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Área de Competências-Chave Cultura, Língua e Comunicação RECURSOS DE APOIO À EVIDENCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS Recursos de apoio ao desenvolvimento do processo de RVCC, nível secundário Núcleo Gerador 1 – EQUIPAMENTOS E SISTEMAS TÉCNICOS DR3 – Tema: Utilizadores, consumidores e reclamações

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Área de Competências-Chave

Cultura, Língua e Comunicação

RECURSOS DE APOIO À EVIDENCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Recursos de apoio ao desenvolvimento do processo de RVCC, nível secundário

Núcleo Gerador 1 – EQUIPAMENTOS E SISTEMAS TÉCNICOS

DR3 – Tema: Utilizadores, consumidores e

reclamações

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Tema 3: Utilizadores, Consumidores e Reclamações Competência: Utilizar conhecimentos sobre equipamentos e sistemas técnicos para facilitar a integração, a comunicação e a intervenção em contextos institucionais.

O mundo em que vivemos "encolheu": as fronteiras nacionais diluíram-se, as distâncias encurtaram,

a velocidade da comunicação acelerou, as pessoas circulam por diferentes países, os bens de consumo

tendem a universalizar-se, os estilos de vida transformaram-se. A isto não é estranho o fenómeno da

globalização.

Sociedade de consumo

Por consumo entende-se a utilização de bens, serviços, energia e recursos por parte de pessoas,

organizações ou sociedades. Este fenómeno conheceu um expressivo crescimento nos países

industrializados, sobretudo ao longo da segunda metade

do século XX, fruto do desenvolvimento económico que se

verificou nessas regiões do Mundo.

A expressão "sociedade de consumo" (ou o "tempo

dos objetos", na terminologia do sociólogo francês Jean

Baudrillard) refere-se, assim, a esta nova realidade,

caracterizada pela abundância e circulação massiva de

objetos que moldam a existência humana.

O tempo dos objetos

“À nossa volta, existe hoje uma espécie de evidência fantástica do consumo e da abundância, criada

pela multiplicação dos objetos, dos serviços, dos bens materiais, originando como que uma categoria de

mutação fundamental na ecologia da espécie humana. Para falar com propriedade, os homens da

opulência não se encontram rodeados, como sempre acontecera, por outros homens, mas mais por

objetos. O conjunto das suas relações sociais já não é tanto o

laço com os semelhantes quanto, no plano estatístico segundo

uma curva ascendente, a receção e a mani pulação de bens e

de mensagens, desde a organização doméstica muito

complexa e com as suas dezenas de escravos técnicos até ao

"mobiliário urbano" e toda a maquinaria material das comu-

nicações e das atividades profissionais, até ao espetáculo

permanente da celebração do objeto na publicidade e às

centenas de mensagens diárias emitidas pelos mass media

(...). Como a criança-lobo se torna lobo à força de com eles

viver, também nós, pouco a pouco, nos tornamos funcionais.

Vivemos o tempo dos objetos: quero dizer que existimos segundo o seu ritmo e em conformidade com a

sua sucessão permanente. Atualmente, somos nós que os vemos nascer, produzir-se e morrer, ao passo

Disponível na Internet: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.ht

ml?aula=27301

Disponível na Internet: http://acieg.com.br/cnc-intencao-de-consumo-

das-familias-cresce-em-janeiro/

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que em todas as civilizações anteriores eram os objetos, instrumentos ou monumentos perenes que

sobreviviam às gerações humanas.”

Jean Baudrillard, A Sociedade de Consumo, Edições 70, 1981

Ora, numa aceção positiva do consumo, o seu

aumento massivo tem como consequência a

melhoria das condições materiais de vida e o grau

de satisfação das populações. Às famílias, hoje

mais do que no passado, sobra uma maior fatia do

seu orçamento para adquirir bens alimentares,

vestuário, automóveis, férias, viagens e uma

multiplicidade de outros artigos.

Mas, por outro lado, o consumo desregrado à

escala global (consumismo) acarreta a destruição

dos recursos naturais e acentua a clivagem entre países ricos e pobres. Por isso, paralelamente aos

impactos positivos que descrevemos, a globalização também gera - ou pelo menos reforça -

desigualdades e exclusão.

A publicidade, o marketing e outras técnicas comerciais desempenham, neste contexto, uma

importância central. O seu objetivo consiste em incentivar o aumento da procura de bens e serviços, de

modo a elevar continuamente o nível das necessidades dos consumidores.

Tal é especialmente notório em períodos de crescimento económico, pelo que a evolução do consumo

tende a acompanhar os ciclos da economia. Esta aliança entre consumo e economia é assim descrita, de

modo irónico, por Jean Baudrillard: “Era uma vez um Homem que vivia na “raridade”. Depois de muitas

aventuras e de longa viagem através da Ciência Económica, encontrou a Sociedade da Abundância.

Casaram-se e tiveram muitas necessidades.”

Consumo, marketing e mass media

“Na verdade, por que motivo adoram as meninas uma boneca magrizela, tipo top model de nariz

empinado, que dá pelo nome de Barbie? 0 que leva tanta gente a formar fila durante uma longa noite,

junto a um armazém de nome esquisito (lKEA?) que vai inaugurar

no dia seguinte? E por que motivo as pessoas acorrem em massa às

lojas de informática, às zero horas do primeiro dia em que é posta à

venda, à escala mundial, a última versão do Microsoft Office? Dir-

se-ia, dessas pessoas, que são telecomandadas pela força

omnipotente de qualquer instância superior. Sabemos pouco de

forças divinas, mas certamente que o marketing e os mass media

não são alheios à explicação destes fenómenos. Indiscutivelmente,

uma boa maneira de apreender os novos hábitos e comportamentos

socioculturais é observar o comércio que nos rodeia, que nos seduz

e que nos molda (de tanto nos querer servir).”

J. M. Marques Apolinário, "Modas e Modos de Vida: Um olhar sobre o comércio", in Dirigir, n.º 89, jan./fev. de 2005

Disponível na Internet: http://jaguatiricaemacao.blogspot.pt/

Disponível na Internet: https://mcartuns.wordpress.com/category/cartum-2/page/2/

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Importância do marketing e da publicidade nas decisões dos consumidores

Verifica-se que a publicidade assente e dois princípios fundamentais:

1- Principio da identificabilidade – significa que a mensagem te de ser inequivocamente assinalada,

qualquer que seja o meio de difusão, sendo proibida a publicidade oculta ou indireta (por ex., é proibido

mensagens publicitarias se que os destinatários se apercebam da sua natureza).

2- Princípio da veracidade – implica o respeito pela verdade, sendo proibida a publicidade enganosa

que induza ou possa induzir em erro os seus destinatários.

Esta relação entre direitos do consumidor e publicidade pode ainda justificar restrições à publicidade

quanto a certos destinatários (que é o caso dos

menores), ou quanto ao seu objeto (proibição

de publicidade de bebidas alcoólicas ou de jogo

de fortuna ou azar, tabaco) e à sua quantidade

(limitação dos espaços publicitários na rádio e

na televisão), não devendo ainda ir contra os

princípios constitucionais e jurídicos

fundamentais (não deve lesar a honra e

dignidade humanas, discriminações de raça,

religião).

Existe ainda o Código da Publicidade,

regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 330/90, de

23 de outubro, com algumas alterações, onde publicidade está definida como "qualquer forma de

comunicação feita por entidades de natureza pública ou privada, no âmbito de uma atividade económica

(comercial, industrial, artesanal ou liberal), vocacionada para a promoção do fornecimento de bens ou

serviços, bem como a promoção de ideias, princípios, iniciativas ou instituições".

Os direitos dos consumidores tornam-se mais amplos no âmbito dos serviços públicos essenciais

(água, luz, gás, telefone), pois os utentes têm direitos de participação através de organizações

representativas.

Nos nossos dias, a publicidade é um dos fatores que mais influenciam o consumo. Através de

mecanismos de ordem psicológica, a publicidade não só condiciona o consumo das populações, como cria

novas necessidades e leva a novos consumos.

Utilizando argumentos de prestígio, estatuto social,

beleza, qualidade, a publicidade conduz as pessoas, na

ânsia de se identificarem com esses valores, "a consu-

mirem produtos muitas vezes supérfluos"..., quanto

mais não seja para se afirmarem socialmente (efeito de

demonstração do consumo).

Verifica-se assim que, para além dos fatores de

natureza estritamente económica – como rendimento

disponível e o preço dos bens –, vários fatores de natu-

reza cultural, social e psicológica podem influenciar as

decisões dos consumidores.

Imagem disponível na Internet em: https://marketingcom104.wordpress.com/

Imagem disponível na Internet em: http://at1eambiental.blogspot.pt/

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Os padrões de consumo

A ampliação das técnicas comerciais à escala mundial, em estreita articulação com os mass media

(televisão, Internet, revistas, etc.), permite promover o mesmo produto simultaneamente em vários

países, facto que tem acentuado a

tendência para a uniformização global dos

padrões de consumo (tipologias de consumo

comuns a determinados grupos sociais). É

hoje vulgar, de resto, encontrarem-se

pessoas de diferentes nacionalidades -

principalmente as mais jovens - vestidas e

penteadas da mesma forma, ouvindo as

mesmas músicas, vendo os mesmos filmes,

frequentando as mesmas cadeias de restaurantes e, em geral, adotando idênticos comportamentos

consumistas (ou estilos de vida, que analisaremos a seguir).

Ora, às formas tradicionais de comércio (mercados, armazéns, lojas, supermercados, hipermercados e

centros comerciais), que implicam a deslocação física aos locais de consumo, veio juntar-se uma nova

modalidade em franca expansão mundial (sobretudo na América do Norte): o comércio eletrónico.

Com efeito, um número cada vez maior de pessoas passou a fazer as suas compras através de um

computador ligado à Internet, selecionando os artigos que deseja entre a multiplicidade de lojas virtuais

disponíveis no ciberespaço, pagando-os por meios eletrónicos (sendo o cartão de crédito o mais usual) e,

por fim, recebendo a encomenda comodamente em sua casa, horas ou dias depois. Além disso, a Internet

também possibilita aos consumidores adquirir uma viagem de avião, reservar um quarto de hotel e

efetuar operações bancárias, entre muitos outros exemplos da combinação entre o consumo e a

eletrónica nas sociedades globalizadas.

Investir no ecommerce é cada vez mais uma realidade transversal a várias empresas portuguesas. E os

resultados positivos estão à vista, como revela o relatório ACEPI/Netsonda para o último trimestre de

2014.

O comércio eletrónico ganha terreno em Portugal

Um estudo feito pela Associação da Economia Digital (ACEPI) revela que o comércio eletrónico tem

crescido junto de algumas empresas portuguesas e que os resultados do último trimestre de 2014 são

positivos.

Os números mostram que 71% dos 41 sites

inquiridos - e onde estão incluídos nomes como

Amen, BlueTicket, BoxOnline, Continente, El Corte

Inglês, Meo, Vodafone, Vortal e Worten por

exemplo - registou um aumento no número de

clientes em comparação com igual período de

2013.

Cerca de 65% dos sites admitiram também que

o volume de vendas aumentou, ainda que apenas

55% tenham revelado ter aumentado o

investimento realizado no site. As redes sociais -

Disponível na Internet: http://optclean.com.br/e-commerce-precisa-ser-regulamentado-no-cdc/

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em 87% dos casos - e a publicidade online - 82% dos casos - são os canais nos quais as empresas mais

investem.

Entre 1 e 10% das vendas feitas em mais de metade dos sites das empresas inquiridas já são

consumadas através de dispositivos móveis e os consumidores continuam a preferir os meios de

pagamento mais tradicionais - através de referência Multibanco ou cartão de crédito e débito.

Os equipamentos de eletrónica são aqueles que mais geram compras online, seguido da categoria de

produtos para bebés e brinquedos, casa, arte e decoração.

"Os resultados […] revelam a consolidação das tendências de crescimento quer das vendas, quer do

número de clientes, quer dos investimentos, como ainda e também da utilização crescente dos

dispositivos móveis para concretizar as compras", diz em comunicado o presidente da ACEPI, Alexandre

Fonseca.

As projeções das entidades

responsáveis pelos 41 sites

inquiridos apontam que o primeiro

trimestre de 2015 deverá ser

igualmente positivo, registando-se

uma linha contínua de crescimento.

Atualmente há 7,5 milhões de

internautas em Portugal. Em termos

práticos, 70% da população

portuguesa já utiliza diariamente a

internet. E este valor tende a

crescer, sendo que em 2020 o

número deverá chegar aos 84%,

revelam os dados do estudo

Economia Digital em Portugal 2009-

2020, realizado pela ACEPI, antiga Associação do Comércio Eletrónico e da Publicidade Interativa, agora

designada Associação da Economia Digital.

O e-commerce é já uma tendência mundial e tem vindo a ganhar terreno em território português. Se

por um lado o número de internautas tende a aumentar, consequentemente o número de consumidores

que utilizam esta plataforma para comprar bens e serviços também. Até ao final do ano, segundo a ACEPI,

Portugal vai registar 28% de compradores online. Um valor que deverá chegar aos 50% em 2020. Outra

das previsões apontadas pela entidade diz respeito ao valor médio gasto por utilizador em compras

através da internet.

Daqui a seis anos, o gasto médio por pessoa deverá superar os 1000 euros. No entanto, Portugal ainda

terá um longo caminho a percorrer até que chegue perto ou alcance o país europeu com o valor mais

alto. O Reino Unido lidera com 2250 euros. “Com quase três mil milhões de utilizadores de internet nos

dias que correm”, e segundo as declarações de Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI, “o mercado

de compras online em todo o mundo vale 850 mil milhões de euros” e “o maior mercado hoje é o

Europeu”. Dados que levam o responsável a pensar que Portugal deve aproveitar o facto de pertencer ao

continente europeu: “Ora a Europa é nossa vizinha. Temos legislação harmonizada, temos a mesma

moeda e fronteiras abertas. É preciso aproveitar essa oportunidade”. Adaptado de: Imagens de Marca.

Rogado, Patrícia. O comércio eletrónico em Portugal (24/10/2014).

Disponível na Internet em: http://imagensdemarca.sapo.pt/atualidade/comercio-eletronico-ganha-terreno-em-portugal/

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O comportamento do consumidor

Ao analisar um qualquer processo de compra, há sempre um comprador que paga para obter um

determinado produto. Este comprador efetua a sua escolha entre diversas possibilidades de compra,

influenciando, não só o mercado atual, mas também outros mercados.

