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31 FOTOGRAFIA DIGITAL Nesse capítulo apresentamos breve introdução sobre alguns aspectos históricos, problemas léxicos e tecnológicos da fotografia digital. 1.1. A FOTOGRAFIA É NECESSÁRIA A fotografia é necessária... Se ao menos se soubesse para quê! Com este encantador e paradoxal epigrama, o fotógrafo parisiense Nadar, em 1866, resumiu, ao mesmo tempo, a necessidade da nova arte e seu discutível papel dentro da emergente sociedade industrial. A modernidade adquiriu o hábito de tomar a fotografia como substituto do real e não como obra fotográfica; ou construção imaginária e estética. Nesse sentido, o advento da fotografia permitiu o questionamento da dogmática clássica, substituindo a “Arte Pura” pelo “Discurso da Arte”, gerado pelas novas demandas desse momento histórico. A fotografia antes de tudo é uma linguagem; um sistema de códigos verbais ou visuais; um instrumento de comunicação. A primeira função de toda a linguagem é “significar”, a segunda é “afirmar o eu” e a terceira é “comunicar”. Desde os primórdios, o homem se apodera da natureza transformando-a. O trabalho é a transformação da natureza. O homem sonha com uma transformação, com a capacidade de mudar os objetos e dar-lhes novas formas e sentidos. Trata-se de um equivalente, na imaginação, daquilo que o trabalho significa na realidade; o homem, a princípio, apresenta grande paixão pelo fantástico. O homem evoluiu por meio da criação manual. Ele se aperfeiçoou produzindo novos utensílios. Não há ferramenta sem o homem e vice-versa. Os dois passaram a coexistir indissoluvelmente ligados. A imaginação é a sua essência. Ela é tão importante para o domínio da arte quanto da própria natureza. Criar, desde o momento em que homem se tornou homem, sempre foi uma necessidade vital: algo como respirar. Com a fotografia, pela primeira vez, a mão se liberou das tarefas artísticas essenciais, concernentes à reprodução das imagens que desde então foram apreendidas pelo olho fixo sobre a objetiva. APRESENTAÇÃO 1 CAPÍTULO

APRESENTAÇÃO - Focus · em sintonia com os interesses econômicos e políticos de seu respectivo momento histórico, ou como instrumento de contestação e superação. Portanto,

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Nesse capítulo apresentamos breve introdução sobre alguns aspectos históricos, problemas léxicos e tecnológicos da fotografia digital.

1.1. A FOTOGRAFIA É NECESSÁRIA

A fotografia é necessária... Se ao menos se soubesse para quê! Com este encantador e paradoxal epigrama, o fotógrafo parisiense Nadar, em 1866, resumiu, ao mesmo tempo, a necessidade da nova arte e seu discutível papel dentro da emergente sociedade industrial.

A modernidade adquiriu o hábito de tomar a fotografia como substituto do real e não como obra fotográfica; ou construção imaginária e estética. Nesse sentido, o advento da fotografia permitiu o questionamento da dogmática clássica, substituindo a “Arte Pura” pelo “Discurso da Arte”, gerado pelas novas demandas desse momento histórico.

A fotografia antes de tudo é uma linguagem; um sistema de códigos verbais ou visuais; um instrumento de comunicação. A primeira função de toda a linguagem é “significar”, a segunda é “afirmar o eu” e a terceira é “comunicar”.

Desde os primórdios, o homem se apodera da natureza transformando-a. O trabalho é a transformação da natureza. O homem sonha com uma transformação, com a capacidade de mudar os objetos e dar-lhes novas formas e sentidos. Trata-se de um equivalente, na imaginação, daquilo que o trabalho significa na realidade; o homem, a princípio, apresenta grande paixão pelo fantástico.

O homem evoluiu por meio da criação manual. Ele se aperfeiçoou produzindo novos utensílios. Não há ferramenta sem o homem e vice-versa. Os dois passaram a coexistir indissoluvelmente ligados. A imaginação é a sua essência. Ela é tão importante para o domínio da arte quanto da própria natureza. Criar, desde o momento em que homem se tornou homem, sempre foi uma necessidade vital: algo como respirar.

Com a fotografia, pela primeira vez, a mão se liberou das tarefas artísticas essenciais, concernentes à reprodução das imagens que desde então foram apreendidas pelo olho fixo sobre a objetiva.

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No advento da fotografia já estava contido o germe do futuro cinema, da televisão, das imagens digitais, dos novos discursos visuais e de outras tecnologias que estão por vir. Inaugurava-se assim, o instrumento mágico capaz de produzir sonhos.

A fotografia ressalta aspectos do original que escapam ao olho humano e só podem ser apreendidos por uma câmera que se mova livremente para obter diversos ângulos de visão. Graças a procedimentos, como ampliação, velocidades lentas e outros recursos técnicos podem-se atingir realidades despercebidas por qualquer visão natural.

Seus recursos na reprodução de imagens são capazes de criar efeitos ou situações que não são percebidos na cena real. Seu poder de impacto permite maior aproximação da obra e do seu espectador.

A subjetividade pode mentir, provocar, chocar, gerar cumplicidade, evocar sensações sensuais ou de dor, movimento, odor, som, etc. Proporciona prazer estético, e também, manipula a opinião pública em favor dos interesses do próprio fotógrafo ou de seus respectivos clientes.

Toda arte é condicionada pelo seu tempo em consonância com ideias, aspirações, necessidades e esperanças de uma situação histórica em particular. Mas ao mesmo tempo, a arte supera essa limitação e dentro do momento histórico, cria também um momento de superação que permite continuidade no seu desenvolvimento.

O próprio fotógrafo exercita um trabalho intelectual. Raciocina, sente e produz por meio de seu intelecto criativo, padrão cultural, técnica e experiência de vida. A boa fotografia é resultado de árduo projeto e não um mero “acidente fotográfico”.

A fotografia é um dos inúmeros modos de divulgar cultura e produzir conhecimento. A obra do fotógrafo não necessita de discursos e, menos ainda, das justificativas de seu autor. Ela antes de tudo, informa, fala por si mesma.

É autossuficiente. É coesa, objetiva, bem lapidada. Esteticamente perfeita. Dispensa, aliás, tais adjetivos ou outras atribuições. Arte e fotografia andam juntas. Estão em plena cumplicidade.

Por mais que se queira apreender a realidade em toda a sua amplitude, qualquer tentativa técnica é parcial, mesmo porque cada um de nós a concebe e interpreta de modos distintos. E tudo aquilo que não é real ou análogo, passa a estar a serviço das mitologias, das manifestações imaginárias, culturais ou artísticas contemporâneas.

Originariamente, a preponderância absoluta do valor de culto fizera da obra de arte, sobretudo um instrumento mágico, restrito às elites de cada época. Muito mais tarde, até certo ponto, ela seria reconhecida como tal. Na modernidade, a preponderância absoluta de seu valor expositivo lhe empresta funções inteiramente

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novas. Entre as quais pode ocorrer que aquela da qual temos consciência – a função artística – apareça depois como acessória, meros produtos gerados pela indústria cultural, com o propósito de democratização do saber, já que a fotografia, e mais ainda o cinema, desde o seu advento, são claros testemunhos nesta vertente. Deve-se, contudo ponderar que toda a produção artística, cultural, intelectual ou mesmo científica, sempre se apresentou, de algum modo, antagônica. Ora, em sintonia com os interesses econômicos e políticos de seu respectivo momento histórico, ou como instrumento de contestação e superação.

