados a receitas e despesas, devem ter atuação determinante sobre as possibilidades reais de analisar resultados, buscando oferecer o maior grau possível de segurança por momento da escolha do empreendimento proposto.

Assegurando os melhores momentos para os investimentos sejam eles fixos, semifixos ou de custeio, assim como possibilitar formar as mais diversas estratégias que visem otimizar a atividade, deixando de ser estática para se tornar uma simulação completa da atividade, por si só, podendo ter o papel de planejamento e principalmente a análise de sensibilidade.

Esta deverá ser a principal ferramenta para o Zootecnista planejar e desenvolver projetos em pecuária. Sempre em forma de planilha eletrônica, a evolução de rebanho estará facilitando as simulações, sem, no entanto, tirar o talento, capacidade e sensibilidade do Zootecnista em utilizar índices compatíveis com cada situação ou propriedade.

Aliando os detalhes e/ou peculiaridades de cada negócio pecuário e seu gestor. Esta ferramenta trará dinamismo e diminuição nas possibilidades de erros, desde que manejada com muita responsabilidade e experiência profissional, sem dúvida trata-se de um diferencial para os Zootecnistas.

10.1 – A UA (unidade animal) e o Fator de Correção de UAs.

A base das principais projeções em rebanhos bovinos ocorre sob o dimensionamento da carga animal (peso dos animais) existente no dia dos cálculos ou em momento futuro, ou seja, mesmo não sendo o parâmetro ideal, o dimensionamento pelas UAs é o método ao alcance dos técnicos para fins das mais diversas mensurações.

Em produção animal os bovinos são agrupados por categorias. Este tipo de agrupamento se faz necessário para fins de cálculos sobre as necessidades, sejam elas alimentar, espacial, medicamentosa, profilática, etc. A formatação das categorias para fins de padronização entre bovinos de idades e pesos diferentes é baseada em unidade zootécnica chamada de UA (unidade animal). O Crop Science Terminology Committe (1993), definiu que 1 UA seria o equivalente a uma vaca fora de lactação e com peso de 500 kg, já a American Society of Range Management (1974) definiu que 1 UA seria o equivalente a uma vaca fora de lactação, equivalente a 454 kg, com consumo esperado de 12 kg de MS de forragem por dia (2,5% do PV). No caso brasileiro os primeiros órgãos ligados a extensão e assistência técnica rural, entre os anos 50 e 60, estabeleceram que 1 UA fosse igual a 450 kg de peso vivo do bovino ou do ruminante, desta forma, um bovino deveria ter como referência de carga animal seu peso vivo dividido por 450 kg. Em rebanho de bovinos o total de UA deverá ser a soma da pesagem coletiva dividido, por 450 kg, resultando no total de unidades animal deste rebanho. Esta é a consideração que se tornou convenção no Brasil.

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Convencionou-se também, no caso brasileiro, que são as seguintes as categorias em um rebanho bovino e seus referenciais em UA; - reprodutores = 1,25 UA, - vacas = 1,00 UA, - fêmeas ou machos de 3 a 4 anos = 1,00 UA, - fêmeas ou machos de 2 a 3 anos = 0,75 UA, - fêmeas ou machos de 1 a 2 anos = 0,50 UA e, - fêmeas ou machos de 0 a 1 ano = 0,25 UA.

Características raciais poderão influenciar na determinação da quantidade de UA por categorias, ou seja, raças ou tipos mais pesados podem ter acréscimos na quantidade de UA estabelecidas nesta convenção, mantendo o valor em quilogramas por UA, ou seja, devido a características raciais de um determinado rebanho, poderá ficar estabelecido que as vacas deste rebanho devam ter 1,30 UA e não 1,00 UA conforme a convenção original.

Com base nas informações relacionadas ao dimensionamento de rebanhos na forma de UAs/categoria, acredita-se que devam ter havido nos últimos 40 anos expressivos enganos por momento das projeções de necessidades e desempenhos em rebanhos brasileiros, já que, a princípio, a não adoção de algum fator de correção para o dimensionamento das UAs/categoria, a possibilidade de erro poderá ser uma realidade.

Diante desta constatação propõem-se a adoção por momento das projeções e/ou avaliações de rebanhos com base em UAs/categoria, que se adote protocolo para determinação do fator de correção de UAs para o rebanho em análise.

O protocolo proposto deverá iniciar-se pela pesagem em forma amostral (caso de grandes rebanhos) ou não, dos bovinos machos que tivessem entre 3 e 4 anos de vida, preferencialmente 3,5 anos de vida, no caso da existência de vacas, a mesma prática com as vacas não gestantes, desta forma o peso encontrado estaria representando a realidade do rebanho que estivesse sob este protocolo e sua respectiva padronização em UAs.

Para a efetivação desta padronização, o percentual positivo encontrado em relação ao padrão 450 kg ou 1 UA, para bovinos entre 3 a 4 anos e/ou vacas não gestantes, seria utilizado como FATOR DE CORREÇÃO para este rebanho, diminuindo a possibilidade de erros das projeções relacionadas a UAs/categoria, já que a utilização das UAs/peso como rotina seria uma prática de difícil aplicação no dia a dia de um rebanho.

Ressaltando que não deverá ser utilizado o FATOR DE CORREÇÃO que apresentar número negativo, desta forma, estaria se preservando a estabilidade das projeções, evitando os sub dimensionamentos.

O FATOR DE CORREÇÃO poderá ser também utilizado em sistemas informatizados de controle de rebanho, uma vez dimensionados nos softwares, o FATOR DE CORREÇÃO teria atualização constante, bastaria que bovinos dentro das características descritas anteriormente fossem pesados, para que o sistema atualizasse o FATOR DE CORREÇÃO.

Devendo ainda permitir ao usuário do software ter acompanhamento da evolução desse fator, onde poderia vir a se tornar parâmetro de comparação com o sistema de padronização de categorias em bovinos utilizado pelos pecuaristas. Foram feitos testes estatísticos para conhecer se o mesmo protocolo proposto anteriormente poderia ser adotado para as categorias de 1 a 2 anos (0,50 UA) e 2 a 3 anos (0,75 UA), para a classificação de 0,50 UA foram observados 2.459 momentos e

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para a classificação de 0,75 UA foram observados 3.321 momentos, para a categoria de 0,50 UA o fator de correção seria de 12,5% e para a categoria de 0,75 UA o fator de correção seria de 13,1%.

Os dois fatores de correção foram submetidos ao mesmo critério de análise estatística feitos para a categoria de 1 UA, os resultados se mostraram altamente significativos (P<0,01%), demonstrando que o FATOR DE CORREÇÃO deverá ser encontrado pela equalização dos pesos dos bovinos relacionados a 1 UA e não por suas categorias subseqüentes.

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DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - BOVINOS DE LEITE

CATEGORIAS 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANO

Reprodutores 2 2 2 2 2Vacas em lactação 73 75 78 80 80

Vacas secas 27 24 20 20 20Novilhas 33 34 36

Fêmeas de 1 a 2 anos 34 35 37 38Bezerras 36 37 39 40 40

Bezerros 37 38 39 40 40TOTAL / CABEÇAS 175 210 246 253 256TOTAL / UAs 120,8 137,3 162,3 166,5 168,5

PRODUÇÃO/LEITE/KG 157.680 175.874 196.560 220.400 240.000

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

Natalidade - % 73 76 80 80 80Mortalidade BZ - % 3 3 3 3 3Mortalidade FE - % 2 2 2 2 2Mortalidade AD - % 1 1 1 1 1Descarte mat. anual - % 0 0 0 10 10Dias lact./vaca/ano 270 275 280 290 300Prod.média vaca/dia 8 8,5 9 9,5 10Cap.Suporte Ua/ha/ano 1 1,3 1,5 1,5 1,5

Plantel - Matrizes 100 100 100 100 100 Reprodutores 2 2 2 2 2

Mortes - Bezerros 3 3 3 3 3 Femeas 1 a 2 anos 0 1 1 1 1

Adultos 1 1 2 2 2

Vendas - Descartes 0 0 0 8 9

Novilhas 0 0 22 23 23Bezerros 36 37 38 39 39

Leite/kg 146.642 163.562 182.801 204.972 223.200Produção Média Dia / kg 432 482 539 604 658

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Receitas - Anual 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOLeite 109.981,80 122.671,77 137.100,60 153.729,00 167.400,00 85%

Novilhas - - 19.800,00 20.700,00 20.700,00 11%

Bezerros 2.880,00 2.960,00 3.040,00 3.120,00 3.120,00 2%

Descartes - - - 4.800,00 5.400,00 3%

TOTAL 112.861,80 125.631,77 159.940,60 182.349,00 196.620,00 100%

Despesas - CUSTEIOPastejo 22.743,74 25.867,67 30.581,79 31.356,78 31.709,79 22%

Medicamentos 2.898,00 3.295,44 3.894,00 3.996,00 4.044,00 3%

Manutenção 3.600,00 3.600,00 3.600,00 3.600,00 3.600,00 2%

M.Obra + L.Sociais 34.992,00 34.992,00 52.488,00 52.488,00 52.488,00 36%

Astec 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 4%

Luz/telefone 4.200,00 4.200,00 4.200,00 4.200,00 4.200,00 3%

Outros 3.600,00 3.600,00 3.600,00 3.600,00 3.600,00 2%

Depreciações* 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 2%

Concentrados 16.717,23 18.646,11 20.839,29 23.366,81 25.444,80 18%

S.mineral 1.388,32 1.578,72 1.865,47 1.914,33 1.937,33 1%

Alimentos Volumosos 5.506,20 6.261,34 7.398,60 7.592,40 7.683,60 5%

TOTAL 105.125,50 111.521,28 137.947,15 141.594,33 144.187,52 100%

OBS: * Depreciação > só para o cálculo do custo de produção.Custo 1 li tro/leite>> 0,72 0,68 0,75 0,69 0,65

PARÂMETROSPastejo /kg/UA/dia--> 45,00R$ Medicamentos/R$/UA/mês--> 2,00R$

Manutenção/Patrimonio fixo/mês/R$---> 300,00R$ Mão de Obra / Funcionários / UA --> 0,01R$

Astec / R$ / mês --> R$ 540,00 Luz/Telefone / R$ / Mês --> R$ 350,00Outros / R$ / mês --> 300,00R$ Patrimônio fixo Total / R$ --> R$ 50.000,00

Percentual depreciação mensal % --> 0,5 Consumo de sal mineral por UA / gr / dia --> 0,03R$ Custo 1 ton/cana picada / uréia --> 38,00R$ Consumo de cana picada kg / UA / dia --> 10Dias de fornecimento de cana no ano--> 120,00R$ 1 tonelada sal mineral --> 1.050,00R$ Preço / ton / concentrado --> 950,00R$ Concentrados/vaca lact./dia/kg/5 lts leite --> 0,60R$

1 salário mínimo --> 540,00R$ Preço / ton / pasto --> 12,50R$ Preço 1 litro de leite --> R$ 0,75 Preço 1 bezerro --> 80,00R$

Preço 1 novilha --> 900,00R$ Preço 1 descarte --> R$ 600,00 Produção de cana 1 ha / ton--> 140,00R$ Preço 1 vaca --> R$ 1.500,00 Investimentos capital próprio 1.ano --> 36.879,00 Salários mínimos por funcionário --> 1,5 Financiamento longo prazo --> R$ 18.000,00 Taxa de juros financiamento / % ao ano --> 6,75 Taxa de juros capital próprio % aa --> 11,5

CONSUMOS DE INSUMOS E NECESSIDADES1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANO

Funcionários 2,0 2,0 3,0 3,0 3,0Sal mineral / ton 1,3 1,5 1,8 1,8 1,9

Cana picada / ton 144,9 164,8 194,7 199,8 202,2Concentrados / ton 17,6 19,6 21,9 24,6 26,8

Área de pastejo / ha 120,8 178,5 243,4 249,8 252,8Área de cana / ha 1 1,2 1,4 1,4 1,4

Page 66: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

66

CASH FLOW 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOEntradasVendas 112.861,80 125.631,77 159.940,60 182.349,00 196.620,00Aporte capital 34.263,70Financiamentos 18.000,00Total Entradas 165.125,50 125.631,77 159.940,60 182.349,00 196.620,00

SaídasInvestimentos 60.000,00Custeio 105.125,50 111.521,28 137.947,15 141.594,33 144.187,52Amortizações 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00Juros 1.215,00 911,25 607,50 303,75Total Saidas 165.125,50 117.236,28 143.358,40 146.701,83 148.991,27

Saldo Operacional 0,00 8.395,49 16.582,20 35.647,17 47.628,73

Imposto de Renda 0,00 1.259,32 2.487,33 5.347,08 7.144,31

Saldo / Lucro 0 7.136,17 14.094,87 30.300,10 40.484,42

OBS; A demonstração do IR é ilustrativa, sua incidência se dá de forma diferenciada.

