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Segurança Física Curso de Gestão da Segurança nas Organizações Prof Wilmar A. C. Peixoto Prof HMoura 2004

apostila seguranca01

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Segurança Física

Curso de Gestão da Segurança nas Organizações

Prof Wilmar A. C. Peixoto Prof HMoura

2004

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Segurança Física

Índice

1.0 Introdução ----------------------------- 03 2.0 Base teórica ----------------------------- 04 2.1 Princípios ----------------------------- 04 2.2 Classificação geral ----------------------------- 07 2.3 Teoria dos círculos concêntricos ----------------------------- 09 2.4 Compartimentação ----------------------------- 10 2.5 Acesso não autorizado ----------------------------- 11 2.5.1 Entrada forçada ----------------------------- 11 2.5.2 Entrada consentida ----------------------------- 11 2.6 Controle de acesso de segurança ----------------------------- 12 2.7 Crachás ----------------------------- 13 2.8 CPTED ----------------------------- 14 2.8.1 Origens ----------------------------- 14 2.8.2 Princípios gerais ----------------------------- 15 2.9 Triângulo do roubo ----------------------------- 17 3.0 Meios de Segurança Física ----------------------------- 18 3.1 Barreiras ----------------------------- 18 3.2 Benefícios do uso de barreiras ----------------------------- 19 3.3 Cercaduras ----------------------------- 20 3.4 Material utilizado na cercadura ----------------------------- 24 3.5 Construção das cercaduras ----------------------------- 25 3.6 Composição das cercaduras ----------------------------- 26 3.7 A guarda superior ----------------------------- 27 3.8 BDV ----------------------------- 28 3.9 Eclusas ----------------------------- 30 3.10 Portões ----------------------------- 32 3.11 Porta blindada ----------------------------- 33 3.12 Porta interna ----------------------------- 36 3.13 Janelas ----------------------------- 37 3.14 Fechaduras ----------------------------- 39 3.15 Cofres e armários ----------------------------- 41 3.16 Salas-fortes ----------------------------- 43 3.17 Iluminação ----------------------------- 45 3.18 Vigilantes ----------------------------- 50 3.19 Cães de guarda ----------------------------- 51 4.0 Planejamento de Segurança Física ----------------------------- 54 4.1 Iniciando o plano ----------------------------- 57 4.2 Fatores importantes na elaboração do plano ----------------------------- 58 4.3 Esboço de um Plano Operacional ----------------------------- 59 4.4 Implementação do Plano ----------------------------- 65 4.5 Controle ----------------------------- 66 4.6 Avaliação ----------------------------- 67 Leitura recomendada ----------------------------- 68

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1.0 - Introdução

A atividade desenvolvida pelo homem visando proteger sua vida, a vida de seus familiares e

seu patrimônio não é nova. Para não sofrer o dano o ser humano criou com sua inteligência

elementos de proteção e defesa. Antes as cidades eram cercadas por muralhas e os castelos por

fossos ou construídos em locais de difícil acesso. Com o tempo foram organizadas guarnições

compostas por seres humanos para a segurança da comunidade. Os elementos de proteção e defesa

foram se diversificando e acompanhando a evolução da sociedade e hoje em dia a gama de opções

para a defesa do patrimônio e da vida é imensa.

Com a diversidade de técnicas e de elementos de proteção por fim surgiu a sua utilização

organizada e de forma profissional.

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2.0 - Base Teórica

2.1 - Princípios

Há certo número de conceitos que possuem valor empírico e que devem ser aplicados com

intensidades diferentes de acordo com cada situação. Delinearam 14 conceitos de segurança,

calcados na visão feudal dos castelos europeus medievais, os quais tinham barreiras sucessivas de

proteção em torno do seu ponto mais valioso, a torre principal.

1° - Um sistema de segurança compreende um conjunto de medidas que se sobrepõem.

Qualquer subsistema de segurança examinado isoladamente será considerado falho. Não há

uma segurança perfeita. O agressor sempre poderá encontrar uma falha, seja ela causada por

negligência, esquecimento, hábito, vício ou circunstâncias. Se outras medidas de segurança

estiverem ativas e sobrepondo-se à primeira, haverá menor possibilidade de sucesso do agressor.

2° - A importância de um sistema de segurança é função das ameaças que pesam sobre o

que ele protege.

Ao se planejar um sistema de segurança deve-se considerar o valor do que ele se propõe a

proteger. Um custoso sistema de segurança protegendo algo de valor (material ou simbólico) bem

menor não tem sentido prático.

3° - A fraqueza de um sistema de segurança mede-se por seu ponto mais fraco.

Sempre haverá pontos mais fracos em um sistema defensivo, e eles definem o sistema como

um todo. Sendo assim, ao se planejar um sistema de segurança ou examinar um já existente, os seus

pontos mais fracos devem ser levantados e deverão receber a maior parte da atenção do planejador.

Um modo de identificá-los consiste em tomarmos o lugar do agressor e imaginarmos como ele

agiria. Identificando os pontos mais fracos, podemos então criar outras medidas de segurança que se

sobreponham à primeira, de forma a suprir eventuais falhas.

4° - Um sistema de segurança deve reduzir ao máximo a demora de intervenção da

defesa e retardar ao máximo a possibilidade de agressão.

Segundo os autores, “...quanto mais rápida for a intervenção quando de uma agressão, mais

fácil será controlá-la e reduzir seu dano...”.

A chave da defesa reside na rapidez da reação do serviço de segurança interna quando de uma

agressão. Seguindo a idéia medieval de barreiras sucessivas para proteção, os sistemas de segurança

devem buscar o retardo da ação do agressor, para que aumentem as possibilidades de ser barrado

antes de chegar ao seu objetivo, o torreão central.

5° - O acesso às informações sigilosas é limitado unicamente às pessoas que têm

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necessidade de conhecê-las em razão de suas funções.

Esse conceito, também conhecido entre nós como “necessidade de conhecer”, estabelece que

devemos restringir ao máximo o número de pessoas que têm acesso às informações restritas.

Podemos guardar um bem em um cofre, mas precisamos saber quem tem acesso ao cofre, sua chave

e seu segredo, e o número dessas pessoas deve ser limitado ao máximo.

6° - As pessoas vulneráveis não devem ter acesso às informações sigilosas.

São pessoas vulneráveis os alcoólatras, jogadores, gabolas (aqueles que exaltam a si mesmos),

mexeriqueiros, conquistadores ou viciados. Há também aqueles cuja vulnerabilidade vem de

circunstâncias tais como ciúmes, dificuldades familiares ou financeiras, má adaptação ao meio

social etc. Esse conceito, que complementa o anterior, estabelece que mesmo as pessoas que têm

necessidade de conhecer aspectos sigilosos pela função que exercem devem ser analisadas pelo

pessoal de segurança e, caso se enquadrem nos casos citados, isso representará uma vulnerabilidade

no sistema de segurança como um todo e que pode eventualmente vir a torná-lo muito fraco (3º

conceito). Deverão ser tomadas medidas adicionais de segurança em torno dessa pessoa para

diminuir essa vulnerabilidade (1º conceito). Cabe ressaltar que esse conceito deve permanecer

sempre dentro dos limites da ética e da legalidade, como será visto mais adiante (13º conceito).

7° - Os riscos devem ser agrupados e segredos divididos.

Ainda lembrando os castelos medievais, agrupar-se os riscos permite uma segurança única

como a que se fazia que em torno do torreão. Porém, da mesma forma que o senhor feudal guardava

parte de seu tesouro escondido fora do castelo para evitar um desastre total no caso da chegada do

agressor ao torreão, aquilo que pretendemos proteger deve ser fracionado, sendo decompostos em

partes que, por si só, não tenham significado, e cada parte protegida por diferentes medidas de

segurança. Dessa forma, caso um agressor tenha sucesso em quebrar sucessivas barreiras e tenha

acesso ao que queremos proteger, terá acesso somente à parte do segredo. Para consegui-lo

completo terá que quebrar outra seqüência de barreiras de segurança, o que diminui suas chances de

sucesso.

8° - Trancados ou não, os bens a serem protegidos devem estar sempre colocados sob

uma responsabilidade bem definida.

A melhor pessoa para proteger um bem é seu proprietário. Na falta de uma propriedade

individual, deve haver uma responsabilidade individual pelo bem claramente definida perante a

coletividade. Este conceito, juntamente com o 11º e 14º, remete ao gerenciamento de RH. Pessoas

se tornam mais responsáveis quando recebem tarefas importantes e de confiança.

9° - Tudo que serve para proteger um segredo é secreto.

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Um segredo deixa de ser segredo quando um potencial agressor toma conhecimento de que há

um segredo, sendo atraído apenas por esse conhecimento. Deve-se, portanto, manter segredo de

tudo que protege um segredo, de forma que outros não saibam nem mesmo que existe algo sendo

protegido. Esse interessante conceito estabelece que a primeira opção da segurança será sempre não

fazê-la de forma ostensiva para que agressores não saibam que algo está sendo protegido, o que

significa que a primeira opção do profissional de segurança deve ser sempre atuar na área da

segurança da informação, que por natureza é não-ostensiva. A segurança ostensiva, da qual a

segurança física é parte, é sempre uma segunda opção e, mesmo esta, se deve buscar minimizar a

aparência agressiva das barreiras aplicando-se primeiramente, por exemplo, a teoria de CPTED, que

será vista mais adiante. Exceções à regra são os casos em que pela própria natureza da atividade,

não há como esconder a existência de algo valioso. Exemplificando, caso um profissional de

segurança seja chamado para garantir a proteção de algo esteja sendo criado na empresa, a primeira

opção é sempre protegê-lo pelo segredo.

10°- Todo sistema de segurança deve comportar, no mínimo, um elemento de surpresa

para o agressor.

Esse conceito complementa o 4º. Guardando-se o segredo de parte das defesas, o agressor

será surpreendido por fatores desconhecidos e inesperados. As surpresas mais eficientes são aquelas

que causam nervosismo, que fazem o agressor hesitar e perder tempo. Por exemplo, pode-se

ostentar rondas de vigilantes e cães junto ao perímetro defensivo, como forma de desencorajar

possíveis agressores. Mas pode-se fazer segredo sobre um segundo sistema mais interiorizado de

sensores de intrusão, que acionarão sirenes se ultrapassados e que causarão susto e hesitação ao

agressor que tenha se planejado para passar apenas por vigias e cães. Como será visto mais adiante,

esse conceito de elemento surpresa se aplica bem à segurança eletrônica.

11°- As medidas de segurança jamais devem atrapalhar a marcha da empresa.

Conforme o 1º conceito, não há proteção total. Mas é possível conseguir-se altos graus de

proteção com medidas que se sobreponham. Porém, se tais medidas se tornam um entrave para o

trabalho das pessoas, estas se sentirão saturadas e haverá a tendência de negligenciar a segurança, o

que trará prejuízos à empresa. Esse é, como foi visto, o segundo conceito que se refere à RH.

12°- A segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos.

Ao contrário do senso geral, a segurança não é encargo apenas de especialistas. Para ser

eficaz, deve contar com a cooperação de todos, pois é função do empenho e discrição de cada um

individualmente e interage com o trabalho cotidiano. Esse conceito estabelece a importância do

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profissional de segurança dominar as técnicas de marketing e atuar agressivamente em

endomarketing.

13°- A defesa é sempre moral.

A proteção só se justifica se for implementada respeitando-se a liberdade e dignidade da

pessoa humana. Esse conceito envolve todos os outros. Não há segurança se ela não for moral e

legal. Os prejuízos a médio e longo prazo causados por ações ilegais ou amorais sobrepujam em

muito os ganhos de curto prazo que tais medidas podem trazer.

Esse conceito nos remete também ao assunto “Ética Profissional”.

14°- A segurança exige um entendimento harmonioso no interior da empresa.

Esse é o terceiro conceito que remete à RH. Empresas com empregados descontentes são alvo

fácil para aliciamento por parte de agressores. Um empregado descontente constitui um perigo em

potencial para a segurança da empresa, e o profissional de segurança deve estar atento a isso.

2.2 - Classificação Geral

Vários autores classificam de várias formas a segurança física. Normalmente, tais

classificações ou enfatizam ou os meios utilizados (humanos, animais ou técnicos) ou o modo como

esses meios atuam.

Os meios humanos são os denominados vigilantes. São caros em comparação com outros

elementos de segurança e por isso já há algum tempo vem ocorrendo a gradual substituição de parte

dos recursos humanos utilizados por equipamentos.

