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CONTABILIDADE GERENCIAL INTRODUÇÃO A Contabilidade Administrativa, também conhecida como Contabilidade Gerencial, visa suprir informações à gerência da empresa, objetivando auxiliá-las no processo de tomada de decisão. A Contabilidade Gerencial destina-se ao fornecimento de informações aos gerentes isto é, às pessoas que estão dentro da organização, que dirigem e controlam as operações desta. Não existe princípio contábil que possa inibir a divulgação de uma informação interna. Normalmente, o princípio que norteia a Contabilidade Gerencial é custo-benefício ; qualquer método contábil será vantajoso se seus benefícios incrementais são maiores que os custo incrementais. A principal implicação com essas informações é a forma pela qual influenciarão o comportamento dos administradores. Por estar voltado para gerentes, qualquer estudo sobre Contabilidade Gerencial deve ser precedido de algum conhecimento do que os gerentes fazem, das informações de que precisam e do ambiente empresarial como um todo. A Contabilidade Financeira, por outro lado, preocupa-se em fornecer informações aos acionistas, aos credores e a outros que se encontram fora da organização. Proporciona os parâmetros pelos os quais os desempenhos passados de uma empresa são avaliados. A preocupação da Contabilidade Financeira está com a forma que os fenômenos econômicos, que afetam as entidades, serão medidos e comunicados. É vital para a economia que as informações sejam compreendidas claramente, a fim de serem bem utilizados na determinação quanto à alocação de recursos. Com base nessas informações econômicas as empresas são capazes de captar recursos para investimentos em seus ativos. Os usuários dos relatórios contábeis têm de ter confiança nas informações. Elas devem permitir comparações entre relatórios de períodos passados e de outras empresas. 1

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CONTABILIDADE GERENCIAL

INTRODUÇÃO

A Contabilidade Administrativa, também conhecida como Contabilidade Gerencial, visa suprir informações à gerência da empresa, objetivando auxiliá-las no processo de tomada de decisão.

A Contabilidade Gerencial destina-se ao fornecimento de informações aos gerentes isto é, às pessoas que estão dentro da organização, que dirigem e controlam as operações desta.

Não existe princípio contábil que possa inibir a divulgação de uma informação interna.

Normalmente, o princípio que norteia a Contabilidade Gerencial é custo-benefício; qualquer método contábil será vantajoso se seus benefícios incrementais são maiores que os custo incrementais.

A principal implicação com essas informações é a forma pela qual influenciarão o comportamento dos administradores.

Por estar voltado para gerentes, qualquer estudo sobre Contabilidade Gerencial deve ser precedido de algum conhecimento do que os gerentes fazem, das informações de que precisam e do ambiente empresarial como um todo.

A Contabilidade Financeira, por outro lado, preocupa-se em fornecer informações aos acionistas, aos credores e a outros que se encontram fora da organização. Proporciona os parâmetros pelos os quais os desempenhos passados de uma empresa são avaliados.

A preocupação da Contabilidade Financeira está com a forma que os fenômenos econômicos, que afetam as entidades, serão medidos e comunicados.

É vital para a economia que as informações sejam compreendidas claramente, a fim de serem bem utilizados na determinação quanto à alocação de recursos.

Com base nessas informações econômicas as empresas são capazes de captar recursos para investimentos em seus ativos.

Os usuários dos relatórios contábeis têm de ter confiança nas informações.

Elas devem permitir comparações entre relatórios de períodos passados e de outras empresas.

Assim sendo, projeções sobre o futuro comportamento das entidades poderão ser realizados.

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1. COMPARAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE FINANCEIRA E A CONTABILIDADE GERENCIAL

CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL

O público-alvo são as pessoas fora da organização: Sócios Credores Autoridades tributárias Legisladores

A ênfase está nas conseqüências financeiras das atividades passadas.

São enfatizadas objetividade e a

consistência dos dados.

A informação tem que ser precisa.

São elaboradas apenas informações resumidas sobre a organização como um todo.

É preciso observar os princípios contábeis geralmente aceitos.

É obrigatória a publicação das Demonstrações Contábeis.

O público-alvo são pessoas dentro da organização, que visam a:

Planejamento Direção e motivação Controle Avaliação do desempenho

Ênfase nas decisões que afetam o futuro.

São enfatizadas a relevância e a flexibilidade dos dados.

A informação tem que ser oportuna.

Elaboração de relatórios setoriais detalhados sobre departamentos, clientes e empregados.

Não é necessário observar os princípios contábeis.

Não é obrigatória a publicação das Demonstrações Contábeis.

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1.1. O surgimento dos "Custos"

A necessidade de controle fez com que a apuração de custos ganhasse importância desde do início do capitalismo. Era por meio da Contabilidade de Custos que o comerciante tinha a resposta se estava ganhando ou perdendo dinheiro, pois bastava confrontar as receitas com as despesas correspondentes do período.

Na era do capitalismo, a Contabilidade de Custos era tida como o instrumento gerencial mais seguro para estabilizar a empresa no curto prazo. Ela era importante, pois controlava as variações dos custos e das vendas, bem como o crescimento ou o retrocesso do patrimônio.

No século XX, surgiram várias obras que contribuíram para enriquecer os métodos de apuração de custos e resultados. Tal crescimento deu-se a partir da metade do século XX para cá, pois havia grande procura por literatura contábeis, especialmente voltadas para apuração e análise de custos que pudessem auxiliar o administrador no processo de tomada de decisão.

1.2. A Empresa Moderna e a Contabilidade de Custos

Atualmente, num cenário de extrema competitividade, a contabilidade de custos tem como objetivo atender a duas mais recentes e, provavelmente, mais importantes tarefas: auxiliar a administração das empresas no controle de seus gastos internos e propiciar uma série de informações para a tomada de decisão quanto a preços, corte de produtos, adoção de novas linhas de produção, fabricação interna ou compra de determinados componentes etc.

A parte mais importante da Contabilidade de Custos está, portanto, na adoção do método de custeio que indique quais custos devem fazer parte da apuração do custo dos produtos e está ligado a duas questões:

Quais os custos que devem fazer parte da apuração do custo dos recursos, produtos, serviços, atividades ou departamento?

Quais os custos de um recurso, produto ou serviço final que devam ser ativados enquanto esses bens estão em estoque (enquanto não vendidos), com o objetivo de apurar o custo de uma unidade do produto fabricado?

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2. DIFERENÇA ENTRE UMA EMPRESA COMERCIAL E UMA EMPRESA INDUSTRIAL

Essa diferença se deve às atividades que desempenham esses dois tipos de empresas; enquanto a empresa comercial se limita a revender mercadorias, a empresa industrial compra matéria-prima, transforma essa matéria-prima em produto acabado e depois o vende.

Exemplo:

Fluxo comparativo entre empresas comerciais e industriais

EMPRESA COMERCIAL EMPRESA INDUSTRIAL

Compra Vende Compra Transforma Vende

2.1. Demonstração de Resultado de uma Empresa Comercial e de uma Industrial

Empresa Comercial Empresa Industrial

(+) Receita Líquida (Vendas)

(-) Custo das Mercadorias Vendidas

= Lucro Bruto com Mercadorias

(-) Despesas

Administrativas

Despesas com Vendas

Financeiras

Tributárias .

= Lucro Líquido Operacional

Receita Líquida (Vendas)

(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)

= Lucro Bruto com Produtos

(-) Despesas

Administrativas

Despesas com Vendas

Financeiras

Tributárias .

= Lucro Líquido Operacional

Como podemos observar, a Demonstração de Resultado de uma empresa comercial difere da Demonstração de Resultado de uma empresa industrial com relação ao Custo das Vendas.

Exercício:

A empresa LUNAR S.A. comercializa calçados. No ano de 20XX teve vendas no valor de $180.000, a um custo de $109.000 e despesas com vendas de $7.000 e administrativas $4.800. Elabore a Demonstração de Resultado.

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3. TERMINOLOGIA CONTÁBIL

3.1. Gasto

Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

O gasto se concretiza quando os bens ou serviços adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa.

EXEMPLOS

Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de mão-de-obra.

Gasto com aquisição de mercadorias para revenda. Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização. Gasto com aquisição de máquinas e equipamentos. Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de

energia.

Gasto com aluguel de edifício (aquisição de serviços).

3.2. Desembolso

É o pagamento efetuado na aquisição de bens ou serviços. Pode ocorrer concomitantemente ao gasto (pagamento à vista), ou a posteriori (compras a prazo).

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4. TIPOS DE GASTOS

4.1. Investimento

Gasto com bens ou serviços ativados em função da sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

EXEMPLOS

Aquisição de móveis e utensílios

Aquisição de imóveis

Despesas pré-operacionais

Aquisição de Marcas e Patentes

Aquisição de Matéria-Prima

Aquisição de Material de Escritório

4.2. Custo

Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção.

EXEMPLOS

Salários do pessoal da produção

Matéria-Prima utilizada no processo produtivo

Combustíveis e Lubrificantes usados nas máquinas da fábrica

Aluguéis e Seguros do prédio da fábrica

Depreciação dos equipamentos da fábrica

Gastos com manutenção das máquinas da fábrica

Observação:

A matéria-prima adquirida pela indústria, enquanto não utilizada no processo produtivo, representa um investimento e estará ativada numa conta do Ativo Circulante (Estoque); no momento em que é requisitada pelo setor de produção, é dado baixa na Conta de Ativo e ela passa a ser considerada um Custo, pois será consumida para produzir outros bens e serviços.