São as seguintes as questões mais frequentemente colocadas:

1- O que é que o mercado compra?

Bens de consumo, bens de equipamento, serviços

2- Porque é que o mercado compra? Quais os objetivos da compra?

· Motivações de caráter hedonista (prazer que se espera de uma

determinada compra ou consumo). São exemplos, as compras de

produtos que dão uma sensação de bem-estar (produtos para o

Vantagens e desvantagens de fazer compras online

Vantagens

Comodidade – Já não é preciso sair de casa para comprar o que se quer ou se precisa. Basta um computador e a qualquer

hora do dia faz-se a transação, de forma rápida. Da mesma forma cómoda, o artigo chega a casa do consumidor.

Privacidade – Ninguém vê o que se compra. Pode ser uma boa solução para a compra de determinados produtos por

pessoas mais reservadas… longe dos olhares de outros potenciais clientes numa loja.

Comprar o que quer - Online ou numa loja é o cliente quem decide o que comprar, mas num espaço físico pode deixar-se

levar pelas estratégias de vendas. Na internet não se corre esse risco. Só se compra o que realmente se quer, sem ter

ninguém a tentar convencer-nos.

Variedade – Sem gastar dinheiro em deslocações tem-se acesso a todas as lojas que se pretenda, sejam nacionais ou

estrangeiras. Muitas vezes, a artigos exclusivos para vendas online, não se encontram em qualquer estabelecimento físico.

Preço apelativo – Há promoções exclusivas para vendas online. O mesmo artigo que se viu numa loja, pode custar menos

se se comprar através da internet. Em muitos casos, se se fizer um registo prévio, até se é informado por e-mail dessas

promoções.

Desvantagens

Impossível experimentar – Não se poder tocar o artigo, ver como ele é ou certificar-se de que a peça de roupa serve pode

ser um dos principais obstáculos ao comércio eletrónico.

Custos de envio – Embora haja promoções exclusivas para compras online, é preciso fazer bem as contas. A maior parte

das empresas cobra uma taxa pelo envio dos artigos. Por isso é aconselhável fazer contas, ver se o preço final compensa.

Tempo de espera – Se a compra é rápida, o mesmo não se pode dizer da entrega. O artigo pode demorar vários dias até

chegar a casa. Ou até extraviar-se. Por isso, quem gostar de experimentar de imediato aquilo de compra, as compras

online talvez não sejam a melhor opção.

Trocas dificultadas – Além do tempo de espera, tem como inconveniente a dificuldade de troca. Se é uma peça de roupa e

não serve ou se o artigo não corresponde ao que se imaginava, as lojas online têm por hábito permitir a troca, mas não é

imediata como numa loja física. Nem grátis, na maior parte dos casos, pagando-se uma taxa para devolver o artigo.

Forma de pagamento – Para quem não gosta de utilizar cartões de crédito, as compras online não são uma boa solução.

Esta é a forma de pagamento mais comum na internet, sendo a única aceite por muitas lojas. Outras também já aceitam o

sistema MBNet, Paypal, transferência bancária ou envios à cobrança.

Adaptado de: Vantagens e desvantagens das compras on-line. Costa, Marta (15/05/2014) Disponível na Internet:

http://www.economias.pt/vantagens-e-desvantagens-de-fazer-compras-online/

Disponível na Internet: http://www.unioneconsulenti.it/performan

ce-dei-mercati-di-consumo-in-europa

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banho, produtos Iight), de produtos que impressionam o meio em que se vive (carros, relógios, etc.).

· Motivações de caráter racional (utilidade, economia, preocupação com a saúde). São exemplos as

compras de aparelhos eletrodomésticos, combustíveis, etc.)

· Motivações de caráter ético. É o dever de consumir determinados produtos. É o caso da compra de

detergentes sem fosfatos amigos do ambiente; é o caso da compra, por um pai, de uma enciclopédia

porque acha que vai contribuir para o sucesso escolar do seu filho. O uso de figuras públicas induz a

compra.

3- Quem participa no processo de decisão da compra?

Influenciador/decisor Comprador Consumidor (utilizador)

Exemplo: Numa família, o influenciador/decisor da compra de uma máquina de lavar louça é

provavelmente a mulher; se a compra é uma consola de jogos de vídeo, provavelmente serão os filhos. Se

for uma antena parabólica, provavelmente é o marido.

4- Como é que o consumidor compra?

· Por impulso, como resultado de uma decisão momentânea. Exemplo: compra de snacks.

· De forma planeada, em resultado de um exame cuidadoso das necessidades e alternativas antes de

decidir. Exemplo: compra de uma máquina de lavar louça.

· Por rotina. Exemplo: compra de ovos

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5- Quando se compra?

Em qualquer momento. Quando compra de uma forma planeada, o consumidor passa geralmente por

cinco estádios distintos:

· o despertar da necessidade, isto é, a motivação dos consumidores;

· a procura de informações;

· a avaliação das informações, em função de critérios diversos;

· a decisão da compra;

· os sentimentos pós-compra.

Despertar da necessidade

Procura de informações

Avaliação das informações

Decisão de compra

Sentimentos pós-compra

Vemos que a tomada de decisão da compra começa muito antes da compra real e acarreta

consequências muito após a mesma. O especialista em marketing deverá atribuir mais importância ao

processo do que à venda propriamente dita.

Quanto maior a variedade menor a vontade

“O lado negro da liberdade de escolha está nas prateleiras do supermercado onde há 85 variedades de bolachas

de água e sal, 75 tipos de “ice-tea” ou 15 tipos de água com sabor. À parte as considerações ético-políticas que pode-

ríamos fazer sobre esta obscena abundância, mesmo aqueles que podem ter acesso a esta escolha tão diversificada,

optam, muitas vezes, por não escolher nada.

Ao escolhermos um tipo de bolacha de água e sal ficamos com 84 dúvidas sobre se deveríamos ter levado

qualquer uma das outras. Por outro lado, a publicidade encarrega-se de restringir algumas das nossas hipóteses de

escolha, fazendo apelo à necessidade muito humana de agradar aos outros e a nós mesmos, à vontade de sermos

aceites, à aversão ao risco e às perdas, à ambição de nunca falhar.”

"The Paradox of Choice" de Barry Schwartz in Grande Reportagem, setembro de 2004

A segmentação do mercado

Cada indivíduo ou entidade tem uma maneira própria de saber qual a melhor forma de satisfazer as

suas necessidades. Ao olharmos cada pessoa por si num

estádio de futebol completamente lotado, vemos que cada

pessoa é única: umas sorriem, outras não; umas estão

calmas, outras agitadas. E, no entanto, se nos afastarmos de

helicóptero, começamos a não conseguir distinguir estes

pormenores e a fazer associações de outro tipo. A partir de

determinada altura, ainda conseguimos distinguir os

homens das mulheres, os jovens dos adultos, as cores dos

fatos, mas, por fim, lá bem alto, todos os elementos nos

parecem semelhantes.

É deste modo que as organizações olham para os Disponível na Internet:

http://www.willsonmartins.com.br/?p=903

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consumidores. Podem estudá-los de forma agregada, de forma individualizada, ou dividi-los em grupos

com características semelhantes.

Padrões de consumo e problemas ambientais

As reservas mundiais de

matérias-primas e de recursos

energéticos são sensíveis, escassas

e, em alguns casos, tendem a

esgotar-se dentro de prazos

relativamente curtos se se

mantiverem os atuais padrões de

consumo. É o que sucede,

nomeadamente, com a floresta, o

petróleo e mesmo a água, todos

essenciais para a sobrevivência da

espécie humana.

A manutenção dos níveis atuais

de consumo das matérias-primas e

dos recursos energéticos ou mesmo

o seu aumento por intermédio do

crescimento económico esmagador de vários países emergentes, como a China e a índia, constituem uma

séria ameaça para os ecossistemas e para a própria sobrevivência da espécie humana.

Os riscos da responsabilidade do homem que pairam sobre o ambiente são de diferentes espécies. Um

primeiro grupo de riscos - como sejam a poluição do ar e da água (por contaminação química) e a

deposição de resíduos sólidos no ambiente (com origem industrial ou doméstica) - tem como efeito a

progressiva destruição dos recursos naturais.

Já o segundo grupo - onde se incluem, entre outros riscos, a escassez de água potável (especialmente

nas zonas mais quentes do planeta, como o continente africano), a desertificação dos solos (causada

pelas secas ou pela exploração intensiva) e a desflorestação (devida à extração de madeira ou aos

incêndios) - pode conduzir, a prazo, ao esgotamento desses recursos.

Disponível na Internet: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=703941

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A delapidação dos recursos naturais, decorrente da clivagem entre o ritmo da exploração desses

recursos e o ritmo a que a Natureza os repõe, bem como a poluição nas suas mais variadas formas, são os

dois maiores problemas com que a Humanidade se confronta hoje.

Padrões de consumo e ambiente

“Os padrões de consumo atuais não são apenas muito desiguais [entre as regiões do mundo], mas

também têm um impacto severo no ambiente. Por exemplo, o consumo de água potável duplicou desde

1960, o consumo de combustíveis fósseis quase quintuplicou nos últimos 50 anos e o consumo de madeira

aumentou 40 por cento nos últimos 25 anos. As reservas de peixe estão a diminuir, as espécies selvagens

estão a extinguir-se, as reservas de água e as áreas florestais estão a diminuir. Os padrões de consumo

não estão apenas a esgotar os elementos naturais, estão também a contribuir para a sua degradação

através de resíduos nocivos e de emissões prejudiciais.”

Anthony Giddens, op. cit.

Textos, no essencial retirados e adaptados de:

Alguma informação adicional sobre a temática do consumo

Recordando o sentido da palavra consumo, diremos que consumir quer dizer ato de gastar, em

termos de adquirir bens de consumo

essenciais ou supérfluos. Como é fácil de

perceber, todos nós temos necessidades de

vária ordem, necessidades essas que são

essenciais para vivermos, tais como:

Necessidades fisiológicas (comer, beber,

dormir...), psicológicas (afeto, conforto, prazer,

bem-estar...) e sociais (integração no grupo, o

que nos leva a aquisição de certos produtos

que, pensamos nós, nos facilitam a entrada ou

a afirmação no grupo de que fazemos parte;

isto é, roupa, sapatilhas, bicicleta, skate...).

Porém, as pessoas não consomem apenas

os bens que satisfazem diretamente algumas

necessidades fundamentais. Consomem também outro tipo de bens, em especial para satisfação das

necessidades psicológicas e sociais. E aí aumentam os problemas relacionados com o consumo.

O modo como procuramos satisfazer as nossas reais necessidades assume um papel importante que

influi na natureza e na qualidade dos bens e, evidentemente, no seu preço. Através de várias técnicas,

como por exemplo a publicidade (na televisão, na rádio, nos jornais, nas revistas), novas necessidades

muito "fortes l imprescindíveis" são criadas e incutidas no consumidor e, rapidamente, transformam-se

em muito necessárias. Quer dizer, até há um dia aquele produto não era importante para nós, mas, a

partir de certo momento, passou a ser tão importante que não queremos dispensá-lo.

Disponível na Internet: http://www.vendermeucelular.com.br/consumo-sustentavel-voce-

sabe-o-que-e/

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Lembramo-nos de quando éramos pequeninos, principalmente na época de Natal (época de consumo

excessivo) das prendas que pedíamos ao Pai Natal? Todos os dias, ao ouvirmos e vermos a publicidade,

"bombardeados por tantas maravilhas", atordoados e seduzidos por toda essa publicidade, mudávamos

várias vezes a opinião sobre o que queiramos receber.

De facto, todos os dias somos bombardeados, através da televisão e de outros meios de comunicação,

com publicidade a artigos de vária ordem: desporto, alimentação, vestuário, etc.. Perante uma tão grande

diversidade de artigos que nos são propostos, ficamos, a cada passo, indecisos e sem saber o que

devemos comprar. Através deste intenso processo publicitário, tudo o que é anunciado nos parece bom,

tais os atributos, qualidades e felicidade que são veiculados pela imagem. Ficamos com vontade de tudo

adquirir, tal a beleza que as imagens nos transmitem.

A imagem é um suporte poderoso e fundamental para incutir nas pessoas uma vontade de tudo

adquirir e consumir, num processo de desenfreado consumismo, que atinge a nossa sociedade. Por isso,

temos que estar alerta para este fator e saber distinguir quando a imagem que nos é transmitida tem um

sentido informativo esclarecedor ou quando a imagem tem por objetivo apenas vender determinado pro-

duto.

Para compreenderes melhor o que

acabámos de afirmar, reflitamos sobre

a situação que vamos descrever.

Se, por exemplo, na televisão

aparecer uma imagem ou mensagem

que nos incentiva a usar na

alimentação azeite de qualidade com

baixo grau de acidez (o azeite é uma

gordura que todos deveríamos

consumir, porque faz bem à saúde),

esta é uma imagem positiva.

No entanto, se, no mesmo anúncio,

é referido que esse azeite deve ser

consumido porque é puro, esta é

uma mensagem enganosa. Porque

"azeite puro" não é a designação de

um tipo de azeite, significa apenas que não está misturado com outros óleos. Não é, portanto, uma

indicação de melhor qualidade, porque não há nenhum azeite com essa designação. Atribuir a

qualificação de "azeite puro" é pois incorreto. Apenas se pode considerar que normalmente, há azeite

extra, extra especial e corrente.

Daqui, poderemos concluir que a imagem publicitária poderá ser a base de um consumismo criterioso,

racional e equilibrado de produtos e serviços, mas também pode ser enganadora. Por isso, devemos estar

atentos a estes aspetos da publicidade.

Enquanto consumidores responsáveis, devemos ter um comportamento crítico na aquisição de bens

alimentares e que, por isso, estar conscientes das desvantagens para a saúde, decorrentes, por exemplo,

do consumo excessivo de doces e refrigerantes. Assim, antes de comprarmos esse tipo de alimentos, com

certeza que consultamos as informações que vêm impressas nas embalagens, verificando os dados

relativos aos diferentes aditivos alimentares e às substâncias adulterantes que alguns alimentos deste

tipo contêm.

