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Apostila Prática_Hemato1

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Page 1: Apostila Prática_Hemato1

HEMATOLOGIAApostila Teórico-Prática

Page 2: Apostila Prática_Hemato1

Sangue – Considerações Gerais

O sangue é composto de duas fases distintas: fase líquida e fase sólida ou elementos

figurados. A fase líquida é composta principalmente por água (cerca de 90%) e por substâncias

orgânicas e inorgânicas dissolvidas nesta água, tais como eletrólitos, proteínas, hormônios e

fatores da coagulação. Na fase sólida ou elementos figurados estão as hemácias, leucócitos e

plaquetas. A fase líquida também é conhecida como plasma e pode ser definida como “soro”

quando perder os fatores da coagulação logo após a coleta sanguínea.

Plasma = fase líquida (água + todos os elementos dissolvidos)

Soro = Plasma – fatores da coagulação (utilizados para formar o coágulo após a coleta)

O volume sanguíneo total é cerca de 70 mL por quilo de peso, desta forma uma pessoa de 70

Kg possui cerca de 4,9 L de sangue. A perda máxima sanguínea permitida e recomendada é

10% do volume total, para que não ocorram grandes danos ao paciente ou doador.

As principais funções do sangue são: transporte de gases (hemoglobina e hemácias); defesa

imunológica (leucócitos); coagulação (plaquetas e fatores da coagulação); transporte de

nutrientes (plasma); transporte de metabólitos da excreção (plasma); regulação térmica;

regulação da pressão arterial e manutenção do pH sanguíneo.

A hematopoiese é o processo de formação do sangue e começa desde a fase intrauterina de

cada indivíduo. Ainda na vida uterina as células são formadas pela linhagem primitiva e após o

nascimento pela linhagem definitiva (série vermelha ou eritrocítica; série plaquetária ou

megacariocítica; série granulocítica; série linfocitária ou linfocítica e série monocitária ou

monocítica).

a) Hemograma: é a principal ferramenta diagnóstica em Hematologia, constituído pelos

seguintes exames:

- Contagem de Hemácias (Hm)

- Dosagem de Hemoglobina (Hb)

- Determinação do Hematócrito (Ht)

- Índices Hematimétricos (VCM; HCM; CHCM; RDW).

- Contagem Global de Leucócitos

- Contagem Diferencial de Leucócitos

- Hematoscopia

- Contagem de Plaquetas (*opcional)

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b) Coleta de material

O êxito da coleta sanguínea depende de vários fatores, tais como: colhedor bem treinado;

veias do paciente; instrumental utilizado; identificação correta do material (etapa pré-analítica);

tipos de amostras necessárias; relação sangue-anticoagulante; anti-sepsia; tempo de

garroteamento; estancar o sangramento; homogeneização da amostra e biossegurança.

c) Confecção e coloração dos esfregaços sanguíneos

d) Câmara de Neubauer

Utilizada para contagem de células em hematologia. É dividida em 9 quadrantes idênticos em

tamanho, área e profundidade e diferentes de acordo com as subdivisões.

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Cabeça

Corpo

Cauda

A B

C D

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AULA PRÁTICA 01: CONTAGEM DE HEMÁCIAS

1) Fundamento

Diluir a amostra (sangue total) em solução diluidora de hemácias (Líquido de Hayen, Gower, Dacie).

2) Procedimento

Pipetar 4,0 mL do líquido diluidor em um tubo de ensaio ou frasco pequeno.

Pipetar 0,02 mL (20L) de sangue e transferir para o tubo contendo o líquido diluidor.

Homogeneizar e aguardar cerca de 5 minutos.

Encher a câmara de Neubauer com a solução, tendo o cuidado de homogeneizar novamente antes da pipetagem.

Levar a câmara ao microscópio para efetuar a contagem de hemácias. Focalizar com a objetiva de 10x e fazer a contagem com a objetiva de 40x, utilizando o retículo central da câmara de Neubauer.

Fazer a contagem de pelo menos 5 quadrados (1/5 da área de contagem) e somar as parcelas.

