apostila Projetos Educação Ambiental

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Apostila produzida para o curso Elaboração de projetossocioambientais escolares baseados na Agenda 21 escolar AUTORA: Sabrina Dinorá Santos do Amaral. – PortoAlegre: [s.n.], 2011

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Elaborao de texto, formatao, arte e diagramao Sabrina Dinor Santos do Amaral Educadora Ambiental, graduada em Pedagogia (FACCAT), e em Cincias Biolgicas (UNISINOS), especialista em Educao Ambiental e em Gesto Ambiental (UNILASALLE). Mestre em Educao (CLAEH) e integrante do Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. Silvana Favreto Assessora em Diversidade Ambiental da Coordenao de Gesto de Aprendizagem/DP da Secretaria de Estado da Educao do Rio Grande do Sul, Professora estadual e Material de Apoio Amanda Nascimento da Silva Educadora Ambiental, graduada em Cincias Biolgicas (UFRGS), licenciada e bacharel. Especialista em Gerenciamento de Projetos (FGV) e em Educao Ambiental Distncia (UFSM). integrante do Coletivo Jovem pelo Meio ambiente do Rio Grande do Sul. Clarice da Silva - Educadora Ambiental, graduanda em Pedagogia (FTC-Ead). integrante do Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. Marcio Felipe Marmitt Educador Ambiental, Tcnico em Meio Ambiente, graduando em Histria (FACCAT). integrante do 1. Educao Ambiental. 2. Educao. 3. Agenda 21. 4. Educao para Sociedades Sustentveis. Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. Monalisa da Silva Educadora Ambiental. integrante do Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul. municipal do RS, graduada em Letras (LP) pela UPF e especialista em Leitura e Produo Textual pela Unilasalle-Canoas/RS. Superviso Tcnica e Pedaggica Leticia Batista Dutra Educadora Ambiental, graduada em Cincias Biolgicas (URI), integrante do Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul.

CIP BRASIL CATALOGAO NA PUBLICAO 372.357 Amaral, Sabrina Dinor Santos do. A485m Apostila para elaborao de projetos socioambientais escolares baseados na Agenda 21 escolar / Sabrina Dinor Santos do Amaral. Porto Alegre: [s.n.], 2011. 77p.

I.Ttulo.CDD 372.357Bibliotecria Responsvel: Dionara Raquel Bergmann - CRB10/2010

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PrefcioA Secretaria de Estado da Educao do Rio Grande do Sul, com recursos obtidos junto ao Fundo Nacional para o 1. Bem vindos! 2. Apresentando a proposta

Sumrio

Desenvolvimento da Educao do Ministrio da Educao FNDE/MEC, est oferecendo esta "Apostila com orientaes para Elaborao de Projetos Socioambientais baseadas na Agenda 21 Escolar", aos(s) professores(as) de escolas pblicas e privadas que participaram da III Conferncia Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente em 2008-2010, bem como aos(s) assessores(as) da Diversidade das Coordenadorias Regionais de Educao CREs do Estado do Rio Grande do Sul.

3. Conhecendo os(as) facilitadores(as) 4. A Educao para a Sustentabilidade 5. Agenda 21 na escola: do conceito a prtica 6. COM-VIDA : Uma comisso para a prtica da Agenda 21 escolar 7. Metodologia para construo de projetos coletivos

A

Apostila

contempla

um

contedo

especialmente

programado para dar aos(s) professores(as) suporte para enfrentar o desafio de contemplar a complexa temtica

7.1. Diagnsticos Socioambientais 7.2. Oficina de Futuro 7.3. COM-VIDA para a ao 8. Projeto de Interveno em Educao Ambiental 9. Avaliao e retroalimentao 10. Consideraes Finais 11. Referncias Bibliogrficas 12. Anexos

socioambiental na sala de aula por meio da Agenda 21 Escolar.

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1. Bem-Vindos(as)Voc est prestes a iniciar uma jornada de aprendizagem onde, junto com outros colegas, ir ampliar seus conhecimentos e habilidades para atuar como um efetivo educador para a construo de uma sociedade sustentvel. Foi pensando em lhe ajudar a entender melhor aonde voc quer ir e como chegar l que elaboramos esta apostila. A jornada que voc est prestes a iniciar ir lev-lo por um caminho de aprendizagem sobre sustentabilidade escolar a partir da construo da Agenda 21 Escolar. Neste percurso voc encontrar vrias paradas que iro contribuir para o aprimoramento das habilidades e conhecimentos necessrios para o

importncia da Agenda 21 Escolar e o seu papel enquanto agente de transformao neste processo. Nosso desejo que a Agenda 21 Escolar e este Curso em particular possam contribuir para a melhoria da sua prtica educativa e da qualidade do ensino nas escolas; para o desenvolvimento pessoal dos alunos atravs da realizao de atividades educativas relacionadas Educao Ambiental e, por fim iniciar um processo contnuo de melhoria da qualidade de vida e fortalecimento da cidadania.

aperfeioamento da sua prtica. Ns sabemos que cada um reage e aprende de modo diferente e por isso no esperamos que todos se envolvam da mesma forma. Alguns iro tirar maior proveito das palestras enquanto outros das conversas com colegas ou ainda mesmo das atividades realizadas na escola. O importante que se

estabeleam as conexes que lhe ajudaro a responder suas perguntas sobre sustentabilidade no ambiente escolar, sobre a

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2. Apresentando a propostaEste material foi pensado de forma a poder constituir-se num instrumento de trabalho para os educadores de todos os nveis de ensino que tenham a viso de futuro, o esprito inovador e o empenho pessoal imprescindveis para programar a Agenda 21 na Escola.

parceiros, simultaneamente envolvidos na criao de um Projeto de Sustentabilidade para a escola. Reunies de trabalho multidisciplinares, diviso de tarefas por rea de competncias, trabalho de campo, sensibilizao, realizao de questionrios, dilogo permanente entre os vrios grupos at se desenhar o Projeto de Sustentabilidade. Uma escola onde todos esto envolvidos e empenhados na

Do ponto de vista prtico, programar uma Agenda 21 numa determinada comunidade significa adentrar num processo de planejamento em direo a um futuro mais sustentado, onde todos os elementos dessa comunidade so convidados a participar. Neste contexto a comunidade pode ser o pas, a regio, a cidade, o bairro, a empresa ou a escola, entre outros. Planejar em direo a um futuro mais sustentado significa que os vrios grupos e indivduos da comunidade iro se envolver de modo a descobrir em que situao est e para aonde querem ir e traar o caminho para chegar l de modo que a comunidade seja prspera, justa e tenha um menor impacto no meio ambiente. Imaginem na sua comunidade escolar professores e educadores, alunos, funcionrios, pais, conselho de pais, e algumas entidades externas como a associao de moradores, alguma organizao no governamental local, entre outros

construo de um futuro melhor, onde h mais justia, melhor ambiente, mais economia de recursos para se investir no essencial. Por vezes este tipo de trabalho permite identificar, por exemplo, formas de economizar sem perda de conforto para os usurios, e o dinheiro que se poupar pode ser utilizado para outros fins. Deve estar pensando: Isto tudo muito bonito mas porque que a escola precisa se envolver num processo aparentemente to complexo, no qual o trabalho eminentemente voluntrio? O que ganhamos com isso? Qual a utilidade do Projeto de Sustentabilidade? J temos tanto trabalho para fazer, por que nos envolvermos em mais um projeto?" ... e muitas outras questes prticas e legtimas para quem tem a experincia do dia a dia da escola.

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Quanto

s

questes

prticas

sobre

como

fazer?

direito de participar na construo da sociedade. Os adultos tm uma forte tendncia para dizer os jovens so os cidados do futuro mas, essa afirmao ignora o fundamental papel dos jovens no presente e desresponsabilizando-os na sociedade. Por que no dar-lhes responsabilidade e trazer alguns objetivos e valores para as suas vidas? A escola tem de ser pioneira neste conceito. O importante no ganhar o jogo, mas sim jogar: se ganharmos, melhor! Mas o mais importante comear o processo de implementao da Agenda 21 na Escola. O resultado pode no ser um Projeto de Sustentabilidade ideal e as aes a implementar podem no dar frutos imediatos, mas entretanto j se criaram pontes entre a escola e os pais ou o poder local e j se praticou um exerccio de pedagogia extremamente vlido para a democracia. Para encerrar, voltamos frase inicial desta apresentao: para implementar a Agenda 21 na Escola necessria uma viso de futuro, um esprito inovador e empenho pessoal por parte dos educadores. E para esses grupos de corajosos e corajosas que este material foi produzido. um guia de trabalho que explica o contexto da Agenda 21 na Escola e explica como passar pelas vrias fases

esperamos responder a essas ao longo das pginas deste material. Sobre as questes relacionadas com o por que fazer? gostaramos de reforar as seguintes afirmaes: A escola tem a responsabilidade de formar cidados: o exerccio da cidadania no inato, deve ser aprendido. E as escolas tm esse papel de relembrar aos adultos o seu papel numa democracia deliberativa e de ensinar s crianas e jovens que podem ter uma parte ativa na comunidade. Nas escolas em alunos, funcionrios e educadores h um enorme volume de massa crtica e capacidade de implementao de projetos. Neste momento falta dinamizar uma verdadeira cultura participativa, o que implica uma aprendizagem coletiva e deve assentar num forte compromisso dos responsveis e numa formao contnua de todos. A implementao da Agenda 21 na Escola contribui ativamente para essa aprendizagem e constituio de cidados ativos. E toda a sociedade ganha com isso! Os jovens no sero os cidados do futuro (como habitual ouvirmos). So os cidados do presente: os mais jovens esto, em regra geral, mais receptivos a novas informaes e encontram-se numa fase onde as mudanas de comportamento so mais provveis. E, acima de tudo, j so cidados e j tm o

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de desenvolvimento da Agenda 21 na Escola: como comear,

