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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
MATERIAL DE APOIO
Prof. Msc. Marcos Fernando Macacari
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
Prof. Ms. Marcos Fernando Macacari
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2° Edição
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PARTE I - INTRODUÇÃO
1) CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Alguns conhecimentos são fundamentais para que se possa estudar de forma
adequada esta disciplina, como conhecimentos sobre conversão de unidades,
unidades que podem ser medidas lineares, de área, de volume, de massa, de pressão,
de temperatura, de energia, de potência. Outro conceito-base é o de Balanço, tanto
Material quanto Energético.
Conversão de Unidades
É necessário conhecer as correlações existentes entre medidas muito
utilizadas em engenharia, como é o caso das medidas de temperatura, de pressão, de
energia, de massa, de área, de volume, de potência e outras que estão sempre sendo
correlacionadas.
Alguns exemplos de correlações entre medidas lineares 1 ft =12 in
1 in =2,54 cm
1 m =3,28 ft
1 m =100 cm = 1.000 mm
1 milha =1,61 km
1 milha =5.280 ft
1 km =1.000 m
Alguns exemplos de correlações entre áreas 1 ft2 = 144 in2
1 m2 = 10,76 ft2
1 alqueire = 24.200 m2
1 km2 = 106 m2
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Alguns exemplos de correlações entre volumes
1 ft3 = 28,32 L
1 ft3 = 7,481 gal
1 gal = 3,785 L
1 m3 = 35,31 ft3
1 m3 = 1.000 L
Alguns exemplos de correlações entre massas
1 kg = 2,2 lb
1 lb = 454 g
1 kg = 1.000 g
1 t = 1.000 kg
Alguns exemplos de correlações entre pressões
1 atm = 1,033 kgf/cm2
1 atm = 14,7 psi (lbf/in2)
1 atm = 30 in Hg
1 atm = 10,3 m H2O
1 atm = 760 mm Hg
1 atm = 34 ft H2O
1 Kpa = 10–2 kgf/cm2
Algumas observações sobre medições de pressão: – Pressão Absoluta = Pressão Relativa + Pressão Atmosférica
– Pressão Barométrica = Pressão Atmosférica
– Pressão Manométrica = Pressão Relativa
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Alguns exemplos de correlações entre temperaturas
tºC = (5/9)(tºF – 32)
tºC = (9/5)(tºC) + 32)
tK = tºC + 273
tR = tºF + 460 (temperaturas absolutas)
Algumas observações sobre medições de temperatura: Zero absoluto = – 273ºC ou – 460ºF
Alguns exemplos de correlações entre potências
1 HP = 1,014 CV
1 HP = 42,44 BTU/min
1KW = 1,341 HP
1 HP = 550 ft.lbf/s
1KW = 1 KJ/s
1 KWh = 3.600 J
1KW = 1.248 KVA
Alguns exemplos de correlações de energia
1 Kcal = 3,97 BTU
1BTU = 252 cal
1BTU = 778 ft.lbf
1Kcal = 3,088 ft.lbf
1Kcal = 4,1868 KJ
1 cal = 4,18 J
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Noção de Balanço Material e Balanço Energético
Balanço Material : se baseia na Lei de Lavoisier da Conservação das Massas;
na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
Igual
Massa que entra PROCESSO Massa que sai
Balanço Energético : se baseia na 1° Lei da Termodinâmica (Conservação de
Energia).
Igual
Energia que entra PROCESSO Energia que sai
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PARTE II
ELEMENTOS DE MECÂNICA DOS FLUIDOS
A) NOÇÕES DE HIDROSTÁTICA
Hidrostática é o ramo da Física que estuda a força exercida por e sobre
líquidos em repouso. Este nome faz referência ao primeiro fluido estudado, a água, é
por isso que, por razões históricas, mantém-se esse nome. Fluido é uma substância
que pode escoar facilmente, não tem forma própria e tem a capacidade de mudar de
forma ao ser submetido à ação e pequenas forças. Lembrando que a palavra fluido
pode designar tanto líquidos como gases.
1) ELEMENTOS DE HIDROSTÁTICA
1.1) Massa específica ou densidade absoluta ( )
A massa específica é uma característica da substância que constitui o corpo e
é obtida pelo quociente entre a massa e o volume do corpo, quando este é maciço e
homogêneo. A unidade de massa específica no SI é o kg/m3, mas também é muito
utilizada a unidade g/cm3.
1 g/cm3 = 1000 kg/m3.
Importante Densidade e densidade absoluta são grandezas físicas diferentes. Observe
que podemos obter qualquer das duas grandezas utilizando a fórmula acima, porém, só
teremos a densidade absoluta ou massa específica se o corpo em questão for maciço e
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homogêneo, de outra forma, o que estaremos obtendo é uma característica do corpo
chamada densidade.
- Massa específica ou densidade absoluta: característica da substância que
compõe o corpo.
- Densidade: característica do corpo.
1.2) Pressão
Pressão é uma grandeza física obtida pelo quociente entre a intensidade da
força (F) e a área (S) em que a força se distribui.
No caso mais simples a força (F) é perpendicular à superfície (S) e a equação
fica simplificada:
A unidade de pressão no SI é o N/m2, também chamado de Pascal.
Relação entre unidades muito usadas:
1 atm = 760 mmHg = 105N/m2.
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1.3) Pressão de uma coluna de líquido
A pressão que um líquido de massa específica (µ), altura h, num local onde a
aceleração da gravidade é g exerce sobre o fundo de um recipiente é chamada de
pressão hidrostática e é dada pela expressão:
Se houver dois ou mais líquidos não miscíveis, teremos:
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1.4) Teorema de Stevin
A diferença de pressão entre dois pontos, situados em alturas diferentes, no
interior de um líquido homogêneo em equilíbrio, é a pressão hidrostática exercida pela
coluna líquida entre os dois pontos. Uma consequência imediata do teorema de Stevin
é que pontos situados num mesmo plano horizontal, no interior de um mesmo líquido
homogêneo em equilíbrio, apresentam a mesma pressão.
Se o ponto A estiver na superfície do líquido, a pressão em A será igual à
pressão atmosférica.
Então a pressão p em uma profundidade h é dada pela expressão:
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1.5) Princípio de Pascal
A pressão aplicada a um líquido em equilíbrio se transmite integralmente a
todos os pontos do líquido e das paredes do recipiente que o contém.
Prensa hidráulica :
P1 = P2
Exemplo de aplicação:
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1.6) Empuxo
Empuxo é uma força vertical, orientada de baixo para cima, cuja intensidade é
igual ao peso do volume de fluido deslocado por um corpo total ou parcialmente
imerso.
Na Esfera A : E = P
A esfera A está em repouso, flutuando na superfície do líquido. Isto acontece
quando a densidade do corpo é menor que a densidade absoluta do líquido e, neste
caso, o empuxo recebido pelo corpo é igual ao seu peso do volume de fluido
deslocado.
Na Esfera B : E = P
A esfera B está em repouso e totalmente imersa no líquido. Isto acontece
quando a densidade do corpo é igual à densidade absoluta do líquido e, neste caso, o
empuxo recebido pelo corpo é igual ao seu peso.
Na Esfera : E + N = P
A esfera C está em repouso, apoiada pelo fundo do recipiente. Isto acontece
quando a densidade do corpo é maior que a densidade absoluta do líquido e, neste
caso, o empuxo é menor que o peso do corpo.
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1.7) Peso aparente
É a diferença entre o peso do corpo e o empuxo que ele sofreria quando
imerso no fluido.
1.8) Sistema de vasos comunicantes
Para entender esse sistema, é importante pensar em um recipiente que possui
alguns ramos que são capazes de se comunicar entre si :
Como podemos observar na figura acima, o recipiente está cheio com apenas
um líquido em equilíbrio, portanto podemos concluir que:
1- A superfície que estiver sem líquido, será horizontal e irá atingir a mesma
altura de h.
2- Quando os pontos do líquido estiverem na mesma altura z, a pressão dos
pontos será a mesma.
Portanto:
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As duas propriedades acima (1 e 2), “percorrem” a Lei de Stevin. Um outro exemplo, porém agora com dois líquidos homogêneos, representados
por A e B e que não podem se misturar (imiscíveis):
Se o sistema estiver em total equilíbrio e sob a ação da gravidade,
conseguiremos igualar as pressões, no ponto 1 e no ponto 2 da figura acima, pois eles
pertencem ao mesmo líquido, no caso pertencem ao líquido A, e consequentemente
pertencem também ao mesmo plano horizontal.
Portanto:
Com isso pode- se concluir que as duas alturas líquidas da figura acima, que
são medidas partindo de uma superfície de separação, são inversamente proporcionais
ás próprias densidades.
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EXERCÍCIOS
1) Qual a pressão manométrica dentro de uma tubulação onde circula ar se
o desnível do nível do mercúrio observado no manômetro de coluna é de 4 mm?
Considere: densidade do Mercúrio = ρhg = 13600 kg/m3 e aceleração
gravitacional g = 9,81 m/s2
Resolução:
Observando o Princípio de Stevin, calculamos a pressão manométrica da
tubulação através da seguinte equação:
pmanométrica = ρhg . g . h = 13600 x 9,81 x 0,004 = 533,6 Pa
A pressão absoluta é a soma dessa pressão com a pressão atmosférica
(101325 Pascals).
pabsoluta = pmanométrica + patmosférica
pabsoluta = 533,6 + 101325
pabsoluta = 101858,6 Pa
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2) Para se medir a pressão absoluta de um gás (Pgás_abs) usa-se um
manômetro, que consiste de um tubo em forma de U contendo Hg (ρ= 13,6x103 kg/m3).
Com base na figura, e sendo a pressão atmosférica ρatm = 1,0x105 N/m2, determine
Pgás_abs. Considere a aceleração da gravidade local g= 10 m/s2.
Resposta: Pgás_abs = 113.600 N/m2
3) Um reservatório do DAEE, situado no alto do Bairro Paraiso Unip, possui
uma altura de aproximadamente 20 m. Qual a pressão efetiva que o chão irá sustentar
quando o reservatório estiver completamente cheio? Dados: massa específica da água:
ρ= 1x103 kg/m3 ; aceleração da gravidade g= 10 m/s2.
Resposta: 200.000 Pa
4) Uma prensa hidráulica possui pistões com diâmetros 10 cm e 20 cm. Se
uma força de 120 N atua sobre o pistão menor, pode-se afirmar que esta prensa estará
em equilíbrio quando sobre o pistão maior atuar uma força de?
Resposta: 480 N
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5) Um consumidor, desconfiado da qualidade da gasolina que comprou em
um posto, resolveu testar a sua densidade. Em um sistema de vasos comunicantes
contendo inicialmente água (ρr= 1), despejou certa quantidade de gasolina. Após o
equilíbrio, o sistema adquiriu a aparência abaixo representada. Determine a densidade
da gasolina comprada.
Resposta : 800 kg / m3
6) Um grande reservatório contém dois líquidos A e B, cujas densidades
relativas são, respectivamente, ρrA= 0,70 e ρrB= 1,5 (veja a figura). A pressão
atmosférica local é de 1,0x105 N/m2 . Qual é, em N/m2 , a pressão absoluta nos pontos
(1), (2) e (3)?. Dado: aceleração da gravidade g= 10 m/s2.
Resposta: P1_abs = 1,0x105 Pa ; P2_abs = 1,7x105 Pa e P3_abs = 2,9x105 Pa
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7) Um mecânico equilibra um automóvel, usando um elevador hidráulico. O
automóvel pesa 800 kgf e está apoiado em um pistão cuja área (A2) é de 2.000 cm2.
Determine o valor da força (F1) que o mecânico está exercendo, sabendo-se que a
área do pistão (A1) no qual ele atua é de 25 cm2.
Resposta: 10 kgf
8) Na reprodução da experiência de Torricelli em um determinado dia, em
Bauru, o líquido manométrico utilizado foi o mercúrio, cuja densidade é 13,6 g/cm3 ,
tendo-se obtido uma coluna com altura igual a 70 cm, conforme a figura. Se tivesse
sido utilizado como líquido manométrico um óleo com densidade de 0,85 g/cm3 ,qual
teria sido a altura da coluna de óleo? Justifique sua resposta.
Resposta: 11,2 m
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9) O tubo aberto em forma de U da figura contém dois líquidos não
miscíveis, A e B, em equilíbrio. As alturas das colunas de A e B, medidas em relação à
linha de separação dos dois líquidos, valem 50 cm e 80 cm, respectivamente.
a) Sabendo que a massa específica de A é 2,0x103 g/cm3 , determine a
massa específica do líquido B.
b) Considerando g= 10 m/s2 e a pressão atmosférica igual a 1,0x105 N/m2 ,
determine a pressão absoluta no interior do tubo na altura da linha de separação dos
dois líquidos.
Resposta: a) 1250 kg/m3 e b) 110000 N/m2 (ou Pa)
10) Uma pessoa, com o objetivo de medir a pressão interna de um botijão de
gás contendo butano, conecta à válvula do botijão um manômetro em forma de U,
contendo mercúrio. Ao abrir o registro R, a pressão do gás provoca um desnível de
mercúrio no tubo, como ilustrado na figura. Considere a pressão atmosférica dada por
105 Pa, o desnível h= 104 cm de Hg e a secção do tubo 2 cm2 . Adotando a massa
específica do mercúrio igual a 13,6 g/cm3 e g= 10 m/s2, calcule a pressão do gás.
Resposta: 141.440 Pa
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11) O reservatório indicado na figura contém ar seco e óleo. O tubo que sai do
reservatório contém óleo e mercúrio. Sendo a pressão atmosférica normal, determine a
pressão do ar no reservatório. (Dar a resposta em Pa). Dados: densidade do mercúrio
13,6 g/cm3 ; densidade do óleo 0,80 g/cm3.
Resposta: A situação descrita é inviável, portanto sem resposta.
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B) NOÇÕES DE HIDRODINÂMICA
A hidrodinâmica é o estudo de fluidos em movimento. É um dos ramos mais
complexos da Mecânica dos Fluidos, como se pode ver nos exemplos mais corriqueiros
de fluxo, como um rio que transborda, uma barragem rompida, o vazamento de
petróleo e até a fumaça retorcida que sai da ponta acesa de um cigarro. Embora cada
gota d'água ou partícula de fumaça tenha o seu movimento determinado pelas leis de
Newton, as equações resultantes podem ser complicadas demais.
Felizmente, muitas situações de importância prática podem ser representadas
por modelos idealizados, suficientemente simples para permitir uma análise detalhada
e fácil compreensão
1) ELEMENTOS DE HIDRODINÃMICA
1.1) Viscosidade
É a propriedade dos fluidos que está associada à maior ou menor resistência
que eles oferecem ao seu próprio escoamento.
Esta resistência se explica pelo atrito interno que ocorre entre as moléculas
que compõe o fluido, movimentando-se umas contra as outras, e por atrito dessas
moléculas com as paredes do recipiente que as contém.
Os fluidos com alta viscosidade como o melado ou mel, fluem mais lentamente
que aqueles com baixa viscosidade como a água. Todos os fluidos, líquidos e gases,
têm certo grau de viscosidade. Alguns materiais, como o piche, que parecem sólidos,
são na realidade altamente viscosos e fluem muito lentamente. O grau de viscosidade
é importante em muitas aplicações. Por exemplo, a viscosidade do óleo do motor
determina o quanto ele pode efetivamente lubrificar as partes de um motor de
automóvel.
Um escoamento simples está mostrado na figura abaixo para ilustrar a
definição de viscosidade.