Portanto, a imagem fotográfica não é, a princípio, uma forma de arte. Como linguagem, ela é o meio pelo qual a obra de arte é realizada.

A fotografia é sempre uma imagem de algo. Está atrelada ao referencial que atesta a sua existência e todo o processo histórico que o gerou. Ler uma fotografia implica reconstituir no tempo seu assunto, derivá-lo no passado e conjugá-lo a um futuro virtual. Assim, a linguagem fotográfica é essencialmente metafórica: atribui novas formas, novas cores e novos sentidos conotativos ou denotativos; comprova que a fotografia não está limitada apenas ao seu referente.

Ela o ultrapassa na medida em que o seu tempo presente é reconstituído, que o seu passado não pode deixar de ser considerado, e que o seu futuro também estará em jogo. Ou seja, a sobrevivência de sua imagem está intimamente ligada à genialidade criativa e ao potencial cultural e intelectual de seu autor.

A mensagem fotográfica deve transpor sua condição documental, de verossimilhança e sempre transmitir algo mais forte, com maior impacto, que supere sua própria imagem. A fotografia como toda arte contemporânea, é uma ferramenta de percepção para transformar e abrir novos horizontes.

Sarah Bernhardt (Paris, 22 de outubro de 1844 – Paris, 26 de março de 1923) fez sua reputação nos palcos da Europa na década de 1870, e logo passou a ser exigida pelos principais palcos do continente e dos Estados Unidos. Conquistou uma fama de atriz dramática, em papéis sérios, ganhando o epíteto de “A Divina Sarah”.

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Foto de Felix Nadar, 1872.

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Seu papel mais marcante foi o da peça A Dama das Camélias de Alexandre Dumas. Visitou o Brasil quatro vezes, as duas primeiras ainda durante o reinado de D. Pedro II. Na última visita, durante uma encenação, sofreu um acidente que lhe gerou sérios problemas em sua perna e que culminou, anos depois, em sua morte. Sarah Bernhardt foi representada em dois filmes brasileiros, O Xangô de Baker Street e Amélia.

1.2. PROBLEMA LÉXICO: CÂMERA OU CÂMARA FOTOGRÁFICA?

A palavra “câmera” surgiu dos manuais em inglês quando o primeiro “a” manteve o acento circunflexo e o segundo virou “e”. O “Manual de Redação e Estilo do Estado de São Paulo” de autoria do mato-grossense Eduardo Martins, uns 40 anos moldando textos de jornalistas daquele jornal, recomenda o uso de “câmera” para equipamento fotográfico, recomenda Câmara dos Deputados, Câmara Municipal e Música de Câmara. Câmara é um quarto ou recipiente onde não entra luz. Câmara Clara, no original A Câmara Clara, obra de Roland Barthes.

A Revista Veja utilizava câmara. Borris Kossoy usa câmara em sua literatura. Os pesquisadores Mônica Junqueira de Camargo e Ricardo Mendes, em sua obra “Fotografia”, utilizam câmara. Vilém Flusser, filósofo da imagem, sempre usou “câmara”, embora tenha se voltado para o “aparelho” com seu sentido próprio de “conjunto de máquinas ou órgãos”, como, por exemplo, aparelho digestivo.

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Esta abordagem poderia não ter fim se enveredar pela filosofia da técnica. Assim, voltando à gramática ninguém melhor do que um conhecido fotógrafo Mário de Andrade, que se vale de “câmara” em toda sua correspondência pessoal (“Cartas a Manuel Bandeira – 1922-1924”), como também nas publicações da revista “Klaxon”, onde escrevia a coluna “Cinema”, sob diversos pseudônimos (M. de A.; G. de N. e R. de M.).

No início do século XX época áurea dos caminhos de ferro, no lado oeste dos Estados Unidos, a fotografia dá os primeiros passos. De uma ligação improvável, sob o mote “A maior fotografia no mundo, do mais belo comboio no mundo”, eis que nasce a Câmera Mamute, com o intuito singular de fotografar em grande plano a composição estrela da Chicago & Alton Railway: The Alton Limited. O seu autor, George Raymond Lawrence (1868-1938) é, provavelmente, um nome pouco familiar para a maioria das pessoas, mas decerto muito importante na História da Fotografia.

Câmera Mamouth, George R. Lawrence, Estados Unidos; 1900.

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1.3. DA PRATA AO SILÍCIO

Comecei a brincar com imagens de prata muito cedo. Um dia, por mera curiosidade, em 1965, então, com 12 anos, “roubei” a câmera fotográfica de meu pai, uma Contax III, alemã, com objetiva sonnar f/2.0, top de linha dos anos 50. Meu pai adorava aquela maravilha da micro mecânica e óptica alemã. Utilizava apenas filmes Ilford inglês ou Adox alemão. Para ele filmes da Kodak não tinham qualidade, apenas valor comercial. Só não comprou a Leica M3, pois era muito cara e estava além de suas posses.

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Câmera Contax III, modelo S.

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Para que serviam aquele monte de botões? Sabia muito por cima os que eram relativos a abertura, velocidade e ASA/DIN, nas conversas entre meu pai e seus amigos. Mas ainda não sabia como trabalhar com todas essas variáveis ao mesmo tempo.

Nessa época, as câmeras mais sofisticadas custavam pequenas fortunas e eram deixadas, em testamento, para os sucessores mais próximos.

Fui experimentando várias combinações, ajustes que ainda não conhecia e os resultados foram péssimos. Mas, a minha vontade de fotografar era muito grande e não havia nada que me impedisse de ir adiante. Bem, foi assim que comecei. Errando muito, como todo principiante erra.

Caso fosse começar tudo hoje, a minha situação seria mais complexa. Antes, as câmeras analógicas populares, dispunham de um único botão: o disparador. Outros modelos utilizam duas aberturas de diafragma: sol (f/16) e nublado (f/8.0). Havia também aquelas câmeras, um pouco mais caras, com fotômetro embutido, analisavam automaticamente a luz e nosso trabalho era o de apenas apertar o botão. As câmeras Kodak Instamatic, além das opções sol e nublado ou flash, operava com foco fixo, permitindo fotografar a partir de 2 metros.

Kodak Instamatic – Foco fixo e duas opções de abertura.

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Outros modelos como a Olympus Trip, traziam escala de abertura para fotografar com flash e ajustes de distâncias, com indicação em ícones: “montanha” para infinito, ícone de “grupo de pessoas”, para imagens a partir de 3 metros e ícone “meio corpo” para assuntos a 1 metro e meio de distância.

Câmera Olympus Trip com estojo preto e indicação de distância por ícones, vide montanha e escala de aberturas para flash ou fotografia em modo manual.

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Hoje para fotografar das câmeras compactas, além de conhecer alguns ajustes básicos, precisamos também ter conhecimento em Windows para criar novas pastas, baixar arquivos diretamente da câmera, via cabo USB ou leitor de cartão e também estar familiarizado com alguns conceitos de informática. Caso você possua este modelo de câmera, não fique chateado. Fotógrafos profissionais, além de utilizarem câmeras maiores, com um mundo de lentes, flashes, etc, não abrem mão de suas compactas. Há situações rápidas, onde a câmera compacta oferece maior mobilidade ao fotógrafo. Há casos onde o fotógrafo não quer que sua presença seja notada. Para estas situações, esta versão de câmera ajuda muito!