3. Conhecendo os(as) facilitadores(as)Envolver as juventudes na discusso e no engajamento na temtica ambiental um dos desafios que est colocado na atualidade. Percebeu-se a partir de 2003, ao longo do processo de construo da I Conferncia Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, temtica forte que tinha a um de que

quem envolver, que atividades, em que momentos, como fazer o diagnstico, como preparar o plano, etc. Terminamos dizendo que no vai ser tudo fcil! Sabemos que existem vrias barreiras institucionais e logsticas, limitaes de tempo, falta de experincia em processos desta natureza, o dia a dia do funcionamento da escola e muitas outras. Mas essas barreiras existem para ser ultrapassadas! Os resultados podem no ser os ideais, mas sero decerto extremamente recompensadores, e vo no mnimo marcar positivamente um grupo de jovens cidados para o seu papel numa democracia. S isso j tem um valor incalculvel nos dias de hoje.

potencial e

mobilizao,

poderia abrir canais de atuao poltica e possibilidades transformaes ambientais, culturais de

e sociais profundas e efetivas. Para tanto, deveriam ser viabilizadas formas de esses jovens participarem desse processo, oportunizando a criao de Coletivos Jovens preocupados e atuantes na temtica

socioambiental. No Rio Grande do Sul, o processo de criao do Coletivo Jovem (CJ-RS) se deu no mesmo processo federal, tendo

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sua participao nas trs Conferncias Nacionais Infanto-Juvenis em formaes para alunos e professores do Programa Vamos Cuidar do Brasil e sendo corresponsveis pela organizao de todo processo de Conferncia nos Estados, seguindo o princpio Jovem Educa Jovem, Jovem Escolhe Jovem e Uma Gerao Aprende com a Outra, ou seja, jovens contribuindo no engajamento de outros jovens. Alm de envolver os jovens que j atuavam na rea ambiental, tambm favorecemos a chegada de outros jovens nesse processo, aqueles que j ouviram falar sobre meio ambiente, mas que ainda no sentiram vontade de envolver-se com esse assunto, buscando sempre adensar a temtica junto a organizaes de juventudes; inserir a pauta ambiental no mbito de inmeras organizaes de juventudes; fortalecer as temticas de juventudes juntos aos coletivos e s organizaes da rea ambiental; criar e fomentar Comisses de Meio Ambiente e Qualidade de vida nas escolas COM-VIDAs para o desenvolvimento de Agendas 21 Escolares.

4. A Educao para a SustentabilidadeNa busca da construo da sociedade sustentvel, com bases slidas nas necessidades e limitaes do homem e da natureza em sua relao interativa, encontram-se inmeros empecilhos e interesses historicamente construdos. Entre os muitos obstculos, descortinam-se questes tericas quanto ao escopo do conceito de sustentabilidade em sua tessitura, bem como a ampla discusso quanto ao divulgado desenvolvimento sustentvel. A noo de desenvolvimento sustentvel, hoje, est presente em mltiplas atividades humanas, e na educao no poderia ser diferente, requerendo que em suas prticas

pedaggicas compreendam o significado da sustentabilidade e de seu envolvimento em polmicas ou conflitos ambientais. Essa necessidade surge a partir das inmeras interfaces de contato com o mundo da educao que a sustentabilidade apresenta. Para tal integrao no h um caminho nico, tampouco receitas prontas. H alguns princpios bsicos, entre eles o da coerncia nos usos de recursos naturais. Na perspectiva da educao sustentvel temos de um lado o declnio da relevncia social da instituio escolar como fonte de

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informao sobre a realidade social, enquanto de outro, as escolas comeam a despertar para a importncia do papel que

poltica e social para que o povo que aqui vive encontre a dignidade. Ao longo dos ltimos anos, surgiram, mediando esta necessidade da educao de fortalecer seu marco conceitual dentro dos princpios da sustentabilidade, diversos caminhos educativos, entre eles o da Educao Ambiental. Mesmo com sua origem anterior aos enfoques da sustentabilidade, seus conceitos foram rapidamente assimilados e incorporados como parte fundamental desse processo de mudana social e cultural. A educao e a sustentabilidade encontram-se integradas por processos de sinergia que destacam objetivos fundamentais no que condiz com uma educao de qualidade. Pois esta uma perspectiva da educao que procura equilibrar o bem-estar humano e econmico com as tradies culturais e o respeito aos recursos naturais. Esse pressuposto pode ser observado no documento conhecido por Informe Dellors (1999, p. 11), que assinala que a educao deve ser capaz de criar capacidades e habilidades para: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender a fazer e aprender a ser

desempenham na construo de um mundo sustentvel. Consumidoras expressivas de energia e gua, papel e plstico, alm de grandes geradoras de resduos e de CO2, as escolas apresentam, no campo pedaggico, um discurso poltico e educacionalmente correto, mas isso ser igual na prtica? Como ocorrem as suas prticas gerenciais relativas s questes ambientais? Qual o tamanho da marca que deixam no planeta para subsidiar suas formas de consumo? O que fazem para amenizar seus lanamentos de carbono na atmosfera? Todas as escolas tm formalmente uma retrica na qual se destaca o compromisso de educar cidados para uma sociedade mais consciente e justa, e pela prtica que se demonstram os valores como tica, respeito e compromisso pelas futuras geraes. A educao vista, hoje, como uma das portas de entrada para a construo de uma sociedade com princpios e ideias ticas que respeitam a natureza e sua diversidade. Ela assim reconhecida pela maioria dos documentos mundiais e regionais, e esse reconhecimento nos remete afirmao de Chalita (2001, p. 12) de que falar de educao falar sobre a nica alternativa

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Um marco para a Educao Ambiental centrada na sustentabilidade foi o lanamento dos eventos internacionais sobre Educao Ambiental, da formulao da Poltica Nacional de Educao Ambiental, bem como da DEDS- Dcada da Educao para o Desenvolvimento Sustentvel (2005-2014), promovido pela Assembleia Geral das Naes Unidas, atravs da Resoluo 57/254. Essa Assembleia designou a UNESCO como rgo responsvel pela promoo e difuso da DEDS. Notou-se, nesse contexto, uma certa confuso no uso de conceitos tais como educao para o desenvolvimento sustentvel entre outros, alm de sua falta de articulao com os programas de Educao Ambiental e com os temas centrais da sustentabilidade. Segundo Zakzeviski (2003), trata-se de um esforo deliberado por substituir o conceito de Educao Ambiental por Educao para o desenvolvimento sustentvel, que parece responder melhor as novas polticas, mesmo no possuindo marcos conceitual e metodolgico claros para a sua implementao. Vale lembrar que essa proposta tem sido rechaada em inmeros congressos e eventos de Educao Ambiental realizados pelo Brasil afora a partir de 2004. A Educao Ambiental brasileira conhecida pelo seu engajamento poltico na construo de uma sociedade justa, sustentvel e democrtica.

Antecessora da DEDS, surgida durante a formao Comisso de Brundtland, temos a Carta da Terra, que um movimento internacional mobilizado pela sociedade civil

organizada. Na Rio-92, muito se fez com o objetivo de lanar luz sobre esse documento, que acabou por encontrar espaos polticos posterior a esse evento. Como principal documento aprovado na Rio-92, temos a Agenda 21. Essa agenda trata-se de um programa de ao, com mais de 40 captulos, que buscam promover, a nvel planetrio, um novo padro de desenvolvimento, harmonizando mtodos de proteo ambiental, justia social e eficincia econmica. No parque do Flamengo, simultaneamente a Rio-92, aconteceu o encontro da sociedade civil, chamado Frum Global. Nesse evento, foi construdo o Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis e Responsabilidade Ambiental. Esse tratado considera a educao como um direito de todos. A associao da Carta da Terra, do Tratado de Educao Ambiental e da Agenda 21, apresenta-se como suporte ticopedaggico para a construo da Sustentabilidade, e delineiam todo um fazer coletivo.

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A Educao Ambiental enquanto processo social para a sustentabilidade apresenta inmeras atribuies, dentre elas cabe destacar algumas categorias expressas por Gadotti (2000b), que so: a planetariedade, a sustentabilidade, a virtualidade, a globalizao e a transdisciplinaridade. Essas categorias situam-se numa viso de complexidade, que delineia uma nova perspectiva para o uso sustentvel de todas as dimenses da vida sobre a face da terra. Por essa razo, cientistas, ambientalistas e acadmicos alertam: se ns no mudarmos de prumo, pode ser que chegaremos onde estamos indo. Se quisermos chegar a outro lugar, talvez o primeiro passo nessa direo seja descrever o tipo de destino que queremos alcanar: sociedades sustentveis. Sendo assim, observa-se que a educao no s importante, ela indispensvel para esse processo. A educao capaz de provocar essa mudana de atitude e comportamento da sociedade em relao a uma sustentabilidade tem que incorporar: a equidade, a capacidade de distribuir seus benefcios, o

5. Agenda 21 na escola: do conceito prticaA Agenda 21 um dos documentos mais importantes aprovados na Conferncia das Naes Unidas pelo Meio Ambiente ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. um documento que define um conjunto de diretrizes a seguir para alcanar o desenvolvimento sustentvel. Este documento foi aprovado por dezenas de naes, que representam 98% da populao mundial e podemos defini-la como: um documento dinmico a ser aplicado pelos vrios atores de acordo com a situao, capacidades e prioridades dos respectivos pases; um instrumento de ao para orientar o desenvolvimento; o reconhecimento de que a sustentabilidade no uma opo mas sim uma necessidade premente (e que possvel); uma proposta de aes a implementar tambm pelos cidados individualmente; uma sistematizao de medidas concretas para reduzir o impacto ambiental das naes industrializadas, revitalizar o

desenvolvimento dos instrumentos e das ferramentas para que a sociedade possa ajustar-se capacidade de reposio do ecossistema, a mudana de comportamento em direo tica no consumo.

desenvolvimento nos pases em vias de desenvolvimento, eliminar a pobreza e estabilizar a populao mundial.