Avaliação Econômica do Empreendimento

PayBack - meses 41,20 Período de Recuperação do InvestimentoTMR - % 33,70 Taxa Média de RetornoVPL - R$ 24.740,02 Valor Presente LíquidoB / C 1: 1,72 Relação Benefçio / CustoTIR - % 27,90% Taxa Interna de RetornoBreack-even lts/le it e/dia 527 Ponto de Equilíbr io

VALOR DO ESTOQUE DOS ANIMAIS NO 5.ANO R$ 208.900,00

Page 67: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

67

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - BOVINOS DE CORTE

CATEGORIAS 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANO

Reprodutores 20 20 20 20 20

Matrizes 1.000 990 980 970 1.000Novilhas 101 101

Fêmeas de 2 a 3 anos 325 335 341Fêmeas de 1 a 2 anos 336 346 352 348

Bezerras 350 361 368 364 375Bezerros 350 361 368 364 375

Machos de 1 a 2 anos 336 346 352 348Machos de 2 a 3 anos 325 335 341TOTAL / CABEÇAS 1.720 2.404 3.077 3.192 3.249TOTAL / UAs 1200,0 1531,5 2022,3 2132,3 2173,0

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

Natalidade - % 70 73 75 75 75Mortalidade BZ - % 4 4 4 4 4Mort. FE/MA 1 a 2 - % 3 3 3 3 3Mort. FE/MA 2 a 3 - % 1 1 1 1 1Mortalidade AD - % 1 1 1 1 1Descarte Matrizes - % 0 0 0 10 10Intervalo de partos - ms 14 14 13 13 13Peso de venda - Ar 18 18 18 18 18Cap.Suporte Ua/ha/ano 1,2 1,4 1,6 1,6 1,6Plantel Matrizes 1000 1000 1000 1000 1000

Mortes - Bezerros 28 30 32 32 32 FE/MA 1 a 2 anos 0 22 22 22 22

Fêmeas de 2 a 3 anos 4 4 4Machos de 2 a 3 anos 4 4 4

Adultos 10 10 10 10 10Novilhas disponíveis 0 0 323 333 339

Vendas - Descartes 0 0 0 87 90

Fêmeas 2 a 3 anos 0 0 220 230 230Machos de 2 a 3 anos 321 331 337

Total / Vendas 0 0 541 648 657

Page 68: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

68

Receitas - Anual 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOMachos 2 a 3 anos - - 560.466,00 577.926,00 588.402,00 57%

Fêmeas 2 a 3 anos - - 336.600,00 351.900,00 351.900,00 34%

Descartes - - - 84.825,00 87.750,00 9%

TOTAL - - 897.066,00 1.014.651,00 1.028.052,00 100%

Despesas - CUSTEIOPastejo 246.375,00 314.436,09 415.193,20 437.777,58 446.144,06 72,5%

Medicamentos 7.056,00 9.005,22 11.890,83 12.537,63 12.777,24 2,1%

Manutenção 7.200,00 7.200,00 7.200,00 7.200,00 7.200,00 1,2%

M.Obra + L.Sociais 52.488,00 69.984,00 104.976,00 104.976,00 104.976,00 17,1%

Astec 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 1,1%

Luz/telefone 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 0,5%

Outros 4.800,00 4.800,00 4.800,00 4.800,00 4.800,00 0,8%

Depreciações 3.900,00 3.900,00 3.900,00 3.900,00 3.900,00 0,6%

S.mineral 14.454,00 18.446,92 24.358,00 25.682,95 26.173,79 4,3%

TOTAL 345.753,00 437.252,23 581.798,03 606.354,16 615.451,09 100%

Obs; Utilizar DEPRECIAÇÕES só no custo de produção ou na contabilidade da empresa

PARÂMETROS

Pastejo /kg/UA--> 45 Medicamentos / R$ / UA --> 0,5R$ Manutenção / % / Patrimônio Fixo ----> 600 Mão de Obra / Funcionários / UA --> 0,003

Astec / R$ / mês --> 540,00R$ Luz/Telefone / R$ / Mês --> 250R$

Outros / R$ / mês --> 400,00R$ Patrimônio fixo Total / R$ --> 65.000R$ Percentual depreciação mensal % --> 0,5 Consumo de sal mineral por UA / gr / dia --> 0,03

1 salário mínimo --> 540,00R$ 1 tonelada sal mineral --> 1.100R$ Preço 1 arroba macho--> 97,00R$ Preço / ton / pasto --> 12,50R$

Preço 1 arroba fêmeas--> 85,00R$ Preço 1 arroba descarte--> 75,00R$ Investimentos capital próprio 1.ano --> 135.753,00R$ Peso 1 descarte - ar --> 13 Investimentos capital próprio 2.ano --> 437.252,23R$ Salários mínimos por funcionário --> 1,5 Financiamento longo prazo --> 210.000,00R$ Taxa de juros financiamento / % ao ano --> 6,75

Taxa de juros capital próprio % aa --> 11,50

CONSUMOS DE INSUMOS E NECESSIDADES1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANO

Funcionários 3 4 6 6 6Sal mineral / ton 13,14 16,77 22,14 23,35 23,79

Área de pastejo / há 1440,0 2144,1 3235,6 3411,6 3476,8

Arrobas produzidas / ano 0 0 9738 11229 11376

Page 69: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

69

CASH FLOW 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOEntradasVendas 0,00 0,00 897.066,00 1.014.651,00 1.028.052,00Aporte capital 135.753,00 437.252,23Financiamentos 210.000,00Total Entradas 345.753,00 437.252,23 897.066,00 1.014.651,00 1.028.052,00

SaídasInvestimentosCusteio 345.753,00 437.252,23 581.798,03 606.354,16 615.451,09Amortizações 70.000,00 70.000,00 70.000,00Juros 14.175,00 9.450,00 4.725,00Total Saidas 345.753,00 437.252,23 665.973,03 685.804,16 690.176,09

Saldo Operacional 0,00 0,00 231.092,97 328.846,84 337.875,91

Imposto de Renda 0,00 0,00 34.663,94 49.327,03 50.681,39

Saldo / Lucro 0,00 0,00 196.429,02 279.519,81 287.194,53

Obs; os valores de IR são figurativos, sua incidência se da de forma diferenciada.

Avaliação Econômica do Empreendimento (HORIZONTE 5 ANOS)

PayBack - meses 55,9 Período de Recuperação do InvestimentoTMR - % 176,8 Taxa Média de RetornoVPL - R$ 1.739,03 Valor Presente LíquidoB / C 1: 1,003 Relação Benefçio / CustoTIR - % 11,7% Taxa Interna de RetornoBreack-even arrobas/ano 9.708 Ponto de Equilíbrio (do 3. ao 5.ano)

VALOR DO ESTOQUE DOS ANIMAIS NO 5.ANO

ESTOUE INICIAL

3.868.457,00R$ 2.295.170,00R$

Page 70: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

70

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - OVINOS DE CORTE

Categorias / Meses UA´s 1°.Mês 2°.Mês 3°.Mês 4°.Mês 5°.Mês 6°.Mês 7°.Mês 8°.Mês 9°.Mês 10°.Mês 11°.Mês 12°.MêsReprodutores 0,16 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20Matrizes 0,13 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500Matrizes paridas 400 80 Novilhas 0,13 51Cordeiras 90 a 180 dias 0,03 0 0 0 0 0 0 0 220 213 213Borrega 1 a 90 dias 0,01 0 0 0 0 0 240 220 220 48 44 44Borrega 1 a 90 dias 0,01 0 0 0 0 0 240 220 220 48 44 44Cordeiros 90 a 180 dias 0,03 0 0 0 0 0 0 0 220 213 213Total cabeças 520 520 520 520 520 1400 960 960 960 1122 1034 659Total UA´s 69,8 69,8 69,8 69,8 69,8 76,2 75,6 75,6 85,7 85,2 85,2 79,5

500 100 400 160400 80

500 100 400 160

80 Peso m. reprodutor /kg 701,6 8 Peso m. matriz / kg 601,2 3 Peso m. cordeiro/a / kg 1510 2 Peso m. borrego/a / kg 635 1 Rel. Matriz/1 Reprod. 25

Mortes40 8

1425

Vendas213162

45375 45

INSUMOS E NECESSIDADESFuncionários - Pessoas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4Concentrados - ton 1,05 1,05 1,05 1,05 1,05 1,14 1,13 1,13 1,29 1,28 1,28 1,19Silagens - ton 12,6 12,6 12,6 12,6 12,6 13,7 13,6 13,6 15,4 15,3 15,3 14,3Feno - ton 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,3 2,3 2,3 2,6 2,6 2,6 2,4Sal mineral - ton 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,23 0,23 0,23 0,26 0,26 0,26 0,24Área de pastejo - ha 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 38,1 37,8 37,8 42,9 42,6 42,6 39,8

Pastejo /kg/UA/dia--> Medicamentos / R$ / UA -->Manuten./%/mês / Patrimônio Fixo ----> Mão de Obra / Funcionários / UA -->

Astec / R$ / mês --> Luz/Telefone / R$ / Mês -->Outros / R$ / mês --> Preço de 1 ton sal mineral / R$ -->

Preço / ton / concentrado --> Consumo de sal mineral UA/gr/dia -->1 salário mínimo --> Valor total do imobilizado fixo -->

Preço 1 kg/ PV cordeiro/a --> Concentrado por UA/dia - kg -->Preço 1 ton feno --> Preço / ton / pasto -->

Consumo de feno ton / UA / dia --> Preço 1 descarte -->Preço 1 ton silagem --> Preço 1 cordeiro até 12ms -->

Consumo de silagem ton / UA / dia --> Salários mínimos por funcionário --> Investimentos capital próprio 1.ano --> Taxa de juros financiamento / % a.a. -->

Financiamento longo prazo --> Taxa de juros capital próprio % a.a. -->Investimento solicit. pelo projeto / R$ --> Preço reprod.R$ --> 1 matriz

780,00 30540,00 35.000,00

Cordeiros até 180 dias

Matrizes / Reprodutores Novilhas Cordeiro/a 90 a 180 dias

400,00 20.000,00 800,00

45 50,00 0,3% 0,045

CoberturasParições

1.° ANO

Matrizes disponíveisÍndices Zootécnicos - ANUAIS

Natalidade (%) Mortalidades; (%)Partos / ovelha / ano Borrego/a 1 a 90 diasProlificidade (nasc./parto) Cordeiro/a 90 a 180 diasDescarte / matrizes (%) NovilhasPeso de venda/Cordeiro/a kg Matrizes / Reprodutores

Borrego/a 1 a 90 dias

Cordeiras até 180 diasDescartesTotal / Vendas

540,00 250,00 250,00 980,00

7,50 0,5800,00 12,50

0,001 60,00 80,00 300,00 0,006 1,8

58.464,20 6,75%30.000,00 11,5%

Page 71: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

71

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - OVINOS DE CORTE

Categorias / Meses UA´s 1°.Mês 2°.Mês 3°.Mês 4°.Mês 5°.Mês 6°.Mês 7°.Mês 8°.Mês 9°.Mês 10°.Mês 11°.Mês 12°.MêsReprodutores 0,16 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20Matrizes 0,13 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500Matrizes paridas 320 128 281 159 Novilhas 0,13 51Cordeiras 90 a 180 dias 0,03 44 42 42 176 170 170 69 66 66 154 149 149Borrega 1 a 90 dias 0,01 192 176 176 76 69 69 168 154 154 95 87 87Borrega 1 a 90 dias 0,01 192 176 176 77 70 70 169 155 155 95 87 87Cordeiros 90 a 180 dias 0,03 44 42 42 176 170 170 70 67 67 155 150 150Total cabeças 1312 956 956 1153 999 999 1207 962 962 1178 993 1044Total UA´s 77,3 77,3 83,6 83,0 83,0 78,8 78,3 78,3 82,6 82,1 82,1 81,4

352 199 321 224320 128 281 159

352 199 321 224

Mortes32 14 28 164 12 6 10

25

Vendas42 170 67 15042 170 66 98

4584 340 133 293

INSUMOS E NECESSIDADESFuncionários - Pessoas 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4Concentrados - ton 1,16 1,16 1,25 1,24 1,24 1,18 1,17 1,17 1,24 1,23 1,23 1,22Silagens - ton 13,9 13,9 15,0 14,9 14,9 14,2 14,1 14,1 14,9 14,8 14,8 14,6Feno - ton 2,3 2,3 2,5 2,5 2,5 2,4 2,3 2,3 2,5 2,5 2,5 2,4Sal mineral - ton 0,23 0,23 0,25 0,25 0,25 0,24 0,23 0,23 0,25 0,25 0,25 0,24Área de pastejo - ha 38,6 38,6 41,8 41,5 41,5 39,4 39,2 39,2 41,3 41,0 41,0 40,7

2.° ANO

CoberturasPariçõesMatrizes disponíveis

Borrego/a 1 a 90 dias Cordeiro/a 90 a 180 dias Novilhas Matrizes / Reprodutores

Cordeiros até 180 diasCordeiras até 180 diasDescartesTotal / Vendas

Page 72: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

72

Receitas Cordeiros até 180 diasCordeiras até 180 dias

DescartesTOTAL

Despesas - CUSTEIOPastejo

M.Obra + L.SociaisConcentrados

SilagemFeno

S.mineralMedicamentos

Luz/telefoneAstec

ManutençãoOutros

TOTAL

51.354,55

CASH FLOWEntradasVendasAporte capitalFinanciamentosTotal Entradas

SaídasInvestimentosCusteioAmortizaçõesJurosTotal Saidas

Saldo Operacional

Imposto de Renda

Saldo / LucroOBS: O valor de I.R. descrito neste fluxo é figurativo.