Classificação Geral

Quanto aos meios Quanto à atuação

Humanos

Animais

Técnicos

Eletroeletrônicos

Mecânicos

Passivos

Ativos

De inteligência

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Atualmente são utilizados principalmente cães de guarda treinados para o serviço de

vigilância. Eles representam uma das formas mais econômicas de proteção física pois um vigilante

e um cão de guarda treinado podem substituir entre cinco e dez postos de vigilância, especialmente

em locais espaçosos.

Dentro da área tecnológica se encontram enquadrados os chamados Meios Técnicos de

Segurança, que são todos os materiais, dispositivos e sistemas que podemos empregar ou

implementar especificamente para a prevenção e proteção contra riscos e ameaças. Como a

denominação abrange uma série extensa de artefatos inanimados, os autores dividem-na

normalmente em meios eletrônicos e meios mecânicos.

Meios eletrônicos são materiais, elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as

propriedades da elétrica ou da eletrônica – ou ambas – para prover proteção. Já meios mecânicos

são materiais, elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades da mecânica para

prover proteção.

As defesas passivas são aquelas estáticas, que permanecem constantes haja ou não agressão.

Um muro, por exemplo, estará sempre lá, haja risco ou não. E mesmo que uma agressão ocorra, o

muro continuará lá, não alterando seu comportamento. As defesas ativas são aquelas móveis, que

alteram sua configuração reagindo a uma agressão. Um portão que se feche automaticamente

quando acionado o alarme de invasão é um exemplo de defesa ativa. Por fim, as defesas de

inteligência são aquelas que possuem comportamento proativo, visando antecipar-se ao risco e

evitar uma agressão. Normalmente atuam à distância, antes que o problema atinja a empresa Note-

se que o termo “distância” aqui é utilizado em seu conceito mais amplo, não significando apenas

distância física. Pode ser também distância temporal. Sendo assim, quando colocamos um

empregado dentro da linha de produção com a tarefa de levantar uma possível ação futura de

fraude, estamos atuando com uma defesa de inteligência na distância temporal, mesmo sendo

fisicamente dentro da empresa.

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2.3 - Teoria dos Círculos Concêntricos

Calcada no princípio feudal europeu

das sucessivas cinturas de proteção em torno

de uma torre principal, essa teoria determina

que um sistema de segurança deve

estabelecer zonas (círculos de proteção) ao

redor do objetivo.

Ela não discrimina na verdade quantos

círculos serão estabelecidos, mas sim qual o

objetivo de cada um deles.Tem evoluído nos

últimos tempos para uma “Teoria das Esferas

Concêntricas” que, diferente dos círculos que consideram os perigos somente ao nível do solo ou

próximos a ele, as esferas consideram também os perigos advindos do subsolo e do espaço. Isso

significa que além de considerar possíveis ataques de ladrões que tentem ultrapassar as cercas de

proteção, considera também a possibilidade de infiltrações por bueiros ou túneis escavados

intencionalmente, bem como a possibilidade de invasão pelo ar, por pára-quedas, ultraleves ou asa

delta, além da espionagem por satélite.

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2.4 - Compartimentação.

Caso as instalações que precisem ser protegidas cubram uma área física muito extensa, sua

segurança como um todo pode não ser possível por questão de custos. Os custos podem ser

diminuídos se a área for dividida em partes e as partes mais importantes e sensíveis possuírem

proteção adequada. Essa técnica é conhecida como “compartimentação” e consiste em proteger

várias áreas menores dentro de uma área maior.

A partir desse conceito se pode também classificar as áreas segundo um critério de criticidade,

ou seja, o quanto a violação dessa área interfere no negócio da empresa. Uma classificação muito

usada hoje em dia utiliza cores para definir as áreas, conforme o quadro seguinte:

COR CRITICIDADE ACESSO

Branca Inexistente Livre acesso aos empregados e visitantes, sem muita necessidade de acompanhamento específico.

Verde Baixa Acesso controlado. Poderá haver acompanhamento por CFTV ou pessoal dos transeuntes.

Amarela Média Acesso restrito e controlado. Há algumas restrições sobre quem poderá acessar a área e sua permanência poderá ser acompanhada por CFTV ou pessoal.

Vermelha Alta Acesso restrito. Há muitas restrições sobre quem poderá acessar a área e sua permanência deverá ser acompanhada por CFTV ou pessoal.

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2.5 – Acesso não autorizado

2.5.1 - Entrada forçada

A entrada forçada é o método mais comum para entradas não autorizadas. Portões, janelas e

portas são especialmente vulneráveis a entradas forçadas, mas também podem ser realizadas através

de paredes (especialmente as finas), pisos, telhados, clarabóias ou dutos de serviço ou ventilação.

Mesmo quando uma invasão não tem sucesso, sempre haverá prejuízos.

Se o agressor estiver convencido de que há tamanha segurança a ponto de se tornar um

obstáculo desencorajador, o número de tentativas de invasão diminuirá. Pode-se conseguir este

efeito por meio de avisos bem visíveis informando às pessoas sobre os sistemas de segurança –

“CUIDADO COM O CÃO”, “PERIGO, CERCA ELÉTRICA” etc.

2.5.2 - Entrada consentida

O acesso não autorizado pode ser conseguido também sem o uso da força. Cadeados deixados

desbloqueados, portas ou janelas deixadas destrancadas ou uso de chaves roubadas são os métodos

mais comuns, normalmente com ajuda interna.

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2.6 - Controle de acesso de segurança

É um dos pontos mais importantes na prevenção e proteção contra os riscos derivados das

atividades anti-sociais. É hoje uma das áreas de segurança com maior índice de crescimento com

uma oferta e uma demanda absolutamente crescentes.

A maior parte dos problemas de controle de acesso vem de nossa cultura. Por exemplo, uma

pessoa de terno bem alinhado e carregando uma pasta tipo 007 possivelmente poderá entrar na

maioria das empresas sem muitos obstáculos, mesmo sendo um desconhecido.

O primeiro passo para controlar quem entra na área da companhia ou sai dela, e aonde vão

internamente ou de onde vieram e os motivos é criar um sistema efetivo que identifique as pessoas,

mantenha o controle de seus passos internamente e que possa ser facilmente conhecido por todos - e

reconhecido pelo pessoal da segurança em particular. Isso normalmente é conseguido por um

sistema de crachás.

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2.7 - Crachás

Há atualmente vários tipos de crachás, desde os mais simples e baratos de papel aos mais

sofisticados e caros com microprocessadores. O que garante o sucesso do controle não é a

sofisticação dos crachás, mas a capacidade do gestor de criar um processo simples de identificação

que consiga a participação de todos os empregados, caso contrário qualquer que seja o tipo de

crachá utilizado, e qualquer que seja seu custo, provavelmente não funcionará.

Um sistema de crachás deve se apoiar na compartimentação das áreas. Sendo assim, qualquer

que adentre a empresa, funcionário ou não, receberá um crachá que lhe garantirá o acesso à algumas

áreas da empresa e a outras não. Uma forma simples e com algum uso atual é colorir os crachás nas

mesmas cores das áreas de acesso. Se combinado com a pintura das portas de acesso e das paredes

(ou pelo menos de faixas nas portas e paredes) com as mesmas cores, isso permite ao usuário do

crachá a reconhecer as áreas em que pode entrar e a todo o pessoal da empresa – e a segurança em

particular – identificar e informar sobre entradas não autorizadas. Crachás de visitantes e

prestadores de serviço devem ser devolvidos na saída, bem como os dos empregados que deixem de

trabalhar na empresa. Os crachás que dão acesso às áreas mais críticas devem receber maior

atenção, principalmente visando evitar duplicações.

Crachás eletrônicos apenas facilitam o trabalho, pois se houver, por exemplo, sensores de

passagem nos portais da empresa, o controle de presença torna-se mais fácil. O uso da eletrônica

não resolverá o problema de um sistema de controle mal desenhado. Pelo contrário, se o controle de

crachás simples estiver ruim, a sua substituição por crachás eletrônicos possivelmente aprofundará

o problema.

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2.8 - CPTED

CPTED é um acrônimo, na língua inglesa, para Crime Prevention Through Environmental

Design, “Prevenção de Crimes por meio de Projetos”. É uma abordagem multidisciplinar que busca

reduzir o crime e a insegurança colocando lado a lado planejadores, projetistas, arquitetos e

profissionais de segurança que trabalham para criar um clima seguro em de um ambiente, com

projetos que eliminem ou reduzam o comportamento criminal e ao mesmo tempo encorajem as

pessoas a manterem-se alertas, provendo segurança uns aos outros.

"O próprio projeto e uso efetivo do ambiente

construído podem conduzir a uma redução no

medo e incidência de crimes, e a uma melhoria

da qualidade de vida”.

National Crime Prevention Institute - EUA

A abordagem do CPTED torna a segurança menos agressiva para as pessoas, evitando o

sentimento de "estar prisioneiro" naqueles que se pretende proteger. Além disso, é totalmente

transparente aos usuários, permitindo que se consiga maiores graus de segurança sem que mostre

que se está preocupado com a segurança, o que pode ser uma vantagem.

Os princípios do CPTED podem ser aplicados de forma fácil e barata no construir ou

remodelar. Em algumas comunidades que aplicaram os princípios de CPTED nos EUA a atividade

criminal diminuiu em até 40 por cento.

Historicamente, a ênfase da prevenção de crimes esteve na abordagem da dificultação do

acesso ao bem que se queria proteger por meio de dispositivos (fechaduras, sistemas de segurança,

alarmes, equipamentos de monitoração etc) e processos (patrulhamento, legislação etc), estratégias

de prevenção de crime que pretendem tornar o acesso ao objetivo do criminoso mais difícil, mas

que podem também criar um sentimento de "estar prisioneiro". Esta abordagem tradicional tende a

negligenciar a oportunidade para controle de acesso e vigilância natural. O CPTED coloca sua

ênfase no "natural".

2.8.1 - Origens

1968, Jane Jacobs discutiu a interação do ambiente físico com seus habitantes e quão

importante isto era para a vida e vitalidade de uma rua ou bairro no livro The Death and Life of

Great American Cities.

1969, o arquiteto Oscar Newman cunhou a expressão "espaço defensável" quando iniciou seu

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estudo sobre planejamento de moradias, associando a ele a percepção das pessoas que ali residiriam

sobre segurança. O foco era de como aquelas pessoas se sentiriam em relação ao senso de

propriedade - ou à sua falta (reforço territorial), e a relação disso com a atividade criminal. Parte de

seu trabalho relacionou-se desde então ao projeto de uso de ruas residenciais como um fator

impeditivo para o crime.

1971, Clarence Ray Jeffery, criminologista norte-americano cunhou o termo Crime

Prevention Through Environmental Design após estudar a relação entre o ambiente físico e

incidência de crimes.

2.8.2 - Princípios gerais

a. Vigilância natural

Considera a combinação de características físicas, atividades que serão desenvolvidas e as

pessoas que as desenvolverão no local de tal modo sobre que maximize a visibilidade. O desenho da

planta deve permitir que estranhos sejam facilmente observados por todos. Deve-se buscar a

visibilidade sobre as pessoas, estacionamentos, entradas dos prédios (portas e janelas faceando ruas

e estacionamentos), passeios de pedestres e iluminação adequada à noite.

b. Reforço territorial

Encoraja o uso de itens físicos – primordialmente barreiras naturais mas, se necessário,

incluindo barreiras artificiais- que expressem propriedade. O desenho da planta pode criar ou

estender a esfera de influência das pessoas. Os utilizadores desenvolvem então um senso de

controle territorial que, quando percebidos por potenciais agressores, serve de fator de dissuasão.

Devem ser definidos os limites da propriedade e tornar bem clara a distinção entre espaço público e

privado, utilizando-se cercas-vivas ou outros métodos.

c. Controle de acesso natural

Busca a orientação física das pessoas indo e vindo em um espaço pela colocação judicial de

entradas, saídas, cercaduras, ajardinados e iluminação. Nega-se o acesso aos locais que

possivelmente poderão ser alvos de agressões e cria-se nos agressores uma sensação de risco.

Consegue-se por meio de rotas, passeios e elementos estruturais que indiquem claramente a direção

que as pessoas em geral devem seguir, desencorajando o acesso indevido a áreas privadas.

d. Manutenção

Deve permitir o uso continuado de um espaço para seu propósito planejado e servir como uma

expressão de propriedade. Não se deve permitir qualquer redução da visibilidade de todos sobre o

local ou obstrução na iluminação noturna.

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Alguns autores incluem o CPTED com parte integrante da teoria da Segurança Física, outros

o consideram como um planejamento separado, que se insere após a análise do risco e antes do

planejamento da segurança física propriamente dito. Porém, mais importante que discutir se CPTED

pertence ou não à segurança física é compreendermos que sempre haverá estreita ligação entre a

arquitetura do projeto e a segurança.