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efetivamente uma Agenda para o sculo XXI, pois contm orientaes concretas para que todos os pases, grupos e setores de atividade contribuam ativamente para atingir a sustentabilidade durante o sculo atual. A execuo efetiva da Agenda 21 exige uma reorientao profunda da sociedade humana, nomeadamente nas prioridades dos governos e indivduos e na aplicao dos recursos humanos e financeiros. Esta mudana exigir, por um lado, que as

probabilidade da ocorrncia de mudanas comportamentais, em particular no que diz respeito s questes ambientais, aumenta se as pessoas forem sistematicamente sensibilizadas e informadas. No processo de mudana rumo sustentabilidade a comunidade escolar pode e deve desempenhar um papel exemplar, contribuindo para formar cidados cada vez mais conscientes, capazes de interiorizar conceitos como os de sustentabilidade, tica, humanismo e colaborao para o bem comum. Se as escolas tm um papel fundamental na ajuda anlise e compreenso da realidade, devido sua funo pedaggica, constituem, em acrscimo, um modelo realista da comunidade em que possvel testar processos e solues a uma escala "laboratorial". Deste ponto de vista, a escola representa um tubo de ensaio para a gnese de novas estratgias que permitam materializar os princpios da sustentabilidade e garantir uma experincia educativa efetivamente marcante e transformadora, decisiva para a mudana necessria escala mais alta. Sendo assim, a implementao da Agenda 21 na Escola pode tornar-se imprescindvel tambm, pois crianas e jovens envolvidos num projeto desta natureza levaro s suas famlias a vontade de participar desses processos o que, pelo menos em

preocupaes ambientais sejam integradas na tomada de decises e, por outro, a participao ativa dos cidados de todo o mundo, quer a nvel local, nacional ou global. Buscando traduzir a importncia da Agenda 21 para o desenvolvimento a nvel local, na prtica, surge a Agenda 21 Local (A21L) que consiste num processo participativo atravs do qual se procura o consenso entre as autoridades locais e os diversos parceiros da sociedade civil, com o objetivo de preparar e implementar um Plano de Ao de curto, mdio e longo prazo dirigido aos problemas e prioridades locais, no qual se integrem as preocupaes de proteo ambiental, de prosperidade econmica e de equidade social da comunidade. Constitui, alm disso, um excelente mtodo para recolher informaes importantes e comprometer os participantes com novos comportamentos. A

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parte, servir para levar os pais a contribuir de igual modo na construo de uma comunidade com mais qualidade de vida nvel local. Tambm h, no entanto, a possibilidade de a escola liderar um processo de Agenda 21 voltado para a comunidade onde est envolvida (cidade ou bairro), isto , mais orientado para o seu exterior. Assim, atravs da mesma metodologia, pode organizar sesses de trabalho e reunies com os pais, lderes da comunidade e grupos vivos (Associaes e Servios de Proteo Civil, entre muitos outros), realizar questionrios e pesquisa sobre a

Em funo destas necessidades deve programar aes seguindo a ordem que considera mais adequada. As fases, os seus objetivos e suas caractersticas, propostas nesta apostila so as seguintes:

comunidade e auxiliar na preparao das bases participativas para um processo de Agenda 21 Local. Partindo do modelo da Agenda 21 Escolar proposta pelo Ministrio da Educao, que serve como documento base para a implementao da Agenda 21 na Escola (A21E), e a partir da experincia do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul na construo de Agendas 21 escolares, a familiarizao dos estabelecimentos de ensino para a A21E deve envolver diferentes fases. Mas, como cada escola nica, esta tambm deve definir o seu prprio itinerrio e levar prtica um programa adequado s suas caractersticas e necessidades especficas.

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6. COM-VIDA: Uma comisso para a Agenda 21 escolarA proposta da COM-VIDA Comisso de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na escola surgiu a partir de demandas da I Conferncia Nacional Infanto-Juvenil de Meio Ambiente (CNIJMA) em 2003, atendendo as premissas da Poltica Nacional de Educao Ambiental (PNEA) de 1999, instituda pelo rgo Gestor, Ministrios da Educao e do Meio Ambiente. A Poltica Nacional busca desencadear (EA) processos permanentes e difusa, de Educao ao

Associao de Pais e Mestres e o Conselho da Escola, trazendo a Educao Ambiental para todas as reas do conhecimento. A COM-VIDA vai envolver a comunidade escolar para pensar nas solues dos problemas atuais e na construo de um futuro desejado por todos, ela tem um grande objetivo: construir a Agenda 21 na Escola. E tem alguns objetivos especficos como

acompanhar a Educao Ambiental na escola; organizar a Conferncia de Meio Ambiente na Escola; promover intercmbios com COM-VIDAs surgidas em escolas do municpio, regio ou Estado. Cada escola deve debater quais so os outros objetivos especficos da sua COM-VIDA. A COM-VIDA faz parte da comunidade escolar. Todas as pessoas e organizaes da escola so participantes da COM-VIDA. Alm delas, a escola pode convidar outras pessoas e organizaes comprometidas com o meio ambiente. A melhor forma de participar tomar a iniciativa e reunir pessoas em torno desse movimento por um mundo melhor. De acordo com a Cartilha do Ministrio da Educao, Formando COM-VIDA se comea reunindo quem participou da Conferncia de Meio Ambiente na Escola e outras pessoas que se interessam pelo tema. Vale tambm convidar organizaes j

Ambiental

formal,

no-formal

visando

enraizamento com aes estruturantes, dentre elas, a COM-VIDA, que objetiva a insero da Educao Ambiental no cotidiano escolar atravs da Agenda 21 escolar. A COM-VIDA uma nova forma de organizao na escola e se baseia na participao de estudantes, professores, funcionrios, diretores, comunidade. O principal papel da COM-VIDA contribuir para um dia a dia participativo, democrtico, animado e saudvel na escola, promovendo o intercmbio entre a escola e a comunidade. Por isso, a COM-VIDA chega para somar esforos com outras organizaes da escola, como o Grmio Estudantil, a

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existentes na escola, como Grmio, Associao de Pais e Mestres e Conselho Escolar para verificar se j existem outras aes parecidas e unir foras. Fazer um Acordo de Convivncia: o objetivo da primeira reunio discutir e aprovar a COM-VIDA. Para isso, h uma sugesto de acordo de convivncia. Os objetivos especficos da COM-VIDA na escola, a forma de organizao, a definio dos participantes e das datas para as atividades de construo da Agenda 21 sero discutidos nessa reunio. Para facilitar a conversa, os participantes podem ser divididos em grupos e tentar responder a algumas perguntas. Por exemplo, para discutir os objetivos especficos da COM-VIDA a pergunta pode ser: Para que serve a COM-VIDA na nossa escola? Em cada grupo, as pessoas escrevem na lousa ou no papel as suas idias sobre o que esperam da COM-VIDA. Depois, debatem essas idias at chegarem a uma frase curta que mostre o sonho do grupo. Este o momento de negociar o sonho de todos, por meio de debates, e de colocar no papel as ideias que surgirem. Essas idias sero os objetivos especficos da COM-VIDA na

escola. Os objetivos ajudaro a no perder o rumo e ficaro registrados no Acordo de Convivncia. Essa mesma forma de agir pode ser usada para preencher as outras partes do Acordo de Convivncia. Outras perguntas podem orientar os debates: Como deve ser organizada a COM-VIDA? Quais so os acordos para a entrada e sada das pessoas na COM-VIDA? Quais so as responsabilidades e a forma de

funcionamento da COM-VIDA? Como o trabalho ser distribudo entre os participantes? O Acordo de Convivncia pode ser detalhado, procurando cobrir todas as situaes que o grupo possa viver. Ou pode ser resumido, deixando para mais tarde como sero resolvidos os problemas que surgirem da prpria convivncia dentro da Comisso. IMPORTANTE: as decises de todas as reunies precisam ser registradas e assinadas pelos participantes. O registro importante para documentar a histria do grupo e servir como memria. Fazer planos e agir: s tem sentido criar a COM-VIDA se

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for para modificar para melhor o dia a dia da escola e da comunidade. Essa comisso tem um trabalho muito importante a desenvolver que realizar e colocar em prtica a Agenda 21 na Escola. Forme a COM-VIDA da sua escola! Veja como:

Para comear a conversa:

1) O que Agenda 21? uma agenda contendo um conjunto de aes para garantir um futuro melhor, respeitando o ser humano e o meio ambiente com justia social. 2) O que a COM-VIDA? uma nova organizao dentro da escola, com a participao de estudantes,

professores, funcionrios, comunidade. Seu principal papel contribuir para um dia a dia participativo, democrtico, animado e saudvel na escola, fomentando a EDUCAO AMBIENTAL como tema transversal para todas as reas do conhecimento. 3) O que a Agenda 21 escolar? a agenda da nossa escola, construda pela COM-VIDA. Com ela, vamos planejar, agendar, agir, em funo de uma vida digna e de um futuro melhor. Todos tm que pensar juntos, estabelecer metas (fazer uma agenda de trabalho com os nossos compromissos previstos para a escola e o bairro). 4) O que Meio Ambiente? Alm das rvores, dos rios, das praias, do mar do ar, o meio ambiente tambm a nossa Escola, nossa Rua, nossa Casa, o nosso Corpo e as relaes que temos com as outras pessoas.

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7. Metodologia para construo de projetos coletivosA Agenda 21 na Escola no mais um projeto, na verdade, o chapu dos projetos. Se a organizao dos trabalhos for bem coordenada, cada turma e educador podero ter um papel concreto dentro deste projeto. Cada um dar Agenda 21 na Escola o que estiver de acordo com as suas competncias e motivaes. O que imprescindvel uma coordenao das atividades. 7.1 Diagnsticos Socioambientais Participativos O DSP - Diagnstico Socioambiental Participativo uma das fases para construo da Agenda 21 escolar, ele nos remete a alternativas quanto identificao dos aspectos a diagnosticar passando por um debate aos elementos da comunidade escolar. Significa que iremos perguntar comunidade escolar: Quais so os principais problemas que identificam na escola? e os participantes podero livremente apontar e ordenar as suas prioridades. Antes de iniciar o diagnstico importante refletir sobre os seguintes aspectos:

Que aspectos da vida escolar devem ser diagnosticados?

Os contedos curriculares? As metodologias de ensino / aprendizagem? O espao fsico e social de aprendizagem?

Quando se far este diagnstico?

Durante um trimestre? Durante um ano letivo? No futuro?

Quem participar no diagnstico?

Toda a comunidade escolar? Alguns professores? Alguns alunos? A COM-VIDA? Algumas famlias?

Como organizar?

Por grupos alvo? Toda a comunidade escolar em simultneo?

Como fazer o diagnstico?

Como sero organizados os grupos? Que atividades de diagnstico se efetuaro? Qual o cronograma?

