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 FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE AGRONOMIA TECNOLOGIA PARA APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍ ÍCOLAS Prof. Dr. Suedêmio de Lima Silva Cascavel – PR 2005

Apostila Tecnologia Aplicação de Defensivos

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FACULDADE ASSIS GURGACZCURSO DE AGRONOMIA

TTEECCNNOOLLOOGGIIAA PPAARRAA AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDEE DDEEFFEENNSSIIVVOOSS AAGGRRÍ Í CCOOLLAASS Prof. Dr. Suedêmio de Lima Silva

Cascavel – PR2005

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ÍNDICE

1  APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS............... ........... ...... .......... .......... ........... . ........... ........... .......... ....... .. 4 

1.1  INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................4 1.2  CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................................... 4 1.3  VOCABULÁRIO BÁSICO.................................................................................................................. 5 1.4  FATORES QUE AFETAM  A  PULVERIZAÇÃO..............................................................................6 1.5  TIPOS DE PERDAS .................................................................................................................. 7 1.6  COBERTURA DO ALVO ............................................................................................................ 7 1.7  DENSIDADE DE COBERTURA .................................................................................................. 8 1.8  MOMENTO ..............................................................................................................................8 1.9  EFICÁCIA ................................................................................................................................ 8 1.10  COMPOSIÇÃO DAS FORMULAÇÕES........................................................................................ 8 

2  EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S) .......... ........... .......... . ........... ........... .......... ..... 9 

2.1  USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ...............................................................................9 

3  MEDIDAS GERAIS PARA MANUSEIO DE AGROTÓXICOS.... ........... ........... ...... ........ ....... ....... ........ 10 

4  GOTAS ......................................................................................................................................... 1 

4.1  ESPECTRO DE GOTAS.......................................................................................................... 11 4.2  DIÂMETRO  MEDIANO VOLUMÉTRICO (DMV) E  DIÂMETRO MEDIANO NUMÉRICO (DMN) .......... 11 4.3  DENSIDADE DE GOTAS......................................................................................................... 12 4.4  DINÂMICA DAS GOTAS.......................................................................................................... 13 4.5  EFEITO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS.................................................................................. 14 

5  BICOS PULVERIZADORES ........... ........... .......... .......... ........... ........... .......... ........... ........... ............ 15 

5.1  PRINCIPAIS TIPOS DE BICOS PULVERIZADORES........ ........... ........... .. ........... ........... .......... ... 15 5.2  CARACTERÍSTICAS QUE INFLUENCIAM  A FORMAÇÃO DAS GOTAS.................................. ..... 15 

5.3  CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE BICOS HIDRÁULICOS - FORMAÇÃO DAS GOTAS ........................ 15 5.3.1  Bico leque .......................................................................................................................... 16  5.3.2   Bico cone: .......................................................................................................................... 16  

5.4  BICOS PARA APLICAÇÃO EM ÁREA TOTAL........................................................................................ 16 5.5  BICOS PARA APLICAÇÃO EM FAIXAS E JATO DIR IGIDO......................................................................... 16 5.6  RECOMENDAÇÕES ÚTEIS PARA APLICAÇÕES EM FAIXAS..................................................................... 16 5.7  BICOS DE ENERGIA GASOSA ................................................................................................ 17 5.8  BICOS DE ENERGIA CENTRÍFUGA ......................................................................................... 17 5.9  BICOS DE ENERGIA CINÉTICA ............................................................................................... 17 5.10  BICOS DE ENERGIA TÉRMICA................................................................................................ 17 5.11  AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DOS  BICOS ......................................................................... 17 

6  PULVERIZADORES DE BARRAS........ .......... ........... ... ........... ........... .......... .......... ........... ........... .... 17 6.1  TANQUE .................................................................................................................................. 18 6.2  BOMBA ................................................................................................................................... 19 6.3  BICOS HIDRÁULICOS ................................................................................................................... 19 

6.3.1  Bico de jato em leque.......................................................................................................... 19  6.3.2   Bico de jato em cone vazio.................................................................................................. 21 6.3.3   Bico de jato em cone cheio................................................................................................. . 22  6.3.4   Bico de impacto ou deflexão........ ........... ........... .. ........... ........... .......... ........... ........... .......... . 23  

6.4  FILTROS .................................................................................................................................. 24 

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6.5  VÁLVULA REGULADORA DE PRESSÃO ............................................................................................. 24 6.6  REGISTROS DE ACIONAMENTO DAS SEÇÕES DA BARRA ...................................................................... 25 6.7  BARRAS DE PULVERIZAÇÃO ......................................................................................................... 25 6.8  AJUSTE PARA O TRABALHO ......................................................................................................... 26 

6.8.1  Acoplamento....................................................................................................................... 26  6.8.2   Montagem das barras e bicos .............................................................................................. 26  6.8.3   Pressão de trabalho ............................................................................................................ 26  

7  OPERAÇÃO NO CAMPO.............. ........... ....... .......... ........... ........... .......... ........... ........... ................ 27 

7.1  SOBREPOSIÇÃO DAS PASSAGENS ................................................................................................. 27 7.2  REABASTECIMENTO.................................................................................................................... 27 

8  CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR.......... .......... ........... . ........... ........... .......... ........... .......... ........... 27 

8.1  ESCOLHA DO TIPO DE BICO........................................................................................................... 27 Parâmetros:.......................................................................................................................................................................27 

8.2  ESCOLHA DA FAIXA DE PRESSÃO PARA O TRABALHO......................................................................... 27 8.3  VERIFICAÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE BICOS.................................................................................. 27 8.4  DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE TRABALHO ................................................................................ 27 8.5  CÁLCULO DA VAZÃO NECESSÁRIA POR BICO .................................................................................... 28 8.6  LOCALIZAÇÃO DO BICO NA TABELA ............................................................................................... 28 8.7  CALIBRAÇÃO............................................................................................................................ 28 8.8  PREPARO DA CALDA .................................................................................................................. 28 8.9  DETERMINAÇÃO DE OUTROS FATORES ............................................................................................ 28 8.10  EXEMPLO: APLICAÇÃO DE UM HERBICIDA EM PRÉ-EMERGÊNCIA .............................................................. 28 

9  SISTEMAS DOSADORES .............................................................................................................. 29 

9.1  SISTEMAS  COM VAZÃO PROPORCIONAL A VELOCIDADE  DE DESLOCAMENTO........... ....... ... 30 9.2  SISTEMA CONTROLADORES  DA DOSE  DE APLICAÇÃO ......................................................... 30 

10  REGULAGEM DE PULVERIZADORES DE BARRA – ROTEIRO PRÁTICO.... .... .... .... .... .... .... .... ... ... 31 

10.1  COMO EFETUAR A  CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR ........... ........... .......... ........... ............ ..... 31 10.2  CÁLCULO.............................................................................................................................. 31 

10.2.1  Método teórico................................................................................................................. 31 10.2.2   Método prático................................................................................................................. 31 

11  LITERATURA CONSULTADA .......... .......... ........... . ........... ........... .......... ........... .......... ........... ..... 33 

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1 APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS

1.1 INTRODUÇÃO Com a expansão da agricultura surgiu a necessidade de empregarem-se defensivos

agrícolas os quais, eventualmente, podem causar danos ao homem e ambiente, além de elevaremo custo de produção.

Evidentemente, o uso adequado desses produtos não é a solução para todos osproblemas, mas é a condição básica para a proteção do homem, das culturas, dos animais e domeio-ambiente comum a todos. Além disso, o uso adequado é a melhor forma do produtor usufruirde todos os benefícios que esses produtos lhe proporcionam.

O objetivo da aplicação de defensivos agrícolas é o controle econômico de pragas eplantas invasoras (daninhas), através da distribuição da exata quantidade de defensivo, veiculadoem gotas que possibilitem uma distribuição relativamente uniforme colocadas no “alvo” requerido.

A tecnologia de aplicação consiste no emprego do conhecimento científico visando acolocação do produto ativo no alvo sem contaminação, de forma econômica e em quantidadesuficiente (MATUO, 1990). A abordagem dos aspectos básicos, afetos às técnicas de aplicação. se

faz necessária para a construção de uma sólida base de conhecimentos. A partir dessa base asdemais discussões são possíveis e mais produtivas.Entende-se por tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, o emprego de todos os

conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativono alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação deoutras áreas.

Agrotóxico, segundo definição em BRASIL (1990), são os produtos químicos destinados

ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, naspastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e tambémde ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ouda fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como

substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidoresde crescimento.

Da mesma forma, o referido decreto define agente biológico de controle o organismo

vivo, de ocorrência natural ou obtido através de manipulação genética, introduzido no ambientepara o controle de uma população ou de atividades biológicas de outro organismo vivo consideradonocivo.