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2.9 - Triângulo do Roubo

É a teoria segundo a qual um ato ilícito somente

ocorre se três fatores estiverem presentes, quais sejam:

DESEJO = Está ligado a características culturais

ou a efeitos da propaganda atuando no subconsciente

do indivíduo;

MOTIVAÇÃO = Está ligada ao raciocínio, à

capacidade de planejar a ação;

OPORTUNIDADE = Está ligada ao ambiente, à

maneira como as coisas estão dispostas.

Os dois primeiros fatores atuam internamente no

ser humano e modificá-los torna-se uma tarefa difícil,

pois lidamos com aspectos da psicologia humana. O terceiro fator é externo, ligado ao ambiente.

Até bem pouco tempo considerava-se que o profissional de segurança atuaria somente sobre a

OPORTUNIDADE. Atualmente, em uma abordagem multidisciplinar, o profissional de segurança

atua, em conjunto com outros profissionais de outras áreas tais como psicólogos e pedagogos,

também sobre a MOTIVAÇÃO e, em uma escala menor, sobre o DESEJO.

Oportunidade

Desejo Motivação

TRIÂNGULO DO ROUBO

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3.0 – Meios de segurança física.

3.1 – Barreiras

A segurança física utiliza um combinado de barreiras, cada uma com um propósito específico,

o que inclui barreiras naturais e estruturais.

- Barreiras naturais: São acidentes do terreno que por sua disposição natural impedem ou

dificultam o acesso ou o trânsito na área da empresa. Podem ser um rio, montanha, alagadiço,

encosta ou outro acidente geográfico que seja de difícil transposição.

Observações:

- Rios e fossos

Seu valor como barreira está no grau de agravamento de suas margens e na violência de sua

correnteza, impedindo que sejam transpostos com facilidade.

- Alagadiços

Seu valor reside no solo pouco firme, que dificulta e por vezes impede o movimento a pé.

- Montanhas

Podem ser visualizadas como barreiras dependendo da altura e do ângulo de inclinação de

suas encostas.

- Barreiras estruturais: São obras, permanentes ou temporárias, realizadas na empresa, não

necessariamente com a única finalidade de prover segurança. Podem ser cercaduras, portas, janelas

ou a parede de uma outra construção que sirva à função de deter a entrada não autorizada.

A criação de barreiras de proteção serve para:

1°) Prevenir a entrada de pessoas e veículos de forma indesejada.

2°) Prevenir saídas indesejadas.

3°) Definir zonas de isolamento para áreas sensíveis.

4°) Prevenir o acesso de pessoas a áreas restritas internas.

Instalar barreiras não significa que sempre será necessário instalar cercas ou outros

obstáculos, uma vez que por vezes a natureza nos provê barreiras mais eficientes. Por exemplo, uma

barreira natural poderá ser um rio, montanha ou outro terreno difícil de ser atravessado por pessoas

ou veículos. Construções também devem ser consideradas, como por exemplo, uma parede externa

de um prédio. É importante notar que barreiras raramente por si só impedem a intrusão. A

segurança se dá com o seu uso integrado.

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3.2 - Benefícios do uso de barreiras

São quatro os benefícios do uso de barreiras:

1°) Benefício psicológico. Uma barreira visível e que não seja fácil de ser transposta serve

para desestimular entrada indesejada. Poucas pessoas sobem cercas altas e que tenham arame

farpado no topo, principalmente sabendo que a área é patrulhada por cães ou seguranças.

Normalmente, pessoas com intenção de roubar ou causar danos desistem frente a barreiras de

proteção, reconhecendo que, mesmo que entrem, talvez não possam escapar.

2°) Diminui a necessidade de pessoal de segurança e permite seu uso em atividades mais

importantes.

3°) Canaliza o fluxo de pessoas que entram e saem da empresa, uma vez que só poderão fazê-

lo através de pontos estabelecidos e controlados pela segurança.

4°) Causam confusão no invasor. Uma vez dentro da área da empresa, ele pode ser

confundido por suas barreiras de proteção internas. Quando seu sistema de barreiras possui

complexidade suficiente para causar confusão, a chance de um intruso sair da área sem ser visto

torna-se baixa.

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3.3 - Cercaduras

É o tipo de barreira estrutural mais utilizado. Normalmente são construídas em uma única

linha mas, quando for essencial o estabelecimento de maior grau de segurança, duas linhas de

cercaduras podem ser instaladas no perímetro. Estas cercaduras devem ser separadas por distância

não inferior a 4,5 metros e não mais de 45 metros para melhor proteção e controle. As cercaduras

devem permitir passagens para execução de serviços, que terão no mínimo 25 cm de diâmetro,

devendo ser protegidas para prevenir abertura não autorizada. A escolha da melhor cercadura

depende da situação dos riscos que cada empresa está sujeita, bem como do orçamento da

segurança. Sugere-se um estudo conforme o quadro abaixo:

Tipo de cercadura Tempo de

instalação por m²

Custo de instalação

por m²

Manutenção periódica

Facilidade de transposição

por seres humanos

Durabilidade no tempo

Tela de arame Média Média Média Arame farpado Alta Alta Baixa Concertina Média Baixa Baixa Fio cortante Média Baixa Baixa Muro de alvenaria Baixa Baixa Alta Grade de ferro Baixa Média Alta Cerca viva Alta Alta Baixa

Para melhorar a segurança de uma cercadura, os seguintes pontos devem ser considerados:

1) Postes, árvores, caixas ou quaisquer outros objetos junto à cercadura podem ser utilizados

pelo agressor para escalá-la.

2) Escadas deixadas junto à cercadura são um convite aos invasores. Escadas fixas devem ter

seu início protegido dentro de uma gaiola de metal, com porta fechada.

3) Cercaduras conjugadas com a de outra propriedade, ou que se toquem em pontos

específicos, representam perigo extra. Um invasor pode entrar na propriedade vizinha e depois

invadir a propriedade que se quer proteger escalando ou abrindo a outra cercadura.

4) Deve-se ter especial atenção quando a cercadura toca em outras edificações, pois poderá

ser transposta a partir dos telhados vizinhos ou mesmo utilizando-se as janelas e outras saliências da

edificação como apoio para a transposição.

Os tipos mais encontrados são:

Tela de arame ou rede laminada.

É o tipo de cercadura mais usado para propósitos de segurança. Provê o sistema permanente

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de melhor custo-benefício e sua eficiência aumenta com a introdução de arame farpado no seu topo.

Uma vantagem deste tipo de cercadura é permitir a observação de ambos os lados. Sendo assim,

folhagem ou outros materiais decorativos devem ser evitados, pois reduzem a visibilidade e

auxiliam o invasor que, uma vez dentro, estará fora das vistas dos transeuntes.

Devem ser construídas com no mínimo 2 m de altura e, no caso de cerca dupla, a segunda

deve ter no mínimo 1,80 m. Sua trama não deve ter mais que 2,5 cm de abertura.

De preferência, o arame de suas bordas superior e inferior não deve ser protegido,

permanecendo pontiagudo e retorcido, criando o efeito de arame farpado, pois o risco de alguém

inadvertidamente se cortar nas pontas é menor que o risco de permitir que algum agressor escale a

cerca e ultrapasse-a com facilidade (pode-se também lançar arame farpado no seu topo como guarda

superior, criando-se o mesmo efeito).

Considera-se sempre a possibilidade de alguém lançar sobre a cerca uma lona, de forma a

permitir escalá-la sem se ferir nas pontas dos arames do topo.

Deve ser suportada por posteamento de metal ou concreto armado, preso em sapatas com 6 a

8 cm de profundidade e a tela deve ser rigidamente presa no posteamento. Para impedir que

pequenos animais ou pessoas passem por baixo da cerca, a tela não deve estar a mais de 5 cm do

solo, quando este for consistente e não possa ser cavado (cimento, pedra etc). Caso seja sobre terra

ou outro solo não consistente, deve estar enterrada no mínimo 5 cm no solo.

Deve ser pintada com alguma tinta não reflexiva, de forma a não permitir o reflexo da luz do

sol. Em dias ensolarados, o reflexo do metal da cerca – principalmente cercas novas – podem cegar

momentaneamente a vigilância, permitindo que um agressor não seja visto.

Deve ser feita manutenção periódica, procurando pontos de ferrugem e locais onde a cerca se

desprendeu do posteamento.

O posteamento também deve ser testado para certificação de que continua firme, pois caso se

solte a cerca cairá com ele. A distância entre postes deve ser de no máximo 2 m.

Cerca de arame farpado

Permitem a passagem de pessoas e podem ser facilmente cortadas. São efetivas quando a

ameaça se resume a animais de grande porte. No Brasil não existe normatização versando sobre o

assunto, porém as especificações federais norte-americanas relativas a cercaduras de arame farpado

são:

1) O arame farpado standard é trançado, duplo-fio, arame padrão 12, com 4 farpas, espaçadas

por igual distância entre cada uma.

2) Cercaduras de arame farpado não devem ter menos 2 m de altura, excluindo-se a guarda

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superior.

3) O arame deve ser fixado firmemente a postes, os quais não devem estar separados por mais

de 1,8 m.

4) A distância entre os fios não excederá 15 cm e pelo menos um arame será entrelaçado

verticalmente a meia distância entre os postes.

Cerca de concertina

A concertina foi desenvolvida pelas forças armadas norte-americanas buscando uma barreira

de lançamento rápido. Lançada com estaqueamento em X, cria uma barreira de 90 cm, podendo ser

lançada em duas camadas, uma sobre a outra, criando uma barreira de 1,80 m. Sua efetividade

aumenta grandemente caso seja feito um lançamento triplo, com um estaqueamento sobre outros

dois em paralelo, assumindo uma forma piramidal, conseguindo-se assim uma barreira de 1,80 m de

altura por 1,80 m de largura, muito difícil de ser transposta. Cercaduras de concertina são muito

úteis para uso temporário, como apoio enquanto se repara a cercadura original danificada.

O arame farpado padrão para concertina é um rolo de arame farpado fabricado com aço muito

forte, unidos intervalos regulares de maneira a formar um cilindro. Aberta, a concertina de arame

deve ter 15 m de comprimento e 1 m de diâmetro.

Cerca de fita farpada

Muito parecidas com a concertina, possuem o mesmo uso. Por seu baixo custo, estão se

tornando populares atualmente. A fita farpada é fabricada em uma tira de aço com uma resistência à

quebra de no mínimo 230 Kg, a largura geral é 3/4" e tem farpas de 7/16” espaçadas a intervalos de

1/2" ao longo de cada lado.

Muro de alvenaria.

Tem grande uso. Possui a vantagem da durabilidade, além de poder acompanhar o estilo

arquitetônico de todo o complexo, tornando-se menos agressivo às vistas. Pode ser feitos de tijolos,

concreto armado, pedra ou similar e aumenta seu grau de segurança se possuir arame farpado,

pregos ou vidro quebrado no seu topo.

Não permite a visibilidade de dentro para fora e nem de fora para centro, o que pode ser uma

vantagem ou uma desvantagem dependendo do que se pretende, pois sem visibilidade se ganha

privacidade, mas uma vez que o agressor tenha transposto o muro não poderá ser observado por

transeuntes nem por patrulhas policiais.

Muros sempre apresentam aparência agressiva e o uso da hera tem servido para torná-los mais

sociais.

Grades de ferro

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Também são duráveis, podem acompanhar o estilo arquitetônico do complexo e são

devassáveis, isto é, permitem que se observe de fora para dentro e de dentro para fora.

Normalmente são de alto custo.

Cercas-vivas

São utilizadas como cercadura, principalmente em casas, por sua beleza estética. O uso de

plantas espinhosas pode desestimular o agressor.

Há a necessidade de ser cuidada por jardineiro.

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3.4 - Material utilizado nas cercaduras

Em geral são:

- Aço, com fabricação básica de alta resistência em vários perfis.

- Ligas ligeiras, com fabricação especial de alta resistência em vários perfis.

- Concretos, com fabricação básica ou de alta resistência em perfis ou módulos de específico

desenho e construção.

- Madeiras, com fabricação especial em perfis reforçados de desenho e construção

específicos.

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3.5 - Construção das cercaduras

- Industrializada, com construção mediante o emprego de materiais ou perfis de caráter

industrial, geralmente não específica.

- Pré-fabricada, com construção mediante o emprego de materiais ou peças selecionados e

preparados para obter módulos completos enlaçados.

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3.6 - Composição das cercaduras

- Alicerce (ou base). Elemento estrutural, geralmente de concreto armado, que serve de base

para colocação do posteamento.

- Posteamento. Elementos estruturais, geralmente de perfis metálicos, que servem de

sustentação e fixação das malhas e painéis.

- Trama ou painéis. Elemento estrutural, geralmente de aço, que constitui a base de

fechamento ou configuração da cercadura.