3) Cálculos

nº Hm / mm3 = 10.000 x Y*

*Y = soma dos 5 quadrados contados na câmara

4) Valores de Referência

Homem – 4.400.000 a 6.000.000 / mm3

Mulher – 4.200.000 a 5.500.000 / mm3

Rn – 4.000.000 a 6.000.000 / mm3

5) Interpretação

Valores aumentados

Diarréias, desidratação, queimaduras, policitemia Vera, cardiopatia crônica, intoxicações com

álcool etílico ou outras drogas, vômitos profusos, acidose metabólica.

Valores diminuídos

Anemias, leucemias, após hemorragias intensas e nas infecções graves.

AULA PRÁTICA 02: DOSAGEM DE HEMOGLOBINA

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Page 5: Apostila Prática_Hemato1

1) Fundamento

O ferrocianeto transforma o ferro da hemoglobina do estado ferroso (bivalente) para o estado férrico (trivalente), formando metahemoglobina que, por sua vez, combina com o cianeto de potássio para produzir a cianometahemoglobina, que é lida em 540 nm.

2) Procedimento

Pipetar 5,0 mL do líquido diluidor (Drabkin) em um tubo de ensaio.

Pipetar 0,02 mL (20L) de sangue e transferir para o tubo contendo o líquido diluidor.

Homogeneizar e aguardar cerca de 10 minutos.

Fazer um tubo BRANCO apenas com o líquido diluidor e um tubo PADRÃO com 5,0 mL do líquido diluidor e 0,02 mL do padrão de hemoglobina.

Fazer a leitura em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 540 nm.

3) Cálculos

[Hb] g/dL = Abs Teste X 10

Abs Padrão

4) Valores de Referência

Homem – 13,5 a 18,0 g/dL

Mulher – 12,0 a 16,0 g/dL

Rn – 13,5 a 19,5 g/dL

5) Interpretação

Valores aumentados e valores diminuídos estão presentes praticamente em todas as condições

que determinam aumento e diminuição das hemácias, respectivamente.

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AULA PRÁTICA 03: HEMATÓCRITO (micro)

1) Fundamento

Volume ocupado pelas hemácias numa amostra de 100 mL de sangue total.

2) Procedimento

Preencher um tubo capilar com sangue total, até cerca de 2/3 do seu comprimento.

Limpar a parede externa do tubo capilar com um papel absorvente.

Vedar a extremidade vazia (limpa) com uma massinha ou fechá-la no calor.

Colocar o tubo capilar na centrífuga de microhematócrito com a parte vedada voltada para fora, equilibrando-o com outro tubo.

Tampar a centrífuga.

Centrifugar durante 5 minutos numa velocidade de 3.500 rpm ou superior.

Fazer a leitura do resultado, utilizando a tabela própria para microhematócrito.

O menisco inferior (hemácias) deve coincidir com a linha “zero” e o menisco superior (plasma) deve coincidir com a linha “cem”. A leitura é feita onde ocorre separação entre as duas fases (interface).

3) Valores de Referência

Homem – 40 a 54%

Mulher – 37 a 47%

Rn – 44 a 64%

4) Interpretação

Valores aumentados ocorrem quando há hemoconcentração como nas policitemias, desidratações,

queimaduras, diarréias e vômitos intensos. Um hematócrito aumentado é sugestivo de

macrocitose.

Valores diminuídos ocorrem quando há redução do número de eritrócitos (oligocitemias), como

nas anemias, leucemias e infecções. Um hematócrito reduzido dá idéia de microcitose.

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Page 7: Apostila Prática_Hemato1

AULA PRÁTICA 04: CONTAGEM GLOBAL DE LEUCÓCITOS

1) Fundamento

Sangue + solução diluidora de leucócitos (dilui o sangue e destrói as hemácias).

2) Procedimento

Pipetar 0,4 mL do líquido diluidor em um tubo de ensaio ou frasco pequeno.

Pipetar 0,02 mL (20L) de sangue e transferir para o tubo contendo o líquido diluidor.

Homogeneizar e aguardar cerca de 20 minutos para que haja destruição das hemácias.

Encher a câmara de Neubauer com a solução, tendo o cuidado de homogeneizar novamente antes da pipetagem.