Avaliação Econômica do Empreendimento

PayBack - meses Período de Recuperação do InvestimentoTMR - % Taxa Média de RetornoVPL - R$ Valor Presente LíquidoB / C 1: Relação Beneficio / CustoTIR - % Taxa Interna de RetornoBreack-even - kg/P.V./ano Ponto de Equilíbrio

>>> VALOR DE ESTOQUE DOS ANIMAIS NO 5.AN

117.600,00

27,139,2

42.974,27

55.912,50 112.612,50 116.287,50 117.600,00 104.212,50

2.700,00

1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANO

2.700,00 2.700,00 2.700,00 2.700,00 42.525,00 98.700,00 102.637,50 104.212,50

101.137,50 214.012,50 221.625,00 224.512,50 224.512,50

13.003,31 23.292,52 22.659,34 20.699,45 20.699,45 83.980,80

10.669,39 11.320,92 10.369,42 10.369,42 10.369,42 83.980,80 83.980,80 83.980,80 83.980,80

12.762,37 21.885,92 21.269,49 21.270,61 21.270,61 21.270,61 13.131,55 12.761,70 12.762,37 12.762,37

2.605,65 3.400,06 6.287,56 6.133,39 5.600,06 5.600,06 2.681,03 2.605,51 2.605,65 2.605,65

3.000,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

1.260,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 1.260,00 1.260,00 1.260,00 1.260,00

171.028,36

1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANO

162.492,05 175.258,50 173.521,59 171.028,36

101.137,50 214.012,50 221.625,00 224.512,50 224.512,50

30.000,0051.354,55

224.512,50182.492,05 214.012,50 221.625,00 224.512,50

20.000,00171.028,36

7.500,00 7.500,00 7.500,00 7.500,00162.492,05 175.258,50 173.521,59 171.028,36

506,25182.492,05 184.783,50 182.540,34 179.540,86 179.034,61

2.025,00 1.518,75 1.012,50

0,00 29.229,00 39.084,66 44.971,64 45.477,89

0,00 3.507,48 4.690,16 5.396,60 5.457,35

0,00 25.721,52 34.394,50 39.575,05 40.020,55

1,84 33,1%24.224

216.000,00R$

Page 73: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

73

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - CAPRINOCULTURA DE LEITE

Categorias / Meses 1°.Mês 2°.Mês 3°.Mês 4°.Mês 5°.Mês 6°.Mês 7°.Mês 8°.Mês 9°.Mês 10°.Mês 11°.Mês 12°.MêsReprodutores 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10Cabras em Lactação 2 20 48 60 60 60Cabras Secas 300 300 300 300 300 300 295 277 249 240 240 240Cabritas (2 a 12 meses) 0 10 26 21Cabritinhas (1 a 60 dias) 1 12 29 24 5Total / Cabeças 310 310 310 310 310 310 308 319 336 344 341 331Total / Uas 43,6 43,6 43,6 43,6 43,6 43,6 43,2 43,5 44,1 45,1 45,8 45,3

Produção/leite/dia - litros 5 49 136 193 189 158 Produção/leite/mês - litros 138 1.458 4.074 5.796 5.658 4.752

1.SEM 75 matrizes / disponíveis 2.SEM 225 matrizes / disponíveisCoberturas 5% 30% 45% 20% 5% 10% 35% 50%Cabras / Cobertas 3 22 33 15 11 22 78 112Partos 2 18 28 12Descarte Cabritinhos 1 dia 1 11 18 7Descartes Cabritas até 12ms 0 8 23 18Descarte CabrasCabras/Secas/Pré-parto

Total Cabras 300 Expectativa/Lactação /lts/diaNatalidade 83% 10% 1.mês 2,3 6.mês 1,8Partos Cabra / Ano 0,8 5% 2.mês 3,6 7.mês 1,4Fertilidade Cobertura 85% 2% 3.mês 3,3 8.mês 1,3Prolificidade (nasc./parto) 1,3 4.mês 2,7 9.mês 1,0Descarte / matrizes 10% 5.mês 2,2 10.mês 0,8Coberturas / 1.semestre 25% Total produzido na lactaçãoCoberturas / 2.semestre 75% 612 litros Média 2,04

MortesCabritinhas 1 a 60 dias 1 2 3 3 1Cabritas 2 a 12 meses 0 1 2 2Matrizes / Reprodutores 3 4

VendasLeite - litros 0 0 0 0 0 0 138 1.458 4.074 5.796 5.658 4.752 Cabritas até 12 ms - cab. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 23 18Descartes - matrizes - cab 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1

INSUMOS E NECESSIDADESFuncionários - Pessoas 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6Concentrados - ton 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,0 1,4 1,4 1,2Silagens - ton 19,6 19,6 19,6 19,6 19,6 19,6 19,4 19,6 19,8 20,3 20,6 20,4Feno - ton 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4Sal mineral - ton 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,14 0,14 0,14Área de pastejo - ha 21,8 21,8 21,8 21,8 21,8 21,8 21,6 21,8 22,0 22,6 22,9 22,6

Mortalidades; (%) Cabritinhas 1 a 60 dias Cabritas 2 a 12 meses

1.° ANO

Matrizes / Reprodutores

Índices Zootécnicos - ANUAIS

Page 74: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

74

2.° ANO em dianteCategorias / Meses 1°.Mês 2°.Mês 3°.Mês 4°.Mês 5°.Mês 6°.Mês 7°.Mês 8°.Mês 9°.Mês 10°.Mês 11°.Mês 12°.MêsReprodutores 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10Cabras em Lactação 69 87 153 246 228 200 190 208 236 239 221 155Cabras Secas 231 213 147 54 72 100 110 92 64 61 79 145Cabritas (2 a 12 meses) 4 4 14 47 88 40 0 10 26 21Cabritinhas (1 a 60 dias) 5 16 53 98 45 1 12 29 24 5Total / Cabeças 319 326 367 422 402 398 351 322 339 344 341 331Total / Uas 44,1 44,1 45,5 47,7 48,7 50,6 46,8 44,0 44,5 45,1 45,8 45,3

Produção/leite/dia - litros 150 178 333 613 686 582 461 413 432 437 393 306 Produção/leite/mês - litros 4.497 5.352 9.975 18.378 20.586 17.457 13.827 12.399 12.948 13.116 11.775 9.186

1.SEM 75 matrizes / disponíveis 2.SEM 225 matrizes / disponíveisCoberturas 5% 30% 45% 20% 5% 10% 35% 50%Cabras / Cobertas 3 22 33 15 11 22 78 112Partos 9 18 66 95 2 18 28 12Descarte Cabritinhos 1 dia 9 23 42 61 1 11 18 7Descartes Cabritas até 12ms 2 0 2 12 43 82 37 0 0 8 23 18Descarte Cabras 3 3 3 3Cabras/Secas/Pré-parto 2 18 28 12 9 18 66

MortesCabritinhas 1 a 60 dias 1 2 6 10 5 1 2 3 3 1Cabritas 2 a 12 meses 1 1 1 3 5 2 0 1 2 2Matrizes / Reprodutores 3 4

VendasLeite - litros 4.497 5.352 9.975 18.378 20.586 17.457 13.827 12.399 12.948 13.116 11.775 9.186 Cabritas até 12 ms - cab. 2 0 2 12 43 82 37 0 0 8 23 18Descartes - matrizes - cab 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1

INSUMOS E NECESSIDADESFuncionários - Pessoas 6 6 6 6 6 7 6 6 6 6 6 6Concentrados - ton 1,1 1,3 2,5 4,6 5,1 4,4 3,5 3,1 3,2 3,3 2,9 2,3Silagens - ton 19,8 19,8 20,5 21,4 21,9 22,8 21,1 19,8 20,0 20,3 20,6 20,4Feno - ton 1,3 1,3 1,4 1,4 1,5 1,5 1,4 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4Sal mineral - ton 0,13 0,13 0,14 0,14 0,15 0,15 0,14 0,13 0,13 0,14 0,14 0,14Área de pastejo - ha 22,0 22,0 22,8 23,8 24,4 25,3 23,4 22,0 22,2 22,6 22,9 22,6

Page 75: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

75

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - CAPRINOCULTURA DE LEITE3.° ANO

Categorias / Meses 1°.Mês 2°.Mês 3°.Mês 4°.Mês 5°.Mês 6°.Mês 7°.Mês 8°.Mês 9°.Mês 10°.Mês 11°.Mês 12°.MêsReprodutores 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10Cabras em Lactação 69 87 153 246 228 200 190 208 236 239 221 155Cabras Secas 231 213 147 54 72 100 110 92 64 61 79 145Cabritas (2 a 12 meses) 4 4 14 47 88 40 0 10 26 21Cabritinhas (1 a 60 dias) 5 16 53 98 45 1 12 29 24 5Total / Cabeças 319 326 367 422 402 398 351 322 339 344 341 331Total / Uas 44,1 44,1 45,5 47,7 48,7 50,6 46,8 44,0 44,5 45,1 45,8 45,3

Produção/leite/dia - litros 150 178 333 613 686 582 461 413 432 437 393 306 Produção/leite/mês - litros 4.497 5.352 9.975 18.378 20.586 17.457 13.827 12.399 12.948 13.116 11.775 9.186

1.SEM 75 matrizes / disponíveis 2.SEM 225 matrizes / disponíveisCoberturas 5% 30% 45% 20% 5% 10% 35% 50%Cabras / Cobertas 3 22 33 15 11 22 78 112Partos 9 18 66 95 2 18 28 12Descarte Cabritinhos 1 dia 9 23 42 61 1 11 18 7Descartes Cabritas até 12ms 2 0 2 12 43 82 37 0 0 8 23 18Descarte Cabras 3 3 3 3Cabras/Secas/Pré-parto 95 2 18 28 12 9 18 66

MortesCabritinhas 1 a 60 dias 1 2 6 10 5 1 2 3 3 1Cabritas 2 a 12 meses 1 1 1 3 5 2 0 1 2 2Matrizes / Reprodutores 3 4

VendasLeite - litros 4.497 5.352 9.975 18.378 20.586 17.457 13.827 12.399 12.948 13.116 11.775 9.186 Cabritas até 12 ms - cab. 2 0 2 12 43 82 37 0 0 8 23 18Descartes - matrizes - cab 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1

INSUMOS E NECESSIDADESFuncionários - Pessoas 6 6 6 6 6 7 6 6 6 6 6 6Concentrados - ton 1,1 1,3 2,5 4,6 5,1 4,4 3,5 3,1 3,2 3,3 2,9 2,3Silagens - ton 19,8 19,8 20,5 21,4 21,9 22,8 21,1 19,8 20,0 20,3 20,6 20,4Feno - ton 1,3 1,3 1,4 1,4 1,5 1,5 1,4 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4Sal mineral - ton 0,13 0,13 0,14 0,14 0,15 0,15 0,14 0,13 0,13 0,14 0,14 0,14Área de pastejo - ha 22,0 22,0 22,8 23,8 24,4 25,3 23,4 22,0 22,2 22,6 22,9 22,6

Page 76: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

76

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - CAPRINOCULTURA DE LEITE4.° ANO