Disponível na Internet: http://www.jornaldamadeira.pt/artigos/bruxelas-identifica-

irregularidades-em-393-s%C3%ADtios-web-de-cr%C3%A9dito-ao-consumo

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Como comprar

Para que entendamos melhor e possamos resistir de um modo consciente ao consumismo, sempre

que vamos fazer uma compra devemos exigir:

. o cumprimento das regras de higiene e sanidade;

. a afixação dos preços dos produtos de uma forma bem visível;

. garantia para os artigos que adquirirmos;

. recibo de todas as compras que efetuadas;

. informações, em português, nos produtos expostos;

. embalagens em bom estado de conservação;

. rótulos e etiquetas bem explícitos.

Cuidados a ter no ato das compras

“Devemos ser compradores exigentes, por isso não nos esqueçamos de comprar com segurança:

. lendo sempre com atenção as instruções de utilização e manuseamento dos produtos que

adquirimos.

. não hesitando em denunciar as irregularidades detetadas na venda. A denúncia da fraude

comercial é uma prova de civismo e de solidariedade social. Exigir o cumprimento da lei é ser

um consumidor consciente.

. Sempre que houver razão para tal, reclamando dentro do prazo e exigindo a substituição dos

produtos defeituosos ou a devolução do dinheiro.”

Cabeçadas, Isabel. Os Direitos dos Consumidores. Coleção Cidadão e Justiça

Em muitas situações de compra, podemos

deparar com problemas de vária ordem, ou com

quem nos vende um produto ou com quem nos

presta um determinado serviço. É conveniente

que saibamos que existem:

Associações de consumidores de âmbito

nacional (ACOP – Associação de

Consumidores de Portugal, DECO –

Associação Portuguesa para a Defesa dos

Consumidores, etc.),

Centros de Informação aos Consumidores -

CIAC (de âmbito concelhio – Em Santo Tirso

existe um CIAC sediado na Câmara

Municipal)

Direção Geral dos Consumidores – Portal dos

Consumidores

Entidades reguladoras: ERSE - Entidade

Reguladora dos Serviços Energéticos

(reclamações relacionadas com serviços de

eletricidade ou gás natural); ANACOM –

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Autoridade Nacional de Comunicações (reclamações respeitantes a serviços de comunicações ou

postais); ERSAR - Entidade Reguladora dos Serviços de Água ou de Resíduos; CMVM - Comissão de

Mercado de Valores Mobiliários;

Centros de arbitragem: (CNIACC - Centro Nacional de Informação e Arbitragem de Conflitos de

Consumo; TRIAVE - Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do Vale do Ave, etc.);

Julgados de Paz.

ASAE – Autoridade de Segurança alimentar e Económica. É um órgão de policia criminal,

dependente do Ministério da economia, responsável pela avaliação e comunicação dos riscos na

cadeia alimentar, bem como pela disciplina do exercício das atividades económicas nos setores

alimentar e não alimentar.

Para saber mais consultar: “Como resolver o seu conflito de consumo sem passar pelos tribunais,

disponível na Internet”, Portal do Consumidor da Direção Geral do Consumidor – Ministério da Economia.

Quando nos sentirmos lesados, estes organismos podem-nos ajudar, se ali nos dirigirmos

pessoalmente, por escrito, online ou por contacto telefónico.

Devemos equacionar recorrer a uma associação de consumidores, a um Centro de Informação aos

Consumidores ou a um Centro de Arbitragem, entre outros, nas seguintes situações:

. no caso de termos apresentado reclamações ao vendedor e este não te ter atendido, apesar do

produto adquirido se encontrar com defeito de fabrico;

. no caso de um serviço não ter sido bem executado;

. no caso de não cumprimento de um orçamento contratado.

Sempre que nos sintamos prejudicados ou mal atendidos, devemos ter presente que existe um livro

de reclamações a que podemos recorrer em diversos estabelecimentos. O Livro de Reclamações é um

instrumento de grande utilidade na defesa dos

legítimos interesses do consumidor de que nos

devemos servir sempre que nos sintamos lesados. A

maioria das pessoas não o usa ou por vergonha, ou por

desleixo ou porque não se

quer incomodar. Este livro

deve existir nos mais variados

estabelecimentos e serviços.

Sempre que desejarmos

reclamar, devemos escrever

no livro o relato dos factos

que consideramos objeto de

reclamação.

Nota: O Livro de Reclamações resulta de uma obrigação legal decorrente da

publicação, entre outros normativos, do Decreto-Lei n.º 371/ 2007 de 6 de

novembro e da Portaria 896/2008 de 18 de agosto. O livro de reclamações tem formato A4 e é

constituído por 25 impressos para reclamação, feitos em triplicado e redigidos nas línguas portuguesa e

inglesa. O duplicado da reclamação permite a sua transformação, após dobragem e colagem, em

envelope de mensagem que pode ser endereçado e franqueado, ficando uma cópia em poder do

reclamante. Após o preenchimento da folha de reclamação, o fornecedor do bem, o prestador de serviços

Modelo de Livro de Reclamações que deverá existir em todos os estabelecimentos que se encontrem

instalados com caráter fixo ou permanente nos quais seja exercida, de modo habitual ou profissional, uma

atividade

Modelo de Letreiro a avisar da existência de Livro de Reclamações

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ou o funcionário do estabelecimento tem a obrigação de destacar do livro de reclamações o original que,

no prazo de 10 dias úteis, deve ser remetido à entidade de controlo de mercado competente ou à

entidade reguladora do setor. Seguidamente, estas entidades fazem desencadear o processo.

Adaptado de Os Direitos do Consumidor - DECO

Reclamação relativamente a um serviço prestado pela

administração pública.

“A primeira forma de reação em caso de insatisfação na relação com

serviços da administração pública pode traduzir-se na apresentação de

reclamação online através das plataformas próprias disponibilizadas pela

administração para o efeito. Todos os serviços com atendimento ao público

deverão ter disponível a ligação para a referida plataforma, de forma bem

visível para o utente. As reclamações online têm tratamento prioritário.

A segunda forma será através de apresentação de queixa no chamado

livro de reclamações, que todos os serviços com atendimento ao público

são obrigados a disponibilizar. Este passa a ser utilizado apenas quando a

reclamação online não for possível ou conveniente. A formalização de

reclamação por qualquer destas vias obriga a entidade a responder no

prazo de 15 dias e permite que outras entidades (ministérios, organismos

diversos) se pronunciem, de acordo com a área de atividade em que o serviço se insere.”

Tendo em vista assegurar uma melhor administração, com mais cidadania, garantindo que os utentes

dos serviços públicos tenham um meio célere e eficaz de exercer o seu direito de reclamação, a Resolução

do Conselho de Ministros n.º 189/96, de 28 de Novembro, veio estabelecer a obrigatoriedade de adoção

do livro de reclamações nos locais onde seja efetuado atendimento ao público.

O Livro de Reclamações (livro amarelo), dispõe de 4 folhas, para registo de cada reclamação. O original

fica no serviço/organismo. As cópias, “via azul” e “via amarela”, devem ser remetidas, no prazo de 5 dias

úteis, para o gabinete do membro do Governo que tutela o serviço e ao para o membro do Governo que

tutela a Administração Pública, respetivamente. A “via verde” destina-se ao reclamante. O reclamante

deve ser sempre informado da decisão que recaiu sobre a reclamação apresentada.

Outra legislação Aplicável: Portaria 355/97, de 28 de Maio (define o modelo de livro de reclamação);

Decreto-Lei nº 135/99, de 22 de Abril (estabelece medidas de modernização administrativa)

In Deveres e Direitos dos Cidadãos. Fundação Francisco Manuel dos Santos. Disponível nas Internet:

http://www.direitosedeveres.pt/q/o-cidadao-o-estado-e-as-instituicoes-internacionais/servicos-publicos/como-reclamar-de-um-mau-atendimento-num-servico-publico

Direitos fundamentais dos consumidores

Os consumidores têm:

A. Direito à qualidade dos bens e serviços consumidos e à qualidade dos

mesmos. Ausência de defeitos de funcionamento ou de adulteração ou

Modelo de Livro de Reclamações de existência obrigatória nos serviços da

Administração Pública

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deterioração das suas características. Isto implica que o serviço tenha de ser de qualidade superior, ou

seja, recebe consoante aquilo que paga, só não pode é receber "gato por lebre".

B. Direito à formação e informação

Tem de haver uma formação permanente, nos livros escolares, na rádio, na TV, no incentivo às

publicações de defesa do consumidor, bem como uma informação completa e transparente sobre os

bens e produtos capaz de possibilitar uma decisão consciente e responsável.

C. Direito à proteção na saúde

Aponta para a especial tutela da saúde

do consumidor, regulando os

alimentos quanto à sua produção e

venda, os fármacos os cosméticos,

obrigando à proibição ou à obrigação

de advertência especifica, como se

verifica nas bebidas alcoólicas, no

tabaco ou até na composição química,

relativamente a corantes e

conservantes.

D. Direito à proteção da segurança

Tem a ver essencialmente com a segurança física, que pode passar pela proibição de certos produtos e

pela obrigatoriedade de certas normas de fabrico: características de segurança, etc. ex.: imposição de

obrigações no fabrico dos carros (cinto de segurança).

E. Direito à proteção dos direitos económicos

No âmbito de uma relação jurídica de consumo, tanto o comprador (consumidor) como o vendedor

estão em pé de igualdade. Nem sempre é exigido um contrato escrito numa relação de compra e

venda, pois ao compara umas calcas, por exemplo, está a celebrar uma relação contratual, mas a lei

não exige que faça um contrato escrito, no entanto, em muitas situações, esse simples papel pode

fazer muita diferença.

F. Direito à reparação de danos

Traduz-se no direito de indemnização dos prejuízos causados pelo fornecimento de bens ou serviços

defeituosos, por assistência deficiente ou por violação do contrato de fornecimentos, e geral, por

violação dos direitos do consumidor.

Lopes, Rita Ana. Ribeiro, Ana Catarina. 2010. Cidadania e Mundo Atual. Porto: Porto Editora.

Como fazer uma carta de reclamação

Embora cada vez menos, continuamos a escrever catas nas seguintes situações; para comunicar com

outras pessoas; para estabelecer relações comerciais ou profissionais; para apresentar candidatura a

concurso; para elogiar, apresentar uma sugestão ou uma reclamação. Existem vários tipos de cartas:

- Carta comercial - É como um documento, é um ato que compromete pelo que se devem respeitar as

regras e usos deste género de correspondência.

- Carta particular. É como uma conversa. A personalidade e os sentimentos expressam-se livremente,

segundo os casos e os destinatários.

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- Carta técnica - É um escrito de trabalho que deve ser sóbrio e objetivo, enquadrado entre a

denominação inicial e a fórmula de saudação final.

A carta, genericamente, deve apresentar os seguintes elementos constituintes:

. Remetente - nome; endereço e telefone

. Destinatário - nome; cargo e endereço

. Local e data

. Fórmula de tratamento (interpelação)

. Fórmula inicial (1)

. Desenvolvimento do assunto

. Fórmula final de cortesia

. Assinatura

(1) A fórmula inicial deve estar adaptada ao assunto que se pretende abordar na carta:

Objetivo (Para...) Fórmula Fazer um pedido - Venho por este meio pedir a V. Ex.a. que se digne... (que me

conceda o favor de...) - Venho solicitar a V. Ex.a. se digne... - Muito grato ficarei se - Agradecia-lhe que...

Fazer um agradecimento ‑ Venho por este meio agradecer... ‑ Agradecendo..., venho ...

Acusar a receção de cartas, fax, postais

- Acusamos a recepção de... - Venho por este meio acusar a recepção de... - Em resposta a... - Em referência ao ofício...

Dar informações - Tenho a honra de comunicar a V.Ex.a. - Cumpre-me informar V Ex.a - Lamento ter de informar

In Lições praticas, disponível na internet em: http://licoespraticas.blogspot.pt/search/label/Reclama%C3%A7%C3%A3o (adaptado)

A carta de reclamação é um passo é essencial para a atingir o objetivo, e funciona como prova de que

se fez uma tentativa para encontrar uma solução negociada para o problema. É aconselhável fazer uma

cópia da carta e solicitar o recibo de entrega da mesma. Se a carta for enviada pelo correio, deve-se

registar e pedir o Aviso de Receção. Este expediente, à disposição nas agências de correios, permite que o

remetente possua um documento assinado pela pessoa que recebeu a correspondência.

O que deve conter uma Carta de Reclamação?

1. Local e Data

2. Nome e endereço do destinatário: fornecedor ou fabricante – enviar uma carta para cada empresa

responsável.

3. Assunto: por ex.: “Demora na entrega de móveis”.

4. Introdução: por ex.: “Prezados Senhores:” ou “Ex.mo(a) Senhor(a):”

5. Descrição sucinta dos factos:

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6. Exposição clara do pedido: por ex.: “Diante do exposto, venho notificá-los a providenciarem... Caso

contrário, tomarei todas as medidas legais ao meu dispor para exigir o ressarcimento dos prejuízos

causados pelo ....”

7. Prazo: por ex.: “Aguardando resposta no prazo de x dias, sob pena de ....”

8. Encerramento: por ex.: “Atenciosamente,” ou “Com os meus melhores cumprimentos”.

9. Assinatura

10. Nome e endereço do Reclamante: deve-se exigir a resposta por escrito, via e-mail ou carta e escrever

também o nosso telefone (apenas para ajustes de entrega).

Observações:

Deve-se juntar à carta uma cópia dos documentos que comprovem a situação com o respetivo

documento fiscal. Os originais destes documentos e a cópia da carta enviada deverão ser arquivados pois

poderão ser muito úteis depois.

Se formos entregar em mão a carta ao destinatário, devemos levar duas, deixando uma e trazendo a

outra de volta, assinada pelo destinatário.

Quando o problema se adivinhar de difícil solução, a carta pode ser enviada através de um cartório de

advogados.

Em vez de carta manuscrita podemos optar por enviar uma carta escrita com recurso a um

computador, mantendo a estrutura supra referida. Hoje, em alternativa à carta, também se pode utilizar

o correio eletrónico para fazer uma reclamação ou sugestão, (devemos solicitar recibo de entrega ao

destinatário) existindo mesmo empresas e serviços que possuem modelos/serviços online próprios para a

apresentação de sugestões/reclamações. Também podemos recorrer ao Livro de reclamações nos termos

já anteriormente referenciados, não esquecendo que existem instituições vocacionadas no apoio ao

consumidor designadamente em matéria de reclamações.

Como preencher o livro de reclamações

Todos os fornecedores de bens e prestadores de serviços e os que tenham contacto direto com o

público ou exerçam a sua atividade num estabelecimento físico, fixo e permanente são obrigados a ter o

livro de reclamações e a disponibilizá-lo sempre que o consumidor o solicitar.