Levar a câmara ao microscópio para efetuar a contagem de leucócitos. Focalizar com a objetiva de 10x e fazer a contagem com a objetiva de 10 ou 40x, utilizando os 4 retículos laterais da câmara de Neubauer (A, B, C e D).

Fazer a contagem de todos os quadrados e somar as parcelas.

3) Cálculo

nº leucócitos / mm3 de sangue = Y* x 50

*Y= número de leucócitos contados na câmara

4) Valores de Referência

Adultos – 4.000 a 10.000 / mm3

Rn – 10.000 a 26.000 / mm3

5) Interpretação

Valores aumentados (Leucocitose): ocorrem em associação aos processos inflamatórios,

infecciosos e leucemias. Fisiologicamente temos leucocitose na infância, gravidez, durante o parto,

durante a digestão, variações circadianas e após exercícios físicos extenuantes.

Valores diminuídos (Leucopenia): ocorrem quando há redução na produção dos leucócitos

(deficiência de vitamina A; depressão dos tecidos leucopoiéticos por infecção ou intoxicação; uso

de medicamentos) ou no caso de aumento da destruição celular, provavelmente por anticorpos.

Algumas infecções podem cursar com leucopenia, principalmente de um único tipo de leucócito:

febre tifóide, dengue, rubéola, caxumba e tripanossomose.

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AULA PRÁTICA 05: CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS

1) Fundamento

É a contagem de 100 leucócitos em esfregaço sanguíneo, diferenciando-os segundo suas variedades morfológicas.

2) Procedimento

A) CONFECÇÃO DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO

Colocar uma gotícula de sangue em uma lâmina limpa e seca.

Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota de sangue em contato com sua borda, formando um ângulo de 45°, esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que o sangue seque ou coagule.

Esperar o esfregaço secar.

Identificar a lâmina pela cabeça do esfregaço com o auxilio de outra lâmina ou lápis.

Fazer a coloração.

B) COLORAÇÃO DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO

Colocar a lâmina sobre um suporte de coloração com o esfregaço voltado para cima.

Cobrir todo o esfregaço com o corante May-Grünwald. Aguardar 2 a 3 minutos.

Após este tempo, gotejar sobre o corante água de torneira ou tampão fosfato (pH 7,2). Aguardar 2 minutos.

Desprezar o corante e o tampão.

Cobrir a lâmina com o corante Giemsa diluído (Giemsa de uso). Aguardar 12 minutos.

Desprezar o corante e enxaguar a lâmina com água de torneira.

Esperar secar e limpar o verso da lâmina com álcool.

Examinar com objetiva de imersão, fazendo a contagem diferencial de 100 leucócitos.

3) Resultado

Expresso em número relativo (%) e absoluto (/mm3)

4) Valores de Referência

Neutrófilos bastonetes (b) 0 a 5% 0 a 400 / mm3

Neutrófilos Segmentados (S) 40 a 80% 2.000 a 7.000 /mm3

Eosinófilos (E) 1 a 6% 2 a 500 / mm3

Basófilos (B) 0 a 2% 0 a 100 / mm3

Monócitos (M) 2 a 10% 200 a 1000 /mm3

Linfócitos (L) 20 a 30% 1.000 a 3.000 / mm3

5) Interpretação

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Page 9: Apostila Prática_Hemato1

Neutrofilia: frequente nas infecções bacterianas, leucemias, processos inflamatórios.

Eosinofilia: frequente nas parasitoses, processos imunoalérgicos e leucemias.

Basofilia: processos imunoalérgicos e leucemias.

Monocitose: infecções (septicemia, mononucleose e tuberculose).

Linfocitose: infecções virais agudas e infecções crônicas (tuberculose e sífilis), leucemias,

amigdalites e processos ganglionares.

Funções dos leucócitos (FISIOLOGIA LEUCOCITÁRIA)

1) Neutrófilos: localizar, fagocitar e destruir partículas estranhas. Propriedade de quimiotaxia;

fagocitose por adesão, ingestão e degranulação. Possuem meia vida de aproximadamente 6

horas no sangue periférico.

2) Eosinófilos: Também realizam fagocitose, mas em menor proporção que os neutrófilos. Fixam

parasitas (degranulação e digestão de parasitas). Reação e patogênese de doenças imuno-

alérgicas e neoplásicas. Possuem meia vida de aproximadamente 8-12 horas minutos no sangue

periférico. Depois migra para os tecidos.