- Elementos de fecho. Dispositivos de segurança que garantirão o ajuste e sustentação dos

elementos e painéis fixos ou móveis.

-Elementos praticáveis. Painéis, portas e dispositivos móveis ou fraturáveis que permitam a

passagem através da cercadura.

- Acabamento. Determinação do material e seu tratamento final de proteção. Pode ser:

Galvanizado

Pintado

Plastificado

Inoxidáveis

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3.7 - A guarda superior

Uma guarda superior é uma projeção de arame farpado ou fita farpada ao longo do topo da

cerca ou do muro, apontando para fora (ofensiva) ou para dentro (defensiva) e para cima em um

ângulo de aproximadamente 45º. Os braços de suporte para a guarda superior devem ser fixados

permanentemente no topo dos postes para aumentar a altura global da cerca em menos 30 cm, e três

fios de arame farpado espaçados 15 cm devem ser colocados apoiados nos braços.

Atualmente está ganhando força o uso da guarda superior com cercadura elétrica.

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3.8 - BDV

Barreiras de detenção de veículos (BDV) são dispositivos de proteção que formam uma

barreira compacta mediante barras ou fileiras de elementos e se dispõe para a detenção de veículos

diante de invasão agressiva ou não autorizada. Este tipo de elemento pode ser utilizado tanto como

um sistema de segurança que impeça invasões de veículos quanto como apoio ao controle de

acesso.

Tipos

- Fixas ou fundeadas. Passivas, não acionáveis, de caráter estacionário e permanente.

- Basculantes. Acionáveis que giram em um movimento de básculo sobre um eixo horizontal.

- Ascendentes. Elementos verticais ou horizontais acionáveis que se elevam sobre o solo.

- Extensíveis. Elementos pulsantes acionáveis manualmente que se estendem sobre o solo.

Construção

- Tradicional. Construção ou fabricação básica e generalizada.

-Industrializada. Construção ou fabricação empregando equipamentos e sistemas de fechos de

caráter industrializado.

- Específica. Construção ou fabricação de caráter específico e diferenciado.

Operacionalidade

- Manual. Funcionamento mediante o acionamento pela força manual.

- Semi-automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou

pneumático controlados pela ação humana.

- Automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou

pneumático controlados sem a ação humana.

Grau de segurança

Determinado pelos seguintes parâmetros:

- Tipo de veículo. Características técnicas, dimensões e funcionamento dos veículos que

devem ser detidos.

- Peso do veículo. Dimensionamento em toneladas do veículo mais a sua carga.

- Velocidade de impacto. Dimensionamento em Km/h no ponto de impacto do veículo.

- Conteúdo do veículo. Definição da carga passiva ou ativa do veículo.

Espaço posterior percorrido

É a limitação em metros do possível deslocamento do veículo depois do impacto na barreira.

As barreiras de detenção de veículos têm uma dupla função. São empregadas contra a

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intenção de invasão não autorizada e como sistema de controle de acesso de veículos. Seu desenho

e implantação permitem utilizá-la ostensivamente como um sistema de segurança dissuasório ou

oculta como elemento de surpresa para o agressor.

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3.9 - Eclusas

Eclusas. Como é designado o conjunto de elementos fixos e móveis (anteparas, biombos ou

parede fina, divisória e portas) que formam um sistema de controle de acesso para pessoas, veículos

ou objetos constituído por duas ou mais portas que não se abrem de uma só vez, não permitindo o

contato direto entre duas áreas adjacentes.

Classificam-se em função de:

a) Manobra

Refere-se à forma de ação ou movimento que realizam suas portas e partes móveis.

a.1) Pivotante - O movimento de suas folhas realiza-se sobre um eixo vertical, lateral ou

central. Pode ser tipo abatível ou giratória.

a.2) Elevadiça - O movimento de suas folhas realiza-se em forma ascendente ou descendente.

Tipo guilhotina.

a.3) Deslizante - O movimento de suas folhas realiza-se horizontalmente para direita ou para

esquerda. Tipo corredeira.

b) Utilização

b.1) Para pessoas - Dimensionadas para o controle de acesso de pessoas.

b.2) Para veículos - Dimensionadas para o controle de acesso de veículos.

b.3) Para objetos - Dimensionadas para o controle de acesso de maletas, valises, miudezas,

correspondências etc.

c) Fluxo

É o número de elementos que por unidade de tempo que poderão passar pela eclusa.

d) Ordem de passagem

É a seqüência de passagem dos elementos.

e) Grau de segurança

Refere-se ao nível de resistência a ataques que deve oferecer a eclusa. Sendo e eclusa um

sistema, esse grau é determinado pelo menor grau de segurança dos elementos individuais que

compõem a eclusa, os quais serão vistos mais adiante.

f) Configuração

Refere-se à forma arquitetônica na qual está constituída a eclusa. Pode ser:

f.1) Linear - Forma de passagem em linha reta. Pode ser unidirecional ou bidirecional.

f.2) Angular - Forma de passagem em linha quebrada (ou em ângulo). Também pode ser

unidirecional ou bidirecional

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Equipamentos que compõem a eclusa

Uma eclusa é um sistema de equipamentos que deve ser projetada para cada situação. Não há

duas eclusas iguais. O desenho das eclusas está intimamente ligado aos diferentes parâmetros que

intervém em sua definição e montagem, obtendo com isto diferentes tipos e modelos e sua correta

adequação as necessidades de cada caso e circunstâncias.

1) Estrutura. Elementos que constituem sua armação básica.

2) Painéis. Elementos que constituem seu fechamento perimetral.

3) Portas. Elementos móveis.

4) Equipamento de vigilância. Elementos que permitem a observação da operação da eclusa

(CFTV, espelhos de observação etc).

5) Sistema de comunicação. Equipamentos de falar e escutar entre o interior e o exterior da

eclusa.

6) Sistema de detecção de presença. Equipamentos de detecção volumétrica ou detecção por

passagem.

7) Sistema de fechamento. Fechaduras para bloqueio manual ou automático de portas.

8) Sistema de sinalização. Equipamentos de indicação do estado de portas e utilização da

eclusa.

9) Sistema de emergência. Dispositivos antipânico ou de abertura emergencial de portas ou

painéis.

10) Sistema radioscópico. Equipamentos de inspeção por raios-X para materiais, objetos,

pacotes e pessoas.

11) Compartimento de custódia. Locais seguros para objetos de passagem não autorizados.

12) Sistema de controle de acesso. Leitoras de dispositivos para validação e autorização de

passagem.

13) Postos de controle geral. Locais com capacitação para centralizar o manejo e controle da

eclusa.

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3.10 - Portões

Portões são barreiras necessárias para o controle do tráfego de entrada e saída através da

cercadura. São utilizados para impedir o acesso ou saída de veículos não autorizados. Quando

menos portões houver, maior a segurança, pois são pontos de vulnerabilidade na cercadura da

mesma forma que portas e janelas são pontos de vulnerabilidade em paredes. Em geral são fechados

com correntes e cadeados. O portão em uma cercadura deve ser tão alto quanto a cerca adjacente e

as suas guardas superiores ser verticais para evitar problemas com seu movimento.

São também exemplos de portões a cancela e o muro móvel.

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3.11 - Porta blindada

Classificam-se por:

1) Manobra

Entendo-se como manobra a forma de ação ou movimento que realiza sua folha ou partes

móveis.

1.1) Portas pivotantes (apoiadas por pivôs). O movimento de sua folha é sobre eixo vertical,

lateral ou central.

1.1.1) Abatível (mais comum).

1.1.2) Giratório em eixo lateral.

1.1.3) Giratório em eixo central.

1.2) Portas suspensas. O movimento de sua folha ou lâminas é sobre guias de deslizamento

verticais

1.2.1) Rígida.

1.2.2) Lâmina.

1.2.3) Guilhotina.

1.3) Portas deslizantes. O movimento de sua folha é sobre guias de deslizamento horizontais.

1.3.1) Reta.

1.3.2) Tangente

2) Material de defesa

Entendo-se como material de defesa a aquele que faz parte de sua configuração ou fabricação

e que se servem para sua proteção.

2.1) Madeira – Material selecionado empregado como base estrutural e em peças maciças. A

madeira deve ser dura e estratificada.

2.2) Material metálico – Material empregado como base estrutural ou de painéis, em moldura

ou lâmina.

2.2.1) Aço tradicional.

2.2.2) Aço de alta resistência.

2.3) Material sintético – Material empregado como base estrutural ou de painéis e

normalmente em lâminas rígidas ou flexíveis.

2.3.1) Blindagem anti-maçarico – Material de diversas composições resistente à aplicação de

calor direto.

2.3.2) Blindagem anti-térmica – Material de diversas composições resistente à aplicação de

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elevadas temperaturas.

2.4) Material combinado – Material empregado como base estrutural ou painéis onde a

combinação de alguns materiais permite melhores graus de segurança.

2.4.1) Concreto de resistência normal – Conglomerado à base de cimento que possui

resistência característica do tipo básico, habitual e fácil de obter.

2.4.2) Concreto de alta resistência – Conglomerado à base de cimento que possui resistência

característica de tipo especial, pouco habitual e difícil de obter.

2.4.3) Concreto de fibras – Conglomerado à base de cimento e fibras plásticas ou metálicas

que possui elevado grau de segurança ante o ataque.

2.4.4) Armaduras tradicionais – Contorno de aço de resistência e formas habituais,

normalmente utilizado em obras de construção e concretos armados estruturais.

3) Composição.

3.1) Batente de porta. Estrutura básica para sustentação da folha da porta e integração com a

parede.

3.2) Folha da porta. Elemento móvel que constitui a base do fechamento e alojamento dos

materiais de defesa, dispositivos de fechamento e segurança.

3.3) Sistema de ancoragem. Elementos ou dispositivos situados para sua adequada e eficaz

integração entre os elementos da folha de porta e moldura e este ao batente.

3.4) Grade interior. Elemento móvel que funciona como fechamento complementar e controle

de acesso nos períodos em que a porta blindada permanece aberta.

3.5) Sistema de fechos. Elementos fixos e móveis que constituem a base do fechamento e

segurança das portas blindadas.

3.6) Abertura motorizada. Mecanismo geralmente elétrico que permite o manejo do sistema

de fechos em forma não manual ou remota.

3.7) Fechadura. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do acesso e segurança

para a abertura e fechamento das portas.

3.8) Retardador. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do controle horário

para a abertura das portas blindadas.

3.9) Sistema de alarme. Dispositivo de segurança que, incorporado às portas blindadas,

permite a detecção de ataque assim como transmite um sinal correspondente de alerta ou alarme.

3.10) Sistema de bloqueio. Dispositivo de segurança que, incorporado ao sistema de fechos da

porta blindada, provoca o bloqueio desta em caso de ataque mecânico ou térmico.

4) Grau de segurança.

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UNE 108-113-86. Camaras Encouraçadas

4.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Ataque com a utilização de pé-de-cabra,

pinça, punção, marreta, alavanca, martelo percussor, furadeira portátil, serra mecânica ou gás

oxiacetilênico. Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.

4.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de resistência, 45

minutos.

4.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-4 mais o emprego de chama térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.

4.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-5 mais o emprego de explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de

resistência, 60 minutos.

4.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-4 mais o emprego de chama térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.

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3.12 - Porta interna

Deve-se atentar para o fato de que uma porta fina e frágil, mesmo que tenha uma boa

fechadura, poderá simplesmente ser ignorada e atravessada por um agressor. Uma porta sólida, de

madeira ou de metal, é um investimento necessário. Molduras de madeira de pelo menos 10 cm ou

de metal permitirão que haja segurança. Quando utilizando uma moldura de metal, deve-se ter o

cuidado de que seja sólida, e não apenas o perfil, o que a tornaria frágil. Se for utilizado apenas o

perfil, deve ser preenchida com cimento, de forma a resistir a impactos. Por fim, quando utilizando

dobradiças para cadeados, as dobradiças devem ser fixadas de tal forma que os parafusos não

fiquem expostos.

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3.13 - Janelas

Elemento de fechamento principalmente exterior utilizado na arquitetura e na construção em

geral e raras vezes é colocado segundo condições específicas de segurança. Seu emprego diante de

invasão tem, em qualquer caso, planejamentos especiais. Sua função mais comum é a ocultação de

vistas e a regulação da luz solar, mas pode vir a apresentar condições notáveis de segurança.