É aconselhável que ler previamente as instruções do livro, nas quais constam os dados referentes à

entidade competente para onde deverá ser enviada

a reclamação.

Em termos genéricos, é importante preencher

todos os campos corretamente e com letra

maiúscula. A identificação do número de Bilhete de

Identidade/Passaporte é essencial para consultar

online o estado da reclamação na Rede Telemática

de Informação Comum.

Para reclamar deve-se utilizar apenas uma folha

de reclamação e ser conciso de modo a não

ultrapassar a caixa de texto disponível.

O livro tem 25 folhas em triplicado. A folha original deverá ser enviada pelo comerciante ao regulador

competente no prazo de 10 dias. O duplicado é entregue ao consumidor e o triplicado fica no livro de

reclamações. O reclamante poderá, caso pretenda, remeter o duplicado à entidade competente. Se

entretanto desistir da queixa deve indicar à entidade fiscalizadora os motivos dessa decisão.

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Os serviços da Administração Pública estão obrigados a ter o chamado Livro Amarelo para

apresentação de reclamações e sugestões.

In Educação Informação. Associação Mutualista Montepio. Disponível na Interne em http://ei.montepio.pt/aprenda-

preencher-o-livro-de-reclamacoes/

Modelo disponível na Internet em: http://4.bp.blogspot.com/-

vR1SmhTaxp8/Trxxp4KgzLI/AAAAAAAAATs/66dqBqSQCN4/s1600/modelo_reclamacao.jpeg

Modelo de Carta de Reclamação

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Algumas notas sobre boas práticas relacionadas com o consumo

Afixação de preços e respetivas etiquetas

Relativamente à afixação de preços nos produtos destinados à venda ao público e respetivas

etiquetas convém não esquecer:

. a lei obriga a que todos os artigos expostos em estabelecimentos comerciais de venda a público

contenham os respetivos preços em letreiros bem visíveis para o comprador;

. o preço de venda ao público, indicado para um determinado produto, deve incluir todas as taxas, de

modo a que o consumidor possa conhecer o montante exato do que tem a pagar pela aquisição

desse produto;

. a afixação dos preços num estabelecimento comercial possibilita ao consumidor a comparação com

os praticados num outro estabelecimento similar. Deste modo, o consumidor poderá definir melhor

qual deverá ser a sua opção de compra.

Saldos/liquidação

Na época de saldos/liquidação, há vendas de artigos com redução de

preços. Por isso, trata-se de uma altura em que se verifica uma grande

procura e apetência para compras por parte dos consumidores. Nesta

altura podemos adquirir artigos a preços mais convidativos.

No nosso país, após a publicação do de 16 de janeiro, os saldos podem realizar-se já não em períodos

específicos, mas em quaisquer períodos do ano, desde que não ultrapassem, no seu conjunto, a duração

de quatro meses por ano. Contudo, sempre que o comerciante pretenda realizar vendas em saldo ou em

liquidação, deve comunicar previamente à ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, com

a antecedência de 5 dias úteis e 15 dias, respetivamente.

Em época de saldos, só é permitida a venda de bens e produtos que efectivamente tenham sobrado e,

por isso, sejam considerados como restos de colecção. Ou seja, não é permitida a venda em saldo de bens

expressamente adquiridos para esse fim.

Nestas alturas, face à diminuição dos preços,

existe alguma euforia consumista, que pode levar o

comprador a situações menos claras. Convém

esclarecer eventuais dúvidas que possam surgir,

como é o caso da possibilidade de proceder à troca

de um produto comprado em saldo.

Vejamos o caso de uma ocorrência desagradável

com que se deparam muitos consumidores ao

adquirirem artigos em saldo:

"Motivada pela redução de preços que lhe é

anunciada, determinada pessoa resolveu adquirir um

par de sapatos. Porém, só em casa, quando se

preparava para calçar os sapatos comprados em

saldo, reparou que um deles tinha defeito." Então, pergunta-se:

Pode o consumidor, nestas circunstâncias, exigir a troca do par de sapatos?

Disponível na Internet em: http://www.publico.pt/economia/noticia/saldos-de-verao-terminam-a-

15-de-setembro-enquanto-nova-lei-nao-entra-em-vigor-1663080

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Eis um exemplo, infelizmente um caso prático, que sucede com alguma frequência e que, por isso, é

fonte de alguns litígios entre comerciantes e consumidores.

"O consumidor tem efectivamente o direito de reclamar da compra efectuada e pode, por isso, exigir a

troca do produto adquirido com defeito, por outro de igual valor, ou, até caso lhe interesse mais, reaver o

dinheiro despendido naquela compra, a menos que o produto já contenha um aviso de que se trata de um

artigo com defeito.

Na verdade, a garantia da qualidade do produto não é afectada pelo facto de esse produto ser vendido

em saldo. Esta garantia mantém-se inalterada ainda que o produto seja adquirido em saldo.

Assim, e apenas só quando o consumidor é já conhecedor ou tem obrigação de conhecer, porque existe

um letreiro junto ao produto, avisando do defeito e mesmo assim o comprou, pode o vendedor recusar-se

quer à troca, quer à devolução do preço pago pelo consumidor. "

Adaptado de Os Direitos do Consumidor na Legislação Portuguesa - Guia Prático – DECO

Consumo de bebidas

Actualmente, e quase sem darmos por isso, já existe no nosso mercado uma significativa quantidade

deste tipo de bebidas, que os jovens, clientes assíduos de discotecas, bares nocturnos e outros locais

congéneres, consomem. "Cocktails vitaminados... ou explosivos"?

Passamos a transcrever alguns excertos de um artigo da autoria de Bernard Demouty, publicado na

Revista do Consumidor n.º 14, da Associação Portuguesa de Direito do Consumo:

"...Uma das bebidas deste tipo, denominada "Red Bull" ("Touro Encarnado") - considerada como líder

de vendas, de origem austríaca,

apresentada como revitalizante do corpo e

da mente, contendo "taurina" e cafeína

entre muitos outros produtos -, deve o seu

sucesso de vendas, não tanto às suas reais

características, mas sim ao facto de a

empresa produtora deste produto ter

investido no seu lançamento avultadas

verbas em estratégias comerciais e

promocionais."

Os próprios nomes escolhidos para

designar diversas marcas deste tipo de

bebidas, ditas "energizantes", obedecem a uma estratégia comercial, pois as marcas destas bebidas

sugerem ao consumidor força, capacidade física e mental e até elegância!

Neste último caso está a marca "Elite - Models Action", bebida com alto teor de cafeína em que, para

além das palavras inscritas na embalagem, que significam "Elite - Modelos em Acção", tem ali impressas

as fotografias de quatro jovens e elegantes modelos femininos, como que sugerindo que para se ter

resistência, para se ser modelo, é indispensável consumir esta bebida.

Sempre numa estratégia comercial, outra marca intitula-se simplesmente "XTC", três letras que,

quando soletradas em inglês, têm como resultado um som que se traduz por ecstasy (um estupefaciente

que continua a vitimar muitos jovens).

Podemos ainda referir outra marca de nome "Brain Wash" cuja tradução é "Lavagem ao Cérebro"!

Disponível na Internet em: http://nutricicio.blogspot.pt/2013/09/bebidas-

energeticas-na-performance.html

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Ainda segundo Bernard Demouty, "apesar de inscritas nas embalagens destas bebidas, duvidosas são

também as recomendações, desaconselhando a utilização abusiva do produto ou a sua mistura com

anfetaminas. "

O autor do artigo, que temos vindo a referir, termina dizendo a respeito dos efeitos destas bebidas:

"O efeito apregoado pela publicidade é tão imediato após a experiência, uma pequena chicotada,

como depois... de duas chávenas de café. Mas não vos fieis nisso. Isso só faz lembrar a boa disposição de

uma ou duas horas. Depois é pior!"

Estamos, portanto, confrontados com estratégias de negócio que têm como objetivo exclusivo o lucro,

sem qualquer preocupação com a saúde pública, iniciando os jovens na ingestão de produtos que acabam

por se tomar viciantes, consumindo, consumindo.

Outro exemplo deste tipo de bebidas energizantes é "PREMIX" ou "o álcool doce para adolescentes". O

seu nome, de origem inglesa, significa pré-mistura. Este é um novo tipo de bebidas que têm como

objetivo iniciar os jovens no consumo de álcool, sob a capa de limonadas. Como exemplo cita-se a marca

"HOOCH" - bebida alcoólica com sumo de limão (teor alcoólico 4,7% volume) e "JAMMIN" - bebida

alcoólica de banana e manga (teor alcoólico 5,5% vol.)

"Misturam uísque ou rum com soda (com 50 ou 70 de álcool puro, o equivalente a uma cerveja média),

com a finalidade, mais ou menos confessada, de seduzir as gargantas dos jovens e até muito jovens...

...Hoje, 15 anos é a idade charneira a partir da qual um adolescente se põe a beber. As premix vão

fazer baixar esta idade?

Escondendo-se atrás de uma soda superaçucarada, o gosto do álcool, desagradável para muito

adolescentes, leva ao hábito de consumir e ingerir álcool, começando por pequenas doses. É muito astu-

cioso. Para fazer passar a geração Coca-Cola para o álcool, misturam-se. Beneficiam assim de uma bebida

açucarada para fazer migrar os jovens para o álcool".

In Revista do Consumidor n.º 14 - Associação Portuguesa de Direito do Consumo, artigo de Manuel Castro Martins

Cultura têxtil

"De facto vivemos num mundo têxtil, rodeados de objetos feitos de fibras têxteis de diversas origens,

quer naturais, quer não naturais, que nos prestam serviços inestimáveis no vestuário, na casa e atividades

produtivas, proporcionando proteção contra o

frio ou o calor, constituindo coberturas de chão

e paredes, fazendo isolamentos, criando

ambientes agradáveis, contribuindo para a

valorização estética, ajudando a comunicar uma

mensagem de caráter social.

Mas, no dia-a-dia, os objetos têxteis são

auxiliares silenciosos, muitas vezes ignorados. As

consequências de tal ignorância recaem, no

entanto, apenas sobre nós próprios, porque

temos que pagar um preço cada vez mais alto

pelos têxteis de que necessitamos, e porque a

variedade de oferta é por vezes desnorteante.

É necessário que, como compradores, nos saibamos defender, fazendo a melhor escolha, isto é, sendo

capazes de conscientemente decidir o que comprar, como comprar e para quê comprar.

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A esse saber pode chamar-se cultura têxtil, cultura cuja aquisição deve começar na escola e continuar

pela vida fora. "

Cadernos Pedagógicos – DECO

Etiquetas de manutenção

Muitas das peças de vestuário possuem etiquetas de manutenção, isto é, indicações de como tratar e

conservar o artigo etiquetado. Não é obrigatório que os

artigos de vestuário tenham etiquetas de manutenção,

mas é-nos muito útil que as contenham, e por isso o

consumidor deve preferir os artigos que as possuem.

Sugerimos a leitura do texto que se segue:

"O que pedimos a uma etiqueta é que ela esclareça a

composição, refira o nome e a percentagem das fibras

que entram na composição dos tecidos uti1izados. (...)

...Comprar uma peça de roupa é, muitas vezes, ceder

a um ímpeto. Um modelo novo, um colorido diferente,

um pormenor subtil, um preço estimulante... e, pronto,

somos conquistados. Nas situações impulsivas, o mínimo

que se pode recomendar é dar uma olhadela nas

etiquetas, sobretudo na época de saldos: elas não dizem

tudo, mas podem-nos evitar alguns desgostos. Aqui se

regista o que julgamos essencial para descobrir o seu sentido escondido.

Um casaco que amachuca mal o vestimos. Um pulôver que se desforma ou desbota na primeira

lavagem. Um sobretudo que vem encolhido da lavandaria e cujo forro aumentou... são surpresas que nos

reserva o vestuário moderno. É o preço do progresso havido na indústria têxtil nas últimas décadas."

Livro dos Consumidores - Beja Santos

O Decreto-Lei n.º nº 59/2005 de 9 de Março de 2005 estabelece as regras relativas à denominação,

etiquetagem e marcação dos produtos têxteis, transpondo para a ordem jurídica interna as Diretivas

Europeias. De acordo com o diploma referido, os produtos têxteis devem ser etiquetados ou marcados no

momento de qualquer operação de colocação no mercado inerente ao ciclo industrial e comercial.

Como já reparamos, as várias peças de vestuário têm informações diferentes, pelo que exigem

tratamentos diferenciados. Assim, devemos dar atenção ao dicionário de etiquetas.

Para além do tipo de etiquetas que te acabámos de referir, em praticamente todas as embalagens de

produtos, existe outra etiqueta com uma série de barras e algarismos, que se designa por código de

barras do produto.

Por mera curiosidade e, porque o saber não ocupa lugar, vamos dar-lhe algumas informações sobre

este assunto.

O código de barras é muito

utilizado no nosso país e também na

União Europeia. Quase todos os

produtos o trazem e as informações

nele contidas obtêm-se por leitura

óptica electrónica.

Portugal utiliza o sistema

europeu, que é constituído por 13

dígitos e barras que significam as

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seguintes informações:

. os 3 primeiros dígitos indicam o país de origem do produto (Portugal é identificado pelo número 560);

. os 4 dígitos seguintes designam o fabricante do produto;

. os 5 seguintes designam as características do produto;

. o dígito final serve de controlo do produto.

Breve História do Cinema

Os princípios técnicos do cinema são simples: por um lado, uma série de imagens é fixada numa

película fotossensível; por outro, essas imagens são projetadas por um feixe de luz sobre uma superfície

plana, a tal velocidade de sucessão que as figuras

parecem estar a movimentar-se, em

contínuo. Este efeito resulta do facto de o olho

humano reter as imagens durante uma certa

porção de tempo, após o desaparecimento da

coisa vista.

A técnica do cinema surgiu no século XIX, em

parte associada ao desenvolvimento da

fotografia. Assim, inventores como Louis

Daguerre, Coleman Sellers e Étienne Marey

podem-lhe ser associados. Contudo, foram os

franceses Louis e Auguste Lumière que deram o

passo fundamental, com a invenção do

cinematógrafo, dado a conhecer ao público em

1895.

O cinema depressa adquiriu popularidade na

Europa e na América do Norte, como fonte de

entretenimento, veículo ideológico e

documentário. Ao longo do tempo, os

desenvolvimentos técnicos sucederam-se e

levaram a grandes modificações dos estilos

predominantes.