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F1 : força aplicada sobre a placa superior a favor do sentido de escoamento do
fluido.
: força ou tensão de cisalhamento: = A
F1
V : velocidade de escoamento do fluido: V = dy
du
1.2) Lei de Newton para a viscosidade
A
F
dy
du =>
A
F = .
dy
du
Ou
V => = . V ( Lei de Newton )
F1
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1.2.1) Tipos de Viscosidade
a) Viscosidade Dinâmica ( )
Está relacionada com a Lei de Newton, onde a constante ou coeficiente de
proporcionalidade “ ” é denominada VISCOSIDADE ABSOLUTA ou VISCOSIDADE
DINÂMICA.
Os fluidos que obedecem a Lei de Newton para a Viscosidade, são
denominados de “FLUIDOS NEWTONIANOS” . São fluidos que apresentam
viscosidade constante.
São exemplos de fluidos newtonianos : água, ar, óleo, glicerina, etc.
Já os fluidos que não obedecem a Lei de Newton para a Viscosidade, são
chamados de “FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS” . São fluidos que apresentam
viscosidade variável.
São exemplos de fluidos newtonianos : Ketchup, amido + água .
b) Viscosidade Cinemática ( ע )
É aquela que se obtém quando se relaciona a viscosidade dinâmica ( ) com a
massa específica ( ) do fluido:
= ע
k
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1.2.2) Unidades de Viscosidade
A unidade física de viscosidade no Sistema Internacional de Unidades é o
pascal-segundo (Pa·s), que corresponde exatamente a 1 N.s/m² ou 1 kg/(m.s). Na
França intentou-se estabelecer o poiseuille (Pl) como nome para o Pa.s, sem êxito
internacional. Deve-se prestar atenção em não confundir o poiseuille com o poise,
chamado assim pela mesma pessoa.
a) Viscosidade Dinâmica
A unidade no Sistema CGS de unidades para a viscosidade dinâmica é o poise
(p), cujo nome homenageia a Jean Louis Marie Poiseuille. Sendo mais usado o seu
submúltiplo: o centipoise (cp). O centipoise é mais usado devido a que a água tem uma
viscosidade de 1,0020 cp a 20 °C.
1 poise = 100 centipoise = 1 g/(cm·s) = 0,1 Pa s.
b) Viscosidade cinemática
Se obtém com o cociente da viscosidade dinâmica (ou absoluta) e a densidade.
A unidade no SI é o (m²/s). A unidade física da viscosidade cinemática no Sistema
CGS é o stokes (abreviado S ou St), cujo nome provém de George Gabriel Stokes. Às
vezes se expressa em termos de centistokes (cS o cSt).
1 stokes = 100 centistokes = 1 cm²/s = 0,0001 m²/s.
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1.2.3) Tabelas Ilustrativas de Viscosidade
A tabela abaixo mostra os coeficientes de viscosidade de alguns líquidos
“newtonianos” a 20°C.
viscosidade (Pa·s)
álcool etílico 0,248 × 10−3
acetona 0,326 × 10−3
metanol 0,597 × 10−3
álcool propílico 2,256 × 10−3
benzeno 0,64 × 10−3
água 1,0030 × 10−3
nitro benzeno 2,0 × 10−3
mercúrio 17,0 × 10−3
ácido sulfúrico 30 × 10−3
óleo de oliva 81 × 10−3
óleo de rícino 0,985
glicerol 1,485
polímero derretido 103
piche 107
vidro 1040
Sangue
A tabela abaixo mostra os coeficientes de viscosidade de alguns gases a 0°C.
viscosidade (Pa·s)
hidrogênio 8,4 × 10−6
ar 17,4 × 10−6
xenônio 21,2 × 10−6
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1.3) Medida ou determinação da viscosidade de um fluido
Na prática, a determinação da viscosidade de um fluido, é feita através de um
instrumento denominado viscosímetro.
Um viscosímetro, também designado por viscómetro, consiste num instrumento
usado para medição da viscosidade de um fluido.
Existem diversos tipos de viscosímetros, de entre os quais se destacam pela
sua importância e aplicação industrial, o viscosímetro capilar ou viscosímetro de
Ostwald, o viscosímetro de esfera em queda ou viscosímetro de bola e o viscosímetro
rotativo.
No que diz respeito ao primeiro, o viscosímetro capilar ou de Ostwald, é
utilizado para líquidos e baseia-se na determinação de alguns dos parâmetros
relacionados com a fricção desenvolvida por um líquido quando este escoa no interior
de um capilar.
Este tipo de viscosímetro é essencialmente um tubo em U, sendo que um dos
seus ramos é um tubo capilar fino ligado a um reservatório superior. O tubo é mantido
na vertical e coloca-se uma quantidade conhecida de um líquido no reservatório,
deixando-se escoar sob a ação da gravidade através do capilar.
A medida da viscosidade é o tempo que a superfície de líquido no reservatório
demora a percorrer o espaço entre duas marcas gravadas sobre o mesmo.
O viscosímetro de esfera em queda ou de bola, possibilita a medição da
velocidade de queda de uma esfera no seio de uma amostra de fluído, cuja viscosidade
se pretende determinar. Este tipo de viscosímetro é baseado na lei de Stokes,
enunciada pelo físico e matemático irlandês George Gabriel Stokes, que nasceu em
Skreen a 13 de Agosto de 1819 e que faleceu em Cambridge a 1 de fevereiro de 1903.
Este método consiste em diversos tubos contendo líquidos padrões de
viscosidades conhecidas, com uma bola de aço em cada um deles. O tempo que a bola
leva A descer o comprimento do tubo depende da viscosidade do líquido. Colocando-se
a amostra num tubo semelhante, pode determinar-se aproximadamente a sua
viscosidade por comparação com os outros tubos.
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Finalmente, o viscosímetro rotativo é o mais usado na indústria e mede a força
de fricção de um motor que gira, devido a um sistema de pesos e roldanas, no seio de
um fluído que se pretende estudar.
Imagens de Viscosímetros
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1.4) Regimes de Escoamento dos Fluidos
Inicialmente, vamos considerar apenas o que é chamado fluido ideal, isto é, um
fluido incompressível e que não tem força interna de atrito ou viscosidade. A hipótese
de incompressibilidade é válida com boa aproximação quando se trata de líquidos;
porém, para os gases, só é válida quando o escoamento é tal que as diferenças de
pressão não são muito grandes.
O caminho percorrido por um elemento de um fluido em movimento é chamado
linha de escoamento.Em geral, a velocidade do elemento varia em módulo e direção,
ao longo de sua linha de escoamento. Se cada elemento que passa por um ponto tiver
a mesma linha de escoamento dos precedentes, o escoamento é denominado estável
ou estacionário.
No início de qualquer escoamento, o mesmo é instável, mas, na maioria dos
casos, passa a ser estacionário depois de um período de tempo. A velocidade em cada
ponto do espaço, no escoamento estacionário, permanece constante em relação ao
tempo, embora a velocidade de uma determinada partícula do fluido possa variar ao
longo da linha de escoamento.
Linha de corrente é definida como uma curva tangente, em qualquer ponto,
que está na direção do vetor velocidade do fluido naquele ponto. No fluxo estacionário,
as linhas de corrente coincidem com as de escoamento.
1.4.1) Tipos de Escoamento
O movimento de fluidos pode se processar, fundamentalmente, de duas
maneiras diferentes:
escoamento laminar (ou lamelar);
escoamento turbulento.
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O escoamento laminar caracteriza-se pelo movimento ordenado das
moléculas do fluido, e todas as moléculas que passam num dado ponto devem possuir
a mesma velocidade. O movimento do fluido pode, em qualquer ponto, ser
completamente previsto.
O escoamento turbulento é o contrário do escoamento laminar. O movimento
das moléculas do fluido é completamente desordenado; moléculas que passam pelo
mesmo ponto, em geral, não têm a mesma velocidade e torna-se difícil fazer previsões
sobre o comportamento do fluido.
O escoamento turbulento não é interessante devido às desvantagens e perigos
que sua presença pode acarretar. Quando um corpo se move através de um fluido, de
modo a provocar turbulência, a resistência ao seu movimento é bastante grande. Por
esta razão, aviões, carros e locomotivas são projetados de forma a evitar turbulência.
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1.5) Vazão
1.5.1) Conceitos Básicos de Vazão
O conceito de vazão é fundamental praticamente para todos os estudos dos
fluidos, seja para uma instalação hidráulica de abastecimento, seja para o estudo de
drenagem, seja para o estudo de geração de energia através de turbina, para todos
estes estudos o parâmetro inicial a ser conhecido é a vazão.
a) Conceito de Vazão em Volume ou Simplesmente Vazão ( Q )
Vazão é a quantidade em volume de fluido que atravessa uma dada seção do
escoamento por unidade de tempo.
Nota: A determinação da vazão pode ser direta ou indireta; considera-se
forma direta sempre que para a sua determinação recorremos a equação acima e
forma indireta quando recorremos a algum aparelho, como por exemplo, Venturi, onde:
, sendo a variação de pressão entre duas seções do
aparelho, respectivamente uma de área máxima e uma de área mínima.
b) Conceito de Vazão em Massa ( Qm )
Vazão em massa é a quantidade em massa do fluido que atravessa uma dada
seção do escoamento por unidade de tempo.
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Nota: O conceito de vazão em massa é fundamental para o estudo de
escoamentos onde a variação de temperatura não é desprezível.
c) Conceito de Vazão em Peso ( QG )
Vazão em peso é a quantidade de peso do fluido que atravessa uma dada
seção do escoamento por unidade de tempo.
d) Relação entre Vazão em Peso (QG), Vazão em Massa (Qm) e Vazão
em Volume (Q)
Para obtenção desta relação, evocamos os conceitos de peso específico (γ =
G/V) e massa específica (ρ = m/v), através dos mesmos, obtemos a relação deseja.
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d.1) Unidades de QG, Qm e Q
Para que possamos evocar as suas principais unidades, introduzimos
inicialmente as suas equações dimensionais.
Conhecendo-se as equações dimensionais, podemos estabelecer as suas
principais unidades, por exemplo:
São ainda muito usadas as unidades litro por segundo e metro cúbico por hora
(m3/h).
e) Cálculos da vazão
Se tivermos num condutor um fluido em escoamento uniforme, isto é, o fluido
escoando com velocidade constante, a vazão poderá ser calculada multiplicando-se a
velocidade (V) do fluido, em dada seção do condutor, pela área (A) da seção
considerada, ou seja:
Q = A x V
Para demonstrar, suponha-se um condutor de seção constante :
L
1 2
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O volume escoado entre as seções (1) e (2) de área A é igual :
V = A x L , onde :
L = v x t ( movimento uniforme ), e daí têm-se que :
V = A x v x t
V = A x v t
Como Q = V , tem-se : Q = A x V
t
e.1) Exemplos práticos
1) Um condutor de 20 cm2 de área de secção reta despeja gasolina num
reservatório. A velocidade de saída da água é de 60 cm3/s. Qual a vazão do fluido
escoado?
Resolução : Sabemos que a vazão Q é dada por Q = V/T ou Q = A.V
Neste caso, torna-se evidente que devemos usar a relação Q = A.v, porque
conhecemos a velocidade do fluido e a área da secção reta do condutor.
V = 60 cm3/s A = 20 cm2
Q = A.v
Q = 20 x 60
Q = 1.200 cm3/s
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Suponha que, no exemplo, o reservatório tenha 1.200.000 cm3 de capacidade.
Qual o tempo necessário para enchê-lo?
Resolução :
Temos V = 1.200.000 cm3
Q = 1.200 cm3/s
T = ?
Aplicando a relação Q = V/ t, tiramos t = V/Q
t = 1.200.000/1.200 t = 1.000 segundos
t = 16 minutos 40 s
2) Uma bomba transfere óleo diesel em um reservatório à razão de 20 m3/h.
Qual é o volume do reservatório, sabendo-se que ele está completamente cheio após 3
horas de funcionamento de bomba ?
Resolução :
Temos que Q = 20 m3/h
t = 3 h
V = ?
Q = V/ t => V = Q . t
V = 20 x 3
V = 60 m3
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EXERCÍCIOS
1) Uma mangueira é conectada em um tanque com capacidade de 10000
litros. O tempo gasto para encher totalmente o tanque é de 500 minutos. Calcule a
vazão máxima da mangueira em litros/seg.
Resposta: Q=0,33 litros/S
2) Qual a vazão de água (em litros por segundo) circulando através de um
tubo de 32 mm de diâmetro, considerando a velocidade da água como sendo 4 m/s?
Lembre-se que 1 m3 = 1000 litros
Resposta: Q=0,0032 m3/s ou 3,2 L/s
3) Qual a velocidade da água que escoa em um duto de 25 mm se a vazão é
de 2 litros/s?
Resposta: V=4,08 m/s
4) Calcular a vazão de um fluido que escoa por uma tubulação com uma
velocidade média de 1,4 m/min., sabendo-se que a área da seção da tubulação é igual
a 42cm².
Resposta: Q= 98cm³/s
5) Calcular o tempo que levará para encher um tambor de 214,56 litros,
sabendo-se que a velocidade de escoamento do líquido é de 35,21cm/s e o diâmetro
do tubo conectado ao tambor é igual a 2 polegadas.
Resposta: Tempo= 5 minutos
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6) Calcular o diâmetro de uma tubulação, sabendo-se que pela mesma,
escoa água a uma velocidade de 0,06m/s. A tubulação está conectada a um tanque
com volume de 12000 litros e leva 1 hora, 5 minutos e 49 segundos para enchê-lo
totalmente.
Resposta: Ø comercial= 10’’
7) Calcular o volume de um reservatório, sabendo-se que a vazão de
escoamento de um líquido é igual a 5 l/s. Para encher o reservatório totalmente são
necessárias 2 horas.
Resposta: V= 36m³
8) No entamboramento de um determinado produto são utilizados tambores
de 214 litros. Para encher um tambor levam-se 20 min. Calcule:
a) A vazão da tubulação utilizada para encher os tambores .
Resposta: Q= 10,7 l/min
b) O diâmetro da tubulação, em polegadas, sabendo-se que a velocidade de
escoamento é de 528 mm/min
Resposta: Ø comercial = 6’’
c) A produção no final do dia, desconsiderando-se o tempo de deslocamento
dos tambores.
Resposta: 72 tambores
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9) No tubo da figura a seguir, determine:
a) a vazão em volume (Resposta: 1l/s )
b) a velocidade de escoamento na seção (2);
(Resposta: 200 cm/s )
10) Calcule a vazão em massa de um produto que escoa por uma tubulação
de 12” de diâmetro, sendo que a velocidade de escoamento é igual a 900 mm/min.
Dados: massa especifica = 1200 kg/m³
Resposta: 78,76kg/min
11) Baseado no exercício anterior, calcule o tempo necessário para carregar o
tanque de um caminhão com 25 toneladas do produto.
Resposta: 5 horas, 17 minutos e 24 segundos
12) A vazão volumétrica de um determinado fluído é igual a 10 l/s. Determine
a vazão mássica desse fluído, sabendo-se que a massa específica do fluído é 0,08
g/cm3.
Resposta: 800g/s
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1.6) Equação da continuidade nos escoamentos
Dizemos que um fluido encontra-se escoando em regime permanente quando a
velocidade, num dado ponto, não varia com o tempo.
Assim, considerando vários pontos quaisquer no interior de um fluido, estes
estarão em regime permanente, desde que toda partícula que chegue a cada um
desses pontos, passe com a mesma velocidade e na mesma direção. Porém não há
obrigação que as velocidades sejam iguais em todos os pontos. O importante é que
toda partícula que passe por cada um deles isoladamente tenha a mesma velocidade.