Como comunicar os resultados e produtos dos grupos de trabalho?

Edio de boletins? Criao de uma pgina na internet? Realizao de reunies e encontros?

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Vrias so as opes para se realizar um DSP, uma opo ser fazer um questionrio ( populao total ou a uma amostra, dependendo da dimenso da comunidade escolar); outra opo ser a de organizar debates em grupos de trabalho (focus groups), sendo que aps um perodo de debate cada grupo dever apresentar em plenrio o seu top 10 de problemas. Outra possibilidade passa por conduzir entrevistas a certos

O Sistema Mapa Verde (Green Map System) promove a participao colaborativa para o desenvolvimento sustentvel de comunidades em todo o mundo desde 1995, utilizando-se de mapas como principal ferramenta. Mais de 550 projetos liderados localmente j publicaram mais de 365 Mapas Verdes que so usados com sucesso por milhes de pessoas que buscam dicas para uma vida mais sustentvel, a natureza e recursos scioculturais localizados perto de onde vivem ou para onde viajam. Cada mapa singular utiliza os cones Mapa Verde para destacar tanto locais positivos quanto desafiadores. O Mapa Verde como uma ferramenta de Diagnstico Socioambiental Participativo, convida a populao a explorar sua localidade, escola, cidade, bairro pensando na proposta da sustentabilidade, complementando-os com seus insights, conexes e elementos culturais possibilitando aos mapeadores, identificar o local, registr-lo, perceb-lo, reconhec-lo, ter um retrato de sua realidade, dentre outros. O processo de desenvolvimento do Mapa Verde possibilita identificar, promover e permitir a conexo entre os recursos da escola e entorno, ressaltando os locais de interesse socioambiental da comunidade escolar. Atravs dele teremos um melhor e mais aprofundado conhecimento da realidade local. Identificando os

representantes da comunidade, mas esta opo pode significar uma menor representatividade da comunidade escolar visto s se ouvir a opinio de um pequeno nmero de indivduos. Idealmente deveriam ser combinados vrios mtodos que possam reforar-se ou mostrar divergncias. Abaixo trazemos algumas sugestes de instrumentos para a construo do diagnstico de sua escola.

7.1.1 Mapa Verde Uma ferramenta de Diagnstico Socioambiental ParticipativoOs mapas, antes de existirem no papel, existem como realidades virtuais, como idias.A construo de mapas, talvez, nosso primeiro impulso de aprendizagem da vida. Os mapas so criados para marcar os caminhos, trilhas por onde caminhar no espao abstrato do mundo. Rubem Alves

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diversos elementos que compem o contexto escolar, poderemos reconhecer as interaes que tais elementos estabelecem entre si e como estas dinmicas de interao constituem a rotina escolar. Na luta cotidiana pela sobrevivncia, as comunidades aprenderam formas peculiares de ler o mundo, o espao e a histria, resultando em diferentes formas de relaes com o ambiente. Isto porque a concepo de existncia construda na espontaneidade do dia a dia. Ao promover a leitura do espao (local) a partir das visitas a campo, dos levantamentos e pesquisas, e a leitura do mundo (global) se possibilita as condies necessrias para que os jovens construam uma nova forma de compreender sua realidade. A partir da identificao dos diversos elementos, atores e fenmenos que compem as dinmicas escolares e como o mundo externo as influenciam, ser possvel a compreenso da escola como um sistema vivo, um microssistema social que interage com o macrossistema social no nvel das comunidades e sociedade como um todo. Um dos princpios bsicos da ecologia o fluxo constante de energia e recursos, fenmeno que pode ser observado em todos os sistemas vivos, pois abertos. Assim tambm a escola, um sistema aberto que depende de um fluxo constante de pessoas (energia) e materiais diversos (recursos).

Durante o desenvolvimento do Mapa Verde ser possvel diagnosticar os fluxos da escola. Quais os horrios de maior frequncia na escola? Quais so as salas mais usadas? Quanto a escola gasta da gua e energia eltrica por ms? Qual a quantidade de merenda consumida? Quanto de lixo gerado? Estas e outras perguntas podero surgir e serem respondidas nesta etapa do projeto. Mapeando nossa escola... O passo a passo apresentado a seguir, baseia-se na proposta construda pela ONG Conexo Brao de Orion para a aplicao de Mapas Verdes em escolas e nas observaes do projeto Dedo Verde da ONG 5 Elementos. Atividade 01: O caminho se faz ao andar: o primeiro passo definir uma rea para explorar. Desenhar ou estudar um mapa mostrando marcos e encruzilhadas do ambiente construdo, incluindo ruas, estacionamentos e jardins. Checagem de cones para verificao de alguns locais de referncia e onde esto localizados e se h a necessidade de construo de novos cones. Uma verso de cones de Mapa Verde pode ser encontrada no stio www.greenmap.org

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Anlise e discusso do pblico alvo: vizinhos, muncipes, turistas, estudantes, planejadores, polticos e o contorno geral e metas para seu Mapa Verde. Consideraes de onde o Mapa ser exibido e distribudo quando completo. necessrio fazer mais que um mapa? Atividade 02 e Visita a Campo 01: observando a rea: formao de pequenos grupos do Mapmaking, ento observe sua rea e encontre lugares descritos pelos cones. Voc pode comear anotando: lugares com valores histricos e culturais; reas naturais; reas especiais; negcios e comrcio; transporte ecolgico; terrenos reocupados; habitat natural; reas de cultivo; lugares favoritos. Tambm so apontados pontos de poluio, lixo txico, junto com monumentos em runa, situaes que marquem seu ambiente. Discusso entre os times do Mapmaking sobre os stios verdes que tm encontrado e decidir quais dos cones eles podem ser mais bem representados. Comparao dos stios escolhidos pelos times s descries na Folha de cones. Como

Aqui se realiza a primeira atividade de campo, onde o formador acompanha o grupo devidamente autorizado pela direo da escola e pais para reconhecer o ambiente e entorno da comunidade escolar. Atividade 03 e Visita a Campo 02: gravando informaes dos locais verdes: Deve ser estabelecido um indicador mestre que ser para cada grupo. Agir pelo territrio, pela microrregio a atividade-fim e proposta para o processo de interveno, Para isso, deve-se pensar nos indicadores socioambientais. Eles ajudaro os grupos a escolher as informaes mais importantes nesta fase do diagnstico participativo; a priorizar as aes segundo as necessidades locais; e a elaborar o projeto com mais consistncia. Em campo utilizar cadernos ou cartes organizados para guardar as trilhas e categorias, especificar a localizao de cada local verde. Alguns lugares podem ser muito pequenos, mas se eles so importantes ao ambiente, ou bem-estar pessoal, registreos para definio em seu Mapa. Escrever sobre recursos especiais da paisagem, fazer esboos ou tirar fotos para capturar os elementos chaves dos lugares pesquisados. Escrever um estudo curto para juntar mais informao dos residentes do local, comerciantes e outros membros de

complementao e identificao de dados dos cones aconselha-se colecionar notas de impresses de barulhos e cheiros, assim como compartilhar impresses gerais sobre a sade e beleza fsica do ambiente da rea.

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comunidade sobre animais selvagens, organizaes significantes, transporte pblico, timos pontos culturais e outros lugares importantes na rea. Grupos de idade diferentes sugerem tipos diferentes de lugares? Pesquisa na biblioteca para livros em turismo local, histria cultural e natural. Pesquisar com comunidade e escritrios governamentais, incluindo Juntas de Planejamento e o

Perguntas: Voc necessita de mais pesquisa? Deveriam ser includos mais lugares histricos, culturais ou recreativos? Voc est pronto para compilar uma lista final? Atividade 05: organizando os locais verdes e os impactados: A lista final estando completa organiza-se a lista de locais verdes por tipo de categoria e tambm por localizao. Darse- relevncia de acordo com a importncia e tamanho dos locais mapeados. Se possvel, transferir as informaes coletadas para dentro de um computador. Insira a informao de cada lugar em um formato padronizado ou banco de dados para dinamizar o processo e para contribuir mais tarde com esse banco de dados no Sistema Mapa Verde. Atividade 06 e Visita a Campo 04: fazendo seu Mapa: esboar no mapa de diagnstico um mapa de base ou um diagrama da rea escolhida que se encaixe no tamanho do papel. Desenhar mo livre, tirar uma foto area ou copiar um mapa existente. Dar crdito fonte do mapa de base, que pode ser um

Departamento de Meio Ambiente responsvel pelo local para descobrir quem est trabalhando "atrs das cenas" para a conservao de um ambiente mais saudvel. Realizar encontros que possam ajudar a encontrar mais pontos interessantes ou descobrir iniciativas de diagnstico j em andamento na

comunidade. Como indicado acima, esta atividade necessita de duas sadas a campo, com os jovens acompanhados pelo formador e devidamente autorizados pelos pais e diretoria escolar. Tem como objetivos: Levantamentos de dados secundrios, registros visuais. Pesquisa a bibliotecas municipais, entrevista aos

departamentos ambientais locais, registro visuais. Atividade 04: completando as listas: todos os membros dos times de mapeamento devero comparar suas listas de descobertas de lugares verdes e ou impactados. Se indica divulgar as listas com a escola e a comunidade.

mapa de estrada, um plano de observao, um mapa de planejamento da cidade, etc. Identifique os limites geogrficos do mapa assim as pessoas logo de cara compreendero onde a

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vizinhana est situada. Considere como os usurios navegaro pelo mapa uma vez que ele esteja pronto. Atividade 07: formatos de mapa: importante divulgar os mapas com fotocpia colorida; resumo em formulrio; carto-postal, pster; ou simplesmente imprima em preto e branco somando um trabalho de cores realadas a mo, se voc gostar e puder. Criar um simples, uma cpia colorida grande de seu Mapa Verde e postar isto em um quiosque ou boletim de hospedagem e informaes onde muitas pessoas podero ver. O Mapa, apesar de como foi criado, pode provavelmente ser visualizado pelo computador e postado na Internet. Isto tornar visvel para uma publico maior por toda a parte do mundo (especialmente se fizer solicitaes para elos cibernticos) e informar mecanismos de pesquisa sobre o site. Atividade 08: contando a sua estria

Uma vez o Mapa Verde estando prximo do acabamento, deve considerar estratgias para compartilhar suas descobertas com sua comunidade escolar, com outras escolas prximas, comunidades vizinhas e oficiais representantes do Poder Pblico. importante a realizao de evento para dar publicidade finalizao do mapa, tal como uma excurso, apresentao ou festa, bem como uma apresentao digital, pster ou a pintura de um mural, instigando todos da sua comunidade a visitarem os locais verdes e ou auxiliarem na soluo das problemticas descobertas. Uma das estratgias para compartilhar os documentos criados a realizao de um Encontro das comunidades envolvidas no projeto, potencializando as aes localmente institudas. Desta reunio espera-se a organizao de um encontro do coletivo de parceiros diretamente ligados a execuo da proposta. So necessrias as seguintes aes: reunir escolas,

O Mapa Verde dever contar a estria ecolgica da vizinhana, com palavras e imagens em um simples e agradvel caminho visual e material. Poder adicionar nos mapas poemas, ensaios breves, fotos ou desenhos. Tentar ser criativo nos meios para encorajar outras pessoas a descobrir novas coisas sobre a comunidade.

comunidade

e

representantes

oficiais

do

poder

pblico;

apresentao e reflexes sobre o mapa; pontuar a importncias da juventude como agente socioambiental. Visualmente compartilhar descobertas com a comunidade escolar e envolvidos.