A possibilidade de sincronização da imagem com o som teve consequências aos mais diversos níveis,

desde logo no trabalho dos atores. Na verdade, muitas das

estrelas do cinema mudo foram incapazes de se adaptar e

viram as suas carreiras terminadas com o advento do

sonoro. O filme que marcou esta viragem foi The Jazz

Singer (O Cantor de Jazz, 1927).

A introdução da cor e de formatos mais largos, depois, e

o desenvolvimento dos efeitos especiais, mais tarde ainda,

foram outros progressos que acarretaram mudanças

radicais na estética das produções.

As primeiras sessões de cinema

Em 28 de dezembro de 1895, considerado a data de

nascimento do cinema, ocorreu a primeira projeção

comercial de imagens em movimento numa sessão

promovida pelos irmãos Lumière, no Salão Indiano com

100 lugares, diante de um grande pano branco, no

subsolo do Grand Café, número 14 da avenida

Boulevard des Capucines, centro de Paris. A

apresentação custava um franco com duração de 20

minutos. A primeira audiência teve 33 espectadores.

Do programa desse dia constaram, entre outros, os

filmes “La Sortie des Usines Lumière” (que mostrava

operários saindo da fábrica dos irmãos Lumière) e

“L’Arroseur Arrosé”, o primeiro filme de ficção da

história do cinema. Um dos 8 filmes exibidos assustou a

plateia. Muitos correram com medo e outros se

esconderam debaixo das cadeiras temendo serem

atropelados pelo trem que vinha em suas direções, ao

assistirem “Chegada de um Trem à Estação de la

Ciotat”. O cinema mal começou a mostrar a sua força.

Veja “Chegada do trem à estação” no YouTube

In A História do Cinema – Parte 1. ( 2012). Disponível na Internete em

https://assimerahollywood.wordpress.com/2012/02/20/a-historia-do-cinema-parte-1/

Cinematografo: Imagem disponível em: https://socialesoakhouse.wordpress.com/2013/01/06/el-

cinematografo/

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Por outro lado, os géneros foram-se definindo: tornaram-se reconhecíveis diferentes tradições

cinematográficas, com características e convenções mais ou

menos estáveis, como é o caso das comédias amorosas, dos

filmes de guerra, dos westerns, dos filmes de espionagem, dos

policiais e histórias de tribunal, da ficção científica, da

animação, dos musicais, etc.

Ao mesmo tempo, ainda, surgiram as escolas ou correntes

(como o Expressionismo e o Neorrealismo, que ligam o cinema

aos movimentos de outras artes) e estabeleceram-se perfis

nacionais para as produções (há um estilo americano, um

britânico, um indiano, etc., bem distintos dentro de certos

géneros).

Pela sua ampla difusão internacional e social (é igualmente

apreciado por pessoas de todas as classes), o cinema é

considerado pelos

estudiosos como um

dos componentes

distintivos da cultura do nosso tempo. Na verdade, não apenas

algumas das suas figuras são conhecidas de várias gerações, em

vários países e grupos sociais, como também muitas das ideias-

feitas sobre o heroísmo, a justiça, a investigação policial, certas

épocas e personalidades históricas, certos sentimentos, etc.,

decorrem de obras cinematográficas ou são por elas

transmitidas às massas.

A importância do cinema é tanto mais significativa quanto

ele marcou indelevelmente a programação televisiva, quer

porque os filmes são também transmitidos na televisão, quer

porque esta adotou, na sua produção própria, muitos

elementos dos vários géneros cinematográficos.

Como forma de arte e grande indústria que é, o cinema

dispõe de acontecimentos organizados para sua promoção,

bem como de galardões que são atribuídos às obras e

personalidades de maior mérito. Entre os primeiros

destacam-se o Festival de Cannes, o Festival de Veneza

ou, entre nós, o Fantasporto.

Quanto a prémios, os mais famosos são os Óscares,

atribuídos anualmente desde 1927.

O cinema não foi sempre sonoro. Na verdade, os

primeiros filmes não tinham som e eram acompanhados

nos cinemas por músicos que tocavam ao vivo.

Poucas pessoas sabem que os filmes mudos que hoje

podemos ver na televisão com uma velocidade mais

rápida que o normal não eram vistos assim no tempo

em que eram passados nos cinemas, onde nessa altura

tinham uma velocidade perfeitamente normal. Ou seja,

os filmes mudos passavam nas câmaras a uma

Laurel and Hardy (O Bucha e Estica) foi uma

famosa dupla de comediantes mais

populares do cinema dos Estados Unidos,

ainda o cinema era mudo.

Imagem disponível em:

http://edprojecto.blogs.sapo.pt/8623.html

Charlie Chaplin representando no filme “O

Grande Ditador”, o seu primeiro filme

inteiramente falado.

e realizador do

Imagem disponível em:

http://muitoalem2013.blogspot.pt/2014/01/luz

es-do-mundo-charlie-chaplin.html

Cena do filme “Rio Bravo” realizado por Howard Hawks (1959), um dos mais interessantes

filmes americanos, categoria western americanos. Imagem disponível em:

http://dueloaosol.blogspot.pt/2012/03/westerns-top-10_12.html

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velocidade de dezasseis fotogramas por segundo e os atores e a vida, em geral, passavam no ecrã a uma

velocidade normal. Com a introdução do sonoro, a velocidade dos filmes aumentou para 24 fotogramas

por segundo e os

filmes mudos, ao

passarem nas

máquinas de

projeção de som

síncrono, eram

obrigadas a ter

uma velocidade

cinquenta por

cento mais

rápida. O resultado é

aquela correria

desajeitada que n os

faz sorrir mas que,

para muitos de nós,

está indubi

tavelmente ligada ao cinema mudo, já que nunca o vimos de outra

forma.

A introdução do sonoro veio não só trazer uma nova dimensão à Sétima

Arte, mas também revolucionar completamente os bastidores do

cinema. Onde antes assistentes e técnicos podiam falar à vontade e também

os atores tinham uma grande liberdade de ação em termos de movimentação

física e não tinham que decorar diálogos porque estes eram escritos no filme,

agora o silêncio tinha de imperar em toda a equipa, os atores tinham de falar

para microfones escondidos (por exemplo, em vasos), limitando-lhes o

movimento e tinham de decorar os diálogos.

O novo elemento da equipa, o técnico de som, tornou-se no início o

ditador de novas regras incómodas, que foram desaparecendo à medida que

esta nova técnica evoluiu e passou a libertar a equipa e o próprio realizador, que, em termos criativos,

podia explorar as novas possibilidades dos diálogos, os efeitos sonoros e a música. A partir de então, a

música não esteve mais dependente do improviso dos músicos que tocavam nos cinemas locais.

in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-02-03 16:35:20]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/$cinema

Os centros de produção cinematográfica na segunda metade do sec. XX

Nos anos 50 do século XX, novos desafios se colocaram à indústria cinematográfica dos EUA, que

enfrentou a concorrência da televisão e as perseguições de que realizadores atores foram vítimas pela

Comissão de Atividades Antiamericanas. O esplendor dos filmes a cor projetados em ecrãs panorâmicos

e as superproduções musicais, que fascinavam pelas canções e coreografias, contribuíram para

perpetuar a magia do cinema.

Cena do filme “O pecado Mora ao Lado” (1955),realizado po Billy Wild, com Marilyn Monroe. Imagem

disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/965819-relembre-a-cena-marilyn-monroe-e-o-esvoacante-

vestido-branco.shtml

Cena do filme “Tarzan, O Homem Macaco” Johnny Weissmuller, como Tarzan, Maureen

O'Sullivan, como Jane, e Cheetah, o chimpanzé, em cena do filme "Tarzan, O Homem Macaco",

de 1932. Imagem disponível em: http://cinema.uol.com.br/noticias/afp/2011/12/28/chimpanze-dos-filmes-de-tarzan-morre-aos-80-anos.htm

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Ao mesmo tempo, Hollywood investia em temáticas socioculturais mais próximas do grande público

que frequentava os cinemas. A pensar nos adolescentes, já que as

gerações mais velhas preferiam o conforto da televisão no lar,

muitos filmes expressaram a rebeldia, a irreverência e a ina-

daptação dos jovens dos subúrbios.

Entretanto, novos centros de produção cinematográfica

irrompiam. Na índia, nos estúdios ditos de Bollywood, produziu-se

um cinema-espectáculo, com uma

construção musical própria, que,

através de discórdias famiIiares e de

amores contrariados, de peripécias

históricas e políticas, pretendia transmitir os anseios de uma nação recém-

independente. O cinema japonês revelou-se ao Ocidente com o filme "Às Portas

do Inferno" (1950), de Akira Kurosawa (1910-1998), uma reflexão sobre a

identidade nacional. No Brasil, nos anos 60,

despontou o chamado cinema novo brasileiro,

que teve em Glauber Rocha (1939-1981) o seu

maior representante.

A Europa, por sua vez, foi berço de importantes realizadores e

movimentos cinematográficos. Na Suécia, revelou-se Ingmar Bergman

(1918-2007), autor de grande sensibilidade na exploração de temáticas

intimistas. Na Itália, desenvolveu-se o cinema neorrealista que contestava

o universo artificial dos estúdios. Os filmes decorriam em cenários naturais,

com atores frequentemente não profissionais, e explorava os pequenos-

grandes problemas da gente comum. Salientam-se, na realização, os nomes

de Roberto Rossellini (1906-1977) e Vittorio de Sica

(1901-1974).

Outro movimento europeu digno de menção nasceu

em França, em finais dos anos 50, e partiu de jovens

cineastas (François Truffaut

(1932-1984), Jean-Luc Godard

(1930), Claud Chabrol (1930-

2010) e Jacques Rivette (1928),

alguns deles críticos da revista

Cahiers du Cinéma. Chamou-se

"Nouvelle Vague" e defendeu

o cinema "como arte”; reivindi-

cando para os realizadores o

título de "autores de filmes': As suas obras evidenciam uma narrativa ágil e

moderna, dirigindo-se a um público jovem, intelectual e cosmopolita que já não se revia no

sentimentalismo e moraIismo dos filmes americanos.

Dinamizado por uma diversidade de países, realizadores e movimentos, merecedor dos mais

variados festivais e prémios, o cinema continuou, no terceiro quartel do século XX, a mobilizar massas e

a despertar paixões, preservando o estatuto digno de Sétima Arte.

Cena do filme “Sétimo Selo” realizada por Ingmar

Bergman, 1957

Akira Kurosawa

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Alguns dos melhores filmes sobre tecnologia

Hoje não conseguimos imaginar a vida sem tecnologia. O cinema fez e continua a fazer eco disso e

há muitos filmes que o exploram. A seguir elencamos alguns filmes que de alguma forma tratam da

temática da tecnologia e que numa lista sobre o assunto ocupam os primeiros lugares. Outros haverá. A

lista que se segue não sendo exaustiva, é uma amostra dos filmes que ao longo da História do Cinema

abordaram a temática da tecnologia e o modo como ela interage com o homem, alterando o seu modo

de pensar e de agir. Muitos dos filmes apresentados foram premiados. De cada um deles é apresentada

uma pequena sinopse.

Her (2014) - O filme narra a paixão entre um homem e um sistema operacional. Dirigido por Spike Jonze

a história aborda a temática da crescente

importância da tecnologia na vida das pessoas. O

protagonista principal do filme, Theodore

Twombly (Joaquin Phoenix), morador de Los

Angeles ganha a vida a escrever cartas de amor

para outras pessoas num futuro próximo.

Recentemente separado, compra Samantha,

primeiro sistema operacional com inteligência

artificial do mundo. A pouco a pouco, Theodore

vai-se apaixonando pela voz feminina da

plataforma - protag onizada por Scarlett

Johansson.

Steve Jobs (2013) - O tema central do filme é a vida de Steve Jobs. Conta a história do fundador da

Aplle, desde que ele começou a “inventar” na garagem da casa dos seus pais. O longa-metragem aborda

outros aspetos da vida profissional e pessoal de Steve Jobs, personagem interpretada por Ashton Kutcher.

A Rede Social (2010) - No outono de 2003, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), um aluno e génio da

programação de Harvard, começa a desenvolver uma nova ideia: The Facebook. Esta ideia rapidamente

deu lugar à conhecida rede social, originando o bilionário mais jovem da história. Nem tudo foram êxitos;

o projeto também trouxe-lhe complicações pessoais e judiciais. Alguns estudantes da mesma

universidade acusaram-no de lhes ter roubado a ideia. O filme foi nomeado para 8 Óscares e ganhou 3:

Melhor Guião, Melhor Montagem e Melhor Banda Sonora em 2010.

Avatar (2009) - Jake Sully (Sam Worthington) tendo ficado paraplégico após um combate na Terra, foi

selecionado para participar no programa

Avatar em substituição ao seu irmão gémeo,

falecido. Então, viaja a Pandora, uma lua

extraterrestre, onde encontra diversas e

estranhas formas de vida. O local é também

o lar dos Na'Vi, seres humanóides que,

apesar de primitivos, possuem maior

capacidade física do que os humanos e

vivem em paz com a natureza de Pandora.

Os humanos desejam explorar a lua, de

forma a encontrar metais preciosos, o que

faz com que os Na'Vi aperfeiçoem as suas

habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos

Cena do filme “Avatar” realizada por James Cameron, 2009

Cena do filme “Her” realizada por Spake Joze, 2014

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chamados “Avatar” que controlam através de uma tecnologia que permite que os seus pensamentos

sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma Jake pode novamente voltar à ação, com seu Avatar

percorrendo as florestas de Pandora e liderando um grupo de soldados, até que conhece acidentalmente

Neytiri (Zoe Saldana), uma feroz Navi na qualidade de tutora para o ambientar na civilização alienígena.

Eu, Robot (2004) - O filme passa-se em Chicago, no ano de 2035. Os habitantes vivem em harmonia com

robots inteligentes, que fazem todo o tipo de tarefas para os humanos, inclusive cuidam dos seus filhos.

Os humanos confiam plenamente neles, pois os robots regem-se pelas Três Leis da Robótica, pelo que

que os robots não lhes farão mal. Um dia, inexplicavelmente, um robot está implicado no crime do

brilhante cientista e “pai” dos robots. O detetive Del Spooner (Will Smith) fica a cargo da investigação. O

filme foi nomeado para o Óscar de Melhores Efeitos Visuais em 2004.