Classificam-se por:

a) Tipo de manejo

Refere-se à forma de ação ou movimento que realiza o conjunto ou a parte móvel.

a.1) Pregado (horizontal ou vertical). Movimento de seus painéis ou partes móveis de

fechamento sobre eixos horizontais ou verticais agrupando-se ou pregando-se para sua abertura.

a.2) Extensível. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre eixos

verticais agrupando-se para sua abertura.

a.3) Enrolável. Movimento de seus painéis, lâminas ou partes móveis de fechamento sobre

um eixo horizontal no qual se enrolam para sua abertura.

a.4) Abaixável. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre um eixo

vertical lateral ou central sobre o qual giram para sua abertura ou fechamento.

a.5) Deslizante. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre guias

horizontais ou verticais nas quais deslizam para a abertura e fechamento.

b) Material

b.1) Aços normais.

b.2) Aços especiais.

b.3) Materiais sintéticos.

b.4) Madeiras.

c) Acionamento

c.1) Manual. Acionamento direto pelo ser humano sem nenhum tipo de mecanismo adicional

para seu manejo.

c.2) Mecânico. Acionamento por meio de dispositivo tipo mecânico.

c.3) Eletromecânico ou eletromagnético. Acionamento por meio de dispositivos tipo

eletromecânico ou eletromagnético.

c.4) Pneumático. Acionamento por meio de dispositivos tipo pneumático ou ar-comprimido

d) Funções

São as possibilidades de uso que apresentam este tipo de fechamento.

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d.1) Proteção. Provê segurança perante diversas formas de ataque.

d.2) Visão. Permite a vigilância ou observação direta.

d.3) Ventilação. Permite a circulação do ar.

d.4) Iluminação. Permite a entrada de luz natural ou artificial.

e) Grau de segurança.

São os níveis de segurança que podem oferecer as janelas.

e.1) Resistente a ataque com elementos manuais. Resiste a ataques utilizando meios básicos

como alavancas, pés-de-cabra, serras, tesouras de corte, martelos etc.

e.2) Resistente a ataque com equipamento mecânico. Resiste a ataques utilizando meios

mecânicos ou eletromecânicos como talhadeiras, serras elétricas, tesouras de pressão etc.

e.3) Resistente a ataque com projéteis ligeiros. Resiste a ataques utilizando de armas de

fogo, de caça ou guerra com projéteis básicos ou especiais.

e.4) Resistente a ataque com explosivos. Resiste a ataques utilizando materiais ou cargas

explosivas para a abertura.

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3.14 - Fechaduras

Quando se pensa em sistema de fechamento, é normal se esqueça das fechaduras. Fechaduras

não podem ser consideradas como equipamentos simples que são adicionados às portas ou janelas

como apêndices. Realmente, fechaduras que não sejam elementos definidos e desenhados para a

segurança são apenas elementos decorativos e não de proteção. Porém, fechaduras devem ser parte

de um sistema de fechamento cujo objetivo é atrasar a entrada ou a saída de um espaço por um

período de tempo tal que permita a detecção do invasor. Esta é a função de um sistema de

fechamento.

São categorizadas como:

Mecânicas – fechaduras com chaves, nos seus vários tipos.

Eletromecânicas – fechaduras com cartões ou similares.

Quase todos os tipos de fechadura operam por meio de uma chave, combinação numérica

(segredo), cartões ou impulso elétrico. A maioria das fechaduras de chave (exceto cadeados) usa

para seu funcionamento um mecanismo de travamento que se estende para além da fechadura,

penetrando no receptáculo na moldura da porta. Para anulá-lo, pode-se utilizar uma chave que mova

manualmente o mecanismo de volta em direção à fechadura. As lingüetas são empurradas por molas

e são menos seguras que os mecanismos de travamento. Possuem um ângulo que permite seu

deslizamento e fechamento na abertura da moldura da porta sempre que esta se fecha. A não ser que

possua ranhura de segurança será necessário apenas um simples cartão plástico ou uma faca para

empurrá-la de volta à porta.

Os cilindros-mestres são a parte da fechadura que contém a ranhura para a inserção da chave e

os pinos do segredo. Fechaduras de cilindro duplo são mais seguras que fechaduras de cilindro

simples porque necessitam de chave também para abrir por dentro. Com fechaduras de um só

cilindro, o lado oposto do cilindro é operado somente por um pino, o que significa dizer que um

ladrão que quebre um vidro ou remova um painel poderá alcançar o pino e abrir a fechadura.

Fechaduras com chave na maçaneta são usadas universalmente. Não possuem mecanismo de

travamento, sendo que o segredo atua diretamente na lingüeta. A maioria delas contém uma ranhura

na parte externa (para receber a chave) e um pino na parte interna. Apresenta as mesmas limitações

que a fechadura de um cilindro. O modelo com duas ranhuras (uma de cada lado) são mais seguros.

Se comparadas com as fechaduras com mecanismo de travamento, são menos seguras,

especialmente porque a lingüeta sofre grande dano caso seja atacada com um martelo, por exemplo,

e sua maçaneta pode facilmente ser arrancada à força, expondo o segredo.

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Há várias maneiras de se atacar uma fechadura. Provavelmente o mais simples, utilizado em

portas sem mecanismo de travamento, seja forçar um cartão plástico ou faca entre a porta e a

moldura, próximo ao local da lingüeta, para soltá-la da moldura, o que acontece sem muita

dificuldade. Fechaduras que possuem ressaltos de segurança na lingüeta ou mecanismos de

travamento não são passíveis de serem abertas dessa forma. Para este tipo e fechadura, pode-se

colocar uma chave de fenda ou pé-de-cabra entre a porta e a moldura, de forma que se afastem uma

da outra e o mecanismo de travamento possa soltar-se da moldura. Este tipo de ataque, caso sejam

tomados cuidados para não danificar nem arranhar portas e molduras, pode vir a se difícil de ser

descoberto mais tarde. Outro método consiste em usar uma serra sobre a parte do mecanismo de

travamento que se apresenta entre a porta e a moldura, cortando-a e liberando a porta. Pode-se

também, com uma chave de fenda ou similar, desgastar a porta onde se prende o mecanismo de

travamento. Por fim, pode-se arrancar o cilindro-mestre da fechadura, com o auxílio de uma

furadeira e broca de metal. Todos esses métodos podem ser evitados com o uso de mecanismos de

travamento de metal duro, que não possa ser serrado, molduras de metal e uso de placas de metal

como proteção dos cilindros.

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3.15 - Cofres e Armários

São classificados por:

1) Utilização

A aplicação ou emprego que se realizará com eles.

1.1) Guarda de valores. Locais para proteção ou guarda de objetos de valor, obras de arte,

documentos, dinheiro etc.

1.2) Guarda de explosivos. Locais para proteção ou guarda de material explosivo e

detonadores.

1.3) Guarda de armas. Locais para proteção ou guarda de armas de fogo e munições.

2) Grau de segurança

UNE 108-112-87.

2.1) Grau A - Equipamento E-1 e tempo T –15. Ataque com a utilização de chaves, pés-de-

cabra, pinças, punções, picaretas, tesouras, marretas ou alavancas. Tempo mínimo de resistência, 15

minutos.

2.2) Grau B - Equipamento E-3 e tempo T –15. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-2 mais serras mecânicas ou gás oxiacetilênico. Tempo mínimo de resistência, 15

minutos.

2.3) Grau C - Equipamento E-2 e tempo T –30. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-1 mais: martelo e furadeira portátil. Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.

2.4) Grau D - Equipamento E-4 e tempo T –30. Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de resistência, 30

minutos.

2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –45 - Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-3 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 45 minutos.

2.6) Grau F - Equipamento E-6 e tempo T –60 - Ataque com a utilização dos equipamentos

listados em E-5 mais: explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de resistência,

60 minutos.

3) Localização

Localização refere-se à disposição final que têm as caixas fortes e para que estão desenhadas e

fabricadas. Em geral, a localização está relacionada com sua segurança.

3.1) Caixa forte autônoma. Independente do ambiente que a cerca.

3.2) Caixa forte fundeada. Presa ao solo ou parede.

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3.3) Caixa forte embutida.

4) Volume Útil

Refere-se ao espaço disponível no interior da caixa forte, armários ou compartimentos de

segurança.

- Menor que 50 litros

- De 51 a 100 litros

- De 101 a 200 litros

- De 201 a 500 litros

-Maior de 500 litros

5) Composição especial.

No caso da fabricação de armários de segurança com características especiais, estas não se

enquadrarão nas categorias das normas técnicas, pois seu desenho e construção são de caráter livre.

Serão os testes de classificação, não obrigatórios e difíceis de serem realizados no Brasil, que

permitirão obter o seu grau de segurança específico. Não obstante, é importante assinalar algumas

características que devem ser consideradas pelo planejador, tais como:

- Dimensões interiores e exteriores.

- Peso.

- Volume útil interior.

- Material e acabamento.

- Tipo e quantidade de fechaduras.

- Fechaduras horárias.

- Sistema de detecção e alarme.

Dado o amplo leque de oferta que o mercado apresenta para este tipo de elemento, é

aconselhável analisar e avaliar suas características caso a caso.

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3.16 - Salas-fortes

São definidas como recintos de segurança limitados e formados por um conjunto de defesas

físicas integradas por paredes e ou painéis blindados. Salas-fortes (ou câmaras blindadas) são, na

verdade, grandes cofres. Estão sujeitas às mesmas vulnerabilidades ao fogo e a agressões que os

cofres. Por causa de seu tamanho, normalmente somente a porta é feita de aço e o restante de

concreto. São pesadas e em geral construídas no sub-solo do prédio para evitar problemas

estruturais. Este tipo de construção tem normalmente como objetivo a custódia de valores. Podem

ser resistentes a fogo ou resistente a arrombamento.

Classificam-se por:

1) Utilização

Refere-se ao emprego que terá a câmara como recinto protegido para a guarda de valores.

1.1) Câmaras de valores. Guarda de elementos de especial valor, como: metais preciosos,

jóias, obras de arte, documentos etc para uso privado ou bancário.

1.2) Câmara de espécie (papel moeda). Guarda de papel moeda para uso privado ou bancário.

1.3) Câmara de aluguel. Guarda de elementos de especial valor ou dinheiro em espécie para

uso público.

2) Grau de segurança

UNE 108-113-87

2.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Nível mínimo. Ataque com a utilização de

chaves, pés-de-cabra, pinças, picaretas, tesouras, marretas, martelos, serras mecânicas ou abrasivas

e gás oxiacetilênico.Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.

2.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Nível médio. Ataque com a utilização dos

equipamentos listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de

resistência, 45 minutos.

2.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Nível alto. Ataque com a utilização dos

equipamentos listados em E-4 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.

2.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos

equipamentos listados em E-5 mais explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de

resistência, 60 minutos.

2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos

equipamentos listados em E-4 mais lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.

3) Situação

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Refere-se à disposição da câmara blindada na planta arquitetônica:

3.1) Baixa. Situação da câmara abaixo do nível da rua ou zona de acesso ao local.

3.2) Ao nível da rua. Situação da câmara planta ao nível da rua ou zona de acesso ao local.

3.3) Alta. Situação da câmara acima do nível da rua ou zona de acesso ao local.

4) Localização

Refere-se às características do local onde se encontra situada ou se situará a câmara e as

condições de utilização deste local.

4.1) Local próprio ou único. Disposição do espaço sem limitações por ser construída em local

não compartilhado com outras atividades.

4.2) Local compartilhado. Disposição do espaço com limitações por ser construída em local

compartilhado com outras atividades.

5) Construção

Refere-se ao sistema utilizado para sua montagem ou configuração.

5.1) Tradicional. Construção no local com materiais básicos e habituais, utilizando formas de

montagem também habituais e genéricos.

5.2) Pré-fabricada. Construção em fábrica mediante sistemas especiais e industrializados e

com formas de montagem e trabalhos específicos.

6) Espessura das paredes

Grau A Até 30 cm

Grau B De 31 a 40 cm

Grau C De 41 a 60 cm

Grau D De 61 a 100 cm

Grau E Mais de 100 cm

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3.17 - Iluminação

A iluminação permite que seu sistema de segurança continue operando durante a noite e

permite que se mantenha um nível de proteção próximo ao nível existente durante o dia. Uma boa

iluminação também funciona como um importante fator de dissuasão para desencorajamento de

possíveis agressores.

Não é comum a compreensão de que a iluminação de proteção sirva para outros propósitos

além de dissuadir possíveis agressores. A falta de uma boa iluminação de proteção é causada por

uma percepção falha de suas vantagens, principalmente seu baixo custo. Para compensar sua falta,

aumenta-se o número de postos de vigilância e patrulhas móveis, o que é bem mais caro.

A iluminação de segurança possui como características gerais:

1º) É relativamente barato mantê-la.

2º) Permite reduzir a necessidade de forças de segurança.

3º) Permite proteção pessoal para a força de segurança reduzindo o elemento de surpresa para

o intruso.

4º) Requer menor intensidade que a luz de trabalho.