3) Basófilos: mediadores da reação imuno-alérgica imediata, com degranulação e liberação de

histamina. Presentes na asma, urticária, anafilaxia. Possuem meia vida de aproximadamente 4

horas no sangue periférico.

4) Monócitos: Também realizam fagocitose, mas de forma mais especializada que os neutrófilos e

por isso em menor proporção. Participam da resposta imune como células apresentadoras de

antígenos. Recebem diferentes nomes em cada tecido, por exemplo: células de Kupfer (fígado);

macrófagos (líquido cefalorraquidiano); osteoclastos (ossos – destruição do tecido ósseo).

Possuem meia vida de aproximadamente 14 horas no sangue periférico.

5) Linfócitos: Circulam no sangue e na linfa. Recirculam entre o sangue e os tecidos. O pequeno

linfócito é uma célula em repouso e o grande linfócito está envolvido na resposta imunológica

(célula em atividade). Os linfócitos saem morfologicamente maduros da medula óssea, mas têm

que passar pelo timo para amadurecerem funcionalmente. Possuem meia vida no sangue

periférico muito variada, podendo ser de dias para os L B até anos para os L T. Participam da

resposta imunológica:

a) mediada por células – destruição direta do alvo (L TC); ativação de macrófagos

b) humoral – síntese e secreção de anticorpos pelos plasmócitos.

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AULA PRÁTICA 06: HEMOSSEDIMENTAÇÃO

1) Fundamento

Consiste na medida da velocidade de sedimentação espontânea das hemácias, a qual está relacionada com a agregação destas células em grumos.

2) Procedimento

Preencher a pipeta de Westergreen até a marca “zero” e adapta-la ao suporte de Westergreen.

Aguardar 60 minutos exatos e fazer a leitura do volume de plasma que foi liberado.

3) Resultados

Expresso em mm/ 60 minutos

4) Valores de Referência

Homens – até 15 mm

Mulheres – até 20 mm

5) Interpretação

Sabe-se que as hemácias possuem em sua superfície carga elétrica negativa, não permitindo que

estas células formem grumos. A presença de macromoléculas protéicas neutraliza parte dessas

cargas negativas, favorecendo a aproximação e sedimentação das hemácias.

Valores elevados de hemossedimentação:

Aumento das alfa-2-globulinas (ppte haptoglobina) encontrada nos processos inflamtórios agudos.

Aumento das gama-globulinas, geralmente devido à elevação de imunoglobulinas policlonais.

Aumento de fibrinogênio, devido a um estado inflamatório ou nos distúrbios da coagulação.

Em geral os processos inflamatórios e/ou infeciosos cursam com elevação discreta ou acentuada

da velocidade de hemossedimentação (VHS).

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AULA PRÁTICA 07: CONTAGEM DE RETICULÓCITOS

1) Fundamento

Sangue + corante supravital (Azul de Cresil Brilhante – ACB)

2) Procedimento

Pipetar 0,2 mL (200 L) do corante ACB em um tubo de hemólise ou tubo de ensaio pequeno.

Adicionar 0,2 mL (200 L) de sangue total e homogeneizar.

Pipetar 0,15 mL (150 L) do corante ACB em um tubo de hemólise ou tubo de ensaio pequeno.

Adicionar 0,30 mL (300 L) de sangue total e homogeneizar. (Hematócrito > 45%)

Adicionar 0,45 mL (450 L) de sangue total e homogeneizar. (Hematócrito 30-45%)

Adicionar 0,60 mL (600 L) de sangue total e homogeneizar. (Hematócrito <30%)

Levar ao banho-maria 37°C durante 20 minutos.

Homogeneizar e fazer um esfregaço em lâmina limpa e seca.

Fazer a contagem de 1.000 hemácias com objetiva de imersão, anotando os reticulócitos encontrados em cada compo.

3) Resultado

Expresso em % e /mm3

4) Valores de Referência

Rn – até 6%

Adultos – 0,5 a 1,5%

5) Interpretação

Redução da porcentagem: anemias carenciais, aplasias medulares, anemias não-hemolíticas.