1.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS Quando se fala em uso de defensivos agrícolas, é muito comum citarmos as palavras

PULVERIZAÇÃO e APLICAÇÃO e, na maioria das vezes, esses termos são usados comosinônimos. Porém, quando se analisa detalhadamente o aspecto técnico, verificamos que, a

princípio, são duas coisas completamente diferentes.

Pulverização: É um processo mecânico de geração de um grande número de pequenas

partículas (gotas) de uma calda (mistura, suspensão ou diluição) de uma formulação comercial deproduto químico em um líquido, geralmente água, colocada no tanque da máquina. É por isso queessa máquina se chama PULVERIZADOR. A intenção de se produzir pequenas gotas é conseguiro máximo de cobertura da superfície-alvo (solo, folhas da cultura, folha da planta invasoras(daninha), etc.) com o mínimo volume possível de calda. Teoricamente, quanto menores forem asgotas, conseguimos aumentar a cobertura do alvo com o mesmo volume de calda. Por outro lado,

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para um mesmo grau de cobertura do alvo, gotas menores possibilitam o uso de um menorvolume de calda por área tratada.

Aplicação: É o processo de se colocar o produto químico no alvo. Teoricamente, quanto maior aquantidade de produto depositada naquela superfície, maior poderá ser a sua ação. Desta forma,uma aplicação de um determinado produto químico pode ser valorada em termos de eficiência,que é a relação percentual entre a quantidade de produto depositada no alvo e a quantidade deproduto emitida pela máquina.

De acordo com as definições acima, vemos que elas tem uma ligação bastante íntimacom o processo de pulverização. Uma vez que se pretende obter o máximo de efeito do produto,teoricamente, isto será alcançado quando, tudo o que for emitido pela máquina, isto é, toda apulverização efetuada seja depositada no alvo.

Baseada nesse conceito, a técnica para um bom controle das pragas está em se colocara máxima quantidade de produto no alvo com o mínimo de quantidade possível emitida pelamáquina.

1.3 VOCABULÁRIO BÁSICO Alvo: organismo escolhido para ser atingido pela pulverização (planta ou parte, inseto, solo, etc.)

Calda: líquido homogêneo na concentração para pulverização resultante da mistura de um produtofitosanitário e um diluente (água).

Calibração: determinação da taxa de aplicação de um equipamento.

Cobertura: parte da área-alvo coberta pelo produto aplicado, expressa em porcentagem.Deriva: desvio da trajetória das gotas pulverizadas, da faixa pretendida para a pulverização.

Diluente: Gás, líquido ou sólido, usado para reduzir a concentração do ingrediente ativo de uma

formulação para aplicação. Dosagem: relação ou razão entre uma dose, expressa em quantidade de material por unidade de

peso, comprimento, área ou volume.Dose:quantidade de qualquer produto fitosanitário, expresso em peso ou volume.Depósito: quantidade de defensivo agrícola coletado pelo alvo.

Endoderiva: movimento de partículas distribuídas dentro da área a ser intencionalmente atingida.

Exoderiva:movimento de partículas distribuídas fora da área a ser intencionalmente atingida.Eficácia:capacidade de produzir um efeito desejado.

Faixa de aplicação: largura da área tratada relativa a uma passada do equipamento aplicador.

Faixa tratada por bico: faixa de terreno coberta com calda por bico em cada passagem dopulverizador.

Pressão: força aplicada a uma superfície de área kg/cm2 ou lb/pol2.

Taxa de aplicação: quantidade de qualquer material aplicado por unidade de comprimento,superfície ou volume.

Tratamento fitossanitário: operação envolvendo uma ou mais aplicações de produtos ou

processos químicos, físicos, mecânicos ou biológicos, para defesafitossanitária.

Vazão: quantidade em volume de defensivo e solvente (mistura) aplicada por unidade de tempo

(l/min).Volume de pulverização: correspondente ao volume total da mistura do produto fitossanitário

mais solvente, aplicado por unidade de área (l/ha).

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1.4 FATORES QUE AFETAM A PULVERIZAÇÃO Alvo Biológico: Considera-se como alvo biológico, o agente causal de doenças (bactérias, vírus,

fungos, etc.), a planta invasora/daninha (incluindo sementes) que competem ou prejudicam omanejo da cultura e o inseto ou animal que se alimenta da planta, causando dano econômico.

É fundamental para a adoção e eficácia de um método de controle o conhecimento daespécie de organismo que pretende-se atacar. Os patógenos, plantas invasoras (daninhas) epragas possuem hábitos ou características de desenvolvimento que em determinado momentosão mais sensíveis ao método de controle adotado. O potencial de dano e de proliferação doagente prejudicial, associado a capacidade de reação das plantas e efeito de elementos climáticossão úteis para a escolha do método de controle a ser adotado.

Alguns agentes são estáticas como as plantas invasoras (daninhas), outros comoinsetos, movimentam-se ativamente (lagartas, percevejos e ácaros) ou infestam as plantas comoos patógenos e nematoides.Solo: Tipo de solo, textura, granulometria, relevo, teor de água, características químicas, restos

vegetais e nível de infestação por plantas invasoras (daninhas).Insetos: Estágio de desenvolvimento, hábito (noturno/diurno, isolados, coletivos, etc.) localização

(folha, caule, raízes, solo, voadores, etc.) e nível de infestação.Doenças: Forma de propagação, estágio de desenvolvimento da doença e nível de infestação.

Folhas e outros órgãos da planta (invasora/cultura): Estágio de desenvolvimento, cerosidade,pilosidade, rugosidade, face (superior/inferior) e posição das folhas. (Ex. fototropismo, deflexão emfunção do fluxo de ar do pulverizador, etc.).Relação defensivo / alvo: Tamanho das partículas (sólidos), tamanho de gotas, tensãosuperficial, ângulo de incidência da gota, forma de ação (sistêmico/contato –translocação/redistribuição), presença de espalhantes, etc.Volume de aplicação: Volume de calda aplicada por hectare deve estar relacionado com o tipo dealvo a ser atingido, cobertura necessária, forma de ação dos defensivos e técnicas de aplicação,entre outros fatores.

Denominação para o volume de calda (l/ha) Culturas Árvores e arbustosAlto volume > 600 > 1000Médio volume 200 – 600 500 – 1000Baixo volume 50 – 200 200 – 500Muito baixo volume 5 – 50 50 – 200Ultra baixo volume < 5 < 50

Clima: Além de ser um fator limitante para o desenvolvimento de uma cultura, influi diretamente nocontrole das pragas e moléstias, uma vez que determina as condições ambientais existente.

Princípio ativo: É o produto que efetivamente irá agir contra a “praga”, ou seja, biologicamenteativo para o controle do nosso alvo biológico. Normalmente o princípio ativo apresenta-se diluídoem algum produto inerte para se obter a distribuição uniforme do mesmo sobre a superfície a sertratada.Veículo ou Diluente : É o material inerte ao qual é misturado o produto fitosanitário parapulverização. Os veículos podem ser líquidos como a água, óleo, etc. Uma aplicação de defensivodeve procurar utilizar a menor quantidade possível de veículo, uma vez que este é um materialinerte, mas tem um custo para o transporte, diluição aplicação, etc.Operador: Operador é o principal fator a ser considerado na aplicação de produtos fitosanitários.

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Toda e qualquer agressão desnecessária ao meio ambiente, com aplicação incorreta dos produtosfitosanitários, irá refletir-se no bem estar do próprio ser humano. O homem é o gestor do processode aplicação.Máquina agrícola: As máquinas agrícolas tem por função levar o defensivo agrícola até o alvobiológico. O sucesso do tratamento realizado medido pelo grau de controle, dependerá daregulagem, manutenção e características operacionais da máquina utilizada. Segundo RUMKERet al. (1974), a perda de defensivos por deriva, volatilização e lixiviação podem chegar a 55%.