Categorias / Meses 1°.Mês 2°.Mês 3°.Mês 4°.Mês 5°.Mês 6°.Mês 7°.Mês 8°.Mês 9°.Mês 10°.Mês 11°.Mês 12°.MêsReprodutores 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10Cabras em Lactação 69 87 153 246 228 200 190 208 236 239 221 155Cabras Secas 231 213 147 54 72 100 110 92 64 61 79 145Cabritas (2 a 12 meses) 4 4 14 47 88 40 0 10 26 21Cabritinhas (1 a 60 dias) 5 16 53 98 45 1 12 29 24 5Total / Cabeças 319 326 367 422 402 398 351 322 339 344 341 331Total / Uas 44,1 44,1 45,5 47,7 48,7 50,6 46,8 44,0 44,5 45,1 45,8 45,3

Produção/leite/dia - litros 150 178 333 613 686 582 461 413 432 437 393 306 Produção/leite/mês - litros 4.497 5.352 9.975 18.378 20.586 17.457 13.827 12.399 12.948 13.116 11.775 9.186

1.SEM 75 matrizes / disponíveis 2.SEM 225 matrizes / disponíveisCoberturas 5% 30% 45% 20% 5% 10% 35% 50%Cabras / Cobertas 3 22 33 15 11 22 78 112Partos 9 18 66 95 2 18 28 12Descarte Cabritinhos 1 dia 9 23 42 61 1 11 18 7Descartes Cabritas até 12ms 2 0 2 12 43 82 37 0 0 8 23 18Descarte Cabras 3 3 3 3Cabras/Secas/Pré-parto 95 2 18 28 12 9 18 66

MortesCabritinhas 1 a 60 dias 1 2 6 10 5 1 2 3 3 5Cabritas 2 a 12 meses 1 1 1 3 5 2 0 1 2 2Matrizes / Reprodutores 3 4

VendasLeite - litros 4.497 5.352 9.975 18.378 20.586 17.457 13.827 12.399 12.948 13.116 11.775 9.186

Cabritas até 12 ms - cab. 2 0 2 12 43 82 37 0 0 8 23 18Descartes - matrizes - cab 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1

INSUMOS E NECESSIDADESFuncionários - Pessoas 6 6 6 6 6 7 6 6 6 6 6 6Concentrados - ton 1,1 1,3 2,5 4,6 5,1 4,4 3,5 3,1 3,2 3,3 2,9 2,3Silagens - ton 19,8 19,8 20,5 21,4 21,9 22,8 21,1 19,8 20,0 20,3 20,6 20,4

Page 77: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

77

Pastejo /kg/UA/dia--> 45 Medicamentos / R$ / UA --> 100,00 Manutenção / % mês / Patrimônio Fixo ----> 0,3% Mão de Obra / Funcionários / UA --> 0,12

Astec / R$ / mês --> 540,00 Luz/Telefone / R$ / Mês --> 220,00 Outros / R$ / mês --> 300,00 Preço de 1 ton sal mineral / R$ --> 780,00

Preço / ton / concentrado --> 900,00 Consumo de sal mineral UA/gr/dia --> 301 salário mínimo --> 540,00 Valor total do imobilizado fixo --> 45.000,00

Preço 1 litro de leite --> 1,50 Concentrado por lt leite produzido / kg --> 0,25Preço 1 ton feno --> 800,00 Preço / ton / pasto --> 9,00

Consumo de feno ton / UA / dia --> 0,001 Preço 1 descarte --> 120,00 Preço 1 ton silagem --> 80,00 Preço 1 cabrita até 12ms --> 230,00

Consumo de silagem ton / UA / dia --> 0,015 Salários mínimos por funcionário --> 1,5 Investimentos capital próprio 1.ano --> 111.319,03 Taxa de juros financiamento / % a.a. --> 6,75% Financiamento longo prazo --> 40.000,00 Taxa de juros capital próprio % a.a. --> 11,5%

Investimento solicitado pelo projeto / R$ --> 30.000,00 Preço 1 reprod.R$ --> 900,00 400,00 1 matriz

Receitas 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOLeite 32.814,00 224.244,00 224.244,00 224.244,00 224.244,00

Cabritas 11.270,00 52.210,00 52.210,00 52.210,00 52.210,00 Descartes 360,00 1.080,00 1.080,00 1.080,00 1.080,00

TOTAL 44.444,00 277.534,00 277.534,00 277.534,00 277.534,00

Despesas - CUSTEIOPastejo 4.164,89 4.065,32 4.065,32 4.065,32 4.065,32

M.Obra + L.Sociais 104.976,00 104.976,00 104.976,00 104.976,00 104.976,00 Concentrados 4.922,10 33.636,60 33.636,60 33.636,60 33.636,60

Silagem 19.030,68 19.877,76 19.877,76 19.877,76 19.877,76 Feno 12.687,12 13.251,84 13.251,84 13.251,84 13.251,84

S.mineral 1.236,99 1.292,05 1.292,05 1.292,05 1.292,05 Medicamentos 4.405,25 4.601,33 4.601,33 4.601,33 4.601,33

Luz/telefone 2.640,00 2.640,00 2.640,00 2.640,00 2.640,00 Astec 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00 6.480,00

Manutenção 1.620,00 1.620,00 1.620,00 1.620,00 1.620,00 Outros 3.600,00 3.600,00 3.600,00 3.600,00 3.600,00

TOTAL 165.763,03 196.040,90 196.040,90 196.040,90 196.040,90

Page 78: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

78

CASH FLOW 1.ANO 2.ANO 3.ANO 4.ANO 5.ANOEntradasVendas 44.444,00 277.534,00 277.534,00 277.534,00 277.534,00Aporte capital 111.319,03Financiamentos 40.000,00Total Entradas 195.763,03 277.534,00 277.534,00 277.534,00 277.534,00

SaídasInvestimentos 30.000,00Custeio 165.763,03 196.040,90 196.040,90 196.040,90 196.040,90Amortizações 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00Juros 2.700,00 2.025,00 1.350,00 675,00Total Saidas 195.763,03 208.740,90 208.065,90 207.390,90 206.715,90

Saldo Operacional 0,00 68.793,10 69.468,10 70.143,10 70.818,10

Imposto de Renda 0,00 10.318,96 10.420,21 10.521,46 10.622,71

Saldo / Lucro 0,00 58.474,13 59.047,88 59.621,63 60.195,38OBS: O valor de I.R. descrito neste fluxo é figurativo.

Avaliação Econômica do Empreendimento

PayBack - meses 25,3 Período de Recuperação do InvestimentoTMR - % 33,6 Taxa Média de RetornoVPL - R$ 51.816,35 Valor Presente LíquidoB / C 1: 1,47 Relação Benefçio / CustoTIR - % 25,2% Taxa Interna de RetornoBreack-even lts/leite/dia 375 Ponto de Equilíbrio

>>> VALOR DE ESTOQUE DOS ANIMAIS NO 5.ANO - 133.830,00R$

Page 79: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

79

DIMENSIONAMENTO E EVOLUÇÃO DO REBANHO - [email protected]

CATEGORIAS 1.MÊS 2.MÊS 3.MÊS 4.MÊS 5.MÊS 6.MÊS 7.MÊS 8.MÊS 9.MÊS 10.MÊS 11.MÊS12.MÊS

Reprodutores 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5Matrizes 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100Fêmeas 6 a 7 meses 10 10

Fêmeas 5 a 6 meses 10 10 10

Suinos 4 a 5 meses 194 194 194 194

Suinos 3 a 4 meses 196 196 196 196 196

Suinos 2 a 3 meses 198 198 198 198 198 198

Suinos 1 a 2 meses 203 203 203 203 203 203 203

Suinos 0 a 1 mês 210 210 210 210 210 210 210 210

Parições 21 21 21 21 21 21 21 21

TOTAL DE CABEÇAS 105 105 105 105 315 518 716 912 1.106 1.116 1.126 1.126

Coberturas 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

Fertilidade - % 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80 80Mortalidade AD - % 1 1Mort.Terminação - % 1 1 1 1Mort.Recria - % 1 1 1 1 1Mort.Creche - % 2 2 2 2 2 2Mort.Aleitamento - % 3 3 3 3 3 3 3Descarte matrizes - % 10 10Aleitamento - dias 20 20 20 20 20 20 20 20Cobertura - dias 10 10 10 10 10 10 10 10Reprodutor / Matrizes 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18Leitões/Nasc./Matriz 10 10 10 10 10 10 10 10Peso Suino 150 dias/kg 90 90 90 90Ciclo Reprodutivo - dias 144 144 144 144 144 144 144 144Partos / Matriz / Ano 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5Leitões/Desm./Matriz 9 9 9 9 9 9 9Índ.Conv.Alim.Planej. 2,78 2,78 2,78 2,78Índice C.A.. Suino / Real 2,82 2,82 2,82 2,82Índice C.A.. Plantel 3,55 3,60 3,49 3,49

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Mortes - Mamões 0 0 0 0 7 7 7 7 7 7 7 7

Creche 0 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5

Recria 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 2

Terminação 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2

Adultos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Vendas - Descartes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 9

Suinos 0 0 0 0 0 0 0 0 184 184 184 184

Total / Vendas 0 0 0 0 0 0 0 0 184 184 193 193

CONSUMO DE RAÇÃO/ KG

Reprodutor/Dia 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2Matriz/Secas/Dia 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Matriz/Lact./Dia 7 7 7 7 7 7 7 7Fêmeas 5 a 7 ms/Dia 3 3 3

Mamão/Aleitamento 10 10 10 10 10 10 10 10Creche/30 dias 25 25 25 25 25 25 25Recria/45 dias 85 85 85 85 85 85

Terminação/45/55 dias 130 130 130 130 130

CONSUMO MENSAL/ TON

Reprodutores 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3

Matrizes 6,0 6,0 6,0 6,0 9,2 9,2 9,2 9,2 9,2 9,2 9,2 9,2

Fêmeas seleção 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,9 1,8 1,8

Aleitamento 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1

Creche 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1

Recria 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,2 16,8 16,8 16,8 16,8 16,8

Terminação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,5 25,3 25,3 25,3 25,3

Total 6,3 6,3 6,3 6,3 11,6 16,7 27,9 41,9 58,7 59,6 60,5 60,5

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11. A informação na pecuária – Controle.

O ambiente do negócio rural vem a ser o conjunto de todos os elementos externos e internos considerados relevantes para sua atuação, desempenho e processo de tomada de decisão.

O administrador da organização tem que ter como meta prioritária à manutenção do fluxo de informações nas várias dimensões de seu ambiente operacional, de forma simples, boa e rápida, não é admitida complexidade de dados de baixa performance operacional, os excessos de informações são tão prejudiciais como a falta das mesmas.

De maneira geral o ambiente do negócio rural apresenta três dimensões;

Dimensão Tecnológica, compreendida na geração e disponibilidade de tecnologias que possibilitarão o melhor desempenho a produção proposta, compreendendo que tecnologia só existe quando aliada aos resultados financeiros reais.

Dimensão Econômica, relacionada ao tipo e tamanho de mercado, comercialização, custos, qualidade de insumos e suas resultantes, concorrência, recur. financeiros, etc.

Dimensão Política e Social, relacionada as políticas de governo sejam elas municipais, estaduais e/ou federais, os grupos sociais envolvidos nas diferentes fases de prod., etc.

Conhecer o tipo ou tipos de ambientes em que o negócio rural deve atuar é muito importante, esta linha direcionará o negócio na sua melhor forma de atuação.

Assim sendo, em ambientes estáveis, fato que caracteriza a maioria dos negócios rurais principalmente engajados no setor de produção, onde as mudanças de grande impacto são resultados de processo contínuo e até certo ponto instrumento prognosticável (o futuro é previsível a partir de experiências do passado), existindo uma série de instrumentos que podem ser extremamente úteis na análise dos ambientes.

Mas, mesmo considerando que a análise de informações do passado são extremamente úteis e podem servir como base de apoio para decisões a respeito do futuro, é necessário o exercício de situações onde possam ocorrer fatos turbulentos e inesperados no futuro, de tal modo que o negócio possa estar preparado para enfrentar mudanças bruscas em face de fatos inesperados.

Os fatos descritos anteriormente estarão ligados com a habilidade que o administrador da organização terá que ter em elaborar vários cenários, baseados nas informações do passado e do presente a fim de obter simulações buscando os caminhos para o sucesso do empreendimento.

O problema é como manter este relacionamento com o ambiente de forma rápida, precisa e constante.

O administrador que pretende se diferenciar tem que desenvolver seus próprios mecanismos de monitoramento, a partir das informações disponíveis fazer interposições entre as mesmas, buscando conhecer suas reais possibilidades diante dos desafios que o mercado provoca diariamente.

