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Apresentação do PowerPoint · dois meses viraram um mês, que virou duas semanas. E um dia eu acordei faltando três dias para o prazo final, sem ter escrito uma palavra, e fiz

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A importância dos rituais familiares

Rita Fonseca de Castro

Uma das dimensões que distingue as famílias diz respeito aos seus rituais, isto é, à

forma como vivenciam as actividades partilhadas, sejam elas de carácter quotidiano,

sejam datas festivas, mais esporádicas e pontuais.

Quando pensamos em rituais o nosso imaginário transporta-nos para descrições e

relatos de rituais de passagem, cerimónias ou tradições de povos longínquos.

Contudo, na cultura ocidental existem também formas de convivência ritualizadas,

que divergem das primeiras apenas nos seus conteúdos.

Os rituais são parte essencial da vida familiar, podendo ser entendidos como hábitos

de vida relativamente estruturados e repetitivos, através dos quais os membros de

uma família comunicam aos níveis manifesto, simbólico e até inconsciente; permitem

representar algo que não conseguimos exprimir por meras palavras, ou cujo

significado se encontra para além das palavras.

Na literatura encontramos diferentes classificações para os rituais familiares, sendo

que podem ser consideradas quatro categorias: rotinas (como os horários das

refeições), tradições (de que é exemplo a comemoração da Páscoa escondendo ovos

para as crianças procurarem), celebrações (como o Natal ou aniversários) e rituais

ligados ao ciclo de vida.

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Os rituais constituem momentos no tempo e no espaço em que se torna possível viver e fortalecer ligações

afectivas (intra e extra familiares) e alimentar a coesão familiar, constituindo recursos fundamentais para a

manutenção e fortalecimento da família, para a reflexão e elaboração do significado da vida (vida enquanto

família, enquanto parte da comunidade e de cada indivíduo per si).

Apesar do seu carácter universal, os rituais são expressos de forma diferente em cada família, com cada uma

a descobrir e a construir os seus, moldando-os à sua imagem. As famílias tendem a variar na importância

que atribuem a cada tipo de ritual, até porque cada categoria enfatiza diferentes aspectos da identidade

familiar.

Os rituais cumprem funções opostas: respondem à necessidade de estabilidade e servem de suporte, ao

funcionarem como um meio de apaziguar a ansiedade sentida perante a mudança ou transição para outras

etapas do ciclo de vida das famílias. Devido ao seu carácter repetitivo, os rituais constituem um elemento

estabilizador e reconfortante para os membros das famílias, contribuindo para o estabelecimento e a

preservação de um sentido colectivo, ou seja, da identidade familiar.

Deste modo, a perda progressiva das rotinas familiares e rituais nas sociedades ocidentais tem vindo a

acarretar consequências. A entropia e o caos instalam-se nas “famílias sub-ritualizadas”, tendo como

consequência a perda da identidade, da coesão familiar, a deterioração das relações intra e extra familiares e

o isolamento dos indivíduos. O contexto familiar desprovido de rituais pode abrir a porta a formas

ritualizadas disfuncionais, como sejam os consumos alcoólicos ou a toxicodependência.

De igual modo, o afastamento dos elementos das famílias, sobretudo na alargada, é cada vez maior, seja

pelo aumento das taxas de divórcio, pelo aumento da população idosa, pela mobilidade social, emigração

ou a precariedade e instabilidade a nível profissional. Perante estas circunstâncias, muitas famílias podem

perder o seu fio condutor, sentindo-se desamparadas e forçadas a recorrer a diversos tipos de apoio

externo.

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O reatar de rituais familiares, ou mesmo a criação de novos rituais que façam sentido à família, pode inverter esta

situação e proporcionar o fio condutor abalado ou mesmo perdido, tornando-a mais coesa e autónoma. Neste

sentido, os rituais constituem recursos extremamente importantes para o fortalecimento das famílias, permitindo

um restabelecimento das ligações interpessoais, uma elaboração de um significado de vida e uma maior

segurança no contexto familiar e comunitário.

http://oficinadepsicologia.com/a-importancia-dos-rituais-familiaresLink acessado em 07/2/2017

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Refeições

Crianças na cozinha

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Com a vó!

E com os cachorros!

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Estudo!

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Sinceridade!

Amizade!