1.5 TIPOS DE PERDAS DERIVA: desvio do produto aplicado, fazendo com que este não atingida o alvo da aplicação. O

movimento das massas de ar (ventos) e o tamanho das gotas são os fatores que influenciam aderiva. Quanto maior a intensidade dos ventos e menores forem as gotas produzidos, maior será aquantidade de gotas desviadas do alvo. Uma vez que a intensidade dos ventos é um fator nãocontrolado pelo operador, cabe a ele administrar a operação no sentido de produzir umapulverização que tenha a menor quantidade possível de gotas deriváveis.ENDODERIVA: perda do produto dentro dos domínios da planta (Ex. escorrimento causado por

excesso de calda ou gotas muito grandes).EXODERIVA: perda do produto fora dos domínios da planta (Ex. gotas muito pequenas levadas

por correntes de ar).EVAPORAÇÃO: a água é usada na maioria das vezes como agente de diluição do produto

químico, formando a calda. A água facilmente sofre o processo de evaporação, contribuindo paraisso o tamanho da gota e a umidade relativa do ar: quanto menor for a gota e menor o índice daumidade relativa do ar, maior será a quantidade de pequenas gotas que se dispensam (por seremleves) e depois “desaparecem” antes de atingir o alvo. Uma gota de calda é constituída de água,que se evapora, mais uma pequena quantidade de produto químico que ficará em suspensão noar, sendo arrastadas pelas correntes horizontais e de convecção. Como a intensidade do vento e aumidade relativa do ar influem na quantidade de perdas, é importante que esses fatores sejam

monitoradas pelo operador e, em função do tipo de pulverização produzida pela máquina, saberquais os limites tecnicamente permitidos para executar um trabalho eficiente e seguro.

1.6 COBERTURA DO ALVO Se o resultado do produto químico es tá ligado àquantidade depositada no alvo, como

esse alvo deve ser atingido pela pulverização? Qual a intensidade de cobertura que esse alvonecessita? As respostas, que qualificarão a APLICAÇÃO, serão dadas em função do tipo deproduto que estamos usando (seu modo de ação) e do alvo (tamanho, forma, exposição,capacidade de retenção) que se pretende atingir. Quando se trata de uma aplicação de herbicidasde solo (em pré-plantio incorporado ou em pré-emergência), as gotas podem ser maiores e adensidade de cobertura não precisa ser muito grande, pois a água do solo se encarregará daposterior redistribuição. Quando o alvo é uma superfície foliar e o produto tem uma ação decontato, então a densidade de cobertura tem que ser maior. Um produto foliar de ação sistêmica jásuporta uma distribuição de densidade um pouco menor, desde que a quantidade depositadanesse alvo seja suficiente para o seu funcionamento. Independentemente da densidade, acobertura do alvo tem que ser uniforme, isto é, ter a mesma quantidade de produto em toda asuperfície desse alvo, seja em uma folha individual, as folhas de uma planta, as plantas de umacultura ou a superfície do solo de toda a área tratada.

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1.7 DENSIDADE DE COBERTURAO grau ou a densidade de cobertura necessária é função da integração produto-alvo. Na

prática, a densidade de cobertura é dada em gotas por centímetro quadrado, por ser a maneiramais fácil de quantificar, muito embora o correto seja a quantidade de princípio ativo por área.

1.8 MOMENTO Uma boa aplicação, isto é, maior quantidade no alvo, significa maior eficiência no

processo de transferência do produto da máquina ao local de funcionamento. Entretanto, um outrofator de muita importância deve ser levado em conta: o momento dessa aplicação, isto é, quando apraga está mais exposta e mais susceptível ao produto e num grau de infestação que justifique ocusto da aplicação pelos danos reais e/ou potenciais causados à cultura. A esse aspecto domomento, pode ser incluída também a condição atmosférica na hora da aplicação, pois não sãoraras as vezes em que essas condições não são ideais ou se modificam durante o trabalho,exigindo alterações significativas no processo de pulverização.

1.9 EFICÁCIA

A eliminação dos efeitos da praga em uma determinada cultura, que pode ser definidacomo a EFICÁCIA de um tratamento fitosanitário, é o resultado final do processo que envolve osseguintes aspectos: a identificação e o estudo do comportamento da praga para se determinar omelhor alvo; o conhecimento da máquina para prepará-la a produzir a pulverização adequada emfunção do tamanho de gota que tenha a menor perda possível e o máximo de cobertura (ou acobertura mínima que o produto exige).

1.10 COMPOSIÇÃO DAS FORMULAÇÕES As formulações, quanto à forma de uso, podem ser classificadas em:

Formulação pré-mistura: são formulações que necessitam ser diluídas até uma concentração

adequada, no ato da aplicação. Via de regra, essa diluição se faz com adição de água (ex. Pó

Molhável, Concentrado Emulsionável).Formulação de pronto uso: são formulações cuja concentração já está adequada para a

aplicação em campo, (ex. Granulados, Ultra Baixo Volume).Os agrotóxicos para serem formulados necessitam ou são compostos basicamente por

um princípio ativo, ingredientes inertes e adjuvantes.Os princípios ativos ou ingredientes ativos são as substâncias químicas ou

biológicas que dão a eficácia aos produtos (agrotóxicos ou agentes biológicos de controle), ou,segundo a definição de BRASIL (1990), é a substância, produto ou agente resultante de processosde natureza química, física ou biológica, empregados para conferir eficácia aos agrotóxicos eafins.

Os ingredientes inertes são a fração não ativa dos produtos técnicos, são as

substâncias utilizadas como diluentes ou veículos para a manipulação dos produtos técnicos ouprincípios ativos de um agrotóxico. Podem ser dos mais diversos tipos como, por exemplo, talco,apatita, bentonita, calcita, argila calcinada, enxofre, dolomita, montmorilonita, diluentes vegetaiscomo polpas, farinhas, etc.

Adjuvantes são substâncias usadas para imprimir as características desejadas às

formulações. Os principais adjuvantes são:a) emulsificantes: substâncias utilizadas para estabilizar uma emulsão, que diminuem a tensãointerfacial entre as duas fases líquidas;

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b) agentes umectantes: tem a função de molhar, umedecer, com a substância que se dilui;c) dispersantes: separar, espalhar, fazer ir para diferentes partes;

d) espalhantes adesivos: diminuem a tensão superficial das gotículas, diminuindo o ângulo decontato das gotas com a superfície e, consequentemente, aumentando a superfície molhada comum mesmo volume; ao mesmo tempo promovem a aderência, cola, união do produto ao alvo

desejado.e) desodorizantes: ou desodorantes, servem para tirar o odor, ou o mau odor.f) estabilizantes: tornam estável uma solução;

g) antiespumantes: impedem a formação excessiva de espuma na calda;

h) surfactantes: substâncias que alteram as propriedades da superfície de um líquido ou dainterface de um sólido e de um líquido, para que não reste nenhuma área sem molhamento.i) corantes: servem para detectar a presença do produto tóxico.

2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S)

A legislação brasileira denomina Agrotóxicos os produtos químicos de uso fitossanitário(agricultura) e domissanitários (ambiente doméstico).

Desta maneira, devemos classificar os produtos químicos, de acordo com o uso, em:1 – Antropotóxicos: controlam pragas e doenças do homem.

- Inseticidas- Acaricidas- Fungicidas- Vermífugos- Bactericidas

2 – Zootóxicos: controlam pragas e doenças dos animais

- Inseticidas

- Acaricidas- Fungicidas- Vermífugos- Bactericidas

3 – Agrotóxicos: controlam pragas e doenças das plantas (uso fitossanitário) e pragas em

ambientes domésticos (domissanitários).- Inseticidas- Fungicidas- Acaricidas- Herbicidas

2.1 USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUALA proteção ao aplicador através do uso de vestimentas protetoras parte da premissa de

que um produto somente poderá manifestar qualquer ação tóxica, se conseguir penetrar noorganismo do trabalhador. A função da roupa protetora, portanto, é a de impedir a penetração doproduto no corpo do trabalhador.

Os defensivos agrícolas tornam-se perigosos quando não usados apropriadamente. Osusuários devem ser informados e esclarecidos sobre os riscos potenciais dos produtos que vãoutilizar e as precauções que devem tomar para a prevenção desses riscos. Embora o ponto

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essencial seja evitar as intoxicações humanas e dos animais domésticos, os aplicadores devemestar alertados sobre sua responsabilidade em evitar a contaminação do meio-ambiente.

São três as vias de entrada de produtos químicos no organismo humano:- Cutânea (dérmica): absorção do produto através da pele, sendo que neste caso a penetração

poderá ser facilitada pela presença de cortes ou abrasões nela existente;- digestiva (oral);- respiração.

O contato na pele (via dérmica) é a causa mais freqüente nas intoxicações pordefensivos agrícolas, sendo responsável por 97 a 99,9%. Isto pode ocorrer não apenas através docontato direto do produto com a pele (salpicos, derramamentos) mas também através do uso deroupas contaminadas ou pela exposição continuada à pulverização ou mesmo polvilhamento dodefensivo. Os produtos químicos passam prontamente da vestimenta para a pele e podempenetrar no corpo mesmo que a pele esteja sadia, sem cortes e abrasões.

Cuidados especiais devem ser tomados no tempo de calor, pois a transpiração faz a peleaumentar a absorção.