Minority Report (2002) - O filme passa-se em Washington DC, no ano de 2054. Para prender e levar às

autoridades, a polícia recorre à ajuda de uns seres com poderes psíquicos chamados “precogs”. Graças a

esses seres, que nunca falhavam nas suas visões, os polícias podem prever o futuro. Os culpados são

detidos pela “Precrime”, uma unidade

de elite criada para impedir os crimes

antes que aconteçam. O filme foi

nomeado para o Óscar de Melhores

Efeitos Sonoros em 2002.

Gattaca (1997) - A história passa-se

num futuro longínquo, numa

sociedade em que as crianças são

concebidas in vitro e são

geneticamente selecionadas. Vincent é

uma das últimas crianças concebidas

de forma natural, mas nasce com um problema de coração e dão-lhe poucos anos de vida. Nesta nova

sociedade, é considerado uma pessoa inválida, pelo que desempenha os piores trabalhos. Desde pequeno

que Vincent sonha em viajar para o espaço, mas não tem dúvida de que nunca será selecionado. Um

dia, conhece um homem que tem a solução para concretizar o seu sonho: assumir a identidade de

Jerome, um desportista que, devido a um acidente, ficou confinado a uma cadeira de rodas. Graças a isto,

Vincent ingressa na Corporação Gattaca, uma empresa aeroespacial, que o seleciona para realizar uma

missão a Titã. Tudo corre bem até que o diretor da missão aparece assassinado. O filme foi nomeado para

o Óscar de Melhor Direção Artística em 1997.

A Rede (1995) - Uma programadora informática recebe misteriosamente um disco para investigar.

Quando o analisa, descobre que contém no seu interior uma chave para aceder ao controlo dos dados

protegidos dos Estados Unidos. Nesse momento, toda a informação da sua vida é eliminada ou

modificada para que pareça uma delinquente. Tem de fazer uma corrida contra o tempo para descobrir

os culpados e limpar a sua imagem.

Realidade Virtual – A Cobaia (1992) - Um cientista consegue incrementar, de forma extraordinária, a

inteligência de um deficiente mental, graças a um composto químico e à realidade virtual. Porém, a

cobaia escapa ao controlo do cientista. Em 1996, estreou-se a segunda parte deste filme, não tendo

alcançado, porém, o êxito da primeira parte.

Cena do filme “Minority Report” realizada por Steven Spielberg, 2002

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Matrix (1999) - Thomas Anderson, um programador especialista e respeitado de uma empresa

tecnológica, fora do trabalho é

Neo, um hacker que um dia

executa um trabalho e recebe

uma visita misteriosa. A partir

desse momento sucedem-se

uma série de acontecimentos

que alteram completamente a

sua vida. Ganhou 4 Óscares:

Melhor Montagem, Melhor

Som, Melhores Efeitos Visuais e

Melhores Efeitos Sonoros em

1999. Matrix teve duas

sequelas.

Jogos de Guerra (1983) - David é um jovem, especialista em informática, e os sistemas de segurança

mais sofisticados não são um problema para ele. Um dia, liga-se involuntariamente, através do seu

computador, ao computador central do Departamento de Defesa norte-americano. O que parecia ser um

simples jogo de guerra converte-se numa situação de perigo a nível mundial. Com a ajuda da sua

namorada e de outro informático, tenta evitar a Terceira Guerra Mundial. O filme foi nomeado para 3

Óscares: Melhor Fotografia, Melhor som e Melhor Guião Original em 1983.

Blade Runner (1982) - No início do século XXI, uma poderosa empresa chamada Tyrell Corporation criou

clones do ser humano, mais fortes e ágeis, graças aos avanços da genética. Deram-lhes o nome de

Replicantes e eram utilizados para trabalhar como mão-de-obra nas colónias que havia fora da Terra.

Devido à sangrenta rebelião de uma equipa de Replicantes chamada Nexus 6, os Replicantes foram

expulsos da Terra. Umas brigadas especiais da polícia, os Blade Runners, estavam encarregadas de matar

todos os que não cumpriam essa sentença. Essa execução chamava-se a “reforma”. O filme foi nomeado

para 2 Óscares: Melhor Direção Artística e Melhores Efeitos Visuais em 1982.

Uma Odisseia no Espaço (1968) - Considerado o filme de ficção científica por excelência da história do

cinema. Trata os diversos períodos da história da humanidade. Está estruturado em três grandes

partes, unidas todas elas pela constante presença de um

monólito. Na primeira, antes de aparecer o Homo sapiens,

uns macacos descobrem um monólito que lhes desperta

uma inteligência superior. Na segunda parte, na nossa era,

outro monólito aparece enterrado numa lua e desperta o

interesse dos cientistas. Por último, HAL 9000, um

computador dotado de inteligência artificial, é responsável

pelo controlo dos sistemas de uma nave espacial com

tripulação numa missão da NASA a um planeta

desconhecido. O filme foi nomeado para 4 Óscares e

ganhou 1: Melhores Efeitos Visuais em 1968.

Metropolis (1927) - A história passa-se em Metropolis, no

ano de 2000. Há duas classes sociais: os ricos, com poder,

luxo e espaços amplos e jardins, e os trabalhadores, que

vivem em condições dramáticas no subsolo, onde está a indústria da cidade. Freder, filho do homem que

Imagens promocionais da trilogia do filme “Matrix” realizado pelos irmãos

Wachowski, o primeiro da saga em 1999.

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controla a cidade, apaixonado por Maria, segue-a até ao mundo subterrâneo e descobre as duras

realidades laborais dos trabalhadores. Freder avisa o seu pai sobre as condições em que vivem os

trabalhadores e que estes se podem revoltar. O malvado Fredersen contrata um inventor para fabricar

um robot idêntico a Maria para que a substitua e propague uma mensagem de violência e assim lançar

uma repressão violenta contra os trabalhadores.

In Os 10 melhores filmes de sempre. Disponível na Internet em: http://www.mibqyyo.com/pt-artigos/2016/01/28/10-melhores-filmes-sobre-tecnologia/ (Adapatdo)

Como elaborar uma recensão crítica (de um filme, de um livro, etc.)

A recensão crítica não é apenas um resumo do objecto a apreciar. Vai mais além, exige para além de

uma síntese, uma apreciação crítica por parte de quem a elabora sobre as ideias defendidas no

texto/documentário/filme. Por isso, antes de se começar a escrever uma resenha crítica, é necessário

fazer uma boa leitura/visualização do objeto em questão.

A recensão crítica é pois um texto de apresentação sumária e

opinativo sobre um documento: livro, artigo, disco, filme,

documentário, etc. Há dois tipos de recensões:

- Recensões de divulgação – o objetivo é fazer

publicidade, divulgar, dar a conhecer um determinado

documento;

- Recensões científicas – objetivo é avaliar cientificamente

o documento sendo normalmente publicadas em jornais ou revistas científicas

Componentes de uma recensão:

- Contexto - apresentação (livro, artigo, disco, etc….) e contextualização do documento (dados formais,

aspetos relacionados com a produção do documento em causa.)

- Autoria - Apresentação do autor: quem é, o que faz, o que já publicou sobre o assunto em questão ou

outros, aspetos importantes a destacar na sua biografia.

- Síntese - Apresentação sumária do conteúdo do documento (deixar sempre claro que a informação tem

autoria diversa da produzida pelo recensor, invocando com frequência o autor do documento, fazendo

citações do texto original/referindo questões importantes do objeto em apreciação. A síntese deve incluir

os conceitos centrais do documento, aspetos interessantes da sua organização. Não confundir síntese

com resumo (descrição dos conteúdos pela sua ordem, como se fosse o autor).

- Crítica pessoal e contextual: Situar o documento no contexto de outros documentos sobre o mesmo

assunto, enunciar ideias/marcas que permitam apreciar a sua atualidade, o seu caráter inovador, a sua

importância, a pertinência dos assuntos abordados, etc. Confrontar a opinião de outros autores sobre o

mesmo assunto e emitir uma opinião pessoal sobre o documento e seu conteúdo.

- Bibliografia: Indicar as fontes bibliográficas utilizadas na recensão.

Nota final: Não existe uma regra hierárquica de conteúdos. O recensor pode misturar a informação de

síntese, crítica e contextualização ao longo do texto.

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Teatro e tecnologia – da ex-machina grega ao digital

O teatro nasceu, há milénios atrás, da evolução de um ritual primitivo, fruto de um desejo natural do

ser humano: a transformação de alguém numa outra pessoa. Já nasceu híbrido, predisposto a incorporar

as tecnologias e técnicas do seu tempo e a tocar os mais

diversos sentidos (visão, olfato, audição, tato). Esta sua

natureza prodigiosa proporcionou, ao longo dos milénios de

história teatral, a incorporação de diversas novas invenções:

luz elétrica, fotografia, cinema, vídeo, à medida que fora sendo

inventadas. Por vezes, estas invenções questionaram a tríade

essencial do teatro (ator-texto-público) e proporcionaram

longos debates, primeiro a respeito da legitimidade da

utilização desses novos instrumento na cena, depois sobre o

tipo de linguagem que se estava a construir (ou a destruir) com

esses instrumentos.

Mas, com a tecnologia digital, a mudança parece ser maior.

Com a rede mundial dos computadores, estar num lugar deixou

de ser apenas uma condição real, física, para ser também uma

condição virtual, digital. Os corpos passaram a ter a

possibilidade de se digitalizarem, de se transformarem numa

série de números binários que podem ser transportados via cabos de fibra ótica para diversos cantos do

planeta, não como um teletransporte, mas como cópias potencialmente infinitas; um corpo transforma-se

em número, que viaja, viaja, transformando-se em corpo (virtual, real?) de novo, noutro lugar, via

computador. Se aos corpos é permitida a

possibilidade de digitalização, ao teatro

também? Poderia o olho e o calor do tête à tête

ser transformado num número e reproduzido em

diversos lugares ao mesmo tempo e ainda

continuar a ser teatro? Poderia haver, assim, um

teatro digital?

(...) Se o teatro é tão velho quanto a

humanidade, como se costuma dizer por aí, o

questionamento sobre o que é afinal o teatro

acompanha essa longa história desde sempre. A

pergunta "isso é teatro?", que hoje se faz às

experimentações das artes cénicas que recorrem

às linguagens digitais, tem paralelo, com outros

debates já ocorridos no passado, sempre que

estávamos perante o advento de uma nova

tecnologia. (...)

Ao longo dos séculos, a arte teatral absorveu rapidamente as inovações tecnológicas o que levou ao

incremento da sua linguagem. Inicialmente, na Grécia Antiga, já o deus ex machina, deslocava os atores

com o objetivo de concluir o enredo. O mesmo princípio podemos encontrar nas descobertas da Idade

Média, no desenvolvimento de novos recursos para a pintura, na invenção de dispositivos mecânicos, e,

no fim do século XIX, na descoberta da eletricidade". Portanto, não é de hoje, com o digital, que o teatro

tem aproveitado uma nova invenção tecnológica quase ao mesmo tempo em que ela surge. (...)

Teatro no final da Idade Medial - Disponível na Internet em: http://3.bp.blogspot.com/-

rb84zKJ6Et0/VFZbxnE_1XI/AAAAAAAABnc/pjzEghdR-hU/s1600/Imagem2.jpg

Deus ex machina, ou em português, Deus nascido da máquina - Disponível na Internet em: https://aylash.wordpress.com/2012/09/19/deus-

ex-machina-uma-desculpa-esfarrapada/

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A diferença entre as formas primitivas de teatro e as mais avançadas que hoje perduram são,

basicamente, o número de acessórios, de linguagem

e de técnicos disponíveis para que essa "outra

realidade" seja criada. Os povos primitivos criavam

figurinos com o que tinham no quotidiano como

peles e ossos de animais, máscaras que imitavam

aquilo que caçavam. Hoje, constroem-se cenários

com projeções de vídeos e imagens em três

dimensões, roupas das mais variadas e modernas

fibras sintéticas. Guardados os milénios que separam

estas duas realidades, o princípio de que esses

elementos estão ali para auxiliar a instauração da

"realidade" do teatro não são muito diferentes (ou

seriam?). (...)

In Foletto, Leonardo. (2011) Efêmero Revisitado Conversas sobre teatro e cultura digital.ehttp://www.articaonline.com/wp-

content/uploads/2013/06/Efemero-Revisitado-Conversas-sobre-teatro-e-cultura-digital.pdf

Com a tecnologia alterou a própria noção de teatro

Como o teatro grego é, ainda hoje, a base do que se chama de teatro no Ocidente, importa lembrar

que os gregos já utilizavam “máquinas” no teatro constituídas por roldanas e um guindaste, manipulados

por homens que não eram vistos pelo público, que içavam personagens ou traziam novos elementos para

o "desfecho mágico" da peça.

Vale a pena lembrar que o teatro na

Grécia antiga era bastante mais simples

que o visto nos palcos de hoje. Para se ter

uma ideia, diremos que as tragédias eram

produzidas por apenas dois ou três atores

- que poderiam revezar-se e interpretar

diferentes personagens através do uso de

máscaras, geralmente com feições

maiores do que as normais para que os

espetadores ao longe pudessem observar a

cena. Além deles, existia ainda um coro, com um chefe, o corifeu, que servia como narrador da história,

por vezes dialogando com os atores. Diante dessa quantidade mínima de elementos, é fácil imaginar o

barulho que a erupção de máquinas em cena causaria durante o desenvolvimento da peça de teatro na

Grécia Antiga. Nessa altura, a iluminação era sempre realizada com recurso a luz natural pois não havia

nenhum aparelho tecnológico que permitisse outra opção. Os espetáculos aconteciam todos durante o

dia, do nascer ao cair do sol, raramente avançavam para a noite, e os teatros onde eles eram

apresentados normalmente ocupavam encostas de morros, lugares mais adequados à construção das

arquibancadas de pedra onde o público, sempre numeroso - chegando até a mil pessoas nos teatros

maiores, como o de Epidauro - assistia às apresentações.