A qualidade da foto, independente do modelo ou tipo de câmera digital, dependerá de alguns ajustes de exposição, a cena em local com muita luz, pouca luz, de dia, a noite, na praia, neve, fotografia noturna, etc.

A fotografia é uma magia. A humanidade levou alguns milhares de anos, para que pudéssemos, finalmente, resgatar e preservar a imagem de um momento importante para nós.

As primeiras tentativas foram com plantas, aproveitando a clorofila, no início do século XIX depois veio a prata, como agente sensibilizante e agora ingressamos na era do silício.

Toda câmera digital, desde a mais simples até a mais sofisticada, tem sempre um ajuste automático. Um retângulo minúsculo, de cor verde, ou um ícone da câmera também verde, ou ainda, o ícone da câmera em preto ou prateado. Este é o automático padrão. Há também outros modos de automático, um para cada

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tema ou situação de luz. Veja no manual de sua câmera como o modo automático funciona. Esse modo é de cor verde ou o ícone da câmera gravado no corpo dela.

O modo automático faz com que a câmera compacta ajuste por si só, a abertura, velocidade e ISO. Com filme, o trabalho era mais fácil, pois o filme apresenta grande latitude de exposição. Caso você ou o modo automático da câmera erre na leitura da luz o filme ainda consegue captar todos os detalhes, mas na câmera digital temos que ajustar antes qual o tamanho da imagem a ser gerada, coisa que não acontecia com as câmeras de filme. Primeiro se fotografa, para depois pensar no tamanho da ampliação a ser feita.

As câmeras digitais geralmente oferecem três opções de tamanho de imagem: grande, tamanho médio e tamanho pequeno. Os tamanhos de arquivo se encontram dentro do menu de sua câmera. Ou um botão de atalho, no corpo da mesma, normalmente atrás ao lado do visor LCD. Cada tamanho tem um número específico de mega pixels. Quando maior esse número, maior a qualidade da imagem. Habitue-se a fotografar sempre com o tamanho maior. Amanhã se você quiser ampliações grandes para participar de concursos, as imagens produzidas poderão ser inscritas.

Caso queira compreender melhor o tamanho de cada imagem (largura x altura, em pixels = valor em megapixels) fotografe os três tamanhos permitidos pela sua câmera e amplie-as no seu visualizador do Windows ao máximo e confira qual dos três tamanhos oferece menor distorção de imagem. Pronto! É esse o padrão de tamanho que deverá utilizar daqui para frente.

Mas há desvantagens em fotografar em grandes tamanhos? Sim, quanto maior o tamanho do arquivo de imagem, maior o espaço a ser ocupado no cartão de memória e, consequentemente no seu HD. Se você curte fotografia, tenha dois cartões e uma bateria extra, para começar a fotografar.

Outros tipos de câmeras, além de apresentar o tamanho da imagem, incluem também a taxa de compressão de imagem. Essa taxa existe para que a imagem fique mais leve ou mais pesada. Pixels de maior ou menor tamanho. As imagens mais leves são utilizadas para enviar fotos pela internet ou para serem utilizadas em sites. Quanto menor o peso (40 k, por exemplo), mais rápido elas abrirão no seu monitor. Já as imagens com baixa taxa de compressão são mais pesadas (2 Mb, por exemplo), utilizadas para impressão em gráfica ou laboratório fotográfico. Alguns fabricantes a classificam de básico, normal e fino. Outros utilizam ícones, sugerindo aumento ou diminuição dos pixels. Prefira sempre a menor taxa, pois deformam menos a imagem. Veja no menu de sua câmera, onde estas funções estão e como deverá utilizá-las. Não deixe de consultar também o seu manual.

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Bem, já passamos pela primeira parte, agora vamos compreender o que é WB (White Balance, balanço ou equilíbrio de cores). Esse ajuste pode estar também no menu da câmera ou em algum botão externo, no corpo dela.

Câmera compacta Canon.

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Ajustes dos ícones da câmera, cine (vídeo) e play, para reproduzir as imagens gravadas. Botão com ícone de impressora, para impressão direta da câmera, conectada à impressora, via cabo USB, ajuste de ISO, ajuste de fotos macro (ícone Flor para fotografar a 20 cm de distância ou distâncias mais curtas) ícone para ativar flash, ícones para disparos simples ou contínuo e temporizador com atraso de disparo em segundos para você se autofotografar. Botão menu é utilizado para acessar outras informações, como tamanho de imagem e modos programados.

WB significa White Balance e é responsável pelo equilíbrio e harmonia das cores. Isto quer dizer que o sensor digital, aquele que captura a imagem, percebe as cores de outro modo, em relação à visão humana. Portanto, temos que regular o WB em função das condições de luz da cena fotografada. Dia de sol, deixe o ícone em sol, dia nublado, na nuvenzinha, luz incandescente (aquelas com lâmpadas amarelas) em incandescente, e assim por diante.

Embora o balanço de branco automático (AWB) seja capaz de solucionar grande parte dos problemas com variações na cor de iluminação, em certas situações o AWB pode ser bastante falho mesmo com luz do sol. Uma imagem com excesso de elementos de um único tom faz com que a câmera tente compensar essa interferência, que na verdade não existe. O balanço de branco automático é mais eficiente quando a imagem possui um ou mais objetos brancos.

Se o balanço de branco é um recurso que você ainda não domina, vá em frente, faça testes fotografando em diversas situações de iluminação, alterando os ajustes do balanço de branco. Fotografe também uma cena ao ar livre, variando os ícones em busca do melhor equilíbrio de cores para esse caso. Esse aprendizado certamente vai proporcionar melhores resultados para suas fotos e mais familiaridade com sua máquina, não importando qual o tipo ou modelo.

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As câmeras digitais foram produzidas para atender o mercado europeu, norte americano e asiático. A luz lá é diferente da nossa, que estamos nos trópicos. Aqui a luz é mais forte, tem maior contraste. Às vezes o ajuste do WB para nublado em dia de sol, ou dia de sol, em nublado, poderá apresentar melhores resultados.

Há uma última coisa a ser ajustada. Chama-se EV, traduzindo literalmente do inglês, Valor de Exposição. Em outras palavras, qual a melhor relação de abertura e velocidade para se fotografar em determinada condição de luz? Isso foi meu pior pesadelo quando tinha 12 anos, o EV deveria ser calculado manualmente. Mudaram as condições de luz? Efetua-se novo cálculo de EV. Hoje as câmeras já apresentam essa relação automaticamente. Mas nem sempre o fotômetro, sensor que avalia as condições de luz e ajusta o EV e ISO simultaneamente, apresenta resultados dentro de nossas expectativas.

Às vezes, a imagem final poderá ficar clara, outras vezes escura e assim por diante. Como funciona esta coisa de EV? Simples: primeiro observe se o EV em sua câmera está em posição 0 (zero). O ícone do EV poderá estar dentro do menu ou gravado no corpo dela. Caso a primeira foto esteja muito clara, ajuste o EV para -1, o contrário para +1. Faça alguns testes. Há casos em que o ajuste será mínimo e você precisará de um pouco de compensação, como +⅓, +⅔, até que a imagem final fique legal. Fotografe, faça testes, descubra o que sua câmera poderá fazer por você. Ler o manual de instruções e tê-lo sempre à mão é muito importante. MODOS DE CENA

Modos de cena são programas personalizados das câmeras digitais compactas.