Se unirmos os pontos da figura acima, teremos trajetória de qualquer partícula
que tenha passado pelo ponto mais baixo da curva. Esta trajetória é conhecida pelo
nome de Linha de Corrente.
Suponha-se, agora, um fluido qualquer escoando em regime permanente no
interior de um condutor de secção reta variável.
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A velocidade do fluido no ponto A1 é V1, e no ponto A2 é V2. A1 e A2 são
áreas da secção reta do tubo nos dois pontos considerados.
Já foi visto que Q = V/ t e Q = A.v, portanto pode-se escrever que:
V/ t = A . v
V = A . v . t
Sabe-se, ainda, que a massa específica é definida pela relação:
μ = m / V
m = μ . V
m = μ . A . v . t
Pode-se, então, dizer tendo em vista esta última equação, que a massa de
fluido passando através da secção A1 por segundo é m1 = μ1 . A1 . v1; e que a massa
de fluido que atravessa a secção A2, em cada segundo é igual a m2 = μ2 . A2 . v2.
A massa de fluido, porém, permanece constante, desde que nenhuma partícula
fluida possa atravessar as paredes do condutor.
Portanto, é possível escrever:
μ1.A1.v1 = μ2.A2.v2
Esta é a Equação da Continuidade nos escoamentos em regime permanente.
Se o fluido for incompressível, não haverá variação de volume e, portanto, μ1 = μ2 e a
Equação da Continuidade toma uma forma mais simples, qual seja A1.v1 = A2.v2 ou
Q1 = Q2.
Esta relação mostra que onde a área da secção do condutor for maior, a
velocidade de escoamento da massa fluida é menor e vice-versa.
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a) Exemplos práticos
1) Um duto de secção retangular possui um estreitamento cuja área de secção
é de 100 cm2. Certo líquido flui no duto à razão de 90 litros/min. Calcular a velocidade
do líquido no estreitamento.
Resolução :
O problema fornece vazão do líquido no interior do duto em sua parte mais
larga.
Sabe-se que:
Q1 = Q2
Q1 = A2 . v2
Logo, v2 = Q1/A2
Deve-se estar atentos para as unidades.
Trabalhemos no sistema CGS.
Q1 = 90 l/ min = 90 dm3/60s = 90.000 cm3/60s
Q1 = 1.500 cm3/s
V2 = Q1/A2
V2 = 1.500/100
V2 = 15 cm/s
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2) Calcular a velocidade do fluido na parte mais larga do condutor mostrado na
figura abaixo:
v1 = 5 ,0 cm/s v2 = ?
A1 = 40 cm2 A2 = 150 cm2
Aplica-se a Equação da Continuidade:
A1 . v1 = A2 . v2 => v2 = 2
1.1
A
vA
=> v2 = 150
540x => v2 =
150
200 = 1,3 cm / s
3) 50 litros/s escoam no interior de uma tubulação de 8”. Esta tubulação, de
ferro fundido, sofre uma redução de diâmetro e passa para 6”. Sabendo-se que a
parede da tubulação é de ½” , calcule a velocidade nos dois trechos.
Resposta: V1 = 2,0 m/s ( sim ) V2 = 3,90 m/s (não)
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4) No início de uma tubulação de 20 m de comprimento, a vazão é de 250
litros/h. Ao longo deste trecho são instalados gotejadores com vazão de 4 litros/h cada,
distanciados de 0,5 m. Calcule a vazão no final do trecho
Resposta: Q final = 90 L/h
5) Um projeto fixou a velocidade V1 para uma vazão Q1, originando um
diâmetro D1. Mantendo-se V1 e duplicando-se Q1, demonstre que o diâmetro terá que
aumentar 41%.
Resposta: D2 = 1,41 D1 ( D2 é 41 % maior que o D1)
6) O motor a jato de um avião queima 1kg/s de combustível quando a aeronave
voa a 200m/s de velocidade. Sabendo-se que massa específica_ar=1,2kg/m³ e massa
específica_gases=0,5kg/m³ (gases na seção de saída) e que as áreas das seções
transversais da turbina são A1 = 0,3m² e A2 = 0,2m², determine a velocidade dos gases
na seção de saída.
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1.7) Número de Reynolds ( Re )
Quando a velocidade de um fluido que escoa em um tubo excede certo valor
crítico, o regime de escoamento passa de lamelar para turbulento, exceto em uma
camada extremamente fina junto à parede do tubo, chamada camada limite, onde o
escoamento permanece laminar. Além da camada limite, onde o escoamento é
turbulento, o movimento do fluido é altamente irregular, caracterizado por vórtices
locais e um grande aumento na resistência ao escoamento.
O regime de escoamento, se lamelar ou turbulento, é determinado pela
seguinte quantidade adimensional, chamada Número de Reynolds:
O coeficiente, número ou módulo de Reynolds (abreviado como Re) é um
número adimensional usado em mecânica dos fluidos para o cálculo do regime de
escoamento de determinado fluido sobre uma superfície. É utilizado, por exemplo, em
projetos de tubulações industriais e asas de aviões.
O conceito foi introduzido por George Gabriel Stokes em 1851, mas o número
de Reynolds tem seu nome oriundo de Osborne Reynolds, um físico e engenheiro
hidráulico irlandês (1842–1912), quem primeiro popularizou seu uso em 1883.
O seu significado físico é um quociente de forças: forças de inércia (ρʋ ) entre
forças de viscosidade (μ/D). É expressado como
Sendo:
ʋ - velocidade média do fluido
D - longitude característica do fluxo, o diâmetro para o fluxo no tubo
μ - viscosidade dinâmica do fluido
ρ - massa específica do fluido
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Verifica-se experimentalmente que o escoamento de um fluido qualquer é:
Lamelar, se Re < 2.000
Turbulento, se Re > 4.000
Instável, isto é, mudando de um regime para outro, se 2.000 < Re <
4.000
Reynolds, estudando a causa destas duas diferentes leis de atrito nos fluidos,
descobriu que a mudança da lei de primeira potência para a de segunda potência não
era gradual, mas sim, brusca, e ocorria, para qualquer fluido dado e qualquer aparato
de medida, sempre na mesma velocidade crítica.
Reynolds mostrou experimentalmente que esta mudança acontecia
simultaneamente com a mudança no regime do escoamento do fluido no aparato de
medida, de laminar para turbulento.
O experimento consistia em introduzir um fio de líquido colorido no centro de
um tubo através do qual o mesmo líquido, sem corante, escoava com uma velocidade
controlada.
A baixas velocidades de escoamento, o fio de líquido colorido permanecia reto
e contínuo pelo comprimento do tubo e quando certa velocidade crítica era atingida, a
linha colorida era violentamente agitada e sua continuidade destruída por curvas e
vórtices, revelando assim fluxo turbulento. Exatamente nesta velocidade crítica é que a
lei de atrito no fluido passava de uma lei de primeira potência para uma de segunda
potência.
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1.8) Perda de Carga
1.8.1) Conceito
Quando um líquido escoa de um ponto para outro no interior de um tubo,
ocorrerá sempre uma perda de energia, denominada perda de pressão (Sistemas de
ventilação ou exaustão) ou perda de carga (Sistemas de bombeamento de líquidos).
Esta perda de energia é devida principalmente ao atrito do fluído com uma camada
estacionária aderida à parede interna do tubo. O emprego de tubulações no transporte
de fluídos pode ser realizado de duas formas: tubos fechados e canais abertos.
Em suma, perda de carga é a energia perdida pela unidade de peso do fluido
quando este escoa. No cotidiano a perda de carga é muito utilizada, principalmente em
instalações hidráulicas. Por exemplo, quanto maior as perdas de cargas em uma
instalação de bombeamento, maior será o consumo de energia da bomba. Para estimar
o consumo real de energia é necessário que o cálculo das perdas seja o mais preciso
possível.
No caso de escoamentos reais, a preocupação principal são os efeitos do
atrito. Estes provocam a queda da pressão, causando uma "perda", quando comparado
com o caso ideal, sem atrito. Para simplificar a análise, a "perda" será dividida em
distribuídas (devidas ao atrito em porções de área constante do sistema) e localizadas
(devidas ao atrito através de válvulas, tês, cotovelos e outras porções do sistema de
área não-constante).
Como os dutos de seção circular são os mais comuns nas aplicações de
engenharia, a análise básica será feita para geometria circular. Os resultados podem
ser estendidos a outras formas pela introdução do diâmetro hidráulico.
A perda de carga total é considerada como a soma das perdas distribuídas
devidas aos efeitos de atrito no escoamento completamente desenvolvido em tubos de
seção constante, com as perdas localizadas devidas a entradas, acessórios, mudanças
de área, etc. Consequentemente, consideram-se as perdas distribuídas e localizadas
em separado.
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Em resumo: A Perda de Carga pode ser definida como sendo a perda de
energia que o fluido sofre durante o escoamento em uma tubulação. É o atrito entre o
fluido e a tubulação, quando o fluido está em movimento.
É a resistência ao escoamento devido ao atrito entre o fluido e a tubulação,
mas que pode ser maior ou menor devido a outros fatores tais como o tipo de fluido
(viscosidade do fluido), ao tipo de material do tubo (um tubo com paredes rugosas
causa maior turbulência), o diâmetro do tubo e a quantidade de conexões, registros,
etc., existentes no trecho analisado.
a) Variáveis Hidráulicas que influem na Perda de Carga
I. Comprimento da tubulação ( l )
Quanto maior o comprimento da tubulação, maior a perda de carga. O
comprimento é diretamente proporcional à perda de carga. O comprimento é
identificado pela letra l (do inglês length, comprimento)
II. Diâmetro da tubulação ( d )
Quanto maior o diâmetro, menor a perda de carga. O diâmetro é inversamente
proporcional à perda de carga.
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III. Velocidade ( v )
Quanto maior a velocidade do fluido, maior a perda de carga.
IV. Outras variáveis : fator ( f )
Rugosidade
A rugosidade depende do material do tubo. Existem tabelas onde encontramos
esses valores em função da natureza do material do tubo.
Tempo de uso
O tempo de uso, ou seja, a idade do tubo também é uma variável a ser
considerada, devido principalmente ao tipo de material que for utilizado (ferro fundido,
aço galvanizado, aço soldado com revestimento, etc.). O envelhecimento de um tubo
provoca incrustações ou corrosões que poderão alterar desde o fator de rugosidade ou
até o diâmetro interno do tubo.
Viscosidade do fluido
A viscosidade, ou seja, o atrito intermolecular do fluido também influência a
perda de carga em um sistema. Líquidos com viscosidades diferentes vão possuir
perdas de cargas distintas ao passar dentro de uma mesma tubulação.
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b) Tipos de Perda de Carga
As perdas de carga podem ser de dois tipos : I. Normais As perdas de cargas normais ocorrem ao longo de um trecho de tubulação
retilíneo, com diâmetro constante. Se houver mudança de diâmetro, muda-se o valor da
perda de carga.
I.a - Formas de Calculo da Perda de Carga Normal ( hf ou J )
Método Racional ou Moderno
Com o intuito de estabelecer leis que possam reger as perdas de carga em
condutos, já há cerca de dois séculos estudos e pesquisas vêm sendo realizados.
Atualmente a expressão mais precisa e utilizada universalmente para análise de
escoamento em tubos, e que foi proposta em 1845, é a conhecida equação de Darcy-
Weisbach:
ou
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onde:
hf = perda de carga ao longo do comprimento do tubo (mcf)
ΔP = queda de pressão ao longo do comprimento do tubo (Pa)
f = fator de atrito de Darcy-Weisbach (adimensional)
L = comprimento do tubo (m)
V = velocidade do líquido no interior do tubo (m / s)
D = diâmetro interno do tubo (m)
g = aceleração da gravidade local (m / s2)
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Método Empírico
Em relação aos métodos empíricos tem-se a opção de calcular utilizando
Hazen-Williams ou Fair-Whipple-Hsiao
Hazen-Williams
Utilizada para diâmetros de 50mm até 2.400mm e vários tipos de materiais de
tubo e revestimento:
Onde:
J = perda de carga unitária (m/m) Q = Vazão de água (m3/s) D = Diâmetro interno da tubulação ( m ) C = Coeficiente que depende do material da tubulação Valores adotados para o coeficiente C:
VALORES DE COEFICIENTE “C” PARA FÓRMULA DE HAZEN-WILLIANS
Tubos Novos Usados ± 10 anos
Usados ± 20 anos
Aço corrugado (chapa ondulada) 60 --- --- Aço galvanizado roscado 125 100 --- Aço rebitado 110 90 80 Aço soldado, comum (revestimento betuminoso) 125 110 90 Aço soldado com revestimento epóxico 140 130 115 Chumbo 130 120 120 Cimento-amianto 140 130 120 Cobre 140 135 130 Concreto, bom acabamento 130 --- --- Concreto, acabamento comum 130 120 110 Ferro fundido, revestimento epóxico 140 130 120 Ferro fundido, revestimento de argamassa de cimento 130 120 105 Grés cerâmico, vidrado (manilhas) 110 110 110 Latão 130 130 130 Madeira, em aduelas 120 120 110 Tijolos, condutos bem executados 100 95 90 Vidro 140 140 140 Plástico (PVC) 140 135 130
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Fair-Whipple-Hsiao
O dimensionamento utilizando a formula de Fair-Whipple-Hsiao, é normalmente
aplicado a tubulações com pequenos diâmetros, até 4" (100 mm):
Fair-Whipple-Hsiao para aço galvanizado e ferro fundido
Fair-Whipple-Hsiao para cobre e plástico
II. Acidentais ou localizadas
As perdas de carga acidentais ou localizadas são as perdas que ocorrem nas
conexões (curvas, derivações), válvulas (registros de gaveta, registros de pressão,
válvulas de descarga) e nas saídas de reservatórios. Essas peças causam turbulência,
alteram a velocidade do fluido, aumentam o atrito e provocam choques das partículas
líquidas.
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O método que será utilizado para calcular as perdas de carga localizadas é o
método dos comprimentos equivalentes ou virtuais. Em uma tabela já existem todas as
conexões e válvulas nos mais diversos diâmetros e a comparação com a perda de
carga normal em uma tubulação de mesmos diâmetros.
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Por exemplo: A perda de carga existente em um registro de gaveta aberto de
¾” equivale a perda de carga existente em um tubo de PVC de ¾” (mesmo diâmetro)
com 0,20 m de comprimento:
EXERCÍCIOS
1) Qual a perda de carga em 100 m de tubo liso de PVC de 32 mm de
diâmetro por onde escoa água a uma velocidade de 2 m/s?
Resolução:
Inicialmente devemos calcular o Número de Reynolds:
Re = 1000 x 2 x 0,032 = 63.808,57 ou 6,3 x 104
1,003 x 10-3
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Com o número de Reynolds e o Diagrama de Moody, obtemos para o tubo liso
que o fator de atrito f = 0,02.
Δp = 0,02 x 1000 x 100 x 22 = 125.000 Pa 2 x 0,032
2) Qual a perda de carga no tubo?
Considere: tubo liso PVC
υágua = 1,003 x 10-3 N.s/m2
Vágua = 5 m/s
ρágua = 1000 kg/m3
Resolução :
Cálculo do número de Reynolds:
Re = 1000 x 5 x 0,80 = 4,0 x 106 1,003 x 10-3
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Cálculo da perda de carga:
Com o número de Reynolds, podemos agora obter o fator de atrito através do
diagrama de Moody, onde se obtém o fator de atrito f = 0,095.