Ou seja, talento e habilidade são particularidades pessoais não se aprendem na escola, mas podem ser multiplicados quando usados em conjunto com ferramentas disponibilizadas pelos processos de informação.

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11.1 - O Negócio da pecuária e a informatização.

Há ilusão que a informatização do negócio pecuário é a solução para modernização da atividade, ou seja, adquirir um software de pecuária significará estar com controle total do negócio.

A prática tem mostrado o contrário, são muitos os produtores que tem computadores com programas para pecuária e mesmo assim não conseguem manter controle sobre sua atividade.

No nosso entendimento existem dois culpados; primeiro o programador que faz um software de altíssimo nível para ser usado em um tipo de negócio que não exige tanto detalhamento;

Segundo, que em esmagadora maioria os pecuaristas não conseguem na prática realizar tantas anotações, como as solicitadas por estes softwares, e aí o programa fica capenga e subutilizado.

Os softwares para pecuária de maneira geral são de ótima qualidade sob o aspecto conteúdo.

Variações existem entre eles, sempre pouco significativas e que no final continuam a conseguir fornecer dezenas a centenas de relatórios com objetivos parcialmente desconexos para o produtor, relatórios estes que só podem ser gerados em sua amplitude quando o produtor alimentar os sistemas com outras dezenas de informações.

Pelo aspecto dos programadores, os mesmos têm sempre a preocupação com a qualidade das relações das informações (amarrações).

Preocupam-se também em conseguir atender a todo o público consumidor do produto, já que a princípio, produtos específicos ou mais simples seriam rejeitados ou facilmente derrubados pela concorrência.

Alguns softwares admitem serem adequados a um determinado produtor – customizados.

Pelo aspecto do produtor o mesmo ainda é muito amador na condução administrativa de seu negócio, aceita com facilidade a fragilidade organizacional do empreendimento e permite controle rudimentar da atividade.

Em muitos dos casos alguns destes produtores são empresários bem sucedidos em atividades nos setores secundários e terciários, e lá exigentes em controles e resultados, mas na atividade pecuária acham que é diferente.

Informatizar a pecuária exige aparato mínimo para tal, como; - compreensão total do software a ser utilizado; - disponibilização de pelo menos uma pessoa para fazer as entradas das informações assim como a geração de relatórios operacionais e; - treinamento da mão de obra para lidar com anotações e interpretação dos relatórios operacionais.

11.2 - O Controle.

Por parte do empreendedor a necessidade da compreensão das reais informações que poderão levar as correções necessárias para o melhor rumo do negócio.

A palavra final sempre deverá ser o resultado financeiro, no entanto finanças em pecuária esta diretamente ligada a índices zootécnicos – performances técnicas do plantel.

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É impossível desvinculá-los, só deverá existir resultado financeiro sustentável se tecnicamente o plantel produzir resultados.

O entendimento é muito simples, vamos seguir a linha produtiva da atividade, desvinculadas de seus ciclos ou não, como exemplo vamos utilizar a pecuária de corte;

Atividade de cria, quais índices zootécnicos importam; - natalidade, - fertilidade, - intervalo de partos, - período de serviço e, - peso de desmame.

Atividade de recria e engorda; - peso de entrada, - peso de saída e, - tempo de engorda.

Dados de entrada para controlar estes índices; - data de parto, - data de cobertura e, - pesagem de animais.

Metodologia básica para efetuar estes controles; - numeração das matrizes, - controle sobre as coberturas e, - controle sobre as parições com identificação dos bezerros paridos por época de nascimentos.

Não importa o tamanho do rebanho, sem controle o único diferencial é que o prejuízo será maior ou menor, guardado as devidas proporções.

Prejuízo em pecuária de corte é deixar de produzir, ou seja, o mesmo aparato pode produzir mais ou menos bezerros.

A falta de controle sobre a curva ideal de crescimento (engorda) dos animais por problemas de pasto (excetuando-se por problemas climáticos) no tocante a manejo inadequado tanto relacionado a excesso ou a falta de UAs, levam a problemas de ordem econômica relacionada a atividade que dificilmente o produtor conseguirá repor.

Atividade leiteira Aula\Curso Módulo II\gl2.xls

11.2.1 - Software.

Atualmente já não se nota o mesmo interesse comercial que existia anteriormente na produção de software para pecuária como existia no passado (final dos anos 90).

Os objetivos de controle dos programas sempre apresentam boas definições, pecando pela grande necessidade de entrada de dados. Parte destes dados, nem sempre serão fundamentais para tomada de decisões com relação a melhor direção do empreendimento para o momento.

Pode-se destacar a grande criatividade dos construtores de softwares agropecuários que programam mudanças constantes em seus projetos, não só buscando adequar a novas situações (up grade), mas também agregando algum tipo de serviço diferente de seus concorrentes.

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Um dos pontos fundamentais para aquisição de um software será o relacionamento pós-venda com seu fabricante, a escolha de produtos que transmitam segurança em suas futuras atualizações (upgrade) é fundamental.

Normalmente os programas são auto explicativos, uns mais fáceis do que os outros de se entender.

Um dos grandes diferenciais para o perfeito uso e funcionamento de um programa é conhecer sua operação em detalhes para se tirar o melhor proveito do software.

Valendo ressaltar que existem alguns programas importados no mercado brasileiro, e que sua complexidade de implementação ainda são maiores devido à desconexão com nossa realidade.

Os fabricantes buscam ser competitivos principalmente pelo preço (custo), os clientes analisam principalmente este item. Em quase todos os casos o fabricante não oferece treinamento para operação, que normalmente tem custo adicional, no qual sem ele o programa valerá muito pouco como ferramenta de controle.

Em recente pesquisa, onde foram distribuídos 300 questionários para produtores, empresas e técnicos, as conclusões entre outras foi de que a falta de treinamento para utilização dos programas foi a maior dificuldade enfrentada.

A operação do software não deverá ser só por parte de digitadores e/ou operadores de computador, o trabalho é conjunto e o ponto de estrangulamento está na prática de coleta de dados.

Temos que entender que esta é uma área que as atualizações são constantes, ainda caminhamos com insegurança nos aspectos relacionados às melhores formas de se realizar controle eficiente e prático em um empreendimento pecuário.

A contabilidade não muda, mas sua inserção ao controle zootécnico ainda não está perfeitamente equacionada, barreiras são encontradas tanto nas coletas de dados de campo, como também nos relatórios gerenciais para tomadas de decisões.

De maneira geral pode-se concluir que as organizações rurais não estão preparadas, do ponto de vista administrativo para informatização.

Quanto ao software, observa-se que a grande maioria dos desenvolvedores está mais preocupada em explorar as possibilidades de uma nova ferramenta do que em entender e solucionar as necessidades dos produtores rurais.

Frequentemente, os resultados obtidos com a utilização de computadores no setor agropecuário ficam aquém das expectativas, causando frustração e até mesmo abandono desta potente ferramenta de apoio administrativo aos empresários rurais.

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Por esta ótica, os softwares passam a ser vistos com reservas por outros potenciais usuários, tornando-se, portanto necessário que se faça melhores explanações sobre a utilização da informática aplicada à pecuária no tocante a vantagens e limitações, objetivando desmistificar tais conceitos.

Segue abaixo, software para pecuária de leite (Geroleite) que utiliza apenas 4 grupos de inputs (informações de entrada) → cadastro (inicial e fixo), controle leiteiro, coberturas e parições (mensais).

Relatório gerado pelo software Geroleite → 2 grupos de outputs (informações de saída): performances zootécnicas e datas reprodutivas (informação individual).

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12 – Rastreabilidade na Pecuária.

Metodologia utilizada por vários setores da economia, onde procura realizar, por questões de segurança e qualidade do produto, histórico da vida do mesmo.

Na produção de alimentos, a rastreabilidade é exigência legal, onde o rastreamento acontece em lotes, nestas agroindústrias estes trabalhos aconteceram a partir da implantação (obrigação legal) dos sistemas de controles de riscos (APPCC – Análise de Pontos Perigosos e Críticos), que também é exigência legal.

O mundo desenvolvido já vem implantando sistemas de rastreamento na produção pecuária a muito tempo. Rastrear a produção dos alimentos no primeiro estágio é um processo de segurança alimentar, que se tornou uma verdadeira “febre” a partir dos acontecimentos da chamada “doença da vaca louca”.

É um processo com certo grau de dificuldade de ser implementado na pecuária, onde basicamente requer organização, justamente o que o pecuarista brasileiro em sua quase totalidade desconhece.

Em alguns países onde já está implantada demorou vários anos para ser concluída. No Brasil o MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) iniciou os trabalhos para implantação do que chamou de rastreabilidade no rebanho bovino e bubalino em 2002.

Para tanto criou o SISBOV (Instrução Normativa n.21 de 26/02/2002-MAPA-Secretária de Defesa Agropecuária) – www.agricultura.gov.br , que tentava dar os primeiros passos para definir as regras para a rastreabilidade na pecuária brasileira.

Prestes a completar uma década, o SISBOV é considerado complicado demais para os pecuaristas, que além de não terem os procedimentos organizacionais como rotina em suas propriedades, consideram que o sistema tem forte intervenção governamental em suas propriedades.

Em sua concepção inicial, o SISBOV foi desenvolvido por pessoas que só conheciam a pecuária e os pecuaristas, pela televisão, propuseram um modelo burocrático demais e com os mesmos princípios utilizados pelas indústrias.

As regras mudam constantemente, o desentendimento de todos os atores da cadeia produtiva da carne bovina é muito claro, existindo problemas técnicos, fiscais e políticos para a fluidez do SISBOV.

Nenhum país no mundo tem um rebanho bovino comercial do tamanho do Brasil, daí as grandes dificuldades na implantação e operacionalização de um modelo brasileiro de rastreabilidade na pecuária.

Em linhas gerais o SISBOV atualmente segue a IN n.17 de 13/07/2006, onde determinada a obrigatoriedade para bovinos destinados a exportação e aos importados, permitindo adesão voluntária a qualquer pecuarista, desde que se submeta as regras estipuladas pelo MAPA.

Definição de Rastreabilidade – Conjunto de sistemas de informações e registros que permitem fazer estudo retrospectivo dos produtos originados à partir de determinada(s) matéria(s) prima, assim como outros componentes deste produto.

Internacionalmente a rastreabilidade é definida pela ISO (International Organization for Satandardization). No Brasil pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

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Os princípios da rastreabilidade em animais datam de mais de 3800 anos, com as primeiras marcações com a finalidade de se obter controle sobre a criação.

Quanto a certificação de origem em produtos de origem animal, com objetivo de garantir sua sanidade, existe desde o século XIV, após a ocorrência de epidemias de pestes em humanos.

Certificação – Conjunto de procedimentos executados pela entidade certificadora credenciada, demonstrando que os processos de produção e identificação de animais foram avaliados e estão em conformidade ou de acordo com o órgão regulador, no caso de bovinos, SISBOV/MAPA.

Rastreabilidade é uma coisa, certificação outra. A certificação tem a finalidade de garantir que os procedimentos realizados (no caso, a rastreabilidade) estão de acordo com as normas estipuladas.

Atualmente as entidades internacionais como a OIE (Organização Mundial de Sanidade Animal) e a OMC (Organização Mundial do Comércio) regulamentam através de acordos, códigos e normas internacionais, com a finalidade de garantir ao consumidor qualidade e segurança cada vez maior nos produtos de origem animal.

Consumidores “esclarecidos” exigem produtos alimentares seguros e alguns esperam que os processos produtivos sejam socialmente justos e ecologicamente corretos.

Conceitos em defesa do social, bem estar e saúde animal e preservação ambiental, surgem em forma de consciência coletiva e não de imposição de órgãos governamentais, e podem se constituir em mais uma barreira comercial.

Em pesquisa exploratória, realizada em junho de 2002, quando perguntados, os produtores de bovinos tiveram as seguintes respostas, com relação a rastrear ou não seus rebanhos; - 5% informaram que já estavam rastreando. - 18% disseram que sim, pois terei ganhos no gerenciamento e preço final. - 28% sim, quando o processo estiver mais claro. - 42% sim, só quando eu ver vantagens no sistema. - 4% sim, só se for obrigado. - 3% não, acredito que não precisarei.

12.1 - Número de identificação Nacional ou SISBOV e Número de Manejo

SISBOV - 15 dígitos 1 2 3 ESTADO 6 7 8 9 10 11 12 13 14 CONTROLE

1 2 3 1 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 PAÍS 4 5 NÚMERO DO ANIMAL NO ESTADO 15

NÚMERO DE MANEJO SISBOV Número de Manejo SISBOV: Os últimos 6 dígitos do número do animal no estado. Este número passou a ser obrigatório como número de manejo em animais rastreados no SISBOV.