O planejamento de um sistema de iluminação deve considerar a necessidade de luz a partir do

perímetro externo, passando por áreas e benfeitorias sensíveis dentro da empresa e terminando nos

locais de onde houver atividade noturna. Normalmente há menor necessidade de luz nas partes

externas que nas partes internas da empresa, exceto nos locais onde haverá atividades tais como

portões de entrada e locais de carga e descarga noturna. Pode também ser utilizado acoplado a um

sistema de alarmes, gerando grande benefício para a segurança.

A iluminação de proteção precisa justificar-se por ao menos um dos três motivos abaixo:

1º) Desencorajar entradas não autorizadas na área da empresa.

2º) Simplificar e garantir a detecção de intrusos que se aproximem ou tentem entrar em áreas

protegidas.

3º) Prevenir e detectar roubos internos ou outros problemas do gênero.

O sistema de iluminação deve ter capacidade de continuar operando de forma eficiente

durante períodos de baixa visibilidade tais como serração ou fortes chuvas.

Há também a necessidade de luzes de emergência, iluminação reserva caso haja pane nas

luzes principais, rotinas de teste e manutenção.

Quando se inicia o planejamento de um sistema de iluminação de proteção ou avalia-se um

sistema já existente, os seguintes pontos devem servir de guia:

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1º) Fazer uma lista com a descrição, características e especificações dos vários tipos de

lâmpadas existentes.

2º) Fazer uma pesquisa e levantar as características dos vários tipos de iluminação oferecidos

pelo mercado.

3º) Fazer alguns diagramas e definir quais as suas necessidades de iluminação, definindo

altura, direção e espaçamento da iluminação.

4º) Definir o mínimo necessário em termos de luminosidade em cada área que se queira

iluminar.

Para tanto, deve-se levar em consideração:

1) Requisitos de manutenção. O que inclui limpeza periódica e troca de lâmpadas queimadas.

A determinação dos custos de manutenção deve incluir material de apoio tais como escadas e

ferramental, tanto para limpeza e troca das lâmpadas quanto para a segurança de quem vai executar

o trabalho.

2) Controle fotoelétrico. Sua utilização para acionar automaticamente a iluminação deve ser

avaliada. São práticos e reduzem o gasto com energia, porém aumentam o custo de implantação do

projeto.

3) Condições climáticas. As condições de sol, chuva, ventos e serração devem ser avaliadas.

Elas podem influenciar o tipo de lâmpada escolhida e aumentar a necessidade de manutenção.

4) Alimentação. As condições da rede elétrica devem ser levantadas, com especial atenção às

flutuações e períodos de falta de energia. Talvez se torne necessário um sistema de alimentação

próprio com geradores.

5) Aterramento. O aterramento protegerá o sistema contra sobrecargas que poderiam danificá-

lo. Aterramentos são, portanto, de fundamental importância e não devem ser desprezados.

6) Controle de manutenção. Deve-se estabelecer uma pauta de controle onde os tempos de

acionamento dos vários tipos de lâmpadas serão estimados, permitindo o controle e a previsão de

queimas. A expectativa de vida de uma lâmpada é fornecida pelo fabricante, e normalmente se

considera 80% desse tempo como o ideal para adquirirmos sobressalentes, caso não haja em

estoque, e prepararmos uma troca. Na próxima página segue um exemplo de pauta:

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Tipo e voltagem Localização (ver diagrama)

Data da instalação Data esperada da troca

001 Mercúrio 1000W 1-001 10 jul 20002 15 out 2002 002 Sódio 400W 4-002 15 out 2002 09 dez 2004 etc Diagrama:

7) Áreas restritas. Todas as áreas restritas devem estar iluminadas durante toda a noite no seu

perímetro e pontos de acesso. O posicionamento deve cumprir as seguintes regras:

- Não ter um brilho ofuscante que cause cegueira temporária no pessoal de segurança e

atrapalhe sua tentativa de observar possíveis invasões, fornecendo vantagem ao invasor.

- Não iluminar o pessoal de segurança e nem fornecer a sua silhueta, permitindo que o invasor

saiba quantos são e sua localização.

- Garantir ao pessoal de segurança o controle do acionamento do sistema de iluminação,

evitando seu desligamento mesmo que não intencional.

8) A iluminação de pontos de controle de entrada deve ser de intensidade suficiente para

permitir aos guardas comparar e identificar os portadores de crachás.

9) A iluminação protetora deve permitir ao pessoal de segurança observar sem serem vistos.

10) Sempre deve prever luzes brilhantes nos olhos do intruso.

11) Deve haver pouca luz nas rotas de patrulha da segurança.

12) A queima de uma ou mais luzes não deve afetar a operação das luzes restantes.

13) A fonte de energia substituta deverá ser adequada para sustentar a iluminação de

segurança de todas as áreas sensíveis e estruturas.

14) O cone de iluminação da fonte de luz deve ser dirigido para baixo e pra longe da estrutura

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ou área protegida e para longe do pessoal de segurança da área.

15) A fonte de luz para iluminar cercaduras de perímetro deve ser localizada suficientemente

dentro da área protegida e acima da cerca de forma que a claridade possa cobrir todo o solo

adjacente à cercadura.

16) Deve prover adequada iluminação até mesmo de áreas limítrofes.

Existem quatro tipos gerais de sistemas de iluminação de segurança:

- Contínuo. É o sistema de iluminação de segurança mais comum e que consiste em

luminárias estacionárias. Há dois métodos primários de empregar iluminação contínua, que são:

1º) Projeção de clarão.

2º) Iluminação controlada.

- Auxiliar. É o sistema de iluminação de segurança no qual as luminárias são estacionárias e

não estão continuamente ligadas.

- Móvel. É o sistema de iluminação de segurança que consiste em holofotes móveis,

manualmente operados. Normalmente é utilizado para complementar iluminação contínua ou

auxiliar.

- De emergência. Utilizado em caso de pane geral dos outros sistemas, duplica os outros três

sistemas citados no todo ou em parte. Seu uso é limitado pela possível falta de energia que pode

ocorrer em casos de emergências ou mesmo por requisitos de atendimento à própria emergência,

que poderá limitar o uso de energia elétrica por questões de segurança. Pode depender grandemente

de fontes de energia alternativa como geradores portáteis ou baterias.

Há vários tipos de iluminação usados para propósitos de segurança:

- Luminárias incandescentes. Proporciona iluminação imediata e pode ser montada de

maneira que a luz seja refletida ou difusa. Um exemplo é a lâmpada incandescente comum.

- Luminárias de descarga gasosa. Possuem a vantagem de serem mais eficientes (menor custo

por lux produzido) que as luzes incandescentes e apresentam excelente desempenho onde há névoa

e cerração. Porém possuem a desvantagem de exigirem de dois a cinco minutos para acender

quando frias e períodos mais longos para reacender quando quentes. Há dois tipos principais:

1º) Luminária a vapor de mercúrio – produz luz azul suave.

2º) Luminárias a vapor de sódio – produz luz amarela suave.

- Luminárias de quartzo: Têm luz branca muito luminosa e acendem rapidamente. São

excelentes para uso ao longo de perímetros e em áreas críticas, mas freqüentemente necessitam ser

usadas em potências muito altas e de grande consumo.

Os tipos descritos acima se apresentam no mercado em três tipos básicos de equipamentos

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com aplicações de segurança:

1) Holofotes.

Direcionais, protejam luz em um raio concentrado com um pouco de difusão. Por serem fixos,

são apropriados para iluminar áreas específicas e para uso em ocasiões que exijam iluminação

longínqua.

2) Fresnels.

Grandes faróis usados para estender a iluminação em faixas longas, horizontais. Eles projetam

uma faixa curta de aproximadamente 180º na horizontal e de 15º a 30º na vertical.

3) Luzes de rua.

Produzem luz difundida, extensamente usada em áreas de estacionamento.

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3.18 - Vigilantes

Emprego de meios humanos.

Podem ser próprios da empresa ou terceirizados, cada solução apresentando vantagens e

desvantagens.

Vantagens de vigilantes próprios:

- Geralmente de melhor padrão, pois, eles recebem salários mais altos.

- Geralmente prestam melhor serviço, pois se sentem como parte do negócio.

- Podem ser treinados para dirigir alguns deveres de segurança mais complexos.

- Apresenta menor rotatividade.

- São mais familiarizados com as instalações que protegem.

-Tendem a ser mais leais à companhia.

Desvantagens de vigilantes próprios:

- Custam mais caro.

- Têm que ter substitutos disponíveis na própria empresa.

Vantagem de vigilantes terceirizados:

- A empresa reduz seus problemas administrativos e de pessoal, reduzindo a carga sobre seu

Departamento de Pessoal.

- A empresa é aliviada das responsabilidades paralelas relacionadas à folha de pagamento.

- A empresa transfere para a contratada a responsabilidade de programar e supervisionar o

pessoal da vigilância.

- A contratada é capaz de fornecer vigilantes extras em curto espaço de tempo quando

necessário.

- A contratada assume os riscos da responsabilidade civil.

Desvantagens de vigilantes terceirizados:

- A empresa perde parte de seu controle sobre a qualificação dos vigilantes.

- Objetivando a redução de seus custos, a contratada pode dar treinamento falho aos

vigilantes.

- Também objetivando a redução de seus custos, a contratada pode utilizar empregados de

baixo salário e, por conseguinte, de baixa qualidade profissional.

- Os vigilantes terceirizados não apresentam lealdade para com a organização.

- Podem apresentar elevado índice de rotatividade, o que inviabiliza qualquer programa de

treinamento implementado pela empresa.

- Podem não estar familiarizados com a planta.

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3.19 - Cães de Guarda

Seu uso vem crescendo ultimamente, pois os custos envolvidos na aquisição, alimentação e

treinamento de cães são bem mais baixos que o custo agregado dos vigilantes que eles podem

substituir.Também eliminam a necessidade de extensas cercas iluminadas, uma vez que cães de

guarda preferem estar na penumbra, apenas com a iluminação natural da lua ou luzes refletidas à

distância.

Apresentam grande vantagem no uso em áreas sujeitas à serração ou fortes chuvas, que

reduzem a visibilidade humana, mas não ofuscam os sentidos dos cães. Vale ressaltar que os cães

podem distinguir entre vários tipos de ruído a uma grande distância, pois sua acuracidade auditiva é

vinte vezes maior que a acuracidade humana e sua acuracidade visual é dez vezes maior que a

humana, não obstante não distinguirem cores e não poderem focar em um objeto específico.

Os cães imprimem também ao sistema de segurança um forte fator dissuasório. Para o

invasor, saber que na escuridão um cão feroz o espreita é no mínimo inquietante.

Os mais apropriados são os da raça Dobermann, Pastor Alemão e Rottweiler.

- Inconvenientes

Para que possa ser efetivo no serviço, um cão deve obedecer a somente uma pessoa, o que

obriga a maior planejamento por parte do Departamento de Pessoal. Normalmente, a empresa

deverá ter mais de uma equipe de cães, cada uma com seu “dono”, por assim dizer. Quando esse

“dono” estiver no seu turno de vigilância, sua equipe estará com ele e as outras estarão descansando

no canil.

Cães não possuem a capacidade de decisão inerente aos humanos. Mas possuem grande

agressividade natural e elevada capacidade de detectar movimento, sons e odores, mesmo na

escuridão. Um bom planejamento deve prever um trabalho em equipe, no qual o uso desses fatores

de força do animal sirva para aumentar a capacidade de detecção, decisão e reação dos seres

humanos encarregados da vigilância.

Por fim, cães necessitam de um grande esforço de treinamento. Mas se treinados para tal e

bem posicionados, poderão detectar um intruso antes que ele atinja os limites externos da empresa,

mesmo no escuro.

Emprego de cães

Antes de decidir sobre o uso de cães de guarda, o profissional de segurança deve levar em

consideração alguns fatores.

- Presença de distúrbios externos.

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A efetividade dos cães de guarda possui uma grande dependência da ausência de distúrbios

externos. Cães de guarda detectam movimentos, sons e odores estranhos, e isso os faz alarmar a

presença de invasores, ou seja, alguém que não está ali normalmente. Sendo assim, eles devem ser

utilizados em ambientes controlados, ou seja, que não varie de forma difusa. O local deve ser livre

de variações descontroladas de movimento, sons e odores para que o animal possa perceber que a

variação vem de um invasor. Quando utilizados em áreas onde tais variações ocorrem, o cão notará

todas elas e não saberá distinguir quando um invasor se aproximar. Nessa situação, seu valor como

cão de guarda se limitará ao efeito psicológico de dissuasão.

- Visibilidade reduzida e escuridão.