Δp = 0,095 x 1000 x 10000 x 52 = 14.843.750 Pa 2 x 0,8
3) Qual a perda de carga no tubo (utilizando o método empírico) quando
o mesmo está submetido a uma vazão de 50 m3/h.
a) Adotando tubulação de ferro fundido (revest. Epóxico) com diâmetro de 80 cm.
b) Adotando tubulação de PVC com diâmetro de 10 cm.
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1.9) Princípio de Bernoulli ou Equação de Bernoulli
O Princípio de Bernoulli, também denominado Equação de Bernoulli ou
Trinômio de Bernoulli, ou ainda Teorema de Bernoulli descreve o comportamento
de um fluido movendo-se ao longo de uma linha de corrente e traduz para os fluidos o
principio da conservação da energia.
Foi exposto por Daniel Bernoulli em sua obra Hidrodinâmica (1738) e expressa
que num fluido ideal (sem viscosidade nem atrito) em regime de circulação por um
conduto fechado, a energia que possui o fluido permanece constante ao longo de seu
percurso.
A energia de um fluido em qualquer momento consta de três componentes:
1. Cinética: é a energia devida à velocidade que possua o fluido.
2. Potencial gravitacional: é a energia devida à altitude que um fluido
possua.
3. Energia de fluxo: é a energia que um fluido contém devido à pressão que
possui.
A seguinte equação conhecida como “Equação de Bernoulli” (Trinômio de
Bernoulli) consta destes mesmos termos.
onde:
V = velocidade do fluido na seção considerada.
g = aceleração gravitacional
z = altura na direção da gravidade desde uma cota de referência.
P = pressão ao longo da linha de corrente.
ρ = densidade do fluido.
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Para aplicar a equação se deve realizar as seguintes suposições:
Viscosidade (atrito interno) = 0, ou seja, se considera que a linha de
corrente sobre a qual se aplica se encontra em uma zona ‘não viscosa’ do fluido.
Caudal constante
Fluxo incompressível, onde ρ é constante.
A equação se aplica ao longo de uma linha de corrente ou em um fluxo
irrotacional.
1.9.1) Exemplo Prático - Tubo de Pitot
O tubo de pitot determina o módulo e a direção da velocidade de um fluído.
Imagem de tubo de pitot usado em aeronaves:
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Corte esquemático de um Tubo de Pitot:
Equacionamento de um Tubo de Pitot:
ρ V12 + P1 + ρ g z1 = ρ V2
2 + P2 + ρ g z2
2 2
Porém:
P1 = P2 = Patm
V2 = 0
z2 = l
Daí,
V1 =
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EXERCÍCIOS - Teorema de Bernoulli
1 - A um tubo de Venturi, com os pontos 1 e 2 na horizontal, liga-se um
manômetro diferencial . Sendo Q = 3,14 litros/s e V1 = 1 m/s, calcular os diâmetros
D1 e D2 do Venturi, desprezando-se as perdas de carga (hf =0).
Resposta: D1 = 0,0632 m (63 mm) D2 = 0,037 m (37 mm)
2 - No tubo recurvado abaixo, a pressão no ponto 1 é de 1,9 kgf/cm2. Sabendo-
se que a vazão transportada é de 23,6 litros/s, calcule a perda de carga ( hf = ?) entre
os pontos 1 e 2 .
Resposta: hf 1-2 = 17,48 m
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3 – De uma pequena barragem parte uma canalização de 250mm de diâmetro
interno, com poucos metros de extensão, havendo depois uma redução para 125mm;
do tubo de 125mm, a água passa para a atmosfera sob a forma de um jato.A vazão foi
medida, encontrando-se 105 L/s. Desprezando as perdas de carga, calcule a pressão
na parte inicial do tubo de 250mm, a altura H de água na barragem e a potência bruta
do jato (assuma g=1000 kgf/m3e 1cv= 75kgf m/s).
Resp. =H=3,75m e Pot = 5,2 cv
4 – Uma tubulação vertical de 150mm de diâmetro apresenta, em um pequeno
trecho, uma seção contraída de 75mm, onde a pressão é de 10,3mca. A três metros
acima desse ponto, a pressão eleva-se para 14,7mca. Desprezando as perdas de
carga, calcule a vazão e a velocidade ao longo do tubo.
Resposta:V1:3,1m/s;V2=12,4 m/s; Q=0,055m3/s
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5 – Em um canal de concreto, a profundidade é de 1,2m e as águas escoam
com velocidade de 2,4m/s, até certo ponto, onde, devido a uma pequena queda, a
velocidade se eleva para 12m/s, reduzindo-se a profundidade a 0,6m. Desprezando as
possíveis perdas por atrito, determine a diferença de cota entre os pontos.
Resposta: y = 6,5m
6 – Tome-se o sifão da figura ao lado. Retirado o ar da tubulação por algum
meio mecânico ou estando a tubulação cheia de água, abrindo-se C pode-se
estabelecer condições de escoamento, de A para C , por força da pressão atmosférica.
Supondo a tubulação com diâmetro de 150mm, calcular e a pressão no ponto B,
admitindo que a perda de carga no trecho AB é 0,75m e no trecho BC é 1,25m.
Resposta : PB = -5,05 mca
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PARTE III
A) INSTALAÇÕES DE RECALQUE
1) MÁQUINAS
São transformadores de energia (absorvem energia em uma forma e restituem
em outra).
Entre os diversos tipos de máquinas, as máquinas fluidas são aquelas que
promovem um intercâmbio entre a energia do fluido e a energia mecânica.
Dentre elas, as máquinas hidráulicas se classificam em motora e geradora.
Máquina hidráulica motora ou motriz: transforma a energia hidráulica em
energia mecânica (ex. : turbinas hidráulicas e rodas d’água).
Máquina hidráulica geradora ou geratriz ou operatriz: transforma a energia
mecânica em energia hidráulica.
Dessa forma, por exemplo, as bombas hidráulicas são máquinas motrizes que
sugam ou empurram um fluido. Há muitos tipos de bombas.
2) BOMBAS HIDRÁULICAS
Uma bomba hidráulica é um dispositivo que adiciona energia aos líquidos,
tomando energia mecânica de um eixo, de uma haste ou de um outro fluido: ar
comprimido e vapor são os mais usuais. As formas de transmissão de energia podem
ser: aumento de pressão, aumento de velocidade ou aumento de elevação, ou
qualquer combinação destas formas de energia.
Outras máquinas destinadas a adicionar energia aos fluidos na forma de vapor
e gases só são chamadas de bombas apenas eventualmente. Como exemplos, há a
bomba de vácuo, destinada a esgotar ar e gases, e a bomba manual de ar, destinada
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a encher pneumáticos, bolas de futebol, brinquedos e botes infláveis, etc. As máquinas
que se destinam a manusear ar, gases ou vapores são normalmente chamadas pelos
técnicos de ventiladores ou ventoinhas, sopradores ou compressores.
3) CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS BOMBAS As bombas podem ser classificadas em duas categorias, a saber:
a) Volumétricas ou de Deslocamento Positivo: são aquelas em que a
movimentação do líquido é causada diretamente pela movimentação de um dispositivo
mecânico da bomba, que induz ao líquido um movimento na direção do deslocamento
do citado dispositivo, em quantidades intermitentes, de acordo com a capacidade de
armazenamento da bomba, promovendo enchimentos e esvaziamentos sucessivos,
provocando, assim, o deslocamento do líquido no sentido previsto.
b) Turbo-Bombas, Hidrodinâmicas ou Rotodinâmicas: são máquinas nas
quais a movimentação do líquido é desenvolvida por forças que se desenvolvem na
massa líquida em consequência da rotação de uma peça interna (ou conjunto dessas
peças) dotada de pás ou aletas chamada de rotor. São exemplos de bombas
rotodinâmicas as conhecidíssimas bombas centrífugas e de bombas volumétricas as de
êmbolo ou alternativas e as rotativas (figura abaixo).
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Resumindo:
Bombas Hidráulicas são máquinas motrizes que recebem energia potencial de
um motor ou de uma turbina, e transforma parte dessa energia em potência:
Energia de pressão (força): Bombas de Deslocamento Direto
Energia cinética: Bombas Cinéticas
As bombas cedem estas duas formas de energia ao fluido bombeado, para
fazê-lo recircular ou transportá-lo de um ponto a outro.
4) TIPOS DE BOMBAS HIDRÁULICAS a) BOMBAS VOLUMÉTRICAS OU DE DESLOCAMENTO POSITIVO: o
órgão fornece energia ao fluido em forma de pressão. São as bombas de êmbolo ou
pistão e as bombas diafragma. O intercâmbio de energia é estático e o movimento é
alternativo.
a.1) Bombas de Pistão
Funcionam através da ação de um pistão sob uma porção de fluido presa em
uma câmara. Quando o pistão se move, o fluido é impulsionado para fora. Desse
modo, a energia do pistão é transferida para o fluido.
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As bombas de pistão podem ser :
- Um único pistão : Simplex
- Dois pistãos : Duplex
- Muitos pistãos
Quando utilizar as bombas de pistão ?
* quando um fluido vaporiza, ou pode eventualmente vaporizar nas condições
do processo;
* com altas pressões de descarga, atingindo valores bem acima das bombas
centrífugas: até 2.000 atm ;
* como bombas dosadoras.
a.2) Bombas de Diafragma
Funcionam através do movimento hidráulico de um pistão sob uma membrana
flexível, chamada de diafragma, que serve para reter uma porção de fluido em seu
interior e expulsá-lo no movimento inverso do pistão. Possui válvulas de admissão e de
descarga.
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Quando utilizar as bombas de diafragma ?
* quando o fluido é corrosivo, pois simplifica, o material de construção;
* com altas pressões de descarga, atingindo valores bem acima das bombas
centrífugas: até 150 kgf / cm2
* como bombas dosadoras.
B) BOMBAS CENTRÍFUGAS
Bombas Centrífugas são bombas hidráulicas que têm como princípio de
funcionamento a força centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no
interior de uma carcaça estanque, jogando líquido do centro para a periferia do
conjunto girante.
Portanto, funcionam através do movimento rotativo de engrenagens (lóbulos,
palhetas ou fusos), que retém o fluido no espaço formado entre a carcaça e as
engrenagens.
b.1) Descrição
Constam de uma câmara fechada, carcaça, dentro da qual gira uma peça, o
rotor, que é um conjunto de palhetas que impulsionam o líquido através da voluta
(figura a seguir). O rotor é fixado no eixo da bomba, este contínuo ao transmissor de
energia mecânica do motor.
A carcaça é a parte da bomba onde, no seu interior, a energia de velocidade é
transformada em energia de pressão, o que possibilita o líquido alcançar o ponto final
do recalque. É no seu interior que está instalado o conjunto girante (eixo-rotor) que
torna possível o impulsionamento do líquido.
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A carcaça pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor. A de voluta é a mais
comum podendo ser simples ou dupla (figura a seguir). Como as áreas na voluta não
são simetricamente distribuídas em torno do rotor, ocorre uma distribuição desigual de
pressões ao longo da mesma. Isto dá origem a uma reação perpendicular ao eixo que
pode ser insignificante quando a bomba trabalhar no ponto de melhor rendimento, mas
que se acentua a medida que a máquina sofra redução de vazões, baixando seu
rendimento. Como conseqüência deste fenômeno temos para pequenas vazões, eixos
de maior diâmetro no rotor. Outra providência para minimizar este empuxo radial é a
construção de bombas com voluta dupla, que consiste em se colocar uma divisória
dentro da própria voluta, dividindo-a em dois condutos a partir do início da segunda
metade desta, ou seja, a 180o do início da "voluta externa", de modo a tentar equilibrar
estas reações duas a duas, ou minimizar seus efeitos.
Voluta dupla
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Para vazões médias e grandes alguns fabricantes optam por bombas de
entrada bilateral para equilíbrio do empuxo axial e dupla voluta para minimizar o
desequilíbrio do empuxo radial. A carcaça tipo difusor não apresenta força radial, mas
seu emprego é limitado a bombas verticais tipo turbina, bombas submersas ou
horizontais de múltiplos estágios e axiais de grandes vazões. A carcaça tipo difusor
limita o corte do rotor de modo que sua faixa operacional com bom rendimento, torna-
se reduzida.
b.2) Principais Componentes de uma Bomba Hidrodinâmica
Rotor: órgão móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela
formação de uma depressão no seu centro para aspirar o fluido e de uma sobrepressão
na periferia para recalcá-lo.
Difusor: canal de seção crescente que recebe o fluido vindo do rotor e o
encaminha à tubulação de recalque. Possui seção crescente no sentido do escoamento
com a finalidade de transformar a energia cinética em energia de pressão; são aletas
estacionárias que oferecem ao fluido um canal de área crescente desde o rotor até a
carcaça.
Voluta: o rotor descarrega fluido num canal de área de seção reta contínua e
crescente. Aumentando a área, a velocidade diminui, reduzindo assim a formação de
turbilhões.
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em caracol ( difusor )
b.3) Classificação das Turbo-bombas
b.3.1) Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor
Bombas radiais ou centrífugas: o fluido entra no rotor na direção axial e sai
na direção radial. Caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões em grandes
alturas. A força predominante é a centrífuga. Pelo fato das bombas centrífugas serem
as mais utilizadas, será abordado, neste material, todo o seu princípio de
funcionamento e critérios de seleção.
Bombas Axiais: o fluido entra no rotor na direção axial e sai também na
direção axial. Caracterizam-se pelo recalque de grandes vazões em pequenas alturas.
A força predominante é a de sustentação.
b.3.2) Quanto ao número de entradas para a aspiração e sucção
Bombas de sucção simples ou de entrada unilateral: a entrada do líquido se
faz através de uma única boca de sucção.
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Bombas de dupla sucção: a entrada do líquido se faz por duas bocas de
sucção, paralelamente ao eixo de rotação. Esta configuração equivale a dois rotores
simples montados em paralelo. O rotor de dupla sucção apresenta a vantagem de
proporcionar o equilíbrio dos empuxos axiais, o que acarreta uma melhoria no
rendimento da bomba, eliminando a necessidade de rolamento de grandes dimensões
para suporte axial sobre o eixo.
b.3.3) Quanto ao número de rotores dentro da carcaça
Bombas de simples estágio ou unicelular: a bomba possui um único rotor
dentro da carcaça. Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio
para qualquer situação de altura manométrica e de vazão. As dimensões excessivas e
o baixo rendimento fazem com que os fabricantes limitem a altura manométrica para
100 m.
Corte de uma bomba de mono-estágio
Bombas de múltiplo estágio: a bomba possui dois ou mais rotores dentro da
carcaça. É o resultado da associação de rotores em série dentro da carcaça.
Essa associação permite a elevação do líquido a grandes alturas (> 100 m),
sendo o rotor radial o indicado para esta associação.
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Corte de uma bomba de múltiplo estágio
b.3.4) Quanto ao posicionamento do eixo
Bomba de eixo horizontal: é a concepção construtiva mais comum.
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Bomba de eixo vertical: usada na extração de água de poços profundos.
b.3.5) Quanto ao tipo de rotor
Rotor aberto: usada para bombas de pequenas dimensões. Possui pequena
resistência estrutural. Baixo rendimento. Dificulta o entupimento, podendo ser usado
para bombeamento de líquidos sujos.
Rotor semi-aberto ou semi-fechado: possui apenas um disco onde são
afixadas as palhetas.