A entrada pela boca (via oral) pode ser particularmente perigosa, mas são simples as

medidas de prevenção:Não coma, beba ou fume com as mãos contaminadas por defensivos. Sempre lave bemas mãos e mesmo os braços com água e sabão, depois de manusear ou usar defensivos.

Não guarde defensivos em garrafas de bebidas, de alimentos e de medicamentos, ououtros recipientes de alimentos. Os defensivos devem permanecer sempre em suas embalagensoriginais.

Não transporte ou armazene defensivos juntamente com alimentos e medicamentos, paraevitar contaminação.

Mantenha também afastadas dos alimentos as iscas raticidas e as sementes tratadascom defensivos, para evitar um consumo acidental.

A via respiratória é a Segunda em ordem de importância. Em todas as aplicações em

que se tem o produto sob a forma de gás ou vapor, ou quando se tem partículas líquidas e sólidasem suspensão no ar, há a probabilidade de penetração do produto via respiratória.

Poucos líquidos para pulverização e os pós são capazes de passar ao longo do nariz atéos pulmões, mas é boa prática evitar respirar também outras formulações. Além disso, assegure-se de uma ventilação plena quando manuseando defensivos e use respiradores quando houveresta indicação.

3 MEDIDAS GERAIS PARA MANUSEIO DE AGROTÓXICOS- Leia e siga as instruções do rótulo;- Durante a manipulação, preparação da calda ou aplicação, use macacão com mangas

compridas, botas, chapéu, luvas e máscara;- Mantenha o produto afastado de crianças e animais domésticos;- Evite comer, beber ou fumar durante o manuseio ou aplicação de produto;- Mantenha o produto afastado de alimentos ou de ração animal;- Não contamine lagos, fontes, rios e demais coleções de água, lavando as embalagens ou

aparelhagem aplicadora, bem como, lançando-lhes seus restos;- Mantenha a embalagem original sempre fechada e em lugar seco e ventilado;- Mantenha a embalagem original sempre fechada e em lugar seco e ventilado;- Mantenha afastado das áreas de aplicação, crianças, animais domésticos e pessoas

desprotegidas por um período de 7 dias após a aplicação do produto;

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- Não utilize equipamentos com vazamentos;- Não desentupa bicos, orifícios, válvulas, tubulações, etc., com a boca;- Uso exclusivamente agrícola;- Após a utilização do produto, remova as roupas protetoras e tome banho;- Não dê nada por via oral a uma pessoa inconsciente;- Distribua o produto da própria embalagem, sem contato manual;- Procure imediatamente assistência médica em qualquer caso de suspeita de intoxicação;- Aplique somente as doses recomendadas;- Não distribua o produto com as mãos desprotegidas, use luvas impermeáveis;- Mantenha a embalagem longe do fogo;- Não aplique o produto na presença de ventos fortes ou nas horas mais quentes;- Evite contato com a pele. Caso isso aconteça, lave as partes atingidas imediatamente com

água e sabão em abundância e se houver sinais de irritação procurar imediatamenteassistência médica;

- Evite contato com os olhos. Caso isso aconteça, lave-os imediatamente com água correntedurante 15 minutos e se houver irritação, procure um médico levando a embalagem ou rótulo

do produto.

4 GOTAS

4.1 ESPECTRO DE GOTAS A classificação das gotas por classes de tamanho em percentagem de volume ou de

número de gotas, recebe a denominação de espectro de gotas.Diz-se que o espectro de gotas é homogênea quando as gotas são aproximadamente do

mesmo tamanho.Numa pulverização deve-se buscar a homogeneidade das gotas, pois um espectro de

gotas heterogêneo, fará com que hajam gotas grandes, que ao atingirem o alvo, escorrerão,perdendo-se com isto produto. Por outro lado, gotas pequenas, sofrerão o arraste pelo vento

perdendo-se por deriva e finalmente apenas uma parte do líquido pulverizado atingirá o alvo.

4.2 DIÂMETRO MEDIANO VOLUMÉTRICO (DMV) E DIÂMETRO MEDIANO NUMÉRICO (DMN) 

A pulverização é geralmente caracterizada por um número representando o diâmetromédio das gotas podendo ser estudado como diâmetro médio volumétrico (DMV) e diâmetromédio numérico (DMN)

O DMV é o diâmetro de gota que divide a massa de gotas da amostra analisada em duaspartes, de forma que a soma dos volumes das gotas de diâmetro menor que o DMV é igual asoma dos volumes das gotas de diâmetro maior que o DMV. Entretanto, este parâmetro não podeser considerado, de forma isolada, como a melhor forma de avaliação do diâmetro das gotas, já

que poucas gotas grandes (grande volume) podem contribuir decisiva para o volume total daamostra, induzindo a um valor elevado para o DMV. Outra forma de se analisar o diâmetro dasgotas de uma amostra é o diâmetro mediano numérico (DMN). O DMN é o diâmetro de gota quedivide a massa de gotas em duas partes, sendo que 50% das gotas (em número) tem diâmetromaior que o DMN e 50% (em número) tem diâmetro menor que o DMN. Neste caso, de maneiraanáloga ao DMV, a tendência é que o DMN seja influenciado pelas gotas menores (grandenúmero), induzindo a um baixo valor para o DMN. Como ambos os parâmetros acabam sendomuito influenciados pela proporção de gotas grandes e pequenas, a relação ente estes fatoresfornece um bom parâmetro para se analisar a homogeneidade do espectro de gotas produzidas.

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Assim, se todas as gotas tivessem o mesmo tamanho, tanto DMV como DMN teriam mesmovalor, e assim a relação DMV/DMN seria igual a 1. Seguindo este raciocínio, quanto maior adesuniformidade dos tamanhos das gotas, maior será o valor de DMV/DMN.

Apesar do exposto, o parâmetro mais comumente utilizado para caracterização dotamanho das gotas em uma pulverização é o DMV, e o resultado de uma pulverização pode serclassificado da seguinte maneira, em função do tamanho das gotas produzidas.

DMV (µm) Classificação< 50 Aerosol51 – 100 Névoa101 – 200 “spray” fino201 – 400 “spray” médio> 400 “spray” espesso ou grosso

O planejamento de uma pulverização passa pela escolha do tamanho de gota a serutilizado, que pode ser relacionado com o alvo a ser atingido.

Alvo DMV (µm)

Insetos voadores 10 – 50Insetos em folhagem 30 – 50Folhagem 40 – 100Solo (e/ou para se evitar derivas/perdas) 250 – 500

O tamanho médio de gotas irá determinar a densidade de gotas, sobre uma superfície,proporcionando uma maior ou menor cobertura do alvo.

Diâmetro de gotas (µm) Densidade de gotas ( no / cm2)20 1192040 149060 440

80 180100 95120 55140 35160 25180 15200 12220 7

Fonte: Sartori (1975)

Para VELLOSO et al. (1984), diâmetro próximo a 100 µm são próprias para distribuição

de fungicidas e inseticidas, enquanto que gotas de 200 a 300 µm são próprias para herbicidas.

4.3 DENSIDADE DE GOTAS A densidade de gotas é expressa pelo número de gotas por unidade de área,

correspondendo a quantidade de produto ativo depositado sobre o alvo.Um outro fator que pode ser utilizado para se avaliar o resultado de uma pulverização é a

densidade de gotas (DG), geralmente expressa em gotas/cm2. A eficiência de uma maior oumenor DG está ligada à forma de ação do defensivo (sistêmico, de contato, etc.). Para um mesmovolume aplicado sobre uma mesma área, a divisão do líquido em gotas pequenas proporciona

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uma melhor cobertura do que a divisão em gotas grande, como pode ser visto na tabela abaixo,que corresponde a uma aplicação de 1 l/ha.

DMV (µm) DG (gotas /cm2)10 1909920 2387

50 153100 19200 2,4400 0,2981000 0,019 (ou 1 gota a cada 52,6 cm2)

Densidade teórica de gotas (gotas/cm2) em diferentes volumes aplicados.