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Atividade 09: avaliando seu mapa Escrever algumas concluses do trabalho feito, que podero ser direcionadas por uma srie de questionamentos como, que observaes importantes esto feitas sobre o relacionamento entre natureza e nosso ambiente cultural (construdo)? Que coisas novas voc aprendeu sobre o lugar onde vive? Qual sua parte favorita no Mapa Verde? O que surpreendeu voc? Qual a coisa mais estranha que voc aprendeu sobre o ambiente de sua

comunidade pode ter mudado e se desenvolvido. Planejar para atualizaes ou novas verses que realaro novos cones ou alguma coisa que seja diferente do primeiro mapa. Pessoas com vontade e com sugestes para novos lugares de mapeamento podem construir um Mapa com novos lugares e novas percepes. As anotaes podem ser guardadas at que se esteja pronto para comear uma Nova Edio!

comunidade? Qual foi a maior dificuldade? O nmero de problemas em sua comunidade com Pontos Perigosos Txicos, reas arruinadas ou outros tipos de problema so muitos? Voc pode dar dicas para que tenha uma comunidade mais verde, mais saudvel? O que voc, pessoalmente, pode fazer para mudar as coisas? Como voc gostaria de ver sua comunidade no legado s geraes futuras? Qual o trabalho necessrio para alcanarmos uma comunidade mais saudvel e sustentvel? Atividade 10: mais Mapas Verdes Atualizar o Mapa Verde da vizinhana de tempos em tempos para obter uma perspectiva atualizada de como a

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7.1.2 Questionrio Socioambiental A segunda possibilidade de Instrumento para diagnstico sobre o espao onde se ensina e se aprende que sugerimos o questionrio socioambiental, este parte integrante da dissertao de Mestrado de Sabrina D. S. do Amaral, revisado por Caio Floriano dos Santos e segue abaixo. 1. Que quantidade de resduos produzida na escola durante uma semana? (Em sacos de 100 litros, fazer mdia de 4 semanas.) a) Menos de 5 sacos b) De 5 a 10 sacos c) De 11 a 15 sacos d) Mais de 16 sacos 2. Que tipo de resduo produzido em maior quantidade? a) Papel b) Plstico c) Metal d) Vidro e) Matria orgnica 3. A escola separa de forma seletiva o seu resduo? a) Sim b) No (Caso a resposta for negativa indique pelo menos um motivo para a escola no estar realizando a separao de forma seletiva dos resduos:_______________.) 4. A escola faz algum tipo de reciclagem/reuso de resduos? (Pode marcar mais de uma alternativa. Verificar com a comunidade escolar.) a) Orgnico compostagem na escola b) Resduos lquidos em produtos de limpeza c) Resduos slidos para acondicionamento de materiais 5. A escola tem algum programa em que incentive reutilizao dos materiais? (Por exemplo, utilizao do papel dos dois lados. Verificar em todos dos espaos da escola.) a) Sim b) No Se sim, qual? Se no, por qu? 6. A comunidade escolar tem conscincia da quantidade de resduo gerado na escola e dos problemas associados ao seu descarte? (Fazer enquete na escola e comparar com a resposta da questo 1 para responder.) a) Sim b) No 7. frequente ver resduos espalhados pelo cho da escola? a) Sim b) No Se sim, quais? 8. As lixeiras so suficientes para a quantidade de lixo produzida diariamente? a) Sim b) No 9. Existem lixeiras especficas (ou ecopontos) para o papel, plstico e metal e vidro? a) Sim b) No d) Resduos slidos em artes, customizaes, brinquedos e) Outra forma de reuso e reciclagem dos resduos f) No realiza

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10. Estas lixeiras especficas so adequadas para a disposio do lixo produzido? a) Sim b) No Se no, porqu? 11. A comunidade escolar faz algo para que os resduos gerados tenham um destino final ambientalmente mais adequado? (Enquete com a comunidade escolar) a) Sim b) No Se sim, de exemplos: Se no, quais os motivos? GUA 1. A escola tem alguma poltica de economia de gua? (Ver com direo da escola.) a) Sim b) No 2. Qual a mdia mensal de consumo de gua da escola? (Pode ser observado na conta de gua. Escolas com caixa dgua verificar o seu tamanho e quantas caixas so utilizadas.) a) At 45 m3 b) De 45 m3 at 100 m3 c) De 101 m3 at 200 m3 d) De 201 m3 at 300 m3 e) Acima de 301 m3 3. Utiliza-se algum procedimento para reduzir ou alertar para o gasto de gua? (Ver com a direo da escola.) a) Sim b) No Se sim, quais? Se no, por qu? 4. A gua da chuva reaproveitada para alguma funo? a) Sim b) No

Se sim, no qu? 5. Qual estrutura para evitar a contaminaes de guas a escola possui? a) Caixa de gordura b) Fossa e ou Sumidouro c)Filtro d) Caixa de gordura, fossa e ou Sumidouro e) Todas f) Nenhuma 6. Existe algum vazamento na escola? (Verificar em todos os espaos da escola) a) Sim b) No Se sim, onde? 7. So feitas campanhas de sensibilizao ou outro tipo de ao para reduzir o consumo de gua na escola, como um todo? a) Sim b) No Se sim, qual, como? Se no, porque? 8. A comunidade escolar participativa para atuar de forma a poupar gua? (Enquete com comunidade escolar) a) Sim b) No 9. Qual atividade a comunidade escolar acredita consumir mais gua na escola? (Enquete com comunidade escolar) a) Descarga dos banheiros b) Limpeza em geral c) Consumo dos alunos d) Na merenda escolar e) Outro _____________________

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ENERGIA 1. A escola tem alguma poltica de economia de energia? (Ver com a direo da escola.) a) Sim b) No Se sim, qual? 2. Qual a mdia mensal de consumo de eletricidade da escola?a) At 380 kWh b) De 381 kWh at 950 kWh c) De 951 kWh at 1.900 kWh d) De 1.901 kWh at 2280 kWh e) Acima de 2.281 kWh

7. A comunidade escolar acredita que se poderia reduzir o consumo de energia na escola? (Fazer enquete na comunidade escolar.) a) Sim b) No Se sim, qual, como? TRANSPORTES 1. A escola possui transporte escolar gratuito para alunos? Verifique na secretaria da escola a) Sim b) No Se sim, quantos? 2.Qual o percentual de alunos que se utilizam de cada um destes transportes escolares gratuitos? (Anote o nmero exato para cada um, _________________. Marque o aproximado da soma de todos. Verifique na secretaria da escola.) a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 3.Qual a quilometragem que cada um destes transportes coletivos gratuitos fazem da escola at deixar o ltimo aluno? Anote o nmero exato para cada um_________________________ _____________________________________________________. Marque o aproximado da soma de todos. Busque auxlio do motorista da linha. a)De 500m a 1km b)De 1,1km a 2km c)De 2,1km a 3km d) De 3,1km a 4km e) De 5,1km a 6km f) Mais de 6km 4. A escola possui transporte coletivo particular para alunos? Verifique de sala em sala, com os alunos. a) Sim b) No Se sim, quantos?

3.Qual tipo de lmpadas encontramos em maior quantidade na escola? a) Incandescente b) Fluorescentes com reator c) Fluorescentes compactas d) Mista Incandescente com tubo de descarga de alta presso 4. Quantas salas e espaos de apoio da escola costumam ficar com as luzes acesas e ou ventiladores ligados, ao final de cada turno semanalmente? (COM-VIDA deve verificar in-loco, sem informar as turmas.) a) Nenhuma b) At 25% c) De 26% a 50% d) De 51% a 75% e) De 76% a 90% d) De 91% a 100% 5. Em quantas salas de aula NO existe luz natural suficiente para deixar luzes apagadas em dias de sol? (Verificar in loco) a) Nenhuma b) At 25% c) De 26% a 50% d) De 51% a 75% e) De 76% a 90% d) De 91% a 100% 6. Quantos alunos, professores ou funcionrios preocupam-se em apagar as luzes quando estas no so necessrias? Fazer enquete na comunidade escolar. a) Nenhum b) At 25% c) De 26% a 50% d) De 51% a 75% e) De 76% a 90% d) De 91% a 100%

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5. Qual o percentual de alunos que se utilizam de cada um destes transportes coletivos particulares? Anote o nmero exato de cada um _______________________________________. Marque o aproximado da soma de todos. a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 6. Qual a quilometragem que cada um destes transportes coletivos particulares fazem da escola at deixar o ltimo aluno? (Anote o nmero exato para cada um _____________________________________________________. Marque o aproximado da soma de todos. (Busque auxlio do motorista da linha.) a) De 500m a 1km b) De 1,1km a 2km c) De 2,1km a 3km d) De 3,1km a 4km e) De 4,1km a 5km f) Mais de 5,1km 7. Quantos alunos se utilizam de transporte de pequeno porte, particular para ir para a escola? (Anote o nmero total exato________. Marque o aproximado.) a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 8. Qual o percentual de alunos que se utilizam de bicicleta como meio de transporte dirio para a escola? (Anote o nmero total exato________. Marque o aproximado.) a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 9. A escola possui algum bicicletrio? a) Sim b) No Se sim, para quantas bicicletas?