4.3. Despesa

Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto, são Custos; a partir daí, são Despesas.

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Observação:

Gastos com embalagens individuais de sabonetes são custos (realizados no âmbito do processo produtivo – este é vendido somente embalado); se a empresa resolve vender em embalagens com mais de um produto, esse gasto adicional com essas embalagens extras são despesas (são realizadas após o ciclo de produção do produto).

EXEMPLOS

Salários e encargos sociais do pessoal de vendas;

Salários e encargos sociais do pessoal do escritório de administração;

Energia elétrica consumida no escritório;

Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;

Conta telefônica do escritório de vendas;

Aluguéis e Seguros do prédio do escritório.

Observação:

A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava um investimento, passa a ser considerada custo no momento de sua utilização na produção e torna-se despesa quando o produto fabricado é vendido.

4.4. Perda

Durante o processo de fabricação, é comum ocorrerem desperdícios de materiais, principalmente de matérias-primas.

Existem perdas que são consideradas normais no processo de produção.

Nesse caso, essas perdas não devem ser contabilizadas, pois fazem parte do próprio processo de fabricação.

Exemplo:

Se, para a fabricação de uma determinada quantidade de produtos, são utilizados 200 metros de tecidos e aproveitados apenas 197 metros, a apropriação dessa matéria-prima aos produtos será feita integralmente em relação aos 200 metros, pois o custo dos 3 metros desperdiçados normalmente no processo de fabricação faz parte do custo fabricado.

4.4.1. Perdas Anormais: Não são previsíveis no processo de fabricação e, por isso, não fazem parte do Custo de Fabricação. Essas perdas são consideradas despesas do período afetando diretamente o resultado do exercício.

Exemplos:

Suponhamos que tenham ocorrido avarias em 100 metros de tecido, avaliados em $500, em virtude de alagamento no setor de produção da fábrica. A referida quantidade é direcionada para despesa.

Ociosidade por greve dos operários da fábrica.

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5. ELEMENTOS DE CUSTOS

São três os elementos básicos do Custo Industrial:

Materiais

Mão-de-obra

Gastos gerais de fabricação (GGF) ou Custos Indiretos de Fabricação (CIF)

5.1. Materiais

Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em:

5.1.1. Matérias Primas: são os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto. A matéria prima para uma indústria de móveis de madeira é a madeira; para uma indústria de confecções é o tecido; para uma indústria de massas alimentícias é a farinha, etc.

5.1.2. Materiais Secundários: são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento necessário ao produto. Os materiais secundários para uma indústria de móveis de madeira são: pregos, cola, verniz, dobradiças, fechos, etc.; para uma indústria de confecções são: botões, zíperes, linha etc.; para uma indústria de massas alimentícias são: ovos, manteiga, fermento, açúcar etc.

5.1.3. Materiais de Embalagem: são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. Os materiais de embalagem, em uma indústria de móveis de madeira podem ser caixas de papelão, que embalam os móveis desmontados; em uma indústria de confecções caixas ou sacos plásticos; em uma indústria de massas alimentícias caixas ou sacos plásticos etc.

5.2. Mão-de-Obra

Compreende os gastos com o pessoal envolvido na produção da empresa industrial, englobando salários, encargos sociais, 13º salário, férias, refeições e estadias, seguros etc.

5.3. Gastos Gerais de Fabricação (GGF) ou Custos Indiretos de Fabricação (CIF)

Compreendem os demais gastos necessários para fabricação dos produtos, como: aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza, óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças para reposição, telefones e comunicações.

Alguns autores costumam utilizar a nomenclatura de CIF se referindo a todos os Custos Indiretos de Fabricação.

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6. SEPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS

Os gastos relativos ao processo de produção são custos; e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas.

Somente devem ser “separados” e/ou “diferenciados” entre custos e despesas valores que sejam significativos e que vão influenciar sobremaneira o processo.

Exercício:

Suponhamos que os valores abaixo relacionados sejam os gastos de determinado período da Empresa “X”:

Comissão de vendedores................................................................... $ 80.000,00

Salários da fábrica. (diretamente identificados aos produtos)............ $ 120.000,00

Matéria-prima consumida................................................................... $ 350.000,00

Salários da Administração.................................................................. $ 90.000,00

Depreciação da fábrica....................................................................... $ 60.000,00

Seguros da fábrica.............................................................................. $ 10.000,00

Despesas financeiras......................................................................... $ 50.000,00

Honorários da diretoria....................................................................... $ 40.000,00

Materiais diversos – Fábrica............................................................... $ 15.000,00

Energia Elétrica – Fábrica................................................................... $ 85.000,00

Manutenção – Fábrica........................................................................ $ 70.000,00

Despesas de entrega.......................................................................... $ 45.000,00

Correios............................................................................................... $ 5.000,00

Material de consumo – Escritório........................................................ $ 5.000,00

Total.................................................................................................... $ 1.025.000,00

a) Classifique e separe os gastos acima em Custos e Despesas (faça o somatório de cada um).

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7. OUTROS CONCEITOS UTILIZADOS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS

7.1. Custos Primários

É a soma de matéria-prima ou material direto (MD) com a mão-de-obra direta (MOD). Representam os primeiros custos a ocorrerem no processo produtivo;

Custo Primário = MD + MOD

7.2. Custos de Transformação

Representam o esforço empregado pela empresa no processo de fabricação de determinado item (mão-de-obra direta e indireta, energia, horas de máquina etc.). Não incluem matéria-prima nem outros produtos adquiridos prontos para consumo. Ou seja, constitui-se da mão-de-obra (MOD) apropriada e dos custos indiretos (CIF).

Custo de Transformação = MOD + CIF

7.3. Custo de Fabricação ou Custo Total

É a soma de todo custo utilizado na fabricação do produto.

Custo de Fabricação = MD + MOD + CIF

Exercício:

Os dados a seguir são referentes a uma empresa industrial em determinado período:

MD = $ 200.000

MOD = $ 300.000

CIF = $ 400.000

Pede-se:

a) Custo primário;

b) Custo de transformação;

c) Custo total.

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8. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO AO PRODUTO

A maior questão com relação aos custos é saber quando eles têm um relacionamento direto ou indireto comum determinado objeto de custo. Com isso, classificaremos os custos em relação ao produto em DIRETO e INDIRETO.

8.1. Custos Diretos

São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. Complementando, são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem ser identificados de maneira economicamente viável (custo efetivo).

Exemplos:

Matéria-prima direta; mão-de-obra direta; material de embalagem (dentro do processo produtivo); equipamento (desde que seja utilizada para fabricação de somente um produto); energia elétrica das máquinas (quando é possível saber quanto foi consumido na produção de cada produto).

8.1.1. Material Direto: O uso das matérias primas na produção envolve várias etapas, desde a sua aquisição até o consumo direto na produção.

COMPRAS ESTOQUES CONSUMO

AVALIAÇÃO

Por ser o elemento de custo mais importante e de valor mais preponderante, requer maior precisão na apuração.

8.1.2. Mão-de-Obra Direta: compreende os gastos com pessoal que trabalha diretamente na fabricação dos produtos.

A Mão de Obra Direta é aquela que pode ser facilmente identificada em relação aos produtos.

Exemplos:

Salário do tecelão, do carpinteiro, inclusive os encargos sociais - 13º salário, férias, FGTS, INSS – dos empregados que trabalham diretamente na produção.

8.1.3. Casos Especiais:

8.1.3.1. Em algumas condições especiais, todos os custos podem ser classificados como diretos. Assim, se determinada empresa só fabrica um tipo de produto (não havendo variação de qualidade ou de tamanho ou qualquer outra) ou executa um só tipo de serviço, somente existem custos diretos para essa empresa.

8.1.3.2. O aluguel de um galpão pode ser classificado como custo direto se, neste local, apenas um tipo de produto for elaborado. Todo custo cuja parcela pertencente a uma função de custo, possa ser separada e medida no momento da sua ocorrência, classifica-se como direto.

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8.2 Custos Indiretos

São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio. Complementando, são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo).

Exemplos:

Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; salários dos chefes de supervisão de equipes de produção; aluguel da fábrica; gastos com limpeza da fábrica, energia elétrica que não pode ser associada ao produto.

8.1.4. Mão-de-Obra Indireta: compreende os gastos com pessoal que trabalha na empresa sem interferir diretamente na fabricação dos produtos.

Sempre que não for possível identificar o gasto com pessoal em relação às unidades produzidas, esse gasto será considerado Mão-de-Obra Indireta.

Exemplos:

Salário dos supervisores da fábrica, dos chefes de seção, dos faxineiros, dos eletricistas e mecânicos que fazem manutenção nas máquinas e equipamentos industriais, etc. Esse pessoal não age diretamente na fabricação deste ou daquele produto, porém os serviços que prestam beneficiam toda a produção em conjunto.