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Por dentro da mente de um mestre na procrastinação

Tim Urban sabe que a procrastinação não faz sentido, mas ele nunca conseguiu se livrar do hábito de ...

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Tim Urban sabe que a procrastinação não faz sentido, mas ele nunca conseguiu se livrar do hábito de esperaraté o último minuto para fazer as coisas. Nesta palestra hilária e inspiradora, Urban nos leva a uma jornada porhoras intermináveis no YouTube, leituras compulsivas da Wikipedia e momentos de divagação olhando pelajanela - e nos encoraja a pensar firmemente naquilo em que estamos realmente procrastinando, antes que nãodê mais tempo.

Na faculdade, fiz a especialização em Governo, o que significa que precisei escrever vários artigos.

Quando um estudante normal escreve um artigo, ele pode distribuir o trabalho mais ou menos assim. Então, veja:

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(Risos)

você pode começar um pouco devagar, mas você faz o bastante na primeira semana para que, com mais alguns dias de esforço, tudo fique pronto, uma situação civilizada.

(Risos)

E eu gostaria de fazer assim. Essa era a ideia. Eu estava com tudo pronto para começar, mas então, quando o artigo chegava de fato, eu acabava fazendo meio que deste jeito.

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(Risos)

E isso acontecia com todos os artigos.

Então veio a monografia final de 90 páginas, um trabalho que você deveria passar um ano fazendo. Eu sabia que, para um texto assim, meu fluxo de trabalho normal não era uma opção. Era um projeto grande demais. Então, eu planejei as coisas e decidi que precisava fazer algo como isso.

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Isso é como o ano seria. Eu começaria leve, aceleraria um pouco nos meses do meio, e no final iria mandar bala, como uma escadinha. O quão difícil seria subir essas escadas? Nada demais, certo?

Mas aí, a coisa mais engraçada aconteceu. Aqueles primeiros meses do começo? Eles vieram e se foram, e não consegui fazer quase nada. Então fizemos um plano incrível, novo e revisado.

(Risos)

E então...

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(Risos)

Então, aqueles meses do meio se passaram e eu não tinha escrito palavras concretas, então aqui estávamos nós. E dois meses viraram um mês, que virou duas semanas. E um dia eu acordei faltando três dias para o prazo final, sem ter escrito uma palavra, e fiz então a única coisa que poderia: escrevi 90 páginas em 72 horas, virando não uma, mas duas noites, seres humanos não deveriam virar duas noites seguidas, corri pelo campus, mergulhei em câmera lenta, e deixei lá exatamente no prazo final.

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Pensei que seria o fim de tudo. Mas, uma semana depois, recebi uma ligação e era a faculdade. Disseram: "É o Tim Urban?" E eu disse: "É". Disseram: "Precisamos falar sobre a sua monografia". E eu disse: "Tudo bem". E disseram: "É a melhor que nós já vimos".

(Risos)

(Aplausos)

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Não, ficou muito, muito ruim. Enfim, hoje eu sou um escritor-blogueiro. Eu escrevo o blog "Wait But Why". E háalguns anos decidi escrever sobre procrastinação. Meu comportamento sempre perplexou os não procrastinadoresao meu redor, e eu queria explicar aos não procrastinadores do mundo o que se passa na cabeça dosprocrastinadores, e por que somos como somos. Eu tinha uma hipótese de que os cérebros dos procrastinadoreseram de fato diferentes dos cérebros das outras pessoas. E para testar isso, encontrei um laboratório de RM queme permitiu escanear o meu cérebro e também o cérebro de um não procrastinador comprovado, para que eupudesse compará-los. Eu trouxe os resultados aqui para mostrar a vocês. Quero que olhem com atenção para verse notam a diferença. Eu sei que se você não é um especialista em cérebros isso não é tão óbvio, mas apenas dêuma olhada, OK? Então aqui está o cérebro de um não procrastinador. [Tomador de decisões racional]

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Agora... aqui está o meu cérebro. [Macaco da gratificação instantânea]

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Existe uma diferença. Ambos os cérebros têm um Tomador de Decisões Racional, mas o cérebro do procrastinador também tem um Macaco da Gratificação Instantânea. Agora, o que isso significa para o procrastinador? Significa que tudo vai bem até que isso aconteça.