Diâmetro de gotas (µm) Volume de pulverização aplicado (l/ha)5 50 100

100 95 950 1900150 28 283 566200 12 120 240

Partindo-se do volume de calda aplicada Q (l/ha) e do diâmetro d (µm), podemos calcular

a densidade de gotas DG (gotas/cm2):

Qd 

 DG ⋅   

  ⋅=

310060

π 

4.4 DINÂMICA DAS GOTAS A superfície de contato com o ar para um determinado líquido aumenta

consideravelmente quando este é dividido em pequenas gotas, e isto facilita sobremaneira a

evaporação. A vida útil de uma gota pode ser estimada pela seguinte equação:

d t 

∆⋅=

80

2

 

onde:t – vida da gota (segundos)d – diâmetro (µm)

∆T – diferença de temperatura (oC) entre os termômetros de bulbo seco e úmido (fator referente à

umidade relativa).Como as gotas são arremessadas no ar para que possam atingir o alvo pretendido, pode-

se calcular a distância de queda de uma gota antes que todo o seu líquido evapore:

d s

∆⋅⋅⋅=

80

105,1 43

 

s – distância de queda (cm)d – diâmetro (µm)

∆T – diferença de temperatura (oC) entre os termômetros de bulbo seco e úmido

Este parâmetro permite que se faça algumas comparações importantes:Temperatura(oC) 20,0 Temperatura(oC) 30,0

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∆T (oC) 2,2 ∆T (oC) 7,7UR (%) 80,0 UR (%) 50,0

Diâmetro(µm)

Tempo de vida(s)

Dist. De queda(m)

Tempo de vida(s)

Dist. De queda(m)

50 14 0,5 4 0,15100 57 8,5 16 2,4

200 227 136,4 65 39,0

A velocidade terminal de uma gota em queda livre, em função da força da gravidade podeser calculada pela seguinte equação:

η

ρ

⋅⋅⋅=

18

2

d t 

d gV   

onde:Vt – velocidade terminal (m/s)D – diâmetro da gota (µm)

ρd – densidade da gota (kg/m3)

g – aceleração da gravidade (m/s2

)η - viscosidade do ar (Ns/m2)

Com esta equação podemos calcular o tempo de queda de uma gota a partir de umaaltura de 3 metros:

Diâmetro (µm) Tempo de queda para 3 m1 28,1 horas10 16,9 minutos100 10,9 segundos200 4,2 segundos

500 1,7 segundos

Todos estes fatores indicam que há uma grande redução na probabilidade de ocorrerderiva e/ou perdas quando as gotas pulverizadas são maiores que 200 (µm).

4.5 EFEITO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS Os principais fatores climáticos que influenciam a distribuição das gotas em uma

pulverização são:- Temperatura- Umidade relativa do ar- Velocidade do vento

- Direção do ventoCaracterísticas micrometeorológicas: correntes convectivas e inversões térmicasA temperatura e umidade relativa do ar influenciam a evaporação das gotas, como visto

anteriormente. A intensidade e direção do vento podem proporcionar efeitos favoráveis edesfavoráveis: se por um lado as gotas pequenas podem ser carregadas a longas distâncias(exoderiva), o movimento das plantas causado pelo vento pode auxiliar as plantas a “alcançar” asgotas pequenas que estão em suspensão no ar (neste caso, plantas com o caule mais flexívelapresentariam vantagem, como no caso da comparação entre plantas de arroz e milho.

As correntes convectivas são responsáveis por grandes perdas de gotas pequenas, daí a

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recomendação de se fazer aplicações em dias nublados (quando tais correntes são minimizadas);ainda, recomenda-se fazer as aplicações ao amanhecer e ao entardecer, quando são comuns assituações de inversão térmica, o que possibilita uma atmosfera mais estável para a deposição dasgotas.

5 BICOS PULVERIZADORES

5.1 PRINCIPAIS TIPOS DE BICOS PULVERIZADORES 

Energia Tipo Aplicação tradicionalHidráulica Impacto Pulverização em baixa pressão com gotas grandes

Leque Superfícies planasCone Folhagens

Gasosa Jato de ar FolhagensCentrífuga Rotativo Aplicações de gotas controladasCinética - Gotas grandesTérmica - Nebulização

5.2 CARACTERÍSTICAS QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DAS GOTAS Pressão: ↑ pressão - ↓ diâmetro da gota

Tamanho do orifício do bico: ↑ orifício - ↑ diâmetro da gota

Tensão superficial do líquido: ↑ tensão - ↑ diâmetro da gota

Viscosidade de líquido: ↑ viscosidade - ↑ diâmetro da gota

↑ viscosidade e ↓ tensão superficial - ↓ diâmetro da gota

Para líquidos com partículas em suspensão:↓ concentração – não afeta as gotas

↑ concentração – as gotas se formam mais rapidamente no filme

5.3 CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE BICOS HIDRÁULICOS - FORMAÇÃO DAS GOTAS 

Bico leque: o formato interno do bico proporciona um choque entre correntes de líquido num

orifício de formato lenticular ou elíptico, originando um filme plano de líquido. O formato da parteinterna e do orifício é responsável, entre outras características, pela forma de distribuição dasgotas e pelo ângulo do leque, que também varia em função da pressão de pulverização.Bico cone: o líquido é forçado através do anel turbilhonador, que contém um ou mais furos de

formato tangencial ou helicoidal, atingindo a câmara de turbilhonamento com uma velocidaderotacional. Passando pelo orifício da ponta, forma-se um filme em formato de cone. Se o anel

turbilhonador possuir um orifício central, o cone formado será totalmente preenchido com líquido(“cone cheio”); se este furo não existir, o cone terá o seu centro totalmente ocupado por ar (“conevazio”). Alguns bicos possuem uma regulagem que altera a distância entre o anel turbilhonador e aponta, de forma a modificar o ângulo do cone, que também varia em função da pressão depulverização.Bico de impacto: um jato de líquido é arremessado contra uma superfície com um alto ângulo de

incidência, formando um filme plano de líquido.

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5.3.1 Bico lequeOs bicos “leque” são formados pela união das seguintes partes: corpo, filtro, ponta e

capa. As pontas são identificadas por uma seqüência de números (Ex. 8002): neste caso, 80representa o ângulo de abertura do leque (80o) e 02 identifica a vazão de água pura no bico (emgalões/minuto) a uma pressão de 40 psi (ou lb/pol2, equivalente a 2,8 bar); neste caso a vazãoseria de 0,2 galões/minuto ( 0,76 l/minuto, com 1 gal = 3,8 l).

5.3.2 Bico cone:Os bicos “cone” são formados pela união das seguintes partes: corpo, filtro, anel

turbilhonador, ponta e capa. As partes geralmente são identificadas por letras e números, sendoque o número representa o tamanho relativo do orifício. Os anéis turbilhonadores são identificadospor um par de números, onde o primeiro indica o número de orifícios e o segundo indica tamanhorelativo do orifício. Existem bicos cone em que a ponta e o anel se apresentam unidos em umcorpo só.

5.4 BICOS PARA APLICAÇÃO EM ÁREA TOTAL

BICOS Herbicidas Fungicidas InseticidasPPI PRÉ PÓS Cont. Sist. Cont. Sist.

Cont. Sist.Leque comum n  n  n  n  n Leque “XR” n  «  n  «  n  «  n  « Leque de baixa deriva n  n  n  n  n Duplo leque n  n  n Impacto (grande ângulo) n  n  n  n  n Cone cheio n  n Cone Vazio n  n  n n - recomendado « - recomendado a baixas pressões

5.5 BICOS PARA APLICAÇÃO EM FAIXAS E JATO DIRIGIDO 

BICOS Herbicidas Fungicidas InseticidasPRÉ PÓS (Faixas) Contato Sistêm. Contato Sistêm.

Faixas Contato Sistêm.Leque comum n  n  n  n  n  n Duplo leque n  n  n  n Cone cheio n  n  n  n Cone Vazio n  n  n  n  n n - recomendado

5.6 RECOMENDAÇÕES ÚTEIS PARA APLICAÇÕES EM FAIXAS Usar bicos com ângulos maiores, que permitem uma menor altura de pulverização,

reduzindo os riscos de deriva.Atenção: o ângulo do jato e a largura da faixa resultante são diretamente dependentes da

pressão de trabalho.Relação área da parcela / superfície tratada:Superfície tratada = área da parcela x (largura da faixa / espaçamento entre linhas)

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5.7 BICOS DE ENERGIA GASOSASão chamados também de duplo fluido, pois a formação das gotas é obtida através do

choque do líquido com um fluxo de ar. São muito utilizados para a formação de aerosol (Ex.bomba de Flit) e em alguns equipamentos para aplicação em folhagens. Existe bicos especiaispara pulverizadores de barras que trabalham com um fluxo de ar auxiliar, que atua na formaçãodas gotas e no arremesso desta sobre o alvo (solo, por exemplo).

5.8 BICOS DE ENERGIA CENTRÍFUGAA pulverização com um bico rotativo ocorre colocando-se uma massa de líquido no centro

de uma superfície (disco) que apresenta grande velocidade de rotação; através da forçacentrífuga, o líquido é arremessado para as extremidades do disco, onde ocorre a formação dofilme de líquido e posteriormente as gotas. Os bicos rotativos produzem um espectro de gotasmais homogêneo do que os bicos hidráulicos. Podem ser utilizado isoladamente ou em barras depulverização.