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Agora que você já consegue produzir imagens melhores, veja quantos modos de programas sua câmera oferece. Como praia, retrato, paisagem, gente correndo, museus, fotografia noturna, etc. Cada um desses modos foi programado para obter o máximo de rendimento para fotografar assuntos pré-selecionados. Alguns modelos apresentam o modo museu, impede que a câmera acione o flash. Se o flash for disparado frequentemente, poderá danificar as pinturas e outros objetos raros ali expostos.

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Kit básico de câmera compacta digital; Câmera, carregador, bateria, CD de instalação, cabo mini USB para descarregar as imagens diretamente em seu micro, cabo RCA, para visualizar fotos e vídeo diretamente no televisor.

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Um detalhe importante: quando estiver fotografando, aparecerá dentro do seu visor ou no LCD de sua câmera dois indicadores, um de abertura e outro da velocidade. Exemplo: f:/ 8.0 (Abertura) e 1/60 (Velocidade). Algumas ainda apontam o ISO utilizado, os dois primeiros valores determinam o EV (Valor de Exposição). Por enquanto, observe apenas o valor da fração da velocidade. Se ela cair para 1/40, 1/30, 1/20, a foto fatalmente ficará tremida. Poderá aparecer o desenho de uma mão em vermelho advertindo tremor. Algumas câmeras apresentam o recurso de estabilização de imagem, ou steady shot, para que isso não aconteça. Quanto menor o número da fração, o obturador da câmera ficará aberto por mais tempo, e com esses tempos mais longos, recomenda-se o uso de tripé.

Acredito que o caminho para aqueles que iniciam agora com fotografia seja mais prazeroso. Na minha época não havia internet, não havia livros ou boas revistas em português. A fotografia ainda não estava devidamente democratizada. Tudo era em inglês, alemão, italiano, francês, russo e alguma coisa em espanhol e não havia escolas ou cursos especializados para fotografia profissional.

Tínhamos que nos virar, seja para entender as novas técnicas, como para fotografar ou ainda para processar nossas fotos. Tínhamos também que ter algum conhecimento em química e física para revelá-las em casa. Mandar revelar fora era muito caro! Hoje as coisas estão mais fáceis, mais rápidas e bem mais acessíveis. Quando garoto, fazia fotografia alternativa sensibilizando chapas de vidros para aprender a fotografar, sem gastar muito.

Por outro lado, as mudanças hoje são mais rápidas. Mal acabamos de compreender os recursos de uma câmera digital, já surgem novos modelos, com novas possibilidades. As imagens que produzimos agora são denominadas de 2D.

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A fotografia 3D já está batendo em nossa porta. Parece que a corrida tecnológica não terminará tão cedo, não neste milênio.

Bem, enquanto isso, pegue a sua câmera e procure utilizar os ajustes citados até aqui e comece a fotografar. Essa primeira experiência será importante para você assimilar melhor o que vem por ai. Mesmo que as imagens não fiquem do seu agrado, insista. Boas fotos!

Câmera digital reflex, DSLR, ajustada em modo automático básico. Apesar de ser a opção preferida de fotógrafos amadores, os resultados apresentados são imprecisos e de baixa qualidade. A imagem nunca fica do jeito que o fotografo deseja. Mas, apesar disso, há muitos fotógrafos profissionais inexperientes que só fotografam dessa maneira.

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25 QUESTÕES BÁSICAS SOBRE FOTOGRAFIA DIGITAL

12 DICAS DE FOTOGRAFIA DIGITAL

DIFERENÇAS ENTRE CÂMERAS DIGITAIS E CONVENCIONAIS

CONFIGURANDO MODO DE EXPOSIÇÃO DA CÂMERA DIGITAL REFLEX

CUIDADO! ELES SÃO DELICADOS E SENSÍVEIS!

SOBRE SEU EQUIPAMENTO

A MAGIA DA FOTOGRAFIA

CINCO DICAS BÁSICAS PARA INICIANTES

DICAS

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Nesse capítulo abordamos as principais dicas de configuração do modo de exposição e sistemas das câmeras digitais.

2.1. 25 QUESTÕES BÁSICAS SOBRE FOTOGRAFIA DIGITAL

Vamos agora expor as principais questões sobre fotografia digital que você deverá saber.

2.1.1. O QUE É FOTOGRAFIA DIGITAL?A fotografia digital lembra um minúsculo mosaico, formado por pequenos

quadradinhos coloridos, denominado pixels. Cada imagem digital é formada por grande número de pixels, sendo que cada um deles têm uma única cor e uma única posição na imagem.

2.1.2. O QUE É PIXEL?Pixel, abreviação de picture element em inglês. É a unidade da imagem digital.

Um pixel é o menor ponto que forma uma imagem digital, sendo que a partir do conjunto de milhares de pixels, começa a surgir a imagem visível. São aqueles quadradinhos quando se amplia a imagem no visualizador do Windows ou em programas de edição de imagens, como o Photoshop.

2.1.3. O QUE É MEGAPIXEL?Megapixel na verdade é apenas um número ligado a qualidade da imagem

digital, um CCD com 3 megapixel é um CCD onde o produto de seus pixels na horizontal pelos pixels na vertical é da ordem de 3 milhões de pixels. Uma câmera digital que tem 3.000 pixels na horizontal e 2.000 pixels na vertical tem 6.000.000 pixels, ou seja, 6 megapixel (prefixo mega é igual a milhão). Em termos práticos, uma imagem de 3 megapixels gera uma excelente impressão em papel fotográfico, processo químico, no tamanho 10 × 15 cm.

DICAS 2C A P Í T U L O

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2.1.4. CÁLCULO DE RESOLUÇÕES E TAMANHOS

Exemplo: O maior lado da imagem possui 3.888 pixels:

3.888 pixels ÷ 300 pixels/polegada (alta resolução) = 12,96 polegadas

12,96 polegadas × 2,5 cm (tamanho da polegada) = 32,4 cm

Consulte o manual de sua câmera, veja os tamanhos de imagem em pixels e monte sua própria tabela.

2.1.5. QUAL É A RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DA IMAGEM E O NÚMERO DE PIXELS?

A qualidade da imagem é diretamente proporcional ao número de pixels que forma a imagem. Maiores sensores de imagem produzem maior número de pixels, que por sua vez, gerarão imagens digitais de melhor qualidade.

Full Frame Reflex Digital:

» 1.1x Fator de corte, tamanho 24 × 36 mm. » 1.3x Fator de corte, tamanho 28,7 mm × 15 mm. » 1.5x Fator de corte, tamanho 18 × 24 mm. » 1.6x Fator de corte, tamanho 22,5 × 15 mm.

Quanto maior a área do sensor, melhor a qualidade da imagem:

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Full Frame:

» 1.3x Crop Factor. » 1.5x Crop Factor. » 1.6x Crop Factor.

2.1.6. O QUE É UM CCD?CCD significa Charge-Coupled Device, ou seja, dispositivo de carga acoplada.

É um sistema eletrônico formado por fotodiodos onde a luz incidente produz diferenças de potencial que são proporcionais a quantidade de luz recebida. Assim, quanto mais luz atingir os fotodiodos que formam o CCD maior é a voltagem: esta é interpretada pelo sistema eletrônico da câmera e associa esses valores aos tons presentes na cena fotografada.

2.1.7. O QUE É UM CMOS?CMOS significa Complementary Metal-Oxide Semicondutor, é produzido

com tecnologia mais simples que os CCD e, portanto, mais econômico. Atualmente a qualidade dos detectores CMOS estão equivalentes ao CCD.