[Esse é um ótimo momento para terminar tarefas.] [Não!]

Então o Tomador de Decisões Racional fará a escolha racional de fazer algo produtivo, mas o Macaco não gosta desse plano, então ele assume o volante e diz: "Na verdade, vamos ler a página da Wikipedia inteira sobre o escândalo de Nancy Kerrigan e Tonya Harding, porque eu acabei de lembrar que isso aconteceu".

Então...

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E para o Macaco, humanos são apenas outra espécie animal. Você tem que dormir bem, alimentar-se bem e propagar-se para a próxima geração, o que, em tempos tribais, deve ter funcionado bem. Mas, se você não percebeu, não estamos mais em tempos tribais. Estamos em uma civilização avançada, e o Macaco não sabe o que é isso. E é por isso que temos outro cara em nosso cérebro, o Tomador de Decisões Racional, que nos dá a habilidade de fazer coisas que nenhum outro animal faz. Nós podemos visualizar o futuro. Nós podemos ver o quadro completo. Nós podemos fazer planos no longo prazo. E ele quer levar tudo isso em consideração. Ele só quer que a gente faça aquilo que faz sentido que seja feito agora. Sim, às vezes faz sentido fazer coisas que são cômodas e divertidas, como jantar ou ir para a cama, ou aproveitar um tempo de lazer merecido. É por isso que há uma sobreposição. Às vezes eles estão de acordo. Mas outras vezes, faz muito mais sentido fazer coisas que são difíceis e menos prazeirosas, em nome do quadro completo. E é aí que nós temos um conflito. E para um procrastinador, esse conflito tende a terminar de um certo jeito toda vez, deixando que ele passe muito tempo nessa zona laranja, um lugar de comodidade e diversão totalmente fora do círculo do razoável. Eu chamo de Parque Obscuro.

O Parque Obscuro é um lugar que todos vocês procrastinadores por aí conhecem muito bem. É onde atividades de lazer acontecem nos momentos em que atividades de lazer não deveriam estar acontecendo. A diversão que você tem no Parque Obscuro não é realmente divertida, porque é completamente imerecida, e o ar fica repleto de culpa, temor, ansiedade, ódio a si mesmo, todos esses bons sentimentos dos procrastinadores. E a questão é que, nessa situação, com o Macaco atrás do volante, como o procrastinador vai conseguir sair para essa zona azul, um lugar menos agradável, mas onde as coisas realmente importantes acontecem?

Bem, acontece que o procrastinador tem um anjo da guarda, alguém que está sempre olhando por ele e o acompanhando em seus momentos mais sombrios: alguém chamado Monstro do Pânico.

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O Monstro do Pânico está adormecido a maior parte do tempo, mas ele subitamente acorda sempre que um prazo chega muito perto ou existe o risco de constrangimento público, um desastre na carreira ou outra consequência assustadora. E o mais importante: ele é a única coisa de que o Macaco tem medo. Ele se tornou muito relevante na minha vida, bem recentemente, porque o pessoal do TED me procurou há seis meses e me convidou para fazer uma Palestra TED.

E claro, eu disse sim. Sempre foi um sonho meu ter feito uma Palestra TED no passado. [Eu fiz uma Palestra TED uma vez.]

Mas no meio de toda essa empolgação, o Tomador de Decisões Racional pareceu ter outra coisa em mente. Ele dizia: "Temos noção do que acabamos de aceitar? Entendemos o que vai acontecer em um dia do futuro a partir de agora? Precisamos sentar e trabalhar nisso agora". E o Macaco disse: "Concordo totalmente, mas vamos só abrir o Google Earth e dar um zoom profundo na Índia, tipo 60 metros acima do chão, e rolar para cima por duas horas e meia até enxergar o país inteiro, para termos uma melhor noção da Índia".

E foi isso que fizemos naquele dia.

E no que seis meses viraram quatro, e depois dois, e depois um, o pessoal do TED resolveu divulgar os palestrantes. Eu abri o site e lá estava a minha cara, olhando para mim.

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Então o Monstro do Pânico começa a perder a cabeça e, alguns segundos depois, todo o sistema está em caos.

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E o Macaco, lembrem, ele tem pavor do Monstro do Pânico, bum, ele foge para a árvore! E finalmente, o Tomador de Decisões Racional pode assumir o volante e eu posso começar a trabalhar na palestra.