Rotor fechado: usado no bombeamento de líquidos limpos. Possui discos
dianteiros com as palhetas fixas em ambos. Evita a recirculação da água, ou seja, o
retorno da água à boca de sucção.
Esquemas de rotores fechado, semi-aberto e aberto.
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b.3.6) Quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível da água.
Bomba de sucção positiva: o eixo da bomba situa-se acima do nível d’água
do reservatório de sucção .
Bomba de sucção negativa ou afogada: o eixo da bomba situa-se abaixo do
nível d’água do reservatório de sucção.
Sucção positiva Sucção negativa ou afogada
b.4) Bombas Rotativas de Deslocamento Positivo
Funcionam através do movimento rotativo de engrenagens (lóbulos, palhetas
ou fusos), que retém fluido no espaço entre a carcaça e as engrenagens.
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Quando utilizar as bombas rotativas de deslocamento positivo ?
São utilizados para fluidos viscosos quaisquer, desde que não contenham
sólidos em suspensão.
A folga entre a carcaça e a ponta da engrenagem (lóbulos, palhetas ou fusos) é
mínimo, sendo proibitiva a presença de sólidos em suspensão e utilizando o próprio
fluido como lubrificante.
5) ELEMENTOS MECÃNICOS DAS BOMBAS
5.1) GAXETAS
São componentes utilizados para a vedação das bombas centrífugas. São
montadas em torno do eixo da bomba e apertadas por um outro componente chamado
“preme-gaxetas”.
Não podem ser totalmente apertadas, devendo permitir um vazamento em
média de 40 a 60 gotas por minuto para a lubrificação e refrigeração.
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5.2) SELOS MECÂNICOS
São sistemas de selagem utilizados quando não se pode deixar o fluido
bombeado vazar. Permitem vazamento 100 vezes menores que as gaxetas.
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São formados por componentes mecânicos mais elaborados, requerendo
melhor eficiência de lubrificação e resfriamento, sendo muitas vezes utilizados outros
fluidos (água, etileno glicol), que deve ser limpo.
São apertados somente durante a montagem, requerendo cuidados especiais
de manutenção.
Falhas mais comuns que prejudicam a vedação das bombas * montagem e ajustes dimensionais deficientes;
* quando se usa fluido externo: baixo fluxo ou pressão, acarretando falta de
lubrificação e refrigeração;
* quando não se usa fluido externo: gaxetas muito apertadas ou entupimento
nos canais de selagem do próprio fluido bombeado;
* golpe de pressão no bombeamento, transmitindo para a caixa de vedação
tensões paralelas ao eixo da bomba.
6) FILTROS DE SUCÇAO
São instalados na sucção das bombas para protegê-las da presença de sólidos
estranhos, que poderiam danificá-las internamente.
Com a continuidade operacional os filtros permanentes tendem a limitar o fluxo
para a bomba, podendo provocar danos mecânicos nas mesmas. Para facilitar a
limpeza, a maior parte dos fabricantes prevê um dreno no ponto mais baixo.
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7) VÁLVULAS DE SEGURANÇA DE PRESSÃO
São válvulas que controlam a pressão na tubulação automaticamente pela
ação da força de uma mola. Podem ser para pressões positivas ou para vácuo.
Sua aplicação está relacionada com as bombas hidráulicas conforme:
* montada na linha de sucção para proteção da bomba contra golpes de
pressão;
* se a bomba for centrífuga, a válvula de segurança na descarga não se faz
necessária;
* se a bomba for de deslocamento positivo, é fundamental haver algum tipo de
proteção contra alta pressão.
Uma válvula de segurança é projetada para proteger o sistema e não para
operar permanentemente aberta.
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8) O FENÔMENO DA CAVITAÇÃO
a) Descrição do fenômeno
Como qualquer outro líquido, a água também tem a propriedade de vaporizar-
se em determinadas condições de temperatura e pressão. E assim sendo temos, por
exemplo, entra em ebulição sob a pressão atmosférica local a uma determinada
temperatura, por exemplo, ao nível do mar (pressão atmosférica normal) a ebulição
acontece a 100oC. A medida que a pressão diminui a temperatura de ebulição também
se reduz. Por exemplo, quanto maior a altitude do local menor será a temperatura de
ebulição. Em consequência desta propriedade pode ocorrer o fenômeno da cavitação
nos escoamentos hidráulicos.
Chama-se de cavitação o fenômeno que decorre, nos casos em estudo, da
ebulição da água no interior dos condutos, quando as condições de pressão caem a
valores inferiores a pressão de vaporização.
No interior das bombas, no deslocamento das pás, ocorrem inevitavelmente
rarefações no líquido, isto é, pressões reduzidas devidas à própria natureza do
escoamento ou ao movimento de impulsão recebido pelo líquido, tornando possível a
ocorrência do fenômeno e, isto acontecendo, formar-se-ão bolhas de vapor prejudiciais
ao seu funcionamento, caso a pressão do líquido na linha de sucção caia abaixo da
pressão de vapor (ou tensão de vapor) originando bolsas de ar que são arrastadas pelo
fluxo. Estas bolhas de ar desaparecem bruscamente condensando-se, quando
alcançam zonas de altas pressões em seu caminho através da bomba.
Como esta passagem gasoso-líquido é brusca, o líquido alcança a superfície
do rotor em alta velocidade, produzindo ondas de alta pressão em áreas reduzidas.
Estas pressões podem ultrapassar a resistência à tração do metal e arrancar
progressivamente partículas superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo.
Quando ocorre a cavitação são ouvidos ruídos e vibrações característicos e
quanto maior for a bomba, maiores serão estes efeitos. Além de provocar o desgaste
progressivo até a deformação irreversível dos rotores e das paredes internas da
bomba, simultaneamente esta apresentará uma progressiva queda de rendimento,
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caso o problema não seja corrigido. Nas bombas a cavitação geralmente ocorre por
altura inadequada da sucção (problema geométrico), por velocidades de escoamento
excessivas (problema hidráulico) ou por escorvamento incorreto (problema
operacional).
Causas da cavitação:
- Filtro da linha de sucção saturado
- Respiro do reservatório fechado ou entupido
- Linha de sucção muito longa
- Muitas curvas na linha de sucção (perdas de cargas)
- Estrangulamento na linha de sucção
- Altura estática da linha de sucção
- Linha de sucção congelada
Exemplo de defeito provocado pela cavitação: Corrosão das palhetas da
bomba
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Características de uma bomba em cavitação
- Queda de rendimento
- Marcha irregular
- Vibração provocada pelo desbalanceamento
- Ruído provocado pela implosão das bolhas
Como evitar a cavitação
Primeiramente, elaborando-se um bom projeto para a linha de sucção.
Segundo, aplicando-se uma manutenção preventiva.
9) NPSH
a) Significado das Iniciais
São as iniciais do termo em inglês NET POSITIVE SUCTION HEAD, cuja
tradução para o Português, seria o equivalente a “Balanço no Topo da Sucção Positiva”
ou “Altura Livre Positiva de Sucção”.
b) Significados Técnicos / Definições
NPSH (Net Positive Sucction Head): pressão residual com que o fluido
chega na entrada da bomba que vai fazer com que a pressão do fluido no interior da
bomba não atinja a pressão de vapor do fluido.
NPSH requerido: pressão requerida pela bomba para que a mesma
funcione.
NPSH disponível: pressão com que o fluido chega até a entrada da bomba
(energia que o tipo de instalação fornece ao fluido).
Obs.: para que a bomba funcione sem cavitação é necessário que o NPSH
disponível seja 10% maior que o NPSH requerido.
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10) ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL
Altura manométrica total é a energia por unidade de peso que o sistema solicita
para transportar o fluido do reservatório de sucção para o reservatório de descarga,
com uma determinada vazão. Essa energia será fornecida por uma bomba, que será o
parâmetro fundamental para o selecionamento da mesma. É importante notar que em
um sistema de bombeamento, a condição requerida é a vazão, enquanto que a altura
manométrica total é uma consequência da instalação.
A determinação desta variável é de fundamental importância para a seleção da
bomba hidráulica adequada ao sistema em questão. Pode ser definida como a
quantidade de trabalho necessário para movimentar um fluído, desde uma determinada
posição inicial, até a posição final, incluindo nesta “carga” o trabalho necessário para
vencer o atrito existente nas tubulações por onde desloca-se o fluído.
Matematicamente, é a soma da altura geométrica (diferença de cotas) entre os níveis
de sucção e descarga do fluído, com as perdas de carga distribuídas e localizadas ao
longo de todo o sistema (altura estática + altura dinâmica).
NOTA: Para aplicações em sistemas onde existam na linha hidráulica,
equipamentos e acessórios (irrigação, refrigeração, máquinas, etc.) que requeiram
pressão adicional para funcionamento, deve-se acrescentar ao cálculo da AMT a
pressão requerida para o funcionamento destes equipamentos.
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11) CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS (CCB)
É a representação gráfica em um eixo cartesiano da variação das grandezas
características da bomba (Figura abaixo ) .
Representação gráfica de uma curva característica
De acordo com o traçado de H (altura) x Q (vazão) as curvas características
podem ser classificadas como:
flat - altura manométrica variando muito pouco com a variação de vazão;
drooping - para uma mesma altura manométrica podemos ter vazões
diferentes;
steep - grande diferença entre alturas na vazão de projeto e a na vazão
zero (ponto de shut off );
rising - altura decrescendo continuamente com o crescimento da vazão.
As curvas tipo drooping são ditas instáveis e são próprias de algumas bombas
centrífugas de alta rotação e para tubulações e situações especiais, principalmente em
sistemas com curvas de encanamento acentuadamente inclinadas. As demais são
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consideradas estáveis, visto que estas para cada altura corresponde uma só vazão,
sendo a rising a de melhor trabalhabilidade (Figura abaixo).
Tipos de curvas características
A curva característica é função particular do projeto e da aplicação requerida
de cada bomba, dependendo do tipo e quantidade de rotores utilizados, tipo de caracol,
sentido do fluxo, velocidade específica da bomba, potência fornecida, etc. Toda curva
possui um ponto de trabalho característico, chamado de “ponto ótimo”, onde a bomba
apresenta o seu melhor rendimento (.), sendo que, sempre que deslocar-se, tanto a
direita como a esquerda deste ponto, o rendimento tende a cair. Este ponto é a
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intersecção da curva características da bomba com a curva característica do sistema
(curvas 3 e 4 - CCB x CCS). É importante levantar-se a curva característica do sistema,
para confrontá-la com uma curva característica de bomba que aproxime-se ao máximo
do seu ponto ótimo de trabalho(meio da curva, melhor rendimento). Evita-se sempre
optar-se por um determinado modelo de bomba cujo ponto de trabalho encontra-se
próximo aos limites extremos da curva característica do equipamento (curva 2), pois,
além do baixo rendimento, há a possibilidade de operação fora dos pontos limites da
mesma que, sendo à esquerda poderá não alcançar o ponto final de uso pois estará
operando no limite máximo de sua pressão e mínimo de vazão. Após este ponto a
vazão se extingue, restando apenas a pressão máxima do equipamento denominada
schut-off. Ao passo que, operando-se à direita da curva, poderá causar sobrecarga no
motor. Neste ponto a bomba estará operando com máximo de vazão e mínimo de
pressão aumentando o BHP da mesma. Esta última posição é a responsável direta
pela sobrecarga e queima de inúmeros motores elétricos em situações não previstas
pelos usuários em função do aumento da vazão, com conseqüente aumento de
corrente do motor.
De um modo geral podemos dizer que as curvas características podem ser:
a) Estáveis: quando uma determinada altura corresponde a uma única vazão
(curva 5);
b) Instáveis: quando uma determinada altura corresponde a duas ou mais
vazões (curva 6).
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17.3) Curva Característica do Sistema (CCS) É obtida fixando-se a altura geométrica total do sistema (sucção e recalque) na
coordenada Y (altura mca), e, a partir deste ponto, calcula-se as perdas de carga com
valores intermediários de vazão, até a vazão total requerida, considerando-se o
comprimento da tubulação, diâmetro e tipo de tubo, tempo de uso, acessórios e
conexões (curvas 3 e 4).
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12) CONSUMO DE ENERGIA DAS BOMBAS
A função de uma bomba é transferir energia para o fluido, logo sua operação
sempre implica em consumo de energia.
Como minimizar o consumo de energia de uma bomba?
Basta operar considerando:
- válvulas de sucção sempre abertas;
- manter o fluido na temperatura recomendada; temperatura baixa aumenta a
viscosidade, dificultando o trabalho da bomba;
- evitar o aumento da pressão no tanque de descarga;
- minimizar o uso de recirculação;
- ajustar a vazão da bomba para o mais próximo possível do BEP;
- manter os filtros limpos;
- partir as bombas centrífugas ( e somente elas ) com a descarga fechada.
13) TEMPERATURA DE OPERAÇÃO
Se a temperatura de operação mudar, haverá mudança na viscosidade do
fluido e na pressão de vapor.
O que acontece se a temperatura de operação mudar?
- bombas de engrenagens (e outras de deslocamento positivo) operando em
altas temperaturas: A viscosidade será baixa e haverá falta de lubrificação entre as
engrenagens, produzindo limalhas metálicas de desgaste.
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- bombas de engrenagens (e outras de deslocamento positivo) operando em
baixas temperaturas: A viscosidade será alta, dificultando a movimentação do líquido,
forçando rolamentos e mancais, desgastando essas peças.
- bombas centrífugas operando em temperaturas altas: Risco de cavitação e
danos para a bomba.
- bombas centrífugas operando em temperaturas baixas: A viscosidade será
alta, aumentando o consumo de energia . Se a viscosidade subir muito, o
bombeamento diminui a vazão e a bomba poderá trabalhar em vazio, podendo ser
danificada por falta de refrigeração.
14) ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS
Muitas razões, técnicas e econômicas, levam à necessidade de se efetuar a
associação de bombas. Por exemplo:
- inexistência no mercado, de bombas que possam , isoladamente atender a
vazão de demanda;
- inexistência no mercado, de bombas que possam, isoladamente atender a
altura manométrica do projeto;
- aumento da demanda (vazão) com o decorrer do tempo.
14.1) Tipos de Associação de Bombas
Em Série
Em Paralelo
a) Bombas em série
Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos analisar a
possibilidade do emprego de bombas em série, pois esta solução poderá ser mais
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viável, tanto em termos técnicos como econômicos. Como principal precaução neste
tipo de associação, devemos verificar se cada bomba a jusante tem capacidade de
suporte das pressões de montante na entrada e de jusante no interior da sua própria
carcaça. Para melhor operacionalidade do sistema é aconselhável a associação de
bombas idênticas, pois este procedimento flexibiliza a manutenção e reposição de
peças.
b) Bombas em paralelo É comum em sistemas de abastecimento de água, esgotamento ou serviços
industriais, a instalação de bombas em paralelo, principalmente com capacidades
idênticas, porém não exclusivas. Esta solução torna-se mais viável quando a vazão de
projeto for muito elevada ou no caso em que a variação de vazão for perfeitamente
predeterminada em função das necessidades de serviço.
No primeiro caso o emprego de bombas em paralelo permitirá a vantagem
operacional de que havendo falha no funcionamento em uma das bombas, não
acontecerá a interrupção completa e, sim, apenas uma redução da vazão bombeada
pelo sistema. No caso de apenas uma bomba aconteceria a interrupção total, pelo
menos temporária, no fornecimento.
Na segunda situação a associação em paralelo possibilitará uma flexibilização
operacional no sistema, pois como a vazão é variável poderemos retirar ou colocar
bombas em funcionamento em função das necessidades e sem prejuízo da vazão
requerida.