Cães de guarda são mais efetivos quando utilizados à noite, em áreas escuras – não em áreas

iluminadas ou durante períodos de visibilidade reduzida. Cães ficam especialmente alerta quando na

escuridão, pois aguçam seus sentidos de audição e olfato, os quais são suas melhores ferramentas

para a detecção de invasores. Se utilizados de dia ou em áreas iluminadas devem patrulhar por rotas

alternativas que busquem as sombras ou permanecer em pontos escuros de onde possam vigiar a

área a ser protegida. Por fim, caso seja necessário que se exponham em áreas iluminadas, mesmo

não sendo seu uso ideal do ponto de vista técnico, sua exposição aumentará o efeito psicológico de

dissuasão sobre potenciais invasores.

- Vento, terreno e clima.

De todos os elementos naturais a serem considerados, o vento é o mais importante. Saber a

direção dominante e sua velocidade afeta sobremaneira a forma de se planejar o uso de cães de

guarda, pois se deve utilizar o cão onde ele possa usar o vento a seu favor para aumentar sua

capacidade de detecção. Isso se torna crítico, pois afeta os dois principais sentidos do animal, o

olfato e a audição. Sendo assim, o melhor uso do fator vento consiste em planejar o uso do cão de

forma que ele possa receber o vento vindo da área a ser vigiada.

Da mesma forma o terreno e suas benfeitorias podem, se bem que em menor escala, interferir

no olfato e audição dos cães, na medida em que podem desviar o sentido original dos ventos e

distorcer e difundir os sons de tal forma que se tornará muito difícil para o cão definir o local exato

da origem dos cheiros ou dos sons, dificultando que ele localize o invasor.

As condições climáticas extremas tais como chuva torrencial, frio intenso, ou ventos muito

fortes também devem ser consideradas, pois tendem a reduzir a capacidade de detecção dos cães.

Em tais condições, o uso de rotas alternativas de patrulha onde o animal possa estar mais abrigado.

É razoável considerar que os cães suportam exposição às intempéries da mesma forma que os

humanos, e que também as mesmas conseqüências. Sendo assim, sob condições extremas, da

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mesma forma que o homem deve se proteger deve proteger também os cães. Por exemplo, sob frio

intenso, da mesma forma que os vigias devem se agasalhar, deve-se considerar a necessidade de

agasalho para os cães, inclusive calçados, caso tenham que caminhar sobre geadas.

- Turno de trabalho.

Normalmente o turno de trabalho dos cães deve ser de quatro horas por quatro de descanso.

Caso se queira planejar turnos maiores,

normalmente os cães se cansam e perdem o

interesse em seis horas. Ainda assim, quando o

vento, o frio ou o calor se torna por demais

agressivo, é‘prudente uma redução no turno de

forma a evitar animais cansados e desinteressados

na ronda.

Na figura ao lado temos um exemplo de

planejamento de uso de cães de guarda.

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4.0 – Planejamento de Segurança Física

Numa visão mais ampla, o planejamento da segurança física visa atingir o propósito de

proteger bens e pessoas, prevenindo, coibindo ou neutralizando ações de agentes agressores que

venham a interferir na rotina da empresa. Devemos arquitetar nossas ações com a finalidade

impedir o avanço dos agentes agressores.

Antes de se iniciar um planejamento de segurança física, há necessidade de se definir:

1) Quais os ativos que vamos proteger (O que protegeremos)?

2) A que riscos esses ativos estão sujeitos (Quanto protegeremos)?

Há também a necessidade de se determinar o grau de risco ao qual o que deve ser protegido

está exposto. Uma empresa localizada em área urbana de alta criminalidade e possui itens de alto

custo para proteger precisará de mais segurança que uma empresa na área rural, onde seja baixa a

criminalidade, e que produza, por exemplo, parafusos.

Normalmente (mas não obrigatoriamente) o planejamento se faz apoiado na teoria dos

círculos concêntricos.

Consideraremos primeiramente a segurança de perímetro. Perímetro significa fronteiras

externas, normalmente os limites da propriedade. Esta será a primeira linha de defesa contra as

invasões. A segurança de perímetro é tipicamente composta fossos ou por cercaduras, apoiada em

iluminação, CFTV e patrulhas. Em alguns casos, especialmente áreas urbanas, as paredes dos

prédios são o perímetro e suas portas e janelas seus acessos. O tipo de barreira física que será

utilizada como primeira linha de proteção dependerá do que se pretende proteger. Por exemplo,

proteger um prédio em área urbana difere significativamente de proteger uma fábrica no campo.

Para o planejamento de uma segurança de perímetro, os seguintes fatores devem ser

considerados:

1°) Sempre que houver um planejamento de perímetro, ele precisa estar de acordo com a

visão geral do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de Segurança.

2°) Perímetros de segurança precisam ter uma relação custo-benefício favorável. Quando o

plano for apresentado, certamente alguém perguntará “Que tipo de retorno teremos com esse

investimento?”.

3°) Muito embora quanto menor o número de entradas no perímetro de segurança mais segura

ele fica, seu planejamento não deve interferir negativamente nos negócios nem na execução do

Plano de Evacuação de Emergência. Fazer segurança significa aumentar o grau de proteção para as

pessoas e equipamentos, e não aumentar o risco.

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4°) Perímetros de segurança têm efeito psicológico sobre invasores em potencial. Eles

sinalizam para os de fora – e para os de dentro também – que há medidas para impedir invasões.

5°) Mesmo com uma boa segurança de perímetro, a possibilidade de uma entrada não

autorizada não deve ser desconsiderada.

6°) Se são encontrados invasores dentro da propriedade, houve fragilidade do perímetro de

segurança. Essa fragilidade deve ser encontrada e corrigida.

7°) O perímetro de segurança deve servir como uma primeira linha de uma série de defesas.

8°) Mercadorias sempre poderão ser atiradas por sobre cercas ou através de janelas. Uma

enorme variedade de coisas sempre poderá ser surrupiada por pessoas a pé ou em veículos

legalmente dentro da propriedade.

9°) O perímetro externo de um prédio, principalmente em áreas urbanas, normalmente são

suas paredes externas.

10°) Zonas limpas. Para permitir vistas livres, os dois lados de uma cercadura deverão estar

limpos, sem obstáculos. Deve existir uma zona vazia de 6 metros ou mais entre a barreira de

perímetro e as estruturas de exterior, áreas de estacionamento, características naturais ou

benfeitorias feitas pelo homem. Da mesma forma, deve existir uma zona vazia de 15 metros ou mais

entre a barreira de perímetro e as estruturas internas. Em caso de cercas duplas, o intervalo entre

elas também deve ser suficientemente grande que impeça que uma cerca seja utilizada como apoio

para ultrapassar a outra.

11°) Barreiras perimetrais estão todo o tempo expostas ao público externo. Deve-se cuidar

bem da sua aparência, bem como da aparência do pessoal das patrulhas e das guaritas.

12°) Barreiras perimetrais devem ser inspecionadas periodicamente, em períodos curtos. Não

se deve esperar encontrar um invasor na ante-sala para saber que a cerca está rompida.

Após considerarmos a segurança perimetral, passaremos para o segundo círculo, tipificado

aqui pelo sistema de fechamento. O propósito básico de um sistema de fechamento é obstruir

entradas não autorizadas em locais já dentro do perímetro da empresa. Tentativas de entrada em

lugares não autorizados – protegidos – ocorrem normalmente pela porta ou pela janela, tanto

externas quanto internas e sistemas de fechamento devem deter o acesso não autorizado de pessoas

de dentro ou de fora da empresa.

Um sistema de fechamento é composto por:

1) A abertura em que a porta será inserida, e seus materiais adjacentes.

2) A moldura que é inserida nesta abertura.

3) A porta, janela, portão ou similar e o material que o constitui.

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4) As dobradiças.

5) A maçaneta e sua lingüeta, ou outro dispositivo similar.

6) O cilindro-mestre.

7) O mecanismo de travamento.

Todas as partes do sistema de fechamento devem receber a mesma atenção.

Se em um sistema de fechamento tem um de seus itens especificado de forma tal que forneça

alto grau de segurança, mas outros itens não o acompanham no mesmo grau, não surte o efeito

esperado e perde-se trabalho e dinheiro.

Atualmente fechaduras apresentam alto grau de sofisticação em relação à segurança oferecida,

mas os outros materiais não. Sendo assim, erros são comuns.

Por fim, passamos à terceira linha de proteção, a proteção interna. A terceira linha de proteção

é aquela que visa o controle interno de acesso e é composta por cofres, armários, porta interna, salas

fortes e similares.

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4.1 - Iniciando o plano

Baseado em um diagnóstico e uma análise de risco, o plano tem como finalidade principal,

propor soluções para a diminuição dos riscos levantados.

Iremos então dimensionar os meios humanos, animais e técnicos a serem utilizados para

alcançar nossos objetivos.

O plano deve estar bem alinhado com a política e objetivos da empresa para que possamos

atingir resultados não só eficazes e eficientes, mas também efetivos.

É interessante iniciar apresentando o conceito à alta direção da empresa mostrando as

conseqüências para a empresa caso o sistema produtivo seja atacado e uma visão histórica de fatos

ocorridos em outras empresas – ou na própria empresa.

Após a apresentação das medidas propostas se deve apresentar de forma honesta à direção que

tipo de problemas as medidas de segurança poderão causar na produtividade e, comparando-se tais

problemas com as conseqüências de possíveis ataques ao sistema produtivo (mostradas no início da

apresentação), uma honesta análise do custo/benefício de tais propostas – que deve ser favorável à

segurança, pois se não for não de deve sequer iniciar a apresentação das propostas de segurança.

O plano deverá retratar todas as preocupações que o executivo de segurança deve ter com

relação à aplicação dos recursos adequados, além da descrição das normas e procedimentos que as

equipes de segurança desempenharão através das normas de cada posto de serviço, respeitando-se

as particularidades existentes em cada setor.

Para que isso aconteça, se faz necessário que todos os envolvidos com a segurança, estejam

bem treinados e integrados com o ambiente de trabalho.

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4.2 - Fatores importantes na elaboração do plano

Primeiro passo:

- Saber atividade principal da empresa;

- Saber as metas e condicionantes do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de

Segurança.

- Conhecer a geografia da região;

- Conhecer a planta da empresa;

- Conhecer o entorno da empresa (proximidade de aeroportos, vias principais, córregos de

água, fontes de distribuição de energia, comunidades etc);

- Relacionar o histórico das ocorrências em outras empresas que residem na área;

- Conhecer as benfeitorias da empresa, inclusive internamente;

- Identificar os pontos vulneráveis (diagnóstico);

- Levantar os riscos (análise de risco).

Após isso:

- Identificar as barreiras necessárias (muros,cercas, portões, controle dos acessos, iluminação

etc), considerando o aproveitamento das barreiras naturais;

- Estabelecer postos de segurança (humana ou animal);

- Estabelecer pontos e controles de acesso;

- Estabelecer procedimentos;

- Levantar efetivo necessário;

- Levantar materiais e equipamentos a serem utilizados;

- Calcular o custo;

- Em função do orçamento, reajustar se for necessário.

- Alinhar os possíveis problemas que as medidas de segurança poderão causar (por exemplo,

aumento do tempo de carga ou descarga, aumento do tempo necessário para os empregados

entrarem ou saírem da empresa etc)

Devemos dar especial atenção aos pontos de maior sensibilidade numa organização que são:

- Controle de acesso, circulação e perímetros;

- Controles internos e identificação;

- Áreas restritas, armazéns e estacionamentos;

- Áreas de carga e descarga.

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4.3 - Esboço de um Plano Operacional de Segurança Física

1. Propósito. Explicita o propósito do plano de forma clara que não permita dúvidas.

2. Área de segurança. Define as áreas, prédios e outras estruturas consideradas críticas e que

mereçam proteção, bem como a prioridade para sua proteção.

3. Medidas de controle. Estabelece restrições para o acesso e movimento nas áreas críticas.

Essas restrições devem ser listadas para pessoal, veículos e carga.

a. Controle de pessoal.

(1) Área. Define controles referentes a cada área ou estrutura considerada individualmente

(a) Autorização de acesso. Quem a possui e emitida por quem.

(b) Critério de acesso para:

i. Empregados da empresa.

ii. Visitantes.

iii.Vendedores.

iv Pessoal de manutenção.

v Pessoal contratado para trabalhos específicos.

vi Outros.

(2) Identificação e controle.

(a) Tipo. Descreve o sistema a ser utilizado em cada área. Se for utilizado um sistema de

crachás, deve conter uma descrição completa sobre todo os aspectos relativos ao acesso de pessoal

nas diversas áreas da empresa e como os crachás permitirão sua visualização rápida.