Exercícios:

1. Classificar os itens a seguir em Ativo, Passivo, Custo e Despesas (no caso de custo, classifique em diretos ou indiretos).

consumo de aço numa indústria metalúrgica ___________

energia elétrica da fábrica ___________

salário dos vendedores ___________

aluguel da fábrica ___________

comissão dos vendedores ___________

embalagem dentro do processo produtivo ___________

gastos com propaganda e publicidade ___________

salário do supervisor da fábrica ___________

transporte do pessoal da fábrica ___________

honorários do diretor administrativo ___________

matéria-prima consumida na produção ___________

depreciação das máquinas ___________

transporte do pessoal do escritório ___________

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2. Observe as informações abaixo, extraídas de escrituração de uma empresa industrial, relativas a um determinado período de produção:

Materiais requisitados do almoxarifado:

Diretos............................................................... $ 300.000

Indiretos ............................................................ $ 50.000

Mão-de-Obra apontada:

Direta ................................................................ $ 200.000

Indireta ............................................................. $ 30.000

Aluguel da Fábrica .............................................. $ 40.000

Seguro da Fábrica ............................................. $ 20.000

Depreciação das máquinas ................................ $ 60.000

Salário do supervisor da fábrica.......................... $ 58.000

O Custo de fabricação, o custo primário e o custo de transformação têm, respectivamente, os valores de: ________________________________________________

3) Com os dados abaixo, responda o que se pede:

. Mão-de-obra Indireta ........................................................... 160.500,00

. Matéria-prima consumida .................................................... 548.000,00

. Outros gastos gerais de fabricação ................................... 120.000,00

. Comissões sobre vendas ................................................... 290.300,00

. Depreciação de Máquinas ............................................... 140.000,00

. Aluguel do Escritório de Vendas ....................................... 60.000,00

. Salários dos Vendedores .................................................... 26.000,00

. Mão-de-obra Direta ............................................................ 180.000,00

. Material de Embalagem utilizado na Produção .................. 43.000,00

a) O valor dos Custos Diretos e Indiretos

b) O valor das Despesas

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4) Considere os dispêndios ocorridos na Indústria Materiais Diversos, a seguir apresentados:

Descrição Valor

Comissão de Vendedores 15Depreciação de Equipamentos 130Seguro de Automóvel do departamento de Vendas 10Material de Consumo Escritório 15Despesas com Treinamento de pessoal Administrativo 30Propaganda com divulgação de um novo produto 60Matéria-Prima Consumida 250Manutenção da Fábrica 100Depreciação do Automóvel da Presidência 5Pagamento do 13º do Pessoal da Produção 95Correio e Telefone 30Férias do Pessoal da Contabilidade 30

Total 770

Os custos de Produção, as Despesas Administrativas e as Despesas com Vendas são, respectivamente:

a) 475, 80 e 215

b) 475, 180 e 115

c) 480, 205 e 85

d) 575, 80 e 115

e) 575, 110 e 85

5) A empresa Rumos apresentou os seguintes dados no período de 20xx:

Matéria prima comprada 24.000Depreciação de equipamentos de produção 400Despesas de entrega 400Depreciação de equipamentos de entrega 200Despesas financeiras 520Estoque final de matérias-primas 10.000Mão-de-obra direta 12.000Materiais consumidos na fábrica (indiretos) 8.000Despesas administrativas 3.600Despesa de material de escritório 480Mão-de-obra indireta 6.000Vendas 31.000Estoque final de produtos acabados 16.160Não há outros estoques

i) A partir dos dados da empresa Rumos, constatamos:

a) O lucro bruto operacional é de R$ 3.380

b) O lucro líquido operacional é de R$ 1.560

c) O custo dos produtos vendidos é de R$ 15.000

d) O custo total de produção do período é de R$ 20.000

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ii) O total de custos indiretos da empresa Rumos é de:

a) R$ 14.400

b) R$ 14.000

c) R$ 6.400

d) R$ 8.400

iii) Qual o valor total dos custos diretos

a) R$ 36.400

b) R$ 36.000

c) R$ 32.000

d) R$ 26.000

8.2. RATEIO DO CIF - é um artifício empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo qual vamos dividir os CIF’s.

Uma vez determinado o critério ou base de rateio, a sua execução consiste na aplicação de uma regra de três simples e será tomado como base os Custos Diretos.

Exemplo :

Suponhamos que temos que ratear gastos com material indireto que totalizaram R$ 20.000,00 entre três produtos A, B, C e que a base de rateio seja o gasto de matéria-prima incorrido em cada um que serão discriminados a seguir.

PRODUTO MATÉRIA -PRIMA

A

B

C

R$ 50.000

R$ 125.000

R$ 75.000

TOTAL R$ 250.000

O Rateio do Material Indireto para cada produto será:

Produto A

ou

Produto B

ou

Produto C

ou

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Page 16: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Exercícios:

1) Ratear o CIF de R$ 1.300 com base no custo direto.

Dados do período:

PRODUTOS Material Consumido

MOD

A 1.800 700

B 900 1.100

TOTAL 2.700 1.800

2) A Fábrica Sucesso produz 3 produtos A, B, e C, cujos custos diretos são matéria-prima e parte da mão-de-obra.

Constatou-se a seguinte distribuição por produto:

Matéria Prima: Produto A = 260,00; Produto B = 410,00; Produto C = 430,00

Mão-de-obra direta: Produto A = 70,00; Produto B = 145,00; Produto C = 80,00

Mão-de-obra indireta: 90,00

Energia elétrica: 290,00

Depreciação fábrica: 195,00

Materiais diversos da Fábrica: 320,00

Pede-se:

a) fazer o rateio dos produtos A, B e C;

b) explicar a importância do rateio;

c) faça a análise do produto que apresenta maior custo.

3) No final do período uma indústria apurou os custos indiretos de Fabricação no montante de R$ 32.000 e os custos de MP e MOD conforme dados a seguir :

Produtos MP’s consumidas Mão-de-obra direta

HB 16.500 11.340

PO 13.500 6.660

Soma 30.000 18.000

Com base nesses dados responda:

a) qual o valor dos custos indiretos de fabricação rateados aos produtos sabendo-se que o custo direto foi usado como base de rateio?

b) qual o produto de maior custo?

c) como gerente, qual a decisão que você tomaria para diminuição do custo do produto indicado?

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4) Na confecção de dois produtos foram apurados os seguintes custos:

Custo Produto X Produto Y

Matéria-prima 100.000 60.000

Mão-de-obra 50.000 40.000

Soma 150.000 100.000

Os Custos Indiretos de Fabricação, no valor de R$ 50.000, foram apurados em dois departamentos, sendo R$ 32.000 na Produção e R$ 18.000 na Manutenção. O rateio da produção é feito proporcionalmente à matéria-prima e o da manutenção é proporcional à mão-de-obra. Qual o custo dos produtos X e Y?

Se o produto Y fosse produzido e vendido 1.800 unidades ao preço unitário de R$ 60,00 a empresa obteria um lucro ou prejuízo? Como gerente, qual sua decisão em relação fabricação deste produto após a apuração da DRE?

5) A empresa Rubi produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção e de vendas é de cerca de 12.000 unidades do produto A e 4.000 unidades do produto B, por período, e os Custos Indiretos de Produção (CIP) totalizam R$ 500.000.

Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade:

Custos A B

Material-direto 20 25

Mão-de-obra direta 10 6

Pede-se:

a) Calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o custo de mão-de-obra-direta como base de rateio.

b) A empresa acertou na escolha de ter tomado como base a MOD para rateio? Justifique.

c) Caso a empresa optasse como base de rateio o MD e MOD, qual seria o resultado dos produtos A e B?

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6) A empresa Beta S.A., fabricante dos produtos C, D e E, tem os seguintes custos diretos:

Produto C = 90.000,00

Produto D = 87.000,00

Produto E = 64.000,00

Total = 241.000,00

Os custos indiretos a serem alocados aos produtos são:

Depreciação de equipamentos = 32.000,00

Energia elétrica indireta = 46.000,00

Supervisão de fábrica = 27.000,00

Total = 105.000,00

A distribuição dos custos indiretos aos produtos será proporcional à quantidade de horas de mão-de-obra direta que cada produto consome para ser terminado:

Produto C = 690 horas de mão-de-obra direta

Produto D = 1.150 horas de mão-de-obra direta

Produto E = 460 horas de mão-de-obra direta

Total = 2.300 horas de mão-de-obra direta

Pede-se calcular o custo indireto alocado aos produtos C, D e E, e seus custos totais.

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9. CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS - CPV

9.1 Definição

Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos incorridos na fabricação dos produtos que foram vendidos em determinado período. O CPV é uma despesa, pois contribui diretamente na obtenção de receitas.

Apuração do Custo dos Produtos Vendidos [CPV]

O Custo dos Produtos Vendidos é formado pela soma dos Materiais Diretos (MD) mais Mão-de-Obra-Direta (MOD), mais os Custos Indiretos de Fabricação (CIF), ajustado para mais ou para menos pela variação dos estoques de produtos acabados e produtos em processo.

O Custo de Produção é igual à soma de Materiais Diretos (ou Matéria-Prima), Mão-de-Obra-Direta e Custos Indiretos de Fabricação. Então:

CP = MD (ou MP) + MOD + CIF

Onde:

CP = Custo de produção;MD (ou MP) = Materiais Diretos (ou Matéria-Prima);MOD = Mão-de-obra Direta;CIF = Custos Indiretos de Fabricação.

Para encontrar o valor de Materiais Diretos (ou Matéria-Prima):

MD = EI + C - EF

Onde:

MD = Materiais Diretos;EI = Estoque InicialC = Compras;EF = Estoque Final.

Fórmula do Custo da Produção Acabada:

CPA = EIPP + CP - EFPP

Onde:

CPA = Custo dos Produtos Acabados;EIPP = Estoque Inicial de Produtos em ProcessoCP = Custo de Produção;EFPP = Estoque Final de Produtos em Processo.

Ficando a fórmula do CPV reduzida para:

CPV = EIPA + CPA - EFPA

Onde:

CPV = Custo dos Produtos Vendidos;EIPA = Estoque Inicial de Produtos Acabados;CPA = Custo de Produtos Acabados;EFPA = Estoque Final de Produtos Acabados.