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Em resumo:
Teoricamente temos que bombas em série somam alturas e bombas em
paralelo somam vazões.
15) POTENCIA ABSORVIDA (BHP) E RENDIMENTO ( η ) DAS BOMBAS
15.1) Definição
A Potência Absorvida (BHP ou PM) de uma bomba é a energia que ela
consome para transportar o fluído na vazão desejada, altura estabelecida, com o
rendimento esperado. No entanto, o BHP (Brake Horse Power), denominado
“Consumo de Energia da Bomba”, é função de duas outras potências também
envolvidas no funcionamento de uma bomba. São elas:
a) Potência hidráulica ou de elevação (WHP);
b) Potência útil (PU).
Porém, na prática, apenas a potência motriz faz-se necessária para se chegar
ao motor de acionamento da bomba, cuja expressão matemática é expressa por:
Onde:
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BHP ou PM = Potência motriz absorvida pela bomba (requerida para a
realização do trabalho desejado);
У = peso específico do liquido (água => 1000 kgf/m3);
Q = Vazão desejada, em m3 /s;
H man = Altura de elevação pretendida, em mca;
η = Rendimento esperado da bomba, ou fornecido através da curva
característica da mesma, em percentual (%).
Exemplo
Uma bomba operando com 42 m³/h em 100 mca, que apresenta na curva
característica um rendimento de 57%. Qual a potência necessária para acioná-la?
15.2) Rendimento
O rendimento de uma bomba é a relação entre a energia oferecida pela
máquina motriz (motor) e a absorvida pela máquina operatriz (bomba). Isto é
evidenciado uma vez que o motor não transmite para o eixo toda a potência que gera,
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assim como a bomba, que necessita uma energia maior do que consome, devido as
suas perdas passivas na parte interna.
O rendimento global de uma bomba divide-se em: a) Rendimento Hidráulico (H): Leva em consideração o acabamento interno
superficial do rotor e da carcaça da bomba. Varia também de acordo com o tamanho
da bomba, de 20 a 90%;
b) Rendimento Volumétrico (V): Leva em consideração os vazamentos
externos pelas vedações (gaxetas) e a recirculação interna da bomba. Bombas
autoaspirantes, injetoras e de alta pressão possuem rendimento volumétrico e global
inferior às convencionais;
c) Rendimento Mecânico(M): Leva em consideração que apenas uma parte
da potência necessária ao acionamento de uma bomba é usada para bombear. O
restante, perde-se por atrito.
Portanto, o rendimento global será:
Ou seja: a relação entre a potência hidráulica e a potência absorvida pela
bomba.
Exemplo
Utilizando-se os mesmos dados do exemplo anterior, teremos:
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Pelo exposto neste tópico, concluímos que potência absorvida e rendimento de
uma bomba são variáveis interligadas, ficando claro que, quanto maior a potência
necessária para acionar uma bomba, menor é o seu rendimento (.), e vice-versa. Isto
se prova valendo-se do exemplo acima, se caso a bomba precisasse dos 30cv do
motor para realizar o trabalho desejado, o rendimento seria:
15.3) Diâmetro da Tubulação de Recalque
onde :
Drec =diâmetro da tubulação, (m)
X = número de horas trabalhadas / 24
Q =vazão (m3/s)
A vazão de recalque mínima deve ser de 15% do CD, ou a 6,66h de trabalho
do conjunto moto bomba escolhido
15.4) Diâmetro da Tubulação de Sucção
Adota-se diâmetro comercial acima do diâmetro de recalque.
15.5) Diâmetro da Tubulação de Extravassor (Ladrão)
No mínimo 2 bitolas comerciais acima da tubulação de recalque.
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15.6) Velocidade de Escoamento (V) Derivada da equação da continuidade, a velocidade média de escoamento
aplicada em condutos circulares é dado por:
onde:
V = Velocidade de escoamento, em m/s;
Q = Vazão, em m³/s;
π (Pi) = 3,1416, (constante);
D = Diâmetro interno do tubo, em metros.
Para uso prático, as velocidades de escoamento mais econômicas são:
Velocidade de Sucção = 1,5 m/s (limite 2,0 m/s)
Velocidade de Recalque = 2,5 m/s (limite 3,0 m/s)
EXEMPLO DE SISTEMA DE RECALQUE
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Exemplo 1
Estima-se que um edifício com 55 pequenos apartamentos seja
habitado por 275 pessoas. A água de Abastecimento é recalcada do
reservatório inferior para o superior por meio de conjuntos elevatórios.
SISTEMAS DE RECALQUE
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Dimensionar a linha de recalque, admitindo um consumo diário provável
de 200 l/hab.
As bombas terão capacidade para recalcar o volume consumido
diariamente, em apenas 6 horas de funcionamento.
Calculo do consumo diário:
275 x 200 = 55.000 l/dia
Considerando 6 horas de funcionamento diário, a vazão das bombas resultará:
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DIMENSÕES (mm)
Bitola 20 25 32 40 50 60 75 85 110
B 32 32 32 40 50 60 70 77 91
Dext. 20 25 32 40 50 60 75 85 110
e 1,5 1,7 2,1 2,4 3,0 3,3 4,2 4,7 6,1
Dint. 17,0 21,6 27,8 35,2 44,0 53,4 66,6 75,6 97,8
L 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000 6000
Consultando a tabela (fabricante), pode-se adotar o diâmetro interno de 53,40
mm, ou seja, bitola 60 mm
Exemplo2
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Calcular a potência do motor para as condições do exercício
anterior admitindo que a linha de recalque tenha as seguintes
características:
Funcionamento da bomba de 6 horas por dia.
Diâmetro da sucção
Adotando um diâmetro acima do diâmetro de recalque, ou seja, bitola 75 mm
(diâmetro interno 66,6 mm)
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Perdas de carga na sucção:
Válvula de pé e crivo 17,0 m
Curva de 90° 1,0 m
Registro de gaveta 0,4 m
Comprimento Canalização de sucção 2,5 m
Comprimento Virtual 20,9 m
Calculo de perda de carga na sucção
(formula de Hazen-Willians)
Para 20,9 m => J = 20,9 x 0,0112 = 0,23 m
Perdas de carga no recalque
Válvula de retenção 6,4 m
Registro de Gaveta 0,4 m
Saída de Canalização 1,5 m
Canalização de recalque 37,5 m
Comp. Virtual 45,8 m
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Calculo de perda de carga no recalque
(formula de Hazen-Willians)
Para 45,8 m => J = 45,8 x 0,0328 = 1,50 m
Altura de Elevação ou Altura Manométrica
Hman = 37,5 + 2,5 + 0,23 + 1,50
Hman = 41,73 m
Adota-se 3 cv
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EXERCÍCIO 3
O sistema de recalque de um edifício residencial com 6 pavimentos
é o representado pela Figura a seguir. Deseja-se especificar um conjunto
moto-bomba centrífugo de recalque para água. Para isso, pede-se
calcular:
a) o diâmetro comercial de sucção, do recalque e extravasor;
b) a altura manométrica total;
c) potencia da motor da bomba.
Informações Técnicas:
consumo médio diário = 80.000 litros;
horas de funcionamento diário do conjunto moto-bomba = 6 hs;
tubulação de PVC;
na sucção há: 1 válvula de pé e 1 curva de 900
no recalque há: 1 válvula de retenção, 1 registro de gaveta, 3 joelhos de
900 e 1 saída de tubulação
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Calculo do consumo diário:
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102
80.000 l/dia
Considerando 6 horas de funcionamento diário, a vazão das bombas resultará:
Consultando a tabela (fabricante), pode-se adotar o diâmetro interno de 66,6
mm, ou seja, bitola 75 mm
Diâmetro da sucção
Adotando um diâmetro acima do diâmetro de recalque, ou seja, diâmetro
interno de 75,6 mm, ou seja, bitola 85 mm
Diâmetro do Extravassor (ladrão)
Adotando um diâmetro acima do diâmetro de recalque, ou seja, diâmetro
interno de 97,8 mm, ou seja, bitola 110 mm
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103
Perda de carga na sucção
Válvula de pé e crivo 15,3 m
Curva de 90° 0,7 m
Comprimento Canalização de sucção 4,5 m
Comprimento Virtual 20,5 m
Calculo de perda de carga na sucção
Fair-Whipple-Hisao para cobre e plástico
Para 20,5 m => Jt = 20,5 x 0,010 = 0,21 m
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104
Perda de carga no recalque
Válvula de retenção 3,2 m
Joelhos de 90° (3x) 3 x 1,5 m
Registro de Gaveta 0,3 m
Saída de Canalização 1,3 m
Canalização de recalque 24,8 m
Comprimento Virtual 34,1 m
Calculo de perda de carga no recalque
Para 34,1 m => J = 34,1 x 0,0188 = 0,64 m
Altura de Elevação ou Altura Manométrica
Hman = 2 + 15 + 4,8 + 0,21 + 0,64
Hman = 22,65 m
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105
Calculo de Potência Motriz
Adota-se 3 cv
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PARTE IV
A) HIDROGRAFIA
Hidrografia é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta
Terra. Os mapas dos mares e das partes navegáveis dos rios servem não apenas para
mostrar a profundidade das águas, mas também a amplitude das marés, velocidade e
direção das correntes, a forma do litoral e até a natureza do fundo do mar, para fins de
navegação. Esses dados oceanográficos obtidos com esse estudo, têm sido úteis para
pesquisas submarinas, procura de petróleo e gás natural.
O volume global de água da Terra é estimado em 1,42 milhões de metros
cúbicos e abrange oceanos, mares, geleiras, águas do subsolo, lagos, água da
atmosfera e rios. Os oceanos e mares ocupam 71% da área do globo. As águas
continentais possuem um volume total de 38 milhões de km cúbicos, cerca de 2,7% da
água do planeta. A água doce congelada (geleiras e calotas polares) corresponde a
77,2% das águas continentais; a água doce armazenada no subsolo (lençóis freáticos e
poços) a 22,4%; a água dos pântanos e lagos a 0,35%; a água da atmosfera a 0,04% e
a água dos rios a 0,01%.
Oceano: Vasta extensão de água salgada que cobre a maior parte da Terra e
envolve os continentes. Os oceanos são importantes fontes de recursos para a
humanidade. Eles apresentam reservas de minerais, além de petróleo, gás natural,
enxofre e potássio no interior das rochas.
Mares: São diferentes dos oceanos pela dimensão e posição geográfica. São
consideradas partes dos oceanos, localizando-se entre limites continentais. Também
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são menos profundos, variam a salinidade, densidade, temperatura e transparência das
águas.
Lagos: São depressões do solo cheias de água e podem ou não possuir
ligação com o mar. Alguns ficam no interior de bacias fechadas. Outros, por sua grande
extensão e água salgada, são chamados de mares. Os lagos, por influírem sobre a
umidade do ar, têm ação reguladora do clima, assim como os mares. Na vizinhança
dos lagos, o clima é sempre mais ameno e temperado que nas outras regiões. A
maioria dos lagos não tem área maior de 300 km quadrados, quase todos se situam
acima do nível do mar.
Rios: São cursos naturais de água que se deslocam de níveis mais altos
(nascentes) até níveis mais baixos (foz ou desembocadura). Os rios podem ser
perenes quando desembocam, escoam o ano todo, ou temporários, quando escoam
nas estações de chuva e secam no período de estiagem. Em seu curso, as águas dos
rios transportam quase sempre uma grande quantidade de detritos. Se as águas
correm calmas, os detritos depositam-se no fundo do rio, mas quando as águas se
lançam em um mar de águas impetuosas, os detritos se acumulam perto da foz e se
espalham em todas as direções. Há um grande relacionamento entre os seres que
vivem nos rios e os que vivem nas margens ou proximidades dos cursos de água. As
folhas das plantas e os insetos que caem na água servem de alimentação para muitos
animais. Tudo isso representa uma incessante entrada e saída de matéria orgânica do
curso de água.
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Percurso de um rio
1) Bacias Hidrográficas
São regiões geográficas formadas por rios que deságuam num curso principal
de água.
Os rios têm grande importância econômica; eles irrigam terras agrícolas,
abastecem reservatórios de água urbanos, fornecem alimentos e produzem energia
através das hidrelétricas. O transporte fluvial também tem grande importância e é muito
utilizado em razão da economia de energia e grande capacidade de carga dos navios.
A produção brasileira de energia em 1997 é de 185.961.000 tep (toneladas
equivalentes de petróleo), enquanto o consumo total é de 227.279.000 tep. O déficit de
41.318.000 tep é suprido com importações. A produção nacional concentra-se em
energia primária renovável – energia hidráulica, lenha e derivados de cana-de-açúcar –
que alcança 70,7% do total. As formas de energia primária não renovável, que incluem
petróleo, gás natural, carvão, urânio (U308), são responsáveis por 29,3% da produção
interna. Processada em hidrelétricas e refinarias, a energia primária transforma-se em
eletricidade, gasolina, óleo diesel e etc.
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109
Cerca de 97% da energia elétrica produzida no Brasil é gerada em
hidrelétricas. Somente a Bacia do Prata possui cerca de 60,9% das hidrelétricas em
operação ou construção. O país aproveita, no entanto, apenas uma pequena parte do
seu potencial hidráulico. De 127 mil Mw/ano de capacidade estimada, apenas 32,2 mil
Mw/ano são produzidos. O alto custo de construção de uma usina, somada aos
problemas sociais e ambientais decorrentes do alagamento de grandes áreas,
desestimula a instalação de novas hidrelétricas. A região amazônica é o exemplo mais
claro dessa dificuldade. Apesar de ter o maior potencial hidrelétrico do país, seus rios
são pouco apropriados para a construção de usinas por correrem em regiões muito
planas, que requerem o alagamento de áreas mais extensas. A Usina de Balbina, no
estado do Amazonas, precisou inundar 2.360 km² para produzir 250 mw de energia. Já
a Usina de Boa Esperança, no Piauí, localizada em terreno mais adequado, alagou
apenas 352,2 km² para gerar energia equivalente.
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110
Bacia do Rio Paraguai
O rio Paraguai nasce no estado do Mato Grosso, desloca-se para o sul,
recebendo vários tributários, principalmente do lado leste, até desembocar no rio
Paraná. A precipitação média anual é de 1700 mm na parte alta da bacia e de 1100
mm na região do pantanal, uma extensa planície de 180.000 Km², a oeste do estado do
Mato Grosso. A declividade dessa planície é de aproximadamente 40 cm/Km de leste a
oeste e de 2cm/Km de norte a sul. Os rios da região têm capacidade de suportar as
descargas médias, mas durante fortes cheias alaga-se uma área de aproximadamente
30.000 Km². As enchentes ocorrem na região do alto curso da bacia, provocadas pelas
fortes precipitações, propagando-se para a região do pantanal.
O lento escoamento das águas no pantanal e a complexa combinação das
contribuições de cada planície, funcionando as lagoas e baias como reguladores,
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111
recebendo água na elevação do nível e cedendo na recessão, levam as cheias do rio
Paraguai a se propagar durante vários meses do ano, a jusante.
Ocorrem enchentes locais em diversas regiões, ao longo do ano, dependendo
do regime de chuvas. Na região entre Cáceres e Cuiabá, o trimestre mais chuvoso
estende-se de janeiro a março, com ocorrência de níveis elevados em março. Na sub-
bacia do Miranda, o trimestre mais chuvoso estende-se de dezembro a fevereiro, com
ocorrência de níveis elevados em fevereiro. Em Cáceres, as cheias ocorrem entre
fevereiro e março, com águas escoando para jusante e recebendo contribuições
intermediárias até alcançar Corumbá entre maio e junho, e Porto Murtinho, entre julho e
agosto.