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Os pontos críticos da rastreabilidade animal

Primeiro - Sistema de identificação dos animais 1 – Resenha 2 – Marca a fogo (SISBOV) 3 – Marca a frio 4 – Marca de tinta 5 – Tatuagem (SISBOV) 6 – Brinco (SISBOV) 7 – Etiqueta na cauda 8 – Rádio freqüência (chip) (SISBOV) 9 – DNA 10 – Fotografia da íris Tipos definitivos e obrigatório para marcação de bovinos inclusos no SISBOV

Opções;

1 - Brinco amarelo na orelha direita, com número SISBOV, código de barras, marca em alto relevo do fabricante do brinco. Botton na orelha esquerda, com número de manejo SISBOV.

2 - Brinco amarelo na orelha direita, com número SISBOV, código de barras, marca em alto relevo do fabricante do brinco. Chip orelha esquerda, com número de manejo SISBOV gravado.

3 - Brinco amarelo na orelha direita, com número SISBOV, código de barras, marca em alto relevo do fabricante do brinco. Tatuagem com o número de manejo SISBOV orelha esquerda.

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4 - Brinco amarelo na orelha direita, com número SISBOV, código de barras, marca em alto relevo do fabricante do brinco. Marcação a fogo na perna direita, com o número de manejo SISBOV, disponibilizados os 3 primeiros acima dos 3 últimos.

No caso de perda do brinco, após as devidas comunicações a Certificadora e ao SISBOV, o animal ganhará um brinco laranja. Bovinos importados o brinco deverá ser da cor branca.

Segundo – Rotina de anotações a campo

Considerado a maior das dificuldades, a rotina de anotações, não só para o controle do rebanho, mas como também na contabilidade da propriedade. A realidade é que a maioria das propriedades rurais não anotam nada e quando o fazem, a forma é rudimentar.

Pesquisas já demonstraram claramente os entraves para a fluidez da rastreabilidade, onde foi destacado que a não adoção, por parte dos pecuaristas, de modelos administrativos que permitam avaliar e deter domínio sobre todo o processo produtivo é a grande dificuldade.

12.3 - A importância da rastreabilidade como base gerencial para os pecuaristas.

Também é reconhecido por suas dificuldades em manter-se produtivo diante de tantas incertezas, relacionadas a clima, solo e utilização da tecnologia adequada.

Nos países desenvolvidos, a solução para a produção agropecuária está baseada em subsídios diretos ou indiretos aos produtores rurais, ou seja, os segmentos à jusante da cadeia produtiva financiam a produção.

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Com base nas necessidades de matéria prima e o melhor domínio dos processos produtivos sejam em suas plantas agroindustriais e/ou comerciais, de alguma forma, estas sociedades preferem subsidiar a produção primária a ficar na dependência dos riscos e incertezas da atividade agropecuária.

A utilização de controles, por parte dos pecuaristas, se torna fundamental para que os mesmos tenham acesso aos subsídios governamentais, para o caso destes países.

No caso dos pecuaristas brasileiros, os mesmos têm que ser competentes para sobreviver. Não há dinheiro para subsídios significativos, além de que, subsídios à produção reconhecidamente geram incompetência e deformidades no primeiro setor, o Brasil já experimentou um modelo assim nos anos 70 e início dos anos 80.

Apesar de tudo, alguns especialistas chegam a contabilizar que o subsídio a produção agropecuária no Brasil, está em torno de 15% do valor produzido.

Os fatos comerciais relevantes, com ampla divulgação a partir do início deste novo século, relacionados à competência brasileira no chamado “agribusiness”, notadamente deixam as reais rentabilidades para os atores depois das “porteiras”, sejam agroindústrias ou “tradings”, ficando por conta dos produtores os riscos e incertezas.

Objetivamente os pecuaristas, devem adotar princípios administrativos em seus negócios que realizem o monitoramento técnico e financeiro de suas atividades. O sucesso técnico nem sempre representará que o produtor esteja obtendo ganhos econômicos e financeiros em sua atividade.

As falhas resultantes de preços dos produtos são incontroláveis, fatores de mercado é que devem determinar preço em uma economia estável.

Na agropecuária ainda existem os agravantes de alguns oligopólios, onde determinados setores pressionam os mais fracos, mas, a história tem demonstrado que mesmos os oligopólios tem limites operacionais quando se trata de agropecuária.

A longo prazo acabam por permitir ou admitir a convivência, onde a sobrevivência dos fornecedores é fundamental para a continuidade de seus próprios negócios, deixando o mercado fluir, mas sempre buscando influencia-lo.

Cabem aos produtores, no caso pecuaristas, buscar forma competente de conhecer e administrar seus custos de produção.

Como custo de produção em pecuária está diretamente ligado à competitividade zootécnica individual, a rastreabilidade, via seus processos operacionais, além de permitir a identificação e a retroatividade de seus animais, sem dúvida, é o melhor caminho para o domínio zootécnico da atividade em exploração.

O modelo inteligente de rastreabilidade na pecuária permite a medição constante dos resultados zootécnicos individuais e coletivos, fazendo a ligação entre as performances zootécnicas e a financeiras.

Permitindo ao produtor tomar decisões a curto e médio prazo, evitando que o conhecimento dos resultados financeiros e econômicos da atividade, necessitem esperar todo um ciclo produtivo, 12 meses, para conhecimento por parte do produtor, isto para quem faz algum tipo de controle.

A rastreabilidade aliada a um modelo de gestão, diante da proposta pelo governo brasileiro (SISBOV) poderá levar qualquer pecuarista inserido neste processo, a deter domínio real e sua atividade.

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Sem dúvida a rastreabilidade na pecuária poderá representar o fator de maior relevância neste novo século para a pecuária brasileira, onde naturalmente o país poderá aliar clima adequado, boa tecnologia de produção, se tornando solidamente o maior exportador de produtos pecuários, sejam eles processados ou não, onde a matéria prima principal é “capim”.

Informações que podem ser geradas a partir da rastreabilidade na pecuária

Os preceitos fundamentais exigidos para a rastreabilidade na pecuária, exigem as anotações relacionadas a coberturas, parições, intervenções sanitárias, exclusões de animais e modelo produtivo individual.

Ao se inserir a coleta de informações para rastreabilidade em pecuária, coletas de consumos de alimentos, despesas mensais e produções, o modelo além de rastrear a produção permitirá a divulgação objetiva de informações como;

- Posição física real por categoria de animal do rebanho; - Despesas mensais organizadas por rubrica, podendo ser confrontadas com suas

médias nos últimos 12 meses; - Natalidade mensal; - Fertilidade mensal; - Período de serviço; - Intervalo entre partos; - Unidades de produção comercializadas por mês, por ha; - Custo de 1 (uma) unidade de produção (arroba - carne / litro - leite); - Idade real de cada categoria, seus pesos e médias diárias de ganhos (carne); - Produtividade e produção média diária, mensal e anual (leite).

12.4 - Nível de eficiência da pecuária brasileira.

Na linha dos chamados pequenos animais, em destaque suínos e aves, o uso de tecnologia no processo produtivo é determinante para sobrevivência do produtor.

As tecnologias em sua maior parte são importadas, determinando uso intensivo de insumos caros, equipamentos sofisticados e genética de altíssima qualidade.

Nesta linha de produção a rastreabilidade já pode ser considerada uma realidade, pelo menos junto aos produtores integrados a agroindústrias processadoras.

Pode-se considerar que suinocultores e avicultores já perceberam que tecnologia é igual a sobrevivência, portanto quem não adota-la estará sendo alijado naturalmente do processo produtivo.

Na linha dos ruminantes, bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos, a situação é totalmente diferente.

A dependência de insumos caros e equipamentos sofisticados não existem para a continuidade destas atividades, desta forma, este tipo de produtor, em sua grande maioria, não consegue medir seus ganhos, pois suas despesas diretas pesam pouco diante das despesas indiretas, normalmente pastagens.

Conceitos arcaicos como o crescimento natural do rebanho estar levando a prosperidade ainda é mantido pelos pecuaristas, que não entendem que animais presentes na propriedade são geradores de custos (despesas) sejam eles com o pastejo, mão de obra, medicamentos, cercas, etc. é o chamado estoque, que os setores mais modernos da economia já aprenderam a administrar.

Desta forma os índices de desempenho da pecuária são relevados e/ou desconhecidos pela maioria, achando que capim é muito barato.

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Como a maioria dos pecuaristas se utiliza de pastagens naturais e/ou cultivadas uma única vez, entendem que o custo de produção é próximo à zero.

A realidade é que o clima tropical ajuda muito a pecuária, diferente dos países com inverno acentuado (neve), nossas pastagens permanecem produtivas a maior parte do ano, levando a pequeno saldo financeiro positivo para os pecuaristas, onde os valores que deixaram de ser ganhos são bem maiores.

Valores estes de difícil mensuração, levando nossa pecuária de maneira geral a índices zootécnicos ou de desempenho produtivo extremamente baixo, para a maioria dos pecuaristas brasileiros, sejam eles bovinocultores de corte ou leite, assim como os caprinocultores e ovinocultores.

A rastreabilidade na pecuária poderá oferecer todas as ferramentas para a mudança gradual desta realidade.

12.5 - A Certificadora Gr - Projeto Rastrear.

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Zootecnia, Departamento de Reprodução e Avaliação Animal, através da experiência obtida em vários anos na aplicação de projetos de monitoramento em rebanhos de bovinocultura de leite e caprinocultura, os chamados Projetos Geroleite e Gerocabra, realizou adaptação e adequação destes sistemas e criou o Projeto Rastrear.

O Projeto de Extensão Universitária Rastrear tem a finalidade de desenvolver e implantar a rastreabilidade, monitoramento e medição de performance em rebanhos bovinos, caprinos e ovinos.

A partir da criação de uma Certificadora, o projeto está dando um passo adiante em rastreabilidade em pecuária, aliando os procedimentos de monitoramento e gestão a certificação tanto do processo como de cada animal em um determinado sistema de produção.

O objetivo da Certificadora Gr ,entre outros, é em realizar a capacitação dos alunos em ciências agrárias da UFRRJ, tornado-os futuros parceiros na aplicabilidade do sistema, agora denominado; Gerocorte Rastrear (bovinos de corte), Geroleite Rastrear (bovinos de leite), Gerocabra Rastrear (caprinocultura) e Gerovino Rastrear (ovinocultura).

O modelo de operação da Certificadora Gr tem alguns protocolos exigidos para sua implementação, com a devida capacitação das pessoas interessadas em adotar os procedimentos, as mesmas têm acesso ao Manual de Operações, onde são explicados todos os procedimentos, organizados em rotina definida.

Todas as informações estarão disponíveis em www.rastrear.org.br, email; [email protected].

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13. Crédito Rural.

13.1-Tradicional.

Instituído por lei federal (Decreto Lei n.167 de 14/02/1967) e regulamentada pelo Banco Central do Brasil (BACEN), destina aos produtores e empresas rurais direito a crédito especial para fins de apoio a condução e desenvolvimento para agropecuária brasileira.

Com recursos oriundos de determinado percentual resultante dos saldos médios disponíveis em contas bancárias, o BACEN de tempos em tempos determina a chamada taxa de exigibilidade. Criando quanto que cada agente financeiro terá que aplicar em crédito rural, destinando os volumes financeiros para estas operações, através de regras determinadas pelo Manual de Crédito Rural – MCR /BACEN.

Anualmente ficam disponibilizados taxa de juros anuais, percentuais de aplicação, culturas beneficiadas, elaboração de planos técnicos completos ou simples, definição de assistência técnica, etc.

Nos anos 70 o BR praticava taxas de juros negativas nestas operações, ou seja, o produtor contratava um volume financeiro e pagava em valores reais menos do que contratado esta situação persistiu até o início dos anos 80, quando o “milagre brasileiro” chegava ao fim.

Estes subsídios não significaram maior desenvolvimento para a agropecuária brasileira, pois os desvios de finalidades eram freqüentes e a atividade motivo do crédito não tinha o tratamento tecnológico adequado.

Tradicionalmente o crédito rural poderá ser realizado com as seguintes modalidades de contratos, que são a promessa de pagamento em dinheiro, com ou sem garantia real, com as seguintes denominações e tipos;

-Cédula Rural Pignoratícia – Caracteriza entre outros um contrato onde a garantia é um penhor de bens móveis; equipamentos, animais, etc.