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Page 20: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Exercícios:

1) Dos livros da Cia. "B" extraímos as seguintes informações:

Matérias-primas compradas no mês .........................R$ 180.000

Devolução, no próprio mês, 15% das compras acima

Mão-de-obra Direta ....................................................R$ 2.000

Custos Indiretos de Fabricação incorridos no mês ....R$ 1.500

Calcule os valores:

CP do mês;

CPA no mês;

CPV no mês, para a seguinte alternativa:

O estoque inicial de matéria-prima era de $52.000 e o final, de $35.000; estoques iniciais dos produtos em processo de $15.000 e final $18.000; estoque de produtos acabados, inicial de $16.000 e final $9.000.

2) Observe os dados abaixo e calcule o que se pede:

1 – MPD: Compras $25.000

Estoque Inicial $3.000

Estoque Final $5.000

2 – Mão-de-Obra: Disponível (total) $19.000

Apropriada (direta) $13.000

3 – Outros Custos Indiretos $7.000

4 – Produtos em Elaboração: Estoque Inicial $4.000

Estoque Final $1.500

5 – Produtos Acabados: Estoque Inicial $6.000

Estoque Final $2.000

Pede-se:

a – o Custo da Produção do Período. Demonstre o cálculo.

b – o Custo dos Produtos Acabados. Demonstre o cálculo.

c – o Custo dos Produtos Vendidos. Demonstre o cálculo.

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3) Com os saldos do balancete de uma indústria, calcule o CPV:

Compras de matérias-primas 25.000,00

CIF 8.200,00

Mão-de-obra direta 7.800,00

Devolução de compras 3.500,00

Estoques Iniciais Estoques Finais

Matérias-primas 12.000,00 10.000,00

Produtos em Processo 4.000,00 6.000,00

Produtos Acabados 5.000,00 8.000,00

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Page 22: Apostila_Contabilidade_Gerencial

10.CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO À PRODUÇÃO

10.1. Custos Fixos

São aqueles cujos valores são os mesmos quaisquer que seja o volume de produção da empresa.

Exemplo: aluguel da fábrica. Independente do volume de produção a empresa arcará com esse custo.

Outros exemplos: imposto predial do prédio da fábrica, depreciação de equipamentos da fábrica, salários de vigias, salário de supervisores, salário de porteiros, prêmio de seguros.

Note que os Custos Fixos são fixos em relação ao nível de produção, mas nada impede que esses custos sofram reajustes em determinados meses em função da política econômica do país. Como é o caso do aluguel da fábrica, que pode ser renegociado semestralmente, dissídio coletivo da categoria de trabalhadores que não estão envolvidas diretamente no processo produtivo etc.

Resumindo: Os Custos Fixos são custos de estrutura da empresa, que não guardam qualquer relação com o volume de atividade. Eles permanecem inalterados em relação ao volume da produção.

Observação: Alguns Custos Fixos se apresentam sob a forma de degraus, isto é, eles permanecem constantes até certo ponto do volume da atividade e, nesse momento, eles sobem para uma plataforma onde permanecem constantes até chegar a um ponto crítico de volume de atividade.

Exemplo:

Supondo que uma empresa, opere em sua capacidade máxima, fabricando 100.000 unidades de um determinado produto. Caso queira ampliar os seus negócios, aumentando a produção em 50%, precisará aumentar as suas instalações físicas, como por exemplo, o aluguel de um novo galpão.

Outros exemplos: salários de vigias, porteiros, mais supervisores etc.

10.2. Custos Variáveis

São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Ou seja, quanto maior a minha produção, maior o meu consumo.

Resumindo, os Custos Variáveis estão diretamente relacionados com o volume de atividade e por isso variam em relação ao volume de produção.

Exemplos: materiais diretos consumidos no processo, mão de obra direta etc.

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Page 23: Apostila_Contabilidade_Gerencial

11.CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS EM FIXAS E VARIÁVEIS

11.1. Despesas Fixas

É um valor fixo por período, isto é definido não em função do volume de atividade (o volume de atividade para essa despesa, são as vendas e não a produção).

Exemplo: propaganda e publicidade, salário da administração das vendas, parte fixa da remuneração dos vendedores , etc.

11.2. Despesas Variáveis

Quanto maior a quantidade vendida, maior o consumo de produtos comercializados.

Exemplo: comissão de vendedores, despesas de entregas etc.

Exercício:

1 ) Classifique os gastos abaixo em Despesas Fixas (DF), Despesas Variáveis (DV), Custos Fixos (CF) ,Custos Variáveis (CV) .

consumo de aço numa indústria metalúrgica

energia elétrica da fábrica

salário dos vendedores

comissão dos vendedores

gastos com propaganda e publicidade

combustível das máquinas da produção

salário de vigilante da fábrica

Mão de Obra Indireta

aluguel da fábrica

salário do supervisor da fábrica

embalagem dentro do processo produtivo

Mão de Obra Direta

embalagem fora do processo produtivo

gastos de alimentação do pessoal da fábrica

transporte do pessoal da fábrica

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2) Observe os dados abaixo, representativos dos custos de uma empresa industrial (fábrica de calçados):

Contas Valores

Matéria-Prima 2.190.000,00

Depreciação de máquinas 23.000,00

Material de Embalagem 35.000,00

Aluguéis de fábrica . 88.000,00

Administração da fábrica 100.000,00

Mão-de-Obra Direta 1.550.000,00

Energia elétrica (fábrica) 70.000,00

O valor dos custos fixos e variáveis, no período considerado será...

3) Utilize os dados a seguir para responder as questões de a), b) e c).

A empresa Gama apresenta os seguintes custos para a fabricação de seu produto X:

Custo variável unitário $50,00

Custos fixos associados à produção de x : $40.000,00

O preço de venda de X é de $90,00 cada unidade.

a) O custo fixo unitário e o custo variável unitário de se produzir a milésima unidade de x são, respectivamente:

( ) 40.000,00 e 50,00 ( ) 40.000,00 e 50.000,00

( ) 40,00 e 90,00 ( ) 40,00 e 50,00

( ) 90,00 e 40.000,00

b) O custo total de produção correspondente à fabricação de 800 unidades de X é:

( ) 104.000,00 ( ) 80.000,00

( ) 90.000,00 ( ) 40.000,00

( ) 64.000,00

C) Caso a companhia produza e venda 1.200 unidades de x, ela auferirá:

( ) uma receita total de vendas de R$ 100.000,00

( ) um custo total de produção de R$ 108.000,00

( ) um lucro de R$ 8.000,00

( ) um prejuízo de R$ 8.000,00

( ) nem lucro, nem prejuízo.

4) O fabricante de aparelhos telefônicos TudoMudo Ltda, tem custos fixos de $600.000 por mês, no total, e custos variáveis de R$ 28 por unidade produzida. No mês de abril, o volume produzido e vendido foi de 45.000 aparelhos. Se o preço de venda foi de $55 para cada unidade, qual foi o total do lucro bruto da empresa no mês?

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5) A fábrica de vassouras Piaçava Ltda. tem capacidade de produção de 10.000 dúzias mensais de sua vassoura modelo superluxo.

No entanto, dada a retratação do mercado de vassouras, está produzindo e vendendo apenas 8.000 dúzias mensais a $100,00 cada, seus custos são os seguintes:

Matéria-prima 32,00/dúzia

Mão-de-obra direta 24,00/dúzia

Custo Indireto de fabricação variável 8,00/dúzia

Custo Indireto de fabricação fixo 80.000,00/mês

As despesas administrativas e de vendas são:

Fixas = 120.000,00/mês

Variáveis= 3% da receita

A Piaçava recebeu uma proposta da associação do Sul para o fornecimento de 1.200 dúzias mensais pelos próximos 3 meses ao preço de $70,00/dúzia.

A empresa deve aceitar a proposta, mesmo considerando que as despesas variáveis de vendas para esse pedido sejam 5% da respectiva receita? Qual seria sua decisão? Justifique.

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12.SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO

O Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixo ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. É o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é avaliado para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do imposto de renda.

A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento.

Nesse método, todos os custos são alocados aos produtos fabricados. Assim, tantos os custos diretos como os indiretos incorporam-se aos produtos.

Exercícios:

1) Uma empresa industrial produziu 40.000 televisores, mas conseguiu vender apenas 35.000 unidades ao preço de $150 por unidade. Seus custos e despesas são os seguintes:

Custos fixos $800.000 por ano

Custos variáveis $90 por unidade

Despesas fixas $350.000 por ano

Despesas variáveis $6 por unidade

Pede-se:

Determinar o lucro da empresa pelo custeio por absorção.

2) A Cia. Silnevi apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício:

Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas:

Custos variáveis ............... $20.000,00

Custos fixos ...................... $12.000,00

Despesas variáveis ........... $4.000,00

Despesas fixas ................... $6.000,00

Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração;

Não há estoques iniciais de produtos acabados;

Vendas líquidas: 800 unidades a R$ 60,00 cada uma: R$ 48.000,00.

A empresa utiliza o Custeio por Absorção.

Pede-se:

a) O valor do CPP, CPA e CPV.

b) Demonstração do resultado

Diz-se que, para fins gerenciais, o sistema de custeio por absorção deixa a desejar, enquanto que o custeio direto ou variável seria um melhor instrumento de decisão.

a) que diferença você vê em cada tipo de custeio?

b) qual seria sua opção, no caso de precisar tomar uma decisão?