Há diversos tamanhos de sensor e o formato padrão é baseado no filme 35 mm cuja área é 36 × 24 mm. Câmeras com sensor desse tamanho são conhecidas como Full Frame (quadro inteiro). Além dos sensores full frame temos os sensores menores, chamados de APSC, que possui cerca de 50% da área de um sensor full frame (crop factor ou fator de corte) que correspondem ao sensor imagens de tamanho 18 × 24mm.

2.1.8. O QUE É RESOLUÇÃO DE UMA CÂMERA DIGITAL?A resolução de uma câmera digital é basicamente o produto do número de

pixels na horizontal pelo número de pixels na vertical, quanto maior esse número, melhor é a qualidade da imagem. Agora cuidado, pois os valores em megapixel podem ser reais ou interpolados. A regra é 72 dpi, resolução de imagem para mídia eletrônica, como e-mail e publicação de imagens na internet, e 300 dpi para impressão em gráfica ou laboratório fotográfico. Caso pretenda fazer banners ou imprimir cartazes, pergunte antes qual é a resolução recomendada.

2.1.9. O QUE SÃO FORMATOS DE ARQUIVO: TIFF, JPEG E RAW? Os arquivos produzidos pelas câmeras podem ser formatados de diversos

modos. Os tipos mais importantes e populares para a gravação dos arquivos são os formatos TIFF e JPEG. Os arquivos JPEG são mais compactos, comprimidos, isto é, economizam espaços de memória e são suficientes para a maior parte dos usos de imagens digitais. Os arquivos TIFF são arquivos maiores, que consomem

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maior quantidade de memória e devem ser usados em situações onde a qualidade deve ser preservada. Os arquivos RAW são os arquivos nativos do CCD ou CMOS que ainda não foram processados, permitindo maiores possibilidades de correção em editores específicos de imagens, como Lightroom e Câmera Raw. Os arquivos RAW são importantes, pois servem como negativos digitais, para manipulação e finalização posterior.

2.1.10. O QUE É DPI?DPI significa Dots Per Inch, isto é, pontos por polegada. É uma expressão

importada das artes gráficas, na fotografia digital é mais conveniente o uso da expressão ppi, ou seja, pixels per inch ou pixel por polegada. Embora alguns programas de edição de imagem utilizem também a expressão pixels por centímetro, o mercado adota dpi ou ppi.

2.1.11. CÂMERAS DIGITAIS E CÂMERAS CONVENCIONAIS – CONCEITOS E LIMITAÇÕES

As câmeras digitais obedecem basicamente os mesmos modelos das câmeras convencionais, isto é, podem ser compactas, prosumers, câmeras reflex profissionais, câmeras de médio formato e câmeras de grande formato, estes últimos, para fotografia editorial, moda e publicidade. Também podem ser utilizadas para fotografia científica ou criminalista.

2.1.12. QUAIS AS PRINCIPAIS VANTAGENS DA CÂMERA DIGITAL EM COMPARAÇÃO COM A CÂMERA CONVENCIONAL?

As principais vantagens das câmeras digitais são a velocidade na obtenção da imagem, no tratamento e envio por meio da internet e custos de operação reduzidos.

2.1.13. COMO AJUSTAR A CÂMERA DIGITAL ANTES DE USÁ-LA?De forma geral, não são grandes as dificuldades na operação das câmeras

digitais, na maioria das vezes, ler o manual do fabricante sem conhecimento prévio dos termos técnicos utilizados não são suficientes. A instalação das baterias e colocação de cartão já formatado pela câmera para a gravação das imagens são passos essenciais. As providências posteriores serão abordadas logo mais.

2.1.14. QUAIS PROGRAMAS A SEREM UTILIZADOS NO COMPUTADOR?De forma geral, os programas que devem ser instalados no computador

são aqueles que acompanham o manual de instruções de sua câmera, também

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conhecidos por “programas proprietários” para tratamento de imagens em RAW, e mais para frente, programas para a manipulação de imagens mais complexos: Adobe Photoshop e Lightroom.

2.1.15. CUIDADOS COM UMA CÂMERA DIGITAL

Os cuidados que se devem ter com uma câmera digital são os mesmos que devemos ter com uma câmera convencional. Devemos mantê-las em locais secos e ventilados (estojos de plástico ou couro devem ser evitados), e não devemos guardá-las por muito tempo com suas baterias. É claro que esses instrumentos são delicados e devem ser manuseados com cuidado e atenção. Em locais perto de praia, os cuidados devem ser redobrados devido à maresia.

2.1.16. ALTAS E BAIXAS TEMPERATURAS TAMBÉM DANIFICAM SEU EQUIPAMENTO

O mesmo ocorre em climas ou ambiente úmidos ou de pH ácido como a poluição da cidade de São Paulo ou da Cidade do México. Recomendamos providenciar caixa de isopor com tampa, na medida de sua câmera e lente. Coloque a caixa tampada, com tudo dentro, sobre uma prateleira aberta, em local fresco e seco. Não deixe a câmera parada por muito tempo. Ligue-a e use-a com frequência e mantenha a bateria sempre com carga, como no seu celular. Com o avanço da microeletrônica, os produtos saem da fábrica com tempo de vida predeterminado, se submetidos ao uso regular. Caso esteja fora de uso por muito tempo, sua durabilidade será abreviada. Esta história de “vou guardar para não gastar” não existe mais.

2.1.17. O QUE É INTERPOLAÇÃO?Algumas câmeras aumentam o tamanho dos arquivos, utilizando uma técnica

denominada interpolação. Na imagem interpolada, pixels extras são inseridos entre os pixels capturados. A estes pixels extras são atribuídos valores de cor que estão entre aqueles que o rodeiam. Assim, consegue-se que a imagem fique maior sem aparente perda de qualidade.

2.1.18. RUÍDO NA IMAGEM

Entende-se por ruído na imagem digital, milhares de minúsculos pontos multicoloridos que aparecem na imagem e que não fazem parte daquilo que foi fotografado. Como se fosse imagem desenhada na areia úmida da praia, ou ainda, a granulação dos filmes de alta sensibilidade, por exemplo. Quanto menor o tamanho do sensor digital, maior a taxa de ruído. Outro fator que colabora com a produção de ruídos são dead pixels (pixels mortos). Com o uso, algumas células

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do sensor queimam, gerando pontos pretos na imagem. As assistências técnicas autorizadas possuem programas específicos para mover esses pontos pretos para o perímetro da borda da imagem, deixando a imagem gerada limpa novamente.

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Produção de ruído na imagem.

O ruído é criado por sinais elétricos não desejados gerados por instabilidades do sensor de captura de imagem. Estes ruídos acabam por confundir o sensor e aparecem como centenas de pequenos pontos coloridos, dando impressão de “granulação” ou pouca definição. Isso acontece quando aumentamos muito o ISO na câmera. Quando aumentamos o ISO amplificamos também a potência do sinal gerado pelo pixel e o ruído, antes desprezível, acaba aparecendo junto.

Quando se utiliza ISO baixo, entre 100 e 400 o ruído é desprezível e não precisamos ter receio. Para ISO acima deste valor o ruído pode ser mais perceptível. Outra maneira de se produzir ruídos é interpolando a imagem, algo muito comum nas câmeras compactas.

O CCD, sensor que captura a luz e a transforma em informação digital é passível de atrair grãos de poeira. Isso acontece porque durante a captura da imagem, o sensor fica exposto a luz e carregado de grande quantidade de energia elétrica. O que o torna um tipo de imã, gerando pequenas descargas estáticas.