5.9 BICOS DE ENERGIA CINÉTICA

Semelhante a um regador, são utilizados principalmente para aplicações no solo.

5.10 BICOS DE ENERGIA TÉRMICANebulizadores: usados para aplicação em ambientes fechados (Ex. controle de pragas

em galpões ou silos) e, em alguns casos, para aplicações em folhagens.

5.11 AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DOS BICOS Vazão: medição do volume de líquido pulverizado em função do tempo com pressão constante:manômetro, cronômetro e proveta;Ângulo do leque ou cone: medição do ângulo com transferidor

Distribuição:calhas para a determinação da distribuição → chapa metálica com dobras formando

canais, que são posicionados ao longo da faixa de deposição do bico ou barra de pulverização; oresultado pode ser avaliado visualmente ou volumetricamente.Desgaste: a utilização normal de um bico leva a ocorrência de desgaste do orifício, ocasionando

aumento da vazão, distorções na faixa de distribuição e no tamanho das gotas formadas.Considera-se aceitável variação de até 10% da vazão de um bico usado com relação a um novo.

6 PULVERIZADORES DE BARRASOs pulverizadores de barra têm uma faixa de deposição definida, conforme a distância

entre bicos e o comprimento da barra. Nestas máquinas normalmente utilizam-se bombas depistão e um número variável de bicos. O volume aplicado, normalmente é superior a 100 l/ha.

No comércio existem vários modelos de máquinas aplicadoras de defensivos agrícolas.Na escolha de uma máquina deve-se optar por aparelhos que sejam fáceis de operar e adequadosà necessidade específica de utilização.

Na compra de uma máquina devem ser analisados vários fatores como o tamanho, acapacidade do tanque para relacionar-se a área de utilização na lavoura. A estrutura da máquinadeve ser suficientemente forte para suportar o tipo de utilização que terá na lavoura. Devem sercalculados a capacidade de trabalho (ha/h) e o custo operacional da máquina. Comprovar-se deuma efetiva assistência técnica e disponibilidade de peças de reposição. Antes da compra solicitaruma demonstração prática considerando suas características e as necessidades reais de

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utilização na lavoura.Os pulverizadores tratorizado podem ser montados ou de arrasto

Autopropelidos

6.1 TANQUE O depósito ou tanque constitui-se no local de armazenamento da calda a ser aspergida

através dos bicos. Atualmente estes depósitos são fabricados principalmente de matéria plásticaou fibra de vidro. Existem tanques de ferro galvanizado ou inoxidáveis. Estes materiais devemresistir a corrosão dos produtos químicos.

Um depósito ideal deve Ter os cantos arredondados para facilitar a mistura do defensivo ea limpeza no final do trabalho. Deve Ter bocal de alimentação suficiente grande para as inspeçõesde limpeza. Possuir um filtro de entrada removível, dreno na parte inferior para a limpeza do tanquee um sistema indicador de volume que seja visível ao operador.

Capacidade: equipamento acoplado ao engate de 3 pontos→ capacidade de levante

Composição: metal, fibras, plásticos→ resistência estrutural e facilidade de reparos

Abertura / Tampa: facilidade de abastecimento; filtro

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Dreno: facilidade de manutenção e limpezaSistema de agitação: hidráulica (bicos, aspersores ou tubos perfurados); mecânica (hélice ou pás

agitadoras)Marcador de nível 

6.2 BOMBAVazão necessária: vazão máxima na barra + vazão mínima para o sistema de agitação.Bomba de pistões: é a mais comumente encontrada no mercado; adequada para altas pressões;

a vazão é diretamente proporcional à rotação do eixo; aceitável para soluções abrasivas; menosadequada para líquidos mais viscosos. Requer câmara de compressão (compensação).Bomba de roletes ou engrenagens: adequada para baixas pressões (o uso em altas pressões

reduz sensivelmente a vida útil); não recomendada para soluções abrasivas.Bomba centrífuga: adequada para altas vazões e baixas pressões; recomendada para materiaisabrasivos.Bomba de diafragma: adequada para materiais abrasivos; requer cuidados quando da utilização

de outros diluentes que não água. Requer câmara de compressão (compensação).

6.3 BICOS HIDRÁULICOS Os bicos hidráulicos utilizados em pulverizadores são as peças mais importantes de um

pulverizador, pois são os responsáveis pela distribuição uniforme dos defensivos, bem como pelaformação de gotas de tamanho compatível com a finalidade a que se destinam.

Os bicos de pulverização funcionam pelo princípio da pressão hidráulica, onde o líquido, éforçado através de um orifício, sob pressão, adquirindo velocidade e energia no difusor paradesintegrar-se em pequenas gotas ao sofrer o impacto com o ar.

Os principais tipos de bico usados em pulverização são:- bico de jato em leque;- bico de jato cônico vazio;- bico de jato cônico cheio;- bico de impacto.

6.3.1 Bico de jato em leque

Neste bico o líquido é expelido através de uma fenda transversal de formato elíptico,formando um jato em forma de leque, com superfície plana, causando a desintegração das gotase distribuindo-as em banda.

Bico de jato em leque e distribuição do volume de líquido.

Os bicos leque são recomendados nas aplicações sobre superfície planas, próprias para

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aplicação de herbicidas, onde o alvo é a superfície do soloA distribuição da pulverização é mais concentrada no centro do leque diminuindo nas

extremidades. Este tipo de distribuição faz com que a altura de aplicação, seja um fator de grandeimportância, pois dela depende a uniformização da aplicação.

O ângulo dos bicos, irá determinar a altura de aplicação, pois para que esta seja uniforme,é necessário que as gotas de pulverização se cruzem antes de atingirem o alvo, compensando adiferença de concentração, que o leque apresenta.

No mercado são encontrados bicos do tipo leque com diferentes ângulos de aspersão,65o, 80o, 110o e 150º O ângulo é formado pelas extremidades laterais do leque, tendo como vérticea ponta do bico.

Como normalmente recomenda-se uma distância de 0,5 m entre os bicos, a altura deaplicação deverá ser de 0,55m para a série 65o, 0,45m para o ângulo de 80o e 0,50 m para a série110º Os bicos com leque de 110o, são os que melhor absorvem as oscilações de altura decondução da barra devido a características destes de trespassarem os jatos mais de uma vez.

Bico leque série 8002, indica que este bico tem um ângulo de aspersão de 80 o e umavazão de 0,2 galões USA/minuto referente à pressão 40 lb/pol2.

Os bicos leque de distribuição desuniforme são os mais utilizados, podendo ser empregados naaplicação de herbicidas sobre o solo ou em pós-emergência sobre as plantas daninhas.

Relação entre ângulo do leque distância entre bicos e altura da barra.

A altura de condução da barra depende de três fatores principais: o ângulo de abertura do jato de pulverização de bicos, distância entre bicos e do alvo a ser atingido.

A altura dos bicos deverá ser aquela que proporcione o trespasse dos jatos em leque,para que a superfície tratada, receba uma quantidade de produto, evitando-se acúmulo de produtoem faixas.

Aplicação de produtos químicos na superfície do solo

Deve-se levar em consideração a distância entre o alvo e a extremidade dos bicos,

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portanto em aplicação sobre o solo, a altura a ser considerada é a distância da superfície até osbicos, enquanto que nas aplicações de pós-emergentes, é a distância da copa das plantas aosbicos.

Aplicação dos produtos químicos sobre plantas.

Os bicos do tipo leque devem ser colocados de tal forma que as ranhuras dos bicosestejam posicionadas com um pequeno ângulo em relação à barra (± 9o), orientandos no mesmo

sentido, para evitar que os leques se choquem ao cruzarem, causando turbulência e gotejamento.

O comprimento da barra deve ser relativo à topografia do terreno.

O ângulo dos bicos usados na barra deve ser o mesmo, para evitar uma má cobertura daárea pulverizada.

A pressão ótima para bicos do tipo leque está entre 40 e 60 lb/pol 2. Nesta faixa de pressãose obtém um leque de pulverização perfeito.

Numa barra de pulverização devem ser utilizados bicos de mesma vazão, para evitar umamá distribuição na faixa de aplicação.

6.3.2 Bico de jato em cone vazio

Neste bicos, o líquido corre lateralmente através de um disco difusor, com dois canaisperiféricos, passando por um orifício circular situado no disco em alta velocidade. As gotas sãoquebradas rapidamente pelo impacto com o ar, formando um filme em forma de cone,apresentado a parte central do cone vazio.