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3) Uma empresa industrial que adota o método de custeio por absorção apresentou um estoque final de 600 unidades de produtos acabados, no valor total de $75.000. Se o custo variável unitário é de $90 e o preço de venda unitário é de $170, qual a parcela de custos fixos absorvida por unidade estocada?

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13.SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL

Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) - consiste em considerar como Custo de Fabricação somente os Custos Diretos ou Variáveis, sendo os Custos Indiretos ou Fixos considerados juntamente com as Despesas Operacionais normais da empresa industrial .

13.1. Vantagens e Razões do não uso do Custeio Variável nos Balanços

Do ponto de vista decisorial, o Custeio Variável tem condições de propiciar muito mais rapidamente informações vitais à empresa.

Mas os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso de Demonstrações de Resultados e de Balanços avaliados à base do Custeio Variável.

Essa não-aceitação do Custeio Variável não impede que a empresa o utilize para efeito interno.

Exercícios:

1) A Companhia Diadema S/A fabrica biscoitos e doces, vendidos nas regiões norte e nordeste. Alguns dados extraídos das demonstrações financeiras da empresa são:

Unidades Produzidas 4.000

Unidades vendidas 2.000

Preço unitário de venda $10,00

Custos e Despesas:

Matéria prima consumida $2,00/u

Mão-de-obra direta $3,00/u

Custo indireto variável $1,00/u

Custo indireto fixo $12.000/ano

Despesas fixas $2.000/ano

Os resultados apurados pelo Custeio Variável e pelo Custeio por Absorção, em reais, são:

2) A indústria Brasileira de Malas tem capacidade prática de produção-planta, instalações, mão-de-obra etc. – para fabricar até 15.000 unidades por mês. Seu único produto é vendido, em média, por $45,00; sobre esse preço incidem tributos de 20% e a empresa remunera os vendedores com comissões de 15%.

O custo de material direto (matéria-prima e embalagem) é de $15 por unidade; e os custos e despesas fixos mensais são os seguintes:

Mão-de-obra direta 60.000

Mão-de-obra indireta 25.000

Depreciação dos equipamentos da fábrica 5.000

Despesas administrativas 30.000

Em Março, foram produzidas integralmente 12.000 unidades e em abril, 15.000; e as vendas foram de 9.000 malas em cada um desses dois meses.

Considerando que não havia estoques iniciais em março, pede-se elaborar a Demonstração de Resultados de cada mês, pelo Custeio Absorção e pelo Variável, e calcular:

a) a diferença, em cada mês, entre os lucros apurados segundo os dois critérios.

b) a diferença entre os estoques finais de cada mês , segundo os dois princípios.

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Page 29: Apostila_Contabilidade_Gerencial

3) A Cia Plutão iniciou suas atividades em 1º de janeiro de 19x0. Incorreu, no exercício, nos seguintes custos e despesas operacionais:

Custos Fixos: $ 300.000,00

Custos Variáveis $50,00 por unidade produzida;

Despesas Operacionais Fixas: $120.000,00

Despesas Operacionais Variáveis: $20,00 por unidade vendida.

A companhia fabricou, em 20xx, 10.000 unidades do produto Y, das quais 90% foram vendidas nesse período, ao preço unitário de $150,00.

3.1) Caso a companhia utilizasse o Custeio por Absorção, o Custo dos Produtos Vendidos, correspondente ao exercício de 19x0, seria:

( ) R$ 800.000,00

( ) R$ 720.000,00

( ) R$ 630.000,00

( ) R$ 378.000,00

( ) R$ 80.000,00

3.2) Caso a Cia Plutão utilizasse o Custeio Variável, o Estoque Final de Produtos Acabados, em 31.12.x0, seria

( ) R$ 100.000,00

( ) R$ 80.000,00

( ) R$ 70.000,00

( ) R$ 50.000,00

( ) R$ 20.000,00

3.3) Comparando-se o lucro operacional que a companhia auferiria no Custeio por Absorção e no Custeio Variável, pode-se afirmar que o lucro do primeiro sistema de custeio, em relação ao segundo, seria:

( ) superior em R$ 30.000,00

( ) inferior em R$ 30.000,00

( ) igual

( ) superior em R$ 50.000,00

( ) inferior em R$ 50.000,00

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Page 30: Apostila_Contabilidade_Gerencial

14.CUSTEIO POR ATIVIDADE (ABC)

14.1. Introdução

Alcançando progressiva aceitação entre as empresas que já se conscientizaram da necessidade de imediata resposta aos novos desafios da chamada “competição global”, o Sistema de Custeio Baseado em Atividades tem se caracterizado – à medida que cresce a sua aplicação – como um procedimento administrativo de inestimável valia.

Há algum tempo, os profissionais de custos estavam à procura de um sistema que lhes permitisse, entre outras coisas, um melhor acompanhamento dos gastos empresariais bem como a superação de distorções oriundas dos métodos tradicionais de custeio.

Atendendo a essas exigências da administração moderna, o sistema de custeio ABC já desacreditou, ao que tudo indica, o título de “modismo” com que o círculo mais conservador costuma acolher, inicialmente, todas as novidades e agora se impõe como técnica indispensável a empresas que produzem uma variedade significativa de bens e/ou serviços, destinados a uma clientela igualmente diversificada.

Para um melhor entendimento do ABC devemos considerar alguns itens:

14.2. O que é uma ATIVIDADE?

A atividade pode ser definida como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos.

14.3. O que é um DIRECIONADOR de CUSTOS?

É o fator que determina a ocorrência de uma atividade.

O Direcionador de Custos deve refletir a causa básica da atividade e, conseqüentemente, da existência de seus custos.

Exemplo:

Departamentos Atividades Direcionadores

Almoxarifado Receber Materiais

Movimentar Materiais

Nº de recebimentos

Nº de requisições

Compras Comprar Materiais

Pesquisar Fornecedores

Nº de pedidos

Nº de fornecedores

14.4. Objetivos do ABC

O objetivo imediato do sistema de custeio ABC é a atribuição mais criteriosa de gastos indiretos ao bem ou serviço produzido na empresa.

Além desse aperfeiçoamento do método de custeio, o sistema ABC permite:

controle mais efetivo dos gastos da empresa; e

melhor suporte de decisões gerenciais.

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Page 31: Apostila_Contabilidade_Gerencial

14.5. Um resumo da história do ABC

Segundo alguns autores, o ABC já era conhecido e usado por contadores em 1800 e início de 1900. Outros registros históricos mostram que o ABC já era bastante conhecido e usado na década dos anos 60.

No Brasil, os estudos e pesquisas sobre o ABC tiveram início em 1989, no Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, onde esta matéria é lecionada tanto no nível de graduação como de pós-graduação.

Exercício:

1) A empresa Sólucro S/A., apresentou relações de custos para distribuição pelo custeio ABC (valores em $):

Custos Indiretos de Fabricação - Aluguel e Seguro da fábrica ................ $40.000

Mão-de-Obra Indireta .......................... $90.000

Material de Consumo ......................... $20.000

Total ..................................................... $150.000

Aluguel e seguro – O direcionador do recurso é a área utilizada pela atividade, uma vez que o valor do aluguel e do seguro da fábrica dependem da área.

Mão-de-Obra Indireta – Atribuição direta às atividades, uma vez que cada uma delas tem funcionários indiretos próprios. Os valores atribuídos pelo departamento pessoal da empresa foram os seguintes:

Compras ........................... 10.000,00

Atividade Industrial 1......... 30.000,00

Atividade Industrial 2........ 40.000,00

Acabamento .................... 8.000,00

Despacho ........................ 2.000,00

Material de Consumo – Atribuição direta às atividades através das requisições de material de cada departamento. Os valores atribuídos pelo almoxarifado foram

Compras ............................. 2.000,00

Atividade Industrial 1 .......... 5.000,00

Atividade Industrial 2 .......... 8.000,00

Acabamento ....................... 3.000,00

Despacho ........................... 2.000,00

As áreas ocupadas por cada atividade, em percentual, são dadas pela tabela a seguir:

Atividades % da área

Compras 20%

Atividade Industrial 1 25%

Atividade Industrial 2 30%

Acabamento 15%

Despachar 10%

Total 100%

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Page 32: Apostila_Contabilidade_Gerencial

O quadro abaixo resume a atribuição dos custos indiretos às atividades

AtividadeAluguel + Seguros (1)

Mão-de-Obra Indireta (2)

Material de

Consumo (2)

TOTAL

Compras

Atividade Industrial 1

Atividade Industrial 2

Acabamento

Despacho

Total

(1) % da área x 40.000

(2) atribuição direta

2) A empresa Parma, produtora de laticínios da cidade de Mococa, dedica-se à produção de dois produtos: Requeijão Cremoso (unidade) e Queijo Parmesão (unidade).

Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):

Requeijão Queijo

Matéria-prima 12 18

Mão-de-obra 6 3

Os Custos Indiretos de Produção (CIP) totalizaram $54.000 no referido período.

Por meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc, verificou-se que esses custos referiam-se às seguintes atividades mais relevantes:

Atividade $

Inspecionar matéria-prima 8.000

Armazenar matéria-prima 6.000

Controlar estoques 5.000

Processar produtos (máquinas) 15.000

Controlar processos (engenharia) 20.000

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Page 33: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e de outras atividades e sua distribuição entre os produtos, a saber:

Requeijão Queijo

Nº lotes inspecionados e armazenados 15 60

Nº de pedidos de entrega de produtos aos clientes 120 140

Nº de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000

Nº de horas de transporte 210 295

Dedicação do tempo dos engenheiros (em horas) 50 150

Os dados relativos à produção e vendas do período são:

Requeijão Queijo

Quantidade produzida e vendida (unidades) 6.000 3.000

Preço médio de venda unitário (líquido) $ 30 $ 41

Pede-se calcular:

a) O valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o custo de mão-de-obra direta como base de rateio.

b) Idem, rateando com base no custo de matéria-prima.

c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC).

d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, em relação à receita, segundo cada uma das três abordagens.