Percebe-se que o CCD está sujo quando aparecem pequenos pontos nas fotos digitais que estão sempre no mesmo lugar. Uma boa forma de localizar esses pontos é fotografar uma parede ou cartão branco, os pontos escuros que aparecem são sujeira impregnadas no sensor.

Esses pontos não causam prejuízo ao funcionamento da câmera, mas devem ser removidos para que as fotos não fiquem com pontos indesejáveis. Essa limpeza deverá ser efetuada pela assistência técnica de sua confiança.

Alguns modelos possuem nos menus um modo de limpeza do CCD. Quando acionado este modo o espelho se levanta, a cortina abre e o CCD fica exposto sem estar energizado, desprendendo assim a poeira acumulada.

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Por fim, o tamanho do sensor também influência na formação de ruídos. Os sensores full frame apresentam menor taxa de ruído, se comparados aos sensores das câmeras compactas. Para melhor aproveitamento de sua imagem, faça o corte enquanto estiver fotografando. Qualquer corte posterior poderá comprometer a resolução de sua imagem.

2.1.19. O QUE É EFEITO ARTIFACTING?São ruídos e distorções da imagem causado por defeitos no sensor, no

processamento da imagem, ou ainda, devido à baixa qualidade do sistema óptico das câmeras digitais.

2.1.20. TAMANHO DO CARTÃO

Com a chegada de cartões de memória com maior capacidade de armazenamento, ficamos tentados a adquiri-los, pois podem carregar mais de 600 imagens em alta resolução.

O risco de descarregar muitas imagens em um cartão apenas pode levar à perda de todas as fotos de uma viagem.

A forma mais comum de perder as imagens de um cartão é tentar retirá-los enquanto a câmera está acessando as imagens (o que é mais comum) ou, então, por defeito de fabricação (mais raro). Além disso, poderá danificar todo o sistema de arquivos do cartão, corrompendo as demais imagens.

2.1.21. CUIDADOS COM O CARTÃO

Veja a seguir alguns cuidados que devemos ter com o cartão:

» Mantenha os cartões de memória bem longe de campos magnéticos, como imãs, aparelhos de tv, alto-falantes, etc.

» Mantenha-os também em ambientes frescos, não os deixe dentro do porta--luvas de seu carro em um dia quente ou exposto ao sol.

» Mantenha-os cartões secos, não os exponha a condições quentes ou úmidas, imediatamente após sair de uma sala com ar-condicionado ou de ambiente úmido, como banheiros, lavatórios ou lavagem de carros.

» Insira os cartões de memória nas câmeras ou nos leitores de cartões com cuidado. Força em excesso pode danificar os contatos.

» Mantenha-os cartões de memória livres de poeiras. Os contatos são extremamente sensíveis e podem ser facilmente danificados por pequenas partículas de sujeira. Onde houver areia ou pó, não retire o cartão da câmera a não ser que você esteja protegido dentro de um ambiente limpo e sem sujeira.

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» Guarde sempre os cartões de memória dentro de seus estojos de plástico sempre que não estiverem em uso. Alguns fotógrafos o colocam no bolso da camisa, sem nenhuma proteção. O suor nos terminais poderá queimar o cartão e danificar seriamente sua câmera.

» Após descarregar suas imagens, formate o cartão pela sua câmera, nunca no computador, para nova utilização. Esse procedimento é melhor do que simplesmente excluir as imagens presentes no cartão. Ao formatar, você estará reiniciando o sistema de arquivos a uma condição ideal de operação.

» Os fabricantes afirmam os cartões de memória tem uma vida útil estimada entre 300.000 e 1.000.000 de horas.

» Um ponto que gera bastante controvérsia é quanto ao descarregamento das imagens. Afirmam também que a limitação de inserções do cartão, está em torno de 50.000 vezes. Mas na prática, é muito difícil verificar esse grau de eficiência, pois a cada 6 meses, os cartões costumam ser substituídos por outros, de maior capacidade e menor custo.

» Por vias de dúvidas, recomendamos que você adquira uma série de cartões entre 4 a 8 GB, ao invés de utilizar cartões mais pesados.

2.1.22. QUALIDADE DO ARQUIVO JPGQuando usamos arquivos JPG, podemos selecionar sua qualidade ou taxa de

compressão, entre básica, normal ou fina (padrão câmera digital Reflex Nikon) ou normal e fina (padrão câmera digital Reflex Canon) e respectivo tamanho.

Os arquivos JPG são compactados, ou seja, usando artifícios de programação, quando guardados ficam menores do que os arquivos abertos no computador.

As compactações podem acarretar perda de qualidade. Compactações sem perda de qualidade normalmente são pouco eficientes, já aquelas com perda de qualidade conseguem taxas de compactação maiores.

A compactação do JPG acarreta perda de qualidade. Quanto maior o fator de compactação utilizado, maior a perda de informação e a degradação da imagem.

Só devemos utilizar nossas câmeras digitais em baixa qualidade se a imagem que estamos gerando realmente não tem compromisso.

A qualidade intermediária das câmeras entretanto, permite uma qualidade um pouco maior, suficiente para uma boa impressão. Arquivos em JPG se corrompem com facilidade. Caso queira preservar suas imagens digitais, utilize um editor de imagens como o Photoshop, por exemplo, e converta-os para extensão .tiff ou .psd.

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2.1.23. ARQUIVO RAW É ÚTIL?Os arquivos RAW são cópias das informações gravadas pela luz no CCD.

Eles não sofrem tratamento posterior dentro da câmera e, portanto, podem ser processados posteriormente.

Como não recebem nenhum tipo de tratamento, nem compactação, normalmente ocupam grande espaço, podendo facilmente chegar a 40 megabites.

Toda câmera digital que produz arquivos RAW traz junto um CD com programas para processamento destas imagens e conversão para formatos de arquivos mais populares.

A vantagem deste tipo de arquivo é que toda decisão de tratamento, como aplicação de filtro, nitidez, cor ou contraste, pode ser feita depois, sem que haja perigo de erro por pressa ou desconhecimento do fotógrafo.

Fabricantes e puristas afirmam que um arquivo gerado primeiramente em RAW e depois tratado nos editores de imagem, tem mais qualidade que um arquivo feito em JPG. A realidade é que a maciça maioria dos fotógrafos não usa RAW, porque o ganho de qualidade se não é imperceptível, pelo menos é bem próximo disso. Recomenda-se que os arquivos RAW, depois de tratados, sejam também convertidos para extensão.tiff ou psd. São extensões mais pesadas, não são comprimidas, nem corrompe com facilidade.

2.1.24. ESTABILIZADOR DE IMAGEM Uma das grandes melhorias presentes no design das atuais lentes, foi o advento

das lentes de estabilização de imagem, que neutralizam o movimento da câmera, permitindo ao fotógrafo segurar a câmera na mão e fotografar a velocidades de obturador impossivelmente lentas de 1/15, 1/8 ou até mesmo ¼ de segundo sem encontrar qualquer movimento de câmera que degrade a imagem.

Tais lentes oferecem a possibilidade de fotografar com pouca luz e aberturas máximas e ainda assim obter imagens nítidas. Atualmente, Nikon e Canon oferecem tais lentes para seus sistemas. Outros fabricantes de câmeras DSLR, como Sony, Olympus e Pentax, começaram a incorporar dispositivos de estabilização de imagens no corpo da câmera, reduzindo assim o custo das lentes individuais nas quais o dispositivo está presente.