-Cédula Rural Hipotecária – Caracteriza entre outros um contrato onde a garantia é um bem imóvel; fazenda, casa, etc.

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-Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária – Caracteriza entre outros um contrato onde as garantias são bens móveis e imóveis; uma balde de leite e terras.

-Nota de Crédito Rural – Contrato com prazo mínimo de 3 meses e máximo de 3 anos, com garantias de avales, tem privilégios especial sobre os bens do contratante.

-Nota Promissória Rural – Contrato com cobrança sumária.

-Duplicata Rural – Contrato para antecipação de receita, emitida pelo produtor, em valores proporcionais as vendas feitas e lastreadas por notas fiscais, com aceite do comprador das mercadorias (pessoa jurídica).

O crédito rural é caracterizado por créditos específicos para custeio (agrícola e pecuário), financiamentos para o prazo máximo de 12 meses, com possibilidade de 24 meses para determinadas culturas.

Para investimentos fixos (construções, pastagens, etc.) e investimentos semifixos (equipamentos e animais) e para comercialização de safras e produções.

Capítulo à parte no atual sistema de crédito rural praticado no BR, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF tem especificações próprias com fortes doses de subsídios e prazos bem diferenciados, inclusive com verbas a fundo perdido em casos específicos, valendo maior conhecimento sobre o assunto.

Outro setor da área de crédito rural e o PROAGRO, Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, voltado exclusivamente para cobrir problemas de ordens fitosanitárias e climáticas.

Trata-se de um seguro agrícola voltado para cobrir as perdas que por ventura possam ocorrer em lavouras, cobre apenas as operações de crédito rural, não ressarcindo lucros cessantes ao produtor.

Existem também programas específicos de seguro agrícola que ressarce lucros cessantes, opção comercial que os agentes financeiros evitam praticar.

13.2 - As novas opções de financiamento e proteção para produção primária.

O Mercado Futuro e Opções agropecuárias no Brasil.

Os chamados contratos futuros ou mercados futuros formam o modo mais eficaz de eliminação de riscos para fins de variação dos preços dos produtos agropecuários negociados na BOVESPA.

As constantes possibilidades de variações dos preços agrícolas levam a tornar estes produtos atrativos para fins de negociação de contratos futuros para produtores, agroindustriais, arbitradores e especuladores, desta forma tornando o mercado futuro agropecuário um eficiente mecanismo de seguro de preço e garantia de produto, além de ser um mecanismo de investimento financeiro.

No Brasil os contratos futuros agrícolas são negociados com os seguintes produtos: milho, soja, café, boi gordo, algodão, açúcar, álcool, etc.

Objetivamente o que se negocia na bolsa de futuros são contratos que representam promessa de compra ou de venda destas mercadorias, para data de vencimento previamente estabelecida, conforme as cláusulas e especificações elaboradas pela bolsa e aprovadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários – agente regulador).

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Nestes contratos constam a especificação de qualidade do produto negociado, cotação, meses de vencimento, local de formação de preço, local de entrega de mercadoria, liquidação financeira (mais usual) e custos operacionais entre outros.

Estes produtos são padronizados a fim de formar um lote ou um contrato, desta forma fica caracterizado que um determinado contrato de um destes produtos acima mencionados tem peso e qualidade pré-determinados, portanto quando se negocia na BMF contratos de futuro, por exemplo; de milho, estará implícito que se trata de 1 contrato com 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60 kg, com 14% de umidade, máximo de 1% de impurezas, etc.

Um contrato de boi gordo também é representado por quantidades pré determinadas, número de cabeças (10) e com peso final especificadas (18 ar).

Desta forma assegurada as qualidades básicas do produto e padronização do mesmo, os seus preços não sofrerão nenhum problema de depreciação caso o contrato seja finalizado com entrega física da mercadoria (não usual).

Na realidade o que menos importará será a entrega física da mercadoria e sim a liquidação financeira, já que a BOVESPA através de seu mecanismo de compensação (clearing) estará diariamente atualizando as margens de garantias, através de depósitos diários, dos participantes do contrato, zerando os riscos e garantindo as duas partes a manutenção do preço acordado anteriormente, sendo este o objetivo deste tipo de contrato (garantia de preços para ambas as partes).

Ou seja, de forma bem objetiva, podemos considerar que um contrato futuro é a possibilidade de que um produtor rural que queira garantir que no momento da venda de seu produto o preço deste esteja em um determinado patamar.

Para isto, o mesmo deverá estar participando de um contrato futuro para vencimento no prazo que lhe seja conveniente dentro das regras estabelecidas, onde depositará uma pequena fração financeira do valor de seu contrato.

O mesmo estará ocorrendo com a outra parte (comprador) e que no momento do vencimento se o preço de mercado estiver menor do que o valor estipulado pelo contrato, o comprador estará cobrindo o valor entre o preço de mercado e o contrato.

Caso o preço de mercado estiver maior do que o do contrato o produtor receberá o preço do contrato e o comprador será ressarcido da diferença entre o contrato e o mercado, este acerto financeiro será feito pelos depósitos de ajustes realizados ao longo do tempo até o vencimento.

Que por sua vez o produtor fará a liquidação física de sua mercadoria pelo preço de mercado, como o mesmo considerou que o preço futuro negociado no início do contrato era satisfatório, com este contrato o produtor conseguiu garantir este preço (contrato) e pagou a diferença ao comprador com o próprio aumento provocado pelo mercado, no caso ao contrário o produtor não teria despesa nenhuma e ainda receberia do comprador o valor da diferença entre o mercado e o contrato, garantindo o preço acertado.

Efetivamente não há perdas das partes, pode-se deixar de ganhar algo a mais, mas a certeza da manutenção de preço antes da venda garantirá o sucesso de produtores organizados evitando possíveis desastres provocados por queda acentuada de preços no momento da comercialização.

Na verdade mecanismos como os Contratos Futuros assim como as Opções (contratos em uma das partes paga um determinado valor para ter o direito de optar em vender ou comprar uma determinada mercadoria por um preço previamente acertado) quando

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aplicados nos produtos agropecuários participantes do processo de comercialização de futuros, podem determinar o fim das incertezas de preços para os produtores rurais.

Um fator é fundamental para estes produtores, que é a organização administrativa de seus processos produtivos, conhecer custo de produção é fundamental para garantir margens de lucro nas negociações de contratos futuros.

Determinar produtividade com base na relação benefício custo na obtenção de margens de lucro é fundamental para manter níveis satisfatório de crescimento na atividade.

Sem organização o produtor ainda não saberá quanto efetivamente estará ganhando em sua exploração, apesar dos contratos futuros garantir preço, mas não lucro. Cédula do Produtor Rural.

CPR – Física / CPR – Financeira e CPR – Exportação

Está modalidade de crédito é mais uma possibilidade de financiamento da produção em bases de mercado, lastreado no preço praticado pelo mercado futuro o produtor solicita ao agente financeiro antecipação da receita da venda de sua produção, desta forma obtém recursos financeiros para custear sua atividade.

No momento da venda física de seus produtos o produtor terá saldo devedor igual a atual cotação de seus produtos por momento da venda, acrescidos de taxas operacionais.

No momento que o produtor lança a solicitação de venda de sua CPR, alguém no mercado compra esta promessa de venda, que será liquidada de forma física ou financeira no vencimento do contrato.

Melhores detalhes sobre Mercado Futuro e Opções Agropecuárias – www.bovespa.com.br Melhores detalhes sobre PRONAF e CPR – www.bb.com.br/agronegocios Melhores detalhes sobre as operações de Crédito Rural – www.bacen.gov.br

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14.Orçamentos / Parâmetros

ORÇAMENTO - PARÂMETROS

Mão de obraTrabalhador de campo - 1 dia de serviço1 salário mínimo + 80% de leis sociais / 22 dias

540,00 80% 22 972,00ESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Dia / homem dia 1 44,18 44,18

Formação 1ha de pastagensESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Aração Hora/trator 2,0 40,00 80,00Gradagem Hora/trator 2,0 40,00 80,00Adubação Hora/trator 2,0 40,00 80,00Plantio Hora/trator 2,0 40,00 80,00Tratos culturais Dia/homem 14,0 44,18 618,55Semente kg 10,0 6,00 60,00Calcário Tonelada 1,5 30,00 45,00Adubo Tonelada 0,6 750,00 450,00TOTAL 1.493,55

Reforma 1ha de pastagensESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Gradagem Hora/trator 2,0 40,00 80,00Adubação Hora/trator 2,0 40,00 80,00Plantio Hora/trator 1,0 40,00 40,00Tratos culturais Dia/homem 10,0 44,18 441,82Sementes kg 5,0 6,00 30,00Calcário Tonelada 1,0 30,00 30,00Adubo Tonelada 0,4 750,00 300,00TOTAL 1.001,82

Limpesa 1ha de pastagensESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Roçada Dia/homem 8,0 44,18 353,45TOTAL 353,45

Formação 1ha de capineiraESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Aração Hora/trator 2,0 40,00 80,00Gradagem Hora/trator 2,0 40,00 80,00Adubação Hora/trator 2,0 40,00 80,00Plantio Hora/trator 2,0 40,00 80,00Plantio Dia/homem 6,0 44,18 265,09Tratos culturais Dia/homem 12,0 44,18 530,18Mudas Tonelada 8,0 12,00 96,00Calcário Tonelada 1,5 30,00 45,00Adubo Tonelada 0,6 520,00 312,00TOTAL 1.568,27

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ORÇAMENTO - PARÂMETROS1 dia/homem R$44,18

Formação 1ha de cana de açucarESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Aração Hora/trator 3,0 40,00 120,00Gradagem Hora/trator 1,5 40,00 60,00Adubação Hora/trator 1,0 40,00 40,00Plantio Hora/trator 2,0 40,00 80,00Plantio Dia/homem 9,0 44,18 397,62Tratos culturais Dia/homem 12,0 44,18 530,16Mudas Tonelada 12,0 24,00 288,00Calcário Tonelada 1,5 30,00 45,00Adubo Tonelada 1,0 750,00 750,00TOTAL 2.310,78

Formação 1ha de milhoESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Aração Hora/trator 3,0 40,00 120,00Gradagem Hora/trator 1,5 40,00 60,00Adubação Hora/trator 1,0 40,00 40,00Plantio Hora/trator 1,5 40,00 60,00Tratos culturais Dia/homem 12,0 44,18 530,16Semente kg 20,0 4,00 80,00Calcário Tonelada 1,5 30,00 45,00Adubo Tonelada 0,6 750,00 450,00TOTAL 1.385,16

Construção de 1km de cerca - 4 farpados com 2,20 entre moerões (eucalipto)ESPECIFICAÇÕES UNIDADE QUANT. V.UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)

Moerões dz 38,0 15,00 570,00Arame farpado rolo/250m 16,0 60,00 960,00Grampos kg 16,0 4,00 64,00Mão de obra Dia/homem 30,0 44,18 1.325,40TOTAL 2.919,40

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Pastejo - Orçamento para 1,0 ha de capim Coast cross. I – Orçamento de formação e estabelecimento de 1,0 ha - Coast cross

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE Preço R$/ha 1- Preparo e correção do solo (R$) 1.1- Calagem * transporte interno do calcário h/tr 0,3 65,00 19,50 * distribuição do calcário h/tr 1,5 65,00 97,50 * calcário dolomítico kg 1500 0,12 180,00 1.2- Preparo do Solo * aração com grade aradora h/tr 2 65,00 130,00 * gradagem com grade niveladora h/tr 1 65,00 65,00 2- Mudas * corte d/h 1 42,00 42,00 * transporte h/tr 0,5 65,00 32,50 * carga e descarga / mudas d/h 1 42,00 42,00 3- Plantio * adubação manual a lanço /distribuição de mudas nos sulcos d/h 3 42,00 126,00 * sulcagem e cobertura das mudas h/tr 3 65,00 195,00 * gradagem para nivelar o solo h/tr 1,5 65,00 97,50 * transporte de adubo h/tr 0,3 65,00 19,50 * adubo para plantio (superfosfato simples) kg 500 0,65 325,00 4- Tratos culturais 4.1- Controle de invasoras * roçada ou corte c/ segadeira h/tr 0,8 65,00 52,00 4.2- Adubação de cobertura * distribuição manual do adubo d/h 0,5 42,00 21,00 * transporte do adubo h/tr 0,3 65,00 19,50 * adubo para cobertura (20-05-20) kg 400 1,00 400,00 5- Custo total R$/ha 1.864,00 6- Produção total de MS t/ha 25 II - Orçamento anual de manutenção/ha de Coast-Cross

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE Preço R$/ha 1- Serviços e insumos (R$) 1.1- Adubação de cobertura * distribuição manual do adubo d/h 2 42,00 84,00 * transporte do adubo h/tr 1 65,00 65,00 * adubo 20-05-20 kg 800 1,00 800,00 1.2- Controle de invasoras * aplicação localizada de herbicida / herbicida d/h 3 42,00 126,00 2- Custo total de manutenção R$/ha 1.075,00 III - Orçamento total da pastagem de Coast-Cross 1 - Custo Fixo R$/ha * Depreciação do plantio e estabelecimento da lavoura (10 anos) 186,40 2 - Custos Variáveis * Manutenção anual da lavoura 1.075,00 3 - Custo Total * Por hectare 1.261,40 * Por tonelada MS 50,46

Fonte: Adaptado de Resende (2005). Valores para junho/2010.