10. A regularidade dos transportes pblicos existentes adequada ao perodo de incio e fim das aulas? a) Sim b) No 11. Quais os percentuais de alunos se utilizam de transporte pblico pago para ir para a escola? (Anote o nmero total exato ________. Marque o aproximado.) a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 12.Entre todos os funcionrios da escola, qual o percentual que se utiliza de transporte coletivo para se locomover at a escola? a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 13.Entre todos os funcionrios da escola, qual o percentual que se utiliza de transporte particular para se locomover at a escola? a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 14.Quantos funcionrios se utilizam dos transportes particulares, listados a baixo, para se locomover at a escola? a) bicicleta__________ b) motocicleta___________ c)carro______________ 15. Entre os funcionrios em geral, h partilha de transportes privados? a) sim b) no Se no, qual o motivo?

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16.Entre todos os funcionrios da escola, qual o percentual que se utiliza de bicicletas para se locomover at a escola? a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 17. Entre todos os funcionrios da escola, qual o percentual vai a p at a escola? a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum RUDOS 1. Existe na escola alguma forma explcita de solicitao de silncio dentro dos edifcios escolares? (Verifique em mbito geral.) a) sim b) no Se sim, qual? 2. Em quantas salas de aula, o rudo de uma sala de aula ouvese na sala vizinha? (Fazer enquete nas salas. Anote o nmero exato _______. Marque o aproximado.) a) Nenhuma b) At 25% c) De 26% a 50% d) De 51% a 75% e) De 76% a 90% d) De 91% a 100% 3. O rudo do exterior incomodativo aos alunos e professores? Fazer enquete nas salas. (Anote o nmero exato _______. Marque o aproximado.) a) Para nenhum b) At 25% c) De 26% a 50% d) De 51% a 75% e) De 76% a 90% d) De 91% a 100%

4. Os edifcios da escola foram construdos de alguma forma especfica para evitar a transmisso de rudo? ( Por exemplo, com vidros duplos. Verificar em todos os espaos. Anote o nmero exato _______.) Marque o aproximado. a) Nenhum b) At 25% c) De 26% a 50% d) De 51% a 75% e) De 76% a 90% d) De 91% a 100% ESPAOS EXTERIORES 1. Qual o aspecto geral da estrutura fsica da escola?(Verificar com a direo da escola. Fazer observao com a COM-VIDA.)

a) Todos os prdios novos com at 5 anos e todos bem conservados. b) Todos os prdios novos com at 5 anos e todos mal conservados. c) Todos os prdios com mais 15 anos e todos bem conservados. d) Todos os prdios com mais de 15 anos e todos mal conservados. e) Misto de prdio novos e antigos, todos bem conservados. f) Misto de prdio novos e antigos, todos mal conservados. g)Misto de prdios novos bem conservados e prdios antigos mal conservados. h)Misto de prdios antigos bem conservados e prdios novos mal conservados. 2. Qual o principal aspecto que precisa ser melhorados na conservao da estrutura fsica da escola? (Fazer enquete com a comunidade escolar.) a) Pintura b)Limpeza c)Conservao de portas e janelas d) Conservao de Luzes e ventiladores e) outros: 3. Quanto aos espaos verdes da escola e a norma de paisagismo e urbanismo que versa sobre a obrigatoriedade de que 30% da rea no construda devem ser ocupadas por

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plantas, ou seja, um pouco menos da metade de todo o ptio sem prdios. Qual o percentual da escola? (Fazer estimativa com a COM-VIDA.) a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 4. Qual o principal aspecto a ser melhorado na conservao dos espaos verdes da escola? (Fazer enquete com a comunidade escolar.) a) Construir e ou refazer canteiros de flores e folhagens. b) Realizar plantio de rvores. c) Construir ou reativar horta escolar. d)Construir em diversos espaos, como salas e corredores recantos com vasos. e) Construir ou reativar canteiros com chs. f) Outros _____________________________________________. 5. Quem responsvel pelo cuidado dos espaos verdes da escola? a) No h espaos verdes. b) No h responsveis diretos pela ao. c) Funcionrios da escola so os responsveis. d)COM-VIDA responsvel. e) Os alunos so responsveis. f)Professores so responsveis. g) Outros 6. O que pensa a comunidade escolar sobre o aspecto geral da escola? (Fazer enquete com a comunidade escolar) a) Boa estrutura, porm com falta de manuteno b) Boa estrutura, porm pequena para o publico c) Estrutura falha em m conservao d) Estrutura falha, mas em boa conservao.

7. Existem evidncias de vandalismo na escola? (A COM-VIDA deve revisar todos os espaos da escola.) a) Sim b) No Se sim, qual tipo e onde? BIODIVERSIDADE 1. A escola possui espaos verdes amplos? a) Sim b) No Se sim, qual tipo e onde? 2. Qual a diversidade de plantas cultivadas nestes espaos? Total em geral a) De1 a 10 espcies b) De 11 a 20 espcies c) De 21 a 30 espcies d) De 31 a 40 espcies e) De 41 a 50 espcies f) Mais de 51 espcies. 3. Quantas rvores frutferas existem na escola? a) No h b) De 1 a 5 rvores c) De 6 a 10 d) Mais de 11 Se sim, quais? 4. Existe horta orgnica na escola? a) Sim b) No 5. Se existe horta, que tipo de fertilizante utiliza? a) Orgnico b) Qumico de sntese c) No utiliza d) Outros_____ 6. Quantos canteiros de flores e folhagens a escola possui? a) No h b) De 1 a 5 c) De 6 a 10 d) Mais de 11 Se sim, onde esto? 7. Quantos vasos de plantas distribudos nos espaos a escola possui? a) No h b) de 1 a 5 c) de 6 a 10 d) mais de 11 Se sim, onde esto?

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d) De 201 at 400 8. Na escola existe algum lago ou aqurio? a) Sim b) No 9. Existe algum inventrio da fauna existente nos espaos exteriores (aves, anfbios, mamferos, outros)? (Verifique com os professores de rea e direo.) a) Sim b) No c) No tem conhecimento Se sim, anexe o inventrio a este diagnstico. 10. Se j foram contatados alguns agricultores, jardineiros, ou engenheiros agrnomos para sensibilizar os alunos sobre a importncia da biodiversidade, Quais alunos foram o pblico? (Verifique com a direo da escola.) a) No houve b) Alunos da COM-VIDA c) Alunos Educao Infantil d) Alunos Sries iniciais do E.F. e) Alunos sries finais do E.F. f)Todos ALIMENTOS 1. A escola disponibiliza merenda escolar gratuita? a) Sim b) No 2. Quantos alunos consomem diariamente, em mdia a merenda disponibilizada pela escola? (Acompanhe durante uma semana e faa a mdia da escola. Solicite o auxlio da Merendeira) a) De 1% a 5% b) De 6% a 10% c) De 11% a 15% d) De 16% a 20% e) De 21% a 25% f) De 26% a 50% g) De 51% a 75% h) De 76% a 100% i) Nenhum 3. Quantas refeies a escola serve diariamente? Leve em considerao todos os turnos. (Acompanhe durante uma semana e faa a mdia da escola. Solicite o auxlio da Merendeira) a) At 50 b) De 51 at 100 c) De 101 at 200

e) De 401 at 500

f) Mais de 501

4. Qual a opinio dos alunos sobre a qualidade da merenda escolar? (Fazer enquete na comunidade escolar) a) Gostosa e diversificada b) Gostosa, mas pouco diversificada c) No gostosa 5. Quantos quilos de alimento sobram dos pratos dos alunos semanalmente na escola? (Acompanhe durante uma semana e faa a mdia da escola. Solicite o auxlio da Merendeira) a) Menos de 10kg b) De 11kg a 20kg c) De 21kg a 40kg d) Mais de 41 kg 6. A merenda escolar utiliza alimentos compradas da agricultura familiar e ou de nosso municpio? (Solicite o auxlio da Merendeira) a) Sim b) No 7. Se a escola possui horta, a merenda escolar utiliza alimentos provenientes dela? (Solicite o auxlio da Merendeira) a) Sim b) No 8. Na escola existe quais tipos de venda de merenda? (Fazer enquete na comunidade escolar) a) No existe b) Alunos que trazem e comercializam para fins pessoais c)Alunos que trazem e comercializam para fins coletivos (Aqui eles comercializam p/ ajudar na formatura, por exemplo) d) Bar ou lancheria. e) Entrega de comrcios prximos das escolas.

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9. Qual o tipo de alimentos disponibilizados por estes espaos de venda? (Verifique com o responsvel pelo espao) a) Frutas e sucos naturais, ou seja, naturais. b)Frituras, refrigerantes e produtos industrializados, ex: salgadinhos e bolachas. c)Tanto industrializados quanto naturais. d) No h espaos de venda. 10.Quais alimentos tem maior sada em vendas nestes espaos? (Verifique com o responsvel pelo espao) a) Naturais b) Frituras e industriados c) Os dois em igual proporo. GESTO AMBIENTAL NA ESCOLA 1. Sua escola possui alguma Poltica de Gesto Ambiental? (Ver com direo da escola.) a) Sim b) No Se sim, qual? 2. A escola mantm-se razoavelmente limpa? (Fazer enquete na comunidade escolar) a) Sim b) No Se no, quais seriam os motivos 3. Existem informaes sobre cuidados ambientais espalhadas pela escola? a) Sim b) No Se sim, onde? 5. A escola assina alguma revista na temtica ambiental? (Ver com direo da escola.) a) Sim b) No Se sim, qual?