De Bela Vista do Norte até deixar o território brasileiro, na foz do rio Apa, o rio
Paraguai apresenta uma hidrografia de enchente muito uniforme, com apenas um pico
anual, próximo a Forte Coimbra. A partir daí até a confluência do rio Apa, podem
ocorrer pequenos picos devido a contribuições locais.
2) O Ciclo Hidrológico da Água
Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, a constante mudança de
estado da água na natureza. O grande motor deste ciclo é o calor irradiado pelo sol.
A permanente mudança de estado físico da água, isto é do ciclo hidrológico, é
a base da existência da erosão da superfície terrestre. Não fossem as forças
tectônicas, que agem no sentido de criar montanhas, hoje a Terra seria um planeta
uniformemente recoberto por uma camada de 3 km de água salgada.
Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais
da crosta, a água pode percorrer desde o mais simples até o mais complexo dos
caminhos.
Quando uma chuva cai, uma parte da água se infiltra através dos espaços que
encontra no solo e nas rochas. Pela ação da força da gravidade esta água vai se
infiltrando até não encontrar mais espaços, começando então a se movimentar
horizontalmente em direção às áreas de baixa pressão.
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A única força que se opõe a este movimento é a força de adesão das
moléculas d'água às superfícies dos grãos ou das rochas por onde penetra.
A água da chuva que não se infiltra, escorre sobre a superfície em direção às
áreas mais baixas, indo alimentar diretamente os riachos, rios, mares, oceanos e lagos.
Em regiões suficientemente frias, como nas grandes altitudes e baixas
latitudes, calotas polares, esta água pode se acumular na forma de gelo, onde poderá
ficar imobilizada por milhões de anos.
O caminho subterrâneo das águas é o mais lento de todos. A água de uma
chuva que não se infiltrou levará poucos dias para percorrer muitos e muitos
quilômetros. Já a água subterrânea poderá levar dias para percorrer poucos metros.
Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície, através das fontes, indo se
somar às águas superficiais, ou então, voltar a se infiltrar novamente.
A vegetação tem um papel importante neste ciclo, pois uma parte da água que
cai é absorvida pelas raízes e acaba voltando à atmosfera pela transpiração ou pela
simples e direta evaporação (evapo-transpiração).
Ciclo da água
B) A ÁGUA NO BRASIL
O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Sua
distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional.
A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do
mundo. O volume d'água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um
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rio essencial para o planeta. Essa é, também, uma das regiões menos habitadas do
Brasil.
Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-
se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros, como o Amazonas, o São
Francisco e o Paraná. E há ainda o Nordeste, onde a falta d'água por longos períodos
tem contribuído para o abandono das terras e para a migração aos centros urbanos,
como São Paulo e Rio de Janeiro, agravando ainda mais o problema da escassez de
água nessas cidades.
Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda
de qualidade da água disponível para captação e tratamento.
Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o
Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no
garimpo clandestino. E nas grandes cidades esse comprometimento da qualidade é
causado principalmente por despejos domésticos e industriais.
Se a bacia é ocupada por florestas nas condições naturais, essa água vai ter
uma boa qualidade porque vai receber apenas folhas, alguns resíduos de
decomposição de vegetais. Uma condição perfeitamente natural. Mas, se essa bacia
começar a ser utilizada para a construção de casas, para implantação de indústrias,
para plantações, então a água começará a receber outras substâncias além daquelas
naturais, como, por exemplo o esgoto das casas e os resíduos tóxicos das indústrias e
das substâncias químicas aplicadas nas plantações. Isso vai contribuir para que a água
vá piorando de qualidade. Por isso ela deve ser protegida na fonte, na bacia. Essa
água, depois, vai ser submetida a um tratamento para ser usada pela população. Mas,
mesmo a estação de tratamento tem suas limitações. Os esgotos pioram muito, e a
presença de substâncias tóxicas vai tornando esse tratamento cada vez mais caro.
Acima de um certo limite, o tratamento nem mais é possível, porque existe uma
limitação para a capacidade depuradora de uma estação de tratamento. Então, a água
se torna totalmente imprestável.
Esses problemas atingem também os principais rios e represas das cidades
brasileiras, onde hoje vivem 75% da população. Em Porto Alegre, o rio Guaíba está
comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de sofrer as
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conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizante. Brasília, além de
enfrentar a escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá. A
ocupação urbana das áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das
águas para abastecimento de Curitiba. O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a
região metropolitana do Rio de Janeiro, é manancial de outras importantes cidades de
São Paulo e Minas Gerais, onde são graves os problemas devido ao garimpo, à
erosão, aos desmatamentos e aos esgotos. Belo Horizonte já perdeu um manancial
para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou ser substituído pelos rios
Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo. Também no rio Doce, que
atravessa os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a extração de ouro, o
desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos enormes à qualidade
de suas águas.
"Em seu processo de crescimento, a cidade foi invadindo os mananciais que
outrora eram isolados, estavam distantes da ocupação urbana. E também é muito
importante frisar que toda ação que ocorre numa bacia hidrográfica vai afetar a
qualidade da água desse manancial. Não é simplesmente a ação em torno do espelho
d'água que faz com que você degrade mais ou menos. Muito pelo contrário: pode
ocorrer o surgimento de uma área industrial distante desse espelho d'água principal,
mas com grande capacidade de poluição e, portanto, com possibilidade de degradar
totalmente esse manancial. Os corpos d'água são entes vivos. Eles conseguem se
recuperar, mas possuem um limite. Portanto, é muito importante que a população
esteja consciente de que é preciso disciplinar todo tipo de uso e ocupação do solo das
bacias hidrográficas, principalmente das bacias cujos cursos d'água formam os
mananciais que abastecem a população".
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Bacias Hidrográficas Brasileiras
Do ponto de vista da hidrologia da engenharia, ou da engenharia hidrológica, o
ciclo hidrológico é normalmente estudado com maior interesse na fase terrestre, onde o
elemento fundamental da análise é a bacia hidrográfica. A bacia hidrográfica é a área
de captação natural dos fluxos de água originados a partir da precipitação, que faz
convergir os escoamentos para um único ponto de saída, denominado exutório. A
definição de uma bacia hidrográfica requer a definição de um curso d’água, de um
ponto ou seção de referência ao longo deste curso d’água e de informações sobre o
relevo da região.
Uma bacia hidrográfica pode ser dividida em sub-bacias e cada uma das sub-
bacias pode ser considerada uma bacia hidrográfica.
A bacia hidrográfica pode ser considerada como um sistema físico sujeito a
entradas de água (eventos de precipitação) que gera saídas de água (escoamento e
evapo-transpiração). A bacia hidrográfica transforma uma entrada concentrada no
tempo (precipitação) em uma saída relativamente distribuída no tempo (escoamento).
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As características fundamentais de uma bacia que dependem do relevo são:
• Área
• Comprimento da drenagem principal
• Declividade
A área é um dado fundamental para definir a potencialidade hídrica de uma
bacia, uma vez que a bacia é a região de captação da água da chuva. Assim, a área da
bacia multiplicada pela lâmina precipitada ao longo de um intervalo de tempo define o
volume de água recebido ao longo deste intervalo de tempo. A área de uma bacia
hidrográfica pode ser estimada a partir da delimitação dos divisores da bacia em um
mapa topográfico.
Um exemplo de bacia delimitada é apresentado na figura a seguir. A bacia
delimitada corresponde à bacia do Arroio Quilombo, próximo a Lomba Grande e Novo
Hamburgo, até a seção que corresponde a ponte da estrada vicinal indicada no mapa.
O divisor de águas apresentado como uma linha pontilhada separa as regiões
do mapa em que a água da chuva vai escoar até a seção da ponte das regiões em que
a água da chuva não vai escoar até esta seção. O divisor de águas passa, em geral,
pelas regiões mais elevadas do entorno do Arroio Quilombo e de seus afluentes, mas
não necessariamente inclui os pontos mais elevados do terreno. O divisor de águas
intercepta a rede de drenagem em apenas um ponto, que corresponde ao exutório da
bacia (no exemplo é a seção da ponte).
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Exemplo de uma bacia hidrográfica delimitada sobre um mapa topográfico.
A área da bacia pode ser medida através de um instrumento denominado
planímetro ou utilizando representações digitais da bacia em CAD ou em Sistemas de
Informação Geográfica.
O comprimento da drenagem principal é uma característica fundamental da
bacia hidrográfica porque está relacionado ao tempo de viagem da água ao longo de
todo o sistema.
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O tempo de viagem da gota de água da chuva que atinge a região mais remota
da bacia até o momento em que atinge o exutório é chamado de tempo de
concentração da bacia.
A declividade média da bacia e do curso d’água principal também são
características que afetam diretamente o tempo de viagem da água ao longo do
sistema. O tempo de concentração de uma bacia diminui com o aumento da
declividade.
A equação de Kirpich, apresentada abaixo, pode ser utilizada para estimativa
do tempo de concentração de pequenas bacias:
onde tc é o tempo de concentração em minutos; L é o comprimento do curso
d’água principal em km; e Δh é a diferença de altitude em metros ao longo do curso
d’água principal.
A equação de Kirpich, apresentada acima, foi desenvolvida empiricamente a
partir de dados de bacias pequenas (menores do que 0,5 Km2). Para estimar o tempo
de concentração de bacias maiores pode ser utilizada a equação de Watt e Chow,
publicada em 1985 (Dingman, 2002):
onde tc é o tempo de concentração em minutos; L é o comprimento do curso
d’água principal em Km; e S é a declividade do rio curso d’água principal
(adimensional). Esta equação foi desenvolvida com base em dados de bacias de até
5840 Km2.
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Outras características importantes da bacia:
Os tipos de solos, a geologia, a vegetação e o uso do solo são outras
características importantes da bacia hidrográfica que não estão diretamente
relacionadas ao relevo. Os tipos de solos e a geologia vão determinar em grande parte
a quantidade de água precipitada que vai infiltrar no solo e a quantidade que vai escoar
superficialmente. A vegetação tem um efeito muito grande sobre a formação do
escoamento superficial e sobre a evapotranspiração. O uso do solo pode alterar as
características naturais, modificando as quantidades de água que infiltram, que escoam
e que evaporam, alterando o comportamento hidrológico de uma bacia.
Tradicionalmente os estudos de hidrologia estiveram baseados em mapas
topográficos para a caracterização de bacias hidrográficas. A partir da década de 1970
a popularização dos computadores permitiu que fossem criadas formas de representar
o relevo digitalmente, permitindo a armazenagem e processamento de dados
topográficos de uma forma prática para análises hidrológicas.
Existem três formas principais de representar o relevo em um computador. Em
primeiro lugar, o relevo pode ser representado em um computador utilizando linhas
digitalizadas representando as curvas de nível. Esta forma de representação é muito
útil para a geração de mapas.
Em segundo lugar o relevo pode ser representado utilizando faces triangulares
inclinadas formadas a partir de três pontos com cotas e coordenadas conhecidas. Esta
forma de representação é muito utilizada para ferramentas de visualização em três
dimensões do terreno. A figura a seguir apresenta um exemplo de um TIN (Triangular
Irregular Network) representando o relevo de uma região.
A terceira forma de armazenar dados topográficos é baseada na utilização de
uma grade ou matriz em que cada elemento contém um valor que corresponde à
altitude local. Esta forma de armazenar dados topográficos, denominada Modelo Digital
de Elevação (MDE), é a forma de representação do relevo mais utilizada para extrair
informações úteis para estudos hidrológicos. Para a visualização, as altitudes são
convertidas em cores, ou níveis de cinza.
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Representação digital do terreno através de triângulos (TIN).
Um MDE pode ser obtido a partir da digitalização e interpolação de mapas em
papel, através da interpolação de dados obtidos em levantamentos topográficos de
campo (GPS); ou com sensores remotos, a bordo de aviões ou satélites.
Uma característica fundamental de um MDE é sua resolução espacial, que
corresponde ao tamanho do elemento em unidades reais do terreno. Um MDE de alta
resolução de uma bacia urbana poderia ter uma resolução espacial de 2m. Isto significa
que cada célula representaria um quadrado de 2 m por 2 m de extensão. Em grandes
bacias rurais não há necessidade de informações tão detalhadas, neste caso um MDE
de resolução espacial de 100 m seria, em geral, adequado.
Neste trabalho não será fornecidos mais informações a respeito de um MDE
por entender que foge ao escopo do mesmo.
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Classificação dos cursos d’água:
Com grande importância no estudo das bacias hidrográficas é o conhecimento
do sistema de drenagem, ou seja, que tipo de curso d’água está drenando a região.
Uma maneira comumente usada para classificar os cursos d’água é a de tomar como
base à constância do escoamento com o que se determinam três tipos:
Perenes: Estes cursos contém água durante todo o tempo, o lençol
subterrâneo mantém uma alimentação contínua e não desce nunca abaixo do leito do
curso d’água, mesmo durante as secas mais severas.
Intermitentes: Estes cursos d’água, em geral, escoam durante as estações de
chuvas e secam nas de estiagem. Durante as estações chuvosas, transportam todos
os tipos de deflúvio, pois o lençol d’água subterrâneo conserva-se acima do leito fluvial
e alimentando o curso d’água o que não ocorre na época de estiagem, quando o lençol
freático se encontra em um nível inferior ao do leito; nessa época o escoamento cessa
ou ocorre somente durante, ou imediatamente após as tormentas.
Efêmeros: Estes cursos d’água existem apenas durante ou imediatamente
após os períodos de precipitação e só transportam escoamento superficial. A superfície
freática encontra-se sempre a um nível inferior ao do leito fluvial, não havendo, portanto
a possibilidade de escoamento de deflúvio subterrâneo.
Muitos rios possuem seções dos três tipos, dependendo da variação da
estrutura geológica ao longo de seu curso, o que torna difícil à catalogação destes rios
por tipo. A maioria dos grandes rios é perene, enquanto os rios definidos como
efêmeros são normalmente bastante pequenos.
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C) CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA
1) Introdução
A discussão das características físicas e funcionais das bacias hidrográficas
tem a finalidade de proporcionar o conhecimento dos diversos fatores que determinam
a natureza da descarga de um rio. A importância desse conhecimento reside no fato de
que através da avaliação dos parâmetros que condicionam essa vazão pode-se fazer
comparações entre bacias, podendo-se conhecer melhor os fenômenos passados e
fazer extrapolações. Desse modo, o aproveitamento dos recursos hídricos pode ser
feito de maneira mais racional com maiores benefícios à sociedade em geral.
Freqüentemente é necessário subdividir grandes bacias em unidades menores
para fins práticos de trabalho. As sub-áreas ou bacias tributárias são definidas por
divisores internos, da mesma forma que para a bacia principal.
A utilização das características físicas pode ser resumida a três utilidades básicas:
• Explicação de observações passadas ou criação de cenários futuros , como por
exemplo, no planejamento de drenagem de uma cidade, prevendo-se as áreas
impermeabilizadas futuras.
• Transposição de dados entre bacias vizinhas. Ë muito comum não se dispor de
dados observados de vazões no local de interesse de um projeto; entretanto,
encontrando-se uma bacia vizinha com dados históricos ou eventualmente dados no
mesmo rio mas em seções distantes, pode-se através de fórmulas empíricas ou por
uma análise estatística regional, correlacionar os dados de vazões com as
características físicas das bacias.