A distribuição da pulverização é uniforme, com uma pequena concentração nasextremidades do cone. Neste caso a altura de aplicação é menos importante que nos bicos do tipoleque.

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Este tipo de bico é usado em geral, na aplicação de inseticidas, fungicidas e acaricidas eadubos foliares, pois o tamanho médio de gotas situa-se entre 100 e 200 µm, ideal para penetrar

na folhagem de uma cultura.

6.3.3 Bico de jato em cone cheioEstes bicos são muitos semelhantes, aos de cone vazio. Neste caso a água é forçada

através de um difusor normal com um orifício no centro. Devido a este tipo de difusor forma-se um jato em cone com distribuição de produto em toda a sua base.

A distribuição da pulverização é semelhante à encontrada nos bicos do tipo leque onde aconcentração no centro do cone é maior do que nas extremidades.

É indicado para aplicações de fungicidas, inseticidas e adubos foliares.

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Bico jato em cone cheio

6.3.4 Bico de impacto ou deflexão

Nestes bicos o líquido é expelido através de um orifício, formando um jato maciço, que aochocar-se com uma superfície inclinada irá formar um leque.

Devido ao tipo de construção os bicos são montados na horizontal. São de alta vazão etrabalham com baixa pressão. Formam gotas grandes (> 200 µm) por isso o efeito de deriva é

mínimo, sendo indicados para aplicações em jato dirigido em entrelinhas.

Esquema de funcionamento do bico de impacto

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6.4 FILTROS No bico: a abertura da malha não deve exceder a metade da abertura do bico.

Normalmente, as malhas variam de 16 a 200; bicos leque  “01 e 015” utilizam malha 100, bicosleque “02” em diante utilizam malha 50 e para bicos cone a malha varia em função do bico: maiorvazão, menor o número da malha.

Na tubulação principal: o ideal seria a mesma malha do filtro do bico, com área de filtragemsuficiente para a vazão da bomba.

6.5 VÁLVULA REGULADORA DE PRESSÃO Controla o fluxo da bomba aos bicos e ao retorno (para o sistema de agitação); um maior

fluxo de retorno reduz a pressão nos bicos e vice-versa.Quando o manômetro é acoplado próximo à válvula pode ocorrer diferenças entre a

pressão no manômetro e a efetivamente encontrada nos bicos (perda de carga na tubulação).

O ideal seria a colocação do manômetro e da válvula reguladora próximos ao painel dotrator.

Alguns sistemas possuem regulagem elétrica, através de “motores de passo”.Sistema com ajustes individuais para as diversas seções da barra: alguns pulverizadores

de barras possuem válvulas reguladoras que possibilitam um ajuste da vazão de retorno demaneira individual para cada seção. Desta forma, igualando-se a vazão de uma seção e de seurespectivo retorno, seu acionamento ou desacionamento durante a pulverização não interferirá naatuação das demais seções. A pressão global do sistema é determinada por uma válvula

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reguladora com retorno coletivo para todas as seções, posicionada na entrada da tubulação paraas seções e seus retornos individuais.

6.6 REGISTROS DE ACIONAMENTO DAS SEÇÕES DA BARRAOs registros para acionamento das seções da barra podem estar ou não acoplados à

válvula reguladora de pressão.Deveriam estar posicionados de maneira a facilitar o acionamento pelo operador.Os sistemas mais modernos utilizam válvulas solenoides, com acionamento através de

botões, colocados no painel do trator.

6.7 BARRAS DE PULVERIZAÇÃO 

O tamanho da barra é diretamente proporcional à capacidade de trabalho. Porém, barrasmuito grandes geralmente apresentam problemas estruturais (resistência mecânica) e deestabilidade (oscilações verticais e horizontais).

Para minimizar os problemas de oscilações, que provocam erros na distribuição da calda,

alguns pulverizadores possuem sistemas estabilizadores (mecânicos, hidráulicos ou eletrônicos).As barras devem possuir um sistema de segurança para evitar o rompimento da estrutura

no caso de choque com obstáculos (molas e amortecedores que limitam o movimento vertical).O desdobramento das barras pode ser manual ou hidráulico.

Barra úmida: os bicos são presos em tubulações rígidas que transportam a calda.Barra seca: os bicos são presos à estrutura da barra, sendo interligados por mangueiras flexíveis

que transportam a calda.Sistema anti-gotejo: sistema com válvula de pressão que fecha a passagem para o bico quandoa pulverização é interrompida (evita que a tubulação esvazie, gotejando pelos bicos). Importantepara aumentar a precisão da pulverização (na abertura e fechamento das seções) e para evitar acontaminação de áreas indevidas (exemplo: aplicação aérea).Sistema anti-deriva: algumas barras possuem um sistema que promove um fluxo de ar no

sentido de pulverização dos bicos, de modo a acelerar o carregamento das gotas para baixo, emdireção ao solo.

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Sistema de ventilação desligado

Sistema de ventilação ligado

6.8 AJUSTE PARA O TRABALHO 6.8.1 Acoplamento

Engate de 3 pontosNivelamentoAcoplamento do cardan

6.8.2 Montagem das barras e bicos

Altura mínima de pulverização (cm):Espaçamento entre bicos (cm)

BICO 50 75 100Leque – 80o 50 70 « 

Leque – 110o 40 50 « Cone – 120o 30 40 40

« - não recomendado

Observações:Atenção para o ajuste da altura das diferentes seções da barra

A altura de pulverização deve ser ajustada para que ocorra uma sobreposição de 30% decalda na extremidade do jato.

Posicionamento e angulação dos bicos na barra:- Bico leque: o jato deve formar um ângulo de ± 9o com a barra.- Bico cone: o bico deve ser direcionado para trás, fazendo um ângulo de 45o com a vertical

(Obs.: alguns equipamentos não permitem tal angulação).

6.8.3 Pressão de trabalhoManômetros: precisão/exatidão: aferição

Relação pressão/vazão dos bicos: 

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 B

 A

 B

 A

Pressão

Pressão

Vazão

Vazão=  

Exemplo:Bico 11002 a 0,7 bar = 0,4 l/min

Se a pressão for alterada para 2,8 bar, quanto será a vazão?

min / 8,025,04,0

8,2

7,04,0lVazão

VazãoVazão B

 B B

=⇒=⇒=  

Relação pressão/ângulo dos bicos: em geral: maior pressão = gotas menores; tamanho das 

gotas: relação direta com as perdas (deriva e evaporação) e com a cobertura do alvo.

7 OPERAÇÃO NO CAMPO

7.1 SOBREPOSIÇÃO DAS PASSAGENS - Manutenção da uniformidade de distribuição.

- Balizamento: estacas, bandeiras, balões, etc.-  Tráfego controlado: ajustes com relação a semeadura e outros tratos culturais. 

- Marcadores de espuma.- Uso de GPS (Sistema de posicionamento global).

7.2 REABASTECIMENTO Fonte de água: água limpa (análise química); evitar água de rio/represa com argila em

suspensão (inativação de alguns defensivos).Sistemas para auto-reabastecimento: utilizam a própria bomba do pulverizador ou bomba

suplementar.Carretas-tanque e veículos reabastecedores: podem trabalhar com água ou calda pronta.

Neste caso, é necessário um sistema de agitação.“Container” com defensivos.

8 CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR8.1 ESCOLHA DO TIPO DE BICO Parâmetros:- Tipo de defensivo - Modo de ação

8.2 ESCOLHA DA FAIXA DE PRESSÃO PARA O TRABALHO Levar em consideração a qualidade da aplicação pretendida: por exemplo: tamanho de

gotas.

8.3 VERIFICAÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE BICOS 

8.4 DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE TRABALHO Cronometragem do tempo necessário para percorrer uma distância determinada.

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8.5 CÁLCULO DA VAZÃO NECESSÁRIA POR BICO 

60000

 E(cm)h

km

ha

l

min

l××

=  

8.6 LOCALIZAÇÃO DO BICO NA TABELAParâmetros:VazãoPressão

8.7 CALIBRAÇÃO Regular a pressão para obter a vazão necessáriaVerificar a vazão de alguns bicos das seções da barra. Substituir os bicos que

apresentam uma variação acima de 10% com relação ao bico novo.

8.8 PREPARO DA CALDA

)cada (l/hacalda apliVolume de

ha) x Dose (l/ arada (l)calda prepVolume de)PC carga(l =  

8.9 DETERMINAÇÃO DE OUTROS FATORES 

60000

(cm)m/h x E l/ha x k l/min =  

(cm)l/ha x E 

60000l/min xkm/h =  

(cm)km/h x E 

60000l/min xl/ha =  

8.10 EXEMPLO: APLICAÇÃO DE UM HERBICIDA EM PRÉ-EMERGÊNCIADados gerais:Dose: 5 litros por p.c./haVolume de calda recomendado: 250 L/haPulverizador com tanque de 600 litros

Escolha do tipo de bicoAplicação em área total – herbicida em pré-emergência: Bico leque XR (baixa pressão).