6. Os alunos e professores consultam estas revistas? (Verifique com o responsvel pelo material) a) No h procura b) H pouca procura c) H razovel procura d) H procura frequente 7. frequente realizarem-se campanhas ou ambiental? (Verifique com a coordenao da escola) a) Sim b) No Quem o pblico alvo? E quais as campanhas mais frequentes? formao

8. H atividades ambientais extracurriculares na escola? Alm da COM-VIDA. (Verifique com a coordenao da escola) a) Sim b) No Quem o pblico alvo? Quais so estas atividades 9. A escola costuma participar de concursos, exposies ou palestras sobre Meio Ambiente fora de seu espao fsico? (Verifique com a coordenao e Direo da escola) a) Sim b) No Se sim, qual? 10. A comunidade escolar sabe das atividades desenvolvidas pela escola? (Fazer enquete na comunidade escolar) a) Sim b) No Quais?

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7.2 Oficina de FuturoNo dicionrio, ocina signica um lugar onde ocorrem grandes transformaes. A Ocina de Futuro, metodologia criada pela ONG Instituto Ecoar para a cidadania uma tcnica, recomendada pelo MEC, que ajuda a conduzir os passos de preparao da Agenda 21 na Escola e de qualquer outro projeto coletivo. Consiste em uma srie de passos ou etapas com durao que pode variar de acordo com o ritmo e o aprofundamento que o grupo deseje.

fortalecimento da integrao entre a comunidade escolar, assim como o comprometimento dos educadores e educandos com a melhoria destes espaos, e como objetivos especficos: Pensar nos problemas sociais, histricos geogrficos e polticos; Sonhar coletivamente; Refletir sobre os desafios atuais; Propor estratgias de trabalho; Estimular as responsabilidades; Organizar idias e Definir aes prioritrias; Exercitar a cidadania coletivamente. Com base na experincia do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, na aplicao desta metodologia, algumas adaptaes foram agregadas visando resultados cada vez mais participativos e coerentes com a realidade. Segue o passo a passo da Oficina de Futuro sugerido em nossa proposta: 1. Pedras no Caminho: Problemas encontrados com o auxlio do instrumento de diagnstico escolhido para ser

Em nossa proposta, a Oficina de Futuro uma OFICINA DE IDEIAS / OFICINA DE APRENDIZAGEM / OFICINA DE

empregado. 2. rvore dos Sonhos: Situao que se deseja para aquele problema, ou seja, visto o problema, como seria o ideal para aquela situao. 3. Resgate Histrico/Jornal Mural: Histrico do problema, como ele surgiu na escola e o que j foi realizado na escola para solucion-lo.

PLANEJAMENTO / OFICINA DE DIAGNSTICO, com objetivo de construir a Agenda 21 Escolar / Agenda Ambiental, visando a melhoria do aproveitamento dos espaos disponveis na escola e o

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Em cada etapa se prope a uma prtica reflexiva artstica, onde cada grupo executante expressa de forma livre suas concluses, dando uma forma concreta s mesmas, possibilitando assim uma maior divulgao da realidade encontrada. Veja como proceder: 1- Pedras no Caminho Momento de discusso das dificuldades, dos problemas, que apareceram no diagnstico, e das angstias do grupo frente a uma temtica; Discusso sobre as diferentes percepes e conceitos, que sero utilizados como

2-rvore dos Sonhos Busca de solues criativas,

utpicas, do imaginrio; olhar para as pedras e expressar os sonhos,

nossos desejos individuais para cada uma delas; Corresponde ao

momento de estabelecer os objetivos que se quer obter ao final de um perodo determinado;QUAL O MEIO AMBIENTE QUE SONHO PARA MINHA ESCOLA?

3-Resgate Histrico Jornal Mural Relembrar o passado; Discutir o presente; Discutir os projetos j realizados, as

instrumentos na ltima fase. Deve ser criado um clima de confiana (mesmo com as crticas expressas) e criatividade na

dificuldades e os resultados alcanados; (Re)construir um plano de aes a partir

divulgao.

das lies do passado. Buscar com que o grupo compreenda a trajetria de cada QUAIS SO OS PROBLEMAS AMBIENTAIS QUE EXISTEM NA MINHA ESCOLA? Ao longo de uma Oficina de Futuro os participantes so convidados a discutirem suas responsabilidades e papis, de forma a, posteriormente, colocarem em prtica aquilo que foi planejado. problemtica.

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7.3 COM-VIDA para a ao Depois de realizado o diagnstico e identificados os aspectos nos quais se concluiu ser um problema (pedras no caminho) e como deveria ser (rvore dos sonhos), deve-se elaborar-se um plano de ao, isto , um plano prtico para promover as mudanas necessrias. Esta parte da Agenda 21 vai ajudar o grupo a tomar uma atitude para transformar a sua situao atual e chegar aos sonhos. Para isso, preciso responder a novas perguntas: Quais aes devem ser realizadas? O que ser necessrio para realiz-las? Quando cada ao ser realizada? Quem se responsabiliza por elas? Como avaliar se o grupo conseguiu realizar o que planejou? Essa elaborao comea com a hierarquizao dos problemas diagnosticados, organizados do mais para o menos prioritrio. A hierarquizao poder ser influenciada por vrios critrios, entre os quais os descritos no bloco acima.

Um plano de ao como um mapa de orientao. Ele s vezes pode demorar para ser construdo, mas se for cuidadoso e completo pode evitar muita dor de cabea. Vale lembrar que os planos existem para serem executados. Portanto, importante acompanhar e avaliar a realizao de todos os passos,

perguntando sempre se os sonhos da rvore dos Sonhos esto sendo alcanados. Quando se pensa em Agenda 21, se remete a uma lista de aes construda a partir de cada objetivo, definindo os responsveis, o tempo de execuo, as metas a serem cumpridas e tambm os indicadores de avaliao, e eis que este enfim o nosso COM-VIDA para a ao! O ideal nesta fase ter conscincia de que, no possvel intervir ao mesmo tempo em todos os problemas (pedras) identificados por isso sugerimos a escolha da realizao de trs sonhos com pelo menos trs aes para cada, como sugere o instrumento a seguir.

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8. Projeto de Interveno em Educao AmbientalSo projetos desenvolvidos no mbito do sistema

delimitar e conhecer bem o assunto que ser estudado e pesquis-lo previamente; escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundrias que atendam s necessidades existentes; ter clareza de que a equipe envolvida na coordenao e o pblico-alvo tem interesse pelo tema e pelo contedo a serem trabalhados;

educacional ou de uma organizao com vistas a promover uma interveno no contexto em foco, atravs da introduo de modificaes na estrutura (organizao) e ou na dinmica (operao) do sistema ou organizao tendo em vista a melhoria de seu desempenho em funo de problemas que resolve ou de necessidades que atende. Possuem importante contribuio no processo de ensino e aprendizagem baseando-se na experincia e na investigao. Atravs de projetos de interveno, os estudantes centram-se sobre uma questo ou problema complexo, para em seguida, responder a uma pergunta ou resolver o problema atravs de um processo colaborativo de investigao durante um determinado perodo de tempo. Durante o processo, os alunos aprendem sobre os contedos, informaes e elementos necessrios para tirar concluses e propor intervenes sobre o tema em questo. Os participantes desenvolvem suas habilidades e capacidades

construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a durao total das etapas do projeto; selecionar previamente os recursos e os materiais que sero usados, como sites e livros de consulta; deixar claro os objetivos do trabalho; incluir uma abordagem social sempre que possvel; relacionar uma etapa a outra em uma complexidade crescente, associando necessidades individuais e coletivas; antecipar as perguntas que voc far para encaminhar a atividade; prever quais momentos sero realizados em grupo, em duplas e individualmente; incluir momentos para trocas/relatos de experincias entre os participantes;

atitudinais e interpessoais. Caractersticas importantes para o bom planejamento de um projeto (Fonte: Adaptado de Revista Nova Escola):

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promover um momento para a apresentao dos resultados finais dos projetos, que preferencialmente envolva grupos distintos, com o intuito de enriquecer a experincia coletiva;

1. Primeira Pgina Nome do projeto na margem superior; O nome do(s) autor(es) do projeto no centro; Os dizeres Projeto de pesquisa apresentado (nome da instituio) para (motivo do projeto) na margem inferior; Local, ms e ano no extremo da margem inferior.

prever os critrios de avaliao e definir a participao de cada envolvido ao longo do trabalho. Na construo da Agenda 21 Escolar, o projeto de

interveno trata-se de uma organizao mais criteriosa do COMVIDA para ao, que o nosso plano de ao. Durante esta

sesso se ir iniciar prottipos dos seus projetos escolares. A partir dos temas previamente identificados durante a anlise do diagnstico e da viso construda coletivamente O embasamento metodolgico a ser utilizado na elaborao dos projetos de interveno consta a seguir. Sugesto de modelo operacional

Os principais itens que compem a apresentao de um projeto relacionam-se de forma bastante orgnica, de modo que o desenvolvimento de uma etapa necessariamente leva outra. A apresentao do projeto deve ter os seguintes itens:

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2. Segunda Pgina Dever constar um ndice/sumrio com os captulos ou itens e as respectivas pginas. 3. Terceira Pgina em diante Delimitao do problema- Tema / Assunto / Delimitao Ampla amplo, geral - Delimitao do Tema / Recorte / Recorte Concreto delimitar ao mximo - Objeto / Problema em forma de pergunta

O tema da pesquisa indica uma rea de interesse a ser investigada (delimitao ampla). Ao formular perguntas constri sua delimitao (recorte concreto) e o objeto da pesquisa o tema problematizado. Algumas caractersticas do objeto investigado: deve ser formulado como pergunta, ser claro e preciso, ser limitado a uma dimenso varivel. O objeto representa simultaneamente o ponto de partida, o incio do projeto e define o rumo a ser seguido pela pesquisa, devendo nortear toda a execuo do mesmo. Algumas sugestes de questes propostas por RUDIO (1986) sobre a escolha do objeto: 1. Trata-se de um problema original? 2. O problema relevante para a comunidade? 3. Ainda que seja interessante, adequado para mim?

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4. Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo? 5. Existem recursos financeiros para a investigao do tema? 6. Terei tempo suficiente para investigar tal questo? Objetivos Geral amplo Especficos mais restritos

Buscam definir os benefcios que devem ser alcanados com a implantao do projeto. fundamental que os objetivos sejam possveis de serem atingidos. No projeto formulado o objetivo geral (mais amplo e genrico), articulando-o a outros objetivos (mais especficos, concretos e palpveis), que podero ser alcanados por meio das aes do projeto. Recomenda-se utilizar verbos no infinitivo na formulao de objetivos, na medida em que eles correspondem a aes que sero realizadas.