Aumento da porcentagem: anemias hemolíticas, hiperplasia medular, doença hemolítica do recém-

nascido, hemorragias intensas após acidentes ou cirurgias.

Impotância clínica: discriminar entre as anemias hemolíticas e não-hemolíticas. Verificar a eficácia

do tratamento nas anemias carenciais (crise reticulocitária).

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AULA PRÁTICA 08: CONTAGEM DE PLAQUETAS

1) Fundamento

Diluir a amostra (sangue total) em solução diluidora de plaquetas (Recs) para contagem em câmara de Neubauer.

2) Procedimento

Pipetar 2,0 mL do líquido diluidor em um tubo de ensaio ou frasco pequeno.

Pipetar 0,02 mL (20L) de sangue e transferir para o tubo contendo o líquido diluidor.

Homogeneizar e aguardar cerca de 15 minutos.

Encher a câmara de Neubauer com a solução, tendo o cuidado de homogeneizar novamente antes da pipetagem. Aguardar cerca de 5 minutos em câmara úmida para que as células sedimentem na câmara de Neubauer.

Levar a câmara ao microscópio para efetuar a contagem de plaquetas. Focalizar com a objetiva de 10x e fazer a contagem com a objetiva de 40x, utilizando o retículo central da câmara de Neubauer.

Fazer a contagem dos 25 quadrados, diferenciando as plaquetas entre as hemácias.

3) Cálculos

nº Plq / mm3 = 1.000 x Y*

*Y = contagem das plaquetas na câmara

4) Valores de Referência

150.000 a 400.000 / mm3

5) Interpretação

A trombofilia decorre da existência de alterações da hemostasia que determinam a predisposição à

trombose. As alterações podem ser congênitas, determinadas por alterações genéticas e herdadas

pelos membros da família, ou por situações adquiridas que alteram o equilíbrio da hemostasia. As

alterações congênitas da hemostasia que determinam a trombofilia incluem a deficiência de

antitrombina III (ATIII), de proteína C, de proteína S, a resistência à proteína C ativada causada pela

presença de uma molécula anormal do fator V, o chamado fator V Leiden, alguns tipos de

desfibrinogenemia, a deficiência de plasminogênio e uma mutação do gene da protrombina. As

alterações adquiridas responsáveis por trombofilia são: presença de anticorpo anti -fosfolípide,

neoplasia, ciclo gravídico-puerperal, síndrome nefrótico, período peri -operatório, hemoglobonúria

paroxística noturna, síndromes mieloproliferativas.

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Valores aumentados (trombocitose)

Aumento da produção de plaquetas, após hemorragias, fraturas ósseas, trombose vascular, lesões

endoteliais.

Valores diminuídos (trombocitopenia)

A trombocitopenia é causada por :

Redução da produção medular

aumento do seqüestro esplênico

aumento na destruição plaquetária

No primeiro citado, as causas comuns são aplasia medular, fibrose ou infiltração por células

malignas, quimioterapia oncológica, hipoplasia amegacariocítica congênita. O diagnóstico se faz

facilmente pela biópsia de medula óssea.

No segundo, a esplenomegalia aumenta o número de plaquetas aprisionadas no baço, aumentando

a taxa de lise plaquetária. Causas comuns: hipertensão porta, leucemia com infiltração esplênica

de células tumorais, linfoproliferação esplênica (linfoma).

No terceiro citado, vasos anormais, próteses vasculares, trombos de fibrinas podem encurtar a

sobrevida das plaquetas. Exemplos: púrpura trombocitopênica trombótica, vasculites, síndrome

hemolítico-urêmica, coagulação intravascular disseminada, próteses cardíacas.

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Page 14: Apostila Prática_Hemato1

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, M. G.; SILVA, M. B. S. Hematologia – Técnicas laboratoriais e Interpretação. Belo Horizonte, 1988.

Manual de Exames do Laboratório Clínico.

LORENZI, T.F. Manual de Hematologia – Propedêutica e clínica. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. 655 p.

ZAGO, M. A. et al. Hematologia – Fundamentos e Prática. São Paulo: Atheneu, 2001. 1081p.

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