3) O Hotel Gardem Plaza possui apartamentos das categorias Standard simples e duplo, e de categoria luxo, simples e duplo. Considerando as taxas médias de ocupação, o volume estimado de diárias está indicado no quadro abaixo:

Standard Luxo

Simples Duplo Simples Duplo

Custos diretos (em $/apto) 15 30 20 35

Preço da diária (em $/apto) 75 100 150 200

Nº de diárias por ano 3.650 14.600 4.380 6.570

Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc., verificou-se que os principais custos indiretos referiam-se às seguintes atividades relevantes (em $):

Atividades $

Inspecionar apartamentos 148.000

Recepcionar hóspedes 153.000

Requisitar materiais 135.000

Lavar roupa (enxoval) 169.000

Total 605.000

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Page 34: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Os custos e despesas fixos estruturais totalizam $1.852.500 por ano, e não devem ser rateados.

A administração fez um levantamento dos direcionadores de custos dessas atividades. São eles:

Standard Luxo

Simples Duplo Simples Duplo

Tempo gasto por inspeção 300 h 1.500 h 500 h 1.100 h

Nº de hóspedes 3.600 29.000 4.300 13.100

Nº de requisições 700 4.230 670 1.500

Quilogramas de lavagem 5.000 37.000 4.000 13.000

Pede-se calcular:

a) O custo de cada categoria, rateando os indiretos com base nos diretos.

b) A margem de lucro, em porcentagem, por categoria de apartamento.

c) O custo década categoria, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC).

d) A margem de lucro, em porcentagem, por categoria, pelo ABC.

e) O lucro operacional do hotel, antes do Imposto de Renda (LAIR), por ano.

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Page 35: Apostila_Contabilidade_Gerencial

15.MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Entende-se por margens de contribuição a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e custos variáveis de um produto ou serviço.

A margem de contribuição unitária é dada pela fórmula:

MC = PV - (CV + DV)

Onde, MC é a margem de contribuição,

PV é o preço de venda,

CV é a soma dos custos variáveis e

DV é a soma das despesas variáveis.

Exemplo:

Suponhamos um produto ‘X’, cujo preço de venda unitário seja $15,00 e cujos custos variáveis sejam $3,00 de matéria-prima e $4,00 de mão de obra direta. Além desses custos variáveis, a empresa, por ocasião da venda, incorre no pagamento de comissões aos vendedores, à base de 5% do preço de venda, e 15% de imposto à base do mesmo.

Pede-se a margem de contribuição.

Resolução:

MC = 15,00 - (3,00 + 4,00) + (0,75 + 2,25)

MC = $5,00 (isto quer dizer que cada unidade vendida contribui com 5,00 para absorver os custos fixos e gerar lucros).

Se a empresa produzir e vender 300 unidades por período, a margem de contribuição total do desse produto será igual a $1.500 (300 x 5,00). Ou seja, o produto contribui com $1.500 para a absorção dos custos fixos e para formação do lucro.

Exercícios:

1) Uma empresa industrial apresentou os seguintes custos, relativos a um período de produção (em $):

Vendas Totais ................................. 900.000

Custos Fixos ................................... 210.000

Custos Variáveis ............................ 340.000

Lucro líquido do Exercício ............. 350.000

Logo, a margem de contribuição total é de (em $):

2) Preencha os espaços em branco para cada um dos seguintes casos independentes:

Vendas Custo variável Margem de Contribuição

Custos Fixos Lucro Líquido

1 900,000 500.000 350.000

2 800.000 350.000 80.000

3 600.000 340.000 250.000

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Page 36: Apostila_Contabilidade_Gerencial

3) A empresa “XYZ” vendeu no ano passado 24.000 unidades de um produto cuja Margem de Contribuição é de $8,00. No presente ano, a empresa espera vender somente 22.000 unidades, apesar de reduzir o preço unitário em $1,00, mantendo-se todos os demais custos constantes.

Pede-se fundamentar, a que tal mudança ocasionaria no resultado da empresa.

4) O Sr. Sebastião, diretor da empresa HBO Ltda., está diante da seguinte situação: pode vender o produto XY embalado ou sem embalagem.

O custo desse produto sem embalagem é de $ 350,00 por unidade e a embalagem custa $48,00 cada. O preço de venda unitário do produto embalado é de $425,00 e sem embalagem é de $386,00.

A empresa deve vender o produto embalado ou sem embalagem?

Qual seria à sua decisão? Fundamente-a.

5) Departamento de Pesquisa de Mercado de uma determinada empresa, antes de lançar um novo produto, realiza um levantamento em que prevê duas alternativas:

Alternativa 1: se o produto for colocado no mercado ao preço unitário de $2.300 provavelmente serão vendidas 1.800 unidades por mês.

Alternativa 2 : se o produtor for colocado no mercado ao preço unitário de $2.100 provavelmente serão vendidas 1.900 unidades por mês.

Sabendo-se que:

os custos variáveis são de $724 por unidade vendida, para as duas alternativas; e

os custos fixos são de $163.000 para as duas alternativas

Pede-se aplicar o conceito de margem de contribuição total para definir qual a melhor alternativa? Justifique sua escolha.

6) A fábrica de móveis Pau Brasil, fabricante de móveis por encomenda, recebeu dois pedidos: um para produzir 15 armários de cozinha e outro para produzir 230 cadeiras, com o prazo de entrega de um mês.

A fábrica poderá trabalhar somente em uma das encomendas por limitação da capacidade produtiva, já que está com suas vendas comprometidas para os próximos seis meses.

Os orçamentos de gastos e receitas para os dois casos são os seguintes:

Item

PedidoArmários de Cozinha Cadeiras

Matéria-prima e mão-de-obra direta $1.600,00/u $ 80,00/u

Custos fixos $118,00/u $ 6,00/u

Impostos e taxas s/ venda $750,00/u $ 15,50/u

Preço de venda por unidade $ 6.900,00/u $138,00/u

Volume de vendas 15 u 230 u* O tempo de produção dos armários e das cadeiras é praticamente o mesmo.

Pede-se: analisar e informar qual dos dois pedidos você aceitaria e fundamentar a sua decisão através da DRE.

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Page 37: Apostila_Contabilidade_Gerencial

16.RELAÇÃO CUSTO / VOLUME / LUCRO

De grande relevância para todos os níveis de gerência tem sido o bom aproveitamento de noções de custo: para analisar a anatomia de estrutura de custos da empresa e acompanhar os relacionamentos entre as variações de volume e variações de custos (e portanto de lucro).

16.1. Ponto de Equilíbrio

Uns dos pontos fundamentais quando se fala em Custos para decisão é o cálculo do Ponto de Equilíbrio.

No estudo do Ponto de Equilíbrio, relacionamos três variáveis básicas: Custo, Volume e Lucro.

Por meio desse relacionamento teremos condições de detectar o mínimo que uma empresa precisa produzir e vender para não ter prejuízo.

É exatamente no momento em que as Receitas Totais alcançam os custos totais.

O ponto de encontro entre as duas curvas representa o "ponto de ruptura" (ou de equilíbrio), a partir do qual a empresa aufere lucro e abaixo do qual incorrem em prejuízos.

O Ponto de Equilíbrio irá ocorrer exatamente onde as Receitas Totais (RT) forem iguais aos Custos Totais (CT):

RT = CT

Fórmula:

Margem de Contribuição é o Preço Unitário menos o Custo Variável Unitário. Assim, se o Preço de Venda é $15,00 e o Custo Variável Unitário é de $10,00 significa que cada unidade vendida ajudará a pagar o Custo Fixo Total em $5,00.

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Page 38: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Exemplo 1:

- Custos Fixos, previstos $6.376.350,00

- Preço de Venda $15,00

- Custo Unitário Variável $10,00

O Ponto de Equilíbrio dá-se quando a soma das Margens de Contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os Custos e Despesas Fixas; esse é o ponto que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo. Logo, esse é o ponto de Equilíbrio Contábil (PEC).

Exemplo 2:

Vendas: (1.275.270 x 15 ) .................... 19.129.050

(-) Custo Variável: (1.275.270 x 10) .......... (12.752.700)

MC ........................................................ 6.376.350

(-) Custos Fixos ......................................... (6.376.350)

PE ......................................................... -0-

16.2. Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)

É a quantidade que equilibra a receita total com a soma dos custos e despesas relativos aos produtos vendidos. É o que foi analisado até agora.

16.3. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)

É a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescida de uma remuneração mínima sobre o capital investido pela empresa. Esta remuneração mínima corresponde à taxa de juros de mercado multiplicada pelo capital e é denominada pelos economistas de Custo de Oportunidade. O Custo de Oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio negócio.

16.4. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)

É a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, por exemplo, os encargos de depreciação são excluídos no cálculo do PEF por não representarem desembolso para a empresa.

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Page 39: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Exercícios:

1) Uma empresa industrial apresentou as seguintes informações em um determinado período para produzir 1.000 unidades. Calcule o ponto de equilíbrio contábil em unidades e a margem de contribuição unitária.