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Pastejo – Orçamento para 1,0 ha de capim Braquiária decumbens. I – Orçamento de formação e estabelecimento de 1,0 ha - Braquiaria decumbes

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1- Preparo e correção do solo (R$) 1.1- Calagem * transporte interno do calcário h/tr 0,3 65,00 19,50 * distribuição do calcário h/tr 1,5 65,00 97,50 * calcário dolomítico kg 1500 0,12 180,00 1.2- Preparo do Solo * aração com grade aradora h/tr 2 65,00 130,00 * gradagem com grade niveladora h/tr 1 65,00 65,00 2- Plantio / Semeio * transporte de insumos h/tr 0,5 65,00 32,50 * Distribuição manual de adubo (a lanço) d/h 0,8 42,00 33,60 * Distribuição manual de sementes d/h 0,6 42,00 25,20 * Incorporação das sementes e adubo com grade h/tr 0,8 65,00 52,00 * adubo super fosfato simples kg 300 0,65 195,00 * semente de Braquiaria decumbens kg 12 4,00 48,00 3- Tratos Culturais * adubação de cobertura d/h 0,5 42,00 21,00 * Adubo 20-05-20 kg 150 1,00 150,00 4- Custo total R$/ha 1.049,30 5- Produção de MS t/ha 14 II - Orçamento anual de manutenção/ha de Braquiária decumbens

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1.1- Adubação de cobertura (R$) * distribuição manual do adubo d/h 2,00 42,00 84,00 * transporte do adubo h/tr 1,00 65,00 65,00 * adubo 20-05-20 kg 250 1,00 250,00 1.2- Controle de invasoras * Roçada manual d/h 5 42,00 210,00 2- Custo total de manutenção R$/ha - - 609,00 III - Orçamento total da pastagem de Braquiária decumbens 1 - Custo Fixo R$/ha * Depreciação do capital de formação - e estabelecimento da lavoura (10 anos) 104,93 2 - Custos Variáveis * Manutenção anual da lavoura 609,00 3 - Custo Total * Por hectare 713,93 * Por tonelada de MS 51,00

Fonte: Adaptado de Resende (2005). Valores para junho/2010.

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Pastejo – Orçamento para 1,0 ha de capim Braquiária brizantha. I – Orçamento de formação e estabelecimento de 1,0 ha - Braquiaria brizantha

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1- Preparo e correção do solo (R$) 1.1- Calagem * transporte interno do calcário h/tr 0,3 65,00 19,50 * distribuição do calcário h/tr 1,5 65,00 97,50 * calcário dolomítico kg 1500 0,12 180,00 1.2- Preparo do Solo * aração com grade aradora h/tr 2 65,00 130,00 * gradagem com grade niveladora h/tr 1 65,00 65,00 2- Plantio / Semeio * transporte de insumos h/tr 0,5 65,00 32,50 * Distribuição manual de adubo (a lanço) d/h 0,8 42,00 33,60 * Distribuição manual de sementes d/h 0,6 42,00 25,20 * Incorporação das sementes e adubo com grade h/tr 0,8 65,00 52,00 * adubo super fosfato simples kg 300 0,65 195,00 * semente de Braquiária brizantha kg 12 5,00 60,00 3- Tratos culturais * adubação de cobertura d/h 5 42,00 210,00 * Adubo 20-00-20 kg 150 1,00 150,00 4- Custo total R$/ha 1.250,30 5- Produção de MS t/ha 14 II - Orçamento anual de manutenção/ha de Braquiária brizantha

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1.1- Adubação de cobertura (R$) * distribuição manual do adubo d/h 2,00 42,00 84,00 * transporte do adubo h/tr 1,00 65,00 65,00 * adubo 20-05-20 kg 250 1,00 250,00 1.2- Controle de invasoras * Roçada manual d/h 5 42,00 210,00 2- Custo total de manutenção R$/ha - - 609,00 III - Orçamento total da pastagem de Braquiária brizantha 1 - Custo Fixo R$/ha * Depreciação do capital de formação - e estabelecimento da lavoura (10 anos) 125,03 2 - Custos Variáveis * Manutenção anual da lavoura 609,00 3 - Custo Total * Por hectare 734,03 * Por tonelada de MS 52,43

Fonte: Adaptado de Resende (2005). Valores para junho/2010.

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Pastejo – Orçamento para 1,0 ha de capim Setária. I – Orçamento de formação e estabelecimento de 1,0 ha - Setária

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1- Preparo e correção do solo (R$) 1.1- Calagem * transporte interno do calcário h/tr 0,3 65,00 19,50 * distribuição do calcário h/tr 1,5 65,00 97,50 * calcário dolomítico kg 1500 0,12 180,00 1.2- Preparo do Solo * aração com grade aradora h/tr 2 65,00 130,00 * gradagem c/niveladora h/tr 1 65,00 65,00 2- Plantio / Semeio * transporte de insumos h/tr 0,5 65,00 32,50 * Distribuição manual de adubo (a lanço) d/h 0,7 42,00 29,40 * Distribuição manual de sementes (a lanço) d/h 0,5 42,00 21,00 * Incorporação das sementes e adubo com grade h/tr 0,8 65,00 52,00 * adubo super fosfato simples kg 300 0,65 195,00 * semente de Setária kg 12 18,00 216,00 3- Tratos culturais * adubação de cobertura d/h 0,5 42,00 21,00 * Adubo 20-05-20 kg 150 1,00 150,00 4- Custo total R$/ha 1.208,90 5- Produção de MS t/ha 14 II - Orçamento anual de manutenção/ha de Setária

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1.1- Adubação de cobertura (R$) * distribuição manual do adubo d/h 2,00 42,00 84,00 * transporte do adubo h/tr 1,00 65,00 65,00 * adubo 20-05-20 kg 250 1,00 250,00 1.2- Controle de invasoras * Roçada manual d/h 5 42,00 210,00 2- Custo total de manutenção R$/ha - - 609,00 III - Orçamento total da pastagem de Setária 1 - Custo Fixo R$/ha * Depreciação do capital de formação - e estabelecimento da lavoura (10 anos) 120,89 2 - Custos Variáveis * Manutenção anual da lavoura 609,00 3 - Custo Total * Por hectare 729,89 * Por tonelada de MS 52,14

Fonte: Adaptado de Resende (2005). Valores para junho/2010.

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Pastejo – Orçamento para 1,0 ha de capim Tanzânia. I - Orçamento de formação e estabelecimento de 1,0 ha - Tanzânia

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1- Preparo e correção do solo (R$) 1.1- Calagem * transporte interno do calcário h/tr 0,3 65,00 19,50 * distribuição do calcário h/tr 1,5 65,00 97,50 * calcário dolomítico kg 1500 0,12 180,00 1.2- Preparo do Solo * aração com grade aradora h/tr 2 65,00 130,00 * gradagem com grade niveladora h/tr 1 65,00 65,00 2- Plantio / Semeio * transporte de insumos h/tr 0,5 65,00 32,50 * Distribuição manual de adubo (a lanço) d/h 0,8 42,00 33,60 * Distribuição manual de sementes d/h 0,6 42,00 25,20 * Incorporação das sementes e adubo com grade h/tr 0,8 65,00 52,00 * adubo super fosfato simples kg 500 0,65 325,00 * semente de Tanzânia kg 10 7,50 75,00 3- Tratos culturais * adubação de cobertura d/h 0,5 42,00 21,00 * Adubo 20-05-20 kg 200 1,00 200,00 4- Custo total R$/ha 1.256,30 5- Produção de MS t/ha 20 II - Orçamento anual de manutenção/ha de Tanzânia

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1.1- Adubação de cobertura (R$) * distribuição manual do adubo d/h 2,00 42,00 84,00 * transporte do adubo h/tr 1,00 65,00 65,00 * adubo 20-05-20 kg 500 1,00 500,00 1.2- Controle de invasoras * Roçada manual d/h 5 42,00 210,00 2- CUSTO TOTAL DE MANUTENÇÃO R$/ha 859,00 III - Orçamento total da pastagem de Tanzânia 1 - Custo Fixo R$/ha * Depreciação do capital de formação e estabelecimento da lavoura (10 anos) 125,63 2 - Custos Variáveis * Manutenção anual da lavoura 859,00 3 - Custo Total * Por hectare 984,63 * Por tonelada de MS 49,23

Fonte: Adaptado de Resende (2005). Valores para junho/2010.

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Pastejo – Orçamento para 1,0 ha de capim Mombaça. I – Orçamento de formação e estabelecimento de 1,0 ha - Mombaça

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1- Preparo e correção do solo (R$) 1.1- Calagem * transporte interno do calcário h/tr 0,3 65,00 19,50 * distribuição do calcário h/tr 1,5 65,00 97,50 * calcário dolomítico kg 1500 0,12 180,00 1.2- Preparo do Solo * aração com grade aradora h/tr 2 65,00 130,00 * gradagem com grade niveladora h/tr 1 65,00 65,00 2- Plantio / Semeio * transporte de insumos h/tr 0,5 65,00 32,50 * Distribuição manual de adubo (a lanço) d/h 0,8 42,00 33,60 * Distribuição manual de sementes d/h 0,6 42,00 25,20 * Incorporação das sementes e adubo com grade h/tr 0,8 65,00 52,00 * adubo super fosfato simples kg 500 0,65 325,00 * semente de Mombaça kg 10 7,50 75,00 3- Tratos culturais * adubação de cobertura d/h 0,5 42,00 21,00 * Adubo 20-05-20 kg 200 1,00 200,00 4- Custo total R$/ha 1.256,30 5- Produção de MS t/ha 20 II - Orçamento anual de manutenção/ha de Mombaça

SERVIÇOS E INSUMOS UNID. QTDE PREÇO R$/ha 1.1- Adubação de cobertura - 2 vezes/ano (R$) * distribuição manual do adubo d/h 2,00 42,00 84,00 * transporte do adubo h/tr 1,00 65,00 65,00 * adubo 20-05-20 kg 500 1,00 500,00 1.2- Controle de invasoras * Roçada manual d/h 5 42,00 210,00 2- Custo total de manutenção R$/ha 859,00 III - Orçamento total da pastagem de Mombaça 1 - Custo Fixo R$/ha * Depreciação do capital de formação - e estabelecimento da lavoura (10 anos) 125,63 2 - Custos Variáveis * Manutenção anual da lavoura 859,00 3 - Custo Total * Por hectare 984,63 * Por tonelada de MS 49,23

Fonte: Adaptado de Resende (2005). Valores para junho/2010.

Page 106: Apostila IZ319 PLANEJAMENTO PECUÁRIO 2011

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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Contabilidade de Animais Difíceis de Inventariar, Grateron, I.R.G.,In: Contabilidade E

Controladoria em Agribusiness, São Paulo: Atlas, 1996.

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O método de análise SWOT como ferramenta para promover o diagnóstico turístico de um local: o caso do município de Itabaiana/PB. DANTAS, N.G.S. MELO, R.S. Caderno Virtual do Turismo, V.8, n.1,2008.

OLIVEIRA, C.A. Produto Geroleite: Descrição de uma metodologia para apoiar a gestão técnica e financeira do pecuarista leiteiro. Carlos Augusto de Oliveira. Dissertação de Mestrado, UFRRJ, Rio de Janeiro, 2002, 43p.

OLIVEIRA, C.A. Sistema de Informação de Gestão Técnica e Custo Aliada à Rastreabilidade em Pecuária de Corte. Carlos Augusto de Oliveira. Tese de Doutorado, UFRRJ, Rio de Janeiro, 2010, 129p.

Planoterra – Planejamento e Assessoria Agropecuária Ltda. – Experiências de campo, 1983 a 1994.

Projeto Rastrear – Projeto de Extensão Universitária / 2004 – IZ/DRAA

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Sistema de Custos, Marion, J.C., Santos, G.J.,São Paulo: Atlas,1996.