• Criação de fórmulas empíricas para generalizações regionais dessas
correlações, em geral, efetuadas, de forma independente à uma necessidade de
estudo específico, mas de cunho mais científico.
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O escoamento num curso d'água é condicionado a diversos fatores, podendo
ser divididos em dois grupos:
a) fatores climáticos, mais ligados à precipitação;
b) fatores físicos.
Estudaremos aqui apenas as características físicas das bacias hidrográficas.
Os fatores climáticos não serão estudados a nesta disciplina.
2) Características Físicas de Bacias Hidrográficas
Os seguintes fatores físicos são aqueles mais importantes para caracterizar
uma bacia hidrográfica:
a) Uso do solo
b) Tipo do solo
c) Área
d) Forma
e) Declividade da bacia
f) Elevação
g) Declividade do Curso D’água
h) Tipo da Rede de Drenagem
i) Densidade de drenagem
2.1) Uso do solo
Um dos fatores fisiográficos mais importantes que afetam o escoamento é o
uso do solo ou controle da terra. Suponhamos que uma área seja constituída por
floresta cujo solo é coberto por folhas e galhos, que durante as maiores precipitações
evitam que o escoamento superficial atinja o curso d’água num curto intervalo de
tempo, evitando assim uma enchente. Se esta área for desflorestada e seu solo
compactado ou impermeabilizado, aquela chuva que antes se infiltrava no solo, pode
provocar enchentes nunca vistas. Entretanto, esse fator não tem influência sensível nas
maiores enchentes catastróficas.
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As florestas têm ação regularizadora nas vazões dos cursos d’água, mas não
aumentam o valor médio das vazões. Em climas secos, a vegetação pode até mesmo
diminuí-lo em virtude do aumento da evaporação.
Será visto na análise da infiltração da água no solo, como os diversos métodos
de cálculo utilizam numericamente essa propriedade da bacia para avaliar a
potencialidade de infiltração da água no solo ( ex., valor de Cn do método do SCS).
2.2) Tipo do solo
Em qualquer bacia, as características do escoamento superficial são
largamente influenciadas pelo tipo predominante de solo, devido à capacidade de
infiltração dos diferentes solos, que por sua vez é resultado do tamanho dos grãos do
solo, sua agregação, forma e arranjo das partículas. Solos que contém material coloidal
contraem-se e incham-se com as mudanças de umidade, afetando a capacidade de
infiltração.
A porosidade afeta tanto a infiltração quanto a capacidade de armazenamento
e varia bastante para solos diferentes. Algumas rochas têm 1% de porosidade,
enquanto solos orgânicos chegam a ter de 80 a 90%. A porosidade não depende do
tamanho das partículas do solo, mas sim do arranjo, variedade, forma e grau de
compactação.
Outras propriedades dos diferentes tipos de solo, como o coeficiente de
permeabilidade, o de armazenamento e o de transmissibilidade serão estudados no
capítulo de águas subterrâneas, onde se verá a importância do tipo de solo na
capacidade de produção de um poço.
Em certos terrenos, entretanto, o estudo tem de ser aprofundado por um
geólogo ou hidrólogo para investigar a localização de lençóis aqüíferos, o escoamento
subterrâneo e a origem das fontes.
2.3) Área
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É a área plana definida pela projeção horizontal do divisor de águas, pois seu
valor multiplicado pela lâmina da chuva precipitada define o volume de água recebido
pela bacia. A determinação da área de drenagem de uma bacia é feita com o auxílio de
uma planta topográfica ( e algumas vezes, complementada com um mapa geológico),
de altimetria adequada traçando-se a linha divisória que passa pelos pontos de maior
cota entre duas bacias vizinhas.
A área pode ser determinada com boa precisão utilizando-se um planímetro,
com métodos geométricos de determinação de área de figura irregular ou com recurso
intrínsecos aos aplicativos de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), quando se
trabalha com a planta digitalizada.
As bacias podem ser classificadas em grandes e pequenas. O tamanho da
bacia (a área) não é critério suficiente para tal classificação, haja visto que duas bacias
de mesma área podem apresentar comportamentos hidrológicos totalmente distintos.
Considera-se uma bacia pequena quando a quantidade de água acumulada no
leito do curso d’água devido à precipitação for superior à quantidade de água
acumulada no solo e na vegetação.
A área da bacia afeta a grandeza das enchentes, das vazões mínimas, e das
vazões médias de várias formas. Ou seja, tem significativa influência sobre o
hidrograma como veremos a seguir:
• Efeito sobre vazões máximas
Suponhamos duas bacias que diferem apenas pela área. Se quantidades
iguais de chuva precipitam em intervalos de tempos iguais sobre elas, o volume do
escoamento superficial por unidade de área será o mesmo nas duas bacias.
Entretanto, esse volume de escoamento estará mais espalhado na bacia de
maior área. Assim, o tempo necessário para que todo esse volume passe pela seção
de saída desta bacia será maior que o tempo gasto na bacia de área menor. Porém, o
pico de enchente será menos acentuado na maior bacia ( em relação à vazão normal).
Isto significa que, para um dado volume de um hidrograma de cheia de base mais
larga.
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Entretanto, o tempo necessário para que um escoamento de enchente (que
caiu próximo à nascente, por exemplo) atinja uma seção (saída, por exemplo) aumenta
a medida que a área da bacia aumenta. Isto significa que o hidrograma de enchente
terá sua base mais larga.
• Efeito sobre as vazões mínimas
Uma vez cessado o escoamento superficial, a vazão de um curso d’água é
alimentada pela água subterrânea. Conseqüentemente, com o gasto desse
armazenamento a vazão do curso d’água vai diminuindo até que o curso d’água fique
seco ou haja uma recarga no solo pela precipitação.
Estas precipitações, que ocorrem durante as secas atingem algumas partes
das grandes bacias, enquanto muitas vezes não caem sobre algumas pequenas
subbacias.
Por esse motivo, a vazão dos cursos d’água principais das bacias maiores tem
maior chance de prover uma vazão firme.
• Efeito sobre a vazão média:
A área da bacia não afeta diretamente a vazão média. Assim, as vazões
médias específicas (vazão por unidade de área) em vários pontos de uma bacia são
praticamente constantes.
2.4 Forma
As grandes bacias hidrográficas em geral apresentam forma de leque ou de
pêra, ao passo que as pequenas bacias apresentam formas as mais variadas possíveis
em função da estrutura geológica dos terrenos.
A forma da bacia influencia no escoamento superficial e conseqüentemente o
hidrograma resultante de uma determinada chuva.
Entre os índices propostos para caracterizar a forma da bacia serão calculados
o fator de forma e os índices de compacidade e de conformação. Estes índices são
utilizados para comparar bacias e para comporem parâmetros das equações empíricas
de correlações entre vazões e características físicas das bacias.
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2.4.1 Fator de Forma
O Fator de Forma ou índice de Gravelius é expresso como sendo a razão entre
a largura média da bacia e o comprimento axial da mesma. O comprimento axial é
medido da saída da bacia até seu ponto mais remoto, seguindo-se as grandes curvas
do rio principal ( não se consideram as curvas dos meandros ). A largura média é
obtida dividindo-se a área da bacia em faixas perpendiculares, onde o polígono
formado pela união dos pontos extremos dessas perpendiculares se aproxime da forma
da bacia real (Figura a seguir).
Figura – Influência da forma da bacia na captação da água da chuva
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2.4.2 Índice de Compacidade kC
É definido como sendo a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência
do círculo de área igual à da bacia.
onde:
P = perímetro da bacia em km
A = área da bacia em km2
Como o círculo é a figura geométrica plana que comporta uma dada área com
o menor perímetro, este índice nunca será menor que 1 (um). Bacias que se
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aproximam geometricamente de um círculo convergem o escoamento superficial ao
mesmo tempo para um trecho relativamente pequeno do rio principal. Caso não exista
outros fatores que interfiram, os menores valores de kc indicam maior potencialidade
de produção de picos de enchentes elevados (Figura abaixo).
Figura – Forma circular e esbelta de bacia
2.4.3 Índice de Conformação Fc
Compara a área da bacia com a área do quadrado de lado igual ao
comprimento axial. Caso não existam outros fatores que interfiram, quanto mais
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próximo de 1 (um) o valor de Fc, isto é, quanto mais a forma da bacia se aproximar da
forma do quadrado do seu comprimento axial, maior a potencialidade de produção de
picos de cheias ( Figura a seguir).
onde: A é área da bacia e L é o comprimento axial
Figura – Quanto mais a área da bacia se aproximar da área do quadrado do comprimento axial do seu rio principal, provavelmente mais próxima será da forma de um quadrado, convergindo todo escoamento ao mesmo tempo para uma mesma região.
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Comparando tipos diferentes de bacias pelos seus índices de forma: diferentes
com relação ao rio principal (Figura a seguir) .
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Figura – Diferentes formas e seus índices
2.5 Declividade da bacia
A declividade da bacia ou dos terrenos da bacia tem uma relação importante e
também complexa com a infiltração, o escoamento superficial, a umidade do solo e a
contribuição de água subterrânea ao escoamento do curso d’água. É um dos fatores
mais importantes que controla o tempo do escoamento superficial e da concentração
da chuva e tem uma importância direta em relação à magnitude da enchente. Quanto
maior a declividade, maior a variação das vazões instantâneas.
Uma das maneiras de se medir a declividade média dos terrenos da bacia,
consiste em aplicar uma malha quadrada (ou eventualmente uma malha triangular
irregular – TIN) sobre a planta planialtimétrica da bacia (Figura a seguir).
São definidas as declividades dos pontos de intersecção da malha,
desenhando se a um segmento de reta (linha de maior declive que passa pelo ponto)
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perpendicular às duas curvas de nível anterior e posterior à cota do ponto e que passe
pelo ponto; a declividade do ponto será a diferença de cotas das curvas de nível
dividida pelo comprimento desse segmento de reta. A média das declividades desses
pontos será considerada a média das declividades dos terrenos da bacia.
Figura – Malha retangular para cálculo das declividades dos terrenos da bacia
Uma outra forma consiste em definir para a malha quadrada, as cotas médias
de cada quadrícula. A declividade de cada quadrícula será definida pela maior
diferença de cotas entre duas quadrículas vizinhas, dividida pela dimensão linear da
quadrícula.
Esse procedimento é bastante trabalhoso, quando feito manualmente.
Entretanto, isso se torna muito simples, quando se utilizam recursos de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG). O primeiro método é mais aplicável, quando se utiliza a
forma vetorizada de representação da bacia. A segunda é mais apropriada quando a
bacia é representada pela forma “raster” ( quadrículas).
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2.6 Elevação
A variação da elevação e também a elevação média de uma bacia são fatores
importantes com relação à temperatura e à precipitação.
Da mesma forma que no cálculo das declividades dos terrenos da bacia, pode-
se utilizar as cotas dos pontos de intersecção de uma malha aplicada sobre a planta
planialtimétrica da bacia ou as cotas das quadrículas. Ambos os processos são muito
simples quando se utilizam ferramentas SIG.
2.7 Declividade do Curso D’água A velocidade de escoamento da água de um rio depende da declividade dos
canais fluviais. Quanto maior a declividade, maior será a velocidade de escoamento.
Assim, os hidrogramas de enchente serão tanto mais pronunciados e estreitos,
indicando maiores variações de vazões instantâneas.
Um primeiro valor aproximado da declividade de um curso d’água entre dois
pontos pode ser obtido pelo quociente entre a diferença de suas cotas extremas e sua
extensão horizontal (Figura a seguir).
onde: ΔH é a variação da cota entre os dois pontos extremos e L é a
comprimento em planta do rio.
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Figura – Um primeiro cálculo aproximado da declividade
Uma outra forma de se definir a declividade de um curso d’água consiste em se
traçar um gráfico do perfil longitudinal do curso d’água e definir uma linha tal que, a
área compreendida entre ela e o eixo das abscissas (extensão horizontal) seja igual à
compreendida entre a curva do perfil e a abscissa( Figura a seguir).
onde:
Abp é a área abaixo do perfil;
L é o comprimento em planta do rio.
Figura – Cálculo da declividade a partir da área abaixo do perfil
Além do dois valores de declividade definidos acima, têm-se a declividade que
utiliza o conceito cinemático (Figura a seguir) , de que o tempo de translação
acumulado ao longo de trechos do curso d’água seja igual ao tempo de translação de
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uma linha de declividade constante, que fornece um valor mais preciso. Parte se da
hipótese que a velocidade em um trecho é inversamente proporcional à declividade.
onde:
L é o comprimento em planta do rio;
Li é a extensão horizontal em cada um dos n trechos;
Ii a declividade em cada um dos n trechos (Ii = Hi / Li ).
Figura – Cálculo da declividade pelo princípio cinemático
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A linha S1 ( Figura a seguir ) não representa o desenvolvimento real do curso
d’água , pelo fato de considerar apenas os pontos extremos. É fácil imaginar qualquer
outro desenvolvimento do curso d’água, cujos pontos extremos sejam os mesmos.
Um rio que possui um grande declive no início de seu percurso e logo depois
percorre uma planície, apresenta considerável discrepância entre os valores de
declividade calculados pelos diferentes métodos. Assim, o valor que melhor simula o
comportamento do rio a uma declividade constante é o S3.
b) Tipo da Rede de Drenagem
Ordem dos cursos d’água
A classificação dos rios quanto à ordem reflete no grau de ramificação ou
bifurcação dentro de uma bacia. Os cursos d’água maiores possuem seus tributários,
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que por sua vez possuem outros até que se chegue aos minúsculos cursos d’água da
extremidade.
As correntes formadoras, isto é, os canais que não possuem tributários são
considerados de primeira ordem. Quando dois canais de primeira ordem se unem é
formado um segmento de segunda ordem. A união de dois rios de mesma ordem
resulta em um rio de ordem imediatamente superior; quando dois rios de ordem
diferentes se unem formam um rio com a ordem maior dos dois ( Figura abaixo).
Figura – Classificação dos rios quanto à ordem
Para se determinar corretamente a ordem, situa-se num mapa todos os cursos
d’água, perenes ou intermitentes, mas não deve-se incluir ravinas de água que não
possuem curso definido.
Geralmente, quanto maior a ordem de um curso d’água maior é a sua
extensão.
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Densidade de cursos d’água
A densidade de cursos d’água é a relação entre o número de cursos d’água e a
área total da bacia ( Figura 2.11) . São incluídos apenas os rios perenes e os
intermitentes.
onde:
Ns: número de cursos d’água
A: área da bacia
Figura – Exemplo de contagem do número de cursos d’água
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O rio principal é contado apenas uma vez de sua nascente até a foz e os
tributários de ordem superior, cada um se estendendo da sua nascente até a junção
com o rio de ordem superior.
A densidade de cursos d’água não indica a eficiência da drenagem, pois a
extensão dos cursos d’água não é levada em conta.
c) Densidade de drenagem
A densidade de drenagem indica a eficiência da drenagem na bacia. É definida
pela relação entre o comprimento total dos cursos d’água (pode ser medido na planta
topográfica com um barbante ou com um curvímetro) e a área de drenagem.
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onde:
L: Comprimento total dos cursos d’água
A: área de drenagem (área da bacia)
Quanto mais eficiente o sistema de drenagem, ou seja, quanto maior a
densidade de drenagem da bacia, mais rapidamente a água do escoamento superficial
originada da chuva chegará à saída da bacia, gerando hidrogramas com picos maiores
e em instantes mais cedo.
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PARTE IV
A) ESTRUTURAS DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA
a.1)
a.2)
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143
a.3)
a.4)
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144
a.5)
a.6)
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