Custos fixos totais $18.000,00

Custo Variável unitário $30,00

Preço unitário de venda $50,00

2) O gerente da lanchonete quer saber se é viável economicamente manter a linha de picolés no estabelecimento. Sabendo que os custos fixos (salários, aluguel, etc.) somam R$ 2.000; que os custos variáveis por picolé são de $0,45; que o preço de venda unitário é R$ 0,80 e que a estimativa de demanda com preço atual é 5.000 picolés por mês.

Você manteria a linha de picolés? Justifique calculando se é lucrativa ou não.

3) Uma universidade quer oferecer uma “Oficina de Música”. Para tanto, terá custos fixos (equipamentos, propaganda, etc.) no valor de $5.000. O professor receberá 70% de cada mensalidade e o restante caberá à instituição. Supondo uma mensalidade de $25, e duração de seis meses para cada oficina, quantos alunos deverão freqüentar a oficina para alcançar o ponto de equilíbrio em mensalidades?

4) A Cia Armando Cruz fabrica apenas um tipo de lâmpada, cuja estimativa de custos para 20xx é a seguinte:

Custos e despesas fixas $2.171.750/ano

Custos e despesas variáveis $5,45/unidade

O balanço da companhia, em 31-12-XA, apresentava os seguintes saldos (sintéticos):

ATIVO PASSIVO Circulante $880.000 Circulante $400.000Permanente $1.300.000 Patrimônio Líquido $1.780.000Total $2.180.000 Total $2.180.000

O preço de venda (médio) estimado é de $ 8,45/unidade.

Pede-se:

a) Supondo que a empresa acima tem um patrimônio líquido de $1.780.000,00 que, se aplicado a juros de mercado, obteria um ganho de 10% a.a. Calcular o ponto de equilíbrio contábil e o ponto de equilíbrio econômico;

b) Explicar o que é o ponto de equilíbrio contábil e o ponto de equilíbrio econômico.

5) A empresa “RGB” produz 10.000 unidades e apresenta as seguintes informações para o ano de 20xx:

Vendas Líquidas (10.000 unidades) $100.000Custos Variáveis $65.000Custos Fixos $30.000

A empresa recebe uma proposta de exportação de 2000 unidades ao preço de venda de $5,50 a unidade.

Pede-se:

a) Elaborar a DRE no Ponto de Equilíbrio Contábil.

b) Após análise, fundamentar a decisão de aceitar ou não esta proposta.

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6) A Delgado Foods Services Company opera e presta serviços com máquinas de vender refrigerantes, localizadas em restaurantes, postos de gasolina e fábricas em quatro estados do Sudeste. As máquinas são alugadas de um fabricante. Além disso, a Delgado deve alugar o espaço ocupado por suas máquinas. As seguintes relações entre custos e receitas pertencem ao programa de expansão projetada de 40 máquinas.

Os custos fixos mensais são os seguintes:

Aluguel da máquina: 40 máquinas a $ 43,50 $1.740Aluguel do espaço: 40 locais a $ 28,80 $1.152Salários parciais para atender 40 máquinas adicionais $1.908Outros custos fixos $ 200Custos fixos mensais totais $5.000

Outros dados:

UnitárioPreço de venda $ 1,00Custo do refrigerante $ 0,80Margem de contribuição $ 0,20

Estas questões relacionam-se aos dados acima, a menos que avisados de outra maneira. Considere cada questão independentemente.

a) Qual é o ponto de equilíbrio mensal em número de unidades? Em unidades monetárias de vendas?

b) Se 36 mil unidades fossem vendidas, qual seria o lucro da empresa?

c) Se o custo de aluguel do espaço fosse duplicado, qual seria o ponto de equilíbrio mensal em número de unidades? Em unidades monetárias de vendas?

d) Se, além do aluguel fixo, a Delgado Foods Services Company pagasse ao fabricante das máquinas $0,02 por unidade vendida, qual seria o ponto de equilíbrio mensal em número de unidades? Em unidades monetárias de vendas? Consulte os dados originais.

7) Analise o poder de competir no mercado das empresas a seguir, que possuem estas estruturas de custos:

EMPRESA

Custos ALFA BETA ÔMEGA

Custos Fixos

Custos Variáveis unitários

Preço de Venda unitário

100.000

150

250

110.000

140

250

120.000

130

250

A empresa “BETA” está tentando captar uma parcela maior do mercado nacional. Para tanto lançou uma tabela de preços com desconto de 25% sobre o preço de venda inicial. Como as outras empresas tiveram que baixar também seus preços em 25%, responda se a estratégia de “BETA” ser-lhe-á benéfica na briga com a concorrência. Justifique sua resposta.

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8 ) Os custos fixos de uma empresa equivalem a $400.000,00 para uma produção mensal de 1.000 unidades, sendo que essa empresa tem capacidade de produção de 1.200 unidades. O Custo Variável é de $300.000,00 e a Receita de Venda por produto, $500,00.

Calcule a quantidade de peças e o valor da receita para alcançar o ponto de equilíbrio.

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Page 42: Apostila_Contabilidade_Gerencial

17. MARGEM DE SEGURANÇA

O conceito de margem de segurança está diretamente relacionado com o ponto de vista de equilíbrio e mede a distância entre o valor das vendas correspondentes a esse ponto com o valor efetivo ou planejado de vendas. Quanto mais o valor das vendas efetivas ou planejadas for superior ao das vendas no ponto de equilíbrio, maior será a margem de segurança, ou seja, mais segura do risco operacional estará a empresa. Em outras palavras, é o volume de vendas que excede às vendas calculadas no PE.

A Margem de Segurança é um indicador de risco que aponta a quantidade que as vendas podem cair antes de ter prejuízo.

Suponhamos que uma construtora produza um tipo de casa pré-fabricada com as seguintes características:

Custos Variáveis: $140.000/un.

Custos + Despesas Fixos: $1.000.000/mês

Preço de Vendas: $240.000/un

PE= $1.000.000/mês = 10 casas por mês

($ 240.000/un – $ 140.000/un)

Suponhamos que ela esteja produzindo e vendendo 14 casa por mês, obtendo com isso um lucro de:

4 um./mês X 240.000/un = $960.000/mês

Dizemos que a empresa está operando com uma margem de Segurança de quatro casas, pois pode ter essa redução sem entrar na faixa de prejuízo. Em termos percentuais, podemos dizer que está com uma Margem de Segurança de 28,6%;

Margem de Segurança = 4 un = 28,6%

14 un

Em Receitas o cálculo é o mesmo:

M.S = Receitas Atuais - Receitas no Ponto de Equilíbrio

Receitas Atuais

M.S. = $3.360.000 - $2.400.000 = 28,6%

$3.360.000

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Page 43: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Caso Prático:

1 - Empresa CADEIRAS FORTES LTDA.

Calcular o “Ponto de Equilíbrio” em quantidade.

Calcular a Margem de Segurança caso a marca Luxo venda 235 unidades e a Standard 480 unidades. Faça uma análise.

Considere as seguintes informações:

CADEIRAS (em $)

Luxo Standard

Preço líquido de vendas

Custos variáveis unitários

Custos fixos (depreciação)

Outros custos fixos

Despesas fixas administrativas

533,33

244,00

35.000,00

16.000,00

20.000,00

267,67

192,00

- 0 -

16.000,00

20.000,00

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Page 44: Apostila_Contabilidade_Gerencial

18.CUSTO PADRÃO

São predeterminados antes da produção. É um custo estabelecido pela empresa como meta para seus produtos, levando em consideração as características tecnológicas do processo produtivo, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume. As variações entre essas contas são apropriadas às contas de estoques e CPV. O custo-padrão tem grande utilidade na contabilidade de custos e é usado para fins gerenciais. Desde que usado juntamente com o custeio por absorção, é aceito pra fins legais.

18.1. Objetivos

Proporcionar à administração informações oportunas que lhe possibilitem a tomada de decisões ótimas.

18.2. Conceito

O valor-padrão de custo é determinado com base em padrões técnicos de produção, que são definidos mediante a quantificação do consumo de materiais, mão-de-obra e outros gastos necessários à fabricação de uma unidade de produto.

O custo da produção, nesse sistema, desdobra-se em três componentes:

padrão de materiais; padrão de mão-de-obra; padrão de custos indiretos de fabricação.

18.3. Tipos de CUSTO-PADRÃO

18.3.1. Custo-padrão ideal

Supõe a utilização com a máxima eficiência dos recursos produtivos (MD, MOD e CIF) e não leva em consideração desperdícios normais de MD, diminuições no ritmo de trabalho dos funcionários, possíveis quebras de equipamentos. Na prática, é difícil de ser atingido.

18.3.2. Custo-padrão corrente

Leva em consideração um desempenho possível de ser alcançado, considerando perdas de MD, queda na produtividade dos funcionários, possíveis quebras nos equipamentos. Na prática, é usado o custo-padrão corrente.

Siglas: PP = Preço Padrão

PR = Preço Real

QP = Quantidade-Padrão

QR = Quantidade-Real

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Page 45: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Exercícios:

1) A Pimpolho Ind. & Com Ltda, fabrica dentre outros produtos infantis, creme dental com sabor de frutas. O custo padrão de cada tubo de creme dental é o seguinte:

Materiais Diretos 45g x $0,12/g

Mão-de-Obra Direta 16 min x $0,25/min

Os custos efetivos de outubro foram:

Materiais Diretos 46g x $0,14/g

Mão-de-Obra Direta 14min x $0,25/min

Faça os cálculos das Variações de Quantidade e Preço dos Materiais Diretos, bem como os cálculos das variações de Eficiências e Taxa da Mão-de-Obra Direta, relativas ao mês de outubro.