Enfim, a função do estabilizador de imagem é ativar a redução do tremor da câmera. Permite fotografar com velocidades de obturador aproximadamente dois valores mais lentos ou mais (de 1/60 para 1/15 ou 1/8), conforme sabemos, sem que a qualidade final fique comprometida.

Contudo os efeitos de redução da vibração, obtidos por meios mecânicos, ópticos ou por uso de aplicativos específicos, podem variar dependendo das

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condições individuais e de disparo. O efeito colateral mais comum é uma suave perda de nitidez.

Contudo, devemos esclarecer que alguns modelos de DRLR apresentam sistemas de estabilização de imagens no sensor e que celulares atuais já vem com um app de estabilização.

Dicas:

» Defina o botão ON/OFF de redução do tremor para ON para ligar a redução de vibração.

» O tremor da câmera é reduzido quando o botão de disparo do obturador é pressionado ligeiramente. A focagem automática e a focagem manual, assim como enquadramento preciso do motivo, serão mais lentas porque a estabilização da câmara visível através do visor também está reduzido.

» Para desativar a redução do tremor, defina o botão ON/OFF de redução da vibração para OFF.

Os primeiros estabilizadores de imagem para reduzir o tremor surgiram no princípio dos anos 60. Esses sistemas eram capazes de compensar ligeiramente a vibração da câmara fotográfica e os movimentos involuntários. Estavam baseados em mecanismos controlados mediante giroscópios, com os que se podiam cancelar os movimentos não desejados mudando os elementos da lente em direção oposta.

Hoje em dia, o uso de estabilizadores de imagem se aplica em câmeras, videocâmaras, telescópios, binóculos e também em óculos, os mais comuns são os que veremos a seguir.

Alguns modelos de câmeras compactas mostram uma mãozinha alertando que a imagem poderá ficar tremida.

2.1.24.1. ESTABILIZADOR DE IMAGEM ÓPTICO

É um sistema mecânico à parte da câmera que incorpora duas superfícies ópticas flutuantes paralelas ao interior da lente, que atuam como um tipo de prisma flexível. Quando a câmera se move, o movimento é eletronicamente detectado onde gera uma voltagem que faz mover as lentes. Isto altera o ângulo da luz que atravessa o prisma e envia a imagem ao sensor na direção oposta ao movimento que realiza a câmera, estabilizando a imagem antes de ser processada. Já que a imagem completa do sensor é usada com a estabilização de imagem óptica, não se obtém perda de qualidade da mesma. Os sistemas comerciais famosos de estabilização óptica são: IS, Nikon VR e Panasonic Lumix (e Leica) Mega OIS.

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Estabilizador de imagem óptico.

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Foto sem estabilizador de imagem. Foto com estabilizador de imagem.

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O sistema Optical Image Stabilizer (OIS) compensa efetivamente não só movimentos lentos, mas também movimentos rápidos e bruscos com a câmera, permitindo fotografar cenas de interiores com pouca luz, sem flash ou fotografia noturna sem uso de tripé.

O estabilizador óptico de imagens é um dos melhores recursos no combate a fotos tremidas causadas pelo eventual movimento da câmera durante o disparo, problema que tanto aflige os usuários das compactas. Os fabricantes adotam diferentes tecnologias, mas, no geral, esse sistema detecta a vibração do sensor e, por meio de processo mecânico, faz a compensação de seu movimento.

2.1.24.2. ESTABILIZADOR MECÂNICO PARA DESCOLAMENTO DO CCD OU CMOS

Comparável ao método anterior, mas em vez de mover a lente move-se o sensor de imagem. Utilizado em várias câmeras fotográficas digitais, incluindo Sony, Alpha (herdado de Konica Minolta), Fuji, Olympus, Ricoh Caplio e Casio Exilim.

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2.1.24.3. ESTABILIZADOR DE IMAGEM DIGITAL

É um sistema eletrônico que atua diretamente sobre a imagem obtida no sensor da câmera. Neste tipo de sistema, a superfície da imagem útil é ligeiramente menor que a superfície da imagem. Quando a câmera se move, o enquadramento menor se desloca entre a área maior do sensor CCD tratando de compensar o movimento.

A maioria das câmeras Sony utilizam estabilizador óptico. O recurso chamado Steady Shot permite o movimento do sensor CCD na horizontal ou na vertical.

No caso das câmeras reflex digitais o sistema estabilizador está geralmente nas lentes.

Estabilizadores ópticos eficientes minimizam os efeitos do tremor da câmera e possibilitam fotografar com a máquina na mão sob condições de luz um pouco mais precárias do que conseguiria sem ele. Porém, não se iluda, movimentos bruscos com a câmera dificilmente serão compensados. E conforme a luz ambiente reduz, obrigando a aplicação de longas exposições, o bom e velho tripé continua indispensável para preservar a nitidez das imagens. O prazer de fotografar com a câmera na mão recebe forte apoio dos estabilizadores, mas é preciso lembrar que eles não fazem milagres. Na maioria das vezes o tremor da imagem é substituído por um leve desfoque.

Foto estabilizada (sem tremor de câmera).

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Foto sem o emprego de estabilizador de imagem (com tremor da câmera).

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Ainda que os dispositivos de estabilização sejam de grande ajuda para reduzir ou eliminar movimentos de câmera não desejados, há de ter em conta algumas considerações na hora de realizar tomadas em movimento. Assim, devido aos estabilizadores de imagem, quando a câmera se desloca intencionadamente de um lado a outro, existe normalmente uma pequena demora enquanto a câmera trata inicialmente de compensar o movimento.

Uma vez transmitida a imagem do sensor para o processador, o estabilizador não pode compensar mais o movimento e a imagem começa a se mover a deriva. Para compensar isso, o sensor capta a imagem em partes, o que gera um leve “desfoque” na imagem final.

Qualquer que seja o princípio utilizado de estabilização, a imagem será prejudicada pelo desfoque ou produção de ruídos. Recomenda-se desativá-los e adotar uso de tripé.

2.1.24.4. ESTABILIZADOR DE IMAGEM: CONCLUSÃO

Os fabricantes de lentes e a literatura especializada costumam tecer maravilhas sobre os sistemas de estabilização de imagem. Entretanto, omitem seus efeitos colaterais.

Se você possui uma objetiva com estabilização de imagem, a primeira coisa que deve fazer é certificar-se de que ela esteja desligada. Ela deve ser utilizada apenas quando as condições fotográficas se degradarem e você necessitar de uma “mãozinha” mais firme.

A principal finalidade dos estabilizadores de imagem é permitir que você capture imagens nítidas de objetos estáticos utilizando uma velocidade baixa de obturador.

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Muitos fotógrafos acham que a estabilização é feita para congelar objetos em movimento rápido com velocidades mais baixas de obturador. Usar a estabilização de imagem com objetos se movendo pode causar ainda mais desfoque na foto.

Portanto, pense bem antes de acioná-lo, ok?

2.1.25. ESPAÇO DE COR?Espaço de cor é a quantidade de cores que sua câmera é capaz de representar.

Atualmente as câmeras digitais costumam trabalhar com dois espaços de cor reconhecidos e aceitos, o sRGB (1953) e o Adobe RGB (1998).