Escolha da faixa de pressão para o trabalho.Pela recomendação do fabricante: 1 a 4 bar (± 15 a 60 PSI)

Verificar o espaçamento entre bicosBarra com portas-bicos espaçadas de 50 cm.

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Determinar a velocidade de trabalhoCronometragem no campo:30 metros em 18 segundos: 30 m / 18 s = 1,67 m/s1,67 m/s x 3,6 = 6 km/hCalcular a vazão necessária por bico

60000

cm)m/h x E(l/ha x k l/min =  

60000

(cm)  /h) x 50x 6 (km250 (l/ha)l/min =  

Vazão necessária por bico = 1,25 L/minuto

Localizar o bico na tabela

Pela tabela do fabricante:Bico XR 11004VS: 1,5 bar = 1,2 L/min; 2 bar = 1,29 L/min.Portanto, a escolha correta seria:XR 11004VS, filtro de malha 50, pressão entre 1,5 e 2 bar (entre ± 22 e 30 PSI)

CalibraçãoAjustar a pressão e verificar a vazão nos bicos. Partindo de 2 bar, ir diminuindo a pressão

até encontrar a vazão necessária (1,25 L/min).Obs.: Através da equação que correlaciona variação de pressão com variação de vazão, podemosestimar antecipadamente qual seria a pressão correta:

 B

 A

 B

 A

Pressão

Pressão

Vazão

Vazão=  

27 PSI)1,88 bar (PressãoPressão

21,032

Pressão

2

1,25

1,29

 B B

±=⇒=⇒=  

Preparo da caldaPara preparar uma carga completa:

(l/ha)aplicadacaldadeVolume

(l/ha) Dose  x (l) preparadacaldadeVolume(l)cargaPC 

l/ha250

l/ha5  x l600(l)cargaPC  =  

Quantidade de produto comercial por tanque = 12 litros.

9 SISTEMAS DOSADORESSão dispositivos que possibilitam a variação da vazão de calda e/ou dose do defensivo

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em função da variação das condições de operação (velocidade de deslocamento, rotação domotor do trator, pressão, etc.) ou pelo comando do operador.

9.1 SISTEMAS COM VAZÃO PROPORCIONAL A VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO Bomba acionada por roda de terra: o bombeamento da calda para os bicos é realizado por umabomba acionada pela roda que sustenta o pulverizador, de forma que a vazão se tornaproporcional à velocidade de deslocamento. A regulagem básica do volume de calda aplicada sefaz na própria bomba, dispensando a presença da válvula reguladora de pressão. Taisequipamento possuem uma bomba auxiliar, acionada pela tomada de potência, apenas para aagitação da calda dentro do tanque e para o sistema de auto-abastecimento.

Válvula reguladora de pressão automatizada: a válvula reguladora de pressão é controlada porum sensor ligado à roda do pulverizador. As variações de velocidade induzem mudanças napressão, alterando proporcionalmente o volume de calda aplicada.

9.2 SISTEMA CONTROLADORES DA DOSE DE APLICAÇÃO Sistema de injeção: o sistema de bombeamento envia somente água para a tubulação das

barras. Um circuito paralelo injeta o defensivo próximo à saída dos bicos, onde ocorre a mistura.Desta forma, quando o sistema é operado utilizando sensores para variações de velocidade,pressão, etc., é possível a manter a dose do defensivo constante. Este dispositivo propicia, ainda,uma série de vantagens, tais como: evitar a mistura do defensivo no tanque, minimizando osproblemas de lavagem, descontaminação, etc.; eliminar a sobra de calda; possibilitar a aplicaçãode mais de um defensivo simultaneamente, utilizando os mesmos bicos ou seções diferentes dabarra, permitir a substituição instantânea do defensivo aplicado; possibilita a variação da dose dodefensivo durante a aplicação.Sistemas logarítmicos: permitem a variação controlada da dose do defensivo ao longo do tempo,facilitando o estudo dos efeitos de diferentes doses. Utilizando principalmente na instalação deensaios de defensivos.

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10 REGULAGEM DE PULVERIZADORES DE BARRA – ROTEIRO PRÁTICO10.1 COMO EFETUAR A CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR 

- marque 50 m no terreno a ser tratado;- abasteça o pulverizador;- escolha a marcha de trabalho;- ligue a tomada de potência (TDP);- acelere o motor até a rotação que corresponde a 540 rpm na TDP;- inicie o movimento do trator no mínimo 5 m antes do ponto marcado;- anote o tempo gasto para o trator percorrer os 50 m;- com o trator estacionado, funcionando na rotação utilizada para percorrer os 50 m, abra a

válvula de comando e regule a pressão de acordo com a recomendada;- colete o volume aplicado por um bico no tempo gasto para percorrer os 50 m;- repita esta operação em outros bicos para obter uma média de vazão;- a média obtida nas leituras é o volume de pulverização para a marcha utilizada.

10.2 CÁLCULO 10.2.1 Método teórico

Uma vez escolhida a velocidade de deslocamento, a largura da barra, o número de bicose o volume de aplicação pode-se calcular a vazão pela fórmula:

n600

v LV Q

⋅⋅⋅

=  

onde:Q – vazão de cada bico (l/min)V – volume a ser aplicado por hectare (L/ha)L – largura da barra (m)v – velocidade de aplicação (km/h)

n – número de bicos na barra

Para calcular-se a quantidade de produto a ser misturado num tanque de pulverizadorpode-se utilizar a seguinte fórmula:

(l/ha)barradavazão

ha /  produtododose  x tanquedocap.q =  

10.2.2 Método prático

Supondo que o volume de calda em que o pulverizador está regulado (vazão) é de 80L/ha, oriente o produtor sobre a quantidade de produto que deve colocar no tanque para aplicar 2

litros por hectare de dessecante que você recomendou. A capacidade do tanque do pulverizador éde 400 litros. Resposta:Em um hectare serão aplicados 80 litros de calda.

80 L/ha ------------ 2 L de produto400 L água ----------- X litros de produtoX = 10 litros de produtos/tanque

Você terminou a aplicação de 2,5 litros por hectare de determinado produto na vazão de

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80 L/ha. No tanque restaram 20 litros de calda preparada. Precisando aplicar 2 L/ha numa área de3 ha, calcule quanta água e produto deve adicionar, mantendo a vazão constante.Resposta:Água a ser adicionada = 3 x 80 = 240 litros240 – 20 = 220 litros

Produto a ser adicionado80 L calda ------- 2,5 L produto20 L calda ------- XX = 0,625 litros de produto restante no tanque

80 L/ha ---------- 2 L de produto240 L ---------- XX = 6 litros6 – 0,625 = 5,375 litros de produto

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11 LITERATURA CONSULTADA

ANDERSON, D.T.; CLARK, D.F.; SEXSMITH, J.J. Field sprayers. Publication 1482. CanadaDepartment of Agriculture, 1974. 40p.

ANTUNIASSI, U.R. Simulação operacional e econômica e desenvolvimento da cultura domilho (Zea mays L.) semeado em janeiro, em função de dois tipos de preparo do solo ecinco modalidades de controle de plantas invasoras. Botucatu: UNESP. 1993. 141p. Tese

(Doutorado em Energia na Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas. UniversidadeEstadual Paulista, 1993.

BALASTREIRE, L.A. Máquinas Agrícolas. Ed. Manole, 1987. 307p.

JACTO. Manual de instruções e folhetos de equipamentosMATTHEWS, G.A. Pesticide application methods. Longman, London, 1979. 336p.MATUO, T. Técnicas de aplicação de defensivos agrícolas. Ed. FUNEP, 1990. 139p.

VELLOSO, J.A.R. de O.; GASSEN, D.N.; JACOBSEN, L.A. Tecnologia de aplicação de

defensivos agrícolas com pulverizadores de barra. Centro Nacional de Pesquisa de Trigo.Passo Fundo, 1984. 35p.

FRIEDRICH, T. La actuación de la FAO com respecto a la tecnología de aplicación para

agroquímicos. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DEPRODUTOS FITOSSANITÁRIOS, 1996, Águas de Lindóia. Anais... Jaboticabal, FCAV/USP,1997, p.1-15.

GUEDES, J. V.C.; DORNELLES, S. H. B. Tecnologia e segurança na aplicação deagrotóxicos. 1998, 137p.