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Metas Consistem em uma ou mais aes necessrias para alcanar cada objetivo especfico e so sempre quantificadas e realizadas em determinado perodo de tempo. Metas claras facilitam a

Justificativa O qu? Por qu? Quando? Aborda a relevncia da pesquisa, ou seja, so descritas as razes pelas quais o projeto deve ser realizado. Deve ser demonstrado que a implantao do mesmo contribuir com a melhoria da qualidade de vida da comunidade envolvida e com o meio ambiente, transformando determinada realidade. Essa etapa de suma importncia e contribui diretamente na aceitao da pesquisa pelos avaliadores e financiadores. No deve apresentar citaes, pois as ideias de outros autores devem constar na fundamentao terica.

visualizao dos caminhos escolhidos, contribuem para orientar as atividades que esto sendo desenvolvidas e servem como instrumento para avaliar o que foi previsto e o que foi realizado.

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Mtodos Como? Com o qu? Com quem? Onde? Deve apresentar instrumentos que definam o caminho a ser percorrido pelas etapas do projeto. Neste item so esclarecidos os mtodos de trabalho, ou seja, o conjunto de tcnicas, instrumentos e recursos a serem utilizados para alcanar os objetivos e metas propostos. muito importante que se mostre nesta etapa a razo da escolha do mtodo e a forma como ser empregado para sensibilizar e mobilizar as comunidades envolvidas na realizao das aes previstas. Os seguintes itens devero constar nessa etapa: a) definio da amostragem caracterizao do pblico-alvo, incluindo faixa etria, grupo que representa, situao socioeconmica relevantes. b) coleta de dados tcnicas para a pesquisa (ex.: entrevistas, formulrios, pesquisa documental) c) organizao e anlise de dados descrever com clareza como os dados sero organizados e analisados para que sejam posteriormente interpretados. do mesmo, entre outros aspectos

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Fundamentao Terica embasamento terico Corresponde base de sustentao do ponto de vista terico, pois relaciona sua viso com a de alguns autores e contribui para nortear a prtica do projeto. Entretanto, preciso ter cuidado para no reescrever a obra dos autores estudados, pois a reviso deve ser simples e objetiva, estabelecendo um dilogo entre a teoria e a realidade investigada.

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Oramento investimentos previstos, recursos financeiros Geralmente os investimentos so agrupados em duas categorias: pessoal e materiais (permanente e de consumo). importante procurar saber o que a entidade/instituio a qual est sendo enviado o projeto financia e o que no financia (ex.: algumas no subsidiam gastos com transportes e/ou materiais).

Cronograma fases da pesquisa Deve ser previsto o tempo necessrio para a realizao de cada etapa proposta. Muitas tarefas podem ser realizadas

simultaneamente e o cronograma permite visualizar isso. A construo de grficos ou tabelas pode facilitar a visualizao.

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Sistema de Avaliao O que mudou? Deve descrever como ser o sistema de monitoramento e a avaliao do projeto, o qual dever ocorrer ao longo de todo ciclo de vida do mesmo. A avaliao pode ser interna, quando realizada pelos prprios membros da instituio, externa, quando os avaliadores no so vinculados instituio, podendo ser representados por beneficirios, parceiros e financiadores do projeto ou mista quando inclui avaliadores internos e externos.Observao: Dada a sua importncia deste tema, o prximo captulo desta apostila o tratar de forma especfica. Recomendamos sua leitura, para uma melhor compreenso e prtica desta temtica.

Indicadores Como medir os resultados? So instrumentos de medida que verificam se os resultados propostos foram alcanados e existe consenso que os indicadores variam em funo da natureza do projeto. Destacam-se os indicadores quantitativos, que medem os resultados de forma numrica, e os qualitativos, que refletem resultados dificilmente mensurveis. importante registrar que os indicadores esto associados a meios de verificao e que para cada resultado a ser avaliado pode existir mais de um indicador.Observao: Este tema tambm recebe ateno especial no prximo capitulo deste apostila juntamente com a temtica da avaliao. Recomendamos sua leitura, para uma melhor compreenso e prtica.

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Referncias

Bibliogrficas

autores

citados

na

Anexos No final do projeto, aps as referncias bibliogrficas, importante anexar sem numerao de pginas todas as informaes julgadas necessrias para uma melhor compreenso e aceitao do projeto (exemplos: dados sobre o pblico-alvo e mapas). Tais dados podero ser includos em modelos que visem padronizar o detalhamento de informaes do projeto.

fundamentao terica Os autores citados no corpo do projeto ou lidos para a sua elaborao so listados em ordem alfabtica, seguindo as normas indicadas pela instituio, em geral, as usadas para referncias so as da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). Os demais autores e materiais lidos ou consultados, mas que no foram citados no projeto podero ser reunidos separadamente na bibliografia de apoio, consultada ou complementar.

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Parceiros Para o desenvolvimento e a ampliao das aes de um projeto, importante que seja buscado o estabelecimento de parcerias, as quais podero ser sugeridas pela equipe envolvida em todas as etapas do mesmo. Inicialmente, podero ser identificados poucos parceiros. No entanto, a partir do momento em que se observa mais atentamente o contexto local, os profissionais e as entidades presentes, os quais podero ser responsveis pelo fornecimento de produtos e/ou servios a serem utilizados ao longo das etapas do projeto, a estrutura e o nvel de parceiros vai crescendo gradativamente. relevante que os grupos envolvidos estruturem um diagrama, incluindo mapa mental entre outros, que permita e facilite a visualizao das parcerias existentes, assim como das relaes entre as mesmas. Alm disso, importante participar de eventos que divulguem os projetos existentes, com o intuito de captar novos parceiros e apoiar novas iniciativas, permitindo a ampliao das aes previstas da equipe envolvida.

Sustentabilidade dos Projetos - Recursos Pblicos e Privados Todo projeto necessita de alguma forma, subsidiar seus custos de manuteno e aplicao. Destaca-se algumas alternativas de fomento financeiro para projetos de interveno na realidade socioambiental da escola. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE): http://www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=projetos_educacio nais.html IPHAN e Ministrio da Cultura: http://www.cultura.gov.br/site/ e http://portal.iphan.gov.br Banco Santander - Programa Parceiros em Ao: http://www.santander.com.br/portal/rs/script/ResponsabilidadeSoci al.do Banco HSBC: http://www.hsbc.com.br/sobrehsbc/responsabilidade-social/ CNPQ: http://www.cnpq.br/editais/index.htm Fundao O Boticrio: http://internet.boticario.com.br/portal/site/fundacao/ Souza Cruz: http://www.souzacruz.com.br Revista Escola - Professor Nota 10, http://revistaescola.abril.com.br/premiovc/ Petrobras Ambiental: http://www.petrobras.com.br/ppa2010 Anote aqui outras possibilidade.

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9. Avaliao e retroalimentao Avaliar atribuir valor sobre o grau de eficincia, eficcia e efetividade de polticas, programas e projetos. Avaliar ento, no significa apenas medir, mas julgar a partir de um referencial de valores. Esta uma fase fundamental no processo e deve ser executada regularmente. Passa por avaliar o grau de cumprimento dos objetivos e realizar os ajustamentos necessrios ao plano de ao, caso os objetivos no estejam a ser cumpridos. O sistema de avaliao pode ser constitudo de diferentes etapas, que variam de acordo com as exigncias do agente financiador ou dos apoiadores. As mais usuais so: Avaliao de resultado: consiste em verificar o

Avaliao de contedo: mtodo de anlise, descrio e sumarizao das tendncias verificveis em documentos escritos tais como: minutas ou memrias de reunies, publicaes, artigos de jornal, relatrios anuais, notas de campo, transcries de grupos focais ou entrevistas e outros documentos similares. A anlise pode ter uma abordagem qualitativa e/ou quantitativa. Avaliao de processo: trata-se da avaliao da forma como o projeto conduzido e procura verificar a eficincia do mtodo de trabalho empregado para atingir os objetivos. A avaliao identifica a coerncia, a qualidade e a viabilidade das tcnicas e instrumentos pedaggicos utilizados durante o projeto. Avaliao de impacto: refere-se aos impactos sociais e ambientais que os objetivos propostos causaram na rea do projeto, e s transformaes comportamentais percebidas no pblico-alvo e/ou na comunidade. Esta etapa da avaliao representa um desafio, uma vez que os ganhos obtidos no so facilmente medidos, pois se referem a questes culturais, mudana de valores e de atitudes, mensurando a contribuio do projeto para a emancipao das comunidades atingidas e sua eficiente organizao e atuao poltica.

cumprimento dos objetivos e das metas estabelecidas, no perodo de tempo previsto. Normalmente a avaliao inclui uma visita ao local do projeto; a verificao dos relatrios tcnicos e fotogrficos, listas de presena das reunies realizadas e um olhar atento sobre o material gerado como fotos, documentos, material instrucional e de comunicao, entre outros itens.

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A melhor forma de aferir se os obje tivos esto sendo cumpridos obter dados para um conjunto de indicadores prdefinidos que so analisados periodicamente atravs de

Avaliao

Atividades

Indicadores Nmero de jovens beneficiados. Nmero e freqncia das aulas de atividades implementadas. Qualidade dos projetos elaborados e implementados.

instrumentos de avaliao que tambm so definidos inicialmente

Meios de verificao Dirio de classe. Registro fotogrfico e documentao de projetos. Registro das aulas Registro de atividades. Nmero de projetos elaborados. Nmero de projetos implementados. Esttica da interveno avaliao dos projetos realizados. Percepo da equipe tcnica. Relatrio fotogrfico dos projetos realizados. Questionrios e dinmicas de avaliao aplicados durante e no final do curso. Percepo da equipe tcnica. Relatrio de atividades do projeto, contendo a descrio das articulaes feitas e parcerias concretizadas. Mapa final de parceiros. Relatrio de atividades do projeto, com a descrio e registro fotogrfico das atividades. Relatrio de atividades do projeto, com a descrio dos contedos abordados nas atividades. Dirio das aulas realizadas. Lista de presena dos participantes Questionrios e dinmicas de avaliao aplicados no final das atividades.

(l na COM-VIDA para ao)