As câmeras digitais compactas populares trabalham com o espaço de cor sRGB que possui 8 bits de cor em cada canal, ou seja, 8 bits de cor no R (red – vermelho), 8 bits no G (green – verde) e 8 bits no B (blue – azul), sendo assim temos em cada uma desses canais 256 tons, tendo um total de 24 bits de cor em todos os canais o que representa um total de aproximadamente 16 milhões de cores.

Já as câmeras digitais reflex (DSLR) possuem a opção de ajuste desse espaço para Adobe RGB, que apresenta 16 bits de cor em cada canal, superior a 65 mil tons de cada cor, dando um total de aproximadamente 282 trilhões de cores no total. Parece muito não é, e de fato é, porém temos que verificar se o tamanho e a tecnologia do sensor digital em questão, combinados com o tipo e precisão do processador, nos deixará representá-las.

A ilustração mostra o aumento do número de bits por canal, com ganho de resolução de imagem.

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2.2. 12 DICAS DE FOTOGRAFIA DIGITAL

Fazer boas fotografias não é uma tarefa tão fácil quanto pode parecer. A habilidade em fotografar vai muito além de um simples apertar de um botão. E esse ato independe do tipo, modelo ou custo da câmera. Veja a seguir algumas dicas básicas para melhorar suas fotos.

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2.2.1. ENQUADRAMENTO

Tente fugir do clichê de colocar o assunto sempre no meio da foto. Deslocar o objeto principal do centro da imagem pode fazer toda a diferença para deixá-la mais interessante.

Divida mentalmente o visor da câmera em três colunas e três linhas, como em um jogo da velha. As intersecções das linhas são os pontos mais interessantes da sua foto. As linhas em si também mostram pontos de destaque, para colocar os olhos de uma pessoa ou o horizonte, por exemplo.

2.2.2. FLASH ATRAPALHA

As vezes o flash ajuda, em outras atrapalha. Uma das coisas mais complicadas na fotografia é aprender a usar o flash de forma correta. Usar o flash muito perto pode deixar a foto toda clara, e muito longe, escura.

Lembre-se que o flash tem um alcance limitado, de normalmente três a cinco metros, às vezes um pouco mais. Não adianta querer iluminar com flash onde o foco é um assunto situado a 30 metros de distância. Estude ângulos e distâncias.

Um bom exemplo de mau uso do flash são shows, teatros e espetáculos, não é necessário luz extra alguma nesse caso. A luz do palco é mais do que suficiente para sua foto. Usar flash só vai iluminar as cabeças de quem está na sua frente, fazendo desaparecer o resto.

2.2.3. FLASH AJUDA

Um ambiente escuro não é o único lugar onde o flash é um acessório necessário. Em uma foto contraluz, por exemplo, o flash pode ser usado como luz de preenchimento.

Quando você for tirar uma fotografia de alguém com uma fonte de luz ao fundo, como o pôr do sol, por exemplo, você pode notar que o sol vai ficar brilhante e somente a silhueta da pessoa vai aparecer. Nesse caso, o flash suprirá a falta de luz, deixando ambos visíveis.

2.2.4. CUIDADO COM O FUNDO

Tenha muito cuidado ao selecionar o local onde você vai tirar um retrato. A escolha do que aparece ao fundo é tão importante quanto o que vem em primeiro plano.

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Cores vibrantes, linhas e outros objetos podem interferir ou tirar a atenção do foco. Um erro engraçado, porém muito comum, é tirar foto de uma pessoa em frente a uma árvore onde os galhos parecem formar chifres sobre sua cabeça. Ou ainda, um poste com fios logo atrás dela. Primeiro escolha o melhor fundo, depois faça a foto.

2.2.5. RETRATOS

Aproxime-se. Quando o assunto é uma pessoa, o que se quer mostrar é a pessoa em si. Não tenha medo de chegar perto. Se quiser, pode até cortar um pouco da parte de cima da cabeça. A curta distância é possível reparar em detalhes como sardas e cílios. O que não pode acontecer é aquele monte de nada em volta e um pequeno sujeito desaparecendo no meio da imagem. Para close de uma pessoa, mantenha o visor na vertical (padrão retrato). Já para um grupo de pessoas, utilize o visor na horizontal (padrão paisagem).

2.2.6. OLHE NOS OLHOS

Tire fotos na altura dos olhos da pessoa. Para tirar fotos de crianças fique de joelhos, sente, atire-se no chão. Faça o necessário para ficar ao nível dela. Fotos feitas de cima para baixo distorcem e minimizam a pessoa fotografada. O resultado visual é “miniatura de gente”, como as tradicionais estátuas “anões de jardim”.

2.2.7. FOTOS VERTICAIS

Muitos assuntos exigem uma foto vertical. Se o foco tiver mais linhas verticais, como uma árvore, flor ou uma escada, vire a câmera. Mas antes de fotografar, examine cuidadosamente com a câmera qual o melhor enquadramento, horizontal ou vertical.

2.2.8. APROVEITE A LUZ

Não há luz mais bonita que a luz natural do sol. Sempre que puder, aproveite-a. Posicione-se de forma a deixar a fonte de luz à suas costas, aproveitando assim a iluminação. É impressionante quanta diferença pode fazer um simples passo para o lado.

A luz difusa de um dia nublado é excelente para realçar cores e suavizar contornos, sendo adequada para tirar retratos.

É preciso muito cuidado ao usar o flash. A luz dele, além de forte, tem uma cor diferente da cor do ambiente. Uma luz dura vai deixar rugas e imperfeições muito mais aparentes. Já notou como sempre se fica feio em foto 3x4? Fuja desse tipo de efeito.

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2.2.9. COR

A maioria das câmeras digitais vêm com controle de cor ou white balance. Esse controle de cor faz com que o branco seja realmente branco sob determinada fonte de luz. Mas as configurações pré-selecionadas da câmera nem sempre são as mais indicadas para quem quer fidelidade.

A configuração para dias ensolarados, normalmente indicados por um pequeno sol, dá um tom mais amarelado às fotos. Essa tonalidade dá uma sensação de calor e afeto, tornando a foto mais interessante sob determinados aspectos. Experimente também os ícones de WB sombra e flash, para dias de sol. Podemos também fotografar com o WB de forma errada, para causar clima em nossas fotos.

2.2.10. EXPERIMENTE

Não há melhor dica do que essa: experimente! O segredo da fotografia está na tentativa e erro. Leia de cabo a rabo o manual da sua câmera para saber tudo que ela é capaz, e tente todas as configurações possíveis.

A fotografia é muito subjetiva, não há regras. O mais importante é aprender a dominar a luz e sua câmera, para depois fazer o que quiser observando sempre o bom senso.

2.2.11. VIDA ÚTIL DAS BATERIAS Câmeras digitais são vorazes consumidoras de energia, principalmente

quando o visor de cristal líquido está operando e o circuito de auto focus opera de maneira contínua. O visor deve ser desligado sempre que possível e o foco automático deve operar da forma mais econômica, ou seja, o foco deve ser feito apenas no momento em que a fotografia for realizada. A maioria dos menus permite programar o tempo em que o visor será desligado para economia de energia.

Toda a bateria deve estar descarregada por completo, antes de ser carregada novamente. Alguns carregadores são inteligentes, isto é, descarregam a carga antiga primeira, carregando novamente em seguida. Basta acionar a tecla refresh. Se você ainda não dispõe desse tipo de carregador, use o flash pop up (embutido na câmera) e faça alguns disparos, até que a bateria esteja descarregada. A vida útil média de uma bateria é de 2 anos.