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O Monstro do Pânico explica todos os tipos de comportamentos bem insanos dos procrastinadores, por exemplo, alguém como eu conseguir passar duas semanas incapaz de começar a primeira frase de um texto e, então, encontrar milagrosamente a incrível ética de trabalho para ficar acordado a noite inteira e escrever oito páginas. E toda essa situação, com os três personagens, é o sistema do procrastinador. Não é bonito, mas no fim funciona. É por isso que resolvi escrever sobre isso no blog, uns anos atrás.

Quando escrevi, fiquei impressionado com as respostas. Literalmente milhares de e-mails chegaram, de todos os tipos de pessoas, do mundo inteiro, que fazem todos os tipos de coisas.

E todos eles estão escrevendo dizendo a mesma coisa: "Eu tenho esse problema também". Mas o que me espanta é o contraste entre o tom leve da minha postagem e o peso daqueles e-mails. Essas pessoas estavam escrevendo com uma frustração intensa sobre o que a procrastinação tinha feito em suas vidas, sobre o que esse Macaco tinha feito a elas. Eu pensei sobre isso, e disse: "Se o sistema do procrastinador funciona, então o que está havendo? Por que todas essas pessoas estão em uma escuridão assim?"

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Bem, acontece que existem dois tipos de procrastinação. Tudo sobre o que eu falei hoje, os exemplos que eu dei, todos eles têm prazos. E quando existem prazos, os efeitos da procrastinação ficam restritos ao curto prazo porque o Monstro do Pânico está envolvido. Mas existe um segundo tipo de procrastinação que acontece em situações em que não há prazo. Se você escolheu uma carreira em que você é autônomo, algo nas artes, algo empreendedor, não existem prazos para essas coisas a princípio, porque nada está acontecendo, até que você tenha feito o trabalho duro de pegar impulso, de fazer as coisas acontecerem. Também existem todas as coisas importantes fora da carreira que não envolvem nenhum prazo, como ver a família ou fazer exercícios e cuidar da saúde, trabalhar em seu relacionamento ou sair de um relacionamento que não está funcionando.

Mas se o único mecanismo do procrastinador para fazer essas coisas difíceis é o Monstro do Pânico, isso é um problema, porque em todas essas situações sem prazos o Monstro do Pânico não aparece. Ele não tem o que o faça acordar, então os efeitos da procrastinação não são contidos, eles simplesmente se prolongam ao infinito. Esse tipo de procrastinação de longo prazo é muito menos visível e muito menos comentado do que aquele mais engraçado, de curto prazo, baseado em prazos. Normalmente é sofrido em silêncio e solitariamente. E isso pode ser a fonte de uma enorme infelicidade de longo prazo, e de arrependimentos. E eu pensei: "É por isso que essas pessoas estão escrevendo e é por isso que estão em uma situação tão ruim". Não é que elas estejam penando para dar conta de algum projeto. É que a procrastinação de longo prazo os fez se sentirem expectadores, às vezes, de suas próprias vidas.

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Então eu li esses e-mails e tive uma espécie de epifania: eu não acredito que não procrastinadores existam. É isso mesmo. Eu acho que todos vocês são procrastinadores. Certo, vocês podem não ser uma bagunça total, como alguns de nós,

(Risos)

e alguns de vocês podem ter uma relação saudável com prazos, mas lembrem: o truque mais traiçoeiro do Macaco é quando os prazos não estão lá.

Agora eu quero mostrar a vocês uma última coisa. Chamo isso de Calendário da Vida. Aí tem uma caixinha para cada semana de uma vida de 90 anos.

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Não são tantas caixinhas assim, especialmente porque já usamos um monte delas. Então acho que deveríamos dar uma longa e boa olhada nesse calendário. Precisamos pensar no que estamos realmente procrastinando, porque todo mundo está procrastinando em alguma coisa na vida. Precisamos estar mais conscientes sobre o Macaco da Gratificação Instantânea. Esse é um trabalho para todos nós. E por não ter tantas caixinhas aí, esse é um trabalho que provavelmente deveríamos começar hoje.

Bem, talvez não HOJE, mas...

(Risos)

Você sabe... Em breve.

Obrigado.

(Aplausos)