Na Idade Média, as tragédias e comédias a céu aberto, tão comuns na Grécia, dão lugar

essencialmente a dois tipos de espetáculos: os dramas litúrgicos, enquadrados pela Igreja Católica, e os

autos, primeiramente religiosos e num segundo momento também profanos, que satirizavam justamente

Disponível na Internet em: http://culturadigital.br/teatralidadedigital/

Representação teatral na Grécia Antiga - Teatro de Dionísio - Disponível na Internet em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_na_Gr%C3%A9cia_Antiga

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a fé católica reinante. Algumas dessas peças para além de serem encenadas nas praças públicas,

passaram a ser apresentados também dentro de igrejas,

castelos e lugares, aproximando-se cada vez mais do

que hoje se considera teatro. Nestes locais, para além

da iluminação solar passou a usar-se o primeiro

elemento técnico destinado a iluminar cenas durante as

representações teatrais, as velas. Estas, a partir da Idade

Média, evoluem para diferentes tipos de tochas,

archotes, candelabros, lampiões e outros recursos que a

necessidade de melhor visualização das peças pelo

público criava ou adaptava tendo em conta os

elementos técnicos nascentes.

A partir do final do século XIX, o uso da luz elétrica

no teatro provocou uma verdadeira revolução na arte

cénica, principalmente ao nível do palco. Até então,

tanto o palco como a plateia eram habitualmente

iluminados por velas. Via da regra os atores tinham de ficar na frente do palco, onde a luz era mais

intensa, graças à colocação de mais velas ao longo da ribalta. Com a luz elétrica a iluminar igualmente o

palco, ele ganhava nuances que poderiam ser visualizadas pelos espectadores. Daí decorreram profundas

alterações na cenografia que passou a usar móveis reais, pois agora poderiam ser vistos com alguma

precisão; os atores começaram a utilizar objetos com importância para a ação, pois tudo o que faziam

poderia ser notado pelo público; a separação entre palco e plateia tornou-se mais visível, com o

direcionamento da luz para áreas específicas. O palco, em suma, passou a tornar-se uma realidade

tridimensional integrada na cenografia, aumentando consideravelmente as possibilidades de

complexidade do teatro. (...)

Nessa mesma altura, a luz elétrica foi também o

impulso de diversas mudanças estéticas na dança

que seriam consolidadas nas décadas seguintes, com

o surgimento das vanguardas históricas (Cubismo,

Surrealismo, Dadaísmo, Futurismo), que, por sua vez,

originariam diversas possibilidades abstratas e cada

vez menos figurativas. A entrada da tecnologia

digital, a partir da década de 1970, vai potencializar

consideravelmente as possibilidades da iluminação e

consolidá-la como um elemento hoje praticamente

indissociável da linguagem cénica.

Voltando aos finais do século XIX e princípios do

século XX, tempo de extraordinárias invenções -

fotografia, telégrafo, lâmpada elétrica, automóvel,

telefone, cinema – podemos afirmar que a revolução tecnológica influenciou profundamente a produção

artística, nomeadamente o teatro. Daí para afrente, fruto da utilização de novas tecnologias, este

complexificou-se, apostando cada vez mais na interação entre os artistas e os espetadores. Os

movimentos vanguardista do início do século XX “os ismos” ao questionarem o próprio conceito de arte,

acabam por influencia decididamente a própria ideia de teatro.

Surgiram várias experiências radicais, desde logo a fusão de diferentes formas de expressão artística

(música, teatro, poesia, pintura e dança com o objetivo de criar uma sexta linguagem, diferente de todas

Globe Theatre, em Londres. Construído em 1599 e destruído em 29 de junho de 1613 por um incêndio,

sendo reconstruído em 1614 e encerrado permanentemente em 1642

Disponível na Internet em: http://arteeducacaodf.blogspot.pt/2014/11/teatro-medieval-e-

renascentista.html

Disponível na Internet em: https://jovespectacle.wordpress.com/2012/04/18/ferran-

baile-cinquena-i-ultima-cronica-de-feten-2012/

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as outras), mais tarde chamada “happening”, onde a improvisação e espontaneidade permitiam a

interação entre os artistas e as pessoas que participavam no evento.

A partir dos anos sessenta do século passado da evolução do “happening”, naturalmente cada vez

mais caótico e não raro indecifrável, surgiu a “performance”, uma forma de happening um, mas um

pouco mais organizada, em que não era forçoso haver interação entre atores e público. A partir da sua

consolidação no campo artístico, no início dos anos 1970, a performance ganhou certas características -

como o facto de poder acontecer em qualquer lugar e ter qualquer tempo de duração - e certas

ramificações mais extremas, da qual a body art é o principal exemplo. A performance opta por manter a

tríade característica do teatro (pessoa, texto – entendido como narrativa, não necessariamente como

texto escrito – e público), mas relativiza o espaço cénico e usa qualquer recurso para passar a sua

“mensagem”.

A seguir à década de 1960, novos suportes tecnológicos e novas medias – como o gravador de som e o

de vídeo - permitiram ampliar os recursos da fotografia, do cinema e do disco, possibilitando o registo

mais completo das informações percetivas emitidas pelo artista, o que se consolidaria nas décadas

seguintes através do uso dos medias e conduziria a um novo capítulo na história humana com o digital.

In Foletto, Leonardo. (2011) Efêmero Revisitado Conversas sobre teatro e cultura digital.ehttp://www.articaonline.com/wp-

content/uploads/2013/06/Efemero-Revisitado-Conversas-sobre-teatro-e-cultura-digital.pdf

Equipamentos que podem ser encontrados nas salas de espetáculo

Sistemas de elevação - As Plataformas de Elevação tornam possível mover o pavimento do palco

no sentido vertical. Eles são usados para mudar a cota do palco, de um fosso de orquestra ou para mover

as peças do cenário para outra posição.

Dependendo da dimensão necessária, capacidade de carga e velocidade de elevação, são utilizados

sistemas de acionamento diferentes, adaptados para o caso específico.

Sistemas Hidráulicos

A forma mais popular de acionamento de plataformas elevatórias de palco ou de orquestra é através

de sistemas óleo-hidráulicos.

Estes sistemas permitem variadas velocidades de elevação mesmo quando sujeitos a cargas elevadas.

Dado o seu amplo campo de aplicação, é comum utilizarem-se plataformas de dupla ou até tripla tesoura

com cursos superiores a 10 metros, e pratos com dimensões superiores a 15 x 5 metros e combinações

destas.

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Considerando que uma plataforma de palco deve ser dimensionada para uma carga dinâmica mínima

de 250 Kg/m2 e estática de 500 Kg/m2, facilmente se verifica que estas deverão elevar, de forma segura e

estável, várias toneladas de peso.

Tipicamente, o acionamento é efetuado com

recurso a um sistema de cilindros, os quais são

acuados por uma unidade hidráulica, controlada por

diversos sistemas de automação. Na periferia da

plataforma, e por razões de segurança, é aplicada

uma solução técnica anti-entalamento (safe edge).

Sistemas Manuais Diretos

Os sistemas manuais diretos, são sistemas de

tração manual segundo os quais, um conjunto de

cordas que passam por um sistema de roldanas é

tracionado, de modo a elevar ou baixar uma carga

que se encontra suspensa no outro extremo.

Tipicamente as cordas estão presas a uma vara e é

na vara que se fixa o elemento cenográfico que se

pretende movimentar. Este tipo de sistema foi desenvolvido com base nas práticas de acionamento de

cargas ou velas, utilizadas pelos marinheiros nas caravelas.

Estes conjuntos podem ser de elevação direta ou desmultiplicada, sendo mais aplicada a utilização

direta na movimentação de pequenas cargas, como pernas ou bambolinas. Após a movimentação das

cargas, as cordas são amarradas a malaguetas instaladas lateralmente á cena.

Os sistemas de acionamento manual ainda são utilizados em milhares de teatros em todo o mundo,

cuja utilização requer uma formação e manuseamento apurado, podendo uma má utilização ou erro

humano, originar graves acidentes.

Sistemas Contrapesados

Os sistemas contrapesados, quer sejam de curso duplo ou simples, ainda utilizados em milhares de

teatros em todo o mundo, são uma solução prática e económica para as novas instalações de todos as

dimensões. Estes sistemas são concebidos sob o princípio da redução da força a ser exercida pelo

operador, através da contra pesagem da carga a movimentar.

Esta contra pesagem é efetuada com recurso a contrapesos em aço a colocar num berço de pesos.

Este berço corre num conjunto de guias e é movimentado verticalmente pelo acionamento de uma corda.

Igualmente, no berço é fixo um conjunto de cabos de aço que passam num sistema de roldanas, que do

lado da cena estão fixos a uma vara, simples ou dupla.

A contra pesagem deverá ser efetuada com um número de pesos que equilibrem a carga que se

encontra suspensa na vara, ficando uma carga residual para ser tracionada manualmente pelo operador.

Após a utilização do sistema este deverá ser bloqueado num travão específico.

A utilização deste tipo de sistemas requer uma formação e cuidado apurado, pois está extremamente

sujeito ao erro humano e consequentemente a graves acidentes.

Sistemas Motorizados

Desenhados e concebidos para aplicações em salas de espetáculos em que são necessários elevados

índices de desempenho e fiabilidade, os Sistemas Motorizados, de velocidade fixa ou variável, são

utilizados para a elevação de cenários, cortinas, ou outros elementos que se movam em efeitos cénicos,

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durante um espetáculo ou na sua preparação. São desenhados e fabricados de modo a poderem

proporcionar elevadas velocidades de movimentos com um

reduzido nível de ruído.

As suas variadas capacidades de carga, permitem a

movimentação dos elementos cénicos que normalmente são

utilizados numa sala de espetáculos. Podem ser controlados

com a máxima precisão a partir de uma consola

computorizada, podendo proceder-se á programação de

espetáculos com recurso a múltiplos sistemas, incluindo a

programação de velocidades, posicionamentos, rampas de

aceleração e desaceleração, deixas, grupos, entre outros.

Sistemas de Controlo

Independentemente de se tratar de uma solução de controlo de motores múltiplos ou de um único,

com velocidade fixa ou variável, ou ainda o controlo de uma

plataforma de elevação ou de várias, os sistemas de controlo

automatizado ou manual devem ser fiáveis, robustos e flexíveis.

Sistemas de Controlo Automatizado

Estes sistemas são aconselhados para sistemas de controlo em

salas de espetáculos de reportório internacional, onde a

exigência cenográfica é elevada. Baseiam-se numa consola

portátil que exige apenas uma única conexão, torna-se simples

controlar rapidamente um alargado conjunto de mecanismos.

In Stage Concept. Mecânica da Cena, disponível na Internet em: http://www.stageconcept.pt/index.php/tecnologias/mecanica-

de-cena (Adaptado)

Glossário de termos técnicos de teatro

ACÚSTICA: A qualidade da sala de espetáculos no que diz respeito a transmissão do som. Problemas

acústicos geralmente são complexos na sua natureza e muito dinheiro e horas de trabalho podem ser

economizados se consultado consulta um engenheiro ou arquiteto especializados antes do início do

processo de projeto de um teatro.

ADERECISTA: Profissional que executa as peças decorativas e/ou os adereços cénicos do espetáculo. Faz

escultura, entalhe, moldes em gesso, bonecos etc.

ADEREÇOS: Acessórios cénicos de indumentária ou decoração de cenários.

ALÇAPÃO: Abertura do chão do palco, dissimulada aos olhos dos espetadores, para encenar efeitos de

aparição e desaparição dos atores ou objetos cénicos.

AMARRAÇÃO: É a fixação final do cenário. Depois do cenário estar de pé, colocado no lugar, faz-se a

amarração, usando-se pedaços de sarrafo, esquadros, mãos francesas etc., para que o cenário não

balance. Mais comum em cenários de gabinete.

AMERICANA: Estrutura geralmente de madeira onde se penduram cenários ou cortinas. Normalmente

tem um comprimento longo e uma largura aproximada de 30 cm. Corresponde a uma vara, só que

estruturada para receber mais peso ou vencer grandes vãos.

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ARENA: Área central de forma circular, onde acontecem espetáculos teatrais. Palco do teatro grego. Área

central coberta de areia, nos antigos circos romanos. Arena (picadeiro): o espaço central do circo onde se

exibem os artistas da companhia.

ARQUIBANCADA: Estrutura onde são fixados assentos simples ou bancos para o público. Geralmente

utilizadas em espaços alternativos e

salas multiúso.

ARQUIBANCADA RETRÁTIL: Estrutura

telescópica com assentos e encostos

dobráveis, que pode ser recolhida até

atingir a profundidade de uma fileira.

Utilizada para organizar as tipologias

cénicas de uma sala multiúso ou

teatro.

ARQUITETURA CÉNICA: Estruturação

e organização espacial interna do

edifício teatral, relacionando diversas

áreas como cinotécnica, iluminação

cénica e relação palco-plateia. É toda

arquitetura que se relaciona mais diretamente com o espetáculo.

ASSOALHO: Pavimento de madeira que forma o piso do palco. O piso do palco de teatro deve ser

executado em madeira por alguns importantes motivos: facilidade de implantação (fixação) do cenário,

som, e estabilidade dos atores.

AUDITÓRIO: Edifício projetado e equipado para atender à realização de conferência ou eventos que não

envolvam maquinaria cénica. Devem ser atendidas necessidades básicas de som e luz de acordo com os

requisitos específicos.

BALCÕES: Níveis de assento para o público localizados acima da plateia. Geralmente são dispostos no

fundo da sala. Podem avançar pelas paredes laterais até a boca de cena, arranjo que é muito habitual nos

teatros do tipo ferradura.

BAMBOLINA: Faixa de pano, normalmente preta, que, seguida de uma série de outras situadas no interior

da caixa cénica de um palco italiano, se une aos bastidores ou pernas, para completar o contorno do

espaço cénico. São as bambolinas que

fazem o acabamento na parte superior

do palco, não permitindo que sejam

visíveis para a plateia as varas de luz e

demais equipamentos.

BASTIDOR: Armação feita de madeira,

forrada de tecido, que pode ser disposta

nas partes laterais do palco para

estabelecer, junto com as bambolinas, a

especialidade desejada para o palco.

Podem substituir as pernas ou formar

com elas um conjunto para a

definição das coxias. As vezes o bastidor também é usado como peça de cenografia, nas composições de

fundo ou paredes de cenários.

BILHETERIA: Lugar do teatro onde se vendem, trocam ou reservam ingressos para os espetadores.

Grande auditório do Teatro Municipal Rivoli, Porto Imagem disponível em: http://visitasvirtuais.cm-porto.pt/rtm.php

Teatro de S. Luís, Lisboa. Imagem disponível em: http://visitasvirtuais.cm-

porto.pt/rtm.php

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BOCA DE CENA: Abertura frontal do palco que delimita horizontal e verticalmente o espaço visual da

cena. Recorte na parede frontal do palco, pode ser variada através do uso de reguladores verticais e

horizontais.