2) Marque a resposta correta após o desenvolvimento.

Numa empresa fabril que trabalha com o custo padrão, a variação do tempo de mão-de-obra direta, em certo período, foi de 100 (cem) horas acima do número previsto que foi de 1.000 (mil) horas.

No mesmo período, a variação do custo da mão-de-obra direta por unidade de tempo foi de $0,10(dez centavos) abaixo do valor orçado , que foi de R$ 1,00(um real) por hora.

O valor da variação total entre o custo padrão e o custo real foi de em $:

a ( )110,00 favorável d ( )10,00 desfavorável

b ( )110,00 desfavorável e ( )100,00 desfavorável

c ( )10,00 favorável

3) Observe os dados abaixo para responder as questões de nº I a II

a) Custo padrão por unidade A:

Material Direto R$ 50,00 – Mão-de-Obra R$ 40,00 – CIF R$ 35,00

b) A produção de A foi de 4.000 unidades acabadas, sendo que 90%, ou seja 3.600 unidades foram vendidas no período.

c) não existem estoques iniciais de produtos acabados e em elaboração.

d) custos reais apurados no final do período:

Material Direto (MD) 205.000

Mão-de-Obra Direta (MOD) 155.000

Custos Indiretos de Fabricação (CIF) 150.000

TOTAL 510.000

e) Os custos padrão correspondentes á produção de 4.000 unidades, foram:

MD

MOD

CIF

$ 50,00 x 4.000 unidades

$ 40,00 x 4.000 unidades

$ 35,00 x 4.000 unidades

TOTAL

= $ 200.000

= $ 160.000

= $ 140.000

= $ 500.000

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Page 46: Apostila_Contabilidade_Gerencial

I) A variação ocorrida na conta Material Direto (MD), no período, foi de (em $):

a ( ) 5.000 desfavorável d ( ) 10.000 favorável b ( ) 5.000 favorável e ( ) 205.000 favorável c ( ) 10.000 desfavorável

II) A variação ocorrida na Mão-de-Obra Direta (MOD), no período, foi de (em $):

a ( ) 5.000 desfavorável d ( ) 10.000 favorável b ( ) 15.000 favorável e ( ) 5.000 favorável c ( ) 15.000 desfavorável

4) No mês de janeiro de 20XX, a Cia. Industrial Ribeiro apresentou os seguintes dados para o produto GAMA em relação ao Material Direto:

Padrão Real

Quantidade (Kg)

Preço

850

$ 400/Kg

900

R$ 450/Kg

Com base nas informações acima, determine, analise e sugira melhorias, para as variações de quantidade e preço.

5) A Itaipava Comércio de Roupas Ltda. Possui duas filiais, em Pedro do Rio e em Duque de Caxias. O Sr. Benedito, por problemas financeiros, resolveu fechar uma das duas. Elas fabricam os mesmos produtos e apresentam os seguintes dados:

PADRÃO REALIZADO

Quant. Preço ($) Quant. Preço ($)

Matéria-Prima

Loja Pedro do Rio 7.400 6,00 7.350 6,30

Loja Duque de Caxias 7.300 6,00 7.250 5,90

Mão-de-Obra

Loja Pedro do Rio 5.050 4,95 5.000 4,90

Loja Duque de Caxias 5.100 5,00 5.050 4,95

Se você fosse o Sr. Benedito, qual filial você fecharia, em função da sua ineficiência?

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Page 47: Apostila_Contabilidade_Gerencial

19.FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

19.1. Introdução

A formação de preço de venda de produto é um trabalho técnico e também um fator determinante de sobrevivência da exploração da atividade. Alguns especialistas afirmam que ter os preços definidos exclusivamente pelo mercado é um risco. Ou seja, o mercado não é nem deve ser o único caminho para definição de preços, mas é importante ter os preços compatíveis com o mercado.

Existem diferentes critérios para a definição do preço de venda dos produtos, entre eles as despesas com vendas, impostos etc. Nas vendas a prazo, deve-se tomar o máximo cuidado com os prazos concedidos e com taxas de juros praticada no mercado.

Cabe ao produtor a decisão de formar seus preços de venda. Se errar para maior, perde o mercado; se errar para menor, compromete o negócio. O produtor deve aprender a calcular os custos reais de sua atividade, fazer a gestão estratégica dos custos e trabalhar identificando oportunidades de mercado e ganho.

O produtor precisa aprender a gerenciar, com competência a contabilidade de custos de sua unidade e dominar sua demonstração financeira, pois é tendo domínio dessas ferramentas que ele melhora a qualidade de suas decisões e torna sua atividade mais competitiva.

É preciso entender a cadeia de valores, procurar ao máximo compreender os custos de seu principal concorrente ou do líder de mercado e, em seguida, partir para o banchmarking.

Exemplo:

Considere uma empresa já estabelecida no mercado e que, portanto, já fez os investimentos necessários em terrenos, fábricas, máquinas, veículos, móveis, computadores e, além disso, já tem sua equipe montada para produzir e vender seus produtos.

É importante aqui ressaltar dois pontos:

1º - O objetivo do empresário é o lucro e, portanto, ele deseja recuperar todos os gastos, sejam eles fixos ou variáveis.

2º - Quanto maior for o volume de produção/vendas, menor será o gasto fixo por unidade. Se os gastos fixos mensais são de $ 100 e o volume mensal é de 20 unidades, o gasto fixo unitário será de $ 5 ($100 / 20). Se o volume mensal for de 40 unidades, o gasto fixo unitário será de $ 2,50 ($ 100 / 40).

Exemplo:

A seguir é apresentada a Demonstração de Resultado projetado para o ano, de uma empresa hipotética, para um volume de produção estimado de 1.000 unidades:

$

Preço de venda unitário 270,00

CPV (unitário) 144,00

Despesas Operacionais (unitário) 72,00

$ %

Vendas (1.000 x 270,00) 270.000 100,00

(-) CPV (1.000 x 144,00) 144.000 53,33

(=) Lucro Bruto 126.000 46,67

(-) DO (1.000 x 72,00) 72.000 26,67

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Page 48: Apostila_Contabilidade_Gerencial

Exercício:

1) A Cia Desânimo apresenta dois produtos (Lençóis de Solteiro e Lençóis de Casal) para cálculo da formação do preço de vendas.

Produto Lençol Solteiro Lençol Casal

Materiais Diretos

Poliéster $ 10,07 $ 13,25

Linha $ 0,07 $ 0,10

Etiqueta $ 0,15 $ 0,15

Embalagem $ 0,18 $ 0,18

Total (CPV) $ 10,47 $ 13,68

O Custo Fixo total é de $ 2.985,00. Considerando que esta empresa fabricará 2.000 peças por mês e que seus Custos Variáveis de Vendas é de:

CVV

ICMS 17%

PIS 0,65%

COFINS 3%

CSLL 1,08%

IR 1,2%

Comissão s/ Vendas 5%

Total 27,93%

O lucro desejado por esta empresa é de10%.

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20.MULTIPLICADOR SOBRE OS CUSTOS (MARK-UP)

O conceito de mark-up, que traduzimos como multiplicador sobre os custos, é uma metodologia para se calcular preços de venda de forma rápida a partir do custo por absorção de cada produto. O conceito de mark-up, amplamente utilizado pelas empresas, tanto as de grande porte como as microempresas, parte do pressuposto de que a base para diferenciação de preços de venda dos diversos produtos produzidos pela empresa é o custo por absorção.

É importante ressaltar que, apesar de o mark-up ser multiplicador aplicado sobre o custo dos produtos, sua construção está ligada a determinados percentuais sobre o preço de venda. Todos os componentes do mark-up são determinados através de relações percentuais médias sobre preços de venda e, a seguir, aplicados sobre o custo dos produtos.

Exemplo:

Mark-up = Preço de venda com imposto

Preço de venda sem imposto

Exercícios:

1) Uma empresa tem os seguintes percentuais médios sobre vendas líquidas:

Despesas Comerciais = 12%

Despesas Administrativas = 11%

Custo Financeiro = 6%

Margem de Lucro = 17%

Pede-se calcular o mark-up para obtenção de preço de venda sem impostos.

2) Um produto deve ser vendido a vista por R$ 200,00 por unidade antes dos impostos sobre vendas.

ICMS17%

PIS 0,65%

COFINS 2%

Pede-se:

a) Calcular o mark-up para incorporação dos impostos sobre o preço de venda sem impostos.

b) Qual deve ser o preço e venda com impostos?

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Page 50: Apostila_Contabilidade_Gerencial

21.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GREPALDI, Sílvio Aparecido, Contabilidade Gerencial. 3ª edição. Atlas. São Paulo.2004.

MARTINS, Eliseu, Contabilidade de Custos. 9ª edição. Atlas.São Paulo.2000.

PADOVEZE,Clóvis Luís, Contabilidade Gerencial. 3ª edição. Atlas.São Paulo.2000.

OLIVEIRA, Luís Martins, JUNIOR, José Hernandez Perez, Contabilidade de Custos. para não Contadores. Atlas.1ª edição.São Paulo. 2000.

GREPALDI, Sílvio Aparecido, Contabilidade Custos. 2ª edição. Atlas. São Paulo.2002.

NEVES, Silvério das, VICECONTI, Paulo e V., Contabilidade de Custos. 6ª edição. Frase. São Paulo. 2000

WERNKE, Rodney, Gestão de Custos. Atlas.São Paulo.2001

50