(b) Aplicação. Deve incluir regras específicas para cada caso baixo.

i. Empregados da empresa.

ii. Visitantes.

iii.Vendedores.

iv. Pessoal de manutenção.

v. Pessoal contratado para trabalhos específicos.

vi. Outros.

b. Controle de material. Deve-se ter em mente que a área de segurança não define normas na

área contábil ou fiscal. A segurança controla se as normas definidas nessas áreas ppr quem de

direito na empresa estão sendo seguidas para evitar perdas por recebimentos ou liberações

indevidas.

(1) Entrada de material.

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(a) Recebimento. Define normas de segurança a serem observadas para recebimento de

material e suprimentos de modo rotineiro.

(b) Controle. Define normas e responsabilidades a respeito da inspeção de segurança sobre o

material que entra na empresa, incluindo toda a documentação necessária para o aceite.

(2) Saída de material.

(a) Carregamento. Define normas de segurança a serem observadas para o carregamento de

produtos de modo rotineiro.

(b) Controles. Define normas e responsabilidades a respeito da inspeção de segurança sobre o

material que sai da empresa, incluindo toda a documentação necessária para a liberação.

(3) Casos especiais. Define normas de segurança a serem observadas para o recebimento ou

carregamento não usuais, em áreas livres ou restritas. Define também a responsabilidade a respeito

da inspeção e liberação, documentação necessária e outros. Normatiza a procura e inspeção de

material caso haja indícios de ameaça, neste caso específico sempre de acordo com a legislação

vigente.

c. Controle de veículos.

(1) Frota da empresa. Define normas para o controle da utilização dos veículos da empresa.

Note-se que as normas para a utilização em si não são definidas pela área de segurança da empresa,

mas pela logística ou outra área equivalente. A segurança controla apenas o uso determinado para

evitar perdas por utilização indevida.

(2) Veículos particulares dos empregados. Define normas para controle de entrada, revista e

saída dos veículos particulares dos empregados da empresa. A revista só poderá ser realizada se de

acordo com a legislação vigente.

(3) Veículos de vendedores, visitantes, contratados e outros veículos. Normas para controle

de entrada, revista e saída, sendo a revista sempre de acordo com a legislação vigente.

(4) Normas para o controle da entrada de veículos em áreas restritas.

(a) Veículos particulares dos empregados.

(b) Frota da empresa.

(c) Veículos de emergência.

(d) Veículos dos vendedores, visitantes, contratados e outros veículos.

d Política e procedimentos para registro de veículos. A política de autorização de entrada

de veículos de empregados da empresa não é, a princípio, definida pela área de segurança, mas pela

área de RH. Aqui essa política é explicitada e são definidas normas para seu cumprimento.

4. Implementação da segurança. Indica de que forma os seguintes itens de segurança serão

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implementados dentro da área da companhia.

a. Barreiras de proteção.

(1) Definições. Descrição de que barreiras estruturais serão criadas ou barreiras naturais serão

aproveitadas, com o propósito de cada uma. Deve-se ter atenção para o fato de que barreiras de

segurança incluem cercaduras, mas não somente cercaduras. Inclui também portas, janelas,

armários, cofres e todo mais que retarde a ação do agressor que já tenha penetrado em qualquer dos

círculos de proteção.

(2) Zonas Limpas.

(a) Critério. Define os critérios utilizados para a definição da largura de cada zona limpa junto

às barreiras e o propósito de cada uma. Define também, no caso específico das cercaduras, se

poderá haver ou qual o tipo de tráfego de pessoas, animais ou veículos permitidos ou aceitáveis, e

em que situações. No caso de portas, janela e similares define se poderá haver trânsito ou

aglomeração de pessoas nas suas proximidades.

(b) Manutenção. Define critérios para a necessidade de manutenção de cada zona limpa tais

como altura máxima que a grama pode alcançar, tipo de material cuja presença seja inaceitável na

zona limpa (escadas ou martelos, por exemplo) etc.

(3) Sinalização.

(a) Visual. Define tipo de placas, avisos, faixas etc, seu tamanho, cores, dizeres, locais de

colocação e em que direção.

(b) Auditiva. Define avisos, que podem ser sistemáticos ou não, no sistema de som interno,

sirene etc.

(4) Portas, janelas e portões.

(a) Abertura e fechamento. Inclui horário para abertura e fechamento, responsabilidade por

seu fechamento, pela verificação do fechamento após o expediente e pela sua abertura. Possui

também instruções sobre o claviculário, sua localização, seu uso e responsabilidade, sobre o

recebimento das chaves, sua guarda e sua entrega. Deve conter instruções claras sobre quem está

autorizado manter chaves próprias de diferentes setores da empresa consigo, sobre quem está

autorizado a receber quais chaves no claviculário, autorizado por qual autoridade e sob quais

circunstâncias (por exemplo, alguém pode estar autorizado a receber uma chave em dias de

trabalho, mas não em feriados).

(b) Requisitos de segurança. Define o tipo e o material a ser utilizado e o motivo - sempre

ligado à segurança. Portas, janelas e portões devem proporcionar o mesmo grau de segurança que as

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cercaduras, armários ou paredes nas quais eles se inserem.

(c) Travas e fechaduras de segurança. Define também o tipo e o material a ser utilizado.

Deve-se ter em mente que as travas e fechaduras devem proporcionar o mesmo grau de segurança

que os portões, portas ou janelas aos quais pertençam.

b. Sistema de Iluminação de Proteção.

(1) Localização, utilização e controle. Define os locais onde será utilizada a iluminação de

segurança, suas características e o que se pretende com sua utilização.

(2) Inspeção. Define rotinas e responsabilidades para a inspeção da iluminação.

(3) Ação a tomar em caso de falta de energia.

(4) Ação a tomar em caso de falha no sistema de geração de energia de emergência.

(5) Sistema de iluminação de emergência.

(a) Fixo.

(b) Portátil.

c. Sistema de detecção de intrusão.

(1) Localização, utilização e controle. Define os locais onde serão utilizados, suas

características e o que se pretende com sua utilização.

(2) Inspeção. Define rotinas e responsabilidades para a inspeção do seu funcionamento.

(3) Uso e monitoração. Define procedimentos para sua utilização e responsabilidades para

monitoração dos painéis.

(4) Ações a serem tomadas em caso de acionamento do alarme.

(5) Manutenção. Define rotinas de manutenção.

(6) Registros de alarmes. Define procedimentos de catalogação e arquivamento dos alarmes

ocorridos e as providências tomadas. Deve-se atentar para a formatação dos dados, que deve ser de

tal forma que possam vir a ser utilizados posteriormente em juízo, se for o caso.

(7) Locais sensíveis. Define os locais sensíveis da empresa onde deverá ser dada maior

atenção.

(8) Previsão de falhas e interferências. Define regras e procedimentos caso haja falhas ou

interferências nos equipamentos.

(9) Localização do Painel Monitoração.

d. Comunicações.

(1) Localização. Define a localização e os usuários dos postos-rádio fixos, e usuários dos

postos móveis (incluindo telefonia móvel), localização e usuários dos telefones fixos.

(2) Uso. Define o uso que será dado ao sistema, evitando a sua sobrecarga.

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(3) Teste. Define rotinas e responsabilidades de testes do sistema.

(4) Autenticação. Define métodos de autenticação.

5. Forças da Segurança. Inclui instruções gerais do que se aplica para todos os agentes de

segurança (em postos fixos ou rondantes).

a. Composição e organização.

b. Turnos de trabalho.

c. Rotas e postos essenciais.

d. Armamento e equipamento.

e. Treinamento.

f. Utilização de cães de guarda.

g. Forças reservas de segurança.

(1) Composição.

(2) Propósito ou missão.

(3) Armamento e equipamento.

(4) Localização.

(5) Conceito de utilização.

6. Plano de contingência. Caso haja falha geral do sistema.

7. Uso de observação aérea. Mais relacionado a grandes propriedades, se for utilizada a

observação aérea (helicópteros, aviões ou veículos aéreos não-tripulados) devem ser estabelecidas

normas, procedimentos e responsabilidades.

8. Instruções para coordenação. Torna explícito o que for necessário para coordenação com

outras agências de segurança, públicas ou privadas, por exemplo, Corpo de Bombeiros, Polícia

Militar, Polícia Civil, Defesa Civil ou mesmo com a gerência de segurança de outras empresas

visando o apoio mútuo.

a. Integração com o conceito de emprego e as necessidades de apoio dessas agências.

b. Ligação e coordenação.

(1) Autoridades locais.

(2) Elementos locais de apoio.

9. Sanções. Normalmente estabelecidas pelo setor de RH, explicitam as sanções

administrativas e legais passíveis de serem aplicadas em caso de descumprimento das normas e

procedimentos estabelecidos.

10. Custos. Uma descrição dos custos da implantação do plano e de sua manutenção (custo

inicial e mensal).

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Anexos.

Normas e procedimentos. As normas e procedimentos citadas no corpo do plano, se

extensas, poderão ser colocadas em anexo.

Planta baixa da empresa com sua compartimentação.

Planta do sistema de barreiras.

Planta de iluminação.

Planta de sensores e CFTV.

Crachás

Plano de comunicações.

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4.4 - Implantação do Plano

Esta é uma das partes mais sensíveis, pois neste momento teremos que mobilizar toda a

empresa, tanto pessoal da área de segurança como de todos os outros departamentos e setores. Este

é o momento em que é posto em prática tudo aquilo que foi previsto. Porém precisamos lembrar que

o sistema de segurança vai ser utilizado por todos os funcionários da empresa e, para que isso

realmente ocorra, o sistema deve ser cômodo para todos e deve ser divulgado antes do início de sua

implementação até que pelo menos a maior parte da resistência seja quebrada.

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4.5 - Controle

Deve ser feito por meio de indicadores, os quais devem ser escolhidos criteriosamente de

forma a permitir uma visão correta dos efeitos causados pelo plano. Por exemplo, pode-se utilizar

uma caixa de sugestões para verificar a satisfação dos clientes internos com os sistemas

implantados. Deve-se ter especial atenção com indicadores que tenham influência direta na

lucratividade da empresa (tais como aumento de casos de recuperação de material roubado por

empregados, a diminuição de tentativas de invasão etc).

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4.6 - Avaliação

A avaliação dará à área operacional a possibilidade de acompanhar o desempenho do Plano de

Segurança. Esta ferramenta deverá retratar a aplicação dos processos elaborados, com a finalidade

de medir se o que foi planejado está sendo executado, e se a execução está com o retorno desejado.

Caso contrário, ele deverá ser reajustado. Note-se que a avaliação não deve ser superficial nem

precipitada. O aumento de casos de recuperação de material roubado por empregados por si só não

é concludente. Mas se comparado com o relatório do setor de produção informando que a

quantidade de material agregado por unidade produzida diminuiu (e, portanto, o custo unitário do

produto reduziu) sem que ocorresse qualquer mudança processual na produção, aí sim se torna

significativo. Na avaliação deve-se ter em mente que o objetivo final da segurança é diminuir

perdas, o que proporcionará um aumento dos lucros.

Um Plano de Segurança Física deve também considerar a maneira de agir dos agressores. As

características das cercaduras, patrulhas, alarmes, fechaduras, janelas e portas devem ser estudadas

pelo pessoal da segurança – para impedir invasões – na medida do possível com a mesma visão dos

possíveis agressores – para tentar invasões. Colocando-se na posição do agressor, pode-se vir a ter a

sua perspectiva, o que ajudará em muito o planejamento das defesas. Agressores normalmente

decidem se tentarão ou não um crime contra aquele local após responder aos seguintes

questionamentos:

1°) É fácil entrar?

2°) O quanto o alvo parece atrativo, vulnerável ou visível?

3°) Quais as chances de ser visto?

4°) Se visto, haverá reação contrária?

5°) Há uma rota de fuga rápida?

Caso seu plano não passe no teste acima, refaça-o antes de iniciar sua implementação.

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Leitura recomendada BARRAL, Jean, LANGELAAN, George. Espionagem Industrial. 3ed. Rio de Janeiro: Agents Editores, 1977. BINTLIFF, Russell L. The Complete Manual of Corporate and Industrial Security. 1ed. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1992. BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Planejamento da Segurança Empresarial. 1ed. São Paulo: Cia das Artes, 1999. BRODER, James F. Risk Analysis and the Security Survey. 1ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-Heinemann, 1984. CONSTERDINE, Peter. The Modern Bodyguard. 1ed. Leeds, United Kingdom: Protection Publications, 1995. FISCHER, Robert J., GREEN, Gion. Introduction to Security. 6ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-Heinemann, 1998. PURPURA, Philip P. Security and Loss Prevention. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-Heinemann, 1998. SENNEWALD, Charles A. Effective Security Management. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-Heinemann, 1998.