BIOMBO: Conjunto de dois ou mais

painéis montados em ângulo,

amovíveis.

BORBOLETA: Tipo de porca com duas

aletas, com aperto manual, usado em

conjunto com parafusos passantes de

rosca. Facilita a montagem e

desmontagem de peças do cenário.

CABINE DE CONTROLE: Sala

geralmente localizada ao fundo da

plateia, onde são instalados os

equipamentos para controlo dos

sistemas de controlo dos

equipamentos cinotécnicos, de

iluminação cénica e sonorização.

CAIXA CÉNICA: Volume do palco. A caixa onde se situam todas as estruturas do palco e os maquinismos

cénicos.

CAMARIM: Recinto da caixa dos teatros onde os atores se vestem e se maquiam.

CARRETILHA: Pequena roldana, em ferro, usada com cordas para facilitar a subida ou decida de elementos

cénicos.

CENÁRIO: Conjunto dos diversos materiais e efeitos cénicos (telões, bambolinas, bastidores, móveis,

adereços, efeitos luminosos, projeções etc.) que serve para criar a realidade visual ou a atmosfera dos

espaços onde decorre a ação dramática.

CENOGRAFIA: Arte e técnica de criar, projetar e dirigir a execução de cenários para espetáculos de teatro,

de cinema, de televisão, de shows etc.

CICLORAMA: Grande tela semicircular, geralmente em cor clara, situada no fundo da cena e sobre a qual

se lançam as tonalidades luminosas de céu ou de infinito, que se deseja obter. Nele também podem ser

projetados diapositivos ou filmes que se desenvolvem alternada ou paralelamente à ação física dos

atores. Ciclorama ou infinito, fundo infinito, cúpula de horizonte. Hoje, mais usual em televisão que em

teatro, e muito utilizado em ópera.

CONTRA-PESO: Sistema usado em teatro para aliviar o peso das varas que prendem cenários, cortinas,

pernas ou bambolinas.

CONTRA-REGRA: Elemento encarregado de cuidar dos cenários e objetos de cena, indicar as entradas e

saídas dos atores, dirigir as movimentações dos maquinismos cénicos, distribuir horários e informações.

CORDAS DE MANOBRA: Cordas usadas para montar a manobra que movimenta um cenário. Em geral são

em número de 5, que prendem uma vara ou gambiarra ou americana.

CORTINA: Peça, geralmente em tecido, que resguarda o palco. Abre e fecha lateralmente, ou sobe e desce

por mecanismo apropriado. Também chamada em teatro de “pano-de-boca”.

COXIA: Nos palcos de teatro, espaço situado atrás dos bastidores. Pode ser ainda um assento móvel,

normalmente com dobradiças, usado quando as poltronas normais já estão ocupadas. Uma espécie de

cadeira improvisada.

Vista do Teatro Cuvillié, Munique, Alemanha a partir do palco. Imagem disponível em: https://www.lensculture.com/klaus-

frahm?modal=true&modal_type=project&modal_project_id=108364

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DISCO GIRATÓRIO: Elemento que possibilita a ampliação de possibilidades cénicas. Trata-se de um trecho

de piso em forma de disco apoiado sobre o palco ou embutido nele (quando então é chamado de palco

giratório). Pode constituir-se de um

único, grande, ou de dois ou três

menores. Não se aplica a qualquer

projeto cenográfico. É próprio para

espetáculos com muitas mudanças de

cena.

DIMMERS: Equipamento chave do

sistema de iluminação cénica que

possibilita o controlo da intensidade de

funcionamento dos refletores e o seu

acendimento e apagamento através da

ligação de uma mesa de comando de

iluminação cénica.

EDIFÍCIO TEATRAL: A arquitetura do

teatro na sua totalidade: palco, plateia,

administração, saguão de entrada etc.

Edifício construído especialmente para que existam condições ideais na encenação de peças, musicais,

óperas etc.

ELEVADORES: Divisões do piso do palco com movimentação para cima e para baixo. Pode alcançar toda a

largura ou comprimento do palco, ou apenas parte deles; podem ser movimentadas juntas ou

separadamente, sempre com espaços certos de parada, formando degraus acima ou abaixo do nível

normal do palco. O controlo pode ser manual, elétrico, hidráulico etc. Existem elevadores que, além de

subir e descer, possibilitam inclinação e montagem de rampas. Trata-se de mecanismo próprio dos palcos

dos grandes teatros.

ESPAÇO CÉNICO: Espaço onde se dá a cena. Em teatros tradicionais coincide com o palco; em espaços

alternativos pode chegar a abranger toda a sala.

FIGURINO: Vestimenta utilizada pelos atores para caracterização de seus personagens de acordo com sua

natureza, e identifica, geralmente, a época e o local da ação. Traje de cena.

FIGURINISTA: Aquele que cria, orienta e acompanha a feitura dos trajes para um espetáculo teatral. Deve

possuir conhecimentos básicos de desenho, moda, estilo e costura.

FOSSO DE PALCO: Espaço localizado sob o palco, acessível por meio das aberturas das quarteladas e

alçapões, onde são instalados elevadores, escadas e outros equipamentos para efeitos de fuga ou

aparição em cena.

FOSSO DE ORQUESTRA: Espaço localizado à frente do palco, em nível mais baixo, destinado ao

posicionamento da orquestra. Muito comum em teatros que abrigam óperas ou grandes musicais.

MÁQUINA DE FUMOS: Em teatro, os fumos são produzidos a partir de produtos químicos inodoros, não

tóxicos ou prejudiciais aos atores e público, que não manche o cenários ou figurinos. Geralmente os

fumos são é produzidos no palco a partir do processamento de fluidos especiais em máquinas específicas

para esse fim, chamadas de ‘máquinas de fumaça’. A fumaça é utilizada para se obter efeitos cénicos,

tanto por parte da cenografia quanto da iluminação cénica.

GALERIA: Nível localizado acima dos balcões, com assentos contínuos para os espetadores. Acompanha as

paredes laterais e de fundo da sala de espetáculos.

GOBO: Disco em metal ou vidro utilizado para a projeção de efeitos luminosos, principalmente em

refletores elipsoidais. Utilizados para mascarar um feixe de luz. São encontrados em diversos padrões. Os

Vista Palco Central de Atlanta, USA, Imagem disponível em: http://www.centerstage-

atlanta.com/rentals/?modal=true&modal_type=project&modal_project_id=108364

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gobos em vidro podem ser coloridos. Fundamental quando se deseja utilizar cor para desenhar a

cenografia.

ILUMINADOR: Aquele que “faz a luz” para um espetáculo de teatro. Diferente do eletricista. O iluminador

cria efeitos de luz, próprios e necessários à atmosfera do espetáculo, determina as cores, intensidades,

afinação e sequência de acendimento dos refletores, além de geralmente programar a mesa de controlo.

Muitas vezes, o iluminador trabalha

próximo do cenógrafo.

ILUMINAÇÃO CÉNICA: Conjunto de

equipamentos e técnicas que compõem o

sistema de iluminação de uma sala de

espetáculos, composta por varas,

tomadas, refletores, equipamentos de

comando etc.

MAQUILHADOR: Aquele que faz o trabalho

de caracterização dos personagens de um

espetáculo teatral, segundo um texto e a

conceção dada pelo diretor. Essa

caracterização, facial na maioria das vezes,

deve acompanhar a linha da indumentária

e da cenografia. O maquilhador deve

manter contacto com o diretor, o

cenógrafo, figurinista e com os atores.

MAQUINISTA: Profissional encarregado da manipulação dos maquinismos de um teatro. Profissional que

monta cenários.

MAQUINISTA DE VARANDA: Profissional encarregado do controle das manobras e demais MÁSCARA:

Reprodução, estilizada ou não, do rosto humano ou animal, esculpido ou montada em argila, cortiça,

massas diversas etc., guarnecida de texturas, cores e outros elementos, com que os atores cobrem o

rosto ou parte dele na caracterização do seu personagem. Às vezes é usada como elemento de cena. É

também a expressão fisionómica do ator, a qual reflete o estado emocional do personagem que ele

interpreta.

MONTA-CARGAS: Um tipo de elevador, grande e aberto, usado sempre em grandes teatros para

transporte de cenários, geralmente do subsolo/fosso até o palco. Tipo de elevador usado na construção

civil.

PALCO: Em teatro é o espaço destinado às representações; em geral são tablados ou estrados de madeira

que podem ser fixos, giratórios ou transportáveis. Os palcos assumem as mais variadas formas e

localizações em função da plateia, que pode situar-se à frente dele ou circundá-lo por dois ou mais lados.

PALCO ELISABETANO: Também chamado de Palco Isabelino, é aquele que tem o proscénio prolongado,

com um segundo plano (muitas vezes coberto) onde existem algumas aberturas, tais como janelas.

Apareceu na Inglaterra no período de Shakespeare, por isso também é chamado de Palco à Inglesa.

PALCO GIRATÓRIO: Palco cujo madeiramento não é fixo, mas sim movido por mecanismos que permitem

inúmeros e rápidos movimentos de cenários e vários outros movimentos cénicos.

PALCO ITALIANO: Palco retangular, em forma de caixa aberta na parte anterior, situado frontalmente em

relação à plateia, provido de moldura (boca-de-cena) e, geralmente, de bastidores laterais, bambolinas e

cortina ou pano-de-boca, além de um espaço à frente da boca de cena, chamado de proscénio.

Vista a partir do Palco Suzanne Roberts Theatre, Filadélfia, USA.

Imagem disponível em: http://kierantimberlake.com/pages/view/204

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PLATEIA: Até o início desse século era, na grande maioria dos edifícios teatrais, o pavimento entre a

orquestra ou o palco e os camarotes. Nos teatros de hoje, é a parte destinada a receber o público, que se

acomoda em poltronas, cadeiras,

bancos ou arquibancadas.

POLIA: Tipo de roldana utilizada para

guiar os cabos de suspensão de uma

vara (de luz ou cenografia) e outros

equipamentos cinotécnicos. Existem

vários tipos de polias, tais como polia

de base, polia de cabeça, polia de

urdimento etc.

PORÃO: Parte da caixa cénica situada

abaixo do palco, para movimentação

de maquinaria cénica ou como

recurso cenográfico.

PROSCÉNIO: A frente do palco. Um

avanço, normalmente em curva, que

se projeta para a plateia. Algumas vezes é móvel, definindo o fosso de orquestra quando abaixado.

REFLETORES: Equipamentos para iluminação cénica, montados em varas, tripés ou posicionados no chão.

Existem diversos tipos de refletores. Cada um serve a um propósito específico e apresenta características

diferenciadas de facho, intensidade, definição de borda e alcance. Exemplos: PC, Fresnel, Elipsoidal, Par

etc.

RIBALTA: parte anterior do proscénio, limite do palco e plateia. Luzes da ribalta são aquelas dispostas

nessa área ocultas do público por um anteparo horizontal.

ROLDANA: Polia de metal para cabos de aço. Recurso básico para as manobras.

RUA: Espaços transversais do piso do palco, contínuos a partir da linha da cortina. Espaço entre pernas,

formando corredores. Também o talho, que é a distância entre duas longarinas da grelha.

TRAQUITANA: Refere-se aos truques feitos e idealizados por cenógrafos e aderecistas.

TRAVAMENTO: Também amarração ou travação. É a estruturação do cenário. O travamento não permite

que o cenário se movimente, por exemplo, quando um ator se apoia numa de suas paredes. Essa

amarração é normalmente feita com restos de sarrafo.

URDIMENTO: Armação de madeira ou ferro, construída ao longo do teto do palco, para permitir o

funcionamento de máquinas e dispositivos cénicos. Na realidade, é o esqueleto do palco; a “alma” da

caixa de mágicas em que ele às vezes se converte.

Lima, Wlad. Glossário de termos técnicos de teatro. Disponível na Internet em: http://teatronanet.blogspot.pt/2007/08/glossrio-de-termos-tcnicos-de-teatro.html. (Adaptado)

A tecnologia está a aproximar as artes de palco da perfeição

Além das varas mecanizadas, o Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, uma casa de

espetáculos com três anos, tem muitas novidades tecnológicas aliadas às artes de palco, que a transforma

numa das mais evoluídas da Europa. A inovação prende-se com a polivalência de uma sala que se adapta

a qualquer tipo de evento. Com a ajuda de plataformas elevatórias é possível retirar as bancadas do fosso

da orquestra e da primeira plateia para tirar pleno partido de um palco com mais de 600 metros

Teatro Mariinsky, S. Petersburgo, Rússsia. Imagem disponível em: https://www.rt.com/news/mariinsky-theater-new-stage-630/

Page 44: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG1 EST - DR3... · a velocidade da comunicação acelerou, as pessoas circulam por diferentes países, os

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quadrados. Esta tecnologia permite criar qualquer tipo de ambiente para concertos, congressos, cinema e

é uma das primeiras salas em Portugal a possibilitar fazer teatro de arena com o palco ao centro,

semelhante às arenas de circo, graças às

bancadas amovíveis. A adaptação da sala não

dispensa a mão humana, que é imprescindível à

organização do espaço.

Além de facilitar a vida aos técnicos, a tecnologia

tem vindo a aproximar a arte de palco da

perfeição através de som e da luz digital, que

permite criar ambientes cada vez mais

espetaculares. "Hoje em dia já se conseguem

fazer efeitos que antigamente eram

impensáveis, agora nunca nos podemos

esquecer é dos efeitos que existiam

anteriormente e a união entre a forma como

antigamente se usava a maquinaria de cena e a modernidade para podermos colocar eletrónica, motores

elétricos, efeitos especiais que já são usados em cinema, também podem ser usados no teatro ao vivo. É

muito bonito e a ligação de tudo é que dá talvez a perfeição e nós andamos sempre à procura da

perfeição, de tentar fazer melhor." Garante Carlos Garcia.

Não sabemos se se atingirá a perfeição, mas a tecno logia está a alterar a forma de fazer espetáculos

ao facilitar o trabalho, a encurtar o tempo de preparação e a tornar, cada vez mais eficaz, os prazeres

provocados por aquilo que se vê e ouve em palco.

Nolasco, António. (2011).Disponível na Internet em: http://expresso.sapo.pt/blogues/bloguet_ciencia/FalarGlobal/teatro-tecnologia-aproxima-artes-de-palco-da-perfeicao=f655410

Grand Theatre in Lanzhou. China Imagem disponível em: http://ziogiorgio.com/2012/07/31/q-sys-takes-the-